julho | agosto | 2010 · julho | agosto | 2010 entrevista teresa almeida presidente da ccdr-lvt...
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12JULHO | AGOSTO | 2010
entrevistateresa almeidapresidente da ccdr-lvt
opiniãocidades perfeitasfernanda câncio
a inovação é para todosaugusto mateus
P r o p r i e d a d e
CCDR‑LVT
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
de Lisboa e Vale do Tejo
Rua Artilharia 1, nº 33 – 1269‑145 Lisboa
Tel.: 21 383 71 00 | Fax: 21 383 12 92
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Presidência da CCDR‑LVT
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Milene Cunha
P r o j e c t o e d i t o r i a l , d e s i g n e p r o d u ç ã o
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José Teófilo Duarte [Direcção]
Eva Monteiro [Design]
Filipa Fernandes [Design]
C o l a b o r a r a m
Ana Sousa Dias
André Gago
Carla Amaro
Carla Maia de Almeida
Fernanda Câncio
Luís de Carvalho
Virgílio Gomes
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F o t o g r a f i a
Câmaraardente, produções fotográficas
Flávio Andrade
Guto Ferreira
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Corlito – Artes Gráficas
T i r a g e m 2500 exemplares
I S S N 1646‑1835
D e p ó s t i o L e g a l 224633/05
L V T # 1 2 – J u l h o | A g o s t o | 2 0 1 0 | Q u a d r i m e s t r a l
ín dice Editorial Virar a Página............................................................................ 2 Teresa Almeida
Actualidade PME – Apoios são importantes..........................................4 Carla Amaro
Opinião Cidades Perfeitas....................................................................12 Fernanda Câncio
Entrevista Teresa Almeida Presidente da CCDR-LVT...................................................... 18 Ana Sousa Dias
Inovação Augusto Mateus A inovação é para todos.....................................................28 Luis de Carvalho
Acontecimento Desenvolver a Inovação e a Competitividade da Indústria Naval ...................34
Reportagem/Património Era uma vez uma casa de histórias...............................36 Carla Maia de Almeida
Destaque INDUSCRIA Uma Plataforma para as Indústrias Criativas........44
Comunidade Urbana Teatro Instável........................................................................46 André Gago
Roteiro Cozinha do presente Cozinha do futuro.................................................................52 Virgílio Gomes
Agenda cultural......................................................................58
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Editorial.|.Teresa Almeida
Virar a Página
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A Região de Lisboa e Vale do Tejo. encontra-se.num.momento.em.que.a.afirmação.no.contexto.ibérico.e.europeu.é.essencial.para.garantir.a.com-petitividade. das. suas. empresas. e. o. bem-estar.das.populações.
2010.é.um.ano.fulcral..Estamos,.precisamente,.a.meio.do.período.de.execução.normal.do.QREN.2007-2013..Torna-se,.assim,.neces-sário.fazer.um.balanço.dos.resultados.atingidos.e.traçar.o.futuro..Um. futuro. com. mudanças. de. rota. impostas. pela. conjuntura.actual,.de.escassez.de.recursos,.que.nos.obriga.a.seguir.um.caminho.ainda.mais.responsável..
Há. que. reconhecer. que. o. contexto. deste. ciclo. de. programação.–.profundamente.marcado.pelo.que.já.é.conhecido.como.a.Grande.Recessão. da. economia. mundial,. com. os. efeitos. sobejamente.conhecidos.na.capacidade.de. investimento.das.empresas.e.das.entidades.públicas.–.foi.adverso.a.uma.rápida.e.exigente.absor-ção.dos.recursos.disponíveis.
No.entanto,.está.na.hora.de.virar.a.página.e. tomar.as.decisões.que.se.impõem..
Conseguir.que.os.projectos.aprovados.no.âmbito.do.QREN.tenham.um.contributo.decisivo.para.o.relançamento.da.economia.e.para.a.sua.alteração.estrutural.é,.agora.mais.do.que.nunca,.um.impe-rativo.nacional.a.que.não.nos.podemos.eximir..Nesse.sentido,.até.ao.final.do.ano,.vai.apostar-se.numa.forte.melhoria.do.desempe-nho.das.suas.NUTS.III,.com.apoio.comunitário.do.POR.Lisboa.e.de.outros.Programas.Operacionais.Regionais.do.Continente,.no.que.se. refere. à. boa. e. efectiva. utilização. dos. fundos. comunitários..disponíveis.para.apoio.ao.desenvolvimento..
Enquanto.Presidente.da.Comissão.Directiva.do.POR. Lisboa,. vou.envolver-me. de. forma. particularmente. activa. no. acompanha-mento.próximo.de.todos.os.promotores.de.projectos.já.aprovados.ou. em. fase. de. preparação. de. candidaturas,. no. âmbito. do. POR.Lisboa..Queremos.ter.a.certeza.de.que.tudo.faremos.para.apoiar.o.desenvolvimento.tempestivo.dos.projectos.admitidos.(e.que.no.caso.do.POR.Lisboa.representam.quase.dos.fundos.disponíveis),.
mas.também.de.que.as.novas.iniciativas.que.venham.a.ser.apre-sentadas.possam.ter.todas.as.condições.para.um.rápido.desen-volvimento.
Numa. segunda. dimensão,. destacamos. a. necessidade. de. uma.maior. proximidade.na. relação. com.as. entidades. envolvidas.na.gestão.do.POR.Lisboa,.na.qualidade.de.Organismos.Intermédios,.com.responsabilidades.no.acompanhamento.da.Gestão.
Proximidade.e.diálogo.são,.aliás,.os.valores.pelos.quais.pauta-mos. a. nossa. conduta.. Queremos. ser. um. parceiro. facilitador.dos.municípios.e.não.um.obstáculo.ao.seu. trabalho..Só.através.da.cooperação.e.partilha.seremos.capazes.de.encontrar.soluções..eficazes. para. os. problemas.. Fazer. mais. e. servir. melhor.. É. este..o.futuro.traçado.para.a.CCDR-LVT.
Um.primeiro.passo.está.já.a.ser.dado.com.o.arranque.do.funcio-namento. do. Centro. de. Observação. das. Dinâmicas. Regionais.(CODR).. Um. instrumento. privilegiado. de. avaliação. dos. efeitos.dos.fundos.estruturais.nas.regiões,.previsto.no.modelo.de.gover-nação. do. QREN,. que. vê,. finalmente,. criadas. as. condições. para.avançar..Sem.capacidade.de.tratamento.da.informação.e.análise.estratégica.da.trajectória.da.nossa.Região,.não.poderemos.avaliar.com.segurança.e.inteligência.os.sucessos,.nem.identificar.os.pro-blemas.. O. nosso. objectivo. é. que. a. CCDR-LVT. consiga. combinar.a.análise. das. dinâmicas. de. desenvolvimento. regional. com. os.instrumentos. de. ordenamento. do. território,. e. capacitar-se. para.entrar.no.debate.das.perspectivas.financeiras.para.o.novo.período.de.programação. de. Fundos. Comunitários. com. um. conheci-mento.efectivo.das.dinâmicas. sociais,. económicas. e. territoriais.da.Região.
A.CCDR-LVT.quer.ser.um.agente.de.desenvolvimento.da.Região,.cuja.acção.contribui.para.marcar.a.diferença:.na.qualidade.dos.serviços.prestados,.na.oportunidade.da.abordagem.aos.seus.par-ceiros,. na. eficácia. das. soluções. que. propõe. e. ajuda. a. procurar..Voltar. a.página.não. é. uma.necessidade. ou.uma.oportunidade..Voltar.a.página.é.um.imperativo.de.consciência.para.todos.quan-tos.fazem.do.desenvolvimento.da.Região.de.Lisboa.e.Vale.do.Tejo.o.seu.objectivo.
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Desde o início da aplicação do QREN, em Julho de 2008, já foram distribuídos
pelos dezoito municípios da Área Metropolitana de Lisboa mais de metade
dos 306 milhões de euros de fundos de apoio destinados à região, agora
integrada no Objectivo II, Competitividade Regional e Emprego. Para as
Pequenas e Médias Empresas (PME), os montantes recebidos «são muito
importantes» para a sua sustentabilidade financeira e posicionamento nos
mercados, uma vez que não têm de suportar sozinhas o investimento nos
projectos de inovação e de investigação e desenvolvimento tecnológico que as
distinguem da concorrência.
PME
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Candidatamo-nos com o projecto HSUN,.que.tem.um.investimento. total. de. 800.mil. euros,. e. esperamos.receber.em.breve.o.primeiro.montante.de.um.incen-tivo.de.400.mil.euros»..Catarina.Matos,.do.gabinete.de. comunicação. da.WS. Energia,. reconhece. que. os.
apoios. financeiros. do. QREN. (Quadro. de. Referência. Estratégico.Nacional),.distribuídos.através.do.PORLisboa.(Programa.Operacional.Regional.de.Lisboa),.são.um.instrumento.importante.para.a.com-petitividade. das. pequenas. e. médias. empresas,. que. constituem.o.grosso.do.tecido.empresarial.português..
