relatório nacional do estado geral da biodiversidade de s.tomé e

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1 REPレBLICA DEMOCRチTICA DE S. TOMノ E PRヘNCIPE MINISTノRIO DE RECURSOS NATURAIS E MEIO AMBIENTE DIRECヌテO GERAL DE AMBIENTE RELATÓRIO NACIONAL DO ESTADO GERAL DA BIODIVERSIDADE DE S.TOMÉ E PRÍNCIPE OS CONSULTORES: VAZ, Hamilton OLIVEIRA, Faustino Setembro de 2007

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Page 1: relatório nacional do estado geral da biodiversidade de s.tomé e

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REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPEMINISTÉRIO DE RECURSOS NATURAIS E MEIO AMBIENTE

DIRECÇÃO GERAL DE AMBIENTE

RELATÓRIO NACIONAL DO ESTADO GERAL DABIODIVERSIDADE DE S.TOMÉ E PRÍNCIPE

OS CONSULTORES: VAZ, Hamilton OLIVEIRA, Faustino

Setembro de 2007

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Índice

ABREVIATURAS........................................................................................................................................................... 5

RESUMO EXECUTIVO.................................................................................................................................................. 6

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8

1. Introdução geral ...................................................................................................................................................... 8

2. Materiais e métodos................................................................................................................................................. 9

3. Sinopse das Informações sobre São Tomé e Príncipe ............................................................................. 10

3.1 Situação geográfica ............................................................................................................................................. 11

3.2 Origem................................................................................................................................................................... 11

3.3 Relevo ................................................................................................................................................................... 11

3.4 Clima ..................................................................................................................................................................... 11

3.5 Solos vulneráveis................................................................................................................................................. 11

CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO GERAL......................................................................................................................... 13

2. DESCRIÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO PAÍS...................................................................................................... 13

2.1. Grupos de Organismos em São Tomé e Príncipe – Riqueza em espécies e Níveis dos endémicos.......... 14

2.2 Flora ...................................................................................................................................................................... 15

2.3 Breve historial ...................................................................................................................................................... 16

2.4 BIODIVERSIDADE TERRESTRE ......................................................................................................................... 17

2.5 Principais Ecossistemas e habitats do País ..................................................................................................... 17

2.6 Ecossistema Florestal ......................................................................................................................................... 18

2.7 Regiões Florestais existentes em S.Tomé e Principe ...................................................................................... 18

2.7.1 Floresta de baixa altitude (0 – 800m) ............................................................................................................. 19

2.7.2 Floresta de montanha (800 – 1 400m) ............................................................................................................. 19

2.7.3 Floresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m) ........................................................................................................... 20

2.7.4 Floresta de altitude média > 1000 e < 1800m ................................................................................................. 20

2.7.5 Floresta de altitude entre 1800 e 2000m. ....................................................................................................... 21

2.7.6 Savanas do norte-nordeste.............................................................................................................................. 21

2.7.7 Floresta de Sombra........................................................................................................................................... 22

2.7.8 Floresta secundária (capoeira) ........................................................................................................................ 22

2.7.9 Floresta seca ..................................................................................................................................................... 23

2.7.10 Mangal.............................................................................................................................................................. 23

2.7.11 Biodiversidade florística terrestre - vegetação indígena e espécies introduzidas................................... 24

2.7.12 Unidades agro-ecológicas e comunidades vegetais................................................................................... 25

2.8 Biodiversidade da Fauna terrestre .................................................................................................................... 26

2.9 Biodiversidade costeira, marinha e oceânica ................................................................................................. 29

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2.9.1 Biodiversidade litoral costeira - situação da flora ......................................................................................... 33

2.9.2 Biodiversidade Costeira - situação da fauna ................................................................................................ 33

2.9.3 Bi Litorais costeiros.......................................................................................................................................... 34

2.10 Biodiversidade marinha e oceanica – situação da flora ................................................................................ 35

2.11 Bioversidade marinha e oceânica – situação da fauna.................................................................................. 36

2.11.1 Ictiofauna marinha .......................................................................................................................................... 36

2.11.2 Répteis marinhos ............................................................................................................................................ 37

2.11.3. Mamíferos marinhos ..................................................................................................................................... 38

2.11.4 Invertebrados marinhos ................................................................................................................................. 38

2.12 Ecossistemas oceânicos................................................................................................................................... 40

2.13 Ecossistemas bênticos ..................................................................................................................................... 40

2.14 Biodiversidade das Águas Interiores............................................................................................................... 40

2.15 Biodiversidade Agro-pastoral........................................................................................................................... 42

2.15.1. As principais espécies e raças animais do sector agro-pecuário ............................................................ 43

2.15.2. Espécies e variedades vegetais existentes no sector agro-florestal........................................................ 43

3. Utilização da Biodiversidade ................................................................................................................................ 45

3.1. Os produtos florestais lenhosos (a madeira) .................................................................................................. 46

3.2. Medicina tradicional............................................................................................................................................ 46

3.3. Artesanato ........................................................................................................................................................... 47

3.4. Os sectores de apicultura, extrativo e tinturaria.............................................................................................. 47

3.5. Os Alimentação e a gastronomia ...................................................................................................................... 48

3.6. Os No sector eco-turístico ................................................................................................................................. 48

3.7.Utilidade Etno-cultural e mágica ........................................................................................................................ 49

3.8.Utilidade ornamental........................................................................................................................................... 50

CAPÍTULO III – ESTADO ACTUAL DA BIODIVERSIDADE...................................................................................... 50

4.1 Prenúncio dos Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística em São Tomé e Príncipe ................ 52

4.2 As principais causas que estão na origem das principais ameaças nos diferentes ecossistemas:........... 54

4.3 ECOSSISTEMAS FLORESTAIS MAIS VULNERÁVEIS ................................................................................... 59

4.4 Programas e actividades nacionais ................................................................................................................... 60

4.4.1 Conservação in situ .......................................................................................................................................... 60

4.4.2 Conservação ex situ ......................................................................................................................................... 61

4.4.3 As acções de Informação, Eduçação, Sensibilização e Vulgarização ........................................................ 62

4.4.4 A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção......................................................................... 62

4.4.5 Implementação do Plano de Gestão do Parque Natural ............................................................................... 62

4.4.5 Políticas e Legislações relacionadas com Ambiente ................................................................................... 62

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CAPÍTULO IV - Conclusões e recomendações relativamente a avaliação do estado actual da Biodiversidadeem STP........................................................................................................................................................................ 73

5.1 EM RELAÇÃO À FLORA ...................................................................................................................................... 73

5.2 EM RELAÇÃO À FAUNA...................................................................................................................................... 76

5.3 CONCLUSÃO FINAL ............................................................................................................................................ 79

VI. Registo bibliográfico ............................................................................................................................................ 81

VI I - ANEXOS – figuras e tabelas ........................................................................................................................... 84

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ABREVIATURAS

Banco Africano de Desenvolvimento BAD

Banco Árabe de Desenvolvimento em África BADEA

Banco Mundial BM

Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica CIAT

Comissão dos Ministros das Florestas de Africa Central COMIFAC

Programa de Conservação e Utilização dos Ecossistemas ECOFAC

Empresa de Óleos Vegetais EMOLVE

União Europeia EU

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO

Fundo para Ambiente Mundial FEM

Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola FIDA

Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe GRDSTP

Agência de Cooperação Alemã GTZ

Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pesca MADRP

Ministério do Comércio, Indústria e Turismo MCIT

Ministério da Defesa e Ordem Interna MDOI

Ministério do Equipamento Social e Ambiente MESA

Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação MNEC

Ministério das Obras Públicas, Infraestruturas e Ordenamento do Território MOPIOT

Ministério de Plano e Finanças MPF

Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente MRNMA

Novas Parcerias para o Desenvolvimento em África NEPAD

Parceria para as Florestas da Bacia do Congo PFBC

Produto Interno Bruto PIB

Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável PNADD

Programa das Nações Unidas para o Ambiente PNUA

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD

República Democrática de São Tomé e Príncipe RDSTP

Rede das Áreas Protegidas de África Central RAPAC

União Internacional para Conservação da Natureza UICN

Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura UNESCO

Vida Selvagem Mundial WWF

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RESUMO EXECUTIVOA República Democrática de S. Tomé e Príncipe, consciente de que a problemática daprotecção e conservação da diversidade biológica acentua-se de grande importância,pelo que constitui a preocupação comum de toda a Humanidade; assumiudecididamente a responsabilidades na busca de soluções exequíveis e eficazes, rumo aodesenvolvimento sustentável que se pretende.

A elaboração do presente relatório que procura inventariar a situação real daBiodiversidadesobre dando conta do actual seu estado no Arquipélago, responde aoscompromissos internacionais assumidos pelo País.Para que tornasse possível a compilação deste documento, os consultores tiveramalguns contactos com diversas personalidades implicadas na questão ambiental,efectuaram algumas visitas no terreno, promoveram dois seminários sendo um em S.Tomé e outro no Príncipe para busca de mais sibsídios para enriquecimento da obra;pesquisaram algumas Website que deram acesso aos estudos similares feitos em outrasparagens para análise e estudos equiparados e consultaram diversas bibliografias dereferência, nomeadamente o estudo e análise do 1.º Relatório produzido pelo País dandoconta do estado da Biodiversidade, e o Plano de Acção da Biodiversidade, que já contacom o engajamento das autoridades do país;O diagnóstico das causas e ameaças que pesam sobre as diversas formas de vida quecaracterizam os 4 ecossistemas escolhidos para este trabalho, permitiu que no fim seapresentasse algumas medidas em forma de recomendações, para promover asustentabilidade dos referidos ecossistemas, a sua protecção, e a conservação da suabiodiversidade específica e genética.

A biodiversidade um neologismo hoje em dia muito utilizado, representa um grau devariedade de animais, plantas e micro-organismos. Actualmente, são conhecidas cercade 1.722.000 espécies de seres vivos e em cada ano que passa, vão sendo descritasnovas espécies. São descritos 40.000 vertebrados e 750.000 insectos1.As mudanças climáticas têm um impacto negativo sobre a diversidade genética e estãono centro das causas do desaparecimento de cerca de um milhão de espécies de animaise plantas. Este problema da degradação da diversidade biológica tem vindo a assumirnos últimos tempos proporções alarmantes a nível mundial. Tal fenómeno tem tambématingido S.Tomé e Príncipe, embora não se sabe ao certo quantificar esta perda. se Tem-se verificado uma grande redução da diversidade biológica, sobretudo para as espéciescultivadas, domesticadas e demais outras.

Através de consultas, enttevistas e visitas feitas no âmbito dessa consultoria,constatamos que o país vem consentido esforços no sentido de obter os meiosnecessários para a materialização das recomendações contidas no art.º 6º da Convenção,nomeadamente em termos de elaboração e implementação de estratégias, planos eprogramas nacionais, visando a protecção, conservação e utilização sustentável dadiversidade biológica, assim como a integração desses mesmos objectivos no quadroespecífico dos diversos planos e programas sectoriais e intersectoriais. Constatamostambém que os meios até agora disponibilizados não têm sido suficientes, pararesponder as reais necessidades em matéria de protecção e conservação dosecossistemas alvo desse estudo. Todos os 4 ecossitemas estudados, estão sobre forte

1 Cf. PlanetaVivo-Manual de Ciências.

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pressão antrópica, e dispidos de quaisquer mecanismos fiáveis e duradouros paraassegurar o seu equilíbrio e prevenir eventuais catástrofes.1

A comunidade internacional, consciente da grande importância da diversidade biológicae dos seus valores intrínsecos nomeadamente ecológicos, genéticos, sociais,económicos, científicos, educativos, recreativos, culturais e estéticos, e pressionada pelaimperiosa necessidade de uma acção concertada e urgente visando travar e fazerregredir esse vertiginoso avanço para a catástrofe da vida no planeta, decidiu através daConvenção sobre a Diversidade Biológica, um instrumento legal de âmbitointernacional, a prossecução de três objectivos fundamentais, a saber2:

Conservação da diversidade biológica; Utilização sustentável das suas componentes; Partilha justa e equitativa dos benefícios decorrentes dessa utilização.

Para a materialização de tais objectivos, a Convenção orienta no sentido da elaboraçãode estratégias, tanto nacionais como internacionais, que pressupõem a adopção demedidas que visam a protecção, conservação da natureza e a utilização sustentável dadiversidade biológica.

O presente relatório sobre o Estado da Biodiversidade, que será apresentado àConferência das Partes Signatárias da Convenção sobre a Diversidade Biológica, emS.Tomé e Príncipe, procura atender a imperiosa necessidade de uma acção internacionalconcertada e urgente para travar a vertiginosa regressão e catástrofe da vida no planeta.Assim pela leitura e análise, dele se espera-se:

Um aumento de dinâmicas no sentido da implementação de Estratégia Nacional quepermita a gestão adequada da Biodiversidade, assim como um Plano de Acção paraa protecção e conservação da Diversidade Biológica;

Que se prossiga na criação bases mais sustentáveis de utilização dos recursosbiológicos no país;

Que se venha adoptar medidas mais apropriadas que permitam uma distribuiçãojusta e equitativa dos benefícios dos recursos biológicos e genéticos;

Reforçar uma ampla cooperação internacional, regional e subregional que fomente arealização de determinados estudos e intercâmbio científico e económico deimportância no domínio da Biodiversidade e da sua função nos ecossistemas.

E para cumprir os objectivos referenciados nos termos de referências e facilitarconsultas ao documento estruturou-se-lhe em 4 diferentes capítulos a seguir:

Capítulo I – Faz a introdução, acentua o engajamento de São Tomé e Príncipe àConvenção e os compromissos internacionais assumidos para atingir os seus objectivos.

1 Cf. Mediante visitas in locu2 Cf. Estratégia Nacional e o Plano de Acção da Biodiversiade (ENPAB)

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Capítulo II – É dedicado à apresentação da Biodiversidade do País, através de umaabordagem descritiva dos aspectos florísticos e faunísticos dos diferentes ecossistemasdo País.Capítulo III – Faz o ralato do estado actual da Biodiversidade, apontando as pressões aque está sujeita e principais ameaças.

Capítulo IV – É dedicado a conclusões e recomendações finais.

Estes quatro capítulos não são por si só isolados, mas sim articulados sistematicamentee compreendidos numa lógica interligada, olística e global, de modo a tornar maisvisível a realidade da problemática da conservação da biodiversidade do País, dasvitórias já alcançadas, e perspectivas que tragam melhorias na forma de gestão duráveldos recursos.

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1. Introdução geral

O presente relatório constitui uma versão actualizada dos resultados obtidos no domíniode conhecimento da realidade da biodiversidade do arquipélago, tendo como ponto dereferência diversas bibliografias, nomeadamente o estudo e análise do 1.º Relatórioproduzido pelo País dando a conta do estatado da Biodiversidade, e o Plano de Acçãoda Biodiversidade, que já conta com o engajamento das autoridades do país.Recorda-se que STP assinou em Junho de 1992, aquando da realização da Cimeira daTerra, em Rio de Janeiro a Convenção sobre a Biodiversidade. Logo depois o Paisbeneficiou no âmbito do artigo 7 da mesma Convenção de vários financiamentosdestinados à elaboração do Primeiro Relatório sobre a Biodiversidade e a EstratégiaNacional e o Plano de Acção sobre a Biodiversidade (ENPAB).1

O presente relatório, que tem por objectivo geral, estudar e analisar bem aBiodiversidade São Tomé e Príncipe e permitir imergir o seu estado real.Por consequinte, estes documentos,(1.º, 2.º e 3.º relatório) dotarão o País deimportantíssimos dados ciêntíficos sobre o estado da Biodiversidade, o que deverápermitir a minimização das ameaças que pesam sobre a mesma, para que políticas degovernação responsável possam ser implementadas a favor da protecção, conservação eutilização dos recursos em prol do desenvolvimento integrado e na luta contra apobreza. Tratando-se de um recurso limitado, mas renovável, acredita-se que só atravésmelhores formas de gestão, cumpriremos o verdadeiro objectivo de assegura aalimentação à população e garantiremos a segurança económica e ecológica para asgerações futuras. Por isso a biodiversidade deverá ser tema central do programa doDesenvolvimento que previlegia o Homem sendo este o principal agente modificadordos ecossistemas.

Numa perspectiva também de proporcionar subisídios para uma necessária educaçãoambiental que muito carece o país, os estudos em torno da Flora e Fauna e doscomponentes abióticos naturais que os suportam este documento, foram feitos emmoldes que permitiram extrair recomendações nesse âmbito, ao nível dos quatro

1 Cf. Rubricas orçamentais dos custos com a elaboração do primeiro relatório sobre o estado da Biodiversidadee a Estratégia Nacional e o Plano de Acção sobre a Biodiversidade (ENPAB)

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Ecossistemas definidos para este trabalho nomeadamente: os Ecossistemas Costeiro eMarinho, o das Águas Interiores, o Florestal e o Agrário.

Neles existe uma parte notável da biodiversidade mundial, da qual também depende ofuturo da Humanidade.1 Os Ecossistemas Costeiros e os de Águas Interiores, sãoparticularmente importantes no âmbito da Convenção de Ramsar sobre as zonashúmidas de importância internacional especialmente como lugares onde as avesaquáticas podem ser encontradas e onde desempenham todas as suas relações tróficas.

Por isso devem ser estudados contínuamente e protegidos os seus componentes. Isto sóserá possível com o apoio das comunidades locais que vivem em proximidade ou nointerior destes ecossistemas. Estas comunidades devem ser incentivadas a continuar aviver e a colaborar na sua manutenção. Por isso políticas coerentes fundadas na visãocada vez mais universal de que é necessário aprender a produzir sem empobrecer osrecursos naturais, evitar de colher sem reconstituir, eliminar a erosão e poluição,protegendo o resta do meio ambiente que existia anteriormente e as formas de vidaselváticas e domésticas que o caracterizam e desenvolver meios de informação quepossa coordenar toda informação ambiental de forma mais consistente e compatível queapoiem as tomadas de decisão mais sensatas sobre o ambiente.

2. Materiais e métodosAs opções metodológicas adoptadas neste trabalho, de forma a permitir umacompreensão da natureza e actualidade ciêntífica das informações nele apresentadas,procurou estabelecer um paralelo entre vários relatórios já realizados deste e doutrosgéneros.Tendo em conta a importância da nomenclatura, neste relatório os nomes científicos dasdiversas espécies da flora e fauna foram apresentados segundo a classificação linneana,para facilitar a compreensão no contexto científico.

Trata-se de um relatório cheio de informações ciêntíficas, pois várias consultas dedocumentações foram feitas por técnicos experientes sobre a flora e fauna de STP,provenientes dos principais sectores implicados na problemática da Biodiversidade deSTP. Estes dados provieram designadamente de relatórios de investigação levados acabo no quadro do programa de Conservação e de Uso Racional dos Ecossistemasdensos de África Central (ECOFAC) e dos relatórios elaborados no âmbito daconservação nos diferentes sectores e Instituições do Estado. Estas informações foramcomplementadas com resultados de pesquisas no terreno para se inteirar daproblemática de conservação do ambiente e dos seus recursos e do impacte das medidasjá tomadas em São Tomé e Príncipe.

Tendo em conta a importância das publicações como fontes de informações, asdificuldades de várias ordens não faltaram na busca de dados para a elaboração desterelatório. Para o mostrar os ecossistemas e habitats ameaçados apresentamos acartografia das zonas degradadas no arquipélago ( Figura 7).

1 Cf. Os dados do inventário florestal, o Estudo de Conservação e Utilização dos recursos Florestais em S. Tomé ePríncipe da UICN, Estudo das Plantas e animais endémicos de S. Tomé e Príncipe.

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3. Sinopse das Informações sobre São Tomé e PríncipeO esquema abaixo, constitui uma forma de apresentar de uma forma resumida as informações,de mo do a dar uma visão descritiva de S. Tomé e Príncipe em conformidade com os dados doENPAB.1

Esquema 1

1 Cf. ENPAB-Agricultura 2002; World Bank 1993, 2003); UICN Red Book on Threatened Plants and Animals.

Problemas Amb.ligados a fauna

Degrad. Flor. Sec. EReduç Flor. Prim.Erosão da Encosta,

Reduç. Pescado,Avifauna eTartarugasTaxa de

Crescimento daPopul: Em

2002: 19% aoano

Densidadepopulacional:155 habitantes

por Km2

Renda Percapita: USD

300,00

PIB em 2002:USD

50.000.000,00

Taxa decreacim.

Económ. - PIBem 2002: 3% ao

ano

O clima é tropicalhúmido, com duas

estações, a quente echuvosa. Esta última quedura cerca de 9 meses

A temperatura médiaanual é de 26ºC. A

pluviosidade média anualoscila entre os 2.000 e os

3.000 mm.

Diversidade deEcossistema: E.cost. e marinho / E. de

águas Interiores/E.Florestal / E. Agrário

Endemismo: 63espécies aves c/ 23

endémicos 16 espéciesRépteis c/ 7 endémicos9 espécies Anfíbios e

todas endémicas

PopulaçãoRural em 2002:

52%

População em2002: 140.000

Área: 1001Kilómetrosquadrado

Sinópse dasinformações

sobre S. Tomé ePríncipe

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3.1 Situação geográficaSão Tomé e Príncipe são as duas principais ilhas do País-arquipélago situado no golfoda Guiné. Distantes 380 km da costa ocidental da África e apresenta as seguintescoordenadas geográficas: (0o 25’N de latitude e a 6o 20’E de longitude); as ilhasapresentam uma superficie de cerca de 1.001 km² (sendo 859 km² para a ilha de SãoTomé e 142 km² para a ilha do Príncipe).

Fig 1: Mapas da situação geográfica de São Tomé e Príncipe

3.2 OrigemAs ilhas fazem parte de uma linha vulcânica que inclui Pagalu ao sudoeste, Bioko anordeste e que se estende ao continente africano através do Monte Camarões e alcança omaciço camaronês e o Lago Chad e nunca estiveram ligadas entre si ou ao continente.

3.3 RelevoO arquipélago surgiu de actividade vulcânica relativamente antiga (3 milhões de anos).Possui relevo acidentado, com picos que alcançam 1.500 metros, sendo o ponto maiselevado o Pico de São Tomé, situado a 2.024 m acima do nível do mar (ver cartas nosanexos I e II). A maior parte do País situa-se contudo abaixo dos 800 m.

3.4 ClimaA pluviometria média anual é de 2.000 a 3.000 mm por ano, que pode atingir 7.000 mmpor ano nas florestas de neblina.O clima é Tropical húmido, com duas estações: a quente e chuvosa, que dura cerca de 9meses), e a gravana, relativamente mais seca, que vai de Junho a Setembro. Apluviosidade média anual oscila entre os 2.000 e os 3.000 mm anuais, mas podealcançar 7.000 mm nas florestas de neblina. A temperatura média anual é de 26ºC.(VerMapas 7 e 8 em anexo)

3.5 Solos vulneráveisPara se avaliar a vulnerabilidade dos solos face às Mudanças Climáticas, deve-seconsiderar os seguintes conceitos de base:

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- a fertilidade dos solos tropicais, principalmente os solos florestais, são muitofrágeis; isto quer dizer depende muito da cobertura da vegetação que garante ocίrculo da matéria orgânica para mineralização;

- para além do teor em nutrientes, os solos são férteis quando possuem óptimaestrutura físico-química para troca de catiões, para circulação da água e dooxigénio;

- o potencial bio-produtivo dos solos depende também, da sua situação orográficae eco-climática: no cume duma montanha, numa pendente, num vale, numaplanície e numa zona árida, húmida ou super-húmida;

- o historial de uso dos solos também define a sua capacidade produtiva: se vêmsendo cultivado a longos anos e de forma intensiva ou não ou se nunca foramsubmetidas à actividades agrícolas.

Recordando a situação orográfica e ecoclimática, e o historial de uso dos solosFersialíticos tropicais e Barros pretos, são estes que se revelam portanto como os maisvulneráveis às mudanças climáticas (ver o Tabela 2 a seguir).

Fig 2 : Esboço dos solos mais vulneráveis às Mudanças Climáticas

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Fonte: Estudo de vulnerabilidade às mudanças climáticas- sector de florestas e solos

CAPÍTULO II –DESCRIÇÃO GERAL

2. DESCRIÇÃODA BIODIVERSIDADE DO PAÍS

Como se observa no Tabela abaixo assinalado a Biodiversidade de São Tomé e Prínciperevela uma a grande variedade de espécies e endemismos, fundamentalmente aves,anfíbios, plantas superiores, morcegos, répteis, borboletas e moluscos distribuida emdiferentes ecossistemas e habitats.

S. Tomé

Príncipe

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2.1. Grupos de Organismos em São Tomé e Príncipe – Riquezaem espécies e Níveis dos endémicos(Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003).

Esquema 2:

Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 20031.

1 Cf. ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003

ESPÉCIES – PRÍNCIPE

Mamíferos: 5 espécies com 20% de Endémicos

Aves: 35 espécies com 54% de Endémicos

Anfíbios: 3 espécies com 100% de Endémicos

Insectos: 42 espécies de borboletas, sendo 21% de Endémicos

Moluscos: 32 espécies com 78% de Endémicos

Morcego: 4 espécies com 50% de Endémicos

ESPÉCIES – S. Tomé

Mamíferos: 10 espécies com 30% de Endémicos

Aves: 49 espécies com 57% de Endémicos

Répteis: 16 espécies com 44% de Endémicos (em todo o País)

Anfíbios: 6 espécies com 100% de Endémicos

Insectos: 47 espécies de borboletas com 38% de Endémicos

Moluscos: 39 espécies com 77% de Endémicos

Morcegos: 9 espécies com 20% de Endémicos

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2.2 FloraComo já foi atraás referido, as ilhas do Golfo da Guiné integram-se na sub-regiãoocidental africana banhada pelo Rio Congo, são muito conhecidas por apresentaremtaxas de endemismo muito elevadas.

São Tomé e Príncipe apresentam uma taxa de endemismo, cerca de 14%, sendo a maiselevada no Golfo da Guiné.

Isto deve-se aos seguintes factores: dimensões reduzidas das ilhas, seu isolamento e adiversidade de habitats que apresenta.As famílias mais representativas pertecentes ao grupo das angiospérmias terrestres são:Rubiaceae (27 espécies), Orchidaceae (35 espécies endémicas), Euphorbiaceae (11espécies endémicas), Melastomataceae ( 8 espécies endémicas num total de 17 espéciesendémicas, ou seja 47% de endemismo), Begoniaceae (6 espécies endémicas num total11, ou seja, 55% de endemismo).1

Quanto a diversidade taxonómica, os pteridófitos, inclui os fetos, licopódios, psilófitose cavalinhas. Este último grupo não se encontra representado na flora de S. Tomé ePríncipe. São no total 157 Pteridófitas2. Em relação aos fetos, existem espécies 13endémicas para as duas ilhas (ver Tab. 2 em anexo).A biodiversidade vegetal espermatófitas – total nas duas ilhas é de 113 famíliasrepresentadas por 791 taxa ao nível espécífico ou intra-específico (10). Sendo para SãoTomé 683 taxa e para Principe 330 taxa.

As orquídeas constituem uma família previlegiada na flora das ilhas devido à sua taxade endemismo que ronda os 23%, sendo 135 é o número total de espécies, e 35 é onúmero de espécies endémicas. Os géneros Polystachia e o Bulbophyllum apresentammaior número de espécies.

Certos grupos de organismos são talvez mais conhecidos do que outros por isso váriasinvestigações devem ser feitas. Os grupos mais bem estudados são as plantasvasculares.A lista das plantas endémicas das duas ilhas que fazem parte do arquipélago santomenseconsta de148 taxa endémicas, das quais 123 existentes em S.Tomé e 50 no Príncipe3.

As 148 taxa endémicas existentes em S.Tomé e Príncipe foram avaliadas com ascategorias IUCN adaptadas ao arquipélago. Estima-se que 14,9% espécies endémicas deSão Tomé e Príncipe estão extintas (EX), 12,8% estão em perigo crítico de extinção(CR), 10,8% em perigo (EN), 41,9% são vulneráveis (VUD2), 12,2% estão quaseameaçadas (NT) e 7,4% apresentam uma ampla área de distribuição (LC).

Para além disto, 46% das espécies presentes na zona não protegida de São Tomé sãoconsideradas extintas, 41% das espécies presentes na zona tampão estão ameaçadas edesaparecerão se medidas não forem tomadas no sentido de protegê-las e 39% dasespécies ameaçadas estão localizadas no interior dos limites do parque do Parque Obô.

1 Cf. Lejoly (1995), Suivi des programmes détudes de la biodiversité dans la zone ecológica de S.Tomé2 Cf. Pteridófitas de São Tomé e Príncipe de Estrela de Figueiredo.3 Cf. Resultados obtidos de diversos inventários realizados.

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Estas últimas serão eficazmente protegidas se os limites do parque forem oficializadas eprotegidas.

O número de espécies animais ameaçadas é: Dezasseis espécies de aves, dez espécies deinsectos, quatro espécies de moluscos, de répteis e três de mamíferos (Ver a Tab. 12 emanexo).

2.3 Breve historialDesde o início da exploração das Ilhas pelos colonizadores portugueses no século XVI,com a cultura de Cana-de-açucar (Saccharum officinarum), o uso dos recursosbiológicos tem estado intimamente ligado à história de ocupação de São Tomé ePríncipe. A exploração sustentável da diversidade biológica do País, de modo que possatambém gerar provento para as comunidades locais e assim reduzir a pobreza, estádirectamente ligada à sua conservação.As culturas do cacau, Theobroma cacao (principal produto de exportação do País) e docafé (Coffea spp.) ao longo dos seculos XVIII e XIX, requerem a manutenção do mantoflorestal para sombreamento. As “florestas de sombra”, que se instalaram na regiãobaixa e plana e de melhor aptidão agrícola em S.Tomé e Príncipe, há mais de doisséculos, gozam de reputação internacional, por se apropriarem à conservação de solostropicais em condições insulares e pela manutenção de algumas essências florestais.O interesse mostrado pela flora e vegetação das Ilhas de São Tomé e Príncipe, foitambém do ponto de vista investigativo, visto que envolveu várias personalidades querealizaram colheitas e se ocuparam do estudo da vegetação, destacando-se, entre outros,pela importância dos trabalhos publicados, Júlio Henriques e Arthur Exell,respectivamente o professor da Universidade de Coimbra e naturalista do MuseuBritânico.Para além destes estudioso os nomes de F. Welwitshi que em 1853 e C. Barter, em 1858e G. Mann em 1861 fizeram também colheitas botânicas que levaram à descoberta deinúmeras espécies então desconhecidas.Auguste Chevaklier visitou S. Tomé em 1905 e Théodore Monod em 1956 fez ascençãoao Pico de S. Tomé e ao do Príncipe, tendo colhido espécies endémicas raras.As contribuições de Joaquim Espírito Santo, nas décadas de 60 e 70, incluem espéciesnovas, e Herder Lains e Silva, em 1958 fez novas análises e classificação da vegetação.Destas investigações chegou -se a conclusão que comparando a biodiversidade existentenas quatro ilhas do Golfo da Guiné, Bioco, Príncipe, São Tomé e Pagalú, que é naoarquipélago santomente é que encontra a flora mais rica, com taxas de endemismoelevadas.Os objectivos económicos da outrora sobrepuseram à lógica de conservação.E desta forma, a biodiversidade do País foi sempre perturbada pela acção do Homemdesde os fins do século XV (Hodges et Newitt, 1988), em particular naquelas de baixaaltitude que têm sido ocupadas pelas plantações de cana-de-açucar, de café de de cacau.Numerosas espécies exóticas formam igualmente introduzidas (Monod, 1960),perturbando o equilíbrio existente.

De facto a pressão humana sobre os recursos naturais do arquipélago de São Tomé e emparticular a floresta tem consequências irremediáveis sobre a biodiversidade.A cobertura vegetal sofre particularmente esta pressão, através da extracção nãodescriminada da madeira e de plantas nos arredores e no interior do Parque NaturalObô, a prática agrícola, a introdução de espécies exóticas ou de outras práticas nãosustentáveis com impacto negativo considerável. Constata-se nestes últimos anos um

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empobrecimento da diversidade biológica dos ecossistemas do arquipélago, que setraduz numa deterioração de qualidade de vida das populações que depende delas,estando por isso numa pobreza extrema.Estas práticas não são uma fatalidade. De facto, elas são derivadas de um mauconhecimento da flora e das relações de interdependência intrínsecas que as regem. OPaís carece de uma mecanismo de pesquisas eficiente e capaz que permitiria enriquecerde conhecimentos ciêntíficos existentes sobre a biodiversidade florística do arquipélago,que assegura a divulgação e a vulgarização destas informações às populações. Odesenvolvimento e a valorização do Jardim Botânico de Bom Sucesso, no quadro deProjecto ECOFAC, são um meio para cobrir estas lacunas no País.A conservação da cobertura florestal desempenha papel relevante no sistema agrário doPaís (regulação do regime das chuvas, da insolação e da evapotranspiração), protecçãodas bacias hidrográficas, proteção do solo contra a erosão, reciclagem de nutrientes econstituição da fertilidade natural do solo. Além disso, como outras florestas tropicaisdo mundo, podem funcionar como sumidouros do dióxido de carbono atmosférico,contribuindo na problemática das mudanças climáticas a nível mundial.

