revista di rolê 7ª edição

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SET/OUT 2014 :: Revista Di Rolê :: 1

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A banda feminina brasiliense de percussão, Maria Vaicasoutras, floreia a capa desta 7ª edição.

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EXPEDIENTETEXTOS: Ana Luiza Medeiros, Bianca Bruneto, Bianca Ramos, Cibele Moreira, Clarice Gulyas, Danielle Gaspar, Djenane Arraes, Kirk Moreno, Priscilla Teles, Saulo Castilho, Soloni Rampin e Vinícius Brandão. TRADUÇÃO: Ana Luiza Medeiros, Bianca Ramos, Camila Moreira, Júlia Grazinoli, Pedro Bueno, Saulo Castilho, Tábatha Araújo e Tiago Bruneto. FOTOGRAFIA: Carlos Eduardo Jr., Ítalo Amorim, Nathália Millen e Pâmela Kissianne. PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Amanda Viviele / Camilla Maia - Via 3A Comunicação www.3aco-municacao.com.br | 61 - 3546-9705 DESIGNER: Gueldon Brito. DIRETORA EXECUTIVA: Júlia Dalóia.

SUMÁ

RIO06| As divas de cada um08| Vaquinha Virtual10| Moda masculina: um supérfluo essencial14| Trilhas sonoras Hollywoodianas preparadas em Brasília16| Los Guerreros do Cerrado18| Música Sertaneja ganha espaço no DF20| No batuque das Marias24| A arte de voar sobre a água26| Viver arte pelas tardes brasilienses28| Palavras ao vento30| Distrito Federal tem ensino de referência para portadores de autismo33| Garçom? Um idioma, por favor!36| Delivery é a nova regra para a rotina corrida

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Quem gosta de música, sob suas variadas formas, pode se deleitar com o que ta-

lentos do DF têm revelado. Artistas locais compõem e tocam os diver-sos ritmos que caracterizam a capi-tal, do reggae ao rock, da percussão ao ritmo clássico.

Para fl orir nossa 7ª capa, entrevis-tamos a banda de percussão for-mada exclusivamente por mulhe-res, Maria Vai Casoutras. O grupo realiza em seu repertório uma mes-cla de ritmos regionais brasileiros e elementos associados à dança, que constituem sua identidade. E para concretizar este sucesso, a banda foi convidada a tocar em um Festival Internacional, como conta em deta-lhes a matéria.

Uma forma criativa e democrática de fi nanciar coletivamente proje-tos diversos tem se espalhado pelo Brasil e, aqui no DF, não tem sido diferente. O crowdfunding veio com força total e cresce, a cada dia, o número de artistas locais que aderem à iniciativa.

Leia também sobre o autismo e o ensino modelo oferecido pelas ins-tituições do DF.

Desejamos a você, leitor, uma agra-dável leitura.

Júlia DalóiaDiretora-Executiva

Revista Di Rolê /revistadirole | www.arevistadirole.com.br

ESPAÇO DO LEITORSe você recebeu, leu e tem opiniões sobre assuntos da Revista Di Rolê, agora pode expressar. Envie sua suges-tão ou comentário acerca dos assuntos abordados na presente edição para: [email protected]

EDITORIAL

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12| Men’s fashion: an essential but superfl uous thing15| Hollywoodian sound tracks are being produced in Brasilia19| Sertanejo music becomes popular in DF25| The art of fl ying over water27| Experiencing art throughout Brasilia’s afternoonsSU

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DE CADA UMPor Djenane Arraes

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DivasCarmen Miranda teve uma vida e tanto. A

biografi a escrita por Ruy Castro mostra o quanto a pequena notável trabalhou. E mesmo no auge da fama continuou a ser a “antidiva”, a mulher boa praça e profi ssio-nal que não reclamava mesmo sendo sub-metida a jornadas de trabalho subumanas, e que encarava tudo com um sorriso no

rosto. Mas era sim uma diva no sentido de brilhar entre multi-dões por causa do talento genuíno que teve impacto na época em que atuou, e deixou legado às gerações posteriores.

Nesse sentido, Carmen Miranda também foi a primeira grande diva da música brasileira. A maior na opinião de Ruy Castro. Independente das mulheres de gerações anteriores que foram importantes na construção da música brasileira, Carmen foi o ponto zero e deu o pontapé a uma tradição: o Brasil das canto-ras. Intérpretes ou autoras, instrumentistas ou não, sempre há na história uma mulher que marcou de maneira importante uma época, que infl uenciou gerações seguintes, e que conseguiu levar a carreira para além do território nacional.

Na tentativa de achar quem são as maiores cantoras da música nacional fi zemos uma pesquisa simples: perguntamos a várias pessoas, de músicos ao ouvinte comum, quem era a maior diva da música nacional. A resposta era aberta a escolha de qualquer uma. Esperávamos a indicação de tantos nomes a ponto de não ser capaz de construir um eixo de argumentação coerente. Mas, para nossa surpresa, divas com a magnitude de Carmen Miran-da são apontadas com mais facilidade que se pensa.

As pessoas mais velhas consultadas, incluindo o escritor e pes-quisador Ronaldo Conde Aguiar (Almanaque da Rádio Nacio-nal) apontaram, sem pestanejar, Elizeth Cardoso. Cantora ca-rioca nascida em 1920 tinha o apelido de A Divina. O talento dessa morena fazia jus pela versatilidade como intérprete. Foi descoberta por Jacob do Bandolim, cantou de samba-canções até as Bachianas de Villa-Lobos. De quebra, lançou “Canção do Amor Demais”, disco inaugural da bossa-nova com canções de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto ao violão nas canções “Chega de Saudade” e “Outra Vez”. Elizeth é a diva da excelência técnica.

As pessoas das gerações mais recentes apontaram como diva Ma-risa Monte. É fácil de entender porque La Monte está tão celebra-da: dominou a década de 1990 e infl uenciou, de um jeito ou de outro, todas que vieram depois. Se Elizeth e Carmen tinham o rá-dio como principal veículo, Marisa Monte teve a MTV, que à épo-

ca foi extremamente relevante na divulgação de novas bandas e atualização da garotada num momento em que internet ain-da era um instrumento estra-nho e incipiente. Em vez de ir ao Faustão, Marisa Monte fez videoclipes. Se Elizeth apre-sentava outros artistas, Marisa resgatava nomes para as novas gerações. Outra característica em que fez escola foi no equilí-brio entre o trabalho autoral e o de intérprete. Marisa Monte é a diva cerebral capaz de transfor-mar o brega em 'cool'.

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! Cidadania

Financiar um projeto deixou de ser exclusividade de quem tem muito dinheiro ou um bom patrocinador

Por Soloni Rampin

VAQUINHA VIRTUAL

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Das muitas vantagens que a internet nos trouxe, a possibilidade de conseguir, na rede, unir pessoas em prol da concreti-zação de um bom projeto é uma delas. Se antes, publicar um livro, montar uma peça, rodar um fi lme, gravar um CD ou iniciar uma startup dependiam de dias, talvez meses ou anos, correndo atrás de

patrocinadores, hoje, com a ajuda da web, é possível pedir dinheiro para pessoas que você nem conhece, mas que acreditam no seu so-nho e querem torná-lo realidade.

