triângulo 190

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AMADORA Associação da Venda Nova alerta para vários problemas LOUSA População vai dar à Ajuda de Berço cerca de 3 mil euros ERICEIRA Vila piscatória é tema de filme no Brasil Pág.12 ODIVELAS Prédio na zona histórica opõe BE e a Câmara Pág.15 VIALONGA Estacionar é difícil junto às escolas Pág.22 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 190 • 31 JANEIRO 2011 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO jornal regional Triângulo Amadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira Pág.6 ERNESTO COSTA, PRESIDENTE DA FREGUESIA DE SANTA IRIA DE AZÓIA “Governo está a incapacitar as Câmaras e as Juntas” Págs.8/9 Pág.24 www.zonaoptica.pt [email protected] MULTIPLAS INICIATIVAS Comemoração dos 100 anos do nascimento de Alves Redol CULTURA Hortas biológicas são sucesso na Póvoa de Stª Iria

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Triângulo 190

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Page 1: Triângulo 190

AMADORA

Associação da Venda Novaalerta para vários problemas

LOUSA

População vai darà Ajuda de Berço cerca

de 3 mil euros

ERICEIRA

Vila piscatória é temade filme no Brasil

Pág.12

ODIVELAS

Prédio na zona históricaopõe BE e a Câmara

Pág.15

VIALONGA

Estacionar é difíciljunto às escolas

Pág.22

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 190 • 31 JANEIRO 2011 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO

jornal regional

TriânguloAmadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira

Pág.6

ERNESTO COSTA, PRESIDENTE DA FREGUESIA DE SANTA IRIA DE AZÓIA

“Governo está a incapacitaras Câmaras e as Juntas”

Págs.8/9

Pág.24

[email protected]

MULTIPLAS INICIATIVAS

Comemoraçãodos 100 anosdo nascimentode Alves Redol

CULTURA Hortas biológicassão sucesso na

Póvoa de Stª Iria

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2 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

ACONTECEU...

VAI ACONTECER...

Sábado, 22 de Janeiro

AMADORA- No âmbito das comemorações do 106.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Amadora realizou-se no Parque Central, uma exposição de Serviços e Equipamentos dos Bombeiros, Cruz Vermelha e Protecção Civil da Amadora. A exposição contou com a participação, para além dos Bombeiros Voluntários da Amadora, da Protecção Civil Municipal e da Cruz Vermelha Portuguesa.

ODIVELAS - O Ginásio Clube de Odivelas recebeu, a contar para a 3ª sessão do Nacional da III Divisão por Equipas, o GX “Os Peões de Alverca” II, com quem empatou a 2-2. O encontro, que se disputou no Centro de Exposições de Odivelas, teve os seguintes resultados por tabuleiro: António Santos 1-0 Sérgio Lopes; António Peixoto 0-1 Abílio Martins; Alberto Mendes 1-0 Orlando Nunes e Miguel Oliveira 0-1 Ernesto Loureiro. Ao fim de três sessões, o Ac. Torres Vedras segue na frente com 8 pontos, seguido do GC Odivelas e Casa do Xadrez, com 7 e 6 pontos, respectivamente. Na próxima sessão, a disputar em 19 de Fevereiro, o GCO desloca-se a Alpiarça para defrontar a Casa do Xadrez e decidir a liderança da série. Entretanto, no dia 6 de Fevereiro, o GCO recebe em Odivelas, a contar para os dezasseis avos da Taça de Portugal, o Clube dos Galitos, de Aveiro.

Segunda-feira, 24 de Janeiro

ODIVELAS - Teve lugar, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a assinatura de um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Odivelas e o Centro de Formação Profissional para o Sector Alimentar, situado na Pontinha. O acordo visa a cedência de utilização das instalações do Centro de Exposições de Odivelas para a realização de acções de formação para empresários. O Centro de Formação Profissional para o Sector Alimentar, em parceria com a Câmara Municipal de Odivelas, vai realizar um plano de formação, integrado no âmbito da «Iniciativa – Formação para

formandos, incide na aquisição de conhecimentos básicos de socorrismo, como o suporte básico de vida para que os agentes educativos possam ter uma primeira intervenção imediata, em caso de ocorrência de acidentes na população escolar.

Quinta-feira, 3 de Janeiro

ODIVELAS – O escritor Vítor Burity da Silva.vai estar, a partir das 15h30, na Biblioteca Municipal D. Dinis de Odivelas, um encontro integrado na Feira do Livro de Autores de Países Lusófonos que decorre na Biblioteca Municipal. O escritor nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 28 de Dezembro de 1961. Estudou Jornalismo em Lisboa, vive no Porto e Luanda. É autor do livro Rua dos Anjos, do qual se extraiu parte do texto para manuais escolares de Português (12ª classe – Angola) e participou em várias colectâneas de prosa poética: Poiesis, (2007), Intemporal, (2008), A Arte pela Escrita, (2008).

Sexta-feira, 4 de Fevereiro

LOURES - Francisco Louçã estará, às 21.30h, no palácio Marqueses da Praia, Parque da Cidade em Loures, para um debate sobre as medidas de austeridade, a entrada do FMI, a crise (...) e as alternativas políticas que o Bloco de Esquerda propõe.

Sábado, 5 de Fevereiro

LOUSA – Tem lugar mais uma festa da Vigararia de Loures. Em Lousa terá lugar um encontro das diversas vigararias do concelho e o habitualfestival, com canções compostas pelos diversos grupos.

Quarta-feira, 9 de Fevereiro

SÃO BRÁS - Está prevista uma deslocação ao Teatro Politeama, para se assistir à peça “Um violino no Telhado!”, de Filipe La Féria. As inscrições, bem como mais informações, devem ser obtidas na secretaria da Junta de Freguesia de São Brás.

Segunda-feira, 14 de Fevereiro

ODIVELAS - Em colaboração com a CEDEMA-Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Mentais Adultos, decorre na Malposta, de 14 a 20 de Fevereiro, a 3ª Edição do Festival dos Sentidos.

Quinta-feira, 17 de Fevereiro

ALFORNELOS - A Junta de Freguesia promove, a 17 de Fevereiro, mais um Dia Cultural. Em parceria com o Centro Social e Paroquial de Alfornelos, terá lugar uma visita ao Museu Casa do Fado. As inscrições devem ser feitas na sede da junta de freguesia até ao próximo dia 11 de Fevereiro.

Sábado, dia 19 de Fevereiro

VILA FRANCA DE XIRA - Realiza-se uma reunião da Federação Internacional de Escolas Taurinas, da qual faz parte a Escola “José Falcão”. Estarão presentes as 15 escolas que integram a Federação: Madrid, Albacete, Salamanca, Málaga, Benidorm, Valência, Nimes, Badajoz, Castellón, Guadalajara, Alicante, Toledo, Arles, Jerez e V. Franca. Na manhã de dia 19, haverá reunião no Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e à tarde realiza-se um tentadero com a participação dos alunos das várias escolas de todo o mundo. No dia seguinte tem lugar um novo tentadero.

Empresários», que tem como objectivo reforçar e desenvolver as competências dos empresários de micro, pequenas e médias empresas, visando a melhoria da sua capacidade de gestão e o aumento da competitividade, modernização e capacidade de inovação dos seus negócios.

Quarta-feira, 26 de Janeiro

AMADORA - O presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo, e o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, inauguraram a escola de condução do ACP na Kidzania, no Dolce Vita Tejo. A escola de condução está inserida no parque temático dirigido a famílias com crianças dos 3 aos 15 anos. Nesta cidade construída à sua escala, as crianças podem brincar aos adultos num ambiente altamente realista.

Quinta-feira, 27 de Janeiro

AMADORA – Foi inaugurada, na Galeria Municipal Artur Bual, a exposição de pintura “Sinais Urbanos” de Joaquim Lourenço, onde se acentua no pintor “ atracção pela Arte Urbana como forma de expressão utilizando alguns desses sinais/símbolos que envolvem sempre a minha principal opção, a figura humana”. A exposição está patente até 27 de Fevereiro.

Sábado, 29 de Janeiro

useográfico do Casal da Falagueira, realizou-se mais um ciclo de palestras, desta feita subordinado ao tema “Trabalhos arqueológicos na Serra de Carnaxide - Amadora”, com as seguintes palestras: “O acompanhamento arqueológico na Serra de Carnaxide: identificação e registo patrimonial”, por Filipa Galito; “Os dados arqueológicos da Necrópole da via F”, por Sara Brito;”Perspectiva antropológica da Serra de Carnaxide”, por Raquel Granja e “Há Neanderthais na Amadora: o caso da Serra de Carnaxide”, por Regis Barbosa.

Terça-feira, 1 de Fevereiro

LOURES - Os trabalhadores da recolha do lixo de Loures estão em greve durante cinco dias para protestar contra o corte do subsídio de deslocação que recebiam há 27 anos. Cerca de 1.500 trabalhadores são afectados por esta decisão do Executivo da Câmara Municipal de Loures. Para além dos trabalhadores da recolha do lixo, estáo previsto que façam greve, só na sexta-feira, os piquetes da água e do saneamento dos Serviços Municipalizados de Loures. Para a Câmara Municipal de Loures a existência do subsídio era uma ilegalidade.

Quarta-feira, 2 de Fevereiro

ODIVELAS - A Câmara Municipal de Odivelas promove um Curso Básico de Socorrismo para os profissionais da educação que trabalham nos estabelecimentos de ensino do Município de Odivelas. Decorre até 14 de Fevereiro, na sala 2 do Centro de Recursos e Animação Pedagógica (CRAPO), no Centro de Exposições de Odivelas.O curso, com duração de 15 horas e com a participação de 13

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 3

Não faz mal, limpa ao jornal...

As medidas de contenção que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira tomou, ao nível da redução de tinteiros ou do papel, geraram uma interessante discussão entre Nuno Libório (CDU) e a Maria da Luz Rosinha. O primeiro alerta que não se deve ser mais papista que o papa e que a poupança é tanta que chegam a receber documentos fotocopiados nas costas de outros documentos como, por exemplo, fotocópias de BI de pessoas que não sabem quem são. Mas o mais risível foi a falta de papel higiénico que se faz sentir em algumas casas de banho. “Srª Presidente, já senti isso em causa própria...”, desabafou o Nuno, perante o riso contido de todos os vereadores. E, limpar o dito cujo, a fotocópias com a cara de uma outra pessoa qualquer também não é solução...

Ocúmulodaeficiência

Discutia-se um assunto qualquer, relativamente pacífico, referente a uma obras numa escola, quando alguém resolveu chamar a atenção para a disparidade de datas entre o despacho da presidente da Câmara de Vila Franca de Xira e a chegada do documento à vereação. Mais de quatro meses!!! Saltou logo a tampa à Maria da Luz Rosinha. Ainda tentou pedir explicações a uma técnica presente, mas esta também ficou abismada pelo facto de um assunto que estava mais que resolvido ter ficado parado quatro meses. “Quatro meses parado na mesa do vereador Rui Rei (PSD)?”, interrogava-se, incrédula, a Presidente. Só que o vereador em causa, logo por azar, faltou à reunião nesse dia. Ou será, sabendo ele como não escapa à Rosinha, que já sabia como elas iam morder e resolveu dar nesse dia uma escapadela?

Doêxitoaodesastrevaiumpasso

A Mafratlântico, a primeira empresa municipal a construir uma auto-estrada, vai ser extinta, terminar, fechar portas, dar o berro. Não é já, já, é até 2014 e a razão é muito simples, aquilo é um sorvedouro de dinheiro e está a dar cabo das contas da Câmara. O mais engraçado é que a empresa em causa e a sua actividade era apresentado como um exemplo da gestão brilhante do Ministro dos Santos, um novo paradigma na abordagem dos problemas, uma inovação sem paralelo. Já chatice é que o Tribunal de Contas

vem dizer agora que a empresa pôs o carro à frente dos bois, a Câmara reconhece que não contribui em nada para o equilíbrio das suas contas e a população, bem o mexilhão, como é costume, está a pagar, neste momento, portagens que triplicaram de valor.

Cuidadoscomosapoios!

O caso é caricato. Abriu a Unidade de Saúde Familiar da Ramada. Os médicos, esses, saltaram do Centro de Saúde de Famões. Consequência, os serviços começaram a fechar mais duas horas, prejudicando a rapaziada lá da freguesia. Susana Amador diz que a culpa é da responsável do Centro de Saúde e que até o Secretário de Estado ficou muito admirado pois a abertura de um espaço não pode prejudicar o outro. Diz que tem ali um apoio de peso, para resolver a situação rapidamente. É melhor ter cuidado se for o mesmo Secretário de Estado que veio a Odivelas dizer, antes das eleições, de barriga cheia, que não era por falta de dinheiro que não se construíam e equipavam quatro centros de saúde para o concelho...até hoje!

Leisàvontadedequemmanda

O Carlos Teixeira diz que é ilegal o subsídio de deslocação que alguns dos trabalhadores lá da Câmara tinham. Um subsídio que já tinha praticamente 30 anos de vida, agora passou a ilegal, porque entretanto a lei entendeu que devia ser ilegal, ou porque alguém resolveu criar mais um artigo qualquer a dizer que era mesmo ilegal, isto apesar de já ter 30 anos...cuidado se a moda pega, é ver o governo a parir leis e decretos e emendar artigos, alterando o que está assumido que de um dia para o outro passa a ilegal. Qualquer dia já nem sabemos se receber salário é legal? Não mudaram na lei, pois não? Ufa!

Queconfusãodefunções

O João Baião já deve ter ouvido as boas. Ele é autarca do PS na Assembleia de Freguesia do Sobralinho, ele é presidente da associação Nova Frente Juvenil e agora passou a “manager”? Envia e-mail com nomes de artistas, preços de concertos, com ou sem aparelhagem, em nome da associação ou usando os meios da associação...uma associação que recebe, como outras, subsídios da Câmara. Isto anda para aqui uma bagunça!

ComentárioCarlos Cardoso

Mundo árabe

Ficha TécnicaAdministração, Direcção e Redacção: Rua do Adro, Nº 40 - 2625-637 Vialonga Tel: 210 996 295 Fax: 211 923 115; Correio electrónico: [email protected]; Propriedade: “Ordem de Ideias”- Cooperativa de Informação, Comunicação e Produção de Eventos; Nº de Contribuinte: 506 197 808 - Correio electrónico: [email protected] ou [email protected]; Director: Carlos Cardoso - Redacção: Carlos Cardoso; Sara Cabral; Rogério Batalha (Mafra), Luís Garcia; Colunistas: Joaquim Marques; João Milheiro; José Falcão; Oliveira Dias Colaboradores: Jaime Carita (Fotógrafo); Cultura: Dr. Arquimedes Silva Santos; Dr. Miguel Sousa Ferreira; João Filipe (Automobilismo) Registo de Imprensa: 124093 - Depósito Legal N.º 190970/03 - Impressão: Grafedesport; Tiragem Média: 7.500 exemplares

ABERTURA

O MELGA

Falando com uma pessoa amiga, ligada aos círculos das elites politicas que dominam este país, a diversos níveis, sobre a implosão que estava a acontecer em diversos países árabes, desabafava ele, muito sentido: “o que me está a preocupar isto tudo é o avanço do Hezbollah:::”.O Hezbollah, como se sabe, é uma mescla de radicalismo islâmico, onde se mistura o fervor patriótico, com a revolta contra as injustiças e uma leitura enviusada dos textos religiosos. Na maior parte das vezes, a sua prática de poder significa uma ditadura, com outros moldes e outras nuances.O comentário não tem a ver propriamente com as preocupações que esse meu amigo coloca, que têm razão de ser. Tem a ver sim com a necessidade, a pertinência, o peso que essas preocupações, de repente, passaram a ter...Estamos a falar de ditaduras que estão a ser derrubadas. De países onde a oposição estava encarcerada, exilada ou pura e simplesmente desaparecia da face da terra sem explicações, onde a censura imperava, a policia politica, as forças armadas, todo o aparelho de Estado estava ao serviço das cliques que estavam no poder.O estranho é que estes regimes todos duravam, há dez, vinte, trinta ou quarenta anos. O estranho é que durante estes anos todos, tirando escassas vozes, as democracias mundiais, as comunidades europeias, os líderes sapientes estivessem calados perante esta realidade. Onde estão as decisões exigindo o fim das ditaduras? Decisões acompanhadas de medidas concretas, denunciando as atropelias cometidas e impondo sanções? Alguém se lembra disso?Mesmo ao nível da esquerda, é imperioso dizer, havia uma estúpida benevolência, com o argumento de que estes países até assumiriam uma qualquer lógica “anti-imperialista”...como se fosse possível pensar num mundo justo com regimes e pessoas que tem a facilidade de ter acesso a riquezas imensas – e não só o petróleo - e as usam de forma rapinar.Ao olhar para as movimentações em curso, a minha preocupação vai, por isso, essencialmente para um outro cenário: é que conhecendo o passado benevolente, em função dos seus próprios interesses, da comunidade que agora está tão preocupada comos excessos na Tunísia ou no Egipto, fica a interrogação se nas catacumbas não se prepara, desde já, a instalação de uma alternativa que seja a continuidade dos antigos regimes, sem os seus líderes lá estarem. Ao fim e ao cabo foi assim que todos viveram, pacificamente, durante estes anos todos.

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BREVESAMADORA..............................................................................................................................

Luis Garcia

AMADORA

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NO PARQUE TEMÁTICO KIDZANIA SITUADO NO DOLCE VITA

Crianças tiram “carta de condução”

As crianças que visitam o parque temático Kidzania, no centro comercial Dolce Vita Tejo, na Brandoa, Amadora, já podem conduzir em duas pistas de automóveis. Mas, para isso, precisam de aprender os fundamentos da segurança rodoviária e tirar a “carta de condução”.

A escola de condução do Automóvel Club de Portugal (ACP), inaugurada no dia 26, dispõe de um pequeno auditório onde os pequenos visitantes podem aprender algumas noções sobre os cuidados a ter na estrada, uma sala onde são feitas cartas de condução a brincar e dois

mini-autódromos.Apesar de a escola ser dedicada às crianças – tal como todo o parque temático – foi inaugurada por adultos. Os primeiros condutores “encartados” foram o ministro da Administração Interna, Rui Pereira; o presidente do ACP, Carlos Barbosa; e os pilotos Pedro Lamy, Armindo Araújo, Miguel Barbosa, José Pedro

Fontes e Miguel Oliveira.Segundo Carlos Barbosa, o objectivo da escola é “dar aos miúdos, desde cedo, os primeiros ensinamentos do que é conduzir e a consciência mínima do que é ter um carro nas mãos e ter uma carta de condução”. “A segurança rodoviária, sobretudo nas grandes cidades, é essencial e deve começar a ser ensinada

desde muito cedo, pelo menos nos conceitos básicos”, diz o responsável.

