revista ano 27 numero 1

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  • 7/28/2019 Revista Ano 27 Numero 1

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    Revista bimestral do

    Le c t o r iu m Ro sic r u c ia n u m

    A NEUTRALIZAO DA VONTADE E DO DESEJO

    A ESFINGE E O CRISTO

    O CAMPO DE TRABALHO

    UMA CONVERSA "LUMINOSA"

    A LANA DE LUZ

    DILOGO ENTRE A LUZ E A MATRIA

    PELA PORTA "ABERTA"!

    2005 n me r o 1

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    P EN TAG RAMA

    A rvore elefante africana.

    NDICE

    2 N EUTRALIZAR A VONTADEE O DESEJO Um artigobaseado numa alocuo de

    J. van Rijckenborgh

    8 A ESFINGE E O CRISTO

    14 O CAMPO DE TRABALHO Solo frtil nos quatro conti-nentes

    28 UMA CONVERSA" luminosa"

    30 A L AN A D E LUZ Umaalocuo para os alunosrealizada pela D ireoEspiritual Internacional

    37 D I LO GO EN TRE A LUZ E AMATRIA

    40 PELA PORTA "ABERTA" ! Aobra de J. Anker Larsen

    AN O 27N MERO 1

    D o c a mpo d e t r a ba l h o

    A R osacruz mo derna, em seus oitenta anos,encontrou solo frtil nos quatro continentes.

    D esta vez, a nfase ser dada aos pases

    africanos onde a Escola experimenta um

    florescimento que, no contexto ocidental,

    geralmente inconcebvel.

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    rimeiro: o homem uma criao doEsprito nico. Sua manifestao atual, contudo, imperfeita e est danifica-da. Q uando morre, ele abandona seucorpo fsico e seus quatro corpos vei-culares j no formam uma unidade.

    Nesse estado imperfeito, ele j nopode " trazer a imagem do celeste" ,no lhe sendo mesmo possvel conti-nuar a existir, e muito menos aindaalcanar o reino eterno.

    Segundo: o reino de D eus, tal comoconcebido tradicionalmente, o cu, oalm, no o verdadeiro reino deD eus, e por isso no garante nenhuma

    imortalidade, pois o alm apenas ametade deste mundo dos opostos, aparte invisvel que ainda permaneceoculta para a maioria de ns. Essedomnio no pode abrigar nenhumaeternidade, pois ele tambm totransitrio e perecvel quanto o dom-nio de vida terrestre ao qual estamosconscientes de pertencer neste exatomomento. O reino de D eus pretensa-mente destinado carne e ao sangue ea incorruptibilidade concebida comoum prolongamento eterno de nossaexistncia so um engano, uma iluso.

    Por que no temos o poder de alcan-ar a imagem do celeste, a radiao deLuz que nos envolve, a fim de adqui-rirmos uma melhor compreenso des-sas coisas?

    C ertamente recebemos essa radia-

    o da Luz, porm ns a transforma-mos em algo negativo. Podemos rea-gir de diferentes maneiras a essa vibra-o designada como " radiao crsti-ca" ou " C risto" , que nos toca e pene-tra o nosso ser. A radiao crstica onipresente na atmosfera e age semdescanso em cada ser humano, noimportando o que ele faa. Sua aonos prepara para uma nova maneirade ser no mundo, para um novoperodo humano, e de acordo comnossa reao ela pode ter um efeitoconstrutivo ou destrutivo.

    A filosofia da nova vida que a Escolada Rosacruz urea incessantementepropaga abrange princpios que estoem inteira concordncia com a citaode Paulo no quadro ao lado.

    E assim como trouxemos a imagem do

    homem terrestre, assim traremos tam-

    bm a imagem do celestial. E, agora,

    digo isto, irmos: que carne e sangue

    no podem herdar o reino de Deus,

    nem a corrupo herdar a incorrupo.

    Eis aqui vos digo um mistrio: na v er-

    dade, nem todos dormiremos, mas todos

    seremos transformados, num momento,

    num abrir e fechar de olhos, ante a lt i-

    ma trombeta; porque a trombeta soar,

    e os mortos ressuscitaro incorruptveis,

    e ns seremos transformados.

    I Corntios 15: 49-52

    A neut r al iza o da vo nt ade e do desejoUm artigo baseado numa alocuo de J. van Rijckenborgh

    P

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    Todavia, essa radiao no propor-ciona nossa vida material a imortali-dade. Uma reao positiva no nosliberta da morte fsica. Mas quando

    empregamos a fo ra de C risto emnosso avanar, a morte do corpo fsicopode significar um seguir adiante paraa conscincia. Se, no decorrer de nossavida, adquirimos um conhecimentoprofundo de ns mesmos e do lugarque ocupamos neste campo de exis-tncia, subseqentemente o novohomem cresce em ns e a necessidadede reencarnar poder at ser omitida. a radiao crstica e sua fora noos dogmas da Igreja que atuam emns at a ressurreio, at o despertarno corpo espiritual, quando a segundamorte, a do remanescente dos corpossutis e da conscincia, ento vencida.

    Caso contrrio, a morte significa oconseqente viver na iluso, com anica diferena que, a partir de ento,

    a existncia continua no mundo doalm. O falecido permanece na ilusode que o alm seja o cu, o paraso, opurgatrio ou o inferno. s vezes, aopassar para o mundo que se encontrapor detrs do vu, ele faz a amargadescoberta de ter sido advertidodurante toda a sua vida de que ali noexiste nada que ele possa chamar de

    " totalmente outro" . O que , pois,necessrio fazer para chegar, ainda emvida, ressurreio, no sentido crsticodo termo?

    D esde o primeiro sermo evangli-co, soou para o mundo e para a huma-nidade a exigncia de um renascimen-to espiritual. C omo temos reagido aele no curso destes dois mil anos?

    Muitos pesquisadores ligaram-se Escola Espiritual. Isso significa que aFraternidade da Luz deu-lhes a possi-bilidade de realizar o cristianismo ori-ginal introduzindo-os na verdadeira

    filosofia gnstica. C aso se consagrema ela com a entrega de todo o ser, todoo antigo neles desaparecer e tudo setornar novo.

    Enfim, uma a ber t ur a?

    D ois mil anos. Quantas encarna-es viveu o homem nestes dois milanos? E quantas lies ele aprendeunos perodos entre as encarnaes?Sua conscincia cresceu e sua com-preenso amadureceu? O que os ho-mens de hoje alcanaro individual-mente com isso? Q uantas geraes jno foram influenciadas pelo novoimpulso crstico, tal como descrito noEvangelho nestes dois mil anos?

    Se considerarmos oitenta geraesdas quais o homem atual o resultadofinal, percebemos uma srie de repeti-es gravadas em seu sangue. Neleesto ativas todas as oitenta geraes,

    que sempre fazem a mesma exignciamartelada na bigorna psico-religiosade seu sangue.

    A l uz ir r o mper !

    A luz se acumula no sangue at queele atinja uma certa " qualidade" , as-sim como dito em Dei gloria intac-

    ta1

    . Mas essa proviso de luz no podecontinuar indefinidamente. E comotudo neste mundo dialtico, isso tam-bm levado a uma crise. E essa crise,esse momento de grande tenso, devedescarregar-se: um relaxamento deveacontecer para que isso no termineem destruio. No momento demaior tenso, estamos diante de umadeciso, pois a qualidade acumuladadeve desembocar em algo. C hegamosa uma encruzilhada no nosso cami-nho. Temos apenas duas opes: res-surreio ou queda.

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    Algumas pessoas sentem esse mo-mento de crise de modo agudo. O u-tras no esto ainda totalmente cons-cientes dele. Talvez no tenham com-pletado seu ciclo de experincias. O u

    pertenam categoria dos " mornos"que continuam a " ser cozidos no fogobrando" do hbito e do entorpeci-mento do ser interior que poderia tra-zer a vida a este planeta. So pessoasque no podem ficar sem a autoridadede um " guru" , da Igreja ou do Estado,e que apenas tm uma abordagemintelectual do ensinamento universal.C omo no tm uma percepo inte-rior, elas no podem ou no queremaceitar o " tudo ou nada" , e tambmno o realizam em sua prtica de vida.

    Q uem conhece essa crise por expe-

    rincia prpria e continua a suport-lada maneira correta torna-se uma pes-soa com reminiscncia. O impulsocrstico percebido como um lampejode reminiscncia divina cumpriu, en-

    to, sua tarefa. Um primeiro objetivo atingido: a " centelha" no ser interior reavivada. A pr-memria da glriado homem paradisaco, do homemprimordial da ordem divina, est maisou menos viva. A lembrana conser-vada e desenvolvida na alma-sanguepor milhares de geraes permitiuescolher a direo certa nesse momen-to de crise: a da filosofia gnstico-eso-trica renovada que leva ao renasci-mento.

    O impulso espiritual da pr-mem-ria nos impele para a luz, mas desco-

    A rosa,smbolo da

    nova vida,pode se

    tornar inteira-

    mente consciente

    no homem.

    Mas para que as

    mos no se apos-

    sem dela, preciso

    ter perdido a

    hbito de querer

    dela se apoderar,

    segundo A voz do

    silncio.

    Foto Pentagrama.

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    brimos, e isto o q ue h de particular,que impossvel ser aceito pela luzcom base na magia natural.

    Este o sentido de: " A carne e o

    sangue no podem herdar o reino deD eus. O perecvel no pode herdar oimperecvel" . Em outras palavras: aluz no pode desenvolver nenhumafora neste campo de vida; ela nopode dar-nos apoio algum nestemundo dos opostos, seno pelo des-pertar da pr-memria.

    "Mor r o d iar iamente em Cr ist o"

    A concluso lgica que se impe a necessidade de romper com estecampo de existncia. Essa uma reali-dade inevitvel, e muitos no a acei-tam. Isso no uma inveno deC risto ou da Escola Espiritual, embo-ra a Rosacruz martele essa exigncia ea reitere sem trgua.

    Romper com este campo de exis-tncia " morrer diariamente" segun-do a expresso de Paulo, renunciardiariamente a uma parcela do " velhohomem" , aos antigos valores da vidaterrestre. Isso significa: romper com aconscincia biolgica, dissolver aautoconservao, as cobias e as espe-culaes que regem todo nosso com-

    portamento, ou seja, o desapareci-mento, em longo prazo, de todas asfunes animais.

    No se pode colocar os ps emduas jangadas. No possvel entrarno reino de D eus e continuar ligados coisas terrestres. N o podemos ser-vir a D eus e a Mamon. Tudo ou nada.Esta a condio para se poder trilharo caminho do renascimento.

    " Q uem quiser entrar no outro mundo,como lemos em Cleopatrade H enryRider H aggard2, ter de deixar morreras razes em sua prpria terra e arran-

    car impiedosamente as gavinhas davideira que o prendem ao antigo."

    Em certo sentido isso concordainteiramente com a idia da Escola

    Espiritual de que no so vrias razesque devem perecer, mas todas as ra-zes. Q uem quiser ingressar no outromundo dever deixar morrer todas asrazes de seu prprio mundo.

    Essas razes so ramificaes deuma raiz-me: a autoconservao. ela que deve perecer para que possa-mos extirpar suas ramificaes. Masatentai para o seguinte: deixar morrer,e no podar o que continua vivo.Podar significa forar. E foi justamen-te tentando alcanar fora algo queno nos era destinado que perdemosnossa condio paradisaca, criandoum mundo de opostos.

    O forar apesar de tudo causadopela vontade impelida por desejosturbulentos e desmedidos. Ns, seres

    humanos, nos deixamos levar pelavida apressados em satisfaz er os dese-jos desenfreados. C orremos de umlado para outro. O homem comoum cavalo puro-sangue que pateianervoso e agitado, e esqueceu o que repouso e pacincia.

