ode lusitana # 1 - dezembro 2014

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1 Editorial Bemvindos ao número 1 da Ode Lusitana, em que temos como principal novidade o aumento do número de páginas, mas também a introdução de entrevistas. Aos poucos as novidades vão aparecendo! Mas acima de tudo o agradecimento por todo o apoio que foi dado. Sinal de que o metal em Portugal vive e respira saúde. Obrigado pelo vosso apoio! Ainda há muito trabalho a ser feito, novas ideias a serem inseridas, o melhoramento da parte gráfica (que por vezes nos dá bastante luta!), pequenos pormenores a serem alterados. Os princípios é que serão mantidos, sendo o principal a divulgação do metal nacional e de tudo o que se passa no nosso território. São 8 páginas de edição gratuita com saída mensal. Imprimam esta zine (A5), enviem para as pessoas e sejam vocês próprios a divulgar o nosso metal! Marco Santos Breves A 12ª edição do Moita Metal Fest já está em preparação e para o ano decorre de 27 a 28 de março. Vamos ter a participação de Bizarra Locomotiva, Grog, Switchense, Iberia, Web, Miss Lava, Wako, Terror Empire, Albert Fish, Karnak Seti, Crossed Fire, Destroyers of All, Analepsy e Borderlands, assim como os ingleses Onslaught. “Entangled” é o nome do EP de estreia dos The Autist, banda lisboeta de metal/djent/groove a seguir atentamente. “The Undivided”, é o nome do EP lançado em novembro de 2014 pelos lisboetas Annihilation (brutal/technical death metal). Uma edição a descobrir e a seguir também no videoclip “Feeding the Void”. Para 2015 está previsto o sucessor do álbum de estreia (“Against the Storm” de junho de 2011 pela Casket Music) e terá como título “The Undivided Wholeness of All Things”. Through the Silence, banda de metalcore da Angra do Heroísmo (Terceira, Açores) edita a 20 de dezembro o seu EP de estreia “Debt of Words”. Praticantes do seu som característico heavy metal/punk rock, os lisboetas The Temple preparam para o início de 2015 o terceiro álbum de originais de nome “Serpentiger”. Após o lançamento em 2004 do clássico “Diesel Dog Sound”, tem um single de apresentação de nome “Nation on Fire”. Som do Rock lança no dia 13 de dezembro uma compilação de Metal Nacional com 13 bandas: Killt, Urban War, Frost Legion, Veinless, Requiem Laus, Tyrania, Kormel, Elitium, Cruz de Ferro, Sonneillon BM, ThorVus, SIStema e Shadowsphere. Os KillButton provenientes de Turquel lançaram este mês o seu álbum de estreia “Halos Against the Dark”. Produzido por Pedro Mendes, misturado e masterizado pelo Daniel Cardoso, praticam aquilo a que chamam “um rock azul escuro metalizado”. Solveig, banda de black metal de Almada, mas com fortes influências melancólicas, ambientais e atmosféricas, está a preparar um EP para ser lançado brevemente. Podem ouvir a demo “Craving a Veil of Stars” em solveigofficial.bandcamp.com. Ode Lusitana Número 1 – Dezembro 2014

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Fanzine de divulgação do metal português com entrevistas a Vasco Reigota e Pedro Junqueiro (Firecum Records) e Koja Fernandes (Festering). Notícias sobre Moita Metal Fest, The Autist, Annihilation, Through the Silence, The Temple, Som do Rock, KillButton, Solveig, Grog, Concealment, Misantropia Extrema, Bunker Store e especial Mangualde Hard Metal Fest com Web, Serrabulho, Ravensire, EnChanTya, Midnight Priest, Terror Empire, Undersave e Acromaníacos.

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   Editorial          Bem-­‐vindos  ao  número  1  da  Ode  Lusitana,  em  que  temos  como  principal  novidade  o  aumento  do  número  de  páginas,  mas  também  a  introdução  de  entrevistas.  Aos  poucos  as  novidades  vão  aparecendo!        Mas  acima  de  tudo  o  agradecimento  por  todo  o  apoio  que  foi  dado.  Sinal  de  que  o  metal  em  Portugal  vive  e  respira  saúde.  Obrigado  pelo  vosso  apoio!        Ainda  há  muito  trabalho  a  ser  feito,  novas  ideias  a  serem  inseridas,  o  melhoramento  da  parte  gráfica  (que  por  vezes  nos  dá  bastante  luta!),  pequenos  pormenores  a  serem  alterados.        Os  princípios  é  que  serão  mantidos,  sendo  o  principal  a  divulgação  do  metal  nacional  e  de  tudo  o  que  se  passa  no  nosso  território.  São  8  páginas  de  edição  gratuita  com  saída  mensal.  Imprimam  esta  zine  (A5),  enviem  para  as  pessoas  e  sejam  vocês  próprios  a  divulgar  o  nosso  metal!    Marco  Santos    Breves          A  12ª  edição  do  Moita  Metal  Fest  já  está  em  preparação  e  para  o  ano  decorre  de  27  a  28  de  março.  Vamos  ter  a  participação  de  Bizarra  Locomotiva,  Grog,  Switchense,  Iberia,  Web,  Miss  Lava,  Wako,  Terror  Empire,  Albert  Fish,  Karnak  Seti,  Crossed  Fire,  Destroyers  of  All,  Analepsy  e  Borderlands,  assim  como  os  ingleses  Onslaught.            “Entangled”  é  o  nome  do  EP  de  estreia  dos  The  Autist,  banda  lisboeta  de  metal/djent/groove  a  seguir  atentamente.  

 

 

               “The  Undivided”,  é  o  nome  do  EP  lançado  em  novembro  de  2014  pelos  lisboetas  Annihilation  (brutal/technical  death  metal).  Uma  edição  a  descobrir  e  a  seguir  também  no  videoclip  “Feeding  the  Void”.  Para  2015  está  previsto  o  sucessor  do  álbum  de  estreia  (“Against  the  Storm”  de  junho  de  2011  pela  Casket  Music)  e  terá  como  título  “The  Undivided  Wholeness  of  All  Things”.    