O.QREN.é.o.instrumento.que.enquadra.a.aplicação,.em.Portugal,.dos.fundos.da.política.de.coesão.da.União.Europeia.para.o.período.2007-2013,.estabelecendo.cinco.grandes.prioridades.estratégicas.nacionais:.qualificação.dos.cidadãos,.dinamização.do.crescimento.sustentado,.promoção.da.coesão.social,.qualificação.dos.territórios.e.das.cidades.e.aumento.da.eficiência.e.qualidade.dos.serviços.públicos..Os.incentivos.são.distribuídos.conforme.a.prioridade.esta-belecida.no.PORLisboa..Para.o.Eixo.1.foram.destinados.51%.da.verba.programada.(o.que.corresponde.a.155.273.945.euros),.para.o.eixo.2.cerca.de.23%.(70.723.914.euros),.para.o.eixo.3.a.mesma.percentagem.(e.os.mesmos.euros),.para.o.eixo.4,.apenas.3%.(9.967.398.euros).
No.caso.da.WS.Energia,.os.apoios.que.vai.receber.do.QREN.visam.ajudar.a.empresa.a.posicionar-se.na.fileira.da.investigação.e.desen-volvimento. tecnológico. (I&DT). –.a. I&DT.é.um.dos. três. tipos.de.sistemas.de.incentivos.do.QREN,.sendo.dirigido.a.empresas.que.
pretendem.investir.em.actividades.de.investigação.ou.desenvol-vimento.tecnológico.que.conduzam.à.criação.ou.melhoria.signi-ficativa.de.produtos.–.os.incentivos.são.a.fundo.perdido.e.os.pro-jectos.deverão. ter.um.montante.de.despesas.elegíveis.superior.a.cem.mil.euros..
Desde.o.início.da.aplicação.do.QREN,.Julho.de.2008,.já.foram.distri-buídos.pelos.dezoito.municípios.da.Área.Metropolitana.de.Lisboa.mais.de.metade.dos. 306.milhões.de. euros.de. fundos.de.apoio.destinados.à. região,.agora. integrada.no.Objectivo. II,.Competiti-vidade.Regional.e.Emprego.(o.Objectivo.I.é.o.estatuto.atribuído.às.regiões.mais.pobres,.que.têm.a.convergência.como.meta.a.atin-gir. numa. primeira. fase).. Integrar. o. Objectivo. II. significa. para.a.Grande. Área.Metropolitana. de. Lisboa. novos. desafios,. é. certo,.mas,. por. outro. lado,. coloca-a. numa. posição. menos. favorável.quanto. aos. incentivos. a. receber.. Por. ser. do.Objectivo. II,. recebe.agora.menos.dinheiro..
Os.projectos.apresentados.englobam.diversos.sectores.de.activi-dade,.como.a. tecnologia.e.desenvolvimento,.a. inovação,.a.reno-vação.do.parque.escolar,.a.qualificação.ambiental,.a.reabilitação.urbanística. de. centros. históricos,. entre. outras,. com. potencial.para.colocar.a.região.entre.as.mais.competitivas.da.Europa..É.que.o. QREN,. através. do. Sistema. de. Incentivos. ao. Investimento. das.Empresas. é. uma. das. ferramentas. de. dinamização. económica,.sobretudo.no.que.respeita.à.promoção.da.inovação.e.do.desen-volvimento. regional.. A. lista. de. candidatos. a. beneficiários. dos.
Actualidades.|.Carla AmaroFotografia.|..Guto Ferreira
Apoios são importantes
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apoios.do.QREN.é.igualmente.vasta:.administração.pública.central.e.local,. empresas. (incluindo. municipais),. associações. empresa-riais,. agentes. de. investigação. e. desenvolvimento. tecnológico,.agências.de.inovação,.centros.de.investigação,.centros.de.desen-volvimento.de.produto,. instituições.de.ensino,. IPSS.(Instituições.Particulares. de. Solidariedade. Social),. ONG. (Organizações. Não.Governamentais),. instituições. particulares. de. interesse. público.e.cidadãos.que.vivem.e.trabalham.na.Região.de.Lisboa..
Com.a.tecnologia.fotovoltaica.HSUN,.lançada.em.Setembro.de.2009,.a.WS. Energia. pretende. desenvolver. um. novo. sistema. concen-trador. com. óptica,. estrutura. e. módulos. fotovoltaicos. especial-mente.desenhados.para. trabalhar. sobre.a. concentração.de.dez.vezes.a.intensidade.normal.do.sol..O.objectivo.é.fabricar.até.2012.uma.gama.de.produtos.fotovoltaicos.de.concentração,.capazes.de.produzir. electricidade. a. preços. competitivos. relativamente. aos.combustíveis.fósseis..É.justamente.a.utilização.de.concentradores.fotovoltaicos.que.a.distingue.de.outras.tecnologias..Para.este.pro-jecto,.a.WS.Energia.contou.com.parceiros.nacionais.e.internacio-nais. de. ponta,. como. o. Instituto. Superior. Técnico,. a. Faculdade.de.Ciências.da.Universidade.de. Lisboa,. a. Faculdade.de.Ciências.e.Tecnologia.da.Universidade.Técnica.de.Lisboa.e.o.Centro.Ricerche.ISCAT.(Itália)..Recebeu.do.QREN,.através.do.PORLisboa,.um.incen-tivo. de. 400.mil. euros,. para. um. investimento. total. de. 800.mil.euros.
A.WS.Energia.foi.fundada.em.2006.e.para.este.ano.definiu.como.estratégia-chave.o.investimento.na.internacionalização.do.solar.fotovoltaico,. pelo. que. «a. seu. tempo. apresentaremos. projectos.que. se. enquadrem. na. tipologia. Internacionalização,. mas. para.
Com a tecnologia fotovoltaica HSUN, lançada em Setembro de 2009, a WS Energia pretende desenvolver um novo sistema concentrador com óptica, estrutura e módulos fotovoltaicos especialmente desenhados para trabalhar sobre a concentração de dez vezes a intensidade normal do sol.
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já.não»..Depois.de.nos.últimos.três.anos.a.percorrer.«com.sucesso.as.fases.de.star-up,.lançamento.de.produtos.inovadores.e.consoli-dação.da.equipa,.é.chegada.a.altura.de.apostar.forte.na.diversifi-cação. geográfica. da. sua. actividade. comercial.. Com. as. vendas.repartidas.igualmente.entre.Portugal.e.Itália.desde.2007,.a.inter-nacionalização.global.para.o.mercado.norte.e.sul.americano.tem.sido.preparada.com.a.identificação.de.parceiros.locais.e.de.estra-tégias.diferenciadas.para.cada.mercado..«Pretendemos.facturar.este.ano.mais.de. 15%.em.novos.mercados,. entrando.em.países.como.Brasil,.Estados.Unidos.e.Moçambique..Estas.são.as.primei-ras.apostas».
Depois. do.HSUN,. A.WS. energia. candidatou-se. aos. fundos. com.o.NPT,. que. entretanto. «também. já. foi. aprovado»,. avança.ainda.Catarina.Matos..Com.o.NPT.pretende-se.desenvolver.uma.meto-dologia.que.questiona.um.produto.de.alta. tecnologia.nas.suas.mais. diversas. fases. de. desenvolvimento.. «Se. o. produto. passar.todas.as.etapas,.significa.que.vai. ter.sucesso.no.mercado.e.via-bilidade.técnica..Digamos.que.se.trata.de.uma.metodologia.que.vai.testando.o.produto»..
A.Eurotrials,.uma.empresa.que.faz.consultoria.e.serviços.em.inves-tigação.na.área.da.saúde,.também.se.candidatou.aos.incentivos.do.QREN. com.o.projecto. Internacionalização.América.do.Norte.e.América.do. Sul,. SI.Qualificação. e. Internacionalização.de. PME..Segundo.Rui.Melo,.director.executivo.da.empresa,.a.actividade.da.Eurotrials.«depende.fortemente.da.sua.inserção.numa.rede.inter-nacional.de.prestadores.de.serviços.desta.natureza..A.capacidade.da.empresa.de.competir.neste.mercado.em.crescente.globaliza-ção.está.fortemente.ligada.à.sua.capacidade.de.oferecer.serviços.
Quem também reconhece a dificuldade em expandir o negócio sem os apoios do QREN é o director do departamento de marketing da New Vision. António Pedroso garante que a empresa «percorreria os mesmos passos», mas admite que a uma velocidade diferente, o que poderia revelar-se um factor de insucesso. «Sem dúvida, no nosso caso seria difícil conseguir expandir o negócio a este ritmo sem esse plano de incentivos».
