Tema1: Filosofía Antiga Curso 2008—2009; IES San Alberto (M. Torres)

ÍNDICETEMA 1: FILOSOFÍA ANTIGA: PLATÓN E ARISTÓTELES. ............................................ 3

1. Contexto histórico. .................................................................................................................. 3 1.1. A grecia arcaica (s. Vii –vi a.c.) ....................................................................................... 3 1.2. A grecia clásica (s. V a.c.). ............................................................................................... 3 1.3. Período helenístico. .......................................................................................................... 3

2. Os filósofos presocráticos. ...................................................................................................... 4 2.1. O nacemento da filosofía: o problema da physis. ............................................................. 4 2.2. A solución ao problema da physis: os filósofos presocráticos. ........................................ 4

A. Os filósofos monistas. ..................................................................................................... 5 B. Os filósofos pluralistas. ................................................................................................... 5

3. Os sofistas e sócrates. ............................................................................................................. 6 A. Os sofistas. .......................................................................................................................... 6 B. Sócrates (479-399). ............................................................................................................. 7

SÓCRATES ......................................................................................................................... 7 SOFISTAS ........................................................................................................................... 7

4. Platón (428-347). .................................................................................................................... 8 A. Vida e obras ........................................................................................................................ 8 B. Obxectivos xerais. ............................................................................................................... 8

C. O problema da natureza. ......................................................................................................... 9 C.1. Introducción. ................................................................................................................ 9 C.2. Teoría do coñecemento. ............................................................................................... 9

O Problema. .................................................................................................................... 9 O coñececemento non é a percepción sensible. .............................................................. 9 O verdadeiro coñecemento. ............................................................................................ 9 Os graos de coñecemento (Símil da liña, LIBRO VII, A República). .......................... 10 O mito da caverna (libro VII, A República). ................................................................. 11

C.3. Ontoloxía dualista. ..................................................................................................... 13 Mundo intelixible (teoría das ideas): ............................................................................. 13 O mundo sensible (a física). ......................................................................................... 14

D. Antropoloxía. .................................................................................................................... 14 D.1. Introducción. .............................................................................................................. 14

D.2. Natureza tripartita da alma. ............................................................................................................ 15 D.3. A inmortalidade. ............................................................................................................................ 15

E. Ética e política. ...................................................................................................................................... 15 Alma (antropoloxía)........................................................................................................................................15Estado (política)...............................................................................................................................................15Virtudes (ética).................................................................................................................................................15

F. Valoración. ............................................................................................................................................ 16 G. Textos de Platón. .................................................................................................................................. 17

5. Aristóteles (383-322). ................................................................................................................................ 19 A. Vida e obras. ......................................................................................................................................... 19 B. Introducción. ......................................................................................................................................... 20 Crítica a Platón e teoría do coñecemento. ................................................................................................. 20

Clasificación dos saberes. ...................................................................................................................... 20 Grados do coñecemento ................................................................................................................ 20

Coñecemento ............................................................................................................................ 20 sensible ...................................................................................................................................... 20 Coñecemento ............................................................................................................................ 20 intelectual ................................................................................................................................... 20

D. A física: teoría da natureza e do cambio. .............................................................................................. 21 E. Antropoloxía ......................................................................................................................................... 22 F. Ética . ..................................................................................................................................................... 22 G. Política. ................................................................................................................................................. 22

Formas de goberno ................................................................................................................ 22 H. Textos de Aristóteles: ........................................................................................................................... 23

6. O Periodo Helenístico. .............................................................................................................................. 26 Estoicismo. ................................................................................................................................................ 26 Epicureismo. .............................................................................................................................................. 26 Escepticismo. ............................................................................................................................................. 26

Filosofía II 2ºBacharelato1

Tema1: Filosofía Antiga Curso 2008—2009; IES San Alberto (M. Torres)

Neoplatonismo. .......................................................................................................................................... 26 Textos diversos de filósofos gregos. ................................................................................................................ 27

Filosofía II 2ºBacharelato2

TEMA 1: FILOSOFÍA ANTIGA: PLATÓN E ARISTÓTELES.1. CONTEXTO HISTÓRICO.1.1. A GRECIA ARCAICA (S. VII –VI A.C.)

A sociedade grega do século VII a. C. era unha sociedade agrícola; fortemente xerarquizada, estaba dominada pola aristocracia terrateniente. Unha forte explosión demográfica trouxo como consecuencia a emigración cara ás colonias [Asia Menor: Xonia (Éfeso, Mileto e Samos); Sur de Italia: A Magna Grecia (Elea)]; e graves conflictos sociais, que obrigaron á posta por escrito das leis (Drakon): a redacción e a posta por escrito das leis (nomoi) das diferentes polis (cidades-estado) favorecerá a cohesión. Este período tamén se caracteriza polo goberno dos tiranos (aristócratas resentidos e demagogos); así como polas constantes guerras cos persas.1.2. A GRECIA CLÁSICA (S. V A.C.).

O século V a.C. comenza coas guerras médicas (Batalla de Maratón, batalla de Salamina). Atenas e Esparta derrotan aos persas e se crea a liga pan-helénica liderada por Atenas. No ano 461 a.C. Pericles ascende ao goberno de Atenas, introducindo grandes reformas políticas. Pericles morre dous anos despois do comenzo da guerra do Peloponeso (ano 431), que remata no ano 404 coa derrota ateniense e a hexemonía de Esparta. Aparece en Atenas o efímero goberno dos trinta tiranos (404 a.C.), que dará paso ao

goberno democrático. Como conclusión sinalar que o século V é o século de máximo esplendor de Atenas (entre o 461 e o 404) a nivel político, económico, comercial e filosófico, pois lidera toda a hélade.

A filosofía é filla da polis e da democracia, e é Atenas no século V, liderando a hélade, a que pode ser considerada como prototipo da polis grega. Unha polis grega estaba constituida por cidadáns libres (25% da poboación), escravos, metecos, mulleres e nenos. Os cidadáns otórganse dous dos principios que sentarán as bases das futuras democracias: isonomía e isegoría na ágora.1.3. PERÍODO HELENÍSTICO.

Falamos dun periodo que vai do século IV a.C. ao século IV d.C. Período que comenza coa unificación helénica baixo o mando macedónico lograda por Alexandre Magno, e que remata coa decandencia do imperio Romano. Prodúcese unha emigración grega cara Oriente, donde se fundan novas cidades. A superpoboación e a conseguinte falta de subsistencias propician a colonización e o comercio,

comercio que se ve limitado polas sucesivas guerras.

En canto á filosofía, o feito máis determinante foi a extinción das cidades estado. Alexandre pensaba según o concepto de imperio, non o de polis, e así atopámonos cunha sociedade cosmopolita.

A consecuencia foi que o individuo tivo que enfrentarse cun mundo totalmente distinto, ante o que se sentía desorientado. Por eso a función principal da filosofía neste período será a de respostar a esta situación inquietante ofrecendo novas pautas de conducta. A filosofía será principalmente ética e política, tomando prestadas do pasado a física e a metafísica. Tamén hai que ter en conta que o romano foi un pobo menos especulativo có grego, homes máis prácticos cos que a filosofía formará parte do ciclo educativo. Por último, asistiremos a aparición dun rival da filosofía: o cristianismo.

2. OS FILÓSOFOS PRESOCRÁTICOS.2.1. O NACEMENTO DA FILOSOFÍA: O PROBLEMA DA PHYSIS.

A mitoloxía era a instancia relixiosa á que acudían os gregos, e nela atopaban desde unha moral ata unha teoloxía, pasando polo resto dos coñecementos necesarios.

Para o nacemento da filosofía foi imprescindible rachar coas explicacións mitolóxicas. A mitoloxía impedía o nacemento da actividade científica: nunha natureza divinizada os fenómenos naturais non dependían de causas naturais, senón da vontade dos deuses, que actuaban de modo

arbitrario, o que imposibilitaba a búsqueda de regularidades nos fenómenos naturais. A filosofía apareceu cando se sustituiron as explicacións personalizadas por explicacións obxectivas. Este suceso, que se coñece co nome do paso "do mito ao logos", tivo lugar alá polo século VI a.C., e foi posible gracias á confluencia de varias condicións. Por un lado a ausencia dun imperio centralista, que posibilitou a tolerancia. Por outro, o comercio, para o que había que viaxar e posibilitaba, por tanto, o coñecemento de diferentes culturas e mitoloxías. E por último, o tempo libre, o ocio, que permitiu a contemplación e a admiración ante o que sucede, coa conseguinte pregunta acerca do porqué das cousas.

O primeiro problema que centrou a preocupación da filosofía foi o problema da physis (natureza). Para os gregos physis significaba dúas cousas: a natureza como a totalidade do universo, e a natureza como aquelo do que están formadas as cousas.

1º. A natureza como totalidade do universo non era o simple conxunto dos fenómenos existentes. Estaba considerada como un Cosmos, é dicir, como un todo ordeado, non caótico. Un Cosmos dinámico, non estático; dotado dun movemento intrínseco que sirve para distinguir os seres naturais dos seres artificiais (movemento extrínseco).

2º. Existe un segundo significado do término "natureza" physis, natureza significa tamén o que as cousas son. Se o primeiro tema da filosofía foi o da natureza, a primeira pregunta será aquela que interrogue pola natureza primeira das cousas. Preguntar pola natureza é preguntar polo que as cousas son para, a partir de aí, explicar os seus movementos e procesos. A natureza primeira das cousas e o chamado arché. O arché é o máis orixinario, o máis aracaico, primeira causa, orixe do universo, principio de todo o que existe. Para os primeiros filósofos o arché debería ser algo permanente, único, e con existencia real. Pero frente a ditas características buscadas, os nosos sentidos só nos amosan un mundo cambiante, plural, e cheo de apariencias. A conclusión non se fíxo esperar, o instrumento da filosofía non poden ser os sentidos, senón a razón. A razón será a encargada de buscar a natureza primeira das cousas: aquelo a partir do que se xeneran os seres do universo (ORIXE). Aquelo do que están formados ditos seres (SUSTRATO). E aquelo capaz de explicar as distintas transformacións deses mesmos seres (CAUSA).2.2. A SOLUCIÓN AO PROBLEMA DA PHYSIS: OS FILÓSOFOS PRESOCRÁTICOS.Naceu a filosofía na Xonia, máis en concreto en Mileto. E naceu coa búsqueda do arché. Unha búsqueda libre de prexuízos, cun espírito científico, tratando de extender as cosmoloxías ao conxunto do universo. O problema principal dos presocráticos foi o de articular o Un co Múltiple. A crenza de que por baixo deste mundo plural ofrecido polos sentidos, debería haber certa unidade. Por eso se fixo tamén inevitable o problema de explica-lo cambio e o movemento. Nun primeiro momento os filósofos optaron por reducir a

AS CIDADES E OS SEUS FILóSOFOS1 Elea:Parménides2 Crotona:Escola pitagórica3 Agrigento: Empédocles4 Leontino:Gorgias5 Siracusa.6 Estagira:Aristóteles7 Abdera:Demócrito; Protágoras8 Atenas: Sócrates; Platón9 Clazomene:Anaxágoras10 Colofón:Jenófanes11 Éfeso:Heráclito12 Mileto:Tales; Anaximandro;Anaxímenes

MITO LOGOSExplicación mítica da natureza

Explicación racional da natureza

Deuses Non hai dualidade divino /humano

Impredicibilidade

Predicibilidade

Explicacións totais

Explicacións parciais(a natureza explicase a si mesma)

Saber absoluto baseado natradicción e no asentimento social

A razón o explica todo, non a cultura

Explicación transcendente

Explicación inmanente

Grecia: a phisis é o ámbito último de explicación.

multiplicidade das cousas a un principio único (MONISTAS), pero ante as dificultades xurdidas tiveron que postular que a pluralidade non pode vir da unidade, debería estar ao principio (PLURALISTAS).A. Os filósofos monistas.

O primeiro filósofo coñecido é TALES (VI a.C.). Según Aristóteles Tales identificaba o arché coa auga, aducindo dous motivos: un de tipo mítico, a terra flota sobre a auga; e outro de tipo fisiolóxico, toda vida precisa da humidade, e a auga é a natureza das cousas húmidas.

ANAXIMANDRO, discípulo de Tales, negou que a auga fose o arché, xa que lume e auga son opostos, e non se podería explicar o nacemento do primeiro a partir da auga. O arché, polo tanto, non podía ser ningún dos elementos coñecidos, debería ser algo indeterminado, que foi denominado como o ápeiron. O ápeiron ten o significado "do que existía ao principio", e é a causa material, sustancia sen límites e eterna que abarca tódolos mundos.

Para ANAXIMENES o arché tampouco podía ser a auga, e propuxo o aire, xa que éste é o principio vital (os homes viven mentras respiran, por eso o aire é necesariamente anterior á vida).

HERÁCLITO naceu en Éfeso no 540 a.C. e foi apodado "o oscuro". Consérvanse fragmentos dun libro titulado Sobre a Natureza.

O seu pensamento central é ético, pero como a lei á que ha de someterse o home é ao mesmo tempo a lei do Cosmos, a súa filosofía é ao mesmo tempo unha cosmoloxía. Heráclito creíase o único posuidor dunha importante mensaxe que debía transmitir á humanidade.

Para Heráclito nada hai estable, todo é constante cambio. Existe unha constante tensión e loita de contrarios. Pero por baixo desta apariencia de multiplicidade, a realidade é única. Heráclito utiliza o lume como arché para simbolizar a realidade. O lume é tensión e loita, brota de cousas diferentes e redúceas a unidade. Pero o lume non é o chan firme de donde brotan as cousas, tampouco unha parte especial do Cosmos, a súa relación co Cosmos é mental e abstracta. É a contraposición ao Cosmos, por eso pode resultar paradóxico que o Cosmos, na súa natureza máis secreta, sexa lume. O que sucede e que os ollos só nos amosan a multiplicidade do mundo e debemos utilizar a mente para ver a unidade do lume (Se o Cosmos se volvese fume os ollos captarían a unidade, e sería o olfato o que captaría a multiplicidade, a través dos diferentes cheiros).

A loita constante está rexida polo Logos, que se pode traducir por medida, cálculo ou proporción. Pero os homes son incapaces de comprender esta verdade, son incapaces de comprender que as cousas semellan diferentes e que, en realidade, forman un único conxunto. Para Heráclito a sabedoría consiste en comprender o Logos. Razón Universal ou Lei Universal, de carácter divino, que suxeita todo á unidade e determina o cambio.

PARMÉNIDES naceu en Elea entre os anos 515 e 510 a.C. Parménides fala de dúas vías para o coñecemento: a Vía da Verdade e a Vía da Opinión.A Vía da Verdade plantexa a alternativa fundamental: ou é o ser ou é o non ser. Refutará

esta última posibilidade, xa que o non-ser non pode ser coñecido nin expresado, xa que pensar e ser son unha mesma cousa. O non-ser non pode ser pensado, está máis alá do que podemos saber. Sobre o non-ser non podemos dicir absolutamente nada, xa que o campo do pensamento está sempre dentro do ser. O camiño do non-ser é impensable. Polo tanto hai que concluír o camiño do ser. O ser é, nunca empezou a ser e nunca deixará de ser, simplemente é. Se algo empezara a ser, ou ben viría do ser, co cal xa era; ou ben viría do non-ser, pero como o non-ser non é, nada pode vir del. Así, o ser é inxénito e imperecedeiro,

e todo cambio ou movemento fanse imposibles. O ser é Un, é completo, xa que para estar dividido tería que estalo por algo diferente a el mesmo, pero fóra del non hai nada.

A segunda vía do coñecemento é a Vía da Opinión, vía que é compartida polo común dos homes e que reflexa o mundo das apariencias. Por esta segunda vía Parménides vai a expoñer a súa cosmoloxía.

Parménides foi o primeiro filósofo en plantexar o problema do ser, e de tal forma que sentou as diferencias entre ciencia e opinión, verdade e apariencia.B. Os filósofos pluralistas.

Frente ás teorías científico-naturais dos primeiros filósofos, Pitágoras representa unha violenta reacción contra a pura reflexión obxectiva, introducindo o elemento relixioso na filosofía. En efecto, o declive da civilización Xonia provocou un renacemento relixioso e a proliferación de diversas sectas. PITÁGORAS (Samos, 540 a.C.) fundou en Cretona unha secta baseada en normas ético-relixiosas. Formada por importantes homes que o veneraban case como a un deus, a súa doctrina principal era a da transmigración das almas, que por ter orixe divina, son inmortais.

Relieve

Os pitagóricos pasaron á historia como grandes matemáticos, pero o que verdadeiramente interesaba a Pitágoras era a natureza da alma e o seu destino. Sen embargo, o interese dos seus discípulos polas matemáticas e as súas relacións coa astroloxía, permítenos integrar aos pitagóricos na mesma temática que aos filósofos xonios.

Tódalas cousas son numerables e pódense expresar numericamente. Chegaron a estas conclusións despois de observar como os intervalos musicais pódense expresar numericamente, a armonía musical depende do número, e creron que podería pasar o mesmo coa armonía do Cosmos.

EMPÉDOCLES, que naceu en Acragas no ano 495 a.C. Escribiu Sobre a Natureza, Purificacións, e un Tratado de Mediciña.

Empédocles aceptou a doctrina de Parménides sobre o ser, o ser é material, eterno e indestructible; pero ao parecerlle evidente a existencia do movemento, tivo que combinar dita doctrina coa posibilidade do devir. A conclusión é que as cousas nacen e perecen, pero están formadas por pequenas partículas que cumplen as características do ser de Parménides. O universo está formado por catro tipos ou especies de

materia (auga, ar, terra e lume) que son as raíces de todo canto existe.ANAXAGORAS (Clazomene, 500 a.C). Para Anaxágoras os elementos de

Empédocles non eran realmente últimos, senón que debían ser mezclas compostas de partículas diferentes chamadas Homeomerías. Ao principio estaban todas xuntas, revoltas, infinitas. Os obxectos da experiencia aparecen cando as partículas se reúnen de tal xeito que no obxecto resultante predominan as dunha especie determinada (así no caso de terra predominan as partículas do denso, do frío e do oscuro). Só se pode explicar o cambio se admitimos que en todo hai unha porción de cada cousa. Para que A se convirta en B, xa debía contar con partículas de B.