         Through  the  Silence,  banda  de  metalcore  da  Angra  do  Heroísmo  (Terceira,  Açores)  edita  a  20  de  dezembro  o  seu  EP  de  estreia  “Debt  of  Words”.        Praticantes  do  seu  som  característico  heavy  metal/punk  rock,  os  lisboetas  The  Temple  preparam  para  o  início  de  2015  o  terceiro  álbum  de  originais  de  nome  “Serpentiger”.  Após  o  lançamento  em  2004  do  clássico  “Diesel  Dog  Sound”,    tem  um  single  de  apresentação    de  nome  “Nation  on  Fire”.        Som  do  Rock  lança  no  dia  13  de  dezembro  uma  compilação  de  Metal  Nacional  com  13  bandas:  Killt,  Urban  War,  Frost  Legion,  Veinless,  Requiem  Laus,  Tyrania,  Kormel,  Elitium,  Cruz  de  Ferro,  Sonneillon  BM,  ThorVus,  SIStema  e  Shadowsphere.              Os  KillButton  provenientes  de  Turquel  lançaram  este  mês  o  seu  álbum  de  estreia  “Halos  Against  the  Dark”.  Produzido  por  Pedro  Mendes,  misturado  e  masterizado  pelo  Daniel  Cardoso,    praticam  aquilo  a  que  chamam  “um  rock  azul  escuro  metalizado”.        Solveig,  banda  de  black  metal  de  Almada,  mas  com  fortes  influências  melancólicas,  ambientais  e  atmosféricas,  está  a  preparar  um  EP  para  ser  lançado  brevemente.  Podem  ouvir  a  demo  “Craving  a  Veil  of  Stars”  em  solveigofficial.bandcamp.com.      

 

Ode Lusitana Número  1  –  Dezembro  2014  

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                             21º  Mangualde  Hard  Metal  Fest  

       O  HardMetalFest,  ou  simplesmente  HMF,  como  é  conhecido  por  todos,  tem  como  divisa:  “O  festival  de  peso  mais  antigo  do  país”.  Organizado  por  Rocha  Produções,  em  que  temos  o  José  Rocha  e  a  sua  equipa,  já  é  hábito  apresentar  no  início  de  cada  ano  uma  descarga  de  bandas  que  nos  levam  aos  mais  variados  géneros  existentes.        O  primeiro  evento  começa  por  ser  realizado  de  verão  de  1997,  mais  precisamente  no  dia  1  de  agosto,  no  Antigo  Ciclo  Preparatório  de  Mangualde.  O  cartaz  era  constituído  por  Decayed,  Shiver,  In  Solitude,  Angriff,  Karseron  e  Lost  Fane.  Desde  então  tem  mudado  de  datas  e  de  locais,  até  que  assenta  arraiais  no  C.C.  Santo  André  (Mangualde)  e  a  decorrer  sempre  no  mês  de  janeiro.        No  próximo  dia  10  de  janeiro  de  2015  não  percam  o  XXI  Mangualde  HMF,  com  a  nossa  armada  portuguesa  em  que  constam  os  Web,  Midnight  Priest,  Serrabulho,  Ravensire,  Enchantya,  Acromaníacos,  Terror  Empire  e  Undersave.  Tambem  teremos  por  Mangualde  os  Desaster  (Ale),  Cancer  (Ing),  Arkham  Witch  (Ing)  e  Display  of  Powers  (Esp).  

 

     Lendária  banda  do  Porto  praticante  de  thrash  metal,  nasce  em  outubro  de  1986  através  de  dois  roadies  dos  Tarântula.  David  Duarte  (voz),  já  falecido  em  Maio  de  2001  e  Victor  Matos  (guitarra).  As  constantes  alterações  na  formação  da  banda  ao  longo  dos  primeiros  anos  torna  as  coisas  mais  difíceis  do  que  inicialmente  previstas.  A  primeira  apresentação  em  público  é  feita  no  dia  8  de    novembro  de  1987  no  Rock  Rendez  Vous  ,  como  banda  de  abertura  dos  Tarântula.          O  primeiro  tema  gravado  foi  o  “A  New  Evil  Kingdom”  que  iria  fazer  parte  da  compilação  “The  Birth  of  a  Tragedy”  de  1992  editada  pela  MTM.  Os  Web  a  partir  daí    

       lançam  em  1994  a  demo  “Evil  Tape”  e  em  1995  a  demo  com  2  temas  “Promo  Tape”.  O  primeiro  longa  duração  só  será  lançado  pela  Independent  Records  em  2005,  de  nome  “World  Wide  Web”.        Após  a  edição  de  dois  singles,  o  “Resilient  Casket”  de  2008  e  “Awake”  de  2010,  é  apenas  em  2011  que  lançam  o  segundo  longa  duração  “Deviance”.        A  banda  actualmente  é  constituída  pelo  Fernando  Martins  (voz  e  baixo),  Victor  Matos  (guitarra),  Filipe  Ferreira  (guitarra)  e  Pedro  Soares  (bateria),  que  estão  a  preparar  o  novo  álbum,  gravado  no  Raising  Legend  Studios  com  produção  de  André  Matos,  mistura  e  masterização  de  Pedro  Teixeira.    www.facebook.com/webthrashmetal  www.webthrashmetal.com/index.php/pt/  

       Serrabulho,  banda  de  “happy”  death/grindcore  formada  em  2010  em  Vila  Real,   lançam  o  primeiro   longa  duração  no  ano  de  2013.  “Ass  Troubles”  é  lançado  pela  Vomit  Your  Shirt     e  marcam   a   diferença   no   cançonetismo   português  especialmente   através   dos   seu   concertos.   Em   Maio   de  2014   participam   na   compilação   da   Base   Records   (Esp)  “Spanish  (and  Guests)  Tribute  to  Dead  Infection.        O  segundo  álbum  “Star  Whores”  será  gravado  no  início  do  próximo  ano  e  será  editado  pelo  selo  alemão  Rotten  Roll  Rex.  A  banda  é  formada  por  Paulo  Ventura  (voz,  guitarras),  Toká  (voz),  Guilhermino  Martins  (baixo)  e  Ivan  Saraiva  (bateria).  www.facebook.com/serrabulhogrind  www.reverbnation.com/serrabulhogrind    