Essa “vaquinha virtual” é chamada de fi nanciamento coletivo ou crow-dfunding. Os sites mais conhecidos, atualmente, para angariar os recur-sos são o kickstarter.com, nos EUA, e o Catarse, plataforma brasileira que, segundo eles, em pouco mais de três anos, já fi nanciou mais de mil projetos bem sucedidos e arrecadou quase R$14 milhões. Mas existem outros sites nacionais que oferecem esse tipo de serviço. Foi uma dessas plataformas brasileiras que a estudante de arquitetura, Gabriela Bílá, usou para fi nanciar a publicação do seu trabalho de conclusão de curso, “O Novo Guia de Brasília”. “Eu já tinha ouvido falar de crowdfunding, mas não tinha tido muito contato. Quando decidi publicar o Guia, que-ria que fosse rápido, então, achei o fi nanciamento coletivo uma solução mais efi caz do que por uma editora ou através da burocracia de um fi -nanciamento público”, comenta. Além disso, ela julga libertador poder lançar um livro ou qualquer projeto de forma autônoma. Na prática, para “passar o chapéu” virtualmente, o autor deve en-viar uma prévia do projeto aos gerenciadores dos sites, e, se apro-

vado, pode escolher o tempo em que ele fi cará aberto para arrecadar o dinheiro e os kits com os produtos vendidos. O doador, em contrapartida, re-cebe o produto, o direito de usá-lo ou de aparecer nos cré-ditos da produção, por exem-plo. Caso o montante não seja alcançado, o dinheiro é devol-vido aos patrocinadores.

Os músicos da banda Molé-cula Tônica também usaram uma plataforma nacional para fi nanciar a fi nalização e o lan-çamento do CD mais recente do grupo. “A internet é hoje um grande mercado de ideias da economia criativa. E o fi -nanciamento colaborativo tem a função de alavancar proje-tos, não só da área das artes, que não seriam viáveis se não vivêssemos nesse mundo com internet”, comemora Vinícius Corbucci, baixista da banda. Por isso, e aí, qual sonho te falta grana para realizar?

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MODA MASCULINA: um supérfl uo essencial

Ao deixar de lado velhos paradigmas, o homem moderno assume sua vaidade e serve de inspiração para a indústria da moda

Por Bianca Ramos

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Todo ser humano traz consigo uma certa dose de vai-dade como sendo atributo nato, quer seja em menor ou maior intensidade, mas é inegável que somente as mulheres sempre a demonstraram com grande naturalidade. Com o passar do tempo e as mudan-ças de conceitos, os homens correram atrás do pre-juízo, passaram a se cuidar muito mais, fi zeram jus a termos como metrossexuais e ganharam expressão

dentro de um metiê, que anos atrás, era quase exclusividade feminina.

A moda, considerada a representação maior do estar bem consigo mesmo dentro do seu estilo e personalidade, não deixaria de lado o público mascu-lino, que tem se mostrado cada vez mais antenado e exigente. Além de se atentarem para a necessidade de se manterem bem fi sicamente, por ques-tões estéticas e de saúde, eles se descobriram senhores de estilos distintos para se mostrarem como realmente são.

Por razões óbvias, os homens são racionais e bem mais discretos em relação as mulheres ao se vestirem. Racionais porque independente do estilo que seguem, eles fazem questão de se apresentarem bem, mas sempre prezan-do pelo conforto. Outro aspecto no qual eles demonstram racionalidade ao escolher o que vão vestir é se preocuparem com o custo-benefício do que vão comprar, ou seja, se pagam por uma peça de grife, exigem que ela tenha qualidade excelente. No geral, eles costumam investir bem mais em peças clássicas, como ternos, camisas e gravatas. E quando entramos na seara da discrição, percebemos que mesmo estando antenados a tendências, conhe-cedores de novas modelagens e mais receptivos ao uso de novos tecidos, os homens ainda ousam com parcimônia, por viverem em uma sociedade onde a masculinidade ainda está associada a imagem de um homem sóbrio e sem muitas ousadias, quando o assunto é moda. Alguns poucos se arris-cam mais sem receio da imagem que podem passar.

Segundo Anna Paula Osório, proprietária da Osório, grife brasiliense mas-culina, “o homem moderno que gosta de se vestir bem tem estilo próprio e, primeiramente, personalidade.” Ela afi rma que “cada dia mais o homem procura o que mais cai bem na hora de se vestir” e conclui categoricamente afi rmando que “tem que ter a “cara” dele.” A estilista mineira fala com co-nhecimento de causa e propriedade, uma vez que a Osório tem como pú-blico-alvo “o homem autêntico, elegante, estiloso, moderno e que gosta de design em alfaiataria.” Anna Paula reitera ainda que “ao adquirir uma peça de grife, o homem espera conforto, caimento e durabilidade”.

Os homens deixaram de lado velhos preconceitos e resolveram assumir que gostam de estar atraentes e bem vestidos. As mulheres e a indústria da moda, por sua vez, gostam muito da atitude deles e até agradecem.

Contato da Osório:www.annapaulaosorio.com.br

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MEN'S FASHION: AN ESSENTIAL BUT SUPERFLUOUS THING

By leaving aside old paradigms, modern man takes on his vanity and becomes inspiration for the fashion industry

By Bianca RamosTranslated by Bianca Ramos and Julia Grazinoli

Every human being carries a certain amount of vanity as an innate attribute, either with more or less quantity, but it is undeniable that women have always demonstrated it much more naturally. As time passed – as well as fashion concepts -, men are making up for lost time: they are star-ting to care more about their appearance, they now ho-nor terms like “metrosexuals”, and also gained expression within a metieu, which was years ago almost a feminine

exclusivity. Fashion, the largest representation of the well-being within your style and personality, would not leave aside the male audience, which has be-come increasingly more attuned and demanding. In addition to the preocu-pation with fi tness - for aesthetic and health reasons -, they found themselves masters of combining diff erent styles to show their essence.

For obvious reasons, men are rational and far more discrete compared to women when dressing. Rational, be-cause no matter who follows fashion rules, they always present themselves as they really are, always maintaining comfort. Another aspect demonstra-ting their rationality when choosing what to wear is the concern with the cost-benefi t when buying, i.e., if they pay for a designer piece, it has to be of excellent quality, since it is not che-ap. Overall, they tend to buy more classic pieces such as suits, shirts and ties. And as we enter in discrete people's world, we realize that even though they are attentive to trends, even though they know the newest models and new fabrics, men ven-ture themsleves still with parsimony – since we live in a society where masculinity is still associated with the image of a sober man without much attention to style. Few men go a little further without fear of the image they might have.

According to Anna Paula Osório, owner of Osório - a designer for men in Brasília -, "the modern man who likes being well-dressed has his own style and, fi rstly, personality." She says that "every day, more and more men seek a harmonic combination when getting dressed", and concludes by stating categorically that “the clothes he chose must translate who he is”. Th e stylist from Minas Gerais speaks with property, since Osório's target audience is the "authentic, elegant, stylish, modern man, who enjoys haute couture." Th en, Anna Paula restates that "when buying a desig-ner's piece, men expect comfort, trim and durability."

