o pregão, edição 9

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Propriedade: Escola Secundária Martins Sarmento Alameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163 Código da Escola: 402187 Director: José Manuel Teixeira Coordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria Email: [email protected] 09 Caros Leitores do nosso Pregão, Cá de novo. Há já algum tempo que não nos encontráva- mos, mas não podíamos partir para banhos sem nos despedirmos! Olhamos para trás no tempo e, sem querer, damos connosco a avaliar. A avaliar o que fizemos, as edições que lançámos, também os Pregões que não saíram, os gritos que não demos. E, um pou- co nostálgicos, também, sentimos que todos nós nos distraímos um pouco com coisas in- significantes. E o tempo passa (“Como o rio”, diria Ricardo Reis). E nós repetimos: como o rio. Passa e não se repete. Por isso, decidimos deixar estas palavras de alento aos que ficam, alunos já e aos que partem, olhos postos em voos mais altos. E a nossa mensagem passa aqui: não desistam de construir a vossa “pas- sarola”, de sonhar, de acreditar, de aprender e, sem dúvida, voarão e alcançarão o “Além”, construirão o vosso mundo “a haver”. Que a Escola Martins Sarmento vos tenha ajuda- do a encontrar a cera para construirdes as vos- sas asas e, como Ícaro, as saibais abrir. Que o Padre sonhador seja o vosso guia, Balta- sar o vosso lema e Blimunda a vossa inspiração. Ainda que não recordeis a estrutura exter- na da maior epopeia dos portugueses, não esqueçais nunca que dos indolentes e fracos não reza a história, muito menos uma epo- peia. Por isso, sempre que vos surja um Ada- mastor, enfrentai-o altivos e amedrontai-o com a vossa ousadia. Enquanto isso, nós ficamos, observando o rio a passar. Confiantes, todavia. Crédulos que, brevemente, enlaçaremos de novo “as mãos” e ajudaremos outros jornaleiros a percorrer a jorna e a partirem para a construção da sua passarola. A todos: Boa viagem! Prof.ª Glória Machado Editorial Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Julho 2013 p. 10 p. 06 p. 02 p. 24 Palestra: 'Novos caminhos para as artes visuais' p. 18 Opinião: 'Educação Especial', Prof.ª Natália Marques p. 22 Universo ESMS: Grupo 'Teatro Não é Xarope', Profª. Sílvia Magalhães. Jornadas Culturais Sarau Cultural Vem conhecer a nova Martins Sarmento p. 14 Entrevista: Teresa Silva

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O Pregão, jornal da Escola Secundária Martins Sarmento, Guimarães

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Page 1: O Pregão, edição 9

Propriedade: Escola Secundária Martins SarmentoAlameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães

Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163Código da Escola: 402187

Director: José Manuel TeixeiraCoordenação Geral: Glória Manuela Machado

Grafismo e paginação: José FariaEmail: [email protected]

nº 09

Caros Leitores do nosso Pregão,

Cá de novo.

Há já algum tempo que não nos encontráva-

mos, mas não podíamos partir para banhos

sem nos despedirmos! Olhamos para trás

no tempo e, sem querer, damos connosco a

avaliar. A avaliar o que fizemos, as edições

que lançámos, também os Pregões que não

saíram, os gritos que não demos. E, um pou-

co nostálgicos, também, sentimos que todos

nós nos distraímos um pouco com coisas in-

significantes. E o tempo passa (“Como o rio”,

diria Ricardo Reis). E nós repetimos: como o

rio. Passa e não se repete. Por isso, decidimos

deixar estas palavras de alento aos que ficam,

alunos já e aos que partem, olhos postos em

voos mais altos. E a nossa mensagem passa

aqui: não desistam de construir a vossa “pas-

sarola”, de sonhar, de acreditar, de aprender

e, sem dúvida, voarão e alcançarão o “Além”,

construirão o vosso mundo “a haver”.

Que a Escola Martins Sarmento vos tenha ajuda-

do a encontrar a cera para construirdes as vos-

sas asas e, como Ícaro, as saibais abrir.

Que o Padre sonhador seja o vosso guia, Balta-

sar o vosso lema e Blimunda a vossa inspiração.

Ainda que não recordeis a estrutura exter-

na da maior epopeia dos portugueses, não

esqueçais nunca que dos indolentes e fracos

não reza a história, muito menos uma epo-

peia. Por isso, sempre que vos surja um Ada-

mastor, enfrentai-o altivos e amedrontai-o

com a vossa ousadia.

Enquanto isso, nós ficamos, observando o rio

a passar. Confiantes, todavia. Crédulos que,

brevemente, enlaçaremos de novo “as mãos”

e ajudaremos outros jornaleiros a percorrer a

jorna e a partirem para a construção da sua

passarola.

A todos: Boa viagem!

Prof.ª Glória Machado

Editorial

Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Julho 2013

p. 10

p. 06

p. 02

p. 24Palestra: 'Novos caminhos para as artes visuais'

p. 18Opinião: 'Educação Especial', Prof.ª Natália Marques

p. 22

Universo ESMS: Grupo 'Teatro Não é Xarope', Profª. Sílvia Magalhães.

Jornadas Culturais

Sarau Cultural

Vem conhecer a novaMartins Sarmento

p. 14Entrevista: Teresa Silva

Page 2: O Pregão, edição 9

2Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

IV Jornadas Culturais

• O desporto em ação: torneios de basquetebol e futebol de 5.

Page 3: O Pregão, edição 9

O Pregão Julho de 2013 3

Destaque

• As artes ao vivo com o 'traço' de um artista da escola.

• Os pequeninos num espaço gigantesco.

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4Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

• Experiências e curiosidades ao vivo.

Laboratórios abertos

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O Pregão Julho de 2013 5

Destaque

• Concurso Jovem Cozinheiro Martins Sarmento.• 25 de Abril - Palestra.

Sons do Liceu na Plataforma das Artes

Page 6: O Pregão, edição 9

6Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

Sarau Cultural

• Como habitualmente, a sala do S. Mamede teve lotação esgotada.

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O Pregão Julho de 2013 7

Destaque

• Apresentadores: Marlene Cardoso (ex. aluna) e João Iliescu (Presidente da Associação de estudantes).

Page 8: O Pregão, edição 9

8Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

• Homenagem à Dona Luísa Lima, coor-denadora dos assistentes operacionais e ao Dr. Fernando Conceição, ex Reitor do Liceu de Guimarães.

• Os assistentes operacionais com 'Gangnam Style'. • Os professores também 'piaram'.

Destaque

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O Pregão Julho de 2013 9

• Vencedores do concurso 'Liceu Got Talent'.

• Ex alunos deram o ar da sua graça.

Destaque

Page 10: O Pregão, edição 9

10Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

Vem Conhecer a Nova Martins

Sarmento

E foi assim! No sábado de 11 de maio, a Escola Se-cundária Martins Sarmento abriu as portas à comunidade vimaranense.Empenhados em divulgar o que de bom se faz e existe na sua escola, as-sim como as novas instalações, alunos, professores, técnicos de ação educati-va e associação de pais organizaram--se para acompanhar os curiosos e in-teressados visitantes numa viagem de aventura pelas instalações da escola. Logo na entrada da escola, a partir das 10 horas e até ao fim do dia, os visitan-tes, que incluíram jovens estudantes, pais e outros familiares, antigos alu-nos daquele que foi o Liceu Nacional de Guimarães, entre outros curiosos, foram recebidos pelo Diretor da Esco-la e pelo Presidente da Associação de Pais, sendo de seguida acompanhados por professores na animada visita. Dispersos por vários espaços específi-cos, como os recreios, os laboratórios de Biologia e de Geologia, de Física e de Química, o ginásio, salas de Artes e de Multimédia, a cozinha Pedagógica, a Biblioteca, encontravam-se alunos e alguns professores dos vários cursos lecionados na escola a receber os visi-tantes, que os iam deliciando com al-gumas das atividades desenvolvidas e proporcionando-lhes oportunidade de alguma experimentação.