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em.vários.países.de. forma. integrada»..A.expansão.dos. serviços.para.o.Brasil. em.2001,. o.desenvolvimento.de.novas.actividades.noutros.países.da.América.do.Sul.e.Europa,.bem.como.as.novas.oportunidades.nos.países. africanos.de. expressão. oficial. portu-guesa,. vêm. ao. encontro. da. estratégia. da. empresa.. No. âmbito.deste. objectivo. estratégico,. a. Eurotrials. tem. como. principais.clientes-alvo. a. indústria. farmacêutica. e. organizações. interna-cionais.promotoras.de.desenvolvimento.de.novos.fármacos.ou.de.novas.abordagens.terapêuticas..Estas.entidades.estão.principal-mente.sediadas.na.Europa.e.nos.EUA,.embora.se.assista.à.emer-gência.de.capacidades.de.I&D.nesta.área.em.países.da.Ásia.e.da.América. do. Sul,. entre. os. quais. o. Brasil.. Integrado. neste. plano.de.longo.prazo.está.o.projecto.com.que.a.empresa.se.candidatou.ao.QREN,.«cujo.principal.objectivo.é.o.crescimento.da.Eurotrials.nos.mercados. da. América. do.Norte. e. América. do. Sul,. estando.para. isso. previstas. um. conjunto. de. actividades. de. prospecção.e.de.mercados.e.marketing,.incluindo.a.participação.em.diversas.feiras.e.eventos.ao.longo.do.projecto»..
A.conclusão.do.projecto.estava.prevista.para.Junho.de.2010,.mas.a.Eurotrials.pediu.prorrogação.por.mais.um.ano,.«de.forma.a.con-seguir. cumprir. o. investimento. previsto».. Para. Rui. Melo,. estes.incentivos.«são.muito.importantes»,.pois.permitem.à.Eurotrials.o.reforço.do.investimento.na.internacionalização.e.possibilitam.uma.abordagem.integrada.e.mais.completa.num.menor.período.de.tempo..«Esperamos.potenciar.significativamente.o.crescimento.da.Eurotrials.nestes.mercados»..O.projecto.em.causa.é.estratégico.para.a.empresa,.e.teria.de.ser.desenvolvido;.no.entanto,.«o.investi-mento.teria.de.ser.distribuído.por.mais.anos,.diminuindo.neces-sariamente. a. velocidade. de. crescimento. da. Eurotrials. nestes.
Pedro Seabra (CEO
da Viatecla) e Ricardo
Raminhos, da Viatecla,
reconhecem importância
aos apoios atribuídos pelo
QREN: «este tipo de apoios
potenciam múltiplos
benefícios e ajudam
a dotar as empresas
de condições e capacidades
para avançar com deter-
minadas actividades (...)».
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.mercados»..Um.aspecto.que.Rui.Melo.gostaria.de.ver.melhorado.é. o. tempo. que. demora. a. receber. o. valor. do. incentivo:. «Para.empresas. como. a. Eurotrials. poderem. rentabilizar. da. melhor.forma. estes. incentivos,. a. taxa. de. esforço. necessária. para. uma.candidatura.de.sucesso.e.a.sua.respectiva.gestão.devia.ser.dimi-nuída,.simplificando.e.optimizando.o.processo».
Quem.também.reconhece.a.dificuldade.em.expandir.o.negócio.sem.os.apoios.do.QREN.é.o.director.do.departamento.de.marke-ting.da.New.Vision..António.Pedroso.garante.que.a.empresa.«per-correria.os.mesmos.passos»,.mas.admite.que.a.uma.velocidade.diferente,.o.que.poderia.revelar-se.um.factor.de.insucesso..«Sem.dúvida,.no.nosso.caso.seria.difícil.conseguir.expandir.o.negócio.à.velocidade.necessária.sem.esse.plano.de.incentivos..Para.uma.pequena.e.média.empresa,.principalmente.em.Portugal,.não.é.fácil.o.mercado.interno.conseguir.alavancar.o.negócio.de.forma.a.que.se.consiga.ainda.investir.na.internacionalização,.e,.quando.se.con-segue,.os.riscos.são.muitos.e.basta.um.erro.para.que.todo.o.negócio.seja.posto.em.causa»..
Neste.momento,.a.execução.do.projecto.com.que.a.New.Vision.se.candidatou. anda. perto. dos. 40. por. cento,. estimando-se. que.estará.concluída.em.Abril.de.2011..«A.fase.final.é.onde.se.registará.uma.execução.mais.forte,.já.que.é.na.presença.activa.nos.merca-dos. que. o. projecto. tem. mais. incidência».. O. projecto. da. New.Vision.abrange.quatro.grandes.áreas.para.o.desenvolvimento.da.empresa.no.mercado.externo:.expansão.da. internacionalização.(entrada.em.novos.mercados.através.de.pesquisas.de.mercados,.estudos.de.potencial.e.avaliação.de.parceiros);.reforço.da.equipa.comercial.e.de.apoio. (entrada.de.novos.elementos.nas.equipas.
Diz Nuno Duro, da Evolve
Space Solutions, que «antes
da empresa começar
a executar este projecto
no ano passado, cerca
de 70% a 80% das nossas
receitas eram oriundas
do estrangeiro;
candidatámo-nos ao QREN
para potenciar ainda mais
a internacionalização
e o crescimento dos nossos
clientes noutros países».
Nesse sentido, e no âmbito
deste projecto, a Evolve
já participou em oito feiras
internacionais – Coreia
do Sul, França, Alemanha,
Espanha e Itália, certames
essencialmente destinados
ao mercado aeroespacial
e das tecnologias
de inovação.
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comercial.e.marketing.que.permitiram.acompanhar.os.novos.mer-cados.conquistados);.propriedade.industrial.(registo.das.marcas.da.New.Vision.a.nível.internacional,.de.modo.a.permitir.uma.pro-tecção.sobre.os.seus.investimentos.de.desenvolvimento);.e.reforço.da.equipa.e.dos.projectos.de.I&DT.(entrada.de.novos.elementos.para.o. rápido.desenvolvimento.de.novos.produtos.ou. customi-zação.dos.produtos.existentes.às.solicitações.dos.novos.mercados)..O.projecto.tem.um.investimento.de.600.mil.euros.e.a.empresa.recebeu.um.incentivo.de.208.mil.euros..
A.empresa.de.soluções.informáticas.Viatecla.também.se.candida-tou.aos.incentivos.do.QREN,.com.dois.projectos:.o.VideoforTravel,.de.investigação.e.desenvolvimento.tecnológico,.e.outro.de.quali-ficação. e. internacionalização.. O. primeiro. visa. a. aplicação. das.capacidades.das.redes.de.nova.geração.ao.domínio.do.turismo.–.é.proposta.a.endogeneização.do.conteúdo.vídeo.na.sua.vertente.estática.e.dinâmica/interactiva.em.plataformas.de.gestão.do.negó-cio.do.turismo;.o.segundo.pretende.dotar.a.empresa.de.condições.de.potenciação.da.sua.competitividade,.através.do.aumento.da.flexibilidade.e.da.sua.capacidade.de.resposta.à.evolução.do.mer-cado..
O.VideoforTravel.encontra-se.ainda.numa.fase. inicial.de. imple-mentação.e.o.projecto.de.qualificação.e.de. Internacionalização.está.em.fase.de.análise.para.prorrogação.do.seu.período.de.imple-mentação..«A.conjuntura.económica.e.alguns. factores. internos.fizeram. com. que. a. implementação. fosse. desacelerada»,. como.justificam. Pedro. Seabra. (CEO. da. Viatecla). e. Ricardo. Raminhos.(innovation.manager),.para.quem.«os.valores.dos.incentivos.atri-buídos.pelo.QREN.a.ambos.os.projectos.são.muito.importantes»..Estes. responsáveis.garantem,.no.entanto,.que.a.empresa.consi-deraria.à.mesma.desenvolver.os.projectos.embora.«em.moldes.diferentes,.na.medida.em.que.este.tipo.de.apoios.potenciam.múl-tiplos. benefícios. e. ajudam. a. dotar. as. empresas. de. condições.e.capacidades.para.avançar.com.determinado.tipo.de.actividades,.as. quais. dificilmente. poderiam. ser. colocadas. em. prática. sem.apoios»..O.investimento.total.de.ambos.os.projectos.ronda.os.1.5.milhões.de.euros;.quanto.aos.incentivos.a.receber,.Pedro.e.Ricardo.não.avançam.valores.
A.criação.e.sustentação.de.relações.de.parceria.dinâmicas.e.fortes.com.o.mercado,. centros. de. I&D. e.universidades. tem. sido.uma.das.apostas. da.Viatecla. e. estes.projectos,. concretamente,. «vêm.reforçar.a.cooperação.e.as.parcerias.com.a.Universidade.de.Évora,.com. o. ISCTE,. com. a.UNINOVA. da.Universidade.Nova. de. Lisboa.e.com.outras.entidades»..