Men left old prejudices behind and decided to assume they like to be at-tractive and well- dressed. Women and the fashion industry, in the other hand, are very fond of their attitude, and even thank them.

Osório’s Contact: www.annapaulaosorio.com.br12 :: Revista Di Rolê :: SET/OUT 2014

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! Cinema

TRILHAS SONORAS HOLLyWOODIANAS PREPARADAS EM BRASÍLIA

Com um estúdio que não deve em nada aos do exterior, compositor cria grandes músicas para fi lmes em meio ao cerrado

Por Vinícius Brandão

O compositor de trilhas sonoras, Patrick de Jongh, apertou o play para o toque arrepiante do fi lme Resident Evil, cuja composição recebeu par-ticipação dele. Ouvir a trilha naquele estúdio em plena capital foi im-pressionante. A trilha foi produzida enquanto estudava para a área em Los Angeles. Neste período trabalhou com nomes como Marco Beltrami, Hans Zimmer, Howard Shore e Danny Elfman.

Terminados os estudos, Patrick veio ao Brasil iniciar sua carreira. Seu interesse na hora de aceitar o trabalho de uma composição é a variação. Aceitou o fi lme “A Última Estação” porque era uma produção entre o Brasil e o Líbano. Foi a oportunidade para trabalhar com texturas árabes em meio a uma sonoridade brasileira. Já o fi lme “Meu País” permitiu fazer uma trilha mais delicada e rebuscada. “Quando recebo um convite pra fazer um fi lme, eu vejo se dá pra fazer uma coisa diferente, que não explorei ainda", disse durante a visita ao seu estúdio.

O trabalho por “Meu País” foi premiado em festivais. A colaboração com o diretor, André Ris-tum, foi retomada para o fi lme “O Outro Lado do Paraíso”, que ainda não tem previsão de estreia. Trata-se da história real de uma família do interior de Minas Gerais que foi para Brasília para a construção da capital. De Jongh aproveitou a jornada do interior para a cidade e misturou tons caipiras com urbanos para a trilha.

O objetivo do compositor é retornar para os Estados Unidos munido com o portfólio construído em território brasileiro. Pelas músicas que ele permitiu conferir, é difícil acreditar que este plano possa dar errado.

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HOLLyWOODIAN SOUND TRACKS ARE BEING PRODUCED IN BRASILIA

Memorable musics for fi lms are created by a composer in a studio as good as the ones abroad, surrounded by the beautiful Brazilian cerrado's landscape

By Vinícius BrandãoTranslated by Júlia Grazinoli

Sound track composer Patrick de Jongh participated in the production of Resident Evil's sound track, giving an eerie touch to the movie. Listening to the track in our own capital was thrilling.It was produced while he was studying the area in Los Angeles, and in this period he worked with big names such as Marco Beltrami, Hans Zimmer, Howard Shore and Danny Elfman. Having fi nished his studies, Patrick came to Brazil to iniciate his carre-er. Th e main factor that catches his attention and interest in accepting to compose a sound track is variation, like the movie “Th e Last Station”: it is a fi lm produced by a partnership between Brazil and Lebanon, and it was also his opportunity to work with Arabian fi lm sty-

le combined with Brazilian's sonority. Another example is the fi lm “Meu País”, for which Patrick composed a delicate and fi ne sound track. “When I receive an invitation to participate in a movie' production, I see if we can do something diff erent, something I did not explored yet”, said Patrick during a visit to his studio.

His work in “Meu País” earned him prizes in festivals, and his colaboration with director André Ristum was once again required for the movie “O Outro Lado do Paraíso”, which has not been released yet. It is about a true story of a family from Minas Gerais, in Brazil's contryside, which have moved to Brasília – Brazil's capi-tal – for its construction. Jongh used the idea of a journey from countryside to the metropolis to mix urban with country tones to the fi lm's sound track.

Composer's objective is to return to United States with a portfolio built in Brazilian soil. Listening to the musics he let me appreciate, this plan seems infallible.

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Los GuerrerosPor Danielle Gaspar

A curiosidade descobriu a paixão. Na es-tante da sala, um aparelho de som fi cava estrategicamente colocado no alto, para somente os adultos terem acesso. Mas isso não foi empecilho para dois irmãos curiosos que, naquele momento, ainda não sabiam que estavam predestinados à música, mais especifi camente ao rap.

O primeiro contato dos meninos Asley Ribeiro e Alan Rill – hoje MC’s – com o gênero foi por meio do primo, um dos mais premiados rappers do Brasil, o Poeta GOG. “Lembro que era uma música bastante pesada, teoricamente imprópria para menores, e mesmo assim nos identifi camos por ela falar so-bre o racismo”, conta MC Ribeiro. Quanto mais a música em forma de discurso com rimas e poesias lhe conquistava, maior era a vontade de criar seu próprio grupo. Surgiram, então, as primeiras letras que “mais pareciam uma página policial de al-gum jornal”, comenta com humor.

Em 2001 nascia Los Guerreros, com os irmãos no comando. Com infl uências de outros estilos musicais como reggae, blues, soul e black music, o grupo explora em suas letras questões sociais com o intuito de contribuir no resgate da autoestima e do amor das pessoas. “A principal característica do rap é sua maneira de cantar falado, sem muitas repetições de versos. Isso faz com que nossas letras sejam maiores e, consequentemen-te, tragam mais conteúdo para o ouvinte, tornando-a uma in-fl uente ferramenta social, que consegue chegar a um semianal-fabeto e passar uma informação na linguagem que ele entende”, esclarece MC Ribeiro.

Hoje, com 13 anos de história e três discos no currículo – sen-do o primeiro deles premiado, em 2011, no HipHop Zumbi, na categoria melhor CD – o grupo sairá em turnê por Bra-sília e entorno em parceria com o Fundo de Apoio à Cultura

(FAC) do GDF. Oito shows estão marcados para o segun-do semestre deste ano (datas e cidades ainda a defi nir) com repertório do terceiro disco, Los Guerreros No Ar. O gru-po conta com a participação de Junior Cardos (back vo-cal), Th iago Chaves (bateria), Kelvy Nicolas (violão/guitar-ra), Alex Bento (contrabaixo) e Job (percussão).

Após uma década, Los Guer-reros dizem enfrentar certas difi culdades no mercado bra-siliense, como a depreciação do trabalho para bandas que vêm de outras cidades do país, mesmo tendo seu material igual ou superior. Entretanto, estão felizes com o reconhe-cimento por parte do público. “Tem uma galera seleta que gosta do nosso trabalho pelo Brasil inteiro, que corresponde às nossas atividades nas redes sociais. Talvez nosso tipo de som seja para poucos e bons ouvintes. Não temos a inten-ção de virar um Michel Teló do rap”, brincam.

