universidade estadual de londrina - uel.br · dos testes de elevação de tronco (et) e...
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Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ASSOCIAÇÃO ENTRE O ATENDIMENTO DE CRITÉRIOS PARA TESTES NEUROMUSCULARES
COM AUSÊNCIA DE DOR NA COLUNA LOMBAR EM ADOLESCENTES
Fernanda dos Santos Neri
LONDRINA – PARANÁ
2011
FERNANDA DOS SANTOS NERI
ASSOCIAÇÃO ENTRE O ATENDIMENTO DE CRITÉRIOS PARA TESTES NEUROMUSCULARES
COM AUSÊNCIA DE DOR NA COLUNA LOMBAR EM ADOLESCENTES
Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira
Universidade Estadual de Londrina
Prof. Dr. Márcia Greguol
Universidade Estadual de Londrina
Prof. Dr. Abdallah Achour Júnior
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, 1 de novembro de 2011
i
DEDICATÓRIA
A Deus, por fazer o impossível por mim e me dar indicativos dos caminhos por onde
eu possa fazer o possível...
ii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Orientador Arli Ramos de Oliveira, por ter me orientado não somente
nas técnicas de como desenvolver trabalho, mas em um aspecto muito importante, e
diria essencial, que foi através de conversas que dão sentido a todo esse contexto,
aproveitar o processo e inevitavelmente o produto vem como consequência ligada a
como você vivenciou cada passo.
A minha família, que mesmo sem saber, foram peças indispensáveis, muitas vezes o
„não‟ que eles me deram foi a motivação para eu estar onde estou, e saber dar valor
as minhas conquistas.
Ao coordenador do GEPAFIS Gustavo Aires de Arruda, pela paciência e
disponibilidade de se oferecer para me ajudar, responder minhas dúvidas e muitas
vezes me podar para que o trabalho ficasse bem feito, sendo na realidade um co-
orientador e amigo.
Aos bolsistas do grupo GEPAFIS, Luciano Cabral e Péricles Oliveira, e ao
orientando de mestrado Diogo Coledam, que sempre me apoiaram e pararam para
ouvir minhas idéias e dar opiniões, além da força e parceria.
Aos professores e colegas de Curso, pois viabilizaram a concretização dessa etapa,
sem eles não teria aula, não teria crescimento profissional, não teriam experiências
pessoais, eu não conheceria diferentes universos.
Aos colégios que abriram as portas para as coletas de dados, gerando informações
preciosas para realização desse estudo.
A todos, mesmo sem ter nome em destaque, tiveram colaboração para realização
desse trabalho.
iii
NERI, Fernanda dos Santos. Associação entre o atendimento de critérios para testes neuromusculares com ausência de dor na coluna lombar em adolescentes. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, 2011.
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi verificar a associação do atendimento dos critérios
dos testes de Elevação de Tronco (ET) e “Sentar-e-Alcançar” Alternado (SAA), com
a ausência de dores na Coluna Lombar em adolescentes. A amostra de escolares
proveniente de Londrina, Paraná, envolvida nos testes foi diferente; sendo um total
de 138 escolares para o teste ET, 60 meninos com idade de 14,01(+0,89) anos; 78
meninas com idade de 14,19 (+0,90) anos; e para o teste SAA 105 escolares, 41
meninos com idade de 14,00(+0,93) anos; e 64 meninas com idade de 14,28 (+0,89)
anos. Para estimativa da flexibilidade abdominal e força lombar foi aplicado o teste
ET, para flexibilidade de membros inferiores o teste SAA, para informações sobre
dor lombar foi aplicada a Escala de Dor. Os resultados estão descritos em média
(DP). A normalidade foi verificada pelo Teste Shapiro Wilk, a associação pelo teste
de Qui-quadrado, comparação entre os grupos pelo teste “t” de Student,
reprodutibilidade pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse, o p<0,05. Os resultados
não apresentaram diferenças significativas entre os sexos no teste ET p= 0,371 e
nos escores de dor na coluna lombar p=0,897; o mesmo ocorreu para o teste SA dir
p=0,664 e SA es p= 0,973, e escores de dor p=0,193. A Escala de Dor apresentou
alta reprodutibilidade p<0,01. Não foram encontradas associações entre o
atendimento dos critérios tanto para o teste de ET nos meninos (x²= 0,429, p=0,513)
e meninas (x²= 0,412, p= 0,521), quanto para o teste SAA em meninos (x²= 1,812,
p= 0,344) e meninas (x²= 0,032, p=0,859) e a Ausência de dor na Coluna Lombar.
Os testes em questão e seus respectivos critérios devem ser utilizados com cautela
se o objetivo for indicar a presença de dor nessa região.
Palavras-chave: Aptidão física; Critérios de saúde; Lombalgia
iv
NERI, Fernanda dos Santos Association between meeting criteria for tests neuromuscular disorderswith no pain in the lumbar sipne of adolescents. End of Course Work. B.Sc. in Physical Education. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.
ABSTRACT
The objective of this study was to investigate the association of criteria of care testing
Rise Trunk (ET) and "Sit-and-reach" Alternate (SAA) with the absence of pain in the
lumbar spine in adolescents. The sample of students from Londrina, involved in the
tests was different, with a total of 138 students for the test ET, 60 boys aged 14.01
(+0.89) years, 78 girls aged 14, 19 (+0.90) years, and to test SAA 105 students, 41
boys aged 14.00 (+0.93) years and 64 females aged 14.28 (+0.89) years. To
estimate the lower back flexibility and abdominal strength test was applied ET to the
lower flexibility of the test SAA, for information on back pain was applied to the pain
scale. The results are reported as mean (SD). Normality was checked by Shapiro-
Wilk test, the association by chi-square comparison between groups by "t" test of
Student, reproducibility by intraclass correlation, p <0.05. The results showed no
significant differences between the sexes in the test p = 0.371 ET and pain scores at
the lumbar spine p = 0.897, the same occurred for the test dir SA SA p = 0.664 and p
= 0.973 s, and pain scores p = 0.193. The pain scale showed high reproducibility p
<0.01. No association was found between meeting the criteria for both the test ET in
boys (x ² = 0.429, p = 0.513) and girls (x ² = 0.412, p = 0.521), and to test SAA in
boys (x ² = 1.812, p = 0.344) and girls (x ² = 0.032, p = 0.859) and absence of pain in
the lumbar spine. The tests in question and their criteria should be used with caution
if the objective is to indicate the presence of pain in this region.
Key Words: Physical fitness; Health criteria; Low back pain
v
LISTA DE TABELAS Tabela 1. Caracterização da amostra para o teste de Elevação de Tronco.............................................................................................................
15
Tabela 2. Caracterização da amostra para o teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado........................................................................................................
16
Tabela 3. Teste de Elevação de Tronco e identificação de dor na coluna lombar.............................................................................................................
19
Tabela 4. Teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado e identificação de dor na coluna lombar.................................................................................................
20
Tabela 5. Descrição e reprodutibilidade de diferentes intervalos de dias na aplicação da escala de dor.............................................................................
20
Tabela 6. Associação entre ausência de dor na coluna lombar e o atendimento dos critérios para o Teste de Elevação de Tronco....................
21
Tabela 7. Associação entre ausência de dor na coluna lombar e o atendimento dos critérios para o teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado......