         Ravensire,  banda  de  Lisboa  fundada  em  2011  tocam  um  “heavy  metal  cru  e  apaixonado”  como  definido  pela  banda.  Com  esse  espírito  incumbido  na  formação  lançam  em  outubro  de  2012  o  EP  “Iron  Will”  pela  A  Forja.          Depois  das  excelentes  críticas  e  de  novas  substituições  na  banda  entram  no  Ion  Pit  Studio  para  gravar  a  álbum  de  estreia  “We  March  Forward”,  editado  em  novembro  de  2013  pela  Eat  Metal  Records  (Gré).      Também  em  novembro  de  2013  editam  o  split  7”  com  os  irlandeses  Terminus  através  da  Underground  Power  Records  (Ale).        Ravensire  é  formada  por  Rick  Thor  (voz/baixo),  Zé  Rockhard  e  Nuno  Mordred  (guitarras)  e  F  (bateria).    www.facebook.com/Ravensire  www.reverbnation.com/ravensire    

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       EnChanTya,  banda  lisboeta  de  Gothic  Progressive  Metal,  nasce  em  2004  como  um  projeto  individual  da  Rute  Fevereiro  vocalista  das  Black  Widows.  Da  reunião  com  outros  músicos  é  lançada  a  demo  “Enchantya”  em  2004  constituída  por  3  temas  e  em  2006  é  lançado  o  EP  “Moonlight  the  Dreamer”,  que  recebe  boas  críticas.  O  álbum  é  divulgado  em  vários  concertos  junto  com  bandas  como  Desire,  Hyubris,  Insaniae,  Incoming  Chaos  e  Thee  Oracle.        No  outono  de  2009  começam  a  pré-­‐produção  do  novo  álbum,  que  culmina  apenas  em  2012  com  o  lançamento  do  tão  aguardado  “Dark  Rising”  pela  Massacre  Records  (Ale).        A  banda  é  constituída  pela  Rute  Fevereiro  (voz),  Nuno  Seven  e  Bruno  Prates  (guitarras),  MP  (baixo)  e  Bruno  Guilherme  (bateria).  www.facebook.com/EnChanTya  www.enchantya.com    

     Midnight  Priest,  banda  de  Coimbra  reconhecida  pelo  seu  heavy  metal  desenfreado,  é  formada  em  2008  em  Coimbra.  Em  2009  lançam  a  demo  de  estreia  “The  Priest  is  Back”  através  da  Herege  Warfare  Productions,  com    letras  em  português  e  onde  se  destaca  o  tema  “Rainha  da  Magia  Negra”.    Este  tema  dará  origem  ao  EP  com  o  mesmo    nome  lançado  em  setembro  de  2009  pela  StormSpell  Records  (EUA).            Em  2011  editam  o  primeiro  longa  duração  “Midnight  Priest”  pela  StormSpell  Records,  onde  pontifica  o  tema  “À  Boleia  com  o  Diabo”,    conseguindo  sair  vencedores  em  2012  do  Wacken  Open  Air  Metal  Battle  Portugal.  Em  2014  editam  pela  Tanyte!  Records  a  demo  “Hellbreaker  –  Demo  XXIV”,  já  com  temas  em  inglês,  onde  temos  na  voz  Lex  Thunder  em  substituição  do  vocalista  original  The  Priest.        No  dia  25  de  novembro  de  2014  editam  o  novo  álbum  “Midnight  Steel”  pela  Slaney  Records  (Irl).  A  banda  é  constituída  por  Lex  Thunder  (voz),  Iron  Fist  e    Steelbringer  (guitarras),  Joe  Dalton  (baixo)  e  Alex  WarTank  (bateria).    www.facebook.com/midnightpriest  www.midnightpriest.com        

         Os  thrashers  Terror  Empire  de  Coimbra  nascem  em  2009  e  espalham  o  seu  som  rápido  e  agressivo.  Em  junho  de  2012  editam  o  seu  EP  de  estreia  “Face  the  Terror”  que    

       recebe  excelentes  críticas  e  os  leva  a  vários  concertos  pelo  país.        Durante  este  ano  de  2014  assinam  com  a  Nordavind  Records  (Ovar)  e  preparam  a  edição  do  primeiro  longa  duração  para  fevereiro  de  2015,  com  o  nome  “The  Empire  Strikes  Black”  e  que  promete  agitar  as  águas.          Os  Terror  Empire  são  constituídos  por  Ricardo  Martins  (voz),  Rui  Alexandre  e  Sérgio  Alves  (guitarra),  João  Dorado  (bateria)  e  Rui  Puga  (baixo).    www.facebook.com/terrorempire  www.terrorempire.net  

       Undersave,  banda  de  death  metal  de  Lisboa  formada  originalmente  como  trio  em  2004,  grava  a  sua  estreia,  a  demo  de  3  temas  “Domestication  of  Human  Race”  em  2005  no  Garagem  22  Studios  com  o  Paulo  Vieira.  Depois  de  muitos  concertos  e  boas  recepções  à  demo  gravam  no  Brugo  Sound  Studios  com  o  Hugo  Camarinha  o  EP  “After  the  Domestication  Comes  the  Manipulation”  (2008).        Em  2012  editam  o  primeiro  longa  duração  “Now...  Submit  Your  Flesh  to  the  Master’s  Imagination”  pela  War  Productions,  com  gravações  no  Brugo  Sound  Studios  e  Moshpit  Studios  com  o  Paulo  Vieira.  Praticantes  de  um  som  triturador  são  constituídos  pelo  Nuno  Braz  (voz/guitarra),  Hugo  Pote  (bateria),  Diogo  Almeida  (baixo)  e  João  Jacinto  (guitarra).  www.facebook.com/Undersave    