Mais informações sobre a turnê no site:

http://www.losguerreros.com.br/

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DO CERRADO

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! Na Balada

MÚSICA SERTANEJA GANHA ESPAÇO NO DFReunião entre amigos ganha proporção e vira tradição na capital federal

Por Cibele Moreira

A Moda de Viola do Melo, como é conhe-cida popularmente, movimenta Bra-sília com música e tradição da cultura sertaneja. Realizada quinzenalmente às quartas-feiras, na chácara do Seu Melo, na Fercal, e recentemente no restaurante Salada Cultural - intercalando nos dois espaços -, o evento abre as portas para a

divulgação do trabalho de artistas locais.

Sem fi ns lucrativos, a moda reúne cerca de 1.200 pessoas em cada edição, chegando a receber até três mil visitantes. As apre-sentações são feitas por uma ordem previamente estabelecida no dia e local da moda. Os músicos que queiram subir ao palco são orientados a repassar o nome para o responsável pela lista. Cada dupla ou grupo tem direito a cantar/tocar em média qua-tro músicas. Além da cantoria, a Moda de Viola do Melo oferece

um jantar a meia noite, com cardápio variado e preparado especialmente para a ocasião. Os visitantes podem desfrutar da refeição sem qualquer tipo de custo. Com uma equipe de seguranças e bar terceirizados, as noites de quarta-feira torna-ram-se um ambiente agradá-vel e familiar para aqueles que frequentam o evento.

Em setembro, a moda comple-ta oito anos de realizações. De acordo do o idealizador, Seu Melo, a moda se iniciou a partir de reuniões entre amigos, que

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se encontravam para cantar e tocar uma boa moda de viola. “A moda foi criada em 2004. Naquela época, a quantidade de participantes era pequena, em torno de 15 pessoas que se reu-niam embaixo de uma peque-na tenda na chácara”, comenta Melo, que precisou aumentar o espaço para abrigar todos que quisessem participar. A escolha pela quarta-feira também não foi ao acaso. Este dia específi co da semana é quando os artis-tas do estilo não têm nenhum compromisso agendado.

Pioneiro nas apresentações, Rony, da dupla Celma e Rony, apoia a iniciativa. Tocando pelo projeto há 12 anos, Rony con-ta que o dia mais marcante da moda foi o aniversário de cin-co anos, que teve a presença de 2.500 pessoas. “Eu não espera-va tanta gente, e ver todos lá foi emocionante”, comenta.

Para a pequena Renatha Nayara, de apenas 14 anos, a moda foi a grande oportuni-dade de transformar um so-nho em realidade. Convidada por um amigo para cantar na moda, Nayara se apresenta na festa há três anos. “Me sinto bem quando canto”, afi rma a jovem que começou com o canto aos sete anos de idade. Com aproximadamente 200 composições próprias, músi-cos como o duo Th iago e For-lan também marcam presença nestas datas, trazendo um re-pertório variado entre covers e autorais, o que acrescenta ainda mais ao evento que tem virado moda por aqui.

SERTANEJO MUSIC BECOMES POPULAR IN DF

A friends gathering becomes tradition in the capital

By Cibele MoreiraTranslated by Pedro Bueno

A Moda de Viola do Melo, how it is called by the people, moves Brasilia with its “sertanejo” music and culture tradition. It happens every 15 days on Wednesdays at Chácara do Melo or, recently, at 'Salada Cultural' Res-taurant - they alternate the places - and this event gives artists the opportunity to present their works.

Without profi ts as its main goal, the “Moda” gathers around 1,200 people in every edition and has had even 3,000 visitors once. Th e presentations are previously set up on the day and at the place of the event. Th e musi-cians who want to play are told to give their names to the responsible for the list. Each group can sing or play, generally, 4 songs. Besides singing, “A Moda de Viola do Melo” off ers supper at midnight with a varied menu specially prepared for the occasion. Th e visitors get to enjoy the meal wi-thout any additional cost. With the help of the security team and some outsourced bars, Wednesday nights became pleasant for all of those who attend them.

In September, “A Moda” has its 8th anniversary. According to its founder, Mr. Melo, “A Moda” started out of the gathering of friends, who used to get together to sing and play “moda de viola”. “’A Moda’ was created in 2004. At that time, the number of participants was low; there were around 15 pe-ople that got together under a little tent at a country house”, says Melo, who needed to expand the facility in order to include all of those who wanted to join them. Choosing Wednesdays as the days for his event was not by chance as well. Th is specifi c day of the week is when the artists are availa-ble for presentations. Rony, from the group Celina e Rony, pioneer on the presentations, supports Melo’s creation. Rony, who has been playing at “A Moda de Viola do Melo” for 12 years, tells that the most outstanding day of this project was its 5th birthday, which had 2,500 people attending it. “I did not expect a lot of people, and seeing everyone there was exciting”.

For the young Renatha Nayara, 14, “A Moda do Melo” was a great oppor-tunity to make her dream come true. Nayara has been singing for 3 years at “A Moda”. She was invited by a friend to sing there. “I feel good when I sing”, says Renatha, who started singing when she was 7. With approxi-mately 200 own songs, musicians such as Th iago and Forlan also attend the Wednesday nights bringing a diversifi ed set list of covers and original songs which enriches this popular event in Brasilia.

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! Capa

Por Simone Magalhães

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Tambor/é o sol que nos guia/Tambor vibra luz e amor/E reluz alegria/Tambor é o que esquece, perdoa e

cura feridas/Tambor quando bate, ressoa, arrepia e ecoa/É o som de Maria/Sou Maria, sou/Sou Maria fl or/Sou Maria amor. Com esses versos, o grupo Maria Vai Ca-soutras – escrito assim mesmo de um jeito bem mineiro – contagia o público por onde passa levando

o suingue da percussão com a bandeira do protagonismo feminino. O nome, aliás, atiça a curiosidade. “O Maria vai Casoutras pretende des-mistifi car essa expressão pejorativa da falta de opinião - o oposto do que somos, resignifi cando as muitas marias e mulheres de personalidade forte que caminham por aí em prol de um objetivo comum”, defende Almére Seabra, uma das integrantes e também empresária do grupo.

Formada exclusivamente por mulheres, o Maria Vai Casoutras se apre-senta regularmente pela cidade. Seja em eventos gratuitos e ao ar livre como o Parque da Cidade, Eixão, Torre de TV ou o Pontão do Lago Sul. Seja em eventos corporativos e até mesmo casamentos. E tão di-verso quanto os ritmos são também os fãs do grupo. “Em mais de 100 apresentações, incluindo GO e MG, a gente já tocou em aniversário de 70 anos, aniversário de casamento, escola. De adolescente a criança,

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passando pelo adulto, a terceira idade. O som das Marias é para pessoas que gostem de música e queiram dançar”, diz Tatiana Gushiken, diretora musical do grupo que também se reveza na gaita, conga e timbal.