2.4 BIODIVERSIDADE TERRESTREPelo facto do seu isolamento relativamente ao continente africano, a diversidadebiológica é única ao nível do continente africano e do mundo. Os refúgios queresultaram destes fenómenos originaram um alto grau de espécies endémicas da fauna eflora (Ver as Tabs. 1, 2, 6 e 9 em anexo).

A riqueza da biodiversidade das Ilhas é reconhecida pelo mundo científico, queconsidera a floresta tropical de São Tomé e Príncipe como a segunda em termos deprioridade de conservação da avifauna, entre 75 florestas africanas (World Bank 1993).

A flora de São Tomé e Príncipe é também notável pelo seu alto grau de endemismo. Ailha de S. Tomé tem um género endémico e 87 espécies endêmicas. Príncipe por sua veztem um género endémico e 32 espécies endémicas (ENPAB Florestas 2002).

2.5 Principais Ecossistemas e habitats do PaísA Biodiversidade de São Tomé e Príncipe, graças a uma série de factores geo-morfológicos acima apontados, assenta-se nos grandes domínios-florísticosvegetacionais e rivela também uma grande variedade de ecossistemas existentes noarquipélego nomeadamente: Ecossistemas Naturais (Florestas, Mangais, ÁguasInteriores, Costeiros e marinhos) e Ecossistemas modificados (florestas secundárias eantigas plantações, florestas de sombra e savanas e florestas secas).A abordagem da riqueza biológica de São Tomé e Príncipe por ecossistemas constituiainda a forma mais pragmática para estabelecer o diagnóstico da situação real daDiversidade Biológica do País e propor medidas adequadas para a sua conservação eutilização sustentável. Neste sentido, foram definidos para este relatório, quatroecossistemas principais a nível nacional:Esquema 3: Tipos de Ecossistemas de S. Tomé e Príncipe

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Os ecossistemas naturais são constituídos essencialmente por florestas, rios, cursos deágua, ambientes marinhos. Eles caracterizam-se pela sua diversidade em espécies e pelacomplexidade de vários factores ecológicos designadamente o ar, a humidade e aluminosidade. Desta forma, o meio abiótico é multi-estratificado com espécies quecompetem-se e estão adaptadas às diferentes condições. Estes ecossistemas contêmimportantes áreas protegidas do Pais que são: Parque Natural Obô, Reserva Integral dasIlhas Tinhosas e Reserva do Ilhéu das Rolas.(Fonte. Rapac - rede das Áreas Protegidasde África Central).Estas Áreas Protegidas hospedam um património natural de importância nacional einternacional.

Em relação aos ecossistemas naturais, pode-se encontrar as seguintes florestas dealtitude: Floresta de baixa altitude (0 – 800 m), Floresta de montanha (800 – 1 400 m), aFloresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m)

2.6 Ecossistema FlorestalAs primeiras e mais completas investigações realizadas sobre a vegetação de São Tomée Príncipe foram levadas a cabo nos anos de 1932 e 1933, pelo investigador Exell epublicadas nos anos de 1944 e 1956, respectivamente.Segundo Exell, excluindo algumas zonas de mangue muito pequenas e de dunas deareia na costa, a vegetação original de São Tomé era constituída por florestas húmidasque cobriam uniformemente a ilha desde o litoral até ao cume do Pico de São Tomé. Noseu trabalho, o mesmo distinguiu três regiões florestais bem definidas em São Tomé,descritas no parágrafo seguinte.

2.7 Regiões Florestais existentes em S.Tomé e PrincipeEsquema 4: Regiões florestais de S. Tomé e Príncipe

ECOSSISTEMAS EXISTENTESEM S. TOMÉ E

PRÍNCIPE

ECOSSISTEMACOSTEIRO EMARINHO

ECOSSISTEMADAS ÁGUASINTERIORES

ECOSSISTEMAs FLORESTAIS

ECOSSISTEMAAGRÁRIO

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Deduz-se segundo as pesquisas do Exell, que as regiões florestais referenciadas acima,para estarem sujeitas a um estudo mais pormenorizado é possível distinguirecossistemas florestais diferenciados como a seguir se indicam: Floresta de baixa altitude, 0 – 800 m; Floresta secundária; Floresta seca; Floresta de sombra para o cacau e o café; Savanas arbustivo-arbórea e herbácea; Mangais; Floresta primária de altitude (de montanha), que compreende a Floresta de nevoeiro,

a Floresta de altitude média > 1000 e <1800m e a Floresta de altitude> 1800 e>2000m.

2.7.1 Floresta de baixa altitude (0– 800m)Esta formação vegetal, é equivalente à grande floresta equatorial existente na regiãocontinental africana.

Na ilha de S.Tomé, as espécies características desta formação são: Rinorea chevalieri,Zanthoxylum thomensi, Drypetes glabra, Anisophyllea cabole e Sorindeia grandifolea; noPríncipe destacam-se pela frequência as segunites espécies: Rinorea insularis, Ourateanutans, Casearia mannii Croton stelluliferus e Erythrococca columnaris. (Fonte: J.LeJoly

Segundo Chevalier, as florestas de baixa altitude está Praticamente desaparecida na suaforma primária, devido à prática das culturas de cana-de-açúcar, do cacau e do café,subsistem apenas algumas espécies, que devido às suas características foram protegidas efavorecidas pela acção do homem, nomeadamente: Milícia excelsa, Ficus sp., Pycnanthusangolensis, Ceiba pentandra, (Chevalier, 1938).

2.7.2 Floresta de montanha (800– 1 400m)Este domínio florestal apresenta uma transição lenta de espécies, com maior variedadeque nas formações de menor altitude, mas com um aspecto geral semelhante. As árvoressão altas (30 a 40 m) com copas densas e a elevada humidade existente favorece odesenvolvimento de espécies epífitas, lianas e fetos, que cobrem o tronco das grandesárvores. Abundam em quantidade e variedade os fetos arbóreos. As famílias Rubiaceaee Euphorbiaceae são as mais representadas. As espécies arbóreas características destasformações são: Trichilia grandifolia, Pauridiantha insularis, Pavetta montícola,

Região de FlorestaHúmida de Baixa

Altitude

Região de Florestade Montanha

Região de Florestade Nevoeiro

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Erytrococca molleri, e Tabernaemontana stenosiphon. Estas formações foram, de umaforma geral, pouco alteradas pela acção do homem, dedvido situarem em zonas dealtitude.

2.7.3 Floresta de nevoeiro (1 400– 2 024 m)A floresta sobe até ao cimo do Pico e nas áreas de maior altitude as árvores são maispequenas e a cobertura é mais aberta. As elevadas precipitações, a luminosidade é muitoreduzida devido aos constantes nevoeiros e as temperaturas são relativamente baixas. Asepífitas são muito mais abundantes e os samambaias constituem um elementoimportante da flora até ao cimo. Não se observam as ervas da montanha. Devido àdificuldade de acesso e o declive do relevo predominante, este habitat não apresentaqualquer modificação causada pela acção humana e mantém-se intacto.Estes elementos climáticos, fizeram com que as árvores nesta floresta fossem de menorporte; aparecem plantas araliáceas tais como Schefflera manii, e que raramenteultrapassam os 10 m de altura. As epífitas, em particular as orquídeas e os fetos dogénero Asplenium têm um lugar importante nestas formações.

As árvores características são: Podocarpus manii, (Pinheiro de S.Tomé), a únicagimnospérmia endémica, Baltasaria mannii, Ilex mitis, Olea capensis (Pau Impé),Craterispermum montanum (Macambrará), Trichilia grandifolia (Cola macaco).

Os arbustos mais característicos são Erica thomensis, a Psychotria guerkeana e P.nubicola, Lobelia barnsii (lobélia gigante), endémica de S. Tomé. No subosqueaparecem poáceas do género Panicum e uma espécie de Urticácea endémica,denominada, Elatostema thomense.

As lianas ou trepadeiras tais como Sabicea spp., Thunbergianthus quintasii, Tetraceraalnifolia e Jasmin spp. são frequentes.

Devido ao clima e aos declives extremamente acentuados, estas formações foramalteradas pelo homem apenas pontualmente, não tendo sido utilizadas para qualquercultura ou exploração intensiva, mantendo-se de uma forma geral em muito bom estadode conservação. Torna-se necessário referir a presença de algumas espécies invasorasdesignadamente Chinchona spp. que alargaram o seu areal de distribuição até estasaltitudes.

2.7.4 Floresta de altitude média > 1000 e < 1800mEsta formação vegetal circunda por exemplo, as regiões do Pico Cabumbé e a LagoaSegundo levantamento botânico feito nos anos’ 90, pela equipa técnica de ECOFAC,cujos herbários encontram-se no centro de Bom Sucesso, na Lagoa Amélia, cratera devulcão extinto, pode-se encontrar uma formação muito particular.Nela encontra-se uma vegetação perene constituída por poáceas Panicum hochstetteri ePanicum brevifolium. Para além desta Poáceas, encontram-se também as seguintesespécies Cyperus articulatus, Poligomum salicifoluium e Tristemma mauritianum,assim como uma grande quantidade de fetos das familias Polypodiáceas eHymenofoliáceas. É de se destacar também a predominância de orquídeas de espéciesraras, tais como, Bulbophyllum cocleatum var. ternuicaule, Solenangis clavata eDiklangella liberica, das quais despontam pequenos arbustos, tais como Heteradelphiapaulowilhelmia, Rapanea melonophoeos e Schefflera manni.

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No subosque desta floresta de altitude encontram-se as seguintes espécies endémicas:Palisota pedicellata, Cyperus sylvicola, Mapania ferruginea, Begonia baccata,Impatiens buccinalis, Impatiens thomensis, Calvoa crassinoda, Sabicea ingrata,Sabicea exellii.E é também constituida por seguintes espécies arboreas endémicas: Trichiliagrandifolia, Pavetta monticola, Craterispermum montanum, Tabernaemontanastenosiphon, Erythrococca molleri e Discoclaoxyllum occidentale.

2.7.5 Floresta de altitude entre 1800 e 2000m.Esta floresta, que circunda por exemplo, as regiões de Mesa do Pico (1850m), e circundao Pico de São Tomé e Pico Pequeno, caracteriza-se por apresentar pluviosidade muitoelevada, com nevoeiro quase constante, a temperatura sempre baixa, embora não atinjaos 0 °C. As árvores são muito baixas, as epifitas são muito numerosas. A esta altitude,as endémicas que lá aparecem são representadas por Pinheiro-de-São Tomé(Podocarpus mannii), Psychotria guerkeana, Psychotria nubicola, o tchapo-tchapod’obô (Peddiea thomensis), Calvoa crassinoda, Pilea manniana, Erica thomensis eLobelia barnsii. As orquídeas, os fetos, os musgos e líquenes são também frequentes.

Segundo Toelen (1995), as árvores mais abundantes na floresta de nevoeiro em S.Tomésão a Tabernaemontana stenosiphon (Cata d’Ôbô), (Pseudogrostistachys africanaCacau d’Ôbô), Homalium henriquensii (Quebra machado), Rothmannia urcelliformis(Teia-teia), Trichilia grandifolia (Cola macaco), Pauridiantha floribunda (Pau formiga)e o Allophyllus africanus (Pau três).As espécies vegetais endémicas típicas deste eocossistema de montanha são: Peddieathomensis (Tchapo tchapo d’ôbô), Balthasaria mannii, Psychotria guerkeana e P.nubicola.Em relação à ilha do Príncipe, segundo dados da publicação "Conservação dosEcossistemas Florestais na República Democrática de São Tomé e Príncipe" elaboradopor P.J. Jones, J.P. Burlison e A. Tye, toda a floresta primária da parte norte e centro dailha foi substituída por plantações de cacau, café, coco e banana. Segundo a mesmapublicação, reporta-se que quase toda a floresta húmida primária que existia nessa ilhafoi destruída durante uma campanha de erradicação da doença do sono em 1906, masinvestigações recentes demonstraram que os esforços necessários para chegar a esse fimultrapassavam a capacidade das equipas de controlo e a maior parte da zona sul da ilhapermanece intacta.

2.7.6 Savanas do norte-nordesteEsta formação vegetal que ocupa uma faixa que orla a costa marítima de aeroporto S.Tomé, até Praia das Conchas, onde as precipitações são inferiores aos 700 mm por ano(às vezes 500 mm por ano).Os solos, de terras escuras ou negras, por vezes com afloramentos pedregosos e desubsolo compacto, suportam uma vegetação herbácea-arbórea.

Estas regiões são revestidas por um mosaico herbáceo dominado por três espécies dePoáceas (Panicum maximum, Rottoboelia esaltata e ……………….). Este mosaicoherbaceo é interrompido por pequenas formações arbóreas (florestas tropicais secas eabertas) e arbustivas de pequenas dimensões que, pela ausência de um coberto arbóreocontínuo, contrastam fortemente com o resto do País.

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Sobressaem pela sua silhueta os Micondoeiros (Adansonia digitata) alternada porTamarindeiros (Tamarindus indica), Zimbroeiros (Ziziphus abissinica), Limoeiro da praia(Ximenia americana), Goiabeiras (Psidium guajava), “Libô mucambú” (Vernoniaamygdalina) e Erythroxyllum emarginatum.

Contempla também espécies que fazem parte de agrupamentos halófilos (Rhizophoraracemosa e Avicennia germinans) nos lodos salgados da foz dos ribeiros e linhas de água.

Nas zonas em que o grau de salinidade é menor, encontram-se Hibiscus tiliaceus, Dalbergiaecastaphyllum e Erythroxyllum emarginatum.

Pensa-se pois que estas formações tenham sido o resultado da antropização massiva queconsistiu na desarborização intensa e da realização de queimadas frequentes, praticadas paraa cultura da cana-de-açúcar desde o início da colonização.

Na ilha do Príncipe, não existem savanas, embora algumas espécies herbáceas estejampresentes nos arredores do Aeroporto.

2.7.7 Floresta de SombraEsta formação vegetal ocupa cerca de 32 289 ha, isto é, cerca de 32,9% do territórionacional. Ela ocupa normalmente áreas de relevo suave (0-10 %) e alguns morros, taiscomo o Muquinquim e Saccli situados no distrito de Lobata, e outros que nãoultrapassam os 300 metros de altura.Esta floresta de sombra criada pela necessidade de regularização de sombreamento parafazer sombras para as plantações de Theobroma cacao (cacaueiros) e Coffea sp.(cafezeiros), espécies introduzidas cons fins de exportação; e a fixação de nitrogénio nosolo permitiu a introdução de Erythrina sp. (Eritrinas) nestas florestas.

A cultura cacaueira exige a manutenção do dossel florestal para sombrear as plantas decacaueiros e de cafezeiros e foi demonstrado que esta prática ajuda a manter altos níveisde biodiversidade florestal nos Países produtores (Rice & Greenberg 2000).

2.7.8 Floresta secundária (capoeira)Este tipo de formação vegetal ocupa perto de 30% da superfície do País. Na ilha deS.Tomé, a mesma cobre uma área de cerca de 26. 000 ha e, no Príncipe, cerca de 4 000ha.Formações secundárias de idade variável, onde é ainda possível identificarem vestígiosde utilização anterior, nomeadamente através da existência de uma proporçãoimportante de espécies introduzidas. De composição idêntica à da floresta de sombra emque o factor de distinção principal é a presença ou a ausência de plantas de cafeeiros oude cacaueiros. São zonas que foram no passado utilizadas para estas culturas e que seencontram actualmente abandonadas, por se situarem em solos com aptidão marginal,com fortes declives e de difícil acessibilidade.

Ela apresenta uma composição florística caracterizada principalmente por espéciesexóticas e cultivadas e espécies pioneiras, com crescimento rápido, que senaturalizaram, formando algumas comunidades de vegetação, tais como de Bambusa

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vulgaris (Bambú), Cecropia peltata (Gofe), Maesa lanceolata (Mutopa), Dracaenaarborea (Pau Sabão), Ficus spp. (Figueiros), Harungana madagascariensis (Pausangue), Cestrum laevigatum (Coedano), etc.

Nesta formação vegetal, pode-se ainda incluir outras espécies arbóreas, tais comoPycnanthus angolensis (Pau-caixão), Pentaclethra macrophylla (Muandim), Artocarpusaltilis (Fruta pão), Artocarpus heterophylla (Jaqueira), Treculia africana(Izanquenteiro), Antiaris welwitschii (Amoreira), Chytranthus mannii (Pessegueiro-de-S. Tomé), entre outras.As lianas mais frequentes são: lutchiga (Urera trinervis), Dioscorea spp. expontâneas eAdenia lobata.

2.7.9 Floresta secaEsta formação vegetal ocupa as regiões limítrofes de Guadalupe, englobando asmargens de Água Castelo, Água de Guadalupe e Rio de Ouro, sendo instalada nas zonascom pluviosidade compreendida entre 1.000 e 1.500 mm por ano, com um período secobem marcado. Na ilha do Príncipe, não existem florestas secas.Na camada mais alta desta formação, aparecem árvores de folha caduca, tais como aMilícia excelsa (Amoreira), Spondias microcarpa (guêgue) e Ficus mucuso (Figoplocô), enquanto que no sub-bosque, podem-se encontrar arbustos que, muitas vezes,são ameaçados pelo fogo, tais como Ophiobotrys zenkeri (Stala-stala), a Oncobaspinosa (malimboque) e Ochna membranacea (pau dumo), Harunganamadagascariensis (Pau sangue), Cestrum laevigatum (Coedano), etc.

2.7.10 MangalEm S.Tomé, na foz de vários rios e cursos de água (sendo o mais importante o deMalanza), e no Príncipe (entre a Praia Grande e a Praia Seca), existem formaçõesflorestais holófilas que ocupam as costas baixas e planas ou em lagunas com águasturvas e pouco profundas, separadas da terra firme, na foz dos rios. Ela situa-se numazona de transição entre o meio terrestre e meio marinho. Esta vegetação muito especial,e pobre em espécies é dominada por: Rhizophora mangle, Rhizophora racemosa(Rhizophoraceae) ambas árvores com raízes aéreas e Avicennia germinans(Avicenniaceae) provistas de pneumatóforos. Neste ecossistema podem aparecer fetosdo généro Microsorium e Acrostichum aureum, sendo este último frequente em todos osmangais do mundo.

Nas zonas intertidais, a vida animal desenvolve-se entre as raízes das árvores. Estassuperfícies hospedam invertebrados como ostras do género (cf. Isognom) e o caranguejodos mangais (cf. Aratus) dos mangais, e cucumbas do género Perioptalmos que sãopeixes capazes de respirar dentro e fora da água.

A fauna ornitológica consta de espécies como a galinha-de-água (Gallinula chloropus),a garça (Bubulcus ibis), a garça-de-cabeça-negra ou tchonzo (Butorides striatus), e asconóbias (Alcedo spp.).

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2.7.11 Biodiversidade florística terrestre - vegetação indígena eespécies introduzidasEm S.Tomé e Príncipe a vegetação climax predominante é do tipo tropical húmida,sempre verde e muito heterogénea. Segundo algumas dados da História das ilhas de S.Tomé e Príncipe, a chegada dos portugueses transformou os meios naturais destearquipélago; as florestas foram devastadas para as grandes plantações e espéciesexóticas foram introduzidas. Trataram-se sobretudo de espécies alimentares, animais decompanhia e de estimação, etc. Pode-se dizer que quase todas as espécies de animais ede vegetais existentes nas ilhas de São Tomé e Príncipe foram de um certo modointroduzidas.Como mostra a tabela 7 em anexo, 297 espécies actualmente cultivadas foramintroduzidas voluntáriamente ou não pelo homem. Estas espécies estão distribuidas emcerca de 87 famílias, sendo as Fabáceas, as Solánaceas, as Poáceas, as Malváceas, asMyrtáceas, as mais ricas.As Moráceas, nomeadamente Artocarpus heterophyllus (jaqueiras), Artocarpus comunis(fruteiras), Treculia africana (izaquenteiros) e as Musáceas, Musa sppl. (bananeiras) sãode destacar pelos frutos, que constituem a base da alimentação santomense. De facto,são espécies que se naturalizaram facilmente pela grande capacidade de disseminação,encontrando-se por isso desde o nível do mar até altitudes mais elevadas.

Angiospérmicas

No estado actual dos avanços alcançados no conhecimento da flora e da vegetação doPaís, 1260 é o número total de plantas existentes no arquipélago, das quais 933 sãoplantas indígenas e 297 são cultivadas e 148 endémicas (Ver Tab. 1 em anexo) e 14 sãoespécies novas para a ciência incluidas no grupo das orquidáceas (Ver a Tab. 6 em anexo).Destas 1260 espécies, 105 pertencem as angiospérmias, sendo 103 Dicotilédoneas e 2Monocotilédoneas.Entre as Angiospérmias, destacam-se espécies de interesse para as pastagens e foragens,maioritariamente as Poáceas e Leguminosas.

Briófitas

A flora do arquipélago santomense é também caracterizada por um grupo de plantasavasculares, denominadas Briófitas que no Mundo conta aproximadamente cerca de22.000 espécies. Porém, nas regiões húmidas abundam os seguintes génerosMarchantia, Anthoceros e Polytrichium.Marchantia cresce prostrado enquanto que Campylopus e Polytrichium e parecem seros géneros mais comuns que cobrem como um tapete verde, pedras, troncos , barrancos,de aspecto aveludado e macio.

Pteridófitos

Dos trabalhos realizados em São Tomé e Príncipe por botânicos nacionais e estrangeirosem diversas missões no terreno, cujos dados foram publicados mostram que petridófitosconstituem um grupo de plantas muito antigas sob o ponto de vista evolutivo. De facto,os fetos surgiram após as briófitas.No arquipélago de São Tomé e Príncipe, os pteridófitos contribuem com 13 espéciesendémicas como indica o Tabela 2, em anexo. (Fonte: Pteridófitos de São Tomé e Príncipe) e estão

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distribuidos em 28 famílias diferentes, das quais Aspleniaceae, com 24 espécies, Aspidiaceae, 15espécies, Hymenophyllaceae, com 12 espécies, Polypodiaceae e Pteridaceae com 10 espécies,Thelypteridaceae com 9 espécies, Selaginellaceae com 8 espécies e Nephrolepidaceae com 6espécies. Outras famílias apresentam um número relativo baixo de diversidade específica. Afamília Cyatheaceae merece uma menção especial por apresentar espécies arbóreas, isto é,espécies que podem atingir mais de 3 metros de altura. Por isso são conhecidos por fetosgigantes, uma raridade no mundo vegetal.1

Fungos e cogumelos

O primeiro relatório sobre a Biodiversidade não estima o número de fungos ecogumelos existentes nas nossas ilhas, talvez por se tratar de uma matéria muito poucoestudada.

Dos dados prelevados da revista “Actividade rural “editada pela ONG, ADRA, nosector agrícola, os agricultores deparam com dificuldades no controlo de doenças epragas causadas pelos seguintes fungos:

Collectrichum coffeanum que causa Rhizoctoniose doença que afecta oscafezeiros

Colletotrichum lindemuthianum que causa Antracnose que afecta os fejoeiros Carbunculo do Milho (fungo) que afecta Milho (Zea maïs) Uromyces apendicolatus que provoca ferrugem no fejoeiro.

Estes dados são bastante fragmentarios o que torna necessário aprofundar-se mais para oconhecimento da verdadeira realidade fungina no País.Em relação aos Cogumelos, a Micologia santomense, tem muito para se conhecer.Contudo parecem existir sobretudo nas zonas húmidas e sombrosas das ilhas espéciespertecentes ao género Lentinus; o género Termitomyces que abarca cogumelos brancos,muito numerosos. E por fim o género Cantharellus, com espécies coloradas. Estesgéneros pertencem provavelmente ao grupo Basidiomicetes.

Líquenes (associação simbiótica algas e fungos)

Em todo o caso, para o liquenes, trata-se de uma associação entre algas e fungossimbiontes. O género Usnea, forma longos filamentos sobre as árvores; apresenta umalarga distribuição geográfica desde o nível das águas do mar até o cimo das montanhasonde as árvores parecem barbadas. São bons indicadores das condições ambientais. Porisso programas de estudos aprofundados para a inventariação e o conhecimento destasassociações são urgentes. Só assim pode-se contribuir para a sua conservação.

2.7.12Unidades agro-ecológicas e comunidades vegetaisNo trabalho de Lains e Silva sobre o Esboço da Carta de Aptidão Agrícola de São Tomée Príncipe, o País dispõe de seis zonas agrícolas. A zona do cacau, a Zona do café, Zonada borracha, Zona do Chá, Zona do dendém, Zona do Coqueiro.

1 Cf. Pteridófitos de São Tomé e Príncipe de Estrela de Figueiredo

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Em relação à comunidades vegetais destacam-se as seguintes: Associações herbáceas aquáticas e semi-aquáticas dominadas por Struchium

sparganophora (Libô d’água), Rorippa nastrutium (Folha agrião), Pisticciastratiotes (Alface d’água) e Costus afer (Uncoetê).

associações herbáceas ruderais representadas por Panicum maximum, Boerhaviadifusa Cynodon dactylon e Eragrostis superba, Euphorbia hirta, Achyrantes asperae Celosia gonfrenoides; crescem nos terrenos cultivados perto das habitações.

Associações pos-culturais herbáceas colonizadoras e infestantes de culturaconstituidas por Panicum maximum, Cleome ciliata, Pteriduim aquilinum, Ageratumconyzoides e Panicum hochstetteri. Encontram-se nas plantações da Manihotesculenta (Mandioqueira), Xanthosoma sagittifollium (Matabaleira), Ananascomosus (Planta do ananás), Zea mays(Milheiro) e Licopersicum esculentum(Tomateiro).

Associações vasculares epifíticas constituídas por Nephrolepis biserrata e plantasestranguladoras e plantas hemiparassitas tais como: Cuscuta campestris, Ficusclamydocarpa e Schefelera manii.

Associações herbáceas halófilas do cordão litoral com espécies típicamente litoraisconstituids por Ipomoea pes capre, Altenanthera litoralis, Hydrocotylle bonariensise Blutaporum vermicular.

2.8 Biodiversidade da Fauna terrestreEm traços gerais, os animais vertebrados terrestres existentes no arquipélago é bastanteconhecido e está caracterizado tanto por espécies terrestes os marinhos e os deambientes de transição. São contudo notórias carências de estudos biológicos muitoaprofundados sobre os invertebrados e microorganismos terrestres e aquáticosnotamente os hidrozoários, espongiários, poliquetas, nematoides, etc.

2.8.1 Mamíferos terrestres

Dos dados publicados no Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento DurávelPNAAD, no que respeita aos mamíferos terrestres, podem-se encontrar alguns animais,tais como: macacos (Cercophitecus mona), Porcos Selvagens (Sus domesticus), seisespécies de morcegos Myonycteris branchycephala, Hippodsiderus commersoni,Miniopterus minor e Rousettus aegyptiacus, e as formas continentais nomeadamenteEidolon helvun e Hipposideros ruber. Para além dos morcegos, existem duas espéciesde musaranhos, nomeadamente Crocidura thomensis e Crocidura poensis, assim comoos ratos Rattus rattus e Rattus norvegicus. 1

Este quadro sintetiza as espécies de mamíferos terrestres protegidos em S. Tomé ePríncipe.

1 Cf. Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável PNAAD

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2.8.2 Aves

A fauna avícula silvestre (Ver Tab. 9 em anexo) é constituida por 63 espécies das quais 25são endémicas, incluindo algumas espécies típicas das florestas de chuva ou pluvialnomeadamente, Lanius newtoni, Bostrychia bocagei, Amaurocichla bocagii e Neospizaconcolor. Para lem destas espécies destacam-se a Columba malherbii, Columbathomensis, Treron australis virescens, Streptopelia senegalensis, Aplopelia larvatasimplex ou principalis.

Nas regiões costeiras a fauna é constituída fundamentalmente pelas aves que povoamprincipalmente os pequenos ilhéus e zonas costeiras desabitadas. As principais espéciesque nidificam em colónias são constituídas pelo Phaeton lepturus (Coconzucu), Sulaleucogaster, Sula dactylatra, Anous stólidus, Anous minutus, Sterna fuscata, Sternaanaethetus e Oceanodroma castro (patos marinhos). Nas regiões savânicas do norte deS.Tomé, existe um grupo de pássaros típicos, constituído designadamente, por codorniz(Coturnix delegorguei), codornizão-africano e a Crecopsis egregia.O Tabela 9 em anexo, mostra as espécies de pássaros protegidos no arquipélado. Estãodistribuidos em treze famílias diferentes sendo a ordem Passeriformes engloba maiornúmero de espécies.

2.8.3 Batráquios ou AnfíbiosA batriofauna santomense está constituida por três famílias, 5 géneros, 7 espécies sendo6 assinaladas em São Tomé, 2 espécies no Príncipe e 2 para o Ilhéu das Rolas, com aseguinte distribuição. Uma espécie comum das três ilhas, Rhynobatrachus dispar, umespécie em São Tome e Ilhéu das Rolas, Schistometopum thomense, quatro endémicasde São Tomé, Schistometopum ephele, Nesionixalus molleri, Nesionixalus thomensis eRhynobatrachus dispar e uma para a ilha do Príncipe, Leptopelis palmatus.Para S.Tomé podem-se encontrar as seguintes espécies endémicas: as rainetas:Nesionixalus molleri e Nesionixalus thomensis; a rã da espécie Ptychadena newtoni e ascecílias das espécies Schistometopum thomense e Schistometopum ephele.Para a ilha do Príncipe temos a raineta pertencente a espécie Leptopelis palmatus e a rã,Rhrynobatrachus dispar.Pode-se igualmente citar a presença da Ápodes tais como a Cobra bôbô, que emboranão seja específica de ambientes aquáticos, frequenta meios húmidos, construindogalerias como as minhocas (cormichas).

2.8.4 Répteis terrestres

Os répteis, filogeneticamente falando, são discendentes dos anfíbios, foram os primeirosa conquistar o meio subaéreo, depois de resolverem os problemas relativos àreprodução, desde a era paleózoica. A sua presença na fauna do País é um facto devalência ecológica muito importante. Nesta classe de vertebrados podem-se encontrar16 espécies nas ilhas de São Tomé e Príncipe.1

1 Cf. ENPAB e Primeiro Relatório Nacional de Biodiversidade.

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Para a ilha de São Tomé existem as seguintes espécies: o geco (Hemidactylus greeffii),o lagarto (Panaspsis africana), cobras escavadoras (Rynotyphlops newtoni), cobra-preta(Naja melanoleuca).Para a ilha do Príncipe existem as seguintes espécies: o Lagarto sem patas (Feyiniapolylepis) e a cobra escavadora (Typlops elegans).O geco (Lygodactylus thomensis) é uma espécie endémica para as ilhas de São Tomé ePríncipe.A ordem dos Quelônios, é tambem representada por: “bencú” de pântanos (Pelusiocastaneus) e “bencú” da floresta (Pelusio gabonensis). Os “bencús” são espécies cadavez mais raras nos nossos ecossistemas; é real a tendência para diminuição dosefectivos. Há falta de informação sobre o número da população, o estatuto e adistribuição de ambas as espécies, pelo que se torna necessária a realização de estudospara o conhecimento da taxonomia, biologia reprodutiva e ecologia das duas espécies(ENPAB-Ecossistemas de Águas Interiores, 2002).

2.8.5 Peixes de água doce

Nas águas doces e pouco salobras predominam pequenos peixes, podendo encontrar-se,dentre outros, o Eleotris vittata (charoco) e Pomadasys jubelini, Plynemidae.

2.8.6 Moluscos terrestres e de água doceÉ de se destacar também a presença de moluscos, tais como Neritina afra (Caramuso),Neritina manoeli, Bulinus forskalii, assim como Schistosoma intercalum, responsável pelabilharziose, detectada recentemente em São Tomé e Príncipe (Brown, 1991, 1994).

2.8.7 InsectosEm relação à fauna entomológica, no arquipélago existem cerca de 89 espécies deBorboletas; São Tomé com 47 espécies e Príncipe, 42 espécies, fazendo uma taxa deendemismo de 38% e 21% erespectivamente.Também alguns insectos endémicos, tais como a Lepidoptera, Graphium leonidasthomasius e oelides bocagii, borboletas endémicas que se encontram ameaçadas(ENPAB-Ecossistemas Florestais, 2002). Outras espécies de borboleta (não ameaçadas)existentes são Charaches, Dixeia piscicollis, Neptis eltringhami. Como atrás ficoureferido, estas espécies estão permanentemente sob risco, devido a incêndiosprovocados tanto pela prática de queimadas para a preparação de terras para cultivocomo por fogos espontâneos na época seca.Para além destas espécies, as “centopeias”são representadas por Globanus integer(Milipeias de S. Tomé) e Blobunus marginescaber (Milipeias de S. Tomé) que sãoprotegidas.Os dados do último relatório sobre a biodiversidade não fazem menção aos Lepidópteros eColeópteros. As abelhas do género Apis são melíferas e jogam um papel muito importante naimpolinação, fecundação das plantas com flôr, desta forma contribuem para a conservação dasáreas florestais. A relação coevolutiva insecto-planta pode ser aproveitada na apicultura. Asintervenções neste domínio passam pela conservação da entomofauna. Esta pressupõe controlo,inventário e a densidade das espécies.O resultado final deste processo é o de conservar oambiente.