No jardim interior da escola, um espa-ço agradável de lazer e convívio, alu-nos que se estrearam no “Liceu Got Ta-lent”, concurso habitual do Sarau das Jornadas Culturais, juntamente com uma mostra de vozes, de dança e de poesia de vários jovens desta escola, partilharam mais uma vez o seu talen-to, agora com aqueles que neste dia vi-sitaram a Martins Sarmento. O intervalo para almoço foi um mo-mento de partilha. Alunos, professo-res e técnicos juntaram-se na canti-na, com vista para o jardim interior, e partilharam uma refeição leve, coroa-da com uma doce sobremesa prepara-da pelas alunas do 10ºCT2.Muitos alunos trouxeram amigos de manhã, fazendo-se acompanhar à tar-de dos respetivos pais e irmãos para vi-sitar a escola. E, no final da tarde, tam-bém os familiares dos nossos alunos, que os vinham buscar, entraram e co-nheceram as instalações.Para além do interesse e curiosidade demonstrados pelos visitantes, res-ta referir a disponibilidade, empenho e sorriso constantes de todos quantos se empenharam na dinamização e su-cesso deste dia aberto da Escola Se-cundária Martins Sarmento.

Prof.ª Frederica Sampaio

11 DE MAIO 2013

A Escola abriu as portas à comunidade

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O Pregão Julho de 2013 11

Destaque

• Os músicos da escola animaram este dia.

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12Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

• Professores em descompressão.

• Petiscos dos nossos "chefes".

• A animação saiu à rua.

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O Pregão Julho de 2013 13

Destaque

• Alunos, professores e assistentes em interação.

• Famílias e amigos marcaram presença.

Page 14: O Pregão, edição 9

14Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Entrevista

Quem é Teresa Silva?O meu nome é Teresa Silva, sou natural de Guimarães e frequento esta escola, Martins Sarmento, no curso Científico--Humanístico. Sempre gostei de escrever e, por isso, aos treze anos tinha já editado o meu primeiro livro.

Na tua infância gostavas de ler? Desde muito pequenina que os livros me despertam interesse. Antes de saber ler e escrever, folheava os livros, até como brincadeira, e gostava de sentir o chei-rinho tão inerente à leitura. Além disso, uma série de oportunidades me surgiram desde cedo, o que com certeza também contribuiu para complementar esta pai-xão: os meus pais gostam imenso de ler, o que me fez crescer rodeada de livros.

E a escrita sempre foi a tua paixão? Lembras-te da primeira produção que puseste num papel? Sobre o que era?A ideia do meu primeiro livro ("Magia Louca") surgiu numa conversa entre pri-mos, quando nos perguntámos uns aos outros "O que farias se tivesses magia?".

A primeira expressão que me ocorreu foi logo "Magia Louca" e, desde então, co-mecei a escrever uma aventura de uma adolescente que descobre que tem pode-res mágicos e usufrui deles numa escola de Magia, quando, de repente, pára tre-zentos anos à frente no tempo e enfrenta uma população que a queria matar por um ato que ela não sabia que havia co-metido. Toda a história desta rapariga se centra na tentativa de fuga à morte e nos esforços para voltar atrás no tempo e en-tender o que se tinha passado. Claro que, com apenas oito anos, não fazia ideia de que aquilo que escrevia por gosto se iria tornar, na verdade, parte da minha car-reira. Fico contente por uma situação tão vulgar, como um dia na praia com os meus primos, ter despoletado um gosto invulgar pelas Letras.

Fala um pouco sobre o teu livro “Ini-migo Natural”.O tema principal é a execução de uma vin-gança que teve início em conflitos antigos entre os pais. A vingança seria um rapto. O jovem, juntamente com o pai, iria ma-

tar aquela que desde sempre considerou a sua inimiga natural. Para a vingança ser perfeita, tudo teria de ocorrer em frente ao pai da refém. Contudo, o efeito de uma paixão profunda atirou-o para a confusão. O ódio natural tinha-se convertido numa paixão, e ele tinha de tomar uma decisão. É um romance, uma história de ação, com uma estranha sucessão de homicídios e momentos agressivos, mas também retra-ta vários outros temas. O tema principal é a vingança, seguindo normas da psicolo-gia humana sobre como este sentimento influencia a nossa conduta, aborda tam-bém temas de imaturidade, gravidez pre-coce, preconceitos, exclusão social, menti-ras, falhas, felicidade...

O que te levou a escrever “Inimigo Na-tural”? Algum objetivo em especial?Esta história surgiu numa altura em que os meus gostos pela leitura eram muito rigorosos. Nada me agradava, portanto, nessa altura, pensei: "Porque não escre-ver o que gostava de ler?". Então, optei por enfrentar esse desafio em vez de me afastar das Letras, uma coisa que eu sempre gostei.

"Quem lê enfrenta uma nova realidade e ponto de vista."

Teresa Silva

Entrevista Profª. Fátima Caldas:

É com um orgulho enorme que apresento esta menina-escritora numa entrevista ao público em geral. Conheci--a nos seus tenros quinze anos, no 10º ano de escolaridade, acabada de chegar do Externato Delfim Ferreira, re-servada mas não tímida, de olhar curioso e sorriso meigo. Logo nesse ano, empenhada e solícita, apresentou o seu primeiro livro “ Magia Louca” na biblioteca. Mudou de turma no ano seguinte, mas não lhe perdi o rasto, e foi sucessivamente celebrando connosco, na biblioteca, o prazer de ler. A intenção desta entrevista é de desvelar o que está mais do que revelado, mas ao mesmo tempo persiste na sua invisibilidade na nossa comunidade: a de-terminação desta menina-mulher em prosseguir com a sua paixão pela escrita, apesar de tudo e apesar de todos.

Page 15: O Pregão, edição 9

O Pregão Julho de 2013 15

Entrevista

Um livro é uma escola, e uma escola é um leque formador de novas mentes. E esta abertura é a evolução!

Teresa Silva

Page 16: O Pregão, edição 9

16Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Como foi o processo de criação do li-vro?Não foi difícil, pois estava habituada a escrever desde os oito anos. Não sentia pressão e escrevia com gosto, melhorava cada vez que aprendia uma nova técni-ca, pedia a opinião de professores, tinha ideias consoante os momentos que vivia com a família e os amigos e, com o tem-po, acabei por concluir este livro.

Encontraste dificuldades em algum momento da produção?Penso que as dificuldades e os "blo-queios" são comuns a toda a gente. Con-tudo, quando isso acontece comigo, sei que, nesse dia, não estou com a máxima concentração ou disponibilidade para escrever, por isso, espero alguns dias até me sentir novamente pronta. É uma questão de dar tempo ao tempo...

Existem autores que dizem que co-meçam a escrever e não sabem o que acontecerá no final da história. Como é no teu caso?A mesma coisa. Quando começo com um projeto, traço alguns pontos fulcrais para o tema não se distanciar. Curiosamente, o final da história nunca sou eu a decidir. É o próprio desenrolar da história que o faz. Um livro não se escreve num só dia, restringido a um só estado de espírito, mas sim em muitos, onde as ideias, inova-ções e diferentes perspetivas acabam por alterar o rumo inicial e fazer uma nova e imprevisível história. Isso é uma das coi-sas de que mais gosto na escrita: a liber-dade. Hoje posso trabalhar numa deter-minada história, mas nunca saberei como essa mesma ficará dentro de meio ano. Essa curiosidade conquista-me e incenti-va-me, porque todos os dias aprendo, por-tanto todos os dias mudo e a escrita aca-ba por ser o reflexo de um panorama que está sempre em constante alteração: sa-bedoria, preocupações e vivências.

O escritor aprende a escrever, escre-vendo. Na tua opinião é possível es-crever uma grande obra na juventu-de? Ou o tempo faz com as palavras o mesmo que com os vinhos? Não acredito totalmente que o tempo tem sobre as pessoas o mesmo efeito que

tem sobre o vinho, porque, por um lado, a curiosidade e determinação de cada um é que pode levar a um empenhamen-to capaz de trazer à pessoa uma vasta aprendizagem e experiência e, portan-to, maturidade. Na maioria dos casos, o agente responsável é o tempo, sim, mas, por exemplo, nos casos dos escritores, que, à partida, sabem já o que querem, é a determinação que os leva à maturida-de, pois é a vontade que os leva à procura de respostas e soluções e os obrigam, de imediato, a olharem as coisas sobre um outro ponto de vista.