    D a a insistncia com q ue reco-mendado nada forar, especialmente

    no que diz respeito a alcanar o" Reino" . Forar no traz libertao.Aquilo que pensais alcanar ou teralcanado atravs do forar, eventual-mente e apesar de tudo, vos leva aocampo oposto, ao que foi reprimido.E o que reprimido volta sempre deforma mais virulenta.

    Mas co mo po demo s apr eender oq ue no vo ?

    N o gostareis de vos voltar para onovo desejo, com a mesma grande

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    fora de vontade com que continuaisa correr de um objetivo para outro?

    No, assim foi-nos dito, na verda-de, devemos esperar pelo novo, e no

    querer dele nos apossar.Q uereis, de qualquer modo, d izer

    adeus natureza terrestre. Ento,deveis rejeitar o dialtico e sinistrojogo do desejo baseado em autocon-servao no sentido especulativo.D esejar significa, aqui, atrair para siprprio. Mostrais um certo grau deimpacincia, pois acreditais que asatisfao no alcanada com a devi-da rapidez.

    Entretanto, por " esperana" com-preendemos: possuir f alimentar aconfiana de que " Isso" existe, e que" Isso" vir a ns. E " Isso" vir, quan-do chegar o momento, se continuar-mos a nos preparar em auto-oferendano altar de servio e permitirmos ocontnuo processo de autodemolio.

    E portanto existe somente um cami-nho: a neutralizao da vontade e dosdesejos. D evemos aprender a eliminara vontade e os desejos se quisermosencontrar o O utro. Para que as mospossam apreender, elas devem primei-ro desaprender a agarrar, como ditoem A voz do silncio3.

    N eutralizar a vontade e os desejos

    um passo no caminho da supresso daautoconservao. Essa autoconserva-o vos arma ciladas, mesmo quandoansiais por alimento e elixir espiri-tuais, mesmo quando buscais comconvico o reino de Deus e aspiraissomente por aquilo a que tendesdireito. Mesmo esse desejo, por maisespiritual e no terreno que parea,deve ser neutralizado, pois enquantoreconhecerdes esse desejo, sinal deque ainda no vos distanciastes do eu.N s ainda continuamos desejando.

    Neutralizar o desejo! isso que

    deveis fazer! Fazei o trabalho que ocaminho requer de vs, como pesqui-sadores ou como alunos da Rosacruza servio da grande obra. N o o faais

    para vs mesmos, mas sim porquevosso amor vos diz que isso deve serfeito. No penseis em vosso prprioadiantamento espiritual, nem especu-lai sobre a promoo interior, porq ueeles viro a seu tempo e na hora exata.N o verdade que " vosso Pai sabe doque tendes necessidade antes de lhopedirdes" 4, como disse C risto?

    Q uando a neutralizao dos dese-jos foi levada ao extremo e toda espe-culao filosfica e metafsica aban-donada, desenvolve-se, dentro doquadro do aprisionamento estrutural,uma recuperada liberdade da faculda-de de pensamento. Vede ento clara-mente em q ue consiste a meta de vidade algum q ue encontrou a G nosis: aedificao do homem celeste por

    meio dos mistrios cristos. Ento,atravs de uma reverso fundamental,alcanareis um estado de solido indi-cado no Apocalipse de Joo como a" ilha de Patmos" 5. Esse um estadode espera inteligente e neutro pelo" D ia do Senhor" . E nesse estado deneutralizao de vossa vontade edesejos que " elevais os olhos para os

    montes de onde vir o socorro"6

    .

    1 Rijckenborgh, J. v., O mistrio ini citico cri s-to: Dei glori a int acta. So Paulo, Jarinu: Edi-tora Rosacruz, 2003.2 H aggard, H . R., C leopatr a: Being anaccount of the fal l and v engeance of H arma-

    chis, the royal egyptian, as set for th by h is

    own hand, Wildside Press, 2000.

    3 Blavatsky, H .P., A voz do silncio frag-mentos do l iv ro dos preceitos ur eos.4 Mateus 6-9.5 Apocalipse de Joo 1:9.6 Salmo 121.

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    As principais teorias concernentes civ ilizao e religio do antigo Egito soconstantemente revistas e modificadas. A respeito de muitos assuntos tateia-seainda no escuro. O como e o porqu da G rande Pirmide so exemplos dasmuitas interrogaes a respeito desse perodo essencial da histria dahumanidade.

    A esfinge e o Cr ist o

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    pista que conduz ao cristianismopassa pelo Egito. Esta afirmaoprovocar muitas controvrsias, masns a fazemos conscientemente por-

    que, segundo o ensinamento rosa-cruz, o desenvolvimento da consci-ncia ocidental e da religio crist se-ria inconcebvel sem a base egpcia.

    So numerosas as passagens bbli-cas que sustentam esta opinio: a permanncia de Jos no Egito,

    onde ele assumiu importantes fun-es;

    os anos de cativeiro q ue os israeli-tas ali passaram;

    o conflito de Moiss com os sacer-dotes egpcios;

    a fuga de Jesus para o Egito e aspalavras: " D o Egito chamei meufilho" 1.

    No devemos ver o Egito apenascomo uma certa regio, mas como

    uma civilizao resplandecente, umlugar onde duas foras opostas seencontram h milhares de anos e ondeconseqentemente tornou-se visvel aluta entre a luz e as trevas.

    Os tesouros funerrios do Egito,como o de Tutankamon, despertam aadmirao. A vida desse fara crianaest associada a uma tragdia que

    mostra claramente o jogo de forasentre a luz e as trevas.Tutankamon era filho de Akenaton,

    o " fara hertico" . Ele foi casado comuma de suas irms, como era costumena famlia real egpcia.

    D esde a juventude, Akenaton dese-java operar uma renovao radical nareligio do Egito, pas governado emanipulado pela casta sacerdotal. Elesuprimiu todo o panteo que cercavao deus Amon, substituindo-o por umdeus nico, Aton. Assim Akenaton junto com Moiss apresentou-se co-

    mo o primeiro fundador de uma reli-gio monotesta. Moiss, na mesma -poca, ensinava o monotesmo ao povojudeu.

    O centro de gravidade de sistemascomo o de Akenaton ou o de Lao Ts,por exemplo, a orientao funda-mental sobre Aton, ou o Tao.

    O impulso dado por Akenaton eLao Ts no tem um efeito direto emnossos dias, muito embora lance umaluz interessante sobre os problemassociais e polticos q ue nossa conscin-cia, com sua maneira de trabalhar uni-camente voltada para a percepo sen-sorial, quase incapaz de resolver2.

    Em meio ao declnio da civilizaoda poca, com a religio solar deAton, Akenaton instituiu um novopoder, a despeito das resistncias doclero de Amon. Esse perodo, bas-tante discutido, durou muito poucotempo, aproximadamente quinze

    anos, de 1353 a 1335 a.C . D esse pero-do do testemunho as runas deAkhet-Aton, " H orizonte de Aton" , aento nova cidade fundada por Ake-naton, conhecida hoje como Tel el-Amarna, no Mdio Egito.

    provvel que Akenaton tenhasido assassinado. Em todo caso, acidade solar foi aniquilada e o nome

    de Akenaton apagado tanto quantopossvel. Foi como se esse fara jamaistivesse existido. Em seguida veio umperodo de instabilidade. E um novofara, Tutankaton, de nove anos, umdos filhos de Akenaton, cujo nome foimudado para Tutankamon.

    O s sacerdotes retomaram o poder epermaneceram em segundo plano.D urante a curta vida de Tutankamon,todo o impulso de renovao de Ake-naton foi reduzido a nada.

    No de se surpreender ento queuma criana como Tutankamon tenha

    Gravura de umapirmide e da bri-

    lhante irradiao da

    "pedra do cume".

    Pentagrama.

    A

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    sido abusada em tais circunstncias eque viesse a morrer jovem. Em seucrnio foram encontradas marcas degolpes violentos.

    No livro Akenaton, aquele quevi ve na verdadedo prmio Nobelegpcio Nagib Mahfuz, dito:

    " Meu corao estava inquieto pelomeu mestre, o fara Akenaton. Estava

    aflito com a idia de que algo terrvelpudesse acontecer a ele devido a tan-tas intrigas. Mas, em todas as circuns-tncias, ele permanecia imperturbvel.Sua f tornava-se cada dia mais forte;mais forte do q ue outrora, quando eleacreditara na vitria. Ele se prendia aoamor, talvez ainda mais fortementeque antes, como se tomasse as trevas

    como sinais precursores de uma res-plandecente claridade.Em um daqueles dias sombrios, sob

    instigao dos sacerdotes, um assassi-no penetrou traioeiramente seusaposentos para mat-lo. Felizmente,minha flecha foi mais rpida; do con-trrio meu soberano no estaria vivo.Eu atingira o assassino no peito. Ake-naton mal teve tempo de assustar-se.Com o corao apertado, ele olhoupara o homem que dava o seu ltimosuspiro. Aps certo tempo, ele sevoltou para mim e disse com ar cansa-

    do: " C umpriste o teu dever, Maho" ." Eu daria minha vida por ti! " ,

    exclamei. Mas Akenaton me pergun-tou tristemente: " N o podias t-lo

    deixado viver?" " D e modo algum" ,respondi ao meu senhor. E isso eraverdade. Ento, preocupado, ele sus-pirou: " Esses infames tramaram algu-ma ao criminosa que Aton abomi-na. Embora no tenham conseguidome eliminar, camos na armadilha" .Febrilmente, exclamei: " O s crimi-nosos devem ser passados a fio deespada!"

    " justamente isso q ue o mal q uer.Ter o mal jamais sido eliminadodessa maneira? Quando? Quando ahumanidade inteira ver as coisas soba mesma luz?" 3

    Eis aq ui o grande dilema da existn-cia humana: servir a luz em vez de seentregar ao desejo de poder; oferecero amor misericordioso em vez de pro-

    vocar o medo de viver.Muitas pessoas buscam o amor.

    Todos os desenganados e aflitos bus-cam, no mais fundo de seu corao,um chamado, um sinal de esperana.Para toda a humanidade, o smbolodesse chamado, dessa esperana,encontra-se no Egito, sob a forma daesfinge, como um poderoso sinal de

    reconhecimento. Mas no o monu-mento do leo com cabea humanaque vemos desgastado e danificadopelos milnios.

    No, o que temos em mente umhomem com juba e fora de leo, quenos impressiona por seu poder e ma-jestade. A esfinge banhada pelo halodo sol que est atrs dela, como o bri-lho do deus solar descido dos cus.

    C om essa imagem diante dos olhos,aquele que tocado e deseja seguircom entusiasmo essa nova direodeve ir ao encontro da luz que o

    Baixo-relevo com

    o monograma de

    Cristo.Sria.

    O crculo da

    eternidade,o P

    (rhesch) que

    representa Deus

    o Filho,e o X (chi)

    que representa

    Cristo.O Alfa,direita,

    o comeo e

    o mega,o fim.

    Foto Pentagrama.

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    chama. Mas, inesperadamente, ele repelido. No se pode passar assimpura e simplesmente diante da esfinge,pois a partir desse momento pisamos

    em terreno mgico. Caso o buscadordesconhea a senha secreta, ele nopode seguir adiante. O acesso pas-sagem secreta que vai da esfinge G rande Pirmide lhe negado. Apoderosa e impressionante esfingepermanece silenciosa. C omo saberq uais so suas exigncias? C omosaber o que ela nos solicita quefaamos? Resta-nos olhar a silhuetaimponente que nos barra a passagem.

    A esfinge monta guarda no lugar deAton, o deus-Sol, que chama o serhumano mas o homem, em seuestado atual, no pode ultrapass-la.

    O ser humano no pode receber asenha a menos que tenha triunfadosobre seu inimigo interior, o inimigoque vive nelee em nenhuma outra

    parte. esse inimigo q ue impossibili-ta a passagem, pois sua voz jamais secala e ele sempre se impe.

