revista museu de tortura

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A escravidão no Brasil Métodos de Execução DENUNCIA Em pleno século XXI, ainda existe tortura no Brasil. Até quando isso continuará existindo? REVISTA 1ª EDIÇÃO 1

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Page 1: Revista museu de tortura

A escravidão no Brasil

Métodos de Execução

DENUNCIAEm pleno século XXI, ainda existe tortura no Brasil.

Até quando isso continuará existindo?

REV

ISTA

1ª EDIÇÃO

1

Page 2: Revista museu de tortura

EDITORIAL

O museu da torturaO horror da idade média e da inquisição é relembrado em diversos museus espalhados pelo mundo (principalmente na Europa). Os Museus da Tortura e execução são lugares mórbidos e sombrios, que mostram a cruel-dade de uma época cuja justiça é questio-nada. Muitos dos executados eram ladrões, adúlteros e principalmente acusados de bruxarias.Colocamos essas matérias não como uma home nagem, mas para entendermos o que as autoridades da época eram capazes de fazer com seres humanos. Uma verdadeira aberração. Se o inferno existe, muita gente dessa época está ardendo lá agora.

SumárioSanta Inquisição ............................................... 03Métodos de execução ................................... 04curiosidades de Adolf Hitler .............................05Escravidão .........................................................08A escravidão no Brasil ......................................08A escravidão nos tempos modernos .............09O que é tortura? ...............................................10O teatro na época da ditadura .......................11Museu do Suplício .............................................12

Olá!! Nós somos o Zé e a Suíth e estamos aqui para apresentarmos a nossa moradia.Nós vivemos no Museu do Suplício e lá vocês podem encontrar varios de nossos instrumen-tos de trabalho.Eu Zé sou o torturador do Museu e conheci a Suíth em uma de minhas rotinas de tortura. Desde que a conheci nunca mais a larguei.Eu suíth sou a esposa do Zé, e eu sempre o convenço a fazer tudo que eu quero. Nós somos uma dupla imbativel e amamos o que fazemos .

Tenham uma boa leitura!

(neste caso, os mamilos representariam a prova de que a bruxa “amamentava” os demónios) etc. Mas este sinal poderia ser invisível aos olhos dos tor-turadores. Neste caso, o “sinal” seria uma parte in-sensível do corpo, ou uma parte que se ferida, não verteria sangue. Assim, os torturadores espetavam todo o corpo da vítima usando pregos e lâminas, à procura do suposto sinal.No Liber Sententiarum Inquisitionis (Livro das Senten-ças da Inquisição) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331) descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados, inclusive o enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro. Dentre os descritos na obra e utilizados comummente, encontra-se tortura física através de aparelhos, como a Virgem de Ferro e a Roda do Despedaçamento; através de humilhação pública, como as Máscaras do Escárnio, além de torturas

A “santa” Inquisição… — a “arte” da morte e da tortura

psicológicas como obrigar a vítima a ingerir urina e excrementos.De uma forma geral, as execuções eram realizadas em praças públicas e tornava-se um evento onde nobres e plebeus deliciavam-se com a súplica das torturas e, consequentemente, a execução das vítimas. Actualmente, há dispostos em diversos mu-seus do mundo, ferramentas e aparelhos utilizados para a tortura.

Durante a atuação da Santa Inquisição em toda a Idade Média, a tortura era um recurso utilizado para extrair confis-sões dos acusados de pequenos deli-tos, até crimes mais graves. Diversos métodos de tortura foram desenvolvi-

dos ao longo dos anos. Os métodos de tortura mais agressivos eram reservados àqueles que provavel-mente seriam condenados à morte.Além de aparelhos mais sofisticados e de alto cus-to, utilizava-se também instrumentos simples como tesouras, alicates, garras metálicas que destroça-vam seios e mutilavam órgãos genitais, chicotes, instrumentos de carpintaria adaptados, ou apenas barras de ferro aquecidas. Há ainda, instrumentos usados para simples imobilização da vítima. No caso específico da Santa Inquisição, os acusados eram, geralmente, torturados até que admitissem ligações com Satanás e práticas obscenas. Se um acusado denunciasse outras pessoas, poderia ter uma execução menos cruel.Os inquisidores utilizavam-se de diversos recur-sos para extrair confissões ou “comprovar” que o acusado era feiticeiro. Segundo registos, as víti-mas mulheres eram totalmente depiladas pelos torturadores que procuravam um suposto sinal de Satanás, que podia ser uma verruga, uma man-cha na pele, mamilos excessivamente enrugados

Expediente:Instituto Federal Sul-Rio-Grandense

curso de Comunicação visualDisciplina de Diagramação

Ministrada por: Rafael ArnoniDiagramção, editorial, ilustrções e adapi-

tações de textos: Cilene Gomes3M3_ 2011

Impressão: Graphos CópiasFontes: Franklin gothic Medium, Century Goth-

ic, Corporate Black, HP PSG

Pintura de André Durand

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1. Hitler era austríaco, acredita? Ele nasceu numa cidadezinha chamada Braunau am Inn localizada no norte da Áustria, que na época do nascimento de Hitler fazia parte do Império Áutro-Húngaro. Ele só se tornou cidadão alemão em 1932.