22
SUMÁRIO
RESUMO iii
ABSTRACT iv
LISTA DE TABELAS v
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 01
1.2 Objetivos.................................................................................................... 03
1.2.1 Objetivos Gerais......................................................................................... 03
1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................. 03
1.3 Hipóteses................................................................................................... 03
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 04
2.1 Aptidão física relacionada à saúde............................................................ 04
2.2 Força, flexibilidade e lombalgia.................................................................. 06
2.3 As consequências da lombalgia................................................................ 09
2.4 Prevalência de lombalgia em crianças e adolescentes............................. 11
3 MÉTODOS ................................................................................................ 15
3.1 Caracterização do estudo.......................................................................... 15
3.2 Amostra...................................................................................................... 15
3.3 Instrumentos e procedimentos................................................................... 16
3.3.1 Teste de Elevação do Tronco.................................................................... 16
3.3.2 Teste “Sentar-e-Alcançar” Alternado......................................................... 17
3.3.3 Escala de dor............................................................................................. 17
3.4 Análise Estatística...................................................................................... 18
4 RESULTADOS.......................................................................................... 19
5 DISCUSSÃO.............................................................................................. 22
6 CONCLUSÃO............................................................................................ 27
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 28
CRONOGRAMA ..................................................................................... 20
APÊNDICE................................................................................................. 38
APÊNDICE I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................... 39
ANEXOS ................................................................................................
ANEXO I: Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres
Humanos da UEL ....................................................................................
40
41
ANEXO II: Critérios para Aptidão Física Relacionada à Saúde proposto
pelo FITNESSGRAM ...............................................................................
42
ANEXO III: Escala de dor.......................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO
A avaliação da aptidão física relacionada à saúde referenciada por
critério indica uma zona saudável de aptidão, onde o indivíduo se encontra
menos susceptível a problemas de saúde, de acordo com o componente da
aptidão física analisado. Assim, melhores índices de força/resistência muscular
e flexibilidade são indicados como fatores importantes na prevenção de
problemas neuromusculares e ortopédicos (CORBIN; PANGRAZI, 2008;
KLEINPAUL et al., 2008).
Neste sentido, diversos testes de aptidão física têm sido utilizados com
a finalidade de analisar a força/resistência muscular e flexibilidade, devido a
sua suposta relevância para a prevenção de problemas neuromusculares e
ortopédicos. No entanto, além de testar estes componentes é importante
verificar se os índices obtidos encontram-se dentro de valores desejáveis para
a saúde, conhecidos como critérios (MEREDITH; WELK, 2004).
A relação entre a diminuição de força muscular, principalmente das
regiões abdominal e lombar, e diminuição da flexibilidade dos músculos
ísquiotibiais e região lombar, provavelmente encontra-se relacionada à dor,
que por consequência acarreta em lombalgia. A lombalgia associada a déficits
de força muscular ocorreria em função da atrofia muscular, resultando na
sobrecarga de outras estruturas lombares, bem como a diminuição da
coordenação do movimento a ser realizado pelas estruturas
osteomioarticulares (KLEINPAUL et al., 2008).
Os testes de Elevação do Tronco e “Sentar-e-Alcançar” Alternado,
bem como seus respectivos critérios foram propostos com a finalidade de
obter informações quanto a indivíduos que estariam em condições
inadequadas de aptidão e, portanto com maior risco de apresentar problemas
anátomo-funcionais, especialmente a lombalgia (MEREDITH; WELK, 2004).
No entanto, pouco se sabe quanto ao desempenho dos pontos de corte destes
testes na indicação de indivíduos com presença de dor na coluna vertebral.
As avaliações referenciadas por critério de saúde têm sido amplamente
utilizadas, pois estabelecem parâmetros mínimos de aptidão física para se
obter proteção contra a ocorrência de doenças. Neste sentido, os testes de
Elevação do Tronco e “Sentar-e-Alcançar” Alternado, bem como seus
2
respectivos critérios, podem ser uma alternativa simples para verificar a
susceptibilidade de um indivíduo ter problemas anátomo-funcionais tais como a
lombalgia. No entanto, a associação entre os índices de aptidão física e a
ausência de dores na coluna ainda necessita ser estabelecida, especialmente
em um período de grandes mudanças no crescimento e desenvolvimento que
envolve a adolescência.
3
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo do presente estudo será verificar a associação do atendimento
dos critérios dos testes de Elevação de Tronco e “Sentar-e-Alcançar”
Alternado, com a ausência de dores na Coluna Lombar em adolescentes.
1.2.2 Objetivos Específicos
Identificar a frequência de não atendimento dos critérios para os testes
de acordo com o sexo.
Identificar a frequência de dor na Coluna Lombar de acordo com o sexo.
Verificar a reprodutibilidade da escala de dor para a Coluna Lombar.
1.3 Hipóteses
H1 - Haverá associação entre atendimento dos critérios do teste de
Elevação de tronco e ausência de dor na Coluna Lombar.
H2 - Haverá associação entre atendimento dos critérios do teste “Sentar-
e- Alcançar” alternado e ausência de dor na Coluna Lombar.
4
2 REVISÃO DA LITERATURA
O referencial teórico deste estudo envolverá os seguintes tópicos: a
aptidão física relacionada à saúde, a relação entre a força, flexibilidade e
lombalgia, prevalência e consequências da lombalgia em crianças e
adolescentes.
2.1 A aptidão física relacionada à saúde
A aptidão física relacionada à saúde é descrita como a capacidade de
executar atividades físicas com energia e vigor sem excesso de fadiga e,
também, como a demonstração de qualidades e capacidades físicas que
conduzam ao menor risco de desenvolvimento de doenças e incapacidades
funcionais (SILVA; SILVA; OLIVEIRA, 2005).
Várias pesquisas de cunho epidemiológico confirmam a suposição de
que pessoas com maior prática habitual de atividade física e/ou melhores
índices de aptidão física apresentam menor incidência de certas doenças
crônico-degenerativas, de mortalidade por todas as causas e por algumas
causas específicas, tais como acidente vascular cerebral, câncer, obesidade,
osteoporose, diabetes, hipertensão e as cardiovasculares (KLEINPAUL et al.,
2008; LOCH et al., 2006).
A prática regular de atividade física na infância e na adolescência
parece trazer diversos benefícios para a saúde, tanto pela influência direta
sobre a prevenção de morbidades na própria infância e adolescência, quanto
pelo fato de indivíduos mais ativos fisicamente na infância apresentarem maior
chance de serem fisicamente ativos na vida adulta. Existem indicações
sugerindo que os indivíduos mais ativos habitualmente são os mais aptos
fisicamente, e que essa relação é causal (DUMITH; JÚNIOR; ROMBALDI,
2008).
A aptidão física pode ser classificada de duas maneiras: aptidão física
relaciona à saúde (AFRS) ou relacionada ao desempenho atlético. Na
primeira, estão incluídos os componentes que se encontram associados com a
prevenção de certas doenças induzidas pelo sedentarismo e melhor
5
desempenho na execução das atividades diárias das pessoas (GLANER,
2003). Na segunda, a classificação dos seus componentes contribui para um
melhor desempenho esportivo, levando em consideração que cada
especialidade esportiva tem exigências específicas, e esses componentes
devem ser tratados como aptidão física relacionada ao desempenho atlético
(GUEDES; GUEDES, 1997).
Os componentes da AFRS contemplam indicadores quanto à
capacidade cardiorrespiratória, a força/resistência muscular, a flexibilidade e a
gordura corporal. Enquanto na aptidão física relacionada ao desempenho
atlético encontram-se a velocidade, potência, agilidade, coordenação e
equilíbrio (CORBIN; LINDSEY, 1997).
