sesc | serviço social do comércio · social negativa: por uma atualizaÇÃo crÍtica da Ética...
TRANSCRIPT
ISSN 1809-9815ano 5 | setembro > dezembro | 2011
SESC | Serviço Social do Comércio
SESC | Serviço Social do Comércio
ano 5 | setembro > dezem
bro | 2011
1717
www.sesc.com.br
CIDADE MARAVILHOSA: ENCONTROS E DESENCONTROS NOS PROJETOS DE REMODELAÇÃO URBANA DA CAPITAL ENTRE 1902 E 1927José Cláudio Sooma Silva
A CAPTURA DO GOSTO COMO INCLUSÃO SOCIAL NEGATIVA: POR UMA ATUALIZAÇÃO CRÍTICA DA ÉTICA UTILITARISTAMarco Schneider
INOVAÇÃO, TECNOLOGIAS SOCIAIS E A POLÍTICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO BRASIL: DESAFIO CONTEMPORÂNEOMarcos CavalcantiAndré Pereira Neto
RECENTES DILEMAS DA DEMOCRACIA E DO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL: POR QUE PRECISAMOS DE MAIS MULHERES NA POLÍTICA?Marlise Matos
TRABALHO INFANTIL NO BRASIL: RUMO À ERRADICAÇÃORicardo Paes de BarrosRosane Silva Pinto de Mendonça
80 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
INOVAÇÃO, TECNOLOGIAS SOCIAIS E A POLÍTICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO BRASIL: DESAFIO CONTEMPORÂNEOMarcos Cavalcanti André Pereira Neto
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 80 30/11/11 17:48
81SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Tecnologia Social é um conceito que compreende produtos, técnicas ou me-todologias replicáveis, desenvolvidas na interação entre o meio técnico e cien-tífico e a comunidade e que representam efetivas soluções de transformação social. Este artigo analisa algumas razões que justificam a residual participação do meio científico nacional no processo de inovação e na elaboração e desen-volvimento de tecnologias sociais. Ele mostra que essa situação se justifica, em parte, pela atual política de avaliação da produção científica e tecnológica, que valoriza exclusivamente a produção bibliográfica em veículos acadêmicos. Por outro lado, as agências de fomento não incluem a resolução de problemas sociais como um dos indicadores de avaliação dos projetos de pesquisa apre-sentados nos editais oferecidos.Palavras-chave: inovação; tecnologia social; política brasileira de ciência e tec-nologia; sociedade do conhecimento
Social Technology is a concept that includes products, replicating techniques or methodologies, developed in the interaction between the technical and scientific environment and the community, and that presents effective solutions for social transformation. This article examines some reasons for residual participation from the national science environment in the innovation and the design and development of social technologies. It shows that this is justified in part by the current policy of evaluation of scientific and technological production valued exclusively in academic circles. On the other hand the development agencies do not include the resolution of social problems as an indicator for evaluation of research projects submitted in the bids offered constantly.Keywords: innovation; social technology; Brazilian science and technology policy; knowledge society
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 81 30/11/11 17:48
82 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
INTRODUÇÃO
O termo Tecnologia Social foi utilizado pela primeira vez em 1966 no livro Social Technology, de Helmer et al. (1966). Essa expressão adquiriu diferentes sentidos e significados ao longo dos últimos anos. Inicialmente a expressão incluía softwares e hardwares de uso social, como o Facebook, e ações voltadas para os direitos humanos. Uma outra vertente interpretativa passou a buscar, com o fim da Segunda Guerra Mundial, um adjetivo que qualificasse o termo tecnologia, um adjetivo que traduzisse o ceticismo que alguns autores tinham em relação à aplicação das tecnologias que aumentavam as iniquidades entre países e populações. Como alternativa, iniciativas que reabili-tassem tecnologias tradicionalmente utilizadas em aldeias na Índia e na China passaram a ser valorizadas e a publicação do livro Small is Beautiful, de Schumacher, em 1973, foi considerada um marco. Nele, o autor condenava a busca desenfreada pelo consumo que orientava a vida de muitos cidadãos e a atividade econômica em geral. No seu entender, o bem-estar geral deveria guiar o pensamento e a ação de homens e governantes. As máquinas, cada vez maiores e mais caras, destruíam o meio ambiente e promoviam a desigualdade social e não o progresso.
Schumacher cunhou a expressão Tecnologia Intermediária para se referir às tecnologias que combinam elementos das tecnologias tradi-cionais com aspectos das inovações contemporâneas. No ano seguinte, na mesma ordem de críticas e reflexões, foi a vez de Dickson (1974) cunhar a expressão Tecnologia Alternativa. Em seguida, Clarke (1976) apresentou o termo Tecnologia Suave. Já Willoughby (1990) mostrou que o movimento de crítica ao padrão de desenvolvimento tecnológi-co estava desvinculado da ideia da promoção social e da preservação do meio ambiente e cunhou um novo termo, que assumiu diferentes versões, como Tecnologia Saudável, Comunitária e Apropriada.
A expressão Tecnologia Apropriada (Appropriate Technology – AT) passou a ser utilizada de forma indiscriminada. Ela englobou diferentes tecnologias, preocupadas com aspectos ambientais, éticos, culturais, sociais, políticos e econômicos da comunidade para a qual se destina. Ela também incluiu as tecnologias não poluentes e as que promovem o desenvolvimento e a inclusão social das populações de baixa renda.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 82 30/11/11 17:48
83SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Para Darrow e Pam (1978), a Tecnologia Apropriada normalmente se refere às tecnologias consideradas adequadas para uso em países em desenvolvimento ou em áreas rurais de países industrializados. Dessa forma, as soluções de trabalho intensivo passaram a ter preferência sobre as de capital intensivo, embora os dispositivos de economia de trabalho também sejam utilizados quando o capital ou o custo de ma-nutenção forem baixos. Na prática, a Tecnologia Apropriada é uma iniciativa de utilização simples que atende efetivamente à finalidade prevista em um determinado tempo e local. Ela tem baixo investimen-to, gera empregos, organiza-se de forma simples, produz em pequena escala, adapta-se ao meio ambiente natural, social e cultural e utiliza, em geral, recursos renováveis. Os atributos ambientais foram sendo cada vez mais incorporados à noção de Tecnologia Apropriada. Nesse contexto foi construída a noção de cleaner production – produção limpa (LINDHQVIST, 2000).
Com a globalização foi imposta uma nova competitividade entre na-ções e empresas, baseada em inovações organizacionais, alianças estra-tégicas e incorporação sistemática de novas tecnologias intensivas em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Com isso, a proposta da Tecnologia Apropriada perdeu muito de seu vigor no início dos anos 1980. A Tecno-logia Apropriada refluiu, mas não desapareceu, pois os problemas que levaram à sua organização continuam presentes na vida dos cidadãos.
Um dos sinais da atualidade dos problemas apontados pelos pioneiros da Tecnologia Apropriada do pós-guerra é o aparecimento do concei-to de Tecnologia Social. Uma importante distinção entre esses con-ceitos é apontada por Dagnino (2004). Para ele, a Tecnologia Social muda a ênfase de lugar: em vez de privilegiar o produto, valoriza-se o processo. Não se tratava mais de reabilitar as tecnologias tradicio-nais nem de aplicar soluções construídas em laboratórios estrangeiros. Agora o importante é construir e aplicar soluções que envolvam usuá-rios e técnicos visando a soluções que promovam a inclusão social e a melhoria das condições de vida.
A Tecnologia Social é desenvolvida e praticada na interação com a população, e apropriada por esta, e obedece a determinados princí-pios e parâmetros. Um dos mais importantes está relacionado à ideia da tecnologia ser construída para atender as demandas concretas da população em um processo que envolva os interessados. Assim, a ex-
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 83 30/11/11 17:48
84 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
pectativa é que novos conhecimentos sejam construídos pelo conjunto de atores envolvidos em um processo democrático e participativo, pla-nejado e sistematizado, visando à sustentabilidade econômica, social e ambiental e à sua reprodução em outras situações semelhantes. Assim, o conhecimento passa a ter uma intencionalidade e uma finalidade.
No Brasil, a Fundação Banco do Brasil foi uma das instituições pio-neiras no desenvolvimento das Tecnologias Sociais. Criou, em 2001, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, um instrumen-to de identificação, seleção, certificação, promoção e fomento de tec-nologias que apresentem respostas efetivas para diferentes demandas sociais e possam integrar o Banco de Tecnologias Sociais. O prêmio é realizado de dois em dois anos para permitir a alternância entre os períodos de captação e disseminação de soluções.