Associar lúdico e pedagógicoO ministro da Administração I n t e r n a d e s t a c o u a importância de “associar o aspecto lúdico a uma mensagem pedagógica”. “As crianças necessitam de conhecer os procedimentos básicos, os seus direitos e deveres éticos desde muito cedo para garantir que há um ambiente rodoviário seguro e amigável”, afirmou Rui Pereira.Além da escola de condução, o ministro visitou as instalações da Polícia de Segurança Pública, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e dos bombeiros da Kidzania. “O Ministério da Administração Interna está aqui amplamente representado”, salientou Rui Pereira.Baseada num conceito criado no México, a Kidzania é uma cidade em miniatura onde as crianças podem desempenhar mais de 60 p r o f i s s õ e s , g a n h a n d o dinheiro fictício que serve para gastar em diversões. Desde a inauguração em Maio de 2008, o parque temático, que resultou de um investimento de 15 milhões de euros, recebeu mais de 1,5 milhões de crianças, 30% dos quais resultantes de visitas escolares.

Prova

No passado dia 25 de Janeiro, cerca de 1200 crianças e jovens participaram na prova de corta--mato dos Jogos Juvenis Escola-res. A prova teve lugar na Área Militar Amadora-Sintra e con-tou com a participação de 18 escolas do concelho. Organiza-da pela Câmara Municipal da Amadora e escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundárias do municí-pio, a prova contou com o apoio dos SMAS de Oeiras e Amado-ra e da Cruz Vermelha Portu-guesa. Os Jogos Juvenis Escola-res da Amadora são um projec-to cujos objectivos se prendem com o incentivo à prática des-portiva nos alunos que estão fora do desporto federado; le-var ao aparecimento de novos atletas, que através desta práti-ca específica, poderão ser con-duzidos ao movimento associa-tivo da Amadora; fornecer ma-terial didáctico e desportivo às escolas participantes, para que a melhoria da qualidade de en-sino seja uma realidade e pro-mover o fair-play e o desporto para todos.

Empresas

Desde o dia 21 de Janeiro que o concelho da Amadora passou a ter, segundo informação do Instituto dos Registos e do No-tariado, o serviço “Empresa na Hora”, a funcionar na 1.ª Con-servatória do Registo Predial e Comercial da Amadora. Este serviço permite a constituição de sociedades comerciais atra-vés de um só balcão de atendi-mento em cerca de uma hora. A 1.ª Conservatória do Registo Predial e Comercial da Amado-ra fica situada na Rua Elias Gar-cia, 362 D, Bloco B, 2.º C, 2700-337 Amadora.

Venteira

A 22 Fevereiro a Junta de Fre-guesia da Venteira comemora o seu aniversário. Para valorizar a efeméride, a autarquia local, com a participação da Comis-são Social da Freguesia, realiza o 1º Concurso Literário, na mo-dalidade de poesia, um concur-so dirigido às escolas e popula-ção em geral da freguesia. São admitidas a concurso as produções escritas em Portu-guês na modalidade de Poesia – Quadra Popular, subordinadas ao tema “A nossa Venteira…”, sendo divididas em quatro es-calões: 1º Ciclo; 2º e 3º Ciclos; Secundário e comunidade em geral. Os originais terão de ser enviados até ao dia 13 de Fe-vereiro de 2011, pelo correio (sem identificação no exterior do remetente) para: Junta de Freguesia da Venteira – Rua 1º de Maio, 39 A – 2700-677 Ama-dora, ou entregues em mão na Sede da Freguesia (morada si-ta anteriormente) ou na Biblio-teca José Régio, Av. D. Nuno Ál-vares Pereira, nº 8 – 2700-256 Amadora.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 5AMADORAAMADORA

A dada altura a entrevistadora perguntou-me, “Se pudesse mudar três aspectos na Escola o que mudaria?” Sem pensar muito respondi, “tudo.”Claro que não mudava tudo, deixava ficar os BONS PROFESSORES e os BONS FUNCIONÁRIOS, porque ainda os há e BONS.De resto penso que mudava tudo, ou quase tudo.Por exemplo, penso que uma aula de noventa minutos sem intervalo, é uma enormidade Que um recreio sem adultos (que saibam o que lá estão a fazer) é o descalabro Que uma refeição mal confeccionada, em pouca quantidade e mal apresentada é frustrante Que existam crianças com fome na Escola, a fome é inimiga do que poderia ser a alegria de aprender Que sem formação contínua, os professores se sentem desamparados Que a criminalização da violência escolar, embora seja importante, não é o passo primeiro para diminuir a mesma Que a Escola é o reflexo da Sociedade, quando a Sociedade deveria ser o reflexo da Escola…Que trabalhar para a estatística, leva irremediavelmente ao facilitismo Que a Escola não serve apenas para ensinar, mas também para Educar, devendo ser uma exportadora de Educação Que a Escola de qualidade a que os nossos filhos têm DIREITO, não se consegue com uma politica economicista Muitos mais “Ques” existem, mas o espaço é pouco para os colocar aqui...Porque o Futuro é hoje, algo tem que mudar e está na altura de o fazer .

Isidoro RoqueFERLAP

Presidente

Frases Soltas…

A propósitode uma entrevista para uma

tese de Doutoramento

POSIÇÕES

Violência na escola

Realizaram-senodia15deJaneirode2011asEleiçõesparaaFAP-CASCAIS.AosnovosCorposSociais,osnossosparabénseodesejodacontinuaçãodobomtrabalhoefectuadoatéagora.

A criminalização da violência na Escola e a responsabilização dos Pais, é uma medida na sequência da falta de responsabilidade dos sucessivos Governos que com as suas indefinições, permitiram que se chega-se a esta necessidade.Quem pratica a violência e o van-dalismo tem que ser castigado, como em regra os Alunos são menores, os Pais têm que ser responsabilizados, pensamos que aqui estamos todos de acordo.Onde não estamos de acordo é, no antes da violência e do vandalismo.O Governo, e os anteriores, pensa que não é necessário fazer mais nada, o castigo exemplar dos prevaricadores é suficiente.Nós pensamos que não, pensa-mos que é necessário prevenir, obviamente sabemos que é muito mais caro prevenir do que castigar, aliás prevenir, implica sempre despesa, castigar, implica algumas vezes, lucro.Prevenir, passa por não desinves-tir na Escola e não estamos a falar nas construções e requalificações

das Escolas, porque aí, tem ha-vido investimento do Governo.Falamos, das pessoas. De que servem edifícios novos ou requa-lificados, se não houver pessoas que assegurem o bom funciona-mento dos mesmos?De que serve uma Escola nova, se não funciona por falta de pessoal não docente?De que serve uma Escola nova,

se os Alunos são deixados nos recreios e nas salas de convívio, ao mais completo abandono?Todos sabemos que muitas vezes a violência, começa com um pe-queno desentendimento. Se for travado a tempo, não passa disso mesmo, um pequeno desenten-dimento, se não for, pode muito bem degenerar em violência.Todos sabemos que normalmen-te, os alunos isolados são o alvo preferencial do bullying .Todos sabemos que apenas se parte um vidro, arromba um cacifo, ou grafita, estando sozinho ou no meio dos seus pares.Todos sabemos, embora alguns nos possam tentar fazer crer o contrário, que a presença de um adulto é desmotivante para quem quer praticar este tipo de actos.Os adultos nos recreios, não são limitadores da Liberdade dos Alunos, bem antes pelo contrário. Os adultos, quando com forma-ção para tal, podem dinamizar os recreios, fazer a avaliação de problemas e intervir em caso de necessidade. Enfim, zelar para que o recreio seja um espaço agradável e onde cada Aluno se sinta confortável.É necessário, reinvestir no pes-soal docente e não docente, é necessário que os adultos voltem a ocupar o seu lugar na Escola. Estando criadas as condições, então, vamos castigar exem-plarmente quem prevarique. De outra forma, por muito que se castigue, não vamos conseguir resolver, ou minorar drasticamen-te, o problema da violência e do vandalismo.A crise não pode ser justificação para o desinvestimento na Esco-la, mais que não fosse, apenas porque, os alunos de hoje, serão os Homens e Governantes de amanhã e o amanhã, depende do investimento feito hoje.

Isidoro Roque

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6 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO AMADORA

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A AVN - Associação de Mora-dores e Proprietários da Venda Nova reuniu, a 13 de Janeiro, com a Comis são Eventual de Acompanhamento das Obras da CRIL. Na ocasião, a Associação apresentou um extenso relatório de anoma-lias, acompanhadas das respectivas fotografias, ao todo quarenta e sete, “rel-evando situações que, em seu entender, são anómalas e decorrem, quer directa, quer indirectamente, da con-strução do troço da CRIL que afecta a freguesia e que não gostaríamos que con-stituíssem herança para os moradores nem, tão pouco, para esta Câmara Munici-pal. Entretanto, algumas situações – poucas – já foram intervencionadas: são os ca-sos da instalação do abrigo na paragem de autocarros do lado sul na rotunda das Portas de Benfica e, parcialmente,

na rua das Fontaínhas, junto ao nº 15, assim como foram consolidados o passeio e o sa-neamento de águas pluviais”. Se os problemas decorrentes das obras da CRIL têm, como se entende, concentrado grande parte das atenções da Associação, tal não impede que não esteja atenta e não alerte os moradores e as au-tarquias locais, para outras necessidades. Exemplo disso é o desejo manifesto de “um parque infantil na zona anti-ga da Venda Nova. Constou-nos, por um lado, que já terá havido um projecto que foi mandado arquivar e acabou por não se materializar e, por outro lado, que tal inicia-tiva terá sido já apresentada e aprovada recentemente aquando das propostas para o Orçamento Participativo da Câmara e, assim sendo, estará para, em breve, se encontrar em execução. São informa-

ções contraditórias e, daí, pedirmos um esclarecimento fidedigno”.Junto da Câmara a Associação alertou para o interesse que a Obra Social do Bairro 6 de Maio manifestou de que “seja transformado tem po-rariamente o terreno adja-cente à via de transportes urbanos, na direcção da Da-maia, numa horta sol dária ou numa zona ajardinada. Ainda no mesmo local é desejada a colocação de placas iden-tificadoras de aproximação de escola e/ou semáforos au-tomáticos condicionadores de velo cidade”. A resolução definitiva do fim da exploração “de abelhas e alguns cortiços, conjunto cadastrado em território de Lisboa, e a casa dos seus pro prie tários, a meia dúzia de metros, no nosso con-celho” no chamado “Bairro Azul”, o arranjo paisagístico

da Estrada dos Salgados e a continuação de grandes toalhas de água, sempre que chove, nos passeios interven-cionados pela Estra das de Portugal e SMAS, na rua Elias Garcia, bem como na zona de redefinição das passagens de peões na mesma artéria foram situa ções que a Associação de Mora dores e Proprietários da Venda Nova levantou e para as quais solicita uma solução. Nesta quinta-feira, a AV N continua com o seu ci clo de “Conversas ao Anoi tecer”. O tema será “A Saúde pelos “Mé-todos Na tu rais” - Prevenção e Tra tamento sem Químicas”, a cargo de Fernando Neves, Acupunctor, Secretário Na-cional da AMENA e Prof. Dr. em Medicinas Naturais e Biomédicas. O local do encontro é no Café / Restau-rante CENTRAL, da Venda Nova, situado na Rua Florbela Espanca, 13 – A.

Associação de Moradores da Venda Novaalerta para problemas na freguesia

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 7LOURES

BREVESLOURES..............................................................................................................................

Luís Garcia

CAMARATE CONSTRUÇÃO DE ROTUNDA É PROVÁVEL CAUSA

Infiltrações atormentam moradores do Bairro de São João

Infiltrações antigas e gente que dorme ao lado do esgoto fazem parte do quotidiano do Bairro de São João, em Camarate. É uma longa história de degradação e insa lu bridade que teve o seu episódio mais crítico e visível numa rotura que inundou várias casas no dia 18 e obrigou ao corte do abaste-cimento de água na freguesia de Sacavém.Eram meados de Janeiro quando Carlos Ponte, 55 anos, reparou na água que come-çara a escorrer pela parede da arrecadação. Um ou dois dias depois, a infiltração já alastrara ao quarto contíguo, mas foi no dia 18 que a situa-ção atingiu o ponto mais crítico. “Quando me levantei, às cinco da manhã, não se podia andar no quarto, por-que o chão estava coberto de água”, conta o morador.

Cenário idêntico vivia-se em muitas outras casas do Bairro de São João. Alertados pela população, os Serviços Municipalizados (SMAS) de Loures procuraram a origem do problema e iniciaram a reparação. Os trabalhos foram

dados como concluídos pelas 3 horas do dia seguinte e, pelas 6 horas, estava normalizado o abastecimento às casas dos cerca de 18 mil habitantes da freguesia de Sacavém que tinham tido a água cortada durante várias horas.O chão do quarto de Carlos Ponte ficou completamente estra gado. “Fiquei com o chão todo podre e tive de fazer um buraco para pôr uma bomba para tirar água”, explica. Numa casa vizinha, habitada por uma idosa de 90 anos, o cenário era idêntico, mas na sala, com buracos no fundo das paredes e uma cratera bem no centro da

divisão, feitos para que a água pudesse escoar.Muitos habitantes do Bairro de São João queixam-se de que o problema não se limita à rotura verificada desta vez. É o caso de Maria dos Anjos, 69 anos, que, não teve água a entrar-lhe em casa porque, no passado, o filho teve de improvisar um sistema de canalização para evitar as constantes infiltrações.Já em casa de Isabel Furtado, 39 anos, a humidade sente-se mal se entra, quer por causa das paredes tingidas de negro quer devido ao forte cheiro a bafio que se desprende das paredes e dos móveis. Mas

a “surpresa” está no exíguo quarto onde dorme com a filha de nove anos. Isabel Furtado levanta uma tábua e mostra ao Triângulo um buraco na tijoleira, repleto de terra molhada, feito para escoar a água que diariamente entra pela casa adentro. “Todos os dias tiro um balde de água daí”, explica Isabel Furtado. “Cheira muito mal, é água podre e às vezes tem mesmo porcaria misturada.” “Há barracas melhores do que a minha casa”, queixa-se a moradora. “Dizem-me para sair daqui, mas para onde vou?”Lembrando que o Bairro de São João é clandestino, apesar de ter mais de 50 anos, os SMAS de Loures descartam responsabilidades neste tipo de infiltrações, a r g u m e n t a n d o q u e decorrem de problemas de construção não resolvidos pelos senhorios. Muitos mora dores, porém, negam esta versão. É o caso de Maria Irene Alves que, apesar de morar no bairro há 47 anos, garante só ter tido problemas desde que foi construída a rotunda junto da qual ocorreu agora a rotura. “O problema vem de lá, não são infiltrações. Desde Setembro de 2009 que tiro um cobertor cheio de água do chão da minha casa”, queixa-se a proprietária.

Ciumed

A Câmara Municipal de Loures foi eleita, como vogal, para a rede CIUMED, por um período de dois anos. A rede CIUMED e presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, e conta ainda com o município de Aveiro como vogal. A Rede foi criada no âmbito do projecto CIUMED, financiado pelo programa comu nitário INTERREG IIIB SUDOE, tendo sido alargado, em 2006, o seu âmbito terri-torial às cidades médias de todos os países da União Europeia. Um dos objectivos é a identificação e dinamização de projectos que correspondam aos interesses destas cidades e que possam beneficiar de apoio financeiro da União Europeia. Actualmente fazem parte da Rede CIUMED os municípios espanhóis de Ayamonte, Dos Hermanas, Huelva, Torrevieja e Torrelavega e os municípios portugueses de Águeda, Aveiro, Beja, Espinho, Faro, Figueira da Foz, Guimarães, Leiria, Loures, Olhão, Santarém, São João da Madeira, Tavira, Trofa, Vila Real e Vila Real de Santo António. Compõem ainda esta lista o Instituto de Estudos Regionais e Urbanos da Universidade de Coimbra e a Generalitat Valenciana (Espanha).

Empresa

Alfaloc, empresa de transporte expresso sedeada na Marinha Grande, prepara a abertura de uma delegação em Loures. A empresa, que soma 15 anos de actividade, conta já com uma delegação em Oeiras e dá em-prego, no total, a 30 funcioná-rios. A Alfaloc, que pretende ser uma marca nacional., conta ac-tualmente com cerca de quatro mil clientes.

Museus

A Associação de Defesa do Am-biente de Loures (ADAL) lançou uma petição pública apelando à Câmara Municipal e Assem-bleia Municipal de Loures pa-ra que os Museus Municipais reabram ao domingo. Recen-temente, alegando pouca pre-sença de público e problemas de ordem económica, a Câma-ra de Loures resolveu fechar os Museus aos domingos. A ADAL considera que a autarquia está a baixar os braços e a optar pe-lo “caminho mais fácil: fecha os museus ao domingo, potencial-mente o dia com maior disponi-bilidade por parte dos utentes, acenando com o acesso gratui-to aos sábados. Esquece-se que os museus correm o verdadei-ro risco de virem a ter que en-cerrar também aos sábados, caso se mantenham no maras-mo que temos vindo a conhe-cer nos últimos tempos”. A Pe-tição Pública intitulada “Em de-fesa da reabertura dos Museus Municipais de Loures aos do-mingos e de uma oferta cultural inovadora e dignificante!”, está disponível em: http://www.pe-ticaopublica.com

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8 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULOLOURES

Duzentos e sessenta e quatro nomes, duzentas e sessenta e duas fotografias - de dois não foi possível arranjar – fazem parte de um expressivo painel que abre a exposição temporária “60 anos de voluntariado na Bemposta”.São homens e mulheres que ocuparam diversos cargos nos órgãos sociais de uma das mais dinâmicas colectividades do concelho de Loures, o Grupo Musical e Recreativo da Bemposta, na freguesia de Bucelas, e que comemorou os seus 60 anos de vida no passado dia 21 de Janeiro.Um a h o m e n a g e m q u e significou um exaustivo trabalho de recolha e compilação de elementos que demorou, apesar de tudo, apenas “pouco mais

de dois meses”, como disse Hugo Martins, um dos membros da Direcção da colectividade. A exposição, tecnicamente muito bem elaborada, demonstrando que é possível aliar meios modernos com a vida peculiar do associativismo, tem a particularidade de inserir a colectividade na terra e nas dinâmicas sociais que a marcaram ao longo dos tempos.Dai ser possível saber do nascimento e do trabalho desenvolvido pela Comissão de Festas, que todos os anos organiza os festejos religiosos, da Comissão de Moradores, do envolvimento da população para trazer, após o 25 de Abril de 1974, a ãgua canalizada à Bemposta ou para a construção do

lavadouro que custou, na altura, 13021$80 escudos. Dinheiro que foi fruto de doações da população ou angariado através de leiloes.Em todos estes processos, o GMRB esteve presente. É quase impossível dissociar a sua actividade da a vida e do progresso alcançados pela população da Bemposta que é , praticamente toda ela, sócia da colectividade.Francisco Martins, presidente da Direcção, nas palavras que proferiu na sessão solene, entendeu cingir-se como que a um relatório das múltiplas actividades desenvolvidas ao longo destes 60 anos, desde 1951 quando sete jovens formaram um grupo de jazz, no que seria a génese da colectividade. São anos e anos de realizações, mas o que se

destaca mais é a capacidade do GMRB em integrar-se nas mudanças dos tempos e aproveitar ao máximo as possibilidades que se abrem em cada nova era. Ainda agora, por exemplo, acabam de lançar “as quotas digitais”, aproveitando os novos meios informáticos e adaptando os serviços ao ritmo da vida.Como vão longe os tempos de António Alves Roque, hoje com 76 anos, e um dos fundadores do grupo de jazz. “Era um miúdo”, diz, a sorrir. Juntamente com mais seis colegas, ensaiavam em várias casas, deram origem à marcha da Bemposta “e começámos a crescer aos poucos e poucos”, refere, sintetizando um caminho que parece perfeitamente natural

e simples.A verdade é que, para se ter uma noção das dificuldades, foi apenas em 1977, entre Abril e Novembro, que foi construída a actual sede, onde se encontra o museu etnográf ico. E onde a população se acolhe e reforça o sentido comunitário. “As colectividades são um canal para manter vivo este espírito solidário”, disse Hélio Santos, presidente da Junta de

Freguesia de Bucelas.Também, por isso, necessitam de apoio, como sensibilizou A n t ó n i o M a n u e l , d a Associação das Colectividades do Concelho de Loures ou o vereador João Pedro Domingues que aproveitou para anunciar que a Câmara Municipal de Loures vai colocar em breve à disposição “o portal do associativismo”.

