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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLGIA PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ARQUITETURA E URBANISMO CURSO DE DOUTORADO

O WORKSHOP DE ARQUITETURA E URBANISMO COMO INSTRUMENTO PEDAGGICO

Julien Ineichen

Projeto de Tese apresentado para fins de avaliao no processo seletivo 2011

rea de concentrao: Projeto, Morfologia e Conforto no Ambiente Construdo. Linha de Pesquisa: Projeto de Arquitetura.

Orientadora na UFRN: Maisa Veloso Orientador na ENSA-Marseille: Stphane Hanrot

SUMRIOI. INTRODUO................................................................................................................................. II. FUNDAMENTAO TERICA.................................................................................................. III. OBJETIVOS E RELEVNCIA DA PESQUISA........................................................................ IV. MTODO........................................................................................................................................ V. DIAGRAMA DO PROJETO DE PESQUISA............................................................................... VI. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.........................................................................................

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I. INTRODUOO presente pr-projeto de tese tem como objetivo apresentar uma pesquisa sobre a prtica do Workshop de Arquitetura e Urbanismo e a investigao de suas potencialidades e limites no mbito do ensino formal/acadmico. Comearemos situando este dispositivo pedaggico em relao ao Ateli de Projeto de Arquitetura e Urbanismo, e apresentando brevemente seu surgimento na evoluo do ensino destas disciplinas. Em seguida, mostraremos porque a atividade do Workshop, que cada vez mais tem interessado universidades no mundo inteiro, oferece um contexto singular para o desenvolvimento de uma reflexo original sobre a questo da concepo arquitetnica e urbana, e investigaremos de que maneira esse tipo de processo pedaggico, atravs da natureza de seus atores, de suas temporalidades e de seus objetivos, oferece um objeto de estudo onde se cruzam questes relacionadas tanto ao ensino, quanto pesquisa e ao mundo profissional. Essas caractersticas particulares nos serviro de guia para ancorar esta prtica no universo terico do Projeto de Arquitetura e Urbanismo. Observaremos tambm como essa reflexo pode fazer parte das pesquisas sobre o ensino do Projeto nas Escolas de Arquitetura, e quais so as contribuies que ela pode trazer em relao inovao pedaggica, interao das necessidades sociais com as pesquisas acadmicas, e s colaboraes interculturais. O Workshop que pretendemos tratar nesta pesquisa pode ser definido, antes de tudo, como sendo um tipo particular de Ateli de Projeto de Arquitetura e Urbanismo. A fim de abordar brevemente a evoluo histrica deste objeto de ensino especfico, vamos nos referir analise desenvolvida por Juliana Torres de Miranda no seu artigo: A relao entre teoria e prtica na arquitetura e seu ensino: teoria reflexiva e projeto experimental, publicado no livro O lugar do projeto no ensino e na pesquisa em arquitetura e urbanismo, Rio de Janeiro, 2007 Este modelo de ensino clssico da Arquitetura est enraizado na origem da profisso, com o aparecimento do mestre () de construo (). No perodo greco-romano a prtica da arte da edificao se aprendia no canteiro de obras e no ateli do mestre. Efetivamente, mesmo se no seu tratado sobre Arquitetura, Vitrvio colocava que a educao dos arquitetos deveria envolver duas reas: a teoria, que era a habilidade de demonstrar e explicar os princpios da proporo, e a prtica, o contnuo e regular exerccio do emprego em que o trabalho manual se dava (citado por Broadbent, 1995:10), o ensino da construo de edificaes no tinha 2

