lecio dornas socorro, sou professor de escola dominical

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SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p.1

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Page 1: Lecio Dornas Socorro, Sou Professor de Escola Dominical

SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL

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SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL

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©1997, de Editora Eclésia

©2002, cedido por Lécio Dornas

1ª edição - Editora Eclésia -1997

2ª edição - Editora Hagnos - 2002

Todos os direitos em lingua portuguesa reservados por

EDITORA HAGNOS

Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108

São Paulo - SP - 04809-270

Tel/Fax: (0xxll) 5666-1969

e-mail: [email protected]

www.hagnos.com.br

Lécio Dornas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS,

SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.

Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional

(NVI), ©2001, Publicada por Editora Hagnos, salvo indicação em contrário.

Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui

Coordenador Produção - Mauro W. Terrengui

Revisão: Uthay Caetano dos Santos Filho

Capa: Aext Noveau

Editoração e Diagramação: Zarlos Terra

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

________________________________________________________________________________

Dornas, Lécio

Socorro! Sou professor da Escola Dominical / Lécio Dornas.

_________________________________________________________________________

Índice para catálogo sistemático

1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título

ISBN 85-88234-43-2 02-0852 CDD,268.3 índices para catálogo sistemático:

1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé

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SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA

DOMINICAL

Lécio Dornas

AUTOR DESTE BEST-SELLER

Digitalizado por MC

OBREIROS APROVADOS

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Capa

Aext Noveau

Editoração e Diagramação

Zarlos Terra

Revisão Uthay Caetano dos Santos Filho

Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui

Coordenador Produção

Mauro W. Terrengui

Ia edição - Editora Eclésia -1997 2a edição - Editora Hagnos - 2002

Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

(CEP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Dornas, Léco

Socorro! Sou Professor da Escola Dominical/ Lécio

Dornas. - São Paulo: Hagnos, 2002.

ISBN 85-88234-43-2 Bibliografia

1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título

02-0852 CDD,268.3 índices para catálogo sistemático:

1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

Todos os direitos desta edição reservados à

Editora Hagnos

Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108

São Paulo - SP - 04809-270

Tel/Fax: (xxll) 5666-1969

e-mail: [email protected]

www.hagnos.com.br

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Lécio Dornas

Socorro! Sou Professor da Escola Dominical

O AUTOR

Lécio Dornas - Durante 15 anos esteve envolvido com a Escola Dominical. Dirigiu por cinco

anos o Departamento de Publicações Periódicas da JUERP, serviu por três anos como Secretário Geral

da Associação dos Educadores Religiosos Batistas do Brasil, atuou por quatro anos como Relator da

Comissão de Currículo da Coordenadoria de Educação Religiosa do Conselho da CBB e cooperou como

professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e do IBER. O autor foi o idealizador do I

Congresso Batista Brasileiro da Escola Dominical que ocorreu no Rio de Janeiro em 1993. É escritor de

dezenas de artigos e estudos publicados e voltados para a Escola Dominical. Bacharel em Teologia pelo

Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (RJ) e Professor do Seminário Teológico Batista de Mato

Grosso. Lançou, recentemente, o livro O Jornal e a Bíblia — uma demonstração de como é possível

interpretar a Bíblia à luz das questões contemporâneas. O Pr. Lécio Dornas é casado com a Dra. Polliana

Boechat Dornas e pai da pequena Sarah.

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SUMÁRIO BATEU O SINAL, ACABOU A AULA! .................................................................. 6

O CONTEÚDO................................6

EXTENSÃO E TEMPO...................6

ESTRATÉGIA DIDÁTICA..............8

TOCOU O SINAL............................8

QUE ASSUNTO DIFÍCIL! ................ 10

PREPARO ESPIRITUAL...............10

PREPARO BÍBLICO......................11

PREPARO DIDÁTICO..................13

QUE GENTE DESINTERESSADA! . 16

LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA.................................................................16

SEJA PONTUAL E ASSÍDUO......16

DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS..................................................................16

PLANEJE AULAS ENVOLVE17

NAO SE DESCUIDE DA 17

VIVA O QUE VOCÊ ENSINA......17

SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA................................................18

BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO! ................................................................. 19

ALGUNS TERMOS-CHAVES...................................................................................19

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA..................................................20

MÉTODOS DE ESTUDO BÍBL21

LIVRO COMPLICADO?...............24

MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL ............................ 25

CONQUISTE O PASTOR..............26

CONSCIENTIZE OS PAIS............26

BUSQUE A JUVENTUDE............27

MOTIVE OS PROFESSORES......27

PROMOVA A ESCOLA DO28

TEMPO DE CRESCER..................28

QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE? ....................................... 29

CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS...........................................................29

EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO.........................................................30

EXPANDINDO MISSÕES............31

NA ASSISTÊNCIA SOCIAL.........32

CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO..............................................32

MOBILIZANDO PARA O SE33

O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE........................................33

ACABOU A AULA, E AGORA? ....... 35

A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO .............................................................35

A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO .................................................................36

A DIMENSÃO DA FRATER36

QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS? .. 38

QUEM SÃO SEUS ALUNOS?......40

AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU? .................................................. 41

O PROFESSOR PARTEIRO..........41

PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR..................................................42

PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR.................................................42

TREINAMENTO DIRECIONAD43

FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR.........................43

AUTOTREINAMENTO................43

NA ERA DA INFORMAÇÃO.......44

SENDO RESPONSÁVEL..............47

OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS....................................................................47

GRATIDÃO....................................47

ANEXOS ............................................ 49

OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL.........49

PLANO DE SALVAÇÃO...............50

BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL................51

BIBLIOGRAFIA ................................ 53

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BATEU O SINAL, ACABOU A AULA!

Como planejar com eficácia sua aula

Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b).

Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola Dominical ser

surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos são os professores e alunos que

vivem se queixando do pouco tempo reservado para o estudo em classe. Alguns professores chegam

dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu

conteúdo.

A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não

importa o tempo a ela reservado, tudo sairá atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando

algo. Quando existe planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na

aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento.

O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em consideração vários fatores.

Vamos examiná-los.

O CONTEÚDO

Trata-se do que será ensinado. A resposta a algumas perguntas nos informa qual o conteúdo de

uma lição: Qual o principal ensinamento da lição a ser estudada? Quais são as principais informações a

serem transmitidas e que relação têm com o ensinamento principal? Qual a relação com a lição da

semana anterior? A definição clara do conteúdo vai ajudar o professor a se manter fiel ao

desenvolvimento de sua aula.

É triste quando um professor entra na classe sem ter a nítida compreensão do conteúdo da aula que

vai dar. Tenho ouvido relatos de professores que sequer sabiam o assunto da lição, no momento em que

iam aplicá-la. São os improvisadores que se iludem, iludem a outros e prestam um desserviço à causa do

ensino das Escrituras em nossas igrejas. O professor precisa saber em profundidade o conteúdo que

pretende ensinar aos seus alunos.

Toda lição tem um ensinamento principal, naturalmente que deste emanam outros que, mesmo

secundários, são também importantes e necessários. A transmissão e assimilação desses ensinamentos

são imprescindíveis numa aula. O professor há que identificar no estudo do texto bíblico da lição, e na

própria lição, quais são os ensinamentos secundários e qual é o principal. Ao fazê-lo encontrará o

conteúdo de sua aula. Encontrado o conteúdo, terá achado o caminho por onde deverá se conduzir

durante a aula. Ao se conduzir por ele assegurará o êxito de sua docência.

O conteúdo é o primeiro fator a ser levado em conta no planejamento da aula. A clara

compreensão do conteúdo exigirá esforço e concentração do professor. Ainda neste livro daremos

algumas dicas sobre como estudar um texto da Bíblia, identificar conteúdos e extrair ensinamentos das

Escrituras e contextualizá-los aos nossos dias.

EXTENSÃO E TEMPO

O professor, ciente do conteúdo, já tem uma idéia da quantidade de informações e de

ensinamentos que precisará transmitir. Necessitará fazer um trabalho de seleção de conteúdo,

priorizando as informações e ensinamentos que se harmonizem de forma mais plena com a mensagem

principal a ser transmitida.

O professor estabelecerá uma relação entre a quantidade de informações e de ensinamentos

práticos com o tempo disponível para que os mesmos sejam transmitidos. Feito isto, determinará em seu

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planejamento prévio quanto tempo usará para cada parte da aula. Este planejamento é de suma

importância para não se cair no erro de usar muito tempo com um determinado aspecto da lição em

detrimento de outros.

Aconselhamos, de modo geral, a seguinte distribuição do tempo de uma lição:

Abertura (5%)

Ao começar a aula, o professor poderá conceder à classe um momento, breve, de confraternização.

É a hora dos alunos se cumprimentarem, de se apresentar os visitantes e de se fazer uma ou outra

comunicação de interesse da classe. É uma espécie de quebra gelo, muito importante para o início de

uma aula.

Introdução (10%)

O professor vai estabelecer a relação entre o que vai ser e o que foi estudado na semana anterior.

Buscará atrair a atenção e o interesse dos alunos pelo que será ensinado. Na introdução devem

ficar bem claros os alvos da aula em termos de lições a serem ensinadas e informações a serem

transmitidas. É este o momento, logo no início da aula, em que professor e alunos devem se colocar

diante de Deus para, em oração, pedir a bênção da sabedoria e do discernimento espiritual para o estudo

da sua Palavra.

É preciso se valer de muita criatividade na introdução da aula. Fatos contemporâneos, notícias de

jornais, ilustrações e experiências constituem excelente material para a introdução de uma boa aula na

Escola Dominical. Costumamos comparar a introdução de uma aula com o lançamento de um foguete.

Dizem os entendidos que nos primeiros minutos após o lançamento de um foguete, os cientistas já

são capazes de prever o sucesso ou fracasso de uma expedição espacial. As coisas são mais ou menos

assim com a aula da Escola Dominical, se o professor não conseguir captar a atenção dos seus alunos e

deixar claro para eles o que vai ser ensinado na introdução da aula, não conseguirá fazê-lo mais.

Interpretação (30%)

A preocupação do professor é com a transmissão de informações e dados que auxiliarão o aluno

na interpretação do texto bíblico em estudo. Neste momento, a palavra é quase totalmente de uso do

professor; eventualmente, um aluno pode oferecer contribuição, porém, o pressuposto é de que o

professor está preparado para oferecer aos seus alunos as informações de que se valerão para a clara

compreensão do texto bíblico.

Mais adiante ofereceremos maiores informações sobre como interpretar a Bíblia, importando

agora tão-somente conscientizar o leitor para o fato de que, em sala de aula, precisará reservar pelo

menos 30% do tempo disponível para o estudo e fiel interpretação da Palavra de Deus.

Vivemos numa época quando muitas pessoas têm se lançado na tarefa de ensinar a Bíblia, e isso

no rádio, na televisão etc, sem dar a merecida atenção à interpretação da Palavra. Aí, abre-se espaço

para verdadeiras aventuras hermenêuticas onde absurdos são apresentados como verdades bíblicas.

Os alunos da Escola Dominical precisarão ser alcançados com argumentação bíblica consistente

para que as verdades da Palavra de Deus sejam enraizadas em suas vidas, o que só será possível

mediante interpretação sadia e profunda das Escrituras.

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Aplicação (40%)

Uma vez bem interpretado, o texto bíblico oferecerá princípios e ensinamentos que deverão ser

aplicados à vida dos alunos. Caso contrário, o objetivo principal da Escola Dominical ficará por ser

atingido e não haverá aprendizado real das Escrituras, logo não acontecerão mudanças na vida dos

alunos.

Se um aluno, após uma aula na classe, não se sente estimulado a mudar aspectos de sua vida para

que eles se harmonizem com as Escrituras, certamente a aula não logrou êxito.

O resultado de uma boa interpretação é o surgimento de princípios, lições e ensinamentos que,

uma vez levados em consideração, provocarão mudanças na vida daqueles que a eles se submetem. Tais

princípios precisam ser clarificados e expostos para que os alunos deles se apropriem. Uma aula sem

aplicação é como se uma pessoa fosse ao médico, recebesse a receita, mas não fosse instruída sobre

como usar os medicamentos. É tarefa precípua do professor orientar seus alunos na aplicação das

verdades bíblicas.

Aplicando as verdades bíblicas à vida dos seus alunos, o professor estará construindo uma ponte

entre o mundo da Bíblia e o mundo de hoje. Ora, é preciso levar em conta que estamos distantes,

geográfica, cultural e cronologicamente do mundo da Bíblia, razão pela qual precisamos interpretar

corretamente seu texto e aplicar coerentemente as verdades dele extraídas à vida dos alunos. Sem

aplicação a aula torna-se somente informativa, sem relevância prática, sem vida. Ao término de uma

aula na Escola Dominical, o aluno deverá ter uma noção clara sobre como colocar em prática em sua

vida as verdades aprendidas.

No momento da aplicação é muito importante a participação dos alunos, dando opiniões,

compartilhando experiências e oferecendo subsídios para a cor-reta aplicação das verdades aprendidas à

vida dos colegas de classe. O professor deverá tomar cuidado e ser muito ágil no comando dos debates

para evitar que apenas um ou dois alunos monopolizem o uso da palavra. O ideal é que o professor

oriente a participação dos alunos, possibilitando inclusive que aqueles mais tímidos e reservados

expressem suas idéias e opiniões.

O resultado da participação dos alunos constitui farto enriquecimento da aula, especialmente no

seu aspecto prático. Com cautela, o professor não pode prescindir da participação dos alunos na

construção da aula. Uma opinião ou uma experiência pode ensejar uma situação de ensino, propiciando

muita edificação e aprendizado.

Conclusão (15%)

Ao terminar a aula, o professor precisa recapitular com os alunos as principais informações

transmitidas e repassar os ensinamentos aprendidos. A lição principal do texto precisará ser repassada,

enfatizada e ilustrada.

Não pode haver uso desproporcional do tempo nas partes anteriores da aula, sob pena de se

prejudicar a conclusão. A conclusão é o momento de fechar as idéias, ratificar princípios, confirmar

doutrinas e homologar atitudes e comportamentos. Uma boa conclusão não pode ser feita apressada ou

superficialmente, sob o risco de se comprometer toda a aula. Uma conclusão bem feita há de motivar o

aluno a prosseguir no estudo das Escrituras.

Ao concluir a aula, o professor precisa dar um tempo para que os alunos orem a Deus.

E um momento de comunhão e edificação espiritual, quando os alunos conversam com Deus

acerca de suas vidas nos aspectos tocados pelo estudo da sua Palavra.

Abertura

5%

Conclusão

15%

Interpretação

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30%

Aplicação

40%

Introdução

10%

Diagrama da distribuição do tempo de uma aula na Escola Dominical.

ESTRATÉGIA DIDÁTICA

Para cada etapa da aula, o professor precisa planejar uma estratégia didática. Mais tarde vamos

tratar de alguns métodos de ensino, mas agora precisamos deixar claro que, na introdução, interpretação,

aplicação e conclusão o professor deverá valer-se de estratégias que auxiliem e garantam o êxito de cada

etapa da aula. Novamente, o professor deve se fazer algumas perguntas que lhe servirão de norte: Qual é

a melhor maneira de introduzir esta aula?; Como posso interpretar de maneira interessante e atraente

este texto com a classe?; Que tipo de aplicação seria mais eficaz para esta aula?; Como concluir com

eficácia a minha aula? São perguntas como estas que poderão ajudar o professor na seleção de suas

estratégias didáticas.

Quando não se define eficazmente as estratégias didáticas, corre-se o risco da aula ficar chata e

desmotivar o aluno. É possível que excelentes aulas tenham naufragado exatamente pela negligência do

aspecto didático. Assim, ao planejar sua aula, o professor precisa pensar com antecedência sobre como

vai agir em cada etapa. A mesmice e a falta de criatividade didática podem pôr a perder todo um

trabalho sério de interpretação bíblica.

O professor precisará, no entanto, prevenir-se da tentação de variar metodologia apenas por variar,

sem que haja harmonia entre o método didático e o tipo de ensino a ser ministrado. É preciso haver

planejamento para que tudo seja bem pensado antes de ser executado.

TOCOU O SINAL...

De posse dessas informações, o professor deverá planejar suas aulas na Escola Dominical. Não

planejar é menosprezar o ensino das Escrituras e, ao mesmo tempo, demonstrar desprezo para como a

tarefa do ensino. Não planejar é desrespeitar os alunos que depositam confiança no zelo do seu

professor.

Não planejar é trair a confiança da própria igreja que delegou ao professor tão sublime tarefa: a do

ensino.

Comparecer diante de uma classe de Escola Dominical sem um planejamento sério e bem

elaborado é algo de que o professor deve fugir, pois como fiel cumpridor do seu dever leva em

consideração o que o Apóstolo Paulo escreveu aos romanos: "se é ensinar, haja dedicação ao ensino"

(Rm 12.7b).

Planejando com dedicação suas aulas, o professor sentirá em sua própria vida as bênçãos de

realizar um trabalho para o Senhor, com a alegria de o estar fazendo com o melhor de si, explorando ao

máximo suas potencialidades e sua criatividade. O professor verá no contato com os seus alunos, ao

constatar o crescente interesse deles pela Palavra de Deus, a retribuição por realizar o ministério do

ensino da Bíblia com amor, esforço e responsabilidade.

E quando tocar o sinal alertando para o final de sua aula, não haverá mais surpresas. Todos já

estarão prontos para saírem da sala e, se for o caso, dirigir-se ao santuário para prestar culto a Deus. Os

alunos sairão instruídos e alimentados por uma aula que lhes trouxe ricos e importantes ensinamentos,

nos quais procurarão pautar seus passos dia após dia. Tocou o sinal, acabou a aula... começou a prova.

QUE ASSUNTO DIFÍCIL!

Como preparar-se adequadamente para ensinar as Escrituras

Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite (Salmo 1.2).

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Planejar uma aula é uma coisa, preparar-se para ministrá-la é outra. Um planejamento, por melhor

que seja, não significará nada se não for executado por alguém preparado para tal. Tão grave quanto não

ter um planejamento adequado para uma aula, é não estar devidamente preparado para ministrá-la. Neste

capítulo nós vamos caminhar pela estrada da preparação para a aula. Vamos compartilhar idéias que

visarão ajudar o professor da Escola Dominical a preparar-se consistentemente para enfrentar a classe na

hora da aula.

Para um professor bem preparado, com uma aula bem planejada, não existe assunto difícil. No

decorrer de sua preparação, as dúvidas vão se desfazendo, as dificuldades vão se resolvendo e a luz da

Palavra de Deus vai iluminando o ser humano humilde e submisso ao Pai, chamado professor.

Muitos dos que estão alistados na sublime categoria de professor da Escola Dominical deixam

para a última hora o preparo da lição e o seu próprio para o ensino. Erram por subestimar a função que

abraçaram c por superestimar a própria capacidade intelectual. Quando termina uma aula, o professor já

deve estar envolvido no preparo da próxima. Jamais o professor deve deixar os dias passarem e

acumular trabalho para a véspera da aula. Os que deixam tudo para cima da hora, além de nunca

realizarem um trabalho sério e relevante, podem ser surpreendidos com imprevistos que os empurrarão

para a sala de aula sem qualquer preparo prévio. O professor previdente e organizado administrará seu

tempo semanal de modo a conduzir bem seu preparo para a aula, o que assegurará a eficácia de sua

atuação em classe.

Os seguintes aspectos devem ser levados em conta quando refletimos sobre o preparo adequado do

professor para o ensino das Escrituras:

PREPARO ESPIRITUAL

Este é o primeiro aspecto a ser considerado. Na Escola Dominical, o mais importante não é tanto

na destreza acadêmica, conquanto necessária, mas sim o preparo espiritual. A piedade e devoção do

professor precisam encabeçar a lista de suas virtudes, Realmente, à frente de uma classe precisa estar um

verdadeiro crente em Jesus Cristo, alguém objeto de uma experiência pessoal de conversão e em pleno

processo de santificação. A responsabilidade de ensinar a Palavra impele a liderança da igreja a escalar

como professores apenas crentes fiéis e detentores de um testemunho vivo do Evangelho.

Ser professor da Escola Dominical não é uma profissão, mas uma vocação, um serviço prestado ao

Rei dos reis, uma oferenda, um gesto de adoração. Não basta, portanto, saber a lição ou dominar as

técnicas de ensino; é necessário saber o caminho da cruz e ter coragem para chegar-se aos pés de Jesus

em oração, dia após dia. O professor é, antes de tudo, um adorador e um servo dependente em tudo do

seu Senhor.

Sem dúvida que a oração[1] deve ser parte da vida diária do professor. Serve muito bem para o

professor a oração do salmista: "Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei".