Carlos Cardoso

GRUPO MUSICAL E RECREATIVO DA BEMPOSTA

60 anos ao serviço da comunidade

Cerca de menos 130 mil euros. Foi esta a redução no orçamento da Junta de Freguesia de Santa Iria de Azóia, decorrente dos cortes decididos pelo Governo, bem como pela Câmara Municipal de Loures.Os impactos são brutais e Ernesto Costa, presidente da Junta de Freguesia, é muito claro nas consequências: “Não vamos fazer grandes obras, praticamente limita-mo-nos à manutenção dos equipamentos, dos espaços verdes, a garantir a varrição em condições. A verdade é que quer a Câmara quer as Juntas de Freguesia estão a ficar incapacitadas, pois o Governo não está a enviar dinheiro. Vai ser, por isso, um ano muito difícil de gerir”.São tempos de opções,

reconhece o autarca. No orçamento e no plano de actividades para o ano em curso, consagram-se algumas dessas decisões. “Somos forçados a reduzir o apoio que o nosso autocarro prestava às escolas e às colectividades. Abdicámos das festas da Vila.

Era nossa intenção adquirir um novo autocarro, deixámos cair essa ideia. Os tempos livres terão de ser geridos em novos moldes”.Para mais, a nível do plano de actividades da Câmara de Loures, pouco mais se prevê que a recuperação de um parque infantil na freguesia. “Trata-se de uma situação generalizada, reconheço. A verdade é que temos situações gritantes na freguesia, a exigir mais investimento. Por exemplo, as vias internas, que actualmente são autênticas vias estruturantes, como as da Portela de Azóia, por onde circulam milhares de veículos que de outra forma estavam a entupir a Nacional 10, precisam de ser arranjadas. E não se pode, como faz a Câmara, atirar

com essa responsabilidade para os moradores, com o argumento de que são bairros ilegais. Assim sendo, não se entende como a Câmara assume as dores dos outros, quando vai gastar mais de cinco milhões de euros nos acessos ao novo hospital que é da responsabilidade do BES”.

Saúde é essencialPara o autarca, é essencial garantir uma relação intensa com a população, para que em conjunto se encontrem formas de minimizar os efeitos do actual quadro. “Os moradores sabem que a Junta de Freguesia estará sempre atenta, disponível, tendo em vista garantir a qualidade de vida que a freguesia conquistou ao longo dos anos. E com o objectivo

de ultrapassar problemas que persistem e já deviam estar resolvidos”.De que a falta de médicos na extensão do centro de saúde (ver peça à parte) é um exemplo. “Só podíamos estar ao lado das pessoas. As queixas eram muitas, temos 18 mil utentes para sete médicos, um dos quais está de baixa há um ano e outro é a Directora do Centro de Saúde de Sacavém que, pelas suas obrigações, tem condicionantes. Neste momento há 8.200 pessoas sem médico de família. Por isso pedimos reunião com a Administração Regional de Saúde (ARS) em Setembro passado, insistimos em Novembro, realizámos um plenário com a população onde estiveram cerca de 300 pessoas, formou-se

uma Comissão de Utentes que acabou por convocar uma vigília onde estiveram centenas de pessoas”.Pelo meio acabou por ter lugar uma reunião com o vice-presidente da ARS, que disse desconhecer em completo a situação, e que se comprometeu a contratar médicos, a empresas privadas que operam no sector, de forma que em Fevereiro tudo esteja regularizado. “Não tenho razões para não acreditar na sua palavra e por isso vamos aguardar. Se em Fevereiro não forem colocados os médicos, então teremos de tomar novas posições, pois esta situação é insustentável”

Carlos Cardoso

ERNESTO COSTA, PRESIDENTE DA JUNTA DE SANTA IRIA DE AZÓIA

“Câmara e juntas de freguesia estão a ficar incapacitadas”

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 9LOURES

Os habitantes de Santa Iria de Azóia estão à beira de um ataque de nervos devido à falta de médicos no centro de saúde da freguesia. No dia 21, mais de 200 utentes fizeram uma vigília junto ao posto médico, exigindo a colocação de mais clínicos.O termómetro marcava oito graus mas o vento gelado dava a sensação de estar bem mais frio. Ainda assim, os moradores de Santa Iria não hesitaram em pegar nos casacos, cachecóis e gorros e sair à rua para manifestar o seu descontentamento junto ao centro de saúde, onde oito mil dos mais de 18 mil utentes, não têm médico de família.

Segundo Ernesto Costa, presidente da Junta de Freguesia de Santa Iria de Azóia, que organizou a vigília, dos 12 médicos a que o centro de saúde teria direito (a seguir-se a regra de 1500 utentes por clínico), apenas estão colocados sete. E mesmo estes só contam na teoria, uma vez que um dos médicos está de baixa há mais de um ano e esta semana, por exemplo, faltaram outros três. No dia anterior ao protesto, por exemplo, uma médica atendeu 46 utentes.Devido à falta de clínicos, os utentes são obrigados a esperar por consulta desde madrugada. É o caso de

Eufrázia Pereira, 67 anos, que foi para a porta do centro de saúde às 4 da manhã. “Consegui consulta para as 15 horas, mas uma senhora que

chegou à mesma hora que eu não conseguiu”, diz a utente.“Vim para cá uma vez às 3 da manhã e já estava uma senhora sentada à porta,

enrolada numa manta”, conta António Costa, 68 anos. “Se vimos doentes ainda ficamos pior com o frio que apanhamos”, queixa-se. Sem médico de família há cerca de um ano, o habitante de Santa Iria de Azóia queixa-se da dificuldade para conseguir uma consulta. “Tenho de andar a pedir várias vezes para marcar e, às vezes, sou obrigado a ir às urgências do hospital porque não há vaga.”Segundo Ernesto Costa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) garantiu recentemente à junta de freguesia que irá contratar médicos a uma empresa de

serviços de saúde para suprir as carências do centro de saúde, mas a população decidiu manter os protestos a t é o p r o b l e m a e s t a r resolvido.Outra das queixas dos utentes tem a ver com as condições físicas do centro de saúde, que funciona num prédio de habitação antigo, com salas exíguas, sem elevador nem qualquer acessibilidade para pessoas de mobilidade reduzida. “Isto não tem condições nenhumas, nem de médicos nem físicas. Uma pessoa sem mobilidade não pode subir para ser atendida”, queixa-se Aurélio Rodrigues, 60 anos. Luís Garcia

MÉDICA JÁ CHEGOU A ATENDER CERCA DE 50 UTENTES NUM DIA!!!

Utentes de Santa Iria de Azóia reivindicam mais médicos

Durante dois dias, 28 e 29 de Janeiro, as instalações da Associação dos Bombeiros Voluntários de Sacavém for-am palco de uma vivência dife rente, com a realização da “II Feira do Livro e Artesa-nato”, organizada pela As-so cia ção de Pais e Encar-regados de Educação do Agru pamento de Escolas de Sacavém e do Prior Velho. Exposição de peças de

artesanato, exposição e venda de livros de várias editoras, apresentação de múltiplas actividades dos alunos de um agrupamento que aglutina oito escolas, do jardim de infância ao secundário, num total de mais de 2.500 alunos, conversas com o escritor de livros infantis, David Machado, um rico manancial de actividades que permite mostrar à

comunidade “muito do que se faz no interior das escolas”, como sintetizou Rui Cruz, presidente do Agrupamento.A “II Feira do Livro e Artesanato” faz parte de um conjunto de iniciativas que integra o plano de actividades das Associação do Agrupamento, como as comemorações do centenário da República, a semana do Ambiente que terá lugar em Março ou a Gala do final do

ano, onde se destacam os melhores alunos.A actividade da Associação não se esgota nestes eventos que, grosso modo, “contam com uma elevada participação dos pais”, como reconhece Sandra Coelho, bem pelo contrário. Actualmente, as associações de pais têm um papel importante no dia a dia da escola, papel consagrado em lei e que corresponde, na prática, a um apelo a que os pais assumam uma atitude participativa, tenham um contributo positivo, na resolução de problemas que possam afectar as diversas escolas. “Fazemos parte do Conselho Geral, que é um órgão deliberativo, onde se toam decisões importantes que têm a ver com o funcio-namento das escolas”, explica Rui Cruz.E fazem-no de uma forma muito activa. “Estou conven-cido que a nossa participação, em repre sentação dos pais,

contribuiu muito para que as escolas hoje em dia estejam muito melhores. Por isso considero fundamental a existência de associações de pais, pois a nossa voz é de facto ouvida”.Num universo de oito escolas e de mais de 2.500 escolas, esse olhar vigilante é ainda mais importante. “Há coisas que necessitam ser melhoradas. Por exemplo, faltam equipas multidisciplinares, faltam psicólogas, só há três para todo o Agrupamento, em termos físicos necessitávamos de um auditório maior e preocupa-nos a evolução,

especialmente ao nível do primeiro ciclo, pois as escolas estão saturadas”.Olham para o futuro com um sentido positivo. “As nossas escolas são um caldo de culturas, mas acho que se está a conseguir ultrapassar e s s e c h o q u e c u l t u ra l . Sentimos que o abandono escolar tem vindo a diminuir e que existem estruturas de apoio que dão uma resposta razoável. Consideramos que as escolas têm vindo a melhorar e para isso os pais deram o seu contributo”.

Carlos Cardoso

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SACAVÉM E DO PRIOR VELHO

Associação de pais contribui para uma escola melhor

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10 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO LOURES

A APCIMM – Associação de Pais e Encarregados de Educação do Colégio Integrado Monte Maior (APCIMM) entregou um abaixo-assinado aos Presidentes da Câmara Municipal de Odivelas e de Loures, com um manifesto, e m q u e a l e r t a p a ra a necessidade de melhoria dos acessos ao Colégio Integrado Monte Maior. Uma iniciativa que partiu da APCIMM e está integrada num plano de acções do Departamento de Prevenção Saúde e Segurança da APCIMM.A recolha de assinaturas foi realizada em duas frentes - por contacto directo com a comunidade do colégio e também através de uma petição pública online. Foram recolhidas e entregues, no conjunto das duas petições, um total de 853 assinaturas. A recolha incidiu na comu-nidade do colégio, embora exis tam assinaturas de moradores da zona envol-vente, disse ao jornal Triângulo Mário Cardoso, presidente da Direcção da APCIMM.Em Odivelas a entrega do documento a Susana Amador, teve lugar a 24 de Janeiro e em Loures, onde a Associação foi recebida por Carlos Teixeira,

que estava acompanhado de João Pedro Domingues, a reunião decorreu teve lugar no dia 25 de Janeiro.“O colégio está localizado numa zona de fronteira entre os dois concelhos, no entanto, se por um lado está integrado totalmente no concelho de Loures, por outro as várias alternativas passam por acondicionar vias e acessos que pertencem à Câmara de Odivelas. Será necessário uma concertação de esforços por parte dos dois concelhos. No caso de Odivelas, o assunto foi recebido pela Presidente que mostrou a maior preocupação e vontade na sua resolução, embora sinta que possam haver algumas dificuldades ao nível da jurisdição do território,

que terá de ser devidamente analisado, mas que tudo fará para que se encontre uma alternativa.Na Câmara de Loures, fomos recebidos pelo Presidente e o Vice-Presidente, que tutela a pasta do Urbanismo. Fomos informados que o assunto não é novo e que há já alguns estudos pelo que nosso movimento será novamente activado, reanalisado e os contactos com a Câmara de Odivelas serão retomados com o intuito de resolução do problema.Reforçámos na reunião a nossa preocupação para a evolução no número de alunos no Colégio nos últimos anos e que tem sido crescente, mantendo-se a perspectiva de aumento,

uma vez que está previsto que o Colégio venha a ter para além de turmas até ao 9º ano, também turmas de 10º, 11º e 12º ano, aumentando ainda mais o volume e pressão no acesso existente”, diz Mário Cardoso, que conta com a solidariedade da Direcção do colégio: ”A Direcção, para além de partilhar das mesmas preocupações, já terá feito várias diligências junto da Câmara de Loures, no sentido da melhoria dos acessos, tendo-se manifestado de forma solidária com a acção”. O Colégio Integrado Monte Maior, localizado no alto da serra de Montemor, na fronteira entre o concelho de Loures e o de Odivelas, agrega diariamente mais de 1.200 pessoas, mil das quais

ASSOCIAÇÃO DE PAIS ENTREGA ABAIXO-ASSINADO EM LOURES E ODIVELAS

Acesso ao Colégio Integrado de Monte Maioré feito com grandes dificuldades

crianças desde a pré-primária até ao 9º ano de escolaridade.O acesso ao colégio é, actualmente, feito apenas por uma única via, estreita, com vários estrangulamentos no seu percurso, que obriga a uma passagem alternada, impe dindo a fluidez do trânsito. Verifica-se diaria-mente uma enorme pressão sobre esta via, sobretudo nas alturas de entrada para as aulas, entre as 8h e as 9h30 da manhã e, depois, ao fim do dia.Em dias normais, os tempos de espera e a fila de trânsito que se forma no acesso ao colégio, condiciona o normal funcionamento da EN250, com a agravante de em dias de chuva, ou em dias que se verifique o mais

pequeno incidente, o trânsito chegar a atingir mais de três quilómetros.Esta situação dificulta também de forma crítica, o eventual acesso das forças de segurança, nomeadamente a circulação de viaturas de emergência em caso de urgência, incêndio ou neces-sidade de evacuação do local, de um edifício com cerca de 1200 pessoas, mil das quais, crianças.O Colégio encontra-se numa linha de fronteira entre os dois concelhos e por isso, segundo a Associação de Pais, é importante um enten-dimento e concertação entre as duas Câmaras. É de Loures e de Odivelas que pro vem a grande maioria dos utilizadores - pais, alunos, profes sores e colaboradores do colégio e moradores – justificando-se por isso um esforço comum para a resolução do problema. Uma situação que poderá ser facilmente resolvida com o acondicionamento de uma via já existente, em terra batida, cujo acesso é feito pelo lado de Caneças, e também pela melhoria e alargamento da via já existente, defende a APCIMM. CC

O interesse pela prática des-por tiva regular começou cedo para Renato Ferreira, de Bucelas, que se iniciou na natação com a entrada para a escola, teve uma experiência no futebol no clube da terra, mas o ciclismo, na variante de BTT, suplantou tudo o resto e é nesta modalidade que tem dado nas vistas.O atleta, prestes a fazer vinte e dois anos e a frequentar a licenciatura em Ciências do Desporto, na Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa, conta a sua breve história: “Desde de muito cedo que me lembro de estar ligado ao desporto, na escola com o desporto escolar, a natação e, um pouco mais tarde, o futebol. Passados três anos de pratica desta modalidade no Bucelenses, algo me fez começar a ganhar um interesse especial pela bicicleta, talvez muito devido ao incentivo do meu pai, o que me levou a desistir do futebol e começar a andar, regularmente, de bicicleta.

Comecei, então, a juntar-me a um grupo de pessoas amigas para treinar todos os domingos, durante um período de tempo razoável, das quais me comecei a destacar. Assim, devido a vários incentivos que ia recebendo das pessoas que me rodeavam, em 2007, decidi procurar o que viria a ser a minha primeira equipa, o Clube Desportivo de Belas. Este foi o meu primeiro ano de competição, tendo participado em todas as provas do Inter-regional, do Open de Lisboa e ainda do Norte Alentejano, conseguindo,

em todas elas, conquistar o primeiro lugar.”Estavam dados os primeiros passos, com resultados bem visíveis, e a exigirem outras perspectivas: “Em 2008 decidi mudar de equipa e integrei o Grupo Desportivo Volta da Pedra, de Setúbal. Nesta nova fase, fiz as provas da Taça de Portugal, no entanto, devido ao pouco tempo de que dispunha por ter entrado na faculdade e, também, pela subida à categoria de sub-23, não atingi os resultados desejados, embora estes tenham melhorado com o decorrer da época. Em 2009, para melhorar o meu desempenho, procurei

a orientação do treinador Valter Sousa, com o intuito de que todas as épocas sejam correctamente planeadas e, assim, obter os melhores resultados possíveis.”No ano findo, Renato Ferreira continuou a apostar no XCO, “cumprindo os objectivos que pré-estabeleci e acabei por ingressar, também, numa equipa de estrada, a Crédito Agrícola de Pombal. Durante esta nova experiência, confrontei-me com diferentes desafios e dificuldades que me proporcionaram uma aprendizagem muito enriquecedora, mas prefiro o BTT, ao qual me vou dedicar em pleno este ano.”

Como complemento dos resultados obtidos, o atleta já fez dois estágios na selecção sub-23, mas ainda não envergou a camisola das quinas em qualquer prova, situação que deseja possa ocorrer nos próximos tempos. Entretanto, terminada a licenciatura e desde que disponha de tempo, o ciclista bucelense, ainda indeciso na opção entre as áreas de Exercício e Saúde e Educação Física, deseja continuar activo

na modalidade e “tirar o curso de treinador de ciclismo, pois pretendo continuar sempre ligado a esta actividade.”Numa abordagem à prática desportiva em Bucelas, Renato Ferreira é de opinião “que está muito ligada ao futebol, tal como as zonas envolventes, mas, agora com o pavilhão do Bucelenses, existem mais e melhores condições para apostar em desportos diferentes.”

Luís Pedro

BUCELAS JÁ ESTAGIOU NA SELECÇÃO NACIONAL SUB-23

Jovem Renato Ferreira troca futebol pelo BTT

António Manuel Soares Louro, presidente da Junta de Freguesia de Apelação faz público, na sequência de aprovação pelo Executivo em 19/01/2011, que se encontra a decorrer procedimento de recrutamento e selecção de trabalhadores em regime de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado, para a prestação de trabalho inerente às seguintes funções:1 Lugar – Assistente OperacionalPodem concorrer todos os candidatos que possuam as habilitações literárias legalmente obrigatórias e reúnam as habilitações profissionais inerentes à actividade profissional a desenvolver.A selecção terá lugar através de avaliação curricular e entrevista.A candidatura deverá ser apresentada por escrito no prazo de 5 dias úteis a contar da data da publicação do presente anúncio, através de ficha de inscrição solicitada na secretaria desta Autarquia, dentro do seu horário de expediente das 9H15-12H00 e 14H00-17H30.A presente contratação decorre ao abrigo do estabelecido do regulamento do Recrutamento de Pessoal da Freguesia da Lei nº23/2004 de 22 de Junho e do Código de Trabalho.Apelação, 19 de Janeiro de 2011.