Para a Fundação Banco do Brasil, “a Tecnologia Social compreen-de produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social” (BRASIL, 2010). Está baseada na disseminação de soluções para problemas referentes a demandas de alimentação, edu-cação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde, meio am-biente, entre outros. As Tecnologias Sociais podem aliar saber popular, organização social e conhecimento técnico-científico e devem ser efe-tivadas e reaplicadas, estimulando o desenvolvimento social em escala.
Assim, o conceito de Tecnologia Social em voga compreende produ-tos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação entre o meio técnico e científico e a comunidade, representando, ne-cessariamente, efetivas soluções de transformação social.
Apesar dessa iniciativa pioneira da Fundação Banco do Brasil, o Brasil está muito longe da usar sua inteligência a serviço do desenvolvimento econômico e social. Muitas pessoas se surpreenderam com o resultado da edição de 2009/2010 do estudo Global Information Technology, do Fórum Econômico Mundial. A entidade internacional apresenta, desde 2002, um relatório contendo o ranking dos países que usam tecnologia a serviço do crescimento e do desenvolvimento (DUTTA e MIA, 2010).
Esse relatório é o mais completo, contínuo e confiável documento de avaliação do impacto das tecnologias no processo de desenvol-vimento e competitividade de 138 nações. O Networked Readiness Index (NRI) que aparece no relatório examina como os países estão
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 84 30/11/11 17:48
85SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
preparados para utilizar as tecnologias de forma eficaz em três dimen-sões: no ambiente de negócios em geral, especialmente na regulação e na infraestrutura; no envolvimento dos três principais atores sociais – indivíduos, empresas e governos –; e no benefício que esses atores podem ter com sua utilização.
Na última edição, o Brasil se manteve na mesma posição do ranking anterior, mantendo o 59º lugar. À sua frente estão países em desen-volvimento como África do Sul, Chile, Costa Rica, Jamaica, Jordânia, Kuwait e Malásia. A China, que ocupava a 17ª posição no ranking anterior, hoje ocupa a 13ª. A Tabela 11 ilustra essa evolução.
Tabela 1Posição no ranking de utilização de tecnologia a serviço da sociedade
País 2008/2009 2007/2008
China 13ª 17ª
Malásia 28ª 26ª
Chile 39ª 34ª
Jordânia 44ª 47ª
África do Sul 52ª 51ª
Jamaica 53ª 46ª
Índia 54ª 50ª
Kuwait 57ª 52ª
Brasil 59ª 59ª
Fonte: The Global Information Technology Report 2008-2009 © 2009 World Economic Forum
Este artigo analisa algumas razões que justificam a residual parti-cipação do meio científico e tecnológico nacional no processo de inovação e, em particular, na elaboração e no desenvolvimento de Tecnologias Sociais.
A seguir, serão analisadas criticamente duas razões comumente apresentadas para justificar esse quadro: a falta de financiamento pú-blico em ciência e tecnologia e o pequeno número de pesquisadores com doutorado no país. Abordaremos também algumas consequên-cias da nossa política de ciência e tecnologia.
1 Incluímos na tabela somente os países em desenvolvimento, como o Brasil. A lista completa está disponível no Anexo II.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 85 30/11/11 17:48
86 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
1 FALTA INVESTIMENTO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO BRASIL?
Os dados disponíveis no site do Ministério de Ciência e Tecnologia, consultado durante a elaboração deste artigo, indicam que na última década o Brasil manteve uma média de investimento em ciência e tec-nologia entre 1,3% e 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme a Tabela 2.
Tabela 2Dispêndio nacional em ciência e tecnologia (C&T) –
% em relação ao PIB / bilhões de reais
Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
% 1,30 1,33 1,30 1,26 1,24 1,27 1,28 1,38 1,47 1,63
Bilhões 15.2 17.2 19.2 21.3 24.0 27.2 30.3 36.6 44.2 51.1
Fonte: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/29140.html
O percentual de investimento do Brasil pode ser considerado baixo se for comparado aos da Coreia do Sul (3%), Austrália (1,5%), Cingapu-ra (2,2%) e Israel (3,5%). Entretanto, se for contabilizado o dispêndio por pesquisador em tempo integral, o quadro se modifica radicalmen-te. Para se ter uma ideia da magnitude do orçamento basta mencionar que o Brasil investiu US$ 193 mil por pesquisador em tempo integral em 2000 (BRANDÃO, 2006). Esse valor é equivalente ao adotado nos EUA e superior ao de diversos países desenvolvidos, como o Canadá (US$ 162 mil), o Japão (US$ 153 mil), o Reino Unido (US$ 152 mil) e a Austrália (US$ 118 mil). Esse valor cresceu ainda mais durante a última década, sobretudo pelo fato de muitos governos estaduais estarem destinando parte significativa de sua receita a suas respectivas fundações de amparo à pesquisa. Cruz e Chaimovich (2010, p. 38), em artigo publicado no Relatório da Unesco, afirmam:
Uma fatia significativa do financiamento governamental em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) sai dos governos estaduais, que por meio das fundações custeiam institutos com missões específicas, institutos esta-duais e instituições estaduais de educação superior. Em 2008, cerca de 32% do gasto público em P&D se originou dos fundos estaduais.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 86 30/11/11 17:48
87SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
O investimento público em Ciência e Tecnologia não é, portanto, desprezível.
E por que razão esse investimento não se transforma em inovação ou Tecnologias Sociais? A política científica e tecnológica nacional pa-rece inibir tal iniciativa. O critério de avaliação de produtividade que essa política utiliza valoriza exclusivamente a produção bibliográfica em veículos acadêmicos reconhecidos pela comunidade científica e não reconhece qualquer outro tipo de produção ou atividade, in-clusive as Tecnologias Sociais. A criação de um produto ou processo inovador que se transforme em uma patente ou em uma Tecnologia Social não é utilizada como indicador na atual política de avaliação da produção científica e tecnológica adotada pelas agências de fomento da atividade científica em nosso país.
A grande maioria dos pesquisadores em tempo integral no Brasil trabalha em instituições públicas de ensino superior. Alguns, em la-boratórios e centros de pesquisa vinculados a ministérios ou órgãos públicos. Todos são avaliados com o mesmo e único indicador de pro-dutividade: a publicação de artigos científicos em revistas acadêmicas de circulação internacional.
Essa política explica por que razão o número de patentes estag-nou enquanto o número de artigos não para de crescer. Em 1981 o Brasil havia produzido 0,8% da produção bibliográfica acadêmica internacional. Em 2008 esse índice atingiu a casa dos 1,92%, ou seja, duplicou (MEIRELLES, 2008). Segundo Cruz e Chaimovich (2010, p. 33), “os cientistas brasileiros publicaram 26.482 artigos científicos em periódicos indexados pelo Thomson Reuter’s Science Citation Index em 2008, fazendo do país o 13º maior produtor de ciência do mundo. Mais de 90% desses artigos foram gerados em universidades públicas”.
Se a cifra representa o esforço de muitos cientistas em divulgar sua produção em periódicos internacionais, ela também é uma respos-ta aos critérios de produtividade estabelecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Esse mecanismo de avaliação dos periódicos exerce, portanto, um papel indutor da produção científica e inibe as iniciativas preocupa-das com as Tecnologias Sociais. Não leva em consideração qualquer
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 87 30/11/11 17:48
88 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
outro tipo de produção intelectual, científica ou tecnológica, como patentes, produtos e serviços de utilidade pública, ou mesmo livros de grande tiragem.
O que interessa reiterar é que investir cerca de 1% do PIB não é tão pouco dinheiro assim. O principal problema não é o valor absoluto ou relativo do investimento e sim seu objetivo e finalidade. Atualmente, todo pesquisador brasileiro tem sua produtividade medida exclusiva-mente pela quantidade de artigos publicados em revistas indexadas e avaliadas pelo sistema Qualis da Capes. A apresentação, sob forma de uma Tecnologia Social, de um resultado concreto para o desenvolvi-mento do país ou para a resolução dos graves problemas que afetam a grande maioria dos brasileiros simplesmente não tem valor nenhum – é ignorada pelas instituições que concedem financiamento à pesquisa. Por essa razão, os impactos econômicos e sociais desse investimento não são perceptíveis pela sociedade e a produção de patentes estag-nou enquanto a de artigos continua crescendo.
O problema central não está, portanto, na falta de investimento. É claro que o país deveria investir mais em Ciência e Tecnologia. Entre-tanto, o principal problema não está no montante investido, mas sim na sua finalidade.
