ode lusitana # 6 - maio 2015

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1 Editorial O editorial do mês passado foi dedicado aos festivais e concertos que decorrem de norte a sul, e este mês o tema será as bandas portuguesas e a relação que o público tem com elas e com todo o meio envolvente. As opiniões são muitas quando falamos deste tema, porque há os defensores acérrimos de preservar e promover o que é nosso, assim como há quem esteja mais desligado. Mas actualmente ninguém fica indiferente e isso temse vindo a notar. Para o mal ou para bem (eu continuo a dizer que é para o bem) a internet e as redes sociais vieram dar um impulso a uma cena portuguesa que existia, mas que tinha dificuldade em sair da sua casca. A época áurea do underground português na década de 90 do século passado, deu lugar a uma fase mais silenciosa no início deste século. As bandas, o público, as editoras, os concertos, as promotoras estavam lá, a informação é que não circulava na quantidade que desejávamos. Nos últimos anos temos vindo a observar um ressurgir do nosso movimento e todos somos responsáveis por isso. As pessoas aderem bastante ao som nacional, independentemente de todos continuarmos a ouvir o que é nosso e o que vem lá de fora. O You Tube, Bandcamp, Spotify e outros suportes permitem a divulgação do nosso som. Várias compilações vão surgindo (Círculo de Fogo, 13 Portuguese Metal Compilation, Infected), e que nos levam à descoberta de novas bandas, que de outro meio, não teríamos um acesso directo a elas. As bandas estão no bom caminho, o público também e para demonstrar isso temos o nosso meio em plena expansão. Neste número temos entrevistas com o Augusto Peixoto, que nos vai falar um pouco dos seus HEAD:STONED, mas também dos seus vários trabalhos e com o Miguel Gomes, com o fascinante trabalho criado à volta de Waterland. Fiquem atentos e boas leituras! Aqui estão mais 8 páginas de edição gratuita com saída mensal. Imprimam esta zine (livreto A5, ou a quem prefira em A4) e divulgem o nosso metal! Marco Santos Para qualquer informação contactemnos através da nossa página www.facebook.com/OdeLusitana no facebook, através de [email protected] ou também através da seguinte morada: Marco André dos Santos Ferreira Rua da Carvalha, nº 53 3770401 Troviscal OBR Ode Lusitana Team: Marco Santos, Gui Rodrigues Breves O Santa Maria Summer Fest, promete agitar o país no próximo mês de junho. A decorrer de 12 a 14 do referido mês na cidade de Beja, conta com a participação de 36 bandas, percorrendo uma grande variedade de estilos. Pelo festival vão passar as bandas nacionais Quinteto Explosivo, Infra, Analepsy, Jibóia, Terror Empire, Vaee Solis, Cangarra, Vai te Foder, Midnight Priest, Revolution Within, Inquisitor, Mother Abyss, Marvel Lima, Mordaça, Paulo Colaço, Shoryuken, Corpus Christii, Theriomorphic, Killimanjaro, Equations, Satanize e Mendigo Blues. Também temos de visita ao nosso território os The Varukers (Ing), Necro Deathmort (Ing), Warhammer (Ale), entre outros. Confere o cartaz completo na nossa Agenda. Festival a não perder! Cryptor Morbious Family, banda de Grândola formada em 2002, praticantes de metal industrial tem disponível para ouvir o single Desolation”, que fará parte do álbum The Pit of Infamy”. Com edição de vários singles/EP na sua discográfica, tinham um longa duração editado em 2009 com o nome Hypnotic Way to Hurt”. Heavy Metal Portugal – O Documentário” da autoria de João Mendes está em andamento e promete fazer um retrato fiel do heavy metal em Portugal. Estejam atentos às novidades! Ode Lusitana Número 6 – Maio 2015

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Fanzine de divulgação do metal português com entrevistas a Augusto Peixoto (HEAD:STONED) e Miguel Gomes (Waterland). Notícias sobre Santa Maria Summer Fest, Cryptor Morbious Family, Heavy Metal Portugal - O Documentário, Viseu RockFest, Vagos Open Air, Sardinha de Ferro, Sublime Torture Fest, Templo do Abismo, Baktheria, Analepsy, Som do Rock Magazine, Salamandra em Chamas, In Heaven and Hell Fest, Godark, Foroyar, Web, Firecum Records, Rotem e Under Fetid Corpses

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Editorial          O  editorial  do  mês  passado  foi  dedicado  aos  festivais  e  concertos  que  decorrem  de  norte  a  sul,  e  este  mês  o  tema  será  as  bandas  portuguesas  e  a  relação  que  o  público  tem  com  elas  e  com  todo  o  meio  envolvente.        As  opiniões  são  muitas  quando  falamos  deste  tema,  porque  há  os  defensores  acérrimos  de  preservar  e  promover  o  que  é  nosso,  assim  como  há  quem  esteja  mais  desligado.  Mas  actualmente  ninguém  fica  indiferente  e  isso  tem-­‐se  vindo  a  notar.  Para  o  mal  ou  para  bem  (eu  continuo  a  dizer  que  é  para  o  bem)  a  internet  e  as  redes  sociais  vieram  dar  um  impulso  a  uma  cena  portuguesa  que  existia,  mas  que  tinha  dificuldade  em  sair  da  sua  casca.  A  época  áurea  do  underground  português  na  década  de  90  do  século  passado,  deu  lugar  a  uma  fase  mais  silenciosa  no  início  deste  século.  As  bandas,  o  público,  as  editoras,  os  concertos,  as  promotoras  estavam  lá,  a  informação  é  que  não  circulava  na  quantidade  que  desejávamos.        Nos  últimos  anos  temos  vindo  a  observar  um  ressurgir  do  nosso  movimento  e  todos  somos  responsáveis  por  isso.  As  pessoas  aderem  bastante  ao  som  nacional,  independentemente  de  todos  continuarmos  a  ouvir  o  que  é  nosso  e  o  que  vem  lá  de  fora.  O  You  Tube,  Bandcamp,  Spotify  e  outros  suportes  permitem  a  divulgação  do  nosso  som.  Várias  compilações  vão  surgindo  (Círculo  de  Fogo,  13  Portuguese  Metal  Compilation,  Infected),  e  que  nos  levam  à  descoberta  de  novas  bandas,  que  de  outro  meio,  não  teríamos  um  acesso  directo  a  elas.        As  bandas  estão  no  bom  caminho,  o  público  também  e  para  demonstrar  isso  temos  o  nosso  meio  em  plena  expansão.            Neste  número  temos  entrevistas  com  o  Augusto  Peixoto,  que  nos  vai  falar  um  pouco  dos  seus  HEAD:STONED,  mas  também  dos  seus  vários  trabalhos  e  com  o  Miguel  Gomes,  com  o  fascinante  trabalho  criado  à  volta  de  Waterland.  Fiquem  atentos  e  boas  leituras!            Aqui  estão  mais  8  páginas  de  edição  gratuita  com  saída  mensal.  Imprimam  esta  zine  (livreto  A5,  ou  a  quem  prefira  em  A4)  e  divulgem  o  nosso  metal!    Marco  Santos          Para  qualquer  informação  contactem-­‐nos  através  da  nossa  página  www.facebook.com/Ode-­‐Lusitana  no  facebook,  através  de  [email protected]  ou  também  através  da  seguinte  morada:    Marco  André  dos  Santos  Ferreira  Rua  da  Carvalha,  nº  53  3770-­‐401  Troviscal  OBR    Ode  Lusitana  Team:  Marco  Santos,  Gui  Rodrigues  