O PRESIDENTE DA JUNTAANTÓNIO LOURO

FREGUESIA DE APELAÇÃOCONCELHO DE LOURES

EDITAL

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 11

BREVESMAFRA..............................................................................................................................

Carlos Cardoso

MILHARADO PAVILHÃO DO C.D.POVOENSE TRANSFORMADO EM PISTA DE CORRIDAS

As loucas máquinas voadoras...

No pavilhão do Clube Desportivo Povoense, na Póvoa da Galega, localidade da freguesia do Milharado, não se jogou, desta vez, o futsal. Por momentos, até, parecia que o espaço recebera um relvado sintético, para um qualquer jogo, mas de facto nada disso se passava, pois o barulho das pequenas máquinas que rodopiavam a uma velocidade impressionante, bem como o autêntico arsenal montado em diversas bancas, dava logo para entender que, a haver jogo, seria de um género bem diferente.O nome é pomposo, “Indoor Wienter Series 2011” mas o melhor é simplificar: trata-se de um conjunto de provas de carros, construídos na escala de 1 para 10, que no tempo

máximo de cinco minutos têm de percorrer o maior número de vezes uma pista. Um “hobby” que movimenta gente de todos o país de tal forma que à Póvoa da Galega chegaram concorrentes da margem sul, mas também da Guarda. Nuno Carriço, da empresa “Super Models”, que organizou a prova, lembra o caso de alguns concorrentes que vieram nas suas caravanas e lá passaram o fim-de-semana de 28, 29 e 30 de Janeiro.“Participam na prova 57 carros, correspondendo mais ou menos a 45 pes_soas. Montámos a pista, fizemos a divulgação atra_vés de diversos círculos, nomea_damente pela net, e assim vai ser Fevereiro, Março e Abril,

com a realização de diversas provas”.Os carros são comandados e a perícia que se exige é imensa. Cada carro tem uma pequena peça, o transportador, que permite fazer o controle dos circuitos realizados. Por vezes, os carros chocam, tombam, até porque têm de subir e descer rampas. Colocados em diversos locais da pista estão os “pistadores” que, rapidamente, colocam os veículos em posição correcta. “Pistadores” que têm a particularidade de, também eles, serem concorrentes.“Fundamentalmente trata-se de um hobby. Há regras mínimas e depois é a perícia de cada um. Não existe limite

de idades. Nesta prova temos uma rapariga. Os carros podem ter alterações, têm é de respeitar a escala. Os carros dos iniciados geralmente vêm todos montados, os que carros mais avançados podem ser montados peça a peça”, explica Nuno Carriço, atento ao desenrolar da prova e dando indicações pelo micro.Um carro, com o comando e baterias pode ficar pelos 350 euros. Só que uma das particularidades desta modalidade é que alimenta a curiosidade e a apetência em relação às próprias máquinas. Por isso não é de admirar ver concorrentes munidos de enormes malas,

Milharado

A Associação Cultural e Despor-tiva do Milharado, organiza um passeio BTT, de 25km ou 40km, e passeio pedestre de 5km, no dia 6 de Fevereiro. Uma iniciativa que se insere na festa de apresen-tação das equipas de ciclismo, re-ferente à época de 2011. Pelas 13h tem lugar o almoço convívio, na sede do clube, e pelas 15h se-rão apresentadas as equipas de ciclismo.

Venda do Pinheiro

No Clube Desportivo da Venda do Pinheiro realiza-se, a 5 de Fe-vereiro, pelas 20 horas, um jantar com revista à portuguesa, a cargo do Teatro Amador de Lousa que apresenta a rábula “Querida, es-tou possuído”. De referir que este grupo se desloca, no dia seguin-te, à localidade de Salemas, na freguesia de Lousa.

Colégios

Os colégios privados Miramar e Santo André, despediram pro-fessores na sequência dos cortes governamentais. Ambos os colé-gios pertencem ao Grupo G.P.S. Os professores que foram admi-tidos em Setembro, em período experimental, foram entretanto dispensados. Foram despedidos 25 dos 100 professores no Colé-gio Miramar, localizado em Santo Isidoro, e seis dos 70 professores no Colégio Santo André, na Ven-da do Pinheiro. Cada colégio re-cebia 98 mil euros/ano por tur-ma e com os cortes decididos pe-lo Governo passaram a receber 80 mil euros. O Colégio Miramar tem mil alunos do 2º e 3º ciclos e ensino secundário, a estudar ao abrigo do contrato de ensino pú-blico. O Colégio de Santo André, em 950 alunos tem 750 abrangi-dos pelo contrato de associação.

apetrechados de um sem número de instrumentos e ferramentas, com que tenta melhorar o desempenho dos seus veículos.A próxima prova realiza-se a 19 e 20 de Fevereiro, seguindo-se 18 e 20 de Março e 9 e 10 de Abril. As máquinas estão afinadas ali para os lados da Póvoa da Galega e prontas para novas emoções. De novos e velhos, de homens, mulheres e crianças.

Na colectividade Associação Desportiva e Recreativa da Achada, sedeada na locali-dade de mesmo nome, da freguesia de Mafra, realizou--se na tarde de domingo, dia 30 de Janeiro, o convívio das Mil Edições do programa radiofónico «Disto é que eu Gosto», da autoria do jorna-lista Rogério Batalha, que é transmitido em directo, aos sábados de manhã, na R.C.M. - Rádio do Concelho de Mafra.Na Capela da Achada foi ce-lebrada missa, ao meio-dia, pelo Padre Joaquim Batalha, por alma dos ouvintes fale-

cidos ao longo dos 19 anos do programa e, também, em Acção de Graças. A partir das 13 horas foi servido o mega almoço estando presentes cerca de 200 pessoas, entre os quais autarcas, muitos amigos e a comunicação so-cial de Mafra e dos concelhos circunvizinhos. Houve porco no espeto, frango assado e sopa da pedra.No fim da refeição actuaram o acordeonista Tino Costa, o cantor Luís Araújo, os fadistas Joana Veiga, Isabel Martins, Rosa Serrinhas e Maria de Lurdes Brás. O Grupo Canto

d’Alma cantou fados de Coim-bra. Miguel Miranda Oliveira, vocalista da Banda THOC, da Enxara do Bispo, bem como Luís Fortes e suas filhas Xana e Rita Forte.Numa sala ao lado da cozinha, houve baile abrilhantado pelo teclista Rogério Silva, acompanhado pela sua filha Daniela, que tem apenas 6 anos de idade. Procedeu-se ainda ao sorteio de uma bicicleta, que foi ofe-recida pelo Rotary Clube de Mafra, sendo contemplada Fernanda Santos, da Achada, cujo prémio vai encher de

alegria o seu neto.O evento teve os apoios da Junta da Freguesia de Mafra, Associação Desportiva e Re-creativa da Achada, com uma grande equipa de voluntário, Rotary Clube de Mafra e o duo do som e iluminação de Rui Silva e Basílio Casado.A receita alcançada reverte a favor da campanha de ho-menagem ao Papa português João XXI que vai ter uma estátua nas imediações da Igreja de Santo André, na Vila Velha, Mafra.

Alcides. Jacinto

CONVÍVIO NA ACHADA JUNTA MAIS DE 200 PESSOAS

Mil edições do programa «Disto é que eu gosto»

MAFRA

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12 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

A freguesia da Ericeira, vai ser retratada em vídeo no Brasil. O documentário, que está a ser produzido com parceria da TV da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), vai contar a história desta vila turística e a sua importância para a instalação de uma colónia no litoral do Estado de Santa Catarina , em 1818. As imagens foram captadas no mês de Agosto de 2010, pelo jornalista Rogério Pinheiro, que também assina o roteiro e direcção. O jornalista esteve o ano passado na Ericeira, onde lançou um livro e uma exposição fotográfica referente à Colónia Nova Ericeira.O documentário “Ericeira: um mar de história” deve ser lançado em Março, na cidade de Itajaí, Santa Catarina. De Março a Novembro, o documentário vai ser exibido, gratuitamente, em escolas públicas, associações de moradores, entidades e colónias pesqueiras do litoral catarinense. No itinerário estão as cidades que fizeram

parte da Colônia Nova Ericeira: Balneário Camboriú, Bombinhas, Camboriú, Governador Celso Ramos, Itajaí, Itapema, Navegantes, Porto Belo e Tijucas.Segundo Rogério Pinheiro, o

documentário trará muitas novidades sobre a Ericeira. “Não só a parte da história que liga a Ericeira com a comunidade do Sul do Brasil, mas também aspectos actuais da freguesia como o turismo.

Outro ponto importante mostrado no documentário é a situação dos pescadores na Ericeira, principalmente no que se refere à perda de tradições”.A Colónia Nova Ericeira foi

criada por Dom João VI, em 1818, na Enseada das Garoupas, Litoral do Estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Ao todo cerca de 500 famílias, a maioria formada por pescadores, vieram da Ericeira e outras cidades de Portugal. O documentário terá 25 minutos de duração e contará a história da Ericeira e a sua ligação com a antiga colónia no Brasil.O autor, Rogério Pinheiro, é tetraneto de ericeirenses, que foram ao Brasil no começo do século XIX. Jornalista, é formado pela Universidade do Vale do Itajaí. Já trabalhou em rádios e jornais do Litoral de Santa Catarina. Pinheiro. É autor do livro “A Nova Ericeira”, que relata a história dos descendentes dos ericeirenses que foram ao Brasil.

Criada ConfrariaO interesse pela presença no Brasil de tantos ericeirenses, e as relações que tal veio a criar posteriormente, para além do livro e do documentário

levou à criação da confraria luso-brasileira “A Nova Ericeira”. Tal aconteceu no Brasil, em Junho de 2010, e em Portugal, tendo o evento sido realizado no auditório da Junta da Freguesia da Ericeira Hoje, existem milhares de descendentes da Ericeira em diversas cidades catarinenses. Além da confraria, o livro e uma exposição itinerante têm ajudam a resgatar a história da Colônia Nova Ericeira, que é considerada o 1º empreendimento pesqueiro do Brasil. A exposição já esteve em Sevilha (Espanha). Local de passagem e instalação dos fenícios há1000 a.C., Ericeira significa terra de ouriços ou Ouriceira como era conhecida antigamente. A Ericeira foi elevada à cidade em 1229, mas devido à reforma política de 1855 passou a ser freguesia subordinada ao município de Mafra.Mais informação pode ser obtida consultado o blog “anovaericeira.blogspot.com”.

(Correspondência)

Ericeira será tema de documentário em TV no Brasil

No Parque de Santa Marta, na Vila da Ericeira, teve lugar uma conferência de imprensa, promovida pela Quiksilver para apresentação do Plano Estratégico da marca para Portugal. Estiveram presentes Pierre Agnés, Presidente da Quiksilver Europe, Tiago Pires e José Gregório.A Quiksilver, que está presente há 25 anos na Península Ibérica, passa agora a ser representada directamente pela sede europeia, localizada em Saint – Jean de Luz, França. A proximidade geográfica de Portugal, a sua enorme cultura de surf e a vasta linha costeira, são alguns dos aspectos que atraem a Quiksilver Europa para o nosso país, com um projecto ambicioso e uma estratégia simples: rodear-se pelos melhores.O surfista Tiago Pires, que nasceu em Lisboa no dia 13 de Março de 1980 e vive na Ericeira, regressa, agora, à sua equipa Quiksilver, na qual fez a sua estreia enquanto iniciado.Com 30 anos, o atleta de renome do desporto nacional decidiu embarcar numa nova etapa da sua bem sucedida carreira que já lhe permitiu alcançar quatro vitórias, qualificar-se quatro vezes para o Circuito Mundial da ASP e viver alguns episódios memoráveis como o épico triunfo sobre Kelly Slater,

em Bali, em 2008. Ao fazê-lo o atleta regressa ao patrocinador que o apoiou enquanto dava os primeiros passos na carreira profissional e a uma equipa que sempre esteve emocionalmente perto de si.Tiago Pires, que assinou um contrato por 10 anos com a Quiksilver, é o primeiro surfista português a qualificar-se para a elite mundial, cuja

nova selecção do Circuito Mundial da ASP está reduzida a 34 atletas. Saca, como é conhecido, passa, agora, a ser acompanhado pela Quiksilver, que lhe garante um «staff» dedicado e competente, bem como uma organização optimizada.Para Miky Picon, manager de Marketing & Produto da Quiksilver Europa, juntar-se à equipa que apoia Kelly Slater,

Dane Reynolds e Jérémy Florés vai dar uma motivação extra a Tiago Pires.A Quiksilver cuja experiência na organização de eventos é inigualável, ressuscitou o lendário palco da Ericeira, no ano passado, com o Quiksilver Pro Portugal, na altura classificada como uma competição de seis estrelas. Este ano a prova ganhou o prestigiante estatuto Prime

e foi antecipada para o início do Verão, em Junho, a época ideal para acolher os melhores do mundo.Com a reestruturação da sua rede de distribuição a Quiksilver prepara-se para inaugurar a primeira flagship store em Portugal. Quando a nova loja abrir, na Ericeira, no princípio de Junho, irá representar as marcas Quiksilver, Roxy e DC, bem

como o nome de Tiago Pires. Paralelamente, o mesmo complexo, em Mil Regos perto de Ribeira de Ilhas, irá ainda acolher um bar lounge, um skatepark, a escola de surf Tiago Pires, um ginásio Moskova para a equipa Quiksilver e os escritórios da empresa.

Rogério Batalha

Surfista Tiago Pires regressou à equipa Quiksilver

MAFRA

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 13MAFRA

Está a circular on-line, desde o passado dia 24 de Janeiro, bem como acessível em diversos locais públicos da localidade do Sobreiro, na freguesia de Mafra, uma petição “Para aumento da largura de banda do serviço SAPO ADSL, TELEPAC, e disponibilidade do Serviço de MEO IPTV”, destinada à Provedoria da PT, Telepac, Sapo ADSL, Anacom e imprensa. A petição tem por objectivo a reclamação dos utilizadores do serviço de internet de banda larga da Sapo ADSL, fornecido por Portugal Telecom na localidade do Sobreiro. “ É l a m e n t á v e l q u e a P o r t u g a l Te l e c o m continue a fazer orelhas moucas aos habitantes do Sobreiro, depois de tantas reclamações e pedidos de aumento da largura de banda do Serviço ADSL.

Pois é... A Portugal Telecom considera-nos clientes de 2ª, ao não dar solução às várias reclamações que já efectuamos anteriormente. A cerca de dois quilómetros no sentido de Mafra existe a localidade chamada Paz, cuja largura de banda passa os 12 Mb. A 1 quilómetro, no sentido da Ericeira, fica a localidade com nome Achada, cuja largura de banda é de 16 MB, com uma central montada apenas para 256 utilizadores.O Sobreiro, com mais popu-lação, com maior densidade populacional que as outras localidades circundantes, e um elevado número de empresas dos mais variados sectores, sente-se lesado por possuir uma internet a pouco mais de 1 Mb de Largura de Banda, quando n e c e s s i t a v e l o c i d a d e s superiores”, lê-se na petição. Os seus mentores referem

ainda que “o mais vergonhoso é o facto de possuirmos os piores serviços e pagarmos valores muito superiores que os demais clientes com uma qualidade de serviços soberbamente superiores. Como é possível a PT ainda continuar a cobrar-nos serviços não disponibilizados? Pagamos por um tarifário de 12 Mb e não temos mais de 2 megas em algumas zonas, pois a maioria não passam de 1 Mb. Onde está a legalidade nesta questão? A PT ao cobrar-nos desta forma está agindo de forma dolosa, e a ANACOM fecha os olhos?”. As implicações ao nível do fornecimento e da deficiência de serviços são devidamente sustentadas. “Com 1 Mb não é possível o sistema de TV Meo IPTV, mas pagamos o mesmo que os clientes MEO IPTV, e nós ficamos com o serviço satélite bastante inferior

em tudo. Com os péssimos serviços que possuímos a nossa factura é 22.45 euros mais cara (TV, Internet e telefone)”. A petição pública, depois de recolhidas as assinaturas como forma de protesto, v a i s e r e n c a m i n h a d a para as entidades acima referenciadas. “Iremos também informar a ANACOM desta irregular idade e i n s a t i s f a ç ã o d a n o s s a parte. Apelamos a toda a população do Sobreiro que seja cliente PT, ou não, pelas razões acima enunciadas, que assinem esta petição como forma de protesto, de forma a PT actualizar as infra-estruturas desta localidade. De igual forma esta petição irá ser impressa e colocada em vários locais públicos para ser assinada e posteriormente envida para as entidades competentes”.

CC

Petição contestaqualidade do serviço da PT

para a localidade do Sobreiro

ANÚNCIO1 - NATUREZA DOS SERVIÇOS:A21 – Ericeira/Mafra/Malveira/Venda do Pinheiro (A8)2 - LOCAL DE EXECUÇÃO:Distrito de Lisboa, Concelho de Mafra3 - PRAZO DE EXECUÇÃO:Os trabalhos a realizar deverão ser desenvolvidos segundo as condições expressas no caderno de encargos, no prazo de 1095 dias.4 - DATA LIMITE LOCAL PARA ENTREGA DAS PROPOSTAS:As propostas deverão ser apresentas em suporte digital até às 15H00 do 40º dia contado da data do envio do anúncio para o Diário da República, através da plataforma electrónica www.compraspublicas.com.5 - DSIPONIBILIZAÇÃO DAS PEÇAS DO PROCEDIMENTO:As peças do procedimento estão disponíveis na plataforma www.compraspublicas.com6 - ADMISSÃO DOS CONCORRENTES:No presente concurso poderão apresentar proposta pessoas singulares ou colectivas, isoladamente ou em agrupamento.7 - CRITÉRIO DE ADJUDICAÇÃO:A adjudicação é feita de acordo com o critério da proposta de mais baixo preço.8 - PREÇO BASE:O preço base é de: 7.020.000,00 euros.