O conceito que engloba a AFRS é o de que melhores índices em cada
um dos seus componentes estão associados com menor risco de
desenvolvimento de doenças e/ou incapacidades funcionais (ACSM,1996). A
avaliação da aptidão física em escolares buscam conhecer suas qualidades
físicas e classificar os escores obtidos diante de critérios estabelecidos e
aceitos como referência (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2008).
Estudos experimentais envolvendo crianças, adolescentes e adultos
têm apontado que programas específicos induzem importantes alterações em
componentes da aptidão física relacionada à saúde (MALINA,1995). No
entanto, existem muitas evidências sugerindo que crianças e adolescentes
atualmente encontram-se menos aptos fisicamente que seus pares de
décadas anteriores. Ou ainda, que boa parte deles não atende os critérios
recomendados para a AFRS (SILVA; SILVA; OLIVEIRA, 2005).
Observa-se em estudos similares (GUEDES et al., 2002;
GONÇALVES; GONÇALVES, FILHO, 2009) que buscaram analisar a
associação entre componentes da AFRS como a força/resistência muscular e
flexibilidade com a prática habitual de atividades físicas que não ocorreram
associações significativas. Portanto, ser habitualmente ativo não garante
necessariamente melhor índice de aptidão física.
Outro estudo (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2008) que focou a aptidão física
em escolares trouxe como resultados que flexibilidade e força/resistência
apresentaram comportamento irregular quando considerados os grupamentos
etários.
6
Os resultados de outra pesquisa (DETSCH et al., 2007) que analisou
meninas com idade entre 8 a 11 anos mostraram-se preocupantes, pois os
componentes de aptidão resistência muscular e flexibilidade, em grande parte
dos escolares apresentaram escores abaixo dos limites mínimos das zonas
saudáveis de aptidão física relacionada à saúde. Devido a esses escores
insatisfatórios, e de acordo com os fundamentos teóricos da AFRS, esse
grupo pode estar exposto a problemas posturais, articulares, lesões músculo-
esquelético, osteoporose, lombalgias e fadigas localizadas.
A força/resistência e a flexibilidade são componentes motores da
AFRS, e são considerados os moduladores do sistema músculo-esquelético. A
força/resistência é importante na relação aptidão física/saúde, pois são
requeridas em várias atividades diárias, tais como: carregar compras,
transportar objetos, manter a postura, e utilizados em emergências ocasionais
(GLANER, 2003).
A força é relevante em qualquer faixa etária para a prevenção,
manutenção e promoção da saúde. Existem indícios de que índices
adequados de força/resistência previnem problemas posturais, articulares e
lesões músculo-esquelético. Assim debilidades nestes componentes indicam
riscos de lombalgia e fadiga localizada (GEORGE; FISHER; VEHRS, 1996). A
interação entre essas variáveis será discutida a seguir.
2.2 Força, flexibilidade e lombalgia
A obtenção de equilíbrio nas estruturas que compõem a pilastra de
sustentação humana (coluna vertebral), evitando quadros dolorosos a ela
relacionados, não se constitui em tarefa fácil, devido principalmente às
constantes mudanças de posturas realizadas diariamente pelo homem,
expondo sua estrutura morfofuncional a uma série de agravos. A falta ou
excesso de esforço físico nessas estruturas facilmente acarretará danos à
mecânica do ser humano em seus componentes osteomioarticulares
(TOSCANO; EGYPTO, 2001).
Níveis adequados de aptidão física podem contribuir na postura
corporal durante as funções diárias com economia de energia sem exceder o
7
limite tolerável músculo-articular (ACHOUR JUNIOR, 1995). Ao contrário, a
inatividade física estaria relacionada direta ou indiretamente com dores na
coluna; a maior parte da atenção dirige-se a considerá-la um subproduto da
combinação da aptidão músculo-esquelética deficiente e uma ocupação que
force essa região (NEIMAN, 1999; SANTOS, 1996). Músculos fracos
associados ao uso inadequado no dia-a-dia expõem as estruturas da coluna a
agravos; o fortalecimento da musculatura do tronco pode proporcionar maior
proteção nas atividades diárias (SANTARÉM, 1995).
Apesar de haver evidências de que grupos ativos têm menor
probabilidade de sofrer lesão e dor na região lombar, ou seja, menos episódios
que seus congêneres sedentários, apenas o fato de realizar uma atividade
física no cotidiano não implica fator de proteção para a coluna, sendo os
cuidados com o tipo de exercício, nível de atividade, carga de trabalho,
postura corporal na infância/adolescência merecedores de criteriosos cuidados
(HARREBY et al., 1999).
Embora faltem provas científicas, um índice de força/resistência baixo
na musculatura abdominal tem sido relacionado à etiologia da dor lombar de
origem muscular (GLANER, 2003). A síndrome da dor lombar tem sido
atribuída, em parte, pela fraqueza muscular, principalmente na região
abdominal e a baixa flexibilidade articular no dorso e nos membros inferiores
(KLEINPAUL et al., 2008).
A força/resistência e a flexibilidade estando debilitadas podem
desencadear distúrbios músculo-esqueléticos graves que resultam em dor e
desconforto considerável. A musculatura fortalecida pode reduzir a
probabilidade de ocorrência de entorse, rupturas musculares e outras lesões,
características de quem pratica atividade física (POLLOCK; WILLMORE,
1993).
Músculos fracos atingem a condição de fadiga mais facilmente que
músculos fortes, aumentando as probabilidades de lesões e dificultando
manter a coluna em seu alinhamento adequado. Déficits de força muscular
associada a lombalgias ocorrem em função de que a atrofia muscular
resultante leva à sobrecarga de outras estruturas lombares, bem como a
diminuição da coordenação do correto movimento a ser realizado pelas
estruturas osteo-mio-articulares, nos esforços de levantamento de peso nas
8
atividades da vida diária. A diminuição da força provavelmente estaria
relacionada à dor (TOSCANO; EGYPTO, 2001).
Várias explicações são encontradas acerca da dor lombar. Uma vai ao
encontro de que a flexibilidade reduzida da região lombar e da musculatura
posterior da coxa, aliada a uma reduzida força/resistência destas regiões e
outros fatores etiológicos, contribui para o desenvolvimento da dor lombar de
origem muscular. No entanto, essa mesma instituição coloca que são
necessárias mais evidências científicas para tal afirmação (ACSM, 1996).
Outra caracteriza a musculatura da região lombar dificilmente como fraca, e a
dor nessa região deve-se em grande parte à fraqueza dos músculos
abdominais (KENDALL; MAcCREARY,1986).
Em particular, enfatiza-se a relação da lombalgia com a fraqueza dos
músculos paravertebrais e, sobretudo, abdominais, e nos baixos níveis de
flexibilidade na região lombar e dos grupos musculares da parte posterior da
coxa, bem como em atividades físicas de contato e impacto (TROUSSIER,
1994).
Um estudo japonês demonstrou que indivíduos com uma história
prévia de lombalgia apresentam pouca força muscular no tronco e fraqueza
muscular generalizada, se comparados com aqueles que não apresentam
essa patologia (LEE; NAKAMURA, 1994). Estudo com escolares identificou
menor força dos músculos da coluna e do abdome nos indivíduos que sentiam
dor na lombar comparados com os controles (SALMINEN, 1992).