Anaxágoras introduciu a idea do Nous, forza ou principio organizador, infinito e autónomo. Posuidor de todo o saber e do maior poder. Pero non se trata dun principio creador, xa que a materia é eterna, simplemente ten o cometido de poñer en marcha a masa entremezclada.

A consecuencia de aceptar as partículas de Empédocles e Anaxágoras pero rexeitando o poder metafórico das forzas míticas, foi o atomismo. Os máximos representantes do atomismo foron LEUCIPO e, especialmente, DEMÓCRITO. O que nos queda é un número infinito de unidades materiais indivisibles chamadas átomos. Estas, desplazándose no baleiro, chocan e agrúpanse. Non existe ningún poder externo ou forza motriz, o único que existe son os átomos e o baleiro. Recurrindo á eternidade da materia e do movemento non precisamos máis elementos para a explicación do nacemento do Cosmos. (mecanicismo).3. OS SOFISTAS E SÓCRATES.A. OS SOFISTAS.

Cos Sofistas aparece un cambio radical na forma de facer filosofía:a)Cambio de tema. O tema central deixa de se-lo Cosmos e pasa a ser o o Home, como se reflicte

na frase de Sófocles en Antígona "moitos son os misterios que hai no universo, pero non hai maior misterio có home". Este troco debeuse a dous factores, por un lado o escepticismo, a imposibilidade dun coñecemento cosmolóxico obxectivo; por outro lado, o aumento crecente da reflexión sobre a civilización e a cultura, que xerará novas preguntas. A este respecto hai que sinalar o carácter de convención que teñen para os sofistas as normas sociais, frente a un suposto fundamento na natureza humana.

b) Un cambio de método. Sustitúese o método deductivo, donde despois de establecer un principio xeral tratamos de explicar a partir del tódolos fenómenos concretos; polo método inductivo, donde a partir da observación e do reconto de datos pretendemos elaborar unha conclusión xeral. A conclusión será moi pobre: "nada se pode saber con certeza".

c) Un cambio de finalidade. Xa non interesa a verdade obxectiva. A filosofía terá unha finalidade práctica, non especulativa: a instrucción, a educación na arte de vivir e gobernar. Os sofistas eran profesores itinerantes que ensinaban gramática, relixión, interpretación dos mitos, ética, política, poesía e retórica. Esta última lévanos a outra característica definitoria.

d) Mala reputación. Os sofistas eran maestros na erística, donde se ensina a mellor forma de gañar os pleitos coa palabra, con independencia da verdade da argumentación. Foron acusados de superficialidade, de non buscar a verdade e de cobrar a cambio das súas ensinanzas.e) Relativismo e escepticismo: A pesar do dito podemos destacar que os sofistas xogaron un papel importante na evolución dos métodos educativos. O seu relativismo e escepticismo propiciaron o fracaso dos presocráticos e a posibilidade de plantexar novos problemas.

Entre os sofistas destaca PROTÁGORAS (Abdera, 480 a.C.) quen se enfrentou coa decisión popular de queimar os seus libros. Recibiu influencias de Heráclito, o mundo é un constante devir, e como o noso corpo e os nosos sentidos tamén están en constante movemento, o contido das nosas percepcións sempre varía. A conclusión é 1óxica, non podemos falar das cousas como son, só de como se nos aparecen en cada

Demócrito

caso. Só son posibles os xuízos relativos. Atopámonos cun subxectivismo que exclúe as verdades absolutas, e que afirma que é posible soster ao mesmo tempo dúas teses contrarias e defendelas con argumentacións racionais.

A pesar do escepticismo resultante, Protágoras foi un conservador: do feito de que ningún código moral sexa mellor que outro, non se deduce a anarquía, senón o acatamento das leis do propio Estado.

Outro sofista destacado foi GORGIAS (483 a.C.), que rexeitou a ciencia e a filosofía, adicándose só á retórica, centrándose no poder de convicción da palabra.B. SÓCRATES (479-399).

SÓCRATES (Atenas) non deixou ningún escrito. Acusado de pervertir á mocidade, tivo a posibilidade de fuxir pero renunciou. A súa morte representa a morte do intelectual comprometido (Apoloxía de Sócrates).

Sócrates aceptou a conclusión dos sofistas de que a estructura do universo é incognoscible, pero non as súas consecuencias. Non todo o coñecemento é imposible, hai algo que si podemos coñecer, a nós mesmos ("Coñécete a ti mesmo"). Con Sócrates pasamos das reflexións cosmolóxicas ás reflexións antropolóxicas.

Sócrates identificou o coñecemento coa definición dos conceptos universais, que son inmutables, obxectivos e innatos. Coñecer unha cousa é coñecer a súa esencia, "aquelo que se di para definir unha cousa".

O método socrático de coñecemento é coñecido como a Maxéutica. Maxéutica significa "dar a luz", dar a luz as definicións dos conceptos universais mediante o arte da pregunta e a resposta. Frente ao monólogo dos sofistas, plantexa un diálogo que remata na definición dos conceptos. O primeiro paso do método é a Ironía: frente ao dogmatismo Sócrates fínxese ignorante ("Só sei que non sei nada"), coa intención de crear un estado de duda colectiva. Logo ven a maxéutica propiamente dita: un diálogo que se

inicia a partir do inmediato, dalgunha escea ou anécdota, diálogo motivado polo amor á verdade. Sócrates dirixe habilmente a conversación ata chegar ao último paso, a Definición: trátase de desvelar a verdadeira definición dos conceptos a partir de definicións convencionais e usualmente aceptadas.

Pero a preocupación principal de Sócrates non era o coñecemento por si mesmo, senón esclarecer o ben e o mal. Todo saber é inútil se non se dirixe a iluminar a realidade do home. Saber e sinónimo de virtude (areté), o que implica dúas cousas: por un lado o chamado Intelectualismo Moral, según o cal o home non é malo por

natureza, senón por ignorancia; por outro lado, o ben é algo que se pode aprender. A virtude consistirá en transformar os impulsos particulares e egoístas en impulsos xerais e altruístas. A meta da virtude é a felicidade, que non consiste no goce das cousas externas, senón na iluminación da realidade.

SÓCRATES SOFISTASHumildade: partera do saber Orgullosos, petulantes, codiciososPío e respetuoso Impíos e irrespetuososArraigado en Atenas MetecosNecesidade da educación pero sumida a ética Educación para ao éxito e a vida prácticaO coñecemento é a búsqueda do universal O coñecemento é a doxa, a opiniónO obxectivo do coñecemento é aperfección do home na cidade

O obxectivo do coñecemento é o triunfo e o éxito

Respeto ás normas morais Crítica dos sentimentos morais tradicionais

Actitude intelectual comprometida Relativismo

4. PLATÓN (428-347).A. VIDA E OBRAS428. Nace Platón en Atenas, fillo de Aristón (descendente de Codro, derradeiro rei de Atenas) e de Perictione (dama dunha familia aristocrática). Os seus pais forman parte da clase dirixente durante a democracia de Pericles. Tivo dous irmáns, Glaucón e Adimanto, os interlocutores de Sócrates na República. Educación típica de mozo da aristocracia: poesía, ximnasia e mitoloxía. Crátilo, discípulo de Heráclito, dálle a coñecer a Empédocles e Anaxágoras. Mostra interese pola política.409. Compón versos, e comenza a frecuentar, con outros xóvenes aristocráticos, o grupo de Sócrates.404. A guerra do Peloponeso remata cunha desastrosa derrota dos atenienses; ascende ao poder Critias, parente de Platón, xunto cos Trinta Tiranos. Os excesos do novo goberno afastan ao xoven filósofo do partido aristocrático.399. Unha violenta reacción democrática sacude Atenas; Sócrates, defendido por Platón e os demais discípulos, é condeado a beber a cicuta. Platón retírase a Megara, iniciando pouco despois unha serie de viaxes: Exipto, Cirene e o sur da península italiana. A finalidade é tomar contacto cos sabios da época: astronomía, matemáticas, pitagorismo, etc.396. Regresa a Atenas, volvendo á filosofía e á política. Enrólase na cabaleiría, participando, dous anos máis tarde, na batalla de Corinto, donde son derrotados polos espartanos.388. Dión, o xoven cuñado do tirano de Siracusa e discípulo de Platón, persuade ao seu mestre para que

intente realizar en Siracusa o estado perfecto preconizado na República. Platón trata de convencer a Dionisio o Vello de que si “os filósofos non son gobernantes, é necesario que os gobernantes sexan filósofos”. O tirano fai expulsar a Platón. Un ano máis tarde, por orde do tirano, é vendido como escravo en Exina. Recoñecido por unha rica viúva, é mercado para devolverlle a súa liberdade.387. Platón regresa a Atenas, e merca un pequeno terreo cerca do templo adicado ao heroe Akademos, ao NO da cidade. Alí funda a súa escola, á que chama Academia en honor ao heroe. Alí acudirán os fillos das principais familias atenienses. A Academia será pechada

definitivamente no ano 529 d.C., cando o emperador Xustiniano prohiba a filosofía.367. Morre o tirano de Siracusa e sucédeo Dionisio o Xoven. Dión chama a Platón, quen chega un ano despois, para fracasar de novo. Dión é desterrado e Platón queda prisioneiro. Siracusa entre en guerra e o tirano libera a Platón.361. Platón abandoa de novo a dirección da Academia, reemprendendo (secundado por Dión) os seus esforzos por instaurar unha república filosófica en Siracusa. Un ano máis tarde aconsella a Dión que firme a paz co seu sobriño, Dionisio o Xoven, e que renuncie á idea de conquistar Siracusa pola forza. Dión négase a seguir o seu consello e continúa organizando a expedición.354. Platón ensina na academia. Morre Dión, quen lograra conquistar o poder, asasinado por un grupo de conspiradores. O fracaso de instaurar unha república rexida pola filosofía amarga os últimos anos de Platón.347. Morre Platón, os seus discípulos entérrano no xardín da Academia. Sucédeo o seu sobriño Espeusipo.OBRAS:PERIODO SOCRÁTICO (395): Apoloxía de Sócrates, Ión, Critón, Protágoras, Trasímaco, Lisis, Cármides, Eutifrón.PERIODO DE TRANSICIÓN (388): Menón, Eutidemo, Hipias Menor, Hipias Maior, Menexeno.PERIODO DE MADUREZ (385): Banquete, Fedón, República, Fedro.PERIODO DE VELLEZ (367): Teeteto, Parménides, Sofista, Político, Filebo, Timeo, Critias, leis, Carta VII.B. OBXECTIVOS XERAIS.

Os PRIMEIROS FILÓSOFOS adicáronse a reflexionar sobre a orixe do Cosmos; pero en tanto que as súas teorías non só eran diferentes senón tamén contradictorias, a conclusión á que chegaron os SOFISTAS non se fixo esperar: os conceptos que utiliza o home, e os xuízos que constrúe con eles, son relativos; polo tanto o coñecemento obxectivo e a verdade son un imposible. Frente aos sofistas SÓCRATES si creía na posibilidade do coñecemento: como ideal de coñecemento propón o Universal, que se capta a través da súa definición. Como este ideal de saber tiña por obxecto central ao home ("Coñécete a ti mesmo"), Sócrates trocou o rumbo da filosofía: das especulacións sobre o Cosmos, pasamos ás reflexións sobre o home, é dicir, da cosmoloxía pasamos á antropoloxía.

Entra en escea PLATÓN, quen como discípulo de Sócrates, tratará de continuar o seu labor (como se pode apreciar nas primeiras obras platónicas, donde o tema da virturde, a areté, é central). A dous niveis: por un lado, tratará de demostrar teoricamente o ideal de coñecemento proposto polo seu mestre; por outro lado, extenderá as reflexións desde a antropoloxía ao resto dos campos do saber. Resumimos os obxectivos de Platón do seguinte xeito:

Obxectivos Ontolóxicos: coñecer o que de verdade é.Obxectivos Éticos: coñecer como debe ser o home para lograr a súa perfección.Obxectivos Políticos: dar á sociedade unha estructura adecuada para que o ideal de home fose realizable.

Empezaremos, polo tanto, polo problema do coñecemento, aínda que sen olvidar que para Platón o saber ten sempre unha finalidade práctica: todo saber subordinase a unha orientación ética e política.C. O PROBLEMA DA NATUREZA.C.1. Introducción.

Para PARMÉNIDES o verdadeiramente real era o Ser; e só o ser constituía o auténtico obxectivo da ciencia. Moitas críticas ofrecía a teoría do ser parmenídeo (non podía dar conta do movemento), pero seralle útil a Platón para extraer a seguinte conclusión: a ciencia precisa que o seu obxecto de estudio sexa permanente e inmutable.

HERÁCLITO, pola súa parte, falounos da lei do devir á que estaba suxeita toda a realidade. Tendo en conta a anterior descripción dos requisitos da ciencia, queda claro que, para Platón, non pode haber un auténtico coñecemento da realidade sensible, do mundo da experiencia.

Atopámonos así con dúas afirmacións que semellan contradictorias: por un lado afirmamos que o coñecemento verdadeiro é posible; e por outro, sinalamos que non pode haber un auténtico coñecemento sobre o mundo que nos rodea. Platón solucionará esta aparente contradicción coa súa teoría dos dous mundos: por un lado temos o mundo que nos rodea, o MUNDO SENSIBLE, que non pode ser obxecto da auténtica ciencia; e por outro lado temos o MUNDO INTELIXIBLE, o mundo donde Platón fai residir aos conceptos obxectivos sobre os que versa a ciencia. Estes conceptos obxectivos, chamados Formas ou Ideas, constitúen a auténtica realidade, sendo as cousas do mundo sensible meras copias imperfectas.

Pero antes de describir ambos mundos debemos fundamentar teoricamente o coñecemento.C.2. Teoría do coñecemento.O Problema.

Non atoparemos en Platón unha exposición sistemática da súa epistemoloxía. Aparece repartida ao longo dos seus diálogos, pero principalmente no TEETETO e na REPÚBLICA. No primeiro fala Platón de qué cousa non é o verdadeiro coñecemento, mentras que na República tratará de describir as súas características.

Outro problema é o de relacionar a súa epistemoloxía (modos de coñecer) coa súa ontoloxía (obxectos de coñecemento). Esto é, para cada tipo de obxecto existirá o seu modo específico de coñecemento, e viceversa.O coñececemento non é a percepción sensible.

A ciencia debe cumplir dous requisitos: ser infalible e ter por obxecto a verdadeira realidade. Pero a percepción sensible non satisface ningún de ditos requisitos. Moitas veces percibimos cousas que non son verdadeiras (espellismos), e existen verdades que non son perceptibles (a beleza). Pero Platón aínda vai máis lonxe, a percepción sensible nin siquera merece o nome de coñecemento. Só a razón nos permite captar a verdadeira realidade, como no exemplo dos railes da vía do tren.O verdadeiro coñecemento.

Platón aceptará, con PROTÁGORAS, que a percepción sensible é relativa, pero non extraerá a mesma conclusión que o sofista: non existe un relativismo universal que fai imposible todo coñecemento. O verdadeiro coñecemento é posible, aínda que non é asequible aos sentidos. É ademais obxectivo, absoluto e alcanzable.

Platón aceptará, con HERÁCLITO, que os obxectos da experiencia están en constante cambio, e tirará a conclusión de que os obxectos do mundo sensible non son os obxectos do coñecemento. Deben ser doutro tipo: o Universal, do que xa falara Sócrates. O Universal é algo estable, permanente e fixo, cumplindo así os requisitos da ciencia; e ademais é susceptible de definición clara e científica.

A ciencia aspira a dar a definición do Universal, captando así a súa esencia. Polo tanto, o auténtico coñecemento é o do Universal, mentras que o coñecemento dos particulares ocupará un grao máis baixo. A conclusión é clara, existe unha xerarquía nos graos de saber.