(Salmo 119.18). Ao proferi-la, o professor expressa diante de Deus o reconhecimento de sua

incapacidade de entender a Palavra de Deus sem o seu auxílio. Através de uma vida de oração e

constante busca da vontade de Deus, o professor encontra na Palavra Santa, que estuda e ensina,

verdades que mudarão a vida de seus alunos e a sua própria. Vale lembrar, porém, que a oração não

substitui o trabalho do professor. Muitos pensam que tudo que precisam fazer é orar. Assim, cruzam os

braços e esperam, inocentemente, que Deus se encarregue de tudo o mais. Cabem bem aqui as palavras

de Inácio de Loyola: "Ore, como se você não contasse consigo mesmo. Trabalhe como se você não

contasse com Deus".[2]

O professor vai a Deus em oração rogando unção e sabedoria para o entendimento das Escrituras e

o discernimento para o seu ensino. E muito importante que os alunos vejam no professor uma pessoa de

oração e aprendam a orar motivados por sua vida e postura.

Ao lado da oração está o estudo da Palavra de Deus. Tratamos aqui do estudo devocional, quando

1 - Para uma visão mais aprofundada sobre oração, ver TIPPIT Sammy. O Fator Oração. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, 156p 2 - LOYOLA, Inácio de. Citado por GARAUDY, Roger. Minha jornada Solitária pelo Século. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, I 996, 298p

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o professor busca alimento para si próprio. Neste momento, o professor se identifica como aluno do

supremo mestre. Vai à fonte das águas tranqüilas para ter a sede do Altíssimo diminuída (SI 42.1,2).

Em comunhão com a Palavra de Deus, o professor abastece seu coração e supre sua fome

saciando-se nas promessas do Livro Santo.

Cada dia vivendo em comunhão com a Palavra de Deus, declarando com a vida seu amor por ela

(SI 119.97), o professor vai enchendo suas entranhas (Ez 3.1) dos ensinamentos eternos e vivos, que

ficarão para sempre marcados em seu coração. Assim, o professor torna-se firme e constante, verdadeiro

depositário das verdades divinas, fiel guardião da sã doutrina.

O professor piedoso e fiel há de receber sua recompensa. Ao ver seus alunos amadurecendo na fé,

transformando-se em homens e mulheres de Deus, cooperadores incansáveis na luta do Reino de Deus,

até mesmo obreiros e ministros lutando no exército do Senhor; o professor notará que Deus o está

recompensando por sua fidelidade e dedicação.

Espiritualmente, o preparo do professor da Escola Dominical ainda é burilado pelo exercício fiel

de sua mordomia e pelo serviço que presta à causa do Evangelho. É nossa opinião que para estar à frente

de uma classe onde a Bíblia é ensinada o crente precisa ser um fiel dizimista, cumprindo com alegria as

orientações da Palavra que deseja ensinar aos seus alunos. Crentes que ainda não são fiéis mordomos do

Senhor não podem exercer qualquer função de liderança na igreja de Deus, precisam antes corrigir seus

descaminhos e descobrir a bênção da fidelidade. O serviço cristão, outra dimensão deste burilar sereno

do preparo espiritual do professor, significa engajamento na obra da igreja, presença, participação. Aqui

vai mais uma exortação a crentes que, por serem professores da Escola Dominical, acham-se

dispensados do evangelismo, da ação social, da adoração etc. Tal pensamento peca por querer

departamentalizar o compromisso do crente com Deus e sua obra, além de não encontrar respaldo nas

Escrituras.

PREPARO BÍBLICO

Espiritualmente preparado, o professor vai buscar o preparo bíblico adequado à aula que pretende

ministrar. Não deve se contentar com uma ligeira leitura do texto da revista ou de um comentário

bíblico, mas aventurar-se por um mergulho profundo nas Escrituras.

No preparo de uma aula para a Escola Dominical, o professor precisa levar em conta os seguintes

passos:

1. Ler várias vezes o texto bíblico

Leia o texto até que o sentido e as principais idéias do mesmo esteiam bem claras em sua mente.

Uma boa coisa é ler o texto em diferentes versões da Bíblia. Embora não haja diferenças quanto ao

sentido, há versões que optam por palavras que, eventualmente, podem ser mais familiares ao professor.

Às vezes uma versão é mais feliz do que outra na escolha de algumas palavras e expressões. Por

exemplo, comparando o texto de Colossenses 3.21 na versão revisada da tradução de João Ferreira de

Almeida com a versão do Padre.

Matos Soares, temos o seguinte:

"Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados" (Almeida – Versão

Revisada).

"Pais, não provoqueis à indignação a vossos filhos, para que não se tornem pusilânimes" (Matos

Soares).

Note como a comparação das duas versões ajuda na compreensão e enriquece o entendimento da

orientação paulina. Se o professor fizer o mesmo com três ou quatro versões diferentes, verá resultado

ainda maior em termos de entendimento dos textos bíblicos.

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As paráfrases[3] também são muitos úteis para ajudar na compreensão das passagens bíblicas,

embora tenhamos de com elas tomar cuidado, posto que a preocupação do texto parafraseado não é com

a tradução fiel, mas sim com a popularização.

2. Usar material de consulta disponível

Para tirar dúvidas com relação a palavras, expressões, localidades, pessoas etc, o professor deve

lançar mão do material de consulta que estiver à disposição: dicionários[4], concordâncias[5],

comentários[6] e manuais[7] bíblicos, que, uma vez consultados poderão ajudar muito. São livros

elaborados por especialistas e só podem ser úteis ao professor. Um bom dicionário da língua portuguesa

também é indispensável para a compreensão segura da leitura.

Só para exemplificar a importância de manuais bíblicos verificamos em João 4.3,4 que Jesus

"deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia. E era necessário passar por Samária". Para

descobrir por que era necessário que Jesus passasse por Samária, basta procurar num manual bíblico o

mapa da Palestina nos tempos de Jesus. O professor estudioso entenderá que o texto faz referência à

geografia da Palestina. Ele verá que estando na judéia (Sul) e desejando voltar para a Galiléia (Norte)

precisará atravessar Samária (Centro). Observe como uma simples consulta a um material de pesquisa

acrescenta informações que certamente elucidarão o texto e seu significado para os alunos.

3. "Bombardear" o texto com perguntas

Identifique promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas, orientações e lições no texto

em estudo. Cada leitura pode ser feita tendo o professor, disponível, uma folha de papel em branco, para

que anote todas as suas observações sobre o texto, inclusive dúvidas e inquietações. O material de

consulta, e aqui entram as revistas da Escola Dominical (as edições para professores, suplementos etc),

ajudará o professor a confirmar ou não suas observações (às vezes não entendemos bem o que lemos) e

também a sanar todas as suas dúvidas com relação ao texto bíblico em estudo. O importante é que o

professor se antecipe o quanto puder a qualquer dúvida que poderá surgir em sala de aula. Caso não

consiga, por si só, dirimir alguma dúvida, o professor deve procurar a ajuda de alguém mais bem

preparado como o pastor ou um professor mais experiente, para que não fique, ele mesmo, sem entender

algo do texto que vai ensinar.

No entanto, mesmo com toda pesquisa e tendo procurado antecipar-se a qualquer questão sobre o

texto, o professor pode ser surpreendido por uma pergunta sobre a qual não havia pensado ainda.

Quando isso acontecer, a melhor coisa a fazer é ser humilde e comprometer-se com a classe em trazer

uma palavra sobre o assunto na próxima aula. Agindo assim, o professor demonstrará seriedade e

responsabilidade para com o seu ministério, além de lembrar a seus alunos, que em matéria de Bíblia, na

prática, todos estamos sempre aprendendo.

É certo, porém, que se o professor for dedicado e zeloso, pesquisador incansável da Palavra de

Deus, raramente estará em dificuldades diante de sua classe. Mostra a experiência que ao se

descuidar da pesquisa muitos professores da Escola Dominical acabam por cair no descrédito diante dos

seus alunos, inviabilizando assim sua continuidade na docência cristã.

4. Fazer um esboço detalhado do texto

Depois de ler o texto várias vezes e de estudá-lo em profundidade, o professor está pronto para

3 - Paráfrase é a tradução livre ou desenvolvida de um texto. Refere-se aqui a inúmeras traduções da Bíblia que não seguem a rigidez de uma

tradução literal ou clássica. O sentido é preservado numa tentativa de tornar o texto mais claro ao leitor mais simples. 4 - A propósito, indicamos DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p. e também DOUGLAS, J.D. (Editor

Organizador). O Dicionário da Bíblia 2 vol., São Paulo: Vida Nova, 1983. 5 - A concordância mais completa em português é a Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1975, 1.101p. 6 - Merecem indicação o Comentário Bíblico Broadman, da Juerp; os comentários da Série Cultura Bíblica, da Mundo

Cristão e Vida Nova; e os comentários do Antigo Testamento de António Neves de Mesquita, publicados pela Juerp. 7 - Sugerimos aqui HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. 2 vol., São Paulo: Vida Nova.

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esboçá-lo de forma detalhada e seqüencial. Divida-o em partes, decida o que vai ser ensinado em cada

tópico, dimensione à luz das informações do capítulo anterior cada etapa da sua aula.

Ao fazer um esboço, o professor estará criando um esquema que o auxiliará na exposição de seu

texto. No esboço, o professor conta com considerável material, produto de sua pesquisa. Estará ainda

estruturando, mesmo que incipientemente, o conteúdo de sua aula.

5. Alistar as lições mais importantes do seu texto

No decorrer do seu estudo, o professor deve ir anotando ensinamentos práticos que se constituirão

em material para o momento da aplicação do texto bíblico durante a aula.[8] Aqui o professor deverá

pensar em seus alunos, na realidade de vida deles. Cada texto da Bíblia está eivado de lições preciosas

para nossas vidas, a questão é tão-somente identificá-las e pinçá-las para posterior utilização.

Uma coisa muito importante a ser salientada é o fato de que as principais e mais agudas lições de

um texto não estão em sua superfície, mas em sua profundeza. Quanto mais profundo for o mergulho,

mais perto dos tesouros estará o professor. Muitos erram e ficam embevecidos com algumas verdades da

superfície, se bastam com elas e partem para compartilhá-las, sem o devido aprofundamento. As

maiores bênçãos do estudo da Bíblia se encontram, quais tesouros há muito submersos, lá no fundo,

exigindo tempo, paciência e coragem por parte de quem quer conquistá-los. O professor da Escola

Dominical precisa ser apaixonado pela Bíblia, deve experimentar dia-a-dia o que o salmista chama de

ter prazer na lei do Senhor (SI 1.2). Este prazer se dá, em toda a sua plenitude, quando o professor se

descobre como um mergulhador a desvendar os mistérios e as maravilhas da Palavra eterna de Deus.

Recorde os passos para um preparo bíblico eficaz: Ler várias vezes o texto Usar material de

consulta Fazer perguntas ao texto Fazer um esboço detalhado do texto Alistar as lições mais importantes

PREPARO DIDÁTICO

Espiritual e biblicamente preparado, o professor vai agora se organizar didaticamente. Ele precisa

escolher que método usará e de quais recursos didáticos necessitará. Neste ponto, é muito importante

que o professor se utilize, com criatividade, dos recursos disponíveis para que a aula não caia na

monotonia nem se torne repetitiva e desestimulante.

Eis alguns dos recursos didáticos de que o professor pode fazer uso para tornar sua aula mais

atrativa e interessante:

Quadro-negro

Talvez o mais comum entre os recursos didáticos disponíveis. Muitas vezes, porém, o professor

leciona como se o quadro-negro não estivesse na sala. O quadro-negro pode ser usado para anotações de

esboços da aula, exposição de tabelas, explicações ligeiras etc. Um bom conselho para a utilização do

quadro-negro: o professor deverá chegar mais cedo a fim de escrever com antecedência as informações

que precisará expor aos alunos. Haverá, com isso, economia de tempo durante a aula. O uso adequado

do quadro-negro, inclusive usando giz colorido, já constitui excelente instrumento de motivação. O

quadro apela para o visual do aluno, colocando em ação, portanto, um segundo sentido, e reforçando as

chances de aprendizagem.

Álbum seriado

Trata-se de um instrumento didático de largo uso, tanto pela simplicidade de sua confecção,

quanto pela praticidade de seu uso. Nele, o professor pode colocar, página a página, esboços,

ilustrações, mapas, figuras etc, ou seja, todo o material necessário para a aula. Se bem confeccionado,

com tamanho razoável, possibilitando a visão para todos, com criatividade no uso das cores e no humor

das ilustrações, o álbum seriado se torna um poderoso recurso didático para o professor.

8 - Veja, no primeiro capítulo, o tópico intitulado ‘Aplicação’.

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Flanelógrafo

De uso mais difundido entre os professores de crianças, é muito apropriado para ajudar no

aprendizado dos alunos. Figuras previamente selecionadas são colocadas num painel. Funciona

excelentemente nas narrativas bíblicas e nas estórias infantis. O painel pode funcionar como um cenário

que vai recebendo os personagens à medida que se desenrola a narrativa.

Retroprojetor

Tem seu uso limitado a ambientes passíveis de serem escurecidos. É uma espécie de álbum

seriado elétrico. As transparências precisam ser bem preparadas para serem exibidas. O uso do

retroprojetor exige o trabalho de um auxiliar devidamente treinado para colocar e retirar as

transparências, seguindo a orientação do professor.

Outros recursos

Além dos descritos acima, que são os mais comuns, há também outros equipamentos que a cada

dia vão sendo mais difundidos no meio escolar. Do projetor de slides ao microcomputador, passando

pelo videocassete e o quadro de tiras, muitos são os recursos modernos que estão à disposição das

igrejas e dos professores. O importante, no entanto, é que o professor esteja sempre aberto para usar, na

medida do possível, os recursos disponíveis.

Valendo-se desses recursos e de outros que o professor conheça, a aula terá sempre atrativos

interessantes, será um estímulo para os alunos e um incentivo para que eles aprendam com maior

eficácia a Palavra de Deus. Vale a pena investir em equipamentos didáticos. É uma benção quando a

igreja tem a visão de aparelhar-se da melhor maneira para viabilizar um ensino de boa qualidade na

Escola Dominical.

No entanto, o preparo didático não pára na seleção e no uso dos equipamentos, é necessário que o

professor pense no método que vai usar em aula. Sem desejar a perfeição técnica, alistaremos alguns

métodos [9] de ensino que julgamos bem apropriados para uma classe de Escola Dominical.

Palestra ou exposição

Este método vem dos primórdios da atividade docente. Nele o professor expõe o conteúdo a ser

aprendido pelos alunos. É um método muito criticado por vários motivos: a participação dos alunos é

pequena, há tendência à massificação da classe e conseqüente desconsideração das diferenças

individuais, há criação de barreiras que impedem os alunos de tirarem dúvidas e contribuírem na

construção do aprendizado coletivo etc. É realmente um método muito antipatizado, especialmente nos

tempos em que vivemos, quando não se aceita mais posturas verticalizadas nem detentores absolutos da

verdade.

Nossa época exige que busquemos métodos e estratégias mais participativas. Há a necessidade de

se construir o aprendizado a partir da realidade de vida do aluno, e para isso é importante o uso de

métodos menos restritivos. No entanto, a palestra, conquanto criticada e até rejeitada, pode se constituir

num método aceitável, desde que se mescle com outros e seja usada com perícia e maestria. Quando

uma exposição é apresentada de forma criativa e elucidativa, é apreciada e até aplaudida. O que não

pode ocorrer de forma alguma é aquele tipo de palestra em que o professor monopoliza o tempo sem dar

oportunidade aos alunos de participarem.

Discussão

E talvez o método que mais tenha a ver com a natureza humana. Falar e expressar seu ponto de

vista é característica inerente a qualquer pessoa. Este método consiste na apresentação de uma situação

problema que será discutida por todo o grupo na busca de uma solução. Não se trata de debate, mas de

esforço conjunto para a solução de um problema apresentado. Para que aconteça uma boa discussão, o

9 - Ver COLEMAN, Jr., Lucien E. Como Ensinar a Bíblia. 2a. ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1989, 202p. Ver também FORD, Leroy. Planejamento do

Ensino e Treinamento. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, I27p. Ainda HENDRICKS, Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991,

I43p. E outros livros constantes das referências bibliográficas, ao final deste livro.

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problema apresentado deve ser do interesse dos alunos, assim eles estarão naturalmente motivados a

emprestarem sua colaboração. A atitude do professor na discussão deve ser mais no sentido de estimular

a participação de todos e lembrar que é fundamental o respeito às opiniões alheias. O professor

observará os alunos que não estão participando e oferecerá informações norteadoras e elucidativas para

ajudá-los no rumo da discussão.

Neste método um assunto é anunciado, definido e discutido. Depois as soluções possíveis serão

alistadas e se constituirão em alvo das reflexões e avaliações da classe, agora com uma participação

mais presente, embora não coercitiva, do professor. Segue-se, então, a decisão final e a formulação de

planos de ação.

O professor assume uma posição estratégica neste método. Se ele não souber se comportar, agindo

e interagindo com a classe, especialmente em momentos de definições de rumo, pode-se chegar ao final

da aula sem conclusão alguma formulada acerca do problema proposto ou, o que é ainda pior, com um

consenso formado em torno de uma postura equivocada com relação ao problema. Para evitar tal

catástrofe, o professor há de organizar bem a aula, cronometrá-la e gerenciá-la para que os resultados

sejam satisfatórios.

Discussão em grupos

Difere do método anterior pelo fato de a discussão se processar em pequenos grupos formados

pelos alunos da classe. A filosofia é a mesma da do método anterior, mas sua execução é diferente. Aqui

aspectos diferentes de uma mesma situação-problema são distribuídos para grupos menores discutirem.

Cada grupo terá um relator que anotará as decisões finais do mesmo, a fim de prestar relatório

para a classe. O relator também se responsabilizará por controlar o tempo da discussão para não

prejudicar as demais etapas do trabalho de cada grupo, quais sejam: a identificação de possíveis

soluções, a avaliação e a decisão final.

O tempo precisa ser bem administrado para se evitar ações precipitadas na construção dos

relatórios. Também o assunto dado precisa ser compatível com o tempo designado. Cada grupo prestará

seu relatório e a classe toda poderá apreciá-los e ir somando aspecto por aspecto da situação-problema

apresentada.

Na utilização deste método, o professor circula de grupo em grupo tentando ajudar com

informações e orientações. Ele precisa monitorar bem o tempo e ajudar os relatores dos grupos no

momento da apresentação de seus relatórios. Assim, ao final da aula, com a participação de todos, se

verificará um substancial aprendizado e amadurecimento dos alunos e do professor.

Outros métodos

Além dos métodos já expostos, existem vários outros que podem ser utilizados nas classes da

Escola Dominical. Há o de perguntas, que consiste na elaboração prévia de perguntas que aguçarão a

curiosidade intelectual dos alunos; o de debate, que é a troca de opiniões em torno de um determinado

tópico de estudo; a dramatização é outro método que visa instigar os alunos a vivenciarem a realidade

do texto de forma mais intensa e se envolverem com a trama do mesmo etc.

O professor deverá escolher qual método é o mais apropriado para o tipo de lição que irá ensinar,

bem como qual se aplicaria com maior eficácia à natureza da sua classe. É muito importante que o

professor use variados métodos até identificar aqueles que melhor se adaptam a seus alunos, motivando-

os pesquisa e ao estudo da Palavra de Deus.

Ainda existe a possibilidade de o professor mesclar vários métodos, usando-os em momentos

diferentes da aula, ou mesmo valendo-se de porções de um e de outro para o melhor desenvolvimento da

sua aula. O que não pode ocorrer é uma aula sem método algum, pois a tendência nesses casos é uma

perda de tempo enorme até que a própria classe organize um método próprio, que nem sempre satisfará

plenamente as exigências da aula. Ter um método é escolher um caminho e sem um caminho claramente

definido é difícil chegar-se a algum lugar.

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QUE GENTE DESINTERESSADA!

Como motivar seus alunos a se envolverem com o estudo da Bíblia

Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te

salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1 Tm 4.16).

Os professores reclamam muito da falta de interesse dos alunos com as aulas da Escola Dominical.

Na verdade, há também bastante reclamação dos alunos sobre a qualidade das aulas de seus professores.

Parece que está faltando motivação para que os alunos sintam vontade de frequentar o estudo em classe.

Não vamos aqui entrar no velho debate sobre a origem e a influência da motivação no

aprendizado, mas pretendemos oferecer algumas sugestões aos professores de atitudes e procedimentos

que podem contribuir para o despertamento e o aumento do interesse dos alunos pelo estudo da Palavra

de Deus nas classes da Escola Dominical. Nossa tese é de que há algo que o professor pode fazer, existe

uma contribuição dele para acender ou reacender a chama do interesse dos alunos pelo estudo da Bíblia.

Vejamos, então, como um professor pode cooperar para que a experiência de estudar a Bíblia nas classes

da Escola Dominical seja gratificante e positiva para a vida dos alunos.

LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA

Quando um professor estuda a Bíblia com seriedade, o que implica fazê-lo em profundidade, os

alunos sentem o impacto e os efeitos disso durante a aula. Ao notarem que o seu professor se

aprofundou no estudo do texto bíblico a fim de se preparar para lhes ensinar, os alunos, naturalmente,

valorizam e se sentem motivados a se dedicar mais ao estudo da Palavra de Deus. Por outro lado, ao

notarem superficialidade em seu professor, os alunos têm a tendência de se afastar da classe e quando

permanecem o fazem sem qualquer interesse pelo que o professor está dizendo. Quem já foi aluno sabe

que é horrível ter que assistir a uma aula de um professor que demonstra claramente desconhecimento

da matéria que deveria ensinar e desprezo pela disciplina ministra. Da mesma forma, quando um

professor da Escola Dominical demonstra menosprezo pelo ensino das Escrituras, quando está sempre

despreparado, não pode nunca esclarecer as questões, está sempre adiando problemas e age como se não

estivesse nem aí para o que os alunos vão ou não aprender, o resultado é simplesmente desastroso para a

Escola Dominical e a igreja. Só deve estar à frente de uma classe, alguém que esteja pronto para levar a

sério o estudo da Palavra de Deus.

SEJA PONTUAL E ASSÍDUO

Ao chegarem na classe, os alunos precisam ser saudados pelo professor. Ele é sempre o primeiro a

chegar. Já preparou o ambiente para o ensino do dia, já verificou se tudo está em ordem: giz, tomadas,

transparências, posição das carteiras, iluminação, material didático etc. O professor deve começar e

terminar sua aula sempre no horário estabelecido, deve evitar atrasos e prolongamentos desnecessários.

Se precisar faltar um dia, por motivo muito justo e absolutamente necessário, deve preparar a

classe para a sua ausência, informando com antecedência quem o estará substituindo e preparando seu

substituto para que aja da mesma forma, cumprindo o horário. A pontualidade e a assiduidade do

professor é elemento motivador para a pontualidade e assiduidade dos alunos. Quando o professor não

leva a sério este aspecto do seu trabalho, a tendência é que os alunos façam o mesmo e ainda critiquem-

no pela falta de compromisso demonstrada.

DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS

Acima discorremos acerca de como é horrível assistir a uma aula de um professor despreparado.

É muito desagradável participar, também, de aula chata, monótona, onde o professor fala o tempo

todo e de forma morosa. Ninguém agüenta! É horrível! Vivemos na época da velocidade, da

instantaneidade, da agilidade de informação e da automação em todos os segmentos da sociedade. Não

se pode suportar letargia na docência da Escola Dominical. As aulas precisam ser criativas, o professor

tem de colocar a cabeça para funcionar e pensar sobre formas atraentes e bem humoradas de ministrar a

Palavra aos seus alunos.

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As aulas precisam ser dinâmicas. O professor não pode ficar estático na classe. Movimentação,

uso dos recursos já apresentados, novidades, tudo isso reacende a atenção dos alunos. Você já reparou

que um comercial de TV dura entre 15 e 30 segundos, já percebeu que neste curtíssimo espaço de tempo

as agências de publicidade lançam mão de tudo que podem para prender a atenção do telespectador:

música, movimento, cenas rápidas, palavras escritas etc. Você já observou que no telejornalismo, o

repórter muda de foco (para a direita, para a esquerda, mais de perto e mais de longe) a cada 10 ou 15

segundos? Está provado que para prender a atenção dos alunos num mesmo ambiente durante 50

minutos se faz necessário muito dinamismo, caso contrário a aula fica chata e indesejada.

PLANEJE AULAS ENVOLVENTES

Aquele modelo de aula onde os alunos permanecem sentados, na mesma posição, do começo ao

fim, está complemente ultrapassado. Sabemos que em muitas igrejas ainda se usa este sistema arcaico e

negativo para o ensino na Escola Dominical. Nosso desejo é que tais igrejas alcancem o progresso no

que diz respeito ao ensino bíblico. Cari Rogers apresenta uma interessante abordagem deste tema,

versando sobre O Processo Educacional e seu Futuro.[10] Ele compara o modelo tradicional de ensino

com o que chama de aprendizagem centrada na pessoa. Uma coisa que vale a pena ser destacada aqui é

que o tempo daquelas aulas onde o aluno, seu potencial, seu conhecimento e sua cultura eram

desconsiderados já ficou para trás e insistir nisso é uma atitude infrutífera e fadada ao fracasso.

Na Escola Dominical as aulas precisam ser envolventes. Os alunos precisam se sentir à vontade

para contribuir, obviamente, que de uma maneira planejada e facilitada pelo professor. Tanto na

metodologia adotada quanto na sua aplicação, a aula deve envolver os alunos de tal forma que gratifique

a todos pelo sentimento de ter participado da descoberta de verdades eternas.

NAO SE DESCUIDE DA APLICAÇÃO

Você se lembra que à aplicação nós sugerimos fossem dedicados 40% do tempo da aula. Trata-se

da parte mais importante da aula, do ponto de vista da utilidade para a vida do aluno. A experiência

mostra que quando o professor faz aplicações felizes, diretas e que, têm a ver com a realidade de vida de

seus alunos, o interesse pelo estudo da Bíblia cresce de forma visível e indiscutível. O aluno quer saber,

em última instância, o que aquele texto bíblico que lhe está sendo ministrado tem a ver com a sua vida

diária. Se o professor, ao aplicar a mensagem bíblica, consegue saciar sua inquietação, o resultado será

que a Bíblia se tornará um livro relevante e pertinente para a sua realidade existencial.

Quando não acontece uma feliz e pertinente aplicação, a aula situa-se tão-somente no plano

teórico, sem demonstrar a importância dos ensinos bíblicos para o aqui e agora dos alunos, condena-se

ao esquecimento ou, quando apresenta excelente nível de qualidade de j informações, a um mero prazer

intelectual momentâneo e passageiro. Naturalmente que, para aplicar corretamente a lição, o professor

deve conhecer bem seus alunos e sua realidade de vida. Mais adiante discutiremos isso, no momento, é

importante que entendamos que a aplicação não pode prescindir de um conhecimento razoável das

necessidades dos alunos por parte do professor. Aqui está uma das questões mais importantes no que se

refere ao professor da Escola Dominical. Ele é diferente do professor de matemática ou de biologia da

escola secular. O professor da Escola Dominical tem um compromisso com a vida dos seus alunos e não

apenas com o intelecto deles. Não está interessado apenas em passar informações, deseja transmitir-lhes

vida e, conhecendo-os bem, será capaz de aplicar às suas vidas os princípios da Palavra de Deus.

VIVA O QUE VOCÊ ENSINA

Sem sombra de dúvida aqui está o principal elemento motivador dos alunos de uma classe na

Escola Dominical: a vida do professor. Quando o professor consegue demonstrar, através de atitudes e

comportamentos, que procura colocar em prática, na própria vida, os princípios que ensina em classe,

seus alunos verificarão que é possível praticar a Bíblia no dia-a-dia.

10 - KOGERS, Cari R. Um jeito de Ser. São Paulo: EPU, 1983, p. 91-120.

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Muitos professores se equivocam ao pensar que fora da sala de aula não são observados por seus

alunos. Na verdade, com o tempo todos os alunos observam seus professores, e como é triste quando

constatam que ele não dá a mínima importância para o que lhes ensina dominicalmente. E pode-se notar

com certa clareza a catástrofe que é ter diante de uma classe da Escola Dominical alguém cuja vida não

se constitui num exemplo para os seus alunos. É o ante-ensino, um esforço tremendo no sentido oposto

aos objetivos e postulados da igreja de Deus. A atitude do professor deve ser sempre de piedade e

submissão à Palavra de Deus. Ao encontrar algum ensino ou princípio bíblico que ainda não observa em

sua própria vida, deve ser humilde em começar a praticá-lo, assim ganhará mais autoridade diante dos

seus alunos e reforçará neles o sentimento do valor da Bíblia como norteadora de suas atitudes e ações.

Ao verem que o professor se esforça para viver de acordo com a Palavra de Deus, serão motivados a

fazer o mesmo. Tem se dito muito que em nossos dias vivemos; uma crise de modelos sem precedentes

na história. Isso chama nossa atenção, como professores da Escola Dominical, para a responsabilidade

que temos diante daqueles que assumimos como nossos alunos. Somos j responsáveis por eles e pelo seu

crescimento espiritual sadio e coerente.

SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA

Um professor da Escola Dominical que é um cristão genuíno e integrado à igreja com a qual

coopera, se constitui num tremendo instrumento nas mãos de Deus para a edificação dos seus alunos.

Seu envolvimento inspira seus alunos a se envolverem com as coisas de Deus. Eis alguns aspectos desta

integração que julgamos oportuno salientar neste ponto:

Presença aos cultos e atividades da igreja

Um professor da Escola Dominical que não participa assiduamente dos cultos e das atividades de

sua igreja jamais cooperará com a motivação dos seus alunos em prol dos objetivos da igreja. Será

sempre um peixe fora d'água. Seus alunos aprenderão com seu mau exemplo a serem membros alheios e

desinformados, sempre distantes da vida da igreja. Professores presentes aos cultos e aos trabalhos da

igreja são sempre bons exemplos de cooperação e integração.

Dizimista fiel

Voltamos a enfatizar que o professor da Escola Dominical precisa ser um dizimista fiel. Ele

entende a doutrina bíblica do dízimo e o concebe como o método de Deus para o sustento da obra. Não é

daquelas pessoas que vivem dando desculpas para não dizimarem, nem aquele tipo de crente que se

esconde atrás da orientação neotestamentária segundo a qual cada um deve contribuir segundo propôs

no seu coração para nunca contribuir ou dizimar. Para estar à frente de uma classe da Escola Dominical,

na qualidade de professor, o crente precisa ser um fiel dizimista ao Senhor.

Distante dos ventos de doutrinas

Vez por outra surgem no seio da igreja pessoas ou grupo de pessoas com tendências doutrinárias

diferentes daquelas estabelecidas e aceitas pela igreja. A pessoa, normalmente, se sente insatisfeita com

sua igreja e passa a freqüentar outra de confissão diferente. Não satisfeita em ficar na nova igreja volta à

de origem para conquistar simpatizantes e tentar convencê-los do erro das doutrinas que professam. Se

um crente deve abster-se de qualquer aproximação dessa natureza, que se dirá de um professor da

Escola

Dominical. Ele nunca deve se envolver com este tipo de movimento, pelo contrário, tem de

permanecer firme nas doutrinas que abraçou com sua igreja. O professor desempenhará o papel de

mestre, tirando dúvidas e demonstrando aos seus alunos e demais membros da sua congregação as

bênçãos da fidelidade doutrinária.

Eticamente correto em sua vida Fiel cumpridor dos seus deveres e da sua palavra, o professor da

Escola Dominical procura sempre dar um bom testemunho diante da sociedade. Dentro da igreja não se

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envolve em maledicências, fofocas, conspirações e maquinações que só destroem os laços de

fraternidade cristã. Vale a pena fazer uma leitura criteriosa do texto de Provérbios 6.16-19 para constatar

como Deus abomina os que enveredam por este caminho. Como professor, o crente sabe que sua vida é

um referencial constante para os demais, entende que nunca pode ter seu nome envolvido em situações

ambíguas ou de caráter duvidoso. Sendo exemplo diante de seus alunos na conduta ética, o professor

também os estará motivando ao estudo das Escrituras.

Não foram apresentadas aqui técnicas de motivação, até mesmo porque há ainda muitas dúvidas

sobre sua eficácia prática para o aprendizado. No entanto, vimos atitudes motivadoras do professor para

com seus alunos. Cremos que, à medida que o professor for se esmerando nessas atitudes, seus alunos

serão estimulados a uma vida cristã autêntica e dinâmica sob o senhorio de Jesus Cristo.

BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO!

Como interpretar e estudar a Bíblia, descobrindo suas maravilhas.

Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (1Tm 4.13).

Estamos distantes do mundo da Bíblia cultural, geográfica e cronologicamente. Este fato

naturalmente dificulta o entendimento das Escrituras, pois como entender hoje, quase dois mil anos

depois de Cristo, escritos datados de até 3.500 anos atrás? Daí a razão pela qual muitas pessoas não

conseguem compreender bem a Palavra de Deus e a têm como difícil e complicada.

Por esse mesmo motivo, entende-se também o surgimento de tantas heresias e distorções

teológicas, pois tentando interpretar a Bíblia sem critérios sérios muitos acabam por afirmar doutrinas e

posturas que realmente a Bíblia não apóia nem autoriza.

A única maneira de alguém compreender a Palavra de Deus é dedicar-se ao seu estudo de forma

zelosa e disciplinada. Como disse Paulo Freire: "estudar é, realmente, um trabalho difícil. Exige de

quem o faz uma postura crítica, sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser

praticando-a."[11]

Só será possível entender a Bíblia, portanto, com um trabalho sério, lançando mão dos princípios

de interpretação universalmente aceitos e difundidos. São princípios que, uma vez observados, abrem

diante do estudante as portas de acesso à verdade eterna. Deus, pelo seu Espírito Santo, capacita o ser

humano a compreender o texto sagrado através da utilização destes princípios.

ALGUNS TERMOS-CHAVES

Antes de uma exposição dos princípios de interpretação da Bíblia, vamos proceder a uma

definição de termos, tanto para evitar confusão no entendimento como para situar o amado leitor,

ajudando-o a se localizar no espectro da revelação de Deus.

REVELAÇÃO - Há hoje o uso desta palavra de forma completamente diferente do seu sentido

original. A palavra revelação no Antigo Testamento é galah e significa descobrir, mostrar o que está

encoberto. No Novo Testamento a palavra é apokálypsis, que significa tirar o pano ou puxar a cortina.

A idéia é a do momento em que no teatro grego as cortinas eram puxadas e a platéia podia ver o

que estava por trás, escondido. Teologicamente, revelação é o ato de Deus em que ele se dá a conhecer

ao homem. É o próprio Deus quem se revela ao ser humano e o faz de forma geral, por meio da natureza

que ele criou (SI 19.1) e, de forma especial, através do seu filho Jesus (Jo 1.18).

INSPIRAÇÃO - Ao revelar-se, Deus desejou que as gerações futuras tivessem acesso à sua

revelação. Por esta razão ele capacitou homens a registrarem a sua revelação. A essa capacitação

chamamos inspiração. Por isso lemos em 2Timóteo 3.16 que "toda Escritura é divinamente inspirada e

proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para ensinar em justiça". A expressão

divinamente inspirada é tradução do grego theopneutos (theós [Deus] + pneutos [sopro]), com sentido

de que a Escritura tem sua origem no próprio Deus que a transmitiu ao homem para que ele a

11 - FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Libertação. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 9.

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registrasse. O resultado da inspiração é a Bíblia Sagrada, que tem sido sabiamente definida como o

registro da revelação de Deus.

ILUMINAÇÃO - Deus se revelou e inspirou homens para registrarem sua revelação. Porém, com

o passar dos anos, o sentido do que foi registrado corria o risco de se perder e as gerações futuras

ficarem privadas do registro da revelação de Deus. Assim sendo, ao longo dos séculos e dos milênios,

Deus tem capacitado pessoas a interpretarem o registro de sua revelação, a Bíblia. A isso chamamos

iluminação: Deus usando homens para interpretarem sua Palavra.

A este conjunto de definições alguns chamam tríade revelatória. Observe que não há mais

revelação, no sentido teológico da palavra, o que Deus desejou revelar ao homem sobre si, já o fez.

Também não há mais inspiração, o que deveria ser registrado da revelação de Deus, já o foi. O que

existe hoje é iluminação. Deus continua e continuará capacitando e usando pessoas para interpretarem a

sua Palavra. [12]

É precisamente neste contexto de iluminação que se insere a tarefa do professor da Escola

Dominical como intérprete da Bíblia. O Espírito Santo há de iluminar o professor para que,

valendo-se dos princípios de interpretação da Bíblia, entenda e transmita aos seus alunos a Palavra de

Deus.

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

Como intérprete da Palavra de Deus, o professor da Escola Dominical cumpre uma sublime

missão. Primeiro porque ao cumpri-la mergulhará no maravilhoso mundo da Bíblia; depois, porque

descobrirá verdades e princípios eternos que influenciarão e moldarão, em primeira instância, a sua

própria vida e, finalmente, porque sentirá a felicidade de passar aos seus alunos não algo vago ou

produto da pesquisa de outrem, mas sim o resultado do seu próprio trabalho de investigação.

Estes princípios certamente ajudarão o professor no seu trabalho de estudo das Escrituras:

Princípio do contexto

De acordo com este princípio, cada texto pertence a um determinado contexto, razão pela qual não

pode ser interpretado isoladamente. O professor precisará identificar o contexto imediato, ou seja, o

trecho ou o capítulo bíblico no qual o texto se insere; e também o contexto amplo, ou seja, a seção do

livro bíblico, ou até mesmo o livro bíblico, a que o texto pertence. Todo texto bíblico é coerente com

seus contextos imediato e amplo. Compreendendo o sentido do seu contexto, o professor terá melhores

condições de interpretar o texto.

Vai aqui um alerta para que tomemos cuidado com grupos e líderes religiosos que fundamentam

suas doutrinas e seus ensinos em textos isolados da Bíblia ignorando completamente o contexto dos

mesmos. Vai também aqui uma palavra de cautela com relação à famosa caixinha de promessas, tão

difundida no meio evangélico. Lembremo-nos de que cada um daqueles versículos tem um contexto, o

qual muitas vezes estabelece condições e critérios para o cumprimento da promessa. Apegar-se a textos

e querer interpretá-los fora do seu contexto constitui grave erro no campo da hermenêutica bíblica.

Princípio gramatical

Seguindo este princípio, o professor se preocupará com o significado de palavras e expressões do

texto. Muitas vezes, quando estudamos o significado de uma palavra ou de uma expressão do texto,

descobrimos nuanças importantíssimas para sua interpretação. Além disso, com o passar dos séculos e

dos milênios, o uso e o sentido das palavras sofreram alterações, de modo que o professor precisará

12 - Para uma explanação mais exaustiva dos conceitos descritos, ver VIERTEL, Weldon E. A Interpretação da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1979,

200p.

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recorrer a instrumentos de pesquisa para compreender o sentido do texto para os seus destinatários

originais. Só depois de saber o que o texto significou para seus leitores primeiros, é que o professor

poderá descobrir o seu significado para os de hoje.

A pesquisa gramatical enfatiza, portanto, o sentido das palavras e sua função dentro do texto.

Concentra-se na identificação deste significado, por isso sujeitos, verbos, predicados, pontuações,

pronomes, adjetivos, etc. fazem o universo deste importante princípio para a interpretação das

Escrituras.

Devemos lembrar que a Bíblia foi escrita originalmente em três línguas: hebraico, aramaico e

grego. A Bíblia que temos em nossas mãos é, portanto, uma tradução. Mister se faz então um trabalho

muito sério e dedicado para que o significado das palavras e o sentido das expressões do texto estejam

bem claros na mente e no coração do professor.

Muitas vezes notamos que o problema não chega nem a ser de interpretação, mas de leitura. Uma

leitura malfeita dificultará consideravelmente o entendimento do texto. O professor precisa cuidar bem

da leitura do texto, observar a pontuação, os tempos verbais, os plurais etc. Um texto bem lido, bem

entendido, é meio caminho andado para ter uma interpretação eficaz.

Princípio histórico

Todo texto a ser estudado foi produzido em uma determinada realidade histórica, ou seja, tem a

ver com determinadas situações sociais, culturais, geográficas, políticas e até filosóficas. Assim sendo,

para que o professor da Escola Dominical possa compreender bem o texto bíblico, deverá entender o

contexto histórico em que ele foi produzido e também o contexto a que ele se refere.

É muito importante que o professor não se descuide deste princípio, pois muitas coisas são por ele

clarificadas na Palavra de Deus. Por exemplo, os nomes de lugares como Samária, Jerusalém; de

partidos políticos e de seitas como os fariseus e saduceus; problemas sócio-culturais como a dissensão

entre os judeus e os samaritanos na época de Jesus etc. O contexto histórico precisa ser bem entendido

para que o texto bíblico seja corretamente interpretado.

Para observar de modo satisfatório este princípio, o professor precisará lançar mão de

enciclopédias bíblicas, manuais, dicionários e comentários sobre os livros da Bíblia. Daí pontuamos

desde já a importância do professor formar sua biblioteca particular, com todos estes instrumentos úteis

para a pesquisa bíblica. [13]

Princípio teológico

De acordo com este princípio, o professor deverá observar em cada texto bíblico que estudar os

aspectos doutrinários. O que o texto em estudo diz sobre Deus, Jesus Cristo, o Espírito Santo, a criação,

o pecado, a salvação, a igreja, as últimas coisas etc. Todo o texto sagrado está eivado de informações de

caráter doutrinário, os quais, ao serem entendidos, vão construindo uma concepção teológica do próprio

estudante das Escrituras. Em cada texto há algo sobre alguma doutrina que precisa ser destacado e

aprendido.