 Breves    -­‐  O  Santa  Maria  Summer  Fest,  promete  agitar  o  país  no  próximo  mês  de  junho.  A  decorrer  de  12  a  14  do  referido  mês  na  cidade  de  Beja,  conta  com  a  participação  de  36  bandas,  percorrendo  uma  grande  variedade  de  estilos.  Pelo  festival  vão  passar  as  bandas  nacionais  Quinteto  Explosivo,  Infra,    Analepsy,  Jibóia,  Terror  Empire,  Vaee  Solis,  Cangarra,  Vai-­‐te  Foder,  Midnight  Priest,  Revolution  Within,  Inquisitor,  Mother  Abyss,  Marvel  Lima,  Mordaça,  Paulo  Colaço,  Shoryuken,  Corpus  Christii,    Theriomorphic,  Killimanjaro,  Equations,  Satanize  e  Mendigo  Blues.  Também  temos  de  visita  ao  nosso  território  os  The  Varukers  (Ing),  Necro  Deathmort  (Ing),  Warhammer  (Ale),  entre  outros.  Confere  o  cartaz  completo  na  nossa  Agenda.  Festival  a  não  perder!  -­‐  Cryptor  Morbious  Family,  banda  de  Grândola  formada  em  2002,  praticantes  de  metal  industrial  tem  disponível  para  ouvir  o  single  “Desolation”,  que  fará  parte  do  álbum  “The  Pit  of  Infamy”.    Com  edição  de  vários  singles/EP  na  sua  discográfica,  tinham  um  longa  duração  editado  em  2009  com  o  nome  “Hypnotic  Way  to  Hurt”.    -­‐  “Heavy  Metal  Portugal  –  O  Documentário”  da  autoria  de  João  Mendes  está  em  andamento  e  promete  fazer  um  retrato  fiel  do  heavy  metal  em  Portugal.  Estejam  atentos  às  novidades!  

 

Ode Lusitana Número  6  –  Maio  2015  

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       Cenários  que  arrebatam  amantes  de  sonoridades  mais  pesadas  que,  em  alguns  momentos  poderão  pensar  “isto  dava  uma  bela  capa  para  um  álbum  de  Metal”.        A  Ode  Lusitana  convida-­‐vos  a  espreitar  um  mundo  que  tem  como  pilares  da  sua  expressão  o  Metal  e  claro,  a  Arte.  

 -­‐  Viva  Augusto!  Não  podemos  dar  início  a  esta  conversa  sem  perguntar  qual  dos  dois  mundos  descobriste  primeiro,  como  desenvolveste  a  paixão  pelo  Metal  e  pelas  Artes  Gráficas?  Como  surgiu  o  teu  gosto  pela  bateria?        Olá.        Desde  muito  pequeno  que  sempre  tive  aptidão  para  as  Artes,  portanto  a  Arte  Gráfica  é  uma  sequência  disso  mesmo.  A  música  e  a  descoberta  do  Metal  e  consequentemente  o  facto  de  vir  a  tornar-­‐me  baterista  apareceu  mais  tarde.  Ainda  assim,  acredito  que  ambos  já  estavam-­‐me  pre-­‐destinados  e,  que  andam  perfeitamente  de  mão  dada…  um  não  pode  viver  sem  o  outro.    -­‐  “Considerada  uma  das  mais  influentes  bandas  do  underground  nacional  dos  anos  90”  Estamos  perante  uma  afirmação  que  caracteriza  o  teu  projecto  iniciado  em  1988,  os  DOVE.  "Memoriam  Antiquam  .  Memories  of  the  Past",  vê  a  luz  do  dia  19  anos  depois  da  última  demo  “Dove”.  O  que  impulsionou  este  lançamento?  Quais  as  principais  diferenças  entre  o  underground  dos  90’s  e  a  actualidade,  tanto  em  relação  às  bandas  como  à  cena  em  geral?        Ao  longo  dos  anos  sempre  senti,  em  conversas  que  mantinha  com  alguns  amigos  que,  aos  DOVE  sempre  faltou  editarem  um  álbum.        Esse  pensamento  seguiu-­‐me  sempre,  mesmo  após  o  término  da  banda  e,  com  a  evolução  tecnológica  e,  a  possibilidade  de  converter  o  analógico  em  digital,  levou-­‐me  a  duplicar  as  minhas  demos  para  o  computador.  Infelizmente,  algumas  delas  já  se  encontram  bastante  usadas  devido  à  grande  camada  de  cópias  que  foram  sujeitas  aquando  das  suas  edições.        Por  isso  mesmo  o  som  não  é  o  melhor  mas,  serviu  para  que  muitos  que  compraram  essa  compilação,  bem  acima  das  minhas  espectativas  diga-­‐se  de  passagem,  podessem  reviver  aquilo  que  foi  DOVE  e,  o  impacto  que  a  sua  música  criou  no  Underground  e,  a  qualidade  que  algumas  músicas  apresentam  mesmo  ao  fim  de  20  anos,  gravadas  em  condições  que  hoje  em  dia  são  impensáveis.        A  questão  tecnológica  como  já  falei  é  definitivamente  diferente  do  que  se  faz  agora,  nos  anos  ’90  éramos  mais  