         Acromaníacos,  histórica  banda  do  punk  rock  nacional  tem  a  sua  origem  na  Bobadela  no  longínquo  ano  de  1991.  A  edição  das  demos  sucedem-­‐se  ao  longo  do  tempo  com  “AM”  (1992),  “Olho  do  Cu”  (1994),  “Acromaníacos”  (1996)  e  “Xiii...  torceu  dí  novo”  (1999).        Em  1997  editam  o  seu  álbum  de  estreia  “Dietarreia”,  composto  por  22  temas.  Em  2000  nos  estúdios  “Cais  14”  gravam  o  segundo  álbum  “Qê  Lête”  e  em  2004  o  álbum  “Pitamupau”.  A  banda  forma  a  editora  “A  Vaca  Morri  Records”,  pela  qual  lança  o  quarto  longa  duração  “Bob”,  com  todo  o  trabalho  a  ficar  a  cargo  do  Paulo  Vilares.        Uma  carreira  longa  e  com  muitas  participações  em  colectâneas  e  tributos  festejam  os  20  anos  com  o  lançamento  do  duplo  álbum  ao  vivo  “A  Tua  Tia”,  gravado  no  Clube  Recreativo  Bobalense  a  9  de  dezembro  de  2011.        Serralha  (voz  e  guitarra),  Xixo  (baixo)  e  Tico  (bateria),  formam  os  Acromaníacos.  acromaniacos.com.sapo.pt                    

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 A  Firecum  Records  tem  como  porta  estandarte  a  divulgação/distribuição  de  demos  clássicas  do  underground  português.  Criados  este  ano,  já  editaram  trabalhos  dos  Deification,  Downthroat  e  Firstborn  Evil.  Ficamos  um  pouco  à  conversa  com  o  Vasco  Reigota  e  o  Peter  Junker.      -­‐  Viva  pessoal!  É  um  prazer  ter-­‐vos  neste  número  da  Ode  Lusitana  e  para  começar  nada  melhor  de  perguntar-­‐vos  se  vocês  ainda  se  lembram  como  é  que  ambos  se  conheceram?    Peter:  Honestamente  já  não  me  recordo  bem  mas  penso  que  começou  por  termos  alguns  amigos  em  comum  naquele  eixo  Aveiro/Ílhavo  em  torno  do  heavy  metal  que  ligava  o  pessoal  naquela  altura,  mas  começamos  a  conviver  mais  frequentemente  após  o  Vasco  organizar  o  primeiro  festival  de  heavy  metal  de  Ílhavo  no  qual  eu  participei  com  os  Booby  Trap.    

-­‐  O  movimento  na  década  de  90  em  Aveiro/Ílhavo  e  arredores  era  bastante  forte,  com  muita  coisa  a  acontecer  a  todos  os  níveis.  Foi  uma  época  excelente  para  o  metal  na  região?  O  parricídio  feito  pelo  Tó  Jó  (Agonizing  Terror)  em  1999,  abalou  fortemente  a  cena  local?    Vasco:  Os  anos  noventa  foram  produtivos  na  nossa  zona,  é  um  facto!  Como  sou  de  Ílhavo  começo  por  cá.  Em  Ílhavo  nunca  houve  muita  gente  a  fazer  alguma  coisa.  Eu  tive  alguns  projectos,  A  Prophetical  Fanzine,  a  Lustful  Records,  etc….  Nessa  altura,  adolescente  e  sem  dinheiro  nenhum,  organizei  dois  concertos  onde  actuaram  bandas  como  Moonspell,  Xharathorn,  Disgorged…  actualmente  Heavenhood,  Malevolence,  Deification…  a  minha  banda,  Agonizing  Terror,  e  os  Booby  Trap  do  Peter  Junker  entre  outras.  Tirando  isso,  existiu  uma  newsletter  e  uma  distro  do  amigo  Adão  Jr…  a  Mishantropic;  da  qual  também  fiz  parte.  Além  disso  tivemos  a  Adrenaline  Prod  do  amigo  Francis  Cole,  que  embora  mais  virada  para  o  gótico,  também  organizou  eventos  com  bandas  de  Metal.  O  pessoal  dos  Agonizing  Terror  tambem  cá  trouxe  bandas  como  Grog,  Shiver,  Aberration  e  Autopsia.  Actualmente  só  o  Blindagem  organiza  aqui  alguma  coisa.  E  claro…  temos  o  Vagos  Open  Air  aqui  ao  lado.  Sobre  o  parricídio  não  vou  comentar,  apenas  posso  dizer  que  os  tempos  seguintes  não  foram  nada  fáceis  aqui  em  Ílhavo.  A  cena  em  Ílhavo  acabou.  Peter:  Em  Aveiro  também  não  foi  muito  diferente,  recordo  saudosamente  os  anos  90  em  que  havia  praticamente  uma  banda  a  ensaiar  em  cada  esquina,  infelizmente  essa  força  morreu  com  a  entrada  no  novo  milénio,  mesmo  os  poucos  espaços  que  ainda  realizavam  concertos  acabaram    

 

 

 

por  fechar,  hoje  não  temos  um  espaço  em  Aveiro  dedicado  exclusivamente  às  sonoridades  mais  pesadas,  quase  não  há  lugar  onde  possamos  realizar  um  concerto,  mas  em  contrapartida  as  bandas  estão  cada  vez  a  aparecer  mais  e  mais  fortes,  não  só  as  da  velha  guarda  mas  também  esta  nova  geração  de  miúdos  que  sabem  bem  o  que  querem…  espero  que  pelo  menos  nesse  aspecto,  assim  continue….  