2 FALTAM PESQUISADORES COM DOUTORADO?
A segunda razão que impediria o envolvimento de pesquisadores em projetos de Tecnologia Social, normalmente aventada por nossas entidades científicas, está associada à ideia de que existiriam poucos profissionais com doutorado no Brasil. Alguns especialistas justificam que o Brasil não ocupa um lugar de crescente destaque no ranking dos países que usam tecnologia a serviço do desenvolvimento justamente por essa carência.
Segundo o relatório da Capes (2010) o número de pessoas que con-cluiu o doutorado no Brasil passou de 2.830 em 1996 para 10.711 em 2008. Esses indicadores equivalem a um aumento de 278% em 12 anos. Existiam, segundo essa mesma fonte, 87.063 pessoas tituladas com doutorado em 2008. Para Cruz e Chaimovich (2010, p. 40), “o número de pessoas que terminam um doutorado pode parecer alto, mas ele se traduz em apenas 4,6 doutores para cada 100 mil habitan-
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 88 30/11/11 17:48
89SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
tes, uma relação 15% menor do que a da Alemanha e praticamente um terço da relação verificada na República da Coreia”.
No entanto, cabe uma questão: aonde irão trabalhar os 10 mil dou-tores que se formam, em média, por ano, no Brasil? A resposta imedia-ta é: eles irão trabalhar no magistério de nível superior.
Dados recentes da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) sobre a distribuição percentual dos doutores titulados no Brasil no período 1996-2006 empregados durante o ano de 2008, indicam que 76,7% dos portadores de diploma de doutorado atuam na educa-ção enquanto 1,3% atua na transferência de tecnologia (IBGE, 2007a).
Por que razão esses doutores não desenvolvem suas atividades no meio empresarial? Por um lado, porque temos uma cultura empresa-rial refratária à inovação tecnológica e, por outro, porque nossa atual política de avaliação de produtividade em ciência e tecnologia não estimula as atividades de natureza pragmática.
Segundo estimativas da Pesquisa de Inovação Tecnológica realizada em 2005, em um universo de mais de 95 mil empresas industriais, menos de 7 mil contavam com atividades internas de pesquisa e desenvolvimen to (IBGE, 2007b). Segundo estudo da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (ANPEI, 2004), apenas 0,8% das pessoas empregadas em empresas dedicam-se a Pesquisa e Desenvolvimento. Esse percentual representa cerca de 41 mil pessoas. Destas, apenas 750 têm douto-rado. A Coreia do Sul, com uma população quatro vezes menor que a do Brasil, emprega mais de seis mil doutores em empresas. O fato de a Coreia do Sul empregar esse volume de doutores em empresas gera uma consequência perceptível. Em 2009, os sul-coreanos depo-sitaram mais de 9.566 pedidos de patentes nos Estados Unidos, contra pouco mais de uma centena do Brasil. Os dois países têm uma comu-nidade de cientistas de tamanho equivalente, mas na Coreia cerca de 80% dos cientistas dedicam-se à pesquisa na indústria, enquanto no Brasil o mesmo setor absorve menos de 10% dessa força de trabalho qualificada.
Parece predominar na cultura empresarial nacional a ideia de que a pesquisa básica se faz na universidade enquanto que o desenvol-vimento tecnológico e a inovação acontecem nas empresas, sem a necessária participação dos doutores.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 89 30/11/11 17:48
90 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Os doutores também não são absorvidos pelo meio empresarial porque sua formação procurou obedecer a política de avaliação da produção científica e tecnológica, que valoriza exclusivamente a ati-vidade acadêmica e que se transforma em artigos publicados em re-vistas bem qualificadas pela Capes e não em produtos ou processos inovadores.
Os cursos de pós-graduação cobrem hoje praticamente todo o terri-tório nacional em todas as áreas do conhecimento. Todos são organi-zados para formar pesquisadores que atuarão, sobretudo, na própria universidade na qual se formaram ou em outras instituições de ensino superior, na qualidade de professores e pesquisadores. E como os dou-tores que formam os futuros doutores são avaliados? O professor e o aluno são estimulados, desde o primeiro dia, a publicar artigos em re-vistas indexadas e de qualidade reconhecida internacionalmente pela Capes. Na verdade, o estudante é induzido, desde a bolsa de iniciação científica, a escrever e publicar artigos. Ele não é estimulado a inovar ou a encontrar soluções tecnológicas que contribuam para o desenvol-vimento do país. Não há, da parte das agências de fomento, qualquer incentivo explícito a iniciativas voltadas para o desenvolvimento de Tecnologias Sociais e da Inovação.
Mantendo o ritmo atual de dez mil doutores formados por ano, o Brasil terá no final desta década cerca de cem mil novos doutores. Se for mantida a atual política de avaliação da produção científica e tecnológica, onde esses doutores exercerão sua atividade profissional? Se a cultura empresarial continuar refratária à presença de doutores na empresa, onde esses doutores exercerão sua atividade profissional? Como não haverá lugar para todos no magistério de nível superior, alguns poderão desenvolver atividades nas quais essa titulação e qua-lificação não sejam exigidas ou necessárias. Com alguma sorte, alguns se tornarão empresários de uma empresa de base tecnológica ou in-tensiva em conhecimento. Nesse caso, o esforço do país em investir na formação desses profissionais terá valido a pena. Mas essa possibi-lidade não invalida a constatação do descompasso existente entre o número de doutores que se formam todos os anos em nosso país e o ambiente econômico e social hostil que está sendo desenvolvido para absorvê-los, ou a lógica que orienta a política pública de avaliação em ciência e tecnologia e que interfere na formação dos doutores.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 90 30/11/11 17:48
91SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Se a maioria de nossos doutores continuar orientando sua prática profissional exclusivamente para a produção de artigos, as empresas e os empresários continuarão a vê-los como profissionais que não de-têm qualquer potencial para contribuir com o desenvolvimento de seu produto ou processo. Como afirmou Dudziak (2007), não há real impacto da política de inovação na práxis acadêmica, sobretudo no que diz respeito à flexibilização da atividade dos pesquisadores.
Meirelles (2008) revelou que o número de doutores no país corres-ponde a um pesquisador para cada mil pessoas. Na China, em 2004, existiam cerca de 1,2 cientistas para cada mil habitantes. Ou seja, o número relativo de doutores no Brasil é semelhante ao encon-trado na China. Como observamos acima, o resultado do trabalho em matéria de inovação tecnológica e apresentação de patentes é extremamente díspar.
O problema não está na falta, mas sim no destino que está sendo construído para os doutores. Como irão devolver à sociedade o inves-timento feito em sua formação? Quantos irão trabalhar em empresas inovadoras? Quantos irão se dedicar ao desenvolvimento de Tecnolo-gias Sociais?
3 CONSEQUÊNCIAS
A péssima posição do Brasil no ranking dos países que inovam e usam tecnologia a serviço do crescimento e desenvolvimento e o cres-cimento da produção bibliográfica internacional são duas consequên-cias da atual política de avaliação da produção científica e tecnológica que valoriza exclusivamente a produção de artigos em revistas indexa-das e bem avaliadas pela Capes.
Cruz e Chaimovich (2010, p. 40) chegaram a conclusões semelhantes:
O pequeno número de cientistas no setor privado não deixa de ter suas consequências, tal como é testemunhado pela deficiência de patentes geradas pela indústria brasileira. Ele é também um dos principais obs-táculos ao desenvolvimento de laços mais fortes entre as universidades e as indústrias. Ademais, apenas 15% dos pesquisadores brasileiros no setor empresarial possuem mestrado ou doutorado.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 91 30/11/11 17:48
92 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Existe uma outra consequência dessa política de avaliação da produ-ção científica e tecnológica: a morte de vítimas indefesas.
O caso da dengue parece ser exemplar: é um problema mundial de saúde pública. Estima-se que ocorram cerca de cem milhões de infecções por ano, ocasionando milhões de casos de doença febril e aproximadamente 250 mil casos de dengue hemorrágica. No Brasil, essa epidemia teve início em 1986 e hoje ocorre em todas as regiões do país, com dezenas de milhares de casos notificados anualmente, alguns com manifestações hemorrágicas e fatais. O controle da den-gue, nos dias atuais, segue as mesmas normas gerais de combate aos mosquitos vetores, preconizadas pelos médicos sanitaristas no início do século XX. O controle e a erradicação do mosquito vetor da doen-ça é, sem dúvida, um procedimento bastante complexo e difícil. Re-conhece-se que a alternativa ideal para o controle da epidemia seria a criação e produção de uma vacina, como existe para a febre amarela, com excelente capacidade imunizante.