Os melhores escritores são sempre os mais maduros?Talvez não, por exemplo, para crianças. Escrevi o "Magia Louca" a partir dos oito anos, por isso, maturidade era algo que, compreensivelmente, ainda não tinha. Apesar disso, posso dizer com seguran-ça que o facto de o feedback ter sido mui-

to positivo por parte das crianças se de-veu principalmente à aproximação com a mentalidade deles, com as expetativas que tinham enquanto liam. Por vezes, a melhor forma de atingir a admiração de certo público-alvo é colocando-nos na pele deles e perceber os gostos e tendên-cias, uma coisa que, sem querer, consegui por estar inserida precisamente no grupo ao qual o "Magia Louca" se vocacionava.

O hábito de ler é um estimulante para a "fome" do conhecimento?Quem lê enfrenta uma nova realidade e ponto de vista. Eventualmente, aprende--se muito sobre um determinado tema. Às vezes, basta isso para se descobrir uma vocação ou uma nova paixão. Basta isso para inserir em nós aquele entusias-mo sobre um dado tema, por isso, acho realmente que o hábito de ler pode ser aquele motor de arranque para um novo mundo de descoberta e conhecimento.

Entrevista

Vivo o momento, não fico agarrada ao passado. Esforço-me para que tudo à minha volta me torne uma mulher livre, determinada e independente, porque só assim me sinto totalmente capaz de escrever. Penso que esses são os meus ingredientes-chave, técnicas que aprendi a controlar no meu dia-a-dia.

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O Pregão Julho de 2013 17

Entrevista

Que qualidade consideras funda-mental num escritor? Principalmente, a paixão com que se de-dica à escrita. Como valorizo imenso essa virtude, não tenho em mente seguir a profissão de escritora, a tempo inteiro, porque sei que esse compromisso e pres-são podiam ser o suficiente para me afas-tar desta paixão. Longe disso, aliás, num curso científico, sei que, se escrevo, é por-que adoro. É porque me cativa.

Utilizas algum artifício que te indu-za a um estado de espírito favorável à escrita? Viver o momento, não ficar agarrada ao passado. Esforçar-me para que tudo à minha volta me torne uma mulher livre, determinada e independente, porque só assim me sinto totalmente capaz de es-crever. Penso que esses são os meus in-gredientes-chave, técnicas que aprendi a controlar no meu dia-a-dia.

Como é tua rotina para escrever? Não tenho uma rotina fixa, porque isso constituiria um compromisso. Já passei por alturas em que sentia a necessida-de de escrever todos os dias, outras que, devido a vários motivos, não pensava se-quer nas letras. Escrevo quando sinto vontade, não obstante os compromissos.

Quais foram os desafios desde a pu-blicação do primeiro livro? Que pro-veito retiraste?O que marcou a minha experiência foi, sem dúvida, habituar-me à palavra escri-tora, ter de aprender a lidar com uma pla-teia de variadas faixas etárias, falar com à-vontade nas entrevistas ou em direto na rádio, entender a confusão que as pes-soas tinham em relação à forma de trata-mento (“Por um lado, estou a falar com uma menina de treze anos, por outro, es-tou a falar com uma escritora… Posso tra-tá-la por tu ou por você?”), encarar com mais compreensão o facto de alguns alu-nos, às vezes mais velhos do que eu, vi-rem ter comigo a tremer de nervosismo. Nada do que se passou estava à espera. Ter de transformar, sozinha, um nervo-sismo que me atormentava, num exercí-cio minimamente natural, não foi fácil,

principalmente numa altura em que a minha autoestima, inicialmente, não era a melhor. Ter de superar aquele medo de fazer a diferença, o que chegou até a pa-recer-me impossível. Contudo, agora com uns enriquecedores cinco anos de dife-rença, olho para trás e até me rio quan-do penso no meu estado de pânico. Via numa plateia de meia dúzia de pessoas uns rigorosos júris a avaliarem-me com um intimidador ar de reprovação... Tudo imaginação minha! Enfim, não estou livre de ficar nervosa, aliás como fiquei este úl-timo dezembro, no programa da RTP em direto, mas sei que, devido a tudo o que passei nestes anos, consigo lidar com o nervosismo e desenvolver o discurso de uma forma diferente do que o que certa-mente seria, se neste momento não tives-se editado nenhum livro. Mas penso que tudo isto faz parte da minha escolha. Para encerrar: quais teus planos da-qui para a frente? Já tens outro livro na manga, projetos, publicações?Tenho já o meu terceiro livro em proces-so de edição, história que comecei a es-crever quando vim para esta escola, no décimo ano. A "Mudança", como não po-deria deixar de ser, vem de encontro às minhas necessidades de leitura dessa al-tura. Nesta fase, todos os jovens (e, cla-ro, eu) confrontam-se com uma realida-de diferente, desafios muito aliciantes. A curiosidade, pressão e muitos outros fato-res levam ao vício. Penso que já se sabe ao que me refiro. Por ter passado por isso, sei que, muitas vezes, é preciso dar a conhecer o outro lado desse mundo de uma forma diferente. Daí ter escrito este livro, algo que exigiu de mim muito em-penho e, principalmente, pesquisa. Re-trata a história de um rapaz, que se con-siderava com um aspeto miseravelmente intelectual, que muda de cidade, no déci-mo ano, determinado, também, a mudar de vida, estilo e personalidade. Foi com os olhos postos numa vida boémia e de diversão que encarou essa nova etapa, numa altura em que várias situações, en-tre elas, lamentáveis tentativas de se inte-grar num grupo que não era o seu, leva-ram a que, rapidamente, se tornasse um modelo valorizado, enfrentando o taba-co, todo o tipo de drogas, rebeldia, fama,

entre outros. Os momentos cómicos, sen-suais e atrevidos acompanham toda a his-tória porque sentia, enquanto escrevia, que era precisamente aquilo que as pes-soas do ensino secundário queriam ver num livro. Aborda todos os tipos de dro-gas de uma forma muito singular, dando ao leitor todas as informações e curiosi-dades que gostaria de ter sabido no déci-mo ano. Em princípio, estará para breve.

Como podemos contactar-te caso quei-ramos adquirir alguma das tuas obras ou conhecer mais o teu trabalho?Tenho o meu site, www.teresasilva.pt, onde, de uma forma formal, estão apre-sentadas mais curiosidades sobre mim e sobre os meus livros. Na minha página de facebook, Teresa Silva Livro, a relação já é mais próxima e informal, com todas as no-vidades e eventos. Em qualquer uma des-tas plataformas poderão contactar-me. Os livros estão à venda na Fnac, Papelaria Mi-lénio I e II e Livraria Ideal, mas ambos po-dem ser pedidos através do site. Fica à vontade para deixar um pensa-mento para nós leitores: Um livro é uma escola, e uma escola é um leque formador de novas mentes. E esta abertura é a evolução!

É com um profundo agradecimento a esta menina que nos vai deixar este ano, mas com uma promessa de re-gresso, sempre que a leitura e a escri-ta sejam o motivo, que encerro esta entrevista. Fica aqui um cheirinho deste seu último livro editado.“ (…) Os dias foram-se passando e eu tenta-va, para não ser demasiado evidente, ser minimamente educado com o idiota que namorava a minha filha. À medida que o tempo ia passando, eu fui-lhe dando a en-tender que naquela casa a segurança era algo que, pelo menos durante as semanas seguintes, não escassearia. Contudo, eu sabia que não teria por onde o controlar. Por muito que os tivesse proibido de saí-rem à noite, depois do jantar, inventando uma desculpa qualquer que justificasse a minha decisão, Joey, se realmente tivesse a intenção de a assaltar, fá-lo-ia sem quais-quer problemas. (…) ”Teresa Silva, Inimigo Natural (p. 319)

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18Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A Educação Especial tem por finalidade a inclusão educativa e social, a autonomia, a estabilidade emocional, bem como a pro-moção da igualdade de oportunidades; a preparação para o prosseguimento de es-tudos ou para uma adequada preparação para a vida profissional e para a transição da escola para o emprego de crianças e jo-vens com necessidades educativas espe-ciais (NEE) de caráter permanente (Decre-to-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro).

