universidade estadual de londrina...43,9%, (média de 32,5%), com mais de 50% entre 60 e 69 anos e...
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Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PREVALÊNCIA DE PRESSÃO ARTERIAL ELEVADA E FATORES ASSOCIADOS EM ADOLESCENTES DE
ALTO NÍVEL SOCIOECONÔMICO
Mariana Ferreira de Souza
LONDRINA – PARANÁ
2011
DEDICATÓRIA
A Deus, que sabe quem eu sou e me ama com todos meus defeitos e limitações...
3
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Orientador, Edilson Serpeloni Cyrino, que me provou que no
mundo ainda existem pessoas que se empenham na realização de seus sonhos e
não se conformam com a uniformidade, o que requer coragem. Dessa forma me
apoiou e me mostrou que o fazer é um desdobramento do ser e contribuiu para
minha formação, agregando valor e instigando meus sonhos.
Aos amigos e colegas do GEPEMENE, em especial Danilo Rodrigues Pereira
da Silva, que sempre foi atencioso e prestativo, me auxiliou e me ensinou muitas
coisas sem deixar de ser humilde.
Às minhas amigas da graduação: Fernanda Neri e Ana Paula Almeida que
tornaram meus dias um pouco mais felizes e, em especial, a Thaisa Costa Dias, que
sabe o verdadeiro significado do que é ser amiga.
À Karla Goessler, por toda compreensão, conselhos, risadas, lágrimas e
orações. "Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um
tesouro.” Eclo 6:14
A Fernando Goulart Campelo, que me possibilitou enxergar estradas que eu
sozinha não poderia enxergar, me emprestou os olhos, me socorreu e não me
deixou desistir.
E ao meu melhor amigo, que tem o dom de confundir os sábios e encantar os
simples, que entrou pela porta da minha vida e nunca mais o deixei sair. Ensinou-me
a ser uma legítima representante de sua ressurreição no mundo. Eu espero que as
pessoas, ao me olharem, não me vejam, mas que vejam o meu melhor amigo, em
mim.
4
EPÍGRAFE
“Para um apóstolo moderno, uma hora de estudo é uma hora de oração. Se tens de servir a Deus com a tua inteligência, para ti estudar é uma obrigação grave.”
São Josemaría Escrivá
5
SOUZA, Mariana Ferreira. Prevalência de pressão arterial elevada e fatores associados em adolescentes de alto nível socioeconômico. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.
RESUMO
O propósito do presente estudo foi verificar a prevalência de pressão arterial elevada
(PAE) e fatores associados em adolescentes de alto nível socioeconômico. A
amostra foi composta por 129 adolescentes de ambos os sexos, de 10 a 15 anos,
regularmente matriculados em uma escola particular da zona urbana do município
de Londrina/PR. Medidas antropométricas de massa corporal e estatura foram
utilizadas para a determinação do índice de massa corporal (IMC). A amostra foi
categorizada em peso normal e excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) de
acordo com os pontos de corte propostos por Cole et al. (2000). Como indicador de
adiposidade central utilizou-se a circunferência de cintura (CC), com base nos
pontos de corte sugeridos pela literatura (Katzmarzyk et al., 2004). A pressão arterial
(PA) em repouso foi determinada por aparelho automático (OMRON – HEM-742) e
os adolescentes foram classificados a partir de tabelas normativas recomendadas
pelo National High Blood Pressure Education Program (2004). Para verificar a
aptidão cardiorrespiratória (ACR), o teste de corrida de 20 metros foi aplicado. A
prevalência de PAE observada foi de 18,8 e 16,9% no sexo masculino e feminino,
respectivamente. A PAE se associou de maneira significante apenas com os
indicadores de adiposidade corporal. O que sugere que os adolescentes com
valores elevados de CC e IMC apresentam uma probabilidade aproximadamente
três vezes maior de desenvolverem PAE.
Palavras-chave: Hipertensão arterial; composição corporal; aptidão
cardiorrespiratória.
6
SOUZA, Mariana Ferreira. Prevalence of high blood pressure and associated
factors among adolescents of high socioeconomic status. Trabalho de
Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de
Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.
ABSTRACT
The purpose of this study was to determine the prevalence of high blood pressure
(HBP) and associated factors in adolescents of high socioeconomic status. The
sample consisted of 129 adolescents of both sexes, 10 to 15 years, enrolled in a
private school in the urban area of Londrina / PR. Anthropometric measurements of
body mass and height were used for the determination of body mass index (BMI).