Quando o verão se aproxima, o surto de dengue se transforma em uma ameaça. Nessas ocasiões os jornais responsabilizam sistematica-mente os governos federal, estadual e municipal pelo quadro epidêmico em que as cidades se encontram. A imprensa também responsabiliza o cidadão por não tomar as medidas preventivas preconizadas. No nosso entender, a política de ciência e tecnologia não pode ficar de fora da análise das causas que levam o país a viver anualmente essa dramática situação.
O problema, mais uma vez, não é falta de dinheiro. As agências de fomento têm financiado pesquisas sobre a dengue. O problema tam-bém não é falta de doutores. Existem inúmeros pesquisadores dou-tores dedicados ao tema no país. O problema é que esses doutores recebem um financiamento que os obriga a transformar esse conheci-mento em artigos a serem publicados. Esses critérios de avaliação da produção científica brasileira inibem o pesquisador, de forma que ele é impelido a se concentrar em estudos que duram anos e não obtêm um resultado concreto, e não a se dedicar a estudos de natureza mais pragmática. Nesse caso, o pesquisador envolvido com a elaboração de produtos ou processos inovadores deveria continuar recebendo financiamento e orientando seus alunos de mestrado e doutorado, apesar de não publicar nenhuma linha sobre suas descobertas. O pes-
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 92 30/11/11 17:48
93SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
quisador preocupado com a apresentação de uma patente não pode publicar. Se divulgar seus achados, perde o direito de patentear suas descobertas.
Assim, o desenvolvimento de Tecnologias Sociais e de Patentes co-lide frontalmente com a atual política de avaliação da produção cien-tífica e tecnológica.
O pedido, e a consequente concessão, de uma patente de produto ou processo é considerado uma das expressões da transformação do conhecimento em valor econômico e social (GALINA, 2005). A paten-te, em sua formulação clássica, é uma concessão pública, conferida pelo Estado aos autores – pessoa física ou jurídica –, detentores dos direitos de criação e exploração de uma invenção ou modelo de utili-dade (PAVITT, 1988). O ineditismo ou novidade é uma das exigências para que um pedido de patente seja apresentado nacional ou interna-cionalmente, dependendo de onde as empresas pretendem fabricar e comercializar seus produtos (MEIRELLES, 2008).
Segundo informações obtidas no site do United States Patent and Trademark Office, disponíveis no Anexo I, em 1998, o Brasil registrou 88 patentes. Em 2008, 133. Ou seja, em dez anos, em termos absolu-tos, a produção de patentes brasileiras aumentou. Em termos relativos, esses dados se tornam inquietantes. A comparação com a tendência observada na China e na Índia, países emergentes que compõem o Brics2, pode ser reveladora. Em 1998 o Brasil havia apresentado o mesmo número de patentes registradas pelos chineses. Em 2004 a dis-tância aumentou: O Brasil apresentou um quarto do total das patentes chinesas. Em 2009 o Brasil conseguiu registrar 16 vezes menos paten-tes que os chineses! Em relação aos indianos, o distanciamento, apesar de ser menor, pode ser facilmente percebido. Em 1996 a produção brasileira de patentes superava a indiana. Em 2006 eles apresentaram três vezes mais patentes que o Brasil. Em 2009 a distância aumentou ainda mais. A Tabela 3, criada a partir dos dados apresentados no Anexo I, ilustra essa evolução.
2 Letras iniciais dos países que compõem o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 93 30/11/11 17:48
94 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Tabela 3Número de patentes atribuídas por ano e por país
País 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2009
Índia 37 94 131 267 376 506 672 720
China 48 88 161 390 597 970 1.874 2.270
Brasil 69 88 113 112 161 148 133 148
Fonte: http://www.uspto.gov/web/offices/ac/ido/oeip/taf/cst_all.htm
A novidade constitui elemento decisivo na apresentação de uma pa-tente. O oitavo artigo da Lei 9.279, de 14 de maio de 1996, declara: “É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, ati-vidade inventiva e aplicação industrial.” A aferição da novidade se faz pela investigação de sua anterior publicação. Ou seja: se o pesquisador publicar uma parte de sua pesquisa, perderá o direito de patenteá-la. Portanto, se o pesquisador da vacina da dengue seguir a atual política de avaliação da produção científica e tecnológica e publicar parte de suas descobertas perderá o direito de patenteá-la. Essa pode ser uma razão para explicar por que a inovação tecnológica não se desenvolveu como deveria nesse setor. E gostemos ou não da conclusão, o fato é que agindo dessa forma estamos, objetivamente, contribuindo para a morte de crianças e cidadãos indefesos, estamos cumprindo o oposto de nosso papel, que é colocar a ciência e a tecnologia a serviço da ci-dadania e da melhoria das condições de vida em nosso país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo não condena a avaliação como um “processo sistemá-tico para determinar até que ponto um programa ou intervenção atingiu os objetivos pretendidos” (SESSIONS, 2001). Sendo assim, concordamos com Kerr-Pontes et al. (2005) quando ressaltam a im-portância da Capes na introdução, manutenção e incremento de um sistema de avaliação e suas consequências na elevação e pre-servação da qualidade da pós-graduação em nosso país. Este artigo não pretendeu questionar as instâncias e atores responsáveis pela elaboração desses critérios. São profissionais sérios, qualificados e responsáveis.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 94 30/11/11 17:48
95SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Algumas iniciativas do Ministério da Ciência e Tecnologia foram to-madas na boa direção. Uma delas é a Lei de Inovação, que facilita a interação das empresas com os pesquisadores e centros de pesquisa. Depois de mais de dois anos tramitando no Congresso, foi finalmente aprovada, mas sua utilização ainda precisa ser devidamente estimu-lada. O Programa de Apoio ao Pesquisador na Empresa (Pappe), da Finep, tem sido apontado como um projeto de estímulo à inovação em todo o país.
Mas esses programas estão longe de representar o foco da nossa po-lítica de ciência e tecnologia. O discurso é o de que a inovação é uma “prioridade”, mas, na prática, a execução financeira do ministério con-tinua, fundamentalmente, a obedecer a lógica de conceder recursos baseados no critério único de publicação de artigo em revista indexada e bem avaliada pela Capes. Trata-se de uma política que poderíamos qualificar como ditadura do artigo. Ou o pesquisador publica ou morre.
Os rumos que a avaliação da produção científica e tecnológica vêm tomando nos obrigam, portanto, a fazer uma reflexão sobre esse único indicador utilizado, especialmente sobre seus impactos no processo de inovação científica e tecnológica de que o país prescinde.
Essa política que universaliza um critério único de avaliação de to-das as áreas do conhecimento pode ser considerada uma das respon-sáveis pela redução do número de patentes registradas pelo Brasil, que é muito pequeno, sobretudo quando se leva em consideração o tamanho da economia brasileira e da sua infraestrutura científica.
A mesma política não impediu, no entanto, que 53 projetos agracia-dos com o incentivo às Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Bra-sil fossem oriundos do meio universitário. Esse foi o caso do professor livre-docente Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará, que coordenou um projeto que organizou “farmácias-vi-vas”, utilizando o alecrim-pimenta como antisséptico geral e algumas plantas antigripais, como o eucalipto, o chambá e o cumaru-do-nor-deste. O projeto atende a cerca de 80.000 famílias, com distribuição gratuita de medicamentos fitoterápicos prescritos pelo seu pessoal es-pecializado. Assim, foram controladas cerca de 80% das doenças mais frequentes nas comunidades.
Esse foi também o caso do professor Joaquim Sousa Neto, da Uni-versidade Federal do Maranhão, que apresentou um projeto de vela
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 95 30/11/11 17:48
96 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
clorada para ser inserida dentro dos filtros de água de uso doméstico nas residências de populações de baixa renda. Ela contém em seu interior uma cápsula com uma mistura de hipoclorito de cálcio e areia lavada e esterilizada. Com essa cloração a água fica totalmente esteri-lizada. O equipamento é composto de duas velas cerâmicas montadas em um filtro de barro, uma tem a função de clorar a água e a outra de diluir, mantendo os níveis de cloro livre nos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
É o caso ainda do professor Silvio Ricardo Maurano Peixoto, doutor em Oceanografia Biológica pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (2004), com doutorado-sanduíche pelo Commonweal-th Scientific and Industrial Research Organization (CSIRO), Austrália (2003-2004). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, atuando na área de maricultura, com ênfase em aspectos relacionados a reprodução e cultivo de camarões marinhos. O projeto aprovado visava servir como base para a implementação de um plano sustentável de produção de alimentos, geração de emprego e renda para uma região que enfrenta sérios problemas econômicos e sociais, causados pelo colapso da atividade extrativista no estuário da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
Essas iniciativas representam uma gota no oceano. E não foi uma iniciativa de um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Os centros de pesquisa e as universidades, onde trabalham os pesqui-sadores doutores do Brasil, poderiam gerar uma quantidade infinita-mente maior de benefícios para a sociedade. Incontáveis tecnologias sociais poderiam estar resolvendo problemas de água, alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, renda e saúde.