    Al fa e mega pr incpio e fim

    E assim o inimigo persevera at oinstante em q ue o ser humano se lem-bra do outro leo: o Leo de Jud, o

    divino vitorioso cujo poder reduz oego ao silncio.Ento, no meio do deserto de sua

    vida, ele se lembra das palavras: " Eusou o Alfa e o mega, o P rincpio e oFim. Eu sou o D eus do qual todas ascoisas so" 4. A esfinge permanece ca-lada, mas o homem comea a adi-vinhar que o Pai de todas as coisasque lana esse chamado.

    Agora ele compreende o mur-mrio: " Meu ser e meu corao sevoltam para ti, tu me pertences" . E asenha se mostra de modo evidente:

    " O Leo de Jud" . C risto, a energiasolar libertadora do cosmo, queemana do Pai a fim de chamar ospequenos seres humanos para que

    saiam do deserto e retornem sua ver-dadeira ptria. E esse chamado noressoa apenas agora, ou ressoou hdois mil anos, ou no antigo Egito,porm ele ressoa incessantemente,pois h sempre um ser que busca euma fora libertadora que responde.

    O crculo de fogo foi ultrapassado:entre as poderosas patas leoninas daesfinge abre-se o acesso pirmideradiante de luz.

    Agora podemos olhar o interior docaminho inicitico que se abre. Se tra-armos uma linha reta, veremos queela aponta para a estrela polar. Mas ocorredor de entrada da pirmide nosobe, porm desce. E o nefito ficaestupefato. Acaso no acreditava elerealmente poder conquistar o cu? A

    " iniciao" no consiste em elevar-se,em treinar-se ou cultivar-se de modorefinado? " Aproximar-se de D eus"no significa " fugir do mundo" ? N omais profundo de sua conscincia, onefito deve compenetrar-se da idiade que a iniciao um " caminho decruz" . E essa cruz est fincada nonadir de seu ser. A esse propsito, J.

    van Rijckenborgh escreveu: " neces-srio coragem para descer. Q ue heri,que herona segundo o esprito ousaavanar? Para ter essa audcia, ne-cessrio abnegao, compreender asexigncias do Leo de Jud, imersonas areias do deserto da misria hu-mana: Vai, vende tudo o que tens esegue-me [ ] No se trata de fugirdo mundo, mas de abarcar o mundo;de tomar sua cruz; e, em nome daLuz, escolher as trevas para ali desper-tar a Luz" 5. A abnegao conduz c-mara subterrnea da pirmide.

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    O que acont ece ap s a o fer endade si mesmo ?

    Percorrer o caminho significa doar-

    se, em auto-rendio, Luz, que nosliberta quando servimos a outrem.N ada pode ser mais claro! D isso re-sulta o autntico autoconhecimento.Algumas vezes ouvimos dizer: pre-ciso primeiramente conhecer a simesmo antes de encetar o caminho.Segue-se da uma investigao mentalmediante a qual acredita-se atingir ascamadas profundas do ser, ou mesmoo subconsciente. Esse caminho im-praticvel, pois o autoconhecimentono mental, porm essencial. Ele dizrespeito ao mago dos homens. Eaquele que se coloca a servio do pr-ximo e sacrifica-se pelos outros, pelaluz nos outros, acaba encontrando a simesmo. Tudo o que nele se encontra-va oculto, tudo que lhe era desconhe-

    cido, lhe revelado, e muitas ilusesso expulsas. At mesmo a iluso deser um candidato, pois unicamente oser de luz, o O utro nele, que se encon-tra no caminho de iniciao.

    C omeamos por tomar conscinciade nossos erros intencionais, pois, aoquerer ajudar os demais, cometemoserros. Ao progredirmos, descobrimos

    o pouco valor de nossa ajuda bemcomo a maneira como fracassamos. Eexperimentamos como tudo, come-ando pela conscincia humana natu-

    ral, deformado, esquisito, embara-lhado como o fio de um novelo. C on-jecturas errneas, por parte dos ou-tros ou de ns mesmos, interpem-sepor toda parte. E finalmente descobri-mos a causa, o motivo a partir do q ualtudo comeou.

    Tal a degradao do homem culto e tambm a do homem natural.Eventualmente o caminho leva parabaixo, para a fonte, a raiz , o fogo fun-damental do plexo sacro. ali que seencontra a cmara subterrnea da pi-rmide. semelhana de uma crianaingnua, purificado pelos serviosprestados e pela compreenso, cheiode arrependimento, como o filhoprdigo, o homem se encontra diantedo fogo criador.

    Mas, esse tambm um momentoperigoso! Pois, como ir mais alm?Acaso no esse fogo criador mal uti-lizado a causa de toda misria dahumanidade? C omo possvel fazerbom uso desse fogo?

    Quando o servio ao prximo euma sbia compreenso iluminam oamorno corao, o caminho passa a

    subir por um curtoinstante, pois aprogresso da inici-ao na pirmidedo servio ao pr-ximo logo se chocacontra um grande epesado bloco degranito: para umser comum, o ca-minho, nesse mo-mento, torna-seabsurdo e impra-ticvel. Q ue sig-

    Representao

    fantasiosa das

    pirmides de Gis.

    Gravura do sculo

    dezenove.

    Fonte:O velhomundo.

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    nifica esse smbolo representado poruma barreira de pedra seno a imagemdo ser humano com todos seusmotivos egocntricos? Por melhores

    que sejam suas intenes adquiridaspela humildade, ele no se encontraapto para verdadeiramente percorrero caminho inicitico. Apenas a vi-vificao nascida da ajuda ao prxi-mo, que corresponde rendio aoamor universale ao ncleo divino emsi, permite seguir o caminho ascen-dente.

    Por isso, o processo de auto-rendi-o a esse princpio no pode ser se-guido seno pelo poder da nova alma.Por esse novo caminho, desta vez ho-rizontal o madeiro transversal dacruz no caminho o homem-almachega cmara da rainha, o lugar ondea Luz renasce. Aqui o Cristo interiorimaculado recebido, o O utro emns, que emana da " Me" simblica,

    smbolo da virgem dos mistrios. Tra-ta-se da recepo de uma nova foraespiritual no material. J. van Rijcken-borgh disse que nesse ponto o bus-cador vence todos os fatores deoposio que entravam o verdadeirodesenvolvimento da humanidade.

    A cmar a do r e i

    A despeito desse santo momento nacmara da rainha, o nefito recebeuma sria advertncia: " Q uem estiverem p cuide-se para no cair" . N aG rande Pirmide, esse aviso sim-bolizado por uma passagem queparece uma armadilha; esse fosso lem-bra a cmara subterrnea. D epois,aps uma nova purificao, o cami-nho deve ser reiniciado.

    Nessa fora espiritual crstica huma atividade desenfreada, dinmica epacfica ao mesmo tempo. Q uando o

    desenvolvimento da alma chega a esseponto, abre-se diante do candidatouma galeria grande, alta e larga queleva cmara do rei.

    Trata-se do caminho triunfal emque a Luz abenoa a personalidadeque perseverou. U ma inexprimvelmajestade preenche a galeria ascen-dente. Aqui, novamente e antes de seuingresso, o candidato deve dar provasde que realmente compreendeu o mis-trio crstico que a esfinge lhe ensi-nou, pois para entrar na cmara do rei preciso que o candidato se curvepara passar por uma abertura bastantebaixa.

    Somente em humildade ele pode aentrar. Ele ainda nada sabe das gran-des provas que o aguardam. N ele ape-nas arde o nico saber: por meuservio, eu me reduz i a nada; somenteele, o O utro em mim, tornou-se tudo.

    Toda substncia terrestre desapare-

    ceu e o sarcfago totalmente preen-chido de vibraes do Esprito. Aimagem da fnix, o pssaro dos mis-trios egpcios, aplica-se agora ao can-didato: o egocentrismo da personali-dade foi vencido, aniquilado, e ocorpo da alma ressuscita no fogo dapurificao.

    A G rande Pirmide pronunciou a

    palavra mgica. A misso do ser hu-mano, da humanidade inteira, estinscrita em suas pedras. Esse o cha-mado da esfinge para seguir a C risto:" Vende tudo o que tens e segue-me" 1.1 Mateus 2,15.2 Rijckenborgh, J. v. e Petri, C. d., A Gnosischinesa, cap. 3. Jarinu: Ed. Rosacruz empreparao.

    3 Machfus, N., Echnaton. D er i n der Wahrheitlebt. Zurique: Unionsverlag, 1999.4 Apocalipse 21, 6-8.5 Rijckenborgh, J. v., A Grande Pirmide Pentagramaano 4, no 9, 10 e 12 (ed. francesa).

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    A Rosacruz moderna, em seus oitenta anos, encontrou solo frtil nos quatrocontinentes. J uma tradio apresentar, no primeiro nmero da revista Pen-tagrama de cada ano, um relatrio sobre a extenso de seu campo de trabalho

    mundial. Desta vez, a nfase ser dada aos pases africanos onde a Escolaexperimenta um florescimento que, no contexto ocidental, geralmente incon-cebvel.

    O campo de t r abal h o

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    No vos ncl eos

    Na primeira se-mana de janeirode 2004 foramabertos trs n-cleos. No dia 3 dejaneiro, em Ren-

    nes, a noroeste da Frana; no dia 6 dejaneiro, em Bolzano/Bozen, Itlia/ustria; e no dia 8 de janeiro, emK oszalin, na Po lnia.

    O ncleo de B olzano nico,pois, estando situado na fronteiraentre a It lia e a ustria, freqenta-

    do por alunos desses dois pases. Emsetembro, esses dois grupos organi-zaram uma tarde de orientao euma exposio: " O s quatrocentosanos da Rosacruz" . N essa ocasio,um funcionrio dos arquivos muni-cipais fez uma palestra sobre " AdamH aslmay er, escritor da cidade deBolzano e propagador dos Mani-festos R osacruzes" . H aslmay er,

    msico, filsofo, alquimista e teso-fo, foi o primeiro a publicar umaresposta Fama Fraternitatis, ochamado da Fraternidade Rosacruz,de 1614. As autoridades eclesisticassentiram-se confrontadas, e ele foicondenado s gals por tempo inde-terminado, sendo liberto somenteq uatro anos e meio mais tarde.

    Amr ica do N or t e

    Em abril, uma primeira C onfern-cia de Renovao aconteceu na part eanglfona do Canad. Em Inverary,O ntrio, est localizado o KingstonC onference C enter, a meio caminhoentre as grandes cidades de Torontoe Montreal. No incio havia apenasduas conferncias por ano, especial-mente para os alunos de O ntrio q ue

    nem sempre podiam fazer a longaviagem para Chatham, no estado deNova Iorque. Nessa primeira con-ferncia estavam presentes alunos daH olanda e da C alifrnia.

    Amr ica Cent r al , Mxico

    No Mxico, novamente vemosconfirmado o longo alcance do o lhardos fundadores da Escola Espiritual:em todo o mundo, muitos bus-cadores se voltam para a fo ra liber-tadora e a orientao prtica de umavida totalmente interior mostradapela Escola Espiritual da Rosacruzurea. U m grupo de amigos mexi-canos, reunidos por um longo tempona busca comum da verdade, tomoucontato, pela primeira vez, com aobra dos gro-mestres. A conse-

    qncia desse feliz acontecimentofoi a abertura, em G uadalajara, M-xico, do primeiro ncleo do L ectori-um Rosicrucianum. Aproximada-mente sessenta e dois alunos, dentreos quais alguns vindos dos EstadosU nidos, da H olanda e da Espanha,assistiram essa conferncia realizadapor ocasio da inaugurao. Nosdias que se seguiram, foram real-

    izadas duas palestras pblicas, acom-panhadas com bastante interesse.Num artigo de uma prxima edioda revista Pentagrama de 2005 rela-taremos as caractersticas espirituaisparticulares desse pas.