2. Hitler foi um sobrenome gerado pelo erro de um padre. O pai de Hitler era filho ilegítimo e, por isto, não tinha o sobrenome de seu pai. Depois que o avô de Hitler morreu, o pai dele conseguiu que um sacerdote lhe concedesse o reconhecimento da paternidade. Na hora de escrever o nome, trocou Hiedler por Hitler. Daí ficou assim mesmo.

3. Hitler reprovou um ano e deixou a escola aos 16. Sabe por quê? Seu pai queria que ele fosse um tipo de servidor público, Hitler queria ser… adivinha… pintor (não é de parede e sim de quadros). Depois que seu pai morreu, Hitler deixou a escola e foi se

aventurar em Viena às custas da pensão que rece-bia por causa do pai. A Academia de Belas Artes de Viena rejeitou sua filiação duas vezes, argumen-tando que ele tinha mais talento para Arquitetura.

4. Hitler foi um soldado que combateu na Primeira Guerra Mundial. Em 1918, já no final da Guerra, Hitler chegou a um hospital de campanha vítima de um ataque com gás mostarda (Sabe quem produzia este gás para os alemães na II Guerra? A Bayer).

5. Hitler escreveu um livro chamado Mein Kampf (Minha Luta) que serviu de base ideológica para to-das as suas loucuras. Ele queria tanto que seu livro fosse lido que dava cópias dele até como presente de casamento.

6. No dia 20 de abril de 1945, enquanto o exército soviético ia entrando em Berlim, Hitler comemorava seu 56º aniversário no seu abrigo. Um de seus gener-ais mandou distribuir chocolates às tropas em honra ao aniversário do Führer.

7. Para garantir que o cianureto que tomaria para se matar era eficiente, Hitler fez um teste em sua ca-chorra. A coitadinha morreu, é claro.

8. Hitler era vegetariano, odiava cigarro, mas era fanático por doces.

9. Em termos amorosos, sua maior paixão foi sua sobrinha, Geil Raubal, uma jovem de seus vinte e poucos anos. Hitler não a deixava sair, restringia sua liberdade até que ela não aguentou, e um dia se matou. Hitler quase pirou. Durante toda a década de 30, Hitler relacionou-se com várias mulheres mas ao final sempre voltava aos braços de Eva Braun, com se casou na vespera de seu suicidio. Eva Braun foi tao fiel a Hitler, que se matou junto com ele.

10. Existem uma infinidade de relatos, depois com-provados pelos medicos soviéticos que fizeram a au-tópsia em Adolf Hitler, que ele só tinha 1 testiculo !

Era para ser 10 curiosidades, mas lembrei de outra: 11. Hitler se vangloriava de nao receber um só to-stao do Estado, já que na epoca ele se recusou a receber o salário que tinha direito como Chanceler alemao. Pura demagogia........ Alem de Hitler utilizar toda a maquina do Estado para viver (comida, via-gens e varias casas oficiais), ele recebeu fortunas pelos direitos autorais do seu livro, “Mein Kempf” que vendeu milhoes de copias, já que naquela epoca pegava mal uma familia nao ter um exemplar desse livro em casa !

Curiosidades de Adolf Hitler

Mesa de Evisceração

SerroteUsada principalmente para punir ho-mossexuais, o serrote era uma das formas mais cruéis de execução. Dois executores, cada um e uma extremi-dade do serrote, literalmente, partiam ao meio o condenado, que preso pe-los pés com as pernas entreabertas e de cabeça para baixo, não tinha a menor possibilidade de reação. Devi-do à posição invertida que garantia a oxigenação do cérebro e continha o sangramento, era comum que a vítima perdesse a consciência apenas quando a lâmina atingia a altura do umbigo.

Guilhotina Inventada por Ignace Guillotine, a

guilhotina é um dos mecanismos mais conhecidos e usados para

execuções. A lâmina, presa por uma corda e apoiada entre dois troncos verticais, descia violentamente decapitando o condenado.

Espada e machado As decapitações eram a forma mais comum de execução medieval. A decapitação pela espada, por exigir uma técnica apurada do executor e ser mais suave que outros métodos, era, geralmente, reservada aos nobres. O executor, que apurava sua técnica em animais e espan-talhos, ceifava a cabeça da

vítima num único golpe hori-zontal atingindo o pescoço do condenado.

