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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARCOS ROBERTO ROLIM DA SILVA CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS: UM ESTUDO SOBRE O MÉTODO CONSTRUTIVO EM WOOD FRAME PARA UNIDADES RESIDENCIAIS Palhoça. 2017.

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARCOS ROBERTO ROLIM DA SILVA

CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS:

UM ESTUDO SOBRE O MÉTODO CONSTRUTIVO EM WOOD FRAME PARA

UNIDADES RESIDENCIAIS

Palhoça.

2017.

MARCOS ROBERTO ROLIM DA SILVA

CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS:

UM ESTUDO SOBRE O MÉTODO CONSTRUTIVO EM WOOD FRAME PARA

UNIDADES RESIDENCIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Engenharia Civil da Universidade

do Sul de Santa Catarina como requisito

parcial à obtenção do título de Engenheiro

Civil.

Orientador: Prof. Norma Beatriz Camisão Schwinden Esp.

Palhoça.

2017.

À minha esposa, Naiara Loch da Silva, mulher

virtuosa, pelo apoio e incentivo. Ao meu pai,

Marcos Tenório da silva, pelo incentivo à

perseverança e por seus sábios conselhos. À

minha mãe, Janete Rolim da Silva mulher

batalhadora, cujo caráter é inspiração de

integridade.

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela força, coragem e fé.

À minha esposa, Naiara, que sempre acreditou em mim e me apoiou. Pela

paciência e compreensão.

Aos meus pais, Marcos e Janete, exemplos de coragem e determinação, que

batalharam muito para dar uma vida digna a minhas irmãs e eu, sempre ensinando a sermos

honestos e íntegros de caráter. E foi pelo amor e dedicação deles que cheguei até aqui.

À minha orientadora, professora Norma Beatriz Camisão Schwinden, que

incondicionalmente me ajudou na concretização desse sonho com sua experiência, dedicação

e disposição.

A todos os professores, pelas experiências compartilhadas, pelo estímulo e

dedicação, pela formação profissional.

Aos meus amigos e companheiros de estudo, Everton Barbosa de Jesus, Gessica

Souza e Sarah Popenga de Melo pela amizade, apoio e ânimo nos momentos difíceis.

A todos, que de forma direta ou indireta contribuíram pela formação do meu

caráter, que acreditaram em mim e que me incentivaram a chegar até aqui.

“A gente tem é que sonhar, senão as coisas não acontecem”. (Oscar Niemeyer).

RESUMO

Procura-se casa vez mais uma solução para o problema ambiental na sociedade como um

todo, o objetivo deste trabalho e apresentar o método wood frame como uma grande solução,

pois é um método de construção sustentável, limpo e rápido. Dessa forma o método foi

apresentado chamando a atenção para esses fatores, assim como à disponibilidade do material

predominantemente empregado, este sendo a madeira no qual foi apresentado suas principais

características.

Palavras-chave: Wood frame. Construção sustentável. Estrutura em madeira.

ABSTRACT

The aim of this paper is to present the wood frame method as a great solution, since it is a

sustainable, clean and fast construction method. In this way the method was presented calling

attention to these factors, as well as to the availability of the predominantly used material, this

being the wood, presenting its characteristics as well as the availability of the material.

Keywords: Wood frame. Sustainable construction. Wood structure.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Sistema de orientação para definição das propriedades da madeira. ........................ 20

Figura 2- Comportamento da madeira na compressão. ............................................................ 20

Figura 3- Tração na madeira. .................................................................................................... 21

Figura 4- Área de floresta plantada (ha), por cultura e por ano................................................ 23

Figura 5- Mapa de florestas plantadas em 2015. ...................................................................... 23

Figura 6- Casa com aproximadamente 100 anos construída em wood frame .......................... 26

Figura 7- Telhado de madeira construído na Idade Média ....................................................... 27

Figura 8- Casa em wood frame com acabamento em revestimento de vinil. ........................... 28

Figura 9- Casa em wood frame com acabamento em pastilhas cerâmicas. .............................. 29

Figura 10- Esquema estrutural wood frame. ............................................................................. 30

Figura 11- Instalações elétricas. ............................................................................................... 31

Figura 12- Estrutura wood frame sobre fundação em radier.................................................... 32

Figura 13- Entrada do basement em Chicago. .......................................................................... 33

Figura 14- Prego Ardox ............................................................................................................ 34

Figura 15- Estrutura de casa em wood frame. .......................................................................... 35

Figura 16- OSB/3...................................................................................................................... 37

Figura 17- Tipos de Pregação ................................................................................................... 38

Figura 18- Painel em placas cimentícias e miolo de madeira................................................... 39

Figura 19- Aplicação de carpetes, laminados ou pisos vinílicos. ............................................. 41

Figura 20- Aplicação de cerâmica ............................................................................................ 41

Figura 21- Execução da laje mista. ........................................................................................... 42

Figura 22- Fiação no interior da parede.................................................................................... 44

Figura 23- Instalações hidrossanitária e elétrica. ...................................................................... 45

Figura 24- Casa em wood frame e telhado com telhas shingle ................................................ 46

Figura 25- Cobertura sobre treliças. ......................................................................................... 47

Figura 26- Casa em Chicago com acabamento em vinyl siding. .............................................. 48

Figura 27- Tipos de vinyl siding. .............................................................................................. 50

Figura 28- Acabamento em SmartSide. .................................................................................... 51

Figura 29 - Primeira casa Tecverde. ......................................................................................... 57

Figura 30 - Casa de alto padrão construído pela Tecverde. ...................................................... 58

Figura 31- Edifício em Curitiba................................................................................................ 59

Figura 32- Representação do radier. ........................................................................................ 60

Figura 33- Painel estrutural Tecverde do tipo parede............................................................... 61

Figura 34- Membrana sendo colocado sobre o painel OSB. ..................................................... 62

Figura 35- Tubulações e caixa elétrica sendo instalada dentro do painel de fábrica. ............... 63

Figura 36- Corte vertical do shaft. ............................................................................................ 64

Figura 37- Colocação de painéis de entrepiso. ......................................................................... 66

Figura 38- Montagem ............................................................................................................... 67

Figura 39- Processo de tratamento de madeira no autoclave. .................................................. 68

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Propriedades de alguns materiais de construção. ..................................................... 17

Tabela 2- Área de floresta plantada (ha) (2015). ...................................................................... 22

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Cronograma- Prazo maior 14 semanas; Prazo menor 10 semanas.........................52

Quadro 2 - Diretrizes SiNAT....................................................................................................55

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 14

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14

1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 15

1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 15

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 15

1.3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 15

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 16

2 MADEIRA ......................................................................................................................... 17

2.1 NORMAS ........................................................................................................................ 17

2.2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA......................................... 18

2.2.1 Sustentabilidade .......................................................................................................... 18

2.2.2 Umidade ....................................................................................................................... 18

2.2.3 Densidade ..................................................................................................................... 19

2.2.4 Resistência .................................................................................................................... 19

2.2.5 Resistência à compressão ............................................................................................ 20

2.2.6 Resistência à tração ..................................................................................................... 21

2.3 DETERIORAÇÃO DA MADEIRA ................................................................................ 21

2.4 PRODUTIVIDADE DA MADEIRA NO BRASIL......................................................... 22

3 WOOD FRAME................................................................................................................ 25

3.1 HISTÓRIA ....................................................................................................................... 26

3.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ................................................................................. 29

3.3 MÉTODO CONSTRUTIVO ........................................................................................... 30

3.3.1 Fundações ..................................................................................................................... 31

3.3.2 Estrutura das paredes ................................................................................................. 34

3.3.2.1 Painéis OSB ................................................................................................................ 36

3.3.2.2 Conexões entre elementos estruturais da parede ........................................................ 38

3.3.3 Lajes.............................................................................................................................. 38

3.3.3.1 Laje seca ..................................................................................................................... 38

3.3.3.1.1 Transporte................................................................................................................ 40

3.3.3.1.2 Armazenamento ....................................................................................................... 40

3.3.3.1.3 Etapas de produção e indicadores de prazo............................................................ 40

3.3.3.1.4 Acabamentos ............................................................................................................ 40

3.3.3.2 Laje mista ................................................................................................................... 42

3.3.4 Instalações hidráulicas e elétricas .............................................................................. 43

3.3.5 Telhado ......................................................................................................................... 45

3.3.6 Acabamento ................................................................................................................. 47

3.3.7 Cronograma com as fases do sistema construtivo .................................................... 51

3.3.8 Vantagens do método .................................................................................................. 52

3.3.9 Recomendação normativa para casas em wood frame. ............................................ 53

4 APLICABILIDADE DO SISTEMA NO BRASIL ........................................................ 54

4.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ........................................................................................ 54

4.2 OS SISTEMAS CONSTRUTIVOS TECVERDE E BOLSONI ..................................... 56

4.2.1 Fundação ...................................................................................................................... 59

4.2.2 Estruturas das paredes ............................................................................................... 60

4.2.3 Acabamento ................................................................................................................. 62

4.2.4 Instalações elétricas ..................................................................................................... 62

4.2.5 Instalações hidrossanitárias ....................................................................................... 63

4.2.6 Cobertura ..................................................................................................................... 64

4.2.7 Painéis de entrepiso ..................................................................................................... 65

4.2.8 Montagem .................................................................................................................... 66

4.2.9 Tratamento da madeira .............................................................................................. 67

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 70

14

1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem como tema principal a aplicabilidade do sistema wood frame no

Brasil. Esta tecnologia já vem sendo utilizada na América do Norte e Europa com grande

sucesso. O sistema pode ser considerado sustentável por usar madeira de reflorestamento e

sua desmontagem ser reciclável.