seu lugar na Academia de Plato, reservada teoria pura. O Quattrocento italiano mudou esta concepo. Com a construo do domo da catedral de Fiori, F. Brunelleschi instaurou uma nova diviso social do trabalho separando a concepo do projeto de sua execuo. Ele introduz assim uma nova racionalidade no trabalho do arquiteto. (Boutinet, 1993). Coube, em seguida, ao terico da arquitetura, L.B. Alberti, no seu De re aedificatoria sistematizar o pensamento do Arquiteto como um intelectual afastado dos canteiros de obras, elevando assim o status da Arquitetura da categoria de simples atividade manual atividade terica. Em seguida, as portas das Academias se abriram ao ensino terico da Arquitetura, oferecendo, assim, uma complementaridade de ensino ao simples trabalho no ateli dos mestres. A partir da consolidao do modelo de ensino das academias francesas no comeo do sculo XVIII, ilustrado pela cole Royale des Beaux-Arts, identifica-se uma dissociao entre teoria e prtica no ensino da Arquitetura. O objetivo era transformar o arquiteto, at ento considerado um arteso, em um intelectual e artista. Promovendo essa disjuno no ensino da Arquitetura entre os contedos tericos e a prtica, a Academia exps a prpria disciplina a uma crise de legitimao. Contudo, o arquiteto urbanista que ainda ambicionava edificar a cidade, continuava adquirindo as habilidades e os conhecimentos de desenho e a prtica de projeto nos atelis dos mestres. Foram nas Escolas Politcnicas do sculo XIX, que a Arquitetura como arte da construo, encontrou um espao para integrar a noo cientfica prtica. Dedicado ao projeto de pontes, fortificaes e outras obras pblicas, este novo ensino politcnico incorporou plenamente a idia da prtica como uma tcnica em que se aplicam conhecimentos cientficos. Iniciou-se, assim, a separao entre engenheiros e arquitetos deixando estes ltimos nos atelis das academias onde se pregava ainda a lgica compositiva e a estilstica. No sculo seguinte, na Alemanha dos anos 20, nasce um modelo de ensino da Arquitetura radicalmente diferente, a escola Bauhaus. Sob a direo de Walter Gropius, este novo projeto pedaggico que se tornaria modelo da Arquitetura Moderna, pretendia reconciliar a Arquitetura com a abordagem cientfica e o crescimento da moderna indstria da construo. Gropius defendia a educao do artista-arteso para o design com base em Workshops. A ideia era romper as barreiras entre disciplinas e assim responder crescente produo industrial. Apesar do processo pedaggico da Bauhaus valorizar a racionalidade e a objetividade de seus mtodos de projeto, nesta Escola 3

pregava-se tambm o aprender a partir do fazer, em vez da dedicao exclusiva teoria. A pedagogia da Bauhaus se difundiu pela Europa e pela Amrica e se tornou uma referncia para o ensino da Arquitetura. Desde ento, no apareceu uma pedagogia radicalmente diferente, mas temos observado uma srie de tentativas que visam atingir as metas de integrao entre teoria e prtica e entre as disciplinas pregadas pela Bauhaus. O Workshop que ns pretendemos investigar na nossa pesquisa fruto desta cultura do Ateli de projeto de Arquitetura e Urbanismo desenvolvida pela Bauhaus. Com o formato de um ateli de projeto intensivo de curta durao, ele visa, em geral, atingir os mesmos objetivos pedaggicos. Este tipo de Workshop que trataremos no nosso Doutorado encontra um interesse crescente no currculo acadmico das universidades no mundo inteiro. O pavilho suo da XI Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2008 exemplifica bem este fato. A exposio, Explorations in Architecture: Teaching, Design, Research, que buscou conduzir uma reflexo sobre as prticas contemporneas do ensino e da pesquisa em Arquitetura, apresentou duas experincias pedaggicas, realizadas nas Escolas Politcnicas Federais Suas, que se articularam em torno de um Workshop. A primeira, liderada pelo professor Harry Gugger, aconteceu em Cuba durante duas semanas e tinha como objetivo requalificar uma das principais ruas do centro histrico de Havana. A segunda, coordenada pelo professor Marc Anglil, ocorreu em Adis Abeba, onde os alunos desenvolveram estratgias de interveno para as reas urbanas em toda a cidade. Estes dois exemplos, que no sero aprofundados aqui, tm como objetivo ilustrar o conceito de investigao em design, que os organizadores da exposio queriam destacar (GEISER,2008:11). Existem muitas outras realizaes recentes, que poderamos citar, mas estes dois estudos de caso, devido ateno que lhes foi dada e as suas abordagens pedaggicas inovadoras demonstram o interesse atual do mundo acadmico pelo Workshop, e nos indicam as possveis metas de uma pesquisa sobre esse tema. Alm dos exemplos atuais interessante notar que arquitetos como Peter Eisenman, Rem Koolhaas e Giancarlo de Carlo desenvolveram, a partir da dcada de 70, usos muito intensos do Workshop. De fato foi em Nova York, no Instituto para os Estudos Arquiteturais e Urbanos (IAUS), dirigido por Peter Eisenman, que Rem Koolhaas desenvolveu vrios Workshops que participaram, entre outros, da produo dos estudos apresentados no clebre livro Delirious New York (FOERSTER, 2008:26). Nesta mesma poca, Giancarlo de Carlo fundou o Laboratrio Internacional de Arquitetura e Urbanismo (ILAUD), onde coordenou ininterruptamente, entre 1976 4