E olha só o que elas tocam: samba, reggae, axé, maracatu, funk, frevo, forró, arrocha, sertanejo e mais. É ritmo brasileiro para ninguém botar defeito. Com um trabalho super sério – pra não dizer engaja-do (vide projeto social*), elas já di-vidiram o palco com o Olodum e participaram também de eventos com Carlinhos Brown, Ilê Aiyê e até a dupla sertaneja Paulo e Ma-theus. Para este segundo semestre, o Maria Vai Casoutras pretende fi nalizar o repertório autoral para entrar em estúdio já em 2015. En-tre suas maiores referências musi-cais não poderiam faltar bandas de percussão como o próprio Olodum e o bloco Ilê Aiyê. Sem esquecer as infl uências diversas do grupo, que vão do sertanejo ao samba-rock, passando por estilos como o frevo e o axé.

Tocando lá fora - Nos preparati-vos para o primeiro show inter-nacional que acontece dia 22 de novembro, em Pompano Beach, na Flórida (EUA), o Maria Vai Casoutras participou no início de agosto das comemorações de 8 anos da Lei Maria da Penha no DF. Fora dos palcos, elas falaram sobre o Projeto Mais* feito em parceria com a Subsecretaria de Enfrentamento à Violência Con-tra a Mulher do DF. “Realizamos ofi cinas de música e artesanato com as mulheres e seus fi lhos, que são assistidos pelo Estado. O projeto é uma forma de resgate da

autoestima dessas mulheres e também uma oportunidade de renda e aprendizado. É nosso xodó e recompensa”, garantem elas. Para os inte-ressados no Projeto Mais – de assistência às mulheres vítimas de violên-cia, as marias disponibilizam contato e mais informações pelo site do projeto. E uma dica: vale muito conferir as bijuterias feitas com revistas e papéis reciclados que são produzidas na Casa de Apoio e comercializa-das em feiras e shows da banda.

Bastante animadas com a carreira internacional, o Maria Vai Casoutras comemora ainda os 2 anos de estrada. “Estamos honradas em tocar nesta grande festa brasileira, que é o Brazilian Fest, e saber que todas as nossas conquistas, até aqui, só reforçam a felicidade dos caminhos que escolhemos. É uma vitória representar lá fora a riqueza da música bra-sileira junto a outros artistas”, declara Almére, acompanhada do violão nos ensaios. Com patrocínio ofi cial da Bancorbrás, elas irão tocar no mesmo palco de outra brasiliense de sucesso, a Th e Voice Ellen Oléria.

Tambores no altar – E para os noivos de Brasília que procuram um tchan a mais para o grande dia, os tambores das Marias soam também como uma bela opção. Casada há pouco mais de 1 ano, Marianne Na-varro é uma das noivas que conseguiram aproveitar a festa (e a banda) ao máximo. “Sempre tive o sonho de cantar e perguntei a elas se eu po-deria arriscar essa vontade tamanha cantando uma música para o meu marido. Com muito carinho, elas marcaram dois ensaios e sempre que eu entrava no estúdio era uma emoção muito grande. No grande dia foi tudo perfeito. Elas estavam escondidas no espaço da noiva aguardando acabar a cerimônia que foi no mesmo local da festa. Subimos até lá e os convidados nos aguardando para descer a escada. Mas nem de longe imaginavam que essa descida seria tão contagiante, pois a energia que essa banda tem só quem conhece pode entender. O som do batuque animou e arrancou suspiros de muita gente. Até minha vozinha de 75 anos, evangélica, entrou no clima das Marias”, relembra emocionada a noiva e amiga de uma das integrantes.

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Formação e musicalidade – Com 12 mulheres, algumas do Batalá e ou-tras convidadas, o som das marias psicólogas, professoras, vendedoras, esposas e advogadas é mesmo de tirar qualquer mortal do chão. Na ban-da desde o início, Almére lembra bem como tudo começou. “A música já estava no sangue e o grupo de amigas também existia, faltava pensar em um projeto com missão, valores e visão para só então decidirmos comprar os instrumentos”. E para não se perderem do objetivo, o Maria Vai Casoutras continua estabelecendo metas e se organizando. “Aqui, o espaço é das marias. É uma caminhada que a gente tem que ir alcançan-do a cada passo. Se quiser cantar, você canta. Se quiser tocar, você toca. Tambor de Maria, nossa primeira música de trabalho, por exemplo, foi uma produção coletiva. A segunda foi 'Pensa Aí', de composição da Mi-chely Queiroz. No momento, temos a Rafa na fi la para a quinta com-posição e mais outras à caminho. Por tudo isso, o Maria Vai Casoutras é um projeto, mas também uma fase de grande crescimento”, celebra Almére, orgulhosa da cria.

Mas se há um diferencial no Maria Vai Casoutras é a musicalidade da banda. Afi nal, são tantos os instrumentos tocados além da percussão, que é praticamente impossível fi car parado sem ousar alguns passinhos. “Tem música que tem gaita. Tem música que tem violão, guitarra e até cavaquinho. Sempre há dois instrumentos, no mínimo, além do tam-bor que é considerado o nosso carro-chefe. Na disposição da banda, por exemplo, são cinco meninas no surdo (tambor) que animam à frente do palco. Enquanto as cantoras fi cam mais no fundo e nas laterais”, explica Clarice Marinho, uma das marias da percussão.

E é exatamente ao apostar na diversidade de ritmos que as Marias bus-cam levar alegria para o público. “A gente tem como missão levar alegria através da percussão. O nosso desafi o é fazer diversos estilos de músi-

ca com os nossos instrumentos. É fazer o samba-rock, o samba, o forró, o frevo, o funk e o axé com uma roupagem totalmente nossa. Eu acredito que é esse amor que faz a gente acreditar que a música brasileira é mesmo transformado-ra e traz essa alegria contagiante”, aponta mais uma vez Almére, lembrando que elas tocam tam-bém sucessos dos Beatles, Shakira e Edith Piaf. Esta última com um sambinha especial.

E é nessa cadência de ritmos e coreografi as que entra a inte-grante Roana Linhares. Mesmo sem uma formação clássica, ela explica como pensa cada dança apresentada no palco. “Sempre gostei do frevo e tive experiên-cias com a dança "afro". E como fui pra Bahia tocar com o Batalá, tenho também uma forte infl uên-cia do Pelourinho e fi co em casa treinando com o espelho. Imagi-nando as músicas e os ritmos. Se a gente está coreografando a gente também está dançando junto com o público, é uma troca de dança entre o público e o palco. É tam-bém uma conversa em que todos (e todas do grupo) participam”, afi rma Roana, que faz também a percussão nos tambores.

Ê suingueira! Bom demais ver nossa Brasília assim. Espalhando o som do batuque pelo mundo. Derrubem os tambores, meninas! Por aqui, seguimos na torcida.

Saiba Mais:Site: www.mariavaicasoutras.com

Facebook: /mvaicasoutras Clipe ofi cial: http://youtu.be/

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cialmais.com

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! Esporte

A ARTE DE VOAR SOBRE A ÁGUAUsar o vento e contato com a natureza faz do Kitesurf

um esporte terapiaPor Saulo de Castilho

Cidade planejada para ser a capital federal e que está a mais de mil quilômetros de distância do litoral não parece ser um local propício para a prática de esportes aquáticos. Se engana quem pensa assim sobre Brasília. Por aqui há um cenário perfeito para esses esportes no Lago Paranoá, com dias ensolarados e muito vento durante quase todo o ano.

