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PREFEITURA DE SOROCABA
CNPJ: 46.634.044/0001-74
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CEP: 18.013-280 Sorocaba – SP – Brasil
Fone: (15) 3238-2100
E-mail: [email protected]
José Antônio Caldini Crespo
Prefeito Municipal
Jaqueline Lilian Barcelos Coutinho
Vice-Prefeita Municipal
Jessé Loures
Secretário do Meio Ambiente, Parques e Jardins
Fábio Moreira Pilão
Secretário de Conservação, Serviços Públicos e Obras
EQUIPE DE GOVERNO
PREFEITO José Antônio Caldini Crespo
VICE-PREFEITA Jaqueline Lilian Barcelos Coutinho
Secretaria de Abastecimento e Nutrição Alexandre Hugo de Morais
Secretaria de Assuntos Jurídicos e Patrimoniais Eric Rodrigues Vieira
Secretaria de Cidadania e Participação Popular Mario Luiz Nogueira Bastos
Secretaria de Comunicação e Eventos Eloy de Oliveira
Secretaria de Conservação, Serviços Públicos e
Obras Fábio Moreira Pilão
Secretaria de Cultura e Turismo Werinton Kermes
Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Trabalho e Renda Roberto Machado de Freitas
Secretaria de Educação Marta Regina Cassar
Secretaria de Esportes e Lazer Simei Lamarca
Secretaria da Fazenda Fábio de Castro Martins
Secretaria de Gabinete Central Hudson Zuliani
Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária
Maurício Augusto Coimbra
Campanati
Secretaria da Igualdade e Assistência Social Cintia de Almeida
Secretaria de Licitações e Contratos Alexandre Gomes Rubin
Secretaria de Meio Ambiente, Parques e Jardins Jessé Loures
Secretaria de Mobilidade e Acessibilidade Wilson Unterkircher Filho
Secretaria de Planejamentos e Projetos Luiz Alberto Fioravante
Secretaria de Recursos Hidrícos Ronald Pereira da Silva
Secretaria de Recursos Humanos Mário Marte Marinho Júnior
Secretaria de Relações Institucionais e
Metropolitana Anselmo Rolim Neto
Secretaria da Saúde Rodrigo Moreno
Secretaria de Segurança e Defesa Civil José Augusto de Barros
Fundo Social de Solidariedade Lilian Maragoni Crespo
Fundação da Seguridade Social dos Servidores
Públicos Municipais de Sorocaba Silvana Maria S. Duarte Chinelatto
Empresa Municipal Parque Tecnológico de
Sorocaba Roberto Machado de Freitas
Corregedoria Geral do Município Gustavo Portela Barata de Almeida
EQUIPE TÉCNICA
Secretaria de Meio Ambiente, Parques e
Jardins
Jessé Loures
Sara Regina de Amorim
Secretaria de Conservação, Serviços Públicos
e Obras
Fábio Moreira Pilão
Henrique Deliberali
Maria Angélica do Prado Kamada
COLABORADORES
Secretaria de Igualdade e Assistência
Social
Cintia de Almeida
CRAS / CREAS
CONSULTORIA CONTRATADA
DRZ GEOTECNOLOGIA E CONSULTORIA
CNPJ: 04.915.134/0001-93 • CREA N°.41972
Avenida Higienópolis, 32, 4° andar, Centro
Tel.: 43 3026 4065 - CEP 86020-080 - Londrina-PR
Home: www.drz.com.br • e-mail: [email protected]
DIRETORIA:
Agostinho de Rezende – Diretor Geral
José Roberto Hoffmann - Eng. Civil e Diretor Técnico
EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO - PMCS:
Agenor Martins Júnior – Arquiteto e Urbanista - Coordenador
Aila Carolina Theodoro de Brito – Analista Ambiental
Douglas Ambiel Barros Gil Duarte – Auxiliar de Geoprocessamento
Eugênio Evaristo Cardoso de Souza – Auxiliar de Analista Ambiental
Juliane Maistro – Auxiliar de Analista Ambiental
Leticia Leal Ferreira – Engenheira Ambiental
Mariana Campos Barbosa – Analista Ambiental
Mayra Curti Bonfante – Analista Ambiental
Virginia Maria Dias – Contadora
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Gestão Ambiental
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 26
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 28
1. ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO E METODOLOGIA ........................ 30
1.1. POPULAÇÃO OBJETO DO PMCS ....................................................................... 31
1.1.1. Geração Média de Resíduos nos Municípios .................................................... 33
1.2. CONTEÚDO DO PLANO ................................................................................... 33
1.2.1. Meta 1 – Gestão Municipal dos Resíduos Sólidos Para Coleta Seletiva ............... 33
1.2.1.1. Etapa 1 - Diagnóstico ........................................................................ 33
1.2.1.2. Etapa 2 - Metas, Projetos, Ações e Programas ...................................... 36
1.2.1.2.1. Procedimentos operacionais ......................................................... 36
1.2.1.2.2. Indicadores de desempenho ......................................................... 37
1.2.1.2.3. Regras para o sistema ................................................................. 37
1.2.1.2.4. Definição de responsabilidade (aspectos organizacionais) ................ 37
1.2.1.2.5. Programa de Capacitação Técnica ................................................. 38
1.2.1.3. Eventos de Mobilização Social para Validação do Diagnóstico e Propostas de
Intervenções ................................................................................................ 40
1.2.2. Meta 2 – Detalhamento do Programa de Coleta Seletiva .................................. 42
1.2.2.1. Operacionalização do Programa de Coleta Seletiva ................................ 43
1.2.2.2. Evento de Mobilização Social para Divulgação do Plano de Coleta Seletiva 44
1.3. ELABORAÇÃO DO SIG .................................................................................... 45
1.4. FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES ..................................................................... 47
1.5. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS ................................................................................. 48
1.5.1. Modelos de Divulgação ................................................................................ 49
2. PRODUTO I - RELATÓRIO DO DIAGNÓSTICO PARA COLETA SELETIVA .......... 56
2.1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO .................................................................. 56
2.1.1. Demografia ............................................................................................... 56
2.1.2. Desenvolvimento Humano ........................................................................... 63
2.1.2.1. Educação ......................................................................................... 65
2.1.2.2. Longevidade..................................................................................... 69
2.1.2.3. Renda ............................................................................................. 70
2.1.2.4. Índice de Gini ................................................................................... 73
2.1.2.5. Vulnerabilidade social ........................................................................ 74
2.1.2.6. Metas do Milênio ............................................................................... 78
2.1.2.7. Considerações Finais sobre a Caracterização Populacional ...................... 81
2.2. DIAGNÓSTICO .............................................................................................. 81
2.2.1. Aspectos Metodológicos .............................................................................. 81
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2.2.2. Classificação dos Resíduos ........................................................................... 82
2.2.3. Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos ................................................ 86
2.2.4. Possibilidades de Soluções Consorciadas ou Compartilhadas ............................ 91
2.2.4.1. Avaliação sobre regionalização de soluções feitas pelo Plano Regional
Integrado de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio
Tietê – UGRHI 10 .......................................................................................... 92
2.2.4.2. Consórcio de Estudos, Recuperação e Desenvolvimento da Bacia do Rio
Sorocaba e Médio Tietê – CERISO ................................................................... 94
2.2.4.3. Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) ............................................. 94
2.2.5. Possibilidades de soluções consorciadas para a coleta seletiva ......................... 97
2.2.6. Caracterização dos Resíduos Gerados pelos Estabelecimentos Comerciais ........ 100
2.2.6.1. Metodologia .................................................................................... 105
2.2.6.2. Resultados ...................................................................................... 106
2.2.7. Poder Calorífico Superior (PCS) e o Poder Calorífico Inferior (PCI) ................... 117
2.2.7.1. Poder Calorífico dos resíduos sólidos .................................................. 119
2.2.7.2. Metodologia de amostragem ............................................................. 119
2.2.7.2.1. Análises laboratoriais ................................................................. 122
2.2.7.2.2. Resultados ................................................................................ 122
2.2.8. Diagnósticos da logística de movimentação dos resíduos de coleta seletiva ....... 124
2.2.8.1. Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (CORESO) .............................. 125
2.2.8.1.1. Abrangência de coletas ............................................................... 126
2.2.8.1.2. Quantidade de Material Coletado ................................................. 129
2.2.8.1.3. Diretoria da CORESO .................................................................. 130
2.2.8.1.4. Faixa etária dos cooperados ........................................................ 131
2.2.8.1.5. Programa de formação junto aos cooperados ................................ 131
2.2.8.1.6. Contratos firmados junto à Administração Municipal ou outras
instituições .............................................................................................. 131
2.2.8.1.7. Desempenho Financeiro .............................................................. 132
2.2.8.1.8. Patrimônio ................................................................................ 132
2.2.8.2. Central de Reciclagem da Zona Oeste de Sorocaba (CRZO) ................... 133
2.2.8.2.1. Abrangência de Coletas .............................................................. 133
2.2.8.2.2. Quantidade de Material Coletado ................................................. 135
2.2.8.2.3. Diretoria da CRZO ...................................................................... 137
2.2.8.2.4. Faixa etária dos cooperados ........................................................ 137
2.2.8.2.5. Programa de formação junto aos cooperados ................................ 138
2.2.8.2.6. Contratos firmados junto a Administração Municipal ou outras
instituições .............................................................................................. 138
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2.2.8.2.7. Desempenho Financeiro .............................................................. 138
2.2.8.2.8. Patrimônio ................................................................................ 139
2.2.8.3. Núcleo Ambiental de Resíduos Eletrônicos ........................................... 139
2.2.8.4. Indicadores, índices e gradação das cooperativas de catadores de Sorocaba
................................................................................................. 139
2.2.8.5. Levantamento dos catadores Informais .............................................. 140
2.2.8.5.1. Sobre características dos entrevistados ........................................ 143
2.2.8.5.2. Modo de atuação ....................................................................... 146
2.2.9. Estabelecimentos de comércio de materiais recicláveis ................................... 152
2.2.10. Considerações Finais ................................................................................ 160
3. PRODUTO II - RELATÓRIO COM METAS, PROJETOS, AÇÕES E PROGRAMAS 163
3.1. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E ESPECIFIAÇÕES MÍNIMAS .......................... 163
3.1.1. Separação dos materiais ............................................................................ 164
3.1.2. Sacolas plásticas ....................................................................................... 165
3.1.3. Conteinerização ........................................................................................ 166
3.1.4. Centro de Triagem e Tratamento de Resíduos Orgânicos ................................ 169
3.1.4.1. Dimensionamento das leiras .............................................................. 172
3.2. INDICADORES DE DESEMPENHO.................................................................... 176
3.3. REGRAS PARA O TRANSPORTE DA COLETA SELETIVA ....................................... 179
3.3.1. Veículos Para Transporte da Coleta Seletiva .................................................. 180
3.3.2. Riscos ...................................................................................................... 181
3.3.3. Equipamentos de Proteção Individual ........................................................... 181
3.4. DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES NA COLETA SELETIVA ............................. 182
3.4.1. Institucional ............................................................................................. 182
3.4.2. Resíduos especiais ..................................................................................... 183
3.4.2.1. Pilhas e Baterias .............................................................................. 183
3.4.2.1.1. Pontos de recebimento ............................................................... 184
3.4.2.1.2. Transporte ................................................................................ 186
3.4.2.2. Lâmpadas Fluorescentes ................................................................... 186
3.4.2.2.1. Pontos de recebimento ............................................................... 187
3.4.2.3. Óleos Lubrificantes e Graxas ............................................................. 187
3.4.2.3.1. Pontos de Recebimento .............................................................. 187
3.4.2.3.2. Transporte ................................................................................ 188
3.4.2.4. Pneus ............................................................................................. 188
3.4.2.4.1. Pontos de Devolução .................................................................. 188
3.4.2.5. Embalagens de agrotóxicos ............................................................... 189
3.4.2.5.1. Pontos de coleta ........................................................................ 190
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3.4.2.6. Resumo de classificação e procedimento ............................................. 191
3.5. PROGRAMAS E AÇÕES .................................................................................. 193
3.5.1. Capacitação Técnica Para Operacionalização ................................................. 193
3.5.2. Educação Ambiental .................................................................................. 194
3.5.3. Definição De Um Novo Modelo Para o Sistema de Coleta Seletiva e Triagem de
Resíduos Recicláveis ........................................................................................... 195
3.5.3.1. Modelo A ........................................................................................ 197
3.5.3.2. Modelo B ........................................................................................ 199
3.5.3.3. Modelo C ........................................................................................ 201
3.5.3.4. Modelo D ........................................................................................ 201
3.5.3.5. Inserções ........................................................................................ 202
3.6. MECANISMOS PARA A CRIAÇÃO DE FONTES DE NEGÓCIOS, EMPREGO E RENDA,
MEDIANTE A VALORIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS............................................ 202
3.7. SISTEMA DE CÁLCULO DOS CUSTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COLETA
SELETIVA .......................................................................................................... 205
3.7.1. Custos da Prestação dos Serviços Públicos de Coleta Seletiva ......................... 206
3.7.2. Formas de Cobrança .................................................................................. 210
3.8. METAS DE REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO, COLETA SELETIVA E RECICLAGEM ........... 212
3.8.1. Metas Para Alcance da Coleta Seletiva ......................................................... 212
3.9. ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO NA COLETA SELETIVA E LOGÍSTICA REVERSA ..... 217
3.9.1. Logística reversa ....................................................................................... 218
3.10. AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS ........................................................... 222
3.11. MEIOS DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO PARA A IMPLANTAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO DE COLETA SELETIVA NO ÂMBITO LOCAL. ............. 231
3.11.1. Fiscalização ............................................................................................ 232
3.11.2. Controle Social ........................................................................................ 235
3.11.3. Instrumentos de Avaliação........................................................................ 236
3.11.4. Outros Mecanismos .................................................................................. 236
3.12. CONSIDERAÇÕES ....................................................................................... 237
4. DETALHAMENTO - OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE COLETA
SELETIVA ........................................................................................................ 239
4.1. ANÁLISE DA DIVISÃO SETORIAL DE COLETA SELETIVA .................................... 239
4.1.1. Rentabilidade de cada Área da Setorização em Vigor ..................................... 239
4.1.2. Proposta Para Revisão dos Setores de Coleta Seletiva .................................... 245
4.2. DISTRIBUIÇÃO, PRÉ-DIMENSIONAMENTO E LAYOUTS DAS INSTALAÇÕES PARA
COLETA SELETIVA .............................................................................................. 248
4.2.1. Pontos de Entrega Voluntária ...................................................................... 248
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4.2.1.1. Layout ............................................................................................ 254
4.2.2. Locais de Entrega Voluntária ....................................................................... 255
4.2.3. Galpões de Triagem ................................................................................... 258
4.2.4. Áreas de Transbordo e Transporte para RCC ................................................. 268
4.2.4.1. Layout ............................................................................................ 269
4.2.4.2. Transporte ...................................................................................... 270
4.2.4.3. Aterro para RCD .............................................................................. 272
4.3. ANÁLISE E PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO DA CORESO – DIMENSIONAMENTO DE
EQUIPAMENTOS, TRANSPORTE DO RS POR COOPERATIVA E EQUIPES NECESSÁRIAS . 279
4.3.1. Análise da Capacidade Máxima de Processamento Atual ................................. 279
4.3.1.1. Análise da capacidade de processamento do maquinário disponível ........ 279
4.3.1.2. Coleta ............................................................................................ 280
4.3.1.3. Prensagem ...................................................................................... 280
4.3.2. Síntese e Análise ....................................................................................... 280
4.3.3. Dimensionamento de Equipe ....................................................................... 281
4.3.3.1. Análise da quantidade de mão de obra necessária para trabalhar no
potencial máximo dos equipamentos disponíveis .............................................. 281
4.3.3.1.1. Coleta ...................................................................................... 281
4.3.3.1.2. Triagem .................................................................................... 281
4.3.3.1.3. Prensagem ................................................................................ 281
4.4. ANÁLISE E PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO DA CRZO – DIMENSIONAMENTO DE
EQUIPAMENTOS, TRANSPORTE DO RS POR COOPERATIVA E EQUIPES NECESSÁRIAS . 282
4.4.1. Análise da Capacidade Máxima de Processamento Atual ................................. 282
4.4.1.1. Análise da capacidade de processamento do maquinário disponível ........ 282
4.4.1.2. Coleta ............................................................................................ 283
4.4.1.3. Triagem .......................................................................................... 283
4.4.1.4. Prensagem ...................................................................................... 283
4.4.2. Síntese e Análise ....................................................................................... 284
4.4.3. Dimensionamento de Equipe ....................................................................... 284
4.4.3.1. Análise da quantidade de mão de obra necessária para trabalhar no
potencial máximo dos equipamentos disponíveis .............................................. 284
4.4.3.1.1. Coleta ...................................................................................... 284
4.4.3.1.2. Triagem .................................................................................... 284
4.4.3.1.3. Prensagem ................................................................................ 285
4.5. REQUISITOS MÍNIMOS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR NO MANEJO DE
RS .............................................................................................................. 285
4.5.1. Equipamentos de Proteção Individual ........................................................... 290
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4.5.2. Vacinação ................................................................................................. 291
4.6. EXPANSÃO DE ABRANGÊNCIA DE COLETA ....................................................... 292
4.6.1. Dimensionamento da Frota ......................................................................... 294
4.6.2. Procedimentos operacionais e especificações mínimas ................................... 295
5. PRODUTO III - RELATÓRIO DO EVENTO DE VALIDAÇÃO ............................. 297
5.1. 4ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA -CONDEMA ..................................................... 297
5.1.1. Convite e Pauta da 4ª Reunião Extraordinária COMDEMA ............................... 297
5.1.1. 4ª Reunião Extraordinária com o COMDEMA ................................................. 299
5.2. 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA ................................................................................ 302
5.2.1. Convite e Publicação do Ato Convocatório - 1ª Audiência Pública do Plano de Coleta
Seletiva do Município de Sorocaba ........................................................................ 302
5.2.2. Audiência Pública – Apresentação do Produto I - Diagnóstico .......................... 303
5.3. 8ª REUNIÃO ORDINÁRIA - COMDEMA ............................................................. 348
5.3.1. Convite e Pauta da 8ª Reunião Ordinária COMDEMA ...................................... 348
5.3.2. 8ª Reunião Ordinária - COMDEMA ............................................................... 350
5.4. 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA ................................................................................ 376
5.4.1. Convite e Publicação do Ato Convocatório - 2ª Audiência Pública do Plano de Coleta
Seletiva do Município de Sorocaba ........................................................................ 376
5.4.2. Cartilha informativa distribuída para acompanhamento Plano e comprovantes de
distribuição das cartilhas ..................................................................................... 379
5.4.3. Audiência Pública – Apresentação do Produto II – Metas e Detalhamento ......... 387
5.5. 12ª REUNIÃO ORDINÁRIA - COMDEMA ........................................................... 411
5.5.1. Convite e Pauta da 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA .................................. 411
5.5.2. 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA .............................................................. 414
5.6. 3ª AUDIÊNCIA PÚBLICA ................................................................................ 449
5.6.1. Convite e Publicação do Ato Convocatório - 3ª Audiência Pública do Plano de Coleta
Seletiva do Município de Sorocaba ........................................................................ 449
5.6.2. Cartilha informativa distribuída para acompanhamento Plano e comprovantes de
distribuição das cartilhas ..................................................................................... 454
5.6.3. Audiência Pública – Apresentação do Produto II – Metas e Detalhamento ......... 466
5.7. OFICINA DO PLANO DE COLETA SELETIVA ...................................................... 485
5.7.1. Convite e Publicação da Oficina do Plano de Coleta Seletiva do Município de Sorocaba
........................................................................................................... 485
5.7.2. Oficina do Plano de Coleta Seletiva .............................................................. 493
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................... 512
ANEXOS .......................................................................................................... 517
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12 Gestão Ambiental
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Localização do Município. .................................................................... 32
Figura 1.2 - Fluxograma das definições das metas de acordo com o diagnóstico realizado.
......................................................................................................................... 40
Figura 1.3 – Modelo de espacialização geográfica do saneamento – ambiente SIG. ...... 46
Figura 1.4 – Exemplo de sobreposição de camadas do SIG na web – WebSIG. ............ 46
Figura 1.5 – Fluxograma das atividades a serem desenvolvidos durante o PMCS. ........ 47
Figura 1.6 - Modelo de Convite para a divulgação das Audiências do PMCS - Sorocaba. 50
Figura 1.7 - Modelo de Convite para os funcionários da prefeitura. ............................ 51
Figura 1.8 - Modelo de Folder para a divulgação das Audiências do PMCS de Sorocaba. 52
Figura 1.9 - Modelo de texto para divulgação em Jornal das Audiências Públicas do PMCS
– Sorocaba. ........................................................................................................ 53
Figura 1.10 - Modelo de texto para divulgação em Rádio das Audiências do PMCS –
SOROCABA. ........................................................................................................ 54
Figura 1.11 - Modelo de lista de presença das Audiências Públicas. ............................ 54
Figura 1.12 - Modelo de crachá. ............................................................................ 55
Figura 1.13 - Modelo de faixa ................................................................................ 55
Figura 2.1- Densidade populacional do município de Sorocaba. ................................. 62
Figura 2.2 – Índice de Desenvolvimento Humano no Estado de São Paulo – 2010. ....... 64
Figura 2.3 - Ilustração descritiva dos "8 Jeitos de Mudar o Mundo". ........................... 78
Figura 2.4 - Contêineres de 1.000 Litros e 240 litros dispostos em Sorocaba. ............. 91
Figura 2.5 – Localização dos municípios da RMS e dos membros do CISAB. ................ 95
Figura 2.6 - Mapeamento das áreas de coleta de amostras para testes de gravimetria.
........................................................................................................................ 104
Figura 2.7- Mapeamento dos locais de amostragem para análise de poder calorífico. .. 121
Figura 2.8– Abrangência de Coleta Seletiva da CORESO e CRZO em Sorocaba. .......... 125
Figura 2.9 – Mapa indicativo das rotas de coleta seletiva por dia, realizadas pela CORESO.
........................................................................................................................ 127
Figura 2.10 - Abrangência de Coleta Seletiva da CRZO em Sorocaba ......................... 134
Figura 3.1 – Exemplo de sacola plástica. ............................................................... 166
Figura 3.2 – Modelo de caminhão basculante para recolhimento de resíduo em Sorocaba.
........................................................................................................................ 167
Figura 3.3 – Exemplo de descarregamento de contêiner por veículo basculante. ......... 168
Figura 3.4 – Fluxograma do funcionamento de um Centro de Triagem e Compostagem.
........................................................................................................................ 170
Figura 3.5 – Esquema representativo dos processos de triagem. .............................. 171
Figura 3.6 – Ilustração das dimensões das leiras. ................................................... 175
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Figura 3.7– Modelo de lixeira para recolhimento de pilhas e baterias. ........................ 185
Figura 3.8 – Modelo de folders para pontos de devolução de pilhas e baterias. .......... 186
Figura 3.9 – Caixas para armazenamento de lâmpadas fluorescentes. ....................... 187
Figura 3.10 – Embalagem para armazenamento de resíduos de óleos e graxas. ......... 188
Figura 3.11 - Exemplo de custos de coleta e transporte da coleta seletiva – Belo Horizonte.
........................................................................................................................ 210
Figura 3.12 - Esquema gráfico da dinâmica na Logística Reversa. ............................. 219
Figura 3.13 - Vertentes para a maximização de uma gestão eficaz............................ 234
Figura 4.1 – Mapa de geração de RSU kg/dia por Setor Censitário sobreposto à Divisão
Geográfica de coleta em Sorocaba. ....................................................................... 241
Figura 4.2 – Mapa de abrangência da coleta seletiva por setor em Sorocaba. ............. 243
Figura 4.3 – Proposta de zoneamento para coleta de recicláveis em Sorocaba. ........... 246
Figura 4.4 – Exemplos de PEVs. ........................................................................... 249
Figura 4.5 – Exemplo de instalações de PEVs e ATTs ............................................... 250
Figura 4.6 – Localização dos Ecopontos ................................................................. 252
Figura 4.7 – Esquema representativo de um PEV. ................................................... 253
Figura 4.8 – Layout PEV. ..................................................................................... 255
Figura 4.9 – Exemplos de LEVs. ............................................................................ 256
Figura 4.10 – Exemplos de galpões com estruturas pré-fabricadas. ........................... 258
Figura 4.11 – Ilustração de galpões construídos em terrenos inclinados. .................... 260
Figura 4.12 – Ilustração de galpões construídos em terrenos planos. ........................ 260
Figura 4.13 – Etapas do processamento de resíduos recicláveis dentro de um galpão de
triagem. ............................................................................................................ 261
Figura 4.14 – Organização dos triadores na triagem dos materiais. ........................... 262
Figura 4.15 – Organização do galpão de triagem. ................................................... 263
Figura 4.16 – Galpões de Triagem existentes no município. ..................................... 267
Figura 4.17 – Áreas recomendadas para implantação de aterro. ............................... 277
Figura 4.18 – Localização do Aterro Municipal de Resíduos e área de ampliação. ........ 278
Figura 4.19 – Exemplo de EPIs para a Coleta Seletiva. ............................................ 291
Figura 4.20 – Setores da coleta seletiva. ............................................................... 293
Figura 5.1 – Convite para a 4ª Reunião Extraordinária com o COMDEMA. .................. 298
Figura 5.2 – Pauta da 4ª Reunião Extraordinária com o COMDEMA. .......................... 299
Figura 5.3 - Lista de presença da 4ª Reunião Extraordinária com o COMDEMA. .......... 300
Figura 5.4 – Convite para a 1ª Audiência Pública – Apresentação do Diagnóstico. ....... 302
Figura 5.5 – Publicação no Jornal do Município sobre a 1ª Audiência Pública em 23 de abril
de 2015 - Apresentação do Diagnóstico. ................................................................ 303
Figura 5.6 – Lista de presença 1ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. ............... 309
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Figura 5.7 – Apresentação utilizada na 1ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .... 312
Figura 5.8 – Lista de pessoas que solicitaram manifestação oral na 1ª Audiência Pública do
PMCS de Sorocaba. ............................................................................................. 343
Figura 5.9 - Manifestações escritas respondidas na 1ª Audiência Pública do PMCS de
Sorocaba. .......................................................................................................... 344
Figura 5.10 - Manifestações escritas a serem respondidas pelo jornal........................ 346
Figura 5.11 – Manifestações escritas respondidas no Jornal do Município em 13 de maio de
2015. ................................................................................................................ 347
Figura 5.12 – Fotos da 1ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .......................... 348
Figura 1.13 – Convite para a 8ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ............................... 349
Figura 1.14 – Pauta da 8ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ....................................... 350
Figura 1.15 - Ata da 8ª Reunião Ordinária - COMDEMA. .......................................... 352
Figura 1.16 - Lista de presença da 8ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ....................... 361
Figura 1.17 – Apresentação utilizada na 8ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ............... 363
Figura 1.18 – Fotos da 8ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ....................................... 376
Figura 5.13 – Convite para a 2ª Audiência Pública – Apresentação do Diagnóstico. ..... 377
Figura 5.14 – Publicação no Jornal do Município sobre 2ª Audiência Pública realizada em
30 de novembro de 2016 – Apresentação das Metas e Detalhamentos. ..................... 378
Figura 5.15 – Publicação no Jornal Cruzeiro do Sul sobre 2ª Audiência Pública realizada em
02 de dezembro de 2016 – Apresentação das Metas e Detalhamentos. ..................... 378
Figura 5.16 – Cartilha do Plano de Coleta Seletiva de Sorocaba. ............................... 379
Figura 5.17 – Comprovantes da entrega das cartilhas as Secretarias Municipais para
divulgação do Plano. ........................................................................................... 382
Figura 5.18 – Lista de presença 2ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .............. 389
Figura 5.19 – Apresentação utilizada na 2ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .. 391
Figura 5.20 – Manifestações escritas na 2ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba.... 406
Figura 5.21 – Fotos da 2ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .......................... 411
Figura 5.22 – Convite para a 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ............................. 412
Figura 5.23 – Pauta da 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ..................................... 413
Figura 5.24 - Ata da 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ......................................... 415
Figura 5.25 - Lista de presença da 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ..................... 417
Figura 5.26 – Apresentação utilizada na 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ............. 419
Figura 5.27 – Fotos da 12ª Reunião Ordinária - COMDEMA. ..................................... 448
Figura 5.28 – Convite para a 3ª Audiência Pública – Apresentação do Produto Final. ... 449
Figura 5.29 – Endereços eletrônicos que receberam o convite para a 3ª Audiência Pública
– Apresentação do Produto Final........................................................................... 450
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Figura 5.30 – Publicação no Jornal do Município sobre 3ª Audiência Pública realizada em
13 de abril de 2017 – Apresentação do Produto Final. ............................................. 453
Figura 5.31 – Publicação no Jornal do Município sobre 3ª Audiência Pública realizada em
12 de maio de 2017 – Apresentação das Metas e Detalhamentos. ............................ 453
Figura 5.32 – Publicação no Jornal Cruzeiro do Sul sobre 3ª Audiência Pública realizada em
18 de maio de 2017 – Apresentação do Produto Final. ............................................ 454
Figura 5.33 – Cartilha do Plano de Coleta Seletiva de Sorocaba. ............................... 455
Figura 5.34 – Comprovantes da entrega das cartilhas aos atores envolvidos para divulgação
do Plano de Coleta Seletiva. ................................................................................. 457
Figura 5.35 – Lista de presença 3ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .............. 469
Figura 5.36 – Apresentação utilizada na 3ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .. 472
Figura 5.37 – Manifestações escritas na 3ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba.... 483
Figura 5.38 – Fotos da 3ª Audiência Pública do PMCS de Sorocaba. .......................... 485
Figura 5.39 – Convite para a Oficina. .................................................................... 486
Figura 5.40 – Endereços eletrônicos que receberam o convite para Oficina. ............... 487
Figura 5.41 – Publicação no Jornal do Município sobre a Oficina realizada em 02 de junho
de 2017. ........................................................................................................... 492
Figura 5.42 – Publicação no site da Prefeitura realizada em 05 de junho. ................... 492
Figura 5.43 – Publicação no Jornal Cruzeiro do Sul sobre a Oficina em 09 de junho de 2017.
........................................................................................................................ 493
Figura 5.44 – Lista de presença da Oficina do PMCS de Sorocaba. ......................... 496
Figura 5.45 – Apresentação utilizada na Oficina do PMCS de Sorocaba. ..................... 498
Figura 5.46 – Fotos da Oficina do PMCS de Sorocaba. ............................................. 511
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 2.1- Desenvolvimento populacional de Sorocaba. ......................................... 57
Gráfico 2.2 - População distribuída por gênero. ....................................................... 58
Gráfico 2.3 - Pirâmide etária para o ano de 1991. .................................................... 59
Gráfico 2.4 - Pirâmide Etária para o ano de 2000. .................................................... 60
Gráfico 2.5 - Pirâmide etária comparativa entre o município de Sorocaba, o estado de São
Paulo e o Brasil, 2010. ......................................................................................... 61
Gráfico 2.6 – Evolução do IDHM no Município de Sorocaba - SP. ................................ 65
Gráfico 2.7 - Fluxo escolar por faixa etária. ............................................................. 67
Gráfico 2.8 - Fluxo escolar por faixa etária de Sorocaba, São Paulo e Brasil. ............... 68
Gráfico 2.9 - Escolaridade da população adulta de 25 anos ou mais (%). .................... 68
Gráfico 2.10 - Anos esperados de estudo. ............................................................... 69
Gráfico 2.11 - Renda per capita ($) de Sorocaba. .................................................... 72
Gráfico 2.12 - Pobres e Extremamente pobres em Sorocaba para o ano de 2010 (%). . 72
Gráfico 2.13 - Índice GINI de Sorocaba para os anos de 1991, 2000 e 2010. .............. 74
Gráfico 2.14 - Número de ocupados e desocupados em Sorocaba (hab.). ................... 75
Gráfico 2.15 - Escolaridade dos ocupados (%)......................................................... 75
Gráfico 2.16 - Vulnerabilidade infantil, Sorocaba - SP (%). ....................................... 76
Gráfico 2.17 - Condição de domicílios em relação a energia elétrica e saneamento básico.
......................................................................................................................... 77
Gráfico 2.18 - Percentual de alcance das metas do município de Sorocaba. ................. 79
Gráfico 2.19 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba.
........................................................................................................................ 102
Gráfico 2.20 - Composição gravimétrica da coleta seletiva de Sorocaba. .................... 102
Gráfico 2.21 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Barão do Tatuí. . 110
Gráfico 2.22 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Dr. Afonso Vergueiro.
........................................................................................................................ 110
Gráfico 2.23 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Itavuvu. ........... 111
Gráfico 2.24 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. General Carneiro
........................................................................................................................ 111
Gráfico 2.25 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Armando Pannuzio.
........................................................................................................................ 112
Gráfico 2.26 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Juscelino Kubitschek.
........................................................................................................................ 112
Gráfico 2.27 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Washington Luiz 113
Gráfico 2.28 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Cel. Nogueira Padilha.
........................................................................................................................ 113
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Gráfico 2.29 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. São Paulo. ........ 114
Gráfico 2.30 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Ipanema. ......... 114
Gráfico 2.31 - Composição gravimétrica média dos resíduos gerados por estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços. ................................................................... 116
Gráfico 2.32 - Composição gravimétrica média dos resíduos gerados por estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços (considerando o total de material reciclável). ..... 117
Gráfico 2.33 - Origem do material coletado pela CORESO. ....................................... 129
Gráfico 2.34 – Origem do material coletado pela CRZO. .......................................... 135
Gráfico 2.35- Distribuição dos entrevistados por gênero. ......................................... 143
Gráfico 2.36 - Grau de escolaridade dos entrevistados. ........................................... 143
Gráfico 2.37 - Distribuição dos entrevistados por número de dependentes. ................ 144
Gráfico 2.38 - Distribuição dos entrevistados por situação domiciliar. ........................ 144
Gráfico 2.39 - Distribuição dos entrevistados por idade. .......................................... 144
Gráfico 2.40 - Distribuição dos entrevistados por estado civil. .................................. 144
Gráfico 2.41 - Distribuição dos entrevistados por renda individual mensal. ................. 144
Gráfico 2.42 - Distribuição dos entrevistados por renda familiar mensal. ................... 144
Gráfico 2.43 - Distribuição dos entrevistados por portadores empregos registrados em
carteira. ........................................................................................................... 145
Gráfico 2.44 - Distribuição dos entrevistados por tempo de trabalho com materiais
recicláveis. ....................................................................................................... 145
Gráfico 2.45 - Distribuição dos entrevistados por jornada de trabalho semanal. .......... 145
Gráfico 2.46 - Percentual de catadores que exercem outra atividade remunerada. ...... 145
Gráfico 2.47 - Fatos de atração de trabalhadores para a coleta informal. ................... 146
Gráfico 2.48 - Percentual de entrevistados cadastrados no Cad Único. ...................... 146
Gráfico 2.49 - Percentual de entrevistados distribuídos por tipo de verba recebida do
Governo. ........................................................................................................... 146
Gráfico 2.50 - Índice de entrevistados que já se organizou em cooperativas. ............ 148
Gráfico 2.51 - Fatores de saída dos entrevistados das cooperativas. ........................ 148
Gráfico 2.52 - Fatores de não participação dos entrevistados em cooperativas. .......... 148
Gráfico 2.53 - Distribuição dos entrevistados por instrumento de coleta. ................... 149
Gráfico 2.54 - Percentual de entrevistados segundo parceiras de trabalho. ................ 150
Gráfico 2.55 - Percentual de entrevistados de acordo com a periodicidade de venda do
material coletado. ............................................................................................... 150
Gráfico 2.56 - Percentual de entrevistados de acordo com a acumulação de material. . 150
Gráfico 2.57 - Percentual de entrevistados por local de guarda dos materiais acumulados.
........................................................................................................................ 150
Gráfico 2.58 - Percentual de coleta por tipo de material........................................... 151
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Gráfico 2.59 - Áreas preferenciais de coleta. .......................................................... 152
Gráfico 2.60 - Perfil do Comércio de Recicláveis em Sorocaba conforme os volumes mensais
movimentados. .................................................................................................. 158
Gráfico 3.1 – Fluxograma - Método da tríplice lavagem. .......................................... 190
Gráfico 3.2 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba. 214
Gráfico 3.3 – Sistema de Logística Reversa – comunidade em geral, Prefeitura Municipal e
Estabelecimentos Comerciais. .............................................................................. 222
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1– Evolução populacional. ........................................................................ 32
Tabela 1.2 – PIB (em R$1.000,00)......................................................................... 32
Tabela 1.3 – Produção de Resíduos Sólidos. ............................................................ 33
Tabela 1.4 – Síntese da Audiência Pública de Validação. ........................................... 42
Tabela 1.5 – Síntese da Audiência Pública de Divulgação. ......................................... 44
Tabela 1.6 – Cronograma de elaboração e entrega dos produtos. .............................. 47
Tabela 1.7 –Cronograma. ..................................................................................... 48
Tabela 2.1 - Crescimento populacional em Sorocaba por população total, urbana e rural.
......................................................................................................................... 57
Tabela 2.2 – Projeção das populações urbana e rural de Sorocaba, 1970 a 2024. ........ 58
Tabela 2.3 - População Total, por Gênero, Rural/Urbana e Taxa de Urbanização - Sorocaba
– SP. .................................................................................................................. 59
Tabela 2.4 - Longevidade, mortalidade e fecundidade. ............................................. 63
Tabela 2.5 – Comparativo do Índice de Educação com os municípios que compõem a
Mesorregião de Sorocaba - 1991 a 2010. ................................................................ 66
Tabela 2.6– Comparativo do Índice de Longevidade com os municípios que compõem a
Mesorregião de Sorocaba - 1991 a 2010. ................................................................ 70
Tabela 2.7– Comparativo do Índice de Renda com que compõem a Mesorregião de
Sorocaba - 1991 a 2010. ...................................................................................... 71
Tabela 2.8 - Renda, pobreza e desigualdade social em Sorocaba. .............................. 79
Tabela 2.9 - Classificação dos resíduos sólidos segundo a NBR 10.004. ...................... 84
Tabela 2.10 - Classificação dos resíduos sólidos segundo a CONAMA 5/1993. .............. 84
Tabela 2.11 - Classificação dos resíduos sólidos segundo a ANVISA. .......................... 86
Tabela 2.12 – Manejo e quantidades dos resíduos sólidos gerados no município de
Sorocaba. ........................................................................................................... 88
Tabela 2.13 – Quantidade de RSU enviada para o aterro sanitário. ............................ 91
Tabela 2.14 – Quantidade de RDO gerados em Sorocaba e enviados para aterro sanitário.
......................................................................................................................... 91
Tabela 2.15 – Dados da geração de resíduos sólidos dos municípios integrantes do CISAB.
......................................................................................................................... 93
Tabela 2.16 – Destinação dos RSD, RSI e RSS dos municípios. .................................. 93
Tabela 2.17- Municípios da Região Metropolita de Sorocaba e tipo de destinação de
Resíduos Sólidos gerados. .................................................................................... 95
Tabela 2.18 - Composição volumétrica e gravimétrica dos resíduos coletados. ........... 100
Tabela 2.19 - Avenidas indicadas para amostragem de resíduos com fins de análise
gravimétrica. ..................................................................................................... 103
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Tabela 2.20 - Definição do universo de amostragem de contêineres por via. .............. 105
Tabela 2.21 - Resultado da análise gravimétrica dos resíduos gerados por estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços em kg. .......................................................... 107
Tabela 2.22 - Resultado da análise gravimétrica dos resíduos gerados por estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços em percentual (peso). .................................... 108
Tabela 2.23 - Composição gravimétrica (em peso) dos resíduos gerados por
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços. .......................................... 115
Tabela 2.24 - Composição gravimétrica média dos resíduos gerados por estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços (considerando o total de material reciclável). ..... 116
Tabela 2.25 - Tipologia de resíduos amostrados para análise de poder calorífico. ........ 120
Tabela 2.26 - Análise do Poder Caloríferos dos resíduos sólidos por área de amostragem.
........................................................................................................................ 123
Tabela 2.27 - Análise do Poder Calorífico dos rejeitos orgânicos e inorgânicos. ........... 123
Tabela 2.28 - Análise do Poder Calorífico dos rejeitos orgânicos e rejeitos ................. 123
Tabela 2.29 – Descrição da função e quantidade de cooperados. .............................. 126
Tabela 2.30 – Equipamentos e Patrimônios Físicos do Núcleo Leste. .......................... 127
Tabela 2.31 – Equipamentos e Patrimônios Físicos do Núcleo Norte – Itavuvu. ........... 128
Tabela 2.32 - Quantidade média mensal de material coletado, comercializado e a receita
arrecadada por tipologia. ..................................................................................... 129
Tabela 2.33 - Quantidade média mensal de material coletado, comercializado e a receita
arrecadada por tipologia (continuação) .................................................................. 130
Tabela 2.34 - Processamento do material reciclável. ............................................... 130
Tabela 2.35 – Composição da Diretoria da CORESO – mandado de 08/04/2014 à
08/04/2016. ...................................................................................................... 130
Tabela 2.36 - Custos mensais fixos da Cooperativa. ................................................ 132
Tabela 2.37 – Equipamentos e Patrimônio Material da CRZO. ................................... 134
Tabela 2.38 - Processamento do material reciclável. ............................................... 135
Tabela 2.39 – Comercialização dos materiais pela CRZO. ......................................... 136
Tabela 2.40 – Composição da Diretoria da CATARES e REVIVER. .............................. 137
Tabela 2.41 – Faixa etária dos cooperados da CRZO. .............................................. 137
Tabela 2.42 – Indicadores, índices e gradação das cooperativas de catadores do município.
........................................................................................................................ 139
Tabela 2.43 - Esquema de referência mínima para consulta popular de acordo com
tamanho da população e margem de erro desejada. ............................................... 141
Tabela 2.44- Estabelecimentos Comerciais em Sorocaba. ........................................ 154
Tabela 2.45 - Estabelecimentos comerciais existentes entre novembro/2014 e
fevereiro/2015, por tipo de material comercializado. ............................................... 155
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Tabela 2.46 – Classificação dos estabelecimentos comerciais de recicláveis de Sorocaba.
........................................................................................................................ 156
Tabela 2.47 - Perfil do Comércio de Recicláveis em Sorocaba conforme tipos de materiais
comercializados. ................................................................................................. 158
Tabela 3.1– Diferenças entre o sistema tradicional e o conteinerizado no transporte e
armazenamento de resíduos sólidos. ..................................................................... 168
Tabela 3.2 – Processo de compostagem. ............................................................... 171
Tabela 3.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio ....... 173
Tabela 3.4 – Indicadores, índices e gradação dos programas de coleta seletiva. ......... 177
Tabela 3.5 – Indicadores, índices e gradação das associações e cooperativas de catadores.
........................................................................................................................ 178
Tabela 3.6 - Indicadores, índices e gradação do programa de coleta seletiva de Sorocaba.
........................................................................................................................ 179
Tabela 3.7 – Principias legislações pertinentes ao recolhimento e destinação de resíduos.
........................................................................................................................ 183
Tabela 3.8 - Formas de reuso e reciclagem de pneus. ............................................. 189
Tabela 3.9 - Endereço de centrais de recebimento de embalagens próximas à região. . 191
Tabela 3.10 - Classificação dos resíduos especiais e procedimentos para armazenamento,
transporte e destinação. ...................................................................................... 191
Tabela 3.11 – Modelos de Gestão de Resíduos Recicláveis. ...................................... 196
Tabela 3.12 – Exemplo de Planilha de Custos. ........................................................ 207
Tabela 3.13 - Quantidades de RSU enviadas para aterramento. ................................ 212
Tabela 3.14 - Quantidades de RDO enviados para aterramento em Sorocaba. ............ 213
Tabela 3.15 - Metas e prazos para ampliação da coleta seletiva em Sorocaba. ........... 214
Tabela 3.16 – Quadro de metas e quantitativo para ampliação da coleta seletiva em
Sorocaba. .......................................................................................................... 215
Tabela 3.17 – Objetivos e metas de imediato, curto, médio e longo prazo – Coleta Seletiva.
........................................................................................................................ 216
Tabela 3.18 - Obrigações dos fabricantes e consumidores e a Logística Reversa. ........ 220
Tabela 3.19 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa
de acondicionamento. ......................................................................................... 226
Tabela 3.20 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa
de coleta. .......................................................................................................... 227
Tabela 3.21 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa
de transporte. .................................................................................................... 228
Tabela 3.22 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa
de tratamento. ................................................................................................... 228
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Tabela 3.23 – Medidas para situações emergenciais no Serviço de Coleta Seletiva na etapa
de destinação final. ............................................................................................. 230
Tabela 4.1– Potencial de material reciclável por região de coleta e cooperativa atuante.
........................................................................................................................ 242
Tabela 4.2 – Participação das cooperativas no volume potencialmente coletável. ........ 242
Tabela 4.3 – Participação das cooperativas no Potencial de Coleta X Abrangência em 2015.