O foco foi o estudo do sistema e sua viabilidade construtiva, econômica e

ecológica. O sistema apresenta quando projetado e executado corretamente, agilidade e

facilidade em sua construção, economia na utilização dos materiais, redução de mão de obra e

alto controle no processo de produção.

Dessa forma, este trabalho buscou responder ao seguinte problema? É possível

aplicar o método construtivo wood frame em residências no Brasil e quais as vantagens da sua

aplicabilidade.

1.1 JUSTIFICATIVA

Sabem-se que o sistema construtivo em alvenaria é o mais usado no Brasil

atualmente. Entretanto mesmo com as melhorias realizadas no método, ficam alguns

problemas a serem respondidos: Como construir em menos tempo? Ou como construir

produzindo a menor quantidade de lixo?

A questão ecológica é uma problemática da atualidade; o homem vem deixando

grandes quantidades de lixo e chega uma hora em que os problemas começam a aparecer,

provocando o desequilíbrio do meio ambiente em geral.

O método construtivo wood frame resolve grande parte do problema pois permite

reduzir em grande parte o lixo produzido por uma construção convencional, podendo ser

considerado um sistema de construção sustentável, por que a madeira pode ser reflorestada e

reaproveitada no caso de desmonte da construção, assim como tem uma considerável redução

no tempo de construção.

O tema reúne um estudo do método construtivo usado por países de primeiro

mundo, tornando-se uma fonte de pesquisa a ser consultada com outras bibliografias que

tratam do mesmo assunto.

15

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Descrever as características do método construtivo wood frame, avaliando sua

aplicabilidade no Brasil.

1.2.2 Objetivos específicos

Elaborar pesquisa bibliográfica relativo ao método construtivo wood frame;

Apresentar a madeira como material de construção, e sua disponibilidade no

Brasil;

Apresentar o método wood frame, analisando suas vantagens e

Propor a aplicabilidade do método wood frame como uma construção sustentável

no Brasil.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia implica em uma pesquisa do tipo exploratória que segundo Cervo;

Bervian; Silva,(2007), estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma

pesquisa e visa oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a formulação de

hipóteses.

No que se refere aos procedimentos práticos, ou seja, os procedimentos utilizados

para as coletas de dados, esta se vale de fonte de papel, caracterizando-se como pesquisa

bibliográfica. É um estudo organizado sistematicamente com base em materiais publicados.

São exigidas a busca de informações bibliográficas e a seleção de documentos que se

relacionam com os objetivos da pesquisa.

As fontes de consulta para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica foram

livros, materiais disponibilizados na rede mundial de comunicação e artigos de revistas.

16

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho será constituído em capítulos a fim de facilitar sua compreensão, que serão

apresentados da seguinte forma:

O capítulo um apresentará a introdução, que é compreendido pela apresentação do

tema da pesquisa, a justificativa, os objetivos da pesquisa, os procedimentos metodológicos e

a estrutura do trabalho.

O capítulo dois apresentará uma revisão da literatura sobre a madeira.

O capítulo três apresentará uma revisão da literatura sobre o tema principal.

O capítulo quatro apresentará uma pesquisa sobre a aplicabilidade do tema

principal no Brasil.

O capítulo cinco elucida qual a conclusão obtida com o desenvolvimento do

presente trabalho, seguido pelas devidas referências bibliográficas.

17

2 MADEIRA

Este capítulo além de apresentar as propriedades e características da madeira,

aborda a produtividade nacional, deste que se destaca como um dos materiais mais

empregados na construção civil.

A madeira é um material em grande abundância em diversas partes do mundo e

um dos materiais mais antigos utilizados para a construção, devido a disponibilidade e a

facilidade em seu manuseio. A madeira também apresenta um bom isolamento térmico e uma

ótima relação resistência/peso.

Segundo Calil Junior; Lahr e Dias (2010), a utilização da madeira e subprodutos

na construção civil vem aumentando no país, devido à crescente conscientização de

engenheiros e arquitetos quanto ao potencial do material.

De acordo com Isaia (2007), houve um crescimento substancial na tecnologia

aplicada na madeira nos últimos anos, assim como o desenvolvimento da industrialização das

construções em madeira com a criação de novos produtos como o MDF (medium density

fibreboard) e OSB (oriented strand board).

Conforme Pfeil (2012), a madeira é o material de construção mais antigo e

apresenta uma ótima relação resistência/peso, como é mostrado na tabela 1.

Tabela 1- Propriedades de alguns materiais de construção.

Nota P=Massa especifica F=Resistência característica.

2.1 NORMAS

A norma na construção civil que rege os projetos em madeira é a NBR 7190:1997

- Projeto de Estruturas de Madeira da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

esta norma tem como objetivo fixar condições que devem ser seguidas nos projetos, na

execução e no controle das estruturas de madeira. Devem ser seguidas as legislações

ambientais de cada país no qual será feita a utilização da madeira.

Material P(t/m³) F(MPa) f/p

Madeira a tração 0,5-1,2 30-110 60-90 Madeira a compressão 0,5-1,2 30-60 50-60 Aço a tração 7,85 250 32 Concreto a compressão 2,5 40 16 Fonte: Pfeil (2012).

18

2.2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA

2.2.1 Sustentabilidade

Na compreensão de Colin (2011), a madeira possui excelentes qualidades

ambientais, comparando com outros materiais da construção civil, o material também possui

baixa energia incorporada, é renovável e sustentável.

A madeira é um material construtivo que tem recebido atenção especial nos últimos

anos, por uma série de fatores positivos. É de origem orgânica, é biodegradável e

apresenta possibilidade de reposição rápida por meio de plantios florestais,

característica importante no atual contexto de interesses cada vez mais claros por

materiais que atendam às exigências para uma construção sustentável. (ISAIA, 2007,

p.1205).

Segundo Oliveira (1997) a atividade florestal é uma das poucas que poderá

conjugar a expansão econômica à conservação da qualidade de vida, tudo isso aplicando

métodos racionais de exploração, sempre precisando de planejamento para a execução desta

atividade.

2.2.2 Umidade

Para Isaia (2007) a madeira é um material homogêneo e as propriedades são

determinadas com teor de umidade de 12% sendo considerado uma condição padrão de

referência. Já para outros padrões usam-se classes de umidade conforme a norma NBR 7190 -

Projeto de estruturas de madeira (ABNT, 1997)

De acordo com Pfeil (2012), existe uma variação grande de água em madeiras

recém cortadas devidos as condições climáticas variando de 30% para madeiras mais

resistentes e 130% para madeiras com menor resistência, sendo que também ocorre variação

de temperatura devido à natureza higroscópica da madeira.

Conforme Szücs et al. (2015), se a madeira não secar rapidamente, poderá ocorrer

variações de tamanho assim como ataques de agentes biológicos.

19

Na afirmação de Calil Junior; Lahr e Dias (2010), existem várias razões pelo qual

a madeira deve ter uma prévia secagem entre as razões se destacam:

Redução da movimentação dimensional, permitindo a obtenção de peças cujo

desempenho, nas condições de uso, será potencialmente mais adequado;

Possibilidade de melhor desempenho de acabamentos como tintas, vernizes e

produtos ignifugos, aplicados na superfície das peças;

Redução da probabilidade de ataques de fungos;

Aumento da eficácia da impregnação da madeira contra a demanda biológica;

Aumento dos valores numéricos correspondentes às propriedades de resistência e

de elasticidade. (CALIL JUNIOR; LAHR e DIAS, 2010, p .23.)