The sample was categorized as normal weight and overweight (overweight or obese)
according to the cutoff points proposed by Cole et al. (2000). As an indicator of
central adiposity, we used the waist circumference (WC), based on the cutoff points
suggested by the literature (Katzmarzyk et al. 2004). Blood pressure (BP) at rest was
determined by automatic device (OMRON - HEM-742) and adolescents were
classified from standard tables recommended by the National High Blood Pressure
Education Program (2004). To determine cardiorespiratory fitness (CRF), the test of
test run of 20 meters (Léger, Lambert, 1982) was applied. The observed prevalence
of HBP was 18.8 and 16.9% in males and females, respectively. The PAE was not
significantly associated only with the indicators of adiposity, suggesting that
adolescents with elevated WC and BMI have an approximately three times more
likely to develop high BP.
Key Words: Hypertension; body composition; cardiorespiratory fitness;
7
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 08
2 OBJETIVO................................................................................................... 10
3 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 11
3.1 Pressão Arterial Elevada............................................................................. 11
3.2 Aptidão Cardiorrespiratória.......................................................................... 13
3.3 Excesso de Peso Corporal........................................................................... 14
4 MÉTODOS................................................................................................... 16
4.1 Sujeitos........................................................................................................ 16
4.2 Antropometria.............................................................................................. 16
4.3 Medida da Pressão Arterial......................................................................... 17
4.4 Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória.................................................... 17
4.5 Análise Estatística....................................................................................... 18
5 RESULTADOS............................................................................................. 19
6 DISCUSSÃO................................................................................................ 21
7 CONCLUSÃO............................................................................................... 23
REFERÊNCIAS............................................................................................ 24
APÊNDICE................................................................................................... 30
8
1 INTRODUÇÃO
A alta prevalência de hipertensão arterial observada na população brasileira
tem influenciando na gênese de doenças cerebrovasculares, disfunções
coronarianas, doença de retina, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e
doenças vasculares 1. O reconhecimento do aumento da prevalência da hipertensão
arterial na população jovem e de suas possíveis complicações na vida adulta tem
implicações importantes para a prevenção dessas doenças.
Nessa área, os estudos epidemiológicos sobre hipertensão arterial na infância
e adolescência têm fornecido indícios consistentes de que a hipertensão arterial
sistêmica (HAS) do adulto é uma doença que, em grande parte, pode ter origem na
infância e adolescência. Diversos estudos longitudinais têm demonstrado que
crianças com níveis pressóricos mais elevados, mesmo que ainda dentro de limites
considerados normais, tendem a evoluir ao longo da vida mantendo uma pressão
arterial (PA) mais elevada que as demais e apresentam maior probabilidade de
tornarem-se adultos hipertensos 2-4.
A interação entre fatores genéticos, biológicos, e ambientais podem
influenciar a manutenção de níveis pressóricos, sobretudo no que diz respeito aos
hábitos alimentares e a prática habitual de atividade física 5. Adicionalmente, níveis
relativamente reduzidos de atividade física habitual, característicos de um estilo de
vida sedentário, podem afetar de modo negativo, diferentes parâmetros relacionados
à saúde, entre os quais a aptidão cardiorrespiratória (ACR) e a composição corporal
6,7. Vale destacar que, em adultos, os maiores índices de ACR e a composição
corporal adequada parecem exercer efeito protetor, sobretudo ao desenvolvimento
de disfunções metabólicas 8, além de reduzir o risco de mortalidade por todas as
causas tanto em homens quanto em mulheres. 9
Em crianças e adolescentes, alguns estudos demonstram que baixos índices
de ACR e o excesso de peso podem se associar fortemente ao aumento dos fatores
de risco cardiovascular e síndrome metabólica 10,11. Acredita-se, também, que baixos
índices da ACR e o excesso de peso na infância e na adolescência estejam
associados ao aumento do risco cardiovascular na idade adulta 12.
9
Em adultos, observa-se consistente relação entre algumas dessas variáveis
com os fatores de risco para doenças cardiovasculares e aumento do risco de
hipertensão arterial 13-15 logo, parece plausível aceitar que adolescentes com
melhores escores nos diferentes indicadores da aptidão física relacionada à saúde,
principalmente os relacionados à ACR e composição corporal, possam apresentar
melhor comportamento hemodinâmico. Entretanto existem poucas evidências quanto
às associações benéficas entre ACR e níveis pressóricos de adolescentes 16-18 .