Aqui está um dos princípios mais importantes para uma boa interpretação da Palavra de Deus. O

crescimento doutrinário dos alunos da Escola Dominical está diretamente vinculado ao uso adequado

deste princípio, pois se o professor não souber observá-lo, as ênfases doutrinárias ou teológicas do texto

poderão ficar de lado ou serem tratadas de forma inadequada. A conseqüência será a perda de preciosa

oportunidade para o crescimento doutrinário dos alunos.

13 - Ao final deste livro você encontrará uma sugestão de biblioteca básica para o professor da Escola Dominical. Para constituí-la você poderá

fazer um plano e ir comprando as obras à medida que os seus recursos permitirem.

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Princípio prático

Considerando a já destacada distância entre o mundo da Bíblia e o de hoje, o professor não pode

deixar de levar em consideração a realidade vigente na interpretação do texto bíblico. Assim, os

princípios e as verdades bíblicas aprendidas deverão' ser aplicadas de modo correto às necessidades do

ser humano da época atual.

Os princípios anteriores ajudarão muito o professor a compreender melhor o mundo da Bíblia, o

princípio prático o ajudará a aplicar as lições aprendidas ao mundo de hoje. Desta forma, evita-se que a

interpretação seja uma mera reconstrução histórico-filosófica e, conseqüentemente, irrelevante para o

homem dos dias atuais [14].

É através do uso deste princípio que o professor descobrirá como tornar a Bíblia um livro

pertinente e relevante para o homem de hoje. Esta ponte entre o mundo da Bíblia e o de hoje trará até- a

realidade de vida dos alunos da Escola Dominical os eternos ensinamentos da Palavra de Deus. Numa

interpretação correta da Bíblia, o aspecto prático não pode ser ignorado ou desmerecido.

MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO

Além de conhecer os princípios de interpretação da Bíblia, o professor precisa aprender também

os di versos métodos para o seu estudo. São caminhos, alternativas várias, que foram desenvolvidas e

testadas, com o fim de auxiliarem o estudante nesta maravilhosa tarefa de descobrir as verdades da

Bíblia.

Convém salientar, no entanto, que os princípios de interpretação precisam ser observados

independentemente do método de estudo escolhido. Não se pode confundir os métodos para o estudo da

Bíblia com os princípios para sua interpretação. Estes cuidam da descoberta de significados, aqueles

tratam de estratégias de pesquisa. Ambos são importantes para o trabalho do professor da Escola

Dominical, mas precisam ser levados em conta considerando a natureza e o escopo de cada um.

Enumeraremos os principais e mais difundidos métodos para o estudo da Bíblia. Sabemos que

existem outros e que a cada dia surgem novos[15]; contudo, os que aqui analisaremos constituirão

importante fonte de informação e ajuda para o professor da Escola Dominical.

O estudo de um versículo da Bíblia

É possível estudar um versículo da Bíblia. Note bem que estamos usando o verbo estudar, ou seja,

descobrir o significado de um versículo à luz dos princípios de interpretação da Bíblia que vimos

anteriormente. Não se trata aqui de tratar isoladamente um versículo para dele extrair doutrinas ou

dogmas, mas sim a partir dele chegar à descoberta de princípios e verdades eternos.

Para se estudar um versículo da Bíblia, deve-se seguir os seguintes passos:

1. Identifique e examine o contexto - Descubra toda a porção bíblica a que pertence o versículo.

Situe geográfica, social e culturalmente o contexto. Esteja bem seguro quanto ao momento

histórico a que o versículo faz referência e entenda-o à luz desta situação histórica.

2. Investigue o texto - Isso significa fazer perguntas ao texto. Anote suas observações, dúvidas,

aplicações e eventuais dificuldades sobre o texto. Investigue tudo o que puder sobre as informações e

inferências do texto. Fique certo de que entendeu o máximo possível sobre o significado do texto.

3. Reescreva o versículo com suas próprias palavras - Depois de o haver lido e estudado bastante,

14 - Para uma visão prática sobre a aplicação da Bíblia aos problemas e situações contemporâneos, ver DORNAS, Lécio. O Jornal e a Bíblia.

Cuiabá: Edição do Autor, 1996, 102p. 15 - Para um aprofundamento maior sobre métodos de estudos bíblicos, ver HEN RICHSEN, Walter A. Métodos de Estudo Bíblico. 5a. ed. São

Paulo: Mundo Cristão, 1993, 117p.

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tente agora reescrevê-lo usando o seu vocabulário comum, mesmo que você precise de mais ou menos

palavras e ainda que necessite citar algum exemplo para explicar o que leu. Faça uma redação própria do

versículo.

4. Examine as referências - Usando sua Bíblia, identifique as referências que constam do seu

versículo. Leia cada uma delas. Isso possibilitará a você ver outras idéias e situações atinentes ao texto

ou ao seu contexto.

5. Selecione aplicações - Dentre as lições que você descobriu no texto que estudou, selecione

aquelas que lhe falaram ao coração de forma mais direta. Pense nos seus alunos, vejam quais lhe

parecem mais úteis. Depois, dentre todas as aplicações selecionadas, escolha uma, a que de fato lhe

falou com maior impacto.

O estudo de um capítulo da Bíblia

A preocupação central do professor ao escolher este método é a de descobrir o máximo que um

determinado capítulo pode lhe ensinar. Há capítulos bíblicos que foram muito difundidos e ficaram

famosos, mais conhecidos do que os demais. Assim, temos o capítulo da criação (Gn 1), o dos dez

mandamentos (Ex 20), o do bom pastor (Sl 23), o do amor (1Co 13), o dos heróis da fé (Hb 11) etc.

A verdade, porém, é que em praticamente todos os capítulos da Bíblia há muitos ensinamentos e

lições preciosas para nossas vidas. Por esta razão, temos um método para estudá-los. Para extrair o

máximo de um capítulo da Bíblia, siga os seguintes passos:

1. Leia o capítulo com atenção:

O ideal é que sejam várias leituras, em versões diferentes da Bíblia. O objetivo é de o professor se

familiarizar bem com o texto. Numa folha à parte, escreva suas observações, dúvidas e possíveis

aplicações. Tudo o que for encontrando durante as leituras.

2. Identifique a estrutura do capítulo

Significa identificar os assuntos tratados no capítulo, separando-os de modo a poder tratá-los

individualmente. Esta estruturação vai ajudar o professor a conhecer o progresso ou a evolução do

pensamento do autor naquele capítulo, bem como compreender a seqüência do mesmo. Continue

trabalhando com a folha à parte, anotando observações e detalhes do texto.

3. Verifique o contexto

O que quer dizer, neste caso, o livro todo onde o capítulo está inserido. Quais são as informações

disponíveis sobre o livro, seu propósito, sua mensagem, situação histórica em que foi escrito etc. Cada

capítulo desempenha um papel e cumpre uma missão dentro do livro todo. Especialmente quando se está

estudando um daqueles capítulos mais conhecidos, se faz necessário muito cuidado para não tratá-lo

isoladamente, desconsiderando, assim, o seu contexto.

4. Pergunte ao texto

Como no método anterior, questione tudo e investigue ao máximo o texto em estudo. Use a folha

na qual você vem fazendo anotações para lhe ajudar agora a inquirir o texto. Quanto mais ampla for sua

pesquisa neste passo, mais profundo será o seu estudo do capítulo.

5. Amplie o horizonte da pesquisa

Descubra o que outras passagens bíblicas têm como contribuição para um bom entendimento dos

assuntos identificados no capítulo. As referências poderão ajudar aqui, bem como outros materiais de

apoio já mencionados.

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6. Esquematize o estudo

Agora, o professor já poderá fazer uma lista dos assuntos do capítulo, destacando em cada item as

lições ou aplicações que sejam realmente importantes para a sua vida e para a de seus alunos. Ao final

deste passo, o professor terá um esboço pronto e poderá ensinar o capítulo bíblico estudado.

O estudo de um assunto da Bíblia

Às vezes o professor estará diante não de um texto bíblico, mas sim de um assunto para ser

estudado. Precisará de um método que se fundamente não em uma passagem determinada, mas num

assunto específico. Fé, santidade, pecado, mordomia, adoração, missões são alguns exemplos de tópicos

passíveis de serem estudados à luz da Bíblia. Veja os passos para o estudo de um assunto bíblico.

1. Delimite a abrangência do estudo

Diante de um assunto a ser estudado, é necessária a delimitação da abrangência do seu estudo.

Por exemplo, se o professor deseja estudar sobre pecado, vai demorar muito para estudar o tópico

em toda a Bíblia, por isso sugerimos a delimitação. Assim, poderá estudar o pecado à luz dos

Evangelhos, ou de uma determinada epístola, até mesmo de um determinado período histórico. O

importante é que a delimitação torne factível o estudo.

2. Descubra as passagens pertinentes

Usando uma boa concordância e um bom dicionário bíblico, localize os textos que tratam do

assunto a ser estudado, dentro da delimitação feita. Procure ser o mais completo possível neste passo,

para que seu estudo também seja bem abrangente.

3. Entenda o contexto das passagens

Talvez seja o passo mais trabalhoso, mas o professor deverá fazer um estudo do contexto de cada

passagem alistada. Isso lhe dará uma visão da realidade histórica que abrigava a compreensão do seu

tópico exposta no texto. Sem este passo, o estudo correrá o risco de se transformar num emaranhado de

textos unidos por palavras e não por significado, o que seria inútil.

4. Anote observações e aplicações

Numa folha à parte, escreva tudo o que cada passagem diz acerca do assunto, bem como anote

observações e aplicações práticas a respeito do tópico em estudo.

5. Organize seu estudo

Faça um esboço abrangendo tudo o que você aprendeu sobre o assunto estudado, trabalhe de

forma a facilitar o entendimento progressivo do assunto.

6. Identifique informações novas

Escreva as coisas novas que descobriu sobre o assunto. Faça uma lista de ensinamentos práticos e

importantes que o estudo lhe ensejou. Faça um propósito diante de Deus de praticar as novas lições

aprendidas durante o estudo. Compartilhe com seus alunos, de forma ordenada e seqüencial, o que você

aprendeu.

O estudo de um personagem bíblico

Talvez este seja um dos métodos mais fascinantes para o estudo da Bíblia. Seu propósito principal

é descobrir informações sobre a vida de um personagem bíblico, com o objetivo de aprender, com suas

fraquezas e virtudes, lições a serem aplicadas à própria vida de estuda. Veja como este método pode ser

usado.

1. Escolha o personagem e aliste passagens bíblicas

Ao escolher um personagem bíblico, use uma concordância e um dicionário bíblico para alistar as

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passagens que tratam da vida dele e a ele fazem referência. As referências da própria Bíblia o ajudarão.

2. Faça um resumo da vida do personagem

Depois de ler cada texto alusivo ao personagem que você está estudando, escreva numa folha, com

suas próprias palavras, um resumo da vida dele. Este procedimento vai auxiliá-lo no entendimento do

desencadeamento dos fatos que marcaram a vida do personagem.

3. Identifique fraquezas e virtudes

Usando cada passagem que você alistou, em uma folha dividida em duas colunas, coloque em uma

as fraquezas e na outra as virtudes do personagem.

4. Compare-se com o personagem

Vejam quais são os pontos comuns e os incomuns entre você e o personagem estudado. Descubra,

com as passagens bíblicas alistadas, como o personagem reagiu diante de situações que realçaram suas

fraquezas e também como lidou com aquelas em que mostrou suas virtudes. Assim, descubra o que

Deus tem a lhe ensinar sobre suas próprias fraquezas e virtudes.

5. Organize a biografia do personagem

Separe por épocas, acontecimentos ou estágios a vida do personagem. Faça isso de tal forma que,

ao olhar para seu esboço, a vida e os ensinamentos extraídos da vida do personagem lhe venham

claramente ao coração.

LIVRO COMPLICADO?

Agora, diante do que foi apresentado neste capítulo, o professor da Escola Dominical compreende

que a Bíblia não é um livro assim tão complicado. Basta determinação e disciplina para interpretá-la e

estudá-la corretamente e as suas maravilhas logo aparecem. A alegria e a satisfação de descobrir os

tesouros da Palavra do Senhor e o sentimento de felicidade ao ver seus alunos com o coração ardendo

pelas Escrituras hão de recompensar o professor, de forma a que se sinta também gratificado por

cumprir com zelo e alegria o seu dever O professor com júbilo, como fez o salmista: "Oh! quanto amo a

tua lei! ela é a minha meditação o dia todo" (Sl 119.97).

MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL

Como ajudar sua igreja a crescer através da Escola Dominical

Abra a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência estará na sua língua (Pv 31.26).

Tenho notado uma reclamação generalizada. São professores reclamando que seus alunos não

estudam a lição nem fazem as leituras diárias; são alunos reclamando de professores despreparados que

dão aulas monótonas e sem motivação; são pastores se queixando da falta de líderes para a Escola

Dominical; são líderes reclamando da falta de apoio dos seus pastores etc. Parece que ninguém está

satisfeito com o desempenho atual da Escola Dominical. Se pararmos para analisar, cada crítica tem

certo grau de fundamento, todos têm algum nível de razão, a partir de sua perspectiva.

O fato é que a Escola Dominical vive dias de indiferença por parte de muitos. Realmente,

precisamos construir um escala para identificar onde começa esta cadeia de desinteresse pelo estudo das

Escrituras nos arraiais da igreja. Sabemos, pela experiência de muitos anos ministrando em diversas

partes do país e no exterior sobre o ensino na Escola Dominical, que vivemos hoje uma realidade bem

diferente da de algumas décadas atrás. Ê do conhecimento de todos que há trinta ou quarenta anos, o

número de alunos matriculados nas classes da Escola Dominical de uma igreja era quase sempre maior

do que o número de membros da mesma. Hoje tal realidade é muito rara. O que teria ocorrido? Tudo

leva a crer num processo de desmotivação que não encontrou, ao longo dos anos, antídoto

suficientemente eficaz para revertê-lo. Ao que parece, algumas coisas foram acontecendo que resultaram

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no afastamento de muitos e no desinteresse de outros pela Escola Dominical.

Não vamos nos alongar aqui em identificar os motivos de tal arrefecimento, mas um dos principais

fenômenos que entendemos ter contribuído para esse quadro foi a perda de um dos principais objetivos

da Escola Dominical, a evangelização.

Em 1963, o Dr. J.N. Barnette escreveu o livro The Place of Sunday School in Evangelism (O lugar

da Escola Dominical no evangelismo) [16], em que discute com propriedade e profundidade o papel

desempenhado pela Escola Dominical no cumprimento da grande comissão de Mateus 28.18-20.

Em 1981, o Dr. Harry Piland foi o organizador de um livro que foi publicado com o título

Growing and Winning through the Sunday School (Crescendo e vencendo através da Escola Dominical)

[17]. Trata-se de um livro cujos capítulos foram escritos pelos principais líderes americanos, peritos no

ministério da Escola Dominical, homens como James Frost, Eugene Skelton, Bernard Spooner, Harry

Piland, John Sisemore e Lucien Coleman, Jr. Todo o livro é voltado para a instrumentalização da Escola

Dominical para a evangelização e o conseqüente crescimento da igreja. Inclusive, num capítulo

primoroso o Dr. Lucien E. Colemann, Jr escreveu sobre "Teach the Bible to Win the Lost and Develop

the Saved" (Ensinar a Bíblia para ganhar os perdidos e desenvolver os salvos) [18], em que deixa claro

que a mesma Bíblia, com sua vigorosa e objetiva mensagem, evangeliza os perdidos e aperfeiçoa os

crentes.

Em 1983, foi a vez do Dr. John T. Sisemore escrever seu livro Church Growth through the Sunday

School[19] (Crescimento da igreja através da Escola Dominical). Neste livro, ele demonstra como a igreja

pode aproveitar o potencial evangelizador da Escola Dominical. Fica claro que, sendo fiel ao seu

objetivo evangelizador, a Escola Dominical proverá a igreja local de um crescimento tal que a forçará a

ampliar sua visão, seu espaço físico e sua estratégia de ministração aos crentes e não-crentes.

Desde sua gênese com Robert Raikes (1736-1811), na Inglaterra, a Escola Dominical foi dirigida a

crianças fora do ambiente da igreja. Eram crianças que estavam nas ruas aprendendo coisas ruins e

sendo formadas pela vida das ruas na escola da imoralidade e da desonestidade. Raikes investiu num

projeto que visava tirar as crianças das ruas no dia em que elas lá permaneciam por mais tempo: o

domingo. Pouco a pouco, a Escola Dominical de Raikes foi crescendo e sua idéia se espalhou de tal

forma que há notícias de que em 1831, 20 anos após sua morte, havia na Grã-Bretanha escolas

dominicais que, unidas, envolviam no estudo da Palavra de Deus, semanalmente, perto de 1.250.000

crianças (aproximadamente 25% da população!) [20].

A irmã Cathryn Smith, vida gasta no Brasil pela causa da Educação Religiosa, foi a organizadora

do Programa de Educação Religiosa da Convenção Batista Brasileira que agora, em sua 6ª edição, foi

revisado, atualizado e ampliado[21]. Discutindo sobre as tarefas da Escola Dominical, o livro é

contundente ao afirmar que esta organização "é a agência evangelizadora por excelência na igreja"[22].

Ainda entre os batistas, no Congresso Batista Brasileiro, realizado em 1991, no Rio de Janeiro, o

tema da Educação Religiosa foi exposto por três preletores e amplamente discutido num Grupo de

Aprofundamento que, ao final, apresentou como parte de suas conclusões: "Que se dê ênfase à

EBD como agência evangelizadora"[23]. Em 1993, aconteceu o I Congresso Batista Brasileiro de Escola

Dominical, também no Rio de Janeiro, onde se procurou chamar a atenção para a importância da Escola

Dominical para a viabilização do crescimento integral da igreja.

Entretanto, não obstante a história e a fundamentação teórica da Escola Dominical, o fato é que,

com o passar dos anos, as igrejas evangélicas do Brasil foram abandonando o seu ideal evangelizador. É

incrível, mas hoje a maior parte do material didático preparado para a Escola Dominical tem linguajar e

16 - BARNETTE, J.N. The Place of Sunday School in Evangelism. Nashville: Broadman, 1963. 17 - PILAND, Harry(Compi\er).Growingand Winning throughthe Sunday school. Nashville: Convention 1981, 251 p. 18 - PILAND, Harry (Compiler). op. cit. p. 175-197. 19 -19 SISEMORE, John T. Church Growth the Sunday School. Nashville: Broadman, 1983, 156p. 20 - TOWNS, Elmer. Towns Sunday Encydopedia. Wheaton: Tyndale, 1993, p. 457-458. 21 - SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6a. ed, Revista e Atualizada, Rio de Janeiro: Juerp, 1995, 112p. 22 - SMITH, Cathryn., op. cit, p. 53. 23 - Com os Olhos no Futuro - Teses do Congresso Batista Brasileiro. Rio de Janeiro: Juerp/ Conselho de Planejamento e Coordenação da CBB,

1991, p.203.

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filosofia editorial voltada para os membros da igreja. Na própria realidade íntima da igreja, a ênfase na

Escola Dominical é quase que totalmente direcionada para os crentes.

Entendemos, em parte, a questão da ênfase evangelística aos domingos à noite, em boa parte das

igrejas evangélicas do Brasil. O que não entendemos é o desperdício da oportunidade de evangelizar

amigos, vizinhos e parentes através do estudo da Palavra de Deus.

A conseqüência desse abandono do desideratum evangelístico da Escola Dominical é que hoje são

raras as igrejas evangélicas no Brasil que têm um número de matriculados na Escola Dominical sequer

igual ao de seus membros. Na grande maioria das igrejas, trava-se; uma verdadeira batalha para que pelo

menos os membros sejam alunos da Escola Dominical.

Muito se tem discutido sobre como reverter este quadro e retomar para a Escola Dominical o valor

que a ela deve ser dedicado pela igreja. Com o propósito de contribuir para a melhoria do quadro atual,

vamos oferecer algumas sugestões para o resgate do valor da Escola Dominical na vida da igreja local.

Ao fazê-lo, estamos pensando não apenas no professor, mas nos líderes em geral de uma igreja que

deseja crescer através da Escola Dominical.

CONQUISTE O PASTOR

O ponto de partida precisa, necessariamente, ser o pastor da igreja. Está mais do que constatado

que se o pastor está à frente tudo é bem mais fácil. Ele precisa ser conquistado pelos educadores da

igreja. Em muitos casos o pastor não tem qualquer formação educacional, muitos têm uma visão

distorcida, voltada somente para a evangelização. Há os que sequer mostram interesse pela Escola

Dominical.

Assim, o primeiro passo é chamar o pastor e mostrar a ele a importância e o potencial da Escola

Dominical.