«Relevantes».é.como.a.VIAPONTE.avalia.a.importância.dos.apoios.financeiros.recebidos.por.dois.projectos.que.apresentou.ao.QREN..Um.destina-se.ao.aperfeiçoamento.dos.fluxos.e.posicionamento.eficaz,. diversificado. e. sustentável. no. mercado. internacional;.o.outro.é.de.desenvolvimento.e.engenharia.de.produtos,.serviços.e.processos.de.internacionalização..Com.o.primeiro,.a.VIAPONTE.pretende. um. reforço. das. estruturas. e. ferramentas. produtivas,.através.do.apoio.de.consultores.experientes.na.optimização.e.siste-matização.de.modelos.operativos..Faz.parte.deste.projecto.também.a.«aquisição.de.equipamentos,.a.concretização.de.fluxos.eficien-tes.de.trabalho.através.da.criação.de.uma.plataforma.laboratorial.de.realização.de.projectos,.orientados.pelos.pressupostos.de.con-tenção.e.de. credibilização.da. informação.base».. Paralelamente,.a.produção.dinâmica.de.produtos.que.levem.a.ganhos.de.eficiên-
cia.na.comunicação.consultor/cliente..O.investimento.total.é.de.110.917. euros,. dos. quais. 32.866. correspondem. ao. incentivo. que.a.VIAPONTE.recebe.do.QREN..
Maior.é.o.investimento.do.projecto.de.desenvolvimento.e.enge-nharia.de.produtos,.que.ronda.os.221.203.euros.e.pelo.qual.foi-lhe.atribuído.um.incentivo.de.58.743.euros..Este.projecto.visa.a.melhoria.das.capacidades.de.desenvolvimento.de.produtos,.materializado.no. reforço. das. capacidades. de. desenvolvimento. e. engenharia.de.produtos,.serviços.e.processos,.através.da. implementação.de.um.projecto.de.reforço.das.estruturas.e.ferramentas.produtivas..Como?.«Através.da.formação.de.um.técnico.de.informática.nos.diferentes. programas,. para. que. seja. dotado. de. conhecimentos.que. lhe. permitam. a. instalação,. configuração,. implementação.final,.manutenção.e.segurança.da.infraestrutura.existente,.ficando.assim.habilitado.a.proceder.às.alterações.solicitadas,.ajustando--as.às.necessidades.pretendidas,.à.sua.implementação.no.mais.curto.espaço. de. tempo. (minimizando. custos. de. aplicação),. verificar.com.regularidade.a.segurança.da.infraestrutura.e.aplicar.as.actua-lizações. disponíveis».. Prevê-se. ainda. a. aquisição. de. software.específico,.que.permitirá.a.produção.de.um.produto.melhorado.e.tecnicamente.mais.avançado.
A. internacionalização.é.uma.estratégia.chave.para.a.VIAPONTE,.nomeadamente.a.procura.de.estratégias.que.permitam.o.«aumento.do.volume.de.vendas.em.2%».e.uma.maior.independência.face.ao.volume. de. vendas. com. origem. nacional. («obtenção. de. um.rácio. de. 55%. do. volume. de. negócios. internacional,. contra. 45%.de.origem.nacional»),. fundamentado.num.processo.de. interna-cionalização. estável,. diversificado. e. exequível.. Estes. objectivos,.segundo.informações.do.gabinete.de.comunicação.da.empresa,.«serão. fortalecidos.através.da.definição.de.estratégias.de.abor-dagem.diversificada.de.mercados,.de.forma.a.permitir.o.estabele-cimento.de.contactos.comerciais.que.se.materializem.na.activi-dade. sustentável. nos. mercados-alvo,. opção. de. mercados. alvo.potenciadores.da.experiência.da.empresa.e.a.formação.e.qualifi-cação.de.recursos.humanos.de.forma.a.sustentar.o.processo.de.internacionalização».. Este.projecto. estará. concluído.em. Janeiro.de.2011.
Três.são.os.projectos.com.que.a.Evolve.Space.Solutions.se.candi-datou. aos. fundos. do. QREN,. um. de. internacionalização. e. dois.de.investigação. e. desenvolvimento. tecnológico.. Com.o.projecto.de.internacionalização,.que.tem.um.investimento.total.de.176.mil.euros. (45%. deste. valor. é. subsidiado. pelo. QREN),. a. empresa..pretende.promover.no.estrangeiro.os.seus.clientes.(outras.empre-sas),.através.de.técnicas.de.marketing.directo.(por.exemplo,.publi-cações.técnicas.em.conferências).e.a.participação.em.feiras.noutros.países..Diz.Nuno.Duro,.da.Evolve,.que.«antes.da.empresa.começar.a.executar.este.projecto.no.ano.passado,.cerca.de.70%.a.80%.das.nossas.receitas.eram.oriundas.do.estrangeiro;.candidatámo-nos.ao. QREN. para. potenciar. ainda. mais. a. internacionalização. e. o.crescimento.dos.nossos.clientes.noutros.países»..Nesse.sentido,.e.no.âmbito.deste.projecto,.a.Evolve.já.participou.em.oito.feiras.internacionais.–.Coreia.do.Sul,.França,.Alemanha,Espanha.e.Itália.–,.certames. essencialmente. destinados. ao. mercado. aeroespacial.e.das.tecnologias.de.inovação.
A. inovação. é. justamente. a. aposta. da. Evolve. Space. Solutions..O.VIRTU.e.o.Mobile-Geo,.os.projectos.de.investigação.e.desenvol-vimento.tecnológico.com.que.se.candidatou.aos.incentivos.comu-
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nitários.são.disso.prova.óbvia..Até.agora,.a.criação.de.uma.infra-estrutura.de.tecnologia.de.informação.era.demorada:.era.preciso.configurar.o.hardware,.instalar.e.configurar.o.sistema.operacional,.instalar.os.aplicativos.necessários,.configurar.cada.aplicação.para.o.usuário,.etc..Com.o.VIRTU,.essas.tarefas.podem.ser.executadas.automaticamente,. através. de. um. pedido. simples. de. aceitação,.bastando.para.isso.alguns.cliques.no.rato..O.VIRTU.também.oferece.muitas. vantagens. para. testes. e. desenvolvimento. de. software:.exige.menos.tempo.para.implantar.vários.sistemas.e.testar.várias.configurações,.a.automação.leva.a.uma.minimização.dos.riscos.de.fracasso,.permite.uma.melhoria.da.gestão.de.utilizadores.da.infra-estrutura. e. alocação. de. máquinas.. Por. outras. palavras,.o.VIRTU.é.um.produto.de.virtualização.de.software.para.automa-tizar.testes.e.reduzir.as.possibilidades.de.erro..Surgiu.no.âmbito.de.um.projecto. que. a. Evolve. executou.para. a.Agência. Espacial.Europeia..«Achámos.que.esta.ferramenta.tinha.potencial.para.ser.aplicada.noutros.mercados.e.foi.por.isso.também.que.nos.candi-datamos.ao.QREN..Quisemos.“produtivizar”.o.produto,.rentabilizá--lo. e. aplicá-lo. noutras. áreas,. por. exemplo. telecomunicações,.produção.farmacêutica,.industrial.e.energia»..Quanto.ao.Mobile-Geo,.trata-se.de.um.produto.de.posicionamento.de.levada.preci-são..Se.com.um.receptor.de.GPS.normal.existe.uma.precisão.de.3.a.15.metros,.com.o.Mobile-Geo.a.precisão.é.de.20.cm..O.objectivo.do. GEO-Mobile. é. a. visualização. e. a.manipulação. de. dados. de.informação. geográfica. sobre. um. dispositivo. móvel.. O. produto.destina-se. a. profissionais. das. áreas. de. cartografia,. topografia.e.levantamento.cadastral..
Observatório do QRENPara.assegurar.a.aplicação.eficaz.e.eficiente.dos.fundos.comuni-tários. foi.criado.o.Observatório.do.QREN..Além.de.desenvolver.um.conjunto.de.actividades.de.coordenação.e.acompanhamento.do.modo. como.estão.a.prosseguir. as.prioridades.estratégicas,.tem. como. funções. analisar. as. questões. económicas,. sociais.e.territoriais. associadas. ao. contexto. de. aplicação. dos. fundos.comunitários,. elaborar. a. estratégia.global.de. comunicação.do.QREN.e.dos.PO.(Programas.Operacionais),.prestar.apoio.técnico.e.administrativo.ao. funcionamento.da.Comissão.de.Avaliação.das. Estratégias. de. Eficiência. Colectiva. (previstas. no. QREN),..contribuir.para.a.elaboração.dos.relatórios.anuais.de.monitori-zação.do.QREN,.entre.outras.