O Conselho de Administração

CONCURSO PÚBLICO Nº EP/018/2011A21 – Ericeira/Mafra/Malveira/Venda do Pinheiro (A8)

Operação e Manutenção da A21

Alerta

da ACISM As alterações realizadas pelo artigo 96.º da Lei do Orçamento de Estado para 2011 no número 4 do artigo 13.º do Código de IRS (CIRS) obrigam a que, todos os sujeitos passivos que têm no seu agregado familiar dependentes, identifiquem na sua Declaração Fiscal deste ano, os seus números de identificação fiscal. De outro modo, não serão aceites as deduções previstas no CIRS relativas a dependentes, como sejam, a título de exemplo, despesas de saúde e educação com os mesmos. Assim, caso os seus dependentes (mesmo ainda bebés), não tenham número de identificação fiscal, dirija-se ao Serviço de Finanças mais próximo para requerer a emissão de um número de identificação fiscal ou, em alternativa, pode optar por requerer o Cartão de Cidadão, sendo-lhes atribuído um número de contribuinte. A ida ao Serviço de Finanças é a forma mais rápida de conseguir o número de contribuinte dos seus dependentes pois, apesar de não haver a emissão de um cartão, é-lhe logo entregue um documento com o número de contribuinte atribuído ao dependente. Para tal basta ser apresentada, por exemplo, a certidão de nascimento ou um bilhete de identidade caso o dependente já o tenha. É importante estar precavido e tratar o quanto antes desta situação pois, o período para entrega das Declarações de IRS, inicia-se já em Março e é expectável uma grande afluência às repartições de finanças nos próximos tempos.

ACISM – Associação de Comércio, Indústriae Serviços de Mafra

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14 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULOODIVELAS

BREVES

Carlos Cardoso

ODIVELAS..............................................................................................................................

Associação juvenil recorda Amália e o fado em Odivelas

A música irrompe poderosa entre a névoa que domina a piscina municipal de Odivelas. Á água está quente, como

convém, e o vapor dá como que um ar fantasmagórico ao espaço. Mas o que reina é a alegria.

Ao som da música, sucedem-se a um ritmo constante os exercícios. Braços esticados uma vez, pernas para baixo

MEIA CENTENA DE UTENTES NA PISCINA DE ODIVELAS

Hidroginástica a partir... das 22 horas

O gosto dos jovens pelo fado, ou possivelmente a sua (re)descoberta, é inegável. Um exemplo recente vem de Odivelas onde a Associação Juvenil Mais Qu’Evidente, em conjunto com a junta de freguesia local, promoveu a exposição “Amália e o Fado”, patente no pavilhão polidesportivo até 6 de Fevereiro.“Não há desafio que não seja superado”, diz Filipe Gomes, presidente da Assembleia Geral da Associação, naquele que parece ser, de alguma forma, o leme desta estrutura juvenil que, curiosamente, nasceu na freguesia vizinha, na Ramada, em Julho de 2010.Alguns dos seus elementos tinham experiência de organização de eventos, particularmente de eventos culturais. Esta parece ser uma linha que pretendem cimentar, a crer nesta sua primeira grande iniciativa pública em Odivelas. “Queremos dar uma nova dinâmica no associativismo juvenil ao nível do concelho”. A verdade é que depois desta exposição, já estão a trabalhar

numa outra realização, um concurso de bandas ama-doras, as chamadas bandas de garagem, a ter lugar no dia 26 de Fevereiro. “Vamos tentar ter um leque variado de bandas”, diz Filipe Gomes.Com cerca de 20 jovens, “inova-

ção” é a palavra que mais gostam de utilizar e praticar, “através da apresentação de projectos interessantes”.Para já conseguiram o apoio da Junta de Freguesia de Odivelas. Vítor Machado, o seu presidente, referiu na sessão

de abertura da exposição que da parte da autarquia havia “o compromisso de apoiar esta associação”, em função das propostas que apresentarem.A inauguração da exposição “Amália e o Fado”, que teve lugar a 29 de Janeiro,

outra, tronco a rodopiar, 46 utentes seguem atentamente as indicações do monitor.Nada teria de especial a aula de hidroginástica, não fosse estar a realizar-se a partir das ...22 horas. Mónica Capitão, Directora Técnica da Piscina Municipal de Odivelas, explica a razão desta iniciativa. “Achámos que devíamos fazer algo diferente neste início do ano. Algo que alegrasse as pessoas, algo simples mas cativante”, e daí nasceu a ideia de realizar uma sessão de hidroginástica a uma hora pouco comum, quando o comum dos mortais, em especial neste tempo tão frio, quer é estar em casa, com um cobertor sobre as pernas.“De facto, em Portugal, não existe muito a tradição de fazer estas actividades nocturnas

nas piscinas. Não fomos caso único, mas não há muitos exemplos. A verdade é que nunca pensámos que as pessoas aderissem tão bem, o que significa que estas iniciativas têm pernas para andar. Não são actividades re g u l a re s , m a s t e m a particularidade de trazer até às piscinas pessoas que participam pela primeira vez . S ã o i n c e n t i va d a s pelos nossos utentes, vêm experimentar as aulas e é possível que ganhem o gosto para frequentar a piscina com mais assiduidade”, diz Mónica Capitão, com pressa de entrar de novo na água e participar, também ela, na sessão de hidroginástica. “Temos de dar o exemplo...”, justifica-se, sorrindo.

CC

f o i a c o m p a n h a d a d a apresentação da revista portuguesa como mesmo nome, a cargo do Grupo de Teatro “Os Resistentes” e da actuação da escola de fado da Junta de Freguesia de Odivelas.

Prémio

Estão abertas, até 18 de Feve-reiro, as candidaturas para a segunda edição do Prémio Mu-nicipal de Arquitectura e Espa-ço Público 2011. Uma iniciativa da Câmara Municipal de Odive-las que pretende, desta forma, “contribuir para a promoção de criação arquitectónica de quali-dade enquanto factor de dina-mismo económico, coesão so-cial, protecção de valores patri-moniais e culturais, valorização ambiental, identidade e quali-dade de vida” O prémio surge da vontade de incentivar e pro-mover edifícios e espaços ex-teriores públicos, que pela sua concepção construtiva e estéti-ca, representem um contribu-to para a valorização e/ou sal-vaguarda do património arqui-tectónico e urbanístico do con-celho. Pretende-se distinguir obras novas ou de reabilitação/recuperação de edifícios (sec-ção A) e de espaços exteriores públicos (secção B), que na sua concepção tenham tido como principal objectivos a qualidade arquitectónica e o enquadra-mento e articulação com a en-volvente. O prémio é, por isso, dividido em duas secções: Edi-ficações e Espaços Exteriores Públicos. O concurso dirige-se a arquitectos, arquitectos paisa-gistas e entidades promotoras de projectos.

Realojamento

Mais duas famílias foram rea-lojadas na Freguesia de Odive-las. Ema Viola, 69 anos, passou a viver na Urbanização da Ar-roja. Inserida no PER (Progra-ma Especial de Realojamen-to), esta família habitava numa construção precária no Bairro do Barruncho, Póvoa de Santo Adrião, sem as condições mí-nimas de habitabilidade, devi-do às infiltrações da cobertura e das paredes laterais. Já o agre-gado familiar de Filipa Queiroz, proveniente do Bairro Maximi-no, Odivelas, passou a viver no Bairro Gulbenkian. Este realo-jamento surge na sequência do acordo de colaboração que a Câmara Municipal de Odive-las celebrou em Junho de 2010, com o Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), no âmbito do PROHABITA.

Prédio

O vereador Hernâni Carvalho insurgiu-se, em reunião de Câ-mara, contra a construção de um piso a mais num edifício si-tuado na Rua Aquilino Ribeiro, 36, na freguesia de Odivelas, exigindo que a Câmara Munici-pal justifique esta situação.

Falecimento

Vítima de doença que a afecta-va há muito tempo, faleceu a mulher de José Guerreiro, pre-sidente da Junta de Freguesia da Pontinha, a quem o jornal Triângulo envia sentidas con-dolências, extensivas à família e amigos.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 15ODIVELAS

A Junta de Freguesia de Odivelas, fez chegar à Direcção Geral da Administração Interna um protesto quanto à forma como foi gerido o processo eleitoral relativo ás eleições Presidenciais, que tiveram lugar a 23 de Janeiro, nomeadamente no que respeita ao funcionamento do sistema informático de apoio ás eleições e ao eleitor.“ Ver i f icou-se que nos eleitores que foram obrigados a fazer o Cartão Único de Cidadão, quer o número de eleitor, quer a localização das assembleias de voto onde tradicionalmente se

dirigiam foi alterada, sem que os mesmos tivessem sido informados dessa alteração. Coube às Juntas de Freguesia resolver estes problema, prestando essas informações aos eleitores visados, sendo que para tal as ferramentas informáticas ( w w w. re c e n s e m a e n t o.mai.gov.pt) e telefónicas (808206206 / sms 3838) postas à disposição se mostraram claramente insuficientes, uma vez que praticamente durante todo o dia o sistema se mostrava inoperacional”.Para a autarquia, trata-se de uma situação que facilmente

teria sido resolvida “com a inserção do número de eleitor no verso do Cartão de Cidadão”. A verdade é que, tal como aconteceu em tantas outras zonas do pais, levou a que muitos eleitores desistissem de votar. “Esta situação, criada pela DGAI, contribuiu decisivamente para a taxa de abstenção elevada que se veio a verificar, o que consideramos inaceitável, num Estado de Direito e numa sociedade marcada pelo avanço tecnológico e pelo conhecimento”, acusa a Junta de Freguesia de

Odivelas, que aponta a “DGAI como principal responsável desta situação, inviabilizando que os recursos humanos que a autarquia colocou nas escolas, de apoio ao eleitor, surtissem o efeito desejado. Pelo referido, sugerimos a inserção do número de eleitor no verso do Cartão de Cidadão, assim como exigimos por parte da DGAI e da sua tutela explicações cabais sobre o sucedido”.Na freguesia de Odivelas, num total de 53 mesas, com 49.789 eleitores inscritos, votaram 23.437 eleitores (48,04%). A abstenção ficou em 51,96%,

votos brancos foram 1.053 (4,49%) e os votos nulos 583 (2,49%).Cavaco Silva ganhou na freguesia de Odivelas, com 10.532 votos, seguido de Manuel Alegre, com 4.990 e Fernando Nobre com 3.586. Em quarto lugar ficou Francisco Lopes, com 1.653 votos, seguindo-se José Manuel Coelho com 718 e Defensor Moura com 322.O acto eleitoral na freguesia de Odivelas ficou marcado, ainda, por uma iniciativa curiosa. Um grupo de moradores de Odivelas, ligado ao Colinas Bike Tour,

desenvolveu a iniciativa «Vá votar, pedalando!», apelando a que a população se desloque ao local de votação, utilizando a bicicleta como meio de transporte. Logo pela manhã, diversos eleitores, munidos dos seus documentos e, naturalmente, da bicicleta, partiram da urbanização Colinas do Cruzeiro, e foram exercer o seu direito de voto nas respectivas mesas. Isto, claro, caso não tivessem de voltar de mãos a abanar porque tinham cartão de cidadão e o sistema não funcionava...

CC

SISTEMA INFORMÁTICO NÃO FUNCIONOU NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Junta de Freguesia de Odivelas quer explicações da DGAI

A construção de um imóvel de três andares, dentro do perímetro da zona de pro-tecção do Mosteiro de São Dinis, em Odivelas, chegou à Assembleia da República. O BE, através das deputa-das Catarina Martins e Rita Calvário, questionaram o Governo, através do Minis-tério da Cultura, sobre a le-galidade da intervenção.“Tem o Ministério conhe-cimento das obras em curso dentro da zona de protecção do Mosteiro de São Dinis? Qual o acompa-nhamento que o Ministério deu a esta obra? Que medi-das urgentes vai o Ministé-rio tomar para travar este atentado a um Monumento Nacional e garantir que a envolvente deste conjunto patrimonial não é desca-racterizada?” , são as três questões colocadas pelas deputadas.O imóvel em causa situa-se no início da Rua da Fonte, e substitui uma antiga casa térrea ali existente. A sua construção foi licenciada

pela Câmara Municipal de Odivelas e obteve o pare-cer favorável do IGESPAR. A denúncia desta constru-ção partiu da historiadora Maria Máxima Vaz que par-ticipou, juntamente com a deputada Catarina Martins, numa acção de protesto que o BE realizou no dia 29 de Janeiro e que passou pela visita ao prédio em construção, seguida de um debate.“O licenciamento desta obra, para além de ser uma escolha política completa-mente errada, representa uma violação da Lei de Ba-ses do Património; a qual proíbe expressamente a construção a menos de cin-quenta metros de monu-mentos históricos”, como é o caso, denuncia o BE. Maria Máxima Vaz conside-ra, por seu lado, que houve uma leitura abusiva da lei.A lei 107 de 2011, no ponto 4, do artigo 43º, refere que “as zonas de protecção são servidões administrativas, nas quais não podem ser

concedidas pelo município, nem por outra entidade, li-cenças para obras de cons-trução e para quaisquer trabalhos que alterem a to-pografia, os alinhamentos e as cérceas e, geral, a dis-tribuição de volumes e co-berturas ou o revestimento exterior sem prévio parecer favorável da administração cultural competente”.“A verdade é que bastou o parecer do IGESPAR para a Câmara fazer o que fez. Mas o espírito da lei é a de-fesa das zonas envolventes e aquela zona integrava-se no espaço onde se situava a entrada que D. João V uti-lizava quando vinha visitar a Madre Paula ao convento, uma vez que o Papa tinha

impedido o seu acesso ao Mosteiro”, recordou Maria Máxima Vaz.A historiadora trouxe a lu-mes dados muito interessan-tes sobre aquela área, alguns praticamente desconheci-dos. “Após essa proibição o rei mandou construir uma segunda casa para a Madre Paula, onde está a “casa dos caracóis”. D. João V vinha pelas traseiras, pela servi-dão que era a actual Rua da Fonte encontra-se com a sua amante. Toda aquela zona está repleta de memórias e o nosso objectivo é evitarmos a maior agressão possível ao património”. Máxima Vaz não deixou mesmo de mani-festar a sua estranheza com o silêncio do PCP “estou

muito admirada, pois foi até o primeiro partido a quem enviei o e-mail a alertar para a situação”, disse.Para a deputada Catarina Martins não faz sentido aceitar factos consumados. “Comprovando-se a ile-galidade, há uma solução, deitar aquilo abaixo”, defen-deu.Entretanto, através de um comunicado de imprensa, a Câmara Municipal de Odive-las sustenta as decisões to-madas. “O Bloco de Esquerda local acusa esta autarquia de agir em ilegalidade quando licenciou a construção de um edifício na Rua da Fonte. A Câmara Municipal de Odi-velas refuta esta acusação e acrescenta que não só agiu

legalmente como procura proteger e salvaguardar o Património de Odivelas, estando até em curso uma Candidatura para a Requali-ficação do Centro Histórico.A solução apresentada pelo proprietário da construção não ofende a salvaguarda dos interesses culturais e arquitectónicos a proteger, atento o parecer favorável da entidade competente para o efeito, oferecendo em termos técnicos uma solução que permite requa-lificar o local sem proceder à sua descaracterização, assegurando, através do alargamento da via, uma circulação mais eficaz e se-gura de peões e veículos(...). A CMO desmente o Bloco de Esquerda quando injus-tamente acusa a autarquia de violar o Artº 43º da Lei 107/2001 de 8 de Setembro. Ao Município de Odivelas, e a qualquer município, não é permitido, de acordo com a referida Lei, no nº 4 do Artº 43, conceder licenças para obras de construção e quais-quer trabalhos que alterem a topografia, os alinhamentos e as cérceas e, em geral, a distribuição de volumes e coberturas ou o revestimen-to exterior dos edifícios, sem o prévio parecer favorável do Ministério da Cultura. A Câmara Municipal de Odivelas tem no respectivo processo o parecer de apro-vação emitido pelo IPPAR (actual IGESPAR), entidade competente para atestar a salvaguarda dos interesses culturais e arquitectónicos a proteger”.

EM CAUSA CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO DE TRÊS ANDARES PERTO DO MOSTEIRO DE S. DINIS

BE e Câmara de Odivelas trocam acusaçõesCarlos Cardoso

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16 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO ODIVELAS

Faz anos, neste mês de Janeiro, que faleceu Carlota Joaquina, rainha de Portugal.É talvez o caso mais saliente de intervenção das mulheres na política, em Portugal, pela época em que aconteceu, viragem do séc. XVIII para o XIX, mas princi-palmente porque esteve activa toda a vida ( morreu com 55 anos ), não se conformando com não ter nenhum papel, ou tê-lo, mas secundário, na condução dos destinos do país, mesmo em oposição quase permanente com os notáveis do seu tempo, a começar pelo marido, príncipe regente, depois D. João VI.Só para se perceber a fibra desta mulher, basta referir que, tendo--se os dois casado quando ela tinha apenas 10 anos de idade, o então príncipe, uns anos mais velho, entendeu consumar logo o casamento na pessoa daquela criança.À 1ª tentativa quase ficou sem uma orelha. Depois ia indo desta para melhor ao levar com um castiçal na real pinha.Serviu-lhe de emenda e a prin-cesa espanhola conseguiu um aditamento ao contrato de ca-samento segundo o qual este só poderia ser consumado depois de ela completar 14 anos.Apesar dos obstáculos perma-nentes, esta mulher conseguiu marcar a política do seu tempo, goste-se ou não das suas opções.Em Portugal, onde conspirou para afastar o marido, por ser demasia-do hesitante; na América do Sul, a partir do Brasil, onde chegou a ter bem encaminhada a sedução de algumas colónias espanholas; depois como interventora activa na questão do trono de Espanha,

durante a ocupação francesa; de novo em Portugal como inspira-dora do partido que se opunha à Constituição e promoveu várias revoltas e finalmente como mentora de D. Miguel, seu filho.

Esta introdução serve para cha-mar à colação a questão das mulheres na política, nomea-damente o aspecto de que, por maiores que forem os obstáculos, nunca se deve desistir de lutar por aquilo em que se acredita: seja um país, um ideal, uma crença, uma igualdade, um futuro. E se é preciso, hoje ainda, em ple-no séc. XXI, falar da importância das mulheres na política e não só dos cidadãos na política, é porque o déficit de participação das mulheres ainda existe.Outros, melhor preparados, po-derão falar acerca dos motivos reais que levam as mulheres a não ter condições para se envolver na política.Quero dizer apenas que somos os herdeiros de uma história que criou inúmeros entraves ao cami-nho da mulher, dificultando-lhe a manifestação da sua igualdade, deturpando a sua dignidade, es-condendo as suas prerrogativas, empurrando-a para a margem na

vida activa das sociedades.Somos os herdeiros de uma história em que as mulheres continuam a ser valorizadas mais pelo aspecto físico do que pela competência e inteligência, em suma do que pela própria dignidade do seu ser.Quero referir-me aqui apenas à situação da mulher em Odivelas, nomeadamente à intervenção e participação na coisa pública.Odivelas tem já um passado e um presente com figuras femininas em lugares de relevo.Os maiores partidos, em Odive-las, tiveram, ou têm, mulheres presidentes dos seus órgãos, houve e há vereadoras, houve Presidentes de Juntas de Fregue-sias, houve Presidente da Assem-bleia Municipal e há Presidente de Câmara.Isto para referir apenas a política, porque em muitos outros tra-balhos e entidades de Odivelas pontificam e bem, mulheres.E, como em tudo na vida, o exemplo é ainda a melhor forma de chamar as pessoas para uma determinada actividade. Na po-lítica não pode ser de maneira diferente.E esta riqueza das mulheres colocadas em lugares de relevo, em Odivelas, é um valor que tem de ser posto a render no sentido de chamar mais mulheres para a vida pública.Porque também em Odivelas o processo de libertação das mulheres tem ainda um longo caminho a percorrer.Por isso venho recordar, com alguma antecedência, o dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.Para sugerir, e estas coisas têm

que ser preparadas com tempo, actividades concretas, nomeada-mente nas escolas, para que as crianças sejam mobilizadas para estes temas. E depois talvez um grande Fórum sobre a mulher em Odivelas.Discutir ideias, ouvir pessoas, criar emulação sobre o assunto através da experiência de vida de algumas mulheres de Odivelas, e não só.Temas como a organização da vida das mulheres envolvidas na política, a gestão das suas necessidades como membros de uma família, mães e interventoras políticas e cívicas.Há mulheres e homens que fazem mil e uma coisas e todas bem, por-que se organizam, porque, com fortaleza de ânimo, submetem a uma ordem as suas múltiplas tarefas.Aqui não há truques, nem passes de mágica, mas há experiência, ciência, solidariedade familiar, ao serviço da personalidade de quem quer ter uma vida activa plena de realizações, nos campos que entender e para que se ache capaz.E tudo isto pode e deve ser partilhado.Fica lançado o repto. É para as autarquias de Odivelas, para os partidos, para os Movi-mentos Cívicos, para quem quiser.Que o próximo dia 8 de Março fique marcado como uma opor-tunidade não desperdiçada em Odivelas.