Os graos de coñecemento (Símil da liña, LIBRO VII, A República).“-Entón, a modo de ilustración, collamos unha liña que estea divídida en dúas partes con seccións desiguais. De novo, volve a cortar cada unha das seccións segundo a mesma proporción: a do xénero do visible e a do inteligible. E así, segundo a claridade ou escuridade respectivas, terás unha primeira sección no visible: as imaxes. Chámolle imaxes, en primeiro lugar, ás sombras, logo ás figuras formadas na auga e en tódalas cousas que sexan sólidas, lisas e brillantes, e todo iso, ¿entendes?-Si que che entendo.-Pon agora o segundo, do cal o primeiro era imaxe: os animais do noso arredor, todas as plantas e a clase enteira das cousas fabricadas.-Xa o poño.-Por certo, ¿non estarías disposto a afirmar o seguinte: que foi dividida segundo a verdade ou falta dela, de xeito que o opinable está en relación ao cognoscible, como o imitado respecto daquilo do que é imitación? -Moi disposto.-Considera agora como hai que dívidir a sección do inteligible. -¿Como?-De xeito que a alma, na súa primeira parte, vese obrigada, servíndose a modo de imaxes das cousas antes imitadas, a indagar a partir de hipóteses, encaminándose non a un principio, senón a unha conclusión; en cambio, na segunda parte, índo dende a hipótese a un principio a-hipotético e prescindindo de imaxes deste, percorre o camiño a base e por medio das ideas en si mesmas.-Non entendín moi ben iso que dis.-Pois, outra vez, vas entendelo mellor se che digo o seguinte: ti sabes, paréceme, que os que se dedican á Geometría e ao cálculo e cousas desas, dan por suposto o impar e o par, as figuras e as tres clases de ángulos, e outras cousas polo estilo, segundo cada caso. Dándoas por coñecidas, tómanas como hipóteses, xulgando non ser preciso dar razón ningunha delas nin a si mesmos nin aos máis, por seren consideradas evidentes para todo o mundo. Mais, a partir de aí, por deduccións sucesivas, acaban por concluir precisamente aquilo de onde partía a investigación.-Isto xa o sei.-Talvez saibas tamén que se valen de figuras visibles e tan razoamentos sobre elas, non pensando nelas mesmas, senón naquelas das que estas son imaxes, razoando sobre o cadrado en si e sobre a diagonal en si, pero non sobre o que eles debuxan, e así nos demais casos. As rnesmas cousas, das que hai sombras e reflexos na auga, eles imaxínanas e debúxanas para empregalas como imaxes, tentando ver en si mesmo aquilo que nin alguén vería a non ser co pensamento.-E verdade o que dis.-Pois a isto chamáballe eu especie inteligible, aínda que na súa investigación a alma vese obrigada a utilizar hipóteses sen avanzar ata un principio, por non se dar remontado máis ala das hipóteses, senón que se serve, coma se fosen imaxes, daqueles obxectos que son imitados á súa vez polos inferiores, e que, en comparación con estes, eran tidos e valorados corno reais.-Comprendo que te refires ao que cae baixo a Geometría e cienciaseniparelladas.-Faite cargo agora da segunda sección do inteligible, aquela que eu digo que a razón mesma alcanza co seu poder dialéctico, tornando as hipóteses non como principios, senón como tales hipóteses, a modo de puntos de apoio e chanzos para ir ata o principio de todo, a-hipotético; unha vez alcanzado, aténdose ao que el implica, descende así ata unha conclusión sen depender para nada do sensible, senón das ideas en si, indo dunha noutra, ata rematar en ideas.-Comprendo, aínda que non a perfección, pois dame que te refires a un difícil asunto; en efecto, intentas precisar que é máis clara a contemplación do ser e do inteligible obtida por medio da ciencia dialéctica que a obtida polas chamadas ciencias para as que as hipóteses son como principios, e aínda que os que se dedican a elas precisan do pensarnento discursivo e non dos sentidos, sen embargo, por non investigaron remontándose ao principio, senón por hipóteses, paréceche que non acadan un coñecemento intelectual desas cousas que, con relación a un principio, si son intelixibles, Por iso paréceme que lle chamas pensamento discursivo, máis non inteligencia, ao estado mental dos xeómetras e afíns, por ser o pensamento discursivo algo entremedias da opinión e da inteligencia.-Entendíchelo á perfección. Agora aplícalles as catro seccións estas catro operacións xeradas na alma: inteligencia a máis elevada, pensamento discursivo á segunda; á terceira ponlle crenza e a derradeira imaxinación; e ordénaas proporcionalmente, tendo en conta que canto máis participan da verdade respecto do que tratan, tanto máis participan da claridade.- Entendoo, estou de acordo e mais ordénoas como dis.”

EPISTEMOLOXÍA ONTOLOXÍAEpisteme Noesis Ideas

Dianoia Entidades matemáticas

MUNDO INTELIXIBLE

Doxa Pistis Obxectossensible

Eikasia Imáxenes e sombras dos obxectos

MUNDOSENSIBLE

O mito da caverna (libro VII, A República).“-Despois disto -proseguín-, compara a nosa natureza, con relación á educación ou a falta dela, cunha situación coma esta:Figúrate uns homes como nunha morada subterránea en forma de cova, que ten unha gran entrada aberta á luz ao longo de toda a cavidade; nela están dende nenos atados polos pés e o pescozo, de xeito que permanecen alí mirando só cara adiante impedidos para volver a cabeza por culpa das ataduras; e a luz dun lume que desde arriba e ao lonxe, arde detrás deles; e entre o lume e os prisioneiros, na parte alta, un camiño ao longo do cal imaxínate un valo arrancado como os parapetos que colocan os titiriteiros diante do público para mostrar por riba deles os seus espectáculos.-Xa o figuro.-Supón agora, ao longo dese valo, uns homes que van carrexando toda clase de obxectos: estatuas de figura humana e doutros viventes, feitas de pedra, madeira e cantos materiais haxa, que sobresaen por enriba do parapeto. E, como é natural, algúns dos portadores van falando e outros calados.-Extrano cadro e estraños prisioneiros describes.-Semellantes a nós, ¿ou cres ti, para empezar, que teñen visto de si mesmos ou uns dos outros algo que non sexan as sombras que proxecta o lume contra a parte da cova que está exactamente enfronte deles?-¿Como ían velo, se están forzados de por vida a ter as cabezas inmóbiles?-E con relación aos obxectos transportados, ¿non verían o mesmo? -¿Que ían ver, senón?-E se puidesen conversar uns cos outros, ¿non cres que terían por real aquilo que ven?-Forzosamente.-E se a prisión tivese un eco producido dende a parte que teñen diante, ¿pensas tí que, cando algún dos que van pasando falase, crerían eles que o que fala é outra cousa distinta da sombra que pasa?-Non, por Zeus.-Sen dúbida, non terían por real outra cousa que non fosen as sombras deses obxectos fabricados.-Necesariamente.-Considera agora a súa liberación das ataduras e a curacíón da ofuscación, que sería tal se, segundo natureza, lles acontecese algo así cando algún fose ceíbado e obrígado a erguerse de súpeto, a volver o pescozo e a camiñar mirando cara á luz; e ao facer todo isto se doese e non dese visto, por culpa do resplandor, aquilo do cal antes vira as sombras, ¿que cres ti que respostaría se alguén lle dixese que antes vía pantasmas e que é máis ben agora, mais preto da realidade e dirixido cara ao auténtico ser, cando ve algo máis real? E se, ao lle amosaren cada un dos obxectos que pasan, fose forzado con preguntas a dar razón do que son, ¿non cres que se atoparía confuso e tería por máis verdadeiro o que vira antes que o que se lle amosa agora?-Moito máis.-E se se lle obrigase a mirar á luz mesma, ¿non se doería dos ollos e escaparía volvendo cara a aquilo que pode ver e crería que isto e en realidade máis claro có que se lle amosa?-É así.-E se alguén o arrancase de alí á forza polo subideiro áspero e empinado, e non o ceibase ata telo arrastrado á luz do sol, ¿non é certo que sentiría dores e alporizaríase ao ser arrastrado, e que despoís de chegar á luz ninguén daría visto en absoluto, por ter os ollos cheos do resprandor das cousas que agora chamamos reais?-Non, non daría, polo menos así de repente.- Tería que afacerse se quere chegar a ver o que hai arriba. E, ao primeiro, vería máis doadarnente as sombras; logo as imaxes de homes e doutros obxectos reflectidas na auga; e, por último, as cousas en si mesmas. Despois contemplaría o que hai no ceo e o ceo mesmo, ollando a luz dos astros e da lúa máis fácilmente de noite que de día o sol e a súa luz.-Claro.-Finalmente, penso, podería ver e contemplar o sol tal cal e, non as súas imaxes na auga nin noutros sitios, senón o sol en si e por si, no seu propio dominio.-Necesariamente.

-E, de seguido, concluiría acerca del que é el quen produce as estacións e os anos e que goberna todo na rexión visible, e que dalgún xcito é a causa de todo o que eles viran.-Está claro que daquilo concluiría isto.-E, ¡para que che vou dicir!, se lembrase a primeira morada e a sabedoría que alí hai e os seus antigos compañeiros de prisión, ¿non coidas que se gabaría do troco e sentiría dó deles?-E moito.-E se tivesen entre eles certas honras e loanzas mutuas, e premios para para quen máis agudamente recoñecese as cousas que pasaban, ou para quen lembrase mellor cales eran as que adoitaban pasar antes, despois ou a vez, e de aí adiviñase o máis exactamente posible o que ía ocorrer, ¿pensas que sentiría desexos diso e que envexaría aos que entre aqueles son distinguidos e teñen poder? ¿Ou máis ben lle pasaría o de Homero que preferiría "andar ao xornal para calquera home sen bens" e sufrir calquera cousa, antes de seguir pensando daquela maneira e vivindo daquel xeito?-Coido que sufriría máis ben todo, antes de seguir pensando de forma enganosa e vivir daquela maneira.-Considera agora estoutro: se ese tal, despois de baixar de novo, ocupase o mesmo asento, ¿non tería os ollos infestados de tebras ao vir así de súpeto do sol?-Talmente.-E se tivese que competir cos presos de toda a vida, xulgando outra vez sobre as sombras que aínda ve con dificultade antes de se lle acomodaren os ollos, co pouco tempo que tería, ¿non daría que rír e dirían del que, por subir alá arriba, vén cos ollos botados a perder, e que non paga a pena nin tentar subir? E se tratase de ceíbalos e conducílos arriba, se tivesen ocasión de botarlle a man e matalo, ¿non o matarían?-Sen dúbida.-Agora, meu querido Glaucón -continua-, esta figuración debe ser aplicada punto por punto ao denantes dito; hai que comparar o ámbito do que se manifesta á vista coa morada-prisión; a luz do lume que hai nela co poder do sol; e, se comparas a subida arriba e a contemplación do que alí hai coa ascensión da alma ao ámbito intelixible, non defraudarás a miña expectativa, que é polo que estás desexoso de escoitarme. Deus sabe, quizais, se isto é verdade. En calquera caso, o que a min me parece é isto: no intelixible o último que se ve, e con traballo, é a idea do Ben; pero unha vez percibido, hai que concluir que ela é como a causa de todo o recto e belo de todas as cousas; que no mundo visible xerou a luz e o seu señor, mentres que no intelixible ela é a soberana, productora da verdade e da intelixencia, e que ten que poñer os ollos nela quen, tanto privada coma publicamente, queira proceder de forma sabia.-Estou de acordo, no que me é posible.-Pois ala! Dáme a razón tamén nestoutro: non te estrañes de que os que ata aí chegaron non sintan cobiza por ocuparse dos asuntos humanos, senón que as súas almas aspiran a permanecer nas alturas; e quizá é o que cabía esperar, se realmente a figuración descrita ten que ver con isto.-Naturalmente.-¿E que? ¿Estrañaraste se quen pasa da contemplación do divino á do humano se comporta moi torpemente e se fai o ridículo cando, por ver aínda mal antes de afacerse abondo ás tebras circundantes, se vexa forzado, nos tribunais ou en calquera outra parte, a discutir sobre sombras do xusto ou imaxes das que son elas sombras, e a polemizar sobre a maneira en que interpretan isto os que endexamais viron a xustiza en si?-Non é nada estraño.-Máis ben, quen conserve o sentido lembraría que de dúas formas e por dúas razóns se volven os ollos atordoados: ao pasaren da luz á escuridade, e da escuridade á luz. E pensando que isto mesmo é o que lle sucede á alma, cando un observa que unha alma está ofuscada e incapacitada para ver algo, non riría insensatamente, máis procuraría ver se está cegata pola inexperiencia ao vir dunha vida máis luminosa, ou se, pola contra, ao pasar dunha maior ignorancia á luz máis brillante, está cegada por un forte resplandor. Deste xeito, no primeiro caso felicitaría pola súa sorte e modo de vida; en cambio, no segundo, compadecería, e se quixese rir dela, a súa risa será menos ridícula que se o fixese da que descende da luz.-Falas dando no punto.-Pois ben, de ser verdade, é preciso que sobre iso pensemos o seguinte: que a educación non é tal como proclaman algúns; din, pouco máis ou menos, que infunden ciencia na alma que estaba privada dela tal como se lle desen vista a uns ollos cegos.-Iso din, en efecto.-Pero a análise que temos entre mans pon de manifesto que esa capacídade existente na alma de cada un e o órgano co que cada un aprende, igual que o ollo non sería capaz de volverse das tebras á luz a non ser acompañado de todo o corpo, de modo semellante volverase coa alma enteira, afastándose do que nace e morre ata poder soportar a contemplación do ser, e do máis brillante do ser, o que chamarnoos o Ben, ¿ou non?-Si.

-Polo tanto, para isto poida que haxa unha arte, consistente nun cambio de sentido, tentando non darlle a vista, que a ten xa, senón que se volva con máis facilidade e eficacia o que non está correctamente orientado nín mira a onde cumpre.-Iso parece.-Por iso, é posible que as demais chamadas virtudes da alma, sexan un tanto parecidas as do corpo -pois aínda que non estean presentes ao comezo, logo son introducidas por hábitos e exercicios-. En cambio, a da intelíxencia vén ser, como parece, algo enteíramente máis divino, que nunca perde o seu poder e que se fai útil e proveitosa ou inútil e daniña segundo o xiro que tome. ¿ou non te tes fixado que a pobre alma dos chamados perversos pero raposeiros mira con agudeza e ve de forma penetrante aquilo ao que está orientada, por non ter a vista defectuosa, mais que está condenada a servir ao mal, de xeito que canto máis perspicazmente mira, nesa mesma medida máis males fai?-Efectivamente.-Así e todo, se, operando de nenos a alma desa natureza, se lle podasen esa especie de bólas de chumbo que teñen que ver coa súa orixe e que, apegadas por enchentas, praceres e apetitos desa clase, manteñen a vista da alma dirixida cara abaixo; entón, se, librándose delas, se volvese cara á verdade, a alma deses homes vería con tanta finura como ve agora aquilo ao que está orientada.-Naturalmente.-E é probable, incluso necesario, a partir do dito, que nin os ineducados nin os inexperimentados na verdade gobernen algunha vez con aptitude un estado; nin aqueles a quen se lles permite pasar o tempo de cotío no estudio; os primeiros, porque non teñen na súa vida unha meta precisa en vista da cal é necesario facer todo o que se faga tanto privada como publicarnente. E os segundos, porque non están dispostos a obrar de boa gana, crendo estar xa en vida asentados nas illas dos benaventurados, ¿ou non é así? -E a verdade.-Polo tanto, é labor noso, o de fundadores, obrigar ás menores naturezas a que acaden o saber que dixemos antes ser o máis elevado: contemplar o Ben e remontar aquela ascensión, e alí subidos ver de forma apropiada, non permitíndolles o que agora se lles permite.PLATÓN, A República.C.3. Ontoloxía dualista.

A filosofía de Platón configúrase como un DUALISMO, xa que afirma a existencia de dous tipos de realidades de carácter ben diferenciado. Temos, por un lado, o MUNDO INTELIXIBLE, invisible, residencia das Ideas, esencias permanentes das cousas sensibles. E por outro lado, o MUNDO SENSIBLE, visible, donde residen as cousas materiais, que están suxeitas a cambio, e polo que non poden ser obxecto de verdadeiro coñecemento.Mundo intelixible (teoría das ideas):

A Teoría das Ideas podería resumirse do seguinte xeito: os obxectos que aprehendemos nos conceptos universais, os obxectos sobre os que versa a ciencia, son Ideas ou Universais Subsistentes; existen nun mundo transcendente propio, separado das cousas sensibles, que non son máis que meras copias ou Participacións desas Realidades; pero mentras as Ideas subsisten nun mundo inmóbil, as cousas sensibles están suxeitas a cambio, polo que nunca pode dicirse delas que teñan unha auténtica realidade.

Catro son os argumentos sobre os que se sostén esta teoría: a) A ciencia só é posible se ten un obxecto propio. Dito obxecto debe ser eterno e inmutable, senón a

ciencia sería imposible.b) Aínda que cada home, dentro do conxunto dos homes, é home; e cada cabalo é cabalo, ningún

suxeito particular equivale ao seu predicado xeral, xa que o predicado é sempre máis extenso có suxeito. De donde resulta que existirá certa realidade exterior e independente das cousas particulares, predicable do mesmo modo de tódolos individuos correspondentes.

c) Cando pensamos "home" ou "cabalo", o noso pensamento ten un obxecto ao que non afecta a destrucción de ningún home ou cabalo. Mesmo se se extinguisen tódolos homes e cabalos, as súas Ideas permanecerían. Logo existe algo independente dos individuos particulares.

d) Cando chamamos a cousas distintas polo mesmo nome e porque teñen certa semellanza. Esta semellanza débese a que ambas Participan dun mesmo Modelo.

A teoría das ideas plantexa serias dificultades, Platón, consciente das mesmas, foi modificando a teoría ao longo das súas obras:

As ideas platónicas naceron a partir das “definicións” socráticas. Nos primeiros diálogos (Fedón, Banquete, A República) Platón se refire a Ideas de conceptos abstractos (areté, ben, beleza). No Banquete por exemplo, fala da Beleza como principio unificador de tódalas cousas belas e, a diferencia delas, inaccesible aos sentidos e asequible só pola Intelixencia. Na República, despois de definir ao filósofo como aquel que non se ocupa das cousas boas ou belas, senón da Bondade en si, ou da Beleza en si; identifica ao Ben coa

Beleza, argumentando que tódalas demais ideas están subordinadas a elas igual que as cousas do mundo sensible dependen do sol.

Un problema pendente nestes primeiros diálogos é o problema do “Abismo”, da distancia existente entre a Idea e cada obxecto particular. Platón non é capaz de resolver o problema de como se relaciona cada individuo particular coa súa idea.

A partir do Parménides aparece un novo problema, xa que Platón introduce un novo tipo de ideas, as ideas de obxectos materiais (home, cabalo, etc.). O carácter abstracto da Beleza ou da Bondade non dificultaba imaxinarse unha Idea de Beleza ou unha Idea de Bondade, pero os homes ou os cabalos son cousas concretas e materiais, o que si dificulta a imaxinación do “Home en si”, ou do “Cabalo en si”.

No Sofista establécese unha xerarquía dentro do Mundo das Ideas. Enriba de todo estaría a Idea de Ben, e as outras estarían subordinadas. Por baixo a división non pode prolongarse ata o infinito, e conclúe nas chamadas Formas Atómicas, aquelas Formas que non admiten outras subordinadas. Por baixo das Formas Atómicas están xa os obxectos sensibles. Mediante as Formas Atómicas pretendía establecer un vínculo entre as Ideas e os obxectos, solucionando así o problema do "abismo”.