Constituído.por.30.elementos,.desenvolve.a.sua.acção.em.par-ceria.com.as.autoridades.dos.PO,.as.autoridades.de.coordenação.nacional.e.certificação.dos.fundos.comunitários.envolvidos.–.tais.como.o. Instituto. Financeiro. para. o.Desenvolvimento. Regional.(IFDR),. no. que. respeita. ao. FEDER. e. ao. Fundo. de. Coesão,. e. o.Instituto. de. Gestão. do. Fundo. Social. Europeu. (IGFSE),. no. que..respeita.Fundo.Social.Europeu.–,.a.Inspecção.Geral.de.Finanças,.os.Gabinetes.de.Planeamento,.Estudos.e.Relações.Internacionais.dos.diversos.ministérios,.e.os.serviços.competentes.da.Comissão.Europeia.
No. site. www.observatorio.pt. encontra-se. toda. a. informação.sobre.o.Observatório,.os.números.da. implementação.do.QREN.e.dos. respectivos. programas. operacionais. (quer. em. termos.financeiros. quer. de. realizações. e. resultados),. os. indicadores.de.contexto.socio-económicos.nacionais.e.internacionais,.a.ava-liação.da.utilização.dos.fundos.comunitários.em.Portugal,.a.polí-tica.de.coesão.da.União.Europeia. (passado,.presente.e. futuro).e.muito.mais.em.documentos.de.referência..
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cidades
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Não existem, diz o senso comum.
Mas podemos tentar construí-las, vivê-las, dizê-las.
Imaginá-las. Como seriam? Como seria a nossa
cidade se tudo estivesse no lugar e a funcionar na
perfeição? Como que se pareceria? O que mudaria?
Opinião.|.Fernanda CâncioFotografia.|..ca, produções fotográficas [Fotografias.realizadas.no.Parque.das.Nações,.Lisboa]
perfeitas
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Andar a pé. Passeios largos, sem pedras soltas.nem. desníveis. traiçoeiros. a. torcer. pés. e. a. fazer.laguinhos. quando. chove,. com. espaço. e. rampas.para.cadeiras.de.rodas.e.carrinhos.de.bebé.e.sem.pilaretes.e.mupis.a.barrar.o.caminho..Passeios.onde.
se.possa.caminhar.de.bengala.ou.de.andarilho,.com.dificuldades.de.visão.ou.mesmo.cego,.e,.orgulhosa.e.galhardamente,.de.salto.agulha. ou. de. plataformas. daquelas. de. 12. centímetros,. sem. ter.de.contratar.um.seguro.contra.todos.os.riscos;.passeios.que.não.sirvam.só.para.galochas.e.ténis.e.gente.ágil.e.inquebrável,.passeios.onde.se.passeie,.com.prazer.e.despreocupação,.olhando.o.céu,.os.prédios,.as.montras.e.os.outros,.e.não.como.num.campo.minado..Passeios. dignos. do. nome,. correspondentes. à. função,. pensados,.mantidos.e.apropriados.para.passear..(Se.a.calçada.à.portuguesa,.tão.bonita.para.as.fotos.e.os.guias.turísticos,.é.escorregadia,.cara.e. tão. difícil. de. manter. em. condições. mínimas. de. estabilidade.e.viabilidade,.não.será.altura.de.pensar.em.alternativas.que.não.transformem.os.transeuntes.em.mártires.de.postal.ilustrado?).
Uma.cidade.perfeita.não.admite.rupturas.de.ligamentos,.quedas.e.pés.partidos.de.cinco.em.cinco.metros.nem.se.faz.contribuinte.líquida.do.negócio.dos.sapateiros.que.mudam.capas.e.endireitam.saltos..Uma.cidade.perfeita.não.é.um.caminho.de.cabras,.nem.um.museu.de.pavimentos.tradicionais..É.para.usar.e.viver,.com.o.máxi-mo.de.prazer.e.o.mínimo.de.prejuízo..É.uma.cidade.cuja.autarquia.tem.brigadas.para.verificar.o.estado.dos.pavimentos.–.o.dos.pas-seios.e.o.das.faixas.de.rodagem.para.veículos.–,.para.os.reparar.
diariamente.e.para.certificar.que.não.há.obstáculos.à.cidadania.(ao.viver.da.cidade,.portanto).das.pessoas.em.geral.e.das.pessoas.com.dificuldades.de.locomoção.em.particular,.uma.cidade.capaz.de.repensar.o.tipo.de.pavimento.utilizado.se.chegar.à.conclusão.de.que.não.serve..
Uma. cidade. perfeita. privilegia. os. transeuntes,. os. peões,. sobre.o.tráfego.automóvel..Não. transforma. todas. as. zonas.da. cidade.em.vias.rápidas.nem.«o.escoamento.do.tráfego».em.prioridade..Não.admite.que.o. império.do.automóvel. comprima.os.direitos.das.pessoas,.não.permite.que.as.suas.artérias.centrais.sejam.pistas.de.corridas.em.que.mesmo.em.passadeira.e.com.sinal.verde.para.peões.se.arrisca.a.vida.a.cada.atravessamento..Não.permite.que.o.nível.de.ruído,.vibração.e.poluição.atmosférica.transformem.as.ruas.em.túneis.de.tortura,.nem.que.todos.os.espaços.livres.sejam.assaltados.pelo.estacionamento.selvagem..Numa.cidade.perfeita.não.é.sequer.pensável.ver-se,.todos.os.fins-de-semana.ou.de.cada.vez.que.há.um.espectáculo.nas.salas.adjacentes,.a.avenida.princi-pal.transformada.em.parking.grátis.e.ao.ar.livre,.numa.obscena.demonstração. de. desprezo. e. incúria.. Numa. cidade. perfeita. as.autoridades.policiais.actuam.no.sentido.de.garantir.que.a.lei.seja.cumprida.–.não.estabelecem.níveis.arbitrários.de.aceitabilidade.para.as.faltas,. fechando.sistemática.e.aparatosamente.os.olhos.ao.estacionamento.ilegal,.com.alegação.espúrias.(«é.muito.com-plicado». ou. «temos. de. compreender»),. como. se. alguém. lhes.pagasse. para. fazer. interpretações. psicanalíticas. ou. aconselha-mento.emocional.de.automobilistas.e.não.para.manter.as.ruas.
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Uma cidade perfeita privilegia os transeuntes,
os peões, sobre o tráfego automóvel. Não transforma
todas as zonas da cidade em vias rápidas nem
«o escoamento do tráfego» em prioridade.
Não admite que o império do automóvel comprima
os direitos das pessoas, não permite que as suas
artérias centrais sejam pistas de corridas em que
mesmo em passadeira e com sinal verde para peões
se arrisca a vida a cada atravessamento.
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seguras.e.verificar.o.cumprimento.das.leis..Numa.cidade.perfeita.não.é.possível.colocar.carros.a.barrar.portas.de.prédios.nem.a.ocupar.completamente.passeios..Numa.cidade.perfeita.nem.os.automo-bilistas. são. selvagens. nem. a. polícia. é. inepta. e/ou. autocrática,.nem.quem.foi.eleito.para.a.função.de.administrar.acha.essas.coisas.de.somenos.e.negligenciáveis,.só.dignas.de.atenção.e.discurso.em.tempo.de.campanha.eleitoral..
Numa.cidade.perfeita.o.transporte.público.é.rei,.imperando.sobre.o.transporte.individual,.e.procura.corresponder.às.necessidades.dos.seus.clientes,.antecipando-as.e.estimulando-as..Numa.cidade.perfeita. não. há. planeamento. urbano,. seja. ele. habitacional. ou.comercial,. sem.articulação.com.a. rede.de. transportes.públicos;.nem.zonas.densamente.habitadas.mal.servidas.de. transportes..Numa.cidade.perfeita.não.se.retiram.ou.evitam.paragens.de.eléc-trico. e. autocarro. porque. tornam. a. circulação. de. automóveis.«lenta».. Numa. cidade. perfeita,. os.meios. de. transporte. público.menos.poluentes.e.mais.rápidos,.como.o.metro,.subterrâneo.ou.de.superfície,.são.desenvolvidos.de.modo.a.assegurar.um.máximo.de.acessibilidade.e.na.perspectiva.de.que.o.investimento.se.paga.sempre.em.ganhos.de.competitividade.e.ambiente,.mesmo.que.não.do.ponto.de.vista. financeiro..Numa.cidade.perfeita.não.há.mega-centros.comerciais,.culturais.e.de.entretenimento.construí-dos.sem.garantir.que.a.rede.de.metro.os.serve.(e.eles.a.ela)..
Uma.cidade.perfeita.não.vive.obcecada.com.o.turismo,.com.hotéis.de.charme.e. lojas.e.restaurantes.de.alta.gama;.vive.para.quem.
a.vive.diariamente.e.pensa.e.pensa-se.de.dentro,.conhecendo-se.e.imaginando-se.de.acordo.com.desejos.e.necessidades.intrínsecos,.que.a.façam.feliz.e.portanto.atraente.–.não.se.faz.atraente.como.se.isso.fosse.a.receita.da.felicidade..