........................................................................................................................ 244
Tabela 4.4 – Relação entre potencial de coleta e material coletado. .......................... 244
Tabela 4.5 – Potencial de material reciclável por região de coleta e cooperativa atuante de
acordo com a proposta de setorização. .................................................................. 247
Tabela 4.6 – Definição do n° de PEVs. ................................................................... 250
Tabela 4.7 – Ecopontos existentes no município. .................................................... 251
Tabela 4.8 – Operação básica dos PEVs. ................................................................ 253
Tabela 4.9 – Dimensionamento básico de estrutura para galpões de triagem ............. 259
Tabela 4.10 – Equipamento internos básicos e suas características. .......................... 264
Tabela 4.11 – Organização de espaços para logística interna dos resíduos. ................ 264
Tabela 4.12 – Distribuição de funções e número de cooperados em diversas etapas. .. 265
Tabela 4.13 – Elementos básicos para instalações de apoio do galpão de triagem. ...... 266
Tabela 4.14 – Classificação de Resíduos de Construção Civil. ................................... 268
Tabela 4.15 – Equipamentos de remoção de resíduos. ............................................. 272
Tabela 4.16 – Características gerais dos veículos de remoção. ................................. 272
Tabela 4.17 – Condições de implantação de aterro para resíduos de construção civil e
inertes. ............................................................................................................. 273
Tabela 4.18 - Condições gerais de projeto de aterro para resíduos de construção civil e
inertes. ............................................................................................................. 274
Tabela 4.19 - Condições de operação de aterro para resíduos de construção civil e inertes.
........................................................................................................................ 275
Tabela 4.20 - Critérios para priorização das áreas para instalação de aterro sanitário. . 276
Tabela 4.21 – Capacidade de processamento da CORESO. ....................................... 281
Tabela 4.22 – Capacidade de processamento da CRZO. ........................................... 284
Tabela 4.23 – Riscos observados e EPIs sugeridos. ................................................. 288
Tabela 4.24 – EPIs para a Coleta Seletiva. ............................................................. 290
Tabela 4.25 – Frota de veiculo a ser implantada por Zona de Coleta. ........................ 295
Tabela 4.26 – Procedimentos operacionais e especificações mínimas para resíduos da
coleta seletiva .................................................................................................... 296
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LISTA DE SIGLAS
ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública
ADIAESP - Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas do Estado de São Paulo
ANIP - Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos
ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
APRSMA Associação dos Produtores Rurais de São Miguel Arcanjo
ASA - Áreas de Segurança Aeroportuárias
ATT – Área de Triagem e Transbordo
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CATARES – Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Material Reaproveitável de
Sorocaba
CEADEC – Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania
CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem
CERISO – Consórcio de Estudos, Recuperação e Desenvolvimento da Bacia do Rio Sorocaba
e Médio Tietê
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
CISAB – Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Bacia do Rio Sorocaba e Médio
Tietê
CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
COMARPS – Cooperativa de Materiais Recicláveis de Pilar do Sul
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
COOPERVOT – Cooperativa de Votorantim
COORAS – Cooperativa de Reciclagem de Araçoiaba da Serra
COPLACANA - Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo
CORESO – Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba
CPL – Comissão Permanente de Licitação
CRAS – Centro de Referência da Assistência Social
CREAS – Centro de Referência Especializado da Assistência Social
CREIA – Cooperativa de Recicladores por Ibiúna e o Meio Ambiente
EMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem
EPI - Equipamento de Proteção Individual
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Gestão Ambiental
ETEC – Escola Técnica Estadual
FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
FJP – Fundação João Pinheiro
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IESA – Instituto de Estudos Socioambientais
INPEV - Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotores
LER – Lesão por Esforço Repetitivo
LEV - Locais de Entrega Voluntária
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MNCR – Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NBR – Norma Brasileira de Resíduos
ODM – Objetivos do Milênio
ONG – Organização não Governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PAIR – Perda Auditiva Induzida por Ruído
PASEP - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PCC – Paridade do Poder de Compra
PCI – Poder Calorífico Inferior
PCS – Poder Calorífico Superior
PE - Polietileno
PEAD – Polietileno de Alta Densidade
PET - Polietileno Tereftalato
PEV – Ponto de Entrega Voluntária
PIB – Produto Interno Bruto
PIS - Programa de Integração Social
PMCS – Plano Municipal de Coleta Seletiva
PMGIRS – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico
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Plano de Coleta Seletiva
25
Gestão Ambiental
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PP – Polipropileno
PUC – Pontifícia Universidade Católica
PVC - Policloreto de Vinila
RCC – Resíduo da Construção Civil
RCD – Resíduos de Construção e Demolição
RDO – Resíduos Domiciliares
REE – Resíduo eletroeletrônico
REVIVER - Cooperativa de Coleta Seletiva Reviver
RLU – Resíduos de Limpeza Urbana
RMS – Região Metropolitana de Sorocaba
RSS – Resíduos de Serviços de Saúde
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba
SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática
SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SNSA – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
SSP – Secretaria de Serviços Públicos
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
UGRHI - Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos
UNISO – Universidade de Sorocaba
VRTE - Valor de Referência do Tesouro Estadual
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26 Gestão Ambiental
APRESENTAÇÃO
Este documento corresponde ao Plano Municipal de Coleta Seletiva de Sorocaba
(SP) e apresenta o resultado dos estudos e elaboração dos seus componentes, em
conformidade com o Edital – CPL 683/2013, o respectivo Termo de Referência e de acordo
com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O objetivo geral é estabelecer um planejamento das ações de gerenciamento de
coleta e destinação dos resíduos recicláveis, atendendo aos princípios da política nacional,
inclusive sob o aspecto da gestão participativa. A sociedade deve participar de maneira
organizada no processo de elaboração.
Portanto, o plano visa à melhoria da salubridade ambiental, à universalização dos
serviços, ao desenvolvimento progressivo e à promoção da saúde, e deverá abranger todo
o território do município de Sorocaba, para horizonte de 20 anos, com revisões a cada
quatro anos. Além disso, deverá estar em consonância com os objetivos e as diretrizes dos
planos de saneamento básico, Plano de Coleta Seletiva, com a legislação ambiental, de
saúde e de educação ambiental, entre outras.
Trata-se de um instrumento que permite aos municípios programarem e
executarem as atividades capazes de transformar a situação atual na condição manifesta
pela população e viável ao poder público, aumentando a eficácia e a efetividade da gestão
de resíduos.
O plano é constituído dos seguintes produtos, de acordo com o Termo de
Referência: PI – Relatório do Diagnóstico para a Coleta Seletiva; PII – Relatório de Metas,
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27 Gestão Ambiental
Projetos, Ações e Programas do Plano de Coleta Seletiva; PIII – Relatório do Evento de
validação; PIV - Plano de Coleta Seletiva e PV – Relatório do Evento de divulgação.
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28 Gestão Ambiental
INTRODUÇÃO
A melhoria das condições ambientais e a manutenção e recuperação dos recursos
naturais são o atual apelo da sociedade moderna. Não é mais possível adiar a adoção de
medidas práticas e efetivas, que promovam a melhoria das condições de vida das pessoas.
Com a Constituição Federal de 1988, o Brasil elevou o meio ambiente à categoria
de bem indisponível. A partir de então, foram criadas diversas leis federais, estaduais e
municipais, e desenvolvidas ações governamentais para contemplar um arcabouço jurídico
que auxilia o meio técnico para enfrentar os desafios ambientais.
De qualquer forma, e até por força das competências estabelecidas na Constituição
Federal, no tocante às matérias ambientais, ações mais específicas e efetivas, tornam-se
obrigações dos municípios.
A falta de planejamento municipal e a ausência de uma análise integrada somados
a aspectos sociais, econômicos e ambientais resultam em ações fragmentadas e nem
sempre eficientes, que conduzem ao desperdício de recursos e ao desenvolvimento
desequilibrado.
A ausência de saneamento ou a adoção de soluções ineficientes trazem danos ao
meio ambiente, como a poluição hídrica e a poluição do solo que, por consequência,
influenciam diretamente na saúde pública. Em contraposição, ações adequadas na área de
saneamento reduzem significativamente os gastos com serviços de saúde.
Para responder à preocupação das diferentes escalas de governo com questões
relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos, a lei federal nº. 12.305/10,
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29 Gestão Ambiental
regulamentada pelo decreto nº 7.404/10, estabelece as diretrizes nacionais para os
resíduos sólidos e para a política federal do setor e define:
-Resíduos Sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividade humana em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder
ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases
contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou em corpos d’agua, ou exijam para isso soluções técnicas ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;
-Coleta Seletiva: Coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme
sua constituição ou composição.
Diante das preocupações atuais apresentadas e das exigências legais referentes
ao setor, o objetivo geral deste documento é a elaboração do Plano Municipal de Coleta
Seletiva de Sorocaba/SP, em face da legislação vigente, sobretudo a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, no que tange a utilização dos instrumentos de gestão de coleta seletiva.
O município de Sorocaba recentemente concluiu seu Plano de Coleta Seletiva, no
qual foi realizado amplo diagnóstico da gestão dos resíduos, além de estabelecer diretrizes
gerais e metas para serem alcançadas a curto, médio e longo prazos.
Assim, a administração municipal, visando incrementar as ações já em curso e
viabilizar a implementação de outras já definidas em caráter de urgência, estabeleceu
como prioridade a elaboração do Plano Municipal de Coleta Seletiva.
O plano tem como escopo consolidar a diagnose realizada no PMGIRS e ampliá-la
através do desenvolvimento de investigações mais detalhadas das atividades
estabelecidas, traçando um perfil acurado do potencial de expansão e da dinâmica da
coleta seletiva realizada formal e informalmente.
O documento deve ir além da finalização de um plano, pois corresponde a todo
um processo que abrange a elaboração, implementação e acompanhamento de todo
processo de implantação e melhoria do sistema de coleta seletiva do município de
Sorocaba.
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30 Gestão Ambiental
1. ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE
TRABALHO E METODOLOGIA
O Plano Municipal de Coleta Seletiva (PMCS) é parte de um processo que objetiva
provocar uma gradual mudança de atitudes e hábitos na sociedade brasileira, com foco
desde a geração até a destinação final dos resíduos recicláveis. O plano consiste em um
processo que não se encerra com sua elaboração, pois consiste também na sua
implementação, acompanhamento e revisão.
O PMCS deverá abranger todo o território do município de Sorocaba, para um
horizonte de 20 anos, com revisões a cada 4 (quatro) anos, observando o conteúdo da
Lei nº 12.305/2010. Além disso, deverá estar em consonância com os objetivos e as
diretrizes dos planos de saneamento básico, Plano de Coleta Seletiva (PCS), com a
legislação ambiental, de saúde e de educação ambiental, e outras.
Dessa forma, o PMCS deve ser compatível e integrado às demais políticas, planos
e disciplinamentos do país e do estado de São Paulo relacionados à gestão do território,
visando:
• À proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
• À não geração, à redução, à reutilização, à reciclagem e ao tratamento de resíduos
sólidos, bem como à disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
• Ao estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e ao consumo de bens
e serviços;
• Ao incentivo à indústria da reciclagem;
• À gestão integrada de resíduos sólidos;
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31 Gestão Ambiental
• À capacitação técnica continuada em gestão de resíduos sólidos;
• À integração de catadores de materiais recicláveis nas ações que envolvam a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, conforme art. 7º
da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O plano constitui um instrumento que permite aos municípios programarem e
executarem as atividades capazes de transformar a situação atual na condição esperada e
manifesta pela população e viável pelo poder público, convertida em melhorias e avanços
no sentido de aumentar a eficácia e a efetividade da gestão de resíduos.
A gestão adequada dos resíduos sólidos recicláveis, objetivo maior do PMCS,
pressupõe a educação ambiental, a coleta seletiva, o estímulo à comercialização de
materiais recicláveis, a compostagem e a inclusão de catadores.
ABRANGÊNCIA DO TRABALHO
O trabalho abarcará toda a área do município, levando-se em consideração os
estudos realizados com a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos de Sorocaba.
Com o objetivo de alcançar todos os municípios membros serão realizadas duas
audiências públicas:
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS:
- 1ª Audiência Pública de Validação do Diagnóstico;
- 2ª Oficina de Validação e Divulgação do Plano de Coleta Seletiva.
1.1. POPULAÇÃO OBJETO DO PMCS
O PMCS tem como objetivo desenvolver a coleta seletiva no município através de
apoio às cooperativas de catadores e formar novos núcleos de coleta, visando promover
geração de renda, inclusão social e o desenvolvimento sustentável das cooperativas e de
seus parceiros estratégicos. Além de proporcionar uma melhor qualidade de vida, gestão
sustentável dos resíduos e sustentabilidade ambiental no âmbito do município. A meta é
dobrar a coleta seletiva até dezembro de 2014.
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32 Gestão Ambiental
Figura 1.1 – Localização do Município.
Fonte: IBGE, 2013.
De acordo com o último Censo do IBGE de 2010, a população deste município somava
586.625 pessoas. Destas, 99% estão na área urbana e 1% na área rural.
Abaixo, a Tabela 1.1 apresenta a evolução populacional do município nos últimos
quarenta 40 anos.
Tabela 1.1– Evolução populacional.
Sorocaba Ano
1970 1980 1991 2000 2010
Total 175.677 269.888 379.006 493.468 586.625
Urbana 169.571 265.975 374.108 486.726 580.621
Rural 6.106 3.913 4.898 6.742 6.004
Fonte: IBGE, 2013.
O PIB médio do município atingiu, em 2011, aproximadamente, R$
17.911.985,00. A evolução pode ser observada na Tabela 2.1.
Tabela 1.2 – PIB (em R$1.000,00).
Município Ano
2002 2005 2008 2011
Sorocaba 5.935.545 9.243.591 13.046.652 17.911.985
Fonte: IBGE, 2013.
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33 Gestão Ambiental
1.1.1. Geração Média de Resíduos nos Municípios
Conforme dados da administração pública, pôde-se estimar a produção de
resíduos sólidos por município, demonstrando a natureza e dimensão do problema a ser
discutido durante a elaboração do PMCS. A tabela abaixo apresenta os números com
destaque dos principais resíduos gerados.
Tabela 1.3 – Produção de Resíduos Sólidos.
Município Produção de RSU*
(ton/dia)
Produção de
RR** (ton/dia)
Total (ton/dia)
Sorocaba 494,25 16,67 510,92
*RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
**RR – Resíduos Recicláveis Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2014.
Segundo a administração municipal, a coleta de resíduos sólidos domiciliares
abrange 100% da sede e todas as comunidades rurais e é realizada mecanicamente com
auxílio de disponibilização de contêineres que atendem a todos os domicílios. Já a coleta
seletiva, instituída pela Lei Municipal nº 5.192/1996, é realizada por cooperativas que
realizam a coleta, a segregação e a comercialização dos resíduos. O serviço atende,
aproximadamente, 15% dos domicílios, equivalente a 2,25% do total do peso de resíduos
domésticos gerados.
A coleta seletiva é realizada em Sorocaba desde 2006 sendo que, atualmente, a
administração municipal mantém Termos de Serviços Públicos com quatro cooperativas de
reciclagem: CORESO, REVIVER, CATARES e ECOESO, contando com apoio de,
aproximadamente, 160 catadores que coletam por mês cerca de 500 toneladas.
1.2. CONTEÚDO DO PLANO
1.2.1. Meta 1 – Gestão Municipal dos Resíduos Sólidos Para Coleta
Seletiva
1.2.1.1. Etapa 1 - Diagnóstico
O diagnóstico é a base orientadora dos prognósticos do plano, da proposição de
cenários, da definição de diretrizes e metas e do detalhamento de seus programas, projetos
e ações.
Os estudos para o diagnóstico serão elaborados a partir de dados secundários e
primários, quando necessário. O panorama dos resíduos sólidos englobará todas as regiões
definidas e será elaborado com base nas informações bibliográficas, inspeções de campo,
dados secundários disponibilizados e em questionários aplicados nas regiões inseridas na
área de estudo, conforme necessidade.
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34 Gestão Ambiental
A base cartográfica a ser adotada para detalhamento do plano será fornecida pela
prefeitura de Sorocaba em formato digital dwg., assim como todas as demais informações
de que é detentora ou que possa ter acesso.
O panorama conterá entre outros:
• Diagnóstico da gestão dos resíduos sólidos;
• Identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou
compartilhadas com outros municípios para a coleta seletiva;
• Atividades comerciais e de prestação de serviço geradoras de resíduos
sólidos;
• Análise para obter o Poder Calorifico Superior (PCS) e o Poder Calorifico
Inferior (PCI);
• Levantamento da situação e os números de catadores informais, autônomos
vinculados ás cooperativas de Sorocaba, bem como o destino dos resíduos
coletados por estes catadores.
• Levantamento de todos os estabelecimentos que comercializam materiais
recicláveis;
• Diagnósticos da logística (veículos, pessoas, rotas, custos) de movimentação
dos resíduos de coleta seletiva, desde a coleta até a comercialização por
núcleo e cooperativa.
O PMCS será elaborado em ambiente de geoprocessamento, sendo utilizado o SIG
para apresentação e análise dos diagnósticos e propostas. Dessa forma, a manipulação
dos dados e a visualização da situação dos resíduos sólidos serão facilitadas, auxiliando na
identificação das deficiências e na tomada de decisões.
Será criado e entregue ao Município, o Sistema de Informações Geográficas do
Plano de Coleta Seletiva (SIG-PMCS). Trata-se de banco de dados georreferenciados
contendo as informações coletadas na elaboração do plano, até a presente fase. O SIG,
ferramenta essencial para o planejamento urbano, permitirá a visualização espacial de
todos os dados referentes à gestão dos resíduos sólidos.
Nessa fase, a consultoria deverá levantar e descrever o panorama da coleta
seletiva no município, utilizando ferramentas de geoprocessamento que proporcionam
melhor precisão na apresentação das informações, criando assim um banco de dados
georreferenciado das informações sobre resíduos sólidos. Para realização desse trabalho,
as seguintes atividades deverão ser desenvolvidas:
• Coleta, estudo, identificação, qualificação e quantificação das informações
referentes à coleta seletiva; identificação e levantamento das atividades
geradoras de resíduos, bem como a situação dos resíduos sólidos recicláveis
no município; levantamento junto ao estado e municípios da infraestrutura
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35 Gestão Ambiental
existente identificando de forma analítica as potencialidades e limitações de
atendimento dos serviços;
• Coleta de dados em multifontes e padronização das bases cartográficas;
criação de banco de dados e estruturação do SIG de gestão da coleta
seletiva; desenvolvimento de técnicas de geoprocessamento para
identificação de problemáticas ambientais que possam limitar as políticas de
resíduos sólidos e riscos à população;
• Levantamento e identificação da estrutura organizacional do Município e dos
departamentos/secretarias/divisões responsáveis diretamente ou
indiretamente pelas políticas, projetos e execução no setor de coleta
seletiva; levantamento e análise da infraestrutura e de recursos humanos
identificando as potencialidades e restrições para o desenvolvimento e
execução do PMCS;
• Levantamento e análise da estrutura físico-territorial; proposição de escalas,
metodologias e técnicas de análise espacial; identificação de barreiras físico-
geográficas para desenvolvimento e execução do PMCS; análise e
contextualização regional do município no âmbito social, econômico e
ambiental; reconhecimento dos atores produtores do espaço urbano;
influência das questões socioambientais nas políticas relacionadas à coleta
seletiva; levantamento e análise de dados sociais e econômicos da população
alvo das políticas da coleta seletiva; aspectos urbano-ambientais e os
impactos na população; sistematização e correlação das informações
levantadas em multiescalas; orientação, capacitação e esclarecimentos aos
técnicos e população no âmbito de políticas ambientais, urbanas e
planejamento;
• Levantamento e análise da legislação pertinente em todos os âmbitos da
federação, bem como dos marcos regulatórios e dos impactos legais nas
políticas de resíduos sólidos e saneamento; orientação das equipes técnicas
e/ou intermediação sobre relações jurídicas e legais relacionadas ao setor;
• Levantamento e análise da população alvo das políticas de coleta seletiva;
histórico dos atores sociais em múltiplas escalas e contextualização do
município; identificação de potencialidades e restrições da participação
popular no PMCS; desenvolvimento de estratégias para atração da
população foco para participação no desenvolvimento do projeto;
desenvolvimento de técnicas didáticas para capacitação que atinjam a
população nos diversos níveis de escolaridade; articulação dos atores
sociais.
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36 Gestão Ambiental
A análise situacional requer o levantamento de informações básicas relevantes
acerca dos resíduos sólidos em escala estadual, incluindo as áreas urbana e rural. As
informações obtidas deverão ser organizadas e armazenadas em banco de dados,
instrumento fundamental para auxiliar o acompanhamento da implementação do PMCS e
a tomada de decisões.
Um dos principais desafios para a realização desta pesquisa será a
compatibilização de informações coletadas in loco, e também as informações disponíveis
em diversas fontes diferentes.
Para que o processo seja realizado de forma adequada, é preciso considerar:
orçamento municipal, a caracterização dos tipos de resíduos produzidos, a triagem dos
materiais, o grau de escolaridade e condição econômica dos munícipes, a preparação
técnica da equipe responsável pela gestão, o plano de gestão, o mercado local para a
venda de materiais recicláveis e recursos tecnológicos disponíveis.
Para o dimensionamento do sistema de coleta seletiva de 20 anos, será elaborado
um prognóstico estimando a geração de resíduos e as projeções das carências dos serviços
para o horizonte de planejamento.
1.2.1.2. Etapa 2 - Metas, Projetos, Ações e Programas
Para a elaboração do Plano de Coleta Seletiva, serão analisadas as informações
levantadas no diagnóstico, que servirá como base para definir as metas e outros
encaminhamentos.
Para realizar o plano, a empresa consultora irá consolidar as informações
recolhidas pelo diagnóstico com o estudo de viabilidade econômica, social e ambiental das
alternativas, de modo a propor a solução que melhor atende o município.
A forma de elaboração dos projetos, metas e ações, que devem ser implantados
nos programas, será através da avaliação das vantagens e desvantagens, sob os aspectos
operacionais e financeiros, da forma de execução dos serviços (direta, indireta, terceirizada
ou concedida, total ou parcial), para: coleta seletiva; destino final dos resíduos e das
demais unidades destinadas à recepção, triagem, e tratamento de resíduos passíveis de
reaproveitamento (reciclagem ou compostagem) que vierem a ser objeto de propostas.
Uma vez definida a forma mais vantajosa de execução dos serviços, deverão ser
apresentadas proposições relativas à administração dos mesmos, indicando, se for o caso,
a necessidade de realização de estudos complementares para introduzir modificações
organizacionais e legais para efetivar as soluções propostas.
1.2.1.2.1. Procedimentos operacionais
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37 Gestão Ambiental
Serão apresentadas propostas relativas ao acondicionamento, à coleta de seletiva;
ao tratamento e destinação final do resíduo e aos equipamentos de apoio operacional,
abordando os seguintes aspectos:
Acondicionamento: proposição de sistema diferenciado desde a fonte até o
ponto de coleta dos resíduos comerciais.
Coleta: proposição de sistema compreendendo o dimensionamento do quadro de
pessoal, a adequação da frota e de equipamentos, planos de coleta (frequência, horários,
itinerários e setores), fardamento, equipamento de proteção individual e dos sistemas de
fiscalização e controle, dimensionar as rotas de coletas.
Tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos: proposição de
alternativas viáveis para a minimização da geração, visando redução no custo mensal dos
resíduos encaminhados ao aterro sanitário; por meio dos procedimentos de reciclagem e
até compostagem;
1.2.1.2.2. Indicadores de desempenho
Serão propostos mecanismos e atividades de aferição dos indicadores de
desempenho do sistema a ser implantado, que informem, por exemplo taxa de recuperação
de recicláveis, massa per capta de recicláveis recolhida, massa recuperada per capta,
relação entre as quantidades da coleta seletiva e coleta domiciliar.
Estes mecanismos deverão obedecer uma sistemática de coleta de dados de
mínima representatividade estatística e de aplicabilidade operacional.
1.2.1.2.3. Regras para o sistema
Elaboração da avaliação do instrumental jurídico existente e indicação de
modificações, adaptações ou complementações que se fizerem necessárias, de forma a
oferecer o suporte legal adequado ao bom funcionamento do serviço de coleta de resíduos
sólidos urbanos, se for o caso, de contratação de outros estudos. Deverá ser dada especial
atenção à Lei nº. 12.305, de 02/08/2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos
Sólidos; à Lei nº 11.445, de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico, e ao Manual de Orientação para a Elaboração de Planos de Gestão de Resíduos
Sólidos elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente.
1.2.1.2.4. Definição de responsabilidade (aspectos organizacionais)
Apresentação de proposta de estrutura organizacional para a forma selecionada
de execução dos serviços, contemplando organograma funcional, competência dos
diversos órgãos e dimensionamento de pessoal. Deverão ser definidos os instrumentos que
viabilizem a participação social dentro da estrutura organizacional do sistema.
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38 Gestão Ambiental
A amplitude das responsabilidades da sociedade civil e dos setores produtivos na
geração, segregação, acondicionamento e disposição serão identificadas e estabelecidas.
Para tanto, deverão ser identificados e caracterizados os resíduos sólidos gerados
pelos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos
caracterizados como não perigosos, não equiparados aos domiciliares bem como os
gerados pelas empresas de construção civil.
1.2.1.2.5. Programa de Capacitação Técnica
O Plano de Coleta Seletiva deverá contemplar uma política clara e regulamentada
para a capacitação técnica de todos os agentes envolvidos no processo. Cada setor deverá
ser submetido a treinamento básico de conhecimento do PMCS, bem como a cursos,
palestras e treinamentos periódicos de atualização de conhecimentos e treinamentos
práticos.
• Programa de Ações de Educação Ambiental
Serão planejadas atividades de Educação Ambiental em conformidade com as
diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795/99).
Toda a comunidade deverá participar de forma direta ou indireta, com programas e ações
coletivas, eventos promocionais, palestras institucionais (empresas, órgãos públicos,
escolas etc.), distribuição de folhetos, utilização da mídia e a viabilização/melhorias de
programas de educação ambiental nas escolas municipais.
• Programa e Ações para Grupos de Interesse
O PMCS necessariamente deve envolver os grupos sociais de interesse na
implantação do novo sistema de coleta seletiva. Cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de recicláveis e a comunidade de apoio serão identificadas e
convocadas para opinarem nas reuniões de validação, e, principalmente, na implantação
do PMCS. Essa participação é, além de uma imposição legal, uma exigência social a ser
contemplada. A melhor destinação dos resíduos recicláveis é um apelo de ordem ambiental
e imprescindível para o sucesso do PMCS. Por outro lado, a questão social é crucial no
sistema. Os grupos sociais, historicamente envolvidos com a gestão dos resíduos, carecem
de regulamentação, de regulação, de melhorias das condições de trabalho e de estruturas
e mecanismos que garantam rentabilidade de suas atividades.
O plano deverá, além de identificar e convocar estes atores para a discussão do
PMCS, propor políticas de fomento para a criação e estruturação de eventuais novas
cooperativas e associações, à medida que se constate a necessidade e a viabilidade.
• Avaliação do Mercado de Recicláveis
O plano contemplará estudos relacionados ao mercado de materiais recicláveis,
avaliando os mecanismos existentes para que se possa apontar viabilidade de novas fontes
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39 Gestão Ambiental
de negócios, abordando o potencial dos resíduos recicláveis/reaproveitáveis gerados no
município de Sorocaba/SP, sabendo que 2,5% dos resíduos dispostos na cidade são
constituídos de materiais recicláveis, tendo assim a certeza da viabilidade financeira desse
material sem deixar de se atentar com a questão dos catadores, coletores e segregadores,
criando programas e ações que visem a melhoria da renda, dignidade e também a inclusão
social destas pessoas, pois este trabalho enfoca a geração de empregos e o resgate da
dignidade, além de estimular a participação de catadores de rua no desenvolvimento da
cidade.
• Cálculo dos Custos do Novo Sistema de Coleta Seletiva
Os cálculos dos custos relativos ao programa de coleta seletiva e manejo e da
forma de cobrança desses serviços deve ter como base uma sistemática que considere as
peculiaridades das diferentes regiões da cidade, além dos gastos públicos operacionais.
Assim, o PMCS deverá propor esta sistemática adequada às características regionais do
município de acordo com os fatores sociais, especialmente as faixas de renda, e fatores
operacionais, como: dispêndio de esforço de pessoal e equipamentos, tipologia dos imóveis
de destinação dos serviços (residenciais, comerciais, industriais) e necessidade de
investimentos.
• Metas De Redução de Rejeitos
O Plano Municipal de Coleta Seletiva traz programas direcionados para a redução
da produção de resíduos, propondo a compra de produtos com embalagens reutilizáveis,
diminuição da utilização de matéria-prima na produção de bens, uso de sacolas retornáveis
e sensibilização da população quanto à importância do reuso e de adquirir bens de maior
vida útil.
A partir da análise da realidade municipal e dos dados levantados, aliada aos
programas de sensibilização sobre a importância de poupar recursos, serão traçadas metas
de redução na produção de resíduos sólidos para o período de 2, 5, 10 e 20 anos,
estimulando a população no combate ao desperdício de recursos naturais e estabelecendo
uma nova lógica de consumo consciente.
• Formas e Limites da Participação do Poder Público
O plano contemplará as formas e os limites da participação do poder público na
coleta seletiva e na logística reversa. Cabe a ele implantar procedimentos de compra de
produtos ou embalagens usadas, disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis
e recicláveis e atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associações de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Vale ressaltar que todos os participantes
de logística reversa, exceto consumidores, deverão manter atualizadas e disponíveis, ao
órgão municipal competente e a outras autoridades, informações completas sobre a
realização das ações sob sua responsabilidade.
• Meios de Controle e Fiscalização
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40 Gestão Ambiental
Para fiscalização e controle, o plano proporá a criação de equipe, estrutura e
mecanismos de fiscalização da implementação e operacionalização da coleta seletiva, por
meio de vistorias e análises de indicadores ambientais que servirão como instrumento de
avaliação.
• Ações preventivas e corretivas
Para a definição de estratégias de ações corretivas e preventivas da coleta
seletiva, serão consideradas situações de acidentes/incidentes, avaria nos sistemas ou
equipamentos, eventos climáticos, descontinuidade da prestação de serviço, entre outros
eventos possíveis. Será proposto um sistema de monitoramento preventivo e um Plano
Contingencial de Emergência.
• Periodicidade de revisão do PMCS
A elaboração do Plano de Coleta Seletiva é condição para o acesso dos municípios
aos recursos da União ou por ela controlados. O horizonte de atuação é de 20 anos, sendo
que deve ser revisado, prioritariamente, no máximo a cada 4 anos, junto com a revisão do
Plano Plurianual (PPA).
Essa exigência para o âmbito local faz do PMCS uma peça viva, que se reinventa
a cada nova discussão pública, renovando o repertório de conhecimento sobre o assunto
por parte da comunidade, incorporando novas tecnologias nos processos de gestão,
manejo, processamento e destinação final e também incorporando novos procedimentos e
descartando os que já não mais se mostrem eficientes ou viáveis.
Figura 1.2 - Fluxograma das definições das metas de acordo com o diagnóstico realizado.
Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2008. Org.: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
1.2.1.3. Eventos de Mobilização Social para Validação do Diagnóstico e Propostas de
Intervenções
A primeira audiência pública será realizada ao término das etapas 1 e 2, e servirá
para embasar as decisões para as próximas fases, ou seja, deverão ser apresentados os
problemas.
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O sucesso da implantação do plano depende da participação efetiva da população
no ciclo dos resíduos. O processo de educação ambiental é indispensável, para que
aconteça o envolvimento das pessoas no que diz respeito à reciclagem, separação
adequada e disposição final correta dos rejeitos.
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Tabela 1.4 – Síntese da Audiência Pública de Validação.
Audiência Pública – Validação
Objetivos Captar as sugestões da sociedade sobre a gestão municipal
dos resíduos sólidos
Carga Horária A definir em reunião técnica
Vagas A definir em reunião técnica
Metodologia Apresentação de slides dos temas relacionados;
Apresentação do diagnóstico;
Público Alvo Técnicos dos órgãos municipais, estaduais e sociedade civil
organizada
Pré-requisitos Aberto a qualquer setor interessado no assunto e a população
Conteúdos Plano de Coleta Seletiva
Fonte de recursos Objeto do Edital
Equipe Técnica Equipe técnica da empresa DRZ em conjunto com os
profissionais da Prefeitura
Material a ser
utilizado
Datashow, caixa de som, microfone, papel, caneta e lista de
presença. Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
1.2.2. Meta 2 – Detalhamento do Programa de Coleta Seletiva
A coleta seletiva é o principal e mais simples sistema de controle de um importante
aspecto ambiental da sociedade: os resíduos sólidos domésticos. Os resíduos sólidos
gerados pela população nas suas mais complexas áreas de atuação causam enormes
dificuldades na forma de disposição e tratamento final. A coleta seletiva é considerada com
uma forma de preparo dos materiais para uma destinação diferenciada dos resíduos
potencialmente recicláveis, reduzindo, desta forma, o encaminhamento para locais
impróprios e sem a mínima estrutura para a sua disposição final, como lixões a céu aberto
ou terrenos baldios.
Quando salientamos a importância da coleta seletiva para o meio ambiente,
consideramos que esse processo prevê a diminuição da quantidade de resíduos sólidos
encaminhados para locais impróprios.
Programas de coleta seletiva são definidos, basicamente, na separação de
materiais com a finalidade de retorná-los à indústria para serem beneficiados,
transformando-os em produtos comercializáveis para mercado de consumo. Como
resultado da reciclagem dos materiais previamente separados pelo descarte seletivo e
encaminhado pela coleta seletiva, muitos benefícios ambientais podem ser notados.
Estes benefícios incluem a conservação de várias matérias-primas, energia e água
utilizada para a produção, redução de gases tóxicos provenientes da queima de
combustíveis para o processo produtivo, redução da utilização de aterros ou incineradores
para a destinação final dos resíduos sólidos, e aumento da vida útil dos aterros.
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43 Gestão Ambiental
1.2.2.1. Operacionalização do Programa de Coleta Seletiva
O grande desafio da coleta seletiva e ligado à diminuição da disposição dos
resíduos sólidos em áreas impróprias, ou à capacidade de suporte debilitada, sendo
considerada como uma forma muito onerosa e que depende de vontade política para
conscientizar e informar a população, e criação de órgãos fiscalizadores e disciplinadores
para manter a continuidade do processo que envolve operações de acondicionamento,
transporte e tratamento final dos resíduos sólidos urbanos.
Essa fase contempla o conjunto de estratégias e diretrizes para assegurar a
implementação do plano e garantir o alcance das condições apontadas pelo cenário
escolhido. As estratégias e as diretrizes representam os principais caminhos e orientações
sobre componentes fundamentais que, sem esse direcionamento, podem comprometer o
atendimento das condições favoráveis à implementação do plano.
Será proposta uma metodologia para a elaboração do trajeto de coleta seletiva no
perímetro urbano de Sorocaba. Serão considerados: a quantidade de resíduo produzido, o
potencial de reaproveitamento dos resíduos sólidos gerados pelos habitantes, demais
dados pertinentes que colaborem para a maior efetividade do processo de recolhimento do
resíduo.
Assim, a metodologia fornecerá dados para a elaboração de mapas e cartas de
referência que auxiliarão nos trabalhos e treinamentos dos funcionários e equipes que
realizarão a coleta. As bases para construção desses mapas serão disponibilizadas junto
com o SIG e permitirão que os trajetos sejam sobrepostos com outras informações que se
tornem importantes para o gerenciamento dos resíduos sólidos.
A ampliação do processo de coleta seletiva que se dará com a implantação total
do plano, necessitará da construção de novas estruturas físicas para possibilitar a
efetividade e qualidade dos serviços.
Assim, propõe-se que o plano abarque também o dimensionamento das
instalações, equipamentos atuais e futuros e equipe necessária para que a Prefeitura tenha
capacidade de atender a população de Sorocaba com esse serviço, que beneficia
socialmente, economicamente e ambientalmente todos os munícipios.
Serão estudadas a localização e as dimensões mais apropriadas para a disposição
das diferentes estruturas relacionadas ao serviço de coleta de resíduos, tais como: pontos
de entrega voluntária, locais de entrega voluntária, galpões de triagem equipados, pátios
de compostagem de resíduos orgânicos e outras tecnologias para utilização dos resíduos
orgânicos, entre outras.
Além das estruturas, a aplicação de metodologia para a composição dos recursos
humanos necessários para a concretização dos serviços, auxiliará na economia de custos
e maior racionalização dos processos de coleta, segregação, armazenamento, transporte
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44 Gestão Ambiental
e destinação final dos resíduos sólidos ambientalmente adequado, além do aumento do
nível de segurança operacional do sistema de tratamento do resíduo.
O cuidado com a ampliação do pessoal ocupado também implica no uso de
equipamentos de proteção individual (EPIs) por parte dos funcionários. O plano
contemplará as orientações necessárias para a sensibilização referente ao uso correto dos
equipamentos de proteção, gerando maior segurança para a operação diária e do
maquinário pelos funcionários.
Através da aplicação de metodologia válida e aprovada pelos técnicos da prefeitura
de Sorocaba, ao fim dos trabalhos será entregue o Plano de Coleta Seletiva, que
possibilitará o embasamento teórico-prático para a ampliação desse serviço essencial para
a manutenção da qualidade de vida.
1.2.2.2. Evento de Mobilização Social para Divulgação do Plano de Coleta Seletiva
O segundo evento apresentará e validará o plano, por meio da aprovação das
diretrizes e estratégias para a implantação. Será realizado após o detalhamento do
Programa de Coleta Seletiva e terá como objetivo envolver e preparar os atores para sua
implementação.
Cartilhas e folders serão distribuídos aos participantes o que facilitará o
entendimento das informações e qual sua responsabilidade no processo participativo.
Abaixo a tabela síntese com especificações da audiência pública.
Tabela 1.5 – Síntese da Audiência Pública de Divulgação.
Audiência Pública - Divulgação
Objetivos Divulgação do Plano de Coleta Seletiva e preparação dos atores
para a sua implantação;
Carga Horária A definir em reunião técnica
Vagas A definir em reunião técnica
Metodologia Apresentação de slides dos temas relacionados;
Apresentação do diagnóstico;
Público Alvo Atores sociais que participaram da primeira audiência pública e
sociedade civil organizada;
Pré-requisitos Aberto a qualquer setor interessado no assunto e a população
Conteúdos Plano de Coleta Seletiva
Fonte de
recursos Objeto do Edital
Equipe Técnica Equipe técnica da empresa DRZ em conjunto com os profissionais
da Prefeitura
Material a ser
utilizado
Datashow, caixa de som, microfone, papel, caneta e lista de
presença. Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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1.3. ELABORAÇÃO DO SIG
A utilização de ferramentas em ambiente de geoprocessamento - banco de dados
com espacialização das informações com base em imagens ortorretificadas e
georreferenciadas – permite análises para os mais variados setores públicos, planejamento
e gestão pública, urbanismo, meio ambiente, habitação, infraestrutura, saneamento, entre
outros, permitindo inclusive sua atualização periódica.
Por meio dessa ferramenta é possível obter um panorama amplo da situação dos
resíduos sólidos.
A elaboração de mapas temáticos permite uma visualização rápida de informações
relevantes no processo de planejamento, independente do setor.
No que diz respeito à gestão ambiental, podem ser gerados mapas específicos de
atendimento da população em relação aos serviços de coleta de resíduos sólidos e áreas
atendidas pelo serviço público de limpeza urbana. Além da criação do banco de dados, será
fornecido o Sistema de Informações Geográficas (SIG) básico via web – WEBGIS - que
permite aos profissionais e aos cidadãos consultar informações georreferenciadas e
tabulares sobre os municípios, por meio da manipulação de diferentes níveis de informação
(camadas), de acordo com seu interesse e necessidade.
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Figura 1.3 – Modelo de espacialização geográfica do saneamento – ambiente SIG.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Figura 1.4 – Exemplo de sobreposição de camadas do SIG na web – WebSIG.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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1.4. FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES
Abaixo, o fluxograma simplificado das principais atividades que serão
desenvolvidas durante a elaboração do Plano Municipal de Coleta Seletiva (PMCS) do
Município de Sorocaba/SP e o cronograma de elaboração e entrega dos produtos.
Figura 1.5 – Fluxograma das atividades a serem desenvolvidos durante o PMCS.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Tabela 1.6 – Cronograma de elaboração e entrega dos produtos.
METAS PRODUTOS MESES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
META 1 – Gestão
Municipal dos
Resíduos Sólidos
para a Coleta
Seletiva
Produto 1 – Relatório do
Diagnóstico para a Coleta
Seletiva
Produto 2 – Relatório com
Metas, Projetos, Ações e
Programas do Plano de
Coleta Seletiva
Produto 3 – Relatório do
Evento de Validação
META 2 –
Detalhamento do
Programa de
Coleta Seletiva
Produto 4 – Plano de Coleta
Seletiva
Produto 5 – Relatório do
Evento de Divulgação
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Tabela 1.7 –Cronograma.
META/ PRODUTO
ETAPA ESPECIFICAÇÃO INÍCIO TÉRMINO
1 GESTÃO MUNICIPAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PARA A COLETA
SELETIVA
(1) 3.1.1 Diagnósticos 07/2014 12/2014
(2) 3.1.2 Metas, Projetos, Ações e Programas 12/2014 01/2015
(3) 3.1.3 Eventos de mobilização social para
validação 01/2015 02/2015
2 DETALHAMENTO DO PROGRAMA DE COLETA SELTIVA
(4) 3.2.1 Operacionalização do Programa de
Coleta Seletiva 03/2015 04/2015
(5) 3.2.2 Eventos de mobilização social para
divulgação do Plano de Coleta Seletiva 04/2015 05/2015
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
1.5. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Serão realizadas 02 (duas) Audiências Públicas:
- Audiência Pública de Validação do Diagnóstico
- Audiência Pública de Validação do Plano de Coleta Seletiva
As audiências públicas terão o objetivo de validação dos conteúdos discutidos e
homologação das deliberações estabelecidas nas oficinas. Nessas reuniões a participação
da sociedade terá maior abrangência, sendo um fórum de validação dos produtos técnicos
pelas comunidades envolvidas.
Os conteúdos das audiências serão sistematizados pela consultoria e submetidos
à apreciação da administração municipal e assessoria técnica do município com
antecedência mínima de 10 (dez) dias.
As atividades terão duração estabelecida em reuniões técnicas entre a empresa
de consultoria e a assessoria do município, que se utilizará de equipamentos de multimídia
necessários.
Das reuniões, serão lavradas as atas respectivas e das mesmas serão elaborados
os documentos que formarão o projeto final do PMCS.
Serão cadastradas as informações de cada participante com listas de presença que
deverão constar, nome, órgão contatos telefônicos e eletrônicos e assinatura.
Para a realização dessas reuniões, serão utilizados os seguintes materiais de apoio
e infraestrutura:
• Folders, cartazes, convites ou outros materiais necessários para os
eventos públicos de forma a sensibilizar, esclarecer e obter a participação
popular na construção do plano;
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• Materiais impressos necessários às dinâmicas de participações
individuais ou de grupos;
• Apostilas e cartilhas, quando necessárias ao processo de capacitação e
informação;
• Arquivos digitais dos materiais;
• Equipamentos de informática, de áudio e de projeção para as reuniões e
eventos;
• Cópias da legislação e de minutas apresentadas para análise, impressas
e/ou em meio digital;
• Divulgação e convites para participação dos municípios, via correios ou
por meio eletrônico;
• Espaços ou auditórios cedidos por órgãos públicos.
1.5.1. Modelos de Divulgação
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Figura 1.6 - Modelo de Convite para a divulgação das Audiências do PMCS - Sorocaba.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Figura 1.7 - Modelo de Convite para os funcionários da prefeitura.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Figura 1.8 - Modelo de Folder para a divulgação das Audiências do PMCS de Sorocaba.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Figura 1.9 - Modelo de texto para divulgação em Jornal das Audiências Públicas do PMCS
– Sorocaba.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Figura 1.10 - Modelo de texto para divulgação em Rádio das Audiências do PMCS –
SOROCABA.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Figura 1.11 - Modelo de lista de presença das Audiências Públicas.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Figura 1.12 - Modelo de crachá.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Figura 1.13 - Modelo de faixa
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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2. PRODUTO I - RELATÓRIO DO
DIAGNÓSTICO PARA COLETA
SELETIVA
2.1. CARACTERIZAÇÃO DO
MUNICÍPIO
2.1.1. Demografia
O IBGE disponibiliza contagens oficiais da população de Sorocaba a partir de 1970.
Analisando-as, nota-se que o município apresenta crescimento decenal médio de 36%,
sendo que a tendência é de desaceleração. Observa-se também que, Sorocaba possui em
média 1% de sua população vivendo em áreas rurais. Isso se dá devido à elevada taxa de
urbanização no município, com características de polo regional (Tabela 2.1)
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Tabela 2.1 - Crescimento populacional em Sorocaba por população total, urbana e rural.
Ano Situação do domicílio
Total Urbana Rural
1970 175.677 169.571 6.106
1980 269.888 265.975 3.913
1991 379.006 374.108 4.898
2000 493.468 486.726 6.742
2010 586.625 580.655 5.970
Fonte: Acervo Sidra IBGE (Tabela 202), 2014. Dados trabalhados pela DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
A leitura da Tabela 2.1 mostra que em Sorocaba a população não está migrando
para a cidade. Apesar da discrepância nas taxas de crescimento populacional o processo
migratório da zona urbana para rural encontra-se estabilizado. Ao longo dos anos a
população rural tem sofrido oscilações, porém se comparados os anos de 1970 e 2010 a
redução é de apenas 3%. A taxa de urbanização do município mantém-se bastante elevada
e nota-se um grande processo migratório para o município de Sorocaba, que sustenta
taxas de crescimento da ordem de 30%. O Gráfico 1 ilustra a dinâmica populacional,
indicando o aumento acelerado da população total e a manutenção da população rural,
com o predomínio da urbana.