A pesar das dificultades plantexadas, das que Platón era consciente, esta teoría constitúe para o pensador a tese sobre a que se apoia o resto da súa filosofía. Para fundamentar un coñecemento válido era imprescindible a existencia de certas realidades universais deste tipo, non sometidas a cambio e susceptibles de ser aprehendidas pola Intelixencia. Sen este fundamento calquer ciencia sería imposible.O mundo sensible (a física).

Os pensamentos de Platón sobre o mundo físico están recollidos basicamente no Timeo, diálogo escrito aos 70 anos e que iba a servir como prefacio a uns diálogos sobre ética e política. Unha vez máis os auténticos obxectivos de Platón: todo o saber ao servicio da ética. Sobre todo neste caso, xa que para Platón a Física non é unha auténtica ciencia, só un saber aproximativo e, en moitos casos, un mero pasatempo.

Na orixe do mundo preséntanos ao Demiurgo, Artesán divino, que se fixo co que se axitaba en desordeado e discordante movemento e púxoo en orde, formando o mundo material según o Modelo Ideal e eterno. Os motivos da súa acción hai que atopalos na súa bondade. O demiurgo desexaba que as cousas poideran semellarse a el, que poideran alcanzar a maior perfección posible, sendo máis perfecta a orde que a desorde. O Demiurgo creou o mellor dos mundos posibles, xa que a materia, ao resistirse a ser ordeada, impuña unha limitación. O Demiurgo non e un Deus creador, senón un Deus ordeador ou facedor. Enriba do Demiurgo están as Ideas, que actúan como Modelos; por baixo del está o espacio ou receptáculo, dotado dun movemento caótico. Para poñer orde no receptáculo creou a Alma do Mundo, única realidade que pode darlle un ritmo e unha regularidade. O material co que fixo a Alma do Mundo é unha mistura de elementos pertencentes aos dous mundos. Co material sobrante formou as almas dos homes, que foron entregadas aos deuses menores, encargados de dotalas dun corpo e das partes non inmortais da alma. A Alma do Mundo ou Alma Cósmica é o Principio activo que actúa no universo, o Demiurgo non é máis que a Personificación desa forza activa. Recordemos que o TIMEO é un mito, e nel fala Platón metaforicamente, polo que a descripción cronolóxica da orixe do universo non hai que entendela ao pé da letra. En resume, Ideas e Demiurgo representan dous principios diferentes do Mundo Intelixible: a realidade última, e a causa primeira do movemento. Platón mantívoos separados, dándolle prioridade ás Ideas pero elas soas non poderían explicar o movemento.D. ANTROPOLOXÍA.D.1. Introducción.

O dualismo ontolóxico que vimos de describir ten un paralelismo á hora de falar da antropoloxía. Atopamos un dualismo antropolóxico: alma e corpo.

A alma non e só algo diferente do corpo, senón que é algo máis valioso. Define a alma como principio automotor, como fonte de movemento. A alma é algo superior ao corpo e, polo tanto, debe gobernalo. As razóns son as seguintes:

Do paralelismo máis arriba mencionado derívase que a alma ten unha orixe divina, está emparentado coas Ideas. Aínda que é certo que unha alma non é unha Idea, xa que na mistura coa que foi feita a alma había elementos que non pertenecían ao Mundo das Ideas. As Ideas son eternamente inmutables, mentras que as almas deben pasar certo tempo dentro dun corpo, que é perecedeiro (corpo=tumba da alma) O corpo exerce malas influencias sobre a alma, fai que esta olvide a súa orixe divina. De aí a importancia concedida á educación. A alma, mentres está no corpo debe tratar de purificarse, de prepararse para a contemplación das Ideas, auténtico paraíso. Por contra, se non se purifica será castigada coa transmigración, co ciclo das reencarnacións.

Á pregunta de por que a alma se encarna no corpo dalle distintas respostas: no Fedro di que é unha especie de penitencia, a expiación dunha falta cometida; no Timeo di que se trata dunha Lei Universal.

D.2. Natureza tripartita da alma.A división tripartita da alma é, para

Platón, algo evidente, só hai que dirixir a mirada cara ao interior dun mesmo para decatarse da existencia de conflictos entre diferentes impulsos. Ofrece Platón un magnífico exemplo en forma de mito, trátase do mito do Auriga e o Carro Alado que aparece no Fedro.

É de novo o interese ético o que leva a Platón a afirmar o dereito que ten a parte racional a gobernar sobre as outras. A parte racional é o elemento inmortal, creada polo Demiurgo co mesmo material cá Alma Cósmica, mentras que as outras partes

foron feitas á vez que o corpo, polos deuses menores. A parte racional é a única capaz de contemplar o reino das Ideas, convertíndose nunha auténtica ponte entre ambos mundos. É máis, trátase da única ponte axeitada, xa que nin as Formas Atómicas, nin o concepto de Participación, lograban conectar ambos mundos.D.3. A inmortalidade.

Xa dixemos que a parte racional da alma era inmortal, pero debemos agora demostralo. O argumento principal aparece no Fedón, coñecido como TEORÍA DA REMINISCENCIA: os homes temos coñecementos de normas e valores absolutos, pero non os percibimos no mundo sensible, polo tanto, o home debeu contemplalos nun estado de pre-existencia. Desta forma, para Platón, aprender non é máis que recordar.

A alma, que xa existía antes de encarnarse no corpo, continuará existindo despois da morte, levando unha vida no máis alá conforme á súa conducta neste mundo: as almas filosóficas fuxen do ciclo das reencarnacións, as dos “malvados” incorrexibles van para sempre ao Tártaro. No fondo da teoría da inmortalidade da alma aparece, de novo, o verdadeiro interese de Platón, a ética: a súa teoría da inmortalidade está en estreita relación coa súa teoría das sancións morais (premios e castigos).E. ÉTICA E POLÍTICA.

A ética e a política de Platón definense como eudemonistas (Edaimonía=Felicidade). O supremo ben do home será, por tanto, a felicidade. A felicidade consiste nunha vida mixta de pracer e sabedoría, e adquírese mediante a práctica da virtude (areté).

Platón, igual que Sócrates, identifica a virtude coa sabedoría. A virtude é unha forma de coñecemento: o coñecemento do que é verdadeiramente bo e dos medios para acadalo. Se a areté é unha forma de coñecemento significa que debe ser algo absoluto e inmutable, xa que senón, non podería ser unha forma de coñecemento (ética e política quedan fundamentadas como ciencias). Se a virtude é unha forma de coñecemento tamén sera algo ensinable, de aí a importancia concedida á educación (paideia).

O home é virtuoso cando desprende a súa alma das paixóns corporais, acercándose así ás ideas, co cal o suxeito mellor dotado para xulgar a conducta moral será o filósofo, xa que só el posúe o necesario: experiencia, coñecemento e capacidade para expresalo.

Pero a identificación da virtude co coñecemento tamén plantexa dificultades. A ética de Platón, como a de Sócrates, califícanse como INTELECTUALISMO ÉTICO: a bondade é coñecemento, e ninguén fai ao mal voluntariamente. Afirmacións que entran en contradicción coa responsabilidade moral, xa que

¿que sentido tería o castigo se os malvados non son máis que pobres ignorantes?.

No Libro IV da República aparece a súa clasificación das virtudes, nun claro paralelismo coa súa teoría da alma e coa súa teoría política. Atopamos unha virtude específica para cada función da alma e para cada clase social:

Deste paralelismo se deduce que a ética de Platón conduce necesariamente á súa política, e viceversa: só a cidade xusta crea e educa aos homes xustos.

Platón expón a súa teoría política fundamentalmente na República. No libro primeiro plantexa a actitude xeral: a política é unha ciencia e o seu obxectivo está constituido polo interese, non do gobernante, senón do gobernado. Continúa tratando de caracterizar a finalidade orixinaria do estado. O estado aparece pola necesidade que teñen os homes de axuda e cooperación. Para os gregos era inconcebible a vida ao marxe

Alma racional (nous, logos) Inmortalintelixente, de natureza divinaCerebroVIRTUDE: PRUDENCIA

Alma irascible (thymos) MortalPasións nobresTóraxVIRTUDE: FORTALEZAAlma apetitiva (epithymia) MortalMortal, pasións innobres, necesidades corporaisAbdomenVIRTUDE: TEMPERANZA

Alma (antropoloxía)

Estado (política) Virtudes (ética)

Racional Gobernantes Prudencia ou sabedoríaIrascible Gardiáns Fortaleza ou Valor Apetitiva ou Concupiscible

Productores Temperanza

Armonía da alma Armonía do estado

Armonía ética (xustiza: areté)

da polis. Ninguén pode ser perfectamente bo vivindo ao marxe do estado. O home é un animal social, e por eso só dentro da polis pode vivir como é debido. Ante a incapacidade dos gobernantes da súa época Platón tratará de determinar a natureza e función do Estado.

Como ninguén se basta a si mesmo e necesario que os homes se agrupen. Nun primeiro momento necesitamos comida, roupa e vivenda, aparecen así os texedores, ferreiros, agricultores, carpinteiros, etc. A división do traballo establécese en función das habilidades de cada home. Este primeiro agrupamento forma unha sociedade caracterizada pola súa rudeza (un "cebadeiro de porcos" di Glaucón), por eso, para ter os refinamentos da civilización, admitiremos un segundo agrupamento: músicos, poetas, educadores, cociñeiros, barbeiros, etc. Temos xa unha primeira clase social, a dos ARTESANS ou PRODUCTORES.

O aumento de poboación trae como consecuencia a necesidade de aumentar a producción. Necesítase máis territorio, aparecen as guerras e con elas a segunda das clases sociais, os GUERREIROS ou GARDIÁNS. Ser gardián require coñecementos especificos, de aí a importancia da educación (música, ximnasia e narracións lexendarias).

Temos dúas clases sociais pero ¿quen gobernará? Os GOBERNANTES serán escollidos entre a clase dos gardiáns, aqueles que desde a infancia se distinguisen por facer sempre o mellor para o estado, os máis fortes, os máis intelixentes, os máis amantes do estado.

Se a política é unha ciencia, deberá gobernar o amante da ciencia: os filósofos deben gobernar ou os gobernantes deben practicar a filosofía (filósofo–rei, metáfora do barco; LIBRO VI).

A organización social será de tipo comunista. A propiedade privada é algo relativo exclusivamente á clase dos productores. As dúas clases superiores non terán propiedade privada. Nin siquera muller e fiIlos, que serán comús. Si se prohibe a propiedade privada é para eliminar as ansias desmesuradas de riqueza, por eso tamén se prohibe a familia, eixo en torno ao que xira a propiedade privada e tódolos males que esta trae consigo.

A EDUCACIÓN é o tema fundamental do Libro VII, a educación que han recibir os Gobernantes. Deben adquirir a ciencia suprema, a Dialéctica, capacidade de captar as relacións universais entre as cousas, capacidade de pensar e expresarse loxicamente. Os dialécticos captarán as Formas, e a Forma Suprema (Idea de Ben) para despois gobernar dacordo con Ela. Pero antes de alcadar a sabedoría plena é necesario ir ascendendo progresivamente por tódolos peldaños da Liña do coñecemento, recalcando a importancia da astronomía e das matemáticas.

Nos libro VIII e IX da República expón as diferentes formas de goberno. A superior é a ARISTOCRACIA, estado perfecto, goberno dos mellores. Por baixo está a TIMOCRACIA, que acontece cando as clases superiores repártanse as propiedades dos restantes cidadáns; predomina o elemento irascible. Pero aumenta a ansia de riquezas e o poder político pasa a depender da riqueza dos propietarios, temos a OLIGARQUIA. Os pobres síntense explotados e expulsan aos ricos, aparece a DEMOCRACIA. O desmedido amor á liberdade propiciado na democracia, donde domina o elemento concupiscible conduce, por reacción, mediante un golpe de estado, a TIRANÍA..

Nas Leis, un dos seus últimos diálogos, Platón dase conta da imposibilidade de realizar o seu ideal, por eso limítase neste diálogo a ofrecer un código conforme ao cal unha cidade poida gobernarse nas circunstancias reais do mundo. O gobernante ideal relégase a un pasado mítico.F. VALORACIÓN.A filosofía de Platón representa un certo progreso con respecto aos PRESOCRÁTICOS, estes só vían un aspecto da realidade: o múltiple no caso de Heráclito, o Un no caso de Parménides. O sistema, platónico articulará e sintetizará ambas posturas. Con respecto a Heráclito postulará un Ser verdadeiro, unha Realidade estable susceptible de ser coñecida. Con respecto a Parménides afirmará a realidade das cousas sensibles, aínda que non sexa unha auténtica realidade ao menos Participan do Ser.Tamén representa un progreso con respecto a SÓCRATES xa que leva as súas investigacións máis alá, profundizando de forma teórica a filosofía do seu mestre.Pero a teoría das Formas non é satisfactoria: queda pendente o problema do "abismo", a esfera do devir queda sen explicación, e tamén queda sen explicar como participan os obxectos nas Ideas.A pesar do dito, hai elementos positivos en Platón: establece a posibilidade da verdade e, con ela, do coñecemento. A realidade é racional, e por eso pode ser coñecida. Nós non podemos ter intuición directa do Absoluto, pero por medio da reflexión racional podemos establecer valores, fins e ideais. E este é, en resumidas contas, o punto capital da teoría platónica.As súas ideas propagáronse gracias á influencia da Academia, aínda que logo abandoase as súas ensinanzas máis puras, chegando en casos ao escepticismo. Influíu tamén en PLOTINO, no século III d.C. O pensamento medieval, ata o século XIII é profundamente platónico, como se reflicte en SAN AGUSTÍN ou SAN BUENAVENTURA. Xa no Renacemento, e en concreto en GALILEO, propiciará o nacemento da nova ciencia. En plena Ilustración, o mesmo NEWTON; recibiu influencias neoplatónicas.

G. TEXTOS DE PLATÓN.1. A teoría platónica das ideas.

“- E se tivesen entre eles certas honras e loanzas mutuas, e premios para quen máis agudamente recoñecese as cousas que pasaban, ou para quen lembrase mellor cales eran as que adoitaban pasar antes, despois ou a vez, e de aí adiviñase o máis exactamente posible o que ía ocorrer, ¿pensas que sentiría desexos diso e que envexaría aos que entre aqueles son distinguidos e teñen poder? ¿Ou máis ben lle pasaría o de Homero que preferiría "andar ao xornal para calquera home sen bens" e sufrir calquera cousa, antes de seguir pensando daquela maneira e vivindo daquel xeito?

-Coido que sufriría máis ben todo, antes de seguir pensando de forma enganosa e vivir daquela maneira.

-Considera agora estoutro: se ese tal, despois de baixar de novo, ocupase o mesmo asento, ¿non tería os ollos infestados de tebras ao vir así de súpeto do sol?

-Talmente.-E se tivese que competir cos presos de toda a vida, xulgando outra vez sobre as sombras que aínda ve con dificultade antes de se lle acomodaren os ollos, co pouco tempo que tería, ¿non daría que rir e dirían del que, por subir alá arriba, vén cos ollos botados a perder, e que non paga a pena nin tentar subir? E se tratase de ceibalos e conducilos arriba, se tivesen ocasión de botarlle a man e matalo, ¿non o matarían?

-Sen dúbida”. Platón, A REPÚBLICA. Libro VII, cap. 3

2. A teoría ética de Platón: a virtude e a purificación da alma.“-Por iso, é posible que as demais chamadas virtudes da alma, sexan un tanto parecidas ás do corpo -

pois aínda que non estean presentes ao comezo, logo son introducidas por hábitos e exercicios-. En cambio, a da intelixencia ven ser, como parece, algo enteiramente máis divino, que nunca perde o seu poder e que se fai útil e proveitosa ou inútil e danosa segundo o xiro que tome. ¿Ou non te tes fixado que a pobre alma dos chamados perversos pero raposeiros mira con agudeza e ve de forma penetrante aquilo ao que está orientada, por non ter a vista defectuosa, mais que está condenada a servir ao mal, de xeito que canto máis perspicazmente mira, nesa mesma medida máis males fai?-Efectivamente.-Así e todo, se, operando de nenos a alma desa natureza, se lle podasen esa especie de bolas de chumbo que teñen que ver coa súa orixe e que, apegadas por enchentas, praceres e apetitos desa clase, manteñen a vista da alma dirixida cara abaixo; entón, se, librándose delas, se volvese cara á verdade, a alma deses homes vería con tanta finura corno ve agora aquilo ao que está orientada.-Naturalmente”. Platón A REPÚBLICA. Libro VII, cap. 4

3. A teoría política de Platón: clases sociais e formas de goberno.“-E é probable, incluso necesario, a partir do dito, que nin os ineducados nin os inexperimentados na

verdade gobernen algunha vez con aptitude un estado; nin aqueles a quen se lles permite pasar o tempo de cotío no estudio; os primeiros, porque non teñen na súa vida unha meta precisa en vista da cal é necesario facer todo o que se faga tanto privada como publicamente. E os segundos, porque non están dispostos a obrar de boa gana, crendo estar xa en vida asentados nas illas dos benaventurados, ¿ou non é así? -E a verdade.-Polo tanto, é labor noso, o de fundadores, obrigar ás mellores naturezas a que acaden o saber que dixemos antes ser o máis elevado: contemplar o Ben e remontar aquela ascensión, e alí subidos ver de forma apropiada, non permitíndolles o que agora se lles permite.-¿0 que?

-Permanecer alí e non querer baixar de novo ao pé daqueles prisioneiros nin participar con eles nos seus traballos e recompensas, sexan elas modestas ou importantes.