A menor mobilidade no quadril contribui para a lombalgia. A dor resulta
da compressão dos elementos posteriores da coluna vertebral, e subsequente
inflamação ao redor das raízes nervosas. Neste exemplo, os elementos de
base são o encurtamento dos flexores e da cápsula articular do quadril,
exercendo tração sobre a pelve em uma inclinação anterior e o alongamento e
enfraquecimento dos músculos abdominais, que se tornam incapazes de
proporcionar contra-força em nível adequado na execução de tarefas do
cotidiano. Nessa situação, deve ser instituída uma intervenção capaz de
aumentar o comprimento dos flexores do quadril, reduzir a rigidez na cápsula
articular do quadril, e de aprimorar o acionamento neuromuscular e a
resistência muscular dos músculos abdominais (LAMEIDA; JABUR, 2007).
Quanto à flexibilidade, indivíduos inativos apresentam amplitude
9
articular reduzida em várias tarefas diárias; o resultado é, normalmente, rigidez
articular e limitação grave do movimento, impossibilitando-o de ser realizado
sem dor (ACHOUR JUNIOR, 1995).
A melhora da amplitude do movimento tem sido associada com alívio
dos sintomas nas lombalgias agudas e crônicas, podendo ser observada em
muitos programas de tratamento e reabilitação; o papel de níveis elevados de
flexibilidade associados a menos riscos de futuras queixas lombares não
apresenta ainda sólida base científica (BIGOS, 1990).
Portanto, pessoas mais fracas necessitam de mais esforços para
realizar determinadas tarefas, ficando mais expostas a lesões, e pessoas
pouco flexíveis, em geral, têm dificuldade de manter as várias posturas,
estressando os discos vertebrais (TOSCANO; EGYPTO, 2001).
O equilíbrio muscular da força e da flexibilidade dos músculos
agonistas e antagonistas não implica indicar que os dois segmentos devem ter
semelhantes índices de força e flexibilidade. Não podemos esquecer da
variabilidade individual, em que a avaliação dos testes motores e necessidade
funcional de desempenho no cotidiano é que irá apontar a correta prescrição
desses componentes. Em geral, as pessoas apresentam a região da
musculatura do abdome mais fraca e da coluna menos flexível (FLAX, 1986).
A educação física pode contribuir de forma importante na prevenção
de síndromes dolorosas na coluna por proporcionar, através de programas de
força e flexibilidade, maior conscientização da postura (KISNER; COLBY,
1992). O alongamento e o fortalecimento são medidas preventivas e
tratamento para a dor lombar baixa (GRAUP; SANTOS; MORO, 2010). Diante
destas premissas, fica evidente a importância desse componente para garantir
melhor desempenho das tarefas diárias com menos dor, principalmente na
região lombar e diminuir o risco de lesões, não afetando assim a vida
profissional e social (GLANER, 2003).
2.3 As consequências da lombalgia
A dor lombar tem como causas algumas condições, tais como:
congênitas, degenerativas, inflamatórias, infecciosas, tumorais e mecânico-
10
posturais. A lombalgia mecânico-postural, também denominada lombalgia
inespecífica, representa, no entanto, grande parte das algias de coluna
referidas pela população. Nela, geralmente ocorre um desequilíbrio entre a
carga funcional, que seria o esforço requerido para atividades do trabalho e da
vida diária, e a capacidade funcional, que é o potencial de execução para
essas atividades (ANDRADE; ARAÚJO; VILAR, 2005).
A dor segundo a IASP (Associação Internacional de Estudo da Dor)
em geral se traduz por uma “experiência sensorial e emocional desagradável
associada ou relacionada à lesão real ou potencial dos tecidos, ou descrita em
tais termos” (CROBIE et al., 1999). Alinhamentos estruturais anormais como
hiperlordose da espinha lombar ou “coluna estruturalmente plana”, podem ser
fatores para provocar dor lombar (MICHELI; ALLISON, 1999).
Existem preocupações com indícios de uma epidemia branca,
chegando-se inclusive a dizer que todas as pessoas irão apresentar, pelo
menos, um quadro álgico lombar em algum momento de sua vida, com a
agravante de que, na maioria dos casos, a dor é de curta duração e de
gravidade insuficiente para justificar uma consulta médica (CHEREN, 1992).
Tipicamente a duração da lombalgia por menos de 4 semanas é
considerada como aguda, menos de 12 semanas como subaguda e acima de
12 semanas como lombalgia crônica (GRABOIS, 2005). Existem várias
classificações para as lombalgias, dor lombar músculo-esquelética
inespecífica que é uma dor nas costas atribuída a uma tensão muscular,
deslocamento tensional lombos sacro, deslocamento tensional miofacial e
ainda dor mecânica causada por anormalidades musculares. A grande maioria
das lombalgias está nesta categoria (ARENA; BLANCHARD, 1996).
Entendendo que um dos fatores desencadeantes da lombalgia seja a
má postura nas atividades da vida diária, sejam elas de origem profissional ou
não, é possível que sejam agravadas pelo sedentarismo, pois os indivíduos
passam horas do seu dia sentados na frente da televisão ou micro-
computador, em cadeiras na sala de aula ou no trabalho, entre outros
(ACHOUR JUNIOR, 1995).
A postura sentada gera várias alterações nas estruturas
musculoesqueléticas dos diversos segmentos corporais. Aumenta em,
aproximadamente, 35% a pressão interna no núcleo do disco intervertebral,
11
estira todas as estruturas (ligamentos, pequenas articulações e nervos) da
coluna vertebral, reduz a circulação de retorno dos membros inferiores e
promove o desenvolvimento de processos inflamatórios nas estruturas
osteomusculares com sintomatologia dolorosa associada (ZAPATER et al.,
2004).
Desse modo, infere-se que a lombalgia referida pelos indivíduos que
permanecem por longos períodos na posição sentada encontra-se associada
tanto ao sedentarismo quanto à má postura, que por sua vez tende a gerar
desequilíbrios musculares, os quais remetem novamente a má postura. Assim
sendo, um círculo vicioso é estabelecido (TOSCANO; EGYPTO, 2001).
Os movimentos da coluna são resultantes de uma série de pequenos
deslocamentos de ossos e tecidos moles, atuando sob a ação de músculos, e
sem esses, ela seria totalmente instável, pois sua função é manter a postura
(TOSCANO; EGYPTO, 2001).
Com os números de prevalência de lombalgia sempre expressivos a
favor de diversos segmentos da população, talvez mais importante que
prevenir o aparecimento da dor lombar é evitar que ela volte; se não forem
tomadas providências quanto à mudança de hábitos, os riscos de recidiva
aumentam 60% no mesmo ano ou no seguinte, sendo a falta de exercícios um
dos fatores que causam a cronicidade das dores na coluna (BERNARD, 1993).
O próximo tópico aborda a prevalência de lombalgia na faixa etária
objeto deste estudo.
2.4 Prevalência de lombalgia em crianças e adolescentes
A etiologia da dor lombar é difícil de ser identificada pelo fato de se
manifestar-se sob várias condições. As dores têm apresentado associação
com fatores como: sexo feminino, obesidade, sedentarismo, níveis elevados
de atividade física, flexibilidade reduzida e hábitos posturais (GRAUP;
SANTOS; MORO, 2010).
A dor lombar tornou-se um grave problema de saúde pública, pois
possui alta incidência na população economicamente ativa, em adolescentes e
crianças (BALAGUÉ; DUTOIT; WALDBURG, 1988). Muitas vezes, a
12
ocorrência da lombalgia precede ou é concomitante às alterações da postura
corporal (LAMEIDA; JABUR, 2007).