Gráfico 2.1- Desenvolvimento populacional de Sorocaba.
Fonte: Acervo Sidra IBGE, 2014 – Dados trabalhados pela DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
A estimativa da população para 10 anos é calculada a partir da taxa de crescimento
geométrico apresentada na última contagem populacional do IBGE. Sob esse parâmetro
estima-se para o ano de 2024 uma população de aproximadamente 717 mil habitantes em
Sorocaba. Esse dado demonstra a necessidade de políticas públicas voltadas aos serviços
de infraestrutura de maneira a minimizar os impactos gerados pelo inchaço urbano.
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
1970 1980 1991 2000 2010
Desenvolvimento Populacional
Urbana Rural
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Tabela 2.2 – Projeção das populações urbana e rural de Sorocaba, 1970 a 2024.
Situação do
domicílio
Ano
1970 1980 1991 2000 2010 2014* 2024**
Urbana 169.571 265.975 374.108 487.726 580.655
Rural 6.106 3.913 4.898 6.742 5.970
Total 175.677 269.888 379.006 493.486 586.625 637.187 717.045
Taxa de
urbanização
96,52% 98,55% 98,71% 98,83% 98,98%
Crescimento
populacional
53,62% 40,43% 30,20% 18,87% 8,61% 12,53%
Fonte: Sidra IBGE 2010 dados trabalhados pela DRZ Geotecnologia e Consultoria. *Dados estimados pelo IBGE **Dados estimados pressupondo crescimento geométrico, com taxa de 0,32% ao ano.
Em relação ao gênero podemos verificar uma superioridade populacional feminina
no município. Até a década de oitenta é possível verificar certa estabilidade entre as taxas
de crescimento populacional feminina e masculina. Já na década de noventa percebe-se
uma abertura considerável na curva entre população e gênero, totalizando uma diferença
de 12.597 mulheres a mais que homens no município conforme observado no Gráfico 2.2.
Gráfico 2.2 - População distribuída por gênero.
Fonte: IBGE, 2010.
86.935133.819
187.188
242.787287.014
88.742
136.069
191.818
250.681
299.611
1970 1980 1991 2000 2010
Masculino Frminino
Feminino
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Tabela 2.3 - População Total, por Gênero, Rural/Urbana e Taxa de Urbanização -
Sorocaba – SP. População População
(1991)
% do Total
(1991)
População
(2000)
% do
Total
(2000)
População
(2010)
% do
Total
(2010)
População total 379.006 100,00 493.468 100,00 586.625 100,00%
População residente
masculina
187.188 49,39 242.787 49,2 287.014 48,93%
População residente
feminina
191.818 50,61 250.681 50,8 299.611 51,07%
População urbana 374.108 98,71 486.726 98,63 580.655 98,98%
População rural 4.898 1,29 6.742 1,37 5.970 1,02%
Taxa de Urbanização - 98,71% - 98,63% - 98,98%
Fonte: PNUD, 2013.
A estrutura de pirâmide etária classifica a população por idade e sexo. Essa
metodologia permite observar o comportamento humano de acordo com a longevidade e
população economicamente ativa, oferecendo parâmetros para mensuração de qualidade
de vida, entre outros.
Como observado no Gráfico 2.3, no ano de 1991 a faixa etária que representava
a maior participação demográfica estava entre 5 e 9 anos, tanto para os homens quanto
para as mulheres com índice de razão de dependência1 de 57,23%. A taxa de
envelhecimento2 se encontrava no valor de 5,96%.
Gráfico 2.3 - Pirâmide etária para o ano de 1991.
Fonte: IBGE, 2010.
1 Razão de dependência: Percentual da população menor de 15 anos somado à população de 65 anos ou mais,
em relação à população de 15 a 64 anos. 2 Taxa de envelhecimento: Razão entre a população de 65 anos ou mais de idade em relação à população total.
8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8%
0 a 4 anos5 a 9 anos
10 a 14 anos15 a 19 anos20 a 24 anos30 a 34 anos35 a 39 anos40 a 44 anos45 a 49 anos50 a 54 anos55 a 59 anos60 a 64 anos65 a 69 anos70 a 74 anos75 a 79 anos
80 anos ou mais
Homens. Mulheres.
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No ano 2000, nota-se uma maioria populacional de jovens até 19 anos tanto para
homens quanto para mulheres. Essa faixa etária não é mais considerada dependente se
enquadrada nos critérios da população potencialmente ativa. O índice de razão de
dependência cai de 57,23% para 48,69%, enquanto a taxa de envelhecimento evoluiu de
5,05% para 5,96%.
Gráfico 2.4 - Pirâmide Etária para o ano de 2000.
Fonte: IBGE, 2010.
No ano de 2010, nota-se uma maioria populacional diferenciada entre homens e
mulheres. A população masculina concentra-se na faixa entre os 15 e 19 anos, entrando
novamente na faixa etária de dependência. A população feminina apresenta maior parcela
na faixa dos 25 aos 29 anos. O índice de razão de dependência cai 48,69% para 39,80%,
enquanto a taxa de envelhecimento evoluiu de 5,96% para 7,41%, percebemos uma
população potencial ativa em maior quantidade e ao mesmo tempo com uma taxa
crescente de envelhecimento.
Assim como na pirâmide etária do estado de São Paulo (Gráfico 2.5), Sorocaba
mostra afunilamento na base, confirmando tendências nacionais de diminuição do número
de filhos por cada mulher. Vale pontuar que a conformação etária constitui resultados dos
efeitos combinados entre fecundidade, mortalidade e migração, gerando pressões de
demanda diferenciadas sobre os serviços públicos para o atendimento das necessidades
básicas da população.
6% 4% 2% 0%¨ 2%¨ 4%¨ 6%¨
0 a 4 anos5 a 9 anos
10 a 14 anos15 a 19 anos20 a 24 anos25 a 29 anos30 a 34 anos35 a 39 anos40 a 44 anos45 a 49 anos50 a 54 anos55 a 59 anos60 a 64 anos65 a 69 anos70 a 74 anos75 a 79 anos
80 anos ou mais
Mulheres. Homens.
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Gráfico 2.5 - Pirâmide etária comparativa entre o município de Sorocaba, o estado de São
Paulo e o Brasil, 2010.
Fonte: IBGE Cidades (Censo Demográfico), 2014.
Em 2010, a expectativa de vida ao nascer em Sorocaba era de 75,59 anos, idade
inferior à média do estado de São Paulo que é de 77,7 anos, porém maior que a média
brasileira, hoje em 72,7 anos. Logo, constata-se que Sorocaba oferece qualidade de vida
superior quando comparada com a média nacional, porém ainda pode chegar a patamares
mais elevados tendo em vista o estado onde se situa.
A densidade demográfica média do município é de 1.306,55hab/km², se
comparada à média do estado de São Paulo, que é de 166,23hab/km², é 7,8 vezes
superior, em relação à densidade do Brasil (23,41hab/km²), é 55,8 vezes maior. Sob essa
base comparativa, tem-se que Sorocaba é um município de altíssima densidade, com
elevado índice de urbanização e forte verticalização.
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Figura 2.1- Densidade populacional do município de Sorocaba.
Fonte: IBGE, 2010.
As taxas populacionais proporcionam à gestão pública uma visão integrada sobre
as demandas por planejamento no setor de prestação de serviços básicos de infraestrutura.
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Exemplificando, os serviços de saúde deverão ser mensurados de acordo com a observação
da proporção entre idosos e crianças, conjugada com os dados de expectativa de vida. Os
índices de nascimento no munícipio são compostos a partir da taxa de fecundidade
(quantidade média de filhos por mães) distribuído em determinado período de tempo.
Tabela 2.4 - Longevidade, mortalidade e fecundidade. Indicadores 1991 2000 2010
Esperança de vida ao nascer (em anos) 68,2 73,40 75,60
Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos
vivos)
27,7 17,20 13,40
Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos
vivos)
31,4 20,00 15,60
Taxa de fecundidade total (filhos por mulher) 2,3 2,10 1,50
Fonte: Pnud, Ipea e FjP.
Percebe-se uma pequena redução na taxa de fecundidade no período entre 1991
e 2000. Já no ano de 2010 há uma forte diferença, saindo da média dos 2 filhos para 1,5
(entende-se 3 filhos a cada 2 casais).
A taxa de mortalidade é dividida entre 1 e 5 anos e compõe-se a partir do cálculo
do número de óbitos dividido pela população total e multiplicado por uma constante que
pode ser 100 ou 1000 (que definirá o número de óbitos podendo ser expresso por 100 ou
1000 nascidos).
No ano de 1991, foi registrado o valor de 27,7 óbitos para crianças até 1 ano. Em
2000 essa taxa encolheu 36% e manteve-se em queda em 2010 chegando a 13,4 óbitos
por mil nascidos vivos, que corresponde a um decréscimo de 50% no período de 20 anos.
Já em relação aos índices de óbito infantil até 5 anos de idade, constata-se a
manutenção de curva descendente na quantidade total. No ano de 1991, 31,4 óbitos por
mil nascidos vivos, já em 2000 nota-se uma retração para 20 óbitos (a cada mil nascidos)
e desce novamente em 2010 chegando a 15,6 óbitos por mil nascidos vivos, representando
queda de 50% no período analisado.
2.1.2. Desenvolvimento Humano
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) varia no intervalo de 0
a 1, sendo que quanto maior for o grau de desenvolvimento econômico-social, mais
próximo o indicador estará da unidade. O índice é ainda uma média aritmética de três
outros indicadores:
• Indicador econômico: considera o produto interno bruto (PIB) per capita em
dólar PCC (paridade do poder de compra);
• Indicador de saúde: análise da expectativa de vida ao nascer;
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• Indicador de educação: avaliação do índice de analfabetismo e a taxa de
matrícula em todos os níveis de ensino.
Em termos de distribuição, dos 645 municípios do estado de São Paulo, 37% da
população vive nos 237 municípios com IDH-M inferior à média nacional (0,727), conforme
cálculos com base nos dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Entretanto,
87% dos municípios encontram-se em situação de alto IDH (de 0,700 a 0,799) e apenas
6% (38 municípios) apresentam altíssimo IDH (de 0,800 a 1).
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Sorocaba era 0,798,
em 2010. O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre
0,700 e 0,799). Entre 1991 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi
Educação, com crescimento de 100,2%, seguida por Renda e por Longevidade (Atlas de
Desenvolvimento Humano no Brasil – PNUD 2010).
Figura 2.2 – Índice de Desenvolvimento Humano no Estado de São Paulo – 2010.
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - PNUD, 2010.
Em relação aos 645 municípios de São Paulo, Sorocaba ocupa a 25ª posição, sendo
que 3,7% dos municípios estão em situação melhor e 96,3% dos municípios estão em
situação pior ou igual. Isso indica que Sorocaba, de maneira geral, oferece ótima qualidade
de vida aos seus habitantes, ocupando lugar de destaque no Estado e no País.
O IDHM passou de 0,579 em 1991 para 0,798 em 2010 - uma taxa de crescimento
de 38%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do
município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 38%, entre 2000 e 2010.
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Esse é um bom desempenho para o Município e indica que os programas públicos estão
trazendo melhorias mensuráveis para a população de Sorocaba.
Gráfico 2.6 – Evolução do IDHM no Município de Sorocaba - SP.
Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2010.
2.1.2.1. Educação
O acesso à educação é um direito fundamental estabelecido constitucionalmente,
com função na formação de sujeitos autônomos, críticos e preparados para o mercado de
trabalho. Índices relacionados à educação levam em consideração o acesso e permanência
na escola. Quando analisados em conjunto com dados sobre faixa etária, proporção de
gêneros, renda, entre outros, é possível avaliar o grau de desenvolvimento educacional e
contribuem para gestão e planejamento dos municípios
A respeito do componente IDH Educação, Sorocaba se mostra acima da média da
mesorregião. O período entre 1991 e 2010 trouxe grandes avanços no setor para o
município, alavancando uma melhora de 103% na qualidade de vida da população sob esse
aspecto.
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Tabela 2.5 – Comparativo do Índice de Educação com os municípios que compõem a
Mesorregião de Sorocaba - 1991 a 2010.
Município Educação
1991
Educação
2000
Educação
2010
Crescimento
Alumínio (SP) 0,308 0,603 0,732 138%
Araçariguama (SP) 0,188 0,429 0,597 218%
Araçoiaba da Serra (SP) 0,259 0,510 0,723 179%
Atibaia (SP) 0,304 0,506 0,670 120%
Bom Jesus dos Perdões
(SP) 0,189 0,443 0,631
234%
Bragança Paulista (SP) 0,323 0,552 0,704 118%
Cabreúva (SP) 0,227 0,456 0,678 199%
Campo Limpo Paulista
(SP) 0,276 0,544 0,739
168%
Capela do Alto (SP) 0,185 0,398 0,617 234%
Ibiúna (SP) 0,152 0,365 0,614 304%
Iperó (SP) 0,303 0,474 0,672 122%
Itatiba (SP) 0,326 0,574 0,708 117%
Jarinu (SP) 0,198 0,408 0,659 233%
Joanópolis (SP) 0,176 0,392 0,585 232%
Jundiaí (SP) 0,390 0,633 0,768 97%
Louveira (SP) 0,261 0,505 0,697 167%
Mairinque (SP) 0,293 0,535 0,684 133%
Morungaba (SP) 0,275 0,485 0,627 128%
Nazaré Paulista (SP) 0,153 0,309 0,559 265%
Piedade (SP) 0,217 0,447 0,624 188%
Pilar do Sul (SP) 0,195 0,498 0,594 205%
Piracaia (SP) 0,198 0,442 0,625 216%
Porto Feliz (SP) 0,269 0,505 0,706 162%
Salto (SP) 0,302 0,573 0,751 149%
Salto de Pirapora (SP) 0,228 0,483 0,665 192%
São Miguel Arcanjo (SP) 0,210 0,413 0,633 201%
São Roque (SP) 0,291 0,535 0,687 136%
Sarapuí (SP) 0,250 0,417 0,621 148%
Sorocaba (SP) 0,376 0,615 0,762 103%
Tapiraí (SP) 0,226 0,396 0,578 156%
Tuiuti (SP) 0,141 0,414 0,63 347%
Vargem (SP) 0,161 0,395 0,591 267%
Várzea Paulista (SP) 0,226 0,502 0,705 212%
Votorantim (SP) 0,313 0,590 0,747 139%
Média da Mesorregião 0,247 0,481 0,664 183%
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – PNUD, 2010. Dados trabalhados pela DRZ Gestão de Cidades.
Em Sorocaba, é perceptível o salto percentual do acesso e permanência nas
escolas durante os 20 anos analisados. Entre os dados, destaca-se a alfabetização infantil
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que cresceu de 1991 até 2010, 60 pontos percentuais, chegando a 95% de crianças na
escola de 5 a 6 anos de idade (PNUD, 2013).
Gráfico 2.7 - Fluxo escolar por faixa etária.
Fonte: PNUD, 2013.
O acesso à educação no Brasil avança em meados da década de 90. Políticas de
estruturação das escolas, bem como elaboração de novas políticas para o ensino e
aprendizado, mostram uma disposição maior dos governos em estabalecer diretrizes e
posturas que incluíssem os trabalhadores no mercado formal através de formação
educacional integradora. Ao comparar dados de Sorocaba com a média nacional, o
município ocupa posição de destaque, mantendo todos os índices acima da média geral,
conforme expresso no Gráfico 2.8.
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Gráfico 2.8 - Fluxo escolar por faixa etária de Sorocaba, São Paulo e Brasil.
Fonte: PNUD, 2013.
Outro dado importante para avaliarmos a questão da educação, são os valores de
acesso e permanência, bem como anos escolares médios da população adulta por região,
município e país. Sabe-se que, para ingresso e permanência no mercado de trabalho,
determinados pré-requisitos classificam e enquadram o sujeito de acordo com suas
qualificações profissionais. Uma delas é a educação. Para se obter um panorama
qualificado dos habitantes em questão, é necessário considerarmos os índices de
escolaridade da população potencialmente ativa.
Gráfico 2.9 - Escolaridade da população adulta de 25 anos ou mais (%).
Fonte: IBGE, 2013.
Ao delimitar o universo de estudo pela faixa etária dos 25 aos 65 anos, percebe-
se importante queda na taxa de analfabetismo, saindo de 9,8% no ano de 1991 para 3,7%
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em 2010. Ao mesmo tempo, aumentou o índice de Ensino Médio completo de 12,9 para
31%. Houve, ainda, uma grande queda na categoria denominada “Outro”, na qual são
enquadrados valores não informados, bem como os ensinos não concluídos. Diante desse
conjunto de situação, constata-se uma evolução geral em termos educacionais para
Sorocaba.
Os anos esperados de estudo também evoluíram. Conforme observamos no
Gráfico 2.10, percebe-se um número maior de anos para conclusão da Educação Básica.
Isso indica que a evasão escolar está em redução. O baixo número de anos de estudo, está
mais relacionado ao abandono da escola para desempenhar atividades ligadas ao trabalho
do que regularidade às séries estudadas.
Gráfico 2.10 - Anos esperados de estudo.
Fonte: PNUD, 2013.
2.1.2.2. Longevidade
A qualidade de vida em toda a Mesorregião de Sorocaba apresenta bons índices
de elevação no período, atingindo um crescimento médio de 12%. Sorocaba está pouco
acima da média, oferecendo aos seus habitantes 17% de melhora na expectativa de vida
(Tabela 2.6).
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Tabela 2.6– Comparativo do Índice de Longevidade com os municípios que compõem a
Mesorregião de Sorocaba - 1991 a 2010.
Municípios Longevidade
1991
Longevidade
2000
Longevidade
2010 Crescimento
Alumínio (SP) 0,669 0,758 0,841 26%
Araçariguama (SP) 0,674 0,755 0,814 21%
Araçoiaba da Serra (SP) 0,722 0,803 0,860 19%
Atibaia (SP) 0,752 0,804 0,851 13%
Bom Jesus dos Perdões
(SP) 0,688 0,768 0,802
17%
Bragança Paulista (SP) 0,741 0,796 0,861 16%
Cabreúva (SP) 0,708 0,794 0,828 17%
Campo Limpo Paulista
(SP) 0,704 0,805 0,840
19%
Capela do Alto (SP) 0,715 0,761 0,823 15%
Ibiúna (SP) 0,703 0,803 0,832 18%
Iperó (SP) 0,700 0,722 0,814 16%
Itatiba (SP) 0,741 0,816 0,844 14%
Jarinu (SP) 0,676 0,770 0,826 22%
Joanópolis (SP) 0,688 0,762 0,824 20%
Jundiaí (SP) 0,756 0,822 0,866 15%
Louveira (SP) 0,769 0,819 0,861 12%
Mairinque (SP) 0,720 0,774 0,831 15%
Morungaba (SP) 0,729 0,776 0,802 10%
Nazaré Paulista (SP) 0,714 0,743 0,818 15%
Piedade (SP) 0,677 0,772 0,848 25%
Pilar do Sul (SP) 0,677 0,740 0,820 21%
Piracaia (SP) 0,734 0,782 0,851 16%
Porto Feliz (SP) 0,751 0,777 0,836 11%
Salto (SP) 0,720 0,813 0,837 16%
Salto de Pirapora (SP) 0,703 0,791 0,834 19%
São Miguel Arcanjo (SP) 0,682 0,746 0,799 17%
São Roque (SP) 0,744 0,821 0,863 16%
Sarapuí (SP) 0,680 0,756 0,814 20%
Sorocaba (SP) 0,720 0,806 0,843 17%
Tapiraí (SP) 0,677 0,765 0,846 25%
Tuiuti (SP) 0,741 0,814 0,871 18%
Vargem (SP) 0,732 0,811 0,839 15%
Várzea Paulista (SP) 0,730 0,800 0,863 18%
Votorantim (SP) 0,727 0,794 0,838 15%
Média da Mesorregião 0,714 0,784 0,836 12%
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - PNDU 2010 Dados trabalhados pela DRZ Geotecnologia e Consultoria.
2.1.2.3. Renda
O componente do IDH de renda entre os municípios da Mesorregião de Sorocaba
registra um crescimento médio de 10% na região, ao passo que Sorocaba apresentou um
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crescimento de 20%. A leitura da tabela mostra que no decorrer dos 20 anos, Sorocaba
atingiu excelente desempenho no aumento da renda per capita do município e, em 2010,
possuía IDH de renda acima da média da mesorregião (Tabela 2.7).
Tabela 2.7– Comparativo do Índice de Renda com que compõem a Mesorregião de Sorocaba - 1991 a 2010.
Município 1991 2000 2010 Crescimento
Alumínio (SP) 0,647 0,692 0,739 14%
Araçariguama (SP) 0,661 0,693 0,729 10%
Araçoiaba da Serra (SP) 0,612 0,674 0,717 17%
Atibaia (SP) 0,644 0,697 0,751 17%
Bom Jesus dos Perdões (SP) 0,708 0,756 0,786 11%
Bragança Paulista (SP) 0,679 0,689 0,716 5%
Cabreúva (SP) 0,705 0,738 0,772 10%
Campo Limpo Paulista (SP) 0,678 0,679 0,717 6%
Capela do Alto (SP) 0,672 0,711 0,733 9%
Ibiúna (SP) 0,614 0,622 0,673 10%
Iperó (SP) 0,637 0,654 0,700 10%
Itatiba (SP) 0,702 0,749 0,788 10%
Jarinu (SP) 0,702 0,749 0,788 12%
Joanópolis (SP) 0,661 0,702 0,723 9%
Jundiaí (SP) 0,636 0,683 0,707 11%
Louveira (SP) 0,740 0,790 0,834 13%
Mairinque (SP) 0,672 0,712 0,783 17%
Morungaba (SP) 0,687 0,688 0,721 5%
Nazaré Paulista (SP) 0,672 0,716 0,726 8%
Piedade (SP) 0,618 0,639 0,681 10%
Pilar do Sul (SP) 0,637 0,655 0,674 14%
Piracaia (SP) 0,637 0,655 0,674 6%
Porto Feliz (SP) 0,674 0,689 0,758 12%
Salto (SP) 0,666 0,687 0,737 11%
Salto de Pirapora (SP) 0,669 0,714 0,755 13%
São Miguel Arcanjo (SP) 0,609 0,656 0,699 15%
São Roque (SP) 0,625 0,657 0,708 13%
Sarapuí (SP) 0,689 0,748 0,765 11%
Sorocaba (SP) 0,717 0,757 0,792 20%
Tapiraí (SP) 0,717 0,757 0,792 10%
Tuiuti (SP) 0,579 0,641 0,647 12%
Vargem (SP) 0,570 0,654 0,702 23%
Várzea Paulista (SP) 0,664 0,662 0,69 4%
Votorantim (SP) 0,656 0,672 0,720 10%
Média da Mesorregião 0,645 0,695 0,720 11%
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – PNUD, 2010.
O acesso à renda é um importante indicador social para identificação das
disparidades econômico-sociais existentes nos territórios. Se analisarmos os índices
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anteriormente comentados, juntamente com a renda per capita que iremos apresentar na
sequência (Gráfico 2.11), somos capazes de extrair dados ligados diretamente com os
aspectos econômicos regionais.
Gráfico 2.11 - Renda per capita ($) de Sorocaba.
Fonte: PNUD, 2013.
Verifica-se uma alta renda distribuída para a população. Devemos lembrar dos
avanços relacionados ao salário mínimo no Brasil, e as taxas de crescimento econômico
gerais. Sorocaba obteve um crescimento superior às médias nacionais e estaduais, fruto
de sua economia fortemente consolidada e do fluxo migratório constante de trabalhadores
na busca de trabalho e serviços. Isso somado a uma série de outros componentes já citados
anteriormente contribuem para compreensão do alto valor de renda dos munícipes. Com
taxas médias de 26% de crescimento, inevitavelmente taxas de pobreza e outros aspectos
reduziram em proporção, aumentando a qualidade de vida dos habitantes de Sorocaba.
Gráfico 2.12 - Pobres e Extremamente pobres em Sorocaba para o ano de 2010 (%).
Fonte: IBGE, 2013.
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Nota-se que o número de pobres reduziu consideravelmente. A avaliação para
população considerada pobre classifica-se pela renda domiciliar per capita entre R$70,00
a R$ 140,00. Para a população considerada extremamente pobre, a renda domiciliar per
capita refere-se a valores abaixo dos R$ 70,00. A facilidade no acesso a recursos federais,
instituídos a partir do ano de 2010 foi capaz de permitir acesso a bens de consumo para a
população.
Para a população pobre vemos uma redução de 5,41% entre os anos de 1991 e
2010. Este valor percentual corresponde a uma redução de 13.799 habitantes saindo da
linha da pobreza. Já para a população extremamente pobre, vemos uma redução de 0,82%
entre os anos de 1991 e 2010. Este valor percentual corresponde a uma redução de 1.702
habitantes na categoria de extrema pobreza.
Para avaliação dos valores de concentração de renda, utilizaremos o índice GINI.
Instrumento capaz de mensurar os dados e nos apresentar em graus as diferenças dos
rendimentos dos mais ricos e mais pobres, os valores variam de 0 a 1 sendo o número 1
considerada extrema situação de desigualdade. No Brasil a parcela de 10% das pessoas
ocupadas com os maiores rendimentos mensais passou a representar 45,3% do total de
rendimentos do país contra 50,5 no ano de 2000. (IBGE, 2010)
2.1.2.4. Índice de Gini
O Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda.
Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.
Numericamente, varia de 0 a 1. O valor 0 representa a situação de igualdade, ou seja,
todos têm a mesma renda. O valor 1 está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém
toda a riqueza. Na prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com
os 20% mais ricos. No Relatório de Desenvolvimento Humano 2004, elaborado pelo Pnud,
o Brasil aparece com Índice de 0,549, quase no final da lista de 127 países. Apenas quinze
nações apresentam maior concentração de renda.
O Índice de Gini de Sorocaba é 0,529, que se posiciona em 569º lugar em São
Paulo (de 645 municípios) e em 3.664º lugar geral no Brasil (de 5.565 municípios). Ou
seja, em São Paulo, 88% dos municípios apresentam distribuição de renda melhor que
Sorocaba e no âmbito nacional, 34% dos municípios brasileiros possuem maior
desigualdade econômica do que Sorocaba.
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Gráfico 2.13 - Índice GINI de Sorocaba para os anos de 1991, 2000 e 2010.
Fonte: PNUD, 2013.
Percebe-se que em comparação com 1991 o índice de desigualdade se elevou,
reduziu em relação a 2000, mas aumentou de acordo com o ano de referência do início da
comparação.
2.1.2.5. Vulnerabilidade social
As discussões trazidas acerca da vulnerabilidade social são importantes dados para
levantamento de questões problemáticas diretamente ligadas à sociedade.
Entre outros aspectos, nas deficiências e dificuldades que determinado grupo
social, considerando algumas variáveis, possuem em relação ao desempenho e acesso a
determinados serviços públicos.
Segundo dados oficiais, determinada população que se encontra em
vulnerabilidade social está associada a sinais de desnutrição, falta de acesso a saneamento
básico, condições precárias de moradia, não possuir emprego, não possuir famílias, entre
outros.
Estes fatores colocam o cidadão em situação de exclusão. Mesmo inserido
socialmente, o indivíduo não possui os mesmos direitos e deveres que os demais ali
inseridos. Esta situação o coloca em situação de risco, a pessoa se torna excluída,
impossibilitada de partilhar ou acessar bens de consumo e serviços públicos.
Vulnerabilidade social e risco social estão diretamente ligados no processo excludente de
determinados grupos sociais para desfrutar os benefícios gerados e oferecidos pela
sociedade.
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Gráfico 2.14 - Número de ocupados e desocupados em Sorocaba (hab.).
Fonte: PNUD, 2013.
Sorocaba, segundo o Censo de 2010, possui 586.625 mil habitantes, sendo que
44,3% encontram-se ocupados com alguma relação de trabalho.
Ao tratarmos a relação de porcentagem dos ocupados e sua escolaridade observa-
se os seguintes valores.
Gráfico 2.15 - Escolaridade dos ocupados (%).
Fonte: PNUD, 2013.
Observamos taxas de escolaridade relacionadas à população ocupada com saltos
positivos. Um crescimento de 15% para ensino fundamental completo com 18 anos ou
mais, paralelamente, salto de 16,9% de ocupados com ensino médio completo. Chega-se
no ano de 2010 com quase 60% dos ocupados maiores de 18 anos com formação básica
completa.
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Gráfico 2.16 - Vulnerabilidade infantil, Sorocaba - SP (%).
Fonte: PNUD, 2013.
De maneira geral, os índices de vulnerabilidade infantil se encontram baixos para
o município. Percebe-se queda considerável durante os anos analisados em todas as faixas
etárias avaliadas. Políticas de inclusão social bem como, programas políticos pedagógicos,
difundidos no Brasil, buscaram trazer para a realidade brasileira melhorias relacionadas ao
ensino, acesso e permanências nas instituições educacionais. Isto se reflete nos índices
supracitados. Os incentivos dos governos municipais na criação de centros para atender a
população nas idades inicias, justificam a queda de 23,49% de crianças de 4 e 5 anos fora
da escola.
Outro dado para compreensão e ilustração do enquadramento de determinada
população relacionada aos índices de vulnerabilidade são as condições de domicílios.
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Gráfico 2.17 - Condição de domicílios em relação a energia elétrica e saneamento básico.
Fonte: PNUD, 2013.
Conforme observa-se nos gráficos acima, o acesso à energia elétrica e
saneamento básico nos domicílios cresceu muito desde 1991. Hoje são baixos os índices
da população sem a assistências destes dois serviços. Verifica-se queda de 14,18% da
população sem energia elétrica, isto equivale a 8.244 pessoas desassistida pelo serviço. Já
em termos de saneamento, verifica-se queda de 4,7%, o valor equivale a 27.289 pessoas.
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2.1.2.6. Metas do Milênio
Em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU), ao analisar os maiores
problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio (ODM), que devem ser atingidos
por todos os países até 2015 e foram apoiados por 191 nações. No Brasil, ficaram
conhecidos como “8 Jeitos de Mudar o Mundo”, conforme mostra a Figura 2.3.
Figura 2.3 - Ilustração descritiva dos "8 Jeitos de Mudar o Mundo".
Fonte: ODM Brasil, 2014.
Sorocaba adotou compromissos com os Objetivos do Milênio. Para cumpri-los
comprometeu-se com 11 metas, dentre as quais apenas 2 estão cumpridas, 3 encontram-
se próximas de serem alcançadas, 1 está em aproximadamente 74%, 1 em estágio inicial,
25% cumprida, e 2 estão estagnadas em valor nulo, conforme Gráfico 2.18.
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Gráfico 2.18 - Percentual de alcance das metas do município de Sorocaba.
Fonte: ODM Brasil, 2014.
As metas adotadas pelo município de Sorocaba são:
• Meta 1 – Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população com
renda abaixo da linha da pobreza.
Atualmente, 4% da população de Sorocaba é considerada pobre, ou seja,
possui rendimento familiar igual ou inferior a R$ 140 per capita (em agosto
de 2010). Isso significa dizer que aproximadamente 25.487 pessoas no
município vivem em situação de pobreza. Porém, se considerarmos os
índices de 2000, nota-se que 44% das pessoas tiveram uma melhora nas
condições econômicas e deixaram de ser consideradas economicamente
pobres. Ou seja, a Meta 1 assumida pela Prefeitura de Sorocaba, até o
momento foi cumprida em 88,9%.
Tabela 2.8 - Renda, pobreza e desigualdade social em Sorocaba.
1991 2000 2010
Renda per capita 692,21 87,05 1.107,19
% de extremamente pobres 1,71 1,74 0,89
% de pobres 8,64 7,27 3,23
Índice de Gini 0,51 0,55 0,52
Fonte: PNUD, IPEA e FJP, apud Atlas Brasil.org
• Meta 2 - Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população que
passa fome. Sorocaba conseguiu ultrapassar a meta em 89,3%%. É um
excelente desempenho. Com a manutenção dos programas, é possível em
curto prazo extinguir a fome no município.
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• Meta 3 – Garantir que, até 2015, todas as crianças terminem o ensino
fundamental. No período de 2000 a 2010, a proporção de crianças de 5 a
6 anos na escola cresceu 202,15% e no de período 1991 e 2000, 148,26%.
Em 2010, neste município, o percentual de pessoas de 18 a 24 anos sem
instrução ou com ensino fundamental incompleto, do sexo feminino, era de
12,1% e do sexo masculino 14,9%; com ensino fundamental completo e
médio incompleto, 16,3% feminino e 22,3% masculino; ensino médio
completo e superior incompleto, 63,3% feminino e 57,0% masculino; com
ensino superior completo, 7,5% feminino e 4,7% masculino. A razão entre
mulheres e homens alfabetizados na faixa etária de 15 a 24 anos era de
100,5% em 2010.
• Meta 4 – Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino fundamental e
médio até 2015. Sorocaba está passível de atingir essa média, atingindo o
patamar de 73,4% cumprida. Observa-se que a manutenção dos
programas e a conscientização popular reestabelecerá o equilíbrio de
gêneros no acesso à educação.
• Meta 5 – Reduzir em dois terços, até 2015, a mortalidade de crianças
menores de 5 anos. Esta meta foi cumprida em 78%, o que demonstra que
ainda é preciso investir em saúde infantil a fim de erradicar mortalidade
infantil. Em 2012, a cada mil nascidos vivos, a mortalidade até 5 anos era
da ordem de 12,9, ou seja, 1,3%.
• Meta 6 – Reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade
materna. Sorocaba ainda está longe de atingir tal meta, tendo cumprido
apenas 23%. É necessário o aprimoramento e manutenção dos programas
e instalação de equipamentos públicos para levar a taxa de mortalidade
materna o mais próximo possível de zero.
• Meta 7 – Até 2015, ter detido e começado a reverter a propagação do
HIV/AIDS. O Município não apresentou qualquer progresso em relação a
essa proposta.
• Meta 8 – Até 2015, ter detido e começado a reverter a propagação da
malária e outras doenças. O Município não apresentou qualquer progresso
em relação a essa proposta.
• Meta 9 – Reduzir à metade, até 2015, a proporção da população sem
acesso sustentável à água potável e segura. Esta meta já está próxima de
sua conclusão, estando o Município no patamar de 94,1% realizada.
• Meta 10 – Reduzir à metade, até 2015, a proporção da população sem
acesso a saneamento e serviços essenciais. Esta meta já foi superada em
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81 Gestão Ambiental
7%, ou seja, Sorocaba está em ritmo considerável na expansão dos
serviços de saneamento básico.
2.1.2.7. Considerações Finais sobre a Caracterização Populacional
Estudos demonstram que há relação diretamente proporcional entre concentração
de renda e geração de resíduos sólidos. Nesta perspectiva, Sorocaba possui elevada renda
per capita e alto índice de Gini, consequentemente gera grande volume de resíduos e
também desigualdades sociais. Portanto, havendo disponibilidade de material para ser
coletado e pessoas em situação de pobreza, certamente haverá catadores atuando no
município. Foi verificado também que quanto maior o grau de desenvolvimento, menor o
percentual de rejeitos orgânicos, logo, maior o volume de recicláveis, alimentando o
sistema de coleta e venda dos mesmos.
Portanto, é possível concluir que para manter o crescimento econômico em
Sorocaba é preciso que este venha acompanhado do desenvolvimento econômico e social,
e de políticas sociais que reduzam a quantidade de pessoas atuando na coleta de recicláveis
de maneira arriscada e degradante. É necessário que essa atividade seja imbuída de
profissionalismo e ofereça condições mínimas de cuidado com a saúde do trabalhador e
evitando a contaminação do meio no qual se insere.
2.2. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é a base orientadora dos prognósticos do plano, da proposição de
cenários, da definição de diretrizes e metas e do detalhamento de seus programas, projetos
e ações.
2.2.1. Aspectos Metodológicos
Para conseguir extrair dados confiáveis, capazes de representar a realidade de
Sorocaba em termos de resíduos, utilizou-se dados amostrais extraídos a partir de fontes
primárias e secundárias. Para elaboração dos estudos abaixo foram consideradas as
seguintes fontes:
• SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.
• PMGIRS/Sorocaba – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos.
• PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico.
• EMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem.
• ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública
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82 Gestão Ambiental
Como os dados obtidos a partir de fontes secundárias não proporcionam total
clareza para elaboração do plano, realizou-se pesquisas de campo durante o ano
confrontando os dados obtidos.
Como etapa inicial do presente documento, são expostos dados referentes à
coleta, manejo, e destinação final dos RSU. São colocados em discussão os elementos
necessários para entendimento das relações estabelecidas que norteiam a temática dos
RSU.
O consumo de bens materiais vêm aumentando gradativamente em todo o
planeta, assumindo posturas cada vez mais aceleradas para a geração de resíduos sólidos.
Apenas nos últimos 25 anos, a população mundial apresentou crescimento de 2 bilhões de
habitantes. Desta forma, aspectos econômicos e culturais estão implicitamente inseridos
na lógica da produção de resíduos. Não se pode desconsiderar práticas sociais como um
conjunto sem interferências nas políticas de gestão e planejamento. A relevância dos
aspectos econômicos dever ter sua devida atenção, uma vez que, inseridos na sociedade
moderna, os materiais produzidos possuem características e volumes diferenciados, devido
aos diferentes poderes aquisitivos distribuídos pelo território.
O conjunto complexo da discussão sobre resíduos sólidos urbanos implica em
relações dos mais diversos conteúdos. São trazidos elementos considerados relevantes a
partir de conhecimentos acumulados por pesquisadores, órgãos oficiais e sociedade civil,
apontando diretrizes e reconhecendo, de forma crítica, o funcionamento dos serviços
relacionados ao RSU desempenhados pela Prefeitura e ao mesmo tempo os sujeitos
envolvidos nesse processo.
2.2.2. Classificação dos Resíduos
A Lei 12.305/10, que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
classifica os resíduos quanto à origem e periculosidade. Nos incisos I e II de seu artigo 13,
são especificadas tais diferenciações:
“Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a
seguinte classificação:
I - Quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas
em residências urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,
limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza
urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e
“b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos
nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
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83 Gestão Ambiental
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os
gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e
instalações industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de
saúde, conforme definido em regulamento ou em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil,
incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para
obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades
agropecuárias e silviculturas, incluídos os relacionados a insumos
utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos,
aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa,
extração ou beneficiamento de minérios;
II - quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou
à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma
técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea
“a”.
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos
referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como
não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou
volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder
público municipal.
Por sua vez, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na NBR 10.004,
define resíduo como restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como
inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Geralmente em estado sólido, semissólido ou
semilíquido (com conteúdo líquido insuficiente para que possa fluir livremente). Essa
norma cita também que os resíduos podem ser classificados de acordo com a sua natureza
física (seco e molhado), sua composição química (matéria orgânica e inorgânica), como
também pelos riscos potenciais ao meio ambiente (perigoso, não-inerte e inerte).
Segundo a Norma Brasileira de Resíduos (NBR 10.004) de 2004, que estabelece a
metodologia de classificação dos resíduos sólidos quanto a riscos potenciais ao meio
ambiente e a saúde pública, pode-se verificar que, dentre outros aspectos, é considerado
Resíduo Perigoso, Classe I, aquele que apresentar em sua composição propriedades físicas,
químicas ou infectocontagiosas, podendo apresentar risco à saúde pública e que podem
contribuir para um aumento da mortalidade e da incidência de doenças ligadas à
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84 Gestão Ambiental
proliferação de agentes transmissores como moscas, ratos, mosquitos, baratas, entre
outros, além de promover a incidência de riscos ambientais, formação de fumaças e
líquidos (chorume) que poluem o ar, a água e o solo.
No que se refere à Classe II (NBR 10.004), considerados Não-Perigosos, estão
inseridos os Resíduos Não-Inertes e Inertes. Os resíduos Não-Inertes são aqueles que
podem apresentar propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade
em água. Os Inertes, ao serem dissolvidos, apresentam concentrações abaixo dos padrões
de potabilidade, quando exposto a testes de solubilidade em água destilada, excetuando-
se aqui, aspectos como cor, turbidez e sabor.
O CONAMA e a ANVISA igualmente classificam os resíduos em categorias
específicas. As Tabelas 2.9 a 2.10 apresentam tais classificações.
Tabela 2.9 - Classificação dos resíduos sólidos segundo a NBR 10.004.
NBR 10.004
Categoria Denominação
Classe I
Resíduos Perigosos: apresentam características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxidade, patogenicidade, periculosidade,
ou que consta nos anexos A ou B da referida norma.
Classe II A
Não Perigosos - Não Inertes: São aqueles que não se enquadram nas
classificações de resíduos classe II B - Inertes, nos termos desta norma.
Os resíduos classe II A - Não inertes podem ter propriedades, tais
como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Classe II B
Não Perigosos - Inertes: são enquadrados nesta classe, quando
amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR
10.007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água
destilada ou desionizada, a temperatura ambiente, conforme ABNT NBR
10.006, não tiverem de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,
excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme o
anexo G desta norma.
Fonte: NBR. Org. DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2013.
Tabela 2.10 - Classificação dos resíduos sólidos segundo a CONAMA 5/1993.
CONAMA n° 5/93
Categoria Denominação
Grupo A Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio
ambiente devido à presença de agentes biológicos
Grupo B Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio
ambiente devido às suas características químicas
Grupo C
Rejeitos Radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais
radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de
laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e
radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05.
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Grupo D Resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos
grupos descritos anteriormente.
Fonte: CONAMA. Org. DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2013.
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Tabela 2.11 - Classificação dos resíduos sólidos segundo a ANVISA.
RDC n° 306/04 - ANVISA
Categoria Denominação
Grupo A Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características, podem apresentar risco de infecção.
Grupo B
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
Grupo C
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção
especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é
imprópria ou não prevista.
Grupo D
Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos
domiciliares
Grupo E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de
barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas
endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos
capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta
sanguínea e placas de petri) e outros similares.
Fonte: ANVISA. Org. DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2013.
Entretanto, para efeito do presente Diagnóstico, a classificação adotada é aquela
estabelecida pela Lei 12.305/10.
2.2.3. Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos
A quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) gerada nos municípios é função
primariamente do aspecto qualitativo. Outros fatores também são determinantes para
calcularmos a geração, entre eles podemos destacar a situação econômica da população
em questão, os hábitos alimentares, nível de instrução e até mesmo clima e conjuntura
econômica.
Os RSU não possuem uniformidade em todo o território do município. Assim, se
faz necessário um levantamento das características qualitativas deste montante de resíduo
gerado pela população.
Considera-se RSU os seguintes resíduos de acordo com a origem:
A – Resíduos Domiciliares (RDO): Originários de atividades domésticas em
residências urbanas.
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B – Resíduos de Limpeza Urbana (RLU): Originários da varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros.
Segundo dados do SNIS (2012), para o município de Sorocaba a população
declarada atendida pelo sistema de coleta dos RSU chega, aproximadamente, a 600.692.
Deste total, 594.579 dos habitantes vivem na área urbana e 6.113, na área rural.
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Tabela 2.12 – Manejo e quantidades dos resíduos sólidos gerados no município de Sorocaba.
Resíduos Coleta Tipo de Coleta Destinação Processo
Intermediário
Disposição Quantidade
Domiciliares Consórcio Sorocaba
Ambiental
Mecanizada Porta
a porta - -
Aterro
Terceirizado em
Iperó/SP -
Proactiva - Meio
Ambiente Brasil
Ltda.
550
toneladas/dia Limpeza Urbana
Terceirizado - Litucera
Engenharia e Limpeza
Ltda.
Manual - -
Aterro
Terceirizado em
Iperó/SP -
Proactiva - Meio
Ambiente Brasil
Ltda.
Comerciais e de
Prestador de
Serviço (Pequeno
Gerador)
Consórcio Sorocaba
Ambiental Mecanizada - -
Aterro
Terceirizado em
Iperó/SP -
Proactiva - Meio
Ambiente Brasil
Ltda.
Recicláveis Cooperativas Manual: Porta a
porta Cooperativas
Segregação por
tipologias
Comercialização/
Aterro Classe II
170T/mês
(Coreso)
200T/mês
(CRZO)
Serviço Público
de Saneamento
Básico
SAAE - - - Aterro Sanitário
terceirizado
74
toneladas/dia
Serviço de Saúde
Terceirizado -
Proactiva que
subcontrata a
Contemar Ambiental
Manual
Empresa Contemar e
empresa Silcon Ambiental,
ambas contratadas pela
empresa Proactiva
Biológicos -
autoclavados na
empresa Contemar;
Químicos - incinerados
na empresa Silcon
Ambiental
Aterro
Terceirizado em
Iperó/SP -
Proactiva - Meio
Ambiente Brasil
Ltda.