Deitado é preso pelas juntas e eviscerado vivo pelo car-rasco. A tortura era executada do seguinte modo: o carrasco abria o estômago com uma lâmina. Então prendia com pequenos ganchos as vísceras e, com uma roda, lentamente puxava os ganchos e as partes presas saíam do corpo até que, após muitas horas, chegasse a morte.

Pau de AraraÉ originário do costume de se amarrar aves, para a venda, numa vara, onde as mes-mas ficam penduradas, para o trans-porte. Por analogia, o termo ganhou duas acepções distintas. Virou um instrumento de tortura, larga-mente usado no período ditato-rial brasileiro.

Métodos de Execução

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Siderúrgicas se beneficiam de trabalho escravo em carvoarias na selva amazônica

A escravidão nos tempos modernos

O trabalho escravo, que acontece em carvoarias lo-calizadas na flo-resta amazônica.A Amazônia bra-

sileira produz o melhor ferro gusa do mundo, usado principalmente na produção de peças automo-tivas. É um mercado que movi-menta 400 milhões de dólares anuais.Vivem lá homens que perderam a liberdade, não recebem salári-os, dormem em currais, comem como animais, não têm assistên-cia médica e, em muitos casos, são vigiados por pistoleiros au-torizados a matar quem tentar

Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos portu-gueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a

venda de forma desumana e cruel por toda a região da América. Apesar de todas estas citações, a es-cravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos des-de os começos da História. Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Gré-cia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem trata-dos e tiveram a chance de comprar sua liberdade.

No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portu-gueses traziam os negros de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engen-

hos de açúcar. Os comerciantes de escravos vendiam os africanos como se fossem mercado-rias aqui no Brasil. O transporte era feito da Áfri-ca para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar. Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africa-nos. Tinham que seguir a religião católica, impos-ta pelos senhores de engenho, adotar a língua

fugir. Esses trabalhadores, em sua maioria, não sabem ler nem es-crever. Em geral, esqueceram a data do aniversário. Têm dificul-dades de se expressar, sentem medo, vivem acuados e não gostam de falar sobre si mesmos. Quase sempre, não possuem carteira de identidade nem título de eleitor. São como fantasmas, com futuro incerto.As carvoarias da Amazônia são controladas por siderúrgicas. Al-gumas siderúrgicas são de pro-priedade de gigantes da eco-nomia, com atuação em quase todo o território brasileiro e tam-bém no exterior. O grupo Queiroz Galvão é dono da Simasa e da

Pindaré. O grupo Gerdau con-trola a Margusa. Simasa e Margu-sa são acusadas pelo Ministério Público do Trabalho de usarem mão-de-obra escrava em car-voarias ilegais. Esse carvão é us-ado na produção do ferro gusa exportado aos Estados Unidos para a produção de aço, que por sua vez é matéria prima de automóveis e diversos outros produtos.A Vale do Rio Doce e a Nucor não estão sendo acusadas de envolvimento direto com o tra-balho escravo. Contudo, fazem negócios comerciais com em-presas envolvidas na exploração de trabalho escravo.

portuguesa na comunicação. Mesmo com to-das as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realiza-vam seus rituais, praticavam suas festas, man-tiveram suas representações artísticas e até de-senvolveram uma forma de luta: a capoeira. As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de en-genho utilizassem esta mão-de-obra, principal-mente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia. O negro também reagiu à escravidão, bus-cando uma vida digna. Foram comuns as re-voltas nas fazendas em que grupos de escra-vos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos.

Escravidão no Brasil

Escravidão

Top 5 da Tortura

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Page 6: Revista museu de tortura

A ditadura viola as leis e regras estipu-ladas pe la quebra de legitimidade de poder, o tirano revoga a legis-

lação em vigor, sobrepõe regras de acordo com suas conveniên-cias para aumentar esse poder. A intimidação, o desrespeito e o medo à liberdade civil são ex-emplos para conquistar e manter esse poder.Mas durante o regime militar inici-ado em 1964, todas as formas de perseguição são intensificadas, além de outras serem elabora-das.Após a promulgação do AI-5, todo e qualquer veículo de co-municação deveria ter a sua pauta previamente aprovada e sujeita a inspeção local por agentes autorizados. Obvia-mente, muitos materiais foram censurados. As equipes envolvi-das, impossibilitadas de publi-car maiores esclarecimentos, tomavam medidas diversas. Al-gumas publicações impressas simplesmente deixavam trechos inteiros em branco. Outros, pub-licavam receitas culinárias estra-nhas, que nunca resultavam no alimento proposto por elas. Além de protestar contra a falta de liberdade de imprensa, tentava-se fazer com que a população brasileira passasse a desconfiar das torturas e mortes por motivos políticos, desconhecidas pela maioria. A violência do Estado era notada nos confrontos poli-ciais e em conhecidos que desa-pareciam, mas, não era possível a muitos imaginar as proporções reais de tudo isso. Aparente-mente, o silêncio imposto em relação às torturas era para que

Independente de toda a sua pujança e liberdade, o teatro como todas as outras expressões artísticas sofreu um revés que tolheu toda a sua capacidade criadora e motivadora: a censura. Nesta pesquisa abordaremos os efeitos que a ditadura exerceu sobre o teatro no período de 1964-1968.