    Amr ica d o Sul , Br asil

    Exatamente abaixo da linha doequador, a 3 de latitude sul e 60 de

    longitude oeste, est Manaus, umacidade de um milho e meio de habi-tantes. Ela se estende pela margemnorte do rio Negro, um afluente dorio Amazonas, e praticamente ina-tingvel por via terrestre. A cidadesomente pode ser alcanada de avioou de barco 1000 km pelo rioAmazonas! A capital do Amazonas um dos mais importantes portos do

    Brasil. D esde o final dos ano s 70, aEscola est ali estabelecida. C erta-mente podemos imaginar a grandealegria do grupo de quase 25 alunosquando, em 17 de julho, um ncleo e

    15

    esquerda:o sm-

    bolo do Lectorium

    Rosicrucianum

    marca a entradado ncleo de

    Pointe Noire na

    Repblica do

    Congo.

    ocampodetraba

    lho

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    16

    1 e 6:Reunio da

    Mocidade no Cen-

    tro de Confern-

    cias La Source

    Vive,em Kinshasa,

    Repblica

    Democrtica doCongo.

    2 e 4:Entrada do

    Jardim do Centro

    de Conferncias

    de Libreville,

    Gabo.

    3:Terreno do novo

    ncleo de Matadi,

    Repblica

    Democrtica do

    Congo.5:Alguns alunos

    em frente da

    entrada do ncleo

    de Pointe Noire.

    um templo fo ram inaugurados. N es-sa ocasio estavam presentes, almde alunos de outros ncleos doBrasil, visitantes dos EU A, Sua eHolanda.

    No Esprito Santo, bem mais aosul do pas, foi encontrado um novolocal para o trabalho, cujo prdio fo ito talmente reformado . Alm de todoo espao especial de ncleo, existetambm um espao para o trabalhopblico. A consagrao, em 5 demaio, de um novo templo paraaproximadamente 50 pessoas culmi-nou todos esses esforos.

    Em 24 de outubro, no Centro deC onferncias Pedra Angular, em Ja-rinu, aconteceu um dia de " portasabertas" . O tema das curtas palestrasforam o Santo G raal e a mensagem

    especial da Escola Espiritual. H ouveum animado intercmbio de idias.Aos visitantes 550 amigos, pa-rentes e pesquisadores forammostrados os prdios e o templo.

    Jovens alunos e jovens do Trabalhoda Mocidade prepararam uma peasobre a lenda de Parsifal. Abertura,transparncia, ateno, compreen-so, alegria e realizao internaforam as palavras com as quaisalunos e visitantes comentaram asexperincias desse dia.

    fr ica, Camar es

    Camares to grande quanto aAlemanha e tem 16 milhes de habi-tantes. Ali se encontram dois centrosimportantes do Lectorium Rosicru-cianum: em Iaund, a capital, h umC entro de C onferncias de Reno-vao, " A N ova Aurora" , e outroC entro encontra-se na cidade por-turia de D uala, a 350 km de Iaund.

    Alm disso, em Edea, entre D uala eIaund, os alunos se renem regular-mente em um pequeno templo par-ticularmente bonito.

    O C entro de C onferncias " A

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    17

    N ova Aurora" foi abandonado em2005. C om capacidade para 300 pes-soas, ele se tornara muito pequenodiante do crescimento do grupo.C omo resultado de grandes esfor-os, um novo C entro fo i construdono Monte Feb, incluindo os aloja-mentos. D o alto dessa colina tem-seuma bela vista d a cidade. um lugaresplndido, onde a temperatura

    bem mais amena q ue o calor tro picalq ue impera nos arredores. Em marode 2005 ser consagrado o grandetemplo, com capacidade para 500

    pessoas. C amares conta com 700alunos e o Trabalho da Mocidadeest em plena florescncia. Palestraspblicas e reunies so realizadas emespaos menores, e simpsios so svezes organizados na capital. Tudoisso desperta ali um grand e interesse.

    fr ica, Repbl ica Demo cr t icad o C o n g o

    Em Kinshasa 6 milhes de habi-tantes capital da RepblicaD emocrtica do C ongo, encontra-seo C entro de C onferncias L a SourceVive(A Fonte Viva). Ali acontecemensalmente, alm dos servios eoutras reunies, uma C onferncia deRenovao para cerca de 150 a 200alunos. Esse Centro no pra de

    crescer. Atualmente, um refeitrio ealojamentos encontram-se em fasede construo, porm a falta de di-nheiro retarda o andamento da o bra.A Repblica D emocrtica do C ongo

    ocampode

    trabalho

    Sobre a placa do

    Lectorium

    Rosicrucianum de

    Brazzaville brilha,esquerda,a rosa

    stupla mencionada

    emSummum Bonum

    de Robert Fludd.

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    cinco vezes maior que a Alemanhae conta com 57 milhes de habi-tantes. Apesar da situao dif cil (ummdico competente no ganha alimais que 30 d lares por ms, quandorecebe!) a obra da Escola Espiritualprossegue.

    A cidade de Matadi (a rocha), `asmargens do r io C ongo, a 350 km deKinshasa, rodeada por pequenaselevaes e situa-se ao lado dooceano Atlntico. Ali, um grupo deaproximadamente 70 alunos deu osltimos retoq ues no peq ueno ncleoe em seu templo. A concluso do

    conjunto est prevista para o inciodeste ano. Muitos alunos estoespalhados nessa imensa repblicacongolesa. Em Boma (Baixo Con-go), perto da fronteira de Angola,existem aproximadamente 50 alunos.Na provncia de Katanga esto ascidades de Lubumbashi (2000 km asudoeste de Kinshasa) e de Likasi.Na primeira residem cerca de 50

    alunos e na segunda , 35. N essaregio existem minas de cobre,cobalto, urnio e rdio. Em MbujiMayi, capital da provncia de KasaLeste, conhecida por suas minas dediamantes, h 90 alunos. Ainda maislonge, encontram-se alunos nas ci-dades de Mw ene D itu e K ananga(em Kasa O este). O s meios de co-municao entre essas cidades sobastante ruins. Algumas estradas so

    perigosas, com uma s mo dedireo, ou simplesmente so int ran-sitveis. Mesmo assim o Trabalho daMocidade bastante ativo: as cri-anas vo de bom grado aos ncleos,seja a p ou em veculos improvisa-dos.

    fr ica, Gabo

    O G abo tem um milho de habi-tantes e compreende 40 grupos tni-cos. Na capital, Libreville, h umbelssimo ncleo do LectoriumRosicrucianum. O interesse pela

    Escola Espiritual ali grande, e osservios e palestras so bastante fre-qentes; no raro que o nmerode interessados que assistem a umapalestra pblica chegue a 150. Al-guns alunos doaram um terreno nosarredores da cidade, onde futura-mente se erguer o centro de con-ferncias. O s trabalhos j tiveramincio. N o G abo existem cerca de130 alunos.

    fr ica , Cost a do Mar f im

    N esse pas em guerra h um grupo

    de 40 alunos devotados ao trabalhoda Escola. H pouco tempo eles seinstalaram em um novo ncleo noporto de Abidjan, antiga capital.Infelizmente, as atividades dosrebeldes causaram a perda de outroncleo situado em B uak, 459 km aonorte de Abidjan. O novo ncleodessa cidade foi inaugurado em ou-tubro. Ali tambm grande o inte-

    resse pela Escola E spiritual. A C ostado Marfim, com uma superfciemenor do que o G abo, possui 17milhes de habitantes. Ali imperaforte recesso econmica e, depoisda guerra, o pas ter de enfrentaruma dvida externa de cerca de 14bilhes de dlares.

    fr ica, Benin

    Esse pas de sete milhes de habi-tantes espreme-se entre o Togo e aNigria, rica em petrleo, e quasedo tamanho do Acre. Entre a cidadede Cotonu, na embocadura doQueme, e a capital, Porto Novo,encontra-se a pequena vila de D jere-b, onde est situado o C entro deC onferncias Sole N ovo(Novo Sol),numa regio rural sem rudo de tr-

    fego. N o Benin h aproximadamente100 alunos, principalmente nessasduas grandes cidades. U ma confe-rncia de renovao realizada men-salmente em Sole N ovo. N o norte do

    18

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    pas h uma pequena construo(que ainda no um ncleo) onde serene regularmente um certo nme-ro de alunos.

    fr ica, Repbl ica do Co ngo

    A Repblica do Congo situa-seimediatamente abaixo do equador e

    tem 3,5 milhes de habitantes. Acapital, Brazzaville fica em frente aKinshasa, na outra margem do ma-jestoso rio C ongo , e tem um milhoe meio de habitantes. Nessa cidadebastante sofrida existem mais oumenos 35 alunos que construramum ncleo em terreno prprio. Emjulho de 1997, o ncleo fo i saqueadodurante um conflito poltico arma-

    do . A cidade e os arredores oferecempouca segurana por causa dos sol-dados que continuam rondando porali. Tomar o t rem para ir at o portode Pointe Noire no recomend-

    vel. N essa cidade existe um pequenoncleo na casa de um dos alunosmais antigos. Nos arredores da ci-dade, um bonito terreno foi adquiri-do pelos alunos de P ointe N oire e asparedes de um novo ncleo j foramerguidas.

    Eur o pa, Al emanh a

    Em 6 de maro, um sbado, fo raminauguradas as novas instalaes doncleo de Sarrebrcken, no sudoesteda Alemanha. No dia 20 do mesmoms fo i erigido no Templo C hristia-nopolis, em Birnbach, um monu-mento que representa a atividade danatureza superior voltada para a hu-manidade e a de um grupo de ho-

    mens que aspira a se elevar at ela.Isso simbolizado por duas pirmi-des que se unem no vrtice. A pir-mide descendente mostra a rosa daC abea urea o campo da ressur-

    O bonito jardim

    do Centro deConferncias de

    Edshult,na Sucia,

    refletido em um

    vaso.

    ocampodetrabalh

    o

    19

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    21/47

    20

    reio. No primeiro captulo da ter-ceira parte de A Gnosis em sua atualmanifestao, Jan van Rijckenborghexplica a importncia dessa ligao.U ma escola espiritual estabelecidana terra aplica-se a vencer, semdescanso, as foras crmi-cas, o carma do mundo,bem como o carma indi-vidual, a fim de poder

    permanecer no purocampo nutridor daG nosis. Isso exige umtrabalho sobre si mes-mo, empreendido comto da a energia necessriapara vencer o mundo (nosentido mstico, as forascrmicas so designadas pelapalavra " mundo" ). O plo nortedo

    campo magntico da Escola Espiri-tual, ento, liberta-se desta naturezae se torna pura luz. Para os alunos,esse campo o campo da ressurrei-o. Esta a atividade empreendida

    pela Escola Espiritual na terra: a vi-tria sobre o mundo. D esse modo,os alunos sustentam e valorizamuma ligao pura com o novo campode vida.

    Eur o pa, Suc ia

    A conferncia interna-cional realizada em

    Edshult, de 4 a 8 deagosto, despertou gran-de interesse. C erca de80 alunos estrangeirosencontraram-se na at-

    mosfera campestre dessencleo. U m grupo de ho-

    landeses, que veio de carro,seguiu para Visings, uma ilha

    situada ao norte de Jonkping, em

    cujo centro encontra-se um grandepentagrama de pedra, como no hem parte alguma na Sucia. Numadas tardes da conferncia foi aborda-da a histria de Edshult, e ficou pa-

    1 e 3:A exposio

    "Rosacruz e

    Hermetismo" em

    Barcelona,

    Espanha.2:O ncleo de

    Bozen/Bolzano na

    ustria/Itlia.

    4:Cartaz do

    Simpsio "400

    anos de Rosacruz"

    em Moscou,

    Rssia.

    5 e 6:O novo

    ncleo de Lisboa.

    7:As duaspirmides

    imbricadas no

    Templo

    Christianopolis.

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    tente que a Luz a j vinha atuandoh muito t empo.