2.2.3 Densidade

De acordo com Isaia (2007), a densidade é uma propriedade física fundamental

para caracterizar as espécies e com base nas características, decidir qual espécie de madeira

aplicar em cada situação

Existem dois tipos de densidade, a densidade real que segundo Calil Junior; Lahr

e Dias (2010), é a relação entre a massa da madeira, (amostra) e o volume ocupado por ela. Já

para a densidade básica o mesmo autor menciona que a definição é dada pela razão entre a

massa seca da amostra e o volume saturado.

Em concordância com Calil Junior; Lahr e Dias (2010), descreve Isaia (2007,

p.1187), “A densidade da madeira será definida a partir da hipótese do material homogêneo

como sendo a relação entre a massa específica e o volume correspondente, ambas as

grandezas medidas no mesmo teor de umidade”.

2.2.4 Resistência

De acordo com Szücs et al. (2015) a resistência da madeira é influenciada pela

disposição das fibras, ou do tipo de direção da solicitação, é importante definir os eixos de

referência conforme figura 1 a seguir:

20

Figura 1- Sistema de orientação para definição das propriedades da madeira.

Fonte: Calil Junior; Lahr e Dias (2010, p.38).

2.2.5 Resistência à compressão

Quando a força é aplicada paralelamente às fibras, ocorre uma grande resistência

da madeira, já quando a mesma força é aplicada perpendicularmente apresenta uma

resistência menor, conforme Calil Junior; Lahr e Dias (2010), a força neste segundo caso é

aplicada na direção normal ao comprimento das fibras, assim ocasionando um esmagamento

conforme mostra a figura 2 a seguir.

Figura 2- Comportamento da madeira na compressão.

Fonte: Calil Junior; Lahr e Dias (2010, p.39.)

21

2.2.6 Resistência à tração

Existem dois tipos de resistência à tração, assim como na compressão a tração dá-

se paralela ou perpendicularmente às fibras, como expõem Szücs et al.(2015 p. 36.), “

As propriedades referentes as duas solicitações diferem consideravelmente. ” A figura 3

que segue, mostra como ocorre os dois tipos de tração, sendo que na paralela ocorre por

deslizamento de fibras e na perpendicular ocorre pela separação das fibras.

Ressalta-se que a ruptura por tração paralela pode ocorrer por deslizamento entre as

fibras (ou traqueídes) ou por ruptura de suas paredes. Em ambos os modos de

ruptura, a madeira apresenta baixos valores de deformação e elevados valores de

resistência. Já na ruptura por tração normal, a madeira apresenta baixos valores de

resistência, pois os esforços atuam na direção perpendicular ás fibras (ou

traqueídes), tendendo a separá-las, com baixos valores de deformação. Considerando

a baixa resistência da madeira nesta direção devem ser evitadas em projeto,

situações que conduzam a esta forma de solicitação. (CALIL JUNIOR; LAHR e

DIAS, 2010, p. 40).

Figura 3- Tração na madeira.

Fonte: Adaptado de Calil Junior; Lahr e Dias (2010, p. 40.)

2.3 DETERIORAÇÃO DA MADEIRA

A madeira, se não aplicados os devidos cuidados, pode ser suscetível a ataques

biológicos, segundo Isaia (2007), por isso deve ser previamente tratada, aumentando assim

sua durabilidade, e se aplicado o tratamento, a sua manutenção diminui consideravelmente, o

mesmo autor salienta a importância de evitar a exposição excessiva aos raios solares e a

umidade.

Outro fato importante é a ação do fogo na madeira, de acordo com Pfeil; Pfeil

(2012), a madeira é considerada um material de pequena resistência ao fogo, mas a estrutura

de madeira projetada adequadamente já desempenha um excelente desempenho ao fogo, pois

se oxidam lentamente quando expostas ao fogo devido à baixa condutividade de calor assim

mantendo o núcleo do material com as suas propriedades mecânicas.

22

Já de acordo com Szücs et al. (2015), é um erro dizer que a madeira tem baixa

resistência ao fogo, pois quando a madeira é dimensionada corretamente, apresenta uma

resistência bem maior que outros materiais convencionais.

Essas propriedades e características da madeira, portanto devem ser devidamente

analisadas antes de se projetar qualquer estrutura em madeira. A seguir comenta-se a

produtividade no Brasil, já que é outro fator importante, pois se não tiver o material

disponível aumentará muito o custo por causa da logística.

2.4 PRODUTIVIDADE DA MADEIRA NO BRASIL

O Brasil é um dos maiores países com grande capacidade para produzir madeira e

segundo TRC (2017), estima-se que até 2020 o Brasil deverá dobrar sua produção, partindo

de 7 milhões de hectares de florestas para 14 milhões.

A indústria de árvores no Brasil, de acordo com o autor, é altamente produtiva,

por consequência das condições climáticas, alta produtividade de madeira plantada por

hectare e tecnologia de ponta.

Segundo o Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF, 2016), o Brasil

conta com 58% do seu território coberto por florestas naturais e plantadas, com este dado o

país é o segundo com maior área de florestas do mundo, perdendo somente para a Rússia. As

informações sobre as florestas plantadas são fornecidas pelo Instituto Brasileira de Geografia

e Estatística (IBGE), e pela Industria Brasileira de Árvores (IBÁ), e a partir desses dados o

SNIF disponibiliza as informações como seguem, onde a tabela 2 mostra a área de floresta

plantada por hectare.

Tabela 2- Área de floresta plantada (ha) (2015).

Fonte: Adaptado de SNIF (2016).

Já a imagem da figura 4 apresenta a área em hectare de floresta plantada por cultura e por ano.

Espécie IBGE IBÁ

Eucalipto 7.444.731 5.630.607 Pinus 2.062.860 1.581.239 Outras 427.762 589.201 Total 9.935.353 7.801.047

23

Figura 4- Área de floresta plantada (ha), por cultura e por ano.

Fonte: SNIF (2016).

E a figura 5, um mapa da localização dessas florestas.

Figura 5- Mapa de florestas plantadas em 2015.

Fonte: SNIF (2016)

24

A partir dessa pequena análise verificou-se que há grande disponibilidade de

madeira, assim pode-se então demonstrar o método wood frame a seguir, visto que existe

material disponível para sua aplicabilidade.

25

3 WOOD FRAME

Cada vez mais no Brasil busca-se um método construtivo que tenha resistência,

rapidez e principalmente comprometimento com o meio ambiente. O método construtivo

wood frame é uma opção pois é um sistema leve, de madeira reflorestada e tratada e que

permite mais rapidez na montagem. Como o sistema é industrializado desde o início é

possível planejar a execução construtiva, para que se gere a menor quantidade de resíduos,

diminuindo o lixo na construção civil. No Brasil devido à falta de conhecimento do sistema,

assim como a cultura do concreto o sistema é pouco utilizado.

O objetivo da apresentação desse método é apresentar algumas características

técnicas, assim como as vantagens que o método oferece, incluindo sua evolução ao longo do

tempo.

O termo wood frame vem do inglês que significa estrutura de madeira e de acordo

com Duart et al. (2013), é uma técnica de construção muito usada na América do Norte e na

Europa, ou seja, em países desenvolvidos, sendo nestes locais a madeira o principal elemento

estrutural das edificações, principalmente de casas. Esse conceito é aplicado por ser a madeira

um material renovável, apresentando assim vantagens sobre os materiais não renováveis.

Na afirmação de Molina; Calil Junior (2010) o “ wood frame para casas consiste

num sistema construtivo industrializado, durável, estruturado em perfis de madeira

reflorestada tratada. ”

Segundo a American Wood Council (2001) o wood frame é o método mais usado

na construção de casas e apartamentos nos Estados Unidos, e está sendo usado cada vez mais

também para construções comerciais e industriais. O sistema fornece conforto aos ocupantes

além de que a construção na madeira é um estilo tradicional, contemporâneo e mais futurista e

suas variedades arquitetônicas são ilimitadas de acordo com o autor. Assim é que a figura 6,

que segue mostra uma casa construída em wood frame com aproximadamente 100 anos de

idade, e em ótimo estado de conservação.

26

Figura 6- Casa com aproximadamente 100 anos construída em wood frame

Fonte: Autor (2017).

3.1 HISTÓRIA

De acordo com Carpenter Oak (2017), não é possível datar quando a madeira foi

usada, mas arqueólogos descobriram que, na Grã-Bretanha há mais de 10.000 anos, já se

usava madeira. Os romanos em 50 d.C., desenvolveram as primeiras técnicas que se conhece

como estruturas de madeira; este tipo de estrutura foi se desenvolvendo até a idade média

onde atingiu seu auge com a construção de edifícios impressionantes, uma dessas construções

esta apresentada na figura 7 a seguir:

27

Figura 7- Telhado de madeira construído na Idade Média

Fonte: Carpenter Oak (2017).