Considerando que a pressão arterial elevada (PAE) na infância e/ou
adolescência é um importante preditor de hipertensão arterial na vida adulta, o seu
diagnóstico precoce e a prevenção nas primeiras etapas de vida é fundamental.
Adicionalmente o modelo assistencial, no Brasil, do tipo demanda espontânea,
dificulta o diagnóstico da hipertensão arterial e de suas possíveis associações com
fatores relacionados ao estilo de vida, como a ACR e a composição corporal,
sobretudo em jovens.
10
2 OBJETIVO
Verificar a prevalência de PAE e suas possíveis associações com ACR e
adiposidade corporal em adolescentes de alto nível socioeconômico de ambos os
sexos.
11
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Pressão Arterial Elevada
A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados
e sustentados de pressão arterial (PA). A HAS associa-se frequentemente a
alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e
vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco
de eventos cardiovasculares fatais e não fatais19,20.
Inquéritos populacionais em cidades brasileiras, nos últimos 20 anos, têm
apontado uma prevalência de HAS acima de 30%. Considerando-se valores de PA ≥
140/90 mmHg, 22 estudos encontraram taxas de prevalência de HAS entre 22,3% e
43,9%, (média de 32,5%), com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70
anos 21,22.
A prevalência de HAS entre os sexos no Brasil é de 35,8% nos homens e de
30% em mulheres, semelhante à de outros países. Uma revisão sistemática
quantitativa de 2003 a 2008, de 44 estudos em 35 países, revelou uma taxa de
prevalência global na ordem de 37,8% em homens e 32,1% em mulheres 19.
Nos últimos 25 anos o problema da HAS na infância recebeu a devida
atenção, visto que a incorporação dessa medida como parte do exame físico da
criança, bem como a publicação de normas para a sua avaliação na infância,
possibilitaram a detecção, não somente da hipertensão arterial secundária
assintomática previamente não detectada, mas também das elevações discretas da
PA 23.
Atualmente se tem o conhecimento de que a HAS detectada em algumas
crianças pode ser secundária, por exemplo, às doenças renais, mas pode também,
em outros casos, representar o início precoce da hipertensão arterial essencial
observada nos adultos 23.
O conhecimento das taxas de indivíduos hipertensos na população jovem é
de fundamental importância, não somente pelos riscos a curto e longo prazo
associados a esta patologia 24, mas também pelo fato de fornecer subsídios para o
desenvolvimento de estratégias de promoção da saúde e de avaliação de futuras
tendências.25 Embora exista uma facilidade para realizar a classificação de HAS em
adultos a partir de pontos de corte específicos 26, a identificação de HAS entre
12
jovens exige a utilização de tabelas normativas complexas, que considerem a
influência exercida pela idade, sexo e estatura. Assim em relação à prevalência de
HAS na população de escolares, as informações existentes são relativamente
escassas, refletindo a realidade de localidades específicas e, na maioria das vezes
apresentando estimativas sobre a prevalência mediante a utilização de aferições
realizadas em uma única ocasião.
De acordo com a literatura consultada, a prevalência de PAE entre escolares
varia entre 2,3% 27 e 44,7% 28. A ampla variação observada quanto à ampla
prevalência de PAE nesses estudos pode ser devido aos diferentes procedimentos
metodológicos adotados, tais como o critério utilizado para a definição de HAS, a
faixa etária investigada, o número de aferições realizadas, o número de ocasiões
utilizadas (uma, duas ou três visitas), o valor adotado para análise (1°, 2° ou 3°
medida, ou valor médio entre as medidas), bem como o equipamento empregado
para realização das medidas (coluna de mercúrio, aparelhos aneroides ou
oscilométricos).
As maiores taxas de prevalência de PAE foram encontradas no estudo de
Fortaleza 28 (47,7%) em crianças e adolescentes com PA inicial igual ou acima do
percentil 90. Este número é superior em Belo Horizonte 29 (16,2%) em 1005 crianças
e adolescentes e em Maceió 30 (7,7%) em escolares de 7 a 17 anos com a pressão
arterial igual ou acima do percentil 95.
Adicionalmente altas taxas de prevalência foram observadas em Recife 31
(17,3%) valor elevado em comparação a outros estudos nacionais27-30, que pode ser
atribuído também a faixa etária estudada, 14 a 20 anos, e os valore de PA obtidos
em uma única medida. Em outro estudo em Maceió 32 a prevalência foi de 13,3%,
em Taguatinga 33 de 9,1% e em Niterói 34 foi de 8,6%.