600
toneladas/ano
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Resíduos Coleta Tipo de Coleta Destinação Processo
Intermediário
Disposição Quantidade
Produtos
eletroeletrônicos
e seus
componentes
Munícipes/Cooperativ
a
Manual Porta a
Porta
Ponto de Entrega
Voluntária (Núcleo
Eletrônicos
Núcleo Ambiental de
Resíduos Eletroeletrônicos
Segregação por
tipologias
Comercialização/
Aterro Classe I
4
toneladas/mê
s
Pilhas e Baterias PEV's Manual Núcleo Ambiental de
Resíduos Eletroeletrônicos
Segregação por
tipologias
Comercialização/
Aterro Classe I
12 toneladas
desde 2010
Lâmpadas
Fluorescentes
Recolhimento apenas
dos estabelecimentos
públicos - Prefeitura
Manual Empresa contratada para
descontaminação -
Reciclagem/Aterr
o
10.000 und./
6 meses
Óleos
Lubrificantes
Responsabilidades
dos geradores - - -
- -
Pneus Secretaria de Saúde -
Setor de Zoonoses Manual
PEV da RECICLANIP em
Sorocaba Trituração
Produção de
tapetes
automotivos
75
toneladas/mê
s
Embalagens de
Agrotóxicos
Responsabilidade dos
geradores
Entrega nos locais
de compras
Unidades do Sistema
Campo Limpo (impEV)
Segregação por
tipologias, tríplice
lavagem e outros
procedimentos
ADIASESP:
Reciclagem/
Incineração
-
Óleo de cozinha
usado*
Cooperativas porta a
porta e PEV's Manual Cooperativas Clarificação Comercialização
9.375 L/mês (CORESO) E 10.000
l/mês (IESA)
Construção Civil Prefeitura (pequenos
geradores)
Mecanizada
(contêineres)
Usina de Triagem e
Reciclagem de Resíduos da
Construção Civil
Segregação por
tipologias/ Britagem
Aterro sanitário e
Aterro de inertes/
Comercialização
538.144,44
m³/ano
Podas Prefeitura e empresa
terceirizada Manual
Usina de Triagem e
Reciclagem de Resíduos da
Construção Civil
Compostagem
Praças e
Jardins/Aterro
Terceirizado em
Iperó/SP
31.451,58
m³/ano
Industriais Responsabilidades
dos geradores - - - -
-
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Resíduos Coleta Tipo de Coleta Destinação Processo
Intermediário
Disposição Quantidade
Serviços de
Transporte
Consórcio Sorocaba
Ambiental Mecanizada - -
Aterro
Terceirizado em
Iperó/SP -
Proactiva - Meio
Ambiente Brasil
Ltda.
2.500
litros/dia
Mineração Responsabilidades
dos geradores - - -
- -
*A IESA recebe material da CRZO e de outros fornecedores. Os volumes coletados pela CORESO são comercializados para outras empresas. Fonte: PMGIRS Sorocaba, 2014; CORESO; CRZO; IESA. Org. DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Como discriminado na tabela 2.12, a coleta dos resíduos comuns é realizada por
empresa terceirizada. Os contêineres são distribuídos nas principais ruas de toda a região
de Sorocaba.
Figura 2.4 - Contêineres de 1.000 Litros e 240 litros dispostos em Sorocaba.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Nas Tabelas 2.13 e 2.14 é possível observar a quantidade anual de resíduos
enviada para o aterro terceirizado pela administração municipal.
Tabela 2.13 – Quantidade de RSU enviada para o aterro sanitário.
Ano RSU (t) RSU (t/dia) População Envio diário per capita
(kg/hab./dia)
2011 186.702,02 511,51 593.183 0,862
2012 195.044,56 534,37 600.678 0,890
2013 194.704,66 533,44 608.269 0,877
Fonte: PMGIRS Sorocaba, 2014.
Tabela 2.14 – Quantidade de RDO gerados em Sorocaba e enviados para aterro sanitário.
Ano Quantidade
total (t)
Média mensal
(t/mês)
Média diária
(t/dia) População
Envio diário per
capita
(kg/hab./dia)
2011 165.686,84 13.807,24 453,94 593.183 0,765
2012 175.937,94 14.661,50 482,02 600.678 0,802
2013 178.106,21 14.842,18 487,96 608.269 0,802
Fonte: PMGIRS Sorocaba, 2014.
2.2.4. Possibilidades de Soluções Consorciadas ou Compartilhadas
Os consórcios intermunicipais possibilitam a ação conjunta entre municípios em
prol de interesses comuns. A união entre municípios limítrofes, ou mesmo próximos,
permitem que a resolução de problemas e conflitos possa ir além dos limites territoriais.
Em geral, os consórcios são consolidados tendo em vista, muitas vezes, o orçamento
escasso de cada município diante das necessidades de resoluções de problemas de
atendimento público.
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As possibilidades de consórcios são inúmeras e visam viabilizar serviços e obras
públicas nas mais variadas áreas, principalmente em saúde, transporte, desenvolvimento
econômico, programas e ações na área ambiental, coleta de resíduos, disposição final e
gestão de recursos hídricos. Em geral os consórcios operam em uma unidade territorial
mantendo autonomia administrativa envolvendo os municípios interessados com
contribuição financeira e fiscal.
Os municípios que desejarem implantar consórcios para a gestão dos resíduos
sólidos urbanos deverão observar as diretrizes pertinentes às seguintes normas:
- Lei Federal nº 11.107/2005: estabelece que os consórcios públicos devem ser
constituídos com o objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de serviços
públicos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/10 em seu art. 45 reafirma
a constituição dos consórcios públicos para a gestão de resíduos.
- Decreto Federal nº. 6.017/2007 que regulamenta a lei nº. 11.107/2005, tem
como objetivo proporcionar a segurança político-institucional necessária para o
estabelecimento de estruturas de cooperação intermunicipal, inclusive Inter federativa, e
solucionar impasses na estrutura jurídico-administrativa dos consórcios;
A solução consorciada pode gerar ganhos ambientais para toda a região, abrindo
espaço para que os vários municípios vizinhos tenham a disposição adequada de seus
resíduos.
Em curto prazo a adoção do modelo consorciado de gestão de RSU dispende gastos
maiores do que a gestão local, mas possibilita a melhor adequação dos municípios. A médio
e longo prazo estes custos são minimizados bem como também o passivo ambiental.
A gestão consorciada permite o compartilhamento dos gastos fixos de manutenção
dos sistemas de tratamento, além da ampliação do potencial dos materiais recicláveis e
possível ganho no valor de venda dos materiais às indústrias de reaproveitamento de
matéria prima.
A seguir descreve-se sucintamente alguns estudos de regionalização e consorcio
possíveis para o Município de Sorocaba, de acordo com as análises levadas a cabo pelo
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Sorocaba.
2.2.4.1. Avaliação sobre regionalização de soluções feitas pelo Plano Regional
Integrado de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba
e Médio Tietê – UGRHI 10
A adesão do município de Sorocaba ao Consórcio Intermunicipal de Saneamento
Básico da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê – CISAB/SMT foi apontada pelo estudo
citado como uma alternativa viável e interessante à regulação dos serviços de saneamento
dos municípios membros, mesmo sem contar ainda com estrutura física plenamente
adequada.
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93 Gestão Ambiental
Portanto, é necessário que sejam cumpridas todas as medidas técnicas e legais
necessárias ao bom atendimento das normas e leis em vigor. A indicação dessa opção
também se deu em razão de que a estrutura burocrática do Consórcio já está consolidada,
o que é fator de agilidade nos procedimentos de adesão pelo município.
A Tabela 2.15 indica a taxa de geração de resíduos sólidos dos municípios
integrantes do CISAB/SMT, bem como sua distância até o município de Sorocaba.
Tabela 2.15 – Dados da geração de resíduos sólidos dos municípios integrantes do CISAB.
Fonte: PMGIRS de Sorocaba, 2014.
A Tabela 2.16 indica a destinação atual dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD),
dos Resíduos Sólidos Inertes (RSI) e dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) originados
nos municípios que participam do CISAB/SMT e no Sorocaba.
Tabela 2.16 – Destinação dos RSD, RSI e RSS dos municípios.
Município Destinação
RSD RSI RSS
Araçoiaba da Serra
Aterro em Valas Municipal - Unidade Privada - Boa Hora Mauá
Ibiúna Aterro Sanitário Municipal - Unidade Privada - Tratalix - Santana de Parnaíba
Laranjal
Paulista
Aterro Sanitário Privado
Estre - Paulínia
- Unidade Privada - Contemar
Sorocaba
Piedade Aterro Sanitário Municipal - Unidade Privada - MB
Engenharia Hortolândia
Porto Feliz Aterro Sanitário Privado Estre - Paulínia
- Unidade Privada - Tratalix - Santana de Parnaíba
Salto Aterro Sanitário Municipal - Unidade Privada - Silcon
Paulínia
Votorantim Aterro em Valas Municipal - Unidade Privada - Boa Hora Mauá
Boituva Central de Tratamento de
Resíduos - Proactiva -
Iperó
- Unidade Privada - Contemar
Sorocaba
Araçoiaba da Serra 27299 30088 2,06 20526,12 1710,51 23
Ibiúna 71217 75241 1,75 48060,19 4005,02 49
Laranjal Paulista 25251 26853 0,41 4018,55 334,88 78
Piedade 52143 54323 1,84 36483,33 3040,28 29
Porto Feliz 48893 51320 0,85 15169,05 1264,09 38
Salto 105516 112052 0,59 22722,87 1893,57 42
Votorantim 108809 115585 0,73 28992,16 2416,01 5
Boituva 48323 51320 0,87 16296,67 1358,06 40
Quadra3236 3436
sem
informações
sem
informações
sem
informações82
Sorocaba 586625 629231 0,9 192706,31 16058,86 -
TOTAL 1077312 1149449 0,92011416 384975,2455 32081,27046
Massa Coletada
(ton/mês)Município
População 2010
(hab)
População Estimada
2013 (hab)
Massa Coletada
(kg/hab.dia)
Massa Coletada
(ton/ano)Distância até Sorocaba (km)
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Quadra Aterro em Valas Municipal 100% reaproveitamento
Unidade Privada - Cheiro Verde Ambiental - Bernardino de
Campos
Sorocaba Central de Tratamento de Resíduos - Proactiva–
Iperó*
Aterro de Inertes Municipal
Unidade Privada - coleta Proactiva e disposição
Contemar/Silcon*
Fonte: PMGIRS de Sorocaba, 2014.
Como se pode verificar, a grande maioria dos municípios do CISAB/SMT não possui
destinação adequada para os Resíduos Sólidos Inertes (RSI), o que indica a necessidade
de atuação prioritária do Consórcio.
2.2.4.2. Consórcio de Estudos, Recuperação e Desenvolvimento da Bacia do Rio
Sorocaba e Médio Tietê – CERISO
O PMGIRS também concluiu que, apesar de multifinalitário, o Consórcio de
Estudos, Recuperação e Desenvolvimento da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê – CERISO
igualmente pode atuar como gerenciador das atividades compartilhadas na gestão de
Resíduos Sólidos, das quais o Município de Sorocaba tem a possibilidade de participar,
especialmente na elaboração de projetos e captação de recursos.
2.2.4.3. Região Metropolitana de Sorocaba (RMS)
As diretrizes e projeções do PMGIRS também apontaram como potencialidades as
ações e investimentos que serão geradas a partir da recente criação da Região
Metropolitana de Sorocaba - RMS, pelo que se reproduz aqui suas conclusões a respeito:
“Além das possibilidades acima apontadas, ressalta-se a recente criação da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) que também pode se caracterizar como uma oportunidade de agregação de
municípios que buscam soluções compartilhadas para a gestão de serviços públicos. ”
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Figura 2.5 – Localização dos municípios da RMS e dos membros do CISAB.
Fonte: Prefeitura de Sorocaba, 2014.
Compõem a Região Metropolitana de Sorocaba-RMS: Alambari, Alumínio,
Araçariguama, Aracoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange,
Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Mairinque, Miguel Arcanjo, Piedade, Pilar do Sul, Salto, Salto
de Pirapora, São Roque, Sarapuí, Tapiraí, Tatuí, Tietê e Votorantim.
Tabela 2.17- Municípios da Região Metropolita de Sorocaba e tipo de destinação de
Resíduos Sólidos gerados.
Municípios
Destinação
Final dos
Resíduos
Sólidos
(Aterro
Sanitário,
Particular e
etc.)
Há Coleta
Seletiva %
Quem
Realiza a
Coleta
Seletiva
Há
Cooperativa
Ou
Associação
Cata
Vida
Alambari
Aterro municipal - município
opera
Sim 100 Município Não-
recicláveis são vendidos
Alumínio Sim Cooperativ
a Sim Não
Araçariguama
Aracoiaba da
Serra Sim 45
Cooperativ
a
Sim -
COORAS Sim
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Municípios
Destinação
Final dos
Resíduos
Sólidos
(Aterro
Sanitário,
Particular e
etc.)
Há Coleta
Seletiva %
Quem
Realiza a
Coleta
Seletiva
Há
Cooperativa
Ou
Associação
Cata
Vida
Boituva Sim 40 Cooperativa Coopera Boituva
Sim Sim
Capela do Alto
Cerquilho
Aterro municipal -
município opera
Sim 100 Cooperativ
a Sim
Cesário Lange Aterro - empresa
Proposta
Sim 35
Município
(encaminha para outro
município que possui cooperativa
)
Não
Ibiúna Sim Sim –
Cooperativa CREIA
Iperó Aterro da
Proativa Não
Itu
Aterro sanitário
Pinheirinho - concessão
pública
Sim
83 (restante
PEVs)
Cooperativa Itu
Sim
Jumirim
Mairinque Aterro
sanitário - terceirizado
Não
Miguel Arcanjo
Aterro municipal -
munícipio opera
Sim 90 Município Sim -
Cooperativa
Piedade Sim Quase 100
Cooperativa
Sim - Cotermap
Sim
Pilar do Sul Sim 50 Cooperativ
a
Sim - Cooperativa de Materiais Recicláveis de Pilar do
Sul
(COMARPS)
Porto Feliz
Empresa terceirizada
Proativa encaminha
para o
munícipio
de Iperó - aterro
sanitário
Sim 70 A
cooperativa Sim
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Municípios
Destinação
Final dos
Resíduos
Sólidos
(Aterro
Sanitário,
Particular e
etc.)
Há Coleta
Seletiva %
Quem
Realiza a
Coleta
Seletiva
Há
Cooperativa
Ou
Associação
Cata
Vida
Salto
Salto de Pirapora Aterro
municipal Sim 6
A cooperativa
Corespe Sim Sim
São Roque
Empresa
terceirizada encaminha
para o município
de Itapevi - aterro
sanitário
Sim 50 A
cooperativa Sim
Sarapuí Aterro da Proativa
Não
Tapiraí
Aterro em
valas operado
pela prefeitura
Não - mas
em abril pretende
m começar
Será a
prefeitura
Não - contratarão
empresa
terceirizada
Tatuí Sim 40
A
Cooperativa de
Reciclagem de Tatuí
Sim Não
Tietê
Aterro da empresa
Corpos - terceirizada
Sim 100 Empresa
terceirizada Corpos
Cooperativa
Coperete Sim
Votorantim
Aterro municipal - município
opera
Sim 60 Cooperativa Copervot
Sim Não
Fonte: Municípios da RMS.
2.2.5. Possibilidades de soluções consorciadas para a coleta seletiva
Conforme assinalado anteriormente, as soluções compartilhadas para a gestão de
resíduos sólidos são alternativas a serem consideradas por municípios que
preferencialmente componham as mesmas bacias hidrográficas, que tenham entre si
distâncias compatíveis com a logística para o transporte de materiais e que queiram ou
necessitem de compartilhamento de locais para disposição final ambientalmente adequada
de seus rejeitos.
Em se tratando especificamente da gestão de coleta seletiva, há de se considerar
que, ao contrário do que se dá com a coleta domiciliar, nem todos os municípios já possuem
implantados este sistema. Os que já o possuem, raramente abarcam 100% das unidades
habitacionais e/ou comerciais.
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98 Gestão Ambiental
Igualmente não existe uma uniformização do tipo de gestão implantada, ora
operacionalizada pelos próprios órgãos da administração local, ora através da atuação de
cooperativas de catadores e muitas vezes de forma mista. Raramente se verifica a
implantação de coleta seletiva de forma terceirizada, o que é comum na gestão de outros
resíduos.
A própria imposição de lei federal para que os municípios priorizem a inclusão dos
catadores na elaboração de seus planos municipais de gestão de resíduos, tem trazido à
tona a importância da atuação dos mesmos, mas também as dificuldades de se estabelecer
modelos de gestão efetivamente satisfatórios e sustentáveis.
Assim, as políticas públicas municipais têm sido estabelecidas de forma individual,
sem que haja uma discussão ou busca de soluções compartilhadas.
Via de regra, nos pequenos municípios a existência de catadores avulsos é ínfima,
não comportando a criação de cooperativas. Os volumes de materiais recicláveis gerados
muitas vezes constituem em desestímulo para a implantação de coleta seletiva ou mesmo
fomento à criação de cooperativas de catadores, centros de triagem etc.
Como já tratado no PSB e no PMGIRS de Sorocaba, a rigor, a gestão de resíduos
como um todo, pode ser otimizada no caso da implantação de aterros sanitários regionais
eventualmente criados por consórcios e/ou outras formas de compartilhamento entre
municípios. Em princípio, esses aterros podem ser concebidos a partir de uma visão mais
ampla que ultrapassa a adoção de medidas e criação de infraestruturas apenas para o
recebimento de rejeitos.
Como dito, numa mesma área pode ser criada infraestrutura suficiente para o
recebimento de vários tipos de resíduos. Obviamente, no caso de materiais recicláveis,
pode se adotar a instalação de centros de triagem e estocagem regionais em áreas
contíguas aos aterros, as quais devem ser operadas de acordo com as normas e legislações
vigentes, de forma a preservar a saúde e segurança dos trabalhadores e moradores do
entorno.
O estabelecimento de gestão compartilhada de resíduos de forma geral enfrenta
fatores limitantes, de ordem política, econômica e de logística. No caso da coleta seletiva
e gestão de resíduos recicláveis, as peculiaridades da atividade tornam estes fatores ainda
mais limitantes
Inicialmente há de se ressaltar as diferenças consideráveis em relação à existência
de políticas públicas de educação ambiental, fator preponderante para a implantação de
coleta seletiva.
No caso dos municípios que compõem a região metropolitana de Sorocaba,
conforme dados fornecidos pelas respectivas administrações municipais, constantes da
Tabela 2.17, já tem implantado sistemas de coleta seletiva, variando no índice de cobertura
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99 Gestão Ambiental
bem como na forma adotada para a realização dos serviços, seja através de estruturas
próprias dos municípios ou por cooperativas e associações de catadores.
Dos 16 municípios com sistema de coleta seletiva, 12 (doze) informaram que os
serviços são realizados por cooperativas de catadores sendo que 5 (cinco) compõem a
Rede Solidária Cata Vida.
Para o município de Sorocaba, as possibilidades de estabelecer parcerias com
municípios vizinhos, sejam eles da RMS ou não, dependerá do modelo de gestão para a
Coleta Seletiva que será adotado. No caso das cooperativas existentes na cidade, observa-
se que a CORESO tem um sistema de gestão ligado à Rede Solidária, onde os produtos
gerados são comercializados de forma conjunta, através da rede de comercialização
existente. Os resíduos são triados nos pátios e enviados para serem comercializados no
mercado que a Rede Cata Vida seleciona segundo os critérios de preço e logística.
Já no caso da Central de Resíduos, a venda dos materiais segregados é feita de
forma direta pela cooperativa, seja no mercado local seja em mercados mais distantes.
Assim, o modelo de gestão da coleta seletiva a ser adotado, que a priori buscará
o atingir as metas de ampliação dos serviços estabelecidas nos planos anteriores, dará o
indicativo para vislumbrar a viabilidade econômico-financeira de soluções compartilhadas.
Ou seja, se o modelo indicar a ampliação da atuação das cooperativas, seja
através do crescimento das já existentes e/ou com a criação de novas, implicará no
envolvimento das mesmas na busca do aprimoramento da gestão, seja no plano individual,
seja no plano da atuação em rede.
Por outro lado, se o modelo escolhido pelo município for pela terceirização parcial
ou total da coleta seletiva, as estratégias a serem estabelecidas possivelmente seguirão
um outro paradigma, nos aspectos econômico, ambiental e social.
Eventuais soluções compartilhadas estarão, como dito, dependentes também das
políticas e estruturas existentes nos municípios vizinhos. Certamente Sorocaba, como polo
regional, terá influência considerável na adoção de ações por estes municípios, mas não
pode condicionar seus programas a estas variáveis, eis que as metas já foram
estabelecidas e devem ser atingidas.
Em se tratando de Logística Reversa, especialmente no tocante a materiais
eletroeletrônicos e pneus inservíveis, bem como a destinação final de óleo de cozinha e
resíduos da construção civil, as soluções compartilhadas podem ser buscadas através dos
consórcios, nos moldes acima já especificados sem as dificuldades e limitações que se
entende existirem para os serviços de coleta seletiva.
A logística para o estabelecimento de pontos de recebimento e transbordo,
processamento ou disposição final destes materiais deve ser desenvolvida para otimizar a
operacionalização. Dessa forma, garantindo os menores custos, as menores distâncias
para o transporte, e considerando ainda a infraestrutura física e de saneamento de cada
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Plano de Coleta Seletiva
100 Gestão Ambiental
município consorciado, a disponibilidade de áreas propícias, o poder econômico-financeiro
das administrações e os aspectos legais, entre outros.
Uma vez que o município de Sorocaba é polo regional em diversos aspectos e
certamente o maior gerador destes resíduos dentre as cidades da RMS e da bacia
hidrográfica em que se insere, é de se supor que eventuais arranjos intermunicipais sofram
direta e sensível influência dessa polaridade, seja na escolha de áreas para as estruturas
físicas de manejo, como no rateio dos custos destas soluções compartilhadas.
2.2.6. Caracterização dos Resíduos Gerados pelos Estabelecimentos
Comerciais
O município de Sorocaba pretende ampliar seu programa de coleta seletiva,
passando a atender outras regiões da cidade. Desde o início de implantação deste serviço,
houve sensíveis avanços. Entretanto, até agora apenas aproximadamente 15% das
unidades residenciais são contempladas e muito pouco de estabelecimentos comerciais. As
metas estabelecidas pelo Plano Municipal de Saneamento Básico e pelo PMGIRS projetam
a ampliação destes serviços com o objetivo de universalizá-los. A curto prazo, em três
anos, pretende-se duplicar a abrangência da coleta seletiva, que hoje contempla cerca de
26.000 unidades residenciais.
Segundo dados da Secretaria de Serviços Públicos, estima-se que 30% do peso e
70% do volume dos resíduos sólidos domiciliares gerados na zona urbana de Sorocaba são
potencialmente recicláveis, o que equivale a 3.500 toneladas a cada mês.
O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos apontou em linhas gerais as
características de composição dos resíduos gerados na área urbana conforme o Gráfico
2.19 e a Tabela 2.18.
Tabela 2.18 - Composição volumétrica e gravimétrica dos resíduos coletados. Material Composição gravimétrica
(%)
Composição volumétrica
(%)
Resto de comida 41,42 6,61
Lixo de jardim 6,76 3,72
Fezes 2,92 0,64
Lixo de banheiro 2,72 3,11
Fralda 3,19 1,23
Papel em bom estado 5,65 6,23
Papel em mau estado 3,21 2,16
Papel Kraft 0,75 2,45
Papelão 5,79 19,00
Embalagem longa vida 1,65 6,05
Embalagem (papel e plástico) 0,25 0,28
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Material Composição gravimétrica
(%)
Composição volumétrica
(%)
Tecido em bom estado 1,96 1,47
Tecido em mau estado 0,80 0,83
Calçado em bom estado 0,26 0,10
Calçado em mau estado 0,21 0,06
Borracha 0,04 0,01
Embalagem metalizada 0,44 0,12
Alumínio (embalagem) 0,16 0,28
Latas de alumínio 0,72 0,42
Ferrosos 0,42 0,22
Latas de aço 0,96 0,98
Vidro (inteiro) 4,79 1,80
Vidro (quebrado) 0,55 0,09
Perigoso 0,53 0,26
Fio 0,77 0,54
Eletrônico 0,59 0,48
Madeira 0,02 0,00
Gesso 0,21 0,05
Cerâmica 0,09 0,01
Entulho 1,80 0,21
Outros 1,08 1,53
PET (incolor) 1,44 6,01
PET (óleo) 0,27 0,85
PET (embalagem) 0,25 1,68
PEAD (filme) 1,96 8,25
PEAD (rígido) 0,97 2,76
PVC 0,43 0,73
PEBD (rígido) 0,05 0,15
PP (filme) 0,37 2,96
PP (rígido) 0,56 1,47
Poliestireno expandido 0,22 1,83
Poliestireno (rígido) 0,31 0,93
Termofixo 0,01 0,00
Outros plásticos (rígido) 0,73 0,92
Outros plásticos (filme) 0,35 1,34
Total 100,00 100,00
Fonte: SANEX, 2011 apud PGIRS Sorocaba, 2014.
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Gráfico 2.19 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba.
Fonte: SANEX, 2011 apud PGIRS Sorocaba, 2014.
Também foi realizada a gravimetria dos resíduos da coleta seletiva para sua
caracterização qualitativa, estampada no Gráfico 2.20.
Gráfico 2.20 - Composição gravimétrica da coleta seletiva de Sorocaba.
Fonte: SANEX, 2011 apud PGIRS Sorocaba, 2014.
Não somente as unidades residenciais devem ter a prestação de serviços
ampliada, mas também se pretende que as áreas predominantemente comerciais sejam
abarcadas pelos serviços de coleta seletiva.
Entretanto, com vistas a implementar o sistema seletivo de coleta também nestas
áreas, criou-se a necessidade de especificação qualitativa dos resíduos gerados em vias
representativas destas regiões.
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Desta forma, a Secretaria de Serviços Públicos selecionou e indicou quais vias e
regiões deveriam ser submetidas à amostragem de seus resíduos depositados em
contêineres ao longo de seus percursos, a saber:
Tabela 2.19 - Avenidas indicadas para amostragem de resíduos com fins de análise gravimétrica.
Av. Antônio Carlos Comitre
Av. Barão do Tatuí
Av. Dr. Afonso Vergueiro
Av. General Carneiro
Av. Ipanema
Av. Itavuvu
Av. Juscelino Kubitschek
Av. São Paulo
Av. Washington Luiz
Av. Armando Pannunzio
Av. Cel. Nogueira Padilha
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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104 Gestão Ambiental
Figura 2.6 - Mapeamento das áreas de coleta de amostras para testes de gravimetria.
Fonte: IBGE, 2010, Prefeitura de Sorocaba, 2014. Org.: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Tais vias são consideradas estratégicas sob o ponto de vista desta investigação,
eis que abrigam atividades comerciais das mais variadas, desde escritórios de prestação
de serviços, mercados, supermercados, lojas, revendas de automóveis, peças e pneus,
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bares, restaurantes etc. Além disso são avenidas de intensa movimentação de veículos e
pedestres.
2.2.6.1. Metodologia
O levantamento gravimétrico de resíduos é um método eficaz para a
caracterização da qualidade dos mesmos e dá subsídios básicos para o planejamento de
sistemas de educação ambiental, segregação de materiais, coleta seletiva, reciclagem,
reaproveitamento energético e destinação final de rejeitos.
MONTEIRO et al, 2001, citado por Glaucia Cardoso de Souza em seu artigo
apresentado no 3º Seminário Regional Sul de Resíduos Sólidos, assim afirma:
“A composição gravimétrica identifica o percentual de cada componente em relação ao total da amostra de lixo analisada. Os componentes mais comuns são: matéria orgânica, metal ferroso, borracha, metal não ferroso, papel, couro papelão alumínio,
pano/trapo, plástico rígido, vidro, madeira, ossos, plástico mole, cerâmica e agregados finos. Portanto, é possível identificar o aproveitamento tanto das frações recicláveis para comercialização, quanto da matéria orgânica para a produção de composto orgânico”
Para a realização da gravimetria dos resíduos depositados nas avenidas
selecionadas, estabeleceu-se, em reunião técnica entre Secretaria de Serviços Públicos e
Consultoria, que a amostragem seria de 20% dos contêineres existentes em cada avenida.
A Tabela 2.20 mostra a extensão de cada avenida objeto de amostragem, o número total
de contêineres existentes em cada uma delas e a quantidade de pontos de coleta de
material.
Tabela 2.20 - Definição do universo de amostragem de contêineres por via.
Avenidas Extensão (m) Contêineres Amostragem (20%)
Antônio Carlos Comitre 1.543 22 4
Barão do Tatuí 1.392 24 5
Dr. Afonso Vergueiro 3.201 17 3
General Carneiro 2.874 31 6
Ipanema 6.228 71 14
Itavuvu 13.862 57 11
Juscelino Kubitschek 1.227 12 2
São Paulo 3.818 29 6
Washington Luiz 2.092 35 7
Armando Pannunzio 2.042 21 4
Cel. Nogueira Padilha 3.000 33 7
TOTAL 41279 352 70
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Estabeleceu-se então que as amostras seriam coletadas em três dias na semana:
segunda, quarta e sextas-feiras, após às 17:00 horas.
Assim, em cada dia de atividade, para a coleta das amostras foram percorridos
41.279 metros de vias e amostrados 70 contêineres.
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Os pontos de coleta foram definidos visando uma distribuição equidistante ao
longo dos percursos, considerando também a existência de contêineres em cada sentido
das avenidas, com vistas à maior representatividade amostral. O relatório fotográfico
encontra-se em anexo.
Visando uma maior fidedignidade dos resultados, optou-se pela coleta diária de
aproximadamente 100 (cem) kg de resíduos de cada via objeto de estudo. Assim, para
cada dia de amostragem (15, 17 e 18 de dezembro) foram coletados resíduos em volumes
suficientes para se aproximar desse peso, distribuindo a coleta por contêiner o mais
equitativamente possível.
As amostras foram então submetidas à avaliação quali-quantitativa, por meio do
método do quarteamento. Trata-se de um novo processo de amostragem, o qual acarreta
a diminuição nos volumes a serem realizados e garante a representatividade de cada
amostra analisada.
As amostras originais foram submetidas ao processo de quarteamento de 2 (duas)
a 3 (três) vezes, garantindo uma amostra final de peso variando entre 10 e 20 Kg,
aproximadamente, para cada via analisada/dia de coleta amostral.
A Tabela 2.21 ilustra esse procedimento, indicando as quantidades totais
analisadas nos três dias de amostragem/via, totalizando-se 0,503 toneladas de material
submetido à análise gravimétrica.
Os trabalhos de análise qualitativa das amostras foram realizados nas manhãs
subsequentes a cada dia de coleta, ou seja, dias 16,18 e 20 de dezembro de 2014. O
relatório fotográfico encontra-se em anexo.
2.2.6.2. Resultados
Para efeitos de caracterização qualitativa proposta, os técnicos da Secretaria de
Serviços Públicos e da Consultoria estabeleceram um parâmetro preliminar de classificação
dos resíduos. Para tanto, foram considerados como materiais recicláveis aqueles que
comumente são segregados para comercialização. Com base na literatura afim e nos
diversos trabalhos já realizados e, conforme a constatação de materiais específicos nas
amostras coletadas, foram construídas as tabelas apresentadas a seguir:
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Tabela 2.21 - Resultado da análise gravimétrica dos resíduos gerados por estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços em kg.
Tipo de Resíduo
Av.
Barão
do
Tatuí
(kg)
Av. Dr.
Afonso
Vergueiro
(kg)
Av.
Itavuvu
(kg)
Av.
Antônio
Carlos
Cômitre
(kg)
Av.
General
Carneiro
(kg)
Av.
Armando
Pannuzio
(kg)
JK
(kg)
AV.
Washington
Luiz (kg)
Av. Cel.
Nogueira
Padilha
(kg)
Av.
São
Paulo
(kg)
Av.
Ipanema
(kg)
Total
Resto de Alimento 25 26 7,5 6,6 19,5 3,81 22,9 24,9 10 16,7 32,4 195,31
Rejeito1 5,3 9,35 5,85 21,8 14,3 8,75 10,1 17,7 6,6 11,75 8,4 119,9
Papelão 1,5 0,05 0,5 0,76 0,62 1,4 2,9 1,52 2,12 1,8 1,9 15,07
Papel 1,7 2,45 5,7 4,1 9,65 3,7 0,66 4,6 8,5 1,3 3,25 45,61
Tetra Pak 0,09 0,09 0,18 0,27 0,24 0,09 0,21 0,03 0,09 0,24 0,57 2,1
Alumínio Lata 0,016 0,532 0,444 0,32 0,016 0,058 0,272 0,137 0,064 0,452 0,016 2,327
Sucata metálica 0,5 0,3 0,15 0,126 1,11 - 0,06 - - 0,6 0,71 3,556
Vidro 4 0,18 - 0,18 3,3 - 0,45 5,6 3,132 4,41 4,2 25,452
PET2 0,02 0,4 0,7 0,9 0,65 0,58 1,05 1,25 0,75 1,5 0,35 8,15
PEAD3 0,32 2,45 1,6 3,4 2,5 5,45 1,02 1,4 1,35 1,24 0,8 21,53
PET – Óleo 0,032 0,032 - - - 0,5 - - - - 0,032 0,596
Sacos Plásticos 1,1 0,2 2 2,15 1,55 4,45 2,6 1,75 3,15 1,25 2 22,2
Isopor 0,05 0,08 0,04 0,15 0,274 0,03 0,105 0,105 0,09 0,06 0,05 1,034
Madeira 0,01 - - - 2 - - - - - 0,4 2,41
REE4 0,016 - 4,016 - 0,035 1,01 - - - - 0,016 5,093
Tecido 0,3 - - 0,025 - 7,7 - 0,8 0,1 1,05 0,3 10,275
Resíduo Verde - - 4,9 0,15 0,1 - - - - - 1,4 6,55
Perigoso5 - - - - 0,25 - - - - - - 0,25
Borracha - - - - - 0,45 - - 0,09 - - 0,54
1 Rejeito: Considerou-se como rejeitos as fezes, materiais oriundos de sanitários e papéis contaminados e/ou inutilizáveis 2 PET: Polietilenotereftalato - Usualmente utilizado para fabricação de garrafas plásticas 3 PEAD: Polietileno de Alta Densidade – Conhecido por plástico duro, utilizado em embalagens 4 REE: Resíduo eletroeletrônico 5 Perigoso: Lâmpadas fluorescentes
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RCC1 - - - - - 3 - 2,5 - 0,4 - 5,9
PVC2 - - - - - 0,06 - - - - - 0,06
Rafia - - - - - 0,5 - - 0,8 - - 1,3
Estopa - - - - - 4,5 - - 0,025 - - 4,525
Lã de Vidro - - - - - - - - 4 - - 4
Total 39,954 42,114 33,58 40,931 56,095 46,038 42,327 62,292 40,861 42,752 56,794 503,738
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Tabela 2.22 - Resultado da análise gravimétrica dos resíduos gerados por estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços em percentual (peso).
Material Av. Barão do
Tatuí
Av. Dr.
Afonso
Vergueiro
Av.
Itavuvu
Av.
Antônio
Carlos
Cômitre
Av.
General
Carneiro
Av.
Armando
Pannuzio
JK
AV.
Washington
Luiz
Av. Cel.
Nogueira
Padilha
Av. São
Paulo
Av.
Ipanema
Resto de
Alimento
62,57% 61,74% 22,33% 16,12% 34,76% 8,28% 54,10% 39,97% 24,47% 39,06% 57,05%
Rejeito 13,27% 22,20% 17,42% 53,26% 25,49% 19,01% 23,86% 28,41% 16,15% 27,48% 14,79%
Papelão 3,75% 0,12% 1,49% 1,86% 1,11% 3,04% 6,85% 2,44% 5,19% 4,21% 3,35%
Papel 4,25% 5,82% 16,97% 10,02% 17,20% 8,04% 1,56% 7,38% 20,80% 3,04% 5,72%
Tetra Pak 0,23% 0,21% 0,54% 0,66% 0,43% 0,20% 0,50% 0,05% 0,22% 0,56% 1,00%
Alumínio Lata 0,04% 1,26% 1,32% 0,78% 0,03% 0,13% 0,64% 0,22% 0,16% 1,06% 0,03%
Sucata
(Alumínio)
1,25% 0,71% 0,45% 0,31% 1,98% 0,00% 0,14% 0,00% 0,00% 1,40% 1,25%
Vidro 10,01% 0,43% 0,00% 0,44% 5,88% 0,00% 1,06% 8,99% 7,67% 10,32% 7,40%
PET 0,05% 0,95% 2,08% 2,20% 1,16% 1,26% 2,48% 2,01% 1,84% 3,51% 0,62%
PEAD 0,80% 5,82% 4,76% 8,31% 4,46% 11,84% 2,41% 2,25% 3,30% 2,90% 1,41%
PET - Óleo 0,08% 0,08% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,06%
Sacos
Plásticos
2,75% 0,47% 5,96% 5,25% 2,76% 9,67% 6,14% 2,81% 7,71% 2,92% 3,52%
Isopor 0,13% 0,19% 0,12% 0,37% 0,49% 0,07% 0,25% 0,17% 0,22% 0,14% 0,09%
1 RCC: Resíduo da Construção Civil 2 PVC: Policloreto de Vinila – Altamente empregado na construção civil
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Material Av. Barão do
Tatuí
Av. Dr.
Afonso
Vergueiro
Av.
Itavuvu
Av.
Antônio
Carlos
Cômitre
Av.
General
Carneiro
Av.
Armando
Pannuzio
JK
AV.
Washington
Luiz
Av. Cel.
Nogueira
Padilha
Av. São
Paulo
Av.
Ipanema
Madeira 0,03% 0,00% 0,00% 0,00% 3,57% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,70%
REE 0,04% 0,00% 11,96% 0,00% 0,06% 2,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,03%
Tecido 0,75% 0,00% 0,00% 0,06% 0,00% 16,73% 0,00% 1,28% 0,24% 2,46% 0,53%
Resíduo Verde 0,00% 0,00% 14,59% 0,37% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,47%
Perigoso 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,45% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Borracha 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,98% 0,00% 0,00% 0,22% 0,00% 0,00%
RCC 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 6,52% 0,00% 4,01% 0,00% 0,94% 0,00%
PVC 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,13% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Rafia 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,09% 0,00% 0,00% 1,96% 0,00% 0,00%
Estopa 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 9,77% 0,00% 0,00% 0,06% 0,00% 0,00%
Lã de Vidro 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 9,79% 0,00% 0,00%
Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 98,92% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Conforme é possível verificar, o material orgânico oriundo de restos alimentares formam a maior parcela de resíduos identificada na
grande maioria das avenidas em estudo. As exceções foram as avenidas Antônio Carlos Comitre e Armando Panuzio que apresentaram como
parcelas mais significativas os rejeitos, com 53,23% e 19,01% respectivamente.
Os Gráfico 2.21 a 2.30 apresentam os resultados da gravimetria para cada uma das vias amostradas, considerando a composição em
peso.
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Gráfico 2.21 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Barão do Tatuí.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Gráfico 2.22 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Dr. Afonso Vergueiro.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Gráfico 2.23 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Itavuvu.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Gráfico 2.24 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. General Carneiro
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Gráfico 2.25 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Armando Pannuzio.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Gráfico 2.26 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Juscelino Kubitschek.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Gráfico 2.27 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Washington Luiz
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Gráfico 2.28 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Cel. Nogueira Padilha.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Gráfico 2.29 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. São Paulo.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Gráfico 2.30 - Composição gravimétrica dos resíduos gerados na Av. Ipanema.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Depois de restos alimentares, os resíduos mais presentes nas amostras coletadas
foram aqueles considerados rejeitos, ou seja, aqueles cuja segregação para fins de
reciclagem ou outro tipo de reaproveitamento não é viável sob o ponto de vista ambiental,
econômico ou de saúde pública. Nas análises realizadas neste estudo considerou-se como
rejeitos essencialmente as fezes, materiais oriundos de sanitários e papéis contaminados
e/ou inutilizáveis.
A Tabela 2.23 e o Gráfico 2.31 apresentam os dados médios obtidos considerando
todas as avenidas objetos da amostragem. Note-se que a matéria orgânica alimentar foi,
em média, o tipo de resíduo mais presente nas amostras coletadas, apresentando uma
porcentagem de 38,22%. Os rejeitos, com 23,76%, formam a segunda maior parcela dos
materiais analisados. Papéis recicláveis estão presentes na proporção de 9,16% e papelões
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em 3,04%. Vidros, PEAD e sacos plásticos são as parcelas que se apresentaram com
4,74%, 4,39% e 4,54%, respectivamente. Garrafas PET estão presentes em 1,65% das
amostras.
Tabela 2.23 - Composição gravimétrica (em peso) dos resíduos gerados por estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços.
Tipo de Resíduo Média (peso)
Restos de Alimento 38,22%
Rejeito 23,76%
Papelão 3,04%
Papel 9,16%
Tetra Pak 0,42%
Alumínio Lata 0,52%
Sucata (Alumínio) 0,68%
Vidro 4,74%
PET 1,65%
PEAD 4,39%
PET – Óleo 0,02%
Sacos Plásticos 4,54%
Isopor 0,20%
Madeira 0,39%
REE 1,30%
Tecido 2,00%
Resíduo Verde 1,60%
Perigoso (Lâmpadas Fluorescentes) 0,04%
Borracha 0,11%
RCC 1,04%
PVC 0,01%
Rafia 0,28%
Estopa 0,89%
Lã de Vidro 0,89%
Total 100%
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
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Gráfico 2.31 - Composição gravimétrica média dos resíduos gerados por
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
A Tabela 2.24 e o Gráfico 2.32 sintetizam a composição gravimétrica dos resíduos
gerados nestas avenidas de forma a indicar o potencial de segregação, coleta seletiva e
reciclagem que estas porções possuem, mostrando que 31,71% desses materiais podem
ser reaproveitados.
Tabela 2.24 - Composição gravimétrica média dos resíduos gerados por
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (considerando o total de material
reciclável).
Material Média
Resto de Alimento 38,22%
Rejeito 23,76%
Recicláveis 31,71%
Outros 6,22%
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
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Gráfico 2.32 - Composição gravimétrica média dos resíduos gerados por
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (considerando o total de material reciclável).
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Assim, considerando as avenidas objeto de amostragem como as mais
significativas em relação aos resíduos gerados pelos estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços, pode-se, em princípio e dentro dos limites desse estudo, apontar
como potencialmente viável a ampliação do sistema de coleta seletiva nas regiões de
abrangência dessas vias.
Na próxima fase do Plano Municipal de Coleta Seletiva serão apresentadas
considerações mais detalhadas quanto às eventuais condicionantes desse perfil traçado
com a gravimetria. Também serão apontadas as possíveis ações para uma melhor gestão
desses resíduos.
2.2.7. Poder Calorífico Superior (PCS) e o Poder Calorífico Inferior (PCI)
Um dos grandes desafios da atualidade nas questões ambientais é a destinação
adequada dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Os volumes gerados, tanto nas pequenas
como médias e grandes cidades, crescem vertiginosamente a cada ano e, no caso do Brasil,
a maioria dos municípios ainda não consolidou o modelo de gestão necessário que garanta
o melhor tratamento desses resíduos.
Em nosso país, historicamente os RSU sempre foram destinados a locais de
acumulação, os chamados “lixões”, sem quaisquer preocupações com tratamento, controle
dos subprodutos gerados, implicações ambientais e sociais decorrentes.
Portanto, há de se considerar recentes as primeiras ações efetivas, seja no campo
da investigação científica, seja no âmbito da administração pública e arcabouço legal, que
vieram estabelecer um novo paradigma para as questões ambientais, especificamente no
tocante à gestão de resíduos.
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118 Gestão Ambiental
O corpo de normas técnicas para a gestão de RSU vem se consolidando ao longo
das últimas décadas.
Entretanto, com a entrada em vigor da Lei 12.305/10 que estabeleceu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é que, efetivamente, se verificou uma ampla
movimentação nos três níveis de governo, no sentido do planejamento e implantação de
medidas específicas de gestão.
A PNRS estabeleceu importantes princípios a serem observados para o setor, com
ênfase na visão sistêmica a ser empregada na gestão de RSU, onde devem ser
consideradas as variáveis ambiental juntamente com a social, cultural, econômica,
tecnológica e de saúde pública (art. 6º, III).
Para efeito do abordado no presente item do Plano Municipal de Coleta Seletiva
de Sorocaba, pode-se destacar dentre as várias diretrizes e dispositivos constantes da
referida lei, aqueles que: indicam a necessidade de “eco eficiência” de bens e serviços
relacionados à gestão de RS (art. 6º, V); os incisos II e IV do artigo 7º que tratam
respectivamente da disposição final ambientalmente adequada de RS e da adoção de
tecnologias que visem a minimização de impactos ambientais; e ainda os parágrafos 1º e
2º do artigo 9º que preconizam a utilização de tecnologias de recuperação energética dos
RSU.
Aterros sanitários têm sido a opção mais econômica para a destinação dos resíduos
sólidos urbanos. Ao rigor da legislação atual, entretanto, apenas os resíduos considerados
rejeitos podem efetivamente ser destinados a aterros sanitários. A PNRS preconizou a
adoção de medidas de redução da geração de resíduos e especialmente as de reutilização
e reciclagem de materiais, tudo visando a diminuição dos volumes descartados e dos
impactos ambientais nas áreas de disposição final.
Assim, apesar de mais econômica, a criação de novos aterros sanitários deve levar
em consideração a necessidade de redução drástica e progressiva na destinação de
materiais para estas áreas.
A despeito do intenso incentivo governamental aos programas de coleta seletiva
e comercialização dos materiais recicláveis com inclusão social dos catadores, urge estudar
novas tecnologias de tratamento dos resíduos como forma alternativa e futura para a
destinação dos mesmos.
Nesse sentido, há de se estabelecer um banco de dados suficiente para que estas
alternativas possam ser vislumbradas ao longo do tempo. A determinação dos valores de
Poder Calorífico é uma das informações úteis e necessárias para embasar estudos
posteriores.
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119 Gestão Ambiental
2.2.7.1. Poder Calorífico dos resíduos sólidos
Poder Calorífico é o indicador da capacidade de geração de energia a partir dos
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Trata-se de índice que mede a quantidade de energia
liberada por unidade de massa ou volume de um material.
Duas medidas são comumente consideradas: Poder Calorífico Superior (PCS) e
Poder Calorífico Inferior (PCI). A primeira, retrata a quantidade de calor produzida por 1
Kg de combustível quando em combustão completa e com o resfriamento dos gases de
descarga suficiente para a condensação do vapor d’água. A segunda medida, que é a que
mais interessa para as tecnologias mais acessíveis de recuperação energética, igualmente
mede esta quantidade de energia, com resfriamento dos gazes somente até o ponto de
ebulição da água. Por se tratar de uma característica dos resíduos, levantou-se o PCI e
PCS dos resíduos gerados em Sorocaba.
No presente Plano Municipal de Coleta Seletiva do Município de Sorocaba não se
tem o escopo de estabelecer um tratamento ou mesmo um estudo aprofundado do
potencial de recuperação energética dos resíduos gerados. Ao contrário, ao trazer a lúmen
os dados relativos ao Poder Calorífico dos RSU, objetivou-se acrescentar mais um subsídio
importante para novas e futuras investigações e projeções. Tais estudos deverão ser
desenvolvidos meticulosa e adequadamente à medida que se opte pelo direcionamento das
ações nesse sentido.
Considerando o critério do PMGIRS e da PNRS, que define as prioridades de não
geração, redução, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada, o
levantamento do Poder Calorífico considerou as seguintes premissas:
• 1ª poder calorífico do resíduo como um todo (orgânico + inorgânicos) para
fins de caracterização dos resíduos e comparação dos resultados obtidos
no estudo com a bibliografia existente sobre o assunto, inclusive validando
a metodologia adotada e a técnica de análise.
• 2ª poder calorífico orgânico + rejeito, visando a adoção da prática da Rota
Tecnológica na gestão de resíduos, ou seja, esse levantamento tem a
finalidade de fornecer subsídios para posteriores estudos que pretendam
verificar a viabilidade de utilização de tecnologias para tratamento dos
materiais que não puderem ser aproveitados/reciclados.
Os resultados aqui apresentados tratam-se, portanto, de importantes variáveis a
serem consideradas no planejamento estratégico para a gestão de RSU.
2.2.7.2. Metodologia de amostragem
A Secretaria de Serviços Públicos do Município de Sorocaba estabeleceu os
critérios de amostragem dos resíduos para a determinação do Poder Calorífico. Em reunião
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120 Gestão Ambiental
de trabalho da equipe técnica da SSP e Consultoria, foram selecionadas as regiões e vias
para as coletas de material, as quais ainda não foram contempladas com os serviços de
coleta seletiva, a saber:
-Zona Oeste: Conquista, Lamartine Babo, José Barbosa dos Santos
-Zona Noroeste: Alpheu Castro Santos e Célio Moraes Lobo
-Zona Norte: Luiz Ribeiro Filho, Ismael Toledo Filho, Padre José Zanola e
Henrique Fiori
-Zona Nordeste: Xavier de Toledo e José Joaquim de Lacerda
-Zona Leste: Professor Nelson Guedes, Montevidéu e Granada
-Zona Centro/Sul: São Bento, Rua da Penha e Doutor Artur Gomes
As amostras foram coletadas durante o dia, diretamente dos resíduos dispostos
em sacolas nas frentes das residências. Nas regiões Centro/Sul e Nordeste, foram
selecionadas sacolas com a predominância de resíduos orgânicos e rejeitos. Nas demais
regiões foram coletadas amostras de sacolas contendo resíduos orgânicos e inorgânicos,
conforme Tabela 2.25 e 2.7 a seguir.
Tabela 2.25 - Tipologia de resíduos amostrados para análise de poder calorífico.
Ruas Zona de Coleta Tipo de Amostra
Rua Conquista Oeste Orgânicos + Inorgânicos
Rua Lamartine Babo Oeste Orgânicos + Inorgânicos
Rua José Barbosa dos Santos Oeste Orgânicos + Inorgânicos
Rua Alpheu Castro Santos Noroeste Orgânicos + Inorgânicos
Rua Célio Moraes Lobo Noroeste Orgânicos + Inorgânicos
Rua Luiz Ribeiro Filho Norte Orgânicos + Inorgânicos
Rua Ismael Toledo Filho Norte Orgânicos + Inorgânicos
Rua Padre José Zanola Norte Orgânicos + Inorgânicos
Rua Henrique Fiore Norte Orgânicos + Inorgânicos
Rua Xavier de Toledo Nordeste Orgânicos + Rejeitos
Avenida José Joaquim de Lacerda Nordeste Orgânicos + Rejeitos
Rua Professor Nelson Guedes Leste Orgânicos + Inorgânicos
Rua Montevidéu Leste Orgânicos + Inorgânicos
Rua Granada Leste Orgânicos + Inorgânicos
Rua São Bento Centro/Sul Orgânicos + Rejeitos
Rua da Penha Centro/Sul Orgânicos + Rejeitos
Rua Doutor Arthur Gomes Centro/Sul Orgânicos + Rejeitos
Rua Manoel Lourenço Rodrigues Noroeste Orgânicos + Inorgânicos
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
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121 Gestão Ambiental
Figura 2.7- Mapeamento dos locais de amostragem para análise de poder calorífico.
Fonte: IBGE, 2010; DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Em cada via, foram coletadas 03 (três) amostras aleatórias, cada uma contendo
em média 2 Kg cada. Tais amostras foram unificadas de acordo com a procedência (vias)
e enviadas ao laboratório para as análises respectivas quando então foram
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122 Gestão Ambiental
homogeneizadas de acordo com a região de procedência (norte, oeste, leste, nordeste,
noroeste e centro/sul).
Para a realização das análises laboratoriais as amostras foram encaminhadas ao
Laboratório BIOAGRI-Mérieux NutriSciences Company, unidade de Piracicaba, empresa
contratada pela Consultoria especialmente para este fim. As coletas de amostras foram
realizadas no dia 15 de dezembro de 2014, conjuntamente pelos técnicos do laboratório e
da DRZ-Consultoria, cujas atividades são retratadas no relatório fotográfico em anexo.
2.2.7.2.1. Análises laboratoriais
Em laboratório, as amostras foram submetidas às análises técnicas conforme as
seguintes especificações:
-Amostragem conforme SMWW, 22ª Edição, 2012 – Método 1060 e POP LB 010
para matrizes líquidas, CETESB 6300, 1999 e POP LB 011 para solo, EPA-823-B-01-
002:2001 e POP LB 011 para sedimento e ABNT-NBR 10007:2004 e POP LB 001 para
resíduos industriais;
-Análises conforme a última versão do Standart Methods for the Examination of
Water e Wastewater 22nd 2012 (SMWW) EPA e ABNT.
-Porcentagem de sólidos e cinzas: POP PA 058 – Rer. 02
-Poder Calorífico: POP PA 143 – Ver 05
-Equipamentos de análise de PCI/PCS- referência normativa a ASTM-D240, e
referências bibliográficas para a metodologia e o manual de instruções do equipamento:
Poder Calorífico - Modelo: PARR 6400 CALORIMETER.
2.2.7.2.2. Resultados
Os resultados das análises são devidamente descritos nos laudos-relatórios de
ensaio apresentados em anexo, devidamente firmados pelos técnicos responsáveis.
Conforme especificado nesses laudos, as amostras apresentaram resultados
analíticos distintos, compilados sinteticamente na Tabela 2.6.2.
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123 Gestão Ambiental
Tabela 2.26 - Análise do Poder Caloríferos dos resíduos sólidos por área de amostragem.
Setor urbano de
Amostragem
Tipo de
amostra Umidade
Poder Calorífico
Inferior
(Kcal/Kg)
Poder Calorífico
Superior
(Kcal/Kg)
Setor-01
Zona Oeste
Orgânicos +
inorgânicos 66,4 4490 4850
Setor-02
Zonas Noroeste e
Norte
Orgânicos +
inorgânicos 78,4 5000 5400
Setor-03
Zona Nordeste
Orgânicos +
rejeitos 24,7 1840 1990
Setor-04Zona
Leste
Orgânicos +
inorgânicos 85,1 4440 4800
Setor-05
Zona Centro/Sul
Orgânicos +
rejeitos 27,00 1990 2150
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2014.
Note-se que os resultados obtidos de Poder Calorífico das amostras
predominantemente de resíduos orgânicos e inorgânicos, dos setores 01, 02 e 04 atingiram
medições maiores do que as obtidas nos Setores 03 e 05 cujas constituições predominantes
eram de resíduos orgânicos e rejeitos.
Se considerarmos separadamente os setores 01, 02 e 04 (amostras com resíduos
orgânicos e inorgânicos) e os setores 03 e 05 (amostras com resíduos orgânicos e rejeitos),
temos as seguintes médias constantes das Tabelas 2.6.3 e 2.6.4:
Tabela 2.27 - Análise do Poder Calorífico dos rejeitos orgânicos e inorgânicos.
Setor urbano de
Amostragem
Umidade Poder Calorífico
Inferior (Kcal/Kg)
Poder Calorífico
Superior (Kcal/Kg)
Setor-01
Zona Oeste
66,4 4490 4850
Setor-02
Zonas Noroeste e
Norte
78,4 5000 5400
Setor-04 Zona Leste 85,1 4440 4800
MÉDIA 76,63 4643 5016
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Tabela 2.28 - Análise do Poder Calorífico dos rejeitos orgânicos e rejeitos
Setor urbano de
Amostragem
Umidade Poder Calorífico
Inferior (Kcal/Kg)
Poder Calorífico
Superior (Kcal/Kg)
Setor-03 Zona
Nordeste
24,7 1840 1990
Setor-05 Zona
Centro/Sul
27,00 1990 2150
MÉDIA 25,85 1915 2070
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Destes dados pode-se concluir que os resíduos domiciliares urbanos destas
regiões, quando compostos de materiais diversos, incluindo orgânicos e materiais
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124 Gestão Ambiental
recicláveis, atingem medições de Poder Calorífico bem superior aos resíduos cuja presença
de materiais recicláveis é ínfima.
2.2.8. Diagnósticos da logística de movimentação dos resíduos de coleta
seletiva
Em Sorocaba, existiam até recentemente quatro cooperativas atuantes para coleta
seletiva: CORESO, ECOESO, REVIVER e CATARES. Porém as três últimas, uniram-se
informalmente para constituir a Central de Reciclagem da Zona Oeste (CRZO), na qual os
cooperados, estrutura física, maquinários e equipamentos, estão alocados em um mesmo
espaço para execução da coleta seletiva nos setores Centro-Sul, Noroeste e Nordeste de
Sorocaba. No entanto cada cooperativa ainda possui seu Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas (CNPJ).
Portanto para a caracterização da logística de movimentação dos resíduos de
coleta seletiva, serão consideradas as duas cooperativas: CORESO E CRZO.
Na Figura 2.8 é possível observar a abrangência de coleta dos resíduos recicláveis
pelas cooperativas, no município de Sorocaba.
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125 Gestão Ambiental
Figura 2.8– Abrangência de Coleta Seletiva da CORESO e CRZO em Sorocaba.
Fonte: IBGE, 2010; Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2014. Org.: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Juntamente com a CORESO, existe a Divisão de Polímeros de Polipropileno (PP) e
Polietileno (PE) e a Divisão de Óleo, que foram instalados devido a parcerias com o
CEADEC, Petrobrás, BNDES e a Rede Cata Vida.
Os resíduos eletroeletrônicos são encaminhados para o Núcleo Ambiental de
Resíduos Eletroeletrônicos, onde manejo é realizado por cooperados da Cooperativa
Reviver, que constitui a CRZO.
2.2.8.1. Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (CORESO)
A Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (CORESO), com apoio do Centro de
Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania (CEDEC), iniciou a coleta
seletiva no munícipio de Sorocaba em 1999. O projeto piloto foi primeiramente implantado
com o apoio da comunidade Cristo Rei e a organização dos desempregados e catadores da
região.
A experiência da coleta seletiva na região foi positiva, de forma a se expandir para
outras regiões. Com o crescimento, a Cooperativa de Reciclagem da Zona Norte de
Sorocaba transformou-se em Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (CORESO).
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126 Gestão Ambiental
Em 2005, a parceria com a Petrobras também permitiu que o CEADEC e a CORESO
desenvolvessem um projeto-piloto na região leste do município, onde implantou-se a
coleta seletiva porta a porta, com a adesão de novos catadores.
A Cooperativa chegou a abranger a coleta de 18.000 residências, contando com o
auxílio de 146 cooperados e uma coleta mensal aproximada de 240 toneladas de materiais
recicláveis. No entanto, o comércio de materiais recicláveis teve queda nos preços em
virtude de crises, em consequência esses números chegaram a 70 toneladas/mês com 30
cooperados. Atualmente a CORESO possui 78 cooperados, com rendimento mensal líquido
individual em média de R$ 700,00, e 40 horas semanais de trabalho. Na Tabela 2.29, é
possível observar o quadro de cooperados:
Tabela 2.29 – Descrição da função e quantidade de cooperados.
Função - Cooperados Quantidade
Cooperados facilitadores 4
Cooperados/ coleta zona Leste 13
Cooperados/ coleta zona Norte 11
Prensa com ajudante/ zona Norte 5
Prensa com ajudante/ zona Leste 2
Triagem/ Norte 13
Triagem/ Leste 11
Auxiliares Galpão – Zona Leste 4
Auxiliares Galpão – Zona Norte 4
Cooperados CORESO / Rede Cata-Vida 11
Total 78
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
2.2.8.1.1. Abrangência de coletas
A coleta é realizada nas zonas Leste, Oeste e Norte de Sorocaba. Para tanto, a
triagem, prensagem e distribuição para comercialização são realizadas em galpões
divididos em núcleos. A CORESO possui 4 núcleos de triagem, sendo 3 implantados em
terrenos cedidos pela Prefeitura para a cooperativa e 1 alugado pela Prefeitura que assume
as despesas de água, luz, IPTU, visando ao desenvolvimento das atividades de triagem de
resíduos e reciclagem, conforme descrito:
• Núcleo Zona Leste – Rua Encarnação Rando Castecculi, nº 70, Vila Colorau
– Sorocaba/SP;
• Núcleo Norte – ITAVUVU – Rua Itavuvu, nº 2.853, Jardim Santa Cecília,
Sorocaba/SP;
• Núcleo Zona Norte – VITÓRIA RÉGIA – Rua José Henrique Dias, nº 215,
Parque Vitória Régia, Sorocaba/SP.
• Rua Chile, nº 401, Jd. Barcelona, Sorocaba/SP
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Figura 2.9 – Mapa indicativo das rotas de coleta seletiva por dia, realizadas pela CORESO.
Fonte: IBGE, 2010; CORESO, 2015. Org.: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Devido a questões físicas de infraestrutura e atos de vandalismo, encontra-se
subutilizado o Núcleo Norte - Vitória Régia.
Os equipamentos existentes na Zona Leste e Zona Norte – Itavuvu, estão
discriminados nas tabelas a seguir e no relatório fotográfico em anexo (ANEXO 5).
Tabela 2.30 – Equipamentos e Patrimônios Físicos do Núcleo Leste.
Quantidade Equipamentos/Patrimônio Físicos Origem do Recurso
01 Galpão com área construída de 2.000 m² Construção com recursos do
BNDES em área pública com
concessão de uso de 30 anos
2 Caminhões alugados pelo município, marca
Ford Cargo 815, toco, equipados com baú,
capacidade de carga de 4 toneladas.
01 Prensa Empréstimo da Rede Cata Vida
02 Prensa Cessão da Prefeitura Municipal
03 Balanças Cessão da Prefeitura Municipal
02 Paleteira hidráulica Cessão da Prefeitura Municipal
02 Elevador de fardo próprio Recurso próprio
16 Bancas de separação Cessão da Prefeitura Municipal
01 Esteira Elétrica de 25 metros para 16
pessoas
01 Fragmentadora de papel Recurso próprio
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128 Gestão Ambiental
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Tabela 2.31 – Equipamentos e Patrimônios Físicos do Núcleo Norte – Itavuvu.
Quantidade Equipamentos/Patrimônio Físico Origem do Recurso
01 Galpão de 1.500 m² Alugado pela Prefeitura Municipal
01 Caminhão alugado pelo município, marca
Ford Cargo 815, toco, equipado com baú,
capacidade de carga de 4 toneladas
Alugado pela Prefeitura Municipal
01 Caminhão próprio marca Volkswagen modelo
8.160, toco, ano de fabricação 2012,
equipado com gaiola, capacidade de carga de
4,3 toneladas
Adquirido com recursos da
FUNASA
01 Caminhão próprio, marca Ford Cargo 815,
toco, ano de fabricação 2008, equipado com
gaiola, capacidade de carga de 4 toneladas
BNDES
01 01 veículo próprio, tipo triciclo, marca
Gurgel, ano de fabricação 2013, equipado
com gaiola, capacidade de carga de 1,2
toneladas
Adquirido com recursos da
FUNASA
01 Empilhadeira Cessão da Prefeitura Municipal
02 Prensas Cessão da Prefeitura Municipal
01 Balança Cessão da Prefeitura Municipal
01 Carrinho de Armazém Cessão da Prefeitura Municipal
01 Carrinho Hidráulico Cessão da Prefeitura Municipal
01 Elevador de fardos Cessão da Prefeitura Municipal
01 Fragmentador de papel próprio Recurso próprio
14 Bancas de separação Cessão da Prefeitura Municipal
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Além dos núcleos para divisão e manejo dos materiais recicláveis, a CORESO e o
CEADEC possuem uma concessão de direito real de uso por 30 anos de área pública de
3.697,39 m², conforme a Lei nº 9.381, de 29 de novembro de 2010. O local é dotado com
1 galpão de 500 m² onde funciona a Divisão Polímeros PP (Polipropileno) e PE (Polietileno)
e uma área construída de 50m² no qual funciona a Divisão de Óleo, com equipamentos da
Rede Cata-Vida.
O galpão de Divisão de Polímeros e de Óleo é localizado na rua Chile.
O resíduo de óleo é coletado nas residências e geradores comerciais e
encaminhado para a Divisão de Óleo. O beneficiamento do óleo residual é realizado por
um processo de filtragem e clarificação para eventual comercialização.
A implantação das unidades de beneficiamento do óleo residual de fritura – Divisão
de Óleo – e dos polímeros – Divisão Polímeros – é o resultado de uma parceria firmada
entre o Ceadec e a Petrobrás em uma das fases do Projeto Cata-Vida.
A parceria firmada entre o Ceadec e a Petrobras em uma das fases do projeto
Cata-Vida permitiu a implantação das unidades de beneficiamento do óleo residual de
fritura – Divisão Óleo e dos polímeros – Divisão Polímeros. Com parceria do BNDES, foi
possível instalar um transformador e uma cabine que são necessários para o
funcionamento da Divisão de Polímeros, cujas fotos encontram-se em anexo.
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No processo de beneficiamento dos Polímeros PP e PET ocorre a trituração,
lavagem, secagem e extrusão dos plásticos em granulados.
2.2.8.1.2. Quantidade de Material Coletado
Segundo a CORESO, a coleta dos materiais recicláveis é realizada porta a porta,
no mínimo uma vez por semana, em 12.936 residências e geradores coletivos das zonas
Leste, Norte e Oeste. A Cooperativa não informou quais os locais em que as coletas são
feitas com maior frequência. Em 2013, foram coletadas em média:
- Zona Oeste: 20 toneladas/mês;
- Zona Leste: 60 toneladas/mês;
- Zona Norte: 49 toneladas/mês.
De todo material coletado, 51% são provenientes de domicílios, 8% de
estabelecimentos comerciais, 2% de industrias, 36,5% de condomínios residenciais e 2,5%
de hospitais, receita federal, correios, cartórios entre outros, conforme o Gráfico 2.33.
Gráfico 2.33 - Origem do material coletado pela CORESO.
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Segundo os dados fornecidos pela CORESO, em média são coletados 167.250 kg
ao mês, sendo comercializados apenas 79% (132.191,4 kg/mês). O valor comercializado
produz uma receita mensal de R$ 78.780,24/mês. Na Tabela 2.32, é possível observar tais
descrições por tipologia dos resíduos.
Tabela 2.32 - Quantidade média mensal de material coletado, comercializado e a receita
arrecadada por tipologia.
Material Quantidade
(kg/mês) -
Coletados
Quantidade
(kg/mês) -
Comercializados
Receita
Arrecadada
(R$/mês)
Papel/Papelão 110.000 88.224,60 32.650,50
Plástico 30.000 21.762,40 40.260,44
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Vidro 10.000 9.483,84 948,38
Metal 12.000 11.483,15 3.559,77
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Tabela 2.33 - Quantidade média mensal de material coletado, comercializado e a receita arrecadada por tipologia (continuação)
Material
Quantidade
(kg/mês) -
Coletados
Quantidade
(kg/mês) -
Comercializados
Receita
Arrecadada
(R$/mês)
Óleo de Cozinha usado 1.550 1.237,41 1.361,15
Rejeitos 200 -
Materiais sem
comercialização
3.500 -
Total 167.250 132.191,4 (79% do
coletado)
78.780,24
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Os materiais, antes de serem comercializados, são submetidos a processamentos
específicos por tipo, conforme Tabela abaixo:
Tabela 2.34 - Processamento do material reciclável.
Material Tipo de Processamento
Papel/Papelão Segregação, trituração, prensa e comercialização
Diversos tipos de
Plásticos
Segregação e prensa. Os polímeros PP (Polipropileno) e PE (Polietileno)
são encaminhados para a Divisão Polímeros da Rede Solidária Cata-Vida
onde passam por um processo de moagem, lavagem, secagem e
extrusão e são comercializados como matéria-prima para as indústrias.
Vidro Apenas segregação e comercialização
Metal Apenas segregação e comercialização
Óleo de cozinha
usado
O óleo residual de Fritura é coletado nas residências e em geradores
coletivos e encaminhado para a Divisão Óleo da Rede Solidária Cata-
Vida, onde passa por um processo de filtragem e clareamento e
comercializado para empresas que produzem ração animal.
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
2.2.8.1.3. Diretoria da CORESO
A diretoria da CORESO é apresentada na Tabela 2.35:
Tabela 2.35 – Composição da Diretoria da CORESO – mandado de 08/04/2014 à
08/04/2016.
Conselho Administrativo
Presidente Patrícia de Sene
Secretário Geral Darci de Oliveira
Tesoureiro Shirlei dos Santos Nascimento
Suplentes
1ª Vogal José Augusto Rodrigues de Moraes
2ª Vogal Alessandra Lopes
3ª Vogal Regi Selene Picolotto Muczinski
Conselho Fiscal - Efetivos
Odilon Roberto Bom
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José Carlos de Lima
Celina Zanirato de Almeida
Conselho Fiscal - Suplentes
Zilda Paiva e Silva
Fátima Aparecida de Ribeiro Costa
Ana Maria Carneiro
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
2.2.8.1.4. Faixa etária dos cooperados
Os 40 cooperados do gênero feminino possuem entre 19 e 57 anos. Porém entre
os 38 cooperados masculinos, a faixa etária varia entre 18 anos e 65 anos.
Para executar os trabalhos, os cooperados recebem Equipamento de Proteção
Individual (EPI’s) como máscaras descartáveis, luvas, protetores auriculares, protetor solar
e uniforme (camiseta e boné).
2.2.8.1.5. Programa de formação junto aos cooperados
Com o apoio do Centro de Estudo de Apoio ao Desenvolvimento do Emprego,
Cidadania (CEADEC), tem sido realizado, desde a criação da CORESO em 1999, um
processo de formação e capacitação continuada dos catadores, que tem proporcionado
momentos de reflexão sobre temas prioritários para a organização e qualificação do
trabalho em cooperativa e em rede. Entre os temas que permeiam o processo de formação
estão economia solidária, cooperativismo, autogestão, gestão e comercialização em rede,
abordagem qualificada dos catadores junto aos moradores das cidades, padronização e
aperfeiçoamento do trabalho de separação, classificação, triagem, acondicionamento e
enfardamento dos materiais recicláveis coletados, contabilidade prática para as
cooperativas, cadeia produtiva da reciclagem, coleta seletiva, gestão integrada de resíduos
sólidos, Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros. São realizadas também
atividades sobre a organização e limpeza de trabalho e debates e palestras sobre cidadania,
direitos e saúde.
Ao todo, são 30 cooperados que são contemplados pelos programas sociais do
governo federal.
2.2.8.1.6. Contratos firmados junto à Administração Municipal ou outras
instituições
O CEADEC é parceiro da CORESO, tendo atuado na articulação e organização de
catadores individuais e desempregados para a criação da cooperativa, no ano de 1999, e
desde essa data, realiza assessoria e consultoria técnica para esta cooperativa sem
qualquer ônus aos catadores.
A CORESO também conta com outros parceiros: Movimento Nacional de Catadores
de Materiais Recicláveis (MNCR), Sindicatos dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região,
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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Sorocaba e Região, BNDES,
PETROBRAS, TEM, FUNASA, UFSCar, PUC, Etec Rubens de Faria e Souza, Etec Fernando
Preste, SESC, entre outros.
Em 2013, a CORESO foi contemplada em 7º lugar pelo Programa CATAFORTE III
– Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias, edital de seleção pública da Secretaria Geral
da Presidência da República. Também já desenvolveu projetos com o BNDES e a FUNASA
– Funasa Nacional de Saúde visando à aquisição de veículos, equipamentos e galpão.
A CORESO também é beneficiária de um convênio celebrado entre o CEADEC e a
Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego visando ao
fortalecimento dos empreendimentos econômicos solidários da Rede Solidária Cata-Vida.
2.2.8.1.7. Desempenho Financeiro
Os custos mensais fixos da CORESO podem ser visualizados na Tabela 2.36:
Tabela 2.36 - Custos mensais fixos da Cooperativa.
Gastos Valores (R$/mês)
Água 234,65
Luz 231,56
Telefone/internet 322,26
Combustível 1.350,00
IPTU 162,77
Seguro de 3 veículos 939,49
Dedetização 230,00
EPI’s 350,00
Fita para arquear fardos 300,00
Despesas com SEDEX, cartucho e papel de impressão. 200,00
TOTAL 4.320,73
Fonte: CORESO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
A folha média mensal dos cooperados é de R$ 74.347,20, na qual R$ 57.000,00
para folha de retirada dos cooperados, R$ 11.000,00 para FUNDOS e R$ 6.347,20 para
recolhimento ao INSS.
A cooperativa também possui custos variáveis sendo de IPVA (Anual):
R$2.431,35; Manutenção de equipamentos e veículos: R$ 1.350,00/mês e compras de
bag’s (anual): R$ 4.280,00, tendo custo total anual de R$ 22.911,35.
2.2.8.1.8. Patrimônio
O Patrimônio da CORESO em 2012 era de R$ 311.082,71 e em 2013 foi de R$
484.977,85, alcançando um aumento de 56% devido à execução do Projeto Funasa, com
compra de veículos como caminhão, carroceria, gaiola e triciclos.
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2.2.8.2. Central de Reciclagem da Zona Oeste de Sorocaba (CRZO)
A Cooperativa Central de Reciclagem da Zona Oeste (CRZO) teve sua origem na
parceria entre a Administração Municipal de Sorocaba e a Universidade de Sorocaba
(UNISO), sendo fundada em 2011. Suas instalações estão na Rua Salvador Stefanelli,
Nº266 – Jardim Zulmira. O Município cedeu uma área de 4.500 m² com um galpão coberto
de 2.000 m², além de áreas construídas para escritório, cozinha e banheiros.
A CRZO é constituída por três cooperativas CATARES (Cooperativa de Trabalho
dos Catadores de Material Reaproveitável de Sorocaba), REVIVER (Cooperativa de Coleta
Seletiva Reviver) e ECOESO.
Todos os cooperados exercem todas as funções, ocorrendo rotatividade de
atividades.
2.2.8.2.1. Abrangência de Coletas
A coleta é realizada por seis equipes nas regiões Noroeste e Central de Sorocaba,
abrangendo 79 bairros, 13.950 residências, 895 ruas, em uma frequência de 1 vez por
semana de segunda a sexta-feira das 07:00 as 17:00h.
A CRZO dispõe de 02 núcleos de coleta:
• Rua Benedito Ferreira da Silva, 266 - Jd. Zulmira;
• Rua Ourinhos, 214 - Jd. Iguatemi.
Os bairros abrangidos pela coleta seletiva da CRZO são: Abaetê, Adélia, Alegria,
América, Ana Maria, Angélica, Astúrias, Augusta, Boa Esperança, Boa Vista, Brasilândia,
Cajuru, Campolim, Carvalho, Centro, Copaíba, Dois Corações, Éden, Edgar Marques,
Eltonville, Elza, Embaixador, Emília, Estados, Europa, Faculdade, Fiori, Fontes, Gabriel,
Guadalaraja, Harmonia, Hungarês, Iguatemi, Independência, Ipanema, Iporanga, Isafer,
Jardini, Jatobá, Juliana, Leão, Leocádia, Louzada, Lucy, Magnólia, Marajoara, Marco
Antônio, Maria do Carmo, Morumbi I; II;III e IV, Nicanor Marques, Nova Sorocaba, Odin,
Paço, Pagilato, Paulistano, Pires de Melo, Planalto, Primavera, Progresso, Refugio, Retiro
São João, Rica, Saira, Santa Rita, Santa Rosália, Santana, São Carlos, São João, São Judas,
Sirlema, Sônia Maria, Trujilio, Turmalinas, Vergueiro e Zulmira (Figura 2.10).
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134 Gestão Ambiental
Figura 2.10 - Abrangência de Coleta Seletiva da CRZO em Sorocaba
Fonte: Mapa elaborado por DRZ Geotecnologia e Consultoria com dados fornecidos pela CRZO, 2015.
A CRZO conta com 08 veículos para coleta cedidos pela Prefeitura, sendo 3
próprios (2 BNZ e um BNZ 4396) e 5 alugados pelo Município (APY 9744, APH 6679, EVX
2492, EVX 2494 e EVX 0803).
Na Tabela 2.37 é possível visualizar os equipamentos da CRZO, segundo
informações cedidas diretamente pela administração da Cooperativa.
Tabela 2.37 – Equipamentos e Patrimônio Material da CRZO. Quantidade Equipamentos/Patrimônio Físico
01 Galpão de 2.000 m² cedido pelo Município
01 Esteira de segregação de materiais elevada, de 32 lugares, cedida pelo
Município
01 Empilhadeira cedida pelo Município
07 Prensas cedidas pelo Município
04 Paleteiras
02 Elevadores Hidráulicos
Fonte: CRZO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Atualmente, a CRZO conta com 56 cooperados, sendo 24 que realizam a coleta
porta a porta com auxílio de sacos de lixos amarelos resistentes com logo da coleta Seletiva
de Sorocaba, 28 cooperados na triagem e 4 cooperados na prensa.
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O rendimento mensal dos cooperados é de, aproximadamente, R$ 1.600,00 ao
mês1, com 198 horas trabalhadas.
2.2.8.2.2. Quantidade de Material Coletado
Em 2014, foi coletada uma média mensal de aproximadamente 200 toneladas de
materiais recicláveis, porém destes, 10% não são comercializados, pois são considerados
como rejeitos.
De todo material coletado, 80% são provenientes de domicílios, 5% de
estabelecimentos comerciais, 5% de indústrias, 5% de condomínios residenciais e 5 % de
estabelecimentos públicos, conforme o Gráfico 2.34.
Gráfico 2.34 – Origem do material coletado pela CRZO.
Fonte: CRZO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Os materiais após coletados e antes de serem comercializados, possuem
processamentos específicos por tipo, conforme Tabela abaixo.
Tabela 2.38 - Processamento do material reciclável.
Material Tipo de Processamento
Papel/Papelão Segregação, prensa e comercialização. O papelão é o papel arquivo
(folhas brancas, sulfites) são coletados em caçambas a granel, no é
retidão por um caminhão truk, já os jornais e encarte são prensados.
Diversos tipos de
Plásticos
Segregação, prensa e comercialização. Todos os tipos de plásticos são
separados por tipo (PEAB, PEAD, PET, PVC, PP, entre outros) e por
cores.
1 Mês de referência: Fevereiro/2015.
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136 Gestão Ambiental
Material Tipo de Processamento
Vidro Apenas segregação e comercialização. Os vidros após separados são
adicionados em sacos de ráfias, e retirados pelos compradores
Metal Segregação, prensa e comercialização. As latas de alumínio são
prensadas, porem outros materiais metálicos são separados por tipo e
levados a granel para comercialização.
Óleo de cozinha
usado
São coletados em garrafas PET’s ou vidros juntamente com a coleta
seletiva e armazenada no barracão. A empresa que compra o óleo, leva
em granel para beneficiamento.
Fonte: CRZO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
A quantidade comercializada e o valor de cada material, assim como o comprador,
estão descritos na Tabela 2.39.
Tabela 2.39 – Comercialização dos materiais pela CRZO.
Material Comprador
Quantidade
comercializada
(kg/mês) *
Valor por kg
(R$/Kg) **
Aparas de Papelão CASSOLA 39.742 0,35
Aparas de Papel Misto CASSOLA 7.080 0,18
Aparas de Papel BR III JOÃO ACACIO 24.900 0,33
Aparas de Papel Jornal JOÃO ACACIO 17.695 0,22
Aparas Papel Encarte GALERA 2.980 0,16
Aparas Tetra Pak GALERA 11.040 0,20
Suc. De Latas de Alumínio GALERA 1.885 3,00
Suc. De Perfil Misto GALERA 141 3,40
Suc. De Panelas de Alumínio GALERA 171 3,30
Suc. De Motor GALERA 265 0,50
Suc. Chaparia de Alumínio GALERA 240 2,50
Suc. Bloco de Alumínio GALERA 221 2,20
Suc. de Motor GALERA 463 0,60
Suc. Cobre encapado GALERA 142 4,00
Suc. Cobre Misto GALERA 15 8,00
Sucata de Metal GALERA 118 7,50
Sucata de Inox GALERA 25 2,00
Cobre de 4” GALERA - 8,00
Suc. De Bateria GALERA 56 1,30
Suc. Motor Geladeira GALERA 15 7,00
Suc. de Marmitex GALERA 130 0,50
Suc. de Antimônio GALERA - -
Aparas PEBD Color ALPLAST 5.142 0,40
Aparas PEBD Cristal ALPLAST 3.215 0,80
Aparas PEAD Branco ALPLAST 3.524 1,10
Aparas PEAD Color ALPLAST 2.840 0,85
Aparas PP Misto ALPLAST 6.136 0,70
Aparas PP Tampinha ALPLAST 1.1315 0,70
Aparas PP Branco ALPLAST 477 1,00
Aparas de P.S. ALPLAST 1.612 0,20
Aparas de PVC ALPLAST 1.030 0,40
Aparas de PET ALPLAST 11.386 1,50
Sucata de Ferro MOC 9.150 0,30
Vidro - Caco ARIOVALDO 26.910 -
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TOTAL 179.879
* Os valores são referentes a março de 2014 ** Os valores são referentes a abril de 2014 CASSOLA – Comércio de Aparas Cassola LTDA ALPLAST – ALP Gestão Ambiental e Comércio de Materiais Sólidos Recicláveis em Geral EPP MOC = Comércio de Sucatas MOC LTDA GALERA = Galera Sobras Industriais LTDA – EPP ARIOVALDO = Ariovaldo Roque PETroff (Pessoa Física) JOÃO ACÁCIO = João Acácio Batista ME Fonte: CRZO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
2.2.8.2.3. Diretoria da CRZO
A CRZO é composta pelas diretorias da CATARES e REVIVER, conforme descrito
na Tabela 2.40.
Tabela 2.40 – Composição da Diretoria da CATARES e REVIVER.
Conselho Administrativo
CATARES
Presidente Maria José dos Santos
Secretário Geral Rita Silvério
Tesoureiro Rosana dos Santos
REVIVER
Presidente Silvio Luz Junior
Secretário Geral Maria de Lourdes Rocha da Silva
Tesoureiro José Carlos Pregun
Fonte: CRZO, 2014. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
2.2.8.2.4. Faixa etária dos cooperados
Os 66 cooperados são divididos em 14 homens e 52 mulheres, cuja faixa etária
pode ser visualizada na Tabela 2.41
Tabela 2.41 – Faixa etária dos cooperados da CRZO.
Cooperados Faixa etária
6 18-20 anos
11 21-25 anos
13 26-30 anos
3 31-35 anos
7 36-40 anos
7 41-45 anos
7 46-50 anos
3 51-55 anos
3 56-60 anos
6 60 ou mais anos
Fonte: CRZO, 2015. Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Para executar os trabalhos, os cooperados recebem Equipamento de Proteção
Individual (EPI’s) como luvas de nitrila, óculos de proteção, camisetas e sapatos fechados.
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138 Gestão Ambiental
2.2.8.2.5. Programa de formação junto aos cooperados
Os programas que os cooperados encontram inseridos são:
Programa de Coleta Seletiva de Sorocaba;
Convênio com a ABIHPEC;
• Programa “Doe seu lixo”, da Coca-Cola;
• Programa de Cooperativismo da Pé de Planta;
• Programa de Bolsas Sociais de Universidade de Sorocaba (UNISO).
O treinamento dos cooperados visa à educação ambiental, educação econômica,
integração social, motivação, melhorias do sistema, primeiros socorros, relacionamento
interpessoal, entre outros.
As atividades de âmbito social realizadas na CRZO englobam:
• UNISO – 3 bolsas de Gestão Ambiental para cooperados, Curso de Inclusão
Digital para cooperados e dependentes, Terapia Ocupacional para
cooperados;
• Colégio Mentor: 3 bolsas de técnico em logística para cooperados;
• GRACE - Treinamentos dos Cooperados;
• ABIHPEC: Treinamento de pessoal;
• CRZO: Curso da NR 11 – Operador de Empilhadeira.
2.2.8.2.6. Contratos firmados junto a Administração Municipal ou outras
instituições
Os relacionamentos institucionais que a CRZO possui são com:
• Prefeitura Municipal de Sorocaba;
• Universidade de Sorocaba (UNISO);
• ONG Pé de Planta;
• ABIHPEC e CIRCUS;
• GRACE Construction Brasil;
• Jhonson’s Controls;
• Coca – Cola – Através da ONG “Doe seu lixo”
Através desses auxílios, é possível ministrar cursos de capacitação e gerar auxílios
aos cooperados da CRZO.
2.2.8.2.7. Desempenho Financeiro
Das duas áreas cedidas pela Prefeitura, despesas como água, energia elétrica,
combustível, aluguel do barracão e IPTU, são pagas pela administração municipal.
Os custos variáveis como manutenção e conserto de equipamentos são
esporádicos, porém para pequenos reparos o custo é pago através da taxa administrativa
de 5% ao mês, que é descontada dos cooperados.
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139 Gestão Ambiental
2.2.8.2.8. Patrimônio
A CRZO não possui crescimento patrimonial, pois os equipamentos são cedidos
pela administração municipal em sistema de comodato, exceto um equipamento de
empilhamento que foi adquirido pela Cooperativa em abril de 2014, com recursos da
parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosmético (ABIHPEC).
2.2.8.3. Núcleo Ambiental de Resíduos Eletrônicos
O Núcleo Ambiental de Resíduos Eletrônicos é instalado na Rua Ourinhos, 241,
Jardim Iguatemi, e recebe os resíduos eletroeletrônicos (REE) gerados em Sorocaba, os
coletados pela CRZO e os entregues pelos geradores.
Segundo o PMGIRS de Sorocaba, desde a inauguração em dezembro de 2010 até
2014, já foram recebidos 700 toneladas desses resíduos, assim como 12 toneladas de
pilhas e baterias. O Núcleo informou que atualmente estima-se o recebimento de 4
toneladas/mês de REE.
No Núcleo atuam cooperados da REVIVER e há um contrato em vigor com a
empresa Alliance Ambiental, para apoio na gestão. A arrecadação média mensal do Núcleo
Ambiental de Resíduos Eletrônicos é de R$ 9.400,00. Entretanto, os cooperados alocados
nessa unidade recebem os mesmos proventos dos que trabalham na unidade principal da
Cooperativa, já que todos os valores de arrecadação das unidades são computados em
conjunto para promover a distribuição da renda proporcional às horas trabalhadas,
independente da unidade na qual estejam inseridos.
Segundo o PMGIRS de Sorocaba, em 2014 os custos mensais da Prefeitura em
relação ao Núcleo foi estimado em:
• Aluguel do Galpão (1.000 m²), água, Luz e IPTU = R$ 12.500,00;
• Combustível e manutenção de caminhão = R$ 300,00.
Os REE quando não são passíveis de serem recicláveis e ou reutilizados, são
destinados a um aterro de resíduos de classe I.
2.2.8.4. Indicadores, índices e gradação das cooperativas de catadores de Sorocaba
Tabela 2.42 – Indicadores, índices e gradação das cooperativas de catadores do município.
COOPERATIVAS DE CATADORES DE SOROCABA
Indicador CORESO CRZO
1. Regularização da organização 1 1
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2. Instrumento legal de parceria 1 1
3. Rotatividade anual 0 0
4. Capacitação dos membros 0,5 0,5
5. Renda mensal por membro 0 1
6. Participação dos membros 0 1
7. Condição da instalação 0 0
8. Equipamentos / veículos 0,5 0,5
9. Horas trabalhadas/dia*membro 1 1
10. Benefícios para os membros 0 0
11. EPI´s 0,5 0,5
12. Nº de parcerias das organizações 1 1
Somatória 5,5 7,5
Índice de Sustentabilidade Médio baixo Médio alto
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Assim, o grau de sustentabilidade do programa de coleta seletiva no município de
Sorocaba é baixo, especialmente em razão da falta de sustentabilidade econômica, e dos
baixos índices de cobertura da coleta, de recuperação de materiais e de rejeitos.
Na análise aplicada às cooperativas em atividade, foram obtidos índices de
sustentabilidade médios, sendo para a CORESO, médio/baixo, e para a CRZO, médio/alto.
A adoção do novo modelo para o Sistema de Coleta Seletiva deve considerar tal
avaliação e buscar a elevação desses índices.
2.2.8.5. Levantamento dos catadores Informais
De acordo com o IPEA, no século XIX surgiram os primeiros registros de pessoas
que tinham a catação de lixo como atividade laborativa, no entanto somente em 2002 a
profissão de catador de materiais recicláveis foi reconhecida. Em meados dos anos de 1980
a questão dos resíduos sólidos entrou em evidência nas agendas nacionais devido à
urgência de se pensar em ações para a destinação correta desses materiais sem prejudicar
o meio ambiente.
De acordo com o IBGE, 1 em cada 1000 brasileiros é catador, que pode ser
classificado, como: formal com carteira de trabalho, formal inserido em cooperativa e
informal. Quando estão trabalhando na informalidade, os catadores são pessoas fora do
mercado de trabalho ou que possuem dificuldades de inserção, trecheiros e moradores de
rua.
O diagnóstico da coleta seletiva informal do Plano Municipal de Resíduos Sólidos
de Sorocaba indica que existe no município uma quantidade estimada de 1.250 catadores
de materiais recicláveis em todas as regiões da cidade, sendo que na área norte há maior
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141 Gestão Ambiental
concentração, 61,1%. O estudo aponta uma média de 148 catadores que estão ligados às
cooperativas e 240 inseridos na coleta formal. Sendo assim, o número de pessoas que
declarou ter como função a catação de materiais recicláveis nas ruas é de,
aproximadamente, 870, isto é, 69% deles são informais.
Diante desse cenário e considerando os números recentes apontados no PMRSS,
a DRZ Consultoria e Geotecnologia optou por realizar o levantamento da situação dos
catadores informais por amostragem probabilística, ou seja, os resultados obtidos foram
projetados para o universo total de catadores informais. A tabela abaixo relaciona o
tamanho do universo estudado, com a margem de erro desejada para a pesquisa, com um
coeficiente de confiança de 95,5%.
Tabela 2.43 - Esquema de referência mínima para consulta popular de acordo com tamanho da população e margem de erro desejada.