Já nos dias atuais Molina; Calil Junior (2010) citam que o método construtivo

wood frame é utilizado em 95% das construções norte americanas, destacando que em países

desenvolvidos como Canadá, Japão e Alemanha são utilizados o mesmo sistema. No sistema

alemão os autores citados destacam que devido à industrialização avançada os alemães

conseguem construir casas com mais de 200m² em 60 dias. Destacam também que países

como Chile e Venezuela usam o sistema para a construção de casas populares de 40 a 65 m².

A figura 8 apresenta uma edificação construída em wood frame na cidade de Chicago, em

revestimento de vinil.

28

Figura 8- Casa em wood frame com acabamento em revestimento de vinil.

Fonte: Autor (2017).

Já a figura 9 apresenta uma edificação construída em wood frame na cidade de Chicago, com

acabamento em pastilhas cerâmicas.

29

Figura 9- Casa em wood frame com acabamento em pastilhas cerâmicas.

Fonte: Autor (2017).

3.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

O assunto atual no mundo é a sustentabilidade, e segundo Duart et al. (2013), a

madeira é um dos recursos renováveis mais significativos: permite uma grande variedade de

aplicações como material de construção, matéria-prima ou fonte de energia, apresentando

inúmeras vantagens em relação às matérias primas e materiais não renováveis.

O wood frame de acordo com Goi (2014), é uma construção no qual se evitam

desperdícios, pois não é necessário quebrar as paredes para que as tubulações sejam

embutidas assim como não é necessário o uso de formas para pilares e vigas, já que as

próprias paredes são estruturais, diminuindo assim o gasto e desperdício de material.

Assim como na afirmação de Isaia, (2007), a própria madeira é de origem

orgânica, biodegradável e também pode ser reflorestada, ou seja, um material sustentável.

Já de acordo com a Futureng (2017), os painéis OSB que são parte da estrutura

das paredes respeitam os conceitos de sustentabilidade já que contribuem para a minimização

30

das alterações climáticas, servem de alternativas econômicas e estáveis à utilização da

madeira maciça, exige menos energia em comparação com outros materiais de construção e

por fim, é um material completamente reciclável.

3.3 MÉTODO CONSTRUTIVO

O método construtivo wood frame é constituído de estruturas em perfis leves de

madeira auto clavada e chapas OSB que servem de contraventamento, essas chapas são de

madeira reflorestada, prensadas em três camadas perpendiculares, unidas com resinas e

prensadas sob alta temperatura aumentando assim sua resistência mecânica, rigidez e

estabilidade. As espessuras mais utilizadas são de 11,1mm nas paredes e telhados e 18,3mm

em pisos e lajes.

Os itens que compõem segundo Silva (2010), são a fundação, paredes, cobertura,

laje, instalações elétricas e hidráulicas e acabamento. As figuras 10 e 11, apresentam algumas

das etapas do método construtivo, na figura 10 a fundação, estrutura das paredes, laje e a

cobertura.

Figura 10- Esquema estrutural wood frame.

Fonte: Atos Arquitetura (2016).

31

Já a figura 11 apresenta as instalações elétricas.

Figura 11- Instalações elétricas.

Fonte: Atos Arquitetura (2016).

3.3.1 Fundações

Nas palavras de Silva (2010), a fundação deve ser escolhida conforme o solo de

cada local, o autor também salienta que na grande maioria das vezes a fundação aplicada no

sistema wood frame é o radier ou a sapata corrida. A imagem da figura 12 a seguir mostra a

estrutura em wood frame aplicada sobre a fundação em radier.

32

Figura 12- Estrutura wood frame sobre fundação em radier.

Fonte: Adaptado de Duart et al. (2013, p.75.)

A fundação mais utilizada segundo Duart et al. (2013), é o radier (laje de concreto

armado), já que com o uso do wood frame a estrutura fica mais leve, fazendo com que menos

esforços sejam aplicados sobre a fundação, esse tipo de fundação também é de fácil e rápida

execução, podendo ainda aproveitar a estrutura como um contra piso.

Destacam Molina; Calil Junior (2010), que em países onde o inverno é mais

rigoroso, como no hemisfério norte, existem estruturas subterrâneas mais conhecidas como

basement wall; esse compartimento se localiza abaixo do nível do solo e com no mínimo de

60 cm abaixo, e tem como principal função aumentar a temperatura das casas, pois o

congelamento não agride o conforto térmico desse nível subterrâneo. O basement pode

sustentar as cargas tanto de piso, telhados e paredes entre outras cargas, e pode ser construído

tanto em madeira como em concreto, sendo muito usado nos Estados Unidos. Podendo nesse

método ainda serem colocadas vigas de madeira em seção I sobre o basement para sustentar e

distribuir as cargas. A figura 13, a seguir, tirada em Chicago demonstra a escada com a desida

abaixo do nível normal do solo.

33

Figura 13- Entrada do basement em Chicago.

Fonte: Autor (2017).

34

3.3.2 Estrutura das paredes

O conjunto estrutural é formado segundo Silva (2010), pelos perfis de madeira e

chapas de madeira estruturais, essas chapas de madeira auxiliam reduzindo o comprimento de

flambagem dos montantes assim como na estabilidade do empreendimento. A estrutura das

paredes é composta por:

Perfis leves de madeira como montantes verticais, bitolas em geral de 2" x 4" (38 mm

x 90 mm), 2" x 6" (38 mm x 140 mm) e 2" x 12" (38 mm x 290 mm), espaçados

entre si a cada 40 cm ou 60 cm.;

Perfis leves de madeira como guias inferiores e superiores, bitolas em geral de 2" x

4" (38 mm x 90 mm), 2" x 6" (38 mm x 140 mm) e 2" x 12" (38 mm x 290 mm);

Chapas estruturais de OSB, com espessura usual de 11,1 mm, como contra

ventamento da estrutura reticulada;

Painéis de pisos compostos por chapas estruturais de OSB, com espessura usual de

18,3 mm, fixadas em vigas de madeira tipo I, espaçadas a cada 40 cm ou 60 cm.

(SILVA, 2010).

De acordo com Molina; Calil Junior (2010), como as ligações são realizados com

pregos galvanizados, existem países como o Chile que já usa um sistema diferente com

grampos. O mesmo autor cita ainda, que pode ser utilizado prego do tipo ardox ou anelado,

pregos que dificultam o seu arrancamento da estrutura. A figura 14 mostra o prego ardox.

Figura 14- Prego Ardox

Fonte: Comercial Gerdau (2017).

35

Em concordância com o pensamento de Silva (2010), os autores Molina; Calil

Junior (2010), explicam que, como as paredes executadas em wood frame tornam-se rígidas

elas ficam com grande capacidade de resistir aos esforços do vento, como exemplo cita:

Com os esforços horizontais, a parede frontal ao vento é solicitada

perpendicularmente ao seu plano, resultando em esforços de flexão nos montantes e

chapas de OSB. Essa parede transfere os esforços para os pisos superior e inferior

que receberão esses esforços como carga distribuídas. Admite-se neste caso por

simplificação, o piso como sendo uma viga horizontal submetida ao esforço de

flexão transferido pela parede. A cortante que surge nesta viga deve ser resistida

pelo conjunto formado pelas chapas de OSB e as vigas que compõem o piso.

(MOLINA; CALIL JUNIOR, 2010, p.149)

A figura 15 a seguir mostra a execução das paredes em estrutura wood frame.

Figura 15- Estrutura de casa em wood frame.

Fonte: Duart et al. (2013, p.75.)

Já de acordo com Zaparte (2014), um outro fator importante é que isoladamente

os montantes não resistem aos esforços horizontais que a estrutura sofre, podendo causar

deformações ou até seu colapso. Para que esse problema seja resolvido, deve-se conectar os

montantes a estruturas de ligações rígidas ou de elemento capaz de transferir os esforços para

36

a fundação para isso é feito o contraventamento com painéis OSB o que será detalhado a

seguir.

3.3.2.1 Painéis OSB

.

Os painéis OSB têm tido sua maior utilização no exterior, principalmente nos

EUA. Já no Brasil, a produção de OSB é recente, mas vem aumentando, sua aplicabilidade

aqui no país em pisos, divisórias, coberturas e obras temporárias. Esse produto é certificado

de acordo com as normas americanas, pois a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) apresenta normas que estabelecem dimensões, tolerâncias e condições a serem

seguidas para classificação de chapas de compensado, madeiras aglomeradas e MDF, mas não

versa sobre o OSB.