As crianças e jovens integrados no gru-po (NEE) têm necessidades múltiplas, quer de desenvolvimento, sociais, educa-tivas ou emocionais. Neste contexto, há na sociedade uma intervenção de diferentes profissionais que trabalham diretamen-te com as crianças/jovens e suas famílias, de modo a criar condições facilitadoras do desenvolvimento global e minimizar os seus problemas. Convém, contudo, en-tender que a educação inclusiva é uma ação educacional humanística, democrá-tica, amorosa mas não piedosa, que per-cebe o sujeito na sua singularidade e que tem como objetivos o crescimento, a satis-fação pessoal e a inserção social de todos.

A Escola Secundária Martins Sarmen-to tem vindo a tornar-se uma escola cada

vez mais inclusiva, atendendo às diferen-ças individuais de cada aluno, contando com a colaboração de duas docentes es-pecializadas em Educação Especial, Na-tália Marques e Magda Silva, que procu-ram dar um atendimento individualizado aos alunos com este tipo de necessida-des educativas especiais. A intervenção do professor de Educação Especial pas-sa por promover uma interação conjunta de toda a comunidade escolar, educativa e outras instituições, melhorando o pro-cesso de inclusão dos alunos com NEE.

No presente ano letivo, estão matricula-dos na nossa escola 18 alunos com neces-sidades educativas especiais, dos quais dois beneficiam de um Currículo Especí-fico Individual. Estes currículos apresen-tam alterações significativas no currículo comum, correspondendo às necessida-des mais específicas de cada aluno.

O princípio inclusivo que atua neste do-mínio é o da conjugação do desenvolvi-mento das capacidades dos alunos para a participação social, política, cultural e económica, com a promoção do desen-volvimento das organizações, de modo a oferecer as oportunidades de que os alu-nos carecem.

Opinião

Educação Especial Educação Inclusiva

A Escola Secundária Mar-tins Sarmento tem vindo a tornar-se uma escola cada vez mais inclusiva, atendendo às diferenças individuais de cada aluno, contando com a colaboração de duas docentes especializadas em Educação Especial, Natália Marques e Magda Silva, que procuram dar um atendimento individuali-zado aos alunos com este tipo de necessidades educativas especiais. A intervenção do professor de Educação Espe-cial passa por promover uma interação conjunta de toda a comunidade escolar, educativa e outras instituições, melho-rando o processo de inclusão dos alunos com NEE.

Prof.ª Natália Marques

Page 19: O Pregão, edição 9

O Pregão Julho de 2013 19

Opinião

"É apenas com o coração que se pode ver direit o; o essencial é invisível aos olhos."

Antoine de Saint Exupéry

O contacto e o convívio, formal e infor-mal, entre os diversos alunos, com e sem deficiências, é um meio para que os com-portamentos, típicos de cada um e/ou de cada deficiência se normalizem. É uma oportunidade para a construção de re-lações afetivas, que podem vir a revelar--se, ao longo dos anos, como um supor-te emocional fundamental na construção da personalidade dos alunos com defici-ência. Faz com que ganhem forças para superar modificações sociais, geralmen-te mais autónomas e diversificadas. Por sua vez, os alunos ditos “normais” pode-rão desenvolver uma maior capacidade de aceitação da diferença.

Os alunos com NEE precisam de um apoio adicional, quer por parte dos pro-fessores, quer por parte da família e da escola em geral. E é nesse sentido que, em conjunto, se tem construído uma es-cola cada vez mais cooperante, reflexiva e inteligente, que escuta, examina, discu-te e problematiza, projeta, reavalia e re-ajusta, de forma contínua, o seu ensino, visando o sucesso de cada um, indepen-dentemente das suas diferenças. •

Page 20: O Pregão, edição 9

20Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Ser emotivo é ser irracional e, para se ser racional têm de se deixar de parte as emo-ções. Desta forma, para muitos pensado-res da psicologia, razão e emoção nem sempre caminham de mãos dadas, apre-sentando-se como conceitos opostos. Ou, melhor, nem sempre caminhavam .

A tese contrária, todavia, tem sido ado-tada e defendida por nomes internacionais da ciência como Jonah Lehrer e o portu-guês António Damásio, segundo os quais, emoção e razão são, na realidade, concei-tos mais próximos do que parecem. Nes-te sentido, o nosso pensamento tem neces-sidade de emoções para ser eficaz. Adotar um ponto de vista, desenvolver uma ideia ou avaliar uma situação tem sempre como parte do processo a componente afetiva.Vejamos, por exemplo, que uma determi-nada medida da responsabilidade de um partido político, ao causar em nós um sen-timento de desagrado, é o que nos leva a deduzir como um facto a incompetência ou insensibilidade desse partido.

Mais especificamente, podemos ana-lisar o impacto dos processos emocio-nais numa dimensão muito importan-te, e sempre presente nas nossas vidas – a tomada de decisões. Quer demos con-ta quer não, a emoção é indispensável ao ato de decidir, estando presente des-de as escolhas mais pequenas, como na cor das meias que usamos sob os ténis, até às mais complexas, como a carreira a seguirmos, ou o nosso futuro. Ou seja, a emoção está por detrás da “razão”.

É necessário, contudo, a este respeito, referir que estas duas dimensões do psí-

quico humano necessitam de uma ges-tão com um certo equilíbrio – o excesso de emoção pode ser criador de raciocí-nios errados.

Deste modo, em todas as opções que fa-zemos, estão presentes a emoção e a ra-zão ; pesando embora, por vezes, a lógica e o raciocínio mais que as emoções (como acontece normalmente numa mudança de emprego) e vice-versa (situação comum perante a escolha de uma obra de arte).

Concluindo, perante uma situação que implique tomada de decisão, procedemos antes de mais à sua análise, ao cálculo de possibilidades, à ponderação do que deve-mos ou não fazer. É nesta fase do processo que pesam fatores como os conhecimen-tos sobre o assunto; o treino (quantas mais decisões fazemos, mais fáceis elas se tor-nam) e a rotina (podemos criar respostas automáticas em relação a uma certa situa-ção à qual estamos habituados). No entan-to, uma reflexão meramente racional não possibilita a decisão: há um conjunto infi-nito de possibilidades ou pares de respos-ta/consequência para se poder fazer uma opção. Aqui, entra o conceito de marcador somático: situações anteriores àquela que estamos a analisar, que apresentem simi-laridades, são evocadas e, segundo as sen-sações de agrado/desagrado que as deci-sões anteriores provocaram, o número de possibilidades diminui. Os marcadores so-máticos, as emoções consequentes de es-colhas anteriores armazenadas na nossa memória, orientam as possíveis respos-tas e consequências, tornando as decisões mais fáceis, rápidas e eficazes. Se há um

mês pedimos, num certo restaurante, uma refeição que nos provocou uma indigestão (marcador somático), quando lá voltarmos e ao sermos confrontados com a necessi-dade de escolher a comida, lembrar-nos--emos daquela que nos causou desagrado e descartá-la das possibilidades.

Todo este elaborado processo é resul-tado de uma área do cérebro, significa-tivamente maior nos humanos que nou-tros primatas, responsável por integrar as emoções no processo da tomada de deci-são – o córtex orbitofrontal. Lesões nesta área do cérebro causam invariavelmente problemas no campo da decisão, ao afetar a nossa capacidade emotiva. Estas lesões são uma das principais provas científicas que apoiam esta teoria: Damásio realizou a experiência de pedir a um paciente com este tipo de lesão para decidir entre duas datas, com apenas alguns dias de interva-lo, para uma ida ao laboratório. Trinta mi-nutos a recitar as vantagens e desvanta-gens, a análise e reflexão do indivíduo, baseadas unicamente na lógica pura, não lhe permitiram selecionar uma data.