-­‐  Com  a  passagem  dos  anos  o  movimento  voltou  a  dar  sinais  de  vida  e  ultimamente  aparece  a  Firecum  Records.  Qual  a  ideia  por  trás  deste  vosso  projecto?    Peter:  Era  uma  ideia  que  eu  já  andava  a  magicar  há  um  bocado  na  minha  cabeça  mas  por  falta  de  tempo,  apoio  e  alguém  para  partilhar  esta  aventura  comigo,  nunca  passou  do  papel,  entretanto  calhou  em  conversa  com  o  Vasco  em  como  ele  gostava  de  reeditar  a  demo  da  sua  antiga  banda,  Deification  com  alguns  melhoramentos  ao  nível  de  som  e  num  formato  mais  actual  do  que  a  velhinha  e  original  cassete,  a  partir  dai  as  coisas  aconteceram  em  catadupa;  tratar  de  remasterização,  do  artwork,  de  definirmos  o  que  seria  a  imagem  de  marca  da  editora  e  em  menos  de  um  mês  tínhamos  o  CUM001  na  rua….  Certo  é  que  a  Firecum  Records  foi  criada  com  o  intuito  de  disponibilizar  em  formato  CD  demos  clássicas  do  underground  nacional,  se  possível  remasterizadas  e  com  temas  extras  inéditos  que  possam  enriquecer  a  edição  original  mas  também  é  verdade  que  ambicionamos,  mais  cedo  ou  mais  tarde  dar  o  passo  seguinte  que  passa  por  editar  novas  bandas…  

 

-­‐  Sei  que  as  próximas  edições  estão  no  segredo  dos  deuses,  mas  já  entraram  em  contacto  com  mais  alguém?  Como  é  que  as  pessoas  reagem  aos  vossos  contactos?  Qual  a  recepção  que  está  a  haver  por  parte  do  público?                                                                        Vasco:  Nem  os  Deuses  sabem  de  nada!  Sim,  claro  que  foram  feitos  contactos.  A  Firecum  é  um  tributo  ao  underground  nacional  como  vocês  podem  comprovar  com  os  nossos  lançamentos.  Gostamos  de  dizer  que  trazemos  recordações  ao  pessoal  mais  antigo  e  novidades  antigas  aos  mais  novos.  Trabalhamos  com  bandas  que  achamos  que  merecem  ser  trazidas  á  tona  por  diversos  e  variados  motivos.  A  reação  das  bandas  convidadas  têm  sido  simplesmente  espectacular!  Trata-­‐se  de  pessoal  old  school,  com  o  Metal  no  coração.  Nós  não  temos  lucros  que  nos  possibilitem  recompensar  dignamente  as  bandas  mas  até  agora  nunca  houve  problemas  com  isso  e  as  bandas  aceitam  o  convide  com  agrado  e  orgulho.  Orgulho  do  qual    

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partilhamos!  A  reação  do  publico  tem  sido  bastante  boa!  Temos  já  pessoal  a  colecionar  as  nossas  edições  o  que  demonstra  interesse.  Deification  já  esgotou  e  Downthroat  e  Firstborn  Evil  vão  a  caminho.  

-­‐  Qual  a  vossa  opinião  acerca  do  panorama  em  Portugal,  desde  as  bandas  até  ao  público  e  passando  por  toda  a  máquina  que  envolve  o  meio?    Vasco:  O  que  dizer?  Temos  bandas  espectaculares,  concertos  e  festivais  aos  pontapés.  Bandas  a  editar  trabalhos  regularmente.  Temos  algum  reconhecimento  internacional.  Era  isto  que  queríamos  quando  éramos  putos  há  25  anos  atrás!  Temos  variedade  e  qualidade  de  escolha,  não  há  desculpas  para  queixumes.  O  publico  está  lá  sempre  que  possível,  somos  um  pais  pequeno  não  se  esqueçam  disso  porque  é  isso  que  nos  torna  grandes!  

-­‐  Últimas  palavras  para  os  leitores  da  Ode  Lusitana.  

Vasco:  Obrigado  por  todo  o  apoio  que  nos  têm  dado.  Esperamos  estar  cá  muito  tempo  com  todos    vocês  do  nosso  lado.  Obrigado  Marco  pelo  apoio  e  que  faças  e  bom  trabalho  com  a  Ode  Lusitana  e  que  ela  perdure.  Muito  obrigado  e  respeito  a  todos!  Peter:  É  importante  que  projetos  como  a  Firecum  e  a  tua  Ode  Lusitana  continuem  a  alimentar  o  underground,  é  isto  que  distingue  o  heavy  metal  de  todos  os  outros  géneros,  a  dedicação  a  este  género  musical  tão  único  e  apaixonante…go  and  spread  the  word…  WE  CUM  FOR  YOU  ALL!!!  www.facebook.com/firecumrecords    

         No  próximo  dia  20  de  dezembro  no  Showcase  em  Almada  vamos  ter  a  actuação  dos  Grog  e  dos  Concealment  num  concerto  sob  o  lema  “Natal  Fatal  –  Odisseia  no  Presépio”.  

   

     Banda  lisboeta  de  brutal  death  metal/grindcore  os  Grog  são  uma  das  bandas  mais  representativas  do  género  no  panorama  musical.          Formados  em  1991,  estreiam-­‐se  em  1992  com  a  demo  “The  Bluuaaarrrgghh  Rehearsal”.  Seguem  “A  Nauseating  Sweet  Taste”  (1993)  e  “Promo  Tape  ’94  (1994)  e  o  EP  “95  Stabwounds  in  Your  Throat”  (1994).  Em  1996  editam  através  da  Skyfall  Records  o  primeiro  longa-­‐duração  “Macabre  Requiems”.          Voltam  às  demos  com  “Regurgitape”  (1999)  e  “Madness  Horror  and  Guts  Live”  (2000).  Em  2001  voltam  com  o  álbum  “Odes  to  the  Carnivorous”  através  da  Shock  Wave  Records.  O  último  lançamento  é  de  2011  com  “Scooping  the  Cranial  Insides”  pela  Murder  Records.        Banda  constituída  pelo  Pedro  Pedra  (voz),  Ivo  Martins  (guitarra),  Alexandre  Ribeiro  (baixo)  e  Rolando  Barros  (bateria).        23  Years  in  Grog  We  Grind!!!    www.facebook.com/grogpt          Brevemente  iremos  ter  a  reedição  da  primeira  demo  dos  Grog  (“The  Bluuaaarrrgghh  Rehearsal”)  através  da  Dina  Dog  Records.  Estejam  atentos.    