Muitos problemas posturais, em especial aqueles relacionados com a
coluna vertebral, têm sua origem no período de crescimento e
desenvolvimento corporais, ou seja, na infância e adolescência. Além disso,
durante essas fases, os indivíduos estão sujeitos a comportamentos de risco
para a coluna, principalmente aqueles relacionados à utilização de mochilas e
à postura sentada (LAMEIDA; JABUR, 2007).
Os fatores de risco para o desenvolvimento de dores lombares -
independente da idade- são multifatoriais, tais como o gênero, antropometria
(altura e peso corporal), diminuição da flexibilidade e mobilidade dos
músculos, hipermobilidade, obesidade, psicos-sociais, participação em
esportes de competição; o peso, tipo e modo de carregar a mochila; hábitos
posturais incorretos; atividade ocupacional após o período escolar; atividades
sedentárias (tempo na frente da TV e no computador e/ou videogame); nível
de atividade física e tabagismo (CARDON; BALAGUÉ, 2004).
Alguns estudos apontam que lombalgias são freqüentes na idade
adulta e na velhice, sendo raras na infância e adolescência. A idade média de
aparecimento gira em torno dos 35 anos, sendo incomum sua presença abaixo
dos 20 e acima dos 60 anos (ABREU et al., 2007; JESUS; MARINHO, 2006).
A prevalência de lombalgia aumenta com a idade. A maior prevalência ocorre
no grupo 49-65 anos, o que pode dever-se a processos degenerativos osteo-
musculares (WEBB et al., 2003).
Na adolescência, é consenso que a prevalência de dor lombar vem
aumentando consideravelmente nas últimas décadas, sendo ainda mais
significativa quando se perpetua para a idade adulta. Nessa perspectiva, um
estudo (BALAGUÉ; TROUSSIER; SALMINEN, 1999) sobre dor lombar em
adolescentes, apontou prevalências elevadas, variando entre 30 e 51%. Outra
pesquisa (FAIRBANK et al., 1984) observou este problema em estudantes de
ambos os sexos e indicou que 50% das dores na coluna incidiam sobre a
região lombar.
Outros apontamentos dizem que a prevalência de dores lombares em
crianças de 9 a 10 anos é similar a da população adulta (MÉNDEZ; GÓMEZ,
2001). Em um estudo longitudinal com adolescentes de 12 a 15 anos, foi
13
observado que a incidência anual de sintomas musculoesqueléticos na coluna
vertebral foi de 21,5% (BURTON, 1996). Em outro estudo com 1.389 escolares
dinamarqueses de 13 a 16 anos, foi constatado que 19,4% apresentaram
dores na coluna lombar (HARREBY et al., 1999).
Um estudo apontou que a incidência de dor lombar de escolares foi de
33% em crianças de 8 a 10 anos e 47% em adolescentes de 14 a 16 anos
(WEDDERKOPP et al., 2001). Em estudo similar que observou 254 meninas
na faixa etária de 8 a 16 anos, notou-se que 31,4% apresentaram dor na
coluna lombar (WEDDERKOPP et al., 2005).
Estudo (GRAUP; SANTOS; MORO, 2010) com adolescentes de
ambos os sexos e com idades na faixa etária de 15 a 18 anos apontou que as
prevalências de dor (49,3%) e desvios posturais (53,8%) na coluna lombar
foram elevadas, e a relação entre essas variáveis não se apresentou de forma
significativa. As principais causas de dor lombar envolveram a prática de
esportes ou atividades vigorosas, e a permanência durante longos períodos de
tempo na posição sentada.
Uma pesquisa que objetivou verificar a prevalência de dor lombar em
adolescentes e sua relação com a prática de esportes e atividades
sedentárias, envolvendo 1.236 escolares das 5a a 8a séries de Bauru, São
Paulo, Brasil; verificou uma prevalência de dor lombar de 19,5%, sendo 7%
nos meninos e 12,5% nas meninas, com diferença estatisticamente
significante entre os gêneros, a faixa etária e prática de esportes (VITTA et al.,
2011).
Nos estudantes de uma região do Kuwait (SHEHAB et al., 2004), foi
observado que 50,8% dos meninos e 64,7% das meninas relataram essa
queixa, e, na Turquia, constataram que estava presente em 40,9% da
população estudada (ÇAKMAK et al., 2004). Em 204 adolescentes de
Moçambique, foi notado que 13,5% referiram dor (PRISTA et al., 2004).
Alguns estudos verificaram que 28,4%, 26% e 34% dos escolares relataram
dor na coluna, respectivamente (BEJIA et al., 2006; HESTBAEK; LEBOEUF-Y;
KYVIK, 2006; CHIANG; JACOBS; ORSMOND, 2006).
Logo, um estudo que possa entender melhor essa relação entre
aptidão física e dores na coluna vertebral em crianças e adolescentes torna-se
relevante, na medida em que intervenções podem ser desenvolvidas por
14
profissionais especializados no sentido de prevenir os fatores predisponentes
e promover a saúde, contribuindo para melhorar as atividades funcionais no
cotidiano.
15
3 MÉTODOS
3.1 Caracterização do Estudo
O estudo foi de cunho quantitativo, utilizando metodologia correlacional, e
se caracteriza como transversal, no qual os Teste de Elevação de Tronco e
Teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado foram coletados somente em um
momento. A única exceção foi a escala de dor na coluna que foi aplicada em
dois momentos para verificação de sua reprodutibilidade.
3.2 Amostra
Participaram do estudo sujeitos provenientes de duas escolas da rede
estadual de ensino da cidade de Londrina, Paraná, escolhidas por
conveniência pela representatividade em meio ao universo das escolas. A
amostra envolvida nos testes foi diferente; sendo um total de 138 escolares
para o teste de Elevação de Tronco, 60 meninos e 78 meninas; e para o Teste
de “Sentar-e Alcançar” Alternado 105 escolares, 41 meninos e 64 meninas. As
características dos grupos são descritas nas tabelas 1 e 2 de acordo com o
teste envolvido.
Tabela 1. Caracterização da amostra para o teste de Elevação de Tronco.
MENINOS (n=60)
MENINAS (n=78)
MENINOS X
MENINAS
Média DP Média DP p
Idade (anos) 14,01 0,89 14,19 0,90 0,397 Peso (Kg) 56,69 13,19 51,15 9,85 0,022 Estatura (cm) 165,24 8,10 160,55 6,05 0,162 IMC (kg/m²) 20,66 4,16 19,77 3,21 0,090
16
Tabela 2. Caracterização da amostra para o teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado.
MENINOS (n=41) MENINAS (n=64) MENINOS X
MENINAS
Média DP Média DP p
Idade (anos) 14,00 0,93 14,28 0,89 0,875 Peso (Kg) 55,52 11,60 51,41 9,51 0,279 Estatura (cm) 164,53 8,00 161,31 6,00 0,081 IMC (kg/m²) 20,43 3,65 19,67 2,95 0,305
3.3 Instrumentos e procedimentos
O presente estudo se encontra vinculado a um estudo maior
denominado “Utilização de critérios para aptidão física de crianças e
adolescentes”, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres
Humanos da Universidade Estadual de Londrina – UEL, conforme Parecer de
Aprovação no. 234/10, de 20/10/2010 (ANEXO I). Para a participação no
estudo todos os sujeitos receberam e entregaram assinado por eles e pelos
seus pais ou responsáveis o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
constando todos os procedimentos que foram adotados, bem como formas de
contato para o esclarecimento de possíveis dúvidas (APÊNDICE I).