Muitos pastores não ajudam a Escola Dominical simplesmente porque não sabem como fazê-lo.

Nesse caso é importante que os educadores da igreja o instruam com sabedoria, informando a ele

quais seriam suas atribuições como supervisor geral do programa educacional da igreja.

Por sua vez, o pastor precisa ter humildade e discernimento espiritual para cooperar com os líderes

e educadores de sua congregação, no afã de dinamizar a Escola Dominical. Se for sábio, além de uma

equipe bem motivada e disposta, o pastor experimentará como é maravilhoso e seguro o crescimento

que nasce do trabalho de uma Escola Dominical dinâmica.

CONSCIENTIZE OS PAIS

O próximo passo é atingir o coração dos pais. É preciso mostrar-lhes que, através da Escola

Dominical, a igreja está lhes ajudando na educação religiosa dos seus filhos. Eles precisam

entender que devem investir na vida espiritual de seus filhos desde a infância, pois se a criança aprende

a gostar da igreja, da classe, das pessoas da igreja; ao crescer tenderá a integrar-se ainda mais. Se na

infância a criança não for ensinada a gostar da igreja se afastará completamente na primeira chance que

tiver.

Os pais precisam compreender que é através do seu exemplo e do seu estímulo que os filhos

assimilarão a importância da igreja em suas vidas. Aqui entram em destaque o culto doméstico, a

disciplina e a responsabilidade para com Deus, a oração em família e os diálogos entre pais e filhos

acerca de Deus e do Evangelho[24]. Se os educadores da igreja conseguirem atingir o coração dos pais,

ao ponto de fazê-los entender que precisam levar a sério a Escola Dominical, tanto para si próprios

quanto para os seus filhos, então, um novo e bonito começo se avizinha.

BUSQUE A JUVENTUDE

Em muitas igrejas a juventude está alheia a tudo o que acontece. Não se envolve, não participa,

não se interessa. A igreja, por seu lado, ignora o fato, agindo como se nada estivesse acontecendo.

Notamos que de há muito tem caído a presença jovem na Escola Dominical.

24 - AZEVEDO, Israel Belo de. Descubra Agora Como Viver Bem em Família. São Paulo: Exodus, 1997, 80p.

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Os educadores, apoiados pelo pastor da igreja, precisam abrir o diálogo com a juventude,

descobrir o que está havendo, encontrar saídas em conjunto. Em muitos casos a secularização dos jovens

é a principal causa do seu afastamento, mas não conclua isso sem antes conversar com a juventude.

Pode estar havendo desinteresse em função de quem está ensinando ou por causa dos assuntos

apresentados, do horário etc. Sentando-se à mesa juntos, pastor, educadores e jovens, certamente

surgirão caminhos que poderão mudar o quadro vigente.

Querer forçar os jovens a chegar mais cedo para a Escola Dominical, fechar as portas para o

diálogo, ignorar o fato, adotar uma postura de crítica e queixas; nada disso resolverá o problema. Os

jovens precisam ser despertados e convencidos, através do diálogo e do respeito mútuo, quanto ao valor

e a importância da Escola Dominical para suas vidas.

MOTIVE OS PROFESSORES

Tudo pode estar absolutamente correto: alunos presentes, material didático apropriado, ambiente

de ensino adequado etc, mas se o professor não estiver preparado e motivado, tudo vai se perder. É,

exatamente isso que tem acontecido em muitas igrejas, o despreparo e a desmotivação de professores

têm colocado a perder todo empenho, inclusive financeiro, que as mesmas têm empregado em favor da

Escola Dominical.

O Dr. Charles A. Tidwell, uma das pessoas mais respeitadas no campo da Educação Cristã, nos

Estados Unidos, salientou num dos seus livros[25] a importância do professor, inclusive sobre os

demais obreiros, na execução bem-sucedida do programa de ensino-aprendizagem da Escola Dominical.

Neste livro, o Dr. Tidwell alista cinco principais tarefas da Escola Dominical: arregimentar pessoas para

o estudo da Bíblia, ensinar a Bíblia, testemunhar para as pessoas sobre Jesus e levá-las a serem membros

da igreja, ministrar para alunos e não alunos da Escola Dominical e conduzir os alunos a um culto

verdadeiro. Para o cumprimento de todas estas tarefas, o papel desempenhado pelo professor é de

importância fundamental[26].

E tarefa do pastor e dos educadores da igreja despertar o interesse, motivar e conscientizar os

professores da Escola Dominical da sua importância e valor no ministério de ensino da igreja. Quando

isso não ocorre, o resultado pode ser o enfraquecimento e até a falência da Escola Dominical. O Dr.

Tidwell informa que nos Estados Unidos, denominações como a Metodista e a Presbiteriana Episcopal

tiveram o número de arrolados na Escola Dominical decrescido em 25% entre 1970 e 1980[27]. Embora

ele não especifique as razões de tal decréscimo, podemos facilmente entender que a fuga dos objetivos

fundamentais da Escola Dominical estava incluída entre essas razões. E na posição de garantir que as

tarefas da Escola Dominical sejam de fato cumpridas de forma efetiva, está o professor.

A questão emergente, porém, é como motivar professores que, durante anos e anos vêm

avalizando um modelo retrógrado e decadente de ensino na Escola Dominical, onde impera o famoso

"faz-de-conta": Ele faz-de-conta que ensina e o aluno que aprende; a igreja faz-de-conta que tudo está

bem, quando, de fato, nada, está bem. Se um professor está há anos envolvido neste "faz-de-conta"

terrível, vai precisar de muita paciência e atenção por parte dos líderes e do pastor para ter resgatado seu

potencial de educador. Deve-se começar mostrando ao professor uma estatística de sua classe, em

termos de presença, pontualidade, evasões etc. Em seguida, deve-se informar a ele sobre estratégias de

retomada de crescimento (e aí os capítulos iniciais deste livro poderão ajudar). Chegará, então, o tempo

de ajudar a recuperar a confiança da classe no trabalho do professor. Tudo será possível se as coisas

forem feitas sob oração e dependência do nosso Deus. O esforço deve ser no sentido de conquistar o

professor e nunca de abrir mão do seu trabalho. Numa comparação feita entre o profeta e o sacerdote,

Washington Roberto Nascimento identificou o profeta com o jequitibá, árvore forte e milenar; quanto ao

sacerdote, comparou-o ao eucalipto, planta frágil e fugaz. Disse que um eucalipto nunca se transformará

em jequitibá, a menos que dentro dele haja um jequitibá adormecido[28]. O mesmo podemos dizer do

25 - TIDWELL, Charles A. Educational Ministry of a Church. Nashville: Broadman, 1982,304p. 26 - TIDWELL, Charles A. op. c/t., p. 125-128. 27 - TIDWELL, Charles A. op. cit., p. 125. 28 - NASCIMENTO, Washington Roberto. Igreja e Secularização. Rio de Janeiro: Intercom Publicações, 1995, 81p.

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professor acomodado a um sistema retrógrado: se houver nele um educador adormecido, poderá se

transformar num professor dinâmico e criativo. A tarefa do pastor e dos líderes da igreja é exatamente a

de despertar o educador adormecido no interior de alguns professores da Escola Dominical.

PROMOVA A ESCOLA DOMINICAL

"Há tremendos benefícios em se participar da Escola Dominical. O problema é que a igreja não

tem promovido efetivamente seus benefícios e valores"[29]. Com esta declaração, Jerry Wilkins começa a

fundamentar a argumentação do seu atual e empolgante livro Marketingyour Sunday School – Strategies

for the 21 st. Century (Promovendo sua Escola Dominical - Estratégias para o Século 21).

Ignorar a necessidade de se promover não apenas o que a Escola Dominical oferece, mas o que ela

representa em termos de benefícios para aqueles que dela participam, é não atentar para a principal

ferramenta de crescimento empresarial e institucional do nosso tempo: o marketing. Tudo depende de

como você anuncia, que tipo de imagem você gera em torno do seu produto ou serviço. Na maioria das

Escolas Dominicais do nosso país não existe nenhuma estratégia de marketing definida, quase nenhuma

propaganda é feita. As pessoas precisam descobrir sozinhas o que é, como funciona e a relevância da

Escola Dominical. Isso é simplesmente absurdo! Num mundo de alta competitividade, onde cada um

tenta arrastar as pessoas na direção de suas propostas, cruzar os braços e não ter qualquer estratégia de

marketing é aceitar a falência gradual. Os vizinhos da sua igreja sabem o que é a Escola Dominical,

sabem que há uma em sua igreja, como funciona, que benefícios oferece aos participantes, quanto custa

participar, quem pode fazê-lo? Uma simples e criativa mala-direta informando o que é e como funciona

a Escola Dominical pode atrair pessoas interessadas no estudo da Bíblia. A promoção precisa também

atingir os membros da igreja. Quais são os prejuízos de não participar da Escola Dominical, que

vantagens são apresentadas aos que passarem a dela participar? Ao partir para uma estratégia de

promoção da Escola Dominical, a igreja começa a demonstrar, pelo menos, que ela própria acredita no

que está oferecendo. Se alguém promove o que faz, crê na sua eficácia.

TEMPO DE CRESCER

As sugestões mencionadas poderão ajudar muito no crescimento da sua Escola Dominical.

Certamente, depois de vê-la funcionando a todo vapor, a igreja sentirá como é importante investir

e usar a estrutura da Escola Dominical para o seu crescimento. Haverá uma mudança na maneira de

olhar para a Escola Dominical e, conseqüentemente, crescerá o interesse de todos pelo estudo da Palavra

de Deus.

QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE?

Como explorar as potencialidades de uma classe de Escola Dominical

Porquanto, tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância

e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança (Rm 15.4).

Sempre nos intrigou o fato de ver os alunos de uma classe da Escola Dominical se encontrando

semanalmente para o estudo da Bíblia, se despedindo ao final da aula para um novo encontro na semana

seguinte. Imaginávamos que o potencial de uma classe era constantemente subaproveitado. Por que

razão não usar a estrutura da classe para diversos outros propósitos, mesmo desconectados, a princípio,

do estudo da Bíblia, mas ligados às necessidades dos componentes da classe e aos propósitos da igreja?

Vimos trabalhando ao longo dos anos com esta idéia, compartilhando-a em congressos, seminários

e aulas; sempre com o pensamento esboçado, ainda que superficial e embrionariamente, no já citado

livro Programa de Educação Religiosa, onde é colocado de maneira bem clara que, através da estrutura

da Escola Dominical, nos casos de igrejas pequenas (com menos de 100 membros), todo o programa

educacional pode ser veiculado. [30] Acreditamos na validade desta orientação, inclusive no caso de

igrejas consideradas médias e até grandes, porém, com uma argumentação diferente, não tanto

29 - WILKINS, Jerry. Marketing your Sunday School - Strategies for the 21 st. Century. Nashville: Broadman, 1992, p. 30 - SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6ª. ed. Riode Janeiro: Juerp, 1995 p. 34.

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preocupado com a capacidade da igreja em comportar organizações, mas com a exploração devida de

uma estrutura rica em oportunidades de serviço e crescimento que é a Escola Dominical.

A igreja que souber enxergar e aproveitar o potencial de suas classes, certamente lançará mão de

um dos mais tremendos instrumentos disponíveis na igreja para propiciar o seu crescimento de forma

madura, contínua e garantida.

Quando analisamos uma classe de Escola Dominical, encontramos nela algumas características

que enchem o nosso coração de entusiasmo porque a igreja pode usar a estrutura da Escola Dominical

para crescer. Vejamos algumas dessas características:

CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS

Pequenos grupos

A classe é um pequeno grupo de pessoas. Sabemos que em pequenos grupos a possibilidade de su-

cesso em empreendimentos de reflexão e de devoção é bem maior do que em grandes. A participação,

por exemplo, é muito mais fácil quando grupos pequenos reunem-se em salas do que quando fazemos

reuniões de grandes grupos em amplos auditórios. Também a integração e o entrosamento entre as

pessoas são mais produtivos em grupos menores.

Grupos etários

Uma classe da Escola Dominical normalmente é composta de pessoas da mesma faixa etária. Em

muitos casos ainda há homogeneidade quanto ao sexo. É óbvio que num grupo onde os integrantes

comungam de realidade existencial semelhante e compartilham do mesmo círculo de interesses haverá

maior produtividade, independentemente do tipo ou natureza das ati-vidades do mesmo.

Liderança fixa

Na grande maioria das Escolas Dominicais os professores são estáveis pelo menos por um ano.

Em alguns casos, temos professores que são eleitos por mandatos maiores: dois, três ou até cinco

anos. É seguro que uma classe permaneça de contínuo um ano sem alternância na liderança. Isso é um

fator tremendamente positivo, pois está provado que alternâncias de liderança em pequenos espaços de

tempo tendem a prejudicar ou comprometer o desenvolvimento das atividades em andamento no grupo.

Afinidades espirituais

Os alunos de uma classe são unidos pelo interesse na Bíblia e no crescimento espiritual. Estão

juntos no objetivo de conhecer e praticar os ensinos da Palavra de Deus. Sabemos que há muitos ensinos

na Bíblia. Uma classe unida poderá observar com maior propriedade e melhores resultados os ensinos

que lhe são transmitidos pelo professor. Além disso, boa parte dos alunos são membros da mesma

igreja, o que os coloca, salvo em algumas exceções (no caso de igrejas maiores), geograficamente

próximos uns dos outros.

Reuniões regulares

Uma classe se reúne para estudar a Bíblia semanal e regularmente. Este fato fortalece sobremodo a

integração e o aspecto da continuidade das atividades desenvolvidas. Possivelmente, a maioria dos

alunos de uma classe não pertença a nenhum outro fórum que promova encontros com esta regularidade.

Diante dessas e de outras características, uma classe de Escola Dominical está pronta para ser

instrumentalizada de maneira abençoada e vigorosa, visando o crescimento da igreja. Assim, vamos

alistar algumas frentes de trabalho que podem ser levadas a efeito através dessa estrutura de classes

existente na maioria das igrejas evangélicas do Brasil.

EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO

Olhar para uma classe de Escola Dominical sob a perspectiva da evangelização é simplesmente

uma experiência fantástica. O potencial da classe para ganhar almas é tremendo. Uma classe pode

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estruturar um trabalho para alcançar pessoas de sua faixa etária e pregar-lhes a Palavra de Deus. Isso

pode ser feito de várias maneiras:

Aplicação evangelística das lições

A evangelização através da Escola Dominical começa com a própria atividade docente, quando o

professor, ao perceber a presença na classe de pessoas não-crentes, aplica aos seus corações, de forma

evangelística, o texto estudado. Às vezes, o texto parecerá árido para tal propósito, então o professor

deverá procurar ajuda com seu pastor para que possa aplicá-lo de forma evangelizadora. A tese que

sustentamos é que a mensagem da Bíblia tem a vida, morte e ressurreição de Jesus como centro e chave

hermenêutica. Assim, todo o texto sagrado está, de alguma forma, relacionado como este centro. Logo, a

questão é descobrir qual é a relação correta entre o texto bíblico em estudo e a vida e missão de Jesus.

Uma boa prática é o pastor escrever estas aplicações com antecedência e entregá-las aos

professores. Isto os ajudará bastante na tarefa de evangelizar através do estudo da Bíblia. Ao aplicar o

texto bíblico ao coração do não-crente, o professor deve crer no poder salvador de Cristo e falar com

compaixão, inclusive fazendo o apelo, convidando, com sinceridade e amor, as pessoas a aceitarem

Jesus como seu salvador pessoal.

Se houver decisões ao lado de Cristo na sala, o professor deverá anotar em uma ficha o nome e

endereço do decidido e orientá-lo a confirmar sua decisão no culto público. Em seguida, deve entregar a

ficha ao pastor e, caso o decidido tenha concordado, pedir que ofereça a oportunidade para que ele

confirme publicamente sua decisão.

Cultos evangelísticos nos lares

A classe poderá realizar cultos evangelísticos em lares de pessoas não-crentes. Pode-se aproveitar

a presença de um visitante e oferecer a realização de vim culto em sua casa. Dentre os alunos da classe,

podem ser escalados: dirigente, pregador, participação musical etc para cada culto. O professor pode

atuar como um coordenador, coadjuvado por um líder de evangelismo, que agendará os cultos a serem

realizados. Se cada classe da Escola Dominical de uma igreja realizar um culto evangelístico por semana

e a igreja tiver cinco classes, 20 cultos evangelísticos por mês serão realizados fora do templo, em lares

de pessoas ainda não-crentes. Você já imaginou o resultado de 240 cultos realizados em um ano? O que

Deus pode fazer através de tal esforço é simplesmente inimaginável!

A grande vantagem é que as pessoas ganhas para Cristo nesses cultos já têm na classe que realiza

o trabalho o seu núcleo de integração à vida da igreja.

Visitas evangelísticas especiais

Além de cultos, a evangelização pode se dar através de visitas especiais. Os alunos da classe são

orientados a descobrir oportunidades para visitas evangelísticas. Uma classe de homens, por exemplo,

pode visitar o prefeito, os vereadores, juízes e autoridades de um modo geral, sempre levando um

exemplar da Bíblia ou do Novo Testamento para presentear à autoridade visitada. Pode-se descobrir

famílias que atravessam momentos difíceis como desemprego, morte, problemas com filhos etc.

Momentos de sofrimento são estrategicamente apropriados para uma visita evangelística, onde o

Evangelho seja apresentado de forma clara e direta.

A classe pode se subdividir em grupos de visitação, compostos de duas ou três pessoas, que

realizarão as visitas à medida que as oportunidades forem sendo apresentadas ou descobertas. O líder de

evangelismo da classe poderá ajudar os demais alunos neste trabalho. Para o trabalho de visitação

evangelística, algumas providências precisam ser tomadas. Primeiro, as visitas precisam ser agendadas

com antecedência, a pessoa ou família a ser visitada deverá ser informada do número exato de pessoas

que estará recebendo, não deve haver atraso quanto ao horário marcado para a visita, jamais uma visita

deve ser desmarcada ou transferida, nunca o visitador poderá faltar à visita marcada, a visita deve ser

objetiva, mas sem dar a impressão de pressa, e os visitadores deverão se vestir sobriamente.

Durante a visita, os crentes deverão aproveitar a oportunidade para apresentar aos visitados o

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plano de salvação. Ao fazê-lo deverão ser pacientes, lendo os versículos com as pessoas e explicando a

elas o significado de cada texto lido. Ao final deste livro estamos incluindo, em apêndice, um modelo do

plano de salvação que deve ser estudado e pode ser usado pelos visitadores.

Depois da visita deve ser feito um contato telefônico ou um cartão poderá ser enviado pelo

correio. Os visitadores agradecerão o privilégio de terem realizado a visita e renovarão o convite para

que os visitados compareçam à classe e aos cultos.

Correspondências evangelísticas

Em nossas igrejas há sempre pessoas que gostam de escrever cartas. Devem ser identificadas na

classe aqueles que apreciam este tipo de trabalho, para a implantação da evangelização por

correspondência. A tarefa é bem simples, o líder da equipe de evangelização por correspondência da

classe deverá anotar nome e endereço completos dos visitantes da própria classe e dos cultos, desde que

da mesma faixa etária da classe. Nomes de decididos não devem ser anotados, mas apenas de visitantes

que não se decidiram. Um dos alunos da classe será escalado para escrever a carta evangelística. O líder

deverá manter um controle das pessoas que estão escrevendo com seus respectivos destinatários.

A carta evangelística deve ser enviada logo no dia seguinte ao da presença da pessoa na classe ou

na igreja, assim o visitante se sentirá valorizado e objeto da atenção da igreja.

A carta deve ser objetiva, pois poucos gostam de ler cartas muito longas; precisa começar

expressando a alegria pela visita feita à igreja e, em seguida, apresentar, de forma amorosa e simpática,

o plano de salvação. Em seguida, deve-se oferecer uma visita para um aprofundamento do tema, bem

como informar sobre a natureza, objetivos, horário de funcionamento da Escola Dominical e dos cultos

da igreja.

Se o visitante, ao receber a carta, manifestar o desejo de receber visita da classe, o remetente

deverá informar os nomes das pessoas que estarão entrando em contato com ele. Em seguida, passará a

ficha do interessado em ser visitado para uma das equipes de visitação.

Você já pensou nos resultados do trabalho de classes que estão evangelizando através de cultos

nos lares, visitas e correspondências? Certamente Deus usará de forma maravilhosa este trabalho, caso

seja realizado com oração e organização.

EXPANDINDO MISSÕES

É já sabido que a Escola Dominical tem sido a principal mola propulsora do levantamento de

ofertas missionárias. Em várias denominações são estipulados alvos para as classes e elas se esforçam

para ultrapassá-los. Porém, o potencial de uma classe vai muito além disso. Eis algumas idéias:

Adoção de missionários

A classe pode tomar a decisão de sustentar financeiramente e com orações pelo menos um

missionário de missões urbanas, estaduais, nacionais ou mundiais; dependendo do desprendimento e das

condições dos alunos. Assim, o professor e o líder de missões da classe deverão procurar o pastor,

informar o desejo do coração da classe e pedir-lhe orientação quanto a melhor maneira de efetivar a

adoção.

Ao agir assim, a classe estará fazendo e pensando em missões o ano inteiro, e não apenas

sazonalmente. Não há dúvidas de que a classe será abençoada e a obra de missões muito mais. Estará

sendo acelerado o cumprimento da grande comissão (Mt 28.18-20).

Viagens missionárias

Anualmente, a classe poderá empreender viagem '. a um campo missionário. Nela a classe visará

ter experiência missionária, sentindo a realidade do trabalho alguns dias um missionário, e ainda alargar

sua própria visão quanto à obra de missões.

Tudo precisa ser feito com planejamento, oração e dedicação. Uma coisa é certa, ao empreender

viagens missionárias os alunos da classe crescerão tremendamente em sua visão do Reino de Deus.

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NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

O contexto desta faceta do potencial de uma classe de Escola Dominical é o pressuposto de ter a

igreja de cumprir uma missão integral, sabendo que "missão é mais que um conceito. É fidelidade ao

mandamento bíblico de Jesus Cristo à sua igreja em situações concretas. Diante de um mandamento

bíblico, só se pode responder com obediência ou desobediência"[31]. Compreendendo que a igreja precisa

agir, e não somente orar, no afã de contribuir para que os pobres e menos favorecidos de nosso povo

tenham seu padecimento ao menos minorado.

Estamos falando de visão quanto ao trabalho social, e neste sentido é de suma importância

entendermos, como cristãos que somos, que "é necessário combater o egoísmo reinante nas pessoas e

cultivar o espírito comunitário, dando-lhes consciência de que formamos uma comunidade. Evitar

defender só o que é nosso e atentar também para o que é de todos".[32] E desta forma cooperar, ao menos

em nosso bairro, para que a relevância da igreja perante a comunidade se saliente, inclusive no aspecto

social.

Para que seu potencial seja canalizado para a assistência social, os alunos de uma classe de Escola

Dominical deverão compreender, por fim, que "a missão integral se manifesta no mundo com o

evangelismo, ao proclamar o evangelho para que se produza uma resposta de fé, arrependimento e

discipulado. Ademais, na América Latina, a igreja experimenta a presença dos pobres, a cujas

necessidades procura ministrar no Espírito de Jesus Cristo"[33]

A classe pode ter uma equipe de assistência social que terá a missão de planejar e liderar projetos

na área social, dos quais toda a classe participará. Muitas são as alternativas nesta área. Desde visitas a

asilos, creches, penitenciárias, albergues, leprosários etc até projetos mais audaciosos como ajudar uma

comunidade carente na reconstrução de casas, na solução de problemas junto aos órgãos públicos, na

mobilização do potencial comunitário de favelas para a solução de problemas como segurança,

saneamento básico, saúde, alimentação etc.

Uma classe pode agir muito na área social, mas precisa despojamento e coragem; disposição para

sair das quatro paredes, "admirar a realidade, aprender, para compreender as inter-relações verdadeiras

dos fatos percebidos." [34] E o desafio dos crentes assumir sua parcela na responsabilidade de solucionar

problemas e minorar padecimentos.

CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO

No que diz respeito à comunhão e à oração, uma classe de Escola Dominical é riquíssima em

oportunidades. A classe pode se reunir periodicamente para orar uns pelos outros, compartilhar vitórias

na vida cristã e repartir dores e problemas a fim de que todos participem das alegrias e das tristezas de

todos.

A comunhão entre os irmãos tende a crescer quando algo íntimo é compartilhado. Amamos mais

quem conhecemos mais. E é maravilhoso orar por alguém conhecendo suas necessidades e triunfos.

Muitas vezes oramos por pessoas que não conhecemos. Não sabemos onde moram, como vivem,

quais são suas dificuldades; nossa oração é por demais genérica, pois carecemos de um conhecimento

maior. Algumas formas de intensificar a comunhão e propiciar compartilhamentos são:

Encontros de oração

Os alunos de uma classe podem se reunir periodicamente, no templo ou nas casas, para oração e

compartilhamento. A liderança deste trabalho precisa ser do professor, que poderá fazer uma escala com

as datas das reuniões e os locais. É muito importante que esta atividade seja realizada com aprovação e

apoio do pastor da igreja, que deverá ser convidado a participar da mesma. Uma coisa muito importante

neste trabalho é haver controle por parte do professor para que a reunião não fuja dos seus objetivos que

31 - GRELLERT, Manfred. Os Compromissos da Missão. Rio de Janeiro: Juerp/Visão Mundial, 1987, p. 21. 32 - CERQUEIRA, José Milton de. in Missão da igreja e Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho de Planejamento e Coordenação

da CBB, 1988, p. 64. " 33 - GRELLERT, Manfred., op. cit, p. 22. 34 - KIVITZ, Sílvia Regina Jorge, in Missão da Igreja e Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho de Planejamento e Coordenação

da CBB, 1988, p.47.

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são oração e compartilhamento. Às vezes, encontros assim podem enveredar para o bate-papo ou até

fofocas e maledicências. Por esta razão a liderança do professor é indispensável.

Parceiros de oração

A classe pode se organizar em parceiros de oração. Duas a duas as pessoas encontram um

companheiro, alguém mais achegado, com quem estará sempre em contato numa convivência de

fortalecimento mútuo e de apoio constante. Num mural da classe podem ser colocados os pares de

oração e à medida que um novo aluno for chegando deverá ser incluído. O professor deve ficar sem um

par, exatamente para ser parceiro daquele que vai chegar. Quando chegar outro, então forma-se uma

nova dupla e o professor fica novamente livre, à espera do próximo.

Pode haver, a cada domingo, possivelmente cinco minutos antes do início da aula, um encontro

das duplas de oração. Além disso, as duplas estarão em contato durante toda a semana pelo telefone, se

visitando etc. É ótimo quando temos alguém com quem compartilhar, dia-a-dia, nossas vidas. "Melhor é

serem dois do que um" (Ec 4.9a).

Atividades de sociabilidade

A classe, ao final de cada trimestre, deve se reunir tanto para celebrar o final do período quanto

para comemorar os aniversários daqueles que completaram mais um ano no trimestre. A festa deve ser

alegre e descontraída. É bom que haja brincadeiras, bolo de aniversário, enfim, muito divertimento e

espírito de fraternidade. Mais uma vez é importante que se convide o pastor, o diretor da Escola

Dominical, o Ministro de Educação Religiosa etc. E sempre muito importante que a classe enfatize a

bênção da Escola Dominical que é uma realização de todos.

MOBILIZANDO PARA O SERVIÇO

As igrejas podem se utilizar das classes, e estas podem se mobilizar no sentido de cooperar com a

igreja na realização de todo o serviço cristão. As classes podem se revezar no serviço de

aconselhamento de novos decididos, na recepção da igreja, no trabalho da cantina, no apoio às

congregações e pontos de pregação, no evangelismo externo, na segurança etc. Desta forma, ninguém

fica sobrecarregado e todos têm a oportunidade de servir e participar do serviço do Reino.

É bem funcional organizai: o serviço da igreja valendo-se da estrutura de classes da Escola

Dominical. Trata-se da canalização de um potencial certo e seguro para a consecução do trabalho

dominical da igreja. Além das atividades mencionadas acima, outras podem ser adicionadas, como a

limpeza das dependências em épocas de necessidade, assistência a enlutados, plantões de oração etc.

Quem estuda a Bíblia junto, toda semana, poderá trabalhar com eficácia em união para o

desenvolvimento da obra do Reino de Deus. Servir é a prática da obediência a Cristo; é a prova do

aprendizado; é a demonstração de que a Palavra de Deus não volta vazia, uma vez lançada ao coração de

crentes sinceros.

O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE...

Como pôde ser observado, o potencial de uma classe de Escola Dominical é simplesmente

fantástico, rico mesmo. Não explorá-lo é não enxergar alternativas e possibilidades que redundarão

certamente num farto crescimento para a igreja.

Naturalmente, para que esta dinâmica seja implementada nas classes, será preciso um

planejamento que adaptará a ela a estrutura vigente. Como se viu, numa classe, além do trabalho de

ensino das Escrituras, precisará haver uma liderança que realmente lidere e coordene cada atividade a

ser desenvolvida.

Na verdade, a igreja passará a funcionar basicamente através da Escola Dominical. Todas as suas

linhas de ação, praticamente, podem ser viabilizadas através das classes. Aquilo que assim não se

viabilize, carecerá de estrutura paralela, como a adoração e culto e a administração eclesiástica, por

exemplo.

Note-se, ainda, que atrelada a esta dinâmica de classes, deverá haver uma proposta de treinamento

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que visará preparar e manter motivadas as pessoas que atuam diretamente em cada frente de ação das

classes. O treinamento a ser provido será objetivo e direcionado àquelas pessoas que já estão atuando

nos respectivos setores.

Muita coisa pode até parecer impossível, mas se nos despirmos de preconceitos (conceitos

concebidos e cristalizados) abrindo a mente para alternativas, rompendo com velhos paradigmas e

construindo novos, mais relevantes e contextualizados, certamente experimentaremos bênçãos

inumeráveis. Ed René Kivitz observou com muita propriedade que a igreja tem sua missão, via de regra,

condicionada e diríamos até presa pelos paradigmas do culto, do clero, do domingo e do templo. [35]

Parece até que a igreja não conseguirá fazer nada que fuja destes condicionamentos. Por esta razão, o

empresário

Ricardo Semler, formado em Direito pela Universidade de São Paulo e em Administração pela

Harvard University, destacou como a primeira dentre as três condições sine qua non para a

sobrevivência de empresas a longo prazo, a "capacidade de enxergar a necessidade de mudanças a

tempo, com coragem para implementá-las antes que seja tarde demais".[36]

Neste sentido, vale a pena ler um excelente texto de Darci Dusilek, no qual ele lança mão do

conceito de curva sigmóide, muito utilizado em análises mercadológicas, para explicar a questão do

ciclo de vida da própria igreja que, caso não seja realimentado em tempo hábil, pode expirar,

inviabilizando qualquer ato de reversão. [37] Washington R. Ferreira conclui que a própria "teologia está

refazendo leituras a procura de enunciados mais atuais, longe do dogmatismo da defesa de possuir a

verdade última, atingindo o ideal de descobrir novos paradigmas".[38]

Portanto, prezado professor, é uma questão de fé e de visão; ainda uma questão de coragem.

Certo é que nem tudo dependerá de você, mas a partir de você muita coisa pode mudar e melhorar

em sua Escola Dominical e em sua igreja. Não desanime com a constatação de que sozinho não

conseguirá solucionar todas as coisas. O ser humano precisa aprender a enxergar-se não como solução

cabal de tudo, mas como ponto de partida para que as soluções se viabilizem.

SOCORRO! Sou professor de Escola Dominical

ACABOU A AULA, E AGORA?

As oportunidades de um professor fora da sala de aula

Ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco

todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20).

Enganam-se aqueles que pensam que o tempo de convivência entre professor e alunos da Escola

Dominical está circunscrito ao da aula em classe. O professor o é ainda que fora da sala de aula. A visão

de limitar-se ao relacionamento dentro de sala parece uma espécie de importação do modelo frio e

profissional da sociedade contemporânea, onde o médico só dedica 30 minutos ao cliente, o psicólogo

encerra a sessão na hora certinha, o professor já está com seus objetos nas mãos quando toca o sinal do

fim da aula. Na maioria dos casos, as pessoas nada têm a ver umas com as outras fora do ambiente de

encontro profissional.

Na Escola Dominical precisa ser diferente. O professor assume a responsabilidade por monitorar

ou, pelo menos, acompanhar o crescimento dos seus alunos. E é precisamente fora da sala de aula que os

alunos demonstrarão até que ponto aprenderam de fato a Palavra a eles ministrada durante a aula.

Em decorrência disso, o professor assume seu papel dividindo sua atuação em dois momentos:

dentro da sala, quando sua preocupação maior é a de gerenciar o processo de ensino/aprendizagem; e

fora da sala, quando sua tarefa é predominantemente a de observar as atitudes, comportamentos e

posturas assumidos por seus alunos.

35 - KIVITZ, Ed René. Quebrando Paradigmas. São Paulo: Abba, 1995, p. 37-56. 36 - SEMLER, Ricardo. Virando a Própria Mesa. 21a. ed. São Paulo: Best Seller, 1988, p.69. 37 - DUSILEK, Darci. A Igreja em Peregrinação. Rio de Janeiro: Horizonal, 1996, p. 35-40. 38 - FERREIRA, Washington R. O Fim das Ilusões - O Lugar da Religião na Atualidade. Edição da Autor, Rio de Janeiro: 1996, p. 99.

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Não só os alunos demonstram o aprendizado fora da sala, mas também o professor demonstra a

eles o quanto acredita e pratica o que lhes ensina. É uma dupla avaliação, de coerência, por parte do

professor; de assimilação na vida, por parte dos alunos. É bom que vejamos algumas orientações a

respeito dessas tremendas oportunidades de um professor fora da sala de aula.

A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO

O professor sendo observado

A ênfase aqui é no fato de que os alunos observam o seu professor fora da sala de aula, com o

intuito de constatar ou não harmonia entre seu ensino e sua prática. Vemos então a preciosa

oportunidade que o professor tem de reforçar ou ratificar seu ensino com seu exemplo: ao verem como o

professor se comporta, os alunos receberão mais uma aula, agora de vida, sobre como praticar a Palavra

de Deus.

Alguns aspectos mais observados, pelos alunos, na vida do professor da Escola Dominical são:

O professor e o culto Primeiramente, se o professor está presente nos cultos promovidos pela

igreja. Essa história de professor que chega, dá sua aula e vai embora para casa sem participar do culto,

ou aquele que raramente está nos cultos de domingo ou de meio de semana, é um desserviço lamentável

à obra de Deus. Privam-se de um envolvimento maior com a igreja e privam seus alunos de um exemplo

vivo; eles poderão até entender que o culto não é importante.

Outro aspecto é o da postura do professor durante o culto. Ele participa mesmo do culto ou vive

distraído, conversando, lendo ou escrevendo, durante a mensagem? Ele canta os hinos, entrega

regularmente os dízimos do Senhor? Ele acompanha a mensagem com a Bíblia aberta, seguindo cada

passo do sermão? Podem parecer detalhes de importância reduzida, mas são aspectos que oferecem

reforço importantíssimo, pelo exemplo, ao ensino da Bíblia em sala de aula.

O professor e seu caráter

Os alunos observam se o professor cumpre sua palavra quando a empenha, se é honesto em suas

atitudes e justo em suas ações. Quando os alunos notam que o professor fala e não cumpre,

comprometesse e não honra, passarão a não dar mais crédito às suas palavras e a desvalorizá-lo como

professor. É terrível quando isso ocorre. A experiência tem mostrado como é difícil recuperar a imagem

gravada no coração das pessoas a respeito do nosso caráter.

São em atitudes aparentemente pequenas que as pessoas observam a correção dos atos de um

professor. Se respeita a fila na hora do lanche na cantina, se devolve o que pede emprestado, como

responde àqueles que erram contra ele etc. Nas pequenas coisas o professor deixa transparecer o seu

caráter e a sua personalidade, também. Vale lembrar aqui que não se trata de cobrar perfeição do

professor, mas de se exigir que ele esteja atento para não destruir fora de sala o que tenta construir

dentro dela.

O professor e seus relacionamentos

Como o professor trata seu cônjuge, seus filhos, os demais irmãos em Cristo, a liderança da igreja;

como se refere ao pastor, como se dirige aos amigos e aos próprios alunos? Os alunos observam os

relacionamentos do seu professor a aprendem muito com eles. Ao ver um professor sendo gentil e

amável com o cônjuge e com os filhos, os alunos nutrem uma ideia boa e positiva sobre o

relacionamento familiar. O ensino da Bíblia sobre este tema, para eles, fará muito mais sentido.

Ocorrendo o contrário, o resultado é desastroso.

Estamos vivendo na era do emocional. O quociente emocional é mais valorizado do que o de

inteligência. Numa reportagem publicada na revista Veja, de autoria de Aríete Salvador e Laura

Capriglione, a propósito do livro do psicólogo e jornalista Daniel Goleman (Inteligência Emocional),

um dos mais vendidos à época, encontramos algumas informações que nos mostram o quanto nossa

inteligência emocional pode discrepar da intelectual ou racional. Por exemplo, a matéria informa que

Albert Einstein tratava sua esposa, Mileva Maric, uma matemática servia, como pouco mais do que uma

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escrava; diz que Karl Marx era um gastador inveterado que vivia tomando dinheiro emprestado de seus

amigos; informa ainda que Charles Darwin tinha síndrome de pânico.[39] Tais informações mostram que

alguns dos grandes génios, que mudaram o rumo da história e da vida humana com suas ideias, teorias e

inventos, eram péssimos em seus relacionamentos com os outros e consigo mesmos. O modo como um

professor se relaciona com as pessoas ensina muito aos seus alunos sobre até que ponto ele leva em

conta os ensinos de Cristo em sua vida.

A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO

O professor observando

A questão agora se inverte, é o professor que passa a observar seus alunos. É uma espécie de

avaliação informal, na qual cada observação empresta subsídio ao professor para aferir até que ponto o

que está sendo ensinado em termos de vida e de discipulado está sendo assimilado e praticado pelos

alunos. O professor observa se os alunos estão participando das atividades da igreja, se dão

demonstrações de amadurecimento cristão e comprometimento com a obra de Deus. Procura conversar

com os pais para ver como estão as coisas no convívio familiar, na escola etc. O resultado dessas

observações e informações será um conhecimento ainda maior que certamente conferirá às aulas um

grau ainda mais elevado de relevância para a vida dos alunos. No relacionamento dos alunos com os

colegas, com a liderança da igreja e com o próprio professor será revelada a maturidade emocional dos

mesmos. O professor precisará levar em conta esta maturidade emocional para a realização do seu

trabalho de forma eficaz. Conhecendo melhor o nível emocional da vida de seus alunos, o professor

cuidará de aplicar a Palavra de Deus de forma a proporcionar-lhes amadurecimento espiritual e

emocional. Sem observação, portanto, é simplesmente impossível qualquer avaliação que se chame

relevante. Com o ensino da Bíblia, a avaliação não pode centrar-se na retenção de informações, mas

deve focar a capacidade dos alunos vivenciarem os princípios do Evangelho de Jesus Cristo.

A DIMENSÃO DA FRATERNIDADE

Agora, entra em cena o relacionamento informal e espontâneo entre professor e aluno. Deve haver

muito diálogo entre eles, aproveitando as oportunidades ensejadas pela própria convivência eclesiástica.

O professor também deve criar oportunidades que criem um ambiente fraterno. Professor e alunos

devem ser amigos. Precisa haver um clima de confiança e cordialidade entre eles. Não pode haver

barreiras, pois elas inviabilizariam uma boa comunicação. Muitas vezes os alunos vão compartilhar

segredos e coisas íntimas com seu professor, isso exigirá dele a capacidade de ouvir, orar, ajudar e, ao

mesmo tempo, preservar a confiança dos alunos. Há muito que o professor pode fazer para auxiliar seus

alunos em questões pessoais, mas se não houver um clima de total confiabilidade, jamais tais questões

serão sequer mencionadas. No contexto da fraternidade, o professor procura conhecer as necessidades

dos seus alunos e empenha-se em ajudá-los a satisfazê-los. Como se viu, o relacionamento professor-

alunos se dá também, e de forma intensa, fora da sala de aula. Ao procurar observar seus alunos durante

os cultos nas atividades da igreja e mesmo, caso possível, no seu dia-a-dia, o professor certamente

colherá subsídios importantíssimos para o cumprimento do seu ministério como docente da Escola

Dominical.

QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS?

Como conhecer melhor os alunos de uma classe

E serão todos ensinados por Deus. Portanto todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim

(Jo 6.45).

É simplesmente um engodo querer ensinar a Palavra de Deus para quem não se conhece. Num

conceito moderno de ensino, o professor é, em síntese, um educador. Para cumprir seu papel precisará

mergulhar primeiro no mundo do aluno que, o quanto possível, precisa ser também o seu.

39 - SALVADOR, Arlet e CAPRIGLIONE, Laura. Quando a emoção é inteligência. Revista VEJA, 15.1.1997, p. 66.

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Paulo Freire cunhou a expressão educação bancária, aquela cuja prática vê o professor executando

sua função em basicamente dois momentos. O primeiro, na biblioteca, em contato com os livros,

preparando-se para o ensino; o segundo, em sala de aula, depositando no aluno aquilo que assimilou

como resultado do primeiro momento. [40]

Esta visão do aluno como mero depositário dos conhecimentos do professor é por demais

retrógrada e daninha, diante do nobre propósito da educação cristã. O aluno não deve apenas receber o

depósito por parte do professor, o que seria a reedição desta ultrajante filosofia educacional, na qual "o

educador é o sujeito do processo; os educandos meros objetos"[41]; mas sim construir o próprio

conhecimento a partir da ajuda e da ação do professor-educador.

Para Paulo Freire, portanto, o diálogo e a tarefa educacional será protagonizada por "não mais

educador do educando, não mais educando do educador, mas educador-educando com educando e

educador".[42]

A classe de Escola Dominical objetiva não a simples troca de conhecimentos, mas de vida; ao

tempo em que o professor ensina, aprende; ao tempo em que os alunos aprendem, ensinam. É o milagre

da educação religiosa acontecendo numa sala de aula.

Encontramos na própria definição da postura do professor-educador, o caminho para o

conhecimento dos alunos. Entendendo que "educar é, em suma, ajudar alguém a se criar"[43], o professor

vai, no exercício de sua função, permitindo e interagindo com os alunos para que eles próprios

engendrem seu desenvolvimento. O professor, como educador que é, reconhece "que não há educação

verdadeira senão quando existe auto-educação".[44]Desta forma, os alunos são responsabilizados e

respeitados em sua autoformação.

Como bem lembrou Fanny Abramovich, "a postura básica do educador é aquela aberta, que parte

da percepção de cada aluno e do grupo como um todo, que possibilita a cada aluno que se conheça e

conheça seu colega, para aí, depois de se detectar quais as dificuldades, lacunas, interesses de cada

grupo, poder ter alguma ideia (e sempre reformulável durante a sequência dum curso) do que poderá ser

proposto àquele grupo”. [45]

Então, abrindo-se para a pessoa do aluno, o professor descobre os caminhos mais viáveis para o

ensino que está se propondo transmitir. Com muita propriedade, Fanny Abramovich arremata dizendo

que "é quando o educador está com todos os seus poros ligados a cada aluno, quando acompanha seu

processo de crescimento, quando possibilita que ele seja integralmente, quando revê criticamente com

cada grupo todas as dificuldades pelas quais passou, quando o faz refletir sobre quem é, como age ou

como impede os outros (ou se impede) de agir, que o processo educacional flui".[46]

Em decorrência disso vemos que, a depender da postura do professor, pode haver ou não sucesso

na proposta educacional cristã veiculada pela Escola Dominical. Se o professor for adepto de uma

filosofia educacional inibidora e castradora dos alunos, propugnando por uma atitude auto-centrada, que

não dá espaço para que os alunos sejam plenamente; a educação estará comprometida de forma cabal.

Não é raro encontrarmos pessoas, muitas vezes até sem terem plena consciência disto,

reproduzindo esta atitude cuja ineficácia, já à saciedade, tem sido demonstrada. Precisamos, outrossim,

lutar para que a práxis[47] educacional da Escola Dominical de nossas igrejas represente sempre o que há

de melhor e mais moderno no campo da educação.

E preciso sair da retaguarda e assumir uma atitude de vanguarda como agentes da educação cristã

40 - FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. IT ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 66. 41 - FREIRE, Paulo, op. cit, p. 59. 42 - FREIRE, Paulo, op. cit, p. 68. 43 - CHARBONNEAU, Paul-Eugene. Educar. São Paulo: EPU, p. 190. 44 - CHARBONNEAU, Paul-Eugene., loc. cit. 45 - ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem?. 2a. São Paulo: Summus, 1985, p. 41. 46 - ABRAMOVICH, Fanny. loc. cit. 47 - Apanho emprestado aqui a compreensão de 'práxis' esposada por Beatriz Judith Lima Scoz, em seu trabalho "Algumas Considerações sobre a

Práxis Psicopedagógica na Realidade Educacional Brasileira", no qual afirma que "a idéia de práxis, portanto, firma-se numa compreensão do homem como

ser ativo e criador, que transforma-se à medida que transforma o mundo pela sua ação material e social". Em: A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São

Paulo: ABP.p, 1994, p. 19.

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na história. A questão, portanto, é que o professor conheça seus alunos. "Conhecer o homem, o seu

pensamento, - é tarefa bastante difícil!" admitiu Aglael Luz Borges, em seu trabalho apresentado no II

Congresso Brasileiro de Psicopedagogia e V Encontro de Psicopedagogos, realizado em julho de 1992,

em São Paulo; e comentou que os educadores "precisam estar atentos a fim de que, através de

maisnconhecimento, possam vivenciar melhor a práxis, integrando tanto quanto possível o discurso, o

sentimento e a ação".[48]

Embora difícil, a tarefa de conhecer aqueles aos quais o professor-educador deseja ajudar no

processo educacional desenvolvido na classe da Escola Dominical precisa ser realizada com dedicação e

prioridade. Ao fazê-lo vai perceber que, como bem observou Jerry M. Stubblefield: "pessoas aprendem

de formas diferentes. Isto é certamente verdade com faixas etárias diferentes".[49] A forma como um pré-

escolar aprende é bem diferente da de um adolescente ou jovem. O adulto também aprende de maneira

distinta. Assim, o professor precisa apropriar-se das características, dentro da psicologia do

desenvolvimento, da idade das pessoas que constituem a classe em que vai lecionar.

Não levar em conta essas peculiaridades pessoais pode resultar em erros graves que por certo

afetarão o resultado final do trabalho do professor. Muitos insistem no exercício do magistério cristão,

sem a imprescindível incursão no estudo das características do educando, de acordo com sua faixa

etária.

Assim fazendo, praticam o que Hamilton Werneck chama de tapeagogia[50], isto é, os que praticam

toda sorte de tapeações no processo de ensino-aprendizagem, bem como em sua administração.

Há alguns bons livros que muito poderão auxiliar o professor na tarefa de conhecer seus alunos

[51], no entanto, além deste conhecimento teórico, é muito importante um conhecimento prático, pois

somente através dele o professor poderá conhecer, de fato, os alunos para os quais ensina as Escrituras.

Algumas orientações poderão ser úteis neste sentido:

1. Conheça seus alunos pelos nomes

É muito importante chamar os alunos pelos seus nomes. O próprio convívio da igreja favorece

isto, mas é muito bom que o professor desenvolva seu próprio método para não esquecer o nome de

cada um dos seus alunos. Ao chamar alguém pelo seu nome demonstramos atenção e respeito para com

ele, abrimos uma porta que facilitará muito o relacionamento e a comunicação.

2. Visite seus alunos

Nada como uma vista à casa do aluno para conhecer sua realidade de vida. O relacionamento no

templo pode iludir muito. Muitas vezes a realidade de vida do aluno não fica clara nesse contexto; em

casa, porém, fica muito mais difícil qualquer confusão a esse respeito.

Saber as condições de vida dos alunos ajuda o professor a entendê-lo e auxiliá-lo no ensino da

Palavra de Deus. Quando o aluno é visitado fica mais à vontade com o professor e o relacionamento se

torna mais autêntico. No momento de um aconselhamento ou do pedido de uma determinada tarefa, o

professor ganhará muito se tiver visitado seus alunos.

3. Interesse-se pela vida de seus alunos

Procure saber sobre a escola, os amigos, namorados e cônjuges de seus alunos. Mostre interesse

em suas vidas. Quanto mais por dentro de suas vidas estiver o professor, melhor será o seu trabalho em

sala de aula, acredite. Anote em sua agenda a data do aniversário de seus alunos, assim você poderá

fazer um contato, mandar um telegrama ou ainda fazer uma menção em sala de aula.

O fato de o professor lembrar-se do dia do seu aniversário, fará com que o aluno o admire e

respeite ainda mais.

48 - BORGES, Aglael Luz. 0 Movimento Cognitivo-Afetivo-Social do Homem Ser-Sujeito na Relação do Conhecimento - Uma Proposta de um

Paradigma em Psicopedagogia. Em: A Práxis Pscopedagógica Brasileira..., p. 76. 49 - STUBBLEFIELD, Jerry M. The Effective Minister of Education - A Comprehensive Handbook. Nashville. 50 - WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. 11ª Ed. Petrópolis, Vozes, 1992, p. 55, 56. 51 - No final, o leitor encontrará uma bibliografia básica para a Escola Dominical, na qual constam interessantes obras que tratam das

características e das necessidades da criança, do adolescente, do jovem e do adulto.

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4. Aproxime-se de sua família

Conheça os demais membros da família de seus alunos e, o quanto possível, converse com eles;

faça-os sentir que você faz parte da vida de seu aluno e isso o faz parte também de sua família. Quando

uma família se percebe importante para o professor de um de seus membros, é como se sentisse o

cuidado da igreja por ela.

5. Descubra a ocupação e os interesses de seus alunos

Qual é a profissão de cada um? Que curso cada um está fazendo? Estas informações são

valiosíssimas do ponto de vista didático-pedagógi-co. Muitas são as ilustrações ou exemplos que podem

ser extraídos da vida profissional ou estudantil dos alunos. Ao usar este recurso, a comunicação será

estabelecida com maior eficácia. Muitas vezes um exemplo extraído do ambiente profissional ou

acadêmico dos alunos tem maior efeito no ensino do que horas de exposição.

Também são valiosíssimas as informações acerca dos interesses dos alunos como: esportes,

leituras, filmes, cantores e artistas, carro, viagens etc. Estas coisas acabam fazendo o professor conhecer

ainda mais profundamente as pessoas às quais pretende transmitir a Palavra de Deus. Também o ajudará

a inserir no contexto da aula pequenas brincadeiras e leves momentos de descontração que contribuirão

emocionalmente para o bem-estar dos alunos em classe.

Seja sociável

Muito conseguirá, por exemplo, um professor de adolescentes ou de jovens que jogue futebol com

eles, ou saia à noite para um passeio ou comer uma pizza juntos. Um professor de adultos que esteja

junto com os alunos num churrasco ou numa pescaria terá em muito facilitado o seu trabalho, pois não

existirão barreiras no relacionamento e na comunicação.

Um professor, por outro lado, que foge dos momentos sociais, acaba por prejudicar seu trabalho,

comprometendo a eficácia do seu ensino.

QUEM SÃO SEUS ALUNOS?

O objetivo deste capítulo foi demonstrar como é importante o conhecimento do aluno por parte do

professor. Oferecemos, também, alguma ajuda neste sentido, portanto, se o professor da Escola

Dominical lançar mão das ideias aqui ventiladas e de outras oriundas de fontes diversas de informação,

perceberá o prazer e a facilitação de sua tarefa aumentados, em função de sua dedicação na difícil mas

imprescindível tarefa de conhecer seus alunos.

Não tenha medo ou constrangimento. Lance-se na aventura de conhecer com a profundidade

possível aqueles que o têm como professor. Mergulhe o quanto puder na realidade de vida dos seus

alunos. Lembre-se de que a profundidade do seu ensino dependerá da intensidade do conhecimento que

você tem de seus alunos.

Seja educador-educando, relacionando-se de forma criativa e dinâmica com educandoseducadores.

Seja e deixe-o ser integral, intensa e naturalmente. Assim, a educação cristã se dará farta produtiva

e abundante; dentro e fora da sala de aula.

AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU?

Como melhorar a qualidade do trabalho do professor

Até que todos cheguemos à unidade da fé e do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida

da estatura da plenitude de Cristo (Ef4.13).

O capítulo anterior já ajudou muito no escopo deste, visto ter apresentado uma visão da natureza

do professor, concebendo-o como educador, sobretudo.

Aqui, portanto, adicionaremos uma dimensão que, na verdade, resume de maneira singular quem

deve ser o professor.

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O PROFESSOR PARTEIRO

Eis uma alusão ao método de ensinar usado por Sócrates, a "maiêutica, nome que lembrava a

profissão exercida por sua mãe, que era parteira".[52] O professor é aquele que traz à luz o conhecimento

e, como bem ensinou o professor Luciano Lopes, ao afirmar que " a tarefa do professor não era tanto a

de ensinar, como a de provocar a eclosão das idéias".[53]

Por esta razão, depois de percorrer os capítulos anteriores, e refletir bastante sobre a sua tarefa, o

professor pode agora, num exercício de auto-avaliação, detectar áreas em sua vida que precisam ser

trabalhadas visando o aprimoramento do seu trabalho. Isso é simplesmente maravilhoso, ao servir a

Deus na qualidade de professor da Escola Dominical, a pessoa é convidada a uma constante avaliação

do seu ministério. O desejo de exercer com dedicação a tarefa de ensinar as Escrituras precisará

pressupor sempre a reciclagem e o aperfeiçoamento, sob pena de, em não acontecendo, instalar-se uma

situação de retrocesso e de letargia na Escola Dominical.

O professor, como todos os crentes, precisa crescer, melhorar. Cada dia representa um desafio

novo, cada trimestre uma oportunidade nova de crescer com e através da vida dos seus alunos. "É claro

que o professor, para exercer com eficácia a maiêutica das idéias, deverá ter vocação e também preparo

especializado".[54] Tal preparo se dará no transcurso da vivência do próprio professor, em sua disposição

de se envolver nos programas de reciclagem e treinamento a que tiver acesso.

No entanto, muitos são resistentes à idéia de reciclagem e de treinamento. Há casos de professores

da Escola Dominical que jamais aceitam participar de um treinamento ou de um curso; são auto-

suficientes, acham-se prontos e julgam-se detentores de todo o saber. Não pode haver coisa mais

prejudicial para uma Escola Dominical do que a presença de pessoas que se recusam a crescer, negam se

a melhorar e fogem do aperfeiçoamento.

Ser professor da Escola Dominical implica melhorar sempre, abrir-se para o novo, manter arejada

a mente e aberto o coração para experimentar novos métodos, intensificar ações educacionais, testar,

experimentar. Neste sentido, a sala de aula é um laboratório permanente onde professor e alunos se

lançam a novas descobertas e experimentos cujos resultados muito poderão contribuir para o

crescimento do Reino de Deus.

Aqueles que resistem tanto a esta idéia da reciclagem e treinamento carecem de humildade.

Humildade é a convicção de que não temos nem somos a última palavra. A humildade leva o

professor a entender suas limitações e deficiências. Também inferimos, ao analisar estes resistentes, um

certo desprezo pelo trabalho de Deus, muitas vezes até travestido de piedade e responsabilidade. Se uma

pessoa não quer consertar erros, redirecionar caminhos equivocados, corrigir falhas e aperfeiçoar

métodos e técnicas acerca do ensino dinâmico e eficaz das Escrituras; então notamos, no mínimo,

desconsideração para com a nobreza do ministério do ensino da Bíblia na igreja.

No tempo em que nós vivemos, as coisas acontecem com uma velocidade enorme. A cada dia

surgem novas idéias, aparecem instrumentos melhores, nascem paradigmas contemporâneos e relevantes

na área do ensino. Através de sua participação constante em programas de reciclagem, cursos de

aperfeiçoamento, clínicas e laboratórios de ensino; o professor da Escola Dominical vai se atualizando,

tomando conhecimento das novidades e, naturalmente, melhorando a qualidade do seu trabalho.

O pastor e os líderes educacionais da igreja devem se esforçar sempre para que esta consciência da

necessidade de melhorar e aperfeiçoar sejam passada e desenvolvida na vida dos seus professores. Além

disso, precisam levar a igreja a investir nessa melhoria. Bem fará a igreja que se esforçar para financiar

programas de reciclagem para os seus professores, para lhes dar condições cada vez melhores para o

desenvolvimento de seu ministério. Muitos professores até se frustram ao constatarem que a igreja não

os valoriza e nada investe em suas vidas e em seu potencial. Quando isso ocorre, temos o quadro

absurdo que mostra professores dedicados querendo melhorar seu trabalho, e líderes obstruindo o seu

ideal e matando sua vocação. É preciso estarmos atentos para que a igreja invista com objetividade e fé

no aperfeiçoamento do seu corpo docente.

52 - LOPES, Luciano. 0 Professor Ideal. 3a. ed. Rio de Janeiro: Casa do Educador A.A., I996, p. 19. 53 - LOPES, Luciano. loc. cit. 54 - LOPES, Luciano. loc. cit.

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A consciência de que o ensino das Escrituras está na base de tudo o que uma igreja realiza, quer

seja missões e evangelismo, música, ação social, cultura, educação etc há de gerar um clima favorável

ao investimento na área da Escola Dominical.

De um modo geral, podemos dividir os professores em duas categorias, tal divisão tem apenas um

objetivo didático, visando auxiliar o professor a identificar em que necessita de reciclagem e/ou de

treinamento:

PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR

São aqueles que dominam os métodos de ensino, que conhecem bem a didática. São capazes de

planejar e desenvolver uma aula tecnicamente perfeita e eficiente. Tais professores quase nunca têm

problemas com o tempo da aula ou a motivação dos alunos, visto que conhecem exatamente as técnicas

para se evitar este tipo de problema.

PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR

Estes são professores que conhecem bem a Palavra de Deus e sabem exatamente o que deve ser

passado para os seus alunos. Têm boa estrutura doutrinária, conhecem bem a história bíblica, sabem

discernir se um determinado ensinamento tem ou não fundamento bíblico. Sua contribuição para a

Escola Dominical se dá preponderantemente na dimensão do conteúdo bíblico.

Na realidade educacional de uma igreja local essas duas categorias se manifestam em, pelo menos,

quatro tipos de professores na Escola Dominical:

Como sem o quê

São professores que sabem como ensinar, mas não sabem o que ensinar, ou seja, dominam bem a

técnica, a didática, mas não dominam bem a Palavra de Deus. Sua aula vai falhar sempre no aspecto do

conteúdo. Estará sempre correndo o risco de deixar seus alunos saírem da sala sem saberem os aspectos

fundamentais do texto estudado. As aulas acontecerão, mas o crescimento bíblico-doutrinário será lento.

O que sem como

Também encontramos na Escola Dominical aqueles professores que dominam muito bem o

conteúdo, mas não conhecem bem as técnicas de ensino. Fica sempre claro para os alunos que ele

conhece o assunto que está ensinando, mas falta habilidade para o ensino propriamente dito. O risco no

caso deste professor é não conseguir transmitir o conteúdo que tanto conhece e mesmo de não ser capaz

de adequar a quantidade de matéria a ser transmitida com o tempo disponível para tal, implicando até

mesmo deixar para trás partes importantes do conteúdo.

Sem o que e sem como

Ainda existem aqueles que são deficitários tanto no método ou na técnica, como no conteúdo. Aí o

que acontece é uma espécie de faz-de-conta. Não há produtividade. A tendência nestes casos é a aula

enveredar por assuntos outros, conversas informais e até o compartilhar de experiências que nada têm a

ver com o que deveria estar sendo ensinado.

O que e como

São aqueles que unem o conhecimento da técnica e do conteúdo. Sabem o que precisam ensinar e

conhecem precisamente como fazê-lo. Dominam tanto o conteúdo como a técnica de ensino. Pertencem

ao grupo de professores ideais para a Escola Dominical, pois poderão exercer seu ofício com

abrangência e competência. O alvo de cada Escola Dominical deve ser o de ajudar seus professores para

que pertençam a este segmento; o que demandará, por parte da liderança educacional da igreja, um

programa de treinamento.

TREINAMENTO DIRECIONADO

Tendo em vista os conceitos explanados acima, precisamos agora rever as propostas de

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treinamento e de reciclagem que tradicionalmente são apresentadas em nossas igrejas. Nota-se que, os

treinamentos oferecidos tratam o professor de maneira massificada. O máximo que temos visto é uma

divisão dos professores em função da faixa etária para a qual ensina. O pressuposto é o de que se pode

colocar em uma mesma sala de treinamento todos os professores de adolescentes. O treinamento é

estruturado a partir do que os professores têm em comum. Nosso pensamento é que os programas de

treinamento e reciclagem devem ser estruturados a partir das diferenças e não das semelhanças entre os

professores.

Assim, em vez de oferecer um treinamento geral para, digamos, professores de adolescentes,

oferecer-se-á um curso ou reciclagem sobre, por exemplo, aprimoramento das técnicas de ensino para

adolescentes ou conhecendo melhor o Novo Testamento. Nosso entendimento é que este tipo de

proposta atrairá o professor em função das carências e necessidades. O resultado é que o tão sonhado

corpo docente de qualidade poderá ser viabilizado a médio e longo prazos.

Pensando na igreja local, uma boa dica é reunir os professores com o objetivo de orientá-los

acerca dos tipos de professores mencionados neste capítulo. Os professores precisarão se identificar com

um desses tipos de professores. O modelo de questionário que segue foi desenvolvido com o propósito

de levar os próprios professores a se conhecerem melhor. Este questionário deve ser aplicado após uma

clara e objetiva exposição sobre os tipos de professores existentes na Escola Dominical:

FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR

Assinale em qual dos casos abaixo há uma descrição mais adequada sobre sua vida como

professor:

1. No exercício do meu ministério predomina mais o como ensinar.

2. No exercício do meu ministério predomina mais o que ensinar.

3. No exercício do meu ministério como e o que ensinar são observados de forma equilibrada

4. No exercício do meu ministério preciso desenvolver tanto como quanto o que ensinar.

Se você concorda que a liderança da Escola Dominical elabore um Programa de Treinamento

Direcionado, através do qual você seja ajudado especificamente no que está precisando, responda às

questões abaixo e entregue este formulário ao Diretor da Escola Dominical.