Uma.cidade.perfeita.preocupa-se.em.encontrar.soluções.rápidas.e.eficazes.para.os.edifícios.abandonados.e.recusa.aceitar.que.no.seu. tecido. haja. focos. de. infecção. estética. e. ética,. quarteirões.inteiros.à.espera.de.uma.qualquer.oferta.milionária.ou.de.uma.habilitação.ou.divisão.de.herdeiros.que.se.arrasta.nas.décadas,.propriedades.públicas.ou.privadas.em.decadência.total.a.exibir.a.incúria.e.a.indiferença.da.administração.autárquica.e.a.nega-ção. da. cidadania.. Uma. cidade. perfeita. não. permite. o.martírio.burocrático.na.aprovação.de.projectos.de.adaptação.do.seu.casco.antigo,.nem.faz.um.bicho.de.sete.cabeças.da.alteração.do.uso.de.fracções,.sobretudo.quando.se.trata.de.as.transformar.em.habita-ção:. despacha-as. o.mais. depressa. que. for. possível,. queimando.etapas.e.estimulando.o.interesse.em.vez.de.escorraçar.os.interes-sados..Uma.cidade.perfeita.não.pensa.só.em.termos.de.grandes.projectos.imobiliários.e.de.intervenções.de.grande.escala:.percebe.que. a. renovação. e. a. reabilitação. se. faz. também,. ou. talvez. até.sobretudo,.de.esforços.individuais.e.modestos,.de.paixões.pessoais.e.voluntariosas.que.em.rede.a.levantam.e.revigoram..
Uma. cidade. perfeita. cuida. das. suas. árvores,. dos. seus. jardins..Jamais.permite. .que.sejam.arrasados.e.extintos.sem.satisfação.ou. sequer. aviso. público. –. graças. a. um. estatuto. de. protecção.
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.inexistente,. que. os. faz,. a. seres. vivos. e.multiplicadores. de. vida,.menos.dignos.do.ponto.de.vista.das.regulamentações.e.leis.que.uma.janela,.a.cor.de.uma.porta.ou.de.uma.fachada..Uma.cidade.perfeita.não.permite.que.o.seu.espaço.seja.desfeiteado,.coloni-zado.ou.apropriado.por.empresas.cuja.lógica.de.funcionamento.e.objectivos. lhe.é.alheia.e.que.se.arrogam.o.direito.de. impedir.vias.durante.meses.sem.o.menor.respeito.pelos.direitos.dos.pas-santes/residentes.ou.colocam.equipamentos.de.qualquer.manei-ra.e.em.qualquer.sítio,.desrespeitando.em.absoluto.as.caracterís-ticas. e.dignidade. de. locais. e. ambientes,. sem. sequer. solicitar.permissão.para.o.efeito.e.funcionando.numa.lógica.economicista.que. ignora. a. dimensão. estética. das. intervenções.. Uma. cidade.perfeita.pensa.meticulosa.e.pragmaticamente.a.sua.recolha.de.resíduos.e.jamais.permite.que.a.inércia,.a.incivilidade.ou.caracte-rísticas.do.edificado.lhe.transformem.as.ruas.em.lixeiras.e.mon-turos;.organiza.recolhas.diferenciadas.e.viabiliza.a.separação.de.lixo,.em.vez.de.a.transformar.num.suplício.ao.qual.só.fundamen-talistas.aderem.
Uma. cidade. perfeita. aposta. nas. energias. renováveis. e. apresenta.projectos.e.soluções.para.a.sua.utilização.e.incremento.em.todas.as.situações,.ao. invés.de.obstaculizar.e.protelar..Uma.cidade.perfeita.não.expulsa. . os.mercados.de. frescos.para.as.periferias,. . desman-telando.os.existentes.e.oferecendo.nada.em.troca:.percebe.que.um.mercado.é,.no.seu.essencial.encontro.de.oferta.e.procura.e.troca.de.competências.e.interesses,.o.embrião.da.sua.ideia.fundadora,.a.con-tinuar.e.adaptar,.não.a.anular.e.extinguir.
Uma. cidade. perfeita. respira,. flui,. não. se. submete. a. nenhuma.outra. lógica. senão. a. sua,. a. de. acolher. pessoas,. ofícios. e. ideias.e.proporcionar-lhes.o.máximo.de.conforto,.segurança.e.troca..
Uma.cidade.perfeita.aposta.na.criatividade.e.na.energia,.disponi-bilizando.espaço,.atenção.e.financiamento.aos.que.as.providen-ciam.e.garantem,.viabilizando.a.ocupação.de.zonas.centrais.com.ateliers. e. habitação. acessível. para. artistas. e. outros. criadores/aceleradores.. Antecipa. tendências,. acolhe-as. e. incrementa-as..Oferece.internet.livre.nas.zonas.onde.pretende.atrair.gente.–.para.viver,.lazer,.trabalho.–,.acarinha.projectos.comerciais.inovadores,.e.tem.a.noção.de.que.é.preciso.haver.oferta.para.todas.as.faixas.etárias.e.capacidades.económicas.. Intui-se.a.partir.dos.próprios.fluxos,.conhece-se,.analisa-se,.não.copia.modelos.mas.desenvolve.uma.personalidade.própria..Não.faz.planos.como.quem.projecta.no. vazio,. em. tábua. rasa,. nem. importa. ideias. feitas:. descobre.quem.é,.o.que.é,.o.que.quer.ser..
Uma.cidade.perfeita.não.se.preocupa.só.em.criar.museus.–.sabe-se.e.assume-se.celebração.global.do.tempo.e.da.história,.preservando.aquilo. que. vive. em. vez. de. deixar.morrer. para. depois. valorizar.a.memória.do.que.morreu..Uma.cidade.perfeita.não.se.preocupa.em.ser.perfeita,.mas.em.ser.e.fazer-se.cidade.–.uma.construção.de.encontros,.de.visões.e.de.interesses,.um.pacto.de.não.agressão.e. de. cumplicidade.. Um. lugar. onde. se. queira. parar. e. ficar,. que.amemos.e.nos.ame.de.volta..
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A mão esquerda tem de saber o que a mão direita faz, diz a presidente da Comissão
de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT),
para explicar como as questões de planeamento e de financiamento devem andar a par.
Chegou em Fevereiro à Comissão e começou por avaliar «a casa», depois da drástica
redução dos efectivos para menos de metade causada pela transferência para
a Administração da Região Hidrográfica do Tejo.
A recente decisão governamental de adiar os projectos do novo aeroporto
e da Terceira Travessia do Tejo permite-lhe, diz nesta entrevista, fazer planeamento
a sério. Os instrumentos de planeamento estão preparados, mas estão a terminar
os Polis, a precisar de avaliação, e há alguma frustração neste campo.
Para o acompanhamento do QREN, Teresa Almeida diz que precisa de uma grande
capacidade diplomática: Os atrasos na concretização podem ser inultrapassáveis
nuns casos, negociáveis noutros.
Mais do que ter os dossiers arrumados, a presidente da CCDR-LVT diz que o que
lhe importa são as pessoas.
Teresa AlmeidaPresidente da CCDR-LVT
Entrevista.|.Ana Sousa DiasFotografia.|.Flávio Andrade
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Depois de ter sido governadora civil de Setúbal e de ter dirigido o Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, a CCDR-LVT representa um âmbito muito maior. Foi difícil adaptar-se?
Em.termos.territoriais,.pode.dizer-se.que.é.um.«upgrade»..Mas.na.Câmara.de.Lisboa,.embora.seja.uma.área.mais.limitada,.o.número.de.funcionários.existentes,. .os.desafios.inerentes.a.uma.grande.capital.e.as.contradições.do.tecido.social.deram-me.uma.grande.noção.de.complexidade.da.gestão.do.território..Nem.sempre.uma.área.territorial.maior.está.associada.a.uma.contradição.ou.a.uma.maior.complexidade..Não.posso.dizer.que.este.cargo.seja.extraor-dinariamente.mais.complexo.do.que.aquele.que.exerci.nos.últimos.anos..São.situações.distintas.
Nas.câmaras,.passa-se.de.uma.escala.de.estratégia.política.e.ter-ritorial,.de.planeamento.para.o.problema.da.calçada,.e.da.vivência.diária.do.cidadão..Esta.diferença.de.escala,.que.diariamente.tem.de. ser. equacionada,. respondida. e. desejavelmente. adequada,. é.um.exercício.muito.difícil..Trabalham-se.estas.diferentes.escalas.e.é.preciso.integrá-las,.saber.o.que.é.suposto.fazer..Pensa-se.o.ter-ritório.e.perspectivam-se.políticas.e.no.momento.seguinte.encon-tra-se.o.cidadão.na.rua.que.nos.fala.de.uma.coisa.banal.para.essa.escala.de.pensamento.estratégico,.mas.que.é.de.uma.importância.extrema. para. cada. uma. das. pessoas. e,. portanto,. não. pode. ser.vista.com.uma.atenção.diferente.Tudo.tem.de.ser.visto.ao.nível.da..escala.do.que.estamos.a.tratar.