-Pero, e logo, ¿seremos inxustos con eles e farémoslles mala vida séndolles posible unha mellor? Platón A REPÚBLICA Libro VII, cap. 4

4. A antropoloxía platónica.“- ¿Non lle corresponde á parte racional mandar, sendo como é sabia, e ter a alma enteira ao seu

coidado, e á parte impulsiva obedecer e colaborar?-Totalmente.-¿E non será, como diciamos, unha combinación de música e ximnasia a que as harmonice, poñendo a ton á primeira, alimentándoa con boas razóns e fermosas ensinanzas, e, en cambio, relaxando a segunda, unha vez acougada, tranquilizándoa coa harmonía e o ritmo?-Certamente.-E ambas as dúas, criadas e instruídas rectamente e educadas na súa función, imporanse á parte concupiscible que, sendo a maior na alma de cada un, é por natureza de riquezas nunca farta; e haina que vixiar, non vaia

ser que despois de encherse dos praceres que chamamos carnais, medrando e facéndose forte, non faga o que lle é propio, senón que escravice e intente dominar sobre o que non lle corresponde á súa clase, e trastorne enteiramente a vida de todos.

-Exactamente.-E serán tamén estas dúas as que mellor vixíen a alma enteira e o

corpo contra os inimigos de fóra: unha tomando deliberacións e a outra loitando baixo as ordes da que manda e executando con valor o deliberado, ¿ou non?-Así é”. Platón A REPÚBLICA Libro IV, cap. 16

5. A ética platónica: a virtude e a purificación da alma.“- En verdade a xustiza era, como parece, algo así, pero non no que atinxe á praxe externa das

cousas de un, senón á interna, que é a que realmente se refire a un mesmo e aos seus asuntos, cando un non permite que ningunha das partes que hai na alma fagan o que lles é alleo nin se interfiran entre si, senón que dispón os asuntos propios como corresponde e autogobernarse poñéndose en orde a si mesmo e facéndose amigo seu, harmonizando as tres partes de forma tan natural como as tres posicións do acorde musical, a da corda grave, da aguda e da media, e outras intermedias caso de habelas: uníndoas todas elas e conseguindo da variedade unha completa unidade, moderada e afinada. Obrando así, sexa que faga algo sobre adquisición de riquezas, ou o coidado do corpo, ou sobre cuestións públicas ou acordos privados, en todos estes asuntos terá por xusta e fermosa -e así a chamará- a conducta que cumpra e fortaleza esa disposición, e, sabedoría, á ciencia que presida a devandita praxe. En cambio, inxusta á conducta que destrúa esa disposición, e, ignorancia, á opinión que a sustente.-Dis a pura verdade, Sócrates.-Pois ben, se dixesemos que temos descuberto o home e o Estado xusto e a xustiza que hai neles, creo que non suporiamos estar equivocados de todo”. Platón A REPÚBLICA Libro IV, cap. 17

6. A teoría do coñecemento en Platón.“- Comprendo, aínda que non a perfección, pois dáme que te refires a un difícil asunto; en efecto,

intentas precisar que é máis clara a contemplación do ser e do intelixible obtida por medio da ciencia dialéctica que a obtida polas chamadas ciencias para as que as hipóteses son como principios, e aínda que os que se dedican a elas precisan do pensamento discursivo e non dos sentidos, sen embargo, por non investigaren remontándose ao principio, senón por hipóteses, paréceche que non acadan un coñecemento intelectual desas cousas que, con relación a un principio, si son intelixibles, Por iso paréceme que lle chamas pensamento discursivo, mais non intelixencia, ao estado mental dos xeómetras e afíns, por ser o pensamento discursivo algo entremedias da opinión e da intelixencia”. Platón A REPÚBLICA Libro VI, cap. 21

7. Teoría da Natureza: o cosmos platónico.“Xa que logo, na miña opinión, esto é o primeiro que hai que distinguir: que é sempre, pero non ten

nacemento, e que é o que está a nacer sempre, pero non é nunca; aquel é aprehensible polo pensamento mediante o razoamento, xa que é sempre o mesmo, mentres que este é susceptible de opinión por medio da sensación irracional, xa que nace e perece, pero nunca é realmente. Ademais, todo o que nace necesariamente é xerado por algunha causa; pois é imposible que nada teña nacemento sen causa. Cando, pois, o demiúrgo, poñendo a ollada no que é permanentemente o mesmo, produce a idea e a potencia a partir deste modelo, todo canto é así feito é fermoso. Pero se, pola contra, parte do que é xerado, facendo uso dun modelo tomado do enxergado, nada será fermoso”. Platón, Timeo.

8. Teoría da Natureza: o cosmos platónico. “- Digamos xa a causa pola que o productor produciu a xeración e o todo. Era bo, mais no bo nunca

nace ningún tipo de envexa respecto de cousa ningunha; exento dela, quixo facer tódalas cousas o máis semellante a si mesmo. É admitido por parte dos homes sabios, e por tanto pode ser admitido rectamente por calquera, que este é o principio fundamental da xeración e do mundo. Pois o Deus quixo que tódalas cousas fosen boas, e que nada, no posible, fose inútil, encontrando que todo o visible non estaba nun estado de quietude senón nun movemento confuso e desordenado, fíxoo pasar da desorde á orde, entendendo que esta é máis boa que aquela”. Platón, Timeo.

9. A teoría do coñecemento en Platón.“- Por conseguinte, antes que empezaramos a ver, oír e percibir todo o demais, era preciso que

tiveramos captado nalgún lugar o coñecemento do que é igual en si mesmo, se é que a este punto iamos referir as igualdades aprehendidas polos nosos sentidos, e que todas elas se esforzan por ser tales como aquelo, pero resultan ser inferiores.

-É necesario de acordo co que está dito, Sócrates.

-¿Quizais desde que nacemos viamos, oiamos, e tiñamos os demais sentidos?-Desde logo que si.-¿Era preciso, entón, dicimos, que teñamos adquirido o coñecemento do igual antes ca estes?-Si-Polo tanto, antes de nacer segundo parece, é necesario que o teñamos adquirido.-Eso parece.-Así que, téndoo adquirido antes de nacer, nacemos con el ¿Sabiamos xa antes de nacer e a penas

nacidos non só o igual, o maior e o menor e todo o desta clase? Pois o razoamento noso de agora non é en algo máis sobre o igual en si que sobre o bo en si e o xusto e o santo e, ao que precisamente me refiro, sobre todo aquelo que etiquetamos co “eso é o que é”, tanto ao preguntar nas nosas preguntas como ao responder nas nosas respostas. De xeito que nos é necesario ter adquirido o coñecemento todo antes de nacer”. Platón, Fedón, 75b.10. A política: clases sociais e formas de goberno. “Terminei por adquirir o convencemento con respecto a tódolos Estados actuais, de que están, sen excepción mal gobernados; en efecto, o referente á súa lexislación non ten remedio sen unha extraordinaria reforma, acompañada ademais de sorte para implantala. E vinme obrigado a recoñecer, en loanza de verdadeira filosofía, que dela depende o obter unha visión perfecta e total do que é xusto, tanto no terreo político coma no privado, e que non cesará nos seus males o xénero humano ata que os que son recta e verdadeiramente filósofos ocupen os cargos públicos, ou ben os que exercen o poder nos Estados cheguen, por especial favor divino, a ser filósofos no auténtico sentido da palabra”. Platón, CARTA VII, 326 a/b.5. ARISTÓTELES (383-322).

A. VIDA E OBRAS.383 Nace en Estaxira (Tracia). Fillo de Nicómaco, médico da corte dos reis de Macedonia.366 Con 17 anos é enviado a Atenas polo seu pai para estudiar na Academia de Platón, onde permanece ata a morte do seu mestre.347 Coa morte de Platón Aristóteles abandona Atenas, probablemente por disputas co novo director da Academia (Espeusipo, sobriño de Platón) e a súa interpretación pitagórica do legado platónico. Viaxou a Eassos de Tróade, casando don Pythia, sobriña adoptiva do tirano-filósofo Hermias, discípulo

tamén da Academia. Uns anos despois viviu en Mitilene, na illa de Lesbos. Nas dúas cidades fundou escolas de clara orientación empírica, centrándose en investigacións biolóxicas que marcarán posteriormente a súa obra.343 Filipo II de Macedonia chama a Aristóteles para que se ocupe da educación do seu fillo Alexandre (que tiña 13 anos e será Alexandre Magno). Seis anos despois Alexandre sube o poder e Aristóteles o acompaña nos seus viaxes e expedicións militares336 Volve a súa cidade natal Estaxira donde actúa como lexislador.335 En Atenas funda unha nova escola, co apoio económico de Macedonia: o Liceo, que recibiu o seu nome pola proximidade a un templo adicado a Apolo Licio; tamén chamado Peripato (do grego peripatos que significa paseo) pois solian pasear e discutir por unha galeía cuberta. Na súa biblioteca dába clases e impartía

a súas ensinanzas.323 Coa morte de Alexandre Magno en Atenas desátase unha furia antimacedónica. Aristóteles é acusado de impediade, como Sócrates, e busca refuxio na illa Eubea (na cidade de Calcis).322 Morre en Calcia a idade de 62 anos.OBRAS:Á morte da Aristóteles as súas obras as hereda o seu discípulo Teofrastro para pasar logo de man en man ata que no século I a. C. Andrónico de Rodas as clasificou e as deu a coñecer. Ata ese momento só se coñecían obras de marcado cariz platónico, escritas en forma de diálogo e das que hoxe non se conserva apenas nada, son os chamados ESCRITOS DE DIVULGACIÓN: Eudemo, Sobre as ideas, e Sobre a Filosofía. O conxunto fundamental da obra aristotélica

(o Corpus Aristotelicum) son obras escritas no interior do Liceo, notas dos seus alumnos e notas de el mesmo para impartir as súas clases. Xeralmente organízanse en función da súa temática:1.Tratados de Lóxica: Categorías, Acerca da interpretación, Primerios analíticos, Analíticos posteriores, e Tópicos;2. Tratados de Física: Física, Acerca do ceo, Acerca da xeneración, da corrupción, e Meteoroloxía;

3.Tratados de Bioloxía: Acerca da Alma, Historia dos animais, Acerca das partes dos animais, Acerca dos movementos dos animais e Acerca da xeración dos animais;4.Tratados de Filosofía (Filosofía primeira, ética, política e estética): Metafísica, Ética a Eudemo, Ética a Nicómaco, Política, Retórica e Poética.Finalmente están as RECOPILACIÓNS DE MATERIAIS: Constitucións dos estados gregos, Lista dos vencedores nos xogos Píticos e Diseccións.B. INTRODUCCIÓN.

A filosofía de Aristóteles é unha reacción empirista contra a especulación da teoría do seu mestre Platón. O lóxico sería comenzar pola explicación da súa visión do mundo empírico (a Física) e a súa teoría do coñecemento, para pasar depois pola súa epistemoloxía e finalmente a súa visión do home, da ética e da política. Indo deste xeito do concreto ó abstracto. Por motivos de claridade comenzaremos pola súa teoría do coñecemento, centrándonos no concepto de abstracción e a labor do entendemento na creación das ideas. Pasaremos despois a exposición da súa concepción do mundo físico e da teoría hilemorfista. Como consecuencia e caso especial no mundo natural explicaremos a súa antropoloxía e ós plantexamentos das accións humanas individuais (ética) e colectivas (políticas). Sinalar ademais que na obra de Aristóteles non se perdeu a preocupación política e social da obra platónica, por moito que o énfasis aristotélico estivera posto no mundo físico a vida do home na polis segue a ser o centro da súa filosofía.CRÍTICA A PLATÓN E TEORÍA DO COÑECEMENTO.

Para Aristóteles a teoría das Ideas é inútil: por un lado, o único que fai é duplica-las cousas que debían ser explicadas; por outro lado, non nos axuda a coñecer outra cousa que non sexan as Ideas (coñece-lo Estado Ideal non nos asegura ningún coñecemento sobre o Estado real); ademais, non explica o movemento, xa que as cousas son móbiles e as Ideas non; por último, se as Ideas serven para explica-las cousas sensibles tamén deberían ser de natureza sensible.

Pero a Teoría das Ideas non só é inútil, tamén é imposible: a relación entre as Ideas e os obxectos só é posible como metáfora poética, e de todos xeitos implicaría o chamado problema do "Terceiro Home", que esixiría unha infinita cadea de Ideas cada vez máis xenerais.

A Aristóteles non lle interesan as Ideas, senón os individuos, ou como el os chama, as sustancias. É certo que todo coñecemento é sempre coñecemento do universal, pero non existe contradicción entre esta afirmación e a tese anterior de que o que interesa coñecer son os individuos. O universal só existe a través de cada individuo concreto, o concepto universal de “Home” fórmase a partir do que teñen en común os diferentes “homes”. O coñecemento científico é deductivo, vai do xeral ao particular, deduce os efectos a partir das causas; pero para forma-la primeira premisa é necesaria a percepción sensible e a inducción: a enumeración de tódolos casos coñecidos. Todo coñecemento parte, polo tanto, dos sentidos, do particular e concreto, ascendendo despois ao xeral e universal. Aristóteles identifica o universal coa esencia. Cada individuo ten unha esencia, e tódolos individuos dunha mesma clase terán a mesma esencia específica.

Para Aristóteles existe pois unha continuidade perfecta entre o coñecemento sensible e o coñecemento intelectual. Só pode existir o coñecemento intelectual na medida en que temos contacto directo coa realidade no coñecemento sensible. O coñecemento sensible é orixen e principio de todo saber humano. Pero só e a súa orixe temporal, pois a nivel lóxico o coñecemento intelectual ten primacia. A abstracción é a operación pola que o home pasa do particular (sensible) ó universal (intelectual): o ser humano formase unha imaxe (fantasia, imaxinación) do obxecto que ten diante. Nesa imaxe a materia do obxecto “desaparece” no entendemento humano e queda a forma do mesmo. O entendimento extrae o que de universal existe no obxecto concreto. Polo tanto o coñecemento intelectual ten como materia de traballo as imaxenes que lle proporciona o coñecemento sensible. E é entón cando o ser humano aplica o universal na observación do obxecto concreto e, agora, o mira dun xeito diferente: proxecta sobre o singular e concreto a súa universalidade.Clasificación dos saberes.

Aristóteles entende que, desde o punto de vista do seu obxecto, o coñecemento é ou ben do necesario ou inmutable ou ben do continxente. O coñecemento do inmutable é sempre un coñecemento teórico (sabiduría) e ocúpase por intución de descubrir os principios fundamentais que as ciencias particulares usaran. É o coñecemento máis elevado e particularmente humano. O coñecemento do contixente pode dirixirse cara ó facer ou producir dando lugar a técnica (poiesis = arte). Pero tamén pode centrarse no actuar dos homes, ben de forma individual (a ética), ben en forma colectiva (a política).

En consecuencia para Aristóteles a Filosofía é a forma suprema de sabedoría. Temos unha filosofía teórica: a) Física ou filosofía natural (ocúpase das cousas materiais móbiles), b) Matemáticas (ocúpanse das cousas materiais inmóbiles), c) Teoloxía (que se ocupa das cousas

Grados do coñecementoCoñecemento sensible

Particular Sensación: percepción sensible.Experiencia: por familiaridade.

Coñecemento intelectual

Universal Técnica: saber facer as cousas.Prudencia: saber actuar ben.Ciencia: deducción das causas e esencias dos seres

Universal E Necesario

Inlelixencia: principios primeirosSabiduria: teoremas

inmateriais e inmóbiles). Unha filosofía práctica: d) Ética e e) Política. E unha filosofía poética: f) Estética. Contando ademais coa lóxica, que ten a forma dunha teoría do coñecemento, e coa metafísica. Primeiro teríamos a sensación e despois, coa acumulación de sensación a expericia. Pero sobre ela os humanos construimos diferentes varios grados de coñecemento humano, desde o máis concreto ó mais abstracto: a técnica, despois viría a prudencia (ética e política), e finalmente a ciencia (episteme), a intelixencia (nous) e a sabiduría (sophía).

Á metafísica chámalle Filosofía Primeira, e é a ciencia que ten como obxecto o obxecto común de tódalas demais (o ser), e como principios os principios que condicionan a validez de tódolos demais. Así, o que diga o metafísico sobre o ser deberá ser tido en conta por tódalas demais ciencias.D. A FÍSICA: TEORÍA DA NATUREZA E DO CAMBIO.

Aristóteles define a Física como a ciencia do ser en movemento. Por eso o primeiro paso debe ser demostra-la posibilidade do movemento (mtabolé, kinesis). Para Parménides o movemento era imposible porque o ser era un. Aristóteles sabe que se o ser é un faise imposible o movemento, por eso postula que o ser é á vez un e múltiple. Un en acto e múltiple en potencia. Sendo o movemento o paso da potencia ao acto. Sen esta diferenciación a explicación do movemento faríase imposible. O ser é-un e múltiple, o ser dise de moitas maneiras. A ciencia física só é posible se recoñecemos esta pluralidade de sentidos do ser. E para coñecer esta pluralidade debemos recurrir á metafísica, ciencia que nos amosa as diferentes Categorías do ser. Temos, en primeiro lugar, a categoría de sustancia (por exemplo home), e logo nove accidentes ou predicados da sustancia: cantidade, cualidade, relación, lugar, tempo, atoparse, ter, accionar e sufrir. A categoría máis importante é a sustancia, que nos informa sobre a esencia do individuo, mentras que as outras categorías non son máis que accidentes ou modicacións da sustancia. A sustancia ten unha composición hilemórfica, está formada por materia (hylé) e forma (morphé). A materia é o sustrato material do que está feito o individuo; a forma é aquelo que fai que certa materia sexa tal cousa e non tal outra. Pero, a diferencia de Platón, as formas non se atopan separadas, non hai materia sen forma, nen forma sen materia.