emotivos,  mais  sonhadores,  tínhamos  uma  paixão  enorme  pela  música,  pelas  amizades,  pelos  concertos  ao  vivo…  tudo  se  interligava,  o  apoio  era  mútuo  e  visível.        Nos  dias  de  hoje  não  é  assim,  há  muitas  mais  bandas,  excelentes  executantes  mas,  sem  essência,  sem  feeling,  na  maioria  dos  casos.        Há  uma  enorme  evolução  quer  nos  instrumentos,  quer  nas  condições  e  na  técnica  musical  mas,  falta-­‐lhes  o  que  na  minha  opinião  é  essencial,  emotividade.        Mas,  como  considero-­‐me  uma  Metalizo  da  velha  guarda,  talvez  tenha  uma  visão  um  tanto  ao  quanto  retrógrada  e,  bastante  colocada  amo  passado.    -­‐  O  trabalho  da  Irondoom  está  presente  não  só  no  artwork  dos  DOVE,  Cycle,  HEAD:STONED,  como  a  nível  nacional  se  podem  apreciar  capas  como  as  dos  Mindfeeder,  Nethergod,  Cruz  de  Ferro,  assim  como  os  volumes  I  e  II  da  13  Metal  Compilation,  entre  outros.  No  âmbito  internacional,  várias  bandas  como  os  americanos  Sinister  Realm,  os  canadianos  Viathyn,  ou  os  italianos  Soul  Secret  recorrem  à  IrondoomDesign.        Ao  longo  de  sensivelmente  20  anos  de  arte  gráfica  direccionada  para  o  Metal,  consideras  que  existe  ou  não  um  maior  cuidado  e  preocupação  na  apresentação  dos  álbuns  e  do  merchandising  por  parte  das  bandas?        Como  se  desenvolve  este  processo,  desde  a  ideia  à  fase  final  do  artwork?  Já  trabalhaste  com  outras  bandas  fora  do  Metal?        Definitivamente,  há  esse  cuidado,  se  bem  que  há  o  outro  lado  negativo…  qualquer  um  se  acha  Designer  e  capaz  de  criar  Arte,  descorando  a  técnica  e  o  saber  que  as  Artes  Gráficas  exigem.          Depois  há  muitos  “Designers”  a  trabalhar  a  preços  quase  gratuitos  o,  que  inviabiliza  a  escolha  de  quem  realmente  faz  da  Arte  uma  profissão  e,  que  tem  uma  vida  de  experiência  no  Grafismo.        Geralmente,  começo  a  idealizar  uma  capa,  não  só  pelo  que  a  banda  me  transmite  a  nível  musical  mas,  que  vá  de  encontro  à  temática  e  ao  assunto  que  a  banda  tem  em  mente.        Há  casos  que  se  tornam  mais  fáceis  de  se  conseguir  o  “quadro”,  enquanto  que  há  processos  que  se  tornam  complexos  e  complicados,  pois  mexe  com  vários  músicos  das  bandas,  todos  com  opiniões  diferentes  e,  tenho  que  ir  de  encontro  ao  gosto  de  cada  um.        Acho  mais  fácil  trabalhar  com  bandas  internacionais,  muito  sinceramente,  talvez  porque  são  mais  decididos,  já  sabem  na  perfeição  o  que  pretendem  para  o  Artwork  e,  porque  em  grande  parte  dos  casos,  preocupam-­‐se  em  consultar  o  meu  Portfolio  não  sentindo  nenhum  complexo  em  escolher  um  trabalho  já  existente.        Já  idealizei  trabalhos  para  bandas  que  não  tocam  Metal,  como  foram  exemplo  um  compositor  russo  de  música  clássica,  SCYTHELENCE  e,  um  projecto  de  cariz  techno/industrial,  julgo  que  suecos.  

Cruz  de  Ferro  –  “Guerreiros  do  Metal”  –  capa  IrondoomDesign  

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 “Welcome  to  the  Art  of  Dreams”  -­‐  IrondoomDesign  

 -­‐  Sempre  envolvido  em  vários  projectos,  editaste  dois  livros  “Welcome  to  the  Art  of  Dreams”,  uma  selecção  de  alguns  dos  teus  trabalhos  e  o  “UnderCovers”  composto  pelo  artwork  que  produziste  para  diversas  bandas.  Contamos  também  com  o  teu  cunho  nos  D  U  M  e  claro,  os  HEAD:STONED.        Atrevo-­‐me  a  dizer  que  o  Doom  é  um  género  que  te  enche  as  medidas,  apesar  de  o  teu  trabalho  andar  muito  na  onda  do  Thrash  e  do  Heavy,  que  géneros  mais  aprecias  dentro  e  fora  do  Metal?        O  que  andas  a  cozinhar  no  teu  caldeirão?  Vamos  ter  novidades?        Sim,  os  Livros  foram  um  sonho  tornado  realidade  e,  apesar  da  dificuldade  financeira  em  os  elaborar  e,  não  ter  tido  praticamente  lucro  nas  suas  vendas,  foi  um  acontecimento  único  e,  que  acredito  fez  feliz  muitos  dos  que  adquiriram  um  dos  exemplares.        Os  D  U  M  são  um  projecto,  somente  isso  mas,  com  uma  vertente  sonora  que  consegue  encher-­‐me  de  prazer,  por  ser  o  estilo  que  mais  parecia  dentro  do  Metal  e,  por  considerar  que  vai  ser,  definitivamente,  um  dos  melhores  trabalhos  que  editei  na  minha  carreira  musical.        Ainda  não  faço  a  mínima  ideia  de  quando  esse  disco  irá  ver  a  luz  do  dia  mas,  tenho  plena  convicção  que  vai  “estourar”  quando  tal  acontecer.        Sou  apreciador  da  maioria  dos  sub-­‐géneros  do  Metal  e,  os  únicos  estilos  que  não  aprecio  de  todo  será  o  Black-­‐Metal  e  o  Hard  Core.        Extra  Metal,  aprecio  Rock  Progressivo,  80’s  Pop/Rock,  70’s  Rock.        Com  toda  a  certeza  haverão  novidades,  tenho  vários  projectos  em  mão,  não  tantos  como  desejaria  mas,  os  mais  evidentes  no  momento,  será  o  Artwork  para  os  Heavenwood,  Wrath  Sins  e  Fantasy  Opus.        Para  não  falar  dos  meus  próprios  projectos  musicais,  D  U  M,  DOVE  e  HEAD:STONED,  sem  poder-­‐me  esquecer  dos                                  C  Y  C  L  E  S  que  têm  o  E.P.  praticamente  acabado  mas,  que  estagnou  no  tempo,  infelizmente.    -­‐  Dum  spiro,  spero  (enquanto  há  vida,  há  esperança).        Numa  era  em  que  a  tecnologia  impera  e  os  formatos  físicos  estão  a  ser  dominados  pelo  digital,  consideras  que  há  esperança  para  a  informação  na  versão  mais  tradicional  bem  como  para  o  consumo  da  música  em  formato  físico?        Um  dos  grandes  regressos  dos  últimos  tempos,  está  num  formato  de  culto,  o  vinil.        No  teu  ponto  de  vista,  qual  o  motivo  para  este  boom  