         

       Formados  em  Sabugo  (Sintra)  em  1995  os  Concealment  tocam  uma  mistura  de  progressive  death  metal  com  grindcore.        Em  1996  lançam  a  demo  de  estreia  “Naked...  Drowned...  Art”  ao  que  se  segue  a  demo  “Imperaffection”  de  1999.  Após  uma  longa  pausa  tornam  em  2005  com  o  EP  “Of  Malady”,  e  o  longa-­‐duração  “Leak”  chega  em  2007  pela  espanhola  DFX  Records.        O  último  trabalho  que  tem  para  nos  mostrar  é  o  “Phenakism”  através  da  portuense  Major  Label  Industries.            Na  formação  temos  o  Filipe  Correia  (voz,  guitarra),  Paulo  Silva  (baixo)  e  David  Jerónimo  (bateria).  www.facebook.com/concealmentband      

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       Festering,  banda  de  death  metal  formada  em  1992  em  Santo  António  dos  Cavaleiros,  entra  num  interregno  pouco  após  a  formação,  voltando  em  2012  com  dois  trabalhos.  A  demo  “From  the  Grave”  e  o  EP  “Exhumed”.  Actualmente  de  volta  de  um    novo  registo  falamos  com  o  Koja  Fernandes,  uma  autêntica  ‘instituição’  do  metal  português.    -­‐  Viva  Koja!  Ao  pesquisar  acerca  dos  Festering  e  de  rever  as  bandas  das  quais  já  foste  elemento,  pergunto  se  ainda  te  lembras  de  como  é  que  começaste  a  ouvir  metal?  E  como  é  que  passas  a  ser  um  intérprete  musical?          Então  vamos  por  partes.  Primeiro  comecei  a  ouvir  metal,  só  depois  me  tornei  “músico”  de  metal.  Tive  o  primeiro  contacto  com  a  música  pesada  em  meados  dos  anos  80,  1984/1985,  por  aí,  e,  foi  através  de  um  facto  curioso.  Um  dia  vinha  da  escola  e  encontrei  uma  cassete  na  rua,  no  chão  e  levei-­‐a  para  casa.  Essa  cassete  tinha  várias  músicas  gravadas  de  algumas  bandas,  que  na  altura  não  fazia  ideia  quem  eram,  mas  as  quais  mais  tarde  vim  a  descobrir.  Bandas  como  Helix,  Saxon,  Iron  Maiden,  Motorhead,  etc.  Até  à  altura  não  tinha  grande  interesse  por  música,  nem  sequer  tinha  aparelhagem  sonora  para  a  ouvir.  O  que  se  ouvia  em  casa  era  a  televisão  e  sobretudo  rádio,  através  do  meu  pai,  que  tinha  sempre  uma  “telefonia”  ligada  lá  em  casa.  Não  tinha  aparelhagem,  mas  tinha  um  daqueles  pequenos  gravadores,  usados  para  carregar  os  jogos  de  computador  no  saudoso  ZX  Spectrum  46K.  O  famoso  gravador  de  cassetes  da  marca  “Computone”.  Quando  pus  a  cassete  nesse  mítico  gravador  e  comecei  a  ouvir  aquilo,  a  minha  vida  mudou  completamente.  Até  ali  o  que  me  interessava  de  música  era  Bryan  Adams,  Scorpions  e  alguma  música  que  se  ouvia  nos  anos  80,  mas  não  tinha  nada  deles,  cassetes  ou  discos.  A  partir  daí  começou  a  minha  busca  incessante  por  bandas  de  metal,  comprei  um  gravador  como  deve  ser  (com  colunas  e  tudo…  lol…)  e  comecei  a  ouvir  bandas  mais  pesadas  como  Metallica,  Slayer  e  assim.  Uma  das  coisas  que  me  ajudou  muito  na  minha  entrada  na  música  pesada,  foi  uma  estação  de  televisão  pirata,  que  surgiu  nos  anos  80,  penso  que  se  chamava  TRL  (Televisão  Regional  de  Loures),  nesse  canal  pirata,  para  além  de  filmes,  existia  um  programa  de  Heavy  Metal.  Foi  aí  onde  tive  um  contacto  mais  profundo  com  o  mundo  do  Heavy  Metal,  através  dos  videoclipes  que  emitiam.  Depois  surgiram  os  programas  de  rádio,  “O  Mensageiro  do  Massacre”  na  Rádio  Voz  de  Almada,  o  “Lança-­‐chamas”,  etc.  Quando  dei  por  mim,  já  pertencia  à  tribo  dos  metaleiros,  onde  criei  amizades  com  vários  nativos  da  mesma  etnia.  