Podemos agora explica-lo movemento, para o que recurriremos a tres principios: a materia, a forma e a privación. A materia é o sustrato que permanece eternamente presente. A forma representa o futuro, o que a cousa chegará a ser. A privación é o pasado, o punto de partida, o perdido no cambio.

Para Aristóteles existen dous tipos fundamentais de cambio ou movemento: o cambio sustancial, é dicir, o cambio según a sustancia, que non é outra cousa que o nacemento e a morte. E os cambios accidentais, que se dividen en: cambio según a cantidade, crecemento e disminución; cambio según a cualidade, alteración; e cambio según o lugar, transporte.

Vimos o proceso do movemento, agora debemos explica-lo seu porque. Aristóteles distingue catro factores explicativos do movemento, ou catro causas: causa material, causa formal, causa eficiente e causa final. Ante a pregunta de ¿por que caeu a casa?, aludindo ao factor material contestamos: porque non tiña cemento. Ante a pregunta ¿por que lle saen cornos á vitela? contestamos porque é unha vaca, e a forma vaca inclúe ter cornos. Ante a pregunta ¿por que caíches? aludindo á causa eficiente contestamos, porque fulano empuxoume. E ante a pregunta ¿por que fas deporte?, aludindo á causa final respostamos, para adelgazar.

Para explica-la orixe do movemento no universo Aristóteles volve botar man da metafísica. Se todo o que se move é movido por algo, para non remontarnos ata o infinito na serie de motores previos, é preciso que exista un primeiro motor que non fose movido. Ese Primeiro Motor Inmobil é Deus. A física precisa un principio metafísico, un acto puro que puxera en marcha o movemento no universo, aínda que despois se despreocupe totalmente e a súa única actividade sexa pensarse a si mesmo.

O universo de Aristóteles está formado por un mundo sublunar e un mundo supralunar. No primeiro está a Terra, centro do universo. O mundo sublunar está formado por catro elementos (auga, terra, ar e lume) e rexido por leis pouco precisas que se conforman con resaltar o que sucede máis a miúdo. O mundo supralunar está composto de éter, e está rexido por leis matemáticas exactas, dotado dun movemento eterno e circular. O universo é finito no espacio, limitado pola bóveda das estrelas fixas; é infinito no tempo.

Remataremos a física resumindo como, para Axistóteles, existen dous tipos de seres en movemento: os seres naturais, que posúen a fonte de movemento en si mesmos e están orientados cara un fin; e os seres artificiais, con fonte de movemento externa, pero orientada cara un fin.

O ser natural posúe unha causalidade eficiente, inmanente e orientada a fins. Tende a alcanza-la perfección que lle é propia. Por eso o mundo natural aristotélico é teleolóxico. Negadas as Ideas de Platón o Ben xa non pode ser algo que estea fóra do mundo, o ben reside agora en cumpli-la tendencia que leva a tódolos seres á súa perfección. O ben da semente é acada-la súa perfección convertíndose en planta.

E. ANTROPOLOXÍAO home está formado por corpo e alma. O corpo é a materia, e contén a vida en potencia, a

capacidade de vida. A alma é a forma, e como tal actualiza a potencia do corpo. A alma é o principio vital dos seres vivos.

Atopamos tamén un dualismo, pero menos esaxerado que o de Platón. Alma e corpo forman a sustancia, polo que o corpo non poder ser considerado a tumba da alma, máis ben habería que dicir que a alma, sen o corpo, non podería desenrola-las súas facultades.

Existen tres tipos de alma: a alma vexetativa ou nutritiva; a alma sensitiva, que inclúe ademais as capacidades de percibir, desexar e actuar; e por último está a alma humana. Ésta inclúe tódalas funcións anteriores e divídese en: alma pasiva, a que recibe as impresións; e alma activa, que pode ser cognoscitiva, se busca a verdade por si nesma; ou reflexiva, cando ten unha finalidade práctica.F. ÉTICA .

A finalidade da ética é a felicidade, e ser feliz ou non depende do home, según faga o ben ou o mal, según acade a virtude ou non. Pero agora o principal non é o coñecemento da virtude, senón o ser virtuoso. Todo depende de obrar virtuosamente, a finalidade non é o simple coñecemento, senón a acción virtuosa.

A meta de tódalas accións é a eudaimonía. Pero a eudaimonía non é unha posesión pasiva, senón un modo de actividade, e xa que o home é un animal racional, a eudaimonía será un modo de actividade da alma conforme á razón. Por eso nen os nenos nen os animais poden ser felices.

Será feliz aquel home que obre continuamente dacordo coa virtude e estea provisto de abundantes bens externos ao longo da súa vida. E a virtude é definida como unha determinada e duradeira disposición da alma, que se sitúa nun punto medio entre dous extremos, o exceso e o defecto. A Intelixencia práctica é a encargada de determinar dito medio. A virtude adquírese mediante o hábito, xa que por natureza non somos nen bos nen malos. A elección depende de nós, que somos libres, por eso se pode falar de responsabilidade moral. A razón fainos donos da nosa vontade.

Existen dous tipos de virtudes: as virtudes dianoéticas ou intelectuais, como a sabidoría (parte cognoscitiva da alma) e a Intelixencia Práctica (parte reflexiva); e as virtudes éticas (“unha disposición a decidir ó término medio, conforme o criterio que seguiría o home prudente” Ética a Nicómaco, II, 1106b), que se corresponden coa parte irracional da nosa alma e son a coraxe, a temperanza e a xustiza. Estas últimas ocúpanse dos afectos e das paixóns e deixan como consecuencia o pracer ou a dor. O pracer ben pode ser sensible, compartido co resto dos animais; ou intelectual, exclusivo do home e superior.G. POLÍTICA.

O home é definido como un animal político (zoon politikón) gracias a súa capacidade de falar e a necesidade de comunicar, a natureza destina ao home polo tanto á vida social. Por eso é preciso o Estado. A familia só satisface as nosas necesidades cotiáns, a aldea algunhas máis, pero só o Estado é autosuficiente, só no Estado pode o home ser feliz. Non toda asociación entre homes é unha comunidade humana. O que define a comunidade é a necesidade de perseguir un mesmo fin. Pero non pode ser simplemente vivir senón axudarse a vivir. O fin da cidade-estado é o máis alto: o ben común, e dicir, vivir ben e obrar ben. O Estado existe, pois, para un fin, o ben supremo do home, facer feliz ao home proporcionándolle a posibilidade dunha vida moral e intelectual. A política ten para Aristóteles polo tanto unha finalidade ética.

. Aristóteles entende polo tanto que distintas formas de goberno poden ser axeitadas para conseguir o ben común e satisfacer deste xeito a natureza política do home. Existen tres formas rectas ou lícitas de goberno e tres degradadas ou ilícitas. As rectas son a monarquía (goberno dun só), a aristocracia (goberno de varios) e a república (na que gobernan moitos). Monarquía e aristocracia son as millores, e a república sería unha forma mixta entre monarquía e aristocracia. As formas degradadas derivan das anteriores cando se perde a búsqueda do ben común: a tiranía (degradación da monarquía na que un só goberna o seu capricho e en contra do pobo; é a peor das formas de goberno), a oligarquía (na que varios buscan non o ben común senón o seu ben particular) e a demagoxia ou democracia (moitos buscan o seu ben particular).

Formas de gobernoOrde de Perfección

Foma de Goberno Fin o que tende Soberano

Rexímenes rectos:Conforme á xustiza

1º República / politeia Interese común A maioría2º Monarquía Interese común Un individuo3º Aristocracia Interese común A minoria (elite)

Rexímenes despóticos:Degradacións

4º Tiranía Interese do monarca Un só individuo5º Oligarquía Interese dos ricos A minoria (ricos)6º Democracia Interese dos pobres A maioria

A política de Aristóteles é polo tanto pragmática, non existindo ningunha forma boa en si mesma, senón que as circunstancias e a historia da cidade determinaran cal delas se ciñe millor o obxectivo ético da organización política.

H. TEXTOS DE ARISTÓTELES:1. Un novo enfoque filosófico fronte ó platonismo. “Do que acabamos de dicir sobre a mesma ciencia, derívase a definición de filosofía que buscamos. É preciso que sexa a ciencia teórica dos primeiros principios e das primeiras causas, porque unha das causas é o ben, a razón final. E que non é unha ciencia práctica próbao o exemplo dos primeiros que filosofaron. O que nun principio moveu aos homes a facer as primeiras indagacións filosóficas foi, como hoxe en día, a admiración. Entre as cousas que espertaban a súa admiración e das que non podían darse explicación, aplicáronse primeiro ás que estaban ao seu alcance; despois, avanzando paso a paso, quixeron explicar os máis grandes fenómenos; por exemplo, as diversas fases da lúa, o curso do sol e dos astros e, por último, a formación do universo. Ir á procura dunha explicación e admirarse, é recoñecer que se ignora. E así, pode dicirse, que o amigo da ciencia tamén o é en certa maneira dos mitos, porque o asunto dos mitos é o marabilloso. Por conseguinte, se os primeiros filósofos filosofaron para liberarse da ignorancia, é evidente que se consagraron á ciencia para saber, e non pola súa utilidade”. Aristóteles, Metafísica, I, 2.2. Teoría da natureza: hilemorfismo e explicación do cambio. “Pero a aporía máis importante coa que cabe enfrontarse é esta: ¿de que serven as formas para as cousas sensibles, tanto para as eternas como para as que se xeran e corrompen? Desde logo, non son causas nin do seu movemento nin do seu cambio. Pero é que tampouco aportan axuda ningunha nin en orde á ciencia das demais cousas (non son, en efecto, a súa esencia: se o foran, estarían nelas), nin respecto do seu ser, posto que non son inmanentes ás cousas que delas participan... Pero certamente as demais cousas non poden provir das formas en ningún dos sentidos en que usualmente se di “provir de”. E dicir, a súa vez, que as formas son modelos e que as demais cousas participan delas non é outro que proferir palabras baleiras de significado e formular metáforas poéticas. Pois ¿que é o que actúa mirando as ideas? Pode ocorrer, en efecto, que algo sexa ou se faga semellante a outra cousa sen ser modelado segundo ela; de xeito que, existindo ou non existindo Sócrates, alguén podería chegar a ser como Sócrates; e é evidente que o mesmo podería ocorrer se Sócrates fose eterno. Ademais haberá varios paradigmas dunha mesma cousa, e, por tanto, tamén varias especies; por exemplo, do home serán especies o animal e o bípede, e , ao mesmo tempo, tamén o home en si”. Aristóteles, Metafísica, I, 9, 991,a.3. Teoría da natureza: hilemorfismo e explicación do cambio.

“Así, pois, nun primeiro sentido, chámase causa aquelo a partir do que se fai ou produce algo, de maneira que permanece no ser producido como inmanente. Así, por exemplo, o bronce é causa da estatua, e a prata da copa, igual que os xéneros destas cousas; e doutra maneira son causas a forma e o exemplar ou modelo...

Noutro sentido, é causa aquelo de de onde provén o primeiro principio do movemento ou do repouso. Causa deste tipo é o que toma unha decisión; ou o pai do fillo, e , en xeral o que produce algo do que é producido, e o que provoca o cambio ou desencadea o movemento respecto do que cambia ou do que é movido. Finalmente, é causa tamén o que ten razón de fin. Trátase da causa final. Por exemplo, a saúde con respecto do pasear. Preguntamos, en efecto, ¿por que pasea? E respostamos: para gozar de boa saúde”. Aristóteles, Física, II, 3.4. Teoría da natureza: hilemorfismo e explicación do cambio. “Non hai cambio fóra das cousas. En efecto o que cambia, cambia sempre ou segundo a sustancia, ou segundo a calidade, ou segundo a cantidade, ou segundo o lugar; agora ben, non é posible atopar nada común por encima destas cousas, algo que non sexa nin sustancia, nin cantidade, nin calidade, nin ningunha das restantes categorías; logo, non pode haber movemento nin cambio de nada fóra das cousas indicadas xa que nada hai fóra delas...

Ao quedar xa distinguidos, dentro de cada xénero, o que é en acto e o que é en potencia, o movemento é o acto do que está en potencia en tanto que tal: por exemplo, a alteración é o acto do alterable en tanto que alterable, o crecemento e a diminución do que é capaz de crecer e do seu contrario, do que é capaz de diminuír (non existe un termo común para designar a ambos); a xeración é o acto do xerable e corruptible, o desprazamento do desprazable.

Que esto é o movemento resulta evidente polo seguinte: en efecto, cando o edificable se actualiza, se está edificando, e nisto consiste a edificación. E o mesmo cando se aprende, se cura, se rota, se salta, se medra ou se envellece”. Aristóteles, Física, III, 1, 200b32.5. Teoría da natureza: hilemorfismo e explicación do cambio.

“Si, pois, todo ser movido se move necesariamente por algunha cousa, e por unha cousa a súa vez movida por outra ou non; se o é por outra cousa a súa vez movida, é necesario que exista un primeiro motor que non sexa movido por outra cousa distinta; pero si, por outra parte, atopamos este primeiro motor, non é preciso buscar outro. En efecto, é imposible que a serie de motores que son eles mesmos movidos por outra cousa chegue ata o infinito, posto que nas series infinitas non hai nada que sexa primeiro. Por tanto, se todo o que é movido é movido pola acción dalgunha cousa e o primeiro motor, sen estar en repouso, senón en

movemento, non é movido por outra cousa, é necesario que sexa movido por si mesmo”. Aristóteles, Física, VIII, 5.6. A ética: a virtude e a felicidade.

“Falo da virtude moral, que é a que ten relación coas paixóns e coas accións humanas, que son as que connotan exceso, defecto ou xusto medio. Por exemplo, os sentimentos de temor, de confianza en si mesmo, de concupiscencia, de ira, de piedade, nunha palabra, de pracer ou de dor, poden afectarnos ou demasiado ou demasiado pouco, e en ambos casos de maneira defectuosa. Pero si experimentamos estes sentimentos no momento oportuno, por motivos satisfactorios, respecto de persoas que os merecen, por motivos e en condicións convenientes, manterémonos nun excelente termo medio, que é o característico da virtude; da mesma maneira, hai nas accións excesos, defectos e termos medios.

Así, pois, a virtude está en relación coas accións, como coas paixóns. Nela o exceso é unha falta e o defecto provoca a recriminación; polo contrario, o termo medio logra os eloxios e o éxito, dobre froito característico da virtude. A virtude, é pois, unha especie de medianía, xa que a meta que se propón é un equilibrio entre dous extremos”. Aristóteles, Ética a Nicómaco, II, 6.7. A ética: a virtude e a felicidade.

“Chamamos máis perfecto ao ben que se persegue por si mesmo que ao que se busca por outra cousa, e ao que nunca se elixe por outra cousa, máis que aos que se elixen á vez por si mesmo e por outro fin, e en xeral consideramos perfecto o que se elixe sempre por si mesmo e nunca por outra cousa.

Tal parece ser eminentemente a felicidade, pois elixímola sempre por si mesma e nunca por outra cousa, mentres que os honores, o pracer, o entendemento e toda virtude desexámolos certamente por si mesmos (pois aínda que nada resultara delas, desexariamos todas estas cousas), pero tamén os desexamos en vista da felicidade, pois cremos que seremos felices por medio deles. En cambio, ninguén busca a felicidade por estas cousas, nin en xeral por ningunha outra”. Aristóteles, Ética a Nicómaco I, 7, 1097 a 15-b78. A política: orixe da sociedade e formas de goberno.

“E a razón pola que o home é un animal político en maior grao que calquera abella ou calquera animal gregario é algo evidente. A Natureza, en efecto, segundo dixemos, non fai nada sen un fin determinado; e o home é o único entre os animais que posúe o don da linguaxe. A simple voz, é verdade, pode indicar pena e pracer e, por tanto, tamén a posúen os demais animais (xa que a súa natureza desenvolveunos ata o punto de ter sensacións do que é penoso ou agradable e de poder significarse esto uns a outros); pero a linguaxe ten o fin de indicar o proveitoso e o nocivo e, por conseguinte tamén o xusto e o inxusto, xa que é particular propiedade do home, que o distingue dos demais animais, ser o único que ten a percepción do ben e do mal, do xusto e do inxusto e das demais calidades morais, e é a comunidade e participación nestas cousas o que fai unha familia e unha cidade-estado”. Aristóteles, Política, I, 1.9. A política: orixe da sociedade e formas de goberno.

“Neste tema, como nos demais, o mellor método de investigación é estudiar as cousas no proceso do seu desenvolvemento desde o comezo. Así, pois, a primeira unión de persoas a que dá orixe a necesidade é a que se dá entre aqueles seres que son incapaces de vivir o un sen o outro, é dicir, é a unión do varón e a femia para a continuación da especie (e non por un propósito deliberado, senón porque no home, igual que nos demais animais e nas plantas, hai un instinto natural que desexa deixar tras de si outro ser da mesma clase que un mesmo) e a unión do que naturalmente é gobernante e do que naturalmente é súbdito, pois o que é capaz de prever as cousas coa súa mente naturalmente é gobernador e señor ou xefe, e o que é capaz de facer esas cousas co seu corpo é naturalmente súbdito e escravo; por eso este señor e este escravo teñen un interese común...

Por outra parte, a comunidade primaria constituída por varias familias para satisfacción das necesidades meramente cotiás é o pobo. O pobo ou aldea, segundo a explicación máis natural, semella ser unha colonia dunha familia, formada polos que algúns chaman “compañeiros de leite”, fillos e fillos dos fillos...

Finalmente, a comunidade composta de varios pobos ou aldeas é a cidade-estado. Xa acadou ao fin o límite dunha autosuficiencia virtualmente completa e, así, tendo comezado a existir sinxelamente para prover a vida, existe actualmente para atender a unha vida boa. De aquí que toda cidade-estado existe por natureza na mesma medida en que existe naturalmente a primeira das comunidades; a cidade-estado, en efecto, é a meta das outras comunidades”. Aristóteles, Política, I, 1.10. A política: orixe da sociedade e das formas de goberno.