que  se  propagou  para  além  da  velha  guarda?  Achas  que  não  passa  de  mais  uma  moda,  ou  veio  para  ficar?        Uma  das  razões  que  dei  o  nome  C  Y  C  L  E  S  a  uma  das  minhas  antigas  bandas,  foi  precisamente  pelo  facto  de  a  vida  ser  um  conjunto  de  vários  ciclos,  tudo  tende  a  voltar  e  a  repetir-­‐se,  mais  tarde  ou  mais  cedo  e,  o  vinyl  é  a  prova  disso.  Hoje  é  moda,  amanhã  deixa-­‐o  de  ser  mas,  é  definitivamente  o  meu  formato  preferido,  ainda  para  mais  devido  às  dimensões  que  apresentam,  permitindo  que  a  Arte  seja  apreciada  em  todo  o  seu  esplendor.        O  CD  tem  um  som  muito  direitinho  e  limpinho  e,  o  Metal  quer-­‐se  sujo,  portanto  o  analógico  adequa-­‐se  muito  mais  a  este  estilo,  portanto  se  pudesse  escolher,  escolheria  definitivamente  o  vinyl.    -­‐  Bem,  ficamos  por  aqui,  aproveitamos  para  agradecer  a  disponibilidade  e  deixar  as  últimas  palavras  por  tua  conta.        Aproveito  a  oportunidade  para  vos  agradecer  pela  entrevista,  que  tive  imenso  gosto  em  o  fazer  e,  se  as  minhas  palavras  poderem  de  alguma  forma  influenciar  quem  a  ler,  dizer  que  deverão  acreditar  nas  vossas  capacidades  e  lutar  pelos  sonhos  que  têm.        Como  diz  um  trecho  de  uma  das  letras  dos  DOVE  “Believe  in  the  pleasures  of  life  /  and  happiness  you  will  find…”    www.facebook.com/HeadStoned  www.facebook.com/IrondoomDesign  ______________________________________________________________________    -­‐  O  Viseu  RockFest  já  tem  cartaz  definido  e  vai  decorrer  na  Quintela  de  Orgens  (Viseu),  no  dia  25  de  julho,  com  o  festival  a  cargo  de  Rocha  Produções.  

       Esta  terceira  edição  conta  com  os  portugueses  The  Temple,  Serrabulho,  Mr.  Miyagi,  The  Black  Wizards,  The  Last  of  Them,  Stone  Dead  e  Fuck  77,  como  também  Hemdale  (EUA),  Nak’Ay  (EUA),  Bloodhunter  (Esp)  e  Mind  Holocaust  (Esp).  -­‐  Outro  cartaz  também  já  fechado  é  o  do  Vagos  Open  Air  que  vai  para  a  sua  sétima  edição  e  que  decorre  na  Quinta  do  Ega  em  Vagos  de  7  a  9  de  Agosto.  Por  parte  dos  portugueses  podemos  contar  este  ano  com  Filii  Nigrantium  Infernalium,  Ironsword,  WAKO,  Midnight  Priest,  Moonshade  e  Scar  for  Life.  Das  bandas  internacionais  haverá  a  actuação  de  Within  Temptation  (Hol),  Black  Label  Society  (EUA),  Bloodbath  (Sué),  Venom  (Ing),  Overkill  (EUA),  Amorphis  (Fin),  Heaven  Shall  Burn  (Ale),  Triptykon  (Sui),  Destruction  (Ale),  Halestorm  (EUA),  Orphaned  Land  (Isr),  Vildhjarta  (Sué),  Ne  Obliviscaris  (Aut)  e  Mutant  Squad  (Esp).  -­‐  O  Sardinha  de  Ferro  já  tem  o  seu  cartaz  fechado.  A  decorrer  a  27  de  junho  no  Side  B  em  Benavente  terá  a  participação  de  Satanic  Warmaster  (Fin),  InThyFlesh,  Irae,  Theriomorphic,  Vizir,  Ravensire,  Cruz  de  Ferro,  Machinergy  e  Speedemon.    -­‐  Sublime  Torture  Fest  a  decorrer  em  Castelo  Branco  a  26  de  Setembro  conta  já  com  Serrabulho,  Shoryuken,  Derrame  e  Trepid  Elucidation.  Aguardamos  mais  bandas.  

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       Waterland,  colectivo  de  Barcelos  formado  em  2007  pelo  Miguel  Gomes,  marca  no  panorama  português  a  sua  sonoridade  power  metal  melódica.  Com  três  ábuns  gravados,  sendo  eles  “Waterland”  (2008  promo  CD),  “Virtual  Time”  (2010)  e  “Our  Nation”  (29015)  são  constituídos  pelo  Paulo  Pires  e  Miriam  Dias  (voz),  Miguel  Gomes  (guitarra),  Tó  Silva  (teclados),  Ivan  Batista  (baixo)  e  Tiago  Moreira  (bateria).  Estivemos  à  conversa  com  o  Miguel  para  conhecer  o  conceito  Waterland,  entre  outros  temas.    -­‐  Viva  Miguel!  É  Um  prazer  ter-­‐te  neste  número  da  Ode  Lusitana!  Para  começar  ainda  te  lembras  de  quando  começaste  a  ouvir  metal?        Olá!  O  prazer  é  todo  meu,  as  primeiras  bandas  que  comecei  a  ouvir  de  heavy  metal  foram  aquelas  que  a  maioria  de  todos  nós  (fãs  do  metal)  tenhamos  iniciado,  Megadeth,  Metallica,  Judas  Priest,  Death,  Manowar,  AC/DC,  Accept,  Iron  Maiden,  estes  últimos  ,  foram  sem  dúvida  os  grandes  responsáveis  da  sonoridade  que  mais  me  identificava,  tendo  como  a  grande  referencia  ainda  durante  muitos  anos.      -­‐  Frequentavas  concertos  ou  reunias-­‐te  com  os  teus  amigos  à  procura  de  novas  sonoridades?          Ambas  as  coisas,  ficávamos  horas  colados  nos  programas  de  rádio  existentes  na  época,  sendo  a  única  forma  de  teres  acesso  ao  heavy  metal,  muitas  bandas  acabamos  por  descobrir  dessa  forma.  Lembro-­‐me  que  um  dos  primeiros  concertos  de  metal  com  bandas  internacionais  foi  no  antigo  palha  d´aço  no  Porto  com  Cradle  Of  Filth  e  os  nacionais  Heavenwood.    Lembro-­‐me  também  de  ter  visto  os  Paradise  Lost  na  sua  primeira  passagem  por  cá.    Também  frequentava  concertos  de  menor  dimensão  em  bares  por  ex,  era  recorrente  em  meados  dos  anos  90,  na  época  em  que  Oratory  começava  também  a  dar  os  primeiros  concertos    juntávamos  o  útil  ao  agradável  sendo  também  uma  forma  de  aprendizagem  e  conhecimento.    -­‐  Quais  os  álbuns  que  começam  a  despertar  mais  especificamente  esse  teu  interesse  pelo  power/speed/symphonic  metal?        A  primeira  banda  que  me  despertou  curiosidade  foi  sem  dúvida  os  Stratovarius  com  o  álbum  “Visions”,  esse  foi  e  continua  a  ser  um  dos  melhores  álbuns  de  metal  para  mim.  A  partir  desse  momento  comecei  a  procurar  outras  bandas  do  género  e  álbuns  como  “The  Time  of  the  Oath”  dos  Helloween,  “Legendary  Tales”  dos  Rhapsody,  “Glory  to  the  Brave”  dos  HammerFall,  “Ecliptica”  dos  Sonata  Arctica,  ou  “Theater  of  