3.3.1 Teste de Elevação de Tronco
O teste de Elevação de Tronco (MEREDITH; WELK, 2007) foi aplicado
como estimativa de flexibilidade da região abdominal e força da região lombar
com seguintes procedimentos:
Instruções: O avaliado foi orientado a elevar a parte superior do corpo
(cabeça e tronco) a partir do solo e manter esta posição por tempo suficiente
para que a medida fosse registrada (aproximadamente dois segundos) para
tanto uma escala de medida foi posicionada a uma distância aproximada de 25
cm do queixo do avaliado. A execução do teste foi realizada de maneira lenta e
controlada, procurando alcançar a elevação máxima. No entanto caso o
17
avaliado atingisse a altura de 30 cm eram orientados a manter a posição e
retornarem, visando diminuir o risco de lesões. Duas tentativas com intervalo
suficiente para total recuperação do avaliado foram realizadas.
Escores: a distância alcançada a cada centímetro, registrada por
intermédio da escala de medida fixada à frente da cabeça do avaliado e
determinada pela distância entre o colchão e a região inferior do queixo. Para
efeito de resultado final do teste, computa-se a maior distância alcançada
entre as duas tentativas realizadas. Os critérios do teste se encontram no
Anexo II.
3.3.2 Teste “Sentar-e-Alcançar” Alternado
O Teste “Sentar-e-Alcançar” Alternado (MEREDITH; WELK, 2007) foi
aplicado como indicador da flexibilidade de membros inferiores.
Instruções: o avaliado manteve apenas uma das pernas estendida na
tentativa de evitar hiperextensão da coluna lombar. A outra perna com o joelho
flexionado, a planta do pé totalmente em contato com o solo. Os braços
estendidos à frente sobre a escala de medida fixada na superfície superior da
caixa. Para registro dos resultados, o avaliado, com a palma das mãos voltada
para baixo e em contato com a caixa, estende-se à frente e ao longo da escala
de medida onde procurou alcançar a maior distância possível em movimento
lento e sem solavancos. O movimento foi repetido por três vezes para cada
hemicorpo (direito/esquerdo). O equipamento utilizado foi o banco de Wels.
Para efeito de resultado final do teste, foi computada a maior distância
alcançada nos três movimentos de cada hemicorpo. Os critérios do teste se
encontram no Anexo II.
3.3.3 Escala de Dor
Visando obter informações sobre a presença de dor na coluna foi
aplicado um instrumento com a seguinte pergunta: “Durante um dia comum
você sente dor em alguma dessas regiões da coluna? Se sente, qual a
intensidade de 0 a 10 (marque um traço)?” no qual os indivíduos indicaram
18
primeiramente a presença ou ausência de dor na região da coluna cervical,
toráxica e lombar, no caso de existir a presença indicaram em uma escala
análoga de 0 a 10 qual a intensidade da dor. Para auxiliar os indivíduos na
identificação, continha um desenho indicando cada região e o local para
indicação da presença e intensidade estará ao lado. Como o foco do presente
estudo foi a lombalgia, os dados que foram levados em consideração do
presente questionário se restringiu a região lombar (ANEXO III).
3.4 Análise Estatística
O Teste Shapiro Wilk foi empregado para análise da distribuição dos
dados. Medidas de tendência central e dispersão foram utilizadas para
caracterização da amostra. A associação foi verificada pelo teste do Qui-
quadrado. A comparação entre os grupos se deu através do teste “t” de
Student. A reprodutibilidade foi verificada pelo Coeficiente de Correlação
Intraclasse. A significância adotada para os testes foi de p<0,05.
19
4 RESULTADOS
Os resultados para os testes de aptidão, reprodutibilidade da escala de
dor e associações entre ausência de dor e atendimentos dos critérios dos
testes envolvidos no estudo estão descritos nas tabelas 3, 4, 5, 6 e 7.
Tabela 3. Teste de Elevação de Tronco e identificação de dor na coluna lombar.
MENINOS (n=60)
MENINAS (n=78)
MENINOS X
MENINAS
Média DP Média DP p
Elevação de Tronco(cm)
24,23 5,44 23,74 4,72 0,371
Dor(Intensidade)* 4,89 2,36 4,77 2,90 0,897 *A Média e o DP para a dor foram calculados apenas para os meninos (n=14) e meninas (n=31) que indicaram sua presença. p<0,05
Os pontos de corte para identificação de dor na coluna lombar através
da escala subjetiva de dor, corresponderam aos valores referentes ao Quintil 5,
e foram calculados separadamente para os grupos que realizaram os testes,
pois a composição da amostra era diferente. No grupo que realizou o teste de
Elevação de Tronco os valores médios para os indivíduos que relataram a dor
foram de 2,86 e 5,84 para meninos e meninas respectivamente. No teste de
“Sentar-e-Alcançar” Alternado os pontos de corte adotados foram 3,42 e 4,90
para meninos e meninas que indicaram presença de dor respectivamente. Os
resultados não apresentaram diferenças significativas entre os sexos tanto para
força/flexibilidade, quanto para escores de dor na coluna lombar.
20
Tabela 4. Teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado e identificação de dor na coluna lombar.
MENINOS (n=41) MENINAS (n=64) MENINOS X
MENINAS
Média DP Média DP p
SA dir (cm) 23,14 8,12 26,91 8,08 0,664 SA esq (cm) 22,08 8,25 26,21 8,25 0,973 Dor(intensidade)* 6,26 1,88 7,70 1,37 0,193 SA dir = Sentar e Alcançar hemicorpo direito; SA esq = Sentar e Alcançar hemicorpo esquerdo *A média e o DP para dor foram calculados apenas para os meninos (n=8) e meninas (n=13) que indicaram sua presença p<0,05
Como abordado no teste anterior, os pontos de corte para identificação
de dor lombar para o teste de “Sentar- e Alcançar” Alternado também foram
obtidos através do Quintil 5, com valores correspondentes a 3,42 para os
meninos e 4,90 para as meninas. Os resultados não apresentaram diferenças
significativas entre os sexos nos parâmetros de flexibilidade e escores de dor
na coluna lombar.
Tabela 5. Descrição e reprodutibilidade de diferentes intervalos de dias na aplicação da escala de dor.
Dias entre as aplicações
Coeficiente de Correlação Intraclasse
Média DP p Meninos (n=25) 08,20 1,50 0,761 0,001 (n=35) 26,69 2,31 0,940 0,001 Meninas (n=23) 07,78 1,35 0,946 0,001 (n=55) 27,05 2,26 0,874 0,001
Foi verificada a reprodutibilidade da escala subjetiva de dor devido à
falta de validação do instrumento (Tabela 5). Os resultados apontam que a
escala apresentou alta reprodutibilidade, mesmo com diferentes intervalos
entre os momentos de aplicação.
21
Tabela 6. Associação entre ausência de dor na coluna lombar e o
atendimento dos critérios para o Teste de Elevação de Tronco.
MENINOS
Dor Ausente Dor presente Total
Atende 45,0% 13,3% 58,3%
Não Atende 35,0% 6,7% 41,7%
Total 80,0% 20,0% 100,0%
x² 0,429
p 0,513
MENINAS
Atende 41,0% 11,5% 52,6%
Não Atende 39,7% 7,7% 47,4%
Total 80,8% 19,2% 100,0%
x² 0,412
p 0,521
Não foram encontradas associações entre o atendimento dos critérios
para o teste de Elevação de Tronco e a Ausência de dor na Coluna Lombar de
adolescentes (tabela 6). A proporção de não atendimento dos critérios no teste
de aptidão envolvendo músculos lombares (estimativa de força) e abdominais
(flexibilidade) foi alta para ambos os sexos, abrangendo 41,7% dos meninos e
47,4% das meninas, não havendo diferença significativa entre os sexos.