No sector agrícolo, os insectos constitem diversas pragas para diversas culturas, tais como:

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Moscas , Pulgões, Ácaros de ferrugem, Percevejo que provocam danos aos tomateiros(Licopersicum sppl.);

Colchonilha (Coccus viridis) e a Minadora das folhas (Phyllocristis citrela) que afectam osCitrinos (Citrus sppl.);

Crotcha, o Gorgulho e a Rosca (Lagartas de Noctuidae) ameaçam a produção rentáveldo milho;

Afídios que provocam o Mosaico da Bananeira (Musa sppl.);

Selenotrips rubrocinthus que provocou a baixa de produção dos Cacueiros(Theobroma cacao);

Moscas dos frutos denominadas por Ceratitis coffeae e o Pulgão do Cafezeiro chamadoAntestiopis lenea ticollis;

Traça, Lagarta -de – Pescoço – Vermelho que afecta o Amendoim, gingumba(Arachis hypoggea);

Ácaros, Cochonilha e Mosca Branca que provocam problemas aos produtores daMandioca (Janipha esculenta). Esta cultura é também influenciada pela Moléstia-da-folha, Mosaico-africano-da-mandioca transmitida pela Bemisia tabaci (Mosca branca).

2.9 Biodiversidade costeira, marinha e oceânicaO País dispõe de uma zona costeira de cerca de 260 Kms de extensão e uma ampla zonaeconómica exclusiva. A zona costeira e o meio marinho constituem um recursointegrado e uma componente essencial do ambiente que oferece valiosas possibilidadespara a obtenção de um desenvolvimento sustentável em S. Tomé e Príncipe. Apesar dainter-relação entre as duas componentes do ecossistema, a análise separada das mesmaspermitiu uma melhor compreensão da situação e dos seus estados actuais.Os impactos nefastos sobre a biodiversidade costeira e marinha devem-se à: presença deresíduos sólidos e líquidos de origem química; o aumento da temperatura das águas; aerosão costeira e da foz dos rios causado pelo aumento da concentração da população.Vários exemplos destes impactos podem ser dados: nas águas da zona económicaexclusiva (águas territoriais) de S. Tomé e Príncipe estão sendo utilizados redes commalhas de dimensões reduzidas (ilegais), provocando autênticos desastres ecológicos.Estas redes capturam espécies na fase de crescimento como por exemplo as bicascientificamente chamado de Pomadasys rogeri, da família Haemulidae, baptizadas pelapopulação santomense como “desastre”. Este alevinos mede apenas de 2 a 5 cm decomprimento, enquanto que o peixe adulto atinge 20 a 25 cm e pesa entre 400 a 800 genquanto que os alevins não pesam sequer 30 gramas.Relativamente à pesca costeira existem 5 zonas, como ilustra o Tabela abaixo assinaldo.Nas referidas zonas a concentração de peixe é particularmente importante:

Ao norte de Neves - uma zona de grande e pequeno pelágico;

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Na região de Micoló e em Ribeira Afonso - uma zona de pequeno pelágicocosteiro;

Ao sul de S.Tomé entre Porto Alegre e Ribeira Afonso - uma zona de pescademersal e pelágico costeiro;

À volta da Ilha de Príncipe - uma zona de pesca demersal, de pesca de grandepelágico, bem como uma região com grande potencial de pequenos pelágicos(sardinhas) não explorado;

Para além das 25 milhas náuticas – a zona onde passa os grandes pelágicos.

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Fig 3: O Mapa das principais zonas costeiras de S. Tomé onde se pratica apesca1

1 Cf. Étude réalisée par l’ORSTOM/SGTE, actuellement dénommé IRD (Avril à Octobre 1982), et les campagnes effectuées parles bateaux océanographiques soviétiques (Mars 1983 et Février à Mars 1986)

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Fig 4: O Mapa das principais zonas costeiras de Príncipe onde se pratica apesca1

1 Cf. Étude réalisée par l’ORSTOM/SGTE, actuellement dénommé IRD (Avril à Octobre 1982), et les campagnes effectuéespar les bateaux océanographiques soviétiques (Mars 1983 et Février à Mars 1986)

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2.9.1 Biodiversidade litoral costeira - situação da floraA flora costeira é pouco diversificada quanto à frequência das espécies podendo poisestar constituida principalmente por aquelas típicas dos ambientes que constituem osseus habiats de preferência: umas que vivem estreitamente nos cordões litorais arenosostais como Ipomoea pes capre, Canavalia rosea; outras nas zonas de transição, entre oscordões arenosos e a terra firme, tais carroceiros, coqueiros, outras espécois típicas dosmangais. Nas zonas da savana, a flora costeira muda consideravelmente podendomesmo ser caracterizada de pouco heterogénea se a compararmos com a flora dasregiões de altitude pouco alteradas pela actividade antrogénica como as regiões de S.Miguel no Sul de S. Tomé e Barriga Branca no sul do Príncipe.1

No litoral costeiro transformado em praias, a vegetação dinâmica é caracterizada pelopredomínio de plantas pioneiras designadamente, Ipomoea pes capre e a Canavaliarosea. Estas plantas formam um verdadeiro tapete denso que favorece a instalação dealguns arbustos tais como, Dalbergia ecastaphyllum, Conocarpus erectus, Baphianitida e Hibiscus tiliaceus. Estas espécies pioneiras fixando-se sobre a areia activam aformação de cordões litorais que serão mais tarde colonizadas pelas formações arbórease arborescentes. Nestas formações a família Arecaceae, o Cocus nucifera (coqueiro),espécie introduzida e a Combretaceae, a Terminalia catappa (caroceiro doce) dominam.

Neste contexto, nas regiões costeiras o impacto humano se fez sentir desde acolonização das ilhas até hoje. As principais plantas introduzidas nas ilhas tiveram aposssibilidade de ocupar uma vasta gama de habitats favaráveis provavelmentecompetindo com as nativas e sucessivamente a com as plantações de cana-se açucar e deoutros ciclos de produção agrícola empobreceram o endemismo florístico das ilhas. Istoprovavelmente justifica o escasso número de espécies endémicas nas regiões costeiras (cordões litorais arenosos e a savana).

Hoje em dia, a pressão humana sobre os recursos florísticos desse Ecossistema traduz-sepor um lado, no abate de coqueiros e outras árvores para extracção de materiais deconstrução e lenha combustível e o carvão e por outro, na urbanização acelerada para aexploração da indústria hoteleira e de outros projectos de desenvolvimento económicodo País.Relativamente as Ilhas Tinhosas, Ilhéu Boné de Jóquei, e outros adjacentes aoArquipélago,

2.9.2 Biodiversidade Costeira - situação da faunaEm S. Tomé e Príncipe, o ecossistema costeiro, se compõe fundamentalmente porpraias, costas rochosas, estuários e litorais alagados, onde predominam diversas formasde vida que constituem a riqueza dessa biodiversidade. Para este ecossistema, nãoexistem pesquisas com particular destaque para a fauna. Assim os dados aprofundados eactualizados relativamente a determinadas espécies são práticamente insuficientes.

1 Cf. Mediante visitas in locu

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A fauna costeira é constituída fundamentalmente pelas aves marinhas que povoamprincipalmente os pequenos ilhéus e zonas costeiras desabitadas. As principais espéciesestão apresentadas no diagrama a seguir onde é notória também a presença de algumasespécies ameaçadas de extinção, como as tartaruga marinhas e répteis que utilizam aregião costeira para desova, o morcego endémico que habita o local (Tartaridestomensis) presentes na região das savana da Praia das Conchas e da Lagoa Azul, nolitoral ao Norte de S. Tomé e Príncipe. Ainda neste ecossistema importa realçar quealgumas espécies de insectos endémicos, tais como a Lepidoptera, Graphium leonidasthomasius e oelides bocagii, borboletas endémicas, encontram-se ameaçadas (ENPAB-Ecossistemas Florestais, 2002). Outras espécies de borboletas existentes consideradasde não ameaçadas são Charaches, Dixeia piscicollis, Neptis eltringhami.

2.9.3 Bi Litorais costeirosNas zonas de transição entre o mar e a terra, isto é, nas regiões costeiras das Ilhas éfrequente a presença de 5 espécies de tartarugas marinhas, que utilizam a zona costeirapara a desova. São elas: a Lepidochelys olivacea (Tatô), Chelonias mydas (Ambó oumão branca), Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de cuaco) e Dermochelyscoriacea (Ambulância), carreta-carreta (Cabeça Grande ou Tartaruga Vermelha)(ECOFAC). Este processo reprodutivo ocorre entre os meses de Outubro e Fevereiro,com maior frequência durante os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro.Em S.Tomé e Príncipe, a carne e os ovos das tartarugas marinhas são muito apreciadosna culinária tradicional santomense, como importante fonte de proteína de origemanimal, factor que explica a captura desses animais por parte da população.

Quanto ao estatuto da ameaça que pesa sobre essas espécies, pode considerar-se que ascinco se encontram em perigo (E), (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002)

Para além das tartarugas que aproveitam o litoral para a desova, as aves migradorasmarcam a sua presença; o Pheton lepturus (Coconzuco) e a Sula leucogaster (Pato-marinho) são observados nos Ilhéus Tinhosas e Sete Pedras.Em relação aos répteis, a costa norte da ilha de S. Tomé acolhe algumas espéciesendémicas que encontram ali o seu habitat.Para além disso, podemos encontrar na área de savana da Praia das Conchas e da LagoaAzul, uma espécie de morcego endémico que habita o local denominado Tartaridestomensis (Morcego de S.Tomé). Este mamífero alado pertencente à ordem dosQuirópteros.

Esquema 5: Principais espécies que compõem a Fauna costeira de S. Tomé e Príncipe

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A pressão humana sobre os recursos desse Ecossistema traduz-se no consumofrequente de carne e os ovos das tartarugas marinhas que são bastante apreciados naculinária tradicional santomense, e importante fonte de proteína de origem animal, poroutro lado, traduz-se também na extração de areia e queima de carvão e por fim osincêndios provocados tanto pela prática de queimadas para a preparação de terras paracultivo como por fogos espontâneos na época seca.O Projecto STP ACP 019, da ECOFAC, realizou importantes acções de protecção,conservação e sensibilização sobre as tartarugas marinhas e teve, no entanto, o seutérmino em 1999. Os pescadores artesanais que pareciam ter ganhado a consciênciaquanto à necessidade de protecção das mesmas, actualmente continuam a capturar essasespécies, que beneficiam do estatuto de ameaça segundo os dados provenientes doENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002 que considera estar em perigo ascinco espécies de tartarugas.

2.10 Biodiversidade marinha e oceanica– situação da flora

A flora marinha caracteriza-se pela presença de espécies micro-algas que entram aformar o fitoplancton cuja biologia não é muito conhecida. Esta flora constitui a reservaalimentar para a diversidade de vertebrados e invertebrados marinhos.Dentre as macro-algas, destacam-se as cianoficeas ou algas azuis, filamentosas queencontram-se nos habitats rochosos do litoral . A sua presença é importante contra aerosão. Destaca-se também a Dunaliella salin que é a alga verde mais frequente no País.Para lem dela, destacam-se os seguintes géneros: Chloroherpeton, Thalassium eChlorobium.

As algas pardas ou castanhas estão representadas nas águas do País. A espécie Fucusplatycarpus, é indicadora de boa qualidade da água, aparece encalhada nas praiasdurante a maré baixa.

Biodiversidade Costeira – Principais espéciesque compõem a fauna

Phaeton lepturus (Coconzucu), Sula leucogaster, Sula dactylatra, Anousstólidus, Anous minutos, Sterna fuscata, Sterna anaethetus, Oceanodroma

castro (patos marinhos), Lepidochelys olivacea (Tatô), Chelonias mydas(Ambó ou mão branca) Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga decuaco), Dermochelys coriacea (Ambulância), carreta-carreta (cabeçagrande ou tartaruga vermelha), Insectos endémicos como Lepidoptera,

Graphium leonidas thomasius, oelides bocagii,

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As algas têm um valor económico muito elevado. Basta pensar nas substâncias dereserva acumuladas nestes seres marinhos nomeadamente polissacarídeos, gorduras,óleos e alcoóis) que têm larga aplicação industrial.

2.11 Bioversidade marinha eoceânica– situação da faunaCom uma área marítima relativamente pequena, de aproximadamente 128.000 km2 euma plataforma de 1500 km2, o mar santomense é rico em espécies e os recursospiscatórios constituídos por peixes, crustáceos, moluscos, répteis, cetáceos e corais.sendo também notória a presença de equinodermes, celenterados, anelídeos, esponjas.

2.11.1 Ictiofauna marinha

Dos estudos de identificação dos peixes marinhos comerciais realizados pelo Projectode Avaliação dos Recursos Haliêuticos entre os anos 1993 à 1996, permitiu registaraproximadamente 105 espécies (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002).

Fazem parte da ictiofauna santomense, os Grandes Vertebrados Pelágicos, os Pequenosvertebrados Pelágicos e os Demersais ou peixes de Fundo.

Em S.Tomé e Príncipe, no âmbito do projecto de avaliação dos recursos haliêuticosrealizados entre os anos 1993 á 1996 foram identificadas as 88 espécies comerciais,distribuidas em 49 famílias, habitualmente pescadas artesanalmente. Como ilustra atabela abaixo assinalada, as famílias Carangidae, Serranidae, Sparidae, Scmobridae com11, 9, 8, e 7 espécies respectivamente são as mais pescadas.Os estudos mais recentes realizados entre 31 de Janeiro á 18 de Fevereiro de 2006 peloscientistas brasileiros com objectivo de avaliar a biomassa dos recursos marinhos atravésde senso visual, permitiu identificar 183 espécies de peixes distribuidos em 67 famílias(Afonso e outros 1999), dos quais 156 são do tipo comercial. Apesar dos resultadosrelativos a este estudo ainda não terem sidos divulgados, a sua importância deriva dofacto de permitir comparar a populações de peixes recifais e as do fundo do mar de SãoTomé. Dentre as espécies identificadas para além de peixes, existem Corais eCrustáceos, cujas amostras encontram-se na Direcção de Pescas.

Pelágicos oceânicos

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Os grandes vertebrados pelágicos são constituídos, entre outros, por Istioforidae (PeixeAndala), Xipiidae (Peixe Fumo), Scombridae (Olêdê, Judeu e Olho Grosso) assim comoos grandes tunídeos, que são espécies migratórias.

Pelágicos costeiros

Quanto aos pequenos vertebrados pelágicos, destacam-se as Clupeidae (Sardinhas),Scombridae (pequenos tunídeos. Fulufulu, Cavala, Peixe-serra), Carangidae (Bonito,Olho-grosso, Sêlê, Corcovado, Carapau, Osso-mole), Mugilidae (Tainhas), Gobiidae(peixinho), Exocetidae (Voador) e Moreidae (Maxipombo).

Demersais de fundos rochosos

Os demersais ou peixes de fundo são formados por Serranidade (Cherne, Badejo,Bacalhau e Peixe-sabão), Holocentridae (Caqui), Scianidae (corvina), Litjanidae(Vermelho-fundo, Vermelho-terra e Pargo), Sparidae (Vermelho-sangue, Vermelho-sol,Malagueta) e Moreidae (Moreia) e alguns Tubarões.

Demersais de grande profundidade

Englobam neste grupo, tubarões e raias.Existem três tipos peixes cartilagíneos (Tubarões) nas águas territoriais de S. Tomé ePríncipe, a saber: os demersais, os pelágicos e os semi-pelágicos. Os mais vulgarmentecapturados em S.Tomé e Príncipe são das famílias Charcharinidae, Hemigaleidae eSphyrnidae.No quadro dos acordos de pesca existentes entre o País e os seus parceiros dedesenvolvimento, os tubarões fazem parte das espécies capturadas pela frota pesqueirados referidos Países. Devido a limitações financeiras, o País não tem feito controlesobre o nível das capturas, o que impede a avaliação do grau de ameaça que pesa sobreessas espécies.

Demersais bênticosOs linguados e as raias são os representantes deste grupo. De facto, são espécies cujomodo de vida baseia-se na permanência em sedimentos ricos em alimentos.

2.11.2 Répteis marinhos

Os répteis marinhos constituem uma classe de vertebrados representados por cincoespécies que são:

Lepidochelys olivacea (Tatô): entre todas as 5 espécies de tartarugas, esta é a espéciemais pequena. O tamanho do animal adulto varia entre 60 cm e 80 cm.Em Sao Tomé é designada pelos pescadores como « tartaruga preguiçosa » porque sedeixa apanhar facilmente quando vem desovar a praia. Por este motivo, a protecção daTatô constitue uma perioridade no ambito da conservaçao dos recursos naturais doarquipélago.

Chelonias mydas (Ambó ou mão branca)

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Esta espécie é ainda designada como « Tartaruga verde » , porque se alimentaesencialmente de algas (ervas marinhas) que dão esta cor a sua gordura.Os pescadores chamam-na de « Mão Branca » por apresentar a cor branca no ventre ena parte inferior das barbatanas.Em São Tome foram vistos animais desta espécie no norte desta ilha e também a voltado Ilhéu das Cabras e mediam entre 40 e 115 cm de comprimento.Porque são animaismuito rápidos têm mais facilidade de escapar aos caçadores. Na Ilha do Príncipe e maisconcretamente na Praia Grande é práticamente a única espécie de tartaruga que se podeobservar.

Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de cuaco)Entre as 5 espécies, esta é a mais frequente no sul do País (Ilhéu das Rolas) e existe tambémna ilha do Príncipe.Quando a artesanato feito de carapaça de tartaruga era procurado pelosturistas, esta era a espécie que era caçada pelos pescadores para este efeito.

Vivem nos fundos rochosos, mas os animais jovens encontram-se perto da costa e sãofacilmente capturados.Ao contrário das outras espécies que têm dificuldades em passar pelas rochas, as fêmeasSada atravessam verdadeiros « cordões rochosos » para desovar e preferem locais.

Dermochelys coriacea (Ambulância), Carreta-carreta (Cabeça Grande ouTartaruga Vermelha).Esta última espécie, quer em Sao Tomé como na ilha do Príncipe é muito rara . EmNovembro de 1996 foi observada pela primeira vez no mercado da cidade e desde 1998apenas mais outros 9 animais (6 fêmeas e 3 machos) foram marcados (ECOFAC).

2.11.3. Mamíferos marinhos

Os Cetáceos, particularmente assinalados no extremo sul de S. Tomé, são dos gruposdas famílias Mysticetes e Odontocetes.Os Mysticetes são filtradores (Micrófagos), alimentando-se de plâncton, particularmentede krill compreende as seguintes espécies: a Baleia azul (Balaenoptera musculus),Balaenoptera. borealis, Balaenoptera acurostrata, Balaenoptera plysalus, (Baleia debossa ou corcunda) (Balaenoptera nodosa), Balaenoptera edeni (só tropical), (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002).Os Odontocetes são cetáceos com dentes, macrófagos, alimentando-se de peixes na suagrande maioria. Um dos exemplares mais comuns nas águas do País é o Delfim(Delphinus delphis).

2.11.4 Invertebrados marinhos

Para além de peixes já citados, a fauna marinha santomense caracteriza-se peladiversidade de invertebrados que constituem os diversos níveis tróficos à diversasprofundidades.

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Corais

Falar de Invertebrados marinhos no arquipélago significa falar por exemplo dos corais.Na realidade entre a zona da Praia das Conchas até a Lagoa Azul representa a área decorais mais importante para a Ilha de S.Tomé. Uma classificação sistemática feita, da-nos a saber que se tratam de duas espécies endémicas, únicas no Atlântico Ocidental.São elas, Siderastrea siderea, Porites bernardi; ambas espécies pertencem à classeAnthozoa (Fonte: Plano Nacional Desenvolvimento Durável - PNAAD)

Na ilha do Príncipe, existem populações de corais pertencentes à espécie Montastreacavernosa guineensis, talvez a mesma encontrada em S.Tomé.Também existem colónias ramificadas e laminares de Echinogorgia sp. que habitam ossubstratos rochosos.

Crustáceos

Segundo os dados tirados o relatório (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros,2002) os crustáceos predominam tanto nos ecossistemas marinhos como costeiros deS.Tomé e Príncipe. Distinguem os camarões, as lagostas, os lagostins, os caranguejos eas cigarras.

Em relação aos Camarões (decópodes nadadores) destacam-se: o Penaeus sp, oMetapenaeus sp e o Parapenaeus sp; as Lagostas (Decápodes marchadores) apresentamvárias espécies: Panulirus spp, Callinectes spp, Calappa spp.A Paramola cuvieri-aranha) e Geryon maritae”santola” são os caranguejos maisfrequentes. Os Lagostins e as Cigarras são raros, sendo representados pela espécieNephrops spp e Scyllarides herklotail respectivamente.E de notar que nos ecossistemas de águas interiores, explora-se os camarões de águadoce, em particular a espécie indígena de São Tomé e Príncipe, o camarão branco(Macrobrachium zariquiery).

Além dessas espécies identificadas em 2006 no âmbito das pesquisas dos brasileiros foipossível identificar algumas espécies das nossas águas faltando realizar parte genética.Essas espécies identificadas cuja amostras encontram-se na Direcção Geral das Pescassão: Alpheus blanchei, Alpheus alfeles, Alpheus aff crockery, Alpheus aff crstulifrons,Alpheus dentipes, Alpheus rugimanus, Alpheus fagei, Alpheus couvieri, AlpheusSynalpheus pescadas nas águas da parte norte e sul da ilha.

Moluscos marinhos

Em relação aos moluscos S. Tomé conta com 39 espécies de moluscos e a ilha dePríncipe, com 32 espécies representando respectivamente uma taxa de endemismo de77% e 78%. Como mostra a tabela 19 em anexo sobre os moluscos existentes no País, a diversidadeespecífica e taxonómica aparece ser significativa na classe dos Pelecípodes eCefalópodes e Gasteropoda. Nesta última classe, apresenta 28 espécies que entram nalista vermelha de animais protegidos de São Tomé e Príncipe.Os moluscos representam no plano económico uma riqueza importante no domínio daprodução alimentar. Assim, 4 classes de moluscos são explorados no País, a saber:Gasterópodes, Cefalópodes, Bivalves e Pelecípodes (Lamelibrânquios).

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Gasterópodes

De entre os Gastrópodes salienta-se o Búzio da ordem Buccinides e género Buccinum.Dos Pelecípodes (Lamelibrânquios) ou Bivalves, os exemplares presentes em S.Tomé ePríncipe são as ameijoas da ordem Veneridés e género Vénus a Ostra da ordemOstreides e géneros Ostrea e Crassostrea e o Canivete, da ordem Mytilidés e géneroLithodomus.

Os géneros acima mencionados compreendem moluscos macrófagos de algas oupredadores de diversos organismos; e possuem belíssimas conchas muito procuradaspelos coleccionadores.

CefalópodesFazem entretanto parte dos Cefalópodes o Octupus sp (polvo), o Sepia sp (choco), e aordem dos Decápodes o Ommastrephes (lula e calamares)Outros géneros endémicos de moluscos marinhos, tais como, Paradoxa, Scaevatula eTropidorissola, podem também ser encontrados nas águas marinhas de S.Tomé ePríncipe; e pssuem vida pelágica.

Equinodermes

2.12 Ecossistemas oceânicosOs ecossistemas oceânicos podem ser assim distribuidos, de acordo com a profundidadedas águas e pela riqueza em espécies em: demersais, recifais e bênticos.

2.13 Ecossistemas bênticosRelativamente aos ecossistemas bênticos, ressaltam as redes alimentares que começamcom as microalgas que constituem a flora marinha microplanctónica, acompanhada poruma série de invertebrados tais como, Hidrozoários, Espongiários, Poliquetas eNematodes. Nesta panoquia de diversidade aparecem os crustáceos (caranguejos),moluscos (polvos, lulas), peixes, répteis e mamíferos.

2.14 Biodiversidade das Águas InterioresEm São Tomé e Príncipe, os ecossistemas das Águas Interiores e os ecossistemasflorestais estão intimamente interligados e interagem de maneira muito intensa não sódo ponto de vista da flora e da fauna mas também do ponto vista das actividadeshumanas e económica.Nesta ordem de ideias, ao longo dos 50 cursos de água queconstituem a rede hidragrafica das ilhas, que nascem no interior do País e correm emdirecção ao mar atravessam as florestas densas mais ou menos conservadas. Sãos osseguintes cursos de água: Io grande, Caué, Mussacavu, Quijá, Xuf-Xuf e Lembá,Abade, Manuel Jorge, Rio do Ouro e Contador. No Principe destaca-se o Rio Papagaio.São classificados em três grandes grupos, segundo as suas condições de vida que aquí seencontram:

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Grupo dos Lóticos, formados pelas águas correntes, tais como os rios, ribeiras,nascentes e outros; o Grupo das Águas Salobras, que se formam na foz dos rios, isto é,na intersecção entre a água doce e a água do mar; o Grupo dos Lênticos, que seformam no interior das águas paradas, tais como os pântanos, charcos e lodos.

A flora existente em diversas profundidades é pouco conhecida. No entanto, sendo riosde regime periódico, quando o nível das águas diminui, o leito abandonado pelos rios,constitui zonas para a germinação de muitas sementes de espécies arbóreas e arbustivasprovenientes dos formações arbóreas e arbustivas das regiões circundantes. A águadesta forma constitui um dos veículos para a disperção das diásporas.Nas análises efectuadas relativamente à fauna dos Ecossistemas das Águas Interiores,compreendeu cinco grandes grupos de animais, nomeadamente peixes, moluscos,Insectos, Crustáceos e Planárias .

Em relação à fauna ictiológica salienta-se: cinco espécies distribuidas em diversosgradientes de salinidade que vão da água doce à salobra dos estuários e pântanos. Noscursos superior e médio dos vários rios e cursos de água existem peixes de pequenostamanhos, tais como Eleotris vittata (Charoco), Sicydium bustamantei, Pomadasysjubellini e Aplocheilichtlys spilauchena. Destaca-se igualmente a presença de peixesque pertencem à ordem dos Protóperos, tais como os Dipnóicos (Cucumbas), quepossuem simultâneamente guerlas e pulmões que lhes permitem respirar dentro e forada água. Este carácter morfológico fazem dos mesmos, peixes fósseis, riqueza biológicadeste ecossistema.

Os moluscos pertencentes à espécie Clypeolum afra, Neritina manoeli, Bulinusforskalii, Sinilia senelis, Pugilina morio, constituem os invertebrados que caracterizameste ecossistema.

Nos Ecossistemas das Águas Interiores, a populam as seguintes classes de animaisinvertebrados: os Crustáceos, podendo-se encontrar espécies tais como: Cardisoma amatum(caranguejo), da família dos Gecarcinidae, que constroem os seus habitats escavandoburacos à volta dos pântanos.Foram identificados dois géneros que são Macrobrachium eAtya e compreendem quatro espécies: Macrobrachium zariquieyi, Macrobrachiumraridens, Atya intermedia e Atya scabra. As duas espécies de Macrobrachium representamos camarões brancos, muito apreciados e procurados no País. Nestes eccossistemas ariqueza biológica é provada pela presença de Sicydium bustamantei (camarão de água doce)e de outras espécies como camarão de fundo, mangolô, etc..

No curso inferior dos cursos de água, quando o caudal é baixo, a fauna é constituídapelas planarias, Platelmintas turbelários, invertebrados aquáticos de pequenasdimensões (1 a 2 cm) que se deslocam por meio de cílios. Foram observadas em SãoTomé, no rio Iô Grande, e no Príncipe, no rio Papagaio. Podem ser ainda encontradascom facilidade nos pequenos riachos. Para além destes microorganismos, existemrepresentantes das diversas famílias nomeadamente, Gyrinidae, Scirtidae, Chronomidae,Simuliidae, Dixidae e Psychodidae.Em relação à fauna ornitológica (Ver Tab. 9 em anexo), as espécies e sub-espécies maisrepresentativas são: Alcedo cristata thomensis (Conóbia), Phalacrocorax africanus(Pata de água), Butorides striatus (Chuchu ou Garça-de-cabeça-negra), Gallinulachloropus (Galinha-de-água), Bostrychia olivacea rothschildi e Bostrychia bocagei(Galinhola ou Íbis-de-São Tomé) (Threskiornithidae), Gallinula angulata (Galinha-

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d’água-pequena, Rabilha-pequena), Gallinula chloropus (Galinha-d’água-africana,Rabilha africana), Ardea cinerea (Garça-purpúrea, Garça-vermelha ), Ardeola ralloides(Garça-caranguejeira, Papa-ratos), Ceryle rudis (Pica-peixe-malhado), Alcedo cristatathomensis (Conóbia, Pica-peixe), Alcedo leucogaster nais (Conóbia, Pica-peixe).São espécies que habitam nas orlas periféricas dos rios que atravessam diversasformações florestais. Apresentam uma ampla valência ecológica o que lhes permiteocupar tambem outros ecossistemas. Por isso o regime alimentar destes pássarosdipende de pequenos peixes, insectos, moluscos que constituem a cadeia alimentar desteecossistema.Como mosta a tabela 11, o inventário feito, a fauna ornitológica das Aguas Interiores émuito diversificada; é caracterizada por 23 famílias de pássaros.

2.15 Biodiversidade Agro-pastoralA Biodiversidade agro-pastoral consiste numa multipicidade de plantas introduzidas deespécies, raças de animais e, utilizados na agricultura e pecuária.Neste contexto, a riqueza florística das pastagens é dada pela presença de seguintesfamílias de plantas, as fabáceas, mimosáceas e as caesalpináceas. As primeiras são asmelhores espécies forageiras tropicais e revestem de importância capital para aagricultura pela produção de sementes alimentares (Phaseolus vulgaris, Vicia fava) jámencionadas como plantas alimentares e também para a produção animal.

A Agricultura como já foi referida, baseia-se na plantação de cacueiros e de cafeeiroscujos produtos constituem a base de exportação do País. Esta agricultura criou asconhecidas florestas de sombra dominadas pela omnipresença das Eritrinas e serespeitavam os factores que intervêm na ocupação do solo dessas antigas “Roças”. Essaagricultura denominada agricultura de monoculturas. Paralelamente, existe umaagricultura de produtos de subsistência cuja produção hortícola, esta virada para oconsumo interno.

Os agricultores lutam como podem contra as ervas daninhas (Axonopus spp. Paspalumspp. Solanum spp., Ageratum spp. Cynodon dactylon) através de meios que passam pelapreparação cuidada dos solos (canteiros) para as sementes, selecção de espécies eutlização de insumos. Quando ne sentem ultrapassados com as operações manuais,fazem a luta de química usando pesticidas, herbicidas e outros produtos de uma formadescontrolada.O uso de terras agrícolos nem sempre respeitam modalidades que contribuem à suaconservação embora muitos utilizem a rotação dos solos.

A criação de animais é uma actividade rural, feita de uma forma tradicional de galinhas,galos, de caprinos, bovinos e suínos geralmente pertencentes à raça local. Geralmentenão é puramente uma criação visto que muitas vezes por motivos de falta de meios paraalimentar os animais, os mesmos são deixados à solta o que provoca danos à cultura desubsistência das populações vizinhas. Os cães e gatos constituem animais de companhiaque muitas vezes não ameaçam as culturas de subsistência mas encontram-se nos bordosdos caminhos, dos bairros e dos centros habitacionais. Isto poderá dar uma imagemmuito má aos centros habitacionais, porque estes podem ser vectores de doenças epragas. Mas em algumas roças ainda prevale a criação do gado bovino, caprino e ovino.A criação desses animais contribuiu para a introdução muitas espécies forageiras paraassegurarem pastagem contínua dos animais. Assim, nas zonas de pastagem, são

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comuns as seguintes espécies: Aeschynomene indica, Desmodium uncinatum, D.intortum, Centrosema pubescens, Pueraria phaseoloides. Leucaena leucocephala,Mimosa farnesiana são leguminosas da vegetação expontânea com maiores índices depalatibilidade em consociações com outras espécies.Nas regiões de maior pluviosidade, abundam Commelina spp. (Bódó-bódó), Setariamegaphylla (Uagá –uagá) como espécies forageiras. Os pequenos criadores usam até aschamadas forageiras secundárias constituídas pelas folhas de bananeiras, fruteira,jaqueira e eritrinas na alimentação animal.Em termos gerais, como mostram os parágrafos sucessivos, várias são espécies e raçasde animais fazem a história do sector agro-pecuário no País.