    Em 4 de dezembro , os alunos sue-cos de Estocolmo organizaram umseminrio sobre Erik Johan Stag-nelius, um poeta descrito como umtpico romntico nrdico, que viveude 1793 a 1823. N o se sabe quasenada de sua vida, mas ele tidocomo um dos maiores poetas da li-

    teratura sueca e um tpico represen-tante de seu tempo. Atormentadoentre os desejos irrealizveis e aproblemtica romntica da poca,seus sentimentos faziam-no passardo abatimento mais profundo aosmais sublimes xtases. Sentia-se umestrangeiro em sua terra mas tam-bm sabia a razo desse sentimento.Em Amigo de uma poca desespera-

    daele escreveu: " Q ue anjo conso-lador colocar em tua alma ordem ebeleza, restabelecer este mundodespedaado, elevar o altar demoli-do e nele acender a chama sagrada?

    Que outro ser seno o ser todo po-deroso que, de um beijo, deu vidaaos serafins, saindo das trevas infini-tas, lanando na dana os inu-merveis sis e faz, mediante suafora, girar os mundo s at os dias dehoje? Sim, alegra-te, meu amigo, ecanta em meio aos mais negros tor-mentos: a noite a me do dia, ocaos vizinho de D eus." Stagnelius

    , com muita f reqncia, qualificadode " poeta gnstico" . Esse foi o as-pecto amplamente evocado nesse se-minrio.

    Europa, Espanha

    N os meses de setembro e outubroaconteceu em Barcelona uma expo-sio com o tema " H ermetismo e

    Rosacruz : os mistrios egpcios e suainfluncia na vida espiritual da Eu-ropa" . Essa manifestao foi prepa-rada pela Fundacin Rosacruz daEspanha e pela Bibliotheca Philo-

    ocampode

    trabalho

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    sophica H ermetica de Amsterd emcolaborao com a Biblioteca Arsde Barcelona. Esta ltima, fundadaem 1895, a mais rica biblioteca domundo em franco-maonaria. Napoca do general Franco, essa insti-tuio precisou esconder seus livrosesotricos por receio de v-los con-fiscados.

    Por ocasio da exposio, foramfeitas duas palestras pblicas. O spainis mostravam eloqentementeque o hermetismo, cuja fonte oEgito dos faras, passando pelaalquimia, havia sido o fundamento

    do trabalho da Rosacruz clssica,um trabalho que perdura at os diasde hoje.

    H ermes a fonte!Um bonito catlogo com muitos

    detalhes e livros de uma grandebeleza tocaram o corao do visi-tante desejoso de mergulhar, por al-guns momentos, no assunto em

    questo, e assim elevar-se acima docotidiano. possvel ver essa exposio

    com os livros originais no Centrode Conferncias El Nuevo Mercu-rio, em Zaragoza, antes que ela sejatransferida para Madri.

    Eur o pa, Mal t a

    A ilha de Malta conhecida por

    seus velhos templos de milhares deanos, onde o caduceu e o signo deTouro ocupam importante lugar. Asrunas desses templos e os subterr-neos so considerados os mais anti-gos monumentos de pedra domundo. Eles so to singulares que a

    UN E S C O d e -clarou essa ar-quitetura mega-

    ltica de aproxi-m a d a m e n t e6000 anos pa-trimnio da hu-manidade. Em

    Valetta, a capital, foram realizadas,em 15 de novembro, uma C onfern-cia de Renovao e uma palestrapblica com o tema " C arma e reen-carnao" , assistida por quarentainteressados. O s painis que traz iamtodos os tipos de informao provo-caram numerosas discusses. Todosouviram atentamente e, aps o inter-valo, no faltaram trocas de idias.

    D isso resulto u um grande interessepelo curso que deveria comear duassemanas mais tarde.

    Eur o pa, RssiaSo Petersburgo

    Na Rssia, as formalidadesadministrativas tomam muito tem-po. Em 2004 um terreno com al-guns casebres deteriorados foi ad-

    quirido nas proximidades de SoPetersburgo. Foram necessriosdois meses para a assinatura docontrato, e sem dvida no levarmenos tempo para a aquisio do

    1:Confraterniza-

    o no hall do

    primeiro ncleo

    do Mxico,

    durante a inaugu-

    rao em Guadala-

    jara.

    2 e 3:"Portas

    abertas" no Cen-

    tro de Confern-

    cias "Pedra Angu-

    lar" em Jarinu,

    Brasil.

    4:O porto de

    Manaus,no Rio

    Negro,mil

    quilmetros rio

    adentro.

    5:Centro de Con-

    ferncias de

    Kingston em

    Ontrio,Canad.

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    terreno limtrofe pelo qual a Esco-la se interessa. Para se ganhar umpouco do tempo despendido comesses procedimentos, pensa-se emerguer uma co nstruo pr-fabrica-da para 100 pessoas.

    Novo cent ro de conferncias perto deM oscou

    compreensvel que os alunos

    russos sonhem com seu prprioC entro d e C onferncias, mas nomomento trata-se apenas de umdesejo. Alguns alunos adquiriramum terreno de cerca de cincohectares a uns 30 quilmetros anoroeste de Moscou, mas ainda notm permisso para construir. C on-tudo, com o atual desenvolvimentoeconmico russo, muito provvel

    que isso acontea rapidamente.

    Colaborao par ticularU m (jovem) campo de trabalho

    tem a possibilidade de trilhar novos

    caminhos e de desenvolver canais deinformao alternativos. A EditoraRosacruz da Rssia cedeu editoraesotrica Amrita-Rous o s direitos deedio, com formato especfico, dostomos I e II da Arquignosis egpcia.Esses dois tomos contm todas asinformaes necessrias sobre oLectorium Rosicrucianum e sua li-teratura. A tiragem foi de 5000

    exemplares para cada tomo. A dis-tribuio e a divulgao sero feitasem toda a Rssia. Assim, as obras deJan van Rijckenborgh e de C atha-rose de Petri alcanaro o grandepblico: o editor prev que essesexemplares se esgotaro em umsemestre. Alm disso, os tomos de Ia IV sero igualmente publicadospela Editora Rosacruz da Rssia.

    Exposio e simpsioEm abril de 1993 duas palestras

    pblicas e uma exposio foram oponto de partida do trabalho na

    ocampod

    etrabalho

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    24

    Rssia. Foi no decorrer de um sim-psio o rganizado de comum acordopela Bibliotheca Philosophica H er-metica e a Biblioteca Rudomino deMoscou, e sob a iniciativa da direto-ra desta ltima, sra. EkaterinaG enieva, que a Escola Espiritual daRosacruz urea teve a oportunidadede se apresentar.

    Em 29 de novembro de 2004,depois desse acontecimento e emcontinuidade a ele, o embaixador daH olanda na Rssia, D r. Tiddo H of-stee, inaugurou a exposio " O squatro sculos da Ro sacruz" na pre-sena de aproximadamente 200 visi-tantes do simpsio.

    Nessa ocasio, a Escola Espirituale a Bibliotheca Philosophica H er-metica realizaram, no imenso etotalmente renovado auditrio daBiblioteca Rudomino, um colquiodo qual participaram diferentesmovimentos esotricos. O temaforam as relaes espirituais detodos eles com a Rosacruz. not-vel que h exatamente quatrocentosanos J. V. Andre escrevia D ieChymische H ochzeit Chr isti aniRosencreuz anno 1459.

    Nas proximidades de Moscou,aps o colquio e a abertura daexposio, realizo u-se a q uarta C on-ferncia Internacional de Reno-vao, da qual participaram aproxi-

    madamente quarenta alunos vindosda E uropa e 210 alunos russos.

    Simp sio s e co nf er nc ias de umdia na Ho l anda

    AlkmaarEm setembro, o aniversrio de

    750 anos de Alkmaar fo i o ponto departida para a realizao de um sim-psio sobre o tema " C ornelisD rebbel, uma destacada personali-dade de Alkmaar" . N a bibliotecapblica, mais de 100 convidados vi-sitaram a exposio e assistiram

    palestra com o mesmo tema. Nelasfoi ressaltada a ntima conexo entreesse personagem e a primeira ediointegral do C orpus H ermeticum emholands. Foi mencionado o crculoao q ual D rebbel pertencia e que, sobos auspcios do ciser Rodolfo II deH absburgo, tentou revelar a grande-za potencial do ser humano: o ho-mem universal como reflexo do B em

    nico, do Esprito nico. D rebbel eseu amigo Robert Fludd, que eleconhecera na corte de James I, parti-lhavam esse mesmo conhecimento , eesse fio condutor os uniu. Por meiode tentativas d iversas, de invenes ede experincias qumicas, eles prova-ram que os fenmenos hermticostinham seu equivalente at na ma-tria; que a luz influa nas mnimaspart culas impondo-lhes suas leis.

    Renova" A G nosis o conhecimento da-

    quilo que fomos e do que viremos aser, do lugar onde estvamos e da-quele para o qual nos precipitamos,para onde nos apressamos e de quenos libertamos, do que nascimentoe renascimento."

    Essa citao do filsofo Tedoto

    (sculo II d.C .) constituiu o temado simpsio que aconteceu em Re-nova no dia 15 de maio com o ttu-lo " Fundamento e significado docristianismo interior" . O ponto de

    Desenho do scu-lo XVII represen-

    tando o "moto

    contnuo" conce-

    bido por Cornelis

    Drebbel, inventor

    e alquimista de

    Alkmaar.

    direita:painis

    de apresentao

    do Simpsio "400

    anos de Rosacruz,a linguagem de

    Aquarius" em

    Renova,Bilthoven,

    Holanda.

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    ocampodetrabalh

    o

    25

    partida fo i O Evangelho de Tomea Carta a Reginos sobr e a ressur -reio, dois escritos gnsticosdescobertos em N ag H ammadi,muito importantes para o atualdesenvolvimento da humanidade.A primeira alocuo abordou osachados de N ag H ammadi comosendo uma " biblioteca gnstica" emostrou que os chamados escritoshermtico-gnsticos no parecemter sido unicamente um fenmenocristo, pois pertencem a todos ostempos e a quase todas as culturasdo mundo.

    G nosis quer dizer: conhecimento,compreenso. N o se trat a de conhe-cimento exterior, mas de conheci-mento interior, o saber que D eus e ohomem no so seres separados, oque foi o tema da segunda alocuo.A G nosis diz respeito conexo e relao de semelhana entre o ho-mem, o cosmo e D eus. N o versculo24 do Evangelho de Tom dito:

    Seus discpulos pediram:I lumina-nossobre o lugar onde ests;porque ns o devemos procurar.Respondeu- lhes ele:Q uem tem ouv idos, oua!H luz dentr o de um homem de luz,e ele ilum ina o mundo inteir o.Se no i luminar, ele treva.

    A terceira alocuo colocou a Car-ta a Reginos sobre a ressurreionopresente, pois a ressurreio no ,como dizem, um acontecimento dopassado. Q ualquer estudo sobre esseachado extraordinrio que so ostextos do deserto egpcio no temnenhum sentido se no encontrarseres humanos que realizem, aqui eagora, a sabedoria que eles contm.

    A linguagem de AqurioO outono europeu foi marcado

    pelo signo de Aqurio. Em 10 deoutubro, no Centro J. van Rijcken-

    borgh, e duas semanas depois noseminrio em Renova, foram abor-dados o perodo vindouro, os plane-tas dos mistrios e as possibilidadesparticulares de desenvolvimento in-terior e crescimento da alma, to for-temente estimulados pela evoluocsmica. Estiveram em pauta noesastronmicas como a precesso dosequincios, as fases que marcaram aera de Peixes e as exigncias e opor-tunidades astrofsicas no romper daera de Aqurio, e foram apresentadasde modo bastante simples questesdifceis e apaixonantes como essas.

    As influncias dos planetas U rano,Netuno e Pluto atingem a Terra etornam-se ativas na humanidade.Esses desenvolvimentos foram deli-neados de modo claro com base nasexplicaes de Jan van Rijckenborgh.