 

     O  tornar-­‐me  músico,  veio  por  acréscimo.  Através  das    amizades  que  criei  com  os  meus  companheiros  de  juventude  e  infância,  amizades  que  ainda  se  mantêm.  Conheci  um  pessoal  nas  aulas  de  Karaté,  que  frequentava  nessa  altura,  todos  de  Santo  António  dos  Cavaleiros,  então  no  meio  desse  grupo  de  amigos  surgiu  a  ideia  de  formar  uma  banda  de  Heavy  Metal.  Através  de  violas  acústicas,  almofadas,  bancos,  panelas  e  tampas  de  tachos,  para  se  fazer  uma  bateria,  começámos  essa  aventura.  Depois  começámos  a  alugar  um  estúdio  de  ensaios  em  Lisboa,  segundo  me  recordo,  na  Rua  Morais  Soares.  Era  aí  onde  fazíamos  o  barulho  mais  a  sério  e  onde  os  Guilhotina  (o  primeiro  nome  da  banda)  começaram  a  compor  e  a  tocar  as  primeiras  músicas,  numa  vertente  mais  Punk/Hard  Core.  Mais  tardes,  através  das  mesadas,  prendas  de  aniversários  e  natais,  surgiram  os  primeiros  instrumentos.  Por  volta  de  1989/90  a  banda  passou  a  denominar-­‐se  Extreme  Unction,  inicialmente  com  uma  sonoridade  mais  Thrash  e  mais  tarde  Death  Metal.  Os  ensaios  passaram  a  alternar  entre  as  nossas  casas,  a  Associação  de  Moradores  de  Santo  António  dos  Cavaleiros  e  um  estúdio  na  Povoa  de  Santo  Adrião.    -­‐  Os  Festering  são  formados  em  1992  e  junto  com  o  vosso  outro  projecto,  os  Morbid  Symphony  editam  um  split.  Isto  tudo  ao  mesmo  tempo  que  através  dos  Extreme  Unction  também  editavam  material.  Na  altura  o  que  representava  os  Festering  para  vocês?  Os  Extreme  Unction  tiveram  um  papel  importante  nos  Festering?          Extreme  Unction  era  a  nossa/minha  banda,  era  através  dela  que  ambicionamos  viver  da/para  a  música.  Os  Morbid  Symphony  e  os  Festering,  bem  como  os  Necro  Terror,  Benevolence  ou  Gritos  Oleosos,  eram  projetos  paralelos  que  eu  tinha  com  alguns  elementos  dos  E.U.,  ou  com  outro  pessoal.  Esses  projetos  reuniam  outro  tipo  de  influências  musicais  que  não  tinham  espaço  nos  Extreme  Unction.  Nessa  altura  havia  tempo  para  tudo,  só  estudávamos  e  tocávamos  música.  Sempre  que  surgia  alguém  com  uma  ideia  para  uma  sonoridade  diferente  da  banda  principal,  criávamos  um  projeto  e  gravávamos  alguma  coisa  nos  nossos  locais  de  ensaio,  através  dos  nossos  meios.  Os  Extreme  Unction  eram  a  banda  principal,  para  a  qual  investíamos  o  nosso  dinheiro,  com  a  qual  dávamos  concertos.  Os  E.U.  foram  importantes  para  os  restantes  projetos,  devido  aos  músicos  que  se  envolviam  nesses  mesmos  projetos  e  as  influências  diversificadas  que  traziam  para  eles.    -­‐  Em  2012  apresentam  a  demo  “From  the  Grave”  e  pouco  depois  editam  o  portentoso  EP  “Exhumed”.  O  que  acharam  da  recepção  do  público  a  estas  duas  edições  que  servem  de  regresso  aos  Festering?          Penso  que  a  receção  foi  positiva,  pelas  opiniões  recolhidas,  acho  que  as  pessoas  gostaram  do  trabalho.  Nomeadamente  da  Demo-­‐tape,  pois  o  EP  teve  uma  edição    muito  limitada,  daí  não  dispormos  de  um  termo  de  comparação.  Mas  penso  que,  duma  maneira  geral  fomos  bem  recebidos,  pelo  que  podemos  aferir  através  do  rápido  escoamento  do  material  em  venda.    

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 -­‐  Passados  estes  anos  já  tem  prevista  a  edição  do  longa  duração  para  breve?  Como  decorreram  as  gravações?  Quais  as  temáticas  que  abordam?          Neste  momento  estamos  em  gravações  de  10  novos  temas,  para  uma  possível  edição,  caso  surjam  interessados  em  lançar  o  álbum.  Estas  novas  músicas  abordam  temas  mais  violentos,  numa  vertente  mais  “gore”,  desde  guerras  étnicas  e  religiosas,  genocídios  históricos,  a  temas  mais  surreais  ligados  ao  terror,  ao  imaginário  zombie  e  dos  velhos  filmes  de  humor  e  horror  como:  “The  Texas  Chain  Saw  Massacre”;  “Bad  taste”.  Musicalmente,  a  sonoridade  dos  novos  temas  aproxima-­‐se  mais  do  Gore/Grind  (Napalm  Death,  Carcass),  embora  se  mantenham  as  influências  Death  Metal  (Entombed,  Death,  Bolt  Thrower,  Obituary).        Está  previsto  também,  não  sei  se  ainda  para  este  ano,  o  lançamento  em  CD  dos  dois  trabalhos  de  2012  (Demo  +  EP).  Edição  conjunta  da  Sinais  produções,  War  Prod  e  Caverna  Abismal.    -­‐  Ao  longo  destes  anos  dentro  do  meio  qual  é  a  tua  opinião  acerca  do  metal  feito  em  Portugal?  As  coisas  estão  melhores?  O  death  metal  ainda  respira  por  cá?          Penso  que  duma  maneira  geral  o  Death  Metal  em  Portugal  tem  subido  de  nível,  tem  acompanhado  os  tempos  e  a  décalage  que  existia  entre  o  que  se  fazia  lá  fora  e  o  que  se  fazia  em  Portugal  esbateu-­‐se.  Temos  bandas  com  qualidade  equiparada  ao  que  se  faz  nos  outros  países.  Penso  que  isso  é  transversal  aos  outros  estilos  de  Metal.  Temos  excelentes  bandas  a  lançar  bons  trabalhos,  desde  o  mais  pesado  e  extremo  ao  mais  melódico  e  tradicional,  como  é  o  caso  dos  últimos  trabalhos  de  Neoplasmah,  Filli  Nigrantium  Infernalium,  Ravesire,  Perpetrator…  existem  boas  bandas  dentro  do  Death/Grind,  das  quais  aprecio  e  que  estão  bastante  ativas  em  Portugal,  Undersave,  Dementia  13,  Serrabulho,  Holocausto  Canibal,  Grog,  Serrabulho,  Dawn  of  Ruins.        Há  vinte  e  tal  anos  atrás,  tal  como  hoje,  havia  boas  bandas.  Não  havia  as  mesmas  condições  logísticas,  tecnológicas  e  técnicas,  nem  os  músicos  eram  tão  dotados,  embora  existissem  alguns  bons  executantes.  Não  havia  tantas  condições,  mas  existiam  músicos  talentosos,  criativos  e  com  grande  vontade,  e,  havia  todo  um  admirável  mundo  novo  por  explorar.  Pois  hoje  em  dia,  porventura,  estará  tudo  inventado,  qualquer  banda  que    

