PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS: SENSAÇÃO

Profa. Giuliana Elisa dos SantosPor: Myers, David (1999)

e Morris & Maisto(2004)

SENSAÇÃO

“ Como os estímulos externos que atingem

nosso corpo são transformados em

mensagens que o cérebro compreende”?

A sensação significa captar as informações do meio pelos órgãos dos sentidos e transportá-los ao cérebro, ou seja, detectar a energia física do ambiente e codificá-la como sinais nervosos.

A diferenciação sensorial começa nas células receptoras, especializadas para sentir apenas uma forma de energia – ondas luminosas para a visão ou vibrações para a audição. E as células receptoras estão conectadas a caminhos neurais especializados para cada um dos sentidos.

Na prática, as mensagens sensoriais entram no cérebro por meio de diferentes canais:

- o canal auditivo;- a canal tátil;- o canal olfativo e assim por diante.

LIMIARES SENSORIAIS

“Quais são os limites de nossa capacidade de sentir os

estímulos em nosso ambiente?”

A energia que chega até um receptor deve ser suficientemente intensa para tornar-se perceptível. Temos uma sensibilidade refinada para alguns estímulos.

Exemplos: O tique-taque de um relógio a uma distância de seis metros em condições de bastante silêncio.

Visão: a chama de uma vela vista a uma distância de 50 quilômetros de distância no alto de outra montanha.

Paladar: um grama de sal de cozinha diluído em 500 litros de água.

Olfato: uma gota de perfume espalhada em um apartamento de 3 cômodos.

Tato: a asa de uma abelha caindo de uma altura de um centímetro sobre sua bochecha.

Nessa conseqüência desses tênues estímulos demonstra os limiares absolutos – a estimulação mínima necessária para detectar um estímulo específico (luz, som, pressão, gosto, odor). Como cada estímulo varia de pessoa para pessoa, de momento a momento para a mesma pessoa.

Os psicólogos concordaram em fixar o limiar absoluto como sendo o ponto em que uma pessoa é capaz de detectar um estímulo em 50% das vezes que ele for exibido.

Detecção dos Sinais

Segundo os teóricos de detecção de sinais ressaltam que os limiares absolutos variam. Pois além de depender do biológico, também sofre influência do psicológico (experiência, expectativa, motivação e fadiga).Ex. Os exaustos pais de um recém-nascido notarão o choro mais tênue no berço, mas vão ignorar sons mais altos e irrelevantes. A sensibilidade também aumenta numa situação caracterizada pela guerra, em que a não-detecção de um intruso pode acarretar a morte.

Adaptação Sensorial: Nossa sensibilidade decresce a um estímulo inalterável.

Limiar de diferenças (relativos): ensina sobre a flexibilidade de nossos sistemas sensoriais.Ex. A adição de ½ quilo a uma carga de 4,5 quilos certamente será notada, o que sugere que o limiar de diferença deva ser menor que ½ quilo. Mas a adição de ½ quilo a uma carga de 45 quilos não fará muita diferença, o que sugere que o limiar de diferença deva ser consideravelmente maior que ½ quilo. Logo, o que varia é de acordo com a força ou a intensidade do estímulo original.

Resumindo: Quanto maior o estímulo existente, maior a mudança necessária para produzir uma diferença apenas perceptível.

Visão

É o sentido mais importante de nossos sentidos. A tarefa do sentido visual, como a de todos os sentidos, é receber a estimulação, convertê-la para sinais neuronais para o cérebro.

O input do Estímulo

A energia da luz. As energias que experimentamos como luz visível são apenas uma faixa mínima do amplo espectro de radiação eletromagnética. A tonalidade e o brilho percebidos da luz dependem do comprimento da onda e da intensidade.

O Olho

Depois de entrar no olho através da lente que parece uma câmera – o cristalino -, as ondas de luz atingem a retina. Os bastões sensíveis à cor convertem a energia da luz em impulsos neuronais, que são codificados pela retina antes de seguirem pelo nervo óptico para o cérebro. Observa-se que quase um milhão de mensagens podem ser enviados pelo nervo óptico ao mesmo tempo, por meio de quase um milhão de fibras ganglionares. (o nervo auditivo, que permite a audição, transmite muito menos informação em apenas 30.000 fibras).

Processamento da informação visual

No córtex, neurônios individuais, chamados detectores de aspectos, reagem a aspectos específicos de um estímulo visual, e suas informações são reunidas para interpretação por células do cérebro de nível superior. As subdivisões da visão (cor, movimento, profundidade e forma) são processados em separado, mas de forma simultânea, ilustrando a capacidade do cérebro para processamento paralelo. O caminho visual reproduz com fidelidade a estimulação da retina, mas a representação do cérebro incorpora nossas suposições,interesses e expectativas.

Audição

O estímulo: ondas sonoras. As ondas de pressão que experimentamos como som variam em freqüência e amplitude e assim em tom e volume percebidos.

Decibel é a unidade de medida para a energia do som. O limiar absoluto para a audição é arbitrariamente definida como o decibél.

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O Ouvido

Para ouvir devemos de alguma forma converter ondas sonoras em atividade neuronal. O ouvido humano realiza esse feito por uma intricada seqüência de reação mecânica. Pois as ondas sonoras atravessam o canal auditivo e causam vibrações mínimas no tímpano. Transmitidas através do ossículos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo) para um tubo em formato de caracol no ouvido interno, chamado cóclea.E a cóclea cheia de fluído, e essas ondas criam vibrações por meio de movimento nas pequenas células capilares, transmitindo mensagens neuronais para o cérebro.