2.15.1. As principais espécies e raças animais do sector agro-pecuário

As raças da espécie bovina importadas são: Alentejana e Mirandeza provenientes dePortugal continental durante o período colonial ou de Angola, Cabo-Verde eMoçambique (Alfeirão, 1973) Salamsalanquina, Charolesa, Jersey, Shorthorn, Schwiitz,Hereford e Africander (Videira 1954), Frísien, proveniente da Holanda no âmbito do“projecto Bovino de Nova Olinda” em 1979 e N’Dama proveniente do Gabão.

A raça equina é rara provavelmente introduzida em 1877 (Ribeiros 1877) e emcontrapartida as raças da espécie caprina importadas são: raça local de tipo da Guiné e araças Anglo-nubian, Saanen, Toggenbourgh (Colson et al.1994), foram importadas nadécada de 80 da Inglaterra e introduzidas no centro de Fernão Dias.

Quanto ao gado bovino, foram importadas as raças Sulfolk e Djalonké provenientes daInglaterra e da Guiné respectivamente. As principais raças da espécie suina resultam desucessivos cruzamentos naturais com as raças importadas com o fim de aumentar aprodução pecúaria e o número de efectivos.

A principal raça da espécie avícola é a Galinha de fôrro, endémica e rústica.Para além desta espécie, o sector da avicultura, esta virado para a produção de carne defrango e de ovos com espécies importadas.

2.15.2. Espécies e variedades vegetais existentesno sector agro-florestal

As diferentes espécies vegetais existentes em S.Tomé e Príncipe, sejam espéciescultivadas ou espontâneas, mostram o papel do sector Agro-florestal e em particular oda Agricultura tradicional de subsistência e comercial na economia nacional. Estasespécies podem ser agrupadas, de acordo com o uso, do seguinte modo: espéciesindustriais, espécies alimentares, espécies aromáticas, espécies medicinais e espéciesornamentais (Ver Tabs. 3, 4, 5 e 8 em anexo) .No grupo das plantas cultivadas ou sub-expontâneas com potencialidade extrativaencontram-se:

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Cerca de uma dezena de espécies industriais mais importantes, nomeadamente oTheobroma cacau (Cacaueiro), o Cocus nucífera (coqueiro), a Elaeis guineensis(palmeira de azeite), o Coffea spp. (Cafezeiro), Cinnamomum zeylanicum (Canela-doce), Cinnamomum burmanii (Canela), Vanilla spp.(Baunilha), a Cananga odorata(Ilang-ilang) e a Pipper negrum (Pimenteira).

Trinta são as espécies alimentares (Ver a Tab. 4 em anexo) em função da parte daplanta que é consumida como alimento podem ser divididas em:

Hortícolas : Licopersicum esculentum (tomateiro), Lactuca sativa (Alface), Vignasesquipedalis (Feijoeiro ), Brassica sp. (Repolho), Allium cepa (cebola), Allium sativum(alho), Brassica rapa (Nabo), Brassica sativus (Rabanete), Brassica oleracea (Couve),Capsicum frutescens (Malagueteira), Hibiscus acetocella, (Folha mússua), Abelmoschusesculenta (Quibo), Solnum melongena (Maquêquê).

Nas ilhas de São Tomé e Príncipe, estas culturas hortícolas dependem ainda dasimportações das sementes, insumos e de outros produtos indespensáveis à suacultivação

Frutícolas - Carica papaia (mamoeiro), Ananas comosus (ananás), Mangifera indica(Mangueira), Persea americana (Abacateiro), Psidium guajava (Goiabeira), Artocarpusheterophyllus (Jaqueira), Dacryoide edulis (Safuzeiro), Spondias cytherea(Cajamangueira).Estas são na sua grande maioria espécies introduzidas que se naturalizaramperfeitamente nas ilhas, hoje constituem as espécies expontaneas mais frequentessobretudo nas regiões de baixa altitudeRecorda-se no entanto, os projectos levados a cabo por técnicos taiwanenesintroduziram outras espécies ou variedades de plantas frutíferas a salientar goiabeiras,caramboleiras, limoeiros provalvemente mais produtivas.

Tubérculos: Xantosoma sagitifolium (Matabala), Ipomea batata (Batata doce), Solanumtuberosum (Batata inglesa), Manihot esculentum (mandioca).

A matabala é a planta alimentar predominante que prolifera, como invansora tanto sob aforma espontânea como cultivada, em todas regiões do País, formando consociaçõescom plantações do cacau e do café.Relativamente a batata inglesa, cultiva-se nos arredores de Bom Sucesso local. A batatadoce e a mandioca abundam essencialmente nas regiões savânicas.

Cereais: Zea mays (Milho) e Oryza sativa (arroz).

Em S.Tomé e Príncipe, o milho e o arroz são cereais cultivados. O milho desenvolve-se essencialmente nas Zonas Savanicas – região Norte – incluindo os campos deCanavial, Fernão Dias, Praia das Conchas, Diogo Nunes, e de Micoló e as do sudesteque estende-se desde Pinheira à Agua Izé.

Relativamente ao arroz de sequeiro, este cereal base almentação da população, foiintroduzido no quadro do Projecto de Desenvolvimento de Culturas Alimentares emCooperação com a China Taiwan, encontra-se na sua fase experimental nas regiões dePinheira, Água Izé, Milagrosa, Porto Alegre, Agostinho Neto e no Príncipe.

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Foram inventariadas as seguintes plantas aromáticas e de perfumaria cultivadasou sub-expontâneas: a Vanila planifolia (baunilha), a Cinnamomum zeylanicum(Caneleira), Cananga odorata (Ylang-ylang) e Vetiveria zizanoides (vetiver),Erygium foetida (Selo-sun-zon-maia), Cymbopogon citrantus (Capim do Gabão, Fiáchalela), Ocimum viride (Folha micocó), Curcuma domestica (Açafrão da India),Gegimber oficinalis (Gegimpre).

São plantas com efeito curativo e utilizadas por conseguinte no tratamento dedoenças de diferentes índoles, tais como: asma, paludismo, feridas, tosse, diabetes,etc (Ver a Tab. 5 em anexo). A Chinchona (pau quina), Monodora myristica (iobò),Voacanga africana (Cata d’ ôbô), Morinda lucida (Gligô), Macambará(Crateirspermum montanum), Pau Sangue (Harungana madagascariensis), PauTrês (Allophyllus africanus) são exemplos evidentes da utilização das plantas.

Recorda-se no entanto, que na década dos anos 80, a Estação Experimental de Pótó hojedenominado Centro de Investigação Agronómica tropical (CIAT) enviou amostrasfoliares a um Laboratório de análises da Itália que reportou a presença de princípiosactivos de elevado valor farmacêutico. Muito mais tarde uma equipa portuguesaapresentou alguns dados preliminares e encorajadores sobre as capacidadesfitoterapeuticas das plantas santomenses.

A paisagem agro-silvo-pastoral encontra-se em vias de degradação, sob o efeitocombinado da erosão dos solos, da exploração florestal anárquica, da redução dosperíodos de pousio, do cultivo em terras frágeis e particularmente sensíveis à erosão eda consequente redução da fertilidade. Esta situação ameaça o futuro das terrasdestinadas às actividades humanas. Nalgumas comunidades rurais foram implementadosprojectos pilotos da Agricultura Biológica, na fase experimental que poderá trazer novosresultados no que concerne a protecção de solos, qualidade de produtos já foi lançada àanos, e constitui um passo na conservação da Biodiversidade. Para lém disso, váriasespécies foram introduzidas para inverter esta situação. A reflorestação foiimplementada nestes últimos anos com as seguintes espécies: Guemelina (Gmelinaarborea), Teca (Tectona grandis), Eucalipto (Eucaliptus spp, Inga (Inga edulis),Casuarina (Casuarina equisetifolia), Grevilha (Grevilea robusta), Terminalia mantalis eAcacia magium. Os resultados ainda não são conhecidos mas sabe-se que são plantas decrescimento rápido e vários hectares foram plantados exprimentalmente em Pateau,Mongo e Diana. A introdução de Flemingia (Flemingia macrophylla) e outras plantasfixadoras de azoto, constituem medidas positivas quando são confinadas nos meiosagrícolos. Isto representa um passo ‘versus’ a implementação das florestas comunitáriase agro-florestais.

3. Utilização da BiodiversidadePelo facto a Biodiversidade ser um Recurso, sob o ponto de vista biológico eeconómico, ela é a base do Desenvolvimento durável. Por isso ao longo da história deocupação de São Tomé e Príncipe, a sua população tem estado intimamente ligada àutilização desse recurso. Esta utilização está enraizada em várias actividades tais como:na agricultura, a pesca, o extrativismo, a medicina, a recreação, manifestações culturaise o turismo.

Hoje em dia, várias assocíações e organizaçoes não governamentais (ONGs) em SãoTomé e Príncipe almejam que o uso dos recursos da Biodiversidade pela população se

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faça de forma que contribua para a redução da pobreza e permita o desenvolvimentoeconômico e social sustentáveis, mas que ao mesmo tempo promova as condições parasua protecção e conservação .

Em relação aos produtos de origem vegetal ressaltam-se:

3.1. Os produtos florestais lenhosos (a madeira)Segundo os dados da Proposta de Plano de Desenvolvimento Florestal período 2004-2008 (PDF), estima-se que o volume total de madeira comercial existente em São Tomée Príncipe no ano 1999 foi na ordem de 11 – 12 milhões de metros cúbicos, incluindoas florestas primárias . Este capital em madeiras, repartido por toda superfíciearborizada do País, resultaria num valor médio de 125 m³/ha. A exploração sustentadapoderia render anualmente cerca de 70 a 100.000 m³ de madeira redonda com cascapara as serrações e 40 a 65.000 m³ de madeira com casca para lenha. Contudo, até aopresente, os produtos lenhosos são explorados na ausência de um plano de manejo, semo suporte de um plano anual de corte, tornando-se a exploração informal cada vez maisdominante. Estima-se que a exploração actual seja de 9.000 m³ de madeira comercial(Banco Mundial 2003). Uma parte bastante considerável é ultilizada como lenha para oaquecimento.

A madeira produzida apresenta várias utilizações: construções, mobiliário, indústria ecombustível. As espécies produtoras de madeira estão submetidas à uma exploraçãoabusiva sem um plano de regeneração. São elas: Amoreira (Milicia excelsa), Cedrela(Cedrela odorata), Jaqueira (Artocarpus integrifolia), Viro Branco (Scytopetalumklaineanum), Viro preto (Cleistanthus libericus), Tabaque (Cordia platythyrsa),Marapião (Zanthoxylum gilletii). Provêm das florestas secundárias e as de sombra.

3.2. Medicina tradicionalA flora de São Tomé e Príncipe é tão rica em plantas medicinais, fontes demedicamentos que podem ser potenciamente utilizados na medicina convencional, nacura das doenças mais frequentes, o paludismo, diarreias e disenterias, as doenças dapele, feridas, icterícia, hepatite, asma, gripes e diabetes. Dos estudos etno-botânicosrealizados mostraram a existência de cerca de trezentas plantas medicinais. Entre asquais a canafístula (Cassia fistula), o libô mucambú (Vernonia amygdalina), a folhadamina (Bryophllum pinnatum), o Milondó–homenm (Acridocarpus longifoliun), o Iobò(Monodora myristica), a folha maioba (Cassia ocidentalis) , o micócó (Ocimumviridis), stlofí (Momordica charantea), Mussinica (Prunus africana) e outras mais.

A exploração racional de ervas, cascas, raízes, folhas, flores e sementes das plantascurativas, exige antes de tudo de um trabalho de pesquisa ciêntífica, acompanhado deinvestimentos e sobretudo de uma organização intelectual e material. Desta forma a suaaplicação na indústria e medicina natural poderá constituir uma valiosa alternativarelativa às formulações da química moderna, geralmente patenteadas pelos laboratóriosmultinacionais em todo o mundo.

A forma como é feita colhida etnobotânica (extracção das cascas, colheita por inteiro,incluindo raízes) é um índice de vulnerabilidade no sentido que são vários os casos emque os curandeiros e vendedores abatem a própria àrvore e tiram toda a casca acabando

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por matar directamente a planta. São exemplos as formas de extracção da Quina(Cinchona pubescens), do Macambrará (Craterispermun montanum) e do Pau três(Allophylus africanus).

3.3. ArtesanatoDos ecossistemas florestais existentes em São Tomé e Príncipe, extraem-se diversosprodutos não lenhosos, matérias primas para artesanato. Destacam-se, dentre estas, amadeira para fabricação de talheres, esculturas e pirogas, principalmente a de cedrela(Cedrela odorata) e de ocá (Ceiba pentandra), o bambú (Bambusa vulgaris) parafabrico de móveis e diversos outros utensílios, as folhas de palmeira (Elaeis guineesis) ede coqueiro (Cocus nucifera) para fabrico de cestos, sacas, vassouras, entre outrosprodutos, fibras e casco do coco (Cocus nucifera) para fabrico de diversos objectos(pulseiras, anéis, copos, brincos, cinzeiros, tapetes, etc.), a folha de úlua (Borassusaeaethiopum) que fornece material para fabrico de sacas de diversas formas, a "corda"de bananeira (Musa sp.) é usada para confecção de quadros e a folha seca de pau esteira(Pandanus thomensis) usada para tecer esteira – uma das mais importantes fontes derendimento dos habitantes da zona sul do País. Regista-se actualmente um número cadavez mais crescente de homens e mulheres que se dedicam à actividade artesanal.

3.4. Os sectores de apicultura, extrativo e tinturariaEstes sectores estão assentes na exploração dos produtos florestais não lenhosos taiscomo o mel de abelha, a carne selvagem, o vinho da palma, resinas, tintas.

Estes sectores carecem de bases financeiras e estruturais sólidas para a suaimplementação sustentável.

Relativamente ao mel de abelha , algumas informações colhidas junto aos populares,relatam que existem pessoas que chegam mesmo a queimar as colmeias paraconseguirem o material para o mel. No passado algumas tentativas de exploraçãoapícola levadas à cabo no País deram resultados bastantes encorajadores, actualamente“o mel d’obô”, produto de produção local pode ser comprado nalgums postos de vendageridos pelas ONG’s.

O vinho da palma é extraído únicamente da Palmeira-do-andim (Elaeis guinenses), emdiversas regiões do País. Segundo dados colhidos no terreno, as regiões de BombaimNova Ceilão, Claudino Faro albergam mais de quinhentos vianteiros.

Este produto gera grande fluxo monetário entre os vianteiros, isto é, colectores dovinho de palma e as vendedeiras. Por isso vários palmares são explorados, na extracçãodo vinho da palma, mas os métodos utilizados levantam preocupações.

O óleo de palma, é outro produto florestal não lenhoso deveras importante para aeconomia local é extraído das Palmeiras-do-andim. Para além da extração caseira desteóleo, a Empresa EMOLVE, continua a produzir industrialmente o óleo palma embora

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a sua produção continua a baixar nestes últimos anos. Vários sãos os factores queexplicam esta situação: a idade dos palmares e o estado dos equipamentos da empresaentre outros.

Em relação às tintas e resinas, no País, esta prática é pouco usada embora, nalgumasfranjas da população é frequente a extracção de tintas do mangue (Rizophora mangue)para pintar canoas e habitações.

3.5. OsAlimentação e a gastronomia

A biodiversidade do nosso planeta, como se sabe é a base da agricultura e da produçãoalimentar.Como ficou frizado no parágrafo anterior, trinta são as espécies alimentares (Ver a Tab. 4em anexo) utilizadas como fonte energia, de vitaminas e de minerais pelas populações.

No entanto, reconhece-se uma forte tendência de preferir os produtos importados o quereduz a disponibilidade e o consumo dos produtos locais.

Em relação aos produtos de origem animal, a caça e a pesca fornecem uma parte dealimentação e sobretudo a indespensável de ração de proteínas às populações. Nestecontexto a carne bravia é bastante consumida. Provém da caça na selva de Macacos,Lagaias, Cessas, Pombos, Rolas e de outros animais. Esta actividade é realizada peloshomens possuidores de armas de fogo (espirgadas e caçadeiras). Usam zagaias earmadilhas, sendo estas últimas técnicas de caça um pouco ultrapassadas. O lançamentode granadas, uso de venenos para a apanha de peixes e camarões constitui uma práticafeita por alguns elementos da popluação das regiões costeiras.

Actualmente muitos estudos revelam que o potencialidade dos recursos haleuticos naságuas de STP, é considerável e estima-se que dos 12.000 toneladas de peixe existentessegundo dados de 1982, 8.500 toneladas são pelágicos e 3.500 são demersais; a RegiãoAutónoma do Príncipe possui maiores potencialidades.

As maiores frotas de barco que pescam nas nossas águas, provêm da União Europeia,segundo um acordo de pesca. Pesca-se sobretudo a atum, chocos, lulas, polvos.

Entretanto devido à falta de meios de fiscalização consistente da actividade pescatórianessas águas, pensa-se que a captura máxima admissível explorável esteja abaixo de6.000 toneladas/ano.

3.6. OsNo sector eco-turísticoEsta actividade socio-económica está actualmente sub-utilizada, não dispondo ainda oPaís de oferta organizada de facilidades, como infra-estruturas adequadas ou serviços.

Os principais actores chamados neste processo de dinamização ecoturística são aDirecção do Turismo e Hotelaria, Agências de viagens, empresariado Nacional,parceiros e investidores estrangeiros, Associações Não Governamentais e as populaçoeslocais apara responderem à evolução positiva que se tem registado no país nestesúltimos anos.

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Uma das acções prioritárias viradas para a valorização da biodiversidade de São Tomé ePríncipe, é justamente a estruturação e operacionalização do ecoturismo sustentável noPaís em prol do desenvolvimento económico, socio-cultural e ecológico .

Neste sector, a riqueza faunística terreste e marinha contam com as tartarugas, osdelfins, as baleias etc. A pesca esportiva de Peixe-andala (Marlin sp.) por exemplo podeser explorado pelo secto privado.

Para além dos recursos florísticos e faunísticos, importantes para o turismo deobservação, os componentes abióticos dos ecossistemas santomenses escondem umgrande potencial ecoturístico.

Foram criados diversos circuitos turísticos no interior do Parque Natural Obô para odesenvolvimento de actividades de lazer em espaços verdes.

Basta falarmos das cascatas (Cascata de São Nicolau, e de Bombaim) e suas cochoeiras,Rios e cursos de água (Ió Grande, Cantador, Abade), das antigas roças com as suasplantações secundarizadas de cacau e café (Monte Café, Santa Margarida, AgostinhoNeto), paisagens vulcânicas (Pico Cão Grande, Cratera da Lagoa Amélia...). Bastamencionarmos também as inúmeras praias arenosas tais como a Jalé, Piscina,Governador, Praia Banana, entre outras.

A hospitalidade dos santomenses e dos descendentes das populações do continente, osaspectos culturais fundados nas crenças e mitos, na gastronomia sobretudo à base depeixes, são também factores de atracção com efeito multiplicador neste sector quedeverá pautar pela preservação ambiental e ecológica e identidade cultural.

3.7.Utilidade Etno-cultural e mágicaRelacionada com o aspecto anteriormente tratado, a biodiversidade santomense tambémencontra a sua expressão nas actividades que evocam dos nossos ancestrais. De facto,com muita imaginação associada à fantasia, as frases mágicas cantadas em certos locais( cascatas, morros, trilhos encruzilhados) e a dança em durante noites de rituais serviampara curar e prevenir as doenças ou enviar diversas mensagens . As exalações de certosfrutos maduros de úlua (Borassus aethiopum) e a casca queimada de Cubango (Crotonstelellifer) afugentam os maus olhares, e maus espíritos; a cruz feita de popian, oumarapião (Zantoxyllum gilletii) e colocada cuidadosamente em certos pontos dahabitação evitam o feitceiro.

Relativamente aos animais, a fantasia mágica dos bruxos e curandeiros atinge níveismuito altos quando associam certos animais para evocar actos sobrenaturais. São eles: acoruja (Tito alba thomensis), o kitolí (Otus hartlaubi), pássaros nocturnos que o cantofaz arrepiar as pessoas mais superticiosas; o gato preto e as serpentes sua presença emcertas horas é o sinómino de perseguição feita por um inimigo.

Em contrapartida, citações e referências de certas plantas e animais, constituem motivosde orgulho porque elogiam as pessoas referênciadas que simultaneamente transformam-se em ídoles. Basta falar-se de lagaia para adjectivar uma pessoa de astuta e discreta;tartaruga para pessoa mal intencionadas quando entra nas fábulas e contospopulares;“Flóli canido” para pessoa que não aparece sempre; “rosa bilança”pararaparigas bonitas; “safú” também para adjectivar mulheres bonitas e explosivas.

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3.8.Utilidade ornamentalA utilização ornamental da biodiversidade das ilhas de S. Tomé e Príncipe é muitovariada e inclui a a cor, a forma, o tamanho e as dimensões dos exemplares de plantas eanimais. Neste contexto, as begónias (Begonia sp.), os gingers (Renealmia grandiflora) efetos gigantes (Cyathea sp.) por um lado, as árvores com contrafortes, diâmetro dotronco resultante da idade, raízes que se entrelaçam à volta do hóspede, copa exuberantee por outro as orquídeas pequeninas e discretas dos ambientes húmidos e montanhososdas ilhas, são comuns nos nossos ecossistemas florestais.Como ilustra a tabela 7, em anexo, muitas plantas ornamentais foram introduzidasmuitas delas de outras regiões. Dadas ás condições climáticas e à fertilidade dos solos,muitas se naturalizaram tornando por isso muito frequentes. São elas: os antùrios(Anthurium sp.), os Bicos-de-papagaios (Heliconia sp.), Rosas-de-porcelana (Nicolaiaelatior), etc.

No que concerne as espécies da fauna embora protegidos pela convenção CITES, ovalor ornamental destas é tão alto que ultrapassa os níveis aceitáveis para entrar nocampo da biopirataria comercial. Destacem-se: os papagaios (Psittacus erithacus), osperiquitos (Agapornis pullarius), os macacos Mona (Cercopithecus mona), borboletasraras, etc.

Torna imperioso falar que no campo de comercialização de flores e plantas ornamentais,o país já começa a dar algum passo, exportando-as para o mercado europeu. Isto deveao espírito emprendedor de alguns privados que levam e vendem a imagem do Paísatravés flora ornamental.

CAPÍTULO III– ESTADO ACTUAL DA BIODIVERSIDADEApesar das grandes as dificuldades para se poder quantificar, a crescente degradaçãodos recursos da Biodiversidade, sabe-se que o problema da manutenção dabiodiversidade em São e Príncipe é particularmente prioritário. As rápidas e decisivasmudanças sofridas pelo País neste últimos anos fizeram que mera a política de proveitorápido e com justificação da pobreza para tudo quanto é ilegalidade, levaramrápidamente à uma repentina difusão de várias espécies particularmente produtivas emdetrimento daquelas tradicionalmente domesticadas e cultivadas. O escasso interessepelos conhecimentos, actividades e tradições, geralmente definido de “culturacamponesa”, e com uma política no sector agro-pecuário, baseado na distribuição deterras, associada às consequências da peste suína africana, e outras zoonoses e o ataquedo rubrocinto, resultantes directa ou indirectamente dos efeitos adversos relacionadoscom as mudanças climáticas determinaram no País um cenário bastante crítico.

A falta de pesquisas e tecnologias no campo da biologia para efectuar análises dastransformações em curso e de intervir com eficiência de modo a minimizar os efeitostambém contribuiram para esta situação: o aumento demográfico fez aumentar apressão, em moldes insustentáveis sobre os recursos naturais com consequênciasirreparáveis para a estabilidade dos ecossistemas.

Em relação ao Gestão sustentátavel dos recursos lenhosos (madeira), o sector florestaldebate-se com diversos constrangimentos institucionais, legais e logísticos. Segundoinformações obtidas pelos técnicos, desde a sua criação em 1993, a Direcção das

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Florestas não teve acessos aos financiamentos para investimento da parte do Estado.Este problema agrava-se mais com o facto que a Lei florestal em vigor desde 2001,ainda está regulamentada. Isto faz com que a maior parte da exploração e transformaçãoda madeira, seja feita ilegalmente; e os distritos de Mé Zochi, Cantagalo e Lobata, sãoos apresentam maior índice de abate das árvores e comércio ilegal dos derivados. Asituação agrava-se ainda mais devido a falta de uma carta de Vegetação e de Ocupaçãode solos.

Para superir a falta de madeira, a reflorestação com as espécies de rápido crescimento éprioritário.

A própria paisagem agro-silvo-pastoral encontra-se em vias de degradação, sob o efeitocombinado da erosão dos solos, da exploração florestal anárquica, da redução dosperíodos de pousio, do cultivo em terras frágeis e particularmente sensíveis à erosão eda consequente redução da fertilidade.

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4.1 Prenúncio dos Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística em São Tomé ePríncipe

Esquema 6: Diagrama das principais ameaças à biodiversidade animal de S. Tomé ePríncipe

Registo de Prenúncio de Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunísticaem São Tomé e Príncipe

Erosão costeira e destruição de infra-estrutura no litoral

Destruição das praias de grande potencialidade turística

Destruição das áreas de reprodução das tartarugas marinhas

Destruiç. de import. bancos de corais, e de algum. Espéc. endém. do Golfo da Guiné

Utilização de redes com dimensão inadequada nas actividades de pesca

Utilização de granadas para a captura de pescado

Lavagem de petroleiros e detonação de resíduos no alto mar

Descarga dos resíduos petrolíferos junto à foz do Rio Água Grande

Poluição dos lençóis freáticos com produtos tóxicos

Invasão das áreas do parque natural pelos agricultores

Corte indiscriminado de árvores de espécies ameaçadas

Queimadas descontroladas

Destruição de espécies comercialmente valiosas

Destruição da cobertura vegetal

Aumento da erosão dos solos no interior do País

Perda de fertilidade dos solos em algumas regiões

Caça descontrolada e durante todo o ano

Comercialização clandestina de espécies ameaçadas de extinção ( Papagaio,Tartarugas Marinhas e outras)

Desenvolvimento de culturas hortícolas em áreas de pendentes acentuadas

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As principais ameaças à biodiversidade do País irradiam os seus efeitos nos diversosecossistemas e habitats e são todas de origem antrópica e podem ser agrupados emquatro categorias nomedamente:

Poluição química com produtos tóxicos e residuais;

Destruição de habitats;

Sobre-exploração dos recursos naturais;

Introdução de espécies de flora e fauna.

No quadro a seguir, podem encontrar-se as grandes ameaças que pairam sobre osdiversos ecossistemas estudados, as causas directas e indirectas das mesmas, assimcomo os seus efeitos sobre a biodiversidade:

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4.2 As principais causas que estão na origem das principaisameaças nos diferentes ecossistemas:

4.2.1 Ecossistema Costeiro e MarinhoO aumento da Erosão Costeira, a Redução de Recursos Haliêuticos e a exploração doOuro negro na Zona de Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé. (ver oEsquema 7 a seguir)

Previsão do impacto provocado pela exploração petrolífera.Sob o ponto de vista meramente biológico, a exploração do Ouro negro na Zona deDesenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé, bem como na zona económica exlusivade S. Tomé, sem levar devidamente em conta importantes estudos de impactoambiental, com especificidades para a biodiversidade do ecossistema costeiro emarinha, colocará indubitavelmente em risco de desaparição as espécies que compõemdos mais raros ecossistemas do mundo – Ecossistema Costeiro e Marinho santomense,que muito ainda tem por descobrir e mostrar ao mundo científico.

A seguir é-nos apresentado o mapa da zona de desenvolvimento conjunto (Nigéria-STP)e Zona económica exlusiva de STP.

Causas que estão naorigem de ameaça aoecossistema costeiro e

marinho

Ameaça n.º 1 Aumentoda Erosão Costeira

Ameaça n.º 2 Reduçãode Recursos Haliêuticos

1.ª causa directaActividade Intença de

Extracção desordenada deareia

1.ª causa directa Práticade pesca com redes dedimensão imprópria

2.ª causa directaCaptura do pescado

mediante granada (armade guerra)

3.ª causa directaDescarga de poluentes nas

ZEE e extracção de areia nofundo do mar

2.ª causa directaAgravamento da situaçãode pobreza da população

3.ª causa directaInexistência de materiais

alternativos p/construção

4.ª causa directa Mápolítica de gestão derecursos haliêuticos

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Fig 5: Mapa da Zona de Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé Zonaeconómica exlusiva de STP.

Os impactos nefastos sobre a biodiversidade costeira e marinha devem-se também à:

Redução dos recursos halêuticosNas águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de S. Tomé e Príncipe estão sendoutilizados redes com malhas de dimensões reduzidas (ilegais), provocando autênticosdesastres ecológicos. Estas redes capturam espécies na fase de crescimento como porexemplo as bicas cientificamente chamado de Pomadasys rogeri, da famíliaHaemulidae, baptizadas pela população santomense como “desastre”. Estes alevinosmedem apenas de 2 a 5 cm de comprimento, enquanto que o peixe adulto atinge 20 a 25cm e pesa entre 400 a 800 g enquanto que os alevinos não pesam sequer 30 gramas.Este problema derivado provavelmente pelo empobrecimento dos pescadores que nãotêm capacidade de pescarem no alto mar.

Captura e Consumo de espécies em vias de extinção tais como TartarugasMarinhasA pressão humana sobre os recursos desse Ecossistema traduz-se na captura dastartarugas marinhas e colheita dos seus ovos, para além da destruição das suas áreas dereprodução, provocada pela exploração desregrada de areia nas praias.Estes animais que são bastante apreciados na culinária tradicional santomense, eimportante fonte de proteína.Ocupação desordenada das áreas costeirasA ocupação desordenada das áreas costeiras e a utilização de modo não sustentável dosrecursos ali existentes aceleram o processo erosivo nessas áreas, assim como adegradação da componente biológica dos seus ecossistema.

Os Projectos construção do Aeroporto e a criação de centros turistícos na zona norte deS. Tomé (Praia das Conchas e Lagoa Azul) põem em questão avaliação do impactoambiental visto a importância dos corais da Lagoa Azul sendo estes os únicos doAtlântico oriental;

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A concepção de Projectos de contrução de um Porto Petrolífero e a Zona Franca na Ilhado Príncipe (Baía das Agulhas) é um dos exemplos de factores de poluição ambiental erepresenta uma séria ameaça à perda da Bioviversidade.

Estas obras nas regiões costeiras provocam a betonificação massiva, o que põe emcausa o turismo não só pela destruição das praias mas também pela beleza ecomodidade das obras feitas em madeira.

Exploração de areia nas praias e no alto-marEste areia para além de ser pouco apropriada para as construções civis, a sua extracçãopode destruir os habitats de muitas espécies e comunidades bióticas costeiras eoceânicas.

A recolha de materiais de origem mineral, sobreuto do basalto uma prática querecentemente ganhou proporções perturbadoras sem a utilização de técnicas deconservação do solo pode contribuir à erosão, desertificação e o declínio da suaprodutividade . Projectos de investigações e pesquisas deverão ser realizadas para seavaliar o impacto desta exploração sobre o meio natural e estudar alternativas à estaprática.

Queimadas e extracção de carvão

As grandes queimadas, na costa norte da ilha de S. Tomé, fundamentalmente no Distritode Lobata e parte de Lembá, durante a gravana que não só destróem parte importantedas espécies acima citadas, mas também os habitats naturais das aves e outras espéciesanimais.

A prática de corte de tamarineiras para carvão, nas as áreas de Praia das Conchas eMorro Peixe, ao NE da ilha de S.Tomé, processo que já está pondo em perigo oequilíbrio ecológico da zona, devido ao papel dessas plantas na protecção contra aerosão e na formação de dunas. Também em S. Nicolau, a queima de Pau Impé (Oleacapensis) constitui uma actividade renumerativa que ameaça as poucas espécies afro-montanhosas existentes nas ilhas.

Esta prática também enraizada na zona norte da Região Autónoma do Príncipe(Aeroporto, Sundy e Picão), onde os carvoeiros fazem carvão de muandim(Pentaclethra macrophylla) e vendidos em S. Tomé.Esta actividade de queima é feita por dois tipos de produtores principais: os ocasionais eos permanentes sendo estes vivendo exclusivamente de carvão podem acentuar aindamais a desflorestação e a pluviometria deficitária nesta parte do País.

4.2.2 Ecossistemas de Águas InterioresComo mostra esquema a lavagem de poluentes nos rios (produtos fitosanitários, o DDTe derivados das campanhas de pulverização,contra o paludismo, e produtos químicos naagricultura como fertilizantes e herbicidas e insecticidas, os resíduos de petróleo eoutros) por um lado a inexistência de políticas e medidas de fiscalização e as máspráticas de gestão dos recursos nestes ecossistemas, estão na base do aumento da suavulnerabilidade.(Ver o Esquema 8 que se segue)

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Causas que estão na origem de ameaçaao ecossistema de Águas Interiores

Ameaça n.º 1Crescente tendência de desaparição das

espécies

1.ª causa directa Lavagem de poluentesnos rios

rEcossistemaCosteiro – Principais

espécies quecompoêm a sua fauna

iminado de árvores de espéciesameaçadas

2.ª causa directa - Inexistência de políticas ee boas práticas de gestão dos recursos neste

ecossist.

