o ser humano e as organizações
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Um discussão a respeito da metaxy existencial, o in-between aristotélico e platônico, assim como seus impactos na liderança e na motivação. Uma conversa virtual entre Eric Voegelin e Burkaard Sievers.TRANSCRIPT
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Ana Cristina Limongi França, Dra.
João Paulo Bittencourt, MSc.
O Ser Humano e as
Organizações: Um equilíbrio possível?
“Where is te life we have lost in living?
Where is the wisdom we have lost in knowledge?
Where is the knowledge we have lost in information?”
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João Paulo Bittencourt, MSc.
Objetivos da aula
• Conhecer e compreender o conceito de metaxy existencial;
• Questionar a respeito da aplicabilidade do conceito no cotidiano organizacional;
• Refletir a respeito de conceitos solidificados na cultura organizacional, como liderança e motivação.
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Metaxy existencial
• In-Between, é o termo utilizado por
Voegelin para representar a experiência
da existência humana entre o divino e o
mortal, a metaxy platônica.
• Aristóteles caracterizou o homem como
o zoon noun echon, o ser vivo que
possui Nous;
• Zoon Noetikon ou animal rationale.
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Metaxy existencial
entre vida e morte,
imortalidade e mortalidade,
perfeição e imperfeição,
tempo e não tempo,
entre ordem e desordem,
verdade e não verdade,
sentido da vida e falta de sentido;
entre as virtudes da abertura para o âmago do
ser,
como a fé, a esperança e o amor,
e os vícios do enclausuramento
obscurante,
como a soberba e a revolta;
entre os humores da alegria e do desespero.
“A existência tem a estrutura do estar-no-meio, estar-
entre, da metaxy platônica; e se existe na história da
humanidade alguma coisa constante, esta é a linguagem da
tensão:
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Metaxy existencial
Se nós separarmos estes pares de símbolos e
reificarrmos os pólos da tensão como se fossem
identidades independentes, então:
• perderemos a consciência e o intelecto;
• deformaremos nossa humanidade e
• reduzir-nos-emos a um estado:
de desespero silencioso ou de conformidade
ativista com o mundo,
de dependência de drogas ou de televisão,
de torpor hedonístico ou de possessão
assassina da verdade,
de sofrimento por causa do absurdo da vida.
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Na ausência da Metaxy
Pode-se coletar uma lista de síndromes que
soa bastante moderna:
[...] inquieta busca por dinheiro, procura por
status, reações exageradas, vícios em
delícias e petiscos, alcoolismo, irascibilidade,
ansiedade, desejo de fama, teimosia, rigidez
de atitude, receios de contatar com outros
seres humanos originando a misoginia e a
misantropia.
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Metaxy e motivação
• O que é motivação?
• Qual teoria de motivação melhor
compreende o ser humano?
• Qual a importância da motivação
para uma organização?
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Motivação como um
sucedâneo
• A motivação como um sucedâneo ao
sentido do trabalho;
• O sentido da vida sendo perdido por
conta da alta divisão e fragmentação
do trabalho;
• A humanização do trabalho pelo
reconhecimento da finitude da vida.
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Motivação como um
sucedâneo
• Contexto limitado a uma
microperspectiva;
• Instrumento pragmático para
influenciar o comportamento
humano;
• Reduzem a complexidade da
realidade social à preocupação pela
satisfação e eficácia;
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Motivação como um
sucedâneo
• As linhas adotadas assentam-se em
preconceitos apolíticos, não
históricos e associais.
Teorias motivacionais norte-
americanas expressam individualismo
ultra elevado, interesse próprio e alto
machismo característicos da cultura
americana (HOFSTEDE, 1980).
Incentivam a separação entre
motivadores e motivados.
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Motivação como um
sucedâneo
• O trabalho fragmentado e dividido
torna-se uma das principais
dimensões da vida humana;
• As ‘peças’ podem ser trocadas ao
sinal de inoperância.
• Sem sentido no
trabalho, é
necessário motivar.
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Liderança como perpetuação
da imaturidade
• A liderança muitas vezes funciona no
sentido de perpetuar a imaturidade dos
empregados, por meio da manutenção da
cultura da dependência;
• O mito da liderança em Freud;
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Liderança
• Aqueles que assumem aos 20 e poucos
anos posições de liderança irão quase
inevitavelmente se tornar inicialmente
vítimas e depois os executores da
administração da imaturidade;
• Os jovens administradores terão que
decidir se estão dispostos a deixarem-se
tomar pela cultura organizacional
dominante da dependência e da
imaturidade, ou não.
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Liderança
• A liderança refere-se à capacidade básica
de o indivíduo maduro relacionar suas
ações bem como sua vida às ações e
vidas dos outros, buscando, constituindo
e conservando, dessa forma, um sentido
que vai muito além do financeiro ou
apenas do desempenho.
• A liderança como administração da
sabedoria.
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Referências
HOFSTEDE, Geert. Motivation, leadership and organization.
Do Maerican Theories apply abroad? In: Organizational
Dynamics, n. 9, Summer, 1980, pp. 42-63.
SIEVERS, B. Além do sucedâneo da motivação. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, Fundação Getúlio
Vargas, v. 30, n. 01, jan./mar. 1990.
SIEVERS, B. Liderança como perpetuação da imaturidade.
Revista de Negócios, Blumenau, FURB, v. 02, n. 03, abr./jun.
1997.
VOEGELIN, Eric. Reason: The classic experience. In: The
Southern Review 10 (2): 237-64, April, 1974