O teatro conheceu um espledor que não re-sistiria à asfixia causada pela censura e pela

repressão. Resultava do trabalho realizado, em especial, por dois grupos, o Oficina, em torno de seu diretor José Celso Martinez Corrêa, e o Arena, em torno de Augusto Boal (no exílio a partir de 1969), que se dedicaram a criar uma dramaturgia brasileira e uma nova formação do ator. Escreveram e encenaram com muito sucesso, durante vários anos, originando vocações, peças, espetáculos e revelações de ator. Extremamente engaja-dos, e invocando Brecht como nome tutelar, vincariam a história do teatro no país. Ambos os gru-pos seriam dizimados pelo AI - 5, Ato Institucional, que deflagrou o terror de Estado e exterminou aq-uilo que fora o mais importante ensaio de socialização da cultura jamais havido no país .teatro mais artístico refugiou-se em pequenas companhias. Com orçamentos reduzidos e sem mui-to apelo ao público, ocupavam espaços alternativos, não mais experimentais e, por vez, tenta-vam, suscitar uma dramaturgia nova. Dentre elas, é necessário

O que é DitaDura?Ditadura é um regime político onde os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estão nas mãos de um único grupo de pessoas exercendo esses poderes de maneira absoluta sobre o povo. Podemos dizer que chega a ser Tirania.

O teatrO na epOca Da DitaDura

mencionar o Grupo Tapa, que encenou repertório clássico in-ternacional e ocupou o posto de mais premiada companhia do país, Antunes Filho que con-gregou uma trupe experimen-tal, com oficina de formação de atores, destacando-se pelas notáveis encenações de Nel-son Rodrigues, objeto de uma verdadeira descoberta. Gerald Thomas que comandou a Ópera Seca, mais vanguardista, com montagens espetaculares e ino-vadoras.O teatro de Cacá Rosset, de pendores circenses, que teve en-tre seus acertos a “Ubu Rei”, de Alfred Jarry, cujo perfil estilístico parece ter marcado as monta-gens restantes. Os trabalhos de Gabriel Villela que chamavam a atenção de crítica e público, en-quanto resistiam heroicamente o Folias D´Arte, a Companhia do Latão, a Companhia São Jorge, Os Parlapatões, entre outros que merecem nosso respeito.Em artigo de Brecht (1966), ele denuncia a arte de tornar a ver-dade manejável como arma e mostra como reconhecer aque-les em cujas mãos a verdade se torna eficiente, dentro deste contexto retornam os esporos re-divivos, e aparecem os “intelec-tuais institucionais”.

menos pessoas se revoltassem e a situação se tornasse, então, in-controlável.Além de censurar as torturas, mui-tas outras coisas também não poderiam ser veiculadas. Em 15 de setembro de 1972, o seguinte telegrama exemplificador foi re-cebido pelo diretor da surcusal de Brasília do jornal O Estado de São PauloDe ordem do senhor ministro da Justiça fica expressamente proibi-da a publicação de: notícias, co-mentários, entrevistas ou critérios de qualquer natureza, abertura política ou democratização ou assuntos correlatos, anistia a cas-sados ou revisão parcial de seus processos, críticas ou comentári-os ou editoriais desfavoráveis so-bre a situação econômico-finan-ceira, ou problema sucessório e suas implicações. As ordens aci-ma transmitidas atingem quais-quer pessoas, inclusive as que já foram ministros de Estado ou ocu-param altas posições ou funções em quaisquer atividades públi-cas. Fica igualmente proibida pelo senhor ministro da Justiça a entrevista de Roberto Cam-pos. Dessa forma, a imagem de uma estabilidade política e de uma nação que prosperava era mantida. Artistas vinculados à produção musical encontraram como forma de protesto e denún-cia compor obras que possuíssem duplo sentido, tentando alertar aos mais atentos, e tentando de-spistar a atenção dos militares, que geralmente descobriam que a música se tratava de uma críti-ca a eles. Um dos exemplos mais marcantes e musical do período é a música Cálice, composta por Chico Buarque e Gilberto Gil.

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Venha participar da abertura da exposição“ Carta de Despedida!”

Maiores informações:fone: (048) 32220692 ou no site: www.supliciusstar.com.br

Nos localizamos na rua Victor Meirelles nº 59.

venha conferir realmente como tudo aconteceu.

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