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4.2.3 Ecossistema florestalActualmente os problemas identificados nos ecossistemas florestais do País são:

A tendência desenfreada de penetração do Homem nas áreas de Parque Naturalem busca de novas áreas de cultivo e produtos florestais lenhosos e não lenhosos estáprovocando crescente destruição de habitats de espécies avículas sobretudo asendémicas. (ver o Esquema 9 que se segue)

Causas que estão na origemde ameaça ao ecossistema

Florestal

Ameaça n.º 1 Crescentedesaparição de habitats das

espécies sobretudo as endémicas

Ameaça n.º 2 - Tendência dedegradação das áreas de parquenatural e das floretsas em geral

1.ª causa directa - Acção de Caçadesordenada ao longo de todo o

ano sem intervalo

1.ª causa directa - Ocupaçãoilegal das áreas e abatescrescente de espécies,

2.ª causa directa - Estado depobreza e luta pela

subsistência.

3.ª causa directa -Insuficiência de planos e meiospara a sustentável gestão desse

recurso.

2.ª causa directa -Aumento decaptura e comercialização

clandestina de espécies (papagaio,tartarugas, piriquito etc)

3.ª causa directa - Insufici~enciade normas e boas políticas de gestãodesses recursos da Biodiversidade

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4.2.4 Ecossistema Agro-pastoral

O abandono e a falta valorização das principais regiões agro-ecológicas (roças) que nopassado constituiram pólos de desenvolvimento agro-pecuário do País e a falta deacompanhamento técnico adequado do sector da reforma agrária em curso, tem levado àdegradação e a crescente redução da fertilidade dos solos o que constitui uma alavancana redução das potencialidades do País em matéria de segurança alimentar. (Veresquema 10 que se segue)

4.3 ECOSSISTEMAS FLORESTAIS MAIS VULNERÁVEISOs ecossistemas mais vulneráveis em S. Tomé e Príncipe como indica o mapa a seguir,sob ponto de vista antropogénico, abrangem essencialmente as Savanas do Norte-nordeste e as Florestas de Sombra. Nestes ecossistemas as componentes chavesafectadas são as espécies arbóreas de valor comercial, sobretudo aquelas de 1ªqualidade, a Amoreira (Milícia excelsa), a Cedrela, (Cedrela odorata), o Gôgô (Carapaprocera) e aquelas abatidas para produção de carvão. (ver o Mapa da figura 6 que sesegue)

Fig 6: Mapa das regiões mais afectadas pelo abate das árvores em S.Tomé

Causas que estão naorigem de ameaça aoecossistema Agrário

Ameaça n.º 1 - O abandono e adegradação das regiões agro-ecológicae crescent reduçãoe de fertilidade das

terras.

1.ª causa directa Crescimentopopulacional e forte pressão sobre

os recursos florestais

2.ª causa directa - Prática agrícolaem áreas impróprias (de forte

declive)

3.ª causa directa - Destruição dacobertura vegetal e áreas

caucasal para implantação decultura hortícula Biodiversidade

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Fig 7: Mapa das regiões mais afectadas pelo abate das árvores na RegiãoAutónoma do Príncipe

4.4 Programas e actividades nacionaisPara fazer fronte à estas ameaças já existem no País acções viradas para a conservação,salvaguarda e utilização sustentável da biodiversidade. Como parte signatária daConvenção sobre a Diversidade Biológica, o País comprometeu-se a adoptar de umquadro programas e actividades político-institucionais e legais nacionais e decooperação internacional na busca de soluções para a conservação da Biodiversidade.Esta última passa por mecanismos de financiamentos.

A Conservação da biodiversidade pode ser feita in situ e ex situ seguidas decampanhas de Educação, Formação, Sensibilização e Vulgarização ambiental junto àspopulações locais.

4.4.1 Conservação in situUma acção de particular relevância, no sentido da conservação in situ e gestãosustentável das florestas, consiste na criação do Arboreto, que irá constituir um passoimportante no domínio da investigação e do conhecimento científico sobre as espécies

4

Savana

Vegetação mista

Cacau

Plantações costeiras

4

Palmeira do andim8

9

11

12

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arbóreas, nomeadamente em matéria de características ecológicas dos biótopos, dabiologia sistemática dos grupos taxonómicos, da biotecnologia apropriada e do valorsócio-económico de cada uma das espécies.Para além do Arboreto, criou-se em 1993 as seguintes Áreas Protegidas: o ParqueNatural Obô de São Tomé e o do Príncipe que cobrem uma área de cerca de 29 500 ha,com o fim de proteger os grandes ecossistemas montanhosos e de baixa altitude quecaracterizam o arquipélago santomense. Elas constituem as remanescentes florestasdensas das ilhas que o relevo acidentado do centro as tornou desabitados e relativamentevirgens.Mais tarde foram criadas a Reserva Integral das Ilhas Tinhosas, com uma superfíciede 15 ha e a Reserva do Ilhéu das Rolas, com uma superficie de 6 ha.São no total 4 Áreas Protegidas com uma superficie de 29.537 ha, que corespondemcerca de 30% da superficie do País.

Estas áreas protegidas sob o ponto de vista biológico-naturalístico, visam entre outrosobjectivos a preservação, conservação dos ecossistemas florestais costeiros e marinhosdo País e a promoção do uso ordenado do território e dos seus recursos naturais deforma a garantir a continuidade dos processos evolutivos que têm ocorridos à váriosmilhões de anos.

4.4.2 Conservação ex situVários são os meios para a conservação ex situ levados a cabo no País designadamenteatravés de: Jardins botânicos, pequenas criações de animais em cativeiro, Herbários,Viveiros comunitários, Serras e Barracas para sombreamento.

Estas infraestruturas funcionam como reservas de genes vegetais e animais ameaçadosde extinção.

O País já conta com um Jardim Botânico com mais de 400 espécies da flora endémica eo Herbário com mais de 1000 amostras de plantas colhidas em diversas expediçõesbotânicas no interior dos Parques de nas zonas tampão.

O Jardim Botânico, porta de entrada do Parque Natural Obô, situa-se em BomSucesso, uma antiga dependência agrícola da Roça Monte Café.

Os objectivos da criação desde Jardim Botãnico associado ao Herbário passam pelaeducação para a conservação da população das zonas tampão do Parque Natural Obô emparticular e da nova nova geração em geral na matéria biológica, ensino de BotânicaSistemática; estes objectivos residem ainda na conservação ex situ das espéciesameaçadas, a recolha de um conjunto de amostras vivas e dados para pesquisasciêntíficas e por fim o Turismo e a recreação.

O Herbário de Referência funciona como instrumento eficaz de investigaçõescientíficas de diagnóstico dos recursos pastorais, caracterização e classificação daspastagens naturais, sobre cartografia e o estudo do dinamismo da vegetação a formaçãoe accões para melhorar a gestão do território.

Para além disto, os viveiros comunitários podem jogar uma função na conservaçãoex-situ pelo facto de ajudar a conhecer as capacidades das plantas às novas condiçõesfora do sítio de origem, e realização de testes no meio rural.

As Serras e Barracas de sombreamento para certas espécies foram criadas em BomSucesso, em particular, para as orquídeas colhidas nas florestas de S. Tomé e as do

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Príncipe com objectivo incial de estudos fenológicos e hoje constituem polos deatracção turística para a observação da diversidade específica desta família de plantas.

Em relação à fauna ameaçada (Ver Tab. 10 em anexo), pode-se fazer criação em cativeiro comoforma de evitar a extinção da espécie.

4.4.3 As acções de Informação, Eduçação, Sensibilização eVulgarizaçãoUma das matérias que nas quais estas acções se incidiram foram particularmente sobreas Tartarugas Marinhas. Mas, porém tiveram o seu término em 1999. Os pescadoresartesanais ganharam consciência quanto à necessidade de protecção destas epsécies.

Actualmente a falta de continuidade das acções anteriormente levadas ao cabo, teminfluenciado de forma negativa os avanços que já tinham sido obtidos, estando averificar-se de novo a captura desses animais embora com menor frequência por partede alguns elementos da população.

4.4.4 A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de AcçãoA elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção que facilitará a protecção econservação da Diversidade Biológica constitui uma das acções nacionais de grandevulto, que joga com a imagem do País no senda internacional. De facto esta Estratégiaestá em vias de adopção pelo governo.

Esta Estratégia será o eixo balizador das medidas que permitirão uma distribuição justae equitativa dos benefícios dos recursos biológicos e genéticos, incluindo abiotecnologia, e possibilitará uma ampla cooperação internacional, regional esubregional que fomente o intercâmbio científico e económico no domínio daimportância biodiversidade e da sua função nos ecossistemas.

A elaboração da Estratégia Nacional contou com a participação de vários sectores dasociedade civil e promoveu estudos para se conhecer o estado da biodiversidade de SãoTomé e Príncipe. Os estudos elaborados abrangeram os ecossistemas de guas interiores,florestais, marinhos e costeiro, os sectores agrícolas, pecuários e silvicultural, e umestudo do acervo jurídico do País.

4.4.5 Implementação do Plano de Gestão do Parque NaturalA elaboração e a implementação do próximo Plano de Gestão do Parque Natural Obô,poderá reforçar a função do Jardim Botânico e do Herbário de Referência naconservação da biodiversidade nacional e aplicados como ferramentas nas actividadesecoturísticas.

4.4.5 Políticas e Legislações relacionadas com AmbienteEm matéria de legislação ambiental para a Conservação da Biodiversidade podemoscitar:a) Legislação nacional em detalhes aprovada e publicada após a independência

Lei Base do Ambiente ( Lei nº 10/99 ), publicada no Diário da República nº 15,5º Suplemento, de 31 de Dezembro, com destaque para os seus artigos 5º, sobreo Princípio do respeito pela capacidade de carga dos ecossistemas, 16º, sobre os

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Objectivos e Medidas, 20º, sobre a Conservação da Natureza, 23º, sobre aDiversidade Biológica e 29º, sobre a Água.

Lei da Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas ( Lei nº 11/99 ),publicada no Diário da República nº 15, 5º Suplemento, de 31 de Dezembro, quevisa a conservação dos Ecossistemas ao nível da Fauna e da Flora, assim comodas Áreas Protegidas, enquanto património nacional e da humanidade,preconizando a sua utilização social e económica durável, através doestabelecimento de listas de espécies a serem conservadas e da classificação deáreas do território nacional, vocacionadas para a conservação de habitats e dabiodiversidade.

Lei nº3/91 , de 31 de Julho, publicada no Diário da República n.º 21 de 31 deJulho, que estabelece o regime da Propriedade Fundiária, identificando osterrenos do domínio público e privado do Estado e estabelecendo o regime dedistribuição e utilização de terras. À luz desta Lei, os terrenos do domíniopúblico do Estado são os correspondentes ao leito dos rios e das águasmarítimas, os das ilhotas e mouchões formados junto à costa, os das áreasreservadas a objectivos militares e para-militares e os ocupados por estradas,caminhos públicos, portos e aeroportos. Entretanto, do domínio privado doEstado são aqueles em que se encontram implantados edifícios públicos; os dasexplorações agrícolas do Estado, os que tenham sido objecto de nacionalização,os vagos ou desocupados e todos os demais cujos proprietários não sejamentidades privadas.

Decreto-Lei nº 63/81, de 31 de Dezembro, publicado no Diário da República,que estabelece as normas jurídicas necessárias à protecção, exploração e gestãodos recursos marinhos da ZEE, a que se refere o

Decreto-Lei nº15/78, de 16 de Junho. Entretanto, algumas alterações ao mesmoDecreto-Lei de Dezembro de 1981 são introduzidas pelo Dectreto-Lei nº2/84, de6 de Dezembro, que, por sua vez, também procede à actualização das taxas, aaplicar por concessão de licença e das multas, em caso de infracção.

Decreto-Lei nº 51/91, de 7 de Novembro, publicado no Diário da Repúblican.º25 de 7 de Novembro, que define as regras de utilização e fixa os princípiosgerais e critérios de distribuição das terras que integram o domínio privado doEstado e destinadas a fins agrícolas.

Decreto-Lei nº 59/93, publicado no Diário da República, que aprova oRegulamento Provisório para a Utilização das Florestas.

Decreto nº 35/99, de Novembro de 1999, publicado no Diário da República, queaprova o Regulamento sobre a Extracção de Inertes, definindo a areia, o calhau,o calcário e o recife como recursos naturais do Estado e fixando por conseguinteas condições para a permissão de sua extracção em todas as zonas costeiras erios da RDSTP.

Decreto n.º 36/99, publicado no Diário da República n.º 12 de 30 de Novembro,que lança as bases de um sistema de registo obrigatório de resíduos e definecompetências e responsabilidades no atinente a gestão dos mesmos.

Decreto n.º 37/99, publicado no Diário da República n.º12, de 30 de Novembro,que aprova o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do ImpactoAmbiental.

Despacho nº 1/GMAP/996, de 19/01/99, que interdita o corte de árvores em todoo território nacional.

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Aviso da Direcção de Pecuária, de 02/01/87, que fixa limites para a saída depombos e papagaios do País.

Lei 06/2006, que cria o Parque Natural Obô de São Tomé.

Lei 07/2006, que cria o Parque Natural Obô do Príncipe.

b) Legislação do período colonial, mas ainda em vigôr

Decreto-Lei 39.931, de 24 de Novembro de 1954, que estabelece o regime dasmatas e terrenos submetidos ao regime florestal.

Decreto 682, de 23 de Julho de 1914, que aprova o Regulamento de protecçãode árvores.

Decreto 18.604, de 12 de Julho de 1930, que proíbe o abate de amoreiras. Decreto 40.040, de 20 de Janeiro de 1955, sobre os recursos florestais, contendo

normas que visam a protecção da Fauna e da Flora. Portaria nº 1457, de 7 de Agosto de 1950, que aprova o Regulamento da

Capitania dos Portos de S. Tomé e Príncipe, â qual é atribuída competência parafiscalizar as actividades de pesca, com estatuto de Polícia Marítima, com base naacção dos Chefes de Praia, cujas atribuições ficam ali igualmente estabelecidas.Tendo em conta o contexto actual, esta Portaria encontra-se um tanto ou quantodesactualizada, carecendo portanto de determinadas adaptações e acertos,designadamente no tocante à repartição de competências entre a Direcção dasPescas e a Capitania dos Portos, face aos novos mecanismos de organização egestão do processo de desenvolvimento social e económico ao nível nacional ede integração, tanto regional, como mundial.

Artigos 464º e 476 do Código Penal, que punem, respectivamente, o crime defogo posto em florestas e a destruição de árvores frutíferas e não só.

c) Legislação nacional aprovada e ainda não publicada

Lei das Pescas e Ambiente Aquático, que se propõe instituir mecanismossusceptíveis de assegurar a gestão racional dos recursos halieúticos marinhos,favorecendo o processo de renovação das reservas, tendo em vista asnecessidades das gerações vindouras.

Lei Florestal, que no futuro virá colmatar muitas das lacunas actualmenteexistentes, prevendo diversos mecanismos destinados a assegurar o ordenamentoflorestal, assim como a fiscalização e o funcionamento das actividadesrelacionadas com a gestão florestal.

d) Aprovada e falta a publicação

Decreto-Lei sobre o Fundo de Fomento Florestal. Regulamento da Caça. Decreto-Lei sobre a Conservação das Tartarugas Marinhas.

Em matéria de Recursos Biológicos e sua Divisão Equitativa:

No plano nacional, a Constituição da República Democrática de S.Tomé e Príncipeprevê que todos têm direito à habitação e a um ambiente de vida humana e o dever de o

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defender ( art. 48º p.1º), do mesmo modo que o direito à protecção da saúde e o deverde a defender (art. 49º p. 1º), cabendo ao Estado a responsabilidade de programar eexecutar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento do território (art.48º p.2º). No espírito da Constituição, todas as demais Leis Ambientais contêm normasque prevêem o acesso das populações aos recursos naturais, permitindo as mesmasutilizar esses recursos para o devenvolvimento económico e social sustentável,contrubuindo para aquisição de meios financeiros direccionados à luta contra a pobreza,à conservação da Biodiversidade, assim como à protecção dos recursos biológicos.No plano internacional e à luz da Convenção das Nações Unidas Sobre o ComércioInternacional de Especies de Fauna e Flora Selvagens, Ameaçadas de Extinção - CITES,S.Tomé e Príncipe, poderá beneficiar de assistência, em termos de recursos financeirossuplementares, proporcionados pelos Países mais desenvolvidos, para implementaçãodos objectivos consagrados naquele instrumento legal de interesse comum, através dacooperação bilateral e/ou multilateral. Ainda no quadro das disposições previstas naCITES, S.Tomé e Príncipe poderá igualmente beneficiar de outras vantagens, incluindoo recurso ao crédito, uma vez cumpridos os requisitos e formalidades correspondentes.

e) Legislação internacional em detalhes

Convenções já ratificadas e publicadas

CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR ( Montego Bay, 1982), publicada no Diário da República.

Objectivos principais: Criar uma ordem jurídica completa e nova para os mares eoceanos e, do ponto de vista do meio, estabelecer as regras concretas concernentes asnormas ambientais assim como das disposições de aplicação relativas a poluição domeio marinho.

Convenção sobre Diversidade Biológica (Rio de Janeiro, 1992), publicada noDiário da República nº 17/1998 de 30 de Maio.

Objectivos principais: Conservar a diversidade biológica, promover a utilização duráveldos seus elementos e promover uma distribuição equitativa das vantagens decorrentesda utilização dos recursos.

CONVENÇÃO QUADRO SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS (Rio de Janeiro, 1992),publicada no Diário da República nº 17/1998 de 30 de Maio.

Objectivos principais: Controlar os níveis de emissão para a atomosfera de gazes comefeito de estufa àfim de previnir toda alteração climática, que poderá ser grave para oentrave de todo o desenvolvimento económico sustentável ou comprometer o futuro dahumanidade.

CONVENÇÃO SOBRE O COMBATE À DESERTIFICAÇÃO nos Países afectados por secagrave e/ou desertificação, particularmente em África, (Paris, 1994), publicada noDiário da República nº 17/1998 de 30 de Maio.

CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO SOBRE POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES

assinado por São Tomé e Príncipe em Abril de 2002.Com adesão, mas ainda sem ratificação

CONVENÇÃO PARA A PROTECÇÃO DA CAMADA DE OZONO (Viena, 1985), em19/11/2001.

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PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE EMPOBRECEM A CAMADA DE

OZONO (Montreal, 1987), em 19/11/2001.

Cuja adesão e ratificação se recomenda

EMENDAS DE LONDRES AO PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE

EMPOBRECEM A CAMADA DE OZONO (Londres, 1990), em 19/11/2001.

EMENDAS DE LONDRES AO PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE

EMPOBRECEM A CAMADA DE OZONO (Copenhaga, 1992), em 19/11/2001. CONVENÇÃO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE ESPÉCIES DA FAUNA E FLORA

SELVAGENS, AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO - CITES, (Washington 1973),recentemente.

CONVENÇÃO SOBRE A CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES MIGRATÓRIAS PERTENCENTES À

FAUNA SELVAGEM ( Bona, 1979 ), em Outubro de 2001. CONVENÇÃO AFRICANA PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DOS RECURSOS

NATURAIS (Argel 1968), recentemente. CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PROTECÇÃO DAS AVES, de Paris, 1950. CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PROTECÇÃO DOS VEGETAIS, de Paris, 1951. CONVENÇÃO SOBRE A PESCA E A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS BIOLÓGICOS DO

ALTO MAR, de Genebra, 1958. CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PREVENÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS DO

MAR POR HIDROCARBONETOS, de Londres, 1954 e suas emendas de 1962, 1969 e1971.

CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DO ATUM DO ATLÂNTICO, deRio do Janeiro, 1966.

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A RESPONSABILIDADE POR DANOS CAUSADOS

POR CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS DO MAR POR HIDROCARBONETOS, de Bruxelas,1969.

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO FUNDO INTERNACIONAL

PARA INDEMNIZAÇÃO DE DANOS CAUSADOS PELA CONTAMINAÇÃO DE

HIDROCARBONETOS, de Bruxelas, 1971. CONVENÇÃO SOBRE ZONAS HÚMIDAS DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL,

ESPECIALMENTE COMO HABITAT DE AVES AQUÁTICAS - RAMSAR, de 1971. PROTOCOLO À CONVENÇÃO RAMSAR, de Paris, 1982. CONVENÇÃO QUE CRIA A UNIÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA

NATUREZA E DOS RECURSOS NATURAIS - UICN, de Fontainebleau, 1948. MEMORANDO DO ACORDO DE ABIDJAN, SOBRE AS MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO PARA

AS TARTARUGAS MARINHAS DA COSTA ATLÂNTICA DE ÁFRICA, de Paris, 1994. ACORDO ÁFRICA-EUROPA-ÁSIA, SOBRE AVES AQUÁTICAS MIGRATÓRIAS. CONVENÇÃO DE BASILEIA SOBRE O MOVIMENTO TRANSFRONTEIRIÇO DE

RESÍDUOS PERIGOSOS E SUA ELIMINAÇÃO, de Basileia 1997. CONVENÇÃO SOBRE A PREPARAÇÃO, A LUTA E A COOPERAÇÃO EM MATÉRIA DE

POLUIÇÃO POR HIDROCARBONETOS - OPRC, de Abidjan, 1991.

f) Problemas de que enferma o actual Quadro Legal

Vários são ainda os problemas de que enferma o actual quadro legal da RDSTP, emmatéria ambiental e de protecção e conservação da biodiversidade, dos quais se podemsalientar os seguintes:

Não reconhecimento das normas tradicionais.

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Ineficácia e inadaptabilidade dalgumas normas adoptadas. Insuficiência de mecanismos de aplicação. Significativo grau de desconhecimento das leis postas em vigôr e de sua

respectiva importância, com particular destaque para o caso das normas deâmbito sectorial ou especial.

Insuficiência quantitativa e sobretudo qualitativa dos recursos humanosimplicados na aplicação e correcta observância das normas vigentes.

Alguma indefinição, derivada provavelmente da falta de determinação esuficiente coragem política da parte dos competentes Órgãos de decisão.

Morosidade no processo de aprovação e publicação de novos diplomas, cujaurgência se afigura inquestionável e falta de regulamentação de outros, queassim o exigem.

Conhecimento insuficiente dos recursos naturais a se proteger mediante normasjurídicas.

Insuficiência e incapacidade de gestão dos conhecimentos jurídicos adiquiridose/ou disponíveis.

g) Estado do Quadro Institucional na generalidade

A responsabilidade pela coordenação e orientação de toda a política nacional de gestãoda Biodiversidade recai essencialmente sob a alçada de dois ministérios, a saber: OMinistério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente e o Ministério da Economiaencarregue pela Floresta, Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Comércio,Turismo e Hotelaria.

h) Ministério dos recursos naturais e meio ambiente

Este é o organismo da Administração Central do Estado, que tem por objectivocoordenar e executar a política do Governo, no âmbito dos recursos naturais, energia eambiente. Para o efeito, integram-no os seguintes Órgãos e Serviços, cuja acção tem aver directamente com a problemática da protecção e preservação do ambiente, doequilíbrio ecológico e da biodiversidade:

A Direcção geral do Ambiente, que está encarregue da programação, elaboraçãoe implementação das acções operacionais de conservação e preservação doambiente, recursos naturais e da natureza.

Direcção dos Recursos Naturais e Energia, que é o sector incumbido depromover estudos e a inventariação dos recursos naturais e energéticosdisponíveis, bem como preparar e apresntar propostas e sugestões, tanto para omelhor aproveitamento desses recursos, como para a sua gestão mais racional edurável.

O Instituto de Meteorologia, que é a entidade dotada de autonomiaadministrativa e financeira, sob tutela do Ministro e a quem incumbe dirigir,coordenar e executar os trabalhos, estudos, recolha e processamento dasinformações meteorológicas indispensáveis à navegação aérea e marítima, bemcomo à agricultura e pesca, ao aproveitamento dos recursos hídricos e às maisdiversas actividades económicas e científicas.

A Empresa de Água e Energia – EMAE, que é o sector responsável pela gestãonacional da água.

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i) Ministério de economia encarregue pela floresta, agricultura,desenvolvimento rural e pescas, comercio, turismo e hotelaria

Este é o organismo da Administração Central do Estado, que tem por função dirigir eexecutar a política do Estado, em matéria de agricultura, pecuária, floresta, pesca, caça edesenvolvimento rural, integrando para o efeito os seguintes Órgãos e Serviços:

A Direcção de Planeamento Agrícola, como sector central, incumbido depromover a elaboração de estudos e pareceres necessários à definição da políticageral do Ministério, com base nos respectivos objectivos, planos de actividade eavaliação dos resultados.

A Direcção de Pecuária, que é o serviço encarregue de promover acções nosdomínios da defesa sanitária dos animais, da higiene pública e veterinária, bemcomo de elaborar normas orientadoras e fornecer aos serviços regionais o apoiotécnico necessário ao fomento da produção animal e melhoramento zootécnicodas espécies.

Direcção das Florestas, que é o Órgão encarregue de dirigir e executar a políticado Estado, nos domínios do ordenamento, protecção e conservação das florestas,fomento do património florestal e silvícola nacional, cinergético e agrícola, bemcomo garantir o correspondente apoio técnico e a coordenação das acções, aonível local e regional.

A Direcção das Pescas, que é o Órgão responsável pela execução da política doEstado, no domínio das pescas, formação e verificação do pessoal marítimo,formulação, homologação e implementação de normas respeitantes à pesca,visando uma maior produção para o abastecimento interno e a promoção doexcedente para a exportação, compentindo-lhe ainda prestar colaboração aoutros organismos defiscalização das frotas pesqueiras nas águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE ) de S.Tomé e Príncipe.

A Direcção de Turismo e Hotelaria é o organismo da Administração Central doEstado, encarregado de dirigir e executar a política do Governo em matéria do,turismo e hotelaria, visando a criação de insectivos com vista a atracção dosturistas, preservando e conservando a beleza ambiental de S.Tomé e Príncipe.

A Direcção do Comércio é o organismo da Administração Central do Estado,encarregado de dirigir e executar a política do Governo em matéria do comércio.

j) Outros Organismos Implicados

Para além dos dois organismos acima referenciados, de conteúdo reitor em matéria deambiente e biodiversidade, outros há que, ao nível da Administração Central do Estado,também de forma mais ou menos directa exercem alguma acção em tais áreas, como aseguir se indica:MINISTÉRIO DA SAÚDE é o organismo da Administração Central do Estadoencarregado de dirigir, executar e controlar a política do Governo, no que concerne à

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saúde da População, da Mulher e da Família, garantindo assim, o cumprimento dasnormas constitucionais fixas sobre o ambiente. Neste Ministério, integra:

Direcção da Saúde Pública é o sector ministerial incumbido de assegurar a saúdee higiene da população e do ambiente.

MINISTÉRIO DO PLANEAMENTO E FINANÇAS é o organismo da Administração doEstado, encarregado da execução e gestão da política do Governo, em matéria doOrçamento Geral do Estado. Neste Ministério integram:

As Direcções do Orçamento e do Tesouro e Património são os órgãosincumbidos da arrecadação de receitas, execução orçamental, aquisição ealienação do património estatal e outros.

A Direcção das Alfândegas é o sector responsável pelo controlo de entradas esaídas de produtos e espécies animais ou vegetais proibidos. ( ? )

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO é o organismo daAdministração Central do Estado, encarregado de dirigir e executar a política do Estadoe do Governo, em matéria de relações exteriores e de cooperação, sendo tambémresponsável pelo seguimento das Convenções e demais instrumentos jurídicosinternacionais.MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, REFORMA DO ESTADO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAé o organismo da Administração Central do Estado, encarregado dirigir e executar apolítica do Governo em matéria de criação de condições à realizações da justiça,reforma do Estado, administração pública, formação do corpo delito e de reinserçãosocial dos presidiários após o cumprimento das penas.MINISTÉRIO DA DEFESA E ORDEM INTERNA é o organismo da AdministraçãoCentral do Estado, encarregado através do seu componente militar e policial, dirigir apolítica do Estado e do Governo em matéria da manutenção da paz e da ordem pública.É ainda responsável pela fiscalização da Zona Económica Exclusiva e do mar territorialde S.Tomé e Príncipe, através da Guarda Costeira.PODER LOCAL é composto pelas Região Autónoma do Príncipe e as Autarquia Locais,regendo-se pelos Estatutos próprios.Para materialização de acções de gestão e da conservação da Biodiversidade, tuteladaspelo Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rual e Pescas, são responsabilizadosas Direcção de Planeamento Agrícola, Direcção de Pecuária, Direcção das Florestas,Direcção das Pescas, e ECOFAC.

k) Problemas ligados às instituições

A diversidade das institucionais ligadas a gestão e conservação da Biodiversidade,originam a existência dos seguintes problemas: falta de harmonização e de coordenaçãoentre as diversas Instituições e Direcções encarregues pela gestão da Biodiversidade,falta de recursos humanos capacitados, falta de meios materiais e financeiros e falta deequipamentos diversos.l) Outros problemas

Descoordenação entre as estruturas institucionais ambientais, resultante dadiversidade dos Ecossistemas, face a orgânica do Governo.

Falta duma estrutura financeira própria institucionalizada para o SectorBiodiversidade.

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Inexistência duma política financeira governamental sobre a Biodiversidade,reflectida no Orçamento Geral do Estado.

Incapacidade de fazer aplicar as leis pelos Serviços, ou exigir a sua aplicação. Fraca capacidade de fazer cumprir os preceituados legais para a conservação e

utilização dos recursos provenientes dos ecossistemas.

Incapacidade do Aparelho judiciário, na aplicação das leis e na punição dosinfractores.

Dificuldade das ONGs e Sociedade Civil, de proceder denúncia das infracçõesdecorridas.

m) Colaboração nacional, regional e internacional

Tem-se registado na última década uma valorização progressiva dos recursos dabiodiversidade em S.Tomé e Príncipe. Mas não é ainda satisfatório o seu efeitomultiplicador nos outros ramos da economia nacional e em gerar emprego a nívelnacional, devido à predominância do sector informal e à escassez de inversão efinanciamento.

Os ecossistemas agrícolas desempenham um papel muito importante na economia do País efornecem recursos essenciais sob a forma de madeira, lenha, culturas alimentares,medicamentos, plantas ornamentais, materiais para artesanato, culturas de exportação,plantas têxteis e outras.

As florestas naturais das ilhas possuem riquíssimas flora e fauna endémicas, com valorcientífico e de conservação excepcionais, pelo que a problemática do acesso aos recursosbiológicos e partilha equitativa assumem uma importância fundamental em São Tomé ePríncipe.

No Plano Nacional

A capacidade das instituições em fiscalizar e controlar a exploração e /ou protecção dosrecursos silvo-biológicos, viabilizando portanto a entrada de maiores recursos noTesouro Público, está inibida pela escassez de quadros competentes, pela insuficiênciade equipamentos técnicos e pela ineficácia de instrumentos jurídicos.

O impacto dos textos legislativos na regulamentação socio-económico da exploraçãodos recursos biológicos é muito baixo, por um lado devido a não publicação de alguns e,por outro, por causa da não criação de órgãos de execução e de mecanismos de controloe seguimento propostos nos textos já em vigor.

Não existem mecanismos nacionais de acesso e distribuição equitativa dos benefíciosresultantes da utilização durável dos recursos. Recomenda-se as Instituições Tutelaresde Gestão dos Recursos de contactarem o GEF e as ONG’S Internacionais de modo afornecerem a assistência técnica e financeira para a elaboração de normas legais quepermitam a aplicação deste objectivo.Os dados recolhidos no Inventário Florestal deveriam servir de base para:

- Elaboração de um plano de utilização e conservação florestal;- Execução de ensaios sobre a introdução de espécies de árvores de rápido

crescimento para combustível e outros fins quotidianos;

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- Elaboração de estudos sobre a factibilidade de grandes empresas agrícolas paracriarem suas próprias plantações, destinadas a satisfazer a própria procura decombustível, tanto para uso doméstico como para os secadores industriais;

- Constituição do serviço nacional de florestas;- Avaliação da legislação proposta pela FAO (Leite-Fisher, 1985) para o controle

e a administração florestal e apresentá-la ao Governo para estudo, aprovação epromulgação;

- Elaboração da legislação para a protecção das zonas de floresta húmida primaria(ôbô), a fim de serem protegidas por lei como reserva ecológica;

- Conservações das árvores de sombra sejam mantidas e se implemente areplantação de essências florestais abatidas ou outras, nas plantações de cacau;

- Produção de legislação específica para prevenir potenciais problemas decontaminação ambiental (p. ex.: aplicação dos pesticidas e outros fitofármacosnas plantações, entre outros casos a determinar).