“Agora ben: ¿cal é a mellor constitución e cal é o mellor modo de vida para a maioría das cidades e para a maioría da Humanidade, se non xulgamos pola norma da virtude, que está por encima do nivel dos cidadáns privados; ou pola norma da educación, que necesita dons naturais e medios provenientes da fortuna; nin pola norma da constitución ideal, senón pola norma dun modo de vida apto para ser compartido polo maior número posible de homes e dunha constitución que poida acadar a maioría das cidades? Porque as constitucións chamadas aristocráticas, das que vimos de falar, nalgúns casos caen fóra do fin da maioría dos

Estados, e noutros casos acércanse ás que se chaman repúblicas; de maneira que é máis axeitado falar destas dúas formas de goberno como si foran unha soa”. Aristóteles, Política, IV, 9.

6. O PERIODO HELENÍSTICO.ESTOICISMO.

Os primeiros estoicos, e sobre os que nos centraremos principalmente, son homes como ZENÓN, CLEANTES e CRISIPO, que viviron entre os séculos IV e II a.C. Temos tamén un estoicismo medio, representado por PANECIO e POSIDONIO. E un estoicismo tardío ou romano, que vai do século I a.C. ao século III d.C., no que se inclúen homes como SÉNECA, EPICTETO e MARCO AURELIO.

Os primeiros estoicos clasificaron a filosofía en: física ou obxecto por coñecer; lóxica ou operación de coñecer; e ética ou conducta conforme á natureza. Pero a súa principal preocupación, tendo en conta o cambio radical ao que se viron sometidos os gregos na súa época, foi a ética. Ata o punto de que a súa física, por exemplo, foi

tomada prestada de Heráclito.Os estoicos plantexan como ideal de vida a búsqueda da felicidade, que se

logra mediante a práctica da virtude. A virtude debe ser a norma e a fin de toda conducta. Pola virtude o home realízase como home. Todo ser debe obrar según a súa natureza, e como a natureza humana é racional, o home debe actuar según a razón. O sabio é aquel que acepta a moral da natureza, non a moral convencional, mostrándose libre dos afectos e das paixóns, conquerindo o ideal ético, a apatía. O sabio acepta a universal necesidade establecida polo Logos Cósmico. Os ignorantes son escravos das súas paixóns.EPICUREISMO.

Fundado por EPICURO (341-271) e continuado por LUCRECIO (I a.C.), non só aceptan a mesma clasificación da filosofía có estoicismo, senón que os seus obxectivos son tamén os mesmos. Axudar aos cidadáns gregos a enfrentarse cos temores producidos por unha situación social tan caótica. Por eso a súa

física ten por obxecto liberar aos homes dos seus temores principais: os deuses, o destino, e a morte. Para tal fin recurren ao atomismo, ofrecendo unha explicación do universo na que só interveñen a materia e o azar. Con esto os deuses e o destino xa non teñen cabida, e a morte non é máis ca unha disolución dos átomos que nos forman. Despois de asumir a morte como un feito natural, é doado chegar á conclusión de que a felicidade só pode darse nesta vida. E a norma para guiar as nosas vidas será buscar o pracer e evitar a dor. Acto virtuoso é aquel que conduce ao pracer. Pero o pracer ético exclúe os goces do corpo e as paixóns da

alma (temperanza), supón superar con serenidade e valor os males inevitables (fortaleza), e calcular os obxectos que proporcionen mínima dor e máximo pracer (prudencia). Este pracer máximo, que esixe serenidade, moderación e desprezo dos desexos e temores, dase na amistade.

A fin do home é a felicidade entendida como ataraxia, imperturbabilidade da alma ante as adversidades.ESCEPTICISMO.

Representado primeiro por PIRRÓN (360-270), e logo por SEXTO EMPÍRICO (II d.C.), propugna a epogé, ou suspensión de todo xuízo. A súa ética postula a tranquilidade ante os fenómenos do mundo exterior.NEOPLATONISMO.

A figura máis destacada foi PLOTINO (Exipto, 203-262). Interesouse polo Platón menos riguroso e científico, destacando máis os aspectos místicos e relixiosos. Influido tamén polo cristianismo, sostivo, frente á creación ex nihilo, que o mundo é unha emanación de Deus, e a fin suprema do home é a éxtase, o retorno da nosa alma a Deus. A súa filosofía supón un primeiro paso cara a cristianización da filosofía platónica que tera lugar na idade media.

O home é un composto de materia corporal (procesos físicos) e alma (liberdade de pensamento). A alma anhela o reino das Ideas, e a el retornará se é capaz de gobernar ao corpo. Para acadar tal meta, o camiño máis corto é a filosofía. Esta ensínanos a evadirnos do mundo sensible mostrando pasividade ante o pracer e exercitando as virtudes sociais. Pasamos así ao seguinte mundo, o da reflexión; logo ven o mundo do nivel intelectual; e por último a éxtase. Se a alma non logra gobernar ao corpo sufrirá sucesivas reencarnacións.

A diferencia co cristianismo, Plotino non amosa ningún interese en salvar aos homes, tampouco cree na creación ex nihilo, e a relación con Deus queda envolta no misticismo.

TEXTOS DIVERSOS DE FILÓSOFOS GREGOS.TALES DE MILETO (nac. circa 625 aC) 1. (11 A 9) PLATON, Teet. 174a: "Como también se dice que Tales, mientras estudiaba los astros... y miraba hacia arriba, cayó en un pozo, y que una bonita y graciosa criada tracia se burló de que quisiera conocer las cosas del cielo y no advirtiera las que tenía junto a sus pies." 2. (11 A 10) ARIST., Pol. I 11, 1259a: "Pues todas estas cosas son útiles para los que aprecian el arte de las ganancias, como por ejemplo la maniobra financiera de Tales de Mileto, que atribuyeron a su sabiduría, pero que tiene carácter universal. En efecto, como lo injuriaban por su pobreza y por la inutilidad de la filosofía, se dice que, gracias a sus conocimientos astronómicos, pudo saber cómo sería la cosecha de aceitunas. Así, cuando era aún invierno y tenía un poco de dinero, tomó mediante fianza todas las prensas de aceite de Mileto y de Quíos, arrendándolas por muy poco, pues no había competencia. Cuando llegó la opor-tunidad y todos a la vez buscaban prensas, las alquiló como quería, juntando mucho dinero, para demostrar qué fácil re-sulta a los filósofos enriquecerse cuando quieren hacerlo." 3. (11 A 12) ARIST., Met. I 3, 983b: "La mayoría de los que filosofaron por primera vez consideraron que los únicos principios de todas las cosas son de especie material. Aquello a partir de lo cual existen todas las cosas, lo primero a partir de lo cual se generan y el término en que se corrompen, permaneciendo la sustancia mientras cambian los accidentes, dicen que es el elemento y el principio de las cosas que existen; por esto consideran que nada se genera ni se corrompe, pues tal naturaleza se conserva siempre... Debe de haber, pues, alguna naturaleza única o múltiple a partir de la cual se generan las demás cosas, conservándose ella. No todos dicen lo mismo sobre el número y la especie de tal principio, sino que Tales, quien inició semejante filosofía, sostiene que es el agua (y por ello también manifestó que la tierra está sobre agua). Tal vez llegó a esta concepción tras observar que todas las cosas tienen un alimento húmedo y que el calor se produce y se mantiene en la humedad (ya que aquello a partir de lo cual se generan las cosas es el principio de todas ellas). Por eso llegó a esta concepción y también porque todas las simientes son de naturaleza húmeda y el agua es el principio natural de las cosas húmedas. Pero hay quienes consideran que los más antiguos, muy anteriores a la generación actual y primeros en reflexionar sobre los dioses, pensaron así sobre la naturaleza e hicieron a Océano y Tetis padres de la generación." Ejercicios1. ¿Cuáles son las características del modo de explicación de la naturaleza en la filosofía jonia? 2. Explica extensamente las dos frases subrayadas (si es necesario utiliza un diccionario de filosofía). 3. Comenta el paralelismo entre la explicación mítica mencionada por Aristóteles y la explicación filosófica de Tales.ANAXIMAXIMANDRO DE MILETO (c. 610-545 aC)1. (12 A 9) SIMPL., Fís. 24, 13-25. "Entre los que dicen que [el principio y elemento] es uno, en movimiento e infinito, Anaximandro de Mileto, hijo de Praxíades, que fue sucesor y discípulo de Tales, dijo que el principio y elemento de todas las cosas es «lo Infinito», y fue el primero que introdujo este nombre de «principio». Afirma que éste no es agua ni ningún otro de los denominados elementos, sino una naturaleza distinta e infinita, a partir de la cual se generan los cielos y los mundos <contenidos> en éstos. Ahora bien, a partir de donde hay generación para las cosas, hacia allí también se produce la destrucción, según la necesidad; «en efecto, pagan la culpa unas a otras y la reparación de la injusticia, de acuerdo con el ordenamiento del tiempo», hablando así en términos más bien poéticos." Ejercicios 1. ¿Qué significa la expresión "principio y elemento"? 2. Aclara el sentido de la otra expresión subrayada (una pista: está hablando de la necesidad en el orden de la

generación y corrupción de los seres). 2. (12 A 26) ARIST., Del Cielo II, 13, 295b: "Hay algunos que dicen que ésta [a saber, la tierra], se mantiene [firme] en razón de su equidad, tal como, entre los antiguos, Anaximandro. En efecto, nada puede moverse más hacia arriba que hacia abajo o que en dirección oblicua, cuando está situado en el centro y se mantiene igual con los extremos; y es imposible moverse a la vez en [direcciones] opuestas, de modo que necesariamente se mantiene firme." 3. (12 A 23) SEN., Cuest. Nat., II 18: "Anaximandro atribuye todas las cosas al viento. Los truenos, dice, son el ruido de una nube golpeada. ¿Por qué son desiguales [las cosas]? Porque también es desigual el viento. ¿Por qué hay truenos también [cuando el cielo está] sereno? Porque también entonces el viento se abre paso a través del aire denso, desgarrándolo. ¿Y por qué algunas veces hay truenos y relámpagos? Porque el viento más débil es impotente [para provocar] llamas pero no ruido. ¿Qué es entonces el resplandor del relámpago? La agitación del aire que se separa y precipita, apareciendo como un fuego débil que no puede manifestarse. ¿Qué es el rayo? El curso del viento más ardiente." Ejercicio Aquí tienes que encontrar los ejemplos del estilo de explicación física: 1) un fenómeno natural tiene una causa también natural; 2) causas gradualmente distintas producen efectos gradualmente distintos.ANAXIMENES DE MILETO (c. 586 - 525 aC)1. (13 A 7) HIPOL., I 7, 2-3: "El aspecto del aire es éste: cuando está uniforme al máximo, es inaprehensible a la vista; se hace manifiesto, en cambio, por medio de lo frío y lo caliente, lo húmedo y lo móvil. Se mueve siempre; en efecto, todas las cosas que se transforman no se transformarían si [el aire] no se moviese. Al condensarse y enrarecerse parece diferenciarse; pues cuando se dispersa en el grado más sutil, se genera el fuego. Los vientos, en cambio, son aire que se condensa; y la nube se forma a partir del aire por comprensión; y al condensarse más, agua; y más condensado, tierra; y condensado al máximo, piedras. De este modo, las cosas principales en el proceso de la generación son contrarios: caliente y frío."Heráclito FragmentosLa filosofía de este autor es expresada a través de aforismos, frases breves que encierran una intuición, un desafio a la inteligencia del lector, un enigma que oculta una sabiduría por descubrir.

Fragmento 12: A quienes entran en los mismos ríos, les recubren aguas distintas cada vez.Fragmento 49: Entramos y no entramos en los mismos ríos, somos y no somos.Fragmento 8: Los contrarios se armonizan y de la diversidad resulta la más bella armonía, y todo ha sido engendrado por la discordia.Fragmento 50: Tras escuchar al logos, y no a mí, es sabio reconocer que todas las cosas son una.Fragmento 88: Lo mismo es vida y muerte, velar y dormir, juventud y vejez; aquellas cosas se cambian en éstas y éstas en aquéllas.Fragmento 126: Las cosas frías se calientan, lo caliente se enfría, lo húmedo se seca, lo reseco se humedece.Fragmento 60: El camino que sube y el que baja son uno y el mismo.Fragmento 89: Hay un solo mundo para los hombres que están despiertos, pero cada uno de los que duermen se vuelve hacia un mundo propio.Fragmento 2: Por tanto es necesario seguir lo común; pero, aunque el Logos sea común, la mayoría vive como si tuviera una inteligencia particular.Fragmento 90: Todo cambia en el fuego y el fuego, en todo, así como las mercancías se cambian por oro y el oro por mercancías.Fragmento 30: Este cosmos [el mismo de todos] no lo hizo ningún dios ni ningún hombre, sino que siempre fue, es y será fuego eterno, que se enciende según medida y se extingue según medida.Fragmento 76: El fuego vive la muerte de la tierra; también el aire vive la muerte del fuego. El agua vive la muerte del aire, la tierra la del agua.Heráclito, FragmentosPARMÉNIDES Poema (Traducción española de Jesús García Fernández, en Kirk-Raven: Los filósofos presocráticos. Editorial Gredos, Madrid 1970.)El Poema de Parménides está escrito en hexámetros, aunque su temática es más bien prosaica. Su lenguaje es oscuro y de difícil comprensión, por lo que hay diversidad de opiniones en cuanto al sentido de algunas de sus oraciones. El poema consta de dos partes la vía de la Verdad y la vía de la Opinión, precedidas de una introducción o proemio. En esta introducción, de tipo alegórico, Parménides describe cómo pasó del error a la verdad, de la oscuridad a la luz, conducido por la diosa de la iluminación o del día. En la primera parte, la vía de la Verdad, Parménides llega, a partir de la premisa de la existencia y usando sólo la razón como guía, sin ayuda de los sentidos, a deducir todo lo que podemos saber sobre el ser. En la segunda parte, la vía de la Opinión, se presentan las ideas cosmológicas de Parménides, que siguen la tradición de su época, basadas en el mundo de las apariencias que nos proporcionan los sentidos. Proemio Fragmento 1 Las yeguas que me arrastran me han llevado tan lejos cuanto mi ánimo podría desear, cuando, en su conducción, me llevaron al famoso camino de la diosa, que conduce al hombre vidente a través de todas las ciudades.Por este camino era yo conducido. Pues por él me llevaban las hábiles yeguas, tirando del carro, mientras unas doncellas mostraban el camino. Y el eje ardiendo de los cubos de las ruedas rechinaba (pues era velozmente llevado por dos ruedas bien torneadas, una a cada lado), cuando las hijas del Sol, abandonando la morada de la Noche, se apresuraron a llevarme a la luz, quitándose los velos de sus cabezas con sus manos. Allí están las puertas de los caminos de la Noche y del Día, que sostienen arriba un dintel y abajo un umbral de piedra. Elevadas en el aire se cierran con grandes puertas. La Justicia pródiga en castigos guarda sus dobles cerrojos.Rogándole las doncellas con suaves palabras, hábilmente las convencen de que les desate pronto de las puertas el fiador del cerrojo. Éstas al abrirse originaron una inmensa abertura, tras hacer girar alternativamente sobre sus goznes los ejes de bronce, provistos de remaches y clavos. A su través, en derechura, las doncellas conducen el carro y las yeguas por un ancho camino. Y la diosa me recibió benévola, cogió mi mano derecha con la suya y me habló diciéndome: “Oh joven, compañero de inmortales aurigas, que llegas a nuestra morada con las yeguas que te arrastran, salud, pues no es mal hado el que te impulsó a seguir este camino que está fuera del trillado sendero de los hombres, sino el derecho y la justicia. Es preciso que aprendas todo, tanto el imperturbable corazón de la Verdad bien redonda como las opiniones de los mortales, en las que no hay verdadera ciencia. Aprenderás, empero, también estas cosas, cómo las apariencias, pasando todas a través de todo, deben lograr la apariencia de ser." La vía de la Verdad Fragmentos 2-3. Pues bien, te contaré (y tú, tras oír mi relato, trasládalo) las únicas vías de investigación pensables. La primera, que es y no es no-ser, es el camino de la persuasión (pues acompaña a la Verdad); la otra, que no es y es necesariamente no-ser, ésta, te lo aseguro, es una vía totalmente impracticable. Pues no podrías conocer lo no-ente (es imposible) ni expresarlo; pues lo mismo es el pensar y el ser. Fragmento 4. Mira firmemente a las cosas que, aunque lejos, están, sin embargo, presentes a tu mente; pues éste no separará lo ente de estar unido a lo ente ni dispersándolo totalmente por todas partes según el orden del mundo, ni reuniéndolo. Fragmento 6. Lo que puede decirse y pensarse debe ser. Esto es lo que te mando que consideres. Te aparto, pues, de esta primera vía de investigación y después de aquella por la que los hombres ignorantes vagan bicéfalos; pues la impotencia guía en su pecho el pensamiento vacilante; son arrastrados, sordos y ciegos a la vez, estupefactos, gentes sin juicio, para quienes el ser y el no-ser son considerados lo mismo y no lo mismo y para quienes el camino de todas las cosas es regresivo. Fragmento 7. Pues nunca se probará qué sean los no-entes; pero tú aparta tu pensamiento de esta vía de investigación, no dejes que la costumbre te obligue a dirigir por este camino tu mirada sin rumbo, tu oído resonante, o tu lengua, sino que juzga con la razón la prueba muy discutida propuesta por mí.