    O Centro J. van Ri jckenborghEm 14 de novembro de 2004, em

    H aarlem, durante a conferncia de

    um dia para os Jovens Alunos,algum perguntou a uma interessada:" Voc est vindo pela primeira vez?"" N o, tambm vim para a confern-cia de um dia em 10 de outubro " ,respondeu ela. " E vo c gostou?"" Sim, claro. E sei que vocs tmaqui um templo bastante especial.Sabe, assim que entrei nele senticomo se tivesse voltado para casa."Aps curto silncio ela retomou:" Logo me mudarei para c" .

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    Na primeira alocuo, escrita eproferida por jovens alunos, foi dito:" Tod os q ue aq ui esto presentesinteressam-se por saber o q ue a ver-dade, o que verdadeiramente a vida,enquanto outros fazem algo dife-rente. Muitos procuram motivaesde vida. Mas preciso fazer grandesesforos antes de abordar algo daverdade: necessrio perseverar porlongo tempo no mesmo comprimen-to de onda, com a mesma fora. Isso remar contra a fragmentao querege nossa vida! Q uando se com-preende isso, a primeira parcela de

    verdade j foi encontrada. Aprimeirssima.

    A prxima pergunta : comoenfrentar a sensao de limitao, dedescaminho? Sentimos que deveexistir algo mais. como se voc notivesse ainda sido sacudido o bas-tante. Voc cr, espera, at mesmosabe que existe algo mais, mas nosabe o q ue, e acaba se dando conta da

    prpria ignorncia. Eis uma verdade:voc descobre, mesmo vendo a vidapelo lado bom, que no sabe nadaarespeito desse algo mais. E issopode representar uma abertura.Porque h realmente um saber asso-ciado a este pensamento: O que de-veria ser diferente? O desesperotransforma-se em paz serena: Seexiste algo mais, eu sou uma partedisso. Nessa paz chega a terceira

    verdade; e essas trs verdades so ocomeo da G nosis. Esta palavra sig-nifica: saber fundamental, ou co-nhecimento do corao, conheci-mento totalmente interior, que ape-nas se descobre pouco a pouco."

    A segunda alocuo ligada a essetema abordou o aspecto prtico docomportamento: " C ertamente no na literatura que se vive o ensina-

    mento da Rosacruz urea. Tambm importante viver a vida plenamen-te, com olhar crtico e autodomnio.Dito de outro modo: no se deixelevar pelas ondas e tempestades que

    lhe causam a sociedade e o eu. Nocaos do mundo, voc deve encontrarum porto de paz onde a tormentano possa penetrar. Porque ver-dadeiramente existe algo mais, queno pertence a esta vida. Mergulhefundo na existncia, porm no de-penda dela, mas liberte-se dela cadavez mais" .

    A concluso da conferncia foiuma citao de J. van Rijckenborgh:" Jovem vida, busque a vida! Se per-tences a esta juventude que, apesar detudo, no pode ser impedida de aspi-rar a perspectivas luminosas e liber-

    tadoras e a uma via concreta q ue con-duz as elas, s falta te libertares, telibertares interiormente de tudo oque as concepes caducas destemundo consideram como evidente enormal. Trata-se de descobrir inces-santemente os valores gerais que seabrem para perspectivas concretas deuma vida verdadeiramente libertado-ra. Dito de outro modo: encon-

    tremos juntos o caminho da verdadevivente!"C ento e cinqenta pessoas, em

    cinco grupos, participaram do deba-te. O texto de encerramento foi umtrecho de O chamado da Frater-nidade Rosacruz:

    " O s homens que no falam de simesmos, que no pedem nada para

    Da esquerda para

    a direita:

    1:andaimes no

    Templo de

    Noverosa.

    2:Perspectiva da

    abertura de uma

    lmpada.

    3:Planificao de

    uma quadra de

    esportes ao lado

    do estacionamento

    do Centro de

    Noverosa,em

    Doornspijk.

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    si, so extremamente raros.No preconizamos e no ensi-

    namos o abandono da conscincia-eu, como o oriental que, sentadono meio da maior desordem, podemeditar e partir em busca de so-nhos no vazio. Vede o que o cris-tianismo ensina: perder-se a simesmo a servio de tod os. Q uemperder a sua vida por amor de mim,ach-la-. N o O cidente, o cristia-nismo d um passo a ma is, ensinan-do-vos que somente podeis serpuros se vosso ambiente for puro,se vosso pas for puro, se o mundo

    for puro. C ompreendei bem a liga-o do individual com o coletivo,de um homem com todos os ho-mens. A est o grande segredo d osmistrios do O cidente, o grandesegredo do cristianismo, o do se-gundo degrau."

    C om a promessa de voltar a en-contrar-se numa data determinada(em 18 de junho de 2005), todos re-

    gressaram a seus lares.Semana de t r abal h o do gr upoint er nacio nal do s JovensAlunos

    Na Europa, o grupo dos JovensAlunos participou, em circunstn-cias difceis, da construo e manu-

    teno dos centros de confernciasda Escola Espiritual: calor e seca emD ovadola, calor e esgotamento naFrana, nuvens de mosquitos naP olnia. M as jamais esteve to mi-do como na ltima semana do msde agosto de 2004, quando o grupo,com 270 participantes vindos de 17pases, encontrou-se em Noverosa,o C entro de C onferncias da Moci-dade na H olanda. Fo i feita a manu-teno do templo, o chal foi des-montado at os alicerces, retirado dosolo e refeito. Foi necessrio cavar asvalas a mais de um metro de profun-

    didade para que os novos dutos degs, por trs do templo, chegassem atao prdio. U m estacionamento de 600metros foi planificado segundo asnormas. Os telhados dos bangalsforam renovados e o caminho queleva ao templo recebeu uma nova ilu-minao. Essas e outras tarefasdebaixo de uma chuva que no cessoudurante a semana.

    No Brasil, no Centro de Confern-cias de Braslia, Jovens Alunos bra-sileiros e holandeses participaram deuma produtiva semana de reformas,pinturas e construo de um pequenojardim com os smbolos da Escola. Osservios templrios ocorreram pelamanh, e noite houve exibio decriativas peas musicais e teatrais.

    ocampodetrabalho

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    A : O bras mal sucedidas?B: Sim, vejo em cada um deles umaimagem, uma idia. Isso nem sempre evidente, mas podemos dizer quecada um representa uma imagemexata da natureza, do esprito, do

    homem perfeito. Contudo, precisoadmitir que a maior parte delesreduziu esse modelo a uma caricaturana qual j no possvel reconhecer aimagem que se encontra na base daobra de arte.A : O que voc quer dizer?B: Tomemos, por exemplo, aq uelasenhora ali do outro lado. D elaemana uma tristeza indefinvel, um

    certo tdio. Ela d a impresso de tersido enganada pela vida. Ser quepercebe que existe, oculta dentro delamesma, uma outra realidade? Outalvez essa outra realidade no estejaainda totalmente evidente para ela; ouela ainda no esteja plenamente cons-ciente disso.A : Mas que realidade essa? Noincio voc falou de uma imagem que,para voc, seria a imagem do homemperfeito.B: Sim, para mim o ser humano um ser espiritual. Ele tem suas razes

    em um mundo espiritual e, portanto,a meu ver, ele tem a feliz oportu-nidade de poder trazer esse mundo manifestao, e agir de acordo comele Mas o homem tem preocu-paes absolutamente diferentes. Eleno busca seno sua prpria realiza-o, a realizao de seus desejos e desuas idias. E nesse sentido ele estimulado por seu meio ambiente.Assim, ele constri uma personali-dade que racha seus esforos e isso,portanto, reprime sua vocao para aperfeio.A : No estou compreendendototalmente.B: D e acordo com um antigo mito,

    o homem um " pensamento divino" .Ele traria consigo a reproduo imor-tal desse pensamento . N o decorrer desua evoluo, ele se desviou daenorme possibilidade de construiruma personalidade imortal que mani-festaria essa idia dotada de atributosdivinos.A : Ah, sim! Agora compreendo.B: O homem estrago u seu desen-

    volvimento que no depende senode sua orientao interior em con-formidade com a lei espiritual. Eleconstruiu sua personalidade depressademais. Assim, o contato com aimagem original foi perdido; e suaobra de arte, sua personalidade,tornou-se uma caricatura.A : Se entendi direito, como se

    um art ista, em vez de seguir sua inspi-rao, procurasse satisfazer os outrospara poder ganhar muito dinheiro.Essa a confuso!B: Mais ou menos. E essa perso-

    A: Faz um tempinho que observo omodo como voc est concentrado naspessoas deste Caf, como se elas fos-sem obras de arte nicas.B: Voc tem razo. Estou obser-vando com ateno. E percebo que osseres humanos so obras de arte ni-

    cas, porm falta muito ainda para queestejam totalmente concludas.

    Uma co nver sa"luminosa"

    28

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    nalidade desnaturada, que j no sealimenta das energias originais, nadatem de divino. O homem morre por-que se tornou mortal, e no obstanteexiste essa idia divina. preciso,pois, que aparea um novo homem,uma nova personalidade, e ento serpossvel que se manifeste uma novapersonalidade que seja a expressodessa idia. O artista perdeu o con-trole de sua criao; sua obra esca-puliu e se tornou independente paracair num circuito absurdo de nasci-mentos e de mortes no intenciona-do, at que a idia criadora original denovo a penetre.A : Sim, tudo bem. Mas ser que

    somos mesmo essas marionetes?B: Voc acha normal que existamguerras, doenas, que fiquemos ve-lhos e morramos? Tudo isso existeporque o homem ignora sua ver-dadeira essncia.A : Como retornar fonte da cri-ao? possvel encontrar de novo aidia criadora original?B: Para o artista, possvel apren-

    der a encontrar a ligao com a intui-o. C omo ser humano possvelaprender a encontrar a ligao com oplano interior o riginal. A conseqn-cia um novo homem, que pertenceao campo de criao original.A : uma bela imagem, essa.Assim, cada vida seria um elo de umacadeia infinita. C ada ser seria autno-

    mo, teria sua prpria meta para reali-zar e no se deixaria guiar por nadanem por ningum.B: uma tarefa pesada que cabe aele, de acordo com o destino da hu-

    manidade. Mas foi-lhe dito que seno come-la, ele jamais conseguirquebrar o crculo.A : Essa tarefa ainda pode ser bemadministrada? Porque, se entendidireito, a situao est ruim. Pareceque o artista se esqueceu completa-mente de sua imagem divina nodecorrer do tempo.B: Sempre possvel fazer algo.Enquanto viver, ele carregar consigoo modelo do homem perfeito imortal,e ainda poder se decidir a agir.A : Por onde comear?B: Em primeiro lugar necessrioum insight (viso e compreensointerior) de sua prpria situao.

    Quero dizer: insightdaquilo que omove; ento, quando voc tem esseinsight, a essncia divina pode terespao para se desenvolver.A : Voc acha que isso pode seaplicar senhora ali em frente?B: Sim. Isso vlido para todomundo. C reio que qualquer um podedecidir-se a dar incio a isso, desde quetenha o insightda situao. Mas voc

    no pode fazer isso por conta prpria.Esse insightdeve fazer parte de voc.Para isso necessrio buscar, ler, dis-cutir com outras pessoas, para con-seguir ver, pouco a pouco, as peas doquebra-cabea se ajustarem.A : Por que voc no vai at aquelasenhora para explicar-lhe tudo isso?B: No, impossvel. preciso que

    o impulso venha da prpria pessoa.Q uando ela estiver preparada, elamesma far as perguntas, buscar eachar, pois no verdade que elatraz em si mesma a reposta?

    29

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    m primeiro lugar, partilhamos

    todos uma inquietude, um sentimen-to de irrealizao, de que esta no avida que deveramos viver. Somostodos buscadores natos, porm oscaminhos de pesquisa so mltiplos:religio, misticismo, ocultismo, filo-sofia, arte, cincia, estudo de antigassabedorias, simbolismo, mitologia,lendas, astrologia, filantropia. E o" encontrar" continua distante. A

    confuso e a nostalgia permanecem.H oje, por fim, encontramos. Masa pergunta : o que exatamente en-contramos?