Nome completo:

Classe que leciona: Data de nascimento:

Endereço: Rua: N

Complemento:

Bairro: Cidade:

Estado CEP

Telefone de casa: Telefone do trabalho:

De posse dos formulários, a direção da Escola Dominical poderá desenvolver um programa de

reciclagem que atinja diretamente os professores em suas necessidades específicas reconhecidas. Este

programa de reciclagem, se necessário, poderá ser desenvolvido até individualmente, tendo em vista que

muitos dos nossos professores têm condições de se auto-reciclarem através de leituras e de um

acompanhamento por parte da direção da Escola.

AUTOTREINAMENTO

Consciente de sua necessidade de constante treinamento e reciclagem, o professor não precisa

ficar esperando que haja um curso ou uma clínica para reciclar-se. Por si mesmo, pode valer-se de livros

para ler e rever seus métodos visando enriquecê-los. Uma boa prática é a leitura de livros voltados para

a prática do ensino. Ao final deste livro, você encontrará uma bibliografia básica da Escola Dominical

que lhe oferecerá livros cuja leitura o ajudarão e contribuirão para a melhoria do ensino em sala de aula.

O programa de auto-reciclagem considera ainda a descoberta de oportunidades de crescimento

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pessoal de uma maneira mais formal. Se em sua cidade existe um seminário teológico evangélico, você

fará bem se procurar informar-se sobre a possibilidade de cursar matérias avulsas, como Introdução à

Bíblia, Velho Testamento, Novo Testamento, Teologia Sistemática, Didática, Geografia Bíblica e

outras.

Você poderá cursar uma ou duas disciplinas avulsas a cada semestre; assim, ao longo dos anos,

você vai se aprofundando mais e mais no conhecimento das Escrituras.

A igreja, por sua vez, pode, dentro de suas possibilidades, ajudar os seus professores neste

programa de reciclagem mais formal. No caso de professores menos aquinhoados financeiramente, a

igreja poderá até patrocinar tal treinamento.

O importante é que cada professor perceba o valor de uma reciclagem constante e periódica,

sempre com aquele sentimento de humildade e desejo de melhorar. A obra de Deus merece que

dediquemos o melhor de nós, por isso o professor da Escola Dominical é aquele tipo de obreiro que

jamais fica parado no tempo, mas que cresce um pouco a cada dia. Lembrando ainda que, no

desenvolvimento de sua personalidade, o professor deve cultivar sempre zelo por sua aparência,

capacidade de expressão, cortesia, otimismo, espírito de simpatia, auto-direção, espírito de iniciativa,

entusiasmo e saúde. [55]

NA ERA DA INFORMAÇÃO

Vivemos hoje a geração da informação e da comunicação. O mundo inteiro está interligado pela

maior teia de informação de todos os tempos, a Internet. As possibilidades e oportunidades que

acompanham a Internet ainda são vislumbradas de forma muito incipiente pela maioria das pessoas,

porém, a verdade é que estamos diante do maior ambiente de influência mundial, o virtual.

Como alguém cujo ministério é a interpretação da Bíblia para o homem de hoje, o professor não

pode pecar pela ignorância da Internet e seu potencial. Através dela, o professor pode atualizar-se,

instruir-se e alargar seus conhecimentos sobre o que está a ensinar.

Há hoje inumeráveis fontes de pesquisa abertas na Internet, com acesso a informações sobre a

Bíblia e a Teologia. Navegando pelas páginas de informações (home pages), o professor

encontrará recursos antes simplesmente impossíveis de serem acessados a distância, poderá adquirir

livros, consultar enciclopédias e conversar através do correio eletrônico (e-mail) com professores de

universidades, especialistas do mundo inteiro, bem como trocar idéias com pastores e outros professores

da Escola Dominical que estão longe dele.

São já milhares de igrejas presentes na Internet. Ao visitá-las, o professor poderá ter uma idéia do

desenvolvimento de seus ministérios e aproveitar informações e acessos colocados à disposição nas

páginas da Internet. Para que o leitor tenha uma idéia, no dia em que este capítulo está sendo escrito, a

homepage da nossa igreja completou a marca de 1.700 acessos, em apenas cinco meses. São pessoas

que, no mundo inteiro, acessaram nossa página para conhecer um pouco sobre nossa igreja.

Hoje pode-se estudar via Internet, fazer compras, pesquisar, conversar, se corresponder, informar-

se política, social e culturalmente, e comunicar-se com pessoas distantes. No seu discurso anual de 1997

(The State of Union), o presidente Bill Clinton, dos Estados Unidos, disse que seu objetivo é o de

permitir a crianças americanas, a partir de 12 anos, ter habilidade suficiente para usar a Internet. Falou

do propósito de interligar com a rede mundial cada sala de aula e cada enfermaria de hospital. Lembrou

da maravilha que a Internet já representa no campo da ciência e da tecnologia, especialmente pela

geração de informação instantânea. Uma pessoa internada em um hospital poderá se comunicar com

seus familiares e receber apoio e ajuda, mesmo de parentes que estejam do outro lado do planeta. Seus

médicos poderão consultar opiniões de especialistas em todo o mundo, inclusive remetendo exames,

boletins ete, o que poderá significar a cura do doente e tudo a um custo inacreditavelmente baixo.

O professor da Escola Dominical deve apropriar-se deste universo virtual que, mais do que

qualquer outra coisa, tem caracterizado este final de século e de milênio. Deve instrumentalizar-se da

Internet para a melhoria da qualidade do seu ensino das Escrituras.

55 - LOPES, Luciano. op, cit, p. 25-50.

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Bênçãos e desafios para este final de milênio

O ensino do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte (Pv 13.14).

ESPERANÇA

Este é o sentimento do nosso coração ao terminar este livro. Esperança de vermos nossas Escolas

Dominicais sendo dinamizadas, em especial no que se refere à tarefa do professor. Ensinar a

Bíblia é uma bênção e um desafio para a vida do professor. Bênção oriunda da convicção de que se

trabalha não por verdades humanas, temporais; mas divinas e eternas; desafio, pela consciência de que

só é possível ser professor da Escola Dominical sob a égide da iluminação divina. Como professor da

Escola Dominical, o leitor pode sentir as alegrias da bênção e o prazer do desafio. Que bom Deus

confiar a homens e mulheres tão sublime tarefa!

SENDO PONTE

Ser professor é ter o privilégio de ser ponte. Entre as verdades de Deus e as necessidades dos

homens; entre os desígnios de Deus e as perplexidades dos homens; entre o consolo de Deus e a

carência dos homens. Ser professor da Escola Dominical é ser ponte, através da qual os alunos

alcançarão o objetivo da edificação. O professor encontra prazer em ver pessoas atingindo o outro lado

do rio. Sem a ponte, o outro lado é sonho, com ela é topia, é realidade. Sem a ponte, o mar e o abismo

são invencíveis, com ela ambos são domados e superados. Sem a ponte os benefícios da travessia se

relativizam, com ela tornam-se desafios. Ser professor da Escola Dominical é ser ponte.

SENDO ALUNO

Ser professor é ser aluno. É aprender com os alunos, com as aulas, com a vida. É perceber o que o

Mestre tem a lhe mostrar e ensinar. É não se deixar envaidecer pela equivocada, posição de quem

ensina. É fazer do seu ministério um constante, desafiador e dinâmico aprender, é ser aluno. Ser

professor é ser aluno, portanto, mais um no meio dos outros. É sentir as dores e preocupações deles. É

ser um com os demais alunos e deixar ser um consigo também. Ser aluno é ter amigos, é fazer parte de

uma comunidade, é não estar só.

SENDO SERVO

Ser professor implica servir a Deus e ao próximo. O espírito de serviço prevalece no coração do

professor da Escola Dominical. A consciência de quem é o seu Senhor é de fundamental importância na

vida do professor. O professor serve a Deus dentro e fora da sala de aula, serve-o com alegria e

disposição, trabalha para o seu Senhor com espontaneidade e prazer. Este serviço implicará muitas vezes

renúncia, e renunciar é uma característica indispensável na vida de quem se propõe a ensinar.

SENDO CANAL PARA O CRESCIMENTO

Servir a Deus na condição de professor da Escola Dominical é colocar-se estrategicamente na

posição de canal para o crescimento da igreja. Através da Escola Dominical, como já vimos, a

viabilização do crescimento da igreja é certa e segura. Neste, sentido veremos que do resultado do

trabalho do professor dependerá o crescimento. Como bem lembrou Valdir Steuernagel: "a qualidade de

discípulos que o Evangelho produzir, no contexto de uma igreja, será o atestado de quão saudável ou

enfermo foi o crescimento desta igreja".[56] O professor é a figura principal neste processo de 'controle

de qualidade'. Como canal de crescimento, o professor não bloqueará o desenvolvimento da obra, mas

contribuirá para que as oportunidades de crescimento sejam devida e sabiamente aproveitadas. O

professor não é o responsável pelo crescimento de sua igreja, mas um dos canais através dos quais tal

crescimento se dará, pois "para que a igreja cresça é preciso que o evangelho seja pregado e vivido e

56 - STEUERNAGEL, Valdir. A Igreja Rumo ao Ano 2000. Belo Horizonte: Missão, 1991, p. 92.

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encontre uma resposta positiva".[57] Cumprindo seu papel de canal, o professor será um instrumento para

o crescimento de sua igreja.

SENDO RESPONSÁVEL

A responsabilidade é uma virtude que determina, o sucesso ou o fracasso de qualquer

empreendimento. O ensino da Bíblia numa classe de Escola Dominical é o mais sublime e

recompensador de todos os empreendimentos. Agindo com um sentimento de intensa responsabilidade

na liderança de cada aula e de cada atividade de sua classe, demonstrando aos alunos o quanto considera

e valoriza o seu ministério, o professor conseguirá gerar neles o mesmo sentimento de zelo e de

responsabilidade para com o estudo e a aplicação na vida da Palavra de Deus.

OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS

Mesmo realizando o trabalho duro e árduo de preparar-se adequadamente para o ensino das

Escrituras, mesmo esforçando-se ao máximo para realizar seu trabalho com a maior perfeição

possível, o professor jamais deve esperar receber glória. Receberá honra, gratidão, reconhecimento, mas

a glória deverá ser sempre de Deus. Por esta razão, entendemos também que as pessoas que têm sido

usadas de forma extraordinária por Deus, na liderança do seu povo, possuem "um único propósito em

mira: que as suas vidas e a sua atuação redundem na honra e na glória de Deus, mediante qualquer tipo

de serviço que sejam capazes de realizar".[58]

Ao objetivarem a glorificação de Deus em suas vidas e através delas, os professores da Escola

Dominical acabam por construírem um inabalável alicerce sobre o qual o Espírito Santo de Deus

edificará sua igreja madura e transformadora.

GRATIDÃO

A última palavra que desejamos dar aos professores da Escola Dominical das igrejas evangélicas

do Brasil, é no sentido de que reconheçam o alto privilégio que Deus lhes tem concedido em permitir-

lhes o exercício do ministério do ensino da Bíblia em suas igrejas. De fato, Deus tem sido maravilhoso

em escalar em cada igreja pessoas como você, dedicadas e interessadas no ensino e na disseminação da

Palavra Santa.

Ao selecionar uma pessoa para a tarefa do ensino, Deus a acompanha, protege e supre suas

necessidades. Sabe o nosso Senhor que cada professor constitui o maior de todos os patrimônios. Deus

não fica alheio à situação de cada professor, a vida daquele que se dedica ao ensino das Escrituras

interessa bem de perto ao Senhor.

Em função disto, o professor deve apropriar-se das preciosas promessas da Palavra de Deus,

agindo de tal maneira a usufruir delas em seu viver diário. Sobre todas as coisas o professor é alguém

que, de fato, "tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita dia e noite" (SI 1.2).

Certo de estar no centro da vontade de Deus, o professor segue no exercício do ministério que

recebeu do Senhor. Conseguindo extrair prazer e contentamento de todas as circunstâncias nas lides do

ensino da Palavra de Deus, ele não desanima diante dos desafios, não desiste ante os obstáculos, não

esmorece à frente das tribulações. Sabe em quem confia, conhecem quem adora vivência as verdades

que ensina. É professor, ensina a Palavra da qual se alimenta dia após dia.

Se na sua experiência como professor, você nem sempre foi compreendido ou recompensado; se

chegou muitas vezes a pensar em desistir; se cogitou no coração abandonar a carreira; se incontáveis

vezes sentiu chegar à garganta um grito por socorro; fica aqui o estímulo para que persevere, pois como

ensinou o apóstolo Paulo: "por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja

consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória; não atentando nós nas coisas

57 - STEUERNAGEL, Valdir., op. cit. p. 91. 58 - BARNA, George. Igrejas Amigáveis e Acolhedoras. São Paulo: Abba, 1995, p. 199.

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que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se

não vêem são eternas" (2Co 4.16-18). A cada dia a vida do professor vai sendo renovada em função da

sua fé e do seu desprendimento no serviço do Reino.

Avante, professores! Levem a cabo o ministério que o próprio Deus lhes entregou. Apropriem-se

das orientações e dos conselhos aqui compartilhados, tenham coragem e fé, encarem sua função com o

brilho que lhe é peculiar, creia que Deus fará prosperar a obra de suas mãos. Acreditem que vocês terão

a alegria de constatar na vida dos alunos de hoje, homens e mulheres de Deus amanhã. É também para

você, professor da Escola Dominical, a promessa bíblica:

"Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo,

trazendo consigo os seus molhos" (Sl 126.6).

ANEXOS

OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL

1. Amar a Palavra de Deus ao ponto de estudá-la com afinco e constância.

2. Reconhecer o valor da Educação Religiosa e ter na mais alta estima a missão do educador.

3. Estar sempre bem preparado para ensinar a Bíblia na classe.

4. Estar sempre em dia com os novos métodos de ensino e procurar renová-los quando necessário.

5. Dar instrução sem esquecer da educação, isto é, transmitir conhecimento e ao mesmo tempo

formar o caráter.

6. Amar o aluno como a seu próprio filho.

7. Saber que o aluno tem uma personalidade que merece respeito; e uma vida cristã em

desenvolvimento.

8. Amar a igreja da qual é membro, prestigiando com sua presença e contribuição suas

programações e suas promoções.

9. Procurar em tudo ser exemplo digno de ser seguido por seus alunos.

10. Estudar sempre com o fim de aperfeiçoar-se para servir sempre melhor ao Senhor.

(Baseado no texto Os Dez Mandamentos do Professor, de LOPES, Luciano. O professor ideal. 3ª

ed. Rio de Janeiro: Casa do Educador, 1966, p. 50-51).

PLANO DE SALVAÇÃO

Existem várias versões do Plano de Salvação, todas com seus méritos. Aqui transcrevemos a que

nos parece melhor para uso do professor da Escola Dominical. E a versão conhecida como Estrada dos

Romanos, que apresenta a peculiaridade de usar somente textos da Carta de Paulo aos Romanos.

Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Romanos 3.10).

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3.23).

Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também

a morte passa a todos os homens por isso que todos pecaram (Romanos 5.12).

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo

Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).

Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda

pecadores. Logo muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue seremos por ele salvos da ira

(Romanos 5.8, 9).

A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o

ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se

faz confissão para a salvação (Romanos 10.9,10).

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BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL [59]

BÍBLIAS

Imprensa Bíblica Brasileira. Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida, de acordo

com os melhores textos em hebraico e grego. 1ª. Impressão, 1986.

A Bíblia de Jerusalém. Edições Paulinas, 1973.

A Bíblia na Linguagem de Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil.

CONCORDÂNCIA

Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1975, l.l01p.

DICIONÁRIOS, MANUAIS E ATLAS

DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p. DOUGLAS, J. D. (ed.).

O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1962. HALLEY, H.H. Manual Bíblico. 2 Vol.,

São Paulo: Vida Nova. ROWLEY, H. H. Pequeno Atlas Bíblico. São Paulo:ASTE.

COMENTÁRIOS BÍBLICOS

ALLEN, Clifton J. (Editor Geral). Comentário Bíblico Broadman. Rio de Janeiro: Juerp. Vols. 1-3

Antigo Testamento cobrindo de Gênesis a Neemias. Os volumes 8-12 (Novo Testamento) cobrindo de

Mateus a Apocalipse.

MESQUITA, António Neves de. Estudos nos Livros do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: Juerp.

Vários volumes.

MUELLER, Ênio R. (Coordenador). Em Diálogo com a 'Bíblia. Curitiba e Belo Horizonte:

Encontrão e Missão. Alguns volumes prontos sobre livros do Novo Testamento.

PFEIFFER, Charles E, HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa

Batista Regular. Os volumes 1-3 (Antigo Testamento) cobrem de Gênesis a Malaquias. Os vols. 4 e 5

cobrem de Mateus a Apocalipse.

Série Cultura Bíblica - Introdução e Comentário em vários volumes tratando de vários livros do

Antigo e do Novo Testamentos. São Paulo: Mundo Cristão e Vida Nova.

PARA CONHECER MELHOR OS ALUNOS E ENSINAR MELHOR

APPLEBY, Rosalee Mils. 0 Ensino da Palavra. 13a ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1995,138p.

COLEMAN, Jr., Lucien. Como Ensinar a Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1989, 202p.

DRESCHER, John M. Sete Necessidades Básicas da Criança. São Paulo: Mundo Cristão, 1985.

117p.

GRIGGS, Donald. Ensinando Professores a Ensinar. 2a ed. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana,

1985. 174p.

HENDRICKS, Jr., Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991.

143p.

FORD, Leroy. Ensino Dinâmico e Criativo. 5a ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1995. 147p.

HOWSE, W. L. Orientando Jovens no Estudo Bíblico. Rio de Janeiro: Juerp, 1986. 112p.

PRICE, A. A Pedagogia de Jesus. 13a ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1995. 162p.

WELCH, Norvel. Melhor Ensino Bíblico para Adultos. Rio de Janeiro: Juerp, 1982, 112p.

BÍBLIAS - SOFTs

A Bíblia em Multimídia - CD ROM. Brasília: Laicus Consultoria e Informática Ltda, 1996.

(Texto bíblico completo, mapas bíblicos, cronologia da vida de Jesus, concordância e sumários e

esboços dos livros da Bíblia).

Bíblia Soft-CD ROM. Curitiba, PUBLISOFT Publicações Informatizadas Ltda, 1996. (Texto

bíblico completo, texto grego do Novo Testamento, dicionário dos nomes bíblicos, mapas bíblicos,

59 - A Biblioteca do Professor da Escola Dominical, precisa ter materiais que sejam de cunho teológico, bibliográfico, pedagógico etc.

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comentários sobre pontos geográficos bíblicos, introdução aos livros bíblicos, informações sobre

moedas, pesos e medidas).

A Bíblia Fala - Vários estudos bíblicos temáticos.

http://www.cuc.edu/cqi-bin/bf.pl

A Bíblia Net - O texto bíblico em português.

http://www.cuc.edu/cqi-bin/biblia

Ecksianet-Devócionús, comentários, esboços, sermões, estudos bíblicos, livros etc.

http://www.eclesianet.com.br

Família Evangélica - Assuntos diversos ligados à fé cristã.

http: / / www.geocities.com/heartland/ 8 871

Teologia Sistemática Protestante - Estudos Doutrinários

http://www.nce.ufrj.br/~harpia/estl80

BIBLIOGRAFIA

ABRAMOVICH, Fanny. Quem Educa Quem?. São Paulo, Summus, 1985, 141p.

APLEBY, Rosalee. O Ensino da Palavra. 13a. Edição, Rio de Janeiro, JUERP, 1995, 138p.

AZEVEDO, Israel Belo de. Descubra Agora como Viver Bem em Família. São Paulo, Exodus,

1997, 80p.

BARNA, George. Igrejas Amigáveis e Acolhedoras. São Paulo, Abba Press, 1995, 202p.

BARNETTE, J. N. The Place of Sunday Schoolin Evangelism. Nashville, TN, Broadman Press,

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CHARBONNEAU, Paul-Eugène. Educar - Diálogos de Gerações e Problemas da Juventude. São

Paulo, EPU,418p.

COLEMAN, Jr., Lucien. Como Ensinar a Bíblia. Rio de Janeiro, JUERP, 1989, 202p.

COM OS OLHOS NO FUTURO - Teses do Congresso Batista Brasileiro. Rio de Janeiro,

JUERP/Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, 1991, 204p.

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FLORES, Herval Gonçalves ( Editor ). A Praxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo, ABPp,

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