e 2003, Workshops de Vero envolvendo arquitetos do mundo inteiro nas cidades de Urbino, Siena, San Marino e Veneza, sucessivamente (ZARDINI, 2003: 78). Essa viso geral sobre exemplos marcantes de Workshops, nos confirma a vitalidade desta prtica ao longo do tempo. Alm disso, esta primeira constatao valida a idia de que ns no estamos diante de uma prtica efmera, mas frente a um fenmeno em processo de estruturao e crescente expanso. neste contexto que pretendemos desenvolver o projeto de pesquisa de doutorado. Como veremos, o Workshop tem permitido a experimentao de mtodos de ensino inovadores, tem sido ponto de encontro entre pesquisas acadmicas e necessidades sociais, e tem fornecido bases para uma cooperao intercultural. Todo esse conhecimento precisa ser identificado, analisado e sistematizado, a fim de situ-lo e, em seguida, integr-lo s prticas correntes. O principal objetivo demonstrar as potencialidades da participao do ensino do Workshop no desenvolvimento de um mtodo de trabalho que possa orientar o arquiteto na complexidade dos problemas arquitetnicos e urbanos do sculo XXI. Para identificar os conceitos relacionados ao Workshop e s noes ligadas a esta atividade, fundamentaremos nosso pensamento inicial sobre a anlise de uma prtica pessoal. Em 2009, tivemos a oportunidade de participar do IV Workshop Internacional de Desenho Urbano do Recife1. Este evento proporcionou um encontro entre Professores e Alunos da Graduao e da PsGraduao da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Escola Nacional Superior de Arquitetura de Marselha (ENSA-M). Nossa posio privilegiada de organizador nos permitiu ter uma viso clara de todo o processo, desde a sua fase inicial de desenvolvimento at a publicao de seus resultados, passando pela sua realizao. A partir desta experincia, ns identificamos trs eixos de reflexo que caracterizam, em nossa opinio, a originalidade e a relevncia desta atividade. O primeiro eixo de reflexo o pedaggico. O Workshop proporciona abordagens ao aprendizado do Projeto significativamente diferentes daquelas presentes nos atelis clssicos de longa durao, que so mais inspirados na tradio das Belas Artes do que na tradio da Bauhaus. O primeiro elemento identificado em relao concepo. Embora o sistema das Belas Artes estruture o aprendizado na relao professor-aluno, onde o aluno desenvolve sozinho um1

Para mais detalhes sobre este Workshop, visite o site http://barcobus.capibaribe.info

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projeto com a superviso de seu professor, o Workshop coloca o aluno em um processo de concepo colaborativa. Esta atividade exige do aluno o desenvolvimento de faculdades de coconcepo (ZIMMERMAN, 2006:2). Alm disso, dentro de uma equipe supervisionada por um professor, que tem o papel especfico de facilitador, o aluno obrigado a tomar uma postura e defend-la face postura dos outros membros, o que muito diferente dos papis pedaggicos que ocorrem no contexto da relao individual professor-aluno. O segundo elemento corresponde natureza dos problemas enfrentados pelos estudantes. Normalmente, o problema de projeto enfrentado em um contexto de Workshop faz parte de uma situao real que, supostamente, depende da complexidade urbana existente. Alm disso, dado o contexto multidisciplinar das equipes, um esforo especial deve ser dedicado identificao dos recursos de cada membro, s informaes disponveis e seleo das informaes necessrias para estruturar a estratgia de trabalho. O Workshop, deste ponto de vista, fornece um processo de familiarizao prtica profissional, funcionando como um simulador de contexto real. O terceiro elemento, prprio ao contexto do Workshop, est ligado ao objetivo de dar visibilidade aos projetos desenvolvidos fora do crculo restrito aos participantes, seja atravs de uma apresentao pblica dos diversos produtos finais, ou atravs da produo de uma exposio, ou de um catlogo. A divulgao das propostas na esfera pblica traz um desafio e uma motivao extras. Quais so as vantagens e desvantagens de tal processo pedaggico, sobretudo dentro das estruturas curriculares vigentes nas escolas? Que importncia esta abordagem pode ter no percurso do estudante e quando ela pode ser iniciada? Quais so os potenciais de articulaes verticais dentro da Graduao e entre a Graduao e a Ps-Graduao? Qual o papel que este tipo de ensino pode desempenhar na capacidade do futuro profissional em poder enfrentar a complexidade dos problemas que ir encontrar? O segundo eixo de reflexo decorre desta interao entre o mundo acadmico e o mundo profissional. A hibridao que foi possvel realizar neste evento questionou a natureza dos projetos desenvolvidos. Embora o IV Workshop Internacional de Desenho Urbano do Recife tenha sido realizado no contexto acadmico com alunos de graduao e de ps-graduao de Arquitetura e Urbanismo, qual foi a relevncia dos projetos desenvolvidos face s restries reais? Poderamos consider-los como projetos suscetveis a inspirar as decises das autoridades pblicas? Ou deveramos limit-los aos objetivos educacionais? Dado o interesse demonstrado pelas autoridades 6