    Isso comeou com um impacto dereconhecimento, um golpe recebidopor meio de uma palavra, uma leitu-ra, um acontecimento . U m sbitoinsightdas coisas e da meta humananos encheu de alegria, mas tambmnos mergulhou no sofrimento.

    Alegria porque vivenciamos adescoberta de que existe algo bemmaior que ns e nossa existnciacomum. Sofrimento por saber intui-tivamente que, doravante, tudo serdiferente; que um adeus se impe,uma partida sem retorno.

    Algumas pessoas acolhem de co-rao aberto essa nova vida; outras,embora a reconheam, recusam-na.

    Em segundo lugar, participamosdo fato de que nossa vida est sub-metida a um toque de natureza no-humana, algo da ordem da Luz. Porum momento, o torpor da ignorn-

    cia cessa. U ma plpebra se ergue, eento vemos, e tambm ouvimos umnovo som.

    O chamado do r eino l ongnquo

    O chamado q ue soa maravilhoso

    e ao mesmo tempo inquietante.Talvez pensemos que a Escola Espi-ritual seja o prprio chamado, masna realidade ela to-somente ointrprete. Ento, aflora a idia denos fecharmos a um chamado quepoderia vir do exterior. Ento torna-se claro q ue o chamado vem do inte-rior, ressonncia misteriosa, como nalenda da " P rincesa e o gro de ervi-

    lha" , na qual, no obstante a espes-sura dos colches sobrepostos, ajovem no conseguia dormir porcausa de um gro de ervilha coloca-do debaixo deles. Ela suspira pelobeijo do prncipe desconhecido, aquem se sabe autenticamente unida.Essa a experincia que fazemos.

    No possvel explicar essascoisas a uma pessoa q ue no conheaessa experincia. preciso ser tras-

    passado pela lana de Luzpara po-der compreender do que se trata. Alana de Luz toca o buscador quan-do ele cai de joelhos. E todos q ue sotocados participam, no mesmoinstante, do mesmo destino: elestrazem uma ferida que no cica-trizar.

    A misso dos fundadores da EscolaEspiritual no foi satisfazer as pessoas

    nem tampouco agradar. No; elesexpuseram, impessoalmente, em plenaluz e a despeito de todos, esse feri-mento em nome da Luz. Eles tinhamde fazer isso, pois o momento havia

    A l an a de LuzUma alocuo para os alunos do Lector ium Rosicrucianum

    Por que somos rosacruz es? Cada qualtem suas razes, mas apesar das dife-renas de m otivao, o que temos emcomum? O que nos une?

    E

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    31

    chegado. Na Luz o ser humanodescobre de incio sua prpria malig-nidade. Q uo forte, s vezes, aresistncia que oferecemos ao auxlioque, nos momentos mais sombrios,imploramos to apaixonadamente! Eagora a orao atendida.

    N o freqente acontecer de umapessoa pedir muito por auxlio e

    acabar por rejeit-lo? Sabe-se sub-conscientemente que essa ajuda no destinada ao eu, mas a uma reali-dade mais elevada que reside no serhumano e que, contudo, no lhe per-

    tence, uma realidade da q ual porta-dor, mas da qual ele no pode seapropriar e nem controlar. Muitasvezes ele se engaja numa luta pre-cisamente contra o Amor que vempara libert-lo da misria, da dor edo sofrimento.

    Todos os buscadores tendem aessa libertao; ela sua aspirao

    mais elevada. Mas, o que deve serlibertado? E o que deve ser suprimi-do e vencido? possvel que umapessoa se revolte durante um longotempo at chegar o momento em que

    Miguel vence o

    drago com a

    lana.Imagem

    copta encontrada

    no Egito,

    ca.sculo 2 d.C.

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    a resistncia deve cessar. Ela se vnum beco sem sada e se torna claropara sua conscincia que " no ns,Senhor, mas Tu s a meta de nossocorao" . Ento, o buscador fatiga-do conduzido s portas de umaEscola Espiritual, perguntando-se o

    que o futuro lhe reserva.As duas fun es da Esco l aEspiri tual

    Todos os interessados so bem-vindos e a radiao infravermelhaaquece os coraes. Eles se impa-cientam querendo saber quandocomear a iniciao q ue os instruirnos maravilhosos segredos dos Mis-

    trios. Passam-se dias e semanas, osmeses se sucedem. Aparentemente,nada muda, e acaba-se cedendo re-signao e ao arrefecimento . C ontu-do, a intensa graa do campo defora est atuante, embora ele nemsequer seja perceptvel.

    Alguns so vencidos por umacerta impacincia e perdem o entusi-asmo do incio. Sua curiosidade e sua

    ateno so atradas pelas ofertasbarulhentas dos camels da grandefeira do mundo. Talvez aqui ou aliseja possvel obter-se um resultadomais rpido. E toda vez que um

    aluno deixa a Escola, uma decepopara os obreiros.

    E eles se perguntam: ser que oacompanhamento correto foi dado ?Esse tipo de pergunta justificado.Mas todo o possvel foi feito, e oacompanhamento ideal, que os

    obreiros no poderiam poupar anenhum aluno, a prova do des-mascaramento. No o desmascara-mento para outrem, mas para o tra-balho da Luz! Pois imediatamenteaps ter sido beneficiado pelo calorda radiao infravermelha, o aluno tocado pela radiao ultravioleta,a radiao demolidora. A com-preenso progride, o desejo se refi-na. A partir de agora, na maioria

    das confrontaes da vida comumcom scios, com membros dafamlia, com colegas, ele confron-tar a si mesmo.

    Incessantemente ele ter de fazerescolhas difceis a fim de permanecercoerente com o caminho, sem jamaissaber para que lado a balana vaipender. Por melhor que seja o acom-panhamento, os obreiros no podem

    impedir que os alunos se decidampor abandonar a Escola Espiritualem um momento ou em outro.

    N ossa presena no campo de foratorna impossvel simplesmente con-

    Iluminura em um

    manuscrito flamen-

    go do sculo XIV

    representando a

    "tvola redonda"

    sobre a qual esto

    colocados o Graal,

    de onde se eleva acriana divina,e a

    lana que fere o

    rei e em seguida

    cura-o.

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    33

    tentar-nos com uma assimilao in-telectual do Ensinamento, pois eledeve ser posto em prtica, o que sig-nifica no s receber, mas tambmdar. Trata-se de muito mais q ue umacontribuio financeira, por maisnecessria q ue esta seja, pois o essen-cial doar a si mesmo.

    O nico meio de co nvencer : umnovo co mpo r t ament o

    O que testifica de nosso d iscipula-do uma vida marcada por atos li-bertadores, uma mudana rad ical e a

    total doao de si mesmo. Mais quepalavras, o ato silencioso realizadocom amor e discrio que tem valor.O s buscadores tocados pela EscolaEspiritual no esperam apenas umafilosofia. Eles querem encontrar pes-soas que dem provas manifestas deque vivem um ensinamento liberta-dor, pois este um encontro queabrir seus olhos; apenas isto con-

    vincente.C erta vez J. van R ijckenborgh dis-se: " necessrio perturb-los comfatos! " . C om isso ele q ueria dizer:no vos contenteis em falarde umestado renovado, mas irradiai esseestado, deixai que vejam. N o temosde tentar persuadir, mas sim dar tes-temunho mediante nosso comporta-mento. No com demonstraes deerudio, mas com uma palavra sim-

    ples que v direto ao corao.O ra, no fcil, de incio, com -

    preender em q ue consiste um com-portamento nascido de um estadode conscincia renovado. No preciso d izer q ue isso implica, entreoutras coisas, amizade, boa von-tade, delicadeza, ateno para comos outros. possvel, contudo,demonstrar tais qualidades mesmo

    q uando o f oco do ego, atrs do ossofront al, ainda no perdeu sua fora.A civilidade e a gentileza em socie-dade no so o q ue a Escola E spiri-tual visa por " novo comportamen-

    to" . Isso algo completamente di-ferente e muito mais profundo.

    Este nosso mundo de oposies o produto de doze esferas de in-fluncia que a filosofia da Escolaglobalmente denomina " dialtica" .So doze esferas que correspondemaos doze signos do zodaco. J. vanRijckenborgh os chama de " doz eees zo diacais" . N este sentido ,podemos falar de uma " dominaoenica" duodcupla ou ainda de" priso zodiacal" . Essa fora enicase projeta no microcosmo sob a for-ma de um firmamento aural duod-

    cuplo, denominado lpica. Por suavez o ser aural ou " ser da lpica" pro-jeta-se no crebro.

    Somos os primeiros a reconhecerque o ser humano capaz de de-monstrar grande amizade, cordiali-dade, civilidade, mas isso no mod i-fica em nada a fora do deusduodcuplo do crebro, regido pelocampo aural, que est sujeito aos

    doz e ees do zo daco.Este estado designado comosendo " pecado" , no porque o ho-mem seja mau ou perverso, mas simporque enquanto manifestao tem-poral, ele literalmente manipuladocomo uma marionete na iluso eni-ca. Fizeram-nos engolir essa ilusoem pequenas doses desde nossonascimento. Mais ainda, enquantofenmenos naturais, somo s nascidos

    dela. Por isso dito no hino tem-plrio 161:

    Ei s que ainda estamos na terra,anelando renascer.D ent re todos os pecadosa i luso o maior.

    Em outras palavras, a iluso, a d ia-ltica, est incorporada em nossa

    vida como o fermento massa. C omexceo do tomo-centelha do Es-prito, a rosa-do-corao, no existeum s rgo, uma nica clula denosso corpo que esteja isenta da dia-

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    cima da sua cabea estava o arcoceleste, e o rosto era como o sol, e osps como colunas de fogo; e tinha namo um liv r inho aberto e ps o pdireito sobre o mar e o esquerdosobre a terra; e clamou com grandevoz, como quando brama o leo; ehavendo clamado, os sete troves fi-

    zeram soar suas vozes. E, sendo ou-v idas dos sete troves as suas vozes,eu ia escrev-las, mas ouv i uma vozdo cu, que dizia: " Sela o que os setetroves falaram e no o escrevas" . E

    o anjo que vi estar sobre o mar esobre a terra levantou a mo ao cu e

    jur ou por aquele que v ive para todoo sempre, o qual criou o cu e o quenele h, e a terra e o que nela h, e omar e o que nele h, que no haveri amais demora, mas nos dias da voz dostimo anjo, quando tocar a sua

    trombeta, se cumpr ir o mistrio deD eus, como anunciou aos profetas,seus servos.

    E a voz que eu do cu tinhaouv ido tornou a falar comigo e disse:

    O q ue a Esco l a Espir it ua len t ende po r :

    Campo aural ou lpica

    a to talidade dos centros sensori-ais, dos centros de fora e focos nosquais todo o carma do homem seencontra consolidado. A manifes-tao humana uma projeo do fir-mamento aural, que determina suascapacidades, suas limitaes e suarealizao natural. O ser aural apersonificao de todo o " fardo depecados" (expresso da antiga I greja)do microcosmo decado. o " velhocu" microcsmico que, graas auma total transformao conduzidapela G nosis, deve desaparecer e sersubstitudo por um " novo cu"acompanhado de uma " nova terra" eda ressurreio do verdadeirohomem em quem esprito, alma ecorpo fo rmam uma unidade harmo-niosa imperecvel, em sintonia com oplano divino.

    EesSo formaes imensas de foras

    naturais, invisveis, porm tangveis,criadas no decorrer dos tempospelos ho mens (inicialmente de formainco nsciente). O s ees exercemagora uma influncia coercitivasobre a existncia humana. Como a

    autoconservao se tornou a princi-pal caracterstica da humanidadenatural, os ees, dos quais h doze,tambm tm como caractersticanegativa q ue sua principal mot ivao

    uma forma de autoconservao.Juntos formaram, no decorrer dostempos, um grupo hierrquico quereina sobre os domnios do espao-tempo. custa de enorme sofrimen-to humano, as entidades enicasmais poderosas conseguem comrelao ro da dos nascimentos, umapseudo-liberdade uma paralisaoou um retardamento da dissoluode sua personalidade na esfera refle-

    tora uma existncia que elassomente podem preservar com oaumento do sofrimento dahumanidade, pois alimentam-se deteres liberados pela violncia da dorou pelo seu oposto, a alegria intensa.