O kitesurf é um dos esportes que mais atrai praticantes por misturar atividade física e contato com a natureza. Foi inventado no ano de 1984 pelos irmãos franceses, Bruno e Dominique Legagnoix. Eles criaram o esporte que une o surf, windsurf e wakeboard. O equipamento ne-cessário inclui a prancha, a pipa e o trapézio - espécie de cinturão que conecta o praticante ao kite.

Para o instrutor, Cristiano Monte, o que atrai os praticantes é a pos-sibilidade de ter um contato com a água, curtir o sol e um esporte

com adrenalina, mas ele alerta: “é preciso fazer um curso básico para se ter noção de segurança e aprender o manuseio do equipa-mento”. O curso consiste em aulas práticas e teóricas com o material cedido pelos instrutores.

Além do prazer do contato com a natureza, o kitesurf é um esporte que trabalha bem o físico do pra-ticante. “É uma atividade que for-talece os braços e pernas, além de exercícios para abdômen e costas. Melhora a coordenação motora, auxilia no sistema cardiorrespi-ratório, além de fortalecer a mus-culatura que estabiliza a coluna e

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melhora a postura”, diz o prepara-dor físico Thiago Borges.

Quem ficou com vontade de praticar o esporte tem que ficar alerta. Como é considerada uma atividade radical, é recomenda-do saber nadar e, de preferência, estar sempre acompanhado de alguém, para o caso de algum imprevisto. Mas basta começar, que continuar "velejando" ou "surfando" se torna um vício. "Pratico o kitesurf como uma terapia, porque adoro estar em contato com a natureza, além de ser uma forma de interagir com as pessoas que praticam ao meu lado". É o que garante Carlos Sampaio, entusiasta do esporte.

Os locais para a prática em Bra-sília são: Península dos ministros - Lago Norte - Clube do Congres-so. Para a compra do equipamen-to completo vai a dica: um novo sai em torno de R$6 mil reais e um usado perto de R$3 mil.

THE ART OF FLyING OVER WATERThe usage of the wind and the contact with nature makes the kitesurf a sport’s therapy

By Saulo de Castilho Translate by Camila Moreira

A city planned to be the Federal Capital and that is located over more than thou-sand kilometres distance from the coast does not seem to a proper place to prac-tice aquatic sport. Whoever believes it is a fool. Here there is the perfect scenario from the practice of these sports at Pa-ranoá lake, with all the sunny days and

constant winds through out the year.

Kitesurf is one the sports that most attract people for mixing, toge-ther, the physical activity and the contact with nature. It was inven-ted by the French brothers, Bruno and Dominique Legagnoix in 1984. They created a sport that brings together the surf, windsurf and wakeboard. The equipment necessary includes a board, pipe and harness – a type of belt that connects the person to the kite.

To the instructor, Cristiano Monte, what attracts people is the possibility of having contact with the water, enjoying the sun and the adrenaline released with the sport, but he alerts: “it is necessary to take a basic course to have notions of safety and le-arn the handling of the equipment”. The course consists of prac-tical and theorical classes with material given by the instructors.Beside the pleasure of having the contact with nature, kitesurf is a sport that workout the physical of the practicer. “It is a activity that strengthen arms and legs, and also exercises the abdomen and back. It improves motor coordination, assists the cardiovas-cular system, besides it also strengthen the musculature which stabilizes the spine and improves the posture”, says the physical instructor Thiago Borges.

Now whoever wishes to practice the sport need to pay attention. Since it is considered a radical sport, it is recommended to know how to swim and, preferably, also have company in case some-thing unexpected happens. All it takes is to begin, that sailing and surfing will become addiction. “I practice kitesurf as a form of therapy, because I love to be in contact with the nature, it is also a way to interact with those who practice by your side”. It is what guarantees Carlos Sampaio, enthusiastic of the sport.

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! Giro Capital

VIVER ARTE PELAS TARDES BRASILIENSESOcupação conhecida como 'Tarde Apache' deu o pontapé inicial

para uma nova onda cultural por BrasíliaPor Priscilla Teles

Uma cidade nova, com grandes ideias e expressões culturais, Brasília con-ta agora com mais um evento totalmente gratuito e pensado para toda família, a 'Tarde Apache'. A intenção é proporcionar ao público um dia tranquilo, com arte, cultura, gastronomia local e intervenções culturais. A proposta se destaca por proporcionar aos moradores da cidade um contato com locais públicos, por vezes não aproveitados.

Com o apoio da Administração do Parque da Cidade, o evento surgiu da necessidade da banda 'Vintage Vantage' lançar seu EP em um show gratuito. Para completar a tar-de no melhor estilo piquenique, as bandas 'Os Gatunos', 'Alarmes', os DJs Elefunk e Renato Rocha, e o grupo de dança 'Shiiiu' colocaram todos os convidados para bailar. Foi possível encontrar no evento, de cupcakes à comida oriental.

A primeira edição que aconteceu em julho foi um sucesso e já tem previsão para sua segunda edi-ção, planejada para o mês de setembro. Fique de olho!

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EXPERIENCING ART THROUGHOUT BRASILIA’S AFTERNOONS An event known as ‘Tarde Apache’ (Apache Afternoon) is the

starting point to a new cultural wave through Brasilia By Priscilla Teles

Translated by Tábatha Araujo

As a young city with big ideas and cultural expressions, Brasilia has now another entirely free event for the whole family, the 'Aft ernoon Apache'. Th e goal of the event is to provide the public with a quiet day, with art, culture, local cuisine and cultural interventions. Th e project stands out be-cause it provides city residents with an opportunity to get to know public places that are usually unused.

With the support of the Administration of Parque da Cidade (City Park), the event came up from the wish of the band 'Vintage Vantage' to release their EP in a free concert. To complete the aft ernoon in the best picnic style, the bands 'Os Gatunos', 'Alarmes', DJs Elefunk and Renato Rocha, and the dance group 'Shiiiu' made everyone rise and dance. Th e cuisine at the event ranged from cupcakes to oriental food and even craft beers.

Th e fi rst edition that happened in July was a big success and it is already expected to have a second edition planned for September. Keep an eye out for it!

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! Palavras ao Vento

Dita cujaSaudade de você.Saudade de mimquando estamosno nosso silêncio

e nas nossas risadas,saudade que não cabe

não sabe mais falaremudeceu,

junto com o coraçãoque além de mudo, arde

saudade,que escorre,

e tem gosto de sal.

Me curaVocê é meu vício

Minha doençaMinha dose de morfi na

Minha abstinênciaVocê é tarja preta,

É o que me faz dormirme fi ssura

Você é,a cura

dessa loucura...

Sem fórmulasEsgotado o estoquede palavras de amor

chega de versoschega de rima

de toda aquela purezada matéria-prima,vidas se fundiramalém da químicasem leis da física

dois átomosum elemento

ocupandoao mesmo tempoo mesmo espaço.