Segundo Futureng (2017), a norma European Standard (Norma Portuguesa) NP-

EM300/2002 define os quatro tipos de OSB de acordo com sua resistência mecânica e suas

propriedades físicas:

1. OSB/1 - Placas para usos gerais, incluindo decoração interior e mobiliário,

em ambiente seco;

2. OSB/2 - Placas para fins estruturais, em ambiente seco;

3. OSB/3 - Placas para fins estruturais em ambiente úmido;

4. OSB/4 - Placas para elevado desempenho estrutural em ambiente úmido.

Sendo que o OSB/2 é utilizado em ambiente seco, o OSB/3 em ambiente húmido,

nas estruturas apenas o OSB/3 e OSB/4 podem ser usados. A figura 16 apresenta o OSB /3.

37

Figura 16- OSB/3

Fonte: Tecbuild (2017).

Segundo publicação de Zenid et al. (2003), o painel OSB é dimensionado para

suprir a resistência mecânica exigida para fins estruturais já que tanto o MDF como o

aglomerado não conseguiram suprir essa exigência. Sua formação é feito, por camadas de

partículas ou de feixes de fibras com resinas fenólicas que são prensados em três camadas

perpendiculares, unidas com resina resistentes à intempéries e prensadas sob alta temperatura.

A resistência atingida é considerada alta, não chegando a tal resistência de uma madeira de

lei, mas já considerada para ser usado numa estrutura. A elasticidade desse madeiral e a

mesma encontrada no aglomerado, porém sua resistência é maior.

De acordo com a Possamai (2017), as vantagens da aplicabilidade do OSB são

devido à alta resistência às intempéries, físico-mecânica, empenamento, assim como a

qualidade consistente e uniforme, espessura calibrada, versatilidade, ecologicamente correto e

a competitividade em seu preço.

38

3.3.2.2 Conexões entre elementos estruturais da parede

Em grande parte das estruturas de madeira, a ligação se dá por meio de pregos e

segundo Allen; Thallon e Schreyer (2011), existem três tipos de pregação em construção

wood frame. Conforme a figura 17 ilustra, a pregação toe nail é a pregação em ângulo que é

utilizada em casos onde não é possível a aplicação da pregação do tipo end nail, e por fim a

técnica de pregação toe nail, muito utilizada em tesouras de madeira e soleira superior.

Figura 17- Tipos de Pregação

Fonte: Allen; Thallon e Schreyer (2011).

3.3.3 Lajes

As lajes para o sistema em estudo podem ser construídas em dois tipos de

métodos construtivos, de acordo com Silva (2010), os tipos de lajes são a laje seca e a laje

mista.

3.3.3.1 Laje seca

Na compreensão de Silva (2010) o sistema é formado utilizando-se painel com

seu miolo sendo em madeira e nas duas faces são aplicadas placas cimentícias reforçadas com

fios sintéticos como demonstra a figura 18, sendo que após pronta é possível a aplicação de

vários tipos de acabamento.

39

Figura 18- Painel em placas cimentícias e miolo de madeira.

Fonte: Silva (2010)

Esse sistema, conforme o mesmo autor, possui algumas características técnicas,

entre elas estão que a madeira recebe tratamento aumentando sua resistência contra cupins, as

placas cimentícias são produzidas com uma mistura de cimento Portland, agregados naturais,

celulose e fios sintéticos de polipropileno. Existem dois tipos específicos de painéis, um é

usado em mezaninos e outro quando se tem uma maior exigência de carga no piso, as

espessuras são de 23mm para mezaninos e 40mm para cargas maiores. A figura 18, mostra a

imagem de uma laje seca, a parte em cinza é a placa cimentícia e o miolo a madeira tratada.

Para LP Building Products (2017), a laje seca possui inúmeras vantagens como a

alta resistência à cargas distribuídas, vence grandes vãos, resistência ao fogo já que a

superfície cimenticia é incombustível e não propaga chamas, é também ecologicamente

correto, pois sua matéria prima provem de reflorestamento, apresenta também versatilidade já

que a mesma aceita qualquer tipo de acabamento e por fim possui um excelente isolamento

acústico e térmico.

A Globalplac (2017) informa que o painel com miolo de madeira e revestimento

em placa cimenticia vence grandes vãos e suporta até 500kg/m² de carga, e esse tipo de laje de

acordo com o autor é uma solução rápida e econômica.

A norma seguida é a Padrão de Desempenho para Painéis Estruturais de Madeira

Performance Standard for Wood-Based Structural-Use Panels (PS-2/04), norma Americana,

que fornece requisitos para produção, comercialização e especificação de painéis de uso

estrutural a base de madeira, e tem como a abrangência os requisitos de desempenho,

procedimentos de qualificação e métodos de ensaio.

40

3.3.3.1.1 Transporte

O ideal é o transporte por meio de empilhadeira. Caso não seja possível, o transporte

manual deverá ser executado com o painel na vertical por dois homens. Quando

transportados por empilhadeiras ou gruas, os paletes devem ser compostos de acordo

com as espessuras:25 painéis de 23 mm ou 15 painéis de 40 mm. (SILVA, 2010)

3.3.3.1.2 Armazenamento

Do ponto de vista de Silva (2010), os painéis devem ser estocados em lugar seco e

abrigado, e seguindo as seguintes normas:

Estocar os painéis em piso plano, na horizontal, sobre calços de madeira nivelados e

espaçados no máximo a cada 80 cm. O comprimento do apoio deve ser no mínimo

igual à largura dos painéis. Manter o alinhamento dos painéis na pilha, evitando

sobras ou pontas que possam produzir deformações. Deve ser verificada a

capacidade de carga do piso onde serão armazenados os painéis, antes de colocá-los.

As pilhas de painéis devem ter no máximo 2 m de altura, respeitando-se o número

máximo de painéis por palete. Caso seja necessário o armazenamento provisório e

temporário em áreas externas sujeitas às intempéries, os painéis devem ser cobertos

com lona impermeável e resistente e as bases das pilhas devem também estar

protegidas, não em contato direto com o chão ou com o piso externo. (SILVA,

2010).

3.3.3.1.3 Etapas de produção e indicadores de prazo

De acordo com Silva (2010), existe três prazos parciais de execução da laje seca,

do qual 40% compõem na montagem da estrutura de apoio, 25% compõem na instalação do

painel masterboard e os outros 35%, gastos na execução de acabamentos.

3.3.3.1.4 Acabamentos

Conforme Silva (2010), podem ser aplicados diversos tipos de acabamentos sendo

que deve-se calafetar as juntas com selante, limpar a superfície antes de colocar qualquer

revestimento e onde for área molhada deve-se ainda realizar a impermeabilização com

emulsão asfáltica ou com outra impermeabilização flexível, segue dois exemplos de aplicação

de acabamentos, sendo a figura 19 a aplicação de carpetes, laminados ou pisos vinílicos no

41

qual é aplicado a banda acústica sobre a placa de OSB e após passado a cola de contato e

posteriormente é feita a aplicação do carpete, laminados ou pisos vinílicos.

Figura 19- Aplicação de carpetes, laminados ou pisos vinílicos.

Fonte: Silva (2010).

Já na figura 20 apresenta um modelo de aplicação de cerâmica no qual

primeiramente é feita a calafetação das juntas nos painéis OSB, logo após sua

impermeabilização é realizada tendo posteriormente a colocação da cerâmica com a

argamassa flexível, sendo importante que a junta dos painéis coincidirem com a junta do piso,

para que trabalhem juntos.

Figura 20- Aplicação de cerâmica

Fonte: Silva (2010, p. 4).

42

Em concordância com Silva (2010), a LP Building Products (2017) afirma que a

mesma laje aceita qualquer tipo de acabamento, destacando sua versatilidade.

3.3.3.2 Laje mista

Como caracteriza Silva (2010), a laje mista é considerada a laje de OSB, no qual é

aplicado por cima dessa placa uma lamina plástica (filme de polietileno), e sobre a camada de

lamina plástica é aplicado 5 cm de concreto armado com malha metálica, pode ser aplicado

qualquer tipo de revestimento e recomenda-se a utilização de argamassa do tipo ACII no

assentamento de revestimento cerâmico e porcelanatos.

De acordo com a Engenharia Civil Diária (2015), a diferença entre a laje seca e a

laje mista é que na laje mista é colocado um contrapiso de 3 a 4 cm de argamassa sobre o

OSB, reforçado com fibras de polietileno ou fibras de aço, podendo ser aplicado vários tipos

de revestimento tais como carpet, laminados, cerâmica, porcelanatos, entre outros. A figura 21

apresenta a confecção da laje mista, onde são colocadas as vigas de madeira e a aplicação da

placa OSB e posteriormente em cima dessa placa é executado o contrapiso reforçado com

fibras.

Figura 21- Execução da laje mista.

Fonte: Engenharia Civil Diária (2015).

43

3.3.4 Instalações hidráulicas e elétricas

Como descrito por Silva (2010), o sistema utilizado em uma construção

convencional pode ser o mesmo aplicado em uma construção em wood frame. Entretanto

existem produtos desenvolvidos especialmente para se aplicar nessa estrutura, como caixas

elétricas que são fixadas nas chapas de fechamento, e sistemas hidráulicos tipo PEX,

resistentes à altas temperaturas, sistema este usado tanto para água fria como para água

quente. O autor explica a seguir como são instalados os tubos e eletrodutos.

As tubulações e eletrodutos são instalados no interior das paredes, preparando-se

previamente todas as furações necessárias. Evita-se que os perfis verticais sejam

perfurados, de modo que toda ligação horizontal é feita internamente no forro.

Quando existe a necessidade de se furar um montante, o furo deve respeitar a

especificação de diâmetro máximo igual a 1/3 da espessura do montante; todavia,

isso já deve ser previsto no projeto estrutural. Em geral, as tubulações e eletrodutos

são colocados verticalmente nas paredes, entre montantes estruturais. (SILVA,

2010).

Em concordância, Molina; Calil Junior (2010) dizem que o sistema elétrico e

hidráulico pode ser idêntico ao sistema convencional e que no sistema wood frame em

comparação ao sistema convencional o uso das paredes proporciona agilidade ao se fazer

reparos e que é mais fácil de se embutir as instalações nos vãos dos montantes. A figura 22

mostra dutos de elétrica colocados verticalmente entre os montantes estruturais das paredes de

wood frame.

44

Figura 22- Fiação no interior da parede.

Fonte: Atos Arquitetura (2016).

A figura 23, apresenta a disposição dos sistemas hidrossanitário e elétrico

distribuídos ao longo da laje.

45

Figura 23- Instalações hidrossanitária e elétrica.

Fonte: Atos Arquitetura (2016).

3.3.5 Telhado

Como descrito por Duart et al. (2013), o uso mais comum de telhas é do tipo

shingle, produzidas na base de asfalto e agregados, as telhas são pregadas sobre os painéis de

OSB, proporcionando uma maior impermeabilização em caso de que alguma telha venha

apresentar defeito ou ser danificada. Essas telhas são encaixadas sobrepostas, desse modo

evitam-se vazamentos e sua instalação é de fácil aplicabilidade.

Rolim Junior (2006) aborda que essa cobertura é uma manta asfáltica composta

por elementos descontínuos, possuindo em sua composição camadas a base de asfalto, fibra

de vidro e acabamento superficial de grânulos ceramizados, lâmina de cobre ou titânio-zinco.

Essas telhas podem ser adaptáveis a qualquer tipo de estrutura.

A instalação desse sistema requer uma superfície plana e nivelada e no caso do

Wood frame normalmente são usadas chapas de OSB de 12mm, o procedimento normal é que

46

as telham sejam pregadas sobrepondo-se até o cume, assim as telhas se sobrepõem

proporcionando uma estanqueidade total assim como um ótimo acabamento estético.

Na figura 24 é mostrado a aplicabilidade da telha do tipo shingle em uma

construção realizada utilizando-se o método construtivo wood frame.

Figura 24- Casa em wood frame e telhado com telhas shingle

Fonte: Duart et al. (2013, p.77)

Segundo Molina; Calil Junior (2010), pode-se usar outro método , no qual sobre

as paredes do último piso são colocados treliças de madeira industrializadas com conectores ,

esse espaçamento entre as treliças varia conforme o tipo de telha usado , e fica ente 60 cm e

120 cm, com esse método é possível reduzir em até 40% o peso da cobertura, pois as seções

são de pequenas dimensões como 3cm x 7cm. A figura 25 apresenta uma demonstração da

colocação de telhas sobre as treliças em uma obra.

47

Figura 25- Cobertura sobre treliças.

Fonte: Molina; Calil Junior (2010, p.153).

Os mesmos autores concordam sobre o método das telhas shingle que necessitam

do deck de OSB que serve como base para a colocação das telhas.

3.3.6 Acabamento

Como descrito por Duart et al. (2013), pode ser finalizado o acabamento com

madeira, rebocos ou vinyl siding, esse último sistema muito utilizado nos Estados Unidos, e é

composto por tábuas plásticas sobrepostas. A figura 26 mostra uma casa com esse tipo de

aplicação em Chicago.

48

Figura 26- Casa em Chicago com acabamento em vinyl siding.

Fonte: Autor (2017).

49

De acordo com a LP Building Products (2017), as vantagens de usar esse tipo de

acabamento são a beleza, facilidade de instalação, economia, facilidade de manutenção,

versatilidade, ou seja, adapta-se a qualquer projeto arquitetônico, durabilidade e resistência

elevada já que resiste à ação de intempéries, raios UV, poluição e maresia assim como não

quebra e nem racha. A figura 27 apresenta os dois tipos usados o alemão e o americano, assim

como os tipos de acabamento para esse vinyl siding.

50

Figura 27- Tipos de vinyl siding.

Fonte: LP Building Products (2017).

Um outro tipo de acabamento apresentado por LP Building Products (2017) é o

smartside, que é um revestimento para uso externo e interno e sua aparência é de madeira

natural, possui proteção contra cupins e garantia de 20 anos. Este material está disponível em

três formatos conforme demonstrado na figura 28.

51

Figura 28- Acabamento em SmartSide.

Fonte: LP Building Products (2017).

Destaca-se que dos três tipos apresentados o mais vantajoso é o painel H, pois

possui tripla função, revestindo, vedando e contraventando a estrutura.

E segundo LP Building Products (2017) e Duart et al. (2013) os demais

revestimentos funcionam da mesma forma que em uma construção convencional.

3.3.7 Cronograma com as fases do sistema construtivo

De acordo com Silva (2010), o cronograma representado pelo quadro 1 é para a

execução de uma casa em wood frame com 166m² de área construída, e apresenta as seguintes

etapas:

1. Preparação do canteiro: duas a três semanas;

2. Produção em fábrica: duas semanas simultaneamente a atividade 1;

3. Execução das fundações: uma ou duas semanas;

4. Montagem da casa (estrutura): uma a duas semanas e

5. Fechamentos e acabamentos: seis a nove semanas.

52

Quadro 1 - Cronograma- Prazo maior 14 semanas; Prazo menor 10 semanas.

Fonte: Adaptado de Silva (2010). Folga Caminho crítico.

A partir do demonstrado por Silva (2010), constatou-se que o prazo menor ficou

em dez semanas e o prazo maior em quatorze semanas, sendo um prazo máximo de 3 meses e

meio.

Comparativamente de acordo com Tognetti (2011), uma casa de 100 m² em

alvenaria leva um prazo aproximado de 4 meses para construir. Se aplicada uma regra de três

básica em cima desse dado, obter-se-ia que uma casa de 166m² levaria a princípio para ser

construída 6,64 meses, ou seja, uma redução de tempo na faixa de 47% em comparação com a

construção convencional.

3.3.8 Vantagens do método

Nas palavras de Duart et al. (2013), as grandes vantagens apresentadas nesse

método são a rapidez da execução, a facilidade de construção, a economia geral na obra, a

grande resistência aos esforços assim como o sistema propícia soluções baratas e de fácil

aplicabilidade para o tratamento térmico e acústico.

Em concordância Molina; Calil Junior (2010), apontam que o sistema é vantajoso

pois é feito de madeira reflorestada tratada, ou seja, um material renovável. Além desta

vantagem o método wood frame proporciona vantagens em sua resistência, conforto térmico e

acústico quando comparado com a alvenaria. O autor ainda vai além apontando para um

sistema rápido e como é industrializado esse sistema faz que seja gerado uma menor perda de

materiais e por consequência uma grande redução na geração de resíduos.

De acordo com Zaparte (2014), o manual canadense Canadian Wood-Frame

House Contsruction, cita algumas vantagens do sistema wood frame, quando bem projetado e

executado. Essas vantagens são:

53

Rápido e fácil para construir e reformar;

Durável;

Construído a partir de um material renovável (madeira), um isolante

natural que é fácil de isolar e minimizar os custos de aquecimento e

refrigeração;

Forte, leve e flexível, usando ferramentas básicas e elementos de fixação;

Reforçado para suportar ventos extremos e cargas sísmicas;

Adaptável a todos os climas que variam de quente e úmido para

climas extremamente frios;

Capaz de atender ou exceder os níveis estabelecidos de código de segurança contra incêndio e acústico. (ZAPARTE, 2014, p.21)

3.3.9 Recomendação normativa para casas em wood frame.

Segundo Molina; Calil Junior (2010), o método construtivo wood frame tem sido

pesquisado nos Estados Unidos desde 1910, e desde esse ano foram feitos várias alterações

em normas. Hoje, o dimensionamento de painéis estruturais em wood frame pode ser feito

através de critérios da norma americana WFCM2001 e também européias DIN 1052(1988) e

EUROCODE 5 (1997), que consideram diversidades sísmicas e climáticas de cada região.