e o esforo investido na divulgao de tais propostas, interessante notar que qualquer que seja o impacto real, o Workshop parece abrir o debate e promover encontro entre universidade e sociedade. O terceiro eixo de reflexo, que podemos tirar do IV Workshop Internacional de Desenho Urbano do Recife, est especificamente ligado ao carter intercultural deste exerccio. Vrias lnguas, vrias culturas, tanto acadmicas quanto profissionais e sociais,2 estiveram reunidas para este evento, realizado em um tempo curto, mas intenso, a fim de trabalhar em conjunto no desenvolvimento de propostas de soluo de problemas relacionados a uma realidade que, para alguns era o cotidiano, e que para outros era totalmente nova. Apesar das mltiplas limitaes, e levando em considerao os resultados obtidos, o Workshop parece fornecer um contexto de encontro, de intercmbio e de colaborao entre diferentes culturas, especialmente eficiente. Como isso acontece? Quais so os fatores que permitem a transferncia de saberes entre essas culturas e esta produo original do conhecimento? Seria possvel tirar desta prtica uma metodologia para a cooperao intercultural? A partir das noes levantadas por estes 3 eixos de reflexo, podemos por um lado situar a problemtica geral desta pesquisa no campo da formao profissional, e por outro resumir a nossa hiptese geral de trabalho da seguinte maneira: O Workshop uma ferramenta eficiente em termos educacionais, em termos de investigao profissional e em termos de dinmica de cooperaes interculturais. Desta forma, podemos observar que o conceito de Workshop, alm do seu prprio interesse, seja talvez a intercesso de questes mais amplas como a transferncia e a produo de conhecimento no contexto intercultural; a relao entre atividades acadmicas e o envolvimento nos problemas da cidade; ou ainda o desenvolvimento de um processo de aquisio de conhecimentos adaptado s necessidades do contexto atual.

II. FUNDAMENTAO TERICAPara estabelecer a fundamentao terica deste trabalho, inicialmente identificaremos os conceitos pedaggicos especficos aos quais se refere esta prtica em Arquitetura. O Workhsop, como ns vimos, tem suas razes na cultura da escola Bauhaus. Ele fruto da evoluo de uma2

O evento reuniu franceses, brasileiros, alunos de graduao, de mestrado, de doutorado, profissionais independentes, tcnicos de rgos pblicos, arquitetos urbanistas e gegrafos. (mais informaes no site http://barcobus.capibaribe.info)

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singularidade do ensino da Arquitetura: o Ateli de Projeto de Arquitetura e Urbanismo. O Ateli define tanto o espao de acontecimento quanto o processo de produo cognitivo da atividade da Arquitetura e do Urbanismo. Esta duplicidade de significado introduz desde sua raz a relao ntima que a Arquitetura e o Urbanismo tece entre a matria e a mente. O Projeto de Arquitetura e Urbanismo como um procedimento organizado de atividades para tomada de decises relacionadas s mudanas no mundo fsico (Zeisel, 1981) necessita de um espao apropriado. A cultura do Ateli tem uma dimenso fsica onde os projetos fsicos dos prdios, salas, mveis, e assim por diante, ajudam a formar essa cultura (Fallman, 2007: 11). O Ateli de Projeto de Arquitetura e Urbanismo uma atividade polimorfa. O profissional, o professor, o aluno e s vezes o pesquisador pratica o Ateli de Projeto de Arquitetura e Urbanismo, sem necessariamente ter os mesmos objetivos. Esta realidade produz uma certa confuso de gnero. Mesmo se o exerccio profissional do Ateli est imbricado com seu ensino, o ateli de ensino no um escritrio, ele tem suas prprias questes pedaggicas (Carsalade, 2003:147). Da mesma forma, o Projeto como Pesquisa envolve uma metodologia cientfica singular, baseando o Projeto como o produto final da anlise reflexiva. Embora esta prtica no seja muito comum nos programas de ps-graduao brasileiros, os novos mestrados profissionais abrem portas nesta direo (Mahfuz:434). O conceito de Ateli de Projeto abrange, segundo Pierre Von Meiss, uma abordagem de aprendizagem e de produo de conhecimento que passa por um processo iterativo de conjecturas e refutaes (Von Meiss,1986:16). Para Fallman, o ensino no Ateli de Arquitetura baseado no dilogo contnuo, na discusso, no questionamento e no processo de dar e receber crticas (Fallman, 2007:6). Vincent Mangeat frisa que colocar o projeto no corao do ensino da Arquitetura significa principalmente distinguir a Arquitetura, tanto de uma simples tcnica, quanto de uma simples forma de conhecimento. O arquiteto no de fato um tcnico, que face a um determinado problema, aplica uma soluo. O projeto desenvolve-se como uma pesquisa. Refere-se a uma pesquisa original que no nem fundamental (como no campo do conhecimento cientfico) e nem aplicada (como no campo tcnico). uma cincia da experincia possvel do mundo (Mangeat, 2001:26). Vale ressaltar que essa cincia se vale de outros campos cientficos para entender como as experincias se constituem em contextos scio-culturais especficos, cuja matria se forma a partir de diversas esferas, do saber fazer, dos hbitos e costumes. O Ateli de Projeto como abordagem pedaggica tem um status especial no ensino da 8