Na verdade, não nos faltam ideias e criatividade. Os brasileiros são, em geral, portadores desses fatores críticos para o sucesso de um país na sociedade do conhecimento. O que falta é capacidade de inovar e empreender. Essa capacidade não se obtém por decreto ou por algum dom divino, ela deve ser construída por uma sociedade que perceba sua necessidade estratégica e crie um ambiente adequado ao seu de-senvolvimento.
Para tanto, a nossa política de ciência e tecnologia não pode conti-nuar de costas para a sociedade, pesquisando apenas o que interessa aos pesquisadores. Essa política construiu o forte conjunto de progra-
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 96 30/11/11 17:48
97SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
mas de pós-graduação e de pesquisadores altamente titulados e qua-lificados de que o país hoje dispõe. Mas ela já se esgotou. Precisamos redirecionar nossa política, de forma a estimular o desenvolvimento de pesquisas voltadas às reais necessidades da sociedade brasileira. O crescimento do agronegócio, a busca de petróleo em águas profundas, o biodiesel, a terapia celular, a biotecnologia e as extraordinárias pos-sibilidades de inclusão social pelas tecnologias de informação e comu-nicação são alguns exemplos do enorme retorno que um investimento com foco nas necessidades sociais e econômicas pode ter.
Atender a vontade dos pesquisadores e da sociedade não são coisas necessariamente antagônicas ou excludentes. Uma parte dos recursos deve ir para a pesquisa sem nenhum compromisso com o resultado imediato. Ninguém sabe tudo. E uma dessas investigações pode re-dundar em uma grande e importante inovação. No entanto, gover-nar é ter coragem de fazer escolhas. Os líderes políticos, científicos e empresariais precisam ter a coragem de fazer com que a ciência e a tecnologia estejam a serviço da sociedade e não se limitar a colocar os recursos públicos a serviço dos interesses dos pesquisadores.
Precisamos de uma política de ciência e tecnologia que valorize a inovação, não com palavras, mas com ações. Uma política que colo-que o conhecimento gerado em nossos centros de pesquisa a serviço da sociedade. Só assim poderemos reverter a tendência, lamentável, identificada no Fórum Econômico Mundial e fazer com que a ciência e a tecnologia promovam a inovação e o desenvolvimento de tecno-logias sociais.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 97 30/11/11 17:48
98 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E ENGE-NHARIA DAS EMPRESAS INOVADORAS. Indicadores de P&D, 2004. São Paulo, 2004.
BRANDÃO, V. Brasil inovador: o desafio empreendedor: 40 histórias de su-cesso de empresas que investem em inovação. Brasília: IEL; Finep, 2006.
CAPES. Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica bra-sileira. Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2010.
CLARKE, R. Soft technology: blueprint for a research community. London: Jonathan, 1976.
CRUZ, C. H.; CHAIMOVICH. H. Brasil. In: UNESCO. Relatório Unesco sobre ciência, 2010: o atual status da ciência em torno do mundo. [S.l.], 2010. p. 33-49.
DAGNINO, R. A tecnologia social e seus desafios. In: DE PAULO, A. et al. (Org.). Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Ja-neiro: Fundação Banco do Brasil, 2004. p. 187-210.
DAGNINO, R. A relação pesquisa-produção: em busca de um enfoque alter-nativo. In: SANTOS, L. W. et al. (Org.). Ciência, tecnologia e sociedade: o desafio da integração. Londrina: Iapar, 2002.
DARROW, K.; SAXENIAN. Appropriate technology sourcebook: volunteers in Asia. Stanford: University of California Press , 1986.
DARROW, K.; PAM, R. Appropriate technology sourcebook: for tools and te-chniques that use local skills, local resources, and renewable sources of energy. Stanford: University of California Press, 1978.
DICKSON, D. Alternative technology and the politics of technical change. London: Fontana, 1974.
DUDZIAK, A. A lei de inovação e a pesquisa acadêmica: o caso PEA. São Paulo: Escola Politécnica/USP, 2007.
DUTTA, S.; MIA, I. (Ed.). The global information technology report 2009-2010: ICT for sustainability. Geneva: World Economic Forum and INSEAD, 2010.
FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL. Tecnologias sociais. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.fbb.org.br/tecnologiasocial/tecnologia-social/>. Acesso em: 4 out. 2011.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 98 30/11/11 17:48
99SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
FURTADO, A.T; FREITAS, A. G. Nacionalismo e aprendizagem no Programa de Águas Profundas da Petrobrás. Revista Brasileira de Inovação, Rio de Ja-neiro, v. 3, n. 1, 2004.
GALINA, S. V. R. Internacionalização de atividades de P&D: participação de afiliadas brasileiras mensuradas por indicadores de C&T. São Paulo em Pers-pectiva, São Paulo, v.19, n. 2, p. 31-40, 2005.
HELMER, O. et al. Social technology. New York: Basic Book, 1966.
IBGE. Classificação nacional de atividades econômicas, CNAE. Versão 2.0. Rio de Janeiro, 2007a.
IBGE. Pesquisa de inovação tecnológica 2005. Rio de Janeiro, 2007b.
KERR-PONTES, L.R.S. et al. Uma reflexão sobre o processo de avaliação das pós-graduações brasileiras com ênfase na área de saúde coletiva. Physis: re-vista de saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 83- 94, 2005.
LINDHQVIST, T. Extended producer responsibility in cleaner production: policy principle to promote environmental improvements of product systems. Tese (Doutorado)-The International Institute for Industrial Environmental Eco-nomics, Lund University, 2000.
MEIRELLES, J. L. Inovação tecnológica na indústria brasileira: investimento, financiamento e incentivo governamental. 258 f. Tese (Doutorado)- Escola de Engenharia, Universidade de São Paulo, Campus São Carlos, 2008.
PAVITT, K. Uses and abuses of patent statistics. In: VAN RAAN, A.F.J. Hand-book of quantitative studies of science and technology. [S.l.: s.n.], 1988.
SCHUMACHER, E. F. O negócio é ser pequeno: um estudo de economia que leva em conta as pessoas. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
SESSIONS, G. Avaliação em HIV/AIDS: uma perspectiva internacional: fun-damentos de avaliação. Rio de Janeiro: ABIA, 2001. (Coleção ABIA, n. 2).
WILLOUGHBY, K. W. Technology choice: a critique of appropriate technolo-gy movement. London: Intermediate Technology Publications, 1990.