A sua experiência como governadora civil afastou-a um pouco do urbanismo. Aí houve uma situação diferente na sua actividade?
A.maior.diferença.talvez.tenha.sido.nessas.funções.políticas.que.exerci,.na.percepção.e.acompanhamento.de.uma.realidade..diversa..e.complexa:.Por.um.lado,.o.litoral.alentejano.com.uma.afirmação.tranquila.mas. já. com. novos. desafios. a. despontar,. e. uma. área.metropolitana. sul.muito.urbana,. com.situações.de.pobreza,.de.marginalidade,.de.tensões.sociais,.e.também.muita.expectativa.de.crescimento.assentes.nas.potencialidades.do.seu.território.Mas.são.sempre.as.pessoas..Eu.trabalho.para.as.pessoas,.é.essa.a.área.em.que.me.foco..O.que.é.que.as.pessoas.querem?.O.que.é.que.as. faz. felizes?.O.que.é.que.pensam.que.nós,.urbanistas,.
.podemos.assegurar.ou.prever.para.alcançar.esse.objectivo?.É.esta.a.expectativa,.num.exercício.dificílimo..Quando.fazemos.planos.–.a.dez.ou.quinze.anos.–.temos.de.saber.antecipar.uma.realidade.Mas.não.valorizo.demasiado.o.perfeccionismo.associado.à.apre-ciação.de.cada.dossier..Os.funcionários.têm.a.preocupação.de.ter.um.processo.bem.feito.e.adequado,.e.não.falhar.em.termos.de.legalidade..Há.tanto.saber.concentrado.num.processo,.tanta.com-plexidade.associada.ao.cumprimento.de.obrigações.legais!.E.eu.digo:.pensem,.em.simultâneo,.no.território.que.está.lá.fora,.pensem.no.que.isto.pode.representar.para.melhorar.as.condições.de.vida.dos.cidadãos.e.na.correspondência.às.legítimas.expecta-tivas.dos. investidores..Se.não.equacionarmos.esta.na.realidade,.
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são.exercícios.que.podem.permanecer.desinteressantes.e.desa-dequados..Ao. fim. de. 10. ou. 15. anos,. fazemos. uma. avaliação. de.como..foram.cumpridas.aquelas.previsões,.naquele.documento,.e.às. vezes. rimo-nos,. porque. a. realidade. concretizou-se. de. uma.forma.completamente.diferente.
Aqui, num sítio onde o planeamento e o ordenamento do território são centrais e a coordenação é fundamental, não está no entanto a tomar decisões.
Condicionamos.as.decisões,.mais.do.que.tomamos,.mas.este.trabalho.tem.de.ser.feito.em.grande.cooperação..Tenho.uma.posição.distinta.das.atitudes..que.são.atribuídas.a.uma.administração.central.que.
decide. nalgum. distanciamento,. nalguma. incapacidade. de. se.relacionar..O.privilégio.de. se. fazer.uma.administração.próxima.dos.cidadãos.não.pode.ser.só.das.autarquias,.tem.de.ser.também..de. toda. a. administração,. quer. neste. organismo,. que. tem.uma.dimensão.regional,.quer.na.própria.administração.central..Hoje,.as.ferramentas.tecnológicas.permitem-nos.interagir.muito.com.as.pessoas.e.com.a.vida.Temos.de.saber.ter.uma.atitude.mais.transparente,.mais.partici-pativa,.até.porque.no.cômputo.final.os.resultados.nunca.foram.muito.satisfatórios.
Qual foi a sua primeira preocupação quando chegou aqui?
A. primeira. preocupação. foi. olhar. para. esta. casa.. Sou. bastante.pragmática.e.gosto.de.trabalhar.com.os.instrumentos.que.tenho.Neste. caso,. prioritariamente. para. os. nossos. funcionários,. e. de.seguida.para.as.obrigações.e.as.competências.legais.que.temos,.e.as.formas.como.as.podemos.exercer.A.prioridade.foi.saber.que.meios.tínhamos.para.incrementar.as.polí-ticas.que.nos.competem.e.devo.dizer.que.me.assustei.um.pouco.Esta.casa.diminuiu.o.número.de.funcionários.de.510.para.208,.em.dois.anos..Parte.das.competências.e.dos.funcionários.que.a.CCDR.tinha. passaram. para. a. Administração. da. Região. Hidrógráfica.do.Tejo..Saíram.pessoas.afectas.a.essas.funções.mas.que.também.
exerciam.funções.em.questões.ambientais.ou.de.ordenamento.do. território..Quando. se. fazem.estas. amputações,. leva-se. tudo..Esta.perda.tão.significativa.tirou.saber,.tirou.competências.e.capa-cidade.de.resposta.Actualmente,.a.administração.pública.não.pode.fazer.novas.con-tratações.e,.portanto,.estamos.obrigados.a. . fazer.o.exercício.de.aumentar. a. capacidade. de. resposta,. conseguindo.uma.melhor.formação.das.pessoas.que.cá.estão,.reforçar.as.novas.tecnologias.e.–.faço.questão.de.implementar,.isso.desde.já.–.redimensionar.o.âmbito.da.nossa.intervenção.no.domínio.da.gestão.do.territó-rio. ao. reconhecer. as. adequadamente. crescentes. competências.municipais.
O privilégio de se fazer uma administração próxima dos cidadãos não é só das autarquias, tem de ser também destes organismos, quer neste que tem uma dimensão regional, quer na própria administração central. Hoje, as ferramentas tecnológicas permitem-nos interagir muito com as pessoas e com a vida.
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A.Administração.Central.tem.alguma.tendência.para.exorbitar.as.suas.funções,.exercer.mais.competências.do.que.as.que.a.legislação.lhe.confere.O.último.quadro. legislativo,.aprovado.no.mandato.anterior,.acres-centou..aos.municípios.a.legitimidade.para.implementarem.as.suas.políticas,. nomeadamente. no. ordenamento. do. território.. Aliviar. a.nossa. intervenção,. no. respeito.mútuo. e. no. reconhecimento.de.que. os. municípios. têm. essas. competências,. pode. retirar-nos.parte.da.nossa.carga.administrativa.
Os municípios estão preparados para isso?
Os.municípios.da.Região.de.Lisboa.e.Vale.do.Tejo..têm.equipas.e.tempo.de.efectivo.exercício.nestes.domínios..Mas.muitas.vezes.pecam.pelo.mesmo.defeito.em.relação.aos.projectos.dos.muníci-pes..Tutelam.mais. do. que. devem..O.munícipe. apresenta. o. seu.projecto,.assumido.e.sob.responsabilidade.do.seu.autor,.e.dentro.do.município. verificam. aquilo. que. não. é. da. sua. competência.verificar..Temos.de.adaptar-nos.aos.novos.tempos,.ao.princípio.da.responsabilização,.cada.vez.maior,.das.entidades.e.do.cidadão..É.imperioso.porque.a.lei.assim.o.diz,.é.imperioso.porque.a.maturi-dade.democrática.leva.a.que.os.organismos.e.os.cidadãos.tenham.mais.responsabilidade.pelas.suas.iniciativas..Com.a.diminuição,.quer.financeira.quer.de.recursos.humanos,.não.nos.resta.outra.hipótese.se.não.fazê-lo.e.fazê-lo.bem.Este.é.o.exercício.que.nos.compete.fazer,.mas.alterar.mentalidades.não.é.fácil..Lá.está,.trabalhar.com.pessoas.é.o.que.eu.gosto.mais.e.por.isso…
Portanto, chegou aqui e tratou primeiro da casa?
Fiz.o.reconhecimento,.tomei.medidas.para.que.não.tenha.queixas.permanentes. através. de. contactos. diários. a. dizer:. «não. posso.fazer.este.trabalho.ou.assumir.esta.ou.aquela.responsabilidade.
porque. não. tenho. meios. humanos. ou. financeiros».. Isto. não. é.forma.de.gestão..Tornou-se.necessário.fazer.algumas.alterações.fun-cionais,.instituir.regras,.tranquilizar,.dar.capacidade.e.reconheci-mento.aos.técnicos.e.funcionários.Mas.acho.que.as.pessoas.reconhecem.esta.necessidade..Claro.que.não.gostam.que.lhes.tirem.alguns.privilégios,.mas.os.funcionários.estão.ansiosos.por.reconhecimento.de.competências.e.por.maior.responsabilização..Isso.é.primordial.nestes.serviços.
Mas entretanto não havia trabalho premente para fazer?
A.alteração.do.Plano.Regional.de.Ordenamento.da.Área.Metropolitana.de.Lisboa.(PROTAML).está.a.ser.concluída,.depois.dos.pareceres.da.Comissão. Consultiva.. O. Programa. Regional. de. Lisboa. do. QREN.está.a.ser.gerido.todos.os.dias..Os.Polis.estão.a.terminar..Não.se.trata.de. resolver.por. fases,. temos.de.assegurar.eficazmente. todas.as.solicitações.e.ir.fazendo.este.trabalho.de.adequação.funcional.até.entrarmos.numa.estabilidade.