João CarvalhoJurista

Ex-Membro da Assembleia Municipal de Odivelas

[email protected]

AS MULHERES NA POLÍTICA ( E NÃO SÓ ) EM ODIVELAS

8 de Março - oportunidade a não perderOPINIÃO

Os dislates oriundos da Região Autónoma da Madeira, caíram na indiferença continental, ao ponto de, qualquer coisa gerada nos Açores, assume logo dimensão nacional.A questão que agora se digladia é a célebre decisão do governo regional açoriano em compensar os cortes na massa salarial dos funcionários públicos, afectados pela decisão do governo nacional, em 5%.Um coro de vozes se levantou, indignada, pela falta de solidar-iedade do governo açoriano para com o todo nacional, pois que a todos se exigem sacrifícios, para fazer frente á crise. Essas vozes verberaram a sua indignação pela violação do daireito á igualdade, entre outras.O que é espantoso é ninguém se ter apercebido de coisas simples. Diria mesmo comezinhas. Por

exemplo não vi ninguém explicar por que razão um funcionário público que aufira 1.500 euros seja “obrigado” a ser solidário no combate á crise, e os que ganham menos de 1.500 fiquem isentos daquela solidariedade? Não é isto uma flagrante desigualdade? Qual o pecado cometido por quem ganha 1.500 ou mais euros ? Não tem sentido, isto.Outra coisa que dificilmente consigo entender, é este absurdo, de ninguém ter explicado ao Primeiro Ministro, a quem dou o beneficio da dúvida, o que é o princípio da irredutibilidade sala-rial, uma espécie de “vaca sagra-da” do Direito do Trabalho, e que tem protecção constitucional, embora indirecta (a constituição determina que em matéria sala-rial existem protecções especiais, o que de alguma forma confere, a este princípio, uma natureza

“musculada”).Resultado … o sindicato dos magistrados do ministério público avançaram para a sede judicial, a fim de travaram, nos tribunais, este dislate. O Governo vai sair mal deste processo, pois qualquer aluno de primeiro ano de Direito vaticinará a vitória dos magistra-dos do ministério público.Não faço a mais pequena ideia de quanto o governo poupará, neste corte dos 5%, mas estou seguro que se o governo optasse pela via fiscal, ao menos não corria o risco de parecer incompetente, em razão de matéria.Assim como evitaria o descon-forto vindo dos Açores. E por falar dos Açores, a indignação, pela protecção do governo re-gional, relativamente aos seus funcionários, ganhou muitos adeptos continentais.Constato que a generalidade dos

portugueses residentes em Por-tugal continental desconhecem que o Estado Português é um Estado Descentralizado, e não um Estado Centralizado. Coisas diferentes.Dito de outra forma: O Estado desafectou da sua esfera central, parte do seu Poder e Atribuições e descentralizou-o nas Regiões Autónomas e nas Autarquias Lo-cais. Chama-se a isto “devolução de poderes”. O que significa que ao fazê-lo não pode voltar atrás.Sendo então as Regiões Autóno-mas Estado descentralizado, ainda por cima com função leg-islativa regional, quer dizer que o Governo Central não pode tratar as Regiões Autónomas como se fossem simples extensões do Terreiro do Paço. Não pode definir as orientações estratégicas daqueles territórios.Logo os Açores têm plena legit-

imidade para fazerem as opções financeiras, gestionárias e outras que entenderem, até criarem uma compensação remuner-atória para a parte do seu fun-cionalismo público afectada por uma Lei nacional de aplicação em todo o território. Isto é os Açores têm de acatar a decisão do corte dos 5%, sem prejuízo do que vier a suceder em sede judicial, mas podem criar me-canismos compensatórios, para suprir aquilo que é o exercício de uma verdadeira desigualdade – uns têm cortes outros não, em violação do principio da igualdade e da universalidade (ou é para todos ou para ninguém).Ademais, e segundo explicações do Presidente do Governo Re-gional; Carlos César, os Açores limita-se a re-direccionar verbas que se destinavam á cobertura de um estádio de futebol, para

novo fim – o mecanismo compen-satório. È pura e simplesmente uma opção gestionária de muito mérito, e com marca de principio de esquerda.Se o governo central queria que as Regiões Autónomas participas-sem, á força, no combate á crise, então poderia ter actuado em sede de transferências do Orça-mento do Estado para as Regiões em por exemplo … 5%.Violaria a Lei das finanças re-gionais ? Talvez, mas Cavaco Silva enquanto foi primeiro min-istro durante uma década inteira nunca cumpriu com a Lei das Finanças Regionais nem com a lei das Finanças Locais, e ninguém se chateou com isso. Além disso estou certo de que seria um mal menor, apesar de tudo.

OliveiraDiasPolitólogo

Açores, magistrados do MP e os 5%OPINIÃO

DO Bº CASSAPIA, QTª DO ROLDÃOE QTª DOS CUCOS

Crianças vão a pépara a escola

Um ano depois as crianças do bairro Cassapia, na freguesia de Olival Basto, continuam a ir a pé para a escola. O alerta partiu, de novo, do vereador Paulo Aido que denunciou, mais uma vez “que as crianças em idade pré-escolar e do ensino básico residentes nos bairros Cassapia, Quinta do Roldão e Quinta dos Cucos continuam a fazer o percurso entre as suas casas e a escola a pé, correndo vários perigos”. Já em 13 de Janeiro e de 24 de Fevereiro de 2010, em reunião de Câmara “alertei para o facto de existirem crianças com idades entre os 3 e os 10 anos que frequentavam a Escola Básica e Jardim de Infância (EB1 JI) ‘Maria da Luz de Deus Ramos’, na Charneca do Lumiar, em Lisboa, que viviam nos bairros do concelho de Odivelas do Cassapia, Quinta do Roldão e Quinta dos Cucos, e que eram obrigadas a fazer o trajecto de ida e volta a pé - variável num total de 1200 a 2000 metros - por falta de transporte. Era e é inaceitável admitir que as nossas crianças percorram tão grande distância ao sol, à chuva, ao calor e ao frio, tornando-lhes o dia escolar num momento muitas vezes indesejado ao invés de um estímulo e entendimento de que é bom estar na escola”.Paulo Aido lembra ainda que o trajecto encerra vários perigos “por se tratar de uma estrada sem bermas ou passeios pedonais, com dois sentidos de trânsito, em alguns locais com curvas sem visibilidade e estreito”.Há um ano a Presidente de Câmara Municipal de Odivelas comprometera-se a encontrar uma solução para o problema, a verdade é que persiste a situação, com a agravante de o número de crianças ter aumentado, pois “agora temos nestas circunstancias 20 crianças, 4 das quais entre os 4 e 5 anos, sem contar com a vigésima primeira também de 4 anos que teve de abandonar o jardim-de-infância por falta de transporte em virtude da sua fragilidade”.Fernanda Franchi reconheceu que o problema persiste. “Reunimos com a Rodoviária de Lisboa que disse não ser viável passar por ali uma carreira. Estamos a negociar com a Associação de Pais da escola do Olival Basto, que têm uma carrinha, para ver a forma de criar um sistema de transportes, pese embora existam pais que preferem levar os seus filhos. Vamos trabalhar para tentar encontrar uma solução”, disse a vereadora.

CC

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 17

BREVES

Carlos Cardoso

V. F. XIRA..............................................................................................................................

ESPERAVAM-SE 10 INSCRIÇÕES, FORAM 48

Adesão às hortas biológicas da Póvoa de Santa Iria foi um êxito

VILA FRANCA DE XIRA

Cerca de meia centena de pessoas, a sua grande maio-ria da freguesia da Póvoa de Santa Iria, inscreveram-se no projecto das Hortas Biológicas que vai decorrer em terrenos situados no interior da Quinta da Piedade.“Ultrapassou todas as nos-sas expectativas. Tínhamos apontado para umas eventu-ais dez inscrições, e acabaram por ser 48”, diz o vereador Fer-nando Paulo. Como há con-dições para aumentar a área onde serão criadas as hortas biológicas, a Câmara de Vila Franca de Xira vai garantir terreno para 40 inscritos. “De

fora ficam as pessoas que não são da Póvoa de Santa Iria”, esclarece o vereador.A criação das hortas bioló-gicas não vai chocar com o funcionamento e as caracte-rísticas da Quinta, um espaço de lazer utilizado por imensa gente, em particular ao fim de semana. A ideia das hortas, que tem anexa um conjunto de bidons e pequenas insta-lações para guardar material, não terá cabimento. “Foi atri-buído um espaço para guar-dar o material necessário”.A adesão ao projecto reside em diversos factores, segundo Fernando Paulo. Se a primeira

tendência é para apontar razões decorrentes da crise económica, podem existir outras motivações mais pro-fundas. “Julgo que esta prática ultrapassar as meras razões financeiras. Existe um estudo, no Porto, de uma experiência semelhante, que encontrou três ordens de motivações: a agricultura como meio com-plementar de subsistência, é um facto, mas também razões de educação ambiental e razões relacionadas com a socialização e diminuição da solidão para muitas destas pessoas”.O autarca avançou que vai

ser feito um estudo de carac-terização das pessoas que se inscreveram para as hortas biológicas, com o objectivo de conhecer com rigor as razões que justificam uma adesão tão expressiva, um projecto que já despertou interesse em outras fregue-sias, “caso de Alverca e de São João dos Montes”, que contactaram a autarquia nesse sentido.As hortas biológicas de-senvolvem-se, para já, nas quintas municipais. “Tenho a esperança de haver produ-tos certificados nas nossas quintas dentro de pouco tempo. Lembro que através

Alverca

A Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo, deu início, no passa-do dia 17 de Janeiro, à 2ª fase de reposição da calçada, na Av. In-fante D. Pedro, no troço compre-endido entre o nº. 107, e o Edifí-cio Parque. A primeira fase das obras tiveram lugar no inicio de 2010, e pretendem dar ao local uma dignidade e embelezamen-to genuíno e próprio da calçada portuguesa, dotando a referida Avenida, dum espaço amplo e de grande mobilidade, com novo e adequado equipamento urba-no. Foram criados 24 novos luga-res de estacionamento no local. A obra, da responsabilidade da Junta de Freguesia, envolve um custo 18.537.28 euros.

Saúde

A CM de Vila Franca de Xira apro-vou a prorrogação do prazo da construção do novo Centro de Saúde de Vila Franca de Xira, que deve assim ficar pronto em Feve-reiro. A data inicial para a conclu-são do Centro de Saúde era 30 de Dezembro de 2010. O novo equi-pamento está orçado em mais de 2 milhões de euros e vai servir 25 mil utentes.

Escola

No sábado, 29 de Janeiro, teve lu-gar cerimónia de inauguração da requalificação da Escola Básica e Secundária Reynaldo dos Santos, situada no Bom Retiro, na fre-guesia de Vila Franca de Xira. A cerimónia contou com a presen-ça da Presidente da Câmara Mu-nicipal de Vila Franca de Xira, Ma-ria da Luz Rosinha e do Secretário de Estado da Educação, João Tro-cado da Mata.

Reabilitação

280 mil euros é a verba que a Câ-mara Municipal de Vila Franca de Xira vai disponibilizar para a repa-ração de fogos municipais. Numa primeira fase serão recuperados fogos ao nível do rés do chão e fa-vorecidas as tipologias T1 a T3. O objectivo é que a totalidade dos fogos devolutos fiquem em con-dições de serem entregues a fa-mílias com menos recursos. Em 2011 haverá uma segunda fase, esperando a autarquia, nessa al-tura, ter a totalidade dos fogos municipais vagos em condições de serem habitados.

do método biológico, este ano produzimos cinco mil litros de vinho”.

Vinho reconhecidoSobre este produto, o vinho, Maria da Luz Rosinha apro-veitou para referir o êxito da produção na Quinta da Hortênsia (Castanheira do Ribatejo/Cachoeiras). “Têm um vinho tinto que já alcan-çou diversos prémios a nível internacional e, este ano, vão lançar o vinho branco. É importante realçar estes exemplos e este esforço. Para se ter uma ideia, a produção do ano foi de um milhão de garrafas”.

Faleceu a 25 de J a n e i ro, J o ã o Francisco Delga-do Vicente, ger-ente da Gráfica Forte da Casa.À família e ami-gos, enviamos sent idas con-dolências nesta hora difícil.

Jornal Triângulo

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18 | 31 JANEIRO 2011 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO VILA FRANCA DE XIRA

O estacionamento junto EB2 de Vialonga está caótico e a provocar crispações entre os moradores locais e pro-fessores. Um cenário com pouco sentido, pois a algumas dezenas de metros, no terreno da feira, existe um parque para dezenas de veículos que está, na maior parte dos dias, completamente vazio.Vera Ferreira mora na Rua António Aleixo e assume o descontentamento dos moradores. “Os espaços, que já são escassos, são ocupados, de manhã cedo até, muitas vezes, às 21h30, pois a escola funciona até essa hora, grosso modo pelos veículos dos professores. Os moradores praticamente não têm direito a estacionar o veículo aqui. De manhã, para sair, é terrível, muitos têm filhos pequenos, os passeios ficam esgotados, praticamente é impossível, para quem tiver um carrinho de bebe, utilizar os passeios”.Há moradores que vem almoçar a casa e não conse-guem estacionar porque encontram a Rua António Aleixo e outras ruas ao redor completamente bloqueadas.Mas para além do estacio-namento, a confusão no acesso às escolas é imensa, pois o espaço é curto e os pais trazem, sem razão para isso, o carro mesmo até à entrada

da porta do estabelecimento de ensino. “Nessas alturas ninguém se entende”.Em tempos, existiu uma solução provisória que atenuava um pouco a escassez de espaço para parqueamento. “Há um terreno, privado, praticamente um mato, onde era possível estacionar os carros. Sei que existia um acordo entre a proprietária do terreno e a Junta de Freguesia, em que esta se comprometia a limpar o espaço. Ao que conta isso deixou de acontecer e a proprietária, agora, não deixa estacionar veículos”.A verdade é que os conflitos

existem. Aparecem carros riscado, sem se saber quem foi o responsável, a GNR é chamada a actuar, “eu própria já levei uma multa de 300 euros porque estava estacionada na via pública”, há carros que ficam bloqueados, apertados de tal forma que os seus proprietários nem conseguem abrir as portas e por aí fora. “A solução mais correcta era um sistema de parqueamento, em que os moradores ficavam isentos, ou então a colocação de uma placa de estacionamento proibido, excepto a mora-dores”. O mais incrível é

que a algumas dezenas de metros, a menos de dois minutos das escolas, está um parque de estacionamento c o m p l e t a m e n t e va z i o, capaz de receber dezenas de veículos...José Gomes, presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, conhece perfeitamente esta situação. E avança com algumas novidades. “Os terrenos situados em frente da EB2 e das casas estão a ser expropriados, por parte da Parque Escolar, pois a construção da escola se-cundária. O que implica uma total remodelação de toda

aquela área. Por exemplo, a entrada para a escola passará a ser feita pela Quinta das Índias”.O processo até já devia estar mais avançado, mas subsis-tem dificuldades com as expropriações. “Sei que o caso está em Tribunal, mas também sei que a Parque Escolar não está na disposição de esperar que as partes se entendam, o que pode de-morar anos. Vão definir o valor da expropriação, colocar o valor numa conta bancária e depois a parte vencedora levanta o dinheiro. Entretanto o concurso já foi lançado,

é uma obra no valor de 18 milhões de euros, e implicará a reformulação de toda a área. O prazo apontava para Março, é capaz de ser difícil, mas espero que ao longo do ano comecem as obras”.O autarca conhece bem a situação e as complicações que surgem de manhã, ao almoço e ao final do dia. “Reconheço o problema dos moradores, que são os que mais sofrem e vou, numa reunião que terei em breve, sensi bilizar os professores para a situação. Existe o parque da feira, fica perto, e não se entende porque não é utilizado. E tanto pode ser utilizado pelos professores, p e l o s p a i s , c o m o p o r moradores. Há que fazer um esforço nesse sentido. A g o r a t e m o s d e t e r consciência de que só a reformulação global daquele espaço permite resolver o problema. E a resolução não passa por criar excepções no estacionamento de uma via pública, se não a partir daí o que não aconteceria em grande parte de Vialonga? Estou confiante que em breve vamos ter novidades e as alterações que se avizinham serão boas para os moradores e resolverão os acessos à escola”.

ENQUANTO A POUCOS METROS HÁ UM PARQUE VAZIO

Estacionamento conflituoso junto à EB2 de Vialonga

Carlos Cardoso

A constr ução da nova urbanização da Quinta da Maranhota, na freguesia de Vialonga, está parada. Ao que tudo o indica, tal como está a acontecer com muitas outras urbanizações, um pouco por todo o lado, devidos a dificuldades do promotor.Neste momento, estão marcados e de forma parcial, os acessos da urbanização e foi colocada a rede de esgotos. Como não existe qualquer tipo de alcatroamento, a terra, devido à chuva e ao abandono a que, entretanto, foi votada, tende a separar-se, ser arrastada, colocando em causa o pouco trabalho feito.A situação mais grave, porém,

não é essa. Dezenas de bocas de esgotos, espalhadas ao longo dos acessos primários, continuam desprotegidas, constituindo um sério perigo. Ana Lída, vereadora da CDU na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, alertou, em recente reunião do executivo camarário, para esse perigo, referindo mesmo que “as tampas dos esgotos foram todas retiradas”.A p a r e n t e m e n t e d á a sensação de que as tampas nem sequer chegaram a ser colocadas. Agora, o que não deixa de ser verdade, é que as bocas de esgotos se encontram completamente escancaradas, autênticos

alçapões, particularmente perigoso no caso de crianças que desprevenidas, brinquem naquela zona. É que a urbanização da Quinta da Maranhota está ao abandono, não tem guardas, não tem cercas de protecção e qualquer pessoa pode entrar e percorrer a área.Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara Municipal , esclareceu, entretanto, que o “promotor da obra já fora notificado para tapar as bocas de esgotos”. Só que nada foi feito e as bocas lá continuam até que aconteça alguma coisa....

