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Estradas 1 – Projeto geométrico Prof. Me. Arnaldo Taveira Chioveto Universidade do Estado de Mato Grosso –UNEMAT Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas – FACET Curso: Bacharelado em Engenharia Civil 5 – SL-SE-Curva de transição

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Estradas 1 – Projeto geométrico

Prof. Me. Arnaldo Taveira Chioveto

Universidade do Estado de Mato Grosso –UNEMAT

Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas – FACET

Curso: Bacharelado em Engenharia Civil

5 – SL-SE-Curva de transição

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CURVA DE TRANSIÇÃO

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Imaginando a aplicação da superelevação nas curvas circulares, teríamos a formação de um degrau ou a brusca

passagem da tangente para a curva (no PC), o que é impraticável. Também não é possível fazer uma gradual e suave

alteração da inclinação dentro da curva circular uma vez que a força centrífuga passa a agir logo após o PC com

intensidade máxima e igual a exercida em todo o restante da curva.

Fonte: Lima(2004)

CURVA DE TRANSIÇÃO

RAIOS DE CURVA QUE DISPENSAM CURVAS DE TRANSIÇÃO

PC

PT

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Para corrigir essa deficiência das curvas circulares de pequeno raio, foram introduzidas na Engenharia de Rodovias e

Ferrovias as CURVAS DE TRANSIÇÃO, onde são criadas curvas intermediárias concordando tangente e curva circular de

modo a garantir o desenvolvimento gradual da força centrífuga, de seu valor nulo em tangente até atingir seu valor

máximo no início da curva circular acomodando a variação da superelevação em perfeito equilíbrio geométrico.

CURVA DE TRANSIÇÃO

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Fonte: WATANABE(2016)

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Fonte: WATANABE(2016)

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CURVA DE TRANSIÇÃO

Muitas curvas de possível definição matemática

e de semelhante efeito prático poderiam ser

adaptadas ao estudo das curvas de transição.

RADIÓIDE AOS ARCOS, CLOTÓIDE ou ESPIRAL DE CORNU: tem a forma espiralada, com características diferentes das espirais de Arquimedes, logarítmica, hiperbólica, etc. É conhecida indevidamente como espiral de Van Leber, por ter sido este engenheiro holandês o primeiro a usá-la em ferrovias. É a mais utilizada no Brasil e nos Estados Unidos.

RADIÓIDE ÀS CORDAS ou LEMINISCATA DE BERNOUILLE: tem aplicação na Inglaterra e Itália; de difícil locação.

RADIÓIDE AS ABCISSAS ou CURVA ELÁSTICA: tem pouca aplicação por ser de difícil locação.

PARÁBOLA CÚBICA: as normas federais para ferrovias preveem seu uso, mas, por ser locada por coordenadas e não ter desenvolvimento suficiente para distribuição de toda superelevação, não tem sido empregada em larga escala.

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No Brasil o uso de espirais é bastante difundido, e recomenda-se o uso de espirais simétricas no calculo das curvas de

transição (Lc1=Lc2=L).

O uso de espirais assimétricas (Lc1≠Lc2) só é justificado em caso especiais.

CURVA DE TRANSIÇÃO

Para introdução de um tramo de espiral entre a tangente e a curva circular, se pode aplicar um dos três de

configuração na curva.

• 1º caso: RAIO conservado;

• 2º caso: CENTRO conservado;

• 3º caso: RAIO e CENTRO conservados.

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RAIO CONSERVADO

Mantido o raio da curva circular, o afastamento da curva implica

também no deslocamento do centro da curva – o que não afeta a

qualidade da concordância.

A vantagem de possibilitar a manutenção do raio da curva circular

no valor originalmente desejado, sem alterar a posição das

tangentes que se interceptam, torna este tipo de transição o

preferido para uso normal nos projetos das concordâncias. Os

outros tipos têm utilização esporádica, em casos especiais.

TS

SC

CS

ST

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CENTRO CONSERVADO

Se tem a necessidade de redução do raio da curva circular e o

consequente deslocamento do traçado em curva original para

o lado de dentro da concordância são as principais

desvantagens decorrentes do uso deste tipo de transição.

Raios variáveis ao longo do desenvolvimento

TS

SC

CS

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RAIO E CENTRO CONSERVADOS

Adotado somente em situações excepcionais (deflexões

maiores que 130°, peras e reversões), consiste no

deslocamento das tangentes paralelamente as posições

originais, mantendo o CENTRO e o RAIO. Somente aplicável

quando não se pode evitar um ponto obrigatório de passagem

situado sobre a curva original.

TS

SC

CS

ST

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CURVA DE TRANSIÇÃO ELEMENTOS DA ESPIRAL

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COMPRIMENTO da CURVA DE TRANSIÇÃO - CRITÉRIOS

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COMPRIMENTO MÍNIMO DE TRANSIÇÃO (Lmin) - CRITÉRIOS

• Critério do comprimento mínimo absoluto

���: ���� ≥ 30 m

Condição que o equivalente à distância percorrida por um veículo, na velocidade diretriz, no tempo de 2 segundos, prevalecendo o maior.