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Por Bianca Bruneto

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! Educação

Distrito Federal tem ensino de referência para

portadores de autismoESCOLAS DO DF OFERECEM ENSINO DE INCLUSÃO PARA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES COM A CONDIÇÃO MÉDICA RESTRITA

Por Priscilla Teles

O Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), conhecido principal-mente por Autismo, ganha a cada dia mais estudos e pessoas engajadas na busca para conhecer a causa e a melhor forma de lidar com o transtorno que, a princípio, pode assustar os pais. Os sintomas podem aparecer nos primeiros anos de vida, porém, o mais comum são os sinais fi carem mais evidentes antes da criança completar três anos de idade. A condição é marcada por três características fundamentais: a inabilidade de interagir socialmente, a difi culdade para comunicar-se, e o padrão de comporta-

mento restritivo e repetitivo. No geral, autistas têm difi culdade de lidar com mudanças, o que torna a organização e a rotina fatores essenciais para o bem-estar.

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Desde 2008, com o lançamento da Política Nacional de Educação Especial, as esco-las públicas e privadas devem assegurar a participação e a aprendizagem aos alu-nos com defi ciência, Transtornos Globais de Desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, nas escolas comuns de en-sino regular. No Distrito Federal é possível encontrar 18 centros de ensino que dispo-nibilizam a “educação precoce” – atendi-mento a crianças com necessidades espe-ciais do nascimento aos três anos de idade.

A Secretaria de Educação do DF é referên-cia na implantação do atendimento espe-cial no sistema escolar público do Brasil e atende hoje um total de 1.321 estudantes com TGD, 540 em classes comuns, 442 em classes especiais e 339 em instituições es-pecializadas. Neste número encontram-se crianças com Transtorno Autista, Autismo Atípico, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno de Asperger. Para estes casos são ofereci-dos quatro tipos de atendimentos, sempre visando a necessidade apresentada em cada fase de educação, grau de compro-metimento e momento da vida:

Classe Comum – onde estudam crianças e/ou adolescentes com ou sem TGD;Classes Especiais – turmas exclusivas e especializadas presentes em escolas co-

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muns. Destinam-se aos estudantes com Transtorno quando a severidade da conduta não possibilita a inclusão imediata na classe comum. Com um processo de inclusão, o estudante gra-dativamente é inserido nas classes com os demais;Turma de Integração Inversa – outra modalidade de atendi-mento constituída por alunos com ou sem defi ciências ou TGD, voltada aos processos de socialização, alfabetização e aquisição de comportamentos aquisitivos. São constituídas por um núme-ro reduzido de alunos;Centros de Ensino Especial – escolas especializadas onde estu-dam apenas pessoas com defi ciências ou TGD. São trabalhadas habilidades adaptativas, autonomia e independência nas ativi-dades de vida diária e vida prática.

A professora do Centro de Ensino Especial II de Brasília (612 Sul), Lidiane Guimarães, atua há 10 anos no ensino para crian-ças com Transtorno Global de Desenvolvimento. A profi ssio-nal conta que em uma média de sete turmas por turno, cada professor atende de um a dois alunos com autismo. Dentre as maiores difi culdades encontradas está a necessidade de alguns serem medicados para controle de agressividade, hiperatividade e ansiedade que, se não feito, difi culta o trabalho do professor. “As parcerias com as equipes externas que atendem os alunos é muito importante, pois precisamos ter a mesma linha de abor-dagem, a relação família e professor precisa ser clara, partici-pativa e diária. O professor precisa entender o que o aluno na maioria das vezes não fala”, explica Lidiane.

Um caso realMãe de duas crianças autistas, Alessandra enfrenta a correria do dia a dia para dar aos fi lhos uma educação diferenciada. Elias e Edson* frequentam escolas da rede pública do DF e fazem terapia como acompanhamento. “Descobrimos quando um tinha dois anos e meio e o outro dois. Além da falta de fala e da ecolalia (repetiam o que dizíamos), eles apresentavam comportamentos esteriotipados, como bater com as mãos no ar, evitar contato visual e contato físico”, conta a mãe. A falta de espaços reservados nos locais públicos, as restri-

ções impostas, a atenção exigida a todo instante e o custo com suplementação, dieta adequada, consultas com especialistas e terapias, são pontos que pesam e que acabam fazendo com que os pais também necessitem de acompanhamento psicológico. “É preciso ter paciência, os pais com mais condições podem ofe-recer mais, porém os com menos também podem oferecer o me-lhor de si, como atenção, estudar o tema, procurar redes sociais e associações ligadas ao assunto. Eu recomendo o fi lme ‘O óleo de Lorenzo’ com Nick Nolte e Susan Sarandon. Não fala de autismo, mas fala do poder que os pais tem em salvar vidas por meio da pesquisa. A informação é o me-lhor caminho”, conta Alessandra.

Para ajudarExistem associações e grupos de apoio prontos para aten-der e tirar possíveis dúvidas. -> Associação de Amigos dos Autistas (http://www.ama.org.br/) e Associação Brasileira de Autismo (http://www.autismo.org.br/). Para saber mais sobre os Centros de Ensino Especial do DF, acesse:

http://www.se.df.gov.br/

*Nomes fi ctícios às crianças citadas.

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! Próxima Parada

GARÇOM? UM IDIOMA, POR FAVOR! Que tal fazer amigos e ainda aprender uma nova língua? Clube

Poliglota de Brasília reúne brasilienses e estrangeiros em bares e pontos da cidade

Por Simone Magalhães

Regidos pelo lema “o mundo é menor do que você pensa”, um grupo em Brasília vem re-alizando o sonho de rodar o mundo sem sair de casa. E se o mundo é mesmo uma torre de babel, que tal mudar a maneira como viajamos? Ou melhor, conhecer ou-tros países e outros viajantes sem sair de sua cidade? Pensando nisso e em como estreitar

fronteiras, uma turma animada de pelo menos 20 brasilienses e estrangeiros movimentam, semanalmente, o Clube Poliglota de Brasília.

Filiado ao Clube Poliglota do Brasil desde fevereiro deste ano, a inspiração veio de terras estrangeiras, é claro. Mais precisamen-te do Clube Poliglota de Paris, que foi o primeiro e já existe há 11 anos. Com todo o networking viabilizado via redes sociais e

WhatsApp, o Clube Poliglota de Brasília começou a se espa-lhar pela cidade, com nomes como Torre de Babel, depois Intercâmbio Linguístico e Ca-fezinho Poliglota. “O Torre de Babel começou há 3 anos quando dois dos organizado-res, a Maíra e o Eloy, conhe-ceram o grupo de Santiago, no Chile. Mas a maioria dos en-contros começou mesmo por iniciativa dos participantes do couchsurfi ng*. Já que viaja-vam, viam como funcionava nos lugares (onde os encon-

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tros existiam) e espalhavam a ideia por aí”, conta o “grego” Georgos Jurobola, ex-or-ganizador do Clube Poliglota de Fortaleza e um dos organizadores em Brasília.