Fragmento 8.Un solo discurso como vía queda: es; en éste hay muchos signos de que lo ente es ingénito e imperecedero, pues es completo, inmóvil y sin fin. No fue en el pasado, ni lo será, pues es ahora todo a la vez, uno, continuo. Pues, ¿qué nacimiento le buscarías? ¿Cómo, de dónde habría nacido? Ni voy a permitir que digas o pienses "de lo no-ente"; pues no es decible ni pensable que no es. Pues, ¿qué necesidad le habría impulsado a nacer después más bien que antes, si procediera de la nada? De modo que es necesario que sea absolutamente o no. Ni la fuerza de la verdad permitirá que de lo no-ente nazca algo a su lado; por eso la Justicia no permite ni que se engendre ni que perezca, aflojando sus cadenas, sino que las mantiene firmes; la decisión sobre estas cosas se basa en esto: es o no es. Pero se ha decidido, como es necesario, abandonar a (una vía) como impensable y sin nombre (pues no es la vía de la verdad) y que la otra es real y verdadera. ¿Cómo podría lo ente después de eso perecer? ¿Cómo podría nacer? Pues si nació, no es, ni ha de ser alguna vez. Por tanto, queda extinguido el nacimiento e ignorada la destrucción. Ni está dividido, pues es todo igual; ni hay más aquí, esto impediría que fuese continuo, ni menos allí, sino que está todo lleno de ente. Por tanto, es todo continuo, pues lo ente toca a lo ente. Por otra parte, inmóvil en los límites de poderosas cadenas, está sin comienzo ni fin, puesto que el nacimiento y la destrucción han sido apartados muy lejos, ya que la verdadera creencia los rechazó. Permaneciendo lo mismo en el mismo lugar, yace por sí mismo y así se queda firme donde está; pues la firme necesidad lo tiene dentro de las cadenas del límite que por ambas partes lo aprisiona, porque no es lícito que lo ente sea ilimitado; pues no es indigente de nada, y si lo fuera, carecería de todo. Lo que puede pensarse es sólo el pensamiento de que es. Pues no hallarás el pensar sin lo ente, en cuya relación es expresado; pues el Hado lo ha encadenado para que sea entero e inmóvil. Por tanto, todas las cosas son meros nombres que los mortales pusieron convencidos de que son verdaderos, nacer y morir, ser y no-ser, cambio de lugar y variación del color resplandeciente. Pero puesto que su límite es el último, es completo por doquier, semejante a la masa de una esfera bien redonda, igual en fuerza a partir del centro por todas partes; pues ni mayor ni menor es necesario que sea aquí o allí. Puesto que tampoco es lo no-ente, que le podría impedir alcanzar lo homogéneo, ni es posible que lo ente sea aquí más y allí menos que lo que es, pues es todo inviolable; puesto que, siendo igual a sí mismo por todas partes, está uniformemente dentro de sus límites.Tucídides Historia de la guerra del Peloponeso (II 35-46)El siguiente es un fragmento del texto conocido como el Discurso Fúnebre de Pericles. Tucídides lo escribe como si fuera del político ateniense, en el relato que hace del homenaje a los caídos de la ciudad de Atenas durante el primer año de la guerra(37) Pues tenemos una constitución que no envidia las leyes de los vecinos, sino que más bien es ella modelo para algunas ciudades que imitadora de los otros. Y su nombre, por atribuirse no a unos pocos, sino a los más, es Democracia. A todo el mundo asiste, de acuerdo con nuestras leyes, la igualdad de derechos en las disensiones particulares, mientras que según la reputación que cada cual tiene en algo, no es estimado para las cosas en común más por turno que por su valía, ni a su vez tampoco a causa de su pobreza, al menos si tiene algo bueno que hacer en beneficio de la ciudad, se ve impedido por la oscuridad de su reputación. Gobernamos liberalmente lo relativo a la comunidad, y respecto a la suspicacia recíproca respecto a las cuestiones de cada día, ni sentimos envidia del vecino si hace algo por placer, ni añadimos nuevas molestias, que aun no siendo penosas son lamentables de ver. Y al tratar los asuntos privados sin molestarnos, tampoco transgredimos los asuntos públicos, más que nada por miedo y por obediencia a los que en cada ocasión desempeñan cargos públicos y a las leyes, y de entre ellas sobre todo a las que están dadas en pro de los injustamente tratados, y a cuantas por ser leyes no escritas comportan una vergüenza reconocida.(38) Y también nos hemos procurado frecuentes descansos para nuestro espíritu, sirviéndonos de certámenes y sacrificios celebrados a lo largo del año, y de decorosas casas particulares cuyo disfrute diario aleja las penas. Y a causa de su grandeza entran en nuestra ciudad toda clase de productos desde toda la tierra, y nos acontece que disfrutamos los bienes que aquí se producen para deleite propio, no menos que los bienes de los demás hombres.(39) Y también sobresalimos en los preparativos de las cosas de la guerra por lo siguiente: mantenemos nuestra ciudad abierta y nunca se da el que impidamos a nadie (expulsando a los extranjeros) que pregunte o contemple algo --a menos que se trate de algo que de no estar oculto pudiera un enemigo sacar provecho al verlo--, porque confiamos no más en los preparativos y estratagemas que en nuestro propio buen ánimo a la hora de actuar. Y respecto a la educación, éstos, cuando todavía son niños, practican con un esforzado entrenamiento el valor propio de adultos, mientras que nosotros vivimos plácidamente y no por ello nos enfrentamos a parejos peligros. Aquí está la prueba: los lacedemonios nunca vienen a nuestro territorio por sí solos, sino en compañía de todos sus aliados; en cambio, nosotros, cuando atacamos el territorio de los vecinos, vencemos con facilidad en tierra extranjera la mayoría de las veces, y eso que son gentes que se defienden por sus propiedades. Y contra todas nuestras fuerzas reunidas ningún enemigo se enfrentó todavía, a causa tanto de la preparación de nuestra flota como de que enviamos a algunos de nosotros mismos a puntos diversos por tierra. Y si ellos se enfrentan en algún sitio con una parte de los nuestros, si vencen, se jactan de haber rechazado unos pocos a todos los nuestros, y si son vencidos, haberlo sido por la totalidad. Así pues, si con una cierta indolencia más que con el continuo entrenarse en penalidades, y no con leyes más que con costumbres de valor queremos correr los riesgos, ocurre que no sufrimos de antemano con los dolores venideros, y aparecemos llegando a lo mismo y con no menos arrojo que quienes están siempre ejercitándose. Por todo ello la ciudad es digna de admiración y aun por otros motivos.(40) Pues amamos la belleza con economía y amamos la sabiduría sin blandicie, y usamos la riqueza más como ocasión de obrar que como jactancia de palabra. Y el reconocer que se es pobre no es vergüenza para nadie, sino que el no huirlo de hecho, eso sí que es más vergonzoso. Arraigada está en ellos la preocupación de los asuntos privados y también de los públicos, y estas gentes, dedicadas a otras actividades, entienden no menos de los asuntos públicos. Somos los únicos, en efecto, que consideramos al que no participa de estas cosas, no ya un tranquilo, sino un inútil, y nosotros mismos, o bien

emitimos nuestro propio juicio, o bien deliberamos rectamente sobre los asuntos públicos, sin considerar las palabras un perjuicio para la acción, sino el no aprender de antemano mediante la palabra antes de pasar de hecho a ejecutar lo que es preciso. Pues también poseemos ventajosamente esto: el ser atrevidos y deliberar especialmente sobre lo que vamos a emprender; en cambio en los otros la ignorancia les da temeridad y la reflexión les implica demora. Podrían ser considerados justamente los de mejor ánimo aquellos que conocen exactamente lo agradable y lo terrible y no por ello se apartan de los peligros. Y en lo que concierne a la virtud nos distinguimos de la mayoría; pues nos procuramos a los amigos no recibiendo favores, sino haciéndolos. Y es que el que otorga el favor es un amigo más seguro para mantener la amistad que le debe aquél a quien se lo hizo, pues el que lo debe es en cambio más débil, ya que sabe que devolverá el favor no gratuitamente, sino como si fuera una deuda. Y somos los únicos que sin angustiarnos procuramos a alguien beneficios no tanto por el cálculo del momento oportuno como por la confianza en nuestra libertad.(41) Resumiendo, afirmo que la ciudad toda es escuela de Grecia, y me parece que cada ciudadano de entre nosotros podría procurarse en los más variados aspectos una vida completísima con la mayor flexibilidad y encanto. Y que estas cosas no son jactancia retórica del momento actual, sino la verdad de los hechos, lo demuestra el poderío de la ciudad, el cual hemos conseguido a partir de este carácter. Efectivamente, es la única ciudad de las actuales que acude a una prueba mayor que su fama, y la única que no provoca en el enemigo que la ataca indignación por lo que sufre, ni reproches en los súbditos, en la idea de que no son gobernados por gentes dignas. Y al habernos procurado un poderío con pruebas más que evidentes y no sin testigos, daremos ocasión de ser admirados a los hombres de ahora y a los venideros, sin necesitar para nada el elogio de Homero ni de ningún otro que nos deleitará de momento con palabras halagadoras, aunque la verdad irá a desmentir su concepción de los hechos; sino que tras haber obligado a todas las tierras y mares a ser accesibles a nuestro arrojo, por todas partes hemos contribuido a fundar recuerdos imperecederos para bien o para mal.Asi pues, éstos, considerando justo no ser privados de una tal ciudad, lucharon y murieron noblemente, y es natural que cualquiera de los supervivientes quiera esforzarse en su defensa.(42) Esta es la razón por la que me he extendido en lo referente a la ciudad, enseñándoos que no disputamos por lo mismo nosotros y quienes no poseen nada de todo esto, y dejando en claro al mismo tiempo con pruebas ejemplares el público elogio sobre quienes ahora hablo. Y de él ya está dicha la parte más importante. Pues las virtudes que en la ciudad he elogiado no son otras que aquéllas con que la han adornado estos hombres y otros semejantes, y no son muchos los griegos cuya fama, como la de éstos, sea pareja a lo que hicieron. Y me parece que pone de manifiesto la valía de un hombre el desenlace que éstos ahora han tenido, al principio sólo mediante indicios, pero luego confirmándola al final. Pues es justo que a quienes son inferiores en otros aspectos se les valore en primer lugar su valentía en defensa de la patria, ya que borrando con lo bueno lo malo reportaron mayor beneficio a la comunidad que lo que la perjudicaron como simples particulares. Y de ellos ninguno flojeó por anteponer el disfrute continuado de la riqueza, ni demoró el peligro por la esperanza de que escapando algún día a su pobreza podría enriquecerse. Por el contrario, consideraron más deseable que todo esto el castigo de los enemigos, y estimando además que éste era el más bello de los riesgos decidieron con él vengar a los enemigos, optando por los peligros, confiando a la esperanza lo incierto de su éxito, estimando digno tener confianza en sí mismos de hecho ante lo que ya tenían ante su vista. Y en ese momento consideraron en más el defenderse y sufrir, que ceder y salvarse; evitaron una fama vergonzosa y aguantaron el peligro de la acción al precio de sus vidas, y en breve instante de su Fortuna, en el esplendor mismo de su fama más que de su miedo, fenecieron.EJERCICIOS 1. Lee atentamente otra vez el discurso de Pericles y subraya: 1. los caracteres que le atribuye al ciudadano ateniense; 2. las instituciones de la ciudad: culturales, religiosas, políticas, educativas,... 3. la política exterior de Atenas. 4. la actividad económica; 2. Encuentra rasgos de "racionalismo" a lo largo del discurso. 3. Y también rasgos de pervivencia del pensamiento mítico. 4. Con lo anterior, trata de definir la ética ateniense del período clásico (480-430 a.C.). 5. ¿Qué dice acerca de la forma en que se aprenden en Atenas esas virtudes? ¿Quién es, en cada caso, el encargado de

ensearlas? 6. En esas condiciones, ¿qué debieron decir los ciudadanos más conservadores de las enseanzas modernas y

racionalistas de los sofistas? 7. Para acabar: traza un mapa conceptual que incluya los principales conceptos y sus relaciones. Hazlo primero para los

párrafos 36, 39, 41 y 42 y después para el conjunto del texto.

VOCABULARIO CONCEPTOS GRIEGOS-Logos: Para Heráclito, es la razón intrínseca del propio devenir; la ley racional del Universo.-Physis: Es la naturaleza en cuanto aparece completamente desarrollada a partir de un primer principio (arkhé).Implica los conceptos de ser (lo estable) y el devenir (el cambio).-Arjé: Es el principio primordial de todas las cosas, la sustancia originaria que constituye el mundo. Permanece siempre idéntica y estable a pesar de las diversas modificaciones con que aparentemente se manifiesta, las cosas se originan, están compuestas y se transforman por el arjé.-Éter: Hijo del Erebo y la noche, y padre de la Tierra, del cielo y del mar; simboliza el aire.-Mytho: Es el intento de ofrecer una explicación de los fenómenos naturales en términos de Dioses y héroes, haciendo intervenir factores caprichosos de índole mágica y maravillosa.

-Demiurgo: Dios creador en la filosofía platónica y neoplatónica.-Doxa: Forma sufija que significa doctrina. Apariencia=sentidos.-Neikos: Para Empédocles simboliza al Odio.-Afrodita: Para Empédocles simboliza el Amor.-Ser Esférico: Es exigencia de unidad, de unificación del ser en su cometido. El ser esférico proporciona un justo reparto de las raíces de los seres.-Uno: La Escuela Eleática lo identifica como El ser inmutable y eterno.-Multiplicidad: Concilian ser y devenir mediante la multiplicidad de principios primordiales.-Atomistas Antiguos: Son aquellos filósofos que defendían el átomo como unidad indivisible, que constituye a todas las cosas reales. Y las distintas realidades que observamos son producto de una mezcla entre átomos. Para los atomistas son los principios que originan todo lo real. Tiene las mismas propiedades que el ser.-Caos: Desorden al cual estaba sometido "todo", antes de que se instaurara el cosmos (el orden).-Torbellino: Abundancia de cosas que ocurren al mismo tiempo (en el caos).-Cosmos: Orden de las cosas.-Dialéctica: Sócrates desarrollo la dialéctica empleando un sistema de preguntas y respuestas, para sacar a la luz las contradicciones en los argumentos de un opositor y llegar así a la comprensión mutua.

Tema 1: Resumo PLATÓN (428-347)Século V-IV a. C.1.Contextualizacióna.Na historia e na problemática da época (S.IV a.C.)Dúas cousas son imprescindibles para comprender a filosofía platónica: a filosofía sofista como reacción contra os chamados filósofos presocráticos; e a filosofía de Sócrates. A filosofía dos sofistas é a consecuencia lóxica das contradiccións entre os pre-socráticos sobre o arché da physis. A falta de acordo entre eles fomentou a idea de que se o coñecemento sobre o cosmos provocaba tal número de contradiccións era porque o coñecemento obxectivo sobre el era imposible. A filosofía dos sofistas é, así, de corte escéptico e relativista.Sócrates propón a súa filosofía como oposición ós sofistas; concéntrase na antropoloxía, deixando de lado a cosmoloxía (como xa empezaran a facer os sofistas), pero Sócrates afirmará non só que o coñecemento obxectivo é posible e necesario, senón que tamén proporá un método para acadalo: o diálogo.b.Obxectivos xerais (problemática da filosofía de Platón)

Platón quere continuar coa tarefa inciada polo seu mestre Sócrates. A súa filosofía busca acada-la felicidade, pero non será esta posible senón temos unha ética e sobre todo unha política solidamente fundadas. O coñecemento obxectivo é posible, e é ademais o camiño para a felicidade moral da polis. É por isto que Platón chega a diferenciar entre dous mundos:O mundo sensible, en constante cambio, e que polo tanto non pode ser obxecto de coñecemento auténtico.O mundo intelixible, donde residen as ideas, os conceptos universais e obxectivos que son o obxecto da ciencia.c.Preguntas claves¿Que é a virtude?¿Como é posible que todos entendamos as palabras que designan as virtudes pero ó mesmo tempo non sexamos capaces de poñernos dacordo?¿Como acadar a virtude individual na vida en común na polis? ¿Como acadar a virtude na polis? ¿Cal é a polis perfecta?

2.TextosA República [DIÁLOGO (Sócrates)]Libro IV: A XUSTIZA. Paralelismos ética, política e antropoloxía. Intelectualismo moral.. Libro VI: SIMIL DA LIÑA. Graos do coñecemento.Libro VII: O MITO DA CAVERANA. Dualismo ontolóxico; o problema da educación; os futuros gobernantes, etc.3.Conceptos fundamentaisConceptos previos: epistemoloxía, ética, moral, cosmoloxía / cosmogonía;Filosofía grega: PHYSIS, ARCHÉ, apeiron, monistas / pluralistas, sofIsta, relativismo moral, INTELECTUALISMO MORAL, maxéutica, ironía.Platón: DUALISMO ONTOLÓXICO, REMINISCENCIA, Demiurgo, idea, dialéctica, virtude (areté)Filosofía post-platónica: hilemorfismo, substancia, causa formal, causa eficiente, causa material, causa final, forma/materia, potencia/acto; pirronismo, epicureísmo, ataraxia, hedonismo, estoicismo.4.Críticas.A NIVEL XERAL: Influencias do platonismo na filosofía medieval ata o século XIII.Para Nietzsche Platón / Sócrates supoñen o comenzo da decadencia da cultura occidental.A NIVEL PARTICULAR:ÉTICA: similitudes con Aristóteles; oposición do formalismo moral de Kant; radical enfrentamento con Nietzsche;METAFÍSICA: Crítica de Aristóteles á Teoría das ideas e ó dualismo ontolóxico; imposibilidade da metafísica coma ciencia para Kant; oposición de Nietzsche a calquer tipo de dualismo.EPISTEMOLOXÍA: diferencias radicais coa epistemoloxía aristotélica; coincidencias co racionalismo de Descartes; Kant coma síntese dos aspectos racionalistas e empiristas; síntoma de decandencia para Nietzsche.5.Corrente de pensamentoDUALISMO ONTOLÓXICO: afirmación da existencia de dous tipos de realidades. É sempre imprescindible explica-lo porque do dualismo platónico

.