22
Tabela 7. Associação entre ausência de dor na coluna lombar e o
atendimento dos critérios para o teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado
MENINOS
Dor Ausente Dor presente Total
Atende 51,2% 7,3% 58,5%
Não Atende 29,3% 12,2% 41,5%
Total 80,5% 19,5% 100,0%
x² 1,812
p 0,344
MENINAS
Atende 32,8% 7,8% 40,6%
Não Atende 46,9% 12,5% 59,4%
Total 79,7% 20,3% 100,0%
x² 0,032
p 0,859
A tabela 7 mostra os resultados para o teste de aptidão envolvendo
somente flexibilidade (“Sentar-e Alcançar” Alternado), não foram verificadas
associações significativas entre o atendimento dos critérios do teste com a
ausência de dor na coluna lombar (p>0,05). Quanto à proporção de indivíduos
que não atenderam aos critérios do teste, para os meninos o não atendimento
foi de 41,5%, enquanto para as meninas foi de 59,4%, não havendo diferença
significativa entre os mesmos.
23
5 DISCUSSÃO
No que diz respeito a medidas de força/resistência muscular e
flexibilidade, é importante salientar que essas não se configuram como uma
característica geral de todo o corpo, mas sim de acordo com uma estrutura
articular isolada e para um determinado movimento (GUEDES, 2007). Dessa
forma nenhuma medida por si só é representativa da flexibilidade global, são
necessárias várias provas, que incidam sobre as diferentes estruturas
articulares, para darem uma informação mais precisa, mais próxima do valor
real. Não é fácil isolar a mobilidade de cada grupo articular sem que haja
envolvimento das articulações próximas, tornando-se difícil estabelecer a ação
de cada uma (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2006).
As medidas diretas implicam meios tecnológicos, que apesar de
respeitarem o princípio da especificidade articular são onerosas, de aplicação
lenta e inviável para grandes amostras populacionais; por sua vez, as medidas
indiretas, que são meios práticos, econômicos e de rápida e fácil aplicação. A
maior limitação das técnicas indiretas está relacionada ao número de
articulações envolvidas na avaliação de uma determinada tarefa motora, onde
a eficiência de uma articulação pode compensar a deficiência de outra, e vice-
versa (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2006).
Assim, para evitar esse problema, o Cooper Institute for Aerobics
Research propôs o “Back Saver Sit-and-Reach” (MEREDITH; WELK, 2004).
Esse teste é caracterizado por uma medida unilateral dos membros inferiores
que resultaria em uma diminuição da pressão nos discos intervertebrais. Essa
alteração permite uma comparação entre os membros inferiores. Entretanto,
não elimina as influências antropométricas.
Ainda que careça de consistência (SILVA, 2002), a maior parte das
investigações produzidas no âmbito da flexibilidade demonstram que as
meninas são mais flexíveis do que os meninos. Esta informação não foi
identificado no presente estudo, não sendo apontadas diferenças significativas
entre os sexos para o teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado (indicador de
flexibilidade para membros inferiores), não foram verificadas tanto para o
hemicorpo direito (p= 0,664) como para o esquerdo (p= 0,973). Comportamento
semelhante ocorrendo para o teste de Elevação de Tronco (indicador de
24
flexibilidade para músculos abdominais) no qual p= 0,371, mas o qual também
parece solicitar a força dos músculos da região lombar.
Déficits de força muscular associada a lombalgias ocorrem em função de
que a atrofia muscular resultante leva à sobrecarga de outras estruturas
lombares, bem como a diminuição da coordenação do correto movimento a ser
realizado pelas estruturas osteo-mio-articulares, nos esforços de levantamento
de peso nas atividades da vida diária. A diminuição da força provavelmente
estaria relacionada à dor (TOSCANO; EGYPTO, 2001
A instabilidade quanto à diferença da flexibilidade dos sexos se explica a
partir da afirmação que a flexibilidade atinge seu valor máximo já na infância,
com tendência à redução na puberdade (BERGMANN et al., 2005). Mudanças
anatômicas e estruturais desencadeadas pela puberdade, possivelmente
influenciam no desempenho da flexibilidade em ambos os sexos (MARQUES;
GAYA, 1999), embora haja evidencias que o crescimento não é a causa do
decréscimo da flexibilidade com a idade (MICHELLI et al, 2000).
O que se sabe é que as meninas são mais flexíveis do que os meninos,
porém não há certeza de que tal situação esteja mais próxima das
características anátomo-fisiológicas do que das influências ambientais, nesse
contexto, a flexibilidade é a variável que menos diferencia os sexos (GLANER,
2008; MICHELLI, 2000).
Uma possível limitação do presente estudo, talvez possa se associar à
não identificação do estagio de maturação dos adolescentes, concordando ou
divergindo com as informações que dizem respeito a flexibilidade e puberdade,
que poderia ter respondido melhor a questão da proporção de atendimento aos
critérios do testes, onde não foram testadas as diferenças entre os sexos,as
proporções de atendimento foram de 58,5% para os meninos e 40,6% para as
meninas no teste de “Sentar-e-Alcançar” Alternado, 58,3% para os meninos e
52,6% para as meninas no teste de Elevação do Tronco.
Um estudo que investigou a avaliação da composição corporal e
desempenho motor referenciada por normas e critérios em meninos e meninas
(ARRUDA ET AL, 2010), fala da proporção de indivíduos que atendem aos
critérios da Physical Best (1988), foi verificada uma proporção de 67,9% e
58,1% no teste “Sentar-e-Alcançar” para meninas e meninos respectivamente,
divergindo com os achados do presente estudo, onde os meninos possuem
25
maior proporção de atendimento aos critérios para ambos os testes (Elevação
de Tronco e “Sentar-e-Alcançar” Alternado).
Um estudo (ARRUDA; STELLBRINK; OLIVEIRA, 2010) demonstrou uma
relação inversamente proporcional entre a idade e a flexibilidade, onde quanto
maior a idade menor a flexibilidade, bem como quanto maior a flexibilidade
menor a idade.
Além disso aspectos como treinamentos específicos à esta capacidade
física evidenciam melhores índices de flexibilidade do que os não-treinados ou
treinados de forma genérica.
Parece que a flexibilidade e sua relação com incômodos lombares não é
um consenso na literatura. Um estudo envolvendo 96 indivíduos com
lombalgia, não verificou relação entre a flexibilidade do tronco, avaliada com
goniômetro, e o referido incômodo (SULLIVAN; SHOAF; RIDDLE, 2000). Já
outros dados em estudo prospectivo abrangendo 3.020 trabalhadores,
apontaram uma relação entre os resultados no Teste de Sentar e Alcançar e a
lombalgia (ESCOLA et al, 1996). Talvez, parte da diferença nas conclusões
desses estudos possa ser explicada pelo número de pessoas estudadas e pela
forma de avaliação da flexibilidade.
Um estudo que utilizou os mesmos testes da presente pesquisa,
apontou outros possíveis fatores que poderiam influenciar nos resultados para
flexibilidade e que não foram mensurados, se referem a algumas medidas
antropométricas, como comprimento dos membros inferiores e superiores,
altura do tronco e altura sentado (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2006).