- Produção de estudos para análise dos efeitos dos pesticidas sobre a dinâmicapopulacional de espécies de aves endémicas (Ver Tab. 9 em anexo).

No plano Regional

No plano regional, STP aasinou vários acordo e tratados regionais nomeadamente :- Conferência sobre oe Ecossistemas florestais densos e Húmidos de África Central

(CEFDHAC);- Organização África da Madeira (OAB);- Rede das Áreas Protegidas de África Central (RAPAC);- Rede dos Jardins Botânicos de África Central (CABGAN)- Programa Regional de África Central para a Natureza (CARPE);- Novas parcerias para o Desenvolvimento em África (NEPAD);- Parcerias para as Florestas da Bacia do Congo (PFBC)- Comissão das Florestas de África Central (COMIFAC).

No plano Internacional

Dentre as acções empreendidas com o apoio dos parceiros internacionais, destacam-se:

O “Projecto de Elaboração da Política Agrária e Florestal (APOFA-GTZ) ”,financiado pelo Estado Alemão,

O projecto conjunto PNUD/PENUMA, relativo às “Instituições e LegislaçãoAmbiental em África”, financiado pelas referidas agências, o PNADD – PlanoNacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável, financiado pelo PNUD –Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,

O projecto “ECOFAC” – Conservação e Utilização Racional dos EcossistemasFlorestais d’África Central, financiado pela União Europeia,

O programa “PNAPAF” – Programa Nacional de Apoio e Promoção da AgriculturaFamiliar, financiado pelo FIDA e o projecto de Luta Contra Pobreza, financiadopelo PNUD.

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Sobretudo para o conhecimento da Biodiversidade Nacional, a cooperação foipreponderante

Nos últimos anos, mas concretamente, desde 1994, várias missões científicas tiveramlugar no País nomeadamente: Missão sobre o Estudo dos pássaros de São Tomé e Príncipe - que culminou com a

publicação de um guia. Aos turistas e não só, este guia serve para descobrir ospássaros das ilhas e para sensibilizar o governo central da riqueza ornitológica doarquipélago em geral e em particular o governo autónomo par assegurar uma eficazprotecção dos papagaios cinzentos, extremamente ameaçados nesta ilha.

Missão sobre os búzios de terra pertencentes à espécie Archachatina bicarinata

Missão ciêntífica sobre a biologia e os modos de vida do macaco Cercopithecusmona

Missão ciêntífica que estudou as possibilidades de implementar a criação deborboletas económicamente rentáveis na ilha de São Tomé e um manual sobre acriação dos Lepidópteros.

Missão ciêntífica da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) - que privilegiou aBotânica florística. Os eixos destas pesquisas foram o estudo da flora e vegetação doarquipélago, o estudo das orquidáceas e das plantas endémicas.

Os principais resultados destas pesquisas são:

- Uma contribuição importante ao conhecimento da flora do arquipélago;

- Várias teses e relatórios;

- Várias publicações editadas e em vias de publicação;- Um guia de orquidáceas;- Um Jardim Botânico instalado em Bom Sucesso, que acolhe uma colecção demais 1500 amostras de orquídeas e um grande número de plantas da flora local.

Missão Drosófila – A última missão levada ao cabo pelo Museu de Califórnia pôdeidentificar nas duas ilhas duas novas espécies de Drosófila novas para a ciênciagenética sobretudo no domínio de pesquisas no tratamento da doença de Alzheimer.

Missão de identificação de répteis, batráquios e peixes de água doce.Durante três meses, os estudos exaustivos foram feitos por uma equipa de espertosdo Museu de Califórnia.

Missão Inventário florestal – em conclusão dos inventários já efectuados no País,uma missão trabalhou com a Direcção de Florestas, consistindo em uma série derecomendações pertinentes que iriam permitir a elaboração de um Plano deDesenvolvimento Florestal nacional.

o Formação no domínio Cybertracker para monitoragem dos ecossistemas florestais.

o Formação no domínio de avaliação de indicadores de biodiversidade na gestãodas áreas protegidas.

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o Formação no domínio de procedimentos de estudos sobre os recursos fito-genéticos florestais.

CAPÍTULO IV - Conclusões e recomendações relativamente aavaliaçãodo estado actual da Biodiversidade em STP

5.1 EM RELAÇÃO À FLORAResultante dos dados obtidos dos diversos trabalhos de investigação realizadas, chegou-se as seguintes conclusões:

a biodiversidade específica, genética e ecossistémica de S.Tomé e Príncipecontinuam a ser mal conhecidas e substimadas por diversos sectores (políticos,económicos e sociais) do País, embora esforços tenham sido feitos no sentido deinverter a situação através das leis que já foram aprovadas. Mesmo assim existemdiversas.

Ecossitemas florestais

Conclui-se que as áreas de vocação florestal permanente continuam a ser devastadas,sendo bastante notória no País a diminuição de espécies de madeira de alto valorcomercial; por outro lado conclui-se que está em curso, um processo de erosão dossolos.

Com a implementação da política de privatização das terras agrícolas e a entrega deconsideráveis extensões de terra aos pequenos e médios agricultores, estes utilizam asárvores existentes nas suas parcelas como recurso financeiro imediato para a soluçãodos problemas económicos, como ocorre, por exemplo, com o corte intensivo dasárvores. Este fenómeno, para além de diminuir de forma drástica as espécies florestaisde alto valor comercial, acelera a erosão dos solos aráveis por exposição aos fenómenosatmosféricos, a destruição dos habitats de fauna e flora, a degradação das baciashidrográficas, a redução do regime de chuvas e a deterioração da qualidade de vida dapopulação rural, comprometendo desta forma as perspectivas de desenvolvimento.

Recomenda-se no entanto: a reforma das políticas florestais que promovam e criem oportunidades económicas

que eliminem a pressão existente nas áreas florestais, por um lado;

e por outro, programas de manejo sustentável das florestas e a subsistência baseadaem Produtos Florestais Não Lenhosos poderão permitir no futuro a sua utilizaçãosustentável.

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Reforço das actividades de conservação “ex situ”, para que se reforcem acçõesque possam integrar a Criação de um Arboretum e o repovoamento florestal deáreas degradadas;

A Criação de um banco de sementes de espécies endémicas e indígenas,;

A vulgarização de técnicas apropriadas para o cultivo e utilização de plantas comfins medicinais,

Ainvestigação acompanhada de Inventários periódicos dos danos causados àfloresta,

A informação, educação, sensibilização/ formação e na valorização dos ProdutosFlorestais Não Lenhosos (PFNL),

e a reflorestação com espécies de crescimento rápido tais como Ocá (Ceibapentandra), Pau impé (Olea capensis), Mussinica (Prunus africana), Cata grande(Rauvolfia macrophylla), para as construções, para energia (Carvão). Esta práticapoderá minimizar a médio e longo prazo, a pressão sobre a Amoreira (Miliciaexcelsa), Cedrela (Cedrela odorata) e Gogô (Carapa procera). A reflorestação comessas essências florestais poderá ser realizada pelos agricultores e outros membrosdas comunidades envolvendo os jovens e com apoios do sector privado e do Estado.

No domínio dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos, a vulnerabilidade e a fragilidadedas áreas costeiras impõem no primeiro lugar, patrulhamentos para a fiscalizaçãoadequada na Zona Económica e Exclusiva (ZEE), e em segundo lugar, a fiscalizaçãodas actividades de exploração dos recursos naturais existentes.

Ecossistemas Agro-Pastorais

Estes ecossistemas constituem um substrato, reservado para a agricultura e a pecuária,donde uma parte importante da população obtém o seu rendimento, que se converteassim na base fundamental de luta contra a pobreza.

As principais preocupações inerentes ao supracitado ecossistema são:1. A tendência de introduzir espécies melhoradas (maçã da china, goiabeiras,

limoeiros, os tomateiros, os mamoeiros, a batata inglesa, as caramboleiras, asmalagueteiras-de -gabão, a banana-de-gabão, o quiabo-de-gabão,etc), em detrimentode culturas tradicionais, o que origina uma certa erosão genética e odesaparecimento do saber tradicional ligado a essas culturas.

2. tendência de invasão de espécies alienígenas introduzidas indirectamente com assementes: Leucaena leucocephala (Leucena), Mimosa polydacthyla, Mimosa pudica(Folha malícia), Desmanthus virgatus, Adenanthera pavonina, têm impacto nosterrenos agrícolos e nas áreas florestais. Estas plantas apesar de aumentarem o teorem azoto no solo, crescem em detrimento das espécies nativas.

Uma nota de relevo refere-se à presença de populações de Cinchona spp (quina),espécie introduzida nos meados do século XV para o combate do paludismo, estaproliferando nas zonas agrícolas e florestais em diversas altitudes.

As espécies tais como, Pistia stratiotes (Alface-d’ água), Acanthus montanus (Cundu-muala-vé), Tithonia diversifolia (Falso-girassol), quando crescem podem constituirbloqueios para as sucessões vegetais e são também uma grande ameaça da perda dabiodiversidade.

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3. o abate e a serragem de algumas espécies frutíferas nomeadamente Fruteira(Artocarpus heterophylla), Mangueira (Mangifera indica), Coleira (Cola acuminata),Safuzeiro (Dacryodes edulis), Izaquenteiro (Treculia africana), Iobó (Monodoramyristica), para a obtenção de madeira de segunda e terceira qualidades para aconstrução pode constituir um risco na perda dos recursos genéticos, da biodiversidadee na valorização e exploração sustentatável.

4. a implementação da agricultura convencional que usa sementes tratadasquímicamente com “Thirame” e “Malathion”, tolerantes a certos tipos de pragas edoenças; isto constitui um handicap para a implementação da agricultura biológicanacional.

5. a implementação de vários projectos de criação agro-pecuário são baseados naimportação de raças e espécies em detrimento da protecção e valorização das espéciesrústicas do País. Exemplo elucidativo deste grande problema é: a introdução clandestina de espéciesavícolas vivas, pode permitir a entrada da gripe aviária pode por em risco o papel dosector da avicultura na segurança alimentar do País (Plano de Contigência da InfluenzaAviária ).

6. o comércio ilegal de produtos da biodiversidade; esta actividae informal constituiconstitui crime ambiental. De facto espécies da fauna tais como os macacos(Cercopithecus mona), os papagaios (Psittacus erithacus) e, por vezes, os periquitos(Agapornis pullarius), e espécies e produtos da flora tais como as cascas, as raízes deplantas medicinais e exemplares de orquídeas e rizomas de plantas ornamentais sãocomercializados ilegalmente com fins de exportação para Portugal e outras paragenseuropeias.

7. Falta de capacidade escoamento e /ou de transformação dos excedentesagrícolas , basta falar-se da perda de frutos das carâmboleira (Averrhoa carambola) ,mangueira (Mangifera indica), jaqueiras (Artocarpus heterophyllus), maracujá(Passiflora quadrangularis), framboesas (Rubus rosifolius), tangerineiras (Citrus sppl),laranjeira (Citrus auratium), goiabeiras (Psidium gujava), comochamas (Eugeniabrasiliensis), cajamangueira (Spondias cytherea) e pitangueiras (Eugenia uniflora)durante os períodos de abundância.

Recomenda-se no entanto: A inventariação das espécies e raças locais, e capacitar o País na transformação e conservação industrial de alimentos e frutos, incentivos à agricultura biológica numa perspectiva ligada às novas formas de

segurança alimentar e ao associativismo entre os agricultores; a conservação dos recursos genéticos de sementes agro-florestais em benefício das

gerações presentes e futuras

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5.2 EM RELAÇÃO À FAUNA

O estudos concluiu que no campo de conservação da biodiversidade faunística , écrucial o reforço da conservação in situ e ex-situ; no campo de conservação dautilização sustentável dos recursos biológicos é necessário valorizar mais abiodiversidade. Que no campo da partilha justa e equitativa dos recursos biológicos, asvantagens geradas pela utilização dos recursos. Assim na esteira dessas conclusões eem conformidade com os quatro ecossistemas alvos desse estudo, importam que asintervenções no âmbito das recomendações se traduzam no seguinte:

Relativamente à Conservação dos Ecossistemas Costeiro e Marinho

Concluí-se que os visíveis efeitos negativos da pressão humana têm aumentado avulnerabilidade e fragilidade das áreas costeiras.E a problemática de gestão dos recursos costeiros e marinhos é uma questão quepreocupa o governo e os técnicos de uma maneira geral.revelam-se de crucial importância , para o alcance da almejada gestão de recursoshaliêuticos do país. A boa gestão desses recursos permitirá estimar a captura óptimapara cada espécie de maneira a determinarAs acções de protecção, conservação e sensibilização sobre as tartarugas marinhas eteve, no entanto, o seu término em 1999 pareciam ter contribuindo para a mudança deconsciência das populações quanto à necessidade de protecção das mesmas.

Por tudo isso recomenda-se:

O reforço das actividades de conservação “in situ”, que compreendam oOrdenamento Espacial da Zona Costeira, a Gestão Sustentável dos seusRecursos,

a Educação e a Sensibilização das populações (crianças e jovens) que residemnas zonas costeiras no domínio de boas práticas ambientais;

O reforço das actividades de conservação “ex situ”, que compreendaigualmente a Criação de um Parque Marinho Nacional, ao Estudosdiferenciados ao nível dos Recursos Haliêuticos costeiro e marinhos, GestãoSustentável da Zona Económica Exclusiva Santomense e Protecção dasTartarugas Marinhas.

Realização de estudos de impacto ambiental (condições sin qua non) para a suarealização dos projectos económicos tais como o de exploração de petróleo e ode Zonas Francas

Criação de um Comité para a Protecção do Litoral; As investigações, permitiriam determinar as relações de equilibro entre o

crescimento da população de peixes (stock) e a forte pressão do homem e aacção dos predadores naturais de modo a optimizar bons rendimentos semperturbar o equilíbrio natural da população

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Relativamente ao Ecossistema de Águas Interiores

Conclui-se que algumas actividades de carácter económico têm posto em perigo osecossistemas aquáticos, ameaçando de forma preocupante os recursos biológicos que setraduzem numa rica diversidade biológica com presença considerável de endémicos.Conclui-se também da grande carência de informações e estudos relativo ascaracterísticas das espécies dos recursos biológicos Águas Interiores, o queimpossibilita que se adoptem políticas de gestão sustentável dos recursos neleexistentes.Recomenda-se no entanto: O fortalecimento de acções conducentes à conservação “in situ”, que compreenda a

conservação da diversidade biológica e dos recursos biológicos das ÁguasInteriores (estas acções passam pela a realização de estudos sobre a fauna ,elaboração do plano de gestão das áreas pantanosas e;

O fortalecimento do quadro institucional intersectorial no domínio de conservação egestão sustentável das Águas Interiores.

Relativamente ao Ecossistema Florestal

Conclui-se que fortes intervenções humanas têm aumentado o grau de vulnerabilidade efragilidade desse ecossistema, e a destruição dos habitats da fauna, a prática de caça àsespécies é feita ao longo de todo o ano sem que se respeite o período venatório dasespéciesA inexistência de estudos de investigação das espécies que pudessem reportar dados einformações fiáveis sobre a distribuição e o efectivo de espécies de animais dos diversosecossistemas do país e a forte pressão exercida sobre os mesmos vem impedindo que sepossa estabelecer políticas para um gestão sustentável dos mesmos.

Recomenda-se:

O reforço das acções de conservação “in situ”;

A sensibilização das populações que residem nos arredores das Áreas Protegidas;monitorização das acções de protecção e conservação de áreas protegidas;

A perenização de políticas coerentes e certeiras e de financiamentos para as ÁreasProtegidas;

A protecção de áreas de reprodução e de nidificação de espécies endémicas;

Relativamente ao Ecossistema Agro-pastoral.

Recomenda-se:

O fortalecimento de acções conducentes à conservação “in situ” de espéciesvegetais e animais, que integre a constituição de uma colecção nacional de espécies,com vista à sua conservação e utilização sustentável, a preservação de formacontrolada de espécies no seu habitat natural;

o Inventário das variedades em vias de extinção;

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a Informação, Educação e Comunicação (IEC), dirigida a quadros técnicos eagricultores;

a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Pecuário, no domínio daconservação da biodiversidade e da gestão sustentável dos recursos biológicos;

O reforço das acções conducentes a conservação “ex situ” de espécies vegetais eanimais pertencentes a este ecossistema, que compreenda o enriquecimento decampos de germoplasma, pela contribuição de genes provenientes do estrangeiro ede outras variedades locais.

Concernente à valorização da biodiversidade vegetal, recomenda-se:

Implementação de acções de luta anti-erosiva e implantação de culturasalimentares em zonas apropriadas,

o fomento da produção biológica do cacau e de outros produtos agrícolas deexportação, a promoção das culturas alimentares e frutícolas, com vista a garantir asegurança alimentar,

o desenvolvimento das potencialidades existentes das plantas e animaisornamentais, incluindo um estudo de mercado e

a criação de Centros de Pesquisa, destinados a aprofundar as investigações sobremétodos de luta biológica contra pragas e doenças;

No que toca a valorização da biodiversidade animal, recomenda-se:

Implementação de criação de espécies animais mais comuns (suínos, bovinos,ovinos, caprinos, aves e coelhos), o aumento do efectivo ovino, o melhor controlode animais para abate e a criação de unidades de transformação.

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5.3 CONCLUSÃO FINALA fim de estabelecer uma perspectiva futura que defira do actual panorama dosEcossistemas nacionais e, estabelecer novos horizontes nos desafios em prol dodesenvolvimento durável do País, os programas de Conservação da Biodiversidadedevem assentar-se nos seguintes pilares prioritários:

Adopção pelo governo do Plano Estratégico de Acção relativo a Biodiversidadee dos seus componentes;

Elaboração do Plano de Gestão dos Parques Naturais Obôs de São Tomé e doPríncipe;

Reforço as capacidades institucionais e humanas em particular a valorização dogénero na Conservação e Uso racional dos recursos naturais e;

Reforço das Instituições na Fiscalização das actividades que ameaçamdeliberadamente o ambiente;

Envolvimento das comunidades locais em particular do Poder Local naspolíticas de gestão e conservação .

Valorização do saber popular e práticas tradicionais no uso dos recursosnaturais ( água, o solo, a fauna, a flora, etc);

Criação de um Centro de Estudo da Biodiversidade (CEB) que conte com acontribuição de agrónomos, biólogos, ecologistas, economistas, zoólogos,entomólogos, genetistas, silvicultores, sociólogos, veterenários, nacionais eestrangeiros;

e promoção do desenvolvimento económico, baseado na execução deactividades duradouras face aos grandes desafios modernos (globalização,mudanças climáticas, tráfico ilícito e comércio clandestino, etc), natransparência, na justiça de modo que todos os recursos do País possamcontribuir assim na luta contra a pobreza;

Criação de mecanismos dinâmicos de financiamento duradoiro para aimplementação dos programas de conservação dos recursos naturais e daBiodiversidade das espécies ameaçadas .

Crição de um Centro de Informação em matéria de diversidade biológica (CIB)Este centro funcionará para veicular as informações inerentes ao estado daBiodiversidade, as áreas devastadas ou degradas, o número de árvores abatidas,as alterações na composição florística e faunística das ilhas, seguimento daqualidade da água, do solo, do ar e das emissões, etc.

Este centro deverá informar sobre os eventuais impactos ambientais.

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Investigar as possibilidades de conservação e no reexame da utilização da variedadegenética seja das espécies já cultivadas, seja de espécies e variedades autóctonesabandonadas, e /ou novas possíveis espécies para serem introduzidas na produçãoalimentar e no uso industrial.

Criar um sítio na INTERNET.Neste sítio, existirá um banco de dados sobre a Biodiversidade, de modo que asinformações sejas de conhecimento e domínio público.

Nomeiar um ponto focal Clearing House Mecanism (CHM) para a BiosegurançaO ponto focal será o pivot entre as Convenções de Biodiversidade e o Protocolo deCartagena e as Instituições nacionais, regionais em matéria da Conservação dadiversidade biológica e medidas de segurança no âmbito dos OGMs.

No plano internacional Prosseguir os processos de adesão e ratificação às Convenções e aos acordos

multi-laterais sobre o ambiente e traduzir os compromissos em acções concretasmediante um processo dinâmico de mobilização de recursos para efeito;

Implementação do plano de convergência da COMIFAC; Implementação do Plano de acção sub-regional contra a degradação das terras e

a desertificação.

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81

VI. Registo bibliográfico

1. NOVA, A. V.; (2002). ENPAB-Agricultura; Monografia sobre os EcossistemasAgrícolas, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional ePlano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.

2. BONFIM, V. M. S.; (2002). ENPAB- Águas Interiores; Monografia sobre a osEcossistemas das Águas Interiores, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboraçãoda Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.

3. OLIVEIRA, F. C N; (2002). ENPAB-Florestas; Monografia sobre os EcossistemasFlorestais produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional ePlano de Acção da Biodiversidade Relatório em S.Tomé e Príncipe.

4. BANDEIRA, J. A. V. C.; (2002). ENPAB-Jurídico Institucional; Monografia sobre aLegislação e Instituições, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração daEstratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe

5. TEIXEIRA, M. C. N. D’ALVA; (2002). ENPAB- Marinho e Costeiro; Monografiasobre a os Ecossistemas Marinhos e Costeiros, produzida por, no quadro do Projecto deElaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé ePríncipe.

6. BONFIM, F. L. B.; (2002). ENPAB-Pecuária. Monografia sobre a Pecuária, produzidapor no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção daBiodiversidade em S.Tomé e Príncipe.

7. SABINO, P. C.; (2002). ENPAB-Silvicultura. Monografia sobre a Silvicultura,produzida por, no quadro do quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional ePlano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.

8. Ogonovszky, M. (2003). Endémisme et phytogéographie des plantes de São Tomé etPríncipe. Travail de fin d'études présenté en vue de l'obtention du grade de Bio-Ingénieren Agronomie Tropicale, Ecole Interfacultaire de Bio ingénieurs, Université Libre(ULB) de Bruxelles

9. World Bank 1993. Democratic Republic of São Tomé and Principe.Country EconomicMemorandum and Key Elements

10. Environmental Strategy. Volume II. Report No. 10383-STP. Western AfricaDepartment. The World Bank, Washington, DC.

11. ECOFAC, Novembro 1995. Os recursos de coral em S. Tomé, um plano de acção

12. EXCELL, A.W. (1944). Catalogue of vascular plants of S. Tomé (with Principe andAnnobon). British Museum (Natural History), London. Xi + 426 pp.

13. EXCELL, A.W. (1956). Supplement to the catalogue of vascular plants of S. Tomé(with Principe and Annobon). British Museum (Natural History), London. 58 pp.

14. FAO, 1988. National Parks planning: a manual with annotated exemples. FAOConservation Guide 17. Rome, 105 pp.

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15. INTERFOREST AB, draft 1990. Study of supply and demand for primary forestproducts

16. INTERFOREST AB, (1990 a). Republica Democrática de São Tomé e Príncipe- Estudodo suprimento e demanda de produtos florestais primários. São Tomé. 42 pp. e 9 ap.

17. INTERFOREST, (1990 a). Republica Democrática de São Tomé e Príncipe –Resultados do Inventario Florestal Nacional São Tomé. 19 p + 4 Ap.

18. JOFFROY G. (1999/2000). Etude des Plantes endémiques de Sao Tomé et Príncipe.(Travail de fin étude)

19. JONES, P. J. BURLISON, J. P. Et TYE A., 1991. Conservação dos ecossistemasflorestais na Republica Democrática de São Tomé e Príncipe. UICN – CEE, Gland. 78pp.

20. JONES, P. J. BURLISON, J. P. Et TYE A., (1991). Conservação dos ecossistemasflorestais na Republica Democrática de São Tomé e Príncipe. UICN – CEE, Gland. 78pp.

21. JUSTE, B. J. (mars 1994). Etude de support à l’aménagement et la gestion de la zoneécologique, Projet ECOFAC. AGRECO-CTFT Unpubl. Gland. 67 pp.

22. JUSTE, B. J., (octobre 1994). Etudes d’appui à l’aménagement et à la gestion des zonesécologiques de Sao Tomé et Principe, 2 éme Délimitation de la zone écologique dePrincipe et correction des limites de Sao Tomé, Project AGRECO-CTFT

23. LAINS e SILVA, H. (1958 b). Esboço da carta de aptidão agrícola de São Tomé ePríncipe. Garcia de Orta 6: 61-86.

24. LAINS e SILVA, H. 1959. Nomes vulgares de algumas plantas de São Tomé e Príncipe(com notas sobre a origem dos nomes e a utilidade das plantas).

25. LEBLANC, P. (1994). Etude touristique écologique: programme de développement dutourisme écologique.

26. LEJOLY J. (1995). Suivi des programmes d’etude de la biodiversité vegetale dans lazona ecológica de São Tomé, Groupement AGRECO-CTFT

27. LEJOLY J. e OLIVEIRA F. (1998). Inventário de colheitas botânicas efectuadas emSao Tomé e Príncipe no quadro do Programa ECOFAC

28. LEJOLY J. JOFFROY G. STEVART T. (2000). Synthése des inventaires de BotaniqueFloristique effectués dans le cadre du Programme Ecofac à Sao Tome et Principe,Groupement AGRECO. G.E.I.E.- SCETAGRI - SECA - CIRAD Foret en associationavec Faune et Flora International.

29. CARVALHO, S. e VAZ, H. Estudo de Vulnerabilidade e Adaptação às mudançasClimáticas – Sector de Florestas e Solos, Projecto de Comunicação Nacional STP 01/G31, Junho de 2003.

30. CARVALHO, S. VAZ, H. e OLIVEIRA, F. (Junho de 2003), Etude sur la Situation desRessources Génétiques Forestières de la République Démocratique de São Tomé etPríncipe. Document de travail FGR/63F FAO, Rome, Italie

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31. LIBERATO, M. C. And ESPIRITO SANTO, J. (1972-1982). Flora de São Tomé ePríncipe. Jardim e Museu Agrícola do Ultramar, Lisboa

32. LOPES ROSEIRA, L. (1984). Plantas úteis da flora de São Tomé e Príncipe -medicinais e industriais. 100 pp.

33. MATOS, G. C. (mai 1994). Mission d’expertise “ Biodiversité floristique et écologie” ,rapport préliminaire, Groupement AGRECO-CTFT-STP ECOFAC

34. MENDES FERRAO, J.E. 1979). Flora de São Tomé e Príncipe “Ácidos gordos eproteínas de algumas sementes”. Archives historiques de STP

35. MESA PNUD Capacidade 21. Plano distrital do ambiente para o desenvolvimentodurável. PDADD, versão preliminar (11/1998).

36. PNUD, 1994. Global conference on the sustainable development of small islanddeveloping states. Final declaration. Unpl. Report, 48 pp.

37. PNUD et al., 51994). Elementos de reflexão para o desenvolvimento sustentado de SãoTomé e Príncipe

38. STEVART T. (1998). Etude sur les orchidées de São Tome et Principe: (Travail de find’étude, ULB)

39. STEVART T e OLIVEIRA F. (2000). Guia das Orquídeas de São Tomé e Príncipe

40. TOELEN, P. (1995) Inventaire, biodiversité, strutcture des peuplements et biomasseligneuse dans Iles forets d’altitude de São Tomé ( travail de fin d’étude, ULB).

41. VAN ESSCHE, K. (1995) Mise en place de transects en vue des inventaires debiodiversité dans la zone écologique de Sao Tomé (missions 29/03 – 04/05 et 12/0717/08 1994).

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VI I- ANEXOS– figuras e tabelas

Figura 8 - Isoietas da Ilha de S. Tomé

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Figura 9 - Isoietas da Região Autónoma do Príncipe

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Figura 10: Carta dos solos de S.Tomé e Príncipe

Fonte: Proposta do plano de manejo do P.N. Obôs de S.Tomé e Príncipe (1999).

S. Tomé

Príncipe

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Figura 11: Mapa de ocupação de solos em S.Tomé –localização dos principais ecossistemas florestais

Tabela 1 - Inventário das plantas endémicas de São Tomé ePríncipe (sem as orquidáceas)Classificação por ordem alfabética das famílias

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OR: Ex= Exell (1973), ES=Espírito Santo, Fi= Figueiredo, IF= Inst. Floret, Li=Liberato (1973),SI= Silva, Wh=White, D: distribuição geográfica. E= endémica das ilhas do golfo daGuiné, S= São Tomé, P= Príncipe, A= Anobom, B= Bioco

Família Nome latim Nome vernacular OR D ObservaçõesAcanthaceae Brachystephanus occidentalis Ex ES Flores brancasAcanthaceae Heteradelphia paulowilhelmia ES Arbusto, fl violetasAcanthaceae Justicia thomensis Ex ESAnisophylleaceae Anisophyllea cabole Pau caboré, cabolé Es,

ExES Arbusto, 3 m.

Apocynaceae Tabernaemontana sp. aff.Stenosiphon

Ex EPApocynaceae Tabernaemontana

stenosiphonCata d'obô Ex ES Árvore alta 15 m; latex branco

Araliaceae Polycias quintasii Guêguê fasso, Vela Ex ESP ÁrvoreAsclepiadaceae Marsdenia exellii Ex ESBalsaminaceae Impatiens buccinalis Camarões Ex ESBalsaminaceae Impatiens manteroana Ex EPBalsaminaceae Impatiens thomensis Ex ESBegoniaceae Begonia baccata Fia boba vermelha Ex ES Planta alta 1,5 m; caule

lenhoso; fl. brancasBegoniaceae Begonia crateris Fia boba d'obo Ex ESBegoniaceae Begonia fusialata var.

principensisEP

Begoniaceae Begonia loranthoides subsp.Loranthoides

ESPBegoniaceae Begonia molleri Ex ESBoraginaceae Ehretia scrobiculata Ex EPCelastraceae Maytenus monodii Exell Ex ESCommelinaceae Palisota pedicellata Ex ESPA Erva vivaz, alta 2 m; fl.

brancasCyatheaceae Cyathea welwitschii Feto arbóreoCyperaceae Carex leptocladus Ex ES Espécie herbáceaCyperaceae Cyperus sylvicola Ex ES Espécie herbáceaCyperaceae Hypolytrum grande Ex EP Espécie herbáceaCyperaceae Mapania ferruginea EX,

LSESP Erva vivaz, alt 50 cm

Dichapetalaceae Dichapetalum bocageanum Melambo Ex ESEricaceae Erica thomensis Urze Ex ES Subarbusto; alt. 1 mEuphorbiaceae Croton stellulifer Cubango, Cobango EX,

FiESP Árvore, cerca de 30 m; pouco

ramificado; fl: elípticasEuphorbiaceae Discoclaoxylon occidentale Quina nº 2 Ex, Fi ESP ÁrvoreEuphorbiaceae Drypetes glabra Mamon d'obô Ex, Fi ES ÁrvoreEuphorbiaceae Drypetes henriquensii No-no, Mamon

d'obôEx, Fi ES Árvore

Euphorbiaceae Erythrococca columnares Ex EP ÁrvoreEuphorbiaceae Erythrococca molleri Coedano nº 2 Ex, Fi ES Arbusto alto 20m; fr. Vermelho-

alaranjados na maturidadeEuphorbiaceae Grossera elongata Ex EP

Euphorbiaceae Maesobotrya glabrata Ex EP Arbusto ou pequena árvore, fr.Avermelhados na maturidadeEuphorbiaceae Phyllathus physocarpus Ex EP Árvore

Euphorbiaceae Thecacoris mannniana Pau fígado Ex ES Pequena árvoreEuphorbiaceae Thecacoris membranacea Ex ES Árvore, S1-24Flacourtiaceae Casearia mannii ESPFlacourtiaceae Homalium henriquesii Quebra machado Ex, Fi ES Árvore alt 10 m; fl: creme-

verdesHernandiaceae Hernandia beninensis Bungá, pau candeia Ex, Fi ESB ÁrvoreLeeaceae Leea tinctoria Celé-alé, Celé-celé Ex, Fi ES Arbusto 2-3 m, fr. Alaranjados

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Lobeliaceae Lobelia barnsii Ex ES Erva alta 2 m; fl. Violetasreunidas em cachosMelastomataceae Calvoa confertifolia ES

Melastomataceae Calvoa crassinoda ESMelastomataceae Calvoa grandifolia Ex ESP Erva alta 1 m; fl.

rosáceasMelastomataceae Calvoa integrifolia ESMelastomataceae Calvoa sinuata EPMelastomataceae Tristemma litorale Benth.