Arquitetura, visto que o processo de elaborao de Projeto ocupa, como ns vimos, um lugar fundamental na atividade profissional do Arquiteto. O fato dele ser utilizado como um instrumento de investigao para os profissionais, vai nos servir de ngulo de abordagem para entender as relaes que se desenvolvem entre fico e realidade no aprendizado do projeto. Essa reflexo vai nos esclarecer o processo de transposio entre ensino e o exerccio profissional, que implementado para que esta vivncia seja benfica aos alunos sem esmag-los sob o peso das restries da realidade, permitindo assim, que eles permaneam criativos. De fato, num ambiente acadmico necessrio estabelecer situaes nas quais restries, tais como incompatibilidade com a legislao local, limitaes tecnolgicas entre outros, no sejam consideradas, pois desta forma o desenvolvimento do conhecimento ser facilitado. Para distinguir e caracterizar as diferentes formas do uso do projeto dentro das Escolas de Arquitetura, vamos apoiar as nossas discusses nas investigaes conduzidas por Jean-Pierre Chupin que distingue trs tipos de Projeto Arquitetnico: 1. O Projeto de Arquitetura do ponto de vista do impulso monumental referente ambio de fazer. Este tipo corresponde ao contexto profissional. 2. O Projeto de Arquitetura como objeto de ensino que responde ambio de ensinar e aprender num contexto pedaggico. 3. O Projeto de Arquitetura do ponto de vista da ambio de conhecer num contexto de pesquisa. (CHUPIN, 2003:15) . Esquema de recapitulao dos trs contextos do projeto:

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Este referencial terico nos permitir evitar fazer um amlgama entre estes 3 projetos, alm de circunscrever o Ateli de Projeto de Arquitetura e Urbanismo no seu mbito do ensino e traar as possveis relaes que este mantm com os demais tipos. Neste sentido interessante ressaltar primeiramente o lugar do Doutorado, que segundo Chupin, encontra-se na encruzilhada da esfera pedaggica e da esfera da pesquisa. Tambm podemos considerar que o Workshop corresponde ao espao do Estgio, o que significa que ele deve responder tanto ambio de ensinar quanto ambio de fazer. Embora este referencial terico oferea uma viso geral no mbito do projeto, sua correspondncia com a prtica nem sempre efetiva. Nas escolas brasileiras por exemplo, a autonomia do projeto no contexto pedaggico est longe de ser claramente definida. Segundo Masa Veloso e Gleice Azambuja Elali, por muito tempo o ensino do projeto se confundia com o projeto no contexto profissional. O projeto arquitetnico era ensinado a partir da simulao do exerccio profissional. A partir dos anos 80, com o ingresso de muito professores ps-graduados em cincias sociais aplicadas no curso de Arquitetura e Urbanismo, o ensino do projeto pela simulao do escritrio foi parcialmente substitudo pela sndrome do realismo social. Com o objetivo de levar o aluno a enfrentar as problemticas sociais relacionadas ao espao construdo, o foco deste modelo se concentrou na pesquisa do contexto real, investindo a maioria dos recursos no diagnstico e deixando o projeto, assim como o processo projetual e suas componentes conceituais e metodolgicas em segundo plano. As pesquisadoras identificam uma terceira postura, ainda em construo, que procura colocar o projeto de arquitetura como campo de investigao e atuao no centro da questo do ensino. A prioridade dada busca de conceitos e mtodos que embasem a prtica e o ensino do projeto (VELOSO, ELALI, 2003:100). Esta concepo responde ideia defendida por Elvan Silva em 1986, que pretendia transformar a caixa-preta da criatividade, acessvel apenas a alguns talentosos criadores na caixa de vidro. O objetivo era elucidar os processos de criao espacial, entender da melhor maneira possvel como eles funcionam para podermos ensin-los e critic-los de forma mais efetiva (LARA:59). Este rpido panorama pela cultura do ensino do Projeto de Arquitetura e Urbanismo no Brasil ilustra a interao e a interconexo existentes entre os trs mbitos do projeto definidos por Chupin, e frisa o grande trabalho ainda necessrio para definir o projeto no seu contexto pedaggico.