Para dimensionamento de peças estruturais em madeira pode-se utilizar os critérios da NBR

7190:1997.

Já de acordo com Ferreira (2016), houve um grande avanço na elaboração da

norma brasileira para wood frame, tem uma equipe há meses trabalhando profundamente para

disponibilizar os parâmetros de qualidade para empresas e obras.

54

4 APLICABILIDADE DO SISTEMA NO BRASIL

4.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Uma das principais variáveis a ser considerada na hora de construir, são as normas

em vigência no local de sua construção, segundo Zaparte (2014), o país passou recentemente

por um processo de novos requisitos de desempenho que terão que ser observados e estão

divididos em 6 partes na norma NBR 15575/2013 - Desempenho de Edificações

Habitacionais da ABNT. As seis partes da norma são: Requisitos gerais; Requisitos para os

sistemas estruturais; Requisitos para os sistemas de pisos; Requisitos para os sistemas de

vedações verticais internas e externas; Requisitos para os sistemas de coberturas; Requisitos

para os sistemas hidrossanitários. Portanto qualquer edificação nova a partir da vigência dessa

norma deverá atender a todos esses requisitos.

De acordo com Barros (2013), para as inovações tecnológicas que surgem,

deverão atender as diretrizes proposta pela ABNT na NBR 15575/2013, que estabelece os

critérios mínimos a serem atendidos, quando houver o surgimento de uma tecnologia

inovadora deverá esta ser submetida a uma diretriz de avaliação. Até julho de 2013 o sistema

nacional de avaliações técnicas (SiNAT), (no qual faz a avaliação técnica de produtos

inovadores empregados em edifícios, particularmente habitacionais, obras de saneamento e de

infra-estrutura de transportes, baseado no conceito de desempenho), estabeleceu doze

diretrizes de avaliação técnica segundo o Quadro 2.

55

Quadro 2 - Diretrizes SiNAT

Diretriz SiNAT nº 001 - Revisão 02 - Diretriz para Avaliação Técnica de sistemas

construtivos em paredes de concreto armado moldadas no local

Diretriz SiNAT nº 002 - Revisão 02 - Sistemas de paredes integrados por painéis pré-

moldados de concreto ou mistos para emprego em edifícios habitacionais

Diretriz SiNAT nº 003 - Revisão 02 - Diretriz para Avaliação Técnica de Sistemas

construtivos estruturados em perfis leves de aço zincado conformados a frio, com

fechamentos em chapas delgadas (Sistemas leves tipo "Light Steel Framing")

Diretriz SiNAT Nº 004 Revisão 01 - Paredes estruturais constituídas de painéis de PVC

preenchidos com concreto (Paredes de concreto com formas de PVC incorporadas)

Diretriz SINAT Nº 005 - Revisão 02 - Sistemas construtivos estruturados em peças leves de

madeira maciça serrada, com fechamentos em chapas (Sistemas leves tipo "Light Wood

Framing")

Diretriz SiNAT nº 006 - Revisão 01 - Argamassa inorgânica decorativa para revestimentos

monocamada

Diretriz SiNAT nº 007 - Revisão 01 - Diretriz para Avaliação Técnica de telhas plásticas para

telhados

Diretriz SiNAT Nº 008 - Revisão 01 - Vedações verticais internas em alvenaria não estrutural

de blocos de gesso

Diretriz SiNAT nº 009 - Revisão 01 - Sistema de vedação vertical externa, sem função

estrutural, multicamadas, formado por perfis leves de aço zincado e fechamentos em chapas

delgadas com revestimento de argamassa (Fachada leve em steel frame)

Diretriz SiNAT nº 010 - Diretriz para Avaliação Técnica de Sistemas Construtivos Formados

por Painéis Pré-fabricados de Chapas Delgadas Vinculadas por Núcleo de Isolante Térmico

Rígido.

Diretriz SiNAT nº 011 - Diretriz para Avaliação Técnica de Paredes, moldadas no local,

constituídas por componentes de poliestireno expandido (EPS), aço e argamassa,

microconcreto ou concreto

Diretriz SiNAT Nº 012 - Reservatórios modulares de placas de poliéster reforçado com fibra

de vidro (PRFV) para armazenamento de água potável

56

Fonte: Adaptado de Brasil (2017).

De acordo com Tecverde (2016), pelo fato do wood frame se tratar de um método

inovador no Brasil, foi necessário passar por um processo de avaliação de normas técnicas

internacionais, assim desenvolveram-se as diretrizes do Sistema Nacional de Avaliações

Técnicas de Produtos Inovadores (SINAT nº 005/2011) com renovação em 2016, para atender

a NBR-15575, que trata do desempenho das edificações habitacionais.

Em 2012, a Tecverde desenvolveu a tecnologia wood frame para Habitações

de Interesse Social e homologou junto ao Ministério das cidades em 2013 o

Documento de Avaliação Técnico (DATec nº 020) – Sistema Construtivo

Tecverde, sendo este renovado em 2015 para DATec nº 020ª. Para ser

homologado, foi necessário comprovar via simulações, ensaios laboratoriais e

em campo, o atendimento à NBR15575 e demais normas brasileiras.

(TECVERDE, 2016).

4.2 OS SISTEMAS CONSTRUTIVOS TECVERDE E BOLSONI

As empresas pioneiras na aplicabilidade do método construtivo wood frame no

Brasil são: a Tecverde Engenharia - construções eficientes, localizada em Curitiba, que é a

pioneira na aplicação do método e a Bolsoni Construtora, localizada em Florianópolis, que

também aplica o sistema wood frame.

O método construtivo wood frame aplicado no Brasil pela Tecverde (2016), é

derivado dos perfis leves de madeira e sua aplicabilidade passou pela industrialização das

atividades construtivas sempre visando a qualidade, eficiência, economia e produtividade.

Esse sistema foi desenvolvido de uma evolução dos sistemas leves de madeira e eram

compostos pelos montantes de Pinus + OSB +Membrana Hidrófuga + Placa cimentícia.

A figura 29 mostra a primeira casa construída nesse sistema pela Tecverde.

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Figura 29 - Primeira casa Tecverde.

Fonte: Tecverde (2016)

Já segundo a Bolsoni (2017), esse sistema é muito flexível na questão de

acabamentos, lajes, telhados e paredes, permitindo que com a aplicabilidade do wood frame

possa ser realizado a construção das casas em diversos estilos como de rústicos a estilos mais

modernos.

De acordo com Tecverde (2016), o sistema industrializado já foi aplicado em

construções de alto padrão, médio padrão e de habitações sociais e além de residências o

método já foi aplicado também em edificações institucionais, educacionais e comerciais.

A figura 30 mostra uma casa de alto padrão construída pela empresa.

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Figura 30 - Casa de alto padrão construído pela Tecverde.

Fonte: Tecverde (2016)

Já a Bolsoni (2017), informa que a estrutura é capaz de aguentar ventos fortes e

até ciclones, e também pode-se executar estruturas de até 7 andares. A figura 31 mostra um

edifício de três andares sendo executado em Curitiba.

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Figura 31- Edifício em Curitiba.

Fonte: Martins (2016).

Para melhor entendimento das diferenças entre as empresas destacadas, procedeu-

se um comparativo da execução do sistema wood frame, mediante consulta a site das

empresas.

4.2.1 Fundação

De acordo com a Tecverde (2016), a execução da fundação é realizada em sistema

de radier de concreto em modo simplificado devido ao sistema construtivo aplicado ser leve,

para isso o radier é normalmente assentado em uma base de saibro e normalmente fica com

12 cm de altura com uma tela de armadura superior e inferior, já sendo previstas as esperas

para as instalações elétricas e hidráulicas. A figura 32 mostra a representação do radier.

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Figura 32- Representação do radier.

Fonte: Tecverde (2016).

Podem ser usados outros tipos de fundações quando o solo tem pouca resistência,

sendo que para isso deverá ser feito a análise do solo assim como a superfície da fundação

deverá ser lisa, nivelada e homogênea, possibilitando a instalação dos painéis de parede.