A ocorrência mais frequente de alterações na PA pode ser explicada pelo fato
de que as crianças e adolescentes foram avaliados em uma única visita. Alguns
autores 29 justificam que taxas mais elevadas são encontradas em estudos que se
baseiam em uma avaliação, e que os valores caem significativamente quando são
considerados portadores de PAE, aqueles que têm a PA igual ou acima do percentil
90 em duas ou três avaliações consecutivas.
As menores prevalências foram observadas nos estudos de Cuiabá27
Barbacena 35, Feira de Santana 36 e Belo Horizonte 29(2,3%; 2,5%; 3,6% e 3,9%
respectivamente). Todavia, é interessante ressaltar que no estudo de Cuiabá os
13
autores se preocuparam em apresentar a prevalência referente a 1° e 3° medida
(8,7% e 2,3% respectivamente) e em Belo Horizonte entre a 1° e 2° medida (6,5% e
3,5% respectivamente) e a médias entre essas duas medidas (3,9%), e no estudo de
Barbacena a prevalência foi determinada após a aferição da PA em três ocasiões
diferentes. Considerando que no estudo de Feira de Santana36 a amostra incluía
crianças entre 5 e 9 anos, isso justifica em grande parte a baixa prevalência
observada.
Apesar das evidências preocupantes quanto a proporção de jovens com PAE,
destaca-se que, aparentemente, há uma forte tendência para que a prevalência de
HAS nesta população se eleve ainda mais. Tal afirmativa baseia-se na constatação
de aumentos de valores pressóricos (PAS= 1,4 e PAD= 3,3 mmHg) de crianças e
adolescentes americanos ao longo de uma década (1988-2000) 37.
3.2 Aptidão Cardiorrespiratória
A ACR é um dos principais componentes da aptidão física relacionada à
saúde que descreve a capacidade dos sistemas cardiovascular e respiratório em
fornecer oxigênio durante uma atividade física contínua 38.
O consumo máximo de oxigênio ( VO2máx - máxima proporção na qual o
oxigênio pode ser absorvido, transportado e utilizado durante o exercício em
determinada unidade de tempo) pode ser expressos em termos absolutos (L/min-1 ou
ml/min-1), providencia mensurações para atividades que não levam em consideração
a massa corporal, ou em termos relativos, utilizando para o comparativo entre
indivíduos que diferem em tamanho corporal - VO2 relativo (ml/kg-1/min-1) que leva
em consideração a massa corporal do indivíduo e é considerado como o melhor
indicador da capacidade cardiorrespiratória 38.
Existe uma grande variedade de testes motores que visam avaliar a condição
cardiorrespiratória com a estimativa do VO2max. Estes testes podem ser laboratoriais
ou de campo. O teste de campo utilizado para mensurar a potência aeróbia tem
demonstrado boa fidedignidade e validade contra a mensuração do consumo
máximo de oxigênio obtido de forma direta no laboratório. Dentre os testes de
campo, existe o teste corrida de 20 metros 39 que é realizado em piso antiderrapante,
num espaço demarcado a cada 20 m e separado por duas linhas paralelas, onde
14
avaliado tem que se deslocar continuamente de uma extremidade à outra, de forma
progressiva, até a exaustão e orientados por uma gravação sonora. Após a
realização do teste o VO2máx é estimado por equações específicas para a população
estudada 40.
Níveis adequados de ACR na adolescência associam-se inversamente a
fatores de riscos cardiovasculares e metabólicos, e estão diretamente relacionados a
um aumento na participação em esportes, atividades físicas habituais, ingresso em
profissões de elevadas exigências de atividade física e estilo de vida saudável na
fase adulta da vida 41.
Levantamentos internacionais têm se preocupado em diagnosticar os níveis
de ACR de adolescentes e intervir quando estes valores mostram-se abaixo dos
níveis considerados adequados para uma boa saúde 42,43. Durante a adolescência, a
ACR dos rapazes é de 10 a 19% maior do que a das moças, variando em função da
idade 44-46. Em relação aos critérios de classificação relacionados à saúde,
observou-se que 37% dos rapazes e 35% das moças norte-americanas não
atendiam os critérios recomendados para a saúde 44, enquanto estudos com
adolescentes do sul do Brasil identificaram cerca de 38-50% dos rapazes e 55-57%
das moças com ACR abaixo do critério recomendado para a saúde 46,47.
3.3 Excesso de Peso Corporal
O estilo de vida tipicamente sedentário somado a alimentação inadequada
além de fatores sociais e genéticos (e suas interações) apresentam forte relação
com a prevalência de sobrepeso/obesidade em crianças e adolescentes. 48
No Brasil, dados representativos das regiões sudeste e nordeste apontam que
11,7% de adolescentes possuem excesso de peso corporal (meninos = 10,2% e
meninas = 13,2) 49. Outros estudos realizados em algumas cidades brasileiras
indicam uma prevalência de excesso de peso corporal de 15 a 8% respectivamente,
para rapazes e moças na cidade do Rio de Janeiro 50, 15% de adolescentes obesos
na cidade de Florianópolis 51, além de 23 e 17 % de rapazes e moças obesos na
cidade de Londrina 52.
Estima-se uma elevação ainda maior da prevalência de sobrepeso e
obesidade em adolescentes, uma vez que estudos de tendência tem demonstrado
15
uma transição no estado nutricional desta população, em que a prevalência de
crianças e adolescentes desnutridos vem diminuindo consideravelmente ás custas
de um crescente processo de aumento nos índices de sobrepeso e obesidade. Em
um estudo realizado em países populosos como o Brasil, a China, a Rússia e os
Estados Unidos entre as décadas de 70 e 90 identificaram-se aumentos
significantes no excesso de peso corporal em adolescentes 53 .
Esse quadro é preocupante uma vez que o excesso de peso corporal na
infância e adolescência tende a permanecer ao longo da vida adulta 54. Além disso,
a obesidade nessa população está associada ao desencadeamento de diversos
fatores de risco cardiovascular, síndrome metabólica, intolerância a glicose,
diabetes tipo II e HAS 48 .
Sobre o impacto produzido pelo excesso de peso e obesidade na PA em
adolescentes, investigações têm demonstrado que a prevalência de HAS nessa
população oscila consideravelmente de acordo com os níveis de excesso de peso
corporal, como em um estudo envolvendo 2460 escolares com idade entre 12 e 16
anos, onde a prevalência de hipertensão sistólica (aferida em uma única ocasião)
diferiu significativamente entre adolescentes obesos (33%) e não-obesos (11%) 55 .
Resultados similares foram obtidos em um estudo realizado em Maceió onde a
prevalência de HAS foi maior em adolescentes em sobrepeso (28,6%) quando
comparados àqueles que apresentavam risco de sobrepeso ou massa corporal
esperada (12,1 e 8,1% respectivamente) 32. Reich et al. (2003) 55 também
evidenciaram uma forte tendência de crescimento na prevalência de HAS á medida
que os percentis de IMC aumentavam. De forma interessante, esmo quando o
grupo de alto risco foi removido ( P >90), a tendência permaneceu significante ( p =
0,001)56. Os mecanismos responsáveis por essas associações ainda não são
claramente estabelecidos. Contudo, distúrbios na função autônoma, resistência a
insulina e anormalidade na função e estrutura vascular têm sido apontados como os
prováveis mecanismos responsáveis 55.
16
4 MÉTODOS
4.1 Sujeitos
Esse trabalho fez parte do estudo piloto do projeto de pesquisa de caráter
transversal, intitulado “Prevalência de Síndrome Metabólica e Fatores de Risco
Cardiovascular em Adolescentes de Londrina/PR”. Para tanto foram selecionados
voluntariamente 129 adolescentes de ambos os sexos, de 10 a 15 anos
matriculados em uma escola privada escolhida por conveniência do município de
Londrina/PR.
No processo de seleção dos participantes foram adotados os seguintes
critérios de inclusão: (1) declarar bom estado de saúde (não fazer o uso frequente de
medicamentos, ou estar em tratamento de alguma doença); (2) apresentar idade
entre 10 e 15 anos de idade; (3) estar regularmente matriculado na escola
selecionada para o estudo; (4) retornar com o termo de consentimento livre e
esclarecido devidamente assinado por seus pais ou responsáveis. (Anexo I)
O projeto original foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, de acordo com as normas da
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo
seres humanos. (Anexo II)
4.2 Antropometria
Medidas antropométricas de massa corporal e estatura foram obtidas
em todos os participantes. A massa corporal foi mensurada em uma balança de
leitura digital, com precisão de 0,1 kg, ao passo que a estatura foi determinada em
um estadiômetro de madeira com precisão de 0,1 cm, de acordo com procedimentos
padronizados descritos na literatura.57 A partir dessas medidas, o índice de massa
corporal (IMC) foi calculado. A partir dos pontos de corte ajustados por sexo e idade
propostos pela International Obesity Task Force 58, os adolescentes foram
classificados em peso normal e excesso de peso corporal (sobrepeso ou obesidade).