Carlos Cardoso

VIALONGA OBRA ESTÁ PARADA HÁ IMENSO TEMPO

Dezenas de bocas de esgotos desprotegidasna urbanização da Quinta da Maranhota

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 31 JANEIRO 2011 | 19VILA FRANCA DE XIRA

O Executivo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira aprovou o protocolo de remodelação e reabilitação do Complexo Desportivo da União Desportiva Vila-franquense (UDV), a celebrar entre a Câmara Municipal e a Obriverca.O protocolo consagra uma verba da ordem do meio milhão de euros para a realização das obras mas, à partida, já se sabe que esse valor não vai chegar. Por isso, nus dos seus parágrafos, contempla que o valor rema-nescente entre o custo real da obra e os 500 mil referenciados

no protocolo, será suportado pela Obriverca e, moldes a definir.“Já sabemos que meio milhão não chega, será, pelo menos, uns 700 mil euros”, reconheceu Maria da Luz Rosinha. “Essa diferença será paga pela Obriverca”.O envolvimento da Obriverca neste processo tem a ver com os seus interesses na urbanização Nova Vila Franca para onde, inicialmente, se pensou deslocar o UDV. Após negociações, a Obriverca acabou por ficar com o terreno, que irá rentabilizar em termos urbanísticos e,

em contrapartida, com-prometeu-se a fazer a obra de remodelação e reabilitação das instalações do popular clube de Vila Franca de Xira.Por esclarecer fica a eventual exploração de uma bomba de gasolina. Esta proposta chegou a ser apresentada à autarquia vilafranquense e era encarada pelos responsáveis do UDV como uma forma de garantir fundos que lhes permitissem atacar a grave situação financeira em que se encontra o clube.“De facto chegou a ser cedido à UDV um terreno no Bom Retiro, para a implantação

da bomba de gasolina. Mas viu-se mais tarde que não era a melhor solução. De qualquer maneira, a análise de implantação da bomba de gasolina em terrenos da UDV é sempre possível. Fica reservado espaço nesse sentido, assim como ficam salvaguardados os acessos e as suas ligações”, disse a autarca.

AKI no “matadouro”A reabilitação das velhas e saturadas instalações da UDV não será a única obra, ao nível do património edificado, a ter lugar, nos próximos meses, na

freguesia de Vila Franca de Xira. Também o edifício do antigo matadouro, há muito desactivado, vai ser alvo de uma nova utilização.A tentativa de dar um outro uso ao espaço do antigo matadouro é antiga. Já em 1999 houve um protocolo, entre o MAI e a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, para a construção da esquadra. Passaram-se dez anos e nada foi feito. A auta-quia pediu, então, a posse da propriedade o que foi aceite pelo MAI.Entretanto surgiram interes-sados na utilização do espaço,

COMPLEXO DESPORTIVO DA UNIÃO DESPORTIVA VILAFRANQUENSE

Câmara aprova protocolo com a Obrivercapara as obras de reabilitação

Carlos Cardoso

uma zona bem situada, à entrada de Vila Franca de Xira. Foi feita uma hasta pública, com colocação no mercado, tendo aparecido um cliente que sinalizou a respectiva oferta.“Aquele espaço destina-se a uma área comercial, do AKI”, avançou Maria da Luz Rosinha. Toda a área será reabilitada, pondo um ponto final no abandono a que está sujeita à imensos anos.A autarca avançou ainda que o mesmo grupo económico está a entabular negociações com os proprietários dos antigos silos da EPAC, tendo

Amérido Diogo Fererira

Ilustre senhor da nossa terra, seria necessário procurar em todos os dicionários no mundo adjectivos para que nós, alhandrenses, pudéssemos agradecer tudo o que fez por Alhandra. Os alhan-drenses curvam-se perante a sua memória e dizem aos seus filhos que existiu em Alhandra um ilustre senhor que se chama Francisco Filipe dos Reis. Desde a educação que soube transmitir a todos, ao convívio salutar, sempre com uma alegria esfuziante, tinha em cada alhandrense o respeito, o amor e o carinho que os bons homens merecem.Oficial do Exército, mas não querendo ir mais além, dedicou-se a Alhandra e, em 1900, entra para a fábrica Cimento Tejo onde, com a sua elevada capacidade, em breve pertencia à Gerência da empresa. Espírito bom, instruído, as suas ideias e iniciativas tiveram sempre o apoio e a simpatia do povo alhandrense e sempre foram seguidas com o maior entusiasmo.Autor de peças e revistas teatrais, e das músicas que ainda hoje são recordadas, levou-as à cena no nosso querido teatro Salvador Marques, ensaiando diversas gerações de alhandrenses, passando das crianças aos avós. Foi autor dos hinos dos Bombeiros Voluntários, Club Desportivo da Fábrica Cimento Tejo, do Alhandra Sporting Club, foram dezenas de teatros e revistas, desde “Fado de Alhandra”, passando por “Os Rapazes são o Diabo”, “Meia Encosta”, “Cenas da Vida”, etc, etc.Três anos antes da sua morte, foi publicado no boletim do Alhandra Sporting Club uma circunstanciada biografia de Francisco Filipe Reis, sob o título “Uma vida ao serviço de Alhandra – um símbolo do Alhandra Sporting Club”.Por sua morte, o trecho a seguir foi escrito por um alhandrense no adeus elegíaco que o Alhandra Sporting Club lhe prestou no seu jornal. Um trecho marcante que diz assim:“Homem realista, que procurava ser justo à sua maneira e quiséssemos que a justiça se aproximasse tanto quanto possível da sua maneira de proceder – até na última hora ele teve razão.

Factos&FigurasdeAlhandra FranciscoFilipedosReisNasceu em Oliveira do Bairro a 15 de Outubro de 1871, faleceu a 28 de Janeiro de 1961

Se no último sono entre nós ele fosse velado na sua residência, não seria totalmente nosso, de Alhandra. Embora fosse de bem poucos na última noite, que nos assistiu vê-lo numa humilde sala do hospital, mostrou o povo de Alhandra que ele lhe pertencia na derradeira hora da despedida. Simples e bela a última homenagem, nem mais era preciso.Quando há dor só o silêncio é bom companheiro. Quando há respeito, admiração e saudade, só o silêncio renova força para a caminhada da continuidade e da perfeição. E quando chegados ao mirante onde findam todos os passos, abrangemos a nossos pés, Alhandra e, a perder de vista a terra e o céu tocando-se, sentimos que, pensando, podemos eternizar no nosso tempo e em nosso local uma figura, como a de Francisco Filipe Reis: as suas ideias, intenções, iniciativas e grande carinho pelas crianças. Vestem-no as flores da beleza com que quis viver, vivem nele as crianças que

acarinhou, incendeia-lhe o olhar a suave música da natureza.Último peregrino dum tipo humano que passou pela nossa terra, quem o poderá substituir? Há quem julgue feio um homem chorar, e mais quando se presta homenagem a um homem que nos habituámos a ver nele o eterno anfitrião duma casa que era Alhandra e dum local que passa a ser o nosso mundo. J.S.”

Querido senhor Reis que com a sua filha Manuela Câncio Reis e o seu genro Pereira Gomes, deram à nossa terra, uma cultura com uma dimensão tão real, tão pura, que não podemos esquecer as músicas, as canções, o guarda roupa e aquela prelecção que antes de todos os espectáculos nos dava, uma aula cultural que o povo de Alhandra sempre agradeceu.Seguia-se, depois, os espectáculos, naquele nosso e lindo teatro Salvador Marques, com aquele colorido, que nos enchia o peito de amor, os olhos de contentamento e o coração de ternura. Vivemos com os nossos familiares no palco momentos inesquecíveis, momentos de grande amor, amor alhandrense.

Simples, como o sorriso das floresArdente, como o beijo da juventudeSincero, como a voz do amorPoderoso, como a humildade o conhecimento e a experiência expoentes máximos da sabedoria

JoséLopesdosSantos

Áqueles que acreditam na fraternidade humana, tanto quanto respiram

BelCampos

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Mais de 2.770 euros vão ser entregues à Associação “Ajuda de Berço”, resultado de uma almoço solidário que envolveu cerca de 250 pessoas da freguesia de Lousa e que decorreu nas instalações do grupo desportivo local. Para

além das receitas do almoço, a “Ajuda de Berço” vai receber diversos produtos de higiene para criança.Helena Mendes, Secretária da Junta de Freguesia de Lousa, lembra que a ideia partiu de uma moradora

local, Filomena Valério, sensibilizada que ficou com uma reportagem televisiva e onde teve noção das dificuldades que a “Ajuda de Berço” tinha. “Falou connosco sobre a possibilidade de fazermos algo em prol da

Almoço solidário em Lousa angaria cerca de 3 mil euros para a “Ajuda de Berço”

Carlos Cardoso

Associação e das crianças. Discutimos o assunto e decidimos fazer um almoço de solidariedade, que juntou cerca de 250 pessoas”.A solidariedade não se restringiu, porém, aos que

participaram no almoço, que com a sua contribuição p e r m i t i r a m a n g a r i a r os fundos que tanta falta fazem à “Ajuda de Berço”. Para o sucesso da iniciativa, muito contou a doação gratuita dos produtos para se confeccionar o cozido à portuguesa: carne, hortaliças, pão, bebidas, fruta tudo foi dado seja pelo comércio e empresas locais, seja a título individual. “Aderiram muito bem, que foi essencial para se angariar mais fundos”.A juntar a esses contributos, há que associar o trabalho dos voluntários, que fizeram o almoço, a cedência das i n s t a l a ç õ e s p o r p a r t e da Direcção do Grupo Desportivo de Lousa, bem como a animação a cargo dos Tarolas, um grupo de bombos, da Banda Larga e do CES, grupo de música locais e da fadista Marisa.“Não quisemos fazer apenas o almoço, mas transformar este encontro numa jornada de convívio. Daí esta parte musical, para as pessoas se divertirem um pouco, conviverem, dançarem, reforçando os laços da nossa comunidade”, acrescenta Helena Mendes, que tem a seu cargo, na Junta de Freguesia de lousa, a componente social.Dentro de alguns dias uma delegação irá à sede da “Ajuda

de Berço”, entregar o donativo bem como os produtos de higiene. “Fazemos questão que a Filomena Valério, que foi quem primeiro nos sensibilizou para este problema, vá connosco e partilhe esse momento feliz”, acrescenta Nelson Batista, presidente da junta de freguesia.

“Ajuda de Berço”A Associação Ajuda de Berço tem dois Centros de Acolhimento temporários para bebés em situação de risco e/ou abandono até aos 3 anos de idade. Cada centro tem a capacidade de albergar 20 bebés, limite máximo permitido pelo protocolo com a Segurança Social. Ou seja, no total acolhem 40 crianças. Um dos objectivos primordiais da Ajuda de Berço é que, para cada criança, seja definido um projecto de vida no mais curto espaço de tempo desde que a criança entra na instituição e que esse projecto seja consistente e duradouro. Em Outubro de 2010 a “Ajuda de Berço” lançou um “SOS” pedindo a solidariedade do país, pois devido a problemas económicos, corria o risco de fechar. A adesão foi imensa e o almoço solidário de Lousa é apenas um dos exemplos de iniciativas que têm decorrido um pouco por todo o lado.

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A realização de um documen-tário, com a duração de 50 minutos, da responsabilidade do realizador Francisco Manso, é um dos momentos altos do vasto programa das comemorações do centenário do nascimento do escritor Alves Redol.O filme, que deve estar pronto em Julho, sendo apresentado em Outubro, no Museu do Neo-Realismo, é feito em colaboração com a RTP 2, patrocinado pela Central de Cervejas, e será, segundo palavras do realizador “um momento feliz para que se possa fazer justiça e divulgar aspectos menos conhecidos da vida de Alves Redol”.A s c o m e m o r a ç õ e s d o centenário do nascimento de Alves Redol estão a cargo de um conjunto de associações e instituições que juntaram esforços na elaboração de um programa que extravasa a realidade geográfica de Vila Franca de Xira. Para além da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, fazem parte da Comissão a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo e o próprio Museu, o Ateneu Artístico Vilafranquense, a Cooperativa Alves Redol, a escola secundária Alves Redol e a União Desportiva Vilafranquense.O objectivo essencial é

dar a conhecer a vida e a obra daquele que é um dos fundadores do movimento neo-realista em Portugal, a um público cada vez mais vasto. A começar pelos jovens e dai a realização de um conjunto de acções nas escolas, envolvendo e alu-nos. Não só nas escolas do concelho de Vila Franca de

Xira, pois foi possível, através da colaboração do Ministério da Educação e do Plano Nacional de Leitura, a edição de milhares de pequenos textos, excertos de obras de Redol, nas escolas.José Ferreira, da Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, disse que foi enviada uma missiva a todas as Câmaras e a mais de duas mil bibliotecas escolares, sensibilizando para a passagem do centenário. “A adesão tem sido imensa e já chegaram diversos pedidos de utilização de exposições itinerantes”.Passeios a locais referen-ciados em obras de Redol,

feiras do livro, ciclo de cinema, diversos colóquios e conferências, peças de teatro, há todo um manancial de iniciativas em torno “do único escritor português que foi obrigado a apresentar os seus originais à censura prévia”, conforme lembrou Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Pela sua dimensão e projecção, merece destaque o Congresso Internacional “CentenárioDe Alves Redol”, uma organização do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de letras da Universidade de Lisboa e do Museu do Neo-Realismo, a ter lugar em Janeiro de 2012, neste importante espaço museológico vilafraquense

que guarda a memória e o espólio do que de mais importante produziu o movimento no-realista português.Um espólio que vai fi car especialmente enri quecido. Maria da Luz Ro sinha informou, no decor rer da sessão de apresentação do programa das comemorações, que muito em breve “o espólio do escritor Carlos Oliveira vai ser entregue ao Museu do Neo-Realismo”, um sinal, igualmente, da importância e da credibilidade conquistada pela instituição.António Mota Redol, filho de Alves Redol, mostrou-se particularmente emocionado com a dinâmica que se está a criar em torno deste centenário. Que coincide

com dois outros centenários, de dois nomes da escrita que, de igual forma, tiveram participação ou ligação com o movimento neo-realista, Manuel da Fonseca e Afonso Ribeiro. “É pena que ao nível das mais altas instâncias estes escritores sejam tão esquecidos. Felizmente a nível da base está a haver uma resposta incrível, vamos agora ver como responde a democracia e os altos signatários deste país”.Se é verdade que da parte do Ministério da Educação já existe um envolvimento interessante, o mesmo não acontece em relação ao Ministério da Cultura. “Ainda aguardamos um sinal”, disse Maria da Luz Rosinha.

Dezenas de iniciativas nos cem anos do nascimento de Alves Redol

Carlos Cardoso

Dados biográficosAlves Redol nasceu em Vila Franca de Xira em 1911. Estudou em Lisboa. Em 1927 publicou o seu primeiro artigo no semanário local, Vida Ribatejana. Em Julho de 1928 foi para Luanda, de onde envia crónicas. Regressa, adoentado, em 1931. No ano seguinte começa a colaborar no Mensageiro do Ribatejo. Faz palestras no Grémio Artístico Vilafranquense. Em Julho de 1936 fala sobre a “Arte” enunciando princípios marcantes do realismo socialista. O seu primeiro livro, “Glória- Uma aldeia do Ribatejo” é publicado em 1937. Em 1939 sai “Gaibéus”. A partir dai não para a sua produção, “Nasci com Passaporte de Turista”, “Marês”, “Avieiros”, “Fanga” até “Barranco de Cegos”, justamente considerada a sua obra prima.Recebe diversos prémios, escreve para teatro, livros infantis, estudos, enquanto se envolve na luta contra o regime de Salazar e no apoio aos mais carenciados. Morre em 1969.

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HÁ MAIS VIDA PARA ALÉM DA VIDA

ESPAÇO POESIA

CONTOS

Um acontecimento literário signif icativo é, por estes tempos, marcante na actividade editorial e crítica. Tornou-se impressionante a sucessão de louvores e de prémios (nacionais e internacionais) atribuídos a Gonçalo M. Tavares. Este novo autor português, o �novo� aqui referindo-se à idade é tão impositivo que o obriga a ser também novidade editorial e literária, já fez incursões escritas sob todas as formas, poesia teatro, romance, ensaio e sempre com enorme aceitação.Autores como Saramago e Lobo Antunes, por exemplo, referiram-se à sua escrita em termos elogiosos.Fenómeno de aceitação tão ruidosa e imediata como o de Gonçalo M. Tavares, assim mais recentemente recordo-me do sucedido com José Luís Peixoto, que com a Publicação do excelente Morreste-me, deste mesmo modo suscitou, então, extraordinário aplauso.Numa consideração que tem muito de subjectiva, creio que, pelo menos na forma como o leio, nunca este autor veio a conseguir depois a qualidade de escrita e intensidade emocional que com aquela obra apresentou.Poderá o mesmo vir acontecer com Gonçalo M. Tavares? Talvez sim, talvez não, pois neste momento ainda não sei deste escritor o merecimento de tanto e entusiástico aplauso. Apenas li do autor um pequeno livro aconselhado por crítica (quase sempre é assim que faço as minhas escolhas literárias, cinéfilas e demais artísticas).