Subsp biafranum var.insulare

ESMelastomataceae Tristemma mauritianum var.

rozeiranumES

Melastomataceae Tristemma mauritianum var.thomense

ESMeliaceae Trichilia grandifolia Cola de macaco Ex ES Liana, fl compostas, fr

castanhos de 5 cm de diâmetroMoraceae Ficus chlamydocarpa subsp.fernandesiana

Figo obato Ex, Fi ES Figueiro estrangulador, fr 4 cmde diâmetroMiristicaceae Staudtia pterocarpa Pau vermelho ES,

FiES Árvore de 10-15 m de altura, fl

inteirasOchnaceae Campylospermum vogelii

molleri

Pau dumo Ex ESP Arbusto fl. amarelasOchnaceae Ouratea nutans Ex EPOchnaceae Rhabdophylllum arnoldianum

var. quintasiiEx ES Árvore

Oleaceae Jasminum thomense Ex ES LianaPandanaceae Pandanus thomensis Pau esteira Ex ES Árvore, fl. Longas e

seguetadasPiperaceae Peperomia thomeana Ex ES ErvaPodocarpaceae Podocarpus mannii Pinheiro de S.

ToméEx ES Árvore de 30 m; fl.

masculinas verdesRhamnaceae Lasiodiscus rozeirae Ex ESRhizophoraceae Cassipourea glomerata Ex ES ÁrvoreRubiaceae Aidia quintasii Muindo Ex ES ÁrvoreRubiaceae Aidia wattii Inhé muela Ex ESRubiaceae Aulacocalyx pallens subsp

pallensTeia-teia pequena Ex ES Árvore, flores brancas

Rubiaceae Belonophora coffeoides Ex ESRubiaceae Bertiera pedicellata Ex ESP Arbusto 30 m; fl. terminais,

brancasRubiaceae Craterispermum montanum Macambrará Ex, Fi ESPA Árvore de 6 m, fl: branco-esverdeadasRubiaceae Ecpoma cauliflorum Ex ES Subarbusto, fl: brancas.Colhida no Príncipe a 550 mde altitudeRubiaceae Lasianthus africanus Ex ESP Árvore, fl coriáceas, floreslilazes,Rubiaceae Mussaenda tenuiflora var.

principensisEx EP Liana de flores amareladas

Rubiaceae Mussaenda tenuiflora var.thomensis

Ex ES Liana de flores brancasRubiaceae Pauridiantha composii Ex ES ÁrvoreRubiaceae Pauridiantha insularis Ex ES Árvore

Rubiaceae Pavetta monticola Si, Ex ESA Arbusto de 3 m, flores brancasRubiaceae Psychotria guerkeana Ex ES Pequena árvoreRubiaceae Psychotria molleri Pau duno Ex ES ArbustoRubiaceae Psychotria nubicola Ex ES ArbustoRubiaceae Psychotria principensis Café silvestre Ex EP Pequena árvoreRubiaceae Psychotria thomensis Ex ES ArbustoRubiaceae Sabicea exellii EX ES Liana de 5 m; fl. brancas;

caulifloria, ou na axila dosramosRubiaceae Sabicea ingrata Ex ES Liana

Rubiaceae Sabicea ingrata var. insularissp. nov.

Ex ESA LianaRubiaceae Sabicea thomensis sp. nov. ES LianaRubiaceae Tarenna nitiduloides Ex, Fi ES Arbusto

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Sapindaceae Chytranthus mannii Pessegueiro Ex ESP Arbusto de 6 m. Fl e fr na basedo tronco; fl branco-cremesSapotaceae Chrysophylllum calophylllum Ex EP Árvore

Sapotaceae Chrysophylllum henriquensii Ex EP ÁrvoreSapotaceae Vincentella densiflora Ex ES ÁrvoreScrophulariaceae Thunbergianthus quintasii Musa fria Ex, Fi ES Liana, flores rosáceasTheaceae Balthasaria mannii Ex ESThymelaeceae Dicranolepis thomensis Ex ES Arbusto ou pequena árvore; fl

brancas e depois amareladasThymelaeceae Peddiea thomensis Tchapo d'obô Ex ES Arbusto de 5 m. Fr vermelhoacastanhadasUlmaceae Celtis pratlii Quaco branco Ex ESPA Árvore

Urticaceae Elastostema thomense Ex, Fi ES Erva prostadas, flores brancasem capítulosViolaceae Pilea manniana Ex ES Subarbusto, pequenas floresbrancasViolaceae Rinorea chevalieri Ex, Fi ES Arbusto de 1,5 m. Frequente.

Violaceae Rinorea insularis Ex EPViolaceae Rinorea thomensis Tesse Ex, Fi ESVitaceae Cissus curvipoda Ex ESZingiberaceae Renealmia grandifolia Ex ES Erva rizomatosa

Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.

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Tabela 2:Inventário dos pteridófitos endémicos de S. Tomé ePríncipe - Classificação por ordem alfabética das famíliasFamília Nome científico S P D

Aspidiaceae Trioplophyllum principis 0 1 EAspidiaceae Trioplophyllum fraternum var. elongatum 0 1 EAspleniaceae Asplenium eurysorum 1 1 EAspleniaceae Asplenium exhaustum 1 0 EAspleniaceae Asplenium megalura var. molleri 1 0 ECyatheaceae Cyathea camerooniana var. currori 0 1 ECyatheaceae Cyathea welwitschii 1 0 EGrammitaceae Grammitis molleri 1 0 EGrammitaceae Grammitis thomensis 1 0 ESelaginellaceae Selaginella mannii 1 1 ESelaginellaceae Selaginella monodii 0 1 EThelypteridaceae Pseudophegopteris henriquensii 1 0 EThelypteridaceae Sphaerostephanos elatus 1 0 E

Fonte: Figueiredo Estrela 2002 – Pteridófitos de São Tomé e Príncipe.

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Tabela 3: Inventário das principais Espécies Industriais de SãoTomé e Príncipe: classificação sob a ordem alfabética dasfamílias

Família Nome ciêntífico Nome vernacular DistribuiçãoAnacardiaceae Pseudopondias microcarpa Zenzém Floresta secundáriaAnisophylleaceae Anisophyllea cabole Pau cabore, cabolé Floresta densaArecaceae Elaeis guineensis Palmeira Floresta secundáriaBoraginaceae Cordia platythyrsa Tabaque Floresta secundáriaCaesalpinacee Albizia lebbeck Acacia Floresta secundáriaCaesalpinacee Albizzia molucana Acácia Floresta secundáriaClusiaceae Symphonia globulifera Óleo barão, pau amarelo Floresta de altitudeEuphorbiaceae Bridelia stenocarpa Muindo Floresta secundáriaEuphorbiaceae Cleistanthus sp. Viro Floresta secundáriaEuphorbiaceae Hevea brasiliensis Borracha Floresta secundáriaEuphorbiaceae Margaritaria discoidea Pau-ferro Floresta secundáriaEuphorbiaceae Phyllanthus discoideus Pau-ferro Floresta secundáriaEuphorbiaceae Sapium ellipticum Pau-maria Floresta de altitudeEuphorbiaceae Scytopeatalum kamerunianum Vilo branco, Viro-branco Floresta de altitudeEuphorbiaceae Tetrorchidium didymostemon Pau mole, Branco, Pó

moleFloresta secundária

Euphorbiaceae Uapaca guineensis Nespla d'obô, mangue Floresta de altitudeFabaceae Erythrina sp. Eritrina Floresta de sombraFlacourtiaceae Homalium henriquensii Quebra machado Floresta de altitudeHypericaceae Harungana madagascariensis Pau sangue Floresta secundáriaLauraceae Cynnamomum burmanni Canela brava Floresta secundáriaMeliaceae Carapa procera Gôgô Floresta de sombraMeliaceae Cedrela odorata Cedrela Floresta sombraMeliaceae Trichilia grandifolia Cacau do mato, Cola-de-

macacoFloresta de altitude

Mimosaceae Pentaclethra macrophylla Muandim, Sicupira, Uba Floresta associada aos cultivosagrícolasMimosaceae Pentaclethra macrophylla Muandi Floresta de sombra

Moraceae Artocarpus altilis Fruteira Floresta associada aos cultivosagrícolosMoraceae Artocarpus heterophyllus Jaqueira Floresta associada aos cultivosagrícolosMoraceae Artocarpus heterophyllus Jaqueira Floresta associada aos cultivosagrícolosMoraceae Clorophora excelsa Amoreira Floresta sombra

Moraceae Ficus mucuso Figo ploco, Figo porco Floresta secundáriaMoraceae Milicia excelsa Amoreira, molela Floresta associada aos cultivos

agrícolasMyristicaceae Pycnanthus angolensis Pau caixão Floresta secundáriaMyristicaceae Staudtia pterocarpa Pau vermelho Floresta de altitudeMyrsinaceae Pycnanthus angolensis Pau Caixão Floresta secundáriaMyrtaceae Psydium guyava Goiabeira Floresta secundariaMyrtaceae Syzygium guineense Matchanzochi Floresta de altitudePodocarpaceae Podocarpus mannii Pinheiro da terra,

Pinheiro de São Tomé,Ofó

Floresta de altitudeRubiaceae Canthium glabiflorum Nono Floresta de altitudeRubiaceae Hymenodicton biafranum Pau claudina Floresta de altitudeRubiaceae Pauridianha floribunda Nicolau Floresta de altitudeRutaceae Fagara macrophylla Marapião Floresta de sombraSapotaceae Gambeya africana Zamumo Floresta de altitudeSapotaceae Gambeya albida Untueiro Floresta secundáriaSapotaceae Mammea africana Magloso, Oba, Pau

mamãoFloresta secundária

Sapotaceae Manikara multinervis Azeitona Floresta secundáriaSterculiaceae Theobroma cacao Cacaueiro Floresta de sombraUlmaceae Celtis mildbreadii Pó capiton Floresta secundáriaUlmaceae Celtis prantlii Quaco branco Floresta secundáriaUlmaceae Tremna orientalis Pau cabra Floresta de altitude

Fonte: Dados dos Inventários ECOFAC adaptados.

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Tabela 4:Inventário das pincipais espécies alimentares daflora de São Tomé e Principe: classificação por ordemalfabética dos nomes vernaculares.

NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO

Abacate Persea amaricanaAnanás Ananas comosusBananeira Musa sp.Cajamanqueira Spondias cythereaCajueiro Anacardium ocidentaleCaneleira Cinnamomum zeilanicumCaramboleira Averrhoa carambolaCebola Allium cepaCoqueiro Cocos nuciferaCouve Brassica oleraceaFeijoeiro Vicia sp.Fruteira Artocarpus altilisGoiabeira Psidium guyavaGrumichama Eugenia brasiliensisInahme Dioscorea sp.Jaqueira Artocartus heterophyllaLimoeiro Citrus aurantiumLossua Solanum americanumMandioqueira Manihot esculentunMangueira Mangifera indicaMaquequé Solanum macrocarpumMatabala Xanthosoma sp.Milho Zea maїsMorango Rubus rosifoliusPalmeira-de-andim Elaeis guineensisMamoeiro Carica papaiaPitangueira Eugenia unifloraPessegueiro Chytranthus manniiPimentão Capsicum frutescansSafuzeiro Dacryodes edulisTomateiro Licopersicum esculentun

Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.

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Tabela 5 – Principais Espécies Medicinais da Flora de S.Tomé ePríncipe: classificação segundo a ordem alfabética dos nomesvernaculares

NOMES VULGARES NOME CIENTIFICO UTILIZAÇÃO Parte utilizada

Abobora Dores de ouvidoAlho Allium cepa DiarreiaAlho d’ obô Psychotria peduncularis Infecções FolhasAnanás Ananas comosus AbortosArruda Ruta chapelensis Contra lombrigas Infusão de folhasBananeira Musa paradisiaca DiarreiaBengue Alchornea cordifolia Diarreia FolhasCacueiro Theobroma cacao PaludismoCajueiro Anacadium occidentale Diarreia Casca e raízesCana Macaco Costus giganteus Infecções renais CaulesCapim- d’água Commelina difusa Problemas nos olhos Caules, folhasCaroceiro Terminalia catappa Diarreia CascaCata-grande Rauvolfia dichotoma Paludismo CascaCedrela Cedrela odorata Paludismo cascaChimon-coiá Lagenaria siceraria Reumatismo FrutoCoedano Cestrum laevigatum Contra a sarna FolhasColeira Cola acuminata Problema de olhos e ouvidos CascaEritrineira Erytrina sp. Contra hemorragia CascaFiá-alfabaca Pepromia pellucida Doenças venéreas Caules, Folhas e FloresFiá-budo Elephantopus mollis Diarreia Casca e raízesFiá-pleto Datura metel Reumatismo Folhas e floresFiá-salaconta Canna indica SarnaFiá-sanzom Momordica charantia Afrodisíaco, Aborto FolhasFigo-obata Ficus chlamydocarpa Diarreia CascaFissanjá Adenia cissampeloides Massagem FolhasFolha ponto Achyranthes aspera Contra hemorragia FolhasFolha-da-mina Bryophyllum pinnatum Pancadas (golpes) FolhasGoiabeira Psidium guajava Diarreia Raízes, cascas e folhas tenras Ipé Olea capensis Afrodisíaco Casca e raízesLibô muncambú Vernonia amygdalina Paludismo Folhas tenrasLimão Citrus aurantium Paludismo Frutos verdesMacambrará Craterispermum montanum Afrodisíaco Casca e raízesMaioba Cassia ocidentalis Paludismo Casca e raízesMamoeiro Carica papaya Afrodisíaco FrutosMamonó Ricinus communis Dores de ouvido FolhasMangueira Mangifera indica Diarreia Raízes e cascaMaquequé Solanum macrocarpum ReumatismoMarapião Fagara macrophylla Dores de dente Casca

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Matabala Xanthosoma sagittifolium. Dores de olho FolhasMatchanzoche Syzygium guineense Afrodísiaco Casca e raízesMatruço Chenopodium

ambrosioidesDiarreia,Massagem,Pancada (Golpe), Lombriga

Folhas, caulesMicocó Ocimum gratissimum Febres, Afrodisiaco FolhasMuandí Pentaclethra macrophylla Reumatismo CascaMucumblí Lannea welwitschii Rins, Pancada Casca, raízes, folhas tenrasMuindo Bridelia micrantha MassagemMussandá Ficus kamerunensis Dores de olho (conjuntivite ?)

Pancada (Golpe)Casca, raízes, folhas tenras

Mutopa Maesa lanceolata Via urinária Folhas e cascasNicolau Pauridiantha floribunda Anemia Folhas e cascasOlhadató Centella asiatica Dores de ouvidoPalmeira-de-andim Elaeis guineensis Contra Sarna Óleo extraído das sementesPau cabra Tremna orientalis FolhasPau-caixão Pycnanthus angolensis Dores de dente, Contra

hemorragiaCasca

Pau-óleo Santiria trimera Purgante CascaPau-purga Croton dracnopsis Purgante CascaPau-quina Cinchona sp. Paludismo, Pancada, Aborto CascaPau-salá Afrodísiaco FolhasPau-sangue Harungana

madagascarensisReconstituinteAnemia

CascaPau-três Allophyllus africanus Afrodisíaco, Paludismo Casca e raízesPau-três Allophyllus grandifolius Dores da barriga

AfrodisíacoCasca e raízes

Pimpenela Sechium edule Diarreia FrutosPinincano Leonitis nepetifolia Dores de barriga Folhas e floresSelo-sum-zom-maia Erygium foetidum Dores de barriga Folhas, caules tenrosTichile-blanco Drymaria cordata Diarreia Folhas e caules tenrosUcuêtê Costus giganteus Reumatismo CauleZagrimá Afrodisíaco

Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.

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Tabela 6 – Inventário das principais espécies da Floraorquidófila endémica de São Tomé e Príncipe: classificaçãopor ordem alfabética das espéciesD: Distribuição E: Endémica S: São Tomé P: Príncipe

Família Espécie DOrchidaceae Aerangis flexuosa ESOrchidaceae Angraecopsis dolabriformis ESOrchidaceae Angraecum astroarche ESOrchidaceae Angraecum doratophyllum ESPOrchidaceae Brachycorythis basifoliatta ESPOrchidaceae Bulbophyllum lizae ESOrchidaceae Bulbophyllum luciphilum ESOrchidaceae Bulbophyllum mediocre ESPOrchidaceae Calanthe sylvatica var geerinckiana ESOrchidaceae Chamaeangis thomensis ESOrchidaceae Chamaeangis vagans EPOrchidaceae Cribbia pendula ESOrchidaceae Cribbia thomensis ESOrchidaceae Diaphanthe acuta ESOrchidaceae Dioaphanthe brevifolia ESOrchidaceae Diaphanthe papagayi EPOrchidaceae Liparis rosseelii ESOrchidaceae Orestias stelidostachia ESPOrchidaceae Polystachya albescens s. principensis EPOrchidaceae Polystachya biteuai ESOrchidaceae Polystachya distichia ESOrchidaceae Polystachya expensa ESOrchidaceae Polystachya parviflora ESOrchidaceae Polystachya ridleyi ESAOrchidaceae Polystachya setifera EPOrchidaceae Polystachya thomensis ESOrchidaceae Trydactyle sp. A ESOrchidaceae Trydactyle sp. B EPOrchidaceae Trydactyle sp. C ES

Fonte: Lejoly J. 1995- Suivi des programes d’etudu de la Biodiversite vegetale dans la zona ecologica deSao Tomé adaptados.

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Tabela 7 – Inventário das Espécies introduzidas : classficaçãopor ordem alfabética das famíliasOr: Ex=Exell (1973), ES= Espirito Santo, Fi= Figuereido, IF= Instit. Forest., Li=Liberato (1973),Si= Silva, Wh= White (1983-84), Ecofac= espécie que ainda não tinha sidoconhecidaST: planta presente (1) ou ausente (0) na ilha de São ToméP: planta presente (1) ou ausente (0) na ilha do PríncipeD:Distribuição geografica C: cultivada

Familha Nome latino Nome vernacular OR ST P D1 Acanthaceae Grathophyllum pictum Ex 1 1 C ornamental2 Acanthaceae Thunbergianthus alata Ex 1 0 C ornamental3 Agavaceae Agave sisalana Sisal Ex 1 0 C Industrial4 Agavaceae Furcraea foetida Ex 1 0 C ornamental5 Apiaceae Alium cepa Cebola Ex 1 0 C hortaliça6 Apiaceae Alium sativum Alho EX 1 0 C hortaliça7 Amaranthaceae Gomphrema globosa Ex 1 0 C ornamental8 Amaranthaceae Iresine herbstii Lírio Ex 1 0 C ornamental9 Amaryllidaceae Crinun asiaticum Lírio Ex 1 0 C ornamental

10 Amaryllidaceae Crinun jagus Si 1 0 C ornamental11 Anacardiaceae Anacardium occidentale Cajueiro ES 1 1 C fruto12 Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira Ex 1 1 C fruto13 Anacardiaceae Spondias cytherea Cajamangueira ES 1 1 C fruto14 Anacardiaceae Spondias mombin Guêgue Ex 1 1 C fruto15 Annonaceae Annona cherimola Crimola ES 1 0 C fruto16 Annonaceae Annona muricata Sapo sapo ES 1 1 C fruto17 Annonaceae Annona reticulata Fruta conde ES 1 1 C fruto18 Annonaceae Annona squamosa Fruta Pinha Ex 1 0 C fruto19 Annonaceae Annona odorata Ex 1 0 C fruto20 Annonaceae Asimina triloba Ex 0 1 C fruto21 Annonaceae Cananga odorata Ex 1 0 C industrial22 Apiaceae Eryngiun foetidum Selo-sun-zon-maia Ex, ES 1 1 C aromática23 Apiaceae Petroselinum crispum Ex 1 0 C aromática24 Apocynaceae Catharanthus roseus Ex 1 0 C ornamental25 Apocynaceae Ervatamia divaricata Ex 0 1 C ornamental26 Apocynaceae Landolphia dawei Ex 1 0 C ornamental27 Apocynaceae Neriun oleander Ex 1 0 C ornamental28 Apocynaceae Plumeria rubra Ex 1 0 C ornamental29 Araceae Caladium bicolor Ex 1 1 C ornamental

30 Araceae Colocasia exculenta Si, Ex 1 1 C tubérculos31 Araceae Xanthosoma saittifolium Matabala SI, Ex 1 1 C tubérculos32 Araliaceae Hedera helix Hera Si 1 0 C ornamental

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33 Arecaceae Araucaria sp. Araucaria Si C ornamental34 Arecaceae Oreodoxa regia Palmeria-régia Si C ornamental35 Arecaceae Butia ereospatha Ex 1 0 C ornamental36 Arecaceae Caryota urens Ex 1 0 C ornamental37 Arecaceae Cocos nucifera Coqueiro Ex 1 1 C industrial38 Arecaceae Phoenix dactylifera Ex 1 0 C ornamental39 Asclepiadaceae Asclepia curassavica Ex 1 0 C ornamental40 Asparagaceae Asparagus officinalis Ex 1 0 C aromática41 Asteraceae Acanthospermum hispidum Mosquito dia Ex, ES 1 1 C ornamental42 Asteraceae Chrysanthemum indicum Ex 1 0 C ornamental43 Asteraceae Cichorium intybus Ex 1 0 C ornamental44 Asteraceae Epaltes brasiliensis Ex 1 0 C ornamental45 Asteraceae Galisonga parviflora Ex 1 0 C ornamental46 Asteraceae Zinnia peruviana Ex 1 0 C ornamental47 Balsaminaceae Impatiens balsamina Balsamina EX, Si 1 1 C ornamental48 Basellaceae Basella alba Fia tataluga Ex 1 0 C verdura49 Begoniaceae Begonia sp. Ex 1 0 C ornamental50 Bignoniaceae Jaracanda mimosifolia Ex 1 0 C ornamental51 Bignoniaceae Spathodea nilotica Ex 1 0 C ornamental52 Bixaceae Bixa orellana Giclo, Ginclo, Urucu Si,

ES,ExC ornamental

53 Boraginaceae Cordia gerascanthus Ex 1 0 C ornamental54 Brassicaceae Brassica juncea Ex 1 0 C verdura55 Brassicaceae Capsella bursa-pastoris Ex 1 0 C verdura56 Brassicaceae Coronopus didymus Ex 1 0 C verdura57 Brassicaceae Diplotaxis tenuisiliqua Ex 1 0 C verdura58 Brassicaceae Lobularia maritma Ex 1 0 C verdura59 Brassicaceae Raphanus sativus Nabo-macaco Ex, Si 1 0 C verdura60 Brassicaceae Rorippa indica C verdura61 Brassicaceae Rorippa nasturtium-aquaticum Agriao, Fia guion ES, Ex 1 0 C verdura62 Bromeliaceae Ananas comosus Ananas Ex 1 1 C fruto63 Buxaceae Buxus sempervirens C ornamental64 Caesalpinaceae Bauhinia purpurea Ex 1 0 C forageira65 Caesalpinaceae Bauhinia tomentosa Ex 1 0 C forageira66 Caesalpinaceae Caesalpinia pulcherrima Ex 1 1 C ornamental67 Caesalpinaceae Cassia alata Ex 1 0 C ornamental68 Caesalpinaceae Cassia javanica v. javanica Li 1 0 C ornamental69 Caesalpinaceae Cassia occidentalis Maioba Ex 1 1 C ornamental

70 Caesalpinaceae Cassia septemtrionalis Ex 1 0 C ornamental71 Caesalpinaceae Cassia siamea Ex 1 0 C ornamental72 Caesalpinaceae Cassia sophera Maioba beni ES 1 1 C ornamental73 Caesalpinaceae Cassia spectabilis Ex 1 0 C ornamental74 Caesalpinaceae Ceratonia siliqua Alfarrobeira Si 1 0 C ornamental75 Caesalpinaceae Delonix regia Ex 1 0 C ornamental

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76 Caesalpinaceae Haematoxylum campechianum Ex 1 0 C ornamental77 Caesalpinaceae Peltophorum pterocarpum Li 1 0 C ornamental78 Caesalpinaceae Tamarindus indica Tamanha ES 1 1 C frutos79 Cannabaceae Cannabis sativa Liamba Ex 1 0 C industrial80 Cannaceae Canna indica Fia salaconta Ex 1 1 C ornamental81 Caprifoliaceae Sambucus mexicana Ecofac 1 0 C ornamental82 Caricaceae Carica papaya Mamoeiro ES 1 1 C alimentar83 Caryophyllaceae Stellaria media Ex 1 0 C ornamental84 Chenopodiaceae Chenopodium ambrosioides Matluço ES 1 1 C aromática85 Clusiaceae Garcinia mangostana Mangostao Ex 1 0 C fruto86 Clusiaceae Platonia insignis Bacuri, Bacurizeiro Si 1 0 C ornamental87 Combretaceae Quasqualis indica Ex 1 0 C ornamental88 Combretaceae Terminalia catappa Amendoeiro da India Ex 1 1 C ornamental89 Commelinaceae Rhoeo spathacea Ex 1 1 C ornamental90 Commelinaceae Zebrina pendula Ex 1 1 C ornamental91 Convolulaceae Ipomoea alba Ex 1 1 C ornamental92 Convolulaceae Ipomoea hederifolia Ex 1 1 C ornamental93 Convolulaceae Ipomoea setifera Ex 1 0 C ornamental94 Crassulaceae Bryophyllum pinnatum Fia damina Ex 1 1 C verdura95 Cucurbitaceae ? latanga Si C verdura96 Cucurbitaceae Curcumis sativus Ex 1 0 C verdura97 Cucurbitaceae Sechium edule Pimpinela Ex 1 0 C verdura98 Cyperaceae Cyperus luzulae Ex 1 0 C ornamental99 Dilleniaceae Dillenia indica Ex 1 0 C frutos

100 Dioscoreaceae Dioscorea alata Inhame gudu Ex 1 0 C tubérculos101 Dioscoreaceae Dioscorea cayanensis Inhame branco Ex 1 1 C tubérculos102 Ericaceae Rhododendron mucronatum Ex 1 0 C ornamental103 Erythroxylaceae Erythroxylllum coca Ex 1 0 C industrial104 Euphorbiaceae Breynia disticha v. disticha f. nivosa Filanto Ex, Si 1 0 C ornamental105 Euphorbiaceae Codiaeum variegatum Ex 1 0 C ornamental106 Euphorbiaceae Croton dracnopsis Pau purga Ex 1 0 C ornamental107 Euphorbiaceae Hevea brasiliensis Borracha Si 1 0 C industrial108 Euphorbiaceae Hevea guianensis Ex 1 0 C industrial109 Euphorbiaceae Jatropha curcas Glon, Pau pixe, Ex, Si 1 0 C industrial

110 Euphorbiaceae Jatropha multifida Glom-congo ES 1 1 C folha111 Euphorbiaceae Manihot esculenta Mandioca Ex 1 0 C tubérculos112 Euphorbiaceae Manohot glaziovii Ex 1 1 C tubérculos113 Euphorbiaceae Ricinus communis Ricino, Mamona Si, Ex 1 1 C industrial114 Fabaceae Arachis hypogaea Gumba ES 1 0 C Industrial,

forageira115 Fabaceae Cajanus cajan Fezom congo ES 1 1 C legume116 Fabaceae Calapogonium mucunoides Ex C legume117 Fabaceae Canavalia ensiformis Ex 1 0 C legume118 Fabaceae Centrosema plumieri Ex 1 0 C legume

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119 Fabaceae Centrosema pubescens Ex 1 0 C legume120 Fabaceae Clitorea ternatea Ex 1 0 C legume121 Fabaceae Desmodium tortuosum Ex 1 0 C legume122 Fabaceae Erytrina droogmansiana Ex 1 0 C ornamental123 Fabaceae Erytrina poeppigiana Li 1 0 C ornamental124 Fabaceae Erytrina umbrosa Ex 1 0 C ornamental125 Fabaceae Erytrina variegata Eritrina Si, Li 1 1 C ornamental126 Fabaceae Erytrina velutina Ex 1 0 C ornamental127 Fabaceae Glicine wightii Ex 1 0 C legume128 Fabaceae Ormosia dasycarpa Ex 1 0 C legume129 Fabaceae Phaseolus vulgaris Feijao Ex 1 0 C legume130 Fabaceae Pterocarpus indicus Ex 1 0 C legume131 Fabaceae Pueraria phaseoloides v. javanica Ex, LS 1 0 C legume132 Fabaceae Tephrosia candida ES 1 0 C ornamental133 Fabaceae Vicia faba Faveira Si 1 0 C legume134 Fabaceae Vigna unguiculata s. dekindtiana Feijao-do-mato SI, Li 1 0 C legume135 Fumariaceae Fumaria muralis Ex 1 0 C ornamental136 Hydrangeaceae Hydrangea sp. Ex 1 0 C ornamental137 Iridaceae Neomarica caerulea Ex 1 1 C ornamental138 Lamiaceae Mentha piperita Hortela, Letrao Si C aromática139 Lamiaceae Mentha rotundifolia Ex 1 0 C aromática140 Lamiaceae Ocimum basilicum Ex 1 0 C aromática141 Lamiaceae Ocimum gratissimum Ex 1 0 C aromática142 Lamiaceae Salvia coccinea Ex 1 0 C aromática143 Lamiaceae Stachys arvensis Ex 1 0 C aromática144 Lauraceae Cinnamomum burmanni Canela brava Ex 1 0 C aromática145 Lauraceae Cinnamomum canphora Canforeira Ex 1 0 C aromática146 Lauraceae Cinnamomum zeylanicum Canela Ex 1 1 C aromática147 Lythraceae Lawsonia inermis Ex 0 1 C ornamental148 Malvaceae Abelmoschus esculentus Quiabo, Iquiabo Ex, ES 1 1 C verdura149 Malvaceae Abutilon grandifolium Ex 1 0 C verdura

150 Malvaceae Abutilon venosum Ex 1 0 C verdura151 Malvaceae Gossypium hirsutum Algodao Ex, Si 1 0 C verdura152 Malvaceae Hibiscus acetosella Fia mussua C verdura153 Malvaceae Hibiscus mutabilis Ex 1 1 C ornamental154 Malvaceae Hibicuscus rosa-sinensis Ex 1 1 C ornamental155 Malvaceae Hibiscus sabdariffa Ex 1 0 C ornamental156 Malvaceae Malvastrum coromandelianum Ex 1 1 C ornamental157 Marantaceae Maranta arundinacea Ex 1 1 C ornamental158 Meliaceae Cedrela odorata Cedrela Si 1 0 C industrial159 Meliaceae Melia azedarach Lilas do Cabo Ex 1 1 C industrial160 Meliaceae Toona ciliata Pau alho ES 1 0 C industrial161 Mimosaceae Acacia farnesiana Bana muala Ex, ES 1 0 C industrial

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162 Mimosaceae Acacia nilotica s. indica Li 1 0 C industrial163 Mimosaceae Adenanthera pavonina Acacia-coral Ex, Si 1 0 C ornamental164 Mimosaceae Albizia falcataria Molucana Si 1 0 C ornamental165 Mimosaceae Albizia lebbeck Ex 1 0 C ornamental166 Mimosaceae Albizia procera Ex 1 0 C forageira167 Mimosaceae Desmanthus virgatus Po fuguete Ex, ES 1 0 C forageira168 Mimosaceae Faidherbia albida Li 1 0 C forageira169 Mimosaceae Inga edulis Cajaseiro, Ingaseiro ES, Ex 1 0 C forageira170 Mimosaceae Inga sp. Ingazeiro Ex 1 0 C forageira171 Mimosaceae Leucaena leucocephala Leucena Si 1 1 C forageira172 Mimosaceae Mimosa polydacthyla Fissopé Si 1 1 C forageira173 Mimosaceae Mimosa pudica v. hispida Fia malicha ES, Li 1 0 C forageira174 Moraceae Artocarpus altilis Fruta pao Ex 1 1 C alimentar175 Moraceae Artocarpus heterophylla Jaqueira ES 1 1 C alimentar176 Moraceae Castiloa elastica Ex 1 1 C ornamental177 Moraceae Cecropia peltata Ex 1 1 C ornamental178 Moraceae Ficus carica Figueira Si 1 0 C fruto179 Moraceae Ficus elastica Ex 1 0 C industrial180 Moraceae Ficus pumila Ex 1 0 C ornamental181 Musaceae Musa paradisiaca Bana pom ES 1 1 C fruto182 Musaceae Musa paradisiaca v. sapietum Quitxiba ES, Ex 1 1 C fruto183 Musaceae Musa paradisiaca v. vittata Ex 1 0 C fruto184 Musaceae Musa rosacea Ex 1 0 C ornamental185 Musaceae Musa ventricosa Ex 1 0 C ornamental186 Myristicacae Myristica fragans Ex 1 0 C fruto187 Myrtaceae Eucalyptus sp. Eucalipto Si 1 0 C ornamental188 Myrtaceae Eugenia brasiliensis Comoxama, Si, Ex 1 0 C fruto189 Myrtaceae Eugenia dombeyi Ex 1 0 C fruto