Salvation”  dos  Edguy  foram  alguns  dos  grandes  álbuns  que  comecei  por  adquirir.        -­‐  Como  foi  a  tua  passagem  para  músico,  mais  especificamente  para  guitarrista?          Creio  que  um  pouco  tarde,  na  época  gostava  mais  do  baixo    mas  logo  comecei  a  aprender  a  tocar  guitarra,  mais  ou  menos  com  17  anos,  por  minha  conta,  fui  descobrindo  o  instrumento  aos  poucos,  foi  também  por  essa  altura  que  fundei  os  Oratory    e  ano  e  meio  depois  gravamos  a  primeira  demo.          -­‐  Em  Barcelos  havia  muita  receptividade  a  estas  sonoridades?        Não,  era  tudo  novo,  Oratory  foi  das  primeiras  bandas  de  metal  em  Barcelos,  começamos  a  despoletar  o  gosto  em  alguns  amigos  e  aos  poucos  foi  alastrando  para  outras  pessoas,  desde  então  começamos  a  ter  uma  receptividade  maior  ,  mas  no  inicio  foi  bastante  complicado  conseguir  conquistar  o  nosso  espaço  numa  região  com  idealismos  musicais  bastante  tradicionais  e  comerciais.      

-­‐  Durante  alguns  anos  fazes  parte  dos  Oratory,  uma  das  bandas  mais  emblemáticas  do  power  metal  sinfónico  português.  Como  explicas  o  power  metal  ser  um  género  bastante  apreciado  pelo  público,  mas  não  surgirem  muitas  bandas  no  nosso  país?          Sinceramente  não  encontro  uma  resposta  concreta,  creio  que  tenha  um  pouco  a  ver  com  as  ideologias  musicais  de  cada  banda,  e  a  sonoridade  que  se  identificam  de  acordo  com  o  meio  e  a  receptividade  que  a  banda  possa  vir  a  ter.  O  power  metal  é  um  género  musical  que  exige  bastante  a  nível  das  vocais  e  possa  haver  ai  alguma  necessidade  de  adquirir  um  conhecimento  mais  aprofundado,  no  entanto  não  é  uma  razão  lógica  mas  sim  subjetiva  de  acordo  com  o  meu  ponto  de  vista.        -­‐  O  álbum  “Kingdom  of  Lusitania”  dos  Tarantula  (do  qual  os  Oratory  fizeram  uma  versão  de  “Lusitania”)  pode  ser  considerado  um  dos  marcos  do  power  metal  a  nível  nacional?        Creio  que  sim,  Tarantula  é  uma  banda  de  renome  nacional  e  internacional,  lançaram  grandes  trabalhos  no  qual  sou  

bastante  apreciador.  Com  eles  surgiram  a  expansão  do  metal  nacional  abrindo  portas  para  outras  sonoridades  e  o  surgimento  de  outras  banda.      -­‐  Em  2007  crias  os  Waterland.  É  um  trabalho  que  já  vinha  fermentando  a  algum  tempo  dentro  de  ti?        Waterland  era  uma  ideia  que  já  tinha  surgido  ainda  durante  o  período  de  Oratory.  Como  tinha  constantemente  ideias  que  não  se  enquadravam  com  aquilo  que  estava  a  ser  pretendido  com  Oratory  resolvi  guardar  os  temas  e  criar  um  projeto  á  parte,  dai  surgir  Waterland  para  me  sentir  realizado  musicalmente.          -­‐  Os  álbuns  formam  uma  sequência  que  colmatará  na  publicação  de  um  livro    que  contará  toda  a  história  de  Waterland.  O  que  nos  podes  contar  dessa  história?    

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     Sim,  a  ideia  base  passa  por  ai.  A  história  em  si  retrata  uma  civilização  num  planeta  onde  existem  várias  cidades  com  inúmeros  personagens  que  lutam  entre  si  pelo  poder,  havendo  o  foco  de  atenção  numa  delas  que  é  Waterland,  cidade  imortal  devido  ao  poder  da  água  que  em  contacto  com  as  sementes  da  vida  deixadas  lá  pelos  seus  primórdios,  permitem  que  os  habitantes  de  Waterland  sejam  imortais  enquanto  o  poder  da  agua  existir  na  cidade.  É  bastante  aliciante  aos  outros  povos  que  tentam  a  todo  custo  conquistar  Waterland.  

 -­‐  Qual  é  o  conceito  por  detrás  da  mesma?        O  conceito  é  baseado  na  procura  da  imortalidade,  poder  e  conquista  que  a  cada  letra  de  cada  álbum  é  um  capitulo  da  história  de  Waterland  que  vai  se  desenrolando  a  cada  álbum  editado.  Pretendemos  concluir  a  história  ao  fim  de  alguns  álbuns.  Existem  também  em  algumas  letras  uma  analogia  com  a  realidade  dos  nossos  dias,  o  “Our  Nation”  por  exemplo  demonstra  um  pouco  binómio  que  vivemos  no  nosso  pais,  um  pais  que  já  teve  poder  e  hoje  é  submisso  de  uma  economia  regida  pelos  mais  poderosos.      -­‐  “Our  Nation”  mostra  a  maturidade  do  vosso  som.  Em  que  partes  se  focaram  nestas  gravações,  num  processo  de  composição  que  pode  chegar  aos  2  anos?          A  gravação  do  "Our  Nation"  foi  muito  longa  e  pormenorizada,  demos  bastante  relevância  aos  pormenores  e  a  cada  musica  preocupamo-­‐nos  que  ficasse  como  pretendíamos.  Quase  todos  os  dias  gravávamos  um  pouco  do  álbum,  durante  esse  tempo  houve  bastante  gente  convidada  para  cantar  principalmente  nas  segundas  vozes  e  coros  incluindo  um  grupo  de  crianças  para  o  tema  da  “Destiny  III”.        Cada  música  tem  mais  de  100  pistas  de  gravação  algumas  delas  chegam  quase  as  200  caso  da  “Destiny  III”.  Ainda  não  sabemos  se  vamos  usar  a  mesma  formula  no  próximo  álbum  vai  depender  do  processo  que  se  vai  desenvolvendo  durante  o  inicio  das  gravações  que  já  estão  em  andamento.      -­‐  O  trabalho  instrumental  é  bastante  importante,  mas  dão  uma  importância  significativa  ao  nível  vocal.  As  vozes  ajudam  a  transmitir  mais  facilmente  a  paisagem  Waterland?        Sim,  a  base  é  fundamental  e  todo  o  processo  de  gravação  desde  a  bateria,  guitarras,  baixo  e  teclados  tentamos  construir  um  pilar  de  forma  a  que  as  vozes  sejam  referencia  sem  nunca  deixar  de  dar  importância  ao  instrumental.  Cada  instrumento  é  gravado  por  fases  e  em  cada  musica  gravamos  