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 99 30/11/11 17:48
100 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
ANEX
O 1
Núm
ero
de p
aten
tes
atri
buíd
as p
or a
no e
por
paí
s
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
Tota
l (Es
tado
s Un
idos
e
Estr
ange
iras
1732
291
1241
4716
3204
1691
4517
6083
1840
4518
4423
1870
4818
1319
1577
4119
6437
1829
2818
5244
1919
3324
4358
4260
346
Subt
otal
(Es
tado
s Un
idos
)98
5294
6992
390
697
9409
097
011
9865
497
124
9859
094
128
8258
610
2267
9369
092
001
9503
812
1179
2312
272
Subt
otal
(es
tran
geira
s)74
6997
5422
472
507
7505
579
072
8539
187
299
8845
887
191
7515
594
170
8923
893
243
9689
512
3179
1948
074
ALAB
AMA
5618
345
422
473
395
452
441
459
412
359
430
358
354
377
538
1143
3
ALAS
KA61
760
7666
5658
5043
4936
4524
2855
3312
96
ARIZ
ONA
1400
211
6216
7716
2317
5617
0117
0017
1617
3015
9818
9318
2618
9317
5921
6938
205
ARKA
NSAS
2287
152
184
226
247
223
213
176
160
153
185
169
152
154
216
4897
CALI
FÓRN
IA14
8360
1291
517
827
1886
019
845
2085
921
235
2207
421
602
1966
225
044
2260
122
203
2335
630
080
4465
23
COLO
RADO
1518
213
4519
1619
8720
7421
1221
2923
0522
9019
7123
4819
8318
6619
6624
3643
910
CONN
ECTI
CUT
2955
516
4420
7020
2620
8520
6919
9118
4417
2316
7818
5716
1115
9616
6121
1155
521
DELA
WAR
E75
7637
042
444
442
642
438
537
240
634
139
635
935
334
339
113
010
FLÓR
IDA
3135
225
5231
1730
4031
2931
4928
5431
2029
9127
0732
6430
9228
0828
9937
2473
798
GEOR
GIA
1191
911
1214
9615
4415
4116
0015
3215
3414
9213
5817
1915
8015
8616
6621
9433
873
HAV
AÍ11
9093
9397
9310
791
9686
5810
182
101
9614
425
28
IDAH
O32
4459
789
712
6316
1617
3718
7718
5018
2215
4917
1713
8812
0798
511
6222
911
ILLI
NOIS
6032
135
3943
6443
0845
1442
7239
3739
6137
5432
9740
5337
1235
8136
1543
7411
5602
INDI
ANA
2096
213
3115
6117
0717
0215
9417
4516
7914
8512
4614
9913
8511
9612
4616
9742
035
IOW
A77
2445
072
081
767
681
568
171
173
662
973
266
464
573
080
917
539
KANS
AS54
7332
240
449
547
538
350
349
154
045
658
152
354
450
972
812
427
KENT
UCK
Y59
5735
040
450
951
754
749
649
746
337
747
150
546
945
760
112
620
LOUS
IANA
7884
408
543
519
578
561
484
439
387
298
365
294
322
315
355
1375
2
MAI
NE19
2310
914
314
515
215
616
816
413
815
915
612
613
613
022
040
25
MAR
YLAN
D17
232
1264
1575
1642
1485
1641
1612
1579
1440
1284
1558
1409
1429
1445
1732
3832
7
MAS
SACH
USET
TS39
488
2831
3735
3819
3835
3973
3837
4191
3906
3303
4369
3837
3897
4038
5261
9432
0
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 100 30/11/11 17:48
101SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
MIC
HIG
AN50
735
3075
3824
4030
4112
4233
4234
4222
4121
3665
4179
3695
3584
3516
4277
1055
02
MIN
NESO
TA25
649
2060
2780
2902
2990
2926
2976
3260
2996
2582
3268
2920
2869
2972
4005
6715
5
MIS
SISS
IPPI
2022
182
202
225
213
230
180
185
160
127
153
184
142
144
172
4521
MIS
SOU
RI13
118
870
1049
1087
970
968
962
946
895
732
863
861
787
877
1140
2612
5
MON
TANA
1514
105
148
142
143
162
152
125
131
119
136
131
115
9111
833
32
NEBR
ASKA
2781
185
233
229
299
253
248
241
229
205
239
254
214
226
253
6089
NEVA
DA26
0322
633
235
640
437
136
845
647
644
347
246
846
442
663
985
04
NEW
HAM
PSH
IRE
5502
503
649
692
680
671
657
731
681
538
657
618
526
608
802
1451
5
NOVA
JER
SEY
6304
134
6142
0443
7143
9742
8940
9739
2233
5428
6836
2831
5432
4732
5943
4511
5637
NOVO
MÉX
ICO
3429
281
363
357
347
392
388
405
383
273
354
304
295
329
455
8355
NOVA
YOR
K85
275
5421
7113
6903
7038
7178
7075
6919
6618
5307
6408
6024
5905
6127
8095
1774
06
CARO
LINA
DO
NORT
E15
435
1501
1842
1956
2196
2267
2141
2171
2075
1839
2233
2007
2157
2298
2922
4504
0
DAKO
TA D
O NO
RTE
989
5069
7698
107
8662
6681
7792
7292
112
2129
OHIO
5276
032
9538
9740
0340
2839
9639
7338
9334
1827
3132
9530
6231
5630
2339
8310
2513
OKLA
HOM
A12
595
453
542
545
616
633
518
563
490
429
583
526
476
446
582
1999
7
OREG
ON10
821
1103
1560
1386
1463
1503
1716
1867
1967
1849
2536
2282
2173
2014
2340
3658
0
PENN
SYLV
ANIA
5557
629
3437
6340
7640
0738
4136
4235
6032
2425
4631
9129
8728
5030
6638
8910
3152
RHOD
E IS
LAND
3686
303
357
341
389
334
311
325
368
312
354
380
303
305
354
8422
CARO
LINA
DO
SUL
7179
499
682
654
629
644
711
651
581
539
691
542
524
579
652
1575
7
DAKO
TA D
O SU
L74
753
5778
9885
9089
8868
7966
6056
8217
96
TENN
ESSE
E98
5074
591
210
1896
396
210
0397
387
471
381
779
379
878
510
3722
243
TEXA
S57
097
4449
5980
6425
6788
6764
6341
6380
6241
5526
6717
6228
6184
6436
8027
1455
83
UTA
H64
1766
673
174
879
380
374
772
578
464
480
076
672
785
611
4517
352
VERM
ONT
2293
290
343
363
415
507
509
466
428
411
486
546
514
500
668
8739
VIRG
INIA
1426
891
711
6311
5112
8412
7913
0212
4611
8210
3012
3211
6511
8312
0917
2631
337
WAS
HIN
GTON
1579
415
1019
9820
3820
4722
5623
0025
1624
4224
8236
2038
9441
5848
5558
1057
720
WES
T VI
RGIN
IA30
4116
521
116
615
916
116
614
111
198
111
116
9110
213
449
73
WIS
CONS
IN20
906
1527
1880
1996
2079
2253
2119
2083
1975
1756
2151
1928
1921
1887
2232
4869
3
WYO
MIN
G78
960
4958
6759
6184
5555
5662
4164
8916
49
DIST
RITO
DE
COLU
MBI
A10
3559
8563
6573
6550
8059
6971
7162
8719
94
GUAM
112
54
25
20
00
01
31
036
NORT
HER
N M
ARIA
NA I
SLAN
DS0
00
00
00
00
10
01
00
2
(Con
tinu
ação
do
Anex
o 1)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 101 30/11/11 17:48
102 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
PORT
O RI
CO40
014
2133
3112
2229
2033
2629
1820
2873
6
PACI
FIC
ISLA
NDS
11
00
00
00
00
00
00
02
VIRG
IN I
SLAN
DS43
23
23
31
32
41
34
52
81
REGI
ÕES
NÃO
ESPE
CIFI
CADA
S25
52
61
10
01
22
32
02
52
CANA
L ZO
NE1
00
00
00
00
00
00
00
1
JAPÃ
O30
7610
2419
132
118
3251
432
922
3489
036
339
3724
837
032
3183
439
411
3594
136
679
3806
646
978
8037
73
ALEM
ANH
A13
6170
7292
9582
9895
1082
411
894
1195
712
140
1136
795
7510
889
1001
210
085
1035
213
633
2856
67
REIN
O U
NIDO
5282
529
0037
2438
9240
8543
5141
9040
2838
9535
5343
2340
2938
3440
0950
3810
8676
FRAN
ÇA52
750
3202
3991
4097
4173
4456
4421
4126
3686
3106
3856
3720
3813
3805
5100
1083
02
TAIW
AN13
723
2597
3805
4526
5806
6545
6730
6676
7207
5993
7920
7491
7779
7781
9635
1042
14
CANA
DÁ34
410
2817
3536
3678
3925
4063
3857
3894
3781
3177
4094
3970
4125
4393
5513
8923
3
CORE
IA D
O SU
L66
1919
6533
6236
7934
7237
6340
0941
3246
7145
9165
0972
6487
3095
6612
508
8484
0
ITÁL
IA22
084
1417
1821
1686
1967
1978
1962
2022
1946
1591
1899
1836
1916
1837
2254
4821
6
SUIÇ
A25
475
1179
1374
1390
1458
1557
1532
1433
1405
1106
1388
1280
1403
1454
1889
4532
3
HOL
ANDA
1689
189
513
8213
9614
1014
9416
8115
7015
3712
0016
4715
9617
2515
5819
1937
901
SUÉC
IA17
326
970
1346
1542
1738
1933
1824
1629
1388
1189
1360
1278
1260
1231
1594
3760
8
AUST
RÁLI
A86
2256
883
083
286
010
3299
210
4910
9310
3215
3815
4516
1315
5020
7925
235
ISRA
EL48
3057
782
079
283
610
3111
0812
6010
9297
613
2512
1913
1215
2519
1720
620
FINL
ÂNDI
A48
3846
862
969
564
976
985
694
495
475
110
0594
390
899
712
3216
638
BÉLG
ICA
6343
561
755
718
756
796
801
727
678
577
720
624
605
707
896
1626
4
ÁUST
RIA
6571
393
408
505
537
632
559
639
575
492
626
554
575
767
905
1473
8
CHIN
A48
866
8899
161
265
390
424
596
565
970
1235
1874
2270
3303
1279
4
DINA
MAR
CA43
6443
250
058
850
955
655
961
153
047
354
651
156
653
776
612
048
CHIN
A, H
ONG
KONG
S.A
.R.