Assim, dois conceitos previamente imis-cíveis tornam-se não só interligados, mas indispensáveis em processos como a de-cisão. Embora tenhamos aqui documen-tado o peso da emoção em todas estas si-tuações, há que ter sempre em mente que sem conhecimentos objetivos e um pouco de raciocínio, também não é possível agir. O neurocirurgião luso fundamenta-o: “Se se puser uma pessoa que não sabe pilotar a tomar decisões emocionais, o avião cai.”. •

Quem não sente, não é inteligente…

Inês Alves, 12º CT3

Opinião

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O Pregão Julho de 2013 21

Cresci a ouvir Beatles, a ler bandas de-senhadas, a brincar na rua. Cresci a com-binar brincadeiras sem telemóveis, a en-treter-me sem playstations. Cresci a saber coisas da Natureza, como crescem os ali-mentos, quando florescem as flores, como os animais sobrevivem. Tive uma infân-cia onde a única coisa que precisava era da imaginação. Tudo era possível e eu era livre. Cresci a aprender as responsabili-dades, a saber que tinha de estudar para um futuro. Fiz trabalhos para a escola sem computador e Internet. Já passei horas na biblioteca com os meus amigos a estudar com brincadeiras pelo meio. Eu soube o que foi esmurrar os joelhos por brincadei-ras mais “loucas” ao invés da “loucura” ser ter um filho na flor da juventude. Eu senti o sabor da aventura de ir para a escola por caminhos térreos, campos e monte com os amigos ao invés de ir na camioneta. Cresci a saber o valor do trabalho, a ajudar a mãe e a juntar trocos. Aprendi a enten-der que não podemos ter tudo o que que-remos, mas se o desejarmos muito temos de trabalhar para isso. Cresci e fiz crescer a minha cultura. Abri a minha mente, os meus horizontes. Formei uma opinião.

Hoje ainda estou a crescer. Aliás, vou crescer até morrer. Mas hoje vejo gerações demasiado diferentes da minha, gerações demasiado rápidas. As crianças crescem sem saber o que é a verdadeira liberdade. As crianças hoje crescem em frente ao te-levisor, conversam com um telemóvel e es-tudam através das teclas. Já deixaram de imaginar, de brincar na rua e cair. Deixa-ram de fazer aventuras como os “3 mos-

queteiros”. Muitas não aprendem a sabo-rear as histórias de um livro. Se calhar quando chegarem à minha idade não sa-berão quem foi Mozart, Salvador Dali ou Shakespeare. Irão dizer que Camões só os velhos gostam e que Pessoa é demasiado “out” para a “onda deles”. Agora não inte-ressa esforçar-se na escola, pois o mais im-portante é ter “pseudo fama virtual”. Já não amam a Natureza nem a respeitam. São uma geração de rótulos, sem pensa-mento próprio. São uma geração cinzen-ta, triste, só, fechada e rodeada por betão.

Se calhar nada é tão bom quanto nós nos lembramos. Mas eu lembro-me que to-das as minhas vivências me prepararam para o Mundo real. Prepararam-me a mim e à minha geração para enfrentarmos os problemas lutando por eles. Eu sei que pe-quenas coisas que vi, senti e vivi me prepa-ram para as incógnitas de hoje em dia. Se isso não tivesse acontecido, hoje nada dis-to estaria escrito. •

Incógnitas de hoje em dia

Ana Luísa Gonçalves, 12º LH3

Tive uma infância onde a única coisa que precisava era da imaginação. Tudo era possível e eu era livre. Cresci a aprender as responsabilidades, a saber que tinha de estudar para um futuro.Fiz trabalhos para a escola sem computador e Internet. Já passei horas na biblioteca com os meus amigos a estudar com brincadeiras pelo meio.

Opinião

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22Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Teatro Não é Xarope

O melhor do mundo são as crianças

Universo ESMS

O Teatro não é Xarope é um proje-to informal de teatro na Escola Secun-dária Martins Sarmento, significando isto, na prática, que só fazemos o que nos apetece.

O Teatro é muito lindo, faz muito bem aos meninos, principalmente na adolescência (que é aquela altura da vida em que as hormonas e tal).

Estes adolescentes do Teatro não é Xarope são na verdade adultos em cri-se de meia-idade, que procuram no te-atro a possibilidade de experimentar a rebeldia e extravagância próprias da juventude que nunca tiveram oportu-nidade de desfrutar. Estão muito bem amestrados e, além de muito obedien-tes, representam, cantam, dançam e falam francês, quase como se fossem pessoas.

Na qualidade de coordenadora des-te projeto informal, cabe-me amansá--los, manipulá-los e pervertê-los, num

exercício de equilibrismo entre a tenta-tiva de fazer o menos possível e, ao mes-mo tempo, de garantir a máxima auto--promoção. No entanto, apresento todos os trabalhos sempre como produtos de criação colectiva, porque assim salva-guardo-me da responsabilidade sobre o resultado final e fica-me bem a insinua-ção de humildade e modéstia.

Somos todos artistas, mas o que pro-duzimos não é Arte. Não porque não sejamos talentosos e capazes de a con-ceber, mas porque não gostamos. E quando falo de nós, quero também di-zer eu.

Maldizemos tudo o que não é nos-so e temo-nos em demasiada boa con-ta, mas merecemos ser felizes, porque amamos a vida, as plantas, os animais e os pobres. •

Profª. Sílvia Magalhães, coordena-

ção do projeto 'Teatro Não é Xarope'

“Um outro olhar sobre a Matemática” foi o tema da atividade preparada para os cerca de 268 alunos das escolas EB 2/3 do conce-lho, que visitaram a nossa escola aquando das jornadas culturais a 14 de março. Pretendia-se que os alunos se confrontas-sem com quebras cabeças e jogassem os variadíssimos jogos, em particular jogos de tabuleiro, tendo por base temáticas e conteúdos programáticos da disciplina de Matemática. Assim, a partir destes passatempos, visou--se estimular os processos mentais equiva-lentes aos da prática Matemática, enquan-to disciplina curricular, favorecendo o seu melhor desempenho académico. Este tipo de atividades privilegia o conví-vio e ajuda a aprender a pensar com cal-ma, sofisticação e prazer. Alguns professores do grupo disciplina-res de Matemática puderam contar com a prestigiosa colaboração da antiga profis-sional desta escola, Vitorina Alves. Coope-raram, também, alguns alunos do 1º PRP, 11º CT3 e 11º CT4. •

Profª Ana Paula Mesquita, delegada de Matemática

Um outro olhar sobre a Matemática

www.esmsarmento.pt

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O Pregão Julho de 2013 23

Universo ESMS

VÍDEOS E REPORTAGENS DA TUA ESCOLA NA:

WWW.ESMSARMENTO.PT

A polémica e inconclusiva discussão so-bre a Ciência e a Hipótese de Deus foi alvo de reflexão no decurso das IV Jornadas Culturais da Escola Martins Sarmento.

A sessão aconteceu no dia 14 de março, na sala Martins Sarmento, e foi orientada pelo professor da Faculdade de Ciências do Porto, João Paiva, que, muito profun-da e tranquilamente, partilhou dúvidas e certezas num dos momentos infindáveis de busca de caminhos para a existência humana, em resposta ao convite de uma docente de Filosofia da escola, profes-sora Fátima Brochado em colaboração com a ex docente de E.M.R.C, professo-ra Alzira Fernandes. Depois de uma bre-ve referência histórica sobre a origem do Cristianismo, o orador contextualizou o nascimento da ciência moderna, fazendo referência a Galileu e ao confronto com

os defensores da tradição geocêntrica, desafiando a autoridade religiosa, ven-do-se, assim, submetido a processos mo-vidos pela Inquisição. Também foi abor-dada a questão da teoria evolucionista e, mais uma vez, o orador sustentou que esta explicação não é de todo incompatí-vel com a criação por um Deus teísta.

Nesta sua interpretação, foi mostrando que quer a religião, quer a ciência, pro-curam dar resposta às inquietações, dú-vidas do ser humano, embora com so-luções diferenciadas mas, nem por isso, inconciliáveis.

Ao longo da sua análise, o orador mos-trou uma convicção forte na defesa da sua tese que concilia o conhecimento científico e a crença em Deus, argumen-tando que as crenças religiosas não se re-sumem à aceitação dos dogmas de uma

religião, mas funcionam como um ponto de partida para a procura do sentido da existência humana.