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Neste trabalho de identificao da natureza e do funcionamento do Projeto dentro da Arquitetura e do Urbanismo ser necessrio situar esta abordagem em relao s teorias mais gerais da pedagogia. Para isto, introduziremos o conceito de Problem-based learning ou Inquiry-based learning. Este conceito pedaggico est enraizado nas investigaes dos seguintes pesquisadores: 1. John Dewey (1859-1952), cientista que conceitualizou a noo de learning by doing, fazendo e aprendendo. Na concepo dele, a criana, no seu processo de aprendiz, tem que atuar, construir projetos, os levar ao fim, fazer experincias e aprender a interpret-las. 2. Jean Piaget (1896-1980), psiclogo que contribuiu no desenvolvimento das bases tericas do construtivismo, e assim reforou a idia de que a prioridade no processo de aprendiz a atividade do sujeito aprendendo. 3. Paulo Freire (1921-1997), pedagogo que redefiniu a relao conhecimento-aprendiz. Segundo ele, ensinar no transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produo ou a sua construo (Freire, 2001:25). Como ns podemos ver, a problemtica central reside no papel atribudo ao aluno em relao ao conhecimento e na mudana do papel do professor. Isso chamado de aprendizagem centrada no aluno. Este aluno colocado frente a um problema no estruturado, similar a um contexto real, no qual ele deve encontrar uma soluo que em si aberta, indefinida. Este processo de investigao deve ser conduzido de forma multidisciplinar e em grupo. Esta dimenso colaborativa fundamental e estrutura o processo de aprendizagem atravs da interao dos prprios conhecimentos, dos novos conhecimentos e da comunicao dentro do grupo (SAVERY, 2006:12). Reconhecemos neste conceito pedaggico, muitos elementos utilizados no contexto do Projeto de Arquitetura. No entanto, enquanto o Problem-based learning pretende aplicar esta abordagem toda formao, o ensino clssico da Arquitetura faz uma clara distino entre as aulas chamadas de tericas e o Projeto que prtico (BRIDGES,2007:755). Experincias realizadas pela Universidade de Delft, na Holanda e New Castle, na Austrlia, abrem o caminho para uma maior integrao do Problem-based learning no conjunto do curso de Arquitetura. Eles chamaram este novo uso do Problem-based learning de Project-Based Learning (LEHMANN, 2006:3). A diferena fundamental entre o Problem-based learning e o Project-Based Learning encontra-se no uso dos problemas. No Problem-based learning, o problema usado como base para iniciar o processo de aprendizado, e a soluo do problema no 11

o objetivo. Enquanto que, no Project-Based Learning os problemas so reais (com possvel simplificao segundo o nvel dos estudantes), e a soluo do problema um requisito fundamental (MILLS,2002:5). Para cumprir nosso objetivo de situar o processo do Workshop em relao ao Projeto de Arquitetura, estas tentativas nos sero particularmente teis. Um outro autor que ir alimentar e estruturar nosso percurso de pesquisa, o pedagogo e pesquisador americano, Donald Schon. Professor do departamento de Urban Studies and Education do MIT, Schon desenvolveu um trabalho de grande relevncia sobre o Ateli de Projeto de Arquitetura e Urbanismo, o Design Studio. No seu livro homnimo, ele identifica os dispositivos mobilizados no Design Studio nas Escolas americanas de Arquitetura. De suas observaes sobre estes procedimentos cognitivos especficos, Schon desenvolveu o modelo de prtica reflexiva. A relao especial da aquisio e da produo de conhecimento no contexto do Design Studio , segundo o autor, uma abordagem eficaz na formao do profissional face aos desafios que ir enfrentar. Ele oferece a possibilidade de aplicar o conceito de reflexo na ao, que permite a aquisio do conhecimento prprio em um domnio especfico, o conhecimento tcito. De acordo com a sua filosofia da educao, ele questiona o modelo da racionalidade tcnica dos laboratrios cientficos, e prope o Design Studio como modelo do pensamento na ao (LEONARD,2001:40). Este conjunto de sistematizao e teorizao de nosso objeto de investigao oferecer uma base inicial ao desenvolvimento de nossa pesquisa. Os quatro modelos de pesquisa reflexiva que Donald Schon identifica em seu livro, The Reflective Practitioner, vo estruturar a nossa metodologia de trabalho. O primeiro modelo a pesquisa operatria que explica a resoluo do problema ao qual estamos diretamente confrontados. O segundo, o processo de pesquisa de vrios projetos que resolveram um problema semelhante. A busca por uma generalizao das solues encontradas para resolver um determinado problema caracteriza o terceiro tipo de pesquisa reflexiva. Finalmente, a pesquisa-ao, que coloca estas duas posturas em interao a fim de produzir o processo reflexivo identificado, constitui o quarto modelo (SCHN,1983). modelos. Na apresentao da metodologia de trabalho veremos mais detalhadamente como vamos articular nossa pesquisa em relao a estes 4

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Uma vez o Projeto de Arquitetura situado, tanto do ponto de vista pedaggico, quanto do profissional, e em relao ao contexto mais amplo do processo de aprendizagem sob o conceito do Problem-based learning, seremos capazes de produzir uma anlise do Workshop na perspectiva dos trs eixos de reflexo que estruturam o projeto de pesquisa.