2326
261
373
413
548
621
589
681
642
596
753
756
717
587
716
1057
9
ESPA
NHA
2369
193
308
265
318
340
358
358
312
318
381
363
418
403
492
7196
NORU
EGA
2275
157
232
246
266
282
261
279
255
242
272
286
297
292
448
6090
ÍNDI
A35
748
9411
413
118
026
735
637
640
350
657
867
272
011
3759
39
SING
APU
RA41
910
013
615
224
230
442
146
048
537
746
945
145
049
363
355
92
U.R
.S.S
.38
874
63
10
10
00
00
00
039
02
ÁFRI
CA D
O SU
L19
7711
413
212
712
513
712
313
111
510
812
711
612
413
914
237
37
NOVA
ZEL
ÂNDI
A11
4710
914
513
413
616
017
316
519
214
317
316
516
919
823
234
41
(Con
tinu
ação
do
Anex
o 1)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 102 30/11/11 17:48
103SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
IRLA
NDA
766
7678
100
137
164
142
182
197
169
198
161
188
189
275
3022
FEDE
RAÇÃ
O RU
SSA
258
112
194
185
185
239
203
203
173
154
176
193
181
204
287
2947
BRAS
IL76
967
8898
113
125
112
180
161
9814
811
813
314
821
925
77
HU
NGRI
A17
9025
5239
3861
4872
5248
4955
7248
9825
47
MÉX
ICO
847
5777
9410
087
105
9310
295
8890
7780
115
2107
MAL
ÁSIA
128
2935
3447
5662
6393
9813
117
316
818
122
415
22
LUXE
MBU
RGO
617
4246
3555
4852
5355
4949
6635
5644
1302
ARGE
NTIN
A45
238
4646
6358
5870
5029
4753
4250
5911
61
CHEC
OSLO
VÁQU
IA79
910
95
00
00
00
00
00
082
3
POLÔ
NIA
353
1119
2013
1613
1919
2531
3968
4356
745
VENE
ZUEL
A36
526
2939
3228
3220
2310
1517
1611
1868
1
TAIL
ÂNDI
A74
1121
2930
4761
4728
2542
2540
3960
579
GRÉC
IA23
812
1724
1826
2223
1517
2325
2539
5457
8
REPÚ
BLIC
A CH
ECA
714
1725
5130
3144
3228
3741
5650
8154
4
LIEC
HTE
NSTE
IN29
112
1615
1924
1715
2110
209
1522
1752
3
BULG
ÁRIA
349
54
31
53
114
64
718
3760
517
FILI
PINA
S10
521
1921
1215
1925
2118
3521
2225
4041
9
ARÁB
IA S
AUDI
TA96
1414
1319
1210
1915
1820
2031
2358
382
CHIL
E86
617
1216
1613
1518
1214
2720
2627
325
PORT
UGU
AL10
28
126
1216
1212
1713
1714
3119
3432
5
TURQ
UIA
445
24
614
1832
1910
2524
3536
4531
9IU
GOSL
ÁVIA
/ S
ÉRVI
A E
MON
TENE
GRO
279
64
34
44
21
42
00
00
313
ISLÂ
NDIA
533
712
1821
1516
2122
2419
2724
2530
7
ESLO
VÊNI
A32
720
1318
2116
1924
1424
2215
2726
298
UCR
ÂNIA
328
1720
1721
2815
2119
2512
2116
1428
6
MÔN
ACO
114
87
1515
2021
1012
813
128
79
279
INDO
NÉSI
A60
1310
514
1015
1223
2316
1519
186
259
COST
A RI
CA89
75
118
128
1010
1326
1713
1811
258
COLÔ
MBI
A99
104
611
148
1111
107
513
99
227
BAH
AMAS
8110
1011
1410
1311
88
75
46
920
7
ROM
ÊNIA
981
34
410
47
97
912
128
1620
4
CROÁ
CIA
1310
1416
68
1213
912
1416
1718
918
7
(Con
tinu
ação
do
Anex
o 1)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 103 30/11/11 17:48
104 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
KUW
AIT
242
613
86
87
43
78
1515
1414
0
URU
GUAI
894
34
10
32
02
23
25
612
6
EGIT
O35
11
38
65
64
74
122
320
117
ESLO
VÁQU
IA1
32
64
19
65
04
912
1619
97
PERU
432
53
36
14
63
32
53
291
ILH
AS C
AYM
AN20
66
28
412
61
20
122
24
87
EMIR
ADOS
ÁRA
BES
UNI
DOS
180
12
26
63
35
92
109
985
CUBA
184
53
34
97
23
23
64
881
BIEL
ORRÚ
SSIA
92
85
37
25
22
59
75
778
BERM
UDA
391
21
24
58
12
25
00
375
QUÊN
IA9
11
23
41
1016
103
14
71
73
LITU
ÂNIA
12
32
24
51
35
116
133
869
SRI
LANK
A12
22
05
315
43
13
32
65
66
JERS
EY19
22
45
39
54
52
13
01
65
LÍBA
NO19
13
24
22
63
12
52
65
63
EQUA
DOR
191
64
04
05
32
35
26
262
ESTÔ
NIA
40
01
42
63
25
210
34
1561
ILH
AS V
IRGE
NS B
RITÂ
NICA
S11
33
30
13
78
75
11
40
57
IRÃ
281
01
02
00
01
23
26
854
TRIN
IDAD
E T
OBAG
O31
12
10
40
20
03
11
25
53
CHIP
RE20
20
01
11
02
64
41
44
50
PAQU
ISTÃ
O11
02
05
21
14
42
57
32
49
GUAT
EMAL
A23
22
12
05
30
11
05
02
47
ISLE
OF
MAN
70
02
12
13
41
30
96
443
MAR
ROCO
S21
02
22
10
11
13
14
31
43
JAM
AICA
180
11
21
21
11
01
43
440
REPÚ
BLIC
A DO
MIN
ICAN
A13
00
35
01
00
22
23
62
39
GUER
NSEY
134
36
12
21
21
11
01
139
PANA
MÁ
200
01
21
13
20
00
32
338
MAL
TA6
12
02
21
31
12
22
63
34
ZIM
BÁBU
E22
00
10
11
11
11
10
40
34
BARB
ADOS
80
01
04
42
00
31
33
332
(Con
tinu
ação
do
Anex
o 1)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 104 30/11/11 17:48
105SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
GEOR
GIA
(REP
ÚBL
ICA
DA)
11
01
02
51
43
35
31
232
NIGÉ
RIA
132
20
21
44
10
01
10
031
LETÔ
NIA
00
13
11
04
22
23
15
429
ANDO
RRA
30
21
00
11
12
01
15
725
JORD
ÂNIA
54
31
03
11
20
12
01
125
CAZA
QUIS
TÃO
11
11
43
21
22
13
11
125
EL S
ALVA
DOR
101
10
03
01
13
10
00
122
HON
DURA
S8
14
21
02
10
11
10
00
22
CHIN
A, M
ACAU
S.A
.R.