No final, o público, constituído por alu-nos da escola e outros mais jovens, visi-tantes provenientes do Colégio Nossa Sr.ª da Conceição, revelaram o seu entusias-mo e curiosidade, colocando questões e expondo, assim, as suas dúvidas e inter-rogações acerca de um assunto tão com-plexo como o que se explorava.

Obviamente, muito mais haveria para dizer. No entanto, consideramos que a sessão foi muito proveitosa, dada a perti-nência do tema desenvolvido, pelo clima de forte empatia que se estabeleceu entre orador e auditório e, essencialmente, pe-las questões que se revelaram, ali, ainda não solucionadas. •

Profª. Fátima Brochado

IV Jornadas Culturais

A Ciência e a Hipótese de Deus

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24Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

É comum ouvir-se que as artes são im-portantes para o bem-estar económico das sociedades contemporâneas. Nesta perspetiva os governos ocidentais sem-pre procuraram promover as artes atra-vés de políticas públicas e programas educativos. Por causa da crise económica, contudo, a capacidade dos governos e das autoridades locais para continuar o seu apoio foi colocada sob uma enorme pres-são. A redução nos programas de apoio e desinvestimento nas áreas artísticas é real e a educação, claramente, não foi ex-ceção. O desaparecimento de várias disci-plinas, o encerramento de cursos e a re-dução de horas letivas são apenas alguns exemplos que o demonstram. Por outro lado, deparamos com um mercado de tra-balho completamente esgotado, especial-mente nas profissões relacionadas com as artes visuais, onde a taxa de desemprego está em níveis nunca vistos. Não se pense que os alunos estão alheios a esta realida-de. Constatamos um cenário pautado por alguma desmotivação, descrença e incer-teza quanto ao futuro profissional dos nossos alunos que não descortinam pers-petivas ou metas pessoais para o seu fu-turo. Estes jovens encontram-se confusos em relação à escolha que terão de fazer no final do 12º ano, neste que é um ano determinante, de transição para o ensino superior ou para a sua entrada no merca-do profissional. Foi este o ambiente com que nos deparámos nas turmas de artes e que constituiu o mote para a palestra 'No-vos Caminhos para as Artes Visuais'.

O evento, promovido pelo núcleo de estágio do Mestrado em Ensino das Ar-tes Visuais da Universidade Católica Por-tuguesa, teve lugar no dia 14 de março de 2013 no pequeno auditório da Escola. Foi pedido aos palestrantes, que têm em co-mum o passado na arte visual, para par-tilharem o seu trabalho e experiências

profissionais em áreas como a arquitetu-ra, design, fotografia e artes plásticas. A plateia, na sua grande maioria constituí-da por alunos dos cursos de artes da es-cola, testemunhou percursos e recebeu conselhos sobre o modo como enfrentar o mercado de trabalho. Foi explicado que “lá fora” o nível de exigência, velocidade e responsabilidade são muito maiores, fo-ram propostos processos e métodos de criação artística, mostrados exemplos de projetos reais e, no momento de abertu-ra aos ouvintes, foi explicado como se po-dem contornar os bloqueios artísticos. Na parte final da sessão foram aclaradas as características exigidas a um profissional do universo das artes visuais.

A sala esteve praticamente cheia e o ba-lanço final não poderia ter sido mais po-sitivo. Alunos e professores presentes fo-

ram unânimes em considerar esta uma experiência a repetir. Desmistificou-se o preconceito de que as opções de empre-go nas áreas artísticas são reduzidas, des-pertaram-se na plateia novas vocações ar-tísticas e técnicas e conseguiu-se ampliar o leque de referências artísticas, variantes profissionais e percursos de vida.

Concluímos assim o ano, com a nos-sa convicção de que, neste clima de des-crença que afeta os alunos de hoje, cabe aos professores – principais agentes na di-fusão do conhecimento e promoção da aprendizagem – contestar este pessimis-mo e mostrarem-se firmes no combate à desmotivação e à falta de vontade em exercer uma profissão e um modus viven-di que passa por ser uma arte. •

Prof. Jorge Faria

Palestra

Novos caminhos para as artes visuais

Universo ESMS

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O Pregão Julho de 2013 25

Universo ESMS

Os palestrantes, que têm em comum o passado na arte visual, partilharam o seu trabalho e experiências profissionais em áreas como a arquitetura, design, fotografia e artes plásticas. A plateia, na sua grande maioria constituída por alunos dos cursos de artes da escola, testemunhou percursos e recebeu conselhos sobre o modo como enfrentar o mercado de trabalho

• A organização do evento trouxe à escola di-versos profissionais de áreas ligadas às artes visuais que partilharam experiências pessoais e profissionais.

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26Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Semana da Leitura

Na Rota das Palavras

Universo ESMS

A Semana da Leitura 2013 realizou-se entre os dias 8 e 12 de Abril e foi, este ano, subordinada ao tema Leitura e Mar.

Nesta edição, destacou-se a alargada participação direta dos alu-nos, através da apresentação de livros, de leituras encenadas, de declamações e de performances variadas. Este ano, contámos com a inscrição por iniciativa própria de alunos de nove turmas diferentes para a dinamização das atividades. Contagiaram, com a sua dedicação e entusiasmo, os cerca de 500 alunos e 25 profes-sores (19 turmas) que estiveram presentes nas diferentes sessões da Semana da Leitura.

Salientou-se o contributo, aliás já habitual, do grupo de teatro “Não é Xarope”, com a leitura encenada de dois poemas: o Cântico Negro, de José Régio e Portugal, de Jorge Sousa Braga. E como este nos parece tristemente atual, no contexto em que o país se encon-tra, de profunda crise material mas também social, moral e cultu-ral, aqui fica a transcrição deste Portugal (pág. 28) de Jorge Sousa Braga, uma pátria de heróis e poetas, de navegadores e aventurei-ros… o país das maravilhas!

O escritor Paulo César Gonçalves, antigo aluno da nossa escola, apresentou a sua mais recente obra, Guimarães 2012, que apenas está editada em formato e-book, e integra a colecção digital da nos-sa biblioteca.

A escritora e aluna do 12º ano, da turma CT2, Teresa Silva cativou a assistência durante a apresentação do seu mais recente livro, Ini-migo Mortal, editado pela Papiro e já disponível para leitura na co-leção da biblioteca escolar.

A biblioteca escolar apresentou uma nova personagem, inspira-da no patrono da escola e que passará a representar este espaço de saber e descoberta. A aluna Ana Bessa, criadora do Licelino, foi também a autora da mascote da Biblioteca Escolar.

Obrigada a todos os que, uma vez mais, connosco celebraram a lei-tura e o prazer de ler, a magia das palavras e dos livros.

A equipa da Biblioteca Escolar

• O grupo de teatro "Não é Xarope!" dramatizou, de forma humorís-tica, alguns textos poéticos relacionados com a nossa nacionalidade.

• "Ler Noutras Línguas" - Alunas de 11ºano de diversas áreas leram em Inglês, Francês, Alemão, Espanhol e Mandarim, poemas e excer-tos de textos narrativos.

• Hugo Iliescu, aluno de 12ºLH1, apresentou o Mito de Teseu, de uma forma informal e cativante, um verdadeiro contador de histórias!

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O Pregão Julho de 2013 27

Universo ESMS

• Miguel Medeiros, aluno do 12º LH1, apresentou de forma muito in-teressante o livro "O Homem Que Queria Ser Hitler" de Tiago Rebelo.

• José Pedro Lopes, 11ºLH1, apresentou " 21.12" de Dustin Thomason.«Nesta narrativa vertiginosa, Thomason revela uma impressionante pro-fundidade de conhecimentos, tanto no domínio científico quanto sobre a antiquíssima civilização Maia. Um livro soberbo.» Kirkus Reviews

• Semelhanças, diferenças, expetativas... entre o filme e o livro que o inspirou. "O Diário da Nossa Paixão", de Nicholas Sparks.

• Um painel de "oradores" bem dispostos sempre em interação com o público, colegas de 10ºano, que, certamente, muito aprenderam com eles.

• Sempre expressiva! Contando como e quando surgiu esta necessidade de escrever! (andava ela no 6ºano!)