A mesma pesquisa citada anteriormente, que utilizou como amostra 52
adolescentes caucasianos, 24 rapazes com idade média de 16,4 anos e 28
moças com idade média de 16,2 anos, também não encontram diferenças
significativas na comparação entre os sexos no teste de Elevação de Tronco. O
que vem de encontro com as informações do presente estudo, apesar da faixa
etária e o tamanho da amostra serem diferentes.
Quanto à freqüência de dor na coluna lombar dos adolescentes, foram
apontados resultados sem diferenças significativas entre os sexos, tanto para o
teste de Elevação de tronco (p= 0,897), quanto para o teste de “Sentar-e
Alcançar” Alternado (p= 0,193).
26
Uma limitação do instrumento utilizado para identificação de dor na
coluna lombar, apesar de alta reprodutibilidade (p< 0,01), é o fato de não
reportar perguntas que dizem respeito à frequência de dor durante a vida
(semana/meses/anos). Apesar da proporção de meninas que reportaram a
presença de dor (39,74%) ter sido superior à proporção de meninos (23,33%),
não foram identificadas diferenças significativas entre os sexos quanto a
intensidade da dor relatada.
Uma investigação realizada a cerca da lombalgia em cuidados de saúde
primários, apontou que as mulheres apresentaram uma prevalência elevada de
lombalgia em relação aos homens. Este fato pode estar relacionado com
tarefas domésticas e sobrecarga repetida da coluna lombar durante esses
trabalhos geralmente realizados pelas mulheres (PONTE, 2005).
Um estudo que investigou a frequência de dor lombar de adolescentes
com media de idade de 16 para os meninos e 15,87 para as meninas, reportou
uma prevalência de 49,6% (n= 171) no grupo geral, com acometimento maior
pelo grupo feminino, atingindo 53% das avaliadas, enquanto o grupo masculino
apresentou prevalência de 46,2% (GRAUP; SANTOS; MORO, 2010).
Apesar de o presente estudo não verificar a prevalência de dor lombar
nessa população, o fato de os adolescentes desse envolvidos apresentarem
quadros dolorosos, ressalta o quanto é importante o diagnostico precoce de
fatores envolvidos nessa problemática, uma vez que pode afetar a qualidade
de vida dos indivíduos.
As variações nos relatos de dor encontradas na literatura podem ser
relacionadas à definição de dor lombar, às diferenças entre populações, ao
fator tempo, aos fatores psicológicos, como também a outros aspectos da
personalidade das crianças e adolescentes (VITTA et al., 2011).
A mesma investigação citada anteriormente (VITTA et al., 2011), que
verificou a prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares,
apontou que em relação ao gênero, as meninas tiveram cerca de duas vezes
mais chances de ter dor lombar do que os meninos.
As diferenças entre os sexos podem ser explicadas por meio de algumas
suposições. A primeira está relacionada à força física, que é menor nas
mulheres do que nos homens, fazendo com que o gasto energético delas seja
27
maior quando expostas à demanda de trabalho similar, aumentando o risco de
sobrecarga musculoesquelética (VITTA et al, 2007).
Uma outra é de ordem psicossocial, pois se acredita que as mulheres se
queixam com maior frequência do que os homens, ou seja, de acordo com
essa linha, os contrastes resultam das diferenças na predisposição de homens
e mulheres quanto a relatar as informações. Talvez as mulheres tenham mais
permissão social para falarem sobre seus sintomas e sentimentos ou tenham
uma capacidade de observação mais desenvolvida, devendo-se ambos os
eventos a fatores sociais e educacionais (VITTA et al, 2007).
Outra limitação da presente investigação se refere ao fato de não ter
investigado a atividade física habitual dos adolescentes, que talvez pudesse
causar influência entre os que reportaram a dor.
Estudos que envolvam a associação de testes neuromusculares na
identificação de dores na coluna lombar de adolescentes são escassos, o que
torna essa investigação de grande contribuição para a literatura.
Apesar dos resultados não apontarem associação entre o atendimento
dos critérios dos testes e ausência de dor na coluna lombar dos adolescentes,
novas investigações podem ser realizadas utilizando amostras representativas,
diferentes faixas etárias, envolver variáveis que possam ter influência nos
resultados, para obter respostas que talvez possam mudar os achados do
presente estudo, ou modificar os pontos de corte dos testes como meio de
identificação da dor.
28
6 CONCLUSÃO
O atendimento dos critérios dos testes de Elevação de Tronco e “Sentar-
e- Alcançar” Alternado, não apresentaram associação com a ausência de dor
lombar de adolescentes escolares de ambos os sexos, descartando as
hipóteses do estudo.
Não foram apontadas diferenças significativas em relação à freqüência
de dor na Coluna lombar de acordo com o sexo.
O instrumento adotado para identificação de dores na coluna lombar
apresentou alta reprodutibilidade, mesmo com diferentes intervalos de dias na
aplicação entre os momentos.
Recomendam-se novas investigações envolvendo amostras
representativas e de outras populações, uma vez que o número reduzido de
indivíduos envolvidos no presente estudo não permite a generalização dos
resultados.
Sugerem-se também novas propostas associando o atendimento dos
critérios dos testes em questão com variáveis relacionadas à: atividade física
habitual, força/resistência de músculos abdominais, estágio de maturação
sexual e outros possíveis fatores que talvez influenciem sobre os resultados de
uma forma geral.
Os testes abordados e seus respectivos critérios do presente estudo,
apresentam um processo categorizado como de baixo custo e fácil aplicação,
mas devem ser utilizados com cautela se o objetivo for indicar indivíduos com
dores na coluna lombar.
29
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39
APÊNDICE I
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ID: Escola: Turma: Período:
Titulo da pesquisa: “Utilização de critérios para aptidão física de crianças e
adolescentes” Prezado(a) Aluno(a):
Gostaríamos de convidá-lo a participar da pesquisa “Utilização de critérios para aptidão física de crianças e adolescentes”, realizada na sua “escola” durante o período de aula. O objetivo da pesquisa é “analisar as possíveis associações existentes entre valores elevados de pressão arterial, a aptidão física e comportamentos relacionados à saúde”.
A sua participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma: respondendo um questionário em sala de aula, realização de testes (flexibilidade, força e capacidade aeróbica), medidas antropométricas (peso, estatura, circunferências e dobras cutâneas) e medida de pressão arterial.
Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária, podendo você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. As informações serão utilizadas somente para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade. Estes procedimentos não envolvem riscos a saúde de seus participantes, sendo amplamente utilizados em diversas pesquisas. Informamos que você não pagará nem será remunerado por sua participação.
Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode entrar em contato com o Pesquisador Responsável: Arli Ramos de Oliveira, pelo telefone (43) 3321-1299 (RG: 930.015-5/PR) e Gustavo Aires de Arruda (43) 9919-9186 (RG: 40.643.016-0), ou procurar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na Avenida Robert Koch, nº 60, ou no telefone 3371–2490. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida, assinada entregue a você.
Londrina, ___ de ________de 2011.
ALUNO _____________________________________ (nome por extenso do aluno), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em participar voluntariamente da pesquisa descrita acima. Assinatura (do aluno):________________________________________________________ Data:_____/______/______
PAIS E/OU RESPONSÁVEIS
_____________________________________ (nome por extenso dos pais e/ou responsáveis), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa, autorizo a participação. Assinatura (dos pais e/ou responsáveis):_________________________________________ Data:_____/______/______