O PROT já tinha sido reformulado por causa das grandes obras, mas agora com o adiamento dos grandes projectos o que é que acontece?
Digo.por.graça.(as.coisas.não.podem.ser.vistas.assim).que.agora.podemos.finalmente.fazer,.atempadamente,.um.exercício.de.pla-neamento,.porque.estávamos.a.trabalhar.um.pouco.ao.contrário,.numa.situação.de.adaptação.a.decisões.políticas.diferentes.das.que.constavam.do.PROT.em.vigor,.datado.de.2002..Estes.processos.nunca.se.fazem.só.assim..Quando.se.analisa.um.documento.passados.anos.–.neste.caso,.oito.–.a. realidade. já.se.transformou..Ressaltaram...aspectos.que.precisavam.de.ser.reflectidos,.porque.já.havia.necessidade.de.aferição.das.pretensões.municipais.e.sectoriais,.dos.organismos.do.Governo.que.careciam.de.adequação...O.documento.terminado.em.Maio.é.mais.ambicioso.do.que.uma.
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mera.alteração.para.pôr.o.aeroporto.e.a.Terceira.Travessia.no.sítio..Com.o.adiamento.da.sua.concretização,.recentemente.anunciada,.essa.dinâmica.não.se.perdeu,.continuamos.a.trabalhar.As. localizações. dos. grandes. empreendimentos. não. estão. em.causa..O.que.está.em.causa.é.o.timing.da.sua.execução..Claro.que.havia. perspectivas. de. uma. dinâmica. mais. positiva,. com. uma.expectativa.de.crescimento,.que.essas.sim,. reflexo.de.regressão.económica.sentidas.no.país.e.na.Europa.poderão.estar.mais.pre-judicadas.O. carácter. optimista. reflectido. no. documento. tem.de. ser. ade-quado..As.políticas.fazem-se.para.que.não.se.percam.dinâmicas,.mas.temos.de.perceber.que.estas.dinâmicas,.na.realidade.actual,.estão.feridas.relativamente.às.questões.do.financiamento.O.financiamento.para.a.concretização.destes.investimentos.está.difícil,.está.caro,.e.em.muitos.casos.está.mesmo.esgotado..A.loca-lização. dos. grandes. equipamentos. e. infra-estruturas. vão-se.manter. no. PROT,. na. proposta. que. temos. estado. a. trabalhar,.nomeadamente.com.as.mesmas.localizações.–.a.Terceira.Travessia.do.Tejo,.a.plataforma. logística.do.Poceirão,.o.aeroporto..Mas.na.questão.das..dinâmicas.a.terminologia.tem.de.ser.adequada,.porque.estamos.a.perspectivar.o.futuro.e.o.futuro.hoje.está.mais.condi-cionado..Por.outro.lado,.e.como.resultado.positivo.desta.crise,.pode.haver.nesta.fase.uma.maior.contenção.na.dispersão.urbana.Em.termos.de.política.de.urbanismo.cada.vez.se.torna.mais.claro.a.necessidade.de.densificação.das.zonas.consolidadas,.no.segui-mento.do. que. tem. sido.uma.preocupação.de. revitalização.dos.centros.históricos..No.entanto,.os.centros.históricos.estão.muito.condicionados.na.aptidão.de.fixação.de.residentes. tradicionais..São.as.habitações.que.não.têm.dimensão,.existem.as.questões.de.segurança,.de.pouca.mobilidade,.do.acesso.do.automóvel,.dos.ele-vadores,.etc..Os.centros.históricos.têm.de.ter,.quanto.a.mim,.políticas.de.con-servação,.de. renovação,.que.passam.por. chamar. jovens.e.outro.tipo.de.residentes.para.os.revitalizar..Mas.as.áreas.consolidadas.
dos.Centros.Urbanos.não.podem.ser.abandonadas,.pode-se.assistir.a.um.mercado.emergente.de.reabilitação.que.até.hoje.não.fun-cionou,.porque.economicamente.ficava.mais.barato..aos.promotores.abrir.novas.frentes.de.urbanização.
Defende que haja menos construção e mais reabilitação?
Exactamente..Isso.pode.ser.um.factor.positivo.na.inversão.de.ten-dência.que.estava.há.muito.anunciada.pelos.urbanistas.mas.que.as.políticas.municipais.traduzidas.em.planos.e.propostas.muni-cipais.não.correspondiam..Continuaram-se.a.abrir.novas.frentes.de.promoção.habitacional.A. Grande. Lisboa. já. tem. o. número. de. fogos. suficiente. para. as.dinâmicas.urbanas.associadas.
Em termos demográficos, não temos perspectivas de vir a aumentar a população?
Não,. de. facto.. Assistiram-se. a. fenómenos. nas. últimas. décadas.que.hoje.não.se.perspectivam..O.litoral.será.sempre.mais.denso.em.termos.populacionais.do.que.o.interior,.por.muitas.políticas.que.se.promovam..É.uma. tendência.mundial.que,. inquestiona-velmente,. tem.a. ver. com.a. qualidade.de. vida,. a. segurança.das.populações,.com.o.bem-estar,.com.a.procura.de.melhores.níveis.de.ensino,.de.acesso.ao.lazer,.à.convivialidade..Quando.se.fizeram.as.auto-estradas.e.se.pensou.que.isso.poderia.ser.um.factor.de.voltar.ao.interior,.percebeu-se.que.as.pessoas.ainda.vinham.mais.rapidamente.para.o.litoral..Têm.que.se.manter.políticas.de.fixa-ção,.de.criação.de.emprego.e.melhores.condições.nas.zonas.do.interior,.mas.sabemos.que.esta.tendência.está.instalada.e.dificil-mente.será.invertida..Mas.não.terá.um.fenómeno.de.atracção.à.semelhança.do.que.aconteceu.nas.décadas.de.60.e.70.e.que.se.manteve.com.tendência.crescente.até.hoje.
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Também não perspectivávamos que houvesse a imigração que houve nas últimas décadas.
Mas.isto.está.muito.associado.ao.consumo.e.ao.bem-estar.a.que.as. pessoas. legitimamente. aspiraram..Hoje. percebemos. que. há.situações.muito.carentes.em.termos.de.orçamento.familiar,.mas.as.pessoas.não.têm.aceite.trabalhar.sob.qualquer.condição,.e.portanto.houve.esta.camada.de.imigrantes.para.substituir.estas.lacunas..de.mão.de.obra.que.não.estavam.a.ser.preenchidas.pelos.nossos.cidadãos..Obrigatoriamente,.com.a.crise.e.o.desemprego.instalado.também.aí.algo.se.vai.alterar.
No território que a CCDR coordena, há situações diferentes ao nível do QREN. Qual é a situação neste momento?
O.QREN.na.sua.aplicação.na.Região.de.Lisboa,.veio.criar.uma.alte-ração.significativa.na.área.territorial.abrangida,.que.se.percebe.Duas.grandes.áreas.territoriais.da.região.de.Lisboa.e.Vale.do.Tejo..agregaram-se.a.outros.Programas.Operacionais.Regionais.–.a.Lezíria.ao.Alentejo.o.Oeste.ao.Centro..Continuamos.a.ter.o.mesmo.número.de.municípios,.mas.ao.nível.do.Programa.Operacional.Regional.de.Lisboa,.ficámos.restringidos.aos.18.municípios.da.AML.A.verba.atribuída.ao.Programa.Operacional.de.Lisboa.(PORLisboa).não.é.vultuosa,.até.porque.já.estamos.com.patamares.de.desen-volvimento.equivalentes.às.regiões.mais.desenvolvidas.da.União.Europeia..Por.outro.lado.oitenta.por.cento.das.verbas.destinadas.a.esta.área.estão.comprometidas.mas,.à.semelhança.com.a.maioria.dos.Programas.Operacionais,.com.uma.taxa.de.execução.abaixo.da.nossa.ambição..Aí.voltamos.às.questões.económicas.e.financeiras.
E terminando o prazo desses financiamentos, o que vai acontecer?
Temos.de.fazer.uma.avaliação.até.ao.final.deste.ano.e.encarar-mos.a.possibilidade.de.fazermos.reprogramação.em.2011..Não.quere-mos.decidir.de.ânimo.leve.o.que.poderia.ser.uma.conclusão.natu-ral:. aqueles. que. não. cumprem. deixam. de. ser. beneficiários,.podendo. abrir. outras. frentes. de. candidatura.para. quem.possa.mostrar. melhores. condições. de. acesso.. Em. termos. políticos,. é.muito.difícil.penalizarmos.quem.não.cumpriu..Mas.não.podemos.ignorar.a.situação.e.chegar.ao.fim.do.QREN.–.2013.–.para.encerrar.os.programas. sem. tomar. atitudes. e. arriscarmo-nos. a. taxas.de.realização.baixíssimas.Isto.vai.exigir.de.mim,.pessoalