montando meu programa de vigilância epidemiológica : o que...
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Montando meu programa de vigilância epidemiológica : o que não pode faltar
Denise Brandão de Assis
Diretora Técnica da Divisão de Infecção Hospitalar-CVE/SES
SCIH IPq - HCFMUSP
Legislação de Controle de IH
Programa de Prevenção e Controle de IH
Portaria 2616/98
Lei 9431 - 06/01/97
Portaria 930/92
Portaria 196/83
Legislação
• Portaria MS 2.616/98
Diretrizes e normas para prevenção e controle das infecções hospitalares
Programa de Controle de Infecções
– Ações sistemáticas
– Redução máxima possível da incidência e gravidade das IH
Portaria MS 2.616/98 Competências da CCIH
• Definir um Programa de Controle de Infecção
– elaborar, implementar, manter e avaliar
• Implantar um sistema de vigilância epidemiológica das IH
• Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas para prevenção e tratamento das IH
• Capacitar profissionais
• Racionalizar o uso de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares
Portaria MS 2.616/98 Competências da CCIH
• Avaliar indicadores epidemiológicos
• Investigação epidemiológica de surtos
• Elaborar e divulgar relatórios periódicos
• Medidas de precaução e isolamento
- limitar a disseminação de agentes
• Notificar as doenças de notificação compulsória
• Notificar Surtos devido insumos ou produtos
Roteiro de Inspeção do Programa de Controle de Infecção Hospitalar
Avalia o cumprimento das ações do Programa de Controle de Infecção Hospitalar.
Resolução RDC nº 48 / 2000
Roteiro de Inspeção – RDC 48 / 00
Critério de avaliação
RISCO POTENCIAL de cada item
IMPRESCINDÍVEL (I) - aquele item que pode influir em grau crítico na
qualidade e segurança do atendimento hospitalar.
NECESSÁRIO (N) - aquele item que pode influir em grau menos crítico
na qualidade e segurança do atendimento hospitalar.
RECOMENDÁVEL (R) - aquele item que pode influir em grau não crítico
na qualidade e segurança do atendimento hospitalar.
INFORMATIVO (INF) - aquele que oferece subsídios para melhor
interpretação dos demais itens, sem afetar a qualidade e a segurança do
atendimento hospitalar.
Roteiro de Inspeção – RDC 48 / 00
Não cumprimento de um item
IMPRESCINDÍVEL - deve ser estabelecido um prazo para
adequação imediata. (Passível de sanções)
NECESSÁRIO - deve ser estabelecido um prazo para adequação, de acordo com a complexidade das ações corretivas que se fizerem necessárias. (Passível de sanções)
RECOMENDÁVEL - a Unidade Hospitalar deve ser orientada com vistas à sua adequação.
PCIH - IMPRESCINDÍVEL
CCIH formalmente nomeada.
PCIH elaborado.
A CCIH elaborar regularmente relatórios contendo dados informativos e indicadores do Controle de Infecção Hospitalar (anexar o mais recente).
Existir normas e rotinas, visando limitar disseminação de microorganismos de doenças infecto-contagiosas em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e isolamento.
Todos os setores do hospital dispor de lavatórios com água corrente, sabão e ou anti-séptico e papel toalha, para a lavagem das mãos dos profissionais.
PCIH - IMPRESCINDÍVEL
Na ausência de núcleo epidemiológico, a CCIH notificar aos órgãos de gestão do SUS casos diagnosticados ou suspeitos de doenças de notificação compulsória.
A CCIH contar com membros executores.
Existir Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares.
Utilização de coletor de urina fechado com válvula anti-refluxo.
Existir EPI (Equipamento de Proteção Individual) para realização de procedimentos críticos.
Possuir laboratório de microbiologia.
PCIH - NECESSÁRIO
A CCIH estabelecer programa de treinamento para o serviço de limpeza.
CCIH divulgar os relatórios entre o Corpo Clínico do Hospital.
A CCIH comunicar periodicamente à Direção e à Comissão Estadual/Distrital a situação do CIH.
O hospital dispor de mecanismo para detecção de casos de Infecção hospitalar pós alta: ambulatório de egressos, telegrama, busca telefônica
Existir política de utilização de antimicrobianos definida em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica.
Existir formulário para a prescrição de antimicrobianos
PCIH - NECESSÁRIO
Existir rotina de limpeza de cada caixa d’água que abastece o hospital.
Existir programas de imunização ativa em profissionais de saúde em atividade de risco.
Existir coleta de dados sobre Infecção Hospitalar. Indicar quais os indicadores e documentar.
Existir avaliação e priorização dos problemas com base nestes indicadores.
Os membros executores da CCIH realizarem análise do Sistema de Vigilância Epidemiológica, que permite a identificação de surto em tempo hábil para medidas de controle.
Vigilância epidemiológica
É a observação sistemática, ativa e constante da ocorrência e distribuição de uma doença e dos eventos e condições que aumentem ou diminuam o risco de ocorrência desta.
Indicadores epidemiológicos
• São medidas quantitativas contínuas ou periódicas
de variáveis, características ou atributos de um dado processo ou sistema
• Variável ou atributo numérico capaz de sintetizar, representar ou dar maior significado ao que se quer avaliar
• Indica problemas potenciais ou boas práticas de cuidados
• Não proporcionam respostas definitivas
Definição de Indicadores
• Devem apresentar um objetivo claro
• Devem ser definidos de forma clara e objetiva
• Devem ser facilmente coletados
• Devem definir um período de tempo e permitir o desenvolvimento de índices
• Devem ser o mais específico possível
Características dos Indicadores
• Numerador: evento que está sendo medido
ou reconhecido
– Fundamentação científica
– Fácil aplicação
– Rapidamente identificado
• Denominador: corresponde à população sob
avaliação de risco para um dado evento definido no numerador
– Estratificação do risco: admissões/altas; pacientes-dia;
pacientes-dia por unidade; dispositivo invasivo-dia
Numerador/denominador = Taxa
Características dos Indicadores
O que pesquisar ? • Procedimentos mais comuns ou mais
freqüentes
• Eventos de maior risco/ maior custo de tratamento
• Procedimentos novos
• Referências de literatura para priorização e dados de comparação
• Eventos com potencial para implementação da qualidade
• Solicitação da legislação
Indicador de Resultado: Apresentam informações sobre
as ocorrências (Ex: queda, flebite, IH, etc)
Indicadores de qualidade
Indicador de Processos: Apresentam informações
sobre os passos de determinada ação
(Ex: passagem de SV, CVC, medicação, etc)
Indicador de Infra-estrutura: Apresentam problemas de área física,
fluxos, materiais (Ex: centro cirúrgico, farmácia, etc)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
Inserção asséptica
Higiene diária
Cuidados com bolsa
Calibre do
cateter
O que os indicadores indicam?
Sistema fechado
• Vigilância por objetivo: unidades críticas, infecções cirúrgicas
• Vigilância ativa
• Método para coleta dos dados padronizado e por escrito
• Taxas ajustadas: escolha de denoninadores
• Análise e disseminação das informações
• Confidencialidade dos dados
Coleta de indicadores
Componentes Vigilância National Nosocomial Infection
Surveillance System NNISS
Componentes:
1. Vigilância Hospitalar Global
2. Vigilância em UTI adultos, infantil e neonatal
3. Vigilância em paciente cirúrgico
Não é mais
recomendada
desde jan/99
Exemplos de indicadores utilizados em
Infecção hospitalar
Indicador Numerador Denominador
Taxa IH Episódios de IH Saídas / entradas
Densidade IH Episódios de IH Soma Pac-dia
Taxas por procedimento
Infecções por topografia (pneumonia, ITU, ICS)
Soma dos procedimentos (dias de VM, dias de SVD, dias de cateter)
Taxas de utilização
Soma dos procedimentos (dias de VM, dias de SVD, dias de cateter)
Soma Pac-dia
Vigilância em UTI
• Densidade de incidência de infecções:
pneumonia x ventilação mecânica
infecção urinária x sonda vesical
infecção sanguínea x cateter central
• Taxas de utilização de dispositivos:
ventilador mecânico
sonda vesical de demora
cateter central
1. Taxa – Infecções pós partos
Numerador: nº de infecções pós partos (cesareana + vaginais) período
Denominador: total de partos período
2. Taxa de infecções pós cesareana
Numerador: nº de infecções pós cesareana período
Denominador: total de partos cesareanas período
x 100
x 100
Vigilância em Maternidades
• Monitoramento das taxas
Identificação de problemas e prioridades
Avaliação da efetividade do controle de infecção
Processo efetivo para a redução das taxas de infecção
Avaliação de indicadores
• Monitoramento das taxas na série histórica da instituição
• Método: Diagrama de controle – estabelecer níveis endêmicos
– Média, limite superior e inferior (IC 95%)
• Acompanhar suas taxas de acordo com o Percentil das taxas divulgadas (10, 25, 50, 75, 90): Benchmarking
Avaliação Interna
• Estratégia
Simplicidade: fáceis de compreender e de implementar e pouco dispendiosos Flexibilidade: facilidade de adaptar-se facilmente as novas necessidades Aceitabilidade: disposição favorável dos profissionais e das instituições ao sistema, gerando informações exatas, consistentes e regulares
Avaliação - Sistema de Vigilância Epidemiológica
• Estratégia
Consistência: uso de critérios bem definidos
Sensível: respeitando as limitações diagnósticas das instituições e identificando um maior número de casos
Específico: definições precisas e investigadores treinados
Avaliação - Sistema de Vigilância Epidemiológica
Site:
www.cve.saude.sp.gov.br
E-mail:
Obrigada!