• A mascote da biblioteca Um pouco de protagonismo! Bem merece!

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28Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Poesia

PortugalESMS

Avaliação Interna CAFEu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse

oitocentosQue culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os infiéis ao norte de Áfricasó porque não podia combater a doença que lhe atacava os órgãos genitaise nunca mais voltasseQuase chego a pensar que é tudo uma mentiraque o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disneye o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe ValentePortugalNão imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino nacional(que os meus egrégios avós me perdoem)Ontem estive a jogar póker com o velho do ResteloAnda na consulta externa do Júlio de MatosDeram-lhe uns electro-choques e está a recuperaràparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera um futuro derosasPortugalUm dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver se contraía a febre doImpériomas a única coisa que consegui apanhar foi um resfriadoVirei a Torre do Tombo do avesso sem lograr uma pérola que fossedas rosas que Gil Eanes trouxe do BojadorPortugalVou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguémSabesEstou loucamente apaixonado por tiPergunto a mim mesmoComo me pude apaixonar por um velho decrépito e idiota como tumas que tem o coração doce ainda mais doce que os pastéis de Tentugale o corpo cheio de pontos negros para poder espremer à minha vontadePortugal estás a ouvir-me?Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete Salazar estava no poder nadade ressentimentosum dia bebi vinagre nada de ressentimentosPortugalSabes de que cor são os meus olhos?São castanhos como os da minha mãePortugalgostava de te beijar muito apaixonadamentena boca

Jorge Sousa Braga

A Escola Secundária Martins Sarmento tem, ao longo dos últimos anos, manifestado uma per-sistente preocupação com a avaliação interna dos seus múltiplos aspetos enquanto organiza-ção educativa.

Em 2011, a Escola decidiu aderir a um novo Mo-delo de Avaliação Interna, denominado Modelo CAF (Common Assessment Framework), consi-derado como mais um elemento para um me-lhor conhecimento da nossa realidade escolar. Esta avaliação envolveu o acompanhamento do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políti-cas, em estreita colaboração com uma equipa que autoavaliação que foi constituída na escola.

É um processo de avaliação com várias fases, que ainda decorrem, que começou pela realiza-ção de ações de sensibilização sobre a impor-tância do Modelo, momentos em que foi neces-sário planear a aplicação, recolher informações sobre a forma como a escola desenvolve o seu trabalho, a partir de inquéritos de satisfação aplicados aos professores e professoras, ao pes-soal não docente, aos alunos e alunas e aos pais e encarregados de educação. A par deste pro-cesso de auscultação dos principais interve-nientes da Comunidade Escolar, a Equipa de Au-toavaliação dedicou-se à recolha de evidências para fundamentar a sua apreciação avaliativa.

Após este trabalho de tratamento e análise de questionários, discussão de resultados, elabo-ração do relatório de diagnóstico organizacio-nal, identificação e priorização das ações a levar a cabo, procedeu-se à elaboração de um Plano de Melhorias que está em curso, bem como de uma monitorização, isto é, de um acompanha-mento para verificar a execução, o nível de exe-cução ou não execução do que se encontra es-tabelecido no Plano de Melhorias.

Em suma, o Modelo CAF é um procedimento de avaliação interna que pretende contribuir para a concretização de medidas organizacio-nais, mormente pedagógicas, que deverão pro-mover a prestação de um serviço de educativo de maior qualidade. •

Prof. Domingos Machadoorge Sousa Braga

Universo ESMSSOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS N.º 9AMOLAR; PALETA; APURE; AMORA; B; ANEL; DATA; T; AR; AIA; ARA; TO; LEU; ATURA; ARU; ESSE; A; I; FIAR; ITA; FINAL; OVO; AA; UE; EA; AS; REVITALIZAR; X; SARO; ATAI; F; AM; LAN;

SOR; RU; VOO; ST; CA; TAC; IRRA; U; A; MUDO; EMALAR; ITALOS; ROLETA; SOLENE.

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30Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Jornadas Culturais

Peddy paper

Conferência

25 de Abril e a Liberdade

No último dia das Jornadas Culturais ( 16 de março), os alunos do 10º Ano, das turmas de Línguas e Humanidades (LH1, 2 e 3) e da tur-ma de Ciências Socioeconómicas (SE), parti-ciparam entusiasticamente no Peddy-paper "À Descoberta do Património Local". Duran-te a manhã, os alunos, divididos em peque-nos grupos, percorreram as ruas da cidade de Guimarães, orientados por um guião e prepa-rados pelos professores de História que lecio-nam este ano de escolaridade, descobrindo assim as particularidades da sua cidade e do seu património local.

Profªs Ana Maria Ferreira e Maria de Fátima Aguiar

O grupo disciplinar de História pro-moveu uma palestra subordinada ao tema “25 de Abril e a Liberdade”, no âmbito das jornadas culturais 2013. Para o efeito, foi convidado Eduardo Amândio Rodrigues Magalhães que vi-veu intensamente este período da nos-sa história. Cumpriu o serviço militar na Guiné onde esteve de 1971 a 1973. Envolveu-se no apoio aos presos políticos. Militou no Partido Comunista, onde acabou por exercer funções como funcioná-rio político. Conheceu e falou com per-sonalidades que viveram anos nas pri-sões e, um deles, regressado até da prisão cabo-verdiana do Tarrafal. As-sistiu presencialmente à destruição de Centros do PCP e da Intersindical pelos movimentos da extrema-direita ELP e MDLP.

Esta atividade, que se realizou no dia 14 de março, pelas 12 horas, dirigiu--se a toda a comunidade escolar e, em particular, aos alunos do 12º ano do curso Línguas e Humanidades.Estes revelaram grande interesse pe-las “histórias”, contadas na primeira pessoa, relativas a este importante pe-ríodo histórico que integra o progra-ma da disciplina. O palestrante soube cativar a audiência com grande hones-tidade e humor, ilustrando os casos vi-vidos com fotografias pessoais. Esta será uma atividade que, certa-mente, será repetida no próximo ano letivo. •

Grupo disciplinar de História

Universo ESMS

• Eduardo Amândio Rodrigues Magalhães, ex militante do Partido Cumunista, partilhou com a escola as experiências vividas no período revolucionário de 1974

Acompanha a tua escola no facebook: www.esmsarmento.pt

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32Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Universo ESMS

A National Public Speaking Competition é uma atividade organizada anualmente pela English - Speaking Union Portugal. A Escola Secundária Martins Sarmento participou no concurso este ano, 2013, pela 3ª vez consecutiva, demonstrando cada vez maior qualidade no seu desempenho. As nossas representantes nesta competição foram as alunas Ângela Miranda (10º AV2) e Mariana Pacheco (11º CT3). Parabéns a ambas pelo seu belíssimo desempenho nesta competição que decorreu no British Council, em Lisboa. Uma felicitação muito especial à Ângela Miranda, pela sua passagem à final da competição.

Prof.ª Ana Brandão

Ladies and gentlemen, I wish to say that I am truly happy to be here today, amon-gst you, amongst all these teenagers, willing to do something to make a diffe-rent, to make a change. Isn t́ that what we all want? A change. We all wish we could change our past. But we can t́. Howe-ver, we can change the future. The futu-re. That’s what we have to focus on. Young people are often called “the future” and the truth is we are the future. We, the you-th of today will be the leaders of tomor-row. So it’s our responsibility to be aware of the problems of society and, more im-portantly, join efforts with the older gene-rations andbe proactive in the process of problem solving.

Winston Churchill once said: “Coura-ge is what it takes to stand up and speak; courage is also what it takes to sit down and listen”. It takes courage to speak our minds, but it also takes courage to listen to other people’s opinions and admit that we are not always right. The thing is that most of the times we are not willing to lis-ten. So, instead of working together to sol-ve our problems, we find ourselves divi-ded and, because of that, we don’t reach any resolution. So the problem just keeps growing to a point where we won’t be able to control it anymore. And when that time comes, who are we going to blame for our lack of effectiveness?

Careless, irresponsible, lazy… are words that some people would use to describe youth. I can’t say I don’t see where this co-

mes from.I disagree with it, but I unders-tand people’s reasons for saying it. The main reason is the way that media descri-be youth. We are often presented as a bun-ch of people that are party in gall the time, and drinking all the time… But that’s not true! There are some boys and girls that are like that, but they are the exception, not the rule.