190 Myrtaceae Eugenia uniflora Pitangueira ES 1 1 C fruto191 Myrtaceae Melaleuca leucadendron Ecofac 1 0 C fruto192 Myrtaceae Myrciaria cauliflora Jabuticabeira Si 1 0 C fruto193 Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira Ex 1 1 C fruto194 Myrtaceae Syzygium aromaticum Ex 1 0 C fruto195 Myrtaceae Sizygium jambos Pau-jambre Si 1 1 C fruto196 Nyctaginaceae Boerhavia paniculata Ex 1 0 C ornamental197 Nyctaginaceae Bougainvellaea spectabilis Bungavila Si 1 1 C ornamental198 Nyctaginaceae Mirabilis jalapa Rosa bilança Ex 1 0 C ornamental199 Oleaceae Olea europaea Ex 1 0 C industrial200 Orchidaceae Vanilla crenulata Ex 0 1 C industrial202 Orchidaceae Vanilla planifolia ES 1 1 C industrial203 Oxalidaceae Averrhoa carambola Caramboleira ES,Ex 1 0 C fruto204 Oxalidaceae Oxalis corymbosa Lamera Si, Ex 1 1 C ornamental205 Papaveraceae Argemone mexicana Cundu de muala vé ES 1 0 C ornamental

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206 Passifloraceae Passiflora edulis Maracuja-pequeno Si, Ex 1 0 C fruto207 Passifloraceae Passiflora foetida Maracuja de mato ES 1 1 C fruto208 Passifloraceae Passiflora quadrangularis Maracuja-grande Si 1 1 C fruto209 Plantaginaceae Plantago major Ex 1 1 C210 Plumbaginac. Plumbago auriculata Ex 1 0 C211 Plumbaginac. Plumbago zeilkanica Ex 1 0 C212 Poaceae Axonopus compressus Ex 1 0 C213 Poaceae Bambusa vulgaris Ex 1 1 C214 Poaceae Coix lacryma-jobi Ex 1 0 C215 Poaceae Cymbopogon citratus Capim do Gabao Ex, ES 1 1 C aromática216 Poaceae Hordeum vulgare Ex 1 0 C cereal217 Poaceae Oryza sativa Ex 1 0 C cereal218 Poaceae Saccharum officinarum Cana-de-açucar Si, Ex 1 1 C industrial219 Poaceae Secale cereale Ex 1 0 C cereal220 Poaceae Sorghum drummondii Ex 0 1 C cereal221 Poaceae Triticum aestivum Ex 1 0 C cereal222 Poaceae Zea mays Milho Ex, Si 1 1 C cereal223 Portulacaceae Talinum triangulare Bodlega glandje ES 1 0 C verdura224 Proteaceae Grevillea robusta Grevilia Si 1 1 C ornamental225 Punicaceae Punica granatum Romanzeiro Si 1 0 C fruto226 Rosaceae Cydonia oblonga Ex 1 0 C fruto227 Rosaceae Eriobotrya japonica Ex 1 0 C fruto228 Rosaceae Malus sylvestris Pommier Ex 1 0 C fruto229 Rosaceae Prunua africana Mussinika Ex 1 0 C industrial230 Rosaceae Prunus cerasus Ex 1 0 C fruto

231 Rosaceae Prunus domestica Ex 1 0 C fruto232 Rosaceae Prunus dulcis Ex 1 0 C fruto233 Rosaceae Prunus persica Ex 1 0 C fruto234 Rosaceae Rosa chinensis Ex 1 0 C ornamental235 Rosaceae Rosa laevigata Ex 1 0 C ornamental236 Rosaceae Rubus rosifolius Murango Si, Ex 1 1 C fruto237 Rubiaceae Cinchona ledgeriana Si, Ex 1 0 C industrial238 Rubiaceae Cinchona pubescens Ex 1 0 C industrial239 Rubiaceae Cinchona sp. Quina Ex 1 0 C industrial240 Rubiaceae Coffea arabica Cafezeiro arabico ES, Ex 1 1 C industrial241 Rubiaceae Coffea canephora Café robusta, cafeeiro Si, Ex C industrial242 Rubiaceae Coffea dewevrei Café excelsior Si C industrial243 Rubiaceae Coffea liberica Cafeeiro liberico ES, Ex 1 1 C industrial244 Rubiaceae Coffea racemosa Cagé Inhambane Si C industrial245 Rubiaceae Coffea stenophylla Cafeeiro ES 1 0 C industrial246 Rubiaceae Ixora coccinea Ex 1 1 C ornamental247 Rutaceae Citrus aurantifolia Ex 0 1 C fruto248 Rutaceae Citrus auratium Lanza mato Ex 1 0 C fruto

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249 Rutaceae Citrus maxima pamplemousse Ex 1 0 C fruto250 Rutaceae Citrus reticulata mandarine Ex 1 0 C fruto251 Rutaceae Citrus sp. Lanza mucambu Ex 1 C fruto252 Rutaceae Citrus sp. Limoeiro bravo 1 C fruto253 Rutaceae Ruta chapelensis Lurda Ex, Si 1 0 C folha254 Scrophulariac. Russelia equisetiformis Ex 1 1 C folha255 Simaroubaceae Quassia amara Ex 1 0 C folha256 Solanaceae Browalia americana Ex 1 0 C folha257 Solanaceae Brunfelsia uniflora Manaca Ex 1 0 C folha258 Solanaceae Capsicum frutescens Malagueta-tuatua Si, ES 1 1 C folha259 Solanaceae Cestrum laevigatum v. puberulum Pau fede, Coedano Si, ES 1 1 C folha260 Solanaceae Cyphomandra betacea Tomate-do-mato Si 1 0 C verdura261 Solanaceae Datura candida Ex 1 0 C ornamental262 Solanaceae Datura metel Fia pleto ES 1 0 C industrial263 Solanaceae Lycopersicum esculentum v.cerasiforme Ex 1 1 C fruto264 Solanaceae Nicandra physaloides Pupupléla ES 1 1 C fruto265 Solanaceae Nicotina tabacum Tabaco Si, Ex 1 0 C industrial266 Solanaceae Physalis angulata Ex 1 1 C fruto267 Solanaceae Solanum melongena Ex 1 0 C verdura268 Solanaceae Solanum tuberosum Ex 1 0 C raíz269 Solanaceae Solanum wrightii Ecofac 1 0 C ornamental270 Sterculiaceae Theobroma cacao Cacueiro ES 1 1 C industrial

271 Theaceae Camelia japonica Ex 1 0 C industrial272 Theaceae Camelia sinensis Pau cha Si 1 0 C industrial273 Urticaceae Boehmeria nivea Rami Si 1 0 C industrial274 Verbenaceae Clerodendrum japonicum Ex 1 0 C ornamental275 Verbenaceae Clerodendrum speciossimum Ex 1 0 C ornamental276 Verbenaceae Duranta repens Ex 1 0 C ornamental277 Verbenaceae Lantana camara Micoco-campo ES 1 0 C ornamental278 Verbenaceae Priva lappulacea Ecofac 1 0 C279 Vitaceae Vitis vinifera Videira Si, Ex 1 0 C industrial280 Zingiberaceae Curcuma dopmestica Açafrao da India Ex 1 1 C aromática281 Zingiberaceae Elettaria repens Ex 1 0 C aromática282 Zingiberaceae Hedychium coronarium Ex 0 1 C aromática283 Zingiberaceae Zerumbet speciosum Ex 1 0 C aromática284 Zingiberaceae Zingiber officinale Gigimple ES 1 1 C aromática

Fonte: Lejoly J. 1995- Suivi des programes d’etudu de la Biodiversite vegetale dans la zona ecologica deSao Tomé adaptados.

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Tabela 8 - Inventário das principais Espécies Ornamentaisexistentes em S. Tomé e Principe: classificação por ordemalfabética das famílias.Família Nome científico Nome vernacular

Acanthaceae Heteradelphia paulowihelmia HeteradelfiaAraceae Anthurium andreanum AntúrioBalsaminaceae Impatiens buccinalis CamarõesBegoniaceae Begonia baccata Begónia, Folha-bobaBegoniaceae Begónia subalpestris Begónia-giganteCyatheaceae Cyathea mannii Feto giganteCyatheaceae Cyathea welwistchii Feto giganteDracaenaceae Dracaena arborea Pau-sabãoDracaenaceae Dracaena laurentii Língua-de-sograDracaenaceae Dracaena trisfasciata Língua-de-sograEricaceae Phillipia thomensis EricaMalvaceae Hibiscus rosa-sinensis HibiscoMaranthaceae Iresini herbstii Coração-magoadoMelastomataceae Calvoa grandifolia CalvoaMelastomataceae Tristemma mauritianum TristemaMusaceae Heliconia rostrata Bico-de-papagaioNyctaginaceae Mirabilis jalapa Losa-bilançaOrchidaceae Cyrtorchis henriquensiana Fia-língua-de-vacaOrquidaceae Calanthe sylvatica CalanteOrquidaceae Phaius manniiOrquidaceae Maniella gustaviiOrquidaceae Nervilia bicarinataOrquidaceae Solenangis clavataOrquidaceae BulbophyllumPandanaceae Pandanus thomensis Pau-esteiraRosaceae Rosa sp. RoseiraScrophulariaceae Thunbergianthus quintasii Musa-friaZingiberaceae Renealmia grandiflora RenealmiaZingiberaceae Nicolaia elatior Rosa-porcelanaZingiberaceae Hedychium coronarium

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Tabela 9 - Inventário das principais Aves Endémicas doArquipélago SantomenseNOME VULGAR NOME CIENTIFICO

SÃO TOMÉKitoli Otus hartlaubiEnjoló Neospiza concolorOlho-grosso Speirops lugubrisCamussela Ploceus grandisSelele-mangotchi Dreptes thomensisPapafigo Oriolus crassirostrisSêlele Nesctarinia newtoniiTchin-tchin-xolo Thomasophantes sanctithomaeTruquí Prinia molleriTomé-gága Terpsiphone atrochalybeiaCessa Treron sanctithomaePombo-do-mato Columba thomensisPRÍNCIPETordo Turdus olivaceofuscusEstorninho Lamprotornis ornatusMerlo Ploceus princepsChibi Nectarinia hartaubiiTchiliquito Speirops leucophaeusTchili-tchili Zosterops ficedulinusChibi-fixa Horizorhinus dohrniRabo-de-peixe Dicrurus modestusRola Columba malherbiiChota café Serinus rufrobrunneus

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Tabela 10 - Inventário das espécies da fauna ameaçada emS.Tomé e Príncipe

Fonte: Lista vermelha dos Animais ameaçados de STPNome ciêntífico Classe Ordem Familia Nome vulgar Grau de

ameaça

Paradxa thomensis Gastropoda Neogastropoda Buccinidae Molusco VChelonia mydas Répteis Testudines Cheloniidae Tartaruga Ambo EEretmochelysimbricata

Répteis Testudines Cheloniidae Tartaruga Sarda ELepydochelysolivacea

Répteis Testudines Cheloniidae Tartaruga Bastarda EColumba thomensis Aves Columbiformes Columbiidae Pombo de Mato VDermochelyscoriacea

Répteis Testudines Dermochelyidae Tartaruga Ambulancia EGlobanus sp. Insecta Diplopoda Milipeias KNeospiza concolor Aves Fringilidae Pardal de S.Tomé EPoliospizarufobrunnea fradei

Aves Fringilidae Chota-café (Ilhéu de Bonéde Joquei)

ECoeliades bocagii Insecta Lepidoptera Hesperiidae Borboletas de S.Tomé VLanius newtoni Aves Passeriformes Laniidae Picanço ETrithemis nigra Insecta Odonata Libellulidae Libelinha do Príncipe IEpamera bellinamaris

Insecta Lycaenidae EXLeptotes terrenus Insecta Lycaenidae IChiladessanctithomae

Insecta Lycaenidae ITadarides tomensis Mamífero Chiroptera Molossidae Morcego IAmaurocichlabocagii

Aves Muscicapidae VNectarinia thomensis Aves Nectariniidae Selele – mangotchi de

S.ToméR

Neritina manoeli Gastropoda Archaeogastropoda Neretidae Molusco de água doce doPríncipe

ECharaxes defulvata Insecta Nymphalidae EXPseudacrea gamae Insecta Nymphalidae IOriolus crassirostris Aves Oriolidae Papafigo RGraphium leonidasthomasius

Insecta Papilionidae EGraphium leonidassantamarthae

Insecta Papilionidae EPterodroma madeira(endêmica das ilhasTinhosas)

Aves Procellariformes Procellaridae EPsittacus erithacus Aves Psittaciformes Psittacidae Papagaio VMyonycterisbrachycephala

Pteropodidae Guémbu VTeinostomafernandesi

Gastropoda Archaeogastropoda Skeneidae Molusco marinho dePríncipe

VTeinostomafuniculatum

Gastropoda Archaeogastropoda Skeneidae Molusco marinho dePríncipe

VCrocidura thomensis Mamífero Insectivora Soricidae Musaranho KCrocidura poensis Mamífero Insectivora Soricidae Musaranho KOtus hartlaubi Aves Strigiformes Strigidae Kitoli RSula leucogaster(Tinhosas)

Aves Pelecaniformes Sulidae Pato Marinho EBostrychia bocagei Aves Ciconiformes Threskiornithidae Galinhola de S.Tomé EBostrychia olivacea Aves Ciconiformes Threskiornithidae Galinhola de Príncipe ESpeiropsleucophoeus

Aves Zosteropidae Tchiliquito de Príncipe RZosterops ficedulinusficedulinus

Aves Zosteropidae Tchili-tchili do Príncipe EZosterops ficedulinusfeae

Aves Zosteropidae Tchili-tchili de S.Tomé R

(Ex=extinto; E= em perigo; V=vulnerável; R=Raro; I=Indeterminado K=insuficientementeconhecido; CT=Comercialmente ameaçado)

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Tabela 11 - Inventário das espécies da Fauna Ecossistemasdas Águas Interiores de S.Tomé e Príncipe

Classificação segundo o estatuto de espécies residentes, indígenas ou endémicasFamília Nome Português Nome STP Nome Científico

Codornizão-aficano - Crecopsis egregia**Columbidae Pombo marreta Pombo, Pombo-do-mato Columba thomensis*Laridae Gaivina-preta - Chilidonias niger“ Andorinha - Hirundo rustica“ - - Amaurocichla bocagei“Threskiornithidae Íbis-de-São Tomé Galinhola Bostrychia bocageiAccipitridae Milhafre-preto, rabo-de-

bacalhauFalcão Milus migrans

Alcedinidae Guarda-rios, Pica-peixinho-de-poupa

Conóbia, Pica-peixe Alcedo cristata thomensisAlcedinidae Guarda-rios, Pica-peixinho-

de-barriga-brancaConóbia, Pica-peixe Alcedo leucogaster nais

Alcedinidae Pica-peixe-de-peito-azul Chau-chau, Chó-chó Halcyon malimbica dryasAlcedinidae Pica-peixe-malhado - Ceryle rudisAnatidae Pato-de-carúncula, Pato-de-

crista- Sarkidiornis melanotos

Apodidae Ferreiro-espinhoso, rabo-espinhoso-de-São Tomé

Andorinha Zoonavena thomensisApodidae Guincho-da-Europa - Apus apusApodidae Guincho-pequeno Andorinha Apus affinis hannermaniArdeidae Garcenho-pequeno-africano - Ixobrychus minutusArdeidae Garça-caranguejeira, Papa-

ratosArdeola ralloides

Ardeidae Garça; Garça-boieira,Carraceira

Garça Bubulcus ibisArdeidae Garça-de-cabeça-negra Chuchu, Tchongo,

TchonzeButorides striatus

Ardeidae Garça-preta, Garça-ardósia - Egretta ardesiacaArdeidae Egreta-pequena, Garça-

ribeirinha- Egretta garzetta

Ardeidae Garça-marinha Garça Egretta gularisArdeidae Garça-purpúrea, Garça-

vermelha- Ardea purpurea

Ardeidae Garça-real, Garça-cinzenta - Ardea cinereaCharadriidae Borrelho-de-coleira - Charadrius hiaticulaCharadriidae Tarambola-cinzenta - Pluvialis squatarolaCiconiidae Flamengo, Falso-flamingo - Mycteria ibisColumbidae Pombo-de-nuca-bronzeada Rola, Lola Columba malherbiiColumbidae Pomba-preta Munquê, Muquê,

Monquem (Príncipe),Muncanha (São Tomé)

Aplopelia larvata simplex,Aplopelia larvata principalisCuculidae Cuco-jacobino - Clamator jacobinus

Glareolidae Perdiz-do-mar, Pratincola-de-asa-preta

- Glareola nordmanniHirudinae - - Riparia cinctaNectariniidae Beija-flor-do-Príncipe Chibi, Chibi-barbeiro,

Chibi-boca-longaNectarinia hartlaubii

Phalacrocoracidae Corvo marinho-africano Pato-marinho, Corvomarinho, Pata-de-água

Phalacrocorax africanusPhoenicopteridae Flamingo-menor - Phoeniconaias minorPsittacidae Periquito-de-bico-vermelho Periquito Agapornis pullariusRallidae Frango-d’água - Rallus caerulescensRallidae Sultana-preta, galinha-

sultana-pequena- Porphyrula alleni

Rallidae Galinha-d’água-africana,Rabilha africana

Galinha d’água Gallinula chloropusRallidae Galinha-d’água-pequena,

Rabilha-pequena- Gallinula angulata

Scolopacidae Fuselo, Parda - Limosa lapponicaScolopacidae Meio-maçarico, Coco-piloto,

Maçarico-galego- Numenius phaeopus

Scolopacidae Pássaro-bique-bique - Tringa ochropusScolopacidae Maçarico-silvestre - Tringa glareolaScolopacidae Maçarico-das-rochas - Actitis hypoleucosScolopacidae Pilrito-de-rabadilha-branca - Calidris ferrugineaStrigidae Mocho-de-São-Tomé Kitoli Otus hartlaubiSylviidae - Truqui, Trqué, Bate-asas Prinia molleriThreskiornithidae Íbis-do-Príncipe Diógo, Corvão Bostrychia olivacea

rothschildiTimaliidae Rouxinol-do-Príncipe Tchibi-fixa Horizorhinus dohrniTurdidae - Tordo Turdus olivaceofuscus

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Tab 12: Inventário dos Mamíferos Terrestres em existentes S. Tomé e PríncipeClasse Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacularMamíferos Insectivora Soricidae Crocidura thomensis Musaranho de S. ToméMamíferos Insectivora Soricidae Crocidura poensis Musaranho do PríncipeMamíferos Chiroptera Molossidae Tadarides thomensis Morcego de S. ToméMamíferos Chiroptera Pteropodidae Myonycteris brachycephala Guembú de S. ToméMamíferos Chiroptera Vespertilionidae Pipistrellus sp. nov. Morcego do PríncipeMamíferos Chiroptera Eidolon helvunMamíferos Chiroptera Hipposideros ruberMamíferos Hippodsiderus commersoni

Miniopterus minorRousettus aegyptiacus

Mamíferos Roedores Rattus rattusMamíferos Roedores Rattus norvegicus

Tab 13: Inventário dos Pássaros protegidos no Arquipélago santomenseOrdem Família Nome ciêntífico Nome vernacularCiconiformes Threskiornithidae Bostrychia olivacea

rothschildiiGalinhola ou Ibis do Príncipe

Ciconiformes Threskiornithidae Bostrychia bocagei Galinhola de S. ToméColumbiformes Columbidae Columba thomensis Pombo do Mato (S. ToméProcellariformis Procellaridae Pterodroma madeira Océanito de castroPelecaniformes Sulidae Sula leucogaster Pato marinhoPsittaciformes Psittacidae Psittacus erithacus Papaagio cinzento do PríncipeStrigiformes Strigidae Otus hartlaubi Kitoli de S. ToméPasseriformes Laniidae Lanius newtoni Fiscal de s. ToméPasseriformes Muscicapidae Amaurocichla bocagei Nasica de bocagePasseriformes Turdidae Turdidae Turdus olivaceofuscus TordoPasseriformes Nectariniidae Nectarina thomensis Selelé-mangotchiPasseriformes Zosteropidae Speirops leucophaeus TchliquitoPasseriformes Zosteropidae Zosteros ficedulinus

ficedulinusTchili-tchili do Príncipe

Passeriformes Zosteropidae Zosteros ficedulinus feae Tchili-tchili de S. ToméPasseriformes Fringillidae Neospzia concolor Pardal de S. ToméPasseriformes Fringillidae Polisospzia rufobrunnea

fradeiChotacafé(Boné de Joquei)Passeriformes Oriolidae Oriolus crassirostris Papafigo de S. Tomé

Tab. 14 : As 3 famílias de Batráquios ou Anfíbios existentes em S. Tomé e Príncipe

Família Géneros Espécies Nomevernacular

ST P R

Caeciliaidae Schistometopum Schistometopum ephele cecília 1 0 0Schistometopum thomense cecília 1 0 1

Hyperoliidae Leptopelis Leptopelis palmatus raineta 0 1 0Nesionixalus Nesionixalus molleri raineta 1 0 0Nesionixalus Nesionixalus thomensis raineta 1 0 0

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Ranidae Ptychadena Ptychadena newtoni rã 1 0 0Rhynobatrachus Rhynobatrachus dispar rã 1 1 1

Fonte: dados do ENPAB-Florestas 2002 adaptados

Tab 15: Inventário das espécies da Itiofauna do ecossistema marinho santomense

Rol dos grandes vertebrados pelágicosN.º Designação Obs1 Istioforidae (Peixe Andala)2 Xipiidae (Peixe Fumo)3 Scombridae (Olêdê, Judeu e Olho Grosso)4 grandes tunídeos espécies migratórias.

Rol dos pequenos vertebrados pelágicos1 Clupeidae (sardinhas)2 Scombridae (pequenos tunídeos, fulufulu, cavala, peixe serra)3 Carangidae (bonito, olho grosso, sêlêlê, corcovado, carapau, osso mole)4 Mugilidae (tainhas)5 Gobiidae (peixinho)6 Exocetidae (voador)7 Moreidae (Maxiponbo)

Rol dos Demersais ou peixe de fundo1 Serranidade (cherne, badejo, bacalhau e peixe sabão)2 Holocentridae (caqui)3 Scianidae (corvina)4 Litjanidae (vermelho fundo, vermelho terra e pargo)5 Sparidae (vermelho sangue, vermelho sol, malagueta)6 Moreidae (Moreia)

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro .

Tab. 16 - Rol das espécies actualmente identificadas em 2006, no quadro das pesquisas efectuadas pelos cientistasbrasileiros em STP

Espécies comerciaisHabitat Espécies nãocomerciais Procurados Muito procurados Total espécies

Demersal 14 41 10 65Récifais 9 34 25 68

Pélagicos 3 18 11 32Batipélagico 1 12 5 18

Total 27 105 51 183

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.

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Tab. 17 : Inventário das espécies comerciais mais capturadas no âmbito da pescaartesanal em S. Tomé e Príncipe

Nº Família Nome científico Nome vernacular1 Tylsurus acus rafale Agulha quio/Zanve2 Sardinella maderensis4 ACANTHURIDAE Prionuris biafraensis Asno cota5 ALBULIDAE Albula vulpes Colepinha malabo6 BALISTIDAE Balistes punctatus Asno7 BELONIDAE Ablennes hians Agulha espada8 BOTHIDAE Bothus guibei Linguado9 BRANCHIOSTEGIODAE Branchiostegus

semifasciatusPeixe-cabra

10 CARANGIDAE Elagatis bpinnulata Alada11 CARANGIDAE Trachinotus ovatus Bebeca12 CARANGIDAE Caranx crysos Bonito13 CARANGIDAE Decapterus punctatus Carapau14 CARANGIDAE Selar crumenophtalmus Carapau15 CARANGIDAE Cavala16 CARANGIDAE Caranx hippos Corcovado17 CARANGIDAE Urapsis secunda ( ou heidi

(?))Osso mole

18 CARANGIDAE Blepharis crinitus Pata Pata19 CARANGIDAE Selene dorsalis Pata Pata20 CARANGIDAE Caranx hippos Peixe olho grosso21 CLUPEIDAE Sardinela aurita Longo22 CLUPEIDAE Sardinella cameronensis23 CORYPHAENIDAE Coriphaena e quiselis Colombeta24 CYNOGLOSSIDAE Cynoglossus senegalensis Linguado25 DACTYLOPTERIDAE Dactylopterus volitans Concon26 DREPANIDAE

EPHIPPIDIDAEDrepane AfricanaChaetodipterus goreensis

CozinheiroCozinheiro27 ECHENEIDAE Remora brachyptera Peixe pilota

28 ELOPIDAE Elops senegalensis Colepinhâ balabo29 EMMELICHTHYIDAE Erythrocles monodi30 EXOCETIDAE Cypselurus melanurus31 FISTULARIDAE Fistularia petimpa Agulha buzina32 GERRIDAE Eucinostomus

melanopterusParente

33 GRAMMISTIDAE Rypticus saponaceus Peixe sabão34 HEMIRAMPHIDAE Hemiramphus balao Maxipombo35 HOLOCENTRIDAE Holocentrus ascencionis Caqui36 HOLOCENTRIDAE Sargocentron hastatus Caqui (mãe)37 HOLOCENTRIDAE Myripristis jacobeus Mãe de caqui38 ISTIOPHORIDAE Peixe Andala39 KUHLIIDAE Parakuhlia macrophtalmus Bujigo40 HAEMULIDAE Pomadasys peroteti

Bujigo41 KYPHOSIDAE Kyphosus incisor42 LABRIDAE Bodianus speciosus Bulhão43 LABRIDAE

SYNODONTIDAEHAEMULIDAE

Xirichthys novaculaTrachinocephalus myopsPomadasys rogeri

44 LOBOTIDAE Lobotes surinamensis

45 LUTJANIDAE Apsilus fuscus Peixe novo46 LUTJANIDAE Lutjanus fulgens47 MONACANTHIDAE Cantherines sp. Asno buçeta48 MONACANTHIDAE Aluterus sp. Asno de fundo49 MUGILIDAE Mugil curema50 MULLIDAE Pseudupaeneus prayensis51 MURAENIDAE Lycodontis afer Moreia52 OPHICHTHIDAE Pseudomyrophyis ou

Echelus ( ?)Moreia

53 POLYNEMIDAE Galeoides decadactylus Barbudo54 POMACANTHIDAE Abudefduf marginatus

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55 POMACANTHIDAE Holocanthus africanus56 PRIACANTHIDAE Heteropriacanthus

cruentatusPeixe sol

57 SCARIDAE Sparisoma rubripinne Bulhão congo58 SCIAENIDAE Pseudotolithus

senegalensis59 SCOMBRIDAE Thunnus obesus Atum flogo60 SCOMBRIDAE Katsuwonus pelamis Atum judeo61 SCOMBRIDAE Thunnus albacares Atum oledê62 SCOMBRIDAE Auxis thazard Fulu Fulu63 SCOMBRIDAE Euthynnus alletteratus Fulu Fulu64 SCOMBRIDAE Acanthocybium solandri Peixe fumo65 SCOMBRIDAE Scomberomorus tritor Peixe-serra66 SCORPAENIDAE Pontinus kuhlii Canga67 SCORPAENIDAE Scorpaena laevis Come molê68 SERRANIDAE Epinephelus aeneus Bacalhau69 SERRANIDAE Epinephelus Sp. Badejo70 SERRANIDAE Epinephelus goreensis Badejo branco72 SERRANIDAE Cephalopholis taeniops Bôbô quema73 SERRANIDAE Anthias anthias Capitão74 SERRANIDAE Cherne75 SERRANIDAE Cephalopholis nigri ( ?) Cota uê /Cota oyo76 SERRANIDAE Epinephelus adscensionis Garoupa77 SERRANIDAE Paranthias furcifer Mulato/ Bala Bala78 SPARIDAE Lethrinus atlanticus Bica79 SPARIDAE Bops boops Bonga80 SPARIDAE Cachucho (vermelho)81 SPARIDAE Pagellus belottii Malagueta82 SPARIDAE Dentex congoensis Mamaminha83 SPARIDAE Pagrus caeruleostictus Pargo84 SPARIDAE Dentex congoensis85 SPARIDAE Dentex macrophtlmus86 SPHYRAENIDAE Sphyraena barracuda Barracuda87 SPHYRAENIDAE Sphyraena sphyarena Pescada88 TETRAODONTIDAE Lagocephalus laevigatus Coelho89 URANOSCOPIDAE Uranoscopus polli Lenha (rainha)

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro.

Tab. 18: Inventário dos principais Crustáceos existentes em S. Tomé e PríncipeClasses Ordem Nome ciêntífico Nome vernacularDecápodes ? Penaeus sp. camarõesDecápodes ? Metapenaeus sp. camarõesDecápodes ? Parapenaeus sp. camarõesDecápodes ? Palinurus sp. LagostasDecápodes ? Callinectes sp. LagostasDecápodes ? Geryon maritae-santola? SantolaDecápodes ? Paramola cuvieri-aranha CaranqueijosDecápodes ? Scyllarides herklatail CigarrasDecápodes ? Nephrops sp. Lagostins? ? Macrobrachium zariquieyi Camarão-branco ES EP? ? Macrobrachium raridens Camarão-branco? ? Atya intermédia ?? ? Atya scabra ?? ? Sicydium bustamantei Camarão-de-água-doce? ? Cardisoma amatum Caranguejo? ? Cambarus? ?

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Fonte: Dados adptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.

Tab. 19: Inventário dos principais Moluscos de S. Tomé e Príncipe

Classes Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacular

Gasterópodes Buccinidae Buccinum sp. Búzio-do-marPelecípodes Veneridae Vénus spp. AmeijoaPelecípodes Ostreides Ostrea spp. OstraPelecípodes Ostreides Crassostrea OstraPelecípodes Mytilides Lithodomus CaniveteCefalópodes ? Octopodes ? Octupus sp. PolvoCefalópodes ? Decapodes? Sepia sp. ChocoCefalópodes ? Decapodes? Ommastrephes sp. LulaCefalópodes ? Decapodes? Ommastrephes sp. CalamaresGasterópodes Archaeogastropoda Neretidae Neretina afra CaramusoGasterópodes Archaeogastropoda Neretidae Neretina manoeli Molusco de Água doceGasterópodes Archaeogastropoda Skenediae Teinostoma fernandense Molusco marinho (P)Gasterópodes Archaeogastropoda Skenediae Teinostoma funiculatumGasterópodes Neogasteropoda Buccinidade Paradoxa thomensis Molusco marinhoGasterópodes Neogasteropoda Buccinidade Paradoxa confirmata Molusco marinho? ? TropidorissolaGasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella melvilli Molusco marinho (ST)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella liparozona Molusco marinho (ST)

Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella charlmersi Molusco marinho (ST)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella gemma Molusco marinho (P)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Volvarina insulana Molusco marinho (STP)

Neogasteropoda Marginellidae Granulina parilis Molusco marinho (STP)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Cysticus gutta Molusco marinho (STP)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Cysticus josephyinae Molusco marinho (P)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Gibberula modica Molusco marinho (STP)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Gibberula cucullata Molusco marinho (STP)Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Gibberula puntilun Molusco marinho (STP)Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis mariangelae Molusco marinho (ST)Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis mariangelae Molusco marinho (ST)Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis matilae Molusco marinho (ST)Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis principensis Molusco marinho (P)Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Scaevatula pellisserpentis Molusco marinho (STP)Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Scaevatula amancioi Molusco marinho (P)Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Cassispira sacerdotalis Molusco marinho (ST)Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Agathothoma finalis Molusco marinho (STP)Gasterópodes Stylommatophora Thrrophorellidae Thyrophorella thomensis Molusco terrestre (ST)Gasterópodes Stylommatophora Coeliaxidae Pyrgina umbilicata Molusco terrestre (ST)Gasterópodes Stylommatophora Coeliaxidae Thomea newtoni Molusco terrestre (ST)Gasterópodes Stylommatophora Achatinidae Archachatina bicarinata Molusco terrestre

(Búzio d’Obô)? ? ? Bulinus forskalli ?? ? ? Schistosoma intercalatum ?

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Tab. 20: Inventário das principais espécies de Tartarugasmarinhas existentes em S. Tomé e Príncipe

Principais espécies tartarugas marinhas entram na lista dos animais protegidos de São Tomé e Príncipe

Classe Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacularReptilis Testudines Cheloniidae Chelonias mydas Ambó ou mão brancaReptilis Testudines Cheloniidae Carreta carreta Cabeça Grande ou

Tartaruga VermelhaReptilis Testudines Cheloniidae Lepidochelys olivacea Tartaruga bastarda, TatôReptilis Testudines Cheloniidae Dermochelys coriacea Tartaruga Ambulância

Fonte: Dados adptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.

Tab. 21: Inventário das principais espécies de Cetáceosexistentes em S. Tomé e Príncipe

Esquema 21: Lista dos Cetáceos em S.Tomé e Príncipe

Lista dos principais cetáceos de São Tomé e PríncipeOrdem Família Nome ciêntífico Nome vernacularCetáceos Mysticetes Balaenoptera musculus Baleia-azulCetáceos Mysticetes Balaenoptera borealis Baleia azulCetáceos Mysticetes Balaenoptera acurostrata Baleia azulCetáceos Mysticetes Balaenoptera edeni Baleia azulCetáceos Mysticetes Balaenoptera plvsalus Baleia azulCetáceos Mysticetes Balaenoptera nodosa Baleia-de bossa ou corcundaCetáceos Odontocetes Delphinus delphis Delfim

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002 .

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