Tamanho
da
População
Margem de erro desejada
1% 2% 3% 4% 5% 10%
<1.000 222 83
1.000 385 286 91
1.500 638 441 316 94
2.000 714 476 333 95
2.500 1.250 769 500 345 96
3.000 1.364 811 517 353 97
3.500 1.458 843 530 359 98
4.000 1.538 870 541 364 98
4.500 1.607 891 549 367 98
5.000 1.667 909 566 397 98
6.000 1.765 938 547 370 99
7.000 1.842 949 579 375 99
8.000 1.905 976 584 378 99
9.000 1.957 989 592 381 99
10.000 5.000 2.000 1.000 600 383 99
15.000 6.000 2.143 1.034 606 390 99
20.000 6.667 2.222 1.053 606 392 100
25.000 7.143 2.273 1.064 610 394 100
50.000 8.333 2.381 1.087 617 397 100
100.000 9.091 2.439 1.099 621 398 100
>100.000 10.000 2.500 1.111 625 400 100
Fonte: H. Arkin e R. Colton, Tables for Statistucians (Ed. Barns and Noble).
Optou-se por adotar uma margem de erro de 10 pontos percentuais e, seguindo
as orientações da empresa de Tecnologia da Informação - MBI, para se obter resultados
que expressassem a realidade, deveriam ser aplicados no mínimo 83 questionários. Foram
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142 Gestão Ambiental
abordadas 114 pessoas no total, sendo que 106 entrevistados se dispuseram a responder
e 8 negaram.
Duas formas de aplicação dos questionários foram utilizadas. A primeira, em
parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social de Sorocaba, onde foram aplicados
15 questionários durante as reuniões com as famílias realizadas no CRAS Parque São
Bento, CRAS Vila Helena e no CREAS Norte. A segunda foi em pesquisa de campo realizada
pelos profissionais da DRZ entre os meses de novembro de 2014 e fevereiro de 2015.
Durante essa etapa, foram abordadas 99 pessoas em todas as regiões da cidade, nos mais
variados dias e horários, inclusive aos finais de semana.
Para essa ação, a empresa fez uso da busca-ativa, que consiste em localizar
através de pontos estratégicos os catadores informais da cidade de Sorocaba. Essa forma
de trabalho também é utilizada pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à
Fome e tem como modo de atuação a visitação, a abordagem de pessoas e aplicação de
um instrumento de coleta de dados elaborado pela consultoria.
Os visitadores sociais receberam treinamento para abordar catadores sem lhes
causar qualquer prejuízo e/ou incômodo, atuando sob o modelo de pesquisa ação, que tem
como característica a interação entre pesquisador e o sujeito da pesquisa. O objetivo foi
alcançar pessoas “invisíveis” aos olhos das políticas públicas e através da análise dos
dados, pensar em ações que lhes beneficiem além de tornar suas atividades mais úteis e
seguras tanto para o poder público quanto para a sociedade civil.
A análise dos dados consistiu em uma avaliação qualitativa, com a finalidade de
olhar além dos números e assim exprimir resultados próximos à realidade dos catadores
de materiais recicláveis que trabalham informalmente em Sorocaba.
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143 Gestão Ambiental
2.2.8.5.1. Sobre características dos entrevistados
Observou-se um predomínio de homens na catação de materiais recicláveis. No
entanto a diferença de gênero é baixa, atinge apenas 14%. Quanto ao nível de
escolaridade, cerca de 77% não chegaram a iniciar os estudos ou completar o Ensino
Fundamental e apenas 8% concluíram o Ensino Médio. A faixa etária varia entre 46 e 65
anos, a maioria é oficialmente casada, residente em áreas urbanas, com uma média de 1
a 6 dependentes, renda individual inferior a um salário mínimo e familiar de dois a três
salários mínimos. Detectou-se, também, um número expressivo de famílias, 25% com
arrecadação inferior a um salário mínimo, provenientes principalmente da coleta de
materiais recicláveis. Conforme citado no PMGRS, a maioria dessas pessoas reside na
região Norte da cidade.
Gráfico 2.35- Distribuição dos entrevistados por gênero.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.36 - Grau de escolaridade dos entrevistados.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
57%
43%
Distribuição por Gênero
Feminino
Masculino
3% 8%10%
20%
2%
57%
Escolaridade
Ensino médioincompletoEnsino médiocompletoEnsino fundamentalcompletoSem escolaridade
Não repondeu
Ensino fundamentalincompleto
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144 Gestão Ambiental
Gráfico 2.37 - Distribuição dos
entrevistados por número de dependentes.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.38 - Distribuição dos
entrevistados por situação domiciliar.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria,2015.
Gráfico 2.39 - Distribuição dos entrevistados por idade.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.40 - Distribuição dos entrevistados por estado civil.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.41 - Distribuição dos entrevistados por renda individual mensal.
Fonte: DRZ Gestão Ambiental, 2015.
Gráfico 2.42 - Distribuição dos entrevistados por renda familiar mensal.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria,2015.
Com relação ao trabalho, 65% dos entrevistados já tiveram registro em carteira e
a maioria relatou ter adotado a coleta de materiais recicláveis como meio geração de renda,
devido ao desemprego e a impossibilidade de se inserirem no mercado formal. Foi
verificado que estão neste ramo, em média, há 10 anos e destes, 38% trabalham mais de
40 horas semanais. Mencionaram que se tivessem oportunidade mudariam de atividade,
pois as condições laborativas são de risco, degradantes e exigem boa condição física. Mais
da metade dos catadores, 62%, possuem outras atividades remuneradas informais para
48%
20%
1%
30%
1%Distribuição por número de dependentes
1 a 3 anos 4 a 6 anosMais de 6 anos Não possui dependentesNão respondeu
13%
21%
10%
54%
2%Distribuição por situação
domiciliar
Alugada CedidaMorador de rua PrópriaNão respondeu
6% 1%
19%
18%
27%
21% 8%
Distribuição por Idade
Acima de 65 anos De 19 a 24 anos
De 25 a 35 anos De 36 a 45 anos
De 46 a 55 anos De 56 a 65 anos
Não respondeu
41%
7%5%
39%
7% 1%
Distribuição por Estado Civil
Casado (a) Divorciado (a)Em uma relação estável Solteiro (a)Viúvo (a) Não respondeu
13%
7%
33%45%
1%1%
Distribuição por renda individual mensal
01 salário mínimo
De 02 a 03 salários mínimos
De 04 a 06 salários mínimos
Menos de 01 salário mínimo
Nenhuma renda
Não respondeu
14%11%
42%6%
21%
0%
6%Distribuição por renda familiar
mensal
01 salário mínimo De 01 a 03 salários
De 02 a 03 salários De 03 0 06 salários
Menos de 01 salário nenhma renda
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145 Gestão Ambiental
complementação de renda, os chamados “bicos”, como por exemplo: pedreiro, auxiliar de
pedreiro, auxiliar de serviços gerais, jardineiro, trabalhador rural, carreteiro, pintor,
segurança e faxineiro.
Outro ponto relevante é o fato de não terem registro oficial e não contribuírem
com a Previdência Social e, consequentemente, não gozam de direitos trabalhistas como
férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, licença maternidade, jornada de trabalho,
PIS/PASEP, entre outros.
Gráfico 2.43 - Distribuição dos entrevistados por portadores empregos
registrados em carteira.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.44 - Distribuição dos entrevistados por tempo de trabalho com
materiais recicláveis.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.45 - Distribuição dos entrevistados por jornada de trabalho
semanal.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.46 - Percentual de catadores que exercem outra atividade remunerada.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
32%
65%
1% 2%
Já trabalhou com registro em carteira?
Não Sim Sim, Não Não respondeu
25%
22%38%
1%
5%
9%Há quanto tempo trabalha com
coleta de recicláveis?
De 1 a 5 anos De 11 a 20 anosDe 6 a 10 anos Mais de 20 anosMenos de 1 ano Não respondeu
29%
11%9%
39%
8%
4%Qual a jornada de trabalho semanal?
De 11 a 20 horas semanaisDe 21 a 30 horas semanaisDe 31 a 40 horas semanaisMais de 40 horas semanaisSem jornada fixa, até 10 horas semanaisNão respondeu
62%
32%
6%
Possui outra ocupação além da coleta de recilcagem?
Não Sim Não respondeu
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Gráfico 2.47 - Fatos de atração de trabalhadores para a coleta informal.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Somente 26% dos entrevistados disseram estar inseridos no Cadastro Único para
programas sociais do Governo Federal, que permite identificar e caracterizar famílias,
apontando dados como renda, situação de moradia, acesso aos serviços públicos, etc. O
Cadastro Único tem como objetivo principal fornecer subsídios para a formulação de
políticas públicas e garantir acesso aos programas sociais existentes. Somente 11%
recebem Bolsa Família e/ou outro tipo de benefício social e 73% não têm qualquer tipo de
benefício ou aposentadoria.
Gráfico 2.48 - Percentual de entrevistados cadastrados no Cad Único.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.49 - Percentual de entrevistados distribuídos por tipo de verba recebida do
Governo.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
2.2.8.5.2. Modo de atuação
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
Complementação de renda
Estava desempregado
Não consegue se inserir no mercado formal
Ritmo do trabalho formal não é satisfatório
Problemas familiares
Gosta desse trabalho
Sempre atuou nesse ramo
Motivos pelos quais inseriu-se na atividade de coleta
66%
26%
8%
Está cadastrado no Cad Único?
Não Sim Não soube informar
7%4%11% 2%
2%
1%73%
É aposentado ou recebe algum benefício social?
AposentadoriaAuxílio doençaBolsa FamíliaBolsa Família e Renda CidadãPensionistaRenda Cidadã e Ação JovemNão recebe
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147 Gestão Ambiental
Uma das dúvidas que surgiram durante a elaboração do plano, tanto por parte do
poder público quanto das cooperativas, foi quanto aos motivos que levam os catadores
informais a não estarem inseridos na CORESO e na CRZO.
Verificou-se que 86% dos entrevistados nunca se organizaram em cooperativa e
as razões são variadas, desde o não conhecimento da existência das mesmas até a não
concordância com a forma de gestão. Observou-se que 38% dos informais não consideram
satisfatória a rotina de trabalho das cooperativas e acreditam que trabalhando sozinhos
conseguem melhores resultados financeiros.
Como apontado anteriormente, 5% mencionaram não saber da existência das
cooperativas. Isso pode ocorrer, pois a coleta seletiva realizada não consegue atingir todos
os pontos da cidade. Uma ação importante para fomentar o trabalho executado pelas
cooperativas e incentivar a formação de novas, seria uma campanha permanente de
divulgação dos objetivos e ações das mesmas e sobre a necessidade de que o material
reciclável tenha a destinação correta.
Já os catadores que participaram de cooperativas e optaram por trabalhar
individualmente apontaram a diferença de renda como o fator mais determinante.
Somados, 51% consideram a remuneração insatisfatória, o valor dos descontos salariais
muito alto e a demora em retirar os vencimentos como ponto de desequilíbrio com relação
ao trabalho informal. Entretanto a maioria desconsidera o fato de não estarem segurados
pela Previdência Social.
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148 Gestão Ambiental
Gráfico 2.50 - Índice de entrevistados que
já se organizou em cooperativas.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.51 - Fatores de saída dos
entrevistados das cooperativas.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.52 - Fatores de não participação dos entrevistados em cooperativas.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
No que diz respeito à operacionalização da coleta, muitos apontaram o trabalho
como desgastante, pois trabalham nas ruas expostos às intempéries climáticas, ruídos
urbanos, risco de quedas, atropelamentos, etc. Muitos estão desguarnecidos de
equipamentos de proteção, ficando vulneráveis a todo tipo de risco. O carrinho é o grande
aliado na coleta, 64% o utilizam para efetuar suas atividades. No entanto, na maioria das
vezes, esses são cedidos pelos proprietários dos estabelecimentos comerciais que cobram
pelo uso, seja através de diárias ou praticando valores menores nos materiais recicláveis.
86%
13%
1%Já se organizou em
cooperativa?
Não Sim Não respondeu
12,5%
12,5%
25,0%37,5%
12,5%Por que saiu da cooperativa?
Demora para retirada de salárioAlto percentual de desconto da cooperativaMudança de municípioRemuneração insatisfatóriaSaiu para cuidar dos filhos
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149 Gestão Ambiental
Gráfico 2.53 - Distribuição dos entrevistados por instrumento de coleta.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
A venda do material é feita individualmente. Apenas 4% dos catadores informais
consideram vantajoso aliar-se a outros catadores para agregar valor ao produto por
quantidade, mas a maioria alegou não ter pensado nessa possibilidade antes.
Grande percentual de catadores acumula materiais em suas residências utilizando-
se de espaços inadequados, sem qualquer proteção e mantendo-os expostos ao tempo.
Vendem semanalmente, quinzenalmente ou até mensalmente aos estabelecimentos que
comercializam materiais recicláveis, o que acaba por colocar em risco a sua saúde, de sua
família e da comunidade. Alguns munícipes reclamaram da presença desses acumuladores
em seus bairros, principalmente por questões relacionadas a doenças transmitidas por
vetores que se desenvolvem ou vivem nesses locais. Outro ponto foi a estética, pois os
materiais ficam muitas vezes depositados em frente às residências, causando má
impressão e depreciando a região para o setor imobiliário. Alumínio e PET são os materiais
de maior procura para os catadores, pois além de ter alto valor de mercado, são
encontrados com maior facilidade.
3%5%
1%
64%
2%
1%
6%2% 12%
4%
Forma de coleta
Bag Caminhão
Carrega nas mãos Carrinho
Carrinho de mão Carrinho, Sacola
Carro Carroça
Sacola Não respondeu
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Plano de Coleta Seletiva
150 Gestão Ambiental
Gráfico 2.54 - Percentual de
entrevistados segundo parceiras de trabalho.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.55 - Percentual de entrevistados
de acordo com a periodicidade de venda do material coletado.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.56 - Percentual de entrevistados de acordo com a
acumulação de material.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Gráfico 2.57 - Percentual de entrevistados por local de guarda dos materiais
acumulados.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
4%
94%
2%Como realiza a venda do material coletado?
Coletiva (com outros companheiros paraagregar valor à quantidade)Individual
Não respondeu
48%
1%7%
22%
17% 5%
Qual a periodicidade da venda dos materiais coletados?
Diariamente
Diariamente,SemanalmenteMensalmente
Quinzenalmente
Semanalmente
Não respondeu
37%
45%
18%
Acumula materiais recicláveis?
Não Sim Não respondeu
88%
3%
6%
3%Local de onde guarda os materiais coletados
em sua residência
na calçada em frente a sua residencia
na rua
terreno onde funciona também seu estabelecimentocomercial
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151 Gestão Ambiental
Gráfico 2.58 - Percentual de coleta por tipo de material.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Não se pode afirmar que as áreas de coleta são definidas por preferência. Pois na
área comercial do centro da cidade, catadores informais relatam que existe um “acordo
silencioso” entre alguns dos maiores coletores de material reciclável, que não permitem a
entrada de outros catadores. Trata-se de cinco grandes acumuladores que atuam no
espaço e contratam catadores diariamente para a coleta. Existem pontos definidos para
cada um deles. A equipe da DRZ tentou insistentemente aplicar os questionários, mas a
maioria se recusou a responder por medo de represálias e poucos conversaram apenas
informalmente.
Considerando esses fatos, observou-se que os catadores informais circulam
apenas pelos bairros próximos às suas residências ou aos estabelecimentos que
comercializam esse tipo de material. Essa é uma questão que deve ser considerada pelo
poder público municipal, pois demonstra a necessidade de democratização dos espaços
coletivos.
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152 Gestão Ambiental
Gráfico 2.59 - Áreas preferenciais de coleta.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Por fim, conclui-se que os catadores informais executam atividade de suma
importância para o contexto atual da sociedade. Contudo, as políticas de fomento às suas
atividades em Sorocaba são, praticamente, nulas. Sugere-se maior integração entre a
Secretaria de Serviços Urbanos e as demais políticas públicas, principalmente Assistência
Social, Saúde e Educação para que se pense em estratégias que permitam o acesso à
Seguridade Social, prevenção e cuidado com a saúde e além de capacitação profissional.
2.2.9. Estabelecimentos de comércio de materiais recicláveis
A geração de materiais recicláveis do município de Sorocaba é muito grande.
Conforme as projeções do PMGRS, estima-se o potencial de segregação em mais de 3.000
toneladas mensais destes resíduos reaproveitáveis, somente nas áreas residenciais.
As cooperativas de catadores, conforme diagnosticado, têm coletado
mensalmente pouco mais de 10% deste volume potencial.
A coleta seletiva institucionalizada abrange apenas 15% das residências, num total
de pouco mais de 26.000 unidades. Nas rotas estabelecidas para essa atividade, a
segregação dos materiais recicláveis pela população já é uma ação consolidada.
Entretanto, em razão dos movimentos de conscientização ambiental, observa-se
que, mesmo inexistindo a coleta seletiva em seu bairro ou região, o munícipe em sua
residência ou comércio promove a segregação de resíduos. Ainda que de forma incipiente,
os resíduos são depositados de forma a facilitar a retirada pelos catadores informais. Isso
gera uma oferta paralela de materiais potencialmente recicláveis, à disposição da catação
informal e não institucionalizada. Essa atividade é crescente, protagonizada pelos
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153 Gestão Ambiental
catadores informais, já caracterizados no tópico específico deste diagnóstico. Além disso,
ocorre a atuação significativa de um grande contingente de “comerciantes” e acumuladores
de recicláveis que se situam no segundo patamar da cadeia no fluxo de recicláveis.
O PMGRS de Sorocaba indicou a existência de 70 (setenta) “sucateiros”, todos
elencados nos registros cadastrais do Município, que seriam os eventuais estabelecimentos
de compra e venda de materiais recicláveis. Entretanto, no presente estudo ficou
constatado que a maior parte destes não se constitui efetivamente em comércio de
materiais recicláveis. São em sua maioria empresas de venda e revenda de peças
automotivas.
Assim, para a catalogação destes estabelecimentos, da mesma forma que se deu
em relação aos catadores individuais, optou-se pela metodologia da busca-ativa. Todas as
regiões da cidade foram percorridas para identificar, através de pesquisas com moradores
e comerciantes locais e busca visual, os estabelecimentos de comércio de materiais
recicláveis.
O que se observou é que no município de Sorocaba, igual a outros centros de
mesmo porte, existe uma “rede” de coleta e de comércio informal destes materiais.
Foram amostrados 47 (quarenta e sete) locais, entre pontos de acumulação e
revenda de recicláveis, mas se pode verificar que existem centenas deles, sendo a grande
maioria de pequenos acumuladores, que eventualmente também exercem as atividades
de catação. A exemplo dos catadores informais, estes não possuem qualquer regularização
junto ao Município ou outra forma de legalidade.
Na Figura 2.44, estão mapeados os pontos de comércio amostrados nesse estudo
e na Tabela 2.45, estão elencados cada um deles com seus respectivos endereços.
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154 Gestão Ambiental
Tabela 2.44- Estabelecimentos Comerciais em Sorocaba.
Fonte: IBGE, 2010. Org.: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
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155 Gestão Ambiental
Tabela 2.45 - Estabelecimentos comerciais existentes entre novembro/2014 e
fevereiro/2015, por tipo de material comercializado.
Estabelecimento Endereço Tipo de material comercializado
Sergio Sucata Rua Cuba 460 PET, PEAD, lata, al.
Bima - Com de Papéis Av. Paraguai 418 PET, papel, jornal
Sem nome Rua Chile 507 PET, PP/PEAD, Papelão, lata, apara,
sucata
RM Reciclagem Rua Joaquim Ferreira Barbosa 583
PET, PP/PEAD, Papelão, lata, al., sucata, apara
Sucata Alemão Rua São Vicente 224 PET, PP/PEAD, Papelão, lata, Apara, Sucata
Com. Apara Reciclagem Ferreira
Rua Deodoro Reis 126 PET, PP/PEAD, Papelão, Lata, Alumínio, Sucata, Apara, Jornal
ASP Reciclagem Rua Reinaldo de Oliveira 105 - JD. Abaeté
PET, PP, PEAD, Papelão, Lata, Alumínio, Cobre, Apara, Sucata
Ferro Velho João Feitosa
Rua Pedro Del Santoro 824 PET, PP, PEAD, Papelão, Lata, Alumínio, Cobre, Apara, Sucata
Sucata Nova Sorocaba Av. Votuporanga 150 - Nova Sorocaba
Sucata, Alumínio
Tanzi Com Sucatas Av. Barretos 566 - Nova Sorocaba
PET, PP, PEAD, Lata, Alumínio, Cobre, Sucata, Papelão
DJ Ambiental Rua Francisco Pinho 159
Ferro Velho Paga Bem Rua Adão de Brito 169 - Vl Angélica
PET, PP, Aparas, Lata, Alumínio, Sucata, PS
Sem nome Rua Wilson Pichini 64 Papelão, PET, latinha, PEAD, PP, Sucata
Comércio - Sorocaba
Me.
Alameda das Catleas 891 PET, PP, PEAD, Apara, Latinha,
Alumínio, Sucata, Papelão
Sem nome (Ferro Velho Denílson)
Rua Francisco Madia 248 PET, Apara, Lata, PP, PEAD, Alumínio, Ferro, Papelão, PVC
JJ Rua Abner Pacheco 395 - Bairro Manchester
Latinha, PET, Chapa de Alumínio, Papelão, PP
Ferro Velho do Miguel Av. Miguel Patrício de Moraes 183
PET, PP, Latinha, Papelão, Sucata
Manchester Rua Heitor Azevedo Hummel, 360
PET, PP, Latinha, Papelão, Apara, Sucata
Nova Vit¾ria COM Sucata
Rua Pedro Ruiz 155 Papelão, Lata, Alumínio, Sucata
Deposito Amorim Rua Alberto Peron 220 PET, PP, PEAD, Lata/Alumínio, Papelão, Sucata, Apara
Ferro Velho Maranata Rua José Martines Peres
320 - Vitória Régia
PET, PP, PEAD, Lata/Alumínio,
Papelão, Sucata, Apara
Dedidrau Comercio de Sucatas
Rua Maria de Lourdes Ferreira, 2285
PET, Papelão, Alumínio, Plástico, Sucata
Nilda Guimarães
Sorocaba Me
Av. Ipanema 3859 - Novo
Horizonte
Alumínio, Ferro, Sucata
Ferro Velho Ipanema Av. Ipanema 2085 PET, PP, PEAD, Aparas, Cobre, Alumínio, etc.
José Peres Molina Peru x Chile Plástico, Sucata, Papelão
Luciano Inácio Rua João Lúcio de Souza, 46
Sucata, PET, PEAD, Papelão
Rodrigo Valverde Rua José Bonadia PET, Papelão, PEAD, Ferro, Latinha
GMZ - Comercio de Metais
Rua Romão Arraes 140 Metais
Cosfer Av. Campos Salles 910 Sucata ferrosa
JS Ferro Velho Av. Filomena Lopes Vasquez 405
PEAD, PP, PET, ferro, Papelão, Latinha
Sem nome Rua Prof. Horácio Blazeck Papelão, PVC, Plástico, alumínio, PET, Latinha
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156 Gestão Ambiental
Estabelecimento Endereço Tipo de material comercializado
Sudeste Paulista Av. 3 de março 179 Sucata ferrosa
MOC - Comercio de Sucatas MOC - LTDA
Av. Campos Salles 1260 Ferro, PET
Cassola - Comercio de
Aparas
Av. Comendador Barbero Papelão
Maria Rua Paula Mayer Cattini 326
Rua Cristovam Munhoz Martins
Sucata, PET, Latinha, PEAD, Papelão
Reciclagem do baixinho Rua Dr. Pedro Mesquita Ferro, Plástico, Latinha, Cobre, PET
Ferro Velho do Gordo Rua Rio Claro 26 Ferro, alumínio, Papelão, PET
Grupo Salmeron
Soluções Sustentáveis
Rua Jayme Lopes da Silva
126
Papelão, plástico, madeira, sucata,
ferro
Carlos Arjona Rua Adelino Fernandes Guimarães
Ferro
Sorocaba Metais Rua Chile 265 PET e Metal
Israel Pereira da Silva Rua Ramizia-El Hadi 715 Papel, Plástico, Cobre, Sucata, Papelão
Ferro Velho do Edson (Ana Lucia)
Rua Benedito Ferreira da Silva
Ferro, Papelão, Plástico, Latinha, Vidro, PP
Claudio Cordeiro Rua Antônio Furtado Lopes Alumínio, Metal, Cobre
Santo Fim Rua Orsini Camargo PET, Sucata, Latinha
Luiz do Papelão Rua Plástico, PET, Latinha, Papelão, Ferro
Ferro Velho do Silvio Rua Professor Hélio Gagliardi
Sucata, PET
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Para efeito elucidativo, foram estabelecidas 06 “categorias” de comerciantes
considerando os volumes de materiais comercializados, conforme as respostas dos
questionários, a saber:
Tabela 2.46 – Classificação dos estabelecimentos comerciais de recicláveis de Sorocaba.
PORTE DO ESTABELECIMENTO QUANTIDADE MÉDIA COMERCIALIZADA (t/mês)
MICRO Abaixo de 1,0
PEQUENO 1,0 a 5,0
PEQUENO-MÉDIO 5,0 a 20
MÉDIO 20 a 100
GRANDE 100 a 1000
MACRO Acima de 1000
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Foram considerados micro comerciantes os que em média movimentam até 1
(uma) tonelada mensal de resíduos. Os materiais são fornecidos por catadores individuais,
unidades residenciais e comércios já pré-estabelecidos que acumulam os materiais, ainda
que não segregados corretamente.
Estes micros comerciantes, via de regra, distribuem seus materiais a outros
revendedores de porte superior, aqui considerados pequenos e pequenos-médios, que
comercializam de 1 a 5 e 5 a 20 toneladas/mês, respectivamente. Neste patamar da cadeia
de fluxo, já é identificada uma pequena percentagem de estabelecimentos comerciais que,
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157 Gestão Ambiental
segundo seus representantes, são legalizados perante a municipalidade. Estes
empreendedores, muitos ainda informais, têm a opção de destinação de seus produtos
diretamente para as indústrias de reciclagem ou mesmo para os considerados médios,
grandes e macro comerciantes. Seus fornecedores, no geral, são catadores individuais.
Acima destes, a rede se expande para os considerados médios, grandes e macro
comerciantes, com volumes comercializados nas faixas de 20 a 100, de 100 a 1000 e acima
de 1000 toneladas mensais, respectivamente. Geralmente se limitam a comercializar
sucata ferrosa e não ferrosa, alumínio, papelão e raramente materiais plásticos, tendo
como fornecedores os comerciantes abaixo da cadeia e estabelecimentos comerciais e de
prestação de serviços.
Os grandes e macro estabelecimentos podem ser considerados a “ponta” da rede
de fluxo do comércio de recicláveis no município de Sorocaba.
No levantamento realizado, foram amostrados 47 pontos de comércio de materiais
recicláveis. Aos responsáveis foi aplicado um questionário para identificar os tipos de
materiais e os respectivos volumes comercializados.
Em relação aos tipos de materiais, não houve quaisquer óbices na disponibilização
das informações. Por outro lado, quando indagados sobre os volumes movimentados, à
exceção dos grandes estabelecimentos, todos argumentaram não realizar qualquer tipo de
controle ou estatística que pudessem ser divulgados. Portanto, os dados informados são
aproximados e variam de acordo com a sazonalidade da oferta de matéria-prima.
Por seu turno, os grandes comerciantes declararam seus volumes igualmente em
caráter estimativo, evidenciando o receio de exporem suas contabilidades. Vale ressaltar
que estes grandes estabelecimentos, conforme relato de seus representantes,
comercializam especialmente sucatas metálicas, não somente de fornecedores locais, mas
também de outras cidades da região. Assim, os volumes indicados por estes comerciantes,
além de possivelmente subestimados, igualmente devem ser considerados com
parcimônia, já que não se traduzem em dados concretos para o efeito do presente trabalho.
O gráfico a seguir apresenta os resultados dos questionários aplicados e indica o
perfil dos estabelecimentos, conforme a quantidade de materiais comercializados.
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158 Gestão Ambiental
Gráfico 2.60 - Perfil do Comércio de Recicláveis em Sorocaba conforme os volumes
mensais movimentados.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
O estudo revela que 38% dos estabelecimentos podem ser considerados
pequenos-médios e movimentam de 5 e 20 toneladas/mês. Os pequenos são 17%, os
micros, médios e grandes, 10% cada. Os macros somam 4% da amostragem. Salienta-se
que existem poucos estabelecimentos de porte macro no município e, salvo melhor juízo,
foram todos catalogados.
A Tabela 2.47 ilustra a tipologia de resíduos comercializados de acordo com o
porte dos estabelecimentos.
Observa-se que os estabelecimentos que movimentam até 20 t/mês são os que
comercializam uma maior variedade de materiais.
Tabela 2.47 - Perfil do Comércio de Recicláveis em Sorocaba conforme tipos de materiais comercializados.
PORTE DO ESTABELECIMENTO
PET
PEAD
ALUMINIO
SUCATA METALICA
VIDRO
PAPELÃO
PP COBR
E
MICRO (0 a 1t) 60%
40% 80% 40% 0% 40% 40%
40%
PEQUENO (1 a 5 t) 56%
44% 67% 89% 0% 44% 44%
67%
PEQUENO MÉDIO (5 a 20 t)
94%
89% 89% 94% 6% 83% 83%
83%
MÉDIO (20 a 100 t) 60%
60% 80% 80% 0% 80% 60%
80%
GRANDE (100 a 1000 t) 40%
20% 20% 80% 0% 40% 20%
80%
MACRO (acima de 1000 t)
50%
50% 50% 100% 0% 50% 50%
50%
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Outra constatação importante é o baixíssimo interesse no comércio de vidro,
evidenciado pela percentagem de 98% dos entrevistados, que dizem não trabalhar com
este material.
10%
17%
38%
10%
10%
4%11%
TOTAL
Abaixo de 1T Acima de 1T e abaixo de 5T
Acima de 5T e abaixo de 20T Acima de 20T e abaixo de 100T
Acima de 100T e abaixo de 1000T Acima de 1000T
Não informou/não comerc.
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159 Gestão Ambiental
O comércio de alumínio também se concentra entre os comerciantes de até 20
t/mês.
Para estimar o real quantitativo de recicláveis em Sorocaba, é imprescindível
considerar o fluxo de comércio que se inicia com os catadores, passando por
estabelecimentos (ambos informais) e finalizando nos macros comerciantes, sendo estes
revendedores para usinas de reciclagem e indústrias diversas. Entretanto, os macros
comerciantes movimentam materiais de Sorocaba e região, o que sugere a obtenção de
dados imprecisos quanto à geração de recicláveis exclusivamente no município.
Contudo, a pesquisa realizada é suficiente para ilustrar o perfil destes
empreendimentos.
Primeiramente, vale esclarecer que apenas os estabelecimentos grandes e macro
são empresas devidamente constituídas e legalizadas perante a municipalidade. Quanto
aos demais, apesar de haver relatos de que muitos assim o são, não se verificou a
veracidade destas afirmações, já que na pesquisa não se pôde exigir a apresentação de
documentos.
O comércio de materiais recicláveis se concentra fora da região central do
município. Apesar de haver a catação nessa região, os locais de revenda estão nos bairros.
A pesquisa não teve o objetivo de identificar todos os estabelecimentos existentes.
Isso demanda atividade mais extensiva e a médio ou longo prazo. O que se observa é que
os micros, pequenos e pequenos-médios não raro se constituem em iniciativas individuais,
muitas vezes sazonais, havendo considerável “rotatividade” destes empreendimentos. Os
relatos indicam que estes comerciantes menores não necessariamente mantêm a atividade
de forma constante. Grande parte opta por se inserir neste ramo apenas em determinadas
épocas do ano, quando se evidencia a tendência para bons preços no mercado ou mesmo
quando não há outra alternativa de trabalho ou sustento.
Invariavelmente, estes comerciantes menores mantêm seus locais de acumulação
sem quaisquer cuidados com o acondicionamento dos materiais, mantendo-os expostos às
intempéries. Muitos destes locais inadequados são extensões de casas em zonas
residenciais ou em fundos de vale e outras áreas irregulares. Esta forma de acumulação
de materiais gera grande potencial de proliferação de vetores e contribui para a degradação
de recursos naturais.
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160 Gestão Ambiental
2.2.10. Considerações Finais
Para concluir, há de se fazer algumas considerações quanto ao conteúdo do
presente diagnóstico, o que se passa a fazer nos seguintes termos.
O município de Sorocaba intenta ampliar o sistema de coleta seletiva a curto,
médio e longo prazos, com vistas à universalização destes serviços, garantindo qualidade,
eficiência e sustentabilidade econômico-financeira e ambiental.
A geração de resíduos recicláveis é enorme, muito superior à capacidade atual de
coleta, segregação e comércio. O imperativo legal e normativo para a universalização da
coleta seletiva, aliado à realidade econômica-ambiental existente, impele a sociedade a
buscar soluções econômicas, eficazes e urgentes.
Como já assinalado, o sistema implantado trouxe nos últimos anos avanços
consideráveis, que possibilitaram a oferta dos serviços a uma parcela da população, ainda
pequena, que aos poucos tem se conscientizado de suas responsabilidades, mas
igualmente aspirada por avanços em eficiência e na abrangência destas atividades.
A princípio, o que se observa é a necessidade de política Pública específica para a
coleta seletiva no município. Apesar de ser um serviço intrínseco ao sistema de limpeza
pública e manejo de resíduos sólidos, possui peculiaridades. Envolve aspectos mais
profundos de educação ambiental, processamento de materiais, comércio, logística
diferenciada para coleta e transporte e inclusão social dos agentes envolvidos.
Assim, é imperioso que sejam estabelecidos critérios objetivos para a almejada
universalização da coleta seletiva, com base numa política pública clara e que atenda aos
anseios da população.
Em razão das limitações legais, políticas e econômicas, as soluções
compartilhadas, através de consórcios públicos, devem ser analisadas em conjunto com os
municípios próximos, eventualmente interessados. O debate há de ser amplo, com o
envolvimento efetivo das administrações respectivas. Os indicativos destas possibilidades
já foram tratados no Plano de Saneamento Básico e também no Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos, aqui reiterados em tópico específico. Como salientado, as
ações pontuais ligadas à logística reversa podem ser compartilhadas com municípios
vizinhos.
Entretanto, os serviços específicos de coleta seletiva, os aspectos econômicos e
sociais dela derivados, devem ser geridos e aperfeiçoados em nível municipal.
Como assinalado acima, é preciso elaborar uma política ambiental específica para
a coleta seletiva. Nela devem ser estabelecidos quais os caminhos, metas e programas
prioritários e factíveis. As Metas e Propostas deverão ser validadas pela ampla participação
da sociedade nas consultas públicas previstas.
É notória e indiscutível a importância dos serviços prestados pelas cooperativas
atuantes no município. São serviços ambientais fundamentais cujo titular é o poder público
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161 Gestão Ambiental
municipal. Os benefícios sociais são igualmente observados com a melhoria das condições
de vida dos cooperados. Tal princípio deverá ser uma das bases na política a ser adotada.
Por outro lado, o que se observa é que, nos moldes atuais, as cooperativas
existentes não possuem capacidade estrutural, financeira, operacional e de recursos
humanos para ampliar a oferta de seus serviços. Ao contrário, vários fatores impedem até
que os serviços já prestados se mantenham estáveis ou mesmo atinjam maiores índices
de eficiência.
Além disso, as cooperativas têm dificuldades em se auto-sustentarem e manterem
a contento, de forma autogestionária, os equipamentos, encargos trabalhistas, benefícios
e investimentos.
Segundo informações da Secretaria de Serviços Públicos do Município, não são
raras as reclamações da população atendida pela coleta seletiva, que se manifesta
periodicamente insatisfeita, especialmente com relação à falta de regularidade das rotas
dos caminhões.
O Município indica igualmente a existência de inúmeras notificações da Vigilância
Ambiental por conta de inadequações nos galpões.
Segundo a Secretaria de Serviços Públicos, a prefeitura de Sorocaba tem se
empenhado para o cumprimento da Lei 12.305/2010 e, no que diz respeito à inclusão de
catadores de materiais recicláveis no processo de gestão de resíduos sólidos, a efetiva
participação desta população tem sido garantida através da celebração de Termos de
Convênio/Parceria entre a Administração Municipal e as cooperativas de catadores. Através
deste instrumento legal, é possível que o poder executivo realize a cessão de imóveis,
veículos, equipamentos e outros recursos que atualmente viabilizam a execução da coleta
seletiva no município.
Assim, a ampliação e universalização dos serviços de coleta seletiva, em Sorocaba,
dependem de uma estrutura operacional, de gestão econômica e ambientalmente viável,
que supram as necessidades a curto, médio e longo prazos. Os recursos disponíveis e
futuros devem ser alocados de forma a atender as metas já estabelecidas nos planos de
Saneamento Básico e de Resíduos Sólidos. Com a destinação correta dos resíduos
reaproveitáveis e a diminuição do volume de resíduos destinados ao aterro sanitário,
espera-se que ocorram impactos positivos tanto econômicos quanto ambientais.
Por final, o Município não pode desconsiderar a atividade relevante que os
catadores informais têm exercido na coleta e destinação dos resíduos recicláveis.
Quaisquer que sejam as soluções encontradas para a ampliação da coleta seletiva, este
contingente (aproximadamente 800 pessoas) deve ser lembrado como parte do sistema e
que certamente sofrerá a influência das medidas tomadas. Como já asseverado no tópico
específico, estes cidadãos necessitam de políticas públicas que viabilizem uma maior
oportunidade de inserção no mercado de trabalho, acesso à saúde pública, assistência
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162 Gestão Ambiental
social e outros direitos. Reitera-se aqui a necessidade de que o município estabeleça uma
integração entre a secretaria de Governo nos levantamentos e ações voltadas à melhoria
das condições de vida destes munícipes.
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163 Gestão Ambiental
3. PRODUTO II - RELATÓRIO COM
METAS, PROJETOS, AÇÕES E
PROGRAMAS
3.1. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E
ESPECIFIAÇÕES MÍNIMAS
A coleta seletiva é uma alternativa ambientalmente aceita, pois, desvia parte dos
resíduos sólidos gerados da disposição em aterros sanitários ou controlados e lixões, para
que possam ser reciclados e constitui um processo de separação e recolhimento de
materiais recicláveis, conforme sua constituição, tais como papéis, plásticos, vidros, metais
e orgânicos, na fonte geradora, nos centros de triagem ou nas usinas de reciclagem.
Posteriormente, estes materiais são vendidos às indústrias recicladoras ou aos sucateiros,
para que possam ser comercializados.
As quatro principais modalidades de coleta seletiva são:
• Coleta Porta a Porta: veículos coletores (apropriados para coleta
seletiva) percorrem as vias públicas recolhendo os resíduos sólidos
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Plano de Coleta Seletiva
164 Gestão Ambiental
separados nos domicílios, mas em horários diferentes da coleta urbana
normal;
• Coleta em Postos de Entrega Voluntária (PEVs): a população
deposita espontaneamente os resíduos recicláveis em contêineres ou em
pequenos depósitos espalhados em pontos fixos estratégicos;
• Coleta em Postos de Troca: é feita a troca de material segregado por
bem ou benefício;
3.1.1. Separação dos materiais
Para uma maior efetividade e aproveitamento dos materiais recicláveis, é
fundamental que os materiais sejam separados na fonte, ou seja, nas unidades geradoras
de resíduos. Isso é importante porque quando a segregação não é feita de forma adequada,
ocorrem perdas de materiais devido à contaminação dos mesmos por resíduos orgânicos,
inutilizando-os para a reciclagem. Por exemplo: embalagem plástica de comida misturada
com papelão, suja e umedece o papelão que poderia ser reaproveitado. Atualmente, a
separação dos resíduos como lixo seco e úmido tem sido eficiente e adequada para elevar
os índices de reaproveitamento e redução no volume de rejeitos.
Dessa forma, para a implantação deste sistema, os resíduos gerados pelos
domicílios devem ser separados em dois grupos:
• MATERIAIS RECICLÁVEIS: sucata metálica, papéis, papelão, vidro, metal
e plástico.
• MATERIAIS NÃO-RECICLÁVEIS: também chamados de lixo úmido ou
simplesmente lixo, compostos pela matéria orgânica e pelos materiais que
não apresentam condições favoráveis à reciclagem. A relação dos materiais
assim classificados varia de um município para outro, uma vez que para
determinada localidade pode não ser interessante, ou mesmo viável, a
separação de determinados materiais, pela simples inexistência de mercado
comprador.
Os materiais recicláveis acondicionados em recipiente específico são coletados e
levados para unidades de triagem, onde são separados por tipo.
Ressalta-se que no processo de coleta, o trabalho conjunto entre municipalidade
e catadores pode trazer benefícios, desonerando os cofres públicos e oferecendo apoio a
uma parcela da população sujeita a grande vulnerabilidade social. Essa parceria pode
ocorrer através de cooperativas, como já acontece em Sorocaba, ou outras associações.
Nesse caso, cabe à Prefeitura o cadastramento e organização dos catadores, bem como o
fornecimento de subsídios às cooperativas e apoio social aos trabalhadores.
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165 Gestão Ambiental
3.1.2. Sacolas plásticas
A partir da década de 70, sacolas plásticas começaram a serem utilizadas para
acondicionamento de resíduos em substituição a embalagens de papel, pois o plástico
possuía vantagens como leveza, baixo custo, selabilidade sob calor, transparência,
flexibilidade, assepsia e capacidade de suportar peso sem romper-se. No entanto, sacolas
plásticas causam impacto ao meio ambiente, causando entupimento no sistema de
drenagem das vias públicas, interferência na dieta de animais, alteração no ecossistema e
biodiversidade, além de levarem período de 100 a 400 anos para decompor-se no ambiente
(SANTOS, 2012). Como alternativa ao uso de sacolas plásticas, indica-se as sacolas do tipo
reutilizáveis e/ou oxi-biodegradáveis.
Considerando o último censo do IBGE (2010), existem cerca de 178.777
residências em Sorocaba. Parte das rotas da coleta seletiva já adota esta prática com a
utilização de sacolas plásticas resistentes e reutilizáveis.
As sacolas devem ser confeccionadas com matérias-primas de fontes recicláveis
ou biodegradáveis, de modo a facilitar a seleção do resíduo sólido.
As vantagens da utilização de tais sacolas são:
• Possibilidade de reciclagem, antes do início de sua degradação;
• Possibilidade de fabricação a partir de plásticos reciclados;
• Possibilidade de reutilização, enquanto não começarem a degradar;
• Processo de degradação não produz metano;
• Serem Oxi-degradáveis e Biodegradáveis.
O objetivo maior dessa prática é a separação de forma consciente dos resíduos,
de maneira que os resíduos com potencial de reciclagem não sejam contaminados pelos
rejeitos. É importante que o munícipio estabeleça dia específico para a coleta seletiva em
cada região do município, de maneira a não haver justaposição com a coleta convencional.
O uso de sacolas plásticas é uma prática que estimula o cidadão a segregar de
forma consciente e efetiva os materiais a serem reciclados. Sendo uma alternativa aplicável
ao processo de ampliação do sistema de coleta seletiva no município de Sorocaba.
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166 Gestão Ambiental
Figura 3.1 – Exemplo de sacola plástica.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
3.1.3. Conteinerização
O processo de recolhimento dos resíduos domiciliares em Sorocaba é realizado por
meio da utilização de contêineres de PEAD de 240 e 1000 L.
O processo de conteinerização é um método avançado, que diminui o contato
direto dos trabalhadores com o resíduo e que evita a exposição dos resíduos a condições
do tempo e vetores. Em Sorocaba, os contêineres possuem chips para identificação do
local aonde foram instalados.
Esse tipo de manejo de resíduos sólidos é uma tendência já estabelecida em países
europeus, assim como nos EUA e Canadá. No Brasil, cidades como São Paulo, Porto Alegre
e outros municípios do interior já estão tratando parte de seus resíduos com essa técnica.
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167 Gestão Ambiental
Figura 3.2 – Modelo de caminhão basculante para recolhimento de resíduo em Sorocaba.
Fonte: Prefeitura de Sorocaba, 2015.
A conteinerização consiste na disposição de contêineres em locais estratégicos
para cumprirem a função de lixeira, na qual o gerador pode depositar o resíduo a qualquer
hora do dia, diminuindo o seu acúmulo em área comum e exposta. O processo de coleta é
realizado por caminhões próprios equipados com sistemas basculantes que elevam o
contêiner até a carroceria, depositam o resíduo no caminhão e deixam o contêiner vazio
para reutilização. Desta forma, não existe contato direto entre o funcionário transportador
e o resíduo recolhido. Os benefícios referentes à implantação desse sistema no município
estão presentes na Tabela 3.1.
Os principais ônus do sistema referem-se aos custos de manutenção dos
equipamentos. Entretanto, por ser uma forma mecanizada, higiênica, segura e rápida para
armazenamento e transporte de resíduos sólidos, os custos são compensados quando
comparados aos gastos com a saúde do trabalhador.
Os contêineres dispostos em esquinas não provocam obstrução às entradas e
acessos às residências e estabelecimentos comerciais.
Outro fator importante está na distribuição: com os contêineres posicionados de
forma a não exigir do morador um deslocamento superior a 120 metros, garante-se o seu
conforto do morador e os recursos para aquisição dos equipamentos de armazenagem de
resíduos são racionalizados.
A higienização dos contêineres pode ser realizada de forma automática, por
caminhos especializados, através do qual uma combinação de água e enzimas impede o
acúmulo de material causador de mau cheiro.
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168 Gestão Ambiental
Tabela 3.1– Diferenças entre o sistema tradicional e o conteinerizado no transporte e
armazenamento de resíduos sólidos.
Variável Sistema
Tradicional Sistema
Conteinerizado
Risco de acidentes do trabalho Alto Baixo
Incidência do derramamento do resíduo em função do
manuseio Alto Baixo
Aspecto visual da disposição do resíduo antes da coleta Negativo Positivo
Odor exalado da disposição do resíduo antes da coleta Forte Inexistente
Possibilidade de vazamento de líquido (chorume) na disposição do resíduo antes da coleta
Alto Inexistente
Hábito da equipe de acumular (puxar) o resíduo para a coleta Existente Inexistente
Condição para a mensuração da geração de resíduo Inexistente Existente
Alimentação de vetores e animais em função da disposição do resíduo antes da coleta
Alta Inexistente
Necessidade de manutenção dos contêineres Inexistente Existente
Opinião Pública Desfavorável Favorável
Custo para implantação da macrocoleta seletiva Elevado Compatível
Risco de perda da qualidade dos serviços prestados em função da redução da frequência
Alto Baixo
Fonte: CGMCON, 2013.
Além dos benefícios relativos à integridade física do coletor, o processo
mecanizado de recolhimento permite o aumento da produtividade, uma vez que promove
a otimização do tempo de recolhimento por unidade habitacional.
Tendo em vista as melhorias propostas por esse método de manejo de resíduos,
verifica-se viabilidade de sua implantação em pontos estratégicos do município,
notadamente as áreas comerciais, o que a curto prazo poderá significar alto investimento.
Entretanto, a médio prazo já será possível notar ganhos ambiental e sanitário
significativos.
Figura 3.3 – Exemplo de descarregamento de contêiner por veículo basculante.
Fonte: Prefeitura de Sorocaba, 2015.
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Antes e depois da implantação do sistema de conteinerização, é necessário intenso
processo de sensibilização ambiental, para evitar a depredação dos equipamentos públicos
responsáveis pela armazenagem do resíduo, assim como a definição adequada dos dias de
deposição dos resíduos, demonstrando a importância do processo de segregação do
resíduo e o dano gerado ao sistema, quando a separação não é feita de forma adequada.
Por se tratar de um sistema de coleta de resíduos pouco utilizado no país,
Sorocaba tornar-se-ia um dos municípios pioneiros no sistema de conteinerização da coleta
seletiva, demonstrando a viabilidade e as vantagens desse tipo de coleta.
A população já está habituada a esta forma de execução de coleta. Entretanto,
por carecer de investimento relativamente alto, é imprescindível a implantação de um
programa piloto que possibilitará ao município avaliar a viabilidade e aceitação do sistema
pelos cidadãos. Além disso é um sistema complexo e que necessita de forte cooperação da
população para seu funcionamento. Ressalta-se a importância da educação ambiental e de
explanar à população as vantagens trazidas por esse sistema.
3.1.4. Centro de Triagem e Tratamento de Resíduos Orgânicos
De acordo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, art. 36, no âmbito da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe aos municípios,
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos,
implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular, com
agentes econômicos e sociais, formas de utilização do composto produzido.
Segundo diagnóstico realizado anteriormente, em Sorocaba, quase metade dos
resíduos sólidos urbanos da coleta convencional são resíduos orgânicos. Portanto, se toda
essa fração fosse destinada a um centro de compostagem, a cidade conseguiria uma
grande redução na quantidade de resíduos enviados ao aterro.
Em São Paulo, de acordo com a Lei Estadual nº 12.300, de 16 de março de 2006,
que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, os Planos Municipais de Gerenciamento
de Resíduos Urbanos devem contemplar a definição e a descrição de medidas e soluções
direcionadas à compostagem. Assim como, em 2012, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos,
estipulou que, até 2015, deve haver pelo menos 30% de redução no peso da parcela
orgânica dos resíduos disposta em aterros.
Visto que os resíduos domiciliares orgânicos representam a maior parcela do total
de resíduos gerados no município de Sorocaba, é grande o potencial de reaproveitamento
dos mesmos, juntamente com resíduos de poda e capina coletados pelos serviços públicos.
A compostagem é uma técnica consagrada para reaproveitamento de materiais
orgânicos, e considerando a grande quantidade de áreas verdes no município de Sorocaba,
esta técnica pode ser viabilizada por meio da implantação de uma unidade de triagem e
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170 Gestão Ambiental
compostagem a ser operacionalizada pela Prefeitura ou por meio de empresas e
associações contratadas.
Figura 3.4 – Fluxograma do funcionamento de um Centro de Triagem e Compostagem.
Fonte: IGUAÇUMEC, 2015.
O processo de triagem junto à compostagem tem como objetivo retirar os
materiais recicláveis e/ou rejeitos que foram misturados aos resíduos domésticos, uma vez
que estes resíduos não servirão para compostagem. Assim, fica garantido que somente os
materiais orgânicos serão destinados ao processo de degradação biológica.
A instalação de um Centro de Triagem e Compostagem deve ser estudada para
cada cidade, porém a estrutura básica necessária deve incluir uma área para recepção e
expedição dos resíduos, equipamentos para triagem, área para compostagem,
beneficiamento/armazenamento, aterro de rejeitos e sistema de tratamento de efluentes.
Os dados apresentados são preliminares e servem como referência para que o
Município desenvolva seu projeto de acordo com as características específicas dos resíduos
gerados, ou seja, os valores apresentados foram pré-dimensionados para fornecerem a
ordem de grandeza a ser considerada no Plano Municipal de Coleta Seletiva.
• RECEPÇÃO E EXPEDIÇÃO: Área destinada ao fluxo, entrada e saída dos
resíduos. Basicamente, na recepção ocorre a entrada de resíduos sólidos
domiciliares e outros insumos e na expedição, a saída de composto,
recicláveis e rejeitos.
• TRIAGEM: Um fluxograma básico do funcionamento da central de triagem
está demonstrado na Figura 3.5.
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171 Gestão Ambiental
Figura 3.5 – Esquema representativo dos processos de triagem.
Legenda Equipamentos
1 Moega de
alimentação
2 Esteira de triagem
de materiais
3 Contêiner
4 Carrinho porta-
contêiner
5 Sistema de trituração
6 Carrinho de distribuição
7 Cobertura metálica
Fonte: IGUAÇUMEC, 2015.
Esta etapa visa a separação manual dos diversos componentes dos resíduos, que
são divididos em grupos de acordo com a sua natureza. Nos municípios onde há coleta
seletiva, o processo de triagem é mais simples, pois consiste apenas em extrair do material
a matéria orgânica destinada à compostagem, evitando a etapa de separação dos materiais
recicláveis, uma vez que são separados na fonte.
• COMPOSTAGEM: Após a triagem, a parcela de materiais orgânicos é
encaminhada ao processo de compostagem. Segundo a NBR 13.591 de
1996, a compostagem é um processo de decomposição biológica da fração
orgânica biodegradável dos resíduos, efetuado por uma população
diversificada de organismos, em condições de aerobiose e demais
parâmetros. O ciclo de compostagem dura em torno de 120 dias. O objetivo
deste processo nesses casos, não é propriamente produzir adubo/composto,
mas sim o fato de que a matéria orgânica presente no lixo pode ser
transformada e reaproveitada, evitando a disposição final em aterros, que
no geral implica em impactos ambientais negativos.
Tabela 3.2 – Processo de compostagem.
Materiais para fazer o composto
- Esterco de animais;
- Qualquer tipo de planta;
- Palhas de café, milho, cana, etc.;
- Sobras de frutas, legumes e cultivos;
- Pastos, ervas, cascas, folhas verdes e secas, podas de árvore;
- Qualquer substância que seja parte de animais: pelos, lãs, couros;
- Todas as sobras de cozinha que sejam de origem animal ou vegetal: restos de alimentos, cascas
de ovo, etc.;
- Entre outros.
• Observação: O ideal é que a massa de compostagem seja resultante da mistura de vários
resíduos orgânicos, pois quanto mais variados e triturados (fragmentados) os componentes
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172 Gestão Ambiental
usados, melhor será a qualidade do composto e mais rápido o término do processo de
compostagem.
• A matéria-prima a ser compostada deve estar livre de materiais inertes.
Modo de preparo das leiras de composto
- Para a escolha do local de montagem das leiras deve-se considerar a facilidade de acesso e a
disponibilidade de água para molhar as pilhas. Também é desejável montá-las em locais
sombreados e protegidos de ventos intensos para evitar ressecamento.
- Iniciar a construção da pilha com uma camada de material vegetal seco para que absorva o
excesso de água e permita a circulação de ar.
- Terminada a primeira camada, deve-se regá-la com água, evitando encharcamento e, a cada
camada montada, deve-se umedecê-la para uma distribuição mais uniforme da água por toda a
pilha.
- Na segunda camada, deve-se colocar restos orgânicos mais úmidos, como exemplo: restos de
alimentos em geral, verduras, frutas, etc.
- Novamente, deposita-se uma camada de material vegetal seco seguida por outra camada de
restos orgânicos, e assim sucessivamente.
• Durante a compostagem, existe toda uma sequência de microrganismos que decompõem a
matéria orgânica, até surgir o produto final, o húmus maduro. Todo este processo acontece em
etapas, nas quais, fungos, bactérias, protozoários, minhocas, besouros, lacraias, formigas e
aranhas decompõem as fibras vegetais e tornam os nutrientes presentes na matéria orgânica
disponíveis para as plantas.
Fonte: FEAM, 2005. Ministério Público do Estado do Paraná, 2013. Planeta Orgânico, 2015.
Após a montagem, durante todo o processo de decomposição, é necessário
revolver a massa de compostagem e, também, mantê-la úmida. O revolvimento tem três
funções básicas: propiciar a aeração da massa, dissipar as altas temperaturas
desenvolvidas na fase ativa de degradação e aumentar a porosidade. Nos casos em que
as leiras são grandes e ocupam uma grande área, recomenda-se que o revolvimento das
mesmas seja realizado com máquinas específicas ou até mesmo com pás carregadeiras.
O pátio de compostagem deverá ser impermeável. Sugere-se construir valas ao
redor do pátio para coletar todo chorume produzido durante o processo de compostagem,
originado dos processos biológicos, químicos e físicos da decomposição da matéria orgânica
contida no lixo.
3.1.4.1. Dimensionamento das leiras
Sorocaba produz uma média diária de 487,96 toneladas de resíduos domiciliares.
Deste total, 48% é composto pela matéria orgânica, ou seja, 234.220,8 kg/dia. O município
também gera 31.451,58 m³/ano de resíduos de poda e varrição, obtendo uma média de
51.701,23 kg/dia. Estes tipos de resíduos são passíveis de serem reaproveitados para o
processo de compostagem.
No processo de seleção de uma área adequada para construir a usina de
compostagem, é preciso dimensionar as áreas ocupadas pelas leiras, aplicando as
seguintes equações:
Volume
V = MPMO/D
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Sendo
V = Volume da leira de compostagem (m³);
MPMO = Massa total dos resíduos orgânicos e poda (285.922,03 kg);
D = Densidade dos resíduos orgânicos e poda (570 kg/m³).
Área da Seção Transversal
As = (L*H)/2
Sendo
L = Largura da leira (4 m – adotado);
H = Altura da leira (3 m – adotado);
As = Área da seção transversal da leira (m²).
Comprimento
C = V/As
Sendo
C = Comprimento da leira (m).
Área da base
Ab = L*C;
Sendo
Ab = Área da base da leira (m²).
Área de revolvimento da leira
Ar = 2*Ab;
Sendo
Ar = Área de folga para reviramento da leira (m²).
Área útil
Au = Ar*Tc
Sendo
Tc = Tempo do ciclo da compostagem (120 dias);
Au = Área útil necessária para confeccionar as leiras (m²).
Área total
At = Au*AA
Sendo
AA = Área adicional para a manutenção (10%);
At = Área total necessária (m²).
Através das equações, foram calculadas as dimensões e áreas necessárias,
conforme demonstra a tabela a seguir.
Tabela 3.3 – Dados do dimensionamento das leiras para compostagem e o pátio
Variáveis Valores
Densidade de matéria orgânica com capina (kg/m³) 570
Largura (m) 4
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Altura (m) 3
Área da seção reta (m²) 6
Volume (m³) 501,62
Comprimento (m) 83,60
Comprimento útil (m) 85
Área da base (m²) 340
Área de folga - para revolvimento (m²) 680
Área útil (m²) 81.600
Adicional (%) 10%
Área total (m²) 89.760
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
Portanto, será necessária uma área aproximada de 90.000 m², somente para a
área de compostagem. Deve-se prever um terreno com área maior para englobar as outras
instalações do Centro de Triagem e Compostagem.
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Figura 3.6 – Ilustração das dimensões das leiras.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
• BENEFICIAMENTO/ARMAZENAMENTO: O composto quando
biologicamente estável, passa pelo processo de beneficiamento, etapa onde
o material é peneirado para a retirada de materiais indesejáveis e para a
redução da granulometria. O armazenamento do composto beneficiado deve
ser feito em local protegido das intempéries do tempo.
• ATERRO REJEITOS: Local destinado à disposição final dos rejeitos
provenientes da etapa de triagem. Caso a instalação do Centro de Triagem
e Compostagem seja realizada no mesmo terreno do aterro sanitário
municipal, a disposição poderá ocorrer conjuntamente.
• TRATAMENTO DE EFLUENTES: Estrutura necessária para o tratamento
dos líquidos provenientes das instalações sanitárias, do pátio de
compostagem, da lavagem da área de recepção/expedição e triagem do lixo,
das valas de aterramento de rejeitos, e outros. Assim como no caso do aterro
de rejeitos, se a instalação do centro ocorrer no mesmo terreno do aterro
sanitário municipal, o tratamento de efluentes poderá ser realizado
juntamente com aqueles provenientes do próprio aterro.
• ÁREAS COMPLEMENTARES: Estruturas de apoio como escritório,
almoxarifado, instalações sanitárias/vestiários, copa/cozinha, etc. Galpão
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176 Gestão Ambiental
para armazenamento de recicláveis provenientes da triagem. E também,
área para a trituração dos resíduos de poda, uma vez que estes devem ser
triturados antes de serem inseridos no processo de compostagem. Conforme
apontado no Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de
Sorocaba, são inúmeras as exigências para aplicação e comercialização do
composto. Dessa forma, apesar da legislação indicar a compostagem como
alternativa para tratamento dos resíduos orgânicos, a viabilidade de sua
implantação dependerá da articulação da Prefeitura com os agentes
econômicos e sociais envolvidos. Isto posto, poderão ser adotadas soluções
alternativas, que não a compostagem, para o tratamento dos resíduos
orgânicos.
3.2. INDICADORES DE DESEMPENHO
Os indicadores são informações qualificadas e direcionadas que servem para
avaliar e monitorar determinadas realidades, por meio de índices, dados e percentuais. Os
parâmetros expressam as condições qualitativas ou quantitativas do que está sendo
medido e avaliado.
Para melhor análise e manutenção do sistema de coleta seletiva, indica-se a
adoção de indicadores específicos de gestão. Tomando por base os indicadores
estabelecidos pela FUNASA, no “Programas Municipais de Coleta Seletiva de Lixo como
Fator de Sustentabilidade dos Sistemas Públicos de Saneamento Ambiental na Região
Metropolitana de São Paulo” (2010), adotou-se as seguintes considerações como
pertinentes às características do município de Sorocaba:
• A inserção da coleta seletiva como etapa da Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos Urbanos no Sistema de Limpeza Urbana do município;
• A existência de instrumento legal/jurídico que estabeleça o vínculo e as
regras entre as partes envolvidas.
• A remuneração pelo serviço prestado pelas organizações, como parte do
sistema de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, proporcional à
quantidade de resíduos coletada e triada.
• A universalização dos serviços, com qualidade.
• A existência de política pública e de mecanismos de incentivo que induzam
à autonomia das organizações de catadores.
• A existência de Programa de Educação Ambiental e de divulgação de
informação à sociedade, visando aumento do grau de adesão à coleta
seletiva, com qualidade na segregação dos materiais.
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• Aumento significativo da quantidade de materiais encaminhados para
reciclagem e a redução do montante de resíduos sólidos destinado aos
aterros sanitários. Para as organizações de catadores, as bases definidas
como ideais para a sustentabilidade contemplaram as categorias:
• A instituição formal da organização e sua inserção no escopo da política
pública municipal de resíduos sólidos, formalizada por meio de instrumento
legal firmado com o município.
• Existência de infraestrutura, equipamentos e capacitação para o
desempenho satisfatório das diversas atividades inerentes à coleta,
segregação e comercialização dos materiais recicláveis.
• Condições adequadas de higiene, segurança e saúde do trabalhador, nos
aspectos de infraestrutura, equipamentos e conforto ambiental.
• A existência de rede de apoio, representada pelas parcerias necessárias
à realização das diversas atividades da organização.
A Tabela 3.4, apresenta o conjunto de indicadores e índices de sustentabilidade
propostos para os programas de coleta seletiva e suas respectivas gradações:
Tabela 3.4 – Indicadores, índices e gradação dos programas de coleta seletiva.
Indicador + +/- -
Sustentabilidade
econômica
Existência de taxa
específica
Cobrança de taxa no
IPTU
Não existência de
cobrança
Marco legal Com lei e convênio Só lei ou
só convênio
Sem lei nem
convênio
Parceiras Duas ou mais Uma Nenhuma
Cobertura de coleta Alta
75 a 100%
Média
31 a 74,9%
Baixa
Menos de 30%
Índices de recuperação
de materiais recicláveis
(IRMR) *
Alto
Acima de 11%
Médio
5,1 a 10%
Baixo
até 5%
Índice de rejeito (IR)** Baixo
até 7%
Médio
5,1 a 20%
Alto
Acima de 21%
*IRMR (%) = Quantidade de coleta seletiva – Quantidade de rejeito da triagem X 100
Quantidade coletada seletivamente + Quantidade de coleta regular OBS: O valor de 10% de recuperação de materiais recicláveis foi aceito como uma meta para os programas de coleta seletiva no país, logo, programas municipais que apresentam valores acima de 10% teriam alta sustentabilidade quanto a este indicador. **IR = Quantidade da coleta seletiva – Quantidade de materiais comercializados * 100
Quantidade da coleta seletiva OBS: O valor de 7% de rejeito foi aceito como um valor razoável e 20% como um valor a não ser
ultrapassado. Fonte: BRASIL, 2010.
Para avaliar a sustentabilidade das cooperativas de catadores, foram identificados
doze principais indicadores, conforme tabela:
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Tabela 3.5 – Indicadores, índices e gradação das associações e cooperativas de
catadores.
Indicador + +/- -
1. Regularização da
organização Regularizada -------------- Não regularizada
2. Instrumento legal de
parceria
Cooperativa com
convênio ou OSCIP
com contrato
Associação com
convênio Não possui
3. Rotatividade anual Até 25% dos
membros Entre 25 e 50% Mais de 50%
4. Capacitação dos membros Incubada Capacitada Não incubada /
não capacitada
5. Renda mensal por
membro
Dois salários
mínimos
Entre um e dois
salários Um salário
6. Participação dos
membros* Alta (75 a 100%)
Média (30 a
75%) Baixa (30 a 50%)
7. Condição da instalação Própria Alugada Cedida
8. Equipamentos / veículos Próprios Próprios/cedidos Cedidos
9. Horas trabalhadas/dia
membro Mais de 6 Entre 4 e 6 Até 4
10. Benefícios para os
membros* 3 ou mais Uma ou duas Nenhum
11. EPI´s Usam EPI Não usam Não possuem
12. Nº de parcerias das
organizações Duas ou mais Uma Nenhuma
* Em relação a frequência – comparecimento dos membros às reuniões * Exemplos de benefícios: cesta básica, seguro de saúde, transporte, alfabetização, férias, prêmios, curso de computação, convênio com farmácias, creches e licença remunerada. Fonte: BRASIL, 2010.
Esses indicadores e suas respectivas gradações levaram à composição do índice
de sustentabilidade. Para tanto, considerou-se que cada valor + (mais), atribuído ao
indicador em análise, valeria 1 ponto; cada valor +/– (mais ou menos) valeria 0,5 pontos
e cada valor – (menos) não somaria nenhum ponto. A somatória dos valores numéricos
levou a um número que representa o índice de sustentabilidade do programa ou
organização. A partir desse número, foi possível efetuar a comparação entre os programas
municipais e entre as organizações de catadores, assim como estabelecer sua
hierarquização, em termos de sustentabilidade. O estabelecimento do grau de
sustentabilidade se deu mediante decodificação do valor numérico do índice de
sustentabilidade para uma representação qualitativa correspondente a intervalos de
valores. Estabeleceram-se os graus de sustentabilidade: alto, médio e baixo. Os graus de
sustentabilidade para os programas municipais foram definidos como baixo (de 0 a 1,9
pontos), médio (de 2 a 3,9 pontos) e alto (de 4 a 6 pontos); enquanto que, para as
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organizações de catadores, foram definidos como baixo (de 0 a 3,9 pontos), médio baixo
(de 4 a 5,9), médio alto (de 6 a 7,9) e alto (de 8 a 12) (BRASIL, 2010).
Aplicando-se esta metodologia para analisar a qualidade dos serviços de coleta
seletiva em Sorocaba, foram obtidos os seguintes índices:
A. Indicadores, índices e gradação do programa de coleta seletiva
Tabela 3.6 - Indicadores, índices e gradação do programa de coleta seletiva de Sorocaba.
PROGRAMAS DE COLETA SELETIVA
Indicador
Sustentabilidade econômica 0 Marco legal 0 Parceiras 1 Cobertura de coleta 0
Índices de recuperação de materiais recicláveis (IRMR) * 0 Índice de rejeito (IR)** 0 Somatória 1
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
3.3. REGRAS PARA O TRANSPORTE
DA COLETA SELETIVA
A NBR 13.221 de 2003 especifica os requisitos para o transporte terrestre de
resíduos. O transporte deve ser realizado por meio de equipamento adequado, em estado
de conservação tal que não permita vazamento ou derramamento do resíduo transportado.
Deve, também, estar protegido de intempéries e devidamente acondicionado de modo que
evite seu espalhamento. Os resíduos não podem ser transportados com alimentos,
medicamentos ou produtos destinados ao consumo humano ou animal, ou com
embalagens destinadas para estes fins. Essas medidas visam evitar danos ao meio
ambiente e proteger a saúde pública.
Para o transporte de resíduos, deve ser atendida a legislação ambiental específica,
no caso, Lei Estadual Nº. 12.300 de 2006, Política Estadual de Resíduos Sólidos de São
Paulo. Essas leis promovem ações para atender aos princípios de regularidade,
continuidade e universalidade em condições sanitárias de segurança em todas as etapas
do sistema de coleta: transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.
Segundo o art. 9º desta mesma lei, “as atividades e instalações de transporte de
resíduos sólidos deverão ser projetadas, licenciadas, implantadas e operadas em
conformidade com a legislação em vigor, devendo a movimentação de resíduos ser
monitorada por meio de registros rastreáveis, de acordo com o projeto previamente
aprovado pelos órgãos previstos em lei ou regulamentação específica”.
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180 Gestão Ambiental
O documento de controle ambiental deve acompanhar o transporte dos resíduos,
conforme previsto pelo órgão competente, no qual deve ser informado o tipo de
acondicionamento.
3.3.1. Veículos Para Transporte da Coleta Seletiva
Os veículos para transporte da coleta seletiva devem apresentar características
específicas, podendo ser adaptadas e/ou enquadradas nas dos veículos de transporte da
coleta convencional de resíduos sólidos, devido à semelhança dos serviços. São elas (IBAM,
2001):
• Não permitir derramamento do lixo na via pública;
• Apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos trabalhadores,
ou seja, no máximo a 1,20 m de altura em relação ao solo;
• Possuir carregamento traseiro, de preferência;
• Dispor de local adequado para transporte dos trabalhadores;
• Possuir capacidade adequada de manobra e de vencer aclives e declives;
• Distribuir adequadamente a carga no chassi do caminhão;
• Apresentar capacidade adequada para o menor número de viagens ao
destino, nas condições de cada área.
Procura-se escolher um tipo de veículo de coleta que apresente o melhor
custo/benefício. Em geral, esta relação é atingida utilizando-se aquele que preencha o
maior número de características.
Segundo a NBR 13.463 de 1995, Coleta de Resíduos Sólidos, os veículos coletores
podem ser do tipo compactador ou com caçamba simples. Os veículos de caçamba simples
são dotados de caçambas sem sistema de compactação, e podem ser do tipo basculante
ou não.
Na coleta seletiva, deve-se dar preferência aos veículos não compactadores, pois
não misturam os materiais, facilitando a operação de triagem. Recomenda-se que os
veículos coletores sejam equipados com sobre-guardas altas ou fechados com tela
formando uma espécie de gaiola. Dessa forma, pode-se aumentar significativamente a
capacidade de carga e evitar que materiais leves se espalhem durante o transporte.
Para a coleta porta a porta podem ser utilizados carrinhos manuais, carrinhos
elétricos, motos com carreta adaptada, Kombis com carroceria adaptada ou outros veículos
leves com características semelhantes. Os caminhões são mais utilizados em áreas de
grande produção de recicláveis, como áreas comerciais, condomínios ou áreas residenciais
cujas construções sejam predominantemente grandes. Para o transporte dos pontos de
acumulação temporária aos galpões de triagem, os veículos mais apropriados são
caminhões baú ou com carroceria adaptada.
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181 Gestão Ambiental
É importante que os veículos da coleta seletiva estejam identificados para facilitar
o reconhecimento por parte da população.
3.3.2. Riscos
No manejo dos resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, existem
fatores de riscos à saúde dos trabalhadores, inclusive na hora de seu transporte. De acordo
com a NR-9, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, “consideram-se riscos
ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
capazes de causar danos à saúde do trabalhador”.
Os trabalhadores envolvidos com a coleta seletiva estão expostos a diferentes
tipos de riscos inerentes à atividade realizada, muitos deles ocasionados pela separação
errônea dos tipos de resíduos e até mesmo pelo mau acondicionamento dos mesmos por
parte da população em geral.
Os riscos físicos estão relacionados às condições a que estão sujeitos os
trabalhadores, como ruídos, vibrações, calor e frio. Quanto aos agentes químicos, que são
os compostos que podem penetrar no organismo pela via respiratória, os riscos estão
relacionados principalmente às névoas, neblinas e poeiras. E com relação aos biológicos,
o risco maior está no contato com agentes biológicos patogênicos (bactérias, fungos,
bacilos, parasitas, protozoários, vírus, etc.), principalmente através de materiais perfuro-
cortantes.
Como esses trabalhadores realizam suas atividades ao ar livre, estão sujeitos a
outros tipos de riscos que envolvem atropelamentos, quedas e fraturas. Também há a
questão ergonômica, uma vez que executam suas atividades em ritmo acelerado e
carregando vários sacos de resíduos ao mesmo tempo, ocasionando sobrecarga da coluna
vertebral, podendo ocasionar lesões. E também no âmbito social, pela falta de treinamento
e condições adequadas de trabalho.
3.3.3. Equipamentos de Proteção Individual
Segundo as normas, para o manuseio, coleta e transporte dos resíduos
domésticos, incluindo os recicláveis, faz-se necessário a utilização de Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) para que as condições de segurança, saúde e higiene dos
trabalhadores envolvidos sejam garantidas.
Considera-se Equipamento de Proteção Individual, de acordo com a NR 6, “todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
As equipes que realizam a coleta e o transporte, durante o manuseio dos resíduos
domésticos, deverão utilizar alguns equipamentos de proteção, incluindo: uniformes,
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bonés, luvas, botas, capas de chuva, colete refletivo e até mesmo protetor solar. Os
uniformes dos trabalhadores, assim como os EPIs, deverão ser fornecidos pela empresa
responsável e/ou cooperativa.
Frequentemente, os funcionários deverão receber orientações sobre o uso correto
dos EPIs para sua segurança e para evitar riscos de acidentes durante o trabalho.
3.4. DEFINIÇÃO DE
RESPONSABILIDADES NA
COLETA SELETIVA
A partir do conhecimento da realidade ambiental atual, pode-se identificar e definir
os responsáveis pelas áreas da implantação e pelas etapas do gerenciamento de resíduos
sólidos. É nessa fase do plano que as responsabilidades são apresentadas e alterações
sugeridas para o aperfeiçoamento da gestão.
3.4.1. Institucional
Coleta Seletiva de Resíduos é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis,
tais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte
geradora. Estes materiais, após um pré-beneficiamento, são vendidos às indústrias
recicladoras ou aos sucateiros (VILHENA, 1999).
A coleta seletiva proporciona inúmeros benefícios ao município, dentre eles:
• Redução de custos com a disposição final dos resíduos e aumento da vida
útil dos aterros;
• Minimização de impactos ambientais e consequentes gastos com
reparação de áreas degradadas;
• Educação e conscientização da população;
• Melhoria nas condições ambientais e de saúde da população;
• Geração de empregos;
Em geral, a implantação da coleta seletiva deverá considerar três fases:
• O reconhecimento da situação atual pela população;
• A definição de projetos e estratégias para implantação;
• E a implantação dos projetos e início das atividades.
O município de Sorocaba conta com um sistema de coleta seletiva ainda incipiente,
atendendo apenas 13% das residências e aproximadamente 10% do potencial de
segregação. Para ampliar e otimizar este serviço, é fundamental que todos estejam
conscientes da sua necessidade e sua importância, começando pelo poder público e
servidores diretamente ligados à coleta convencional e limpeza pública.
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Esta conscientização deve ser alcançada com campanhas estratégicas junto à
população nos centros comunitários, nas escolas e nos prédios públicos. Outras opções são
eventos que apresentem alternativas para redução e reutilização dos resíduos, distribuição
de folders confeccionados e impressos em papéis recicláveis, bem como a instalação de
lixeiras menores para separação em locais públicos estratégicos como praças e avenidas
principais.
3.4.2. Resíduos especiais
Os resíduos especiais são considerados em função de suas características tóxicas,
radioativas e contaminantes. Portanto, passam a merecer cuidados especiais em seu
manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e disposição final. Dentro da classe
de resíduos de fontes especiais, merecem destaque os resíduos listados na tabela abaixo.
Tabela 3.7 – Principias legislações pertinentes ao recolhimento e destinação de resíduos.
Resíduo especial Legislação
Pilhas e baterias
Resolução CONAMA nº. 401 de 4/11/2008 –
Revoga o parágrafo único do Art. 16, pela
Resolução CONAMA nº. 424 de 22/4/2010;
Lei nº 16.075 de 1º de abril de 2009.
Lâmpadas fluorescentes
Lei nº. 6.938 de 31/8/1981;
Lei nº. 10.165 de 27/12/2000;
Lei nº 16.075 de 1º de abril de 2009.
Óleos e graxas Resolução CONAMA nº. 362 de 23/6/2005.
Pneus Resolução CONAMA nº. 416, de 30/9/2009.
Agrotóxicos
Lei nº. 7.802 de 11/6/1989;
Lei nº. 9.974 de 6/6/2000;
Resolução CONAMA nº. 334 de 3/4/2003
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
3.4.2.1. Pilhas e Baterias
Pilhas e baterias são classificadas como Resíduos Perigosos Classe I, por conterem
metais pesados e apresentarem características de corrosividade, reatividade e toxicidade.
Os principais metais contidos são: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni),
prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn). Por apresentarem tais especificidades, o
manejo deve ser especial. A Lei Estadual n.º 16.075/09 proíbe o descarte desses materiais
em resíduo domiciliar ou comercial e obriga os fabricantes e revendedores a recolherem e
dar destinação final adequada.
Com base na Resolução CONAMA n.º 401/08, recomenda-se que, após o
esgotamento do potencial energético, as pilhas e baterias sejam encaminhadas pelo
próprio cidadão aos locais autorizados, em redes técnicas autorizadas por fabricantes, ou
no próprio estabelecimento comercial onde as pilhas e baterias foram compradas.
De acordo com o Art. 3º da Resolução CONAMA nº 401/08, os estabelecimentos
comerciais assim como as assistências técnicas autorizadas pelos fabricantes são obrigados
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a receber estes resíduos e devolvê-los aos fabricantes que têm a responsabilidade pela sua
destinação final.
3.4.2.1.1. Pontos de recebimento
Nos pontos de recebimento (comércios e assistências autorizadas), os resíduos
deverão ser armazenados, seguindo padrões de segurança e mantendo a não
contaminação. Lixeiras destinadas a acondicionar esses resíduos deverão estar
identificadas e segregadas para receber separadamente as pilhas das baterias.
O armazenamento será temporário e sua disposição pode ser feita em tambores,
bombonas, embalagens originais ou em caixas de papelão próprias para receber tais
resíduos.
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Figura 3.7– Modelo de lixeira para recolhimento de pilhas e baterias.
Fonte: BRAVOMAQ, 2010. SEMA, 2005.
No site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br), estão disponíveis
endereços e telefones de redes técnicas autorizadas para o recebimento de resíduos de
pilhas e baterias.
Uma alternativa para o descarte adequado é o estabelecimento de acordo entre o
município e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), cujo
programa de recebimento de pilhas e baterias acontece de forma gratuita (respeitando a
lei da Logística Reversa).
É de responsabilidade do poder público, identificar os estabelecimentos e convidá-
los a participar da iniciativa, proferindo palestras e fornecendo material informativo sobre
o correto manuseio, armazenamento e legislações pertinentes. Envolver entidades como
Rotary Clube e Lyons Clube, igrejas, associações para fortalecer uma grande campanha,
também, é uma alternativa.
Na área rural, como nas demais regiões administrativas, poderão ser criados
pontos de devolução nos postos de saúde, com disposição de lixeira adequada para
armazenamento e folders explicativos.
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Figura 3.8 – Modelo de folders para pontos de devolução de pilhas e baterias.
Fonte: ABINEE, 2006. Floripa Shopping, 2010.
3.4.2.1.2. Transporte
O transporte deverá ser realizado por empresa terceirizada devidamente
autorizada. Caso seja do interesse do município realizar a coleta em regiões
administrativas e nas áreas rurais, esta empresa deverá assumir as condutas e
procedimentos de segurança conforme as normas técnicas da ABNT e legislações
referentes, como o Decreto Nacional nº. 96.044 de 18/5/1988, que trata do transporte
rodoviário de produtos perigosos. Entretanto, seguem algumas recomendações:
• Nos veículos, deverão ter afixados painéis de segurança (placas),
contendo número de identificação do risco do produto e número do produto:
88/2794, e rótulos de risco (placa de corrosivo), conforme NBR 8.500, com
motorista credenciado e carga lonada ou caminhão furgão;
• Os veículos deverão ter “kit de emergência” e EPI;
• O motorista deve manter envelope com ficha de emergência com
instruções para acidentes, incêndio, ingestão, inalação e fone de contato
(PGIRS Rio Negro, 2008).
3.4.2.2. Lâmpadas Fluorescentes
A lâmpada fluorescente contém mercúrio, um metal pesado altamente tóxico.
Quando intacta, não oferece perigo. Porém, com a lâmpada danificada, ocorre vazamento
de vapor de mercúrio, contaminando solo, recursos hídricos, causando grandes prejuízos
ambientais, como por exemplo poluição do ar, solo e recursos hídricos.
A Lei Federal nº 12.305/10, em seu artigo 33, determina:
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187 Gestão Ambiental
São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,
mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma
independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos
resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias [...] lâmpadas fluorescentes,
de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista.
3.4.2.2.1. Pontos de recebimento
Os estabelecimentos deverão armazenar estes resíduos adequadamente em
tambores, na embalagem original ou em caixas de papelão próprias e devidamente
sinalizadas.
Figura 3.9 – Caixas para armazenamento de lâmpadas fluorescentes.
Fonte: Meca Coleta, 2011.
O transporte deverá ocorrer conforme diretrizes do Decreto Federal nº 96.044/08.
3.4.2.3. Óleos Lubrificantes e Graxas
Os óleos são classificados como resíduos especiais por serem inflamáveis e
poluentes devido aos seus aditivos incorporados. Os óleos lubrificantes são considerados
resíduos perigosos (NBR 10004, anexo "A", código F130), ricos em metais pesados, ácidos
orgânicos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA's) e dioxinas.
3.4.2.3.1. Pontos de Recebimento
Todos os locais e estabelecimentos que realizam a troca e revendem óleo
lubrificante devem ter um local reservado para armazenamento desses resíduos. Os
resíduos de óleos e graxas devem ser devidamente armazenados conforme as normas da
ABNT NBR nº. 12.235/88.
Conforme consta na Resolução CONAMA nº. 362/05, os produtores, importadores
e revendedores de óleos são responsáveis pela coleta e destinação final dos resíduos de
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óleos e graxas. Nos locais como postos de combustíveis e demais estabelecimentos que
trabalhem com estes produtos poderão ser instalados pontos de coleta para população por
meio de parceria público-privada.
Figura 3.10 – Embalagem para armazenamento de resíduos de óleos e graxas.
Fonte: Meca Coleta, 2011.
3.4.2.3.2. Transporte
O transporte dos resíduos provenientes da utilização de óleos e graxas deverá ser
realizado conforme as normas descritas na Portaria nº. 125, de 30/7/99, que regulamenta
o recolhimento, a coleta e a destinação final destes resíduos pelas empresas fabricantes e
importadoras destes produtos.
3.4.2.4. Pneus
No Brasil, aproximadamente 100 milhões de pneus usados estão espalhados em
aterros sanitários, terrenos baldios, rios e lagos, segundo estimativa da Associação
Nacional da Indústria de Pneumáticos – ANIP (2006). Sua principal matéria-prima é a
borracha vulcanizada, mais resistente que a borracha natural, não se degrada facilmente
e, quando queimada a céu aberto, gera enormes quantidades de material particulado e
gases tóxicos, contaminando o meio ambiente com carbono, enxofre e outros poluentes.
Quando perdem sua utilidade, tornam-se resíduos e muitas vezes são abandonados,
convertendo-se em problema ambiental e de saúde pública. Ao serem abandonados em
ambientes abertos e sujeitos a chuvas, acumulam água e tornam-se ambientes propícios
para a disseminação de doenças, como a dengue e a febre amarela. Devido a esses fatores,
o descarte de pneus é, ainda, um problema de saúde pública.
3.4.2.4.1. Pontos de Devolução
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189 Gestão Ambiental
De acordo com a Resolução CONAMA nº. 416/10, é de responsabilidade das
empresas fabricantes e importadoras de pneumáticos, a correta disposição final destes
resíduos.
Os estabelecimentos de troca ou venda de pneus devem armazená-los em áreas
específicas com infraestrutura necessária de forma que estes não acumulem água.
As principais formas de reuso e reciclagem de pneus inservíveis estão descritas na
tabela a seguir.
Tabela 3.8 - Formas de reuso e reciclagem de pneus.
Formas de utilização Descrição
Manta asfáltica e asfalto-borracha Utilizados como componentes para a
fabricação.
Contenção de erosão do solo Quando associados a plantas de raízes
grandes.
Combustível alternativo de forno para
produção de cimento, cal, papel e celulose
Por ser muito combustível e grande gerador de
energia, seu poder calorífico é de 12 a 16 mil
BTUs por quilo, superior ao do carvão.
Pisos industriais, sola de sapato, tapetes de
automóveis, tapetes para banheiros e borracha
de vedação
Depois do processo de desvulcanização e
adição de óleos aromáticos resulta uma pasta,
que pode ser usada para compor estes
produtos.
Equipamentos para playground Obstáculos ou balança embaixo dos
brinquedos ou nas madeiras para amenizar as
quedas e evitar acidentes.
Esportes Delimitação do território a percorrer em
corridas de cavalo ou eventos.
Fabricação de pisos para quadras
poliesportivas.
Recauchutagem ou fabricação de novos pneus Reciclado ou reusado na fabricação de novos
pneus. A recauchutagem dos pneus é
vastamente utilizada no Brasil, atinge 70% da
frota de transporte de carga e passageiros.
Sinalização rodoviária e parachoques de carros Em postes para sinalização rodoviária e para
choques, diminuindo os gastos com
manutenção.
Compostagem Utilizados na aeração de compostos orgânicos.
Reprodução de animais marinhos Como estruturas de recifes artificiais em rios,
lagos e mar na criação de ambiente para
reprodução de animais marinhos.
Fonte: RECICLAR, 2006.
3.4.2.5. Embalagens de agrotóxicos
Os agrotóxicos são insumos agrícolas, produtos químicos usados na lavoura, na
pecuária e até mesmo no ambiente doméstico como: inseticidas, fungicidas, acaricidas,
nematicidas, herbicidas, bactericidas e vermífugos. As embalagens de agrotóxicos
representam riscos iminentes à saúde humana e de contaminação do meio ambiente.
Grande parte delas tem destino final inadequado como o descarte em rios, queimas a céu
aberto, abandono nas lavouras e mesmo o enterrio, inutilizando áreas agricultáveis e
contaminando lençóis freáticos, solo e ar.
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Em geral, as embalagens de agrotóxicos também devem ser devolvidas aos
estabelecimentos revendedores. Os agricultores deverão se atentar para as condições
prévias de armazenamento dessas embalagens, pois esses locais devem ser cobertos e
bem arejados. A embalagem, antes de ser armazenada, deverá ser lavada por meio do
método da tríplice lavagem que consiste em:
Gráfico 3.1 – Fluxograma - Método da tríplice lavagem.
Fonte: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
3.4.2.5.1. Pontos de coleta
Os endereços para devolução das embalagens constam na nota fiscal do produto.
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) realiza o serviço de
destinação final das embalagens de agrotóxicos coletadas nas centrais cadastradas.
Estas centrais ou regionais devem estar devidamente regulamentadas junto aos
órgãos ambientais, especialmente a CETESB.
O Município e os estabelecimentos de revenda de agrotóxicos podem firmar
parceria que ajude os agricultores do município a dar a destinação adequada às suas
embalagens. O poder público recolhe as embalagens nos postos de entrega e as encaminha
à central de recebimento mais próxima. Na tabela abaixo, constam os endereços das
principais centrais de recebimento de embalagens de agrotóxicos próximas do município
de Sorocaba.
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Tabela 3.9 - Endereço de centrais de recebimento de embalagens próximas à região.
Nome da
central
(Município)
Endereço Gerenciador Nome do
responsável
Cerquilho Rodovia SP 127 km 85
+ 800metros -
Capuava
COPLACANA - Cooperativa dos
Plantadores de Cana do Estado
de São Paulo
Wagner Luiz
Andia / Marcos
Farah
Itapetininga Rod. Aristides da Costa
Barros Km 09 -
Quaresma
ADIAESP - Associação dos
Distribuidores de Insumos
Agrícolas do Estado de São
Paulo
Eduardo Prada
Piedade Estrada Estadual
Raimundo Antunes
Soares, s/nº - Paula
Mendes
ADIAESP - Associação dos
Distribuidores de Insumos
Agrícolas do Estado de São
Paulo
Eduardo Prada
Pilar do Sul Rua José Vaz Maia,
312 (Esquina com Rua
Projetada) - Campo
Grande
CEP 18185-000
ADIAESP - Associação dos
Distribuidores de Insumos
Agrícolas do Estado de São
Paulo
Eduardo Prada
Porto Feliz Rodovia Dr. Antonio
Pires de Almeida (SP
97) Km 16 - Itaqui
ADIAESP - Associação dos
Distribuidores de Insumos
Agrícolas do Estado de São
Paulo
Eduardo Prada
São Miguel
Arcanjo
Rua Benedito Seabra,
nº. 738 - Distrito
Industrial
CEP 18230-000
APRSMA Associação dos
Produtores Rurais de São
Miguel Arcanjo
Marcos Mendes
Valinhos Rodovia Dom Pedro I,
Km 122 Antigo Aterro
Sanitário
ADIAESP - Associação dos
Distribuidores de Insumos
Agrícolas do Estado de São
Paulo
Eduardo Prada
Fonte: INPEV, 2010. Org.: DRZ Geotecnologia e Consultoria, 2015.
3.4.2.6. Resumo de classificação e procedimento
Para um melhor entendimento quanto aos procedimentos da coleta, transporte e
destinação final dos resíduos classificados como especiais, segue, na tabela abaixo, um
resumo detalhado das legislações e resoluções pertinentes a cada etapa do processo por
tipo de resíduo.
Tabela 3.10 - Classificação dos resíduos especiais e procedimentos para armazenamento, transporte e destinação.
RESÍDUO
ESPECIAL CLASSIFICAÇÃO ARMAZENAMENTO TRANSPORTE
DESTINAÇÃO
FINAL
PILHAS E
BATERIAS
Classe I –
Perigosos (NBR
10.004/96)
Classe I –
Perigosos
(Resolução
CONAMA 275 de
25/4/2001)
Armazenamento de
resíduos: NBR
12.235/88
Procedimento para
resíduos: Classe I
Transporte de
resíduos: NBR
13.221/94
Procedimento:
NBR 7.500
Simbologia: NBR
7.500 – Símbolos
de risco e
Reciclagem por
empresas
produtoras/importadores
ou terceiros prestadores
de serviço.
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manuseio para o
transporte e
armazenamento
de materiais.
LÂMPADAS
FLUORESCENTES
Classe I –
Perigosos (NBR
10.004/96)
Armazenamento de
resíduos: NBR
12.235/88
Procedimento para
resíduos: Classe I
Transporte de
resíduos: NBR
13.221/94
Procedimento:
NBR 7.500
Simbologia: NBR
7.500 – Símbolos
de risco e
manuseio para o
transporte e
armazenamento
de materiais.