Todas as medidas foram efetuadas com os jovens vestindo roupas leves (camisetas
e shorts/bermudas), bem como descalços. A medida da circunferência de cintura
17
(CC) foi obtida mediante a utilização de uma fita métrica de silicone com escalas de
0,1cm seguindo as padronizações descritas na literatura 59 .
4.3 Medida da pressão arterial
Para a aferição da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi
utilizado o aparelho digital da marca OMRON modelo HEM-742, validado para
adolescentes 60. Foram empregados manguitos de tamanho apropriado ao braço de
jovens seguindo as recomendações da literatura 61. Duas medidas foram obtidas no
braço direito, com o indivíduo sentado e após repouso mínimo de cinco minutos.
Entre a primeira e segunda medida o intervalo foi de dois minutos. Após a realização
das duas medidas, o valor da PA foi determinado baseado na média aritmética das
duas aferições.
Empregando-se as tabelas normativas sugeridas pelo National High Blood
Pressure Education Program 62, os adolescentes com valores de PAS e/ou PAD
acima do percentil 95 foram classificados como hipertensos, ao passo que aqueles
que se encontraram entre os percentis 90 a 95, ou com valores de PA 120/80
mmHg, foram designados como pré-hipertensos. Os demais adolescentes foram
considerados normotensos. Para fins de análise, os sujeitos foram categorizados em
normotensos ou pré-hipertensos, sendo este último grupo formado por indivíduos
com valores de PA acima do percentil 90 e/ou 120/80 mmHg.
4.4 Avaliação da aptidão cardiorrespiratória
Para determinar a ACR foi utilizado o teste de corrida de 20 metros que
foi realizado em quadra dentro da própria escola, com piso antiderrapante, num
espaço demarcado a cada 20 m e separado por duas linhas paralelas. Os avaliados
tiveram que se deslocar continuamente de uma extremidade à outra, de forma
progressiva, até a exaustão e orientados por uma gravação sonora. A velocidade de
corrida inicial foi de 8,5 km/h com incrementos de 0,5 km/h a cada estágio de um
minuto. Os sujeitos durante a execução do teste foram comunicados verbalmente a
cada mudança de estágio. A realização do teste, bem como o critério que foi
adotado para sua finalização, seguiu as recomendações de Léger e Lambert 39 .
18
4.5 Análise Estatística
A normalidade dos dados foi verificada mediante aplicação do teste de
Kolmogorov-Smirnov. Uma vez aceito este pressuposto, foi aplicado o teste t de
Student não pareado para comparação entre os gêneros. O teste do Qui-quadrado
foi utilizado para verificar a associação entre PA (variável dependente) e as variáveis
independentes (sexo, idade, IMC, CC, ACR), sendo a regressão de Poisson, com
análise robusta de variância, empregada para o cálculo da razão de prevalência
(RP) e o intervalo de confiança de 95% (IC95%). O pacote estatístico utilizado foi o
SPSS versão 17.0 e o nível de significância estabelecido para todas as análises foi
de 5%.
19
5 RESULTADOS
Na tabela 1 são apresentadas as informações da amostra referentes a
características antropométricas, hemodinâmicas e desempenho motor. Diferenças
estatisticamente significantes entre os gêneros foram observadas apenas para CC e
ACR, variáveis as quais os meninos apresentaram valores superiores às meninas.
Tabela 1. Características gerais da amostra (n= 129). Os valores estão expressos
em média (desvio padrão).
Masculino (n=64) Feminino (n=65) P
Peso (kg) 51,7 (17,6) 48,4 (11,7) 0,224
Estatura (cm) 155, 2 (10,9) 154,9 (8,7) 0,830
IMC (kg/m2) 21,1 (5,2) 20,0 (3,6) 0,198
CC (cm) 70,5 (12,4) 65,9 (7,9) 0,013
PAS (mmHg) 112,6 (13,7) 109,7 (9,5) 0,169
PAD (mmHg) 64,1 (8,5) 64,8 (6,4) 0,565
ACR (min) 4,75 (1,49) 3,22 (1,06) < 0,001
IMC: índice de massa corporal; CC: Circunferência de cintura; PAS: Pressão arterial sistólica; PAD: Pressão arterial diastólica;
ACR: aptidão cardiorrespiratória.
As frequências absolutas e relativas, bem como as associações entre as
variáveis independentes e a variável dependente são apresentadas na Tabela 2. A
prevalência total de PAE na amostra investigada foi de 17,7% (masculino = 18,87%
e feminino = 16,9%). Com relação às associações, valores críticos de significância
foram atingidos apenas entre PA/IMC e PA/CC, onde as prevalências de PAE
observadas nos indivíduos com excesso de peso ou classificados com CC elevada
sendo aproximadamente três vezes maior a de indivíduos eutróficos ou com níveis
recomendados de CC.
20
Tabela 2. Prevalência de PAE, razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança (95%) em adolescentes de Londrina (n = 129) de acordo com sexo, faixa etária, CC, IMC e ACR.
Total (n) PAE (n) % P RP (IC95%)
Sexo Masculino 64 12 18,8 0,786 1,13 (0,46-2,79) Feminino 65 11 16,9 Idade 10-12 82 12 14,6 0,210 0,56 (0,23-1,40) 13-15 47 11 23,4 CC Elevado 39 12 32,5 0,004 2,85 (1,55-3,27) Normal 88 10 11,4 IMC Excesso de peso 39 13 33,3 0,003 3,03 (1,82-3,95) Eutrófico 82 9 11,0 ACR Baixa 34 8 23,5 0,300 1,51 (0,84-2,15) Adequada 94 14 15,6
Total 129 23 17,7 -- -- PAE: Pressão arterial elevada; IMC: índice de massa corporal; CC: Circunferência de cintura; ACR: aptidão cardiorrespiratória.
21
6 DISCUSSÃO
De acordo com o último relatório do NHBBPEP (2004), modificações
favoráveis no estilo de vida devem ser encorajadas para crianças e adolescentes,
mas atenção especial deve ser dada em indivíduos diagnosticados com PA acima do
percentil 90.62 Conforme demonstrado a prevalência de PAE nos adolescentes
investigados (17,7%) foi superior àquelas verificadas em escolares da cidade de
Belo Horizonte 29 (10,2%), Niterói 34 (8,6%) e até mesmo a uma amostra
representativa de adolescentes da cidade de Londrina 63 (12,1%). As possíveis
explicações para estas diferenças podem ser atribuídas aos diferentes pontos de
corte adotados, aparelho utilizado para aferição da PA e a idade dos indivíduos.
Com relação ao estudo de Christofaro et al. 63, apesar de realizado no mesmo
município e apresentar semelhanças metodológicas ao presente trabalho, a inclusão
de escolares da rede pública pode em parte explicar as diferenças observadas.
Por outro lado, as associações observadas já eram esperadas, uma vez que,
os estudos vêm sistematicamente indicando que o excesso de peso se relaciona
com os valores de PA 32,55. Neste sentido, nossos achados corroboram a literatura
que indica que a prevalência de PAE em adolescentes com valores elevados de IMC
e CC é aproximadamente três vezes a prevalência dos seus pares que apresentam
valores considerados normais para estas variáveis.
Resultados de pesquisas realizadas por Reich et al. (2003)56 e Sorof et al.
(2004)64 sugeriram que a relação entre o excesso de peso e a PAE em adolescentes
se caracteriza pela presença de uma relação contínua, ou seja, a cada incremento
nos níveis de excesso de peso corporal, aumenta-se o risco de desenvolvimento de
níveis elevados de PA. Todavia, a análise gráfica dos resultados obtidos em ambos
os estudos permite identificar que, a partir do percentil 90 de IMC ocorre um
aumento exponencial na prevalência de PAE entre os adolescentes 56,64. Dessa
forma, a dicotomização adotada no estudo se justifica uma vez que os adolescentes
com maiores níveis de IMC e CC apresentam uma maior probabilidade de
apresentarem PAE.
Por outro lado, não existe consenso sobre a associação entre PAE e ACR em
adolescentes, podendo ser encontrados estudos indicando a existência dessa
associação, como o estudo realizado por Kvaavik et al. (2009)65, no qual foram
avaliados 1016 escolares com idade entre 11-15 anos, onde os adolescentes com
22
melhores índices de ACR apresentaram os menores valores de PA. Já em um
estudo realizado por Ekelund et al. (2007)66 envolvendo 1709 escolares europeus de
9-16 anos não confirmou a associação entre ACR e PAE, como observado nesse
estudo.