várias  guias  para  depois  passar  a  fase  final.  Com  as  vozes  são  ainda  mais  demoradas  as  gravações,  temos  sempre  o  cuidado  de  procurar  harmonizar  cada  parte  da  musica  e  de  colocar  sempre  segundas  vozes,  para  tornar  cada  momento  da  musica  o  mais  épico  possível  de  acordo  com  os  meios  que  temos,  o  que  por  vezes  complica  um  pouco  já  que  não  dispomos  da  melhor  tecnologia  para  gravar  coisas  mais  complexas  que  foi  o  caso  das  orquestras  em  algumas  músicas.  No  geral  pretendemos  transmitir  a  mensagem  de  acordo  com  o  sentimento  que  a  letra  possui  e  escolher    a  música  certa  para  o  momento  certo  para  que  possa  ser  referenciada  com  mais  destaque  cada  capitulo    da  história.      -­‐  Waterland  começa  como  um  projecto  apenas  direcionado  para  a  gravação  de  álbuns,  mas  actualmente  não  descuram  a  parte  ao  vivo.  Como  tem  sido  a  experiência  com  tanta  gente  em  palco?          Ao  inicio  era  complicado  passar  para  concerto  aquilo  que  fazíamos  em  cada  cd,  não  havia  meios  para  isso,  e  a  banda  era  instável,  com  muitas  mudanças  de  line-­‐up,  hoje  em  dia  já  conseguimos  tocar  ao  vivo  temas  que  seriam  impensáveis  a  uns  anos  atrás,  a  banda  tem  vindo  a  demonstrar  competências  e  uma  união    e  a  cada  concerto  que  damos  temos  vindo  a  melhorar.  A  experiencia  tem  sido  fantástica,  e  estamos  preparados  para  novos  desafios  e  novos  concertos  que  surjam.      -­‐  “Our  Nation”  está  a  cumprir  os  objectivos  de  divulgação  do  vosso  som?          Neste  momento  estamos  a  focar  a  publicação  do  novo  álbum  mais  a  nível  nacional  havendo  também  uma  enorme  procura  do  Japão  para  onde  já  vendemos  cerca  de  200  cópias.          Os  objetivos  estão  bem  encaminhados  para  que  nos  sintamos  realizados  de  acordo  com  o  mercado  atual.  A  primeira  edição  já  esgotou  e  já  estamos  quase  a  terminar  a  segunda  o  que  podemos  dizer  que  é  bastante  satisfatório.    

 -­‐  Que  comentários  tem  recebido?        Para  já  as  criticas  são  bastante  positivas,  quer  nos  concertos,  quer  pelo  novo  álbum  onde  temos  recebido  exelentes  reviews  e  ainda  estamos  numa  fase  de  promoção,  esperamos  ainda  receber  muito  mais  feedback.  As  expectativas  estão  acima  do  que  estávamos  a  contar  o  que  nos  dá  mais  incentivo  para  continuarmos  o  nosso  percurso.    

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-­‐  E  para  quando  o  próximo  trabalho?        Neste  momento  já  nos  encontramos  em  gravação  do  novo  álbum,  a  base  rítmica  está  quase  concluída  e  em  breve  vamos  passar  á  gravação  das  vozes.  Pretendemos  lançar  um  novo  álbum  em  meados  de  2016  ou  inicio  de  2017,  vai  depender  do  tempo  de  gravação,  mistura  e  masterização  assim  como  toda  a  promoção  envolvente.      -­‐  Muito  obrigado  Miguel  pelas  respostas  e  podes  deixar  aqui  umas  palavras  para  os  nossos  leitores.          Continuem  a  dar  força  ao  metal,  principalmente  ao  metal  nacional  porque  há  bandas  muito  boas  e  que  merecem  oportunidades.  Quero  agradecer  ao  Ode  Lusitana  por  esta  oportunidade  dos  Waterland  se  darem  a  conhecer  mais  um  pouco.  Gostava  de  agradecer  também    a  todo  aqueles  que  nos  apoiam,  e  acreditam  em  nós.      www.facebook.com/WATERLAND  ______________________________________________________________________    Breves  (cont.)  /  Vários    

-­‐  A  primeira  edição  do  Templo  do  Abismo  já  tem  nova  data  marcada.  Irá  decorrer  no  Metalpoint  (Porto)  a  3  de  outubro  e    contará  com  Black  Howling  (black  metal  pagão  –  Lisboa,  dupla  com  vários  trabalhos  editados,  sendo  o  último  “O  Sangue  e  a  Terra”  deste  ano),  InThyFlesh  (black  metal  –  Porto),  Balmog  (black  metal  –  Espanha)  e  Névoa  

(black  metal  –  Porto).  Uma  noite  negra  no  Porto  sob  a  organização  da  Umbrae  Congregatio.  -­‐  Baktheria,  trio  lisboeta  formado  em  2013  e  composto  pelo  Rui  Vieira  (voz/guitarra),  Rui  Marujo  (baixo)  e  Alex  Zander  (bateria),  disponibilizaram  o  streaming  do  tema  “Reset  Your  Life  (To  Null)”,  do  álbum  de  estreia  “System  Sickness”.  

Praticantes  de  uma  mistura  de  black,  thrash,  death,  punk,  bastante  “rápido  e  intenso”,  este  álbum  foi  gravado  nos  