Reciclagem por
empresas de
recuperação de
lâmpadas fluorescentes.
ÓLEOS E
GRAXAS
Classe I –
Perigosos (NBR
10.004/96)
Classe I –
Perigosos
(Resolução
CONAMA 362 de
23/6/2005)
Armazenamento de
resíduos: NBR
12.235/88
Procedimento para
resíduos: Classe I
Transporte de
resíduos: NBR
13.221/94
Procedimento:
NBR 7.500
Simbologia: NBR
7.500 – Símbolos
de risco e
manuseio para o
transporte e
armazenamento
de materiais.
Recuperação por
empresas de
reprocessamento de
óleo.
PNEUS Classe II – Não
Inertes (NBR
10.004/96)
Armazenamento de
resíduos: NBR
11.174/89
Procedimento para
resíduos: Classes II
– Não Inertes e
Classe III – Inertes
Transporte de
resíduos: NBR
13.221/94
Procedimento:
NBR 7.500
Simbologia: NBR
7.500 – Símbolos
de risco e
manuseio para o
transporte e
armazenamento
de materiais.
Reciclagem por
empresas de
recauchutagem,
produtores
importadores.
EMBALAGENS
DE
AGROTÓXICOS
Classe I –
Perigosos (NBR
10.004/96)
Armazenamento de
resíduos: NBR
12.235/88
Procedimento para
resíduos: Classe I
Procedimento de
lavagem -
Embalagem rígida
vazia de agrotóxico:
NBR 13.968
Transporte de
resíduos: NBR
13.221/94
Procedimento:
NBR 7.500
Simbologia: NBR
7.500 – Símbolos
de risco e
manuseio para o
transporte e
armazenamento
de materiais.
Reciclagem e/ou
Incineração.
Fonte: FIESP/CIESP, 2003.
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193 Gestão Ambiental
3.5. PROGRAMAS E AÇÕES
3.5.1. Capacitação Técnica Para Operacionalização
A elaboração do Plano Municipal de Coleta Seletiva deve ser vista como uma
oportunidade de capacitação e formação de profissionais e, também, como uma ferramenta
facilitadora para a mobilização da sociedade, fomentando a discussão sobre o manejo
adequado dos recicláveis.
Para o fortalecimento institucional do plano, é interessante que o Município opte
pela construção do PMCS, integrando as equipes de profissionais oriundas de outras áreas
da prefeitura sem experiência anterior com o tema, juntamente com os técnicos em gestão
de resíduos sólidos, para capacitar e nivelar conhecimentos.
A realização de discussões conceituais sobre modelos de gestão de resíduos
existentes, comparando-as ao modelo de gestão a ser adotado pelo Município,
metodologias que serão utilizadas para sua implantação e qual será a melhor maneira ou
forma de avançar no processo de mobilização e participação social em campanhas e ações,
são partes fundamentais e indispensáveis ao processo de capacitação e nivelamento de
conhecimentos.
Essas capacitações podem ser realizadas, periodicamente, e podem ter como
pauta temas relacionados às novas tecnologias de manejo dos recicláveis, relatos de
experiências adquiridas por técnicos e participantes, ações de fiscalização, de posturas e
educação ambiental entre outros.
A mobilização dos servidores será de responsabilidade do executivo, por
intermédio de um órgão de coordenação de gestão de resíduos sólidos, que deverá
convocar funcionários, agentes e atores das secretarias envolvidas para uma participação
efetiva nos processos e atividades relacionados à coleta seletiva, inserindo secretários,
secretarias, autarquias e técnicos na participação e acompanhamento do projeto.
O tipo e a forma de participação, fiscalização e continuidade dos trabalhos podem
surtir mais efeito com a criação de núcleos de trabalhos permanentes que devem ter como
objetivo:
• Debater e aprimorar a limpeza preventiva e o manejo adequado dos RCC;
• Promover discussões sobre o uso de agregados com profissionais do meio
acadêmico, técnicos da indústria e do comércio;
• Elaborar cartilha de procedimentos para o manejo dos RCC;
• Monitorar e apoiar medidas para a implantação da coleta seletiva na
cidade, com ações educacionais e estruturais;
• Constituir parcerias e assistência às cooperativas e associações de
catadores;
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194 Gestão Ambiental
• Criar campanhas de educação ambiental em diferentes setores;
• Mapear todas as ações relacionadas à educação ambiental no município;
• Dar apoio e visibilidade aos trabalhos realizados nas cooperativas;
• Capacitar os coletores (catadores) e utilizá-los como agentes
multiplicadores de ações e programas de educação ambiental na cidade.
3.5.2. Educação Ambiental
De acordo com a Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, entendem-se por educação
ambiental, os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constróem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas à conservação do
meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e à sua
sustentabilidade.
Ainda, de acordo com a Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, Art. 5º, a educação
ambiental deve visar:
• Ao desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente,
em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e
éticos;
• À garantia de democratização das informações ambientais;
• Ao estímulo e ao fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social;
• Ao incentivo à participação individual e coletiva, permanente e
responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se
à defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da
cidadania;
• Ao estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país, em níveis
micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade
ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade,
solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e
sustentabilidade;
• Ao fomento e ao fortalecimento da integração com a ciência e a
tecnologia;
• Ao fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.
A maioria dos programas de coleta seletiva atribui bastante importância à
educação da população relativa à questão do lixo. A educação não se restringe à divulgação
de informações: é preciso que estabeleça um vínculo entre as pessoas e o meio ambiente,
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de forma a criar novos valores e sentimentos que façam com que as pessoas mudem de
atitudes.
É de grande importância que os profissionais que ficarão responsáveis pela
implementação dos programas educativos sejam treinados e capacitados e estejam
voltados para compreensão dos três princípios básicos: redução, reutilização e reciclagem
(3 R's).
O sucesso da coleta seletiva está diretamente associado aos investimentos feitos
para sensibilização e conscientização da população. Quanto maior a participação voluntária
nestes programas, menor o custo da administração.
Para que as atividades relacionadas à educação ambiental sejam efetivas e
tenham um bom retorno à população, será necessário que todos os responsáveis pela
realização e execução dos programas e projetos recebam a capacitação adequada e que
reuniões prévias sejam realizadas no objetivo de planejar as atividades e definir metas,
objetivos e ações.
A capacitação e a quantidade necessária de técnicos são o ponto de partida nessa
temática, pois investir no quadro técnico de funcionários é uma maneira de atender a toda
a população e dar continuidade aos programas e projetos. Profissionais capacitados levam
muitas informações e esclarecem dúvidas, deixando a população consciente e,
consequentemente, em condições de contribuir para o bom gerenciamento dos resíduos
sólidos.
Palestras, atividades, dinâmicas participativas e exibição/discussão de vídeos e
outros recursos audiovisuais são aliados da educação ambiental e, quando utilizados,
podem contribuir de forma significativa para o aprendizado. Folders e cartilhas colocados
em lugares estratégicos tornam-se ferramentas de fácil alcance da população. Programas
com temas como a não geração, redução, reutilização, coleta seletiva, reciclagem devem
ser expostos com o propósito de minimizar os impactos ambientais e diminuir o passivo
ambiental no aterro sanitário.
Pontos importantes na educação são as comunidades rurais, que necessitam ser
incorporadas nessas atividades, indicando e adaptando os temas à realidade.
3.5.3. Definição De Um Novo Modelo Para o Sistema de Coleta Seletiva e
Triagem de Resíduos Recicláveis
A gestão de resíduos recicláveis compreende as seguintes etapas:
1) Coleta seletiva;
2) Triagem e seleção dos materiais recicláveis;
3) Beneficiamento dos resíduos;
4) Comercialização do material reciclável;
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Importante ressaltar a necessidade de inclusão dos catadores e associações e
catadores e cooperativas neste processo.
Para tanto, faz-se necessário estabelecer claramente o papel destas organizações,
de acordo com suas capacidades com vistas ao aperfeiçoamento da prestação dos serviços.
Uma vez que o Município tem como meta a duplicação da oferta dos serviços de
coleta seletiva em 3 (três) anos, há de se optar por mecanismos efetivos para alcançá-la.
Como salientado no Diagnóstico, as cooperativas atualmente existentes não
possuem estruturas suficientes e modelos operacionais adequados para assumirem essa
empreitada de ampliação de seus serviços em curto ou mesmo médio prazo. Os índices
propostos e aplicados às mesmas igualmente expõem essas limitações. Tampouco para
atingir a universalização dos serviços.
Diante disso, algumas alternativas devem ser consideradas:
Tabela 3.11 – Modelos de Gestão de Resíduos Recicláveis. MODELO DE GESTÃO DE RESÍDUOS RECICLÁVEIS
COLETA SELETIVA TRIAGEM E SELEÇÃO BENEFICIAMENTO E
COMERCIALIZAÇÃO
MODELO A Cooperativa Cooperativa Cooperativa
MODELO B Empresa Cooperativa + Empresa Cooperativa + Empresa
MODELO C Empresa Empresa Empresa
MODELO D Empresa Cooperativa Cooperativa
MODELO A- Ampliação do Sistema de Coleta Seletiva nos moldes atuais, tendo
como únicos prestadores de serviços Cooperativas e/ou Associações.
MODELO B- Ampliação do Sistema de Coleta Seletiva de forma mista, com
participação de catadores e/ou associações de catadores e empresas
tercerizada(s) especializada(s) contratada(s) por meio de processo licitatório,
sendo a coleta e transporte do resíduo por responsabilidade da empresa e a
destinação dos resíduos para as cooperativas, dentro da sua capacidade
produtiva, e o excedente por conta da empresa(s) contratada(s)
MODELO C- Ampliação do Sistema de Coleta Seletiva com tercerização
completa dos serviços de coleta, transporte e destinação final dos resíduos, por
meio de empresa contratada através de processo licitatório, a qual será
responsável pela inclusão dos catadores e das associações de catadores dentro
do processo de gestão dos resíduos recicláveis.
MODELO D – Ampliação do Sistema de Coleta Seletiva de forma mista, com
participação de empresas tercerizada(s) especializada(s) contratada(s) por
meio de processo licitatório, sendo a coleta e transporte do resíduo por
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responsabilidade da empresa e a triagem e o beneficiamento/comercialização
sendo realizada pelas Associações e/ou Cooperativas.
3.5.3.1. Modelo A
No caso de se adotar a ampliação do sistema apenas com a participação de
Associações e/ou Cooperativas, o grande desafio é criar condições financeiras, de
infraestrutura e organizacional para potencializar a capacidade de operação das
cooperativas já existentes e principalmente viabilizar a criação de novas organizações.
Tal opção implica na readequação das metas estabelecidas no PMGRS, uma vez
que a ampliação da participação das cooperativas e criação de novas, demandará um
redimensionamento de custos, orçamentos, estabelecimentos de novos convênios,
parcerias. O atingimento da meta de duplicar a cobertura de coleta em 03 anos,
dificilmente será atingida optando-se por esse modelo.
A capacitação dos catadores é um dos pontos fundamentais do processo, tendo
em vista que, quando capacitados, chegarão à sua autonomia e emancipação, visando,
sempre, à organização e à produção, à melhoria contínua em suas condições de trabalho,
inclusão social e econômica e ampliação do volume de coleta.
Aspectos importantes, que não podem ser esquecidos no processo de capacitar, é
incluir associações de trabalhadores nos arranjos econômicos da indústria e do comércio,
incentivando a parceria entre grandes geradores de material reciclável e reutilizável e as
organizações de trabalhadores.
Incluir organizações de catadores, em decisões e debates dos acordos setoriais,
pode trazer impacto econômico importante à sua remuneração futura.
Junto ao MMA, o município poderá reivindicar o credenciamento das cooperativas
em linhas de crédito descritas no Programa Pró-Catador e, também, estimular a formação
de novas redes de cooperativas e associações de catadores.
As instalações físicas, para a atuação da cooperativa de catadores, deverão ser
adaptadas e adequadas às plenas ações previstas dentro de todas as normas técnicas,
ambientais e de saúde pública.
Os equipamentos e os veículos, em condições de serem utilizados pelas
associações de catadores de recicláveis e reutilizáveis, devem ser adequados e cumprirem
todas as normas técnicas para, posteriormente, utilizar-se dos recursos do Programa Pró
Catador, para essas finalidades.
O monitoramento e o controle (fiscalização) deverão ser realizados em parceria e
com o apoio dos agentes municipais de saúde, para avaliar a saúde dos trabalhadores e
suas famílias, que atuam na atividade.
É imprescindível cadastrar e atualizar periodicamente todas as empresas que
atuam nas áreas de transformação, processamento, comercialização de materiais
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reutilizáveis e recicláveis pois, com isso, será mais visível a dinâmica do processamento
dos recicláveis, facilitando a compreensão dos cenários existentes.
Sugere-se, ainda, realizar capacitação aos associados das cooperativas, incluindo
gestão financeira e contábil, segurança do trabalho e patrimonial, saúde ocupacional e
ambiental, mercado de materiais recicláveis e comercialização em rede, entre outros itens.
Um dos motivos que ensejam baixos rendimentos aos catadores, atualmente, é a
falta de eficiência de algumas cooperativas e, sobretudo, dos catadores individuais, ligada
à falta de equipamentos, como veículos, mesas de triagem e insuficiência de resíduos à
disposição e aos custos para consegui-los.
Outro problema recorrente, no momento da comercialização, é o preço dos
recicláveis, que é o fator principal, quando se trata da coleta seletiva e reciclagem como
um todo.
Da melhoria da comercialização dependem a autossuficiência e independência
financeira das cooperativas e a inclusão social e econômica dos cooperados. A melhoria
dos preços está relacionada a uma maior organização das cooperativas e do próprio setor,
o que já vem sendo feito, em algumas regiões, através da criação de Centrais de
Cooperativas, impulsionada pelo Movimento Nacional de Catadores de Materiais
Recicláveis.
Os mecanismos para que os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis do
município, a partir da implantação das ações previstas neste plano, sejam reconhecidos
como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda, são:
• Apoio e incentivo da administração pública às organizações de catadores
e aos catadores em processo de organização e propositura de acordos
setoriais que os incluam nos arranjos financeiros e nos incentivos da
administração pública, da indústria de reciclagem e compostagem, tendo em
vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais
orgânicos, reutilizáveis e reciclados;
• Estimular a demanda de materiais recicláveis no mercado;
• Prioridade nas aquisições e contratações governamentais e particulares
para produtos reutilizáveis e recicláveis;
• Maior responsabilidade, por parte do setor privado, no ciclo de vida dos
seus produtos.
Verifica-se, portanto, que a Prefeitura necessitaria criar uma estrutura com
elevados investimentos, responsabilizando-se inclusive pela capacitação dos cooperados e
catadores, o que demandaria maiores investimentos por parte da municipalidade.
Os itens a seguir apresenta as vantagens e desvantagens do MODELO A:
• Vantagens:
- Geração de emprego para pessoas com baixo grau de escolaridade;
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- Geração de emprego para pessoas com mais idade;
- A Cooperativa acredita que mais investimentos melhorará o sistema.
• Desvantagens:
- Com alta demanda de resíduos a Cooperativa não conseguirá executar o
serviço;
- Mantendo o modelo atual, o Poder Público, sem outras fontes de
investimento, não conseguirá manter o sistema.
3.5.3.2. Modelo B
O mesmo vale se um modelo misto de gestão for escolhido. No processo de
ampliação do sistema com empresas privada e participação de Cooperativas estes mesmos
critérios deverão ser estabelecidos nos processos licitatórios sendo que, neste caso, das
Cooperativas deve ser esperado um modelo de gestão mais eficiente.
Deverá ser elaborado um Termo de Referência com responsabilidades claras para
todos os atores envolvidos, determinando a estruturação das Cooperativas, a separação
das atividades e uma política pública muito bem definida e alinhada com uma legislação.
Nesse modelo, seria de total responsabilidade da(s) empresa(s) contratada(s) por
meio de processo licitatório a coleta, realizada por um caminhão compactador com a
fiscalização de um membro da Cooperativa. O transporte dos materiais recicláveis deverá
ser realizado até o local de destinação final, ou seja, as Cooperativas e Associações de
catadores que deverão receber os materiais na quantidade estabelecida pelo Termo de
Referência.
Caso sejam coletados materiais recicláveis em quantidade superior à capacidade
de processamento pelas Cooperativas e Associações de Catadores, o excedente deve ser
de responsabilidade da Prefeitura a qual pode contratar empresas e/ou associações para
fazer a triagem, separação, beneficiamento e comercialização do material que não for
aproveitado pelos catadores, cooperados e outras associações. Estudos de viabilidade para
a adoção de tecnologias de tratamento de rejeitos devem ser adotados, de modo a evitar
a disposição final de resíduos em aterros sanitários.
Não se pode, entretanto, olvidar as diretrizes da Política Nacional de resíduos
Sólidos, estabelecida pela Lei 12.305/10 que determina a priorização pelo Poder Público
Municipal para o cumprimento dos processos e atividades relacionadas à coleta seletiva e
reutilização ou reciclagem dos resíduos, a contratação de cooperativas ou de outras formas
de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas
físicas de baixa renda.
O PMGRS de Sorocaba já salientou este imperativo legal bem como enfatizou a
necessidade da observância da Política Municipal de Meio Ambiente de Sorocaba que em
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200 Gestão Ambiental
seu Art. 122, dá a diretriz acerca da coleta seletiva dos resíduos reutilizáveis e recicláveis,
a seguir transcrito:
Art. 122. O Município deverá universalizar o acesso ao serviço público de
coleta seletiva dos resíduos reutilizáveis e recicláveis com inclusão dos
Catadores e Catadoras, por meio das cooperativas, autogestionárias,
formadas exclusivamente por munícipes de mandatários de ocupação e
renda, em conformidade com o art. 57 da Lei Nacional de Saneamento
Básico nº 11.445/07, e demais dispositivos legais que tratam da questão.
§1º Para a universalização do acesso ao serviço, os gestores do serviço
público de coleta seletiva responsabilizar-se-ão pela eficiência e
sustentabilidade econômica das soluções aplicadas.
§2º O Poder Público Municipal deverá, em até sessenta dias a contar da
publicação desta Lei, iniciar ações para a implementação das Políticas
Estadual e Nacional de Resíduos Sólidos em consonância com os decretos
que as regulamentam.
§3° A coleta seletiva poderá ser implementada sem prejuízo da implantação
de sistemas de logística reversa, prevista na Lei n° 12.305/2010 e seus
decretos regulamentadores.
Parágrafo único. As ações referidas no §2º referem-se à adesão ao
programa pró catador, elaboração dos planos de resíduos, criação da
Política Municipal de Resíduos Sólidos, entre outros julgados pertinentes.
Assim, a melhor alternativa para o atingimento das metas pré-estabelecidas de
ampliação e universalização dos serviços de coleta seletiva, é aquela que, sem deixar de
incluir os catadores e suas organizações, também ofereça à sociedade uma gestão mais
eficiente, economicamente viável e que viabilize a contento a universalização dos serviços
no menor prazo de tempo possível. Para isso, é necessário que a Educação Ambiental
esteja presente em todos os processos, assim como a ampliação da divulgação das
informações para os bairros ainda não contemplados.
Observa-se que todos os modelos propostos enfatizam a necessidade de inclusão
dos catadores e/ou associações de catadores de materiais recicláveis, seja de forma direta
ou indireta. Entretanto, o modelo misto é o que se apresenta com as melhores
perspectivas, tanto considerando as metas de universalização, principalmente no que se
refere à profissionalização da coleta, como a necessidade da inclusão social dos catadores,
tendo em vista a maior participação dos mesmos no processo de gerenciamento dos
materiais recicláveis.
Para alcançar os objetivos propostos pelo Plano em relação a coleta seletiva,
deverá ser realizado o fortalecimento dos PEV’s, para que os locais não atendidos pela
coleta porta a porta sejam supridos.
Os itens a seguir apresenta as vantagens e desvantagens do MODELO B:
• Vantagens:
- Atingir 100% da coleta;
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- Potencial de coleta de aproximadamente 2.000 ton./mês, sendo que deste
total, seriam destinados conforme potencial de cada núcleo de triagem e o
excedente ficaria a cargo da empresa;
- Assegurar o aumento da capacidade de reciclagem dos postos de trabalho
dos cooperados;
- Realizar estudos sobre a transferência de recursos aos cooperados, visando
a redução de despesas no Aterro Sanitário.
• Desvantagens:
- Falta de diálogo entre Poder Público, empresa e cooperados, gerando
desconfiança;
- Receio dos cooperados de perder os postos de trabalho.
3.5.3.3. Modelo C
Por outro lado, a adoção de um modelo novo, com a terceirização da gestão da
coleta seletiva, pode potencializar os serviços, e garantir com mais segurança a qualidade
dos mesmos.
Seja nos moldes de contratação mais tradicionais, seja através de Parcerias
Público-Privadas, o município amplia a capacidade de atingir a eficiência dos serviços, pois
pode exigir do prestador o cumprimento de metas e objetivos, limitando-se a monitorar e
fiscalizar as atividades.
O Município pré-estabelece os critérios de contratação, as condições mínimas de
estrutura, qualidade, eficiência, custos, segurança, logística e seleciona objetivamente
aquela ou aquelas empresas que efetivamente tenham condições de prestar os serviços
nestes moldes.
Nesse modelo a empresa seria responsável por promover a inclusão dos catadores
e/ou associações de catadores de materiais recicláveis no processo de gerenciamento de
resíduos recicláveis.
3.5.3.4. Modelo D
No processo de ampliação do sistema com Cooperativas e participação de
empresas privadas, os critérios deverão ser estabelecidos nos processos licitatórios sendo
que, neste caso, das Cooperativas deve ser esperado um modelo de gestão mais eficiente.
Nesse modelo, seria de total responsabilidade da(s) empresa(s) contratada(s) por
meio de processo licitatório a coleta e transporte dos materiais recicláveis até o local de
destinação final, ou seja, as Cooperativas. A triagem dos resíduos e beneficiamento é de
responsabilidade das Associações e/ou Cooperativa.
No caso de se adotar a ampliação do sistema com a participação de empresas, o
grande desafio é criar condições financeiras, de infraestrutura e organizacional para
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202 Gestão Ambiental
potencializar a capacidade de operação das Cooperativas já existentes e principalmente
viabilizar a criação de novas organizações. O Modelo A, citado acima, exemplificou o
moldes a serem adotados para desenvolver o potencial das Cooperativas.
Os item a seguir apresenta as vantagens do MODELO D:
• Vantagens:
- Facilitação da logística;
- Concentração de força de trabalho na triagem;
- Aumento de produção e inclusão produtiva;
- Aumento do acesso ao trabalho formalizado;
- Catadores realizando a fiscalização das residências, mobilização da
população e trabalhando nos PEV’s.
3.5.3.5. Inserções
Durante a Oficina realizada no dia 21 de junho de 2017 às 14:00 no Jardim
Botânico para a discussão do Plano de Coleta Seletiva, os participantes sugeriram a
inserção do Modelo D e o incremento do item vantagens e desvantagens nos Modelos A e
B. No Modelo D foram inseridas apenas as vantagens.
Visto a importância da participação popular a Prefeitura Municipal de Sorocaba
acatou às sugestões da população e realizou as alterações propostas no Plano de Coleta
Seletiva.
3.6. MECANISMOS PARA A CRIAÇÃO
DE FONTES DE NEGÓCIOS,
EMPREGO E RENDA, MEDIANTE A VALORIZAÇÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (IPEA) (2010),
estima-se uma economia de R$ 8 bilhões anuais (em valores correntes de 2007), caso
todos os resíduos potencialmente recicláveis e que acabam em aterros e lixões nas cidades
brasileiras fossem reciclados.
Esses materiais podem gerar emprego e renda, além de benefícios do ingresso de
todo esse montante de dinheiro na economia.
Esse aspecto econômico da reciclagem não pode ser ignorado, ainda mais nos
tempos atuais onde a luta contra as crises financeiras e o desemprego é constante.
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A reciclagem pós-consumo no Brasil é caracterizada pela informalidade. Apenas
1,4% dos resíduos sólidos urbanos são separados na fonte e encaminhados para centrais
de triagem e reciclagem. Em Sorocaba, são cerca de 800 catadores informais
movimentando o mercado de recicláveis no município e na região.
Esses catadores estão em situação de grande vulnerabilidade e muitos deles são
moradores de rua. A renda média dos catadores, não atinge o salário mínimo, ficando entre
R$ 420,00 e R$ 520,00. Dependendo do grau de comprometimento com a atividade, a
renda pode ultrapassar o salário mínimo, porém, via de regra, não supera o valor de 2
salários, conforme constatado na pesquisa de campo realizada pela consultoria e relatada
no Diagnóstico.
Um dos motivos que ensejam baixos rendimentos aos catadores atualmente é a
falta de eficiência de algumas cooperativas e, sobretudo dos catadores individuais, ligada
à falta de equipamentos, como veículos, mesas de triagem, e também à insuficiência de
resíduos à disposição e aos custos para consegui-los.
Outro problema que ocorre no momento da comercialização, é o preço dos
recicláveis, fator principal quando se trata da coleta seletiva e reciclagem como um todo.
Da melhoria da comercialização dependem a autossuficiência e independência
financeira das cooperativas e a inclusão social e econômica dos cooperados. A melhoria
dos preços está relacionada a uma maior organização das cooperativas e do próprio setor,
o que já ocorre tanto na CRZO quanto na Coreso.
Os mecanismos para que os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis do
Município, a partir da implantação das ações previstas neste plano, sejam reconhecidos
como benseconômicos e de valor social, geradores de trabalho e renda são:
• Apoio e incentivo da administração pública às organizações de catadores
e aos catadores em processo de organização, e propositura de acordos
setoriais que os incluam nos arranjos financeiros e nos incentivos da
administração pública, da indústria de reciclagem e compostagem, tendo em
vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais
orgânicos, reutilizáveis e reciclados;
• Estimular a demanda de materiais recicláveis no mercado;
• Prioridade nas aquisições e contratações governamentais e particulares
para produtos reutilizáveis e recicláveis;
• Valorização dos resíduos que não são reciclados em escala comercial no
Brasil. Ex.: isopor, plástico laminado, embalagens Tetra Pak entre outros;
• Maior responsabilidade por parte do setor privado no ciclo de vida dos
seus produtos;
• Formação de consórcios e adoção de soluções compartilhadas para a
comercialização de materiais de baixo valor agregado.
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3.7. SISTEMA DE CÁLCULO DOS
CUSTOS DA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE COLETA SELETIVA
A lei n° 11.445, instituída em janeiro de 2007, estabelece diretrizes nacionais para
o saneamento básico. No que diz respeito aos resíduos sólidos, ficam citados abaixo os
artigos, desta referida lei, relacionados à cobrança pela prestação de serviços.
Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços:
II - De limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades;
§ 1o Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observará as seguintes diretrizes:
I - Prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública; II - Ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços; III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando
o cumprimento das metas e objetivos do serviço; IV - Inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos; V - Recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de
eficiência; VI - Remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços; VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis
exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços; VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços. § 2o Poderão ser adotados subsídios tarifários (cruzados) e não tarifários (tributos)
para os usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços. Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração e cobrança dos serviços públicos de saneamento básico poderá levar em consideração os seguintes fatores:
I - Categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de utilização ou de consumo;
II - Padrões de uso ou de qualidade requeridos; III - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia
de objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;
IV - Custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e qualidade adequadas;
V - Ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos distintos; e
VI - capacidade de pagamento dos consumidores. Art. 31. Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidades de baixa renda serão, dependendo das características dos beneficiários e da origem dos recursos:
I - Diretos, quando destinados a usuários determinados, ou indiretos, quando destinados ao prestador dos serviços;
II - Tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou fiscais, quando decorrerem da alocação de recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções;
III - internos a cada titular ou entre localidades, nas hipóteses de gestão associada e de prestação regional. Art. 35. As taxas ou tarifas decorrentes da prestação de serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos devem levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados e poderão considerar:
I - O nível de renda da população da área atendida; II - As características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas; III - o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por domicílio.
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Art. 39. As tarifas serão fixadas de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as revisões serem tornados públicos com antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua aplicação.
Parágrafo único. A fatura a ser entregue ao usuário final deverá obedecer ao modelo
estabelecido pela entidade reguladora, que definirá os itens e custos que deverão estar explicitados.
O sistema de taxas e tarifas públicas são as principais fontes para o financiamento
das ações do saneamento básico, pois além de recuperar os custos operacionais investidos
podem gerar um excedente para possíveis investimentos, visando à melhoria do meio
ambiente, assim como da saúde de toda a sociedade.
3.7.1. Custos da Prestação dos Serviços Públicos de Coleta Seletiva
Os investimentos em limpeza urbana e no manejo de resíduos sólidos são custosos.
Porém, o aperfeiçoamento do conjunto de atividades de limpeza pública, incluindo a coleta
seletiva, é essencial para os municípios.
Além das responsabilidades municipais quanto à otimização dos custos, os
munícipes também podem contribuir. No que diz respeito aos resíduos domiciliares, essa
contribuição pode se expressar das seguintes formas principais (PGIRS-SP): máxima
retenção de resíduos orgânicos para compostagem in situ, com a correta separação e
disposição para coleta dos resíduos secos recicláveis, entrega de resíduos da logística
reversa em pontos de entrega definidos pela cadeia produtiva, e entrega de resíduos da
construção civil e volumosos em locais específicos.
A participação da sociedade na adoção de práticas sustentáveis proporcionará
redução gradativa e consistente dos custos, contribuindo, assim, para a liberação de
parcelas do orçamento municipal que poderão ser utilizadas em outras áreas.
Para monitoramento dos custos relacionados à coleta seletiva é preciso realizar um
orçamento detalhado e implementar um sistema de informações que abranja todos os
aspectos operacionais, que devem ser revistos periodicamente em função das informações
sobre o processo real.
Podem ser elaboradas planilhas individuais e específicas para cada serviço e/ou
etapa componente da coleta seletiva contemplando todos os custos envolvidos na
realização destes, até mesmo com relação aos custos administrativos.
O controle de custos, além de proporcionar uma organização da gestão dos serviços
de coleta seletiva e uma melhor visão de todo o processo, servirá como elemento para a
cobrança pelos serviços prestados, se este for o caso, ou até mesmo para justificativa dos
gastos públicos voltados ao manejo dos resíduos sólidos.
Na Tabela 3.12. tem-se um exemplo de planilha com insumos básicos necessários
para composição analítica dos preços da coleta seletiva.
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Tabela 3.12 – Exemplo de Planilha de Custos.
MODELO DE TABELA – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS MODELO A
Discriminação Unidade Qtd. Custo
Unitário Valor
Mensal Observação
Remuneração cooperados
Encargos
EPIs
Uniformes
Fiscalização/Apoio
Campanha de divulgação
Galpão de triagem
Caminhão
Fonte: adaptado de INSEA, 2013.
No anexo estão apresentadas, de modo geral, planilhas de custos relativas à
implantação, adequação e/ou manutenção do processo de coleta seletiva em suas diversas
etapas. A composição de custos pode variar de acordo com a organização dos serviços de
coleta seletiva em cada município. Logo, cabe ao Município avaliar o modo como a coleta
ocorrerá e como será a participação das cooperativas/associações de catadores de
recicláveis, e destacar quais as responsabilidades e também os custos a serem arcados
pela própria prefeitura ou pelas cooperativas.
Vale destacar que os encargos sociais dos trabalhadores enquadrados na forma
cooperativista são diferentes dos contratados no regime regular.
Para atendimento à nova lei do cooperativismo, Lei nº 12.690/2012, que dispõe
sobre a organização e o funcionamento das cooperativas de trabalho, devem ser
considerados os seguintes encargos (INSEA, 2013):
1. Repouso Semanal Remunerado (13%);
2. Adicional de Insalubridade (40% sobre o salário mínimo);
3. INSS - Catador Coletor (11%);
4. Provisão Descanso Anual Remunerado (1/12);
5. Provisão Seguro Acidente de Trabalho – SAT (3%).
Com relação aos veículos, no sentido de se obter o custo total mensal de cada um,
devemos somar todos os custos variáveis com todos os custos fixos. Os custos fixos são
aqueles que não dependem da distância percorrida, como exemplo: impostos, seguro,
depreciação, salário do motorista, limpeza, etc. E os custos variáveis são aqueles que
dependem da distância percorrida: combustível, pneus, lubrificantes, etc. Para o cálculo
dos custos do transporte, são utilizadas as seguintes fórmulas (GEORGES, AMORIM,
LHAMA, 2011):
• CUSTOS VARIÁVEIS:
São calculados a partir da quilometragem percorrida no período de um mês.
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208 Gestão Ambiental
- Combustível:
𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 𝑥 𝐷
Onde,
Ctotal: custo total com combustível em um mês (R$);
Ccombustível: custo do combustível por quilômetro rodado (R$/km);
D: distância estimada percorrida no mês (km).
Custo do combustível por quilômetro rodado (Ccombustível):
𝐶𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 =𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
Onde,
Preçolitro: preço unitário do litro de combustível (R$/l);
Rendimento: valor da autonomia do veículo, ou seja, a quilometragem que o veículo
percorre com cada litro de combustível (Km/l).
- Óleos lubrificantes:
𝐶ó𝑙𝑒𝑜 =(𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 𝑥 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) + 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑡𝑟𝑜𝑐𝑎
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜
Onde,
Cóleo: custo por quilômetro para óleos lubrificantes (R$/km);
Preçolitro: preço unitário do litro de combustível (R$);
Preçotroca: preço cobrado pelo serviço de troca do óleo (R$);
Intervalo: intervalo de quilometragem entre trocas (Km).
Custo aproximado do óleo em um mês (R$):
𝐶ó𝑙𝑒𝑜𝑚ê𝑠= 𝐶ó𝑙𝑒𝑜 𝑥 𝐷
Onde,
Cóleo mês: custo aproximado do óleo em um mês (R$);
Cóleo: custo por quilômetro para óleos lubrificantes (R$/km);
D: distância estimada percorrida no mês (km).
- Pneu:
𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢 =𝑁𝑝𝑛𝑒𝑢𝑠 𝑥 (𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢 𝑛𝑜𝑣𝑜 + 𝑁𝑟𝑒𝑐𝑎𝑝𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 𝑥 𝐶𝑟𝑒𝑐𝑎𝑝𝑎𝑔𝑒𝑚)
𝑉ú𝑡𝑖𝑙
Onde,
Cpneu: custo do pneu por quilômetro (R$/km);
Npneus: número de pneus do caminhão;
Cpneu novo: custo do pneu novo (R$);
Nrecapagens: número de recapagens;
Crecapagem: custo da recapagem (R$);
Vútil: vida útil do pneu com recapagem (km).
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209 Gestão Ambiental
Custo aproximado dos pneus em um mês (R$):
𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢𝑚ê𝑠= 𝐶𝑝𝑛𝑒𝑢 𝑥 𝐷
Onde,
Cpneu mês: custo aproximado do pneu em um mês (R$);
Cpneu: custo do pneu por quilômetro (R$/km);
D: distância estimada percorrida no mês (km).
- Manutenção:
Não existe uma fórmula direta para se calcular o custo de manutenção, pois é um
fator muito variável. O mais preciso seria levantar esse custo através de uma média
histórica. Se não for possível pode-se utilizar um valor de referência, expressado em
R$/km. Para caminhões grandes, um valor de referência é, R$0,13/km e para caminhões
menores, R$0,10/km.
• CUSTOS FIXOS:
- Depreciação:
𝐶𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑐𝑎çã𝑜 =𝑉𝑎𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çã𝑜 − 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙
𝑉ú𝑡𝑖𝑙
Onde,
Cdepreciação: depreciação mensal de um veículo (R$/mês).
Vaquisição: valor do veículo novo (R$);
Vresidual: valor estimado de venda do veículo ao fim de sua vida útil (R$).
Vútil: vida útil do veículo (mês).
Como os preços de veículos são muito variáveis em relação ao mercado, o que se
costuma utilizar é uma percentagem do valor total. Para caminhões, por exemplo, o valor
de 20% é recomendável, para uma vida útil de 10 anos.
Para caminhões com alta rodagem, como é o caso de caminhões de coleta, é
recomendável utilizá-lo por um período de aproximadamente 10 anos.
- Impostos e Seguros:
Seguro total, seguro obrigatório e IPVA.
O cálculo do custo mensal desses itens será feito dividindo o valor anual pelo
número de meses no ano:
𝐶𝐼𝑃𝑉𝐴/𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑜𝑠 = (𝐶𝐼𝑃𝑉𝐴 +
𝐶𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑜𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜
𝐷𝑃𝑉𝐴𝑇+ 𝐶𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
)
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210 Gestão Ambiental
Figura 3.11 - Exemplo de custos de coleta e transporte da coleta seletiva – Belo
Horizonte.
Fonte: INSEA, 2013.
Segundo a FUNASA (2010), quanto à questão dos custos da coleta seletiva,
observam-se três fatores que dificultam o cálculo dos programas. O primeiro é a dificuldade
de apropriação dos custos por parte dos órgãos gestores municipais. O segundo é o
acobertamento dos custo pelos técnicos municipais, por serem considerados
extremamente altos e colocarem em risco a continuidade dos programas. E o terceiro fator
é a modificação dos sistemas e modelos de coleta seletiva adotados e o processo de
incorporação aos programas das parcerias com organizações de catadores.
3.7.2. Formas de Cobrança
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, em 2008, 61,4% dos
municípios brasileiros não faziam qualquer tipo de cobrança pela gestão dos resíduos
sólidos. Dos municípios que aplicavam taxas para financiar os custos desta gestão, 35,7%
possuíam taxas vinculadas ao IPTU, que correspondem à Taxa de Limpeza Urbana. Porém,
de acordo com a lei n° 11.445/2007, que estabelece as diretrizes para a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico, e a lei n° 12.305/2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, para que o manejo de resíduos seja um processo eficaz, é
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211 Gestão Ambiental
preciso que a prestação dos serviços tenha sustentabilidade econômica e financeira, a qual,
na maioria dos casos, é alcançada através da cobrança de taxas.
No que se refere somente à coleta seletiva, ainda não foi estabelecida uma forma
padrão de cobrança de taxas e na maioria das cidades ela não ocorre. Nestes casos, o
município arca com todos os custos anuais da coleta e do transporte de resíduos recicláveis.
Em Sorocaba, somente em 2013, a Prefeitura empregou R$ 3,8 milhões na coleta seletiva,
que atingia na época, 15% dos domicílios da cidade.
Há casos, como em Belo Horizonte (MG), em que a cobrança pela coleta seletiva é
feita juntamente com a Taxa de Coleta de Resíduos, correspondendo a cerca de 6% dessa
taxa, que por sua vez está embutida no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
Já em outros munícipios, como Iúna (ES), além de não haver cobrança pelo serviço,
os munícipes que aderem à coleta seletiva recebem benefícios, como redução na taxa de
limpeza pública. Para os moradores que não separarem seu lixo seco e úmido para a coleta
seletiva pagarão um valor de 3 VRTEs (Valor de Referência do Tesouro Estadual), R$ 8,04,
já aos que aderirem ao processo, pagarão 1 VRTE, ou seja R$ 2,68.
Cabe ressaltar que, quanto à cobrança da Taxa de Remoção do Lixo, referente à
coleta e manejo dos resíduos, na maioria dos casos é instituída por lei municipal, como em
Sorocaba, lei Nº 3.439, de 30 de novembro de 1990.
A coleta seletiva é de 4 a 5 vezes mais cara que a coleta convencional, porém é um
investimento que traz ganhos sociais e ambientais, gera renda e oportunidade de trabalho,
além de reduzir volume de resíduos destinados ao aterro.
Porém, além da cobrança de taxas, contribuem fortemente para a redução dos
custos e para a sustentabilidade econômica e financeira deste processo, iniciativas como
(PGIRS – SP):
• a adoção de rotas tecnológicas, que possibilitam a redução dos resíduos
a serem geridos, como as soluções para retenção dos resíduos in situ,
para processamento local;
• a maximização das possibilidades de valorização dos resíduos, como nas
receitas que podem ser obtidas com recicláveis secos, com composto
orgânico, com biogás, com a redução de custeio pelo uso de agregados e
outros produtos reciclados;
• a restrição ao uso dos serviços ofertados pelos entes públicos, por
grandes geradores privados que têm suas próprias responsabilidades;
• a efetivação do princípio poluidor-pagador e protetor-recebedor por
meio da instituição de taxa de resíduos sólidos diferenciada, que premia
os protetores, e penaliza progressivamente os poluidores.
Particular atenção deve ser dada aos custos de coleta, pois a análise destes dados
permitirá otimizar a frota, estudar roteiros mais econômicos, alterar o modo de operação
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212 Gestão Ambiental
da coleta, entre outros, visando sempre à redução dos custos e otimização do processo
em geral.
3.8. METAS DE REDUÇÃO,
REUTILIZAÇÃO, COLETA
SELETIVA E RECICLAGEM
Um dos grandes desafios da atualidade nas questões ambientais é a destinação
adequada dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Os volumes gerados, tanto nas pequenas
como médias e grandes cidades, crescem vertiginosamente a cada ano e, no caso do Brasil,
a maioria dos municípios ainda não consolidou o modelo de gestão necessário que garanta
o melhor tratamento desses resíduos.
No Brasil, historicamente os RSU sempre foram destinados a locais de
acumulação, os chamados “lixões”, sem quaisquer preocupações quanto a tratamento,
controle dos subprodutos gerados e implicações ambientais e sociais decorrentes.
No caso de Sorocaba, os RSU são destinados a Aterro Sanitário devidamente
licenciado. Entretanto, não apenas pelo imperativo legal, mas principalmente visando ao
aumento de sua vida útil, a diminuição do potencial poluidor e a geração de renda e/ou
energia com o reaproveitamento dos materiais recicláveis, há de se buscar a redução na
geração, e a otimização na reutilização, que tem como pressupostos básicos uma coleta
seletiva eficiente e os processos de reciclagem.
3.8.1. Metas Para Alcance da Coleta Seletiva
O PMGRS de Sorocaba já explicitou os dados relativos às quantidades de Resíduos
Sólidos Urbanos que são enviadas para o Aterro Sanitário para os anos de 2011, 2012 e
2013, estampados na Tabela 3.13 a seguir, transcrita daquele documento:
Tabela 3.13 - Quantidades de RSU enviadas para aterramento.
Ano RSU (t) RSU (t/dia) População Envio diário per capita
(kg/hab/dia)
2011 186.702,02 511,51 593.183 0,862
2012 195.044,56 534,37 600.678 0,890
2013 194.704,66 533,44 608.269 0,877
Fonte: PMGRS de Sorocaba, 2013.
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213 Gestão Ambiental
Da mesma forma tabulou especificamente as quantidades de Resíduos
Domiciliares que compõem o volume total destinado ao aterramento, conforme a Tabela
3.14.
Tabela 3.14 - Quantidades de RDO enviados para aterramento em Sorocaba.
Ano Quantidade
total (t)
Média
mensal
(t/mês)
Média diária
(t/dia) População
Envio diário
per capita
(kg/hab/dia)
1985* 10.341,72 2.585,43 84,77 314.101 0,270
1986 46.014,39 3.834,53 126,07 323.923 0,389
1987 52.879,84 4.406,65 144,88 333.975 0,434
1988 59.305,55 4.942,13 162,48 344.261 0,472
1989 56.152,89 4.679,41 153,84 354.778 0,434
1990 59.901,86 4.991,82 164,11 365.529 0,449
1991 64.291,74 5.357,65 176,14 376.513 0,468
1992 66.529,22 5.544,10 182,27 389.146 0,468
1993 70.484,44 5.873,70 193,11 401.513 0,481
1994 73.406,87 6.117,24 201,11 414.057 0,486
1995 87.535,84 7.294,65 239,82 426.861 0,562
1996 98.163,12 8.180,26 268,94 439.631 0,612
1997 76.926,03 6.410,50 210,76 452.327 0,466
1998 109.071,97 9.089,33 298,83 465.355 0,642
1999 118.367,00 9.863,92 324,29 478.916 0,677
2000 122.131,00 10.177,58 334,61 492.245 0,680
2001 127.899,11 10.658,26 350,41 502.343 0,698
2002 128.731,53 10.727,63 352,69 512.083 0,689
2003 119.202,51 9.933,54 326,58 521.648 0,626
2004 121.695,43 10.141,29 333,41 531.040 0,628
2005 118.178,01 9.848,17 323,78 540.256 0,599
2006 128.555,01 10.712,92 352,21 549.317 0,641
2007 130.032,19 10.836,02 356,25 558.377 0,638
2008 137.734,30 11.477,86 377,35 567.469 0,665
2009 151.278,84 12.606,57 414,46 576.440 0,719
2010** 155.656,16 12.971,35 426,46 585.780 0,728
2011 165.686,84 13.807,24 453,94 593.183 0,765
2012 175.937,94 14.661,50 482,02 600.678 0,802
2013 178.106,21 14.842,18 487,96 608.269 0,802
*Início do envio de resíduos em setembro de 1985, com o início das atividades do Aterro Sanitário São João. ** O envio dos resíduos ao Aterro de Iperó deu-se em outubro de 2010. Fonte: Adaptado de PMGRS, 2013. Dados de população da Fundação SEADE (2013).
O PMGRS apresentou os resultados quanto à composição gravimétrica dos
resíduos domiciliares gerados no município, conforme o Gráfico 3.2.