Por fim, não se pode desprezar que algumas dessas associações podem
sofrer influência de variáveis de confusão, como o crescimento físico e composição
corporal, variáveis não analisadas na presente investigação.
23
7 CONCLUSÃO
Constatou-se que 17,7% dos adolescentes investigados apresentaram
valores elevados de PA. Quanto à associação entre a PAE e os fatores de risco
investigados, os resultados deste estudo sugerem que em adolescentes de alto nível
socioeconômico o excesso de peso e a obesidade abdominal parecem estar
associados com PAE, de modo que os jovens com excesso de peso apresentam
probabilidade três vezes maior de desenvolver PAE.
24
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30
APÊNDICE
31
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Titulo da pesquisa: “PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM
ADOLESCENTES DE LONDRINA/PR”
Prezado(a) Senhor(a):
Gostaríamos de convidá-lo(a) a participar da pesquisa “Prevalência de
síndrome metabólica e fatores de risco em adolescentes de Londrina/PR”, a
ser realizada no município de Londrina/PR. Os objetivos desta pesquisa são
identificar a presença de obesidade, pressão alta, colesterol e glicemia elevados em
adolescentes de 11 a 17 anos em Londrina/PR, bem como, identificar alguns fatores
de risco para esses problemas de saúde.
Todas as avaliações serão realizadas no ambiente escolar com a
permissão/supervisão da direção. Além disso, após conversa com a direção da
escola, asseguramos que os jovens participantes não serão prejudicados no que se
refere à freqüência nas aulas. A assinatura deste termo permitirá que o jovem sob
sua responsabilidade participe das seguintes atividades: (1) Preenchimento de
questionários sobre prática de atividades físicas, hábitos alimentares e fumo; (2)
Medidas de peso, altura, altura sentado, circunferência de cintura e pressão
arterial/freqüência cardíaca em repouso; (3) Avaliação da quantidade de gordura
corporal pelo método de impedância bioelétrica (teste com duração de 30 segundos:
deitado em um colchonete, dois pequenos eletrodos serão colocados na mão e pé
direito e transmitirão uma pequena corrente elétrica que indicará a quantidade de
gordura [procedimento indolor e sem qualquer tipo de risco]); (4) Coleta de sangue
em jejum de 12 h feita por um técnico capacitado vinculado ao Hospital Universitário
de Londrina para estudo do metabolismo. As dosagens serão realizadas no
Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário e o sangue coletado e não
utilizado será descartado pelo hospital); (5) Um teste de corrida na quadra da escola.
Todas as atividades serão supervisionadas por professores universitários
participantes do projeto
Gostaríamos de esclarecer que a participação é totalmente voluntária. O
participante pode recusar-se a participar/desistir a qualquer momento sem sofrer
prejuízo algum. As informações serão utilizadas somente para fins de pesquisa e
32
todos os documentos e amostras utilizados serão identificados por um código
numérico sem identificação nominal para preservar a identidade do participante.
Lembramos que não será cobrada taxa alguma por estas avaliações. Da mesma
forma, não será paga quantia alguma aos participantes.
Ao final do estudo, comprometemo-nos a retornar com os resultados de
todas as avaliações, que serão entregues aos participantes e responsáveis. Os
benefícios esperados são à detecção precoce de fatores de risco como obesidade,
padrões inadequados de alimentação, alterações no perfil lipídico dentre outros.
Apesar de considerados mínimos, os possíveis riscos são: desconfortos na coleta
sanguínea e cansaço durante o teste físico.
Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode
contactar o Prof. Dr. Edilson Serpeloni Cyrino, no Laboratório de Metabolismo,
Nutrição e Exercício, localizado no Centro de Educação Física e Esporte, da
Universidade Estadual de Londrina, pelo telefone (43) 3371-4772 / 9139-4509 ou
procurar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da
Universidade Estadual de Londrina, na Avenida Robert Kock, 60 ou no telefone (43)
3371-2490. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo
uma delas, devidamente preenchida e assinada entregue a você.
Londrina, ___ de ________de 2010.
_____________________________________
Pesquisador Responsável
RG::__________________________
_____________________________________ (nome por extenso do sujeito de pesquisa), tendo
sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em participar
voluntariamente da pesquisa descrita acima.
Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________
_____________________________________ (nome por extenso do pai, mãe ou responsável
pelo sujeito de pesquisa), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa,
concordo em participar voluntariamente da pesquisa descrita acima.
Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________
Data:___________________
33
Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da UEL