����=0,56* V

• Critério da fluência ótica ����= �

�* R

Aplicável somente para curvas com raios grandes, superiores a 800 m, este critério estabelece um comprimento mínimo de transição dado por:

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• Critério do conforto

COMPRIMENTO MÍNIMO DE TRANSIÇÃO (Lmin) - CRITÉRIOS

O valor máximo admissível para a taxa de variação da aceleração transversal (C), é estabelecido empiricamente

pelo DNER, sendo dado pela fórmula (DNER, 1999, p. 106):

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• Critério da máxima rampa de superelevação

COMPRIMENTO MÍNIMO DE TRANSIÇÃO (Lmin) - CRITÉRIOS

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• Critério da máxima rampa de superelevação

COMPRIMENTO MÍNIMO DE TRANSIÇÃO (Lmin) - CRITÉRIOS

RAMPAS DE SUPERELEVAÇÃO ADMISSÍVEIS : CASO BÁSICO

FATORES MULTIPLICADORES PARA Lmin

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COMPRIMENTO MÁXIMO DE TRANSIÇÃO (Lmax) - CRITÉRIOS

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COMPRIMENTO MÁXIMO DE TRANSIÇÃO (Lmax) - CRITÉRIOS

• Critério do máximo ângulo central da Clotóide

• Critério do tempo de percurso ����= 2,2* V

Por este critério, o DNER estipula que o comprimento de transição seja limitado à distância percorrida por um veículo, durante um tempo t = 8 segundos, na velocidade diretriz.

Este critério considera que será utilizada a Clotóide como curva de transição. Para evitar comprimentos muito

grandes da Clotóide em relação ao raio de curvatura em sua extremidade (o que resultaria, aliás, em deflexões

relativamente grandes da espiral), o DNER limita o comprimento da Clotóide ao valor do raio da curva circular

utilizada na concordância, ou seja: ����= R

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CRITÉRIOS COMPLEMENTARES

Outros critérios são apresentados pelo DNIT, como:

Critério de arredondamento: O valor a ser definido para o comprimento de transição, observados os limites tratados nos itens anteriores, deverá ser preferencialmente arredondado para múltiplo de 10,00 m, para fins de facilidade de cálculo (ao menos nos cálculos manuais) e de posterior locação das curvas de transição no campo.

Critério da extensão mínima com superelevação total: Para que os trechos em curva resultem em condições julgadas satisfatórias sob o ponto de vista da aparência geral e da condução ótica, o DNER recomenda que as concordâncias horizontais com curvas de transição sejam projetadas de forma a que os comprimentos das curvas circulares resultem iguais ou superiores à distância percorrida no tempo de 2 segundos, na velocidade diretriz (DNER, 1999, p. 112).

Critério de aparência geral: Visando à obtenção de uma aparência geral satisfatória, o DNER recomenda que as curvas sucessivas, tanto no caso de curvas reversas como no caso de curvas de mesmo sentido, sejam projetadas de forma a que os comprimentos de transição obedeçam à seguinte relação: R1*L1 ≥ R2 * L2

Critérios para concordâncias com curvas compostas: Quando o projeto de uma concordância é feito com o uso de curva composta, envolvendo duas curvas circulares de raios diferentes, o comprimento de transição da superelevação entre essas curvas é determinado considerando os mesmos critérios aplicáveis para curvas .

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Exemplo de Calculo dos Lmín e Lmax

Caso o projeto desenvolvido em região de relevo ondulado, na Classe II do DNER (para projetos de rodovias novas),

utilizando, para as concordâncias horizontais no PI1e no PI2, os raios de curva R1= 214,88 m e R2= 245,57 m, ambas as

concordâncias seriam efetuadas com curvas de transição (vide tabela dos RAIOS DE CURVA QUE DISPENSAM CURVAS DE

TRANSIÇÃO). Os comprimentos das curvas de transição deveriam obedecer aos seguintes limites, de acordo com os

critérios vistos:

LIMITES MÍNIMOS (Lmín):

• critério do comprimento mínimo absoluto: Lmín = 0,56 . V como V = 70 km/h Lmín = 0,56*70 = 39,20 m; Condição Lmín ≥ 30,00 m OK!

• critério da fluência ótica: não é aplicável a este exemplo, pois R1 e R2 < 800 m;

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Calculando Lmín

• critério do conforto: a taxa máxima admissível de variação da aceleração transversal, seria: C = 1 ,5 – 0,009 . V C= 1,5 – 0,009 . 70 C= 0,87 m/s³;

• critério da máxima rampa de superelevação: considerando o caso básico,

Fm= 1,0 (tabela - FATORES MULTIPLICADORES PARA Lmín);

Rmax= 1:185 (tabela - RAMPAS DE SUPERELEVAÇÃO ADMISSÍVEIS : CASO BÁSICO);

LF= 3,50 m (tabela geral);

LIMITES MÍNIMOS (Lmín):

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• critério do máximo ângulo central da Clotóide Lmax = R

• critério do tempo de percurso Lmáx = 2,2 . V = 2,2 . 70 Lmáx =154,00 m

LIMITES MAXIMOS (Lmax):

Calculando Lmax

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Lmáx Percurso =154,00 m

LIMITES MINIMOS (Lmin):

Definindo Lc

Observados esses limites e o critério complementar de adotar para Lc valores múltiplos de 10,00 m, os comprimentos

de transição, para ambos os raios considerados, deveriam ficar limitados a:

LIMITES MAXIMOS (Lmax):

50,00 m ≤ Lc ≤ 150,00 m

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Caso o projeto desenvolvido em região de relevo montanhoso, na Classe II do DNER (para projetos de rodovias

novas), utilizando, para as concordâncias horizontais no PI1 e no PI2, com raios de curva R1 = 143,27 m e R2 =

171,91 m.

Utilizar deflexões :

P1= 24° 12‘ 40''

P2= 32° 49‘ 50''

Exercício em sala - COMPRIMENTO DE TRANSIÇÃO