   surja  não  deverá  ter  pretensões  à  originalidade,  pois  a  sua  música  terá  sempre  uma  base  em  algo  já  feito.  Não  digo  que  as  bandas  não  possam  ter  a  sua  sonoridade  própria,  algo  que  os  distinga  dos  demais,  mas  originalidade  e  inovação  não  me  parece  muito  provável.  A  prova  disso  é  a  onda  de  revivalismos  que  ciclicamente  vai  surgindo  em  todos  os  quadrantes  da  música.        Hoje  em  dia  existem  melhores  instrumentos,  tecnologia  altamente  evoluída,  mais,  maior  e  melhor  acesso  ao  conhecimento  musical.  Quer  à  divulgação  do  nosso  trabalho,  quer  ao  estudo  e  execução  da  própria  música.  Escolas,  professores,  literatura,  vídeos  na  internet,  enfim...  uma  panóplia  de  fontes  de  informação  nos  mais  diversos  formatos.  Mas  isso  melhora  a  sonoridade  da  música,  a  qualidade  técnica  ajuda  muito,  mas  se  não  houver  criativos,  bons  compositores,  a  música  não  chega  às  pessoas,  o  público  não  se  revê  no  que  ouve.  Um  bom  executante,  com  bons  instrumentos  e  bons  recursos  financeiros  e  logísticos,  não  será  obrigatoriamente  um  bom  compositor.  E  o  Death,  Heavy,  Power,  Speed,  Grind…como  o  jazz,  blues  ou  a  música  clássica,  é  uma  forma  de  arte,  e  os  músicos  são  os  artistas.  Sendo  assim,  não  basta  haver  bons  executantes,  é  preciso  a  genialidade  dos  músicos  para  marcar  a  diferença  entre  o  que  é  som  e  o  que  é  música.  Mas  claro  está…  os  verdadeiros  juízes  são  o  público,  os  ouvintes,  neste  caso  os  metaleiros.    -­‐  É  tudo  e  muito  obrigado  por  esta  colaboração.  E  já  agora  uma  última  palavra  para  os  leitores.          Espero  que  apoiem  o  metal  nacional  e  as  bandas  que,  com  grande  esforço,  mantêm  Portugal  no  mapa  da  música  pesada.  Muitas  vezes  as  bandas  parece  que  precisam  alcançar  o  respeito  internacional,  para  receber  o  devido  mérito  no  nosso  país.  Consumam  o  material  das  bandas  nacionais,  apareçam  nos  seus  concertos  e  divulguem  o  nosso  trabalho  pelos  vossos  locais  de  socialização,  físicos  ou  virtuais.    \m/  ..  .Death  Metal…The  Brutal  Way!!!...  \m/      

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           Misantropia:  aversão  ao  ser  humano  e  à  natureza  humana  no  geral.          Misantropia  Extrema:  Diário  de  música  extrema  e  emocionalmentre  exigente.        Um  dos  sítios  mais  interessantes  e  actualizados  na  divulgação  do  metal  dentro  e  fora  de  portas.  Notícias,  críticas  a  discos,  entrevistas,  reportagens  de  concertos,  há  de  tudo  um  pouco.  Podem  também  subscrever  notificações  via  mail.  misantropiaextrema.wordpress.com  www.facebook.com/Misantropia-­‐Extrema  

     Bunker  Store,  situada  no  Centro  Comercial  Invictos  (loja  12)  na  Rua  Passos  Manuel  (Porto),  é  uma  loja  dedicada  exclusivamente  a  discos  em  vinil,  cassetes  e  merchandise  oficial  de  bandas.  Loja  a  visitar  e  a  ter  dois  dedos  de  conversa  com  os  mentores  Manuel  Fernandes  e  Pedro  Branco.  

 

   Agenda    Dezembro        19   –   Sacred   Sin   /   Hourswill   /   Humanart   –   Hard   Club,  Porto        20   –   Sacred   Sin   /   We   Are   the   Damned   /   Diabolical  Mental  State  –  RCA  Club,  Lisboa        20  –  Grog  /  Concealment  –  Showcase,  Almada    Janeiro        10  –  Cancer  (Ing)  /  Desaster  (Ale)  /  Arkham  Witch  (Ing)  /   Display   of   Power   (Esp)   /   Web   /   Midnight   Priest   /  Serrabulho   /   Ravensire   /   Enchantya   /   Acromaníacos   /  Terror   Empire   /   Undersave   –   XXI   Mangualde  HardMetalFest  –  Mangualde        17  –  Midnight  Priest  /  Ravensire  /  Corman  –  RCA  Club,  Lisboa        24  –  Prostitute  Disfigurement  (Hol)  /  Grog  /  Jig-­‐Ai  (RC)  /   VxPxOxAxAxWxAxMxCx   (Aus)   /   Raw   Decimating  Brutality   /   Serrabulho  /  Dalle  Killers   (Esp)   /  Analepsy   /  Görrinerh   (Esp)   /   Shoryuken   –   ‘XXX’Apada   na   Tromba,  RCA  Club,  Lisboa      

       Próximo  número  com  previsão  de  saída  a  15  de  janeiro  de  2015.  Para  qualquer  informação  contactem-­‐nos  através  do  nosso  perfil  Ode  Lusitana  no  facebook  ou  através  de  [email protected]  

     Desejos  a  todos  de  um  bom  ano  de  2015  com  muita  música!