Perda da audição e cultura dos surdos: Perdas da audição ligadas a distúrbios de condução e nervo podem ser causados por exposição prolongada a barulho alto, a doenças e problemas relacionados a idade. Os que experimentam a perda auditiva enfrentam desafios sociais. Implantes cocleares podem permitir alguma audição em crianças surdas. Mas os defensores da cultura dos surdos, ressaltam que a linguagem de sinais é completa, questionam essa posição.

Os outros sentidos

Para os humanos, a visão e a audição são os principais sentidos. Dependemos deles, em particular para a comunicação.

Porém, sem o tato, o paladar e o olfato, além do sentido do movimento e posição do corpo, os humanos ficariam em grande desvantagem, e nossa capacidade de apreciar o mundo seria bastante reduzida.

Tato: As sensações da Pele

O tato é essencial ao nosso desenvolvimento. Veja por exemplo os bebês prematuros, eles ganham peso mais depressa e vão para casa mais cedo se estimulados por massagens manuais. Como amantes, ansiamos em tocar...beijar, acariciar, aconchegar.

Nosso “sentido tato” é na verdade uma mistura de pelo menos quatro sentidos distintos da pele – pressão, calor, frio e dor.

Nossa pele é nosso maior órgão sensorial. Além de nos proteger do ambiente, conter os fluidos do corpo e regular nossa temperatura interna, a pele é um órgão sensorial que possui inúmeros receptores nervosos distribuídos em diversas concentrações ao longo da superfície. As fibras nervosas de todos esses receptores seguem em direção ao cérebro por dois caminhos.

Algumas informações passam pela medula e pelo tálamo, e daí para o córtex sensorial do lobo parietal do cérebro – local que origina a sensação de tato.

DOR

A dor é a maneira de o corpo avisar que há alguma coisa errada. As raras pessoas que nascem sem a capacidade de sentir dor podem experimentar, graves ferimentos sem serem alertados pelos sinais de perigo da dor. Em geral, morrem no início da vida adulta. Sem a dor, os efeitos das lesões e infecções incontroladas se acumulariam.

O que é a dor?

A dor é uma propriedade não apenas dos sentidos da região em que a sentimos – mas também do cérebro. Também em 7 de 10 amputados podem sentir dor ou movimento em membros inexistentes (membro fantasma).

Uma teoria da dor (controle e/ou do portão de entrada), diz que um “portão” na medula espinhal se abre para permitirmos que os sinais de dor percorram pequenas fibras nervosas para alcançarem o cérebro, ou fechar para impedir sua passagem.

Como a dor é um fenômeno ao mesmo tempo fisiológico e psicológico muitas vezes pode ser controlada por tratamentos clínicos e psicológicos (drogas, cirurgia, acupuntura, estimulação elétrica, massagem, treinos, hipnose, e exercícios de relaxamento e distração do pensamento).

Paladar

O sabor da comida é formado por uma complexa combinação de paladar e olfato. Se você tapar o nariz enquanto come, a maior parte do sabor dos alimentos desaparecerá, embora você ainda seja capaz de reconhecer sabores amargos, salgados, ácidos ou doces.

As células receptoras para o paladar localizam-se nos botões gustativos, em sua maioria presentes na ponta, nos lados a na parte de trás da língua. A ponta da língua é mais sensível ao que é doce e ao que é salgado; a parte de trás é mais sensível aos sabores amargos, e as laterais, aos ácidos.

Um adulto possui cerca de 10 mil bastões gustativos. Esse número diminui à medida em que envelhecemos, fato que explicam em parte, porque os idosos geralmente perdem o interesse pela comida. Lembrando que também o fumo e o álcool aceleram o declínio nas papilas gustativas.

Os botões gustativos estão embutidos nas papilas gustativas, saliências que podem ser vistas se você olhar sua língua no espelho.

A interação química entre as substâncias alimentares e as células do paladar faz com que os neurônios adjacentes disparem, enviando um impulso nervoso para o lobo parietal do cérebro e para o sistema límbico.

O paladar, assim como os outros sentidos, apresentam adaptação.

Olfato

Como o paladar, o olfato é um sentido químico. Mas não há sensações básicas para o olfato, como acontece com o tato e o paladar.

Ao contrário das células receptoras da retina, cerca de 5 milhões de células receptoras olfativas reconhecem moléculas de odor individuais, com alguns odores acionando uma combinação de receptores. Como outros estímulos, os odores podem despertar memórias e sentimentos de forma espontânea.

É importante salientar como curiosidade, de que a respiração vem em pares – inalar, exalar-, exceto em dois momentos:nascimento e morte. A cada dia, você inala e exala quase 20.000 vezes o ar que sustenta a vida, você banha as narinas com um fluxo de moléculas impregnadas de cheiro.

Posição e Movimento do Corpo

Os humanos estão equipados com milhões de sensores de posição e movimento. Encontram-se por todo o corpo – nos músculos, tendões e articulações – e transmitem incessantemente informações para o cérebro. Esse sentido da posição e movimento do corpo é a cinestesia.

Um sentido vestibular monitora a posição e o movimento da cabeça (e assim do corpo). O giroscópio biológico para esse sentido do equilíbrio situa-se no ouvido interno.

Se você der várias voltas e parar de repente, o líquido nos canais semicirculares e receptores cinestésicos não retorna de imediato a seu estado neutro. O efeito posterior engana seu cérebro com a sensação de que ainda está girando.