    Gnosis o alento d ivino; o L ogos, a fonte

    de todas as coisas, manifestando-se

    como Esprito, Luz, Amor, Fora eSabedoria universal. Ela designatambm a Frat ernidade U niversalcomo veculo e manifestao docampo de radiao crstica.

    G nosis, enfim, representa o con-hecimento vivo de D eus, que setorna parte de todos que alcanam aconscincia da alma-luz.

    OqueaE

    scolaE

    spirituale

    ntendepor

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    " Vai e toma o liv rinho aberto damo do anjo que est em psobre omar e sobre a terra" . E fui ao anjodizendo- lhe: D-me o liv r inho. E eledi sse-me: " Toma-o e come-o, e ele te

    far amargo o vent re, mas na tuaboca ser doce como o mel" . E t omeio li v r inho da mo do anjo e comi -o;e na minha boca era doce como mel;e, havendo-o comido, o meu v ent reficou amargo. E ele me disse:" I mporta que profetizes outra vez amuitos povos, e naes, e lnguas ereis."

    O auxl io da Fr a t er n idade

    Em todos os tempos, os sublimesauxiliares da G nosis, os servidoresda Fraternidade, tm descido dasesferas de Luz at a humanidadesofredora a fim de reconduzi-la aoscaminhos divinos. D iz-se que umanjo, um dos poderosos, um dos li-bertos, desceu do novo campo devida. Seu brilho solar velado por

    uma nuvem para que sua radiaopossa ser suportada pelos mortaisq ue povoam a terra. N o passado, foium homem como ns. Porm, per-maneceu no ardor purificador dofogo: suas pernas so como colunasde fogo.

    Ele se tornou um f ilho da Luz. Seurosto brilha como o sol e o adorno deflamas ao redor de sua cabea revela oesprito stuplo que opera nas suas

    sete cavidades cerebrais. O cande-labro de sete braos est aceso. Aenergia de seu misterioso poderemana dele e fende, com a fora doleo, o " vale de lgrimas" . O s setesons originais da Palavra perdidaressoam atravs de sua voz, seme-lhana de troves nos domnios danoite, despertando os mortais: elesvem o mensageiro que segura o

    Livro aberto e que, mediante umgesto, difunde o Ensinamento. Seusps esto pousados um sobre a terra eoutro sobre o mar, pois ele tem odomnio das esferas material e refle-

    tora. " E as sete vozes falam."O primeiro reflexo do homem

    nascido da natureza o de sempreq uerer escrever, fixar o Ensinamentoem palavras, escrever livros. Mas avoz do outro reino faz umaadvertncia: N o faas isso! G uardaem segredo a mensagem; assimila-a;realiza-a em ti; " toma o Livro edevora-o" .

    N ossos primeiros passos no cami-nho so dados em relativa calma.Sentimos uma certa alegria que d snossas palavras uma certa suavidade.Mas quando o processo de assimi-lao do Ensinamento tem incio e

    passamos realizao, surgem difi-culdades e opo sies: estamo s diantedo conflito. O Livro se torna amar-go em nosso ventre. O adversrio, oser astral, tem de perder o seudomnio; o deus do santurio plvi-co deve ser destronado. A vitria conquistada apenas a esse preo.U ma vez libertos, seremos tambmcapazes de ajudar na libertao de

    outros. Este o ideal que nos une epara o q ual estamos prontos a vertero sangue de nosso corao. istoque nos torna rosacruzes.

    A D ireo Espiritual Int erna-cional

    1: Evangelho de Lucas 14:18-20.2: Epstola de Paulo aos Filipenses 1:21.3: Apocalipse de Joo 10:1-11.

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    L uz: Tu te enganas, sombra. Nasdiversas formas que tomas, a mimque eles buscam e desejam. E porquetu os cegas e os obscureces, eles nopercebem sua essncia. Sua essncia luz, assim como a minha luz.Matria: Se fosse como dizes, porque, ento, se agarrariam eles tanto amim, vivendo de mim e atravs demim? Por que teriam eles criado o seu

    prprio mundo? Sim, eles so serescriadores. No foi sempre essa a tuavontade?L uz: Eu queria que eles espalhas-sem minha luz, minha criao. P orm,eles criaram a aparncia, a escurido,na qual se perdem e permanecemcativos. E tu s essa escurido!M atria: Tu me chamas, pois,

    " escurido" ?L uz: Sim. Tuas formas so, de fato,ilusrias. Tu mesma s engano. N odeixas entrar a luz; ests fora da ver-dade e, por conseguinte, s irreal.Matria: Eu me sinto, contudo,muito real. O fato de estarmos con-versando j mostra isso.L uz: Tuas inmeras aparnciasmantm o mundo. Porm ele ummundo de sombras. Tu apenas existesgraas " ausncia de luz" .Matria: Ento, concede-me aqui-lo a q ue aspiro. D eixa que eu seja luz!

    L uz: Tu eras o U niverso. Foi justa-

    mente esse pensamento, matria, quecausou teu vir-a-ser, teu surgimento.Matria: Por que, ento, me privasde tua luz? N o sabes, apesar de tudo,que este meu maior desejo?L uz: N aturalmente.Matria: Por que no realizas,ento, o meu desejo? Q uero ser comotu; luz!

    L uz: Nas trevas, a chama de umavela bastante til. Ento, por quequerer ser a chama de uma vela entreos raios do sol? Q uem a acender?Sonhas muito alto, compreendes?Matria: Mas eu quero fazer partedo sol!L uz: O sol j existe. Por que noaceitas simplesmente as possibilidadesque se encontram a teu alcance? O

    que queres, pois, conseguir? Torna-teparte do todo ento permanecersna luz e estars ligada a tudo. Aban-dona tua vontade prpria!Matria: Mas eu sou vontade pr-pria. No me disseste isso tantasvezes? Pode a vontade prpria entre-gar a prpria vontade?L uz: Existe um caminho, e tu o co-

    nheces J falamos dele muitas vezes.Matria: Pode haver outro cami-nho.L uz: Tu o buscas h milhes deanos.Matria: Eu o encontrarei.L uz: Ele no existe. Sabes muitobem que existe apenas um caminho.C r em mim. Entrega-te a mim. Re-nuncia aparncia e forma. Ento teencontrars na luz. P orm, nunca algopode ser a luz.Matria: Mas tu mesma s a luz!L uz: Sou tudo em todos e, no

    Luz : Tens sob o dom nio de tuas aparncias mul-

    tiformes os seres hum anos que me pertencem.

    Matria: Tu te enganas. Eu no retenho nada.

    So eles que se agarram fortemente. Eles me dese-

    jam e se apegam muito a m im. que, como tu vs,

    eles amam mais a mim que a ti.

    A natureza jamais

    poder vencer o

    Esprito,ela se

    abisma sobre a

    esttica impertur-

    bvel. Mas se ela

    conhecer o cami-

    nho para se ofere-

    cer ao Esprito,anova senda se ele-

    var sobre ela

    como uma aurora.

    Pentagrama.

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    obstante, no sou. Q uando j " no"

    fores, ento tudo sers.Matria: Mas como se pode " no"ser?L uz: Eu j te disse. Nada forces.Renuncia a ti mesma e confia-te amim. Somente ento poderei con-tribuir para a tua libertao.Matria: Mas, se eu fizer isso, euno existirei mais e me tornarei nada!

    L uz: Escuta. A gota de gua que cai

    no oceano deixa de ser uma gota. Elase torna muito mais que uma gota!C hamar isso de morte no umengano? Se levares em conta que agota se torna infinita, que ela envolvida pelo oceano Ela somenteperde sua condio de gota. E ao mar, unio de todas as gotas, plenitude,tu chamarias " nada" ?

    Matria: Tenho medo.L uz: D e qu?Matria: D e no ser, de nada ser.L uz: Mas se te confias a mim, se tefundes em mim, ento tu te tornas" tudo " .Matria: Bem. Admitamos que sejaassim como dizes. Se assim fosse, en-tretanto, eu no poderia desaparecer

    simplesmente, mesmo que quisesse.So as formas das quais sou compostaque me fazem desaparecer. No fales,ento contra elas e nem contra mim!L uz: Quando falo contigo, eu medirijo tambm a elas, pois as criaturase tu so um s.Matria: Antes, tu disseste que elasso tuas. E agora garantes que so mi-nhas. Tu te contradizes!L uz: O fruto provm da semente.Matria: Est correto. Ento achasque a semente provm de ti, que acasca provm de mim e com ela eu

    posso f icar, no ?

    L uz: Eu amo o fruto inteiro; noapenas a semente ou a casca. Emboraa polpa seja corruptvel, ainda assimeu no separo a semente e o fruto.Matria: Q ueres, ento , me privarde tudo? Q ueres para ti o fruto inteiroe a mim tambm? C onfessa.L uz: Sim, eu envolvo todas as par-tes do fruto. Mas no para destru-las.No esqueas que minha semente amor. O s frutos, entretanto, se trans-formam. Eles se transformam nos fru-tos da rvore da vida que est no cen-tro. l que eu espero que venhas.Ento, seremos unas.Matria: Vou refletir sobre isso.L uz: Eu sei. Vou esperar.

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    autor dinamarqus Johannes An-ker Larsen (1874-1957), cujo trabalhofoi traduzido para muitas lnguas,descreve idias que encontramos tam-bm nos conceitos da Rosacruz mo-derna e que podem ser encontradosigualmente na obra do mstico JacobBoehme, do sculo XVII. Esses con-

    ceitos tm validade universal, pois so" herana" da humanidade.

    Q uem fo i aquele que escarneceu dateoria da evoluo chamando-a de" sufocante" ? Q ue em seus romancesfalava do mundo " aberto" e " fecha-do" , " do ponto e da curva" ? Quemera esse escritor dinamarqus da pri-meira metade do sculo passado quedizia que a vida do homem deste

    mundo era como usar roupas no aves-so ou caminhar sobre as mos, ao in-vs do cont rrio?

    Sem dvida, Larsen pertence listados escritores modernos cujos livros

    so muito lidos no mundo. Seus ro-mances como Der Stein der Weisen(Apedra filosofal), Martha und Maria(Marta e Maria), e Rausch (Em-briagus) so f ilosficos e religiosos etornaram Larsen conhecido alm dasfronteiras de seu pas. Muitos co-nhecem sua autobiografia, Bei of fenerTr(Pela porta aberta), escrita na ter-ceira pessoa:

    " Era uma vez um jovem camponsde Langeland. Ele queria ser pastor,mas no o foi. Antes, ele desejara serator, mas no o foi. A rigor, ele bemque teria sido um poeta, mas tambmno o foi. Ele jamais teria desejado serdiretor, mas foi isso q ue ele se tornou.C ontudo, ele se livrou disso. D urante

    um longo tempo ele se sentiu entedia-do no mundo terrestre. Mesmo q uan-do tudo corria bem, ele nunca se sen-tia verdadeiramente em casa. Per-manecia um imigrante provindo de

    Dag Hammarskjld

    (1905-1961) foi o

    segundo presi-

    dente das Naes

    Unidas,de 1953 a

    1961.Em seus

    cadernos pessoaisele escreveu:"A

    mais longa viagem

    aquela para o

    interior".

    N o podes brincar com o animal interior

    sem te tornares o prprio animal, brincar

    com a mentira sem perderes o direito

    verdade, brincar com a crueldade semperderes a suav idade do corao. Q uem

    quer ter um jardim bonito no reserva

    lugar para ervas daninhas.

    Dag H ammarskjld em