estúdios  Crossover  (Linda-­‐a-­‐Velha),  com  a  produção  de  Ricardo  Bravo  e  José  Pedro  “Sarrufo”.  O  grafismo  do  álbum  ficou  a  cargo  do  André  Coelho.  O  concerto  de  apresentação  do  álbum  será  no  dia  23  de  maio  no  Side  B  em  Benavente  e  conta  com  Baktheria,  Gatos  Pingados,  SIStema,  Nostragamus  e  53A.  -­‐  Analepsy  já  tem  disponível  o  seu  EP  de  estreia  “Dehumanization  by  Supremacy”  através  da  Vomit  Your  Shirt  e  Rotten  Cemetery  Records  (Chile).  Banda  lisboeta  formado  no  final  de  2013,  é  formada  por  Ricardo  Proença  (voz),  Marco  Martins  (guitarra),  Diogo  Santana  (guitarra/voz),  Flávio  Pereira  (baixo)  e  Tiago  Correia  (bateria).  Praticantes  de  “slamming  brutal  death  metal”  este  trabalho  é  um  sério  candidato  a  um  dos  melhores  álbuns  de  2015.    -­‐  Som  do  Rock,  é  um  site  dedicado  ao  metal  nos  seus  mais  diversos  estilos,  fazendo  a  divulgação  através  dos  variados  meios.  Originalmente  constituído  em  13  de  Julho  de  2014  tem  como  principal  mentor  o  Paulo  Teixeira.  Podem  visitar  no  site  www.somdorock.pt,  onde  encontram  notícias,  entrevistas  e  muito  mais.  Também  são  responsáveis  pelo  Som  do  Rock  TV  e  a  compilação  “Metal  Nacional  13  Bandas  13  Temas”.    De  realçar  a  edição  de  uma  publicação  denominada  Som  do  Rock  Magazine,  que  tem  uma  particularidade  fantástica  que  foi  a  edição  do  número  zero  que  aconteceu  em  novembro  de  2014,  na  mesma  altura  que  foi  editado  o  número  zero  desta  Ode  Lusitana!  Em  janeiro  deste  ano  lançam  o  número  1,  mantendo  uma  edição  mensal  e  regular,  onde  já  saiu  o  número  5  de  maio.  De  leitura  obrigatória  todos  os  números  e  verifiquem  estes  no  site  ou  na  página  do  facebook.  Este  último  número  é  constituído  por  20  páginas,  com  uma  secção  de  notícias,  uma  secção  “História  do  Heavy  Metal”,  entrevista  a  Hell  Ashes  (Bra),  “A  Coluna  do  Dico”,  biografias,  “Metal  Chart”,  agenda  de  concertos  e  muito  mais.  A  equipa  deste  número  além  do  Paulo  Teixeira,  é  constituída  por  Lunah  Costa,  Carolina  Lobo,  Ricardo  Pato,  Dico  e  Bruno  Sousa.  Volto  a  realçar  a  obrigatoriedade  desta  leitura,  já  que  é  criando  estes  meios  de  divulgação  que  conseguimos  espalhar  a  palavra  do  que  se  vai  passando  no  metal  português.  

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-­‐  Salamandra  em  Chamas,  é  um  evento  diversificado  que  vai  decorrer  no  próximo  dia  30  de  maio  na  Casa  da  Árvore  (Ameixoeira  –  Lisboa).  Nesta  3ª  edição  organizada  pela  Salamandra  Dourada  vamos  ter  a  presença  de  Bleeding  Display  (death  metal  –  Lisboa,  que  editaram  o  ano  passado  o  seu  longa  duração  “Deviance”),  Legacy  of  Cynthia  (alternative/progressive  metal  –  Sintra,  formados  em  2010,  editam  o  ano  passado  o  álbum  “Renaissance”),  Voidust  (thrash  metal  –  Bobadela/Lisboa,  com  o  seu  EP  de  estreia  “Volvebatur”  editado  em  2013),  Trepid  Elucidation  (death  metal  –  Lisboa,  que  estão  a  acabar  de  gravar  o  EP  “Upcoming  Reality”)  e  The  Autist  (djent/groove  –  Lisboa,  que  apresenta  o  seu  álbum  “Entangled”).  Além  dos  concertos  irá  ter  a  apresentação  do  livro  “A  Guardiã”  de  António  Parada,  um  Metal  Quiz  e  o  after  party  com  DJ  Lady  Starlight.  

 -­‐  Neste  mesmo  dia  de  30  de  maio  decorre  na  República  da  Música  em  Lisboa  a  luta  entre  os  “anjos  e  demónios”,  com  o  In  Heaven  and  Hell  Metal  Fest.  Em  palco  vamos  ter  a  presença  de  Shadowsphere  (melodic  death  /  thrash  metal  core  –  Seixal,  fundados  em  2010  com  vários  trabalhos  

editados,  sendo  o  último  o  “Darklands”  de  2014),  Terror  Empire  (thrash  metal  –  Coimbra,  fundados  em  2009  editaram  este  ano  o  seu  primeiro  longa  duração  “The  Empire  Strikes  Black”  através  da  Nordavind  Records  (Ovar)),  Low  Torque  (southern  rock  /  stoner  /  metal  –  Palmela,  que  apresentação  o  segundo  álbum  “Croatoan”),  Machinergy  (thrash  metal  –  

Arruda  dos  Vinhos,  formados  em  2006  editaram  o  ano  passado  o  segundo  álbum  “Sounds  Evolution”),  Mass  Disorder  (thrash  metal  –  Almada,  formados  em  2013,  editam  o  ano  passado  o  seu  EP  de  estreia  “The  Way  to  Our  End”)  e  Frost  Legion  (black  /  thrash  metal  –  Lisboa,  editam  em  janeiro  de  2014  o  seu  álbum  de  estreia  “Death  of  Mankind”).  -­‐  Scum  Liquor,  banda  da  Brandoa,  formados  em  2013  e  practicantes  de  sewer  rock  n’  rol  (segundo  os  próprios),  editou  no  início  deste  mês  o  MLP  “Vicious  Street  Scum”.  

Formação  constituída  por  Neverendoom  (voz),  Dirty  Lawbreaker  (guitarra),  MC  Destroyer  69  (baixo)  e  P.  Tosher  (bateria).  -­‐  Godark,  banda  proveniente  de  Penafiel,  praticantes  de  um  death  metal  melódico,  formados  em  2010  lançaram  no  final  do  mês  de  abril  o  seu  EP  de  estreia  “Reborn  from  Chaos”  e  tem  como  single  de  apresentação  o  tema  “Mask  of  Ignorance”.  Confere!      -­‐  Foroyar,  banda  proveniente  de  Santa  Maria  da  Feira  e  praticantes  de  death  metal  estão  em  gravações  para  o  lançamento  do  seu  primeiro  trabalho.  Já  se  pode  ouvir  algumas  partes,  mas  ficamos  a  aguardar  por  mais  novidades.  -­‐  A  23  de  maio  é  a  apresentação  do  álbum  “Everything  Ends”  dos  thrashers  portuenses  Web  e  que  decorrerá  no  Metalpoint  no  Porto.  Nesta  noite  de  festa  e  como  bandas  suportes,  terão  Equaleft  (thrash  /  groove  –  Porto,  que  editou  o  ano  passado  o  seu  primeiro  longa  duração  “Adapt  &  Survive”),  Tales  for  the  Unspoken  /thrash  /  groove  –  Coimbra,  que  editaram  já  este  ano  o  álbum  “CO2”)  e  Claim  Your  Throne  (hardcore  /  metal  –  Porto).  Também  já  se  encontram  disponíveis  as  datas  da  Everything  Ends  Tour,  em  que  os  Web  contam  com  os  Equaleft  como  banda  suporte  fixa,  mas  que  terá  a  presença  de  outras  bandas.  Fiquem  atentos!  -­‐  A  Firecum  Records,  tem  a  sua  quinta  edição  definida.  Desta  vez  vamos  ter  a  reedição  em  CD  da  demo  “Brutal  Intervention”  da  banda  crossover  aveirense  Booby  Trap,  

assim  como  outros  temas,  alguns  dos  quais  inéditos.  Esta  demo  inicialmente  lançada  em  1994  através  da  Martelo  Pneumático,  teve  uma  grande  distribuição  e  divulgação,  onde  se  destacam  temas  como  “Fight!”,  “Asshole”,  ou  mesmo  o  tema  “Booby  Trap”.  -­‐  Rotem,  projecto  a  solo  realizado  por  Rotem,  com  início  em  2012  pratica  um  progressive  black  /  death  metal,  em  que  após  a  edição  no  ano  passado  de  “Dehumanization”  se  prepara  para  lançar  em  junho  o  EP  “Nightmare  Forever”.  