Com alguns professores e alunos de esco-las de idiomas do DF, as rodas do Clube Poliglota recebem além de estrangeiros, viajantes com 80% de experiência inter-nacional. São colombianos, americanos, australianos, alemães e brasileiros com variadas experiências na rede couchsur-fi ng, por exemplo. Portanto, querendo mais de um idioma é só mudar de mesa. “A pessoa começa conversando em por-tuguês, depois inglês e outros idiomas. Ultimamente temos feito uma mesa de português para estrangeiros então é até legal quando vem brasileiro porque eles curtem e tentam falar também”, explica Maíra Machado, que é também intérprete e tradutora. Além dela, os outros quatro organizadores do Clube Poliglota de Bra-sília falam inglês, francês, espanhol, italia-no, alemão, esperanto, e ainda arranham no japonês, latim e mandarim.

Olhar de estrangeiro - Em Brasília há 2 anos e 3 meses, a engenheira Soledad Curo veio do Peru, tendo morado an-tes em São Paulo. Mais adaptada ao DF ela diz que tudo melhorou ao conhecer o Clube Poliglota. “No 1º ano foi difícil, praticamente não conheci ninguém. Mas ao entrar para o grupo isso mudou total-mente. A gente faz amizade e sai quase toda semana para dançar, para o barzinho ou outra coisa”, revela ela que participa há 4 meses do Clube e fala fl uente inglês, es-panhol e português.

Os encontros - Para os interessados, os encontros acontecem sempre as segun-das, quartas e sextas, a partir das 19h em algum ponto da cidade. O primeiro, ain-da em teste, tem sido nos bares de Águas Claras. O segundo, as quartas, no Café do Chef, localizado na 108 norte. E as sex-

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tas-feiras, usualmente, eles se encontram para o happy hour em algum bar ou restaurante de Brasília. Por enquanto, eles testam o Bar Salomé da 307 sul, mas já se reuniram no Bar Piauí, da 402 sul e no Boteco do Juca, também na Asa Sul. E no terceiro domingo do mês, há espaço ainda para algum churrasco ou pi-quenique em local variado. Uma das rodas, aliás, foi realizado em conjunto com o Clube do Livro de Brasília, que se reúne 1x por mês no Parque da Cidade.

Clube das Artes - E atenção! O Clube Poliglota de Brasília acaba de “inaugurar” o seu espaço também no mundo artístico. Por-tanto, se você é ator, cantor, mágico ou dançarino vale muito tro-car experiências e fazer novos amigos. No Facebook, a proposta do Clube PoliArtístico é compartilhar a arte de forma descontra-ída. Seja no palco, ensinando alguma coisa ou mesmo fazendo aquele networking. O primeiro encontro dessa turma rolou no Parque da Cidade. Boa notícia para os artistas independentes! Feito o convite, que tal poliglotar pessoalmente? Escolha já a

sua roda e experimente um outro lado de Brasília.

*couchsurfi ng = organização sem fi ns lucrativos que tem como princi-pal atividade, a troca de alojamen-to entre viajantes. Os voluntários do projeto organizam frequente-mente encontros ou acampamentos para aproximar pessoas.

Saiba mais:Clube Poliglota de Brasília:

FB/polyglotclubbrazil Maíra: 61 8557-8251

Luciana: 61 9538-2420 Intercâmbio PoliArtístico:

http://facebook.com/PAEB.DF

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! Quero Comer

DELIVERy É A NOVA REGRA PARA A ROTINA CORRIDAEntre dias atarefados ou focados em tarefas pessoais, o brasiliense tem

uma nova forma de acessar alimentos à la carte que requerem mais tempo

Por Vinícius Brandão

O dia a dia tem sido cada vez mais cor-rido. O trabalho, as obrigações, os es-tudos. Se o brasiliense vive sem tempo para suas atividades pessoais, imagine para comer em um restaurante com co-mida farta e bem feita. Só a ida e a es-pera pelos pratos já gastam mais tempo do que a maioria das pessoas dispõem.

Para lidar com essa necessidade, serviços de entrega de restau-rantes e produtores de alimento oferecem maior qualidade para o consumidor.

Serviços de delivery que vão além do fast-food tem ganhado po-pularidade na cidade. Casas como o Restaurante do Rubinho au-mentam as vendas e diminuem o tempo de consumo dos clien-tes. O restaurante é famoso pelo seu fi let a parmegiana que pode

ser consumido tanto no local quanto através de entrega. De acordo com o dono, Rubem Ferreira da Costa, para chegar fresco na casa do consumi-dor, todos os itens da receita são realizados na hora em que são pedidos. Nada é prepara-do adiantado ou é congelado e existe todo um esquema logís-tico para que os funcionários da entrega não deixem a comi-da esfriar por conta de atraso.

O Varanda Pães Artesanais renova a cada sábado os dife-

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rentes tipos de pães gourmet que disponibiliza. O cliente se cadastra e recebe atualizações sobre as novidades. Com o pe-dido feito, os pães podem ser entregues em casa ou busca-dos no local.

Uma boa pedida para quem busca pratos mais rotineiros, o Mixido Express fornece suas misturas de arroz para o consumidor que está em casa. Além do arroz, pratos de es-petos com acompanhamentos merecem destaque. Principal-mente o de medalhão de fran-go, que é particularmente mais saboroso que os outros.

Quem gosta de doces pode procurar pela Tribeca.NY. A loja de pipoca gourmet ofere-ce mais de quarentas sabores, com destaque para os doces. A comida açucarada não agrada

apenas ao paladar. O visual é sempre bonito com suas variações de cores. Mas, se o interesse é algo que é doce em sua base, o consumidor pode procurar pela Puro Brigadeiria, que começou como uma franquia de quiosques, mas existe hoje apenas no de-livery. Os diversos sabores de brigadeiro podem ser comprados na unidade ou nas centenas.

Não faltam opções de sabores e estilos para o brasiliense pre-parado. Para todos os gostos e diferentes tipos de necessidades.

Restaurante do RubinhoÁguas Claras 3383-2346Taguatinga 3042-6333

Varanda Pães Artesanaiswww.varandapaesartesanais.com.br

Mixido Expresswww.mixidoexpress.com.br

Tribeca.NY3573-1922 | 8173-1921 | 9952-1921

Puro Brigadeiria3328-5615

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NÓS CUIDAMOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL DA SUA EMPRESA

SOMOS MAIS QUE UM ESTÚDIO DE DESIGN.

Somos o Estúdio Caleidoscópio e queremos mudar sua experiência com comunicação visual.

Indenpendente do seu objetivo, nós defendemos que ele deve ser atingido com criatividade.

Page 39: Revista Di Rolê 7ª Edição

SET/OUT 2014 :: Revista Di Rolê :: 39

NÓS CUIDAMOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL DA SUA EMPRESA

SOMOS MAIS QUE UM ESTÚDIO DE DESIGN.

Somos o Estúdio Caleidoscópio e queremos mudar sua experiência com comunicação visual.

Indenpendente do seu objetivo, nós defendemos que ele deve ser atingido com criatividade.

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40 :: Revista Di Rolê :: SET/OUT 2014