Another reason for this stereotype may be teenagers’lack of goals, dreams and ex-pectations. And the cause of it is the state of our society. For example, here in Portu-gal we are facing a terrible financial crisis; consequently, there are lessjobs and less opportunities… and if that wasn’t enou-gh, instead of solving the problem, our government tells us we should emigrate. So here we stand, lost and with no clue of where to go and what to fight for. With such an uncertain future, we find oursel-ves divided between what we want and dream about and what we think will give us a more comfortable future. This cannot continue; our leaders can’t let this happen any longer; we can’t afford to lose the cre-ative mind and energy of youth because these are the characteristics that push hu-man race to wards evolution.

So here we are today, a group of young people who care and have something to say. We, ladies and gentlemen, are those who don’t want to give up, don’t want to sit down and wait for the world to change one day. We want to make a change and we want it now; not in ten years, but in this

exact moment. How? By sharing our thou-ghts, our ideas, our goals, our motivations and, most of all, by showing older genera-tions that we are not careless, irresponsible or lazy. We just need an opportunity to sha-re our ideas, to be heard, to be able to learn and show what we are capable of. And that opportunity has been given to us today.

Recently, the world has gone mad and some of the biggest changes that are ha-ppening are the result of the fearless spirit and faith of youth that made people realize that together we stand, and divided we fall. I’m going to give the example of the Arab Spring, which is the revolutionary wave oc-curring in the Arab world. In many coun-tries people – young people included – joi-ned efforts, got into the streets and fought for their rights, bringing a bout real chan-ges in their countries. This is an example of how bold and brave youth can be and how togetherness can change our future.

We are facing some difficult times in the world and that’s why all human race ne-eds to realize that we have to work toge-ther. We have to join forces, join youth’s fearless spirit and older people’s know-ledge and experience. We, ladies and gen-tlemen, can have a brighter future, but we are blowing our chances because we don’t consider young people’s ideas to sol-ve problems and we are selfish and indivi-dualistic.So I hope that by now you’ve re-alized that youth does careand is here to make a change.

Mariana Pacheco, 11º CT3

Conferência

ESMS bem representada na National Public Speaking Competition 2013

A house divided against itself cannot standWe’ve got what it takes to make a change

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O Pregão Julho de 2013 33

Universo ESMS

A house divided against itself cannot stand

For a greater Good

• Ângela Miranda (10º AV2) e Mariana Pacheco (11º CT3), nossas representantes na edição deste ano da National Public Speaking Competition.

Ladies and gentlemen, first I’d like to wish you all a very pleasant afternoon!It’s truly an honor to be here today repre-senting my school andsharing this won-derfulplace with brilliant young min-ds like the ones we’ve had the chance to hear! I also want to congratulate the other students on their amazing speeches! I’m going to tell you what a 17 year old gets from this speech’s theme and what Ibelie-ve I can do with the knowledge it has gi-ven me!“A house divided against itself cannot stand!” well, when I started looking at it,I realized that I could find a meaning for that sentence everywhere: in my house, using the literal meaning of the word, but also in my school, in my country, in our world! Because, to me,this sentence calls for cooperation! I used to believe that cooperation was working on the same thing. It’s not! That’s a misguided concept! Cooperation is working for the same thing!I think that’s what this sentence conveys: that we have to work together as one with a common goal in our minds!!! These are dark times we’re living! Our eco-nomy is in such a bad shape and everybo-dy is losing hope... there is so much pover-

ty, starvation and suffering! And if there’s something that living the consequences of aEuropeancrisishas taughtme is that alone we don’t stand a chance!!! As Jane Austen would say “selfishness must always be forgiven you know, be-cause there is no hope of a cure!”And I think she’s right!It’s time to change! To take chances and to care for each other! Hello,ladies and gentlemen! We cannot all be like Cristiano Ronaldo or Messi, but maybe together we can shine brighter than them! I’m not saying we shouldn’t value indivi-dual work. We have to! I’m saying that we should make use of everyone’s individu-al abilities into group work and contribu-te with each other’s individual skills! Basi-cally looking towards society as if it was a giant enterprise! That would make us rea-ch new heights, for sure! But it would also take task delegation, sa-crifices and effort that I believe most peo-ple are not willing to take!Despite that,when good intentions exist, so does success! To quote my favorite writer,Oscar Wilde, “success is a science! If you have the conditions, you get the results!”I’m sure you’re thinking that sometimes

luck helps! Maybe it does! However, I like to believe that wemake our own luck and so we create our own fate!!! Now I realize that life, as we know it,is like a puzzle;you take a few pieces and everything falls apart! So I say: don’t take them! Use all the pieces in it!Everyone has a role to play and everyone’s role is importantto maintain the balan-ce of society and we cannot take that for granted!The thing is: the only way we can be he-ard is if we all sing the same song! That’s my dream! To be heard! To have an active voice! To play my role! To change something and to help make this world a better place to live in!This beingsaid,I want to thank you for lis-tening to me! My name is Ângela Miran-da, I’m from Guimarães, and I’m asking you: will you sing the song with me?

Ângela Miranda, 10º AV2

Page 34: O Pregão, edição 9

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Jornal ‘O Pregão’ online em http://issuu.com/opregao

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Sítios e Blogs

http://www.forum.pt/Sítio da conhecida revista Fórum Estudante. Aqui, poderás consultar todas as informações que precisas sobre o acesso ao ensino superior.

http://fernandopessoa.labs.sapo.pt/Este projeto revela os versos de Fernando Pes-soa mais citados nas redes sociais.Foi criado pelo SAPO Labs e a Universidade de Lisboa.

Post it "Porque eu sou do ta-

manho do que vejoE não do tamanho da minha altura"

F. Pessoa

Prof. António [email protected]

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H 1 Ficar enganado; tabuinha em que o pintor dispõe e combina as tintas.

2 Deixe ferver até se concentrar; fruto silvestre.

3 Argola; indicação de ano, mês e dia em que se realizou algum facto.

4 Fisionomia; criada de quarto; pedra de altar; reco.

5 Soletrou; aguenta; espécie de sapo das regiões amazónicas.

6 Nome de uma letra; fazer arame a partir de.

7 Rochedo; última parte; zigoto.

8 “Autores”; “União Europeia”; “Estudo Acom-panhado”; campeão.

9 Revivificar.

10 Recobro a saúde; embaraçai.

11 Amerício (s.q.); rede de comunicação local ger-almente utilizada dentro de uma organização para ligar os seus computadores; “Senhor”; Ruténio (s.q.).

12 Espaço percorrido no ar sem pousar; “estere”; neste lugar; tradução assistida por computa-dor.

13 Chiça; que não tem uso da palavra oral ou da capacidade de falar.

14 Colocar em mala; natural, habitante ou cidadão da Itália (pl.).

15 Jogo de azar; feito com aparato e pompa.

V 1 Mamífero marinho, o maior dos animais atuais; apelido.

2 Madrasta; ficar a dever; espécie de catarro contagioso que ataca principalmente a raça cavalar e asinina.

3 Balandrau; utiliza; pertences; exame ou prova em que as perguntas e as respostas são faladas e não colocadas por escrito.

4 Tipo de argola para as orelhas (antigo); relativo à uva; eleve.

5 Substância mineral pulverulenta ou granu-losa; balbúrdias; Ástato (s.q.).

6 Descrevei; sensação ilusória de movimento do corpo ou movimento à volta do corpo.

8 Lugar onde se fabrica ou vende pão; rachais em lascas.

9 Pousa no mar o hidroavião; fêmea do leitão; “teatro de operações”.

10 Lugar onde se junta o peixe para se vender aos revendedores; infelicidade; antónimo de bem.

11 Época histórica; escudeiro; momento; tecido leve e transparente de seda ou algodão.

12 Tântalo (s.q.); impedir o movimento de; elemento químico gasoso radioativo (símbolo Rn), de número atómico 86.

13 Boi que não é castrado e que se utiliza como reprodutor (pl.); açúcar extraído de algumas algas.