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-­‐  Under  Fetid  Corpses,  banda  portuense  de  death/grindcore  formada  em  2001  que  depois  de  um  hiato  desde  o  lançamento  de  2004  (“Flesh  Made”),  volta  em  Abril  deste  ano  com  o  trabalho  “Archives  of  Carnage”.  A  edição  é  de  apenas  50  cassetes,  através  da  Larvae  Productions  (que  já  tinha  editado  em  2013  a  cassete/EP  “Compêndio  de  Aversões”  dos  Holocausto  Canibal).    

 Agenda    Maio        19  –  Emmure  (EUA)  /  Caliban  (Ale)  /  Thy  Ar  tis  Murder  (Austrália)  /  Sworn  In  (EUA)  –  RCA  Club,  Lisboa        21  –  Arch  Enemy  (Sué)  /  Unearth  (EUA)  /  Drone  (Ale)  –  Paradise  Garage,  Lisboa        21  –  King  Dude  (EUA)  –  Cave  45,  Porto        21  –  Serrabulho  /  Kadaverficker  (Ale)  –  TreBARunA,  Lamego        22  –  Arch  Enemy  (Sué)  /  Unearth  (EUA)  /  Drone  (Ale)  –  Hard  Club,  Porto        22  –  King  Dude  (EUA)  –  Music  Box,  Lisboa        22  –  Serrabulho  /  Kadaverficker  (Ale)  /  Happy  Farm  –  Cave  45,  Porto        22  –  Theriomorphic  /  Shadowsphere  –  G.D.  Mata,  Covilhã        23  –  Theriomorphic  /  Shadowsphere  /  Upcoming  of  Devastation  (Esp)  /  Strangled  With  Guts  (Esp)  –  ASDREQ  -­‐  Quintela  de  Orgens,  Viseu        23  –  Web  /  Equaleft  /  Tales  for  the  Unspoken  /  Claim  your  Throne  –  Metalpoint,  Porto        23  –  Baktheria  /  Gatos  Pingados  /  SIStema  /  Nostragamus  /  53A  –  Side  B,  Benavente        26  –  Earth  (EUA)  /  Ermo  –  Hard  Club,  Porto        27  –  Earth  (EUA)  /  Filho  da  Mãe  –  Music  Box,  Lisboa        27  –  The  Exploited  (Esc)  /  The  Adicts  (Ing)  /  Atentado  –  República  da  Música,  Lisboa  

     29  –  Blame  Zeus  /  Moonshade  /  Waterland  /  Debunker  /  Soul  Doubt  –  Headbang  Solidário  –  Metalpoint,  Porto        30  –  Sonneillon  Blackmetal  /  FurcaZ  /  Ashes  Reborn  /  Reptile  /  Humanphobic  –  Headbang  Solidário  –  Metalpoint,  Porto        30  –  Shadowsphere  /  Mass  Disorder  /  Machinergy  /  Low  Torque  /  Terror  Empire  /  Frost  Legion  –  In  Heaven  &  Hell  Metal  Fest,  República  da  Música,  Lisboa        30  –  Blame  Zeus  /  The  7  Riots  /  HEAD:STONED  –  Hard  Bar,  Bustos  (Aveiro)        30  –  Destroyers  of  All  /  Tales  for  the  Unspoken  –  For  Metal’Sake  #5  -­‐  D.R.A.C.,  Figueira  da  Foz        30  –  Bleeding  Display  /  Legacy  of  Cynthia  /  Voidust  /  Trepid  Elucidation  /  The  Autist  –  Salamandra  em  Chamas  –  Casa  da  Árvore,  Ameixoeira  (Lisboa)      Junho        4  –  Weedeater  (EUA)  /  Today  is  the  Day  (EUA)  /  Wells  Valley  –  RCA  Club,  Lisboa        5  –  Weedeater  (EUA)  /  Today  is  the  Day  (EUA)  /  Wells  Valley  –  Hard  Club,  Porto        6  –  Soldier  (Esp)  /  Terror  Empire  /  Strikeback  (Esp)  –  Metalpoint,  Porto        7  –  Soldier  (Esp)  /  Terror  Empire  /  Strikeback  (Esp)  –  States  Club,  Coimbra        12  –  Despise  You  (EUA)  /  Quinteto  Explosivo  /  Chiens  (Fra)  /  Sedna  (Itá)  /  Abaton  (Itá)  /  Teething  (Esp)  /  Infra  /  Analepsy  /  Jibóia  /  Terror  Empire  /  Vaee  Solis  /  Cangarra  –  Santa  Maria  Summer  Fest  –  Beja        13  –  The  Varukers  (Ing)  /  Children  of  Technology  (Itá)  /  Necro  Deathmort  (Ing)  /  Albez  Duz  (Ale)  /  Vai-­‐te  Foder  /  Midnight  Priest  /  Revolution  Within  /  Inquisitor  /  Mother  Abyss  /  Marvel  Lima  /  Mordaça  /  Paulo  Colaço  /  Coat  of  Arms  (EAU)  /  Shoryuken  –  Santa  Maria  Summer  Fest  -­‐  Beja        14  –  Warhammer  (Ale)  /  Northland  (Esp)  /  Corpus  Christii  /  Theriomorphic  /  Killimanjaro  /  Equations  /  Satanize  /  Blood  Atonement  (Ale)  /  Vikingore  (Esp)  /  Mendigo  Blues  –  Santa  Maria  Summer  Fest  –  Beja        14  –  The  Last  of  Them  /  Punchdown  /  Ashes  &  Waves  /  Happy  Farm  –  Aesthetics  of  Hate  Fest  IV  –  Metalpoint,  Porto        20  –  Frost  Legion  /  Dawn  of  Ruin  /  Solveig  –  Black  Summer  Night  –  Live  Caffé,  Moita        26  –  Satanic  Warmaster  (Fin)  /  InThyFlesh  /  Dolentia  /  Névoa  –  Hard  Club,  Porto        27  –  Satanic  Warmaster  (Fin)  /  Irae  /  InThyFlesh  /  Theriomorphic  /  Vizir  /  Ravensire  /  Cruz  de  Ferro  /  Machinergy  /  Speedemon  –  V  Sardinha  de  Ferro  -­‐  Side  B,  Benavente    

Próximo  número  da  Ode  Lusitana  com  previsão  de  saída                        a  15  de  junho