III. OBJETIVOS E RELEVNCIA DA PESQUISAO objetivo do estudo doutoral analisar a relevncia das nossas hipteses que levantam o Workshop como uma ferramenta eficaz em termos pedaggicos, em termos de investigao profissional, e em termos da dinmica de cooperao intercultural. Neste sentido, dois aspectos devem ser destacados: o primeiro que este estudo tem carter multidisciplinar e internacional, o que conferir aos resultados a necessria condio para a construo de uma teoria sobre o Workshop como ferramenta pedaggica. O segundo que a atividade de Projeto, particularmente no contexto do Workshop, se constitui como uma atividade de pesquisa. Quaisquer que sejam os resultados, o trabalho tipolgico que apresentaremos na nossa metodologia ajudar a desenvolver uma matriz analtica, que fornecer pontos de comparao entre diferentes Workshops. Desta forma, todos os atores dessa prtica podero identificar e determinar sua prpria abordagem em relao aos demais Workshops. Alm do mais, ns podemos imaginar que esse trabalho comparativo possa servir de suporte ao desenvolvimento de um manual com sugestes/recomendaes para a criao de tais eventos. Quanto a nossa hiptese geral, se ela for validada pela nossa investigao, poderemos por um lado confirmar a relevncia do uso do Workshop, e por outro imaginar que essa prtica auxiliar as vrias instituies acadmicas interessadas no desenvolvimento de uma pedagogia inovadora; na interao com o mundo profissional e na cooperao intercultural. Em seguida, o Workshop participar do processo de disseminao da aprendizagem efetiva e da produo de conhecimento atravs do Projeto. Ele oferecer uma plataforma privilegiada de encontro entre as necessidades da sociedade e as pesquisas realizadas por acadmicos e, finalmente, fornecer um processo de colaborao eficaz para os encontros interculturais.

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IV. MTODOInicialmente, importante informar que este trabalho ser realizado em um contexto de co-tutela, segundo protocolo de intenes entre a Universidade Federal de Rio Grande do Norte e a Escola Nacional Superior de Arquitetura de Marselha. O professor Stphane Hanrot da ENSA-M e a professora Maisa Veloso da UFRN sero encarregados de orientar, conjuntamente, as pesquisas do doutorando. A equipe de investigao ter como objetivo realizar este trabalho em quatro anos. Cada ano ser dedicado a uma fase especfica detalhada abaixo: 1. O primeiro ano ser dedicado ao cumprimento dos crditos exigidos pelas instituies de ensino conveniadas e realizao da investigao sobre o estado-da-arte da matria, a fim de elaborar uma Teoria acerca do Workshop. 2. O segundo ano ser dedicado ao teste desta teoria, atravs da organizao e realizao de um Workshop. 3. O terceiro ano nos permitir tirar concluses, a partir das investigaes realizadas nas fases anteriores, a fim de reformular as hipteses e generalizar o assunto. 4. O quarto ano ser dedicado redao e reviso da tese assim como sua defesa. 1. Primeira fase - execuo das aulas tericas e investigao: Os crditos, em forma de disciplinas e atividades integradas, sero realizados dentro das exigncias das duas instituies. Quanto investigao, partindo da base terica apresentada, ns identificamos na prtica do Workshop os elementos que o constituem. Atores, papis, objetivos, resultados, temporalidades so alguns destes parmetros, que sero compilados para formar uma matriz de anlise. Esta matriz nos dar a ocasio de desenvolver uma tipologia geral dos Workshops. Esta ferramenta tipolgica nos permitir analisar um bom nmero de Workshops a fim de oferecer um panorama da diversidade desta atividade. Para ter acesso aos documentos relativos s experincias dos Workshops, a princpio vamos aproveitar o fcil acesso que teremos aos eventos desta natureza, realizados pelas duas instituies parceiras (UFRN ENSA-M)3. Alm disso, nos aprofundaremos nos exemplos de referncia com a pratica contempornea da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), da cole Polytechnique Fdrale de Lausanne (EPFL) e da cole Polytechnique Fdrale de Zurich (EPFZ) assim como as3