A propósito da obra de Gonçalo M.Tavares, O Sr Eliot e as conferências , editada pela Caminho

Apresentação do Sr. Eliot

E é desse livro que aqui venho falar, tal a surpresa e a estranheza que me causou. Explico melhor, acho eu. Esta crónica não é tanto para considerar sobre a excelência de um escritor, o que me escapa, mas para lhes contar do desconcerto de um livro. Passo então a relatar;O senhor Eliot é um conferencista que, perante um público geralmente reduzido, de que os Srs. Breton, Borges e Balzac, por exemplo, fazem sempre parte, analisa um verso de um poeta, disseca-o e denuncia todas as suas alegadas incoerências. E porque acontece isto ? Porque o Sr. Eliot tem desenvolvido, a um ponto extremo, a antítese da percepção e do dizer poéticos. A leitura das comunicações feitas nas suas conferências deixam-me aterrado – tanto mais quanto tenho alguma poesia editada – pois nunca supus que tal destruição e drenagem dos húmidos e férteis vales poéticos pudesse ser feita. Às passagens do Sr. Eliot os versos mirram e os poetas morrem, (E este último período saiu-me mesmo bem.)No livro de Gonçalo M. Tavares �

O Senhor Eliot e as conferências - são analisados, melhor devastados, versos de poetas como Char, Meireles, ou Auden .Pois, meus caros leitores, fiquei de tal forma impressionado com o figurão, que não resisti a imitar este Sr. Eliot. Repito, o que se segue é uma imitação, bem intencionada da minha parte, de Gonçalo M. Tavares. (E por falar em imitações, também faço uma muito boa do Dr. Hannibal Lecter – quid pro quo Clarice � mas isso agora não interessa nada.)Como seria se o Sr. Eliot analisasse um verso de Luís de Camões ?Perante uma plateia muito reduzida o Sr.Manganel l i apresentou o Sr. Eliot que começou a sua comunicação já com um atraso considerável.Amor é fogo que arde sem se ver de Luís de CamõesA definição é enciclopédica. Consigo imaginar alguém que vá folheando as primeiras páginas do seu Dicionário enquanto se auto-motiva � Ora deixa cá ver amor.. amor.. Ah cá está; fogo que arde sem se ver.Ora, esta definição tem pouco, diz pouco e deixa muito por explicar. O verso tem redundância. �Fogo que arde “. Que se saiba, e a não ser que o poeta escondesse a lqu imíst i ca in formação privilegiada, todo o fogo arde. É mesmo essa a sua condição de ser fogo. Ora, torna-se muito interessante ver aqui a antecipação de um problema lógico e epistemológico que Karl Popper viria a colocar no século XX. Se se pretender provar que todos os corvos são pretos, não devemos procurar

o milionésimo sexto corvo que o seja, mas o primeiro que não o é. Depois o problema está em saber se um corvo que não fosse preto era ainda um corvo Por isso no verso de Camões O fogo arde num desperdício semântico e ontológico. Poderia o vate ter-se ficado pelo O amor é fogo, que logo se tinha explicado. Mas falta ainda saber porque privilegiou o poeta este elemento natural e significativo, sobre outros. Porque não é o amor, chuva que cai ou aroma que cheira?Os problemas estão, longe de acabar aqui, porque depois vem o sem se ver. Ora se é sem se ver, o amor tanto pode ser fogo, como uns atacadores de sapatos.. Se não se vê, sabe-se lá o que é.E não se vendo como se sabe que é fogo? Estamos aqui não só a negar, já não digo uma objectividade referencial da realidade, mas mais, a própria condição da intersubjectividade fenomenológica como a razão necessária, a que nos queríamos desesperados agarrar, para a viabilidade do conhecimento.Dizer peremptoriamente que o fogo arde sem se ver, constitui a mais radical afirmação solipsista proferida na História da Filosofia Ocidental. Nem Platão, nem Leibniz foram tão longe.Por tudo isto, o que proponho é que o verso camoniano passe a ter a seguinte redacção: O amor é o que seja.. Desde que se veja.

Joaquim Marques

O Centro de Arte Contem porânea da Amadora apre senta até ao dia 1 de Março a exposição de pintura “Contos sobre a floresta, o mar, o homem e os outros”, de Nina Govedarica.Nina Govedarica é uma artista plástica croata, nascida em 1971 em Zagreb, onde estudou Belas-Artes durante quatro anos (desenho, pintura clássica e moderna a óleo e aguarela) e onde se licenciou em engenharia civil.Viveu em Portugal, onde está de regresso depois de alguns anos na Croácia (entre 1998 e 2004), e onde expôs regularmente, estando representada em várias colecções particulares.O Centro de Arte Contemporânea da Amadora fica situado na rua Beatriz Costa, 18 r/c, Urbanização dos Moinhos, em Alfragide e a exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10.00h às 12.30h e das 14.00h às 18.00h. A entrada e livre.

Pintura de Nina Govedarica

A fila encaracolava, dava a volta à esquina e não andava. Perdão, era tão lenta que parecia parada. Três horas passadas e tinham sido atendidas cerca de quinze ou vinte pessoas.Um tic, tic compassado de saltos altos, denunciou a presença da mesma dama que transitava pelo local pela quarta vez. Olhou de soslaio para a fila, como se de desgraçados se tratassem. Franziu o nariz e de repente, os olhos faiscaram-lhe. A fila tinha ganho vida. Começara a movimentar-se de um modo quase veloz e a desaparecer, como que engolida, pelas portas do luxuoso edifício.De súbito, a senhora mudou de direcção e introduziu-se nos primeiros lugares da fila. Atrás de si estava um senhor de meia-idade, que além de nada lhe dizer, lhe sorriu de modo acolhedor. Olhou-o de soslaio e achou-o meio parvo. Ficara à sua frente e ele ainda a tratava como se ela estivesse a usufruir de um direito…. Agora só faltava ficar-lhe com o último brinde, haver para ela e nada para ele…então é que

seria o bom e o bonito…Foi recebida de modo caloroso por três senhoras:-Bem-vinda à nossa organização. Neste momento estamos a precisar de completar a brigada de limpeza. Faça o favor de passar para a mesa da direita para receber o balde e a esfregona. O seu chefe vem mesmo aqui, atrás de si, e já a vai integrar…E o senhor da simpatia inexcedível deu-lhe, de novo, a primazia:-Vou tratar de si com todo o carinho. Como se chama Vexa?

Jorge C. Chora

O Presente

Vialonga

Gostei de Vialonga sem ser vilaGosto de Vialonga vila sendoGostarei dela se um dia for cidadeDela não gostarei só em morrendo

Vialonga foi em temposTerra de gente ruralOnde havia muita vinhaE também muito olivalHoje é tudo matagalNós temos que produzi-laNão sendo terra de argilaDava sementeira boaPor isso não digo à toaGostei de Vialonga sem ser vila

Aos poucos foram aparecendoFábricas nos arredoresForam-se ganhando operáriosE perdendo cavadoresIa havendo soldadoresQue ima na Mague aprendendoE por isso eu compreendoEsta mudança de vidaNão havendo outra saídaGosto de Vialonga vila sendo

É uma terra hospitaleiraQue recebe toda a genteSeja branco ou seja pretoSeja ateu ou seja crenteÉ tudo gente decenteQue vive com honestidadeE onde a sinceridadeÉ palavra de valorDigo isto com muito amorGostarei dela se um dis for cidade

Vou às vezes passearVou ver vilas e cidadesMas ao fim de pouco tempoJá dela tenho saudadesDe saber as novidadesE dos amigos ir vendoAs saudades vou contendoMas não posso aguentarEste modo de pensarDelas gostarei só em morrendo

Francisco Bordalo

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NA ESTANTE

Já estão a venda os bilhetes para o 1º Ciclo de Jazz da Ama dora que se realiza de 9 a 12 de Fevereiro, nos Recreios da Amadora. A programação deste 1º ciclo esta a cargo do Jazz ao Centro Clube (JACC).No da 9 de Fevereiro, pelas 18.30h, tem lugar a inau-guração de uma exposição de “design” gráfico na qual estarão patentes as capas dos 33 números até agora publicados da revista jazz.pt. Segue-se a actuação do contrabaixista Carlos Barreto, que apresenta neste espaço municipal toda a sua mestria

e profunda musicalidade.No dia seguinte, às 15h, tem lugar uma oficina de jazz dedicada às crianças, dinamizada pela cantora e actriz Maria Morbey e pelo guitarrista José Soares, que estiveram recentemente envolvidos no projecto “Banjazz – Um Bichinho Esquisito”.Na primeira das duas noites de concertos, no dia 11, às 21h30, apresenta-se o trio de Luís Figueiredo, com o pianista a ser acompanhado por uma secção rítmica constituída pelo contrabaixista Nelson

Cascais e pelo baterista Bruno Pedroso. Este concerto servirá de apresentação do seu registo discográfico de estreia, “Manhã”.O último concerto deste ciclo, que tem lugar no dia 12, pelas 21h30, fica a cargo do projecto El Fad, quinteto liderado pelo guitarrista José Peixoto e que conta com o violinista Carlos Zíngaro, o baterista José Salgueiro e os contrabaixistas Miguel Leiria Pereira e Carlos Barreto. As entradas são gratuitas nos dias 9 e 10 e custam 5 euros, com oferta de um CD e de

um exemplar da revista jazz.pt, nos dias 11 e 12.O Recreios da Amadora fica situado na Avenida Santos Mattos, 2, na freguesia da Venteira. O horário das bilheteiras é o seguinte: 3.ª a 6.ª Feira das 10h às 12h15 e das 14h às 17h15. No dia 11 de Fevereiro: das 10h às 12.15h, das 14h às 18h e das 19h até cinco minutos antes do início do espectáculo. No dia 12 de Fevereiro, das 14h às 18h e das 19h, igualmente até cinco minutos antes do início do espectáculo.

1º Ciclo de Jazz da Amadora decorre de 9 a 12 de Fevereiro

O Grande Gatsby

Extraordinariamente rico, Gatsby é famoso pelas festas realizadas na sua mansão em Long Island, apesar de ninguém saber ao certo quem é o anfitrião. Uns dizem que foi espião, outros que é aparentado com uma família real europeia. Mas, na realidade, só mantém estas festas na esperança de que Daisy, o seu antigo amor, vá a uma delas. Um retrato da América durante os turbulentos anos 20 do século XX e uma sátira ao «Sonho Americano», onde Fitzgerald idolatra os ricos da época apesar de não se conformar com uma certa decadência causada pelo materialismo desmedido e pela imoralidade. F. Scott Fitzgerald nasceu a 24 de Setembro de 1896. Em 1917, abandonou a Universidade para se alistar no Exército. Desmobilizado em 1919, vai para Nova Iorque decidido a iniciar uma carreira como escritor. Em 1921, consegue, finalmente, realizar o seu sonho quando alcança o sucesso financeiro decorrente da publicação de Este Lado do Paraíso. Muda-se para Long Island, onde inicia o seu romance mais significativo, O Grande Gatsby. Falece em 1940, vítima de ataque cardíaco, sem nunca ter chegado a concluir O Último Magnata.A edição de “O Grande Gatsby” insere-se nas comemorações dos 70 anos da morte do autorTítulo: O Grande GatsbyAutor: F. Scott FitzgeraldEditor: Europa-América

a vida de Pi

Filho do administrador do jardim zoológico de Pondicherry, na Índia, Pi Patel possui um conhecimento enciclopédico sobre animais. Quando Pi tem 16 anos, a família emigra num navio cargueiro juntamente com os habitantes do zoo. Porém, o navio afunda-se e Pi vê-se a bordo de um salva vidas, acompanhado de uma hiena, de um orangotango, uma zebra ferida e um tigre de Bengala. Em breve restarão Pi e o tigre, e a única esperança de sobreviverem é descobrirem que ambos precisam um do outro... Uma obra que venceu o prémio Booker.Título: A vida de PiAutor: Yann MartelEditor: Presença

Cerca de 53 mil espectadores passaram pelos diversos e s p e c t á c u l o s q u e a Malaposta desenvolveu ao longo do ano de 2010. Números que colocam, segundo Rui Nascimento, presidente da Administração da Municipália, a empresa municipal que gere os equipamentos culturais,

“n o t o p o d o s c e n t r o s culturais mais visitados do país”. Um número difícil de superar pois o espaço e s t á c o m p l e t a m e n t e superlotado, com as diversas salas a trabalharem, muitas das vezes, em simultâneo.Tal não invalida que para o ano de 2011 a programação d a M a l a p o s t a n ã o s ó

mantenha como reforce a dinâmica do ano anterior. “O ano de 2011 avizinha-se repleto de projectos que são já uma referência no Centro Cultural da Malaposta”, disse Manuel Coelho, director artístico. De entre as múlt iplas a c t i v i d a d e s , d e s t a q u e para III Bienal de Culturas

Lusófonas, o III Festival dos Sentios, a continuação do Projecto de Teatro Senior, o VI Festival de Teatro Amador e o Festival de Solos de Dança Contemporânea.O projecto educativo terá continuidade, um projecto que já trouxe crianças de todo o país à Malaposta e que tem possibilidade de

assistir aos espectáculos programados para o público infantil. Ao nível do teatro o p r o j e c t o e d u c a t i v o contempla os espectáculos A Ilha Encantada, Bi e Dão, Contos de Rua e o Festival Sementes, uma mostra internacional de artes para o pequeno público.Mas ao nível da abertura á comunidade, há outros projectos que terão mais e mais desenvolvimento, caso das sessões das tardes de Cinema Sénior, o fado, dança, teatro e música, cinema e pintura, tendo em vista criar “espaços de encontro e de apresentação de projectos onde os artistas e o público se divertem, criam e reflectem”.

Destaque, ainda para a nova rubrica de cinema “Os filmes libertam a cabeça” que teve a particularidade de começar com o filme “José & Pilar” e que foi já um êxito com as sessões esgotadas.Apesar da redução de verbas por parte da Câmara Municipal de Odivelas – o c o n t r a t o p r o g r a m a recentemente aprovado em reunião de Executivo, no valor de 1 milhão e 800 mil euros corresponde a menos 10 por cento do que no ano anterior – a Malaposta pretende garantir a qualidade que assumiu ao longo deste anos, algo que apenas é possível, segundo palavras de Manuel Coelho, devido “ao grande

53 MIL ESPECTADORES EM 2010

Programação da Malaposta entre a continuidade e a inovação

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A Ilha Encantada

Depois dos sucessos de “Capuchinho Vermelho”, “João e o Pé de Feijão” e “O Gato das Botas”, estreou no passado dia 14 de Outubro a peça de teatro infantil “A Ilha Encantada”. Com texto e encenação de Fernando Gomes, estará em cena até ao final de Julho do próximo ano e destinada às crianças de todas as idades.A proposta é um novo espectáculo onde, tal como nos anteriores, não vai faltar a magia, o divertimento, o estímulo e a imaginação; uma fonte de prazer e aprendizagem.Para escrever A Ilha Encantada, Fernando Gomes inspirou-se nos contos maravilhosos que ouviu em criança - há muitos... muitos anos atrás! - mas que o tempo não apagou da sua memória. Através do prazer e das emoções que as histórias proporcionam, o ‘maravilhoso’ sempre foi e continua a ser um dos elementos mais importantes da literatura destinada aos mais novos....A Ilha Encantada é contada em forma de lenda, uma tradição oral que, passando de geração em geração, narra acontecimentos fantásticos; contada... e cantada, uma vez que a música é uma presença constante neste espectáculo, uma maravilhosa Fantasia Musical. O público é convidado a entrar numa ilha, uma ilha misteriosa onde se destaca um castelo, um barco, e o seu mais velho habitante, um simpático contador de histórias, que além de receber os visitantes, os convida a participar no jogo teatral do “faz de conta”. Assim, actores e público vão “desembarcar” no mundo das lendas, no mundo do teatro, no mundo dos sonhos, no mundo da Ilha Encantada!“E conta a lenda... que há muitos, muitos anos atrás, aqui não havia nada, só mar, um imenso mar... até que um dia, um pescador, que ali andava a pescar, sentiu o barco a tremer, o mar a desaparecer e nesse mesmo lugar uma ilha viu nascer. E segundo conta a lenda, essa ilha era apenas habitada por animais de diferentes espécies e raças, mas todos se davam maravilhosamente bem uns com os outros. Todos!”Até que apareceu um pirata e com ele... A Poluição!Tudo isto conta a lenda... Mas o mais que a lenda conta... não posso agora contar! Deixo isso para os actores que no palco vão entrar... e com amor, com magia... A história da Ilha Encantada... a todos vão revelar! Preparem-se pois para uma viagem ao maravilhoso mundo das lendas... no mundo do teatro... no mundo dos sonhos... no mundo da Ilha Encantada!

Garrett no coração Dina (Acústico)

Fernando Gomes é o autor de “Garrett no Coração”. Peça de teatro-comédia que estreou no dia 2 de Dezembro, no Auditório do Centro Cultural Malaposta, com a qualidade a que já nos habituou em anteriores espectáculos. As últimas sessões serão nos dias 3, 4, 5 e 6 de Fevereiro de 2011.No salão nobre do Convento das Madalenas Calçadas.Sob a direcção da Madre Ribalta, as irmãs Sensibilidade, Benilde, Tragédia, Paulette, Suplício e La Salete, acompanhadas por dois irmãos do Convento dos Sandalinhas do Pescador organizam uma récita de homenagem a Almeida Garrett, com o propósito de darem a conhecer um pouco sobre a vida e obra do autor, contribuindo assim para o aumento do nível cultural do país.Juntando o útil ao agradável, com esta récita, as Madalenas Calçadas têm ainda a esperança de conseguirem angariar fundos, que as ajudem a suportar a crise económica que também atingiu o convento.Encenado por Fernando Gomes, a partir de textos seus e de Almeida Garrett, o espectáculo “GARRETT NO CORAÇÃO”, é um musical de convento.A acção decorre no Salão Nobre do Convento das Madalenas Calçadas, durante uma récita de homenagem ao autor de “Frei Luís de Sousa”Sob a direcção da Madre Superiora, as irmãs Sol, Lua, Angústia, Benvinda e Suplícios, acompanhadas pela música da banda “Os Papos de Anjo”, homenageiam Almeida Garrett em forma de récita, ou “jogos florais”.Estas personagens, grandes admiradoras do “escritor romântico, soldado do liberalismo, compreensivo e aberto, reformador clarividente, diplomata habilidoso, empreendedor e revolucionário”, sobem ao palco com o propósito de dar a conhecer um pouco sobre a vida e obra do autor.Um espectáculo recheado de momentos humorísticos construídos com base em algumas das mais marcantes obras e personagens de Almeida Garrett.

Dina irá actuar no Auditório do Centro Cultural Malaposta no dia 12 de Fevereiro às 21H30.30 anos de canções, discos, e palcos, de uma compositora e intérprete que é referência obrigatória para várias gerações de público.Dina canta e conta as histórias, os bons e menos maus momentos, as emoções, a poesia, as cores da vida, e presenteia o público com maior afecto que por vezes a sinceridade da escrita e a sua recriação podem ter. Acompanhada por mais dois músicos, em guitarra, e piano, DINA com a sua mochila intemporal, convida-nos a viajar. Façamos as malas. Dina - voz e guitarra; Miguel Castro - guitarra; Isabel Rato - piano e coros

Argentina Santos é a fadista que irá actuar no Auditório do Centro Cultural Malaposta no dia 13 de Fevereiro, Domingo, às 16H00, num espectáculo com apresentação e canto de Maria Mendes, e Eurico Pavia como artista convidado.Maria Argentina Pinto dos Santos, celebrizada como Argentina Santos (Mouraria, Lisboa, 1926) é uma fadista portuguesa, considerada uma das últimas divas do fado castiço.Em 1950, com a abertura ao público do seu restaurante “A Parreirinha de Alfama”, Argentina Santos inicia então a sua carreira artística, cantando para os frequentadores da casa. O seu estilo muito pessoal, forte e autêntico prendeu as atenções dos críticos e do público, almejando-a como uma das maiores promessas musicais da época. Torna-se então uma afamada progressista do fado castiço, ou seja, o fado mais tradicional.Da antiga geração por excelência, Argentina já realizou várias tournées internacionais, nas quais passou pela Venezuela, Grécia, Países Baixos, Brasil, Itália, França e Escócia, entre vários outros. Entre as salas mais distintas onde cantou, encontram-se o Queen Elisabeth Hall, em Londres, La Cité de La Musique, em Paris, o Grande Auditório do CCB e o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e a Catedral de Marselha.É patrona da Academia do Fado em Racanati, na Itália, que ela própria inaugurou. E, em 2005, foi galardoada com o Prémio Amália Rodrigues de Consagração de Carreira.

Argentina Santos