Em concordância com a Tecverde (2016), a Bolsoni (2017), utiliza também do

sistema de radier, alertando que é imprescindível a análise do solo, com uma compactação

mínima segundo a norma de 95%, outro fator importante é o cálculo estrutural, esses dois

fatores juntos são imprescindíveis para a execução do sistema.

As grandes vantagens da aplicabilidade do radier segundo Bolsoni (2017), estão

no “ custo mais baixo em relação a outros tipos de fundação; menos mão de obra; ideal para

terrenos argilosos e menos tempo de execução”.

Desse modo prevalece o radier como fundação escolhida.

4.2.2 Estruturas das paredes

Para a Tecverde (2016), a estrutura da parede é em pinus alto clavado e conforme

a NBR-7190, item 6,3,5, a classe estrutural é C25 e o tratamento químico é a base de CCA

com densidade média de 550 kg/m³. As principais medidas utilizadas são 38x90 mm,

38x140mm, 45x90 mm e 45x190 mm. São realizados ensaios para o controle de qualidade

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como retenção de tratamento químico, controle do número, posição e tipo de nós e controle de

qualidade para análise do número de anéis, empenamento e absorção de agua. A figura 33

apresenta o painel executado pela empresa.

Figura 33- Painel estrutural Tecverde do tipo parede.

Fonte: Tecverde (2016).

O contraventamento do método da Tecverde é realizado através de painéis OSB de

9,5 mm de espessura e densidade de 650kg/m³.

De acordo com a Tecverde (2016), a membrana hidrófuga evita que a umidade e a

agua da chuva infiltram na parede, servindo assim de proteção, a fixação desse material se dá

por meio de grampos galvanizados do tipo 80F com 6mm de comprimento e espaçamento a

cada 400mm. A figura 34 apresenta uma imagem da membrana sendo aplicada no OSB.

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Figura 34- Membrana sendo colocado sobre o painel OSB.

Fonte: Tecverde (2016).

A altura máxima de cada painel é de 3,2 m, quando se tem pé direito duplo é feito

a composição de dois painéis. A altura padrão da Tecverde é de 2,55m ficando com o pé

direito total de 2,50m descontando o rebaixo do forro e contrapiso.

A Bolsoni (2017) informa apenas que é usado madeira de pinus autoclavado para

as estruturas de suas paredes.

4.2.3 Acabamento

Para a Tecverde (2016), é mais usual na questão de acabamento a utilização de

placas cimentícias no exterior da construção, já na parte interior o mais usual é o gesso

acartonado, e sobre essas chapas podem ser aplicados vários materiais entre eles: pintura,

cerâmicas, pastilhas, entre outras.

Já a empresa Bolsoni (2017) faz a aplicação de placas cimentícias, vinyl siding,

chapas metálicas na parte externa, e na parte interna opta pelo gesso acartonado, placa

cimentícia ou madeira.

4.2.4 Instalações elétricas

Na afirmação da Tecverde (2016), no processo de industrialização de seus painéis

na fábrica, já são fixadas as tubulações para a passagem de fios no seu interior, após a

colocação a parede é fechada completamente com o OSB, na obra essas tubulações são

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fixadas sobre o forro, servindo para a passagem de fios de tv, internet, luz e telefone. A figura

35 apresenta as tubulações no interior da parede.

Figura 35- Tubulações e caixa elétrica sendo instalada dentro do painel de fábrica.

Fonte: Tecverde (2016).

A Bolsoni não apresenta seu processo de fabricação, apenas a execução do

processo construtivo.

4.2.5 Instalações hidrossanitárias

Como descrito pela Tecverde (2016), as instalações hidráulicas seguem o mesmo

princípio das instalações elétricas, já como o sistema de esgotos não é possível ser embutido

dentro das paredes, assim a solução encontrada pela Tecverde foi o uso de shafts, como

mostrado na figura 36 a seguir.

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Figura 36- Corte vertical do shaft.

Fonte: Tecverde (2016).

A Bolsoni não apresenta seu processo de fabricação, apenas a execução do

processo construtivo.

4.2.6 Cobertura

A estrutura da cobertura conforme a Tecverde (2016), é realizada com treliças

industrializadas de madeira e painéis o que permite a utilização de qualquer tipo de telha ou

até cobertura verde.

No caso da empresa Bolsoni (2017), podem ser usadas telhas convencionais,

telhas shingle que é um sistema que proporciona beleza, estanqueidade, leveza e durabilidade

do telhado e telha aluzinco ondulada de fácil aplicação por ser leve a mesma não possui

emendas assim traz menor problema de infiltração, maior segurança em caso de vendavais e

maior conforto térmico.

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4.2.7 Painéis de entrepiso

Esses painéis conforme a Tecverde (2016), consistem em barrotes autoclavado,

tratado com peças de madeira e chapas OSB DE 18,3mm de espessura, em cima do OSB é

aplicado o contrapiso para nivelamento e assim apresenta um aspecto de laje, e após o piso

acabado, a espessura dos painéis de entrepiso, varia de acordo com os vãos e as cargas a

serem suportados, normalmente variando entre 21,26 e 32mm.

A Bolsoni não apresenta seu processo de colocação de painéis entrepiso.

A imagem 37 apresenta a colocação dos painéis de entrepiso.

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Figura 37- Colocação de painéis de entrepiso.

Fonte: Ufsc (2017).

4.2.8 Montagem

Conforme a Tecverde (2016), os painéis já são enviados para a obra prontos, tanto

com hidráulica como elétrica já embutida, faltando somente o acabamento final depois de sua

montagem no local; assim a empresa consegue um maior controle de qualidade dentro de sua

fábrica, redução de custo no canteiro de obras, redução na quantidade de insumos enviados na

obra, reduzindo assim a logística. A figura 38 mostra a montagem sendo feita em obra.

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Figura 38- Montagem

Fonte: Tecverde (2016).

A Bolsoni não apresenta seu processo de montagem, apenas a execução do

processo construtivo.

4.2.9 Tratamento da madeira

O tratamento aplicado segundo Tecverde (2016), é em autoclave, protegendo a

mesma contra agentes deterioradores de origem biológica. A figura 39 mostra o processo para

esse tratamento aplicado.

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Figura 39- Processo de tratamento de madeira no autoclave.

Fonte: Tecverde (2016).

Em concordância com a Tecverde, a empresa Bolsoni (2017), aplica o mesmo

método de tratamento.

Portanto, fica evidenciado que se está no início do processo de aplicação do

método construtivo no Brasil, e existe ainda uma longa jornada para que haja essa

conscientização de que é melhor aplicar essa técnica construtiva sustentável do que outras

técnicas predominantemente usadas no Brasil, que ainda podem trazer vários problemas

ecológicos para o país.

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5 CONCLUSÃO

O presente trabalho apresentou como tema principal um estudo sobre o método

construtivo em wood frame para unidades residenciais.

Desta forma, por meio de uma revisão bibliográfica chegou à conclusão que a

madeira é um material em potencial e com grande disponibilidade no país, assim como

apresenta vantagens no quesito sustentabilidade em relação a outros materiais de construção

convencional.

Por meio da revisão bibliográfica realizada a respeito do método wood frame,

tendo como parte fundamental apresentar o método analisando suas vantagens, foi possível

obter informações necessárias para compreender o método aplicado.

A pesquisa mostrou também o método wood frame, um método sustentável,

prático e rápido e analisou as vantagens desse sistema usado em países de primeiro mundo,

como os Estados Unidos da América.

A sustentabilidade está definida como a capacidade que o indivíduo tem de estar

em um ambiente sem causar impactos a esse ambiente. E hoje uma das maiores preocupações

é com a preservação dos recursos ambientais, pois o descaso de grande parte da população em

relação à sustentabilidade tem apresentado consequências catastróficas.

Dessa forma a pesquisa orientou sobre a importância da utilização de um método

sustentável, com redução de lixo, com o uso de madeira reflorestada, assim como apresentou

as suas vantagens sobre o método, já que não foi detectado nenhuma desvantagem sobre o

método estudado.

Entretanto é preciso mais conscientização acerca da aplicabilidade de métodos

inovadores e sustentáveis, procurando sempre preservar o meio ambiente.

A principal dificuldade encontrada no trabalho foi a falta de referências

bibliográficas, pois como é um sistema novo no país, tem pouca informação disponível do

método em questão.

A partir dessas análises, entende-se que o objetivo geral e os objetivos específicos

foram alcançados, pois o estudo contribuiu para o entendimento do sistema em questão.

Portanto, registra-se como para novos trabalhos de pesquisa:

Dimensionamento estrutural de uma residência em wood frame.

Aplicabilidade do método wood frame para prédios residenciais.

Método wood frame no Brasil e suas adaptações

Análise financeira, frente ao sistema construtivo convencional (alvenaria).

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