Stphane Hanrot publicou l'Affaire Bateau-Bus

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experincias histricas realizadas pelo Instituto para os Estudos Arquiteturais e Urbanos (IAUS) e do Laboratrio Internacional de Arquitetura e Urbanismo (ILAUD). Em seguida, vamos participar de Workshops como pesquisador, tais como o previsto pelo ENSA-Marselha, em 2012. Nestas ocasies, realizaremos entrevistas com os diferentes atores. Paralelamente, vamos realizar uma pesquisa de fontes disponveis na internet. Embora este tipo de evento nem sempre resulte em uma publicao oficial, notamos que existem muitos sites, plataformas de trabalho colaborativo ou simples blogs, que so facilmente acessveis. Estes elementos nos ajudaro a identificar os realizadores e participantes destes Workshops para que atravs deste contato possamos ter acesso aos documentos disponveis. Para iniciar a verificao da nossa hiptese geral, constituiremos a partir do nosso trabalho tipolgico um corpo de estudos que possa atender aos nossos trs eixos de reflexo: pedaggico, de investigao profissional e de cooperao intercultural. Por esta razo, concentraremos nosso foco de pesquisa nos Workshops, que ocorrem (ou ocorrero), em um contexto de intercmbio internacional, articulados a situaes reais e que desenvolvem uma abordagem de Project-Based Learning. A partir da, elaboraremos uma matriz analtica para cada um dos trs eixos. Em seguida os aplicaremos ao nosso corpus. Desta forma, teremos os dados necessrios para a realizao de um estudo comparativo. Deste estudo, poderemos obter resultados que possam de um lado julgar a qualidade destas diversas realizaes e, de outro, identificar os tipos de Workshop que atendam s expectativas definidas. Esta primeira fase da investigao corresponde ao modelo 2 e 3 da pesquisa reflexiva descrita por Donald Schn. Ela constitui a fase preparativa do processo de investigao na ao que ser realizada na Fase 2. Alm do mais, esta primeira fase servir de base para a elaborao do projeto de tese que ser apresentado para atender aos requisitos do Programa de Pos-graduao em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/ UFRN). 2. Segunda fase colocar prova os resultados da fase 1 Durante o segundo ano do doutorado, pretendemos colaborar na organizao do um Workshop

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Internacional de Concepo de Projeto Urbano e Arquitetnico da Universidade Federal de Rio Grande do Norte. Este evento dar a oportunidade de experimentar, na forma de uma investigao na ao, o desenvolvimento global dos elementos da primeira fase da pesquisa. O Workshop ser configurado de modo que seja possvel implementar nele os protocolos necessrios a avaliao da hiptese geral, assim como das hipteses particulares, prprias a investigao de doutorado. Essa experincia ser a ocasio de reunir de um lado os professores que acompanham este projeto de doutorado e de outro enriquecer a colaborao entre as duas instituies. Todas as informaes que sero produzidas neste Workshop experimental serviro como referncia para o trabalho de generalizao do assunto, que ser realizado durante as ltimas fases desta pesquisa. 3. Terceira Fase Concluses e generalizao do assunto A terceira fase deste trabalho de doutorado serra dedicada analisar os resultados obtidos durante o Workshop Internacional de Concepo de Projeto Urbano e Arquitetnico da Universidade Federal de Rio Grande do Norte. A partir deste trabalho preliminar, poderemos tirar concluses que vo nos permitir reformular as nossas hipteses iniciais. Em seguida ns poderemos generalizar nossas observaes e tentar produzir uma teorizao geral do Workshop. 4. Quarta Fase Redao e defesa da tese Na ltima fase, uma vez reunidos todos esses elementos, poderemos finalizar a dissertao desta tese e defend-la perante um jri composto pelos dois professores orientadores, assim como representantes das duas instituies, atendendo ao referido protocolo de intenes.

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V. DIAGRAMA DO PROJETO DE PESQUISA

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VI. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASBOLAY, Jean Claude (2004) Coopration et dveloppement durable, vers un partenariat scientifique nord-sud. Lausanne: Presses polytechniques et universitaires romandes, BOUTINET, Jean-Pierre (1993) Anthropologie du projet. Paris: PUF, 2e dition BRIDGES, Alan (2007) Problem Based Learning in Architectural Education, Department of Architecture, University of Strathclyde, Glasgow, UK, BROADBENT, Geoffrey (1995) Architectural education. Em: PEARCE, Martin & TOY, Maggie (eds.), Educating architects. London: Academy Edition CARSALADE, Flvio (2003) Referncia Metodolgicas para um Processo de Ensino de Projeto. Em: LARA, Fernando & MARQUES Snia (orgs.). Projetar: desafios e conquistas da pesquisa e do ensino de Projeto. Rio de Janeiro: EVC. CHUPIN, Jean-Pierre (2003) As trs Lgicas Analgicas do Projeto em Arquitetura: do impulso monumental necessidade de pesquisa passando pela inevitvel questo da ensinabilidade da arquitetura. Em: LARA, Fernando & MARQUES Snia (orgs.). Projetar: desafios e conquistas da pesquisa e do ensino de Projeto. Ob.cit. DEL RIO, Vincent (2007) Consideraes sobre a universidade e o seu papel social: a participao de alunos em projetos urbanos reais. o caso da Cal San Luis Obispo. Em: DUARTE Cristiane Rose, RHEINGANTZ Paulo Afonso e outros (orgs.). O lugar do Projeto no ensino e na pesquisa em arquitetura e urbanismo. Rio Janeiro: Contra Capa Livraria DEWEY, John (1981) The Relation for Theory to Practice in Education, reprinted in John Dewey, The Middle Works, Jo Ann Boyston, ed., Southern Illinois University Press, vol 8, 105-350

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