20
00
20
26
02
20
22
121
TUNÍ
SIA
101
00
00
10
11
20
20
220
SÍRI
A5
00
14
12
01
03
10
00
18
TURC
A E
CAIC
OS1
01
01
11
30
71
20
00
18
BOLÍ
VIA
100
11
20
10
00
00
11
017
ANTI
LHAS
HOL
ANDE
SAS
81
10
20
30
00
01
00
117
SÉRV
IA0
00
00
00
00
00
74
24
17
VIET
NÃ0
00
20
14
11
20
10
22
16
ARM
ÊNIA
10
01
01
12
11
21
11
215
HAI
TI10
10
10
00
00
00
00
00
12
UZB
EQU
ISTÃ
O3
01
12
21
01
01
00
00
12
ANTI
GUA
E BA
RBU
DA8
00
10
00
00
00
01
01
11
AZER
BAIJ
ÃO2
00
11
00
11
01
22
00
11
IRAQ
UE
90
00
00
00
00
00
10
010
MOL
DOVA
00
03
00
11
41
00
00
010
OMÃ
10
00
00
00
01
00
51
210
SÃO
CRIS
TÓVÃ
O E
NEVI
S1
02
01
22
00
00
01
00
9
PARA
GUAI
50
01
00
00
00
10
00
18
QATA
R0
00
01
00
00
22
01
20
8
POLI
NÉSI
A FR
ANCE
SA3
00
00
11
00
01
01
00
7
MAU
RÍCI
A5
00
10
00
00
00
01
00
7
ILH
A NO
RFOL
K6
00
10
00
00
00
00
00
7
ARGÉ
LIA
10
10
01
00
10
10
00
16
ARU
BA1
10
02
10
01
00
00
00
6
(Con
tinu
ação
do
Anex
o 1)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 105 30/11/11 17:48
106 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
BAH
RAIN
11
02
10
00
00
00
00
16
CAM
ARÕE
S0
00
00
00
00
00
10
14
6
FIJI
00
00
00
13
10
10
00
06
GIBR
ALTA
R0
00
01
00
00
01
21
10
6
SAM
OA0
00
00
00
00
00
40
02
6
GANA
20
01
00
00
00
01
00
15
GROE
NLÂN
DIA
20
00
00
00
00
00
03
05
SENE
GAL
40
00
00
00
00
00
00
15
TANZ
ÂNIA
20
00
01
02
00
00
00
05
UGA
NDA
30
00
01
10
00
00
00
05
BÓSN
IA E
HER
ZEGO
VINA
00
00
01
10
00
00
11
04
COST
A DO
MAR
FIM
30
00
00
00
10
00
00
04
QUIR
GUIS
TÃO
10
00
11
00
00
00
10
04
MAD
AGÁS
CAR
10
01
02
00
00
00
00
04
NICA
RÁGU
A2
00
10
00
10
00
00
00
4
ANGU
ILLA
00
10
00
00
00
10
01
03
BRU
NEI
DARU
SSAL
AM1
00
00
10
00
00
00
10
3
DOM
INIC
A0
00
01
20
00
00
00
00
3
GUIA
NA3
00
00
00
00
00
00
00
3
MIA
NMAR
20
10
00
00
00
00
00
03
PAPU
A NO
VA G
UIN
É2
00
00
01
00
00
00
00
3
SEYC
HEL
LES
00
00
00
00
00
20
10
03
SURI
NAM
E0
00
20
10
00
00
00
00
3
IÊM
EN2
00
00
01
00
00
00
00
3
BANG
LADE
SH0
00
00
00
10
00
01
00
2
CHAD
10
00
00
00
00
00
01
02
REPÚ
BLIC
A DE
MOC
RÁTI
CA
DO C
ONGO
11
00
00
00
00
00
00
02
GUAD
ALU
PE2
00
00
00
00
00
00
00
2
CORE
IA D
O NO
RTE
10
00
00
00
00
00
00
12
LIBÉ
RIA
20
00
00
00
00
00
00
02
MAC
EDÔN
IA0
00
00
00
10
00
00
10
2
(Con
tinu
ação
do
Anex
o 1)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 106 30/11/11 17:48
107SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Orig
emAn
tes
de
1997
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Todo
s os
an
os
ILH
AS M
ARSH
ALL
00
01
00
10
00
00
00
02
NAM
ÍBIA
00
00
10
00
00
00
01
02
NOVA
CAL
EDÓN
IA1
01
00
00
00
00
00
00
2
PALA
U0
00
01
00
01
00
00
00
2
SAN
MAR
INO
10
01
00
00
00
00
00
02
VANU
ATU
10
00
00
00
00
00
00
12
ALBÂ
NIA
00
01
00
00
00
00
00
01
ANGO
LA0
00
00
00
01
00
00
00
1
BELI
ZE0
00
00
00
00
00
00
10
1
BENI
M0
00
00
00
00
00
10
00
1
BURK
INA
FASO
00
00
00
00
00
00
01
01
ILH
AS C
OCOS
10
00
00
00
00
00
00
01
ILH
AS C
OOK
10
00
00
00
00
00
00
01
ETIÓ
PIA
00
00
00
00
00
01
00
01
ILH
AS F
AROÉ
10
00
00
00
00
00
00
01
GUIA
NA F
RANC
ESA
10
00
00
00
00
00
00
01
GABÃ
O0
00
00
00
00
00
10
00
1
GUIN
É0
00
01
00
00
00
00
00
1
MAL
AWI
10
00
00
00
00
00
00
01
MAR
TINI
CA1
00
00
00
00
00
00
00
1
MAU
RITÂ
NIA
10
00
00
00
00
00
00
01
SÃO
VICE
NTE
E GR
ANAD
A1
00
00
00
00
00
00
00
1
ILH
AS S
ALOM
ÃO1
00
00
00
00
00
00
00
1
SUAZ
ILÂN
DIA
10
00
00
00
00
00
00
01
Font
e: h
ttp:
//w
ww.
uspt
o.go
v/w
eb/o
ffice
s/ac
/ido
/oei
p/ta
f/cs
t_al
l.htm
(Con
tinu
ação
do
Anex
o 1)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 107 30/11/11 17:48
108 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
ANEXO IIPosição no ranking de utilização de tecnologia a serviço da sociedade, 2007-2008
Posição em 2007-2008
País/ Economia
Pontuação
1 Dinamarca 5.782 Suécia 5.723 Suíça 5.534 Estados Unidos 5.495 Singapura 5.496 Finlândia 5.477 Holanda 5.448 Islândia 5.449 Coreia, Rep. 5.43
10 Noruega 5.3811 Hong Kong SAR 5.3112 Reino Unido 5.3013 Canadá 5.3014 Austrália 5.2815 Áustria 5.2216 Alemanha 5.1917 Taiwan, China 5.1818 Israel 5.1819 Japão 5.1420 Estônia 5.1221 França 5.1122 Nova Zelândia 5.0223 Irlanda 5.0224 Luxemburgo 4.9425 Bélgica 4.9226 Malásia 4.8227 Malta 4.6128 Portugal 4.6029 Emirados
Árabes Unidos4.55
30 Eslovênia 4.4731 Espanha 4.47
Posição em 2007-2008
País/ Economia
Pontuação
32 Qatar 4.4233 Lituânia 4.4134 Chile 4.3535 Tunísia 4.3336 República Checa 4.3337 Hungria 4.2838 Barbados 4.2639 Porto Rico 4.2540 Tailândia 4.2541 Chipre 4.2342 Itália 4.2143 Eslováquia 4.1744 Letônia 4.1445 Bahrain 4.1346 Jamaica 4.0947 Jordânia 4.0848 Arábia Saudita 4.0749 Croácia 4.0650 Índia 4.0651 África do Sul 4.0552 Kuwait 4.0153 Omã 3.9754 Maurício 3.9655 Turquia 3.9656 Grécia 3.9457 China 3.9058 México 3.9059 Brasil 3.8760 Costa Rica 3.8761 Romênia 3.8662 Polônia 3.8163 Egito 3.74
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 108 30/11/11 17:48
109SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº17 | p. 80-109 | SETEMBRO > DEZEMBRO 2011
Posição em 2007-2008
País/ Economia
Pontuação
64 Panamá 3.7465 Uruguai 3.7266 El Salvador 3.7267 Azerbaijão 3.7268 Bulgária 3.7169 Colômbia 3.7170 Ucrânia 3.6971 Cazaquistão 3.6872 Federação
Russa3.68
73 Vietnã 3.6774 Marrocos 3.6775 República
Dominicana3.66
76 Indonésia 3.6077 Argentina 3.5978 Botswana 3.5979 Sri Lanka 3.5880 Guatemala 3.5881 Filipinas 3.5682 Trinidad e
Tobago 3.55
83 Macedônia, FYR 3.4984 Peru 3.4685 Senegal 3.4686 Venezuela 3.4487 Mongólia 3.4388 Argélia 3.3889 Paquistão 3.3790 Honduras 3.3591 Georgia 3.3492 Quênia 3.3493 Namíbia 3.3394 Nigéria 3.3295 Bósnia e
Herzegovina 3.22
Posição em 2007-2008
País/ Economia
Pontuação
96 Moldova 3.2197 Mauritânia 3.2198 Tajiquistão 3.1899 Mali 3.17
100 Tanzânia 3.17101 Gâmbia 3.17102 Guiana 3.16103 Burkina Faso 3.12104 Madagascar 3.12105 Líbia 3.10106 Armênia 3.10107 Equador 3.09108 Albânia 3.06109 Uganda 3.06110 Síria 3.06111 Bolívia 3.05112 Zâmbia 3.02113 Benim 3.01114 República do
Quirguistão2.99
115 Camboja 2.96116 Nicarágua 2.95117 Suriname 2.91118 Camarões 2.89119 Nepal 2.88120 Paraguai 2.87121 Moçambique 2.82122 Lesoto 2.79123 Etiópia 2.77124 Bangladesh 2.65125 Zimbábue 2.50126 Burundi 2.46127 Chade 2.40
The Global Information Technology Report 2007-2008 © 2008 World Economic Forum
(Continuação do Anexo 2)
Sinais_Sociais_17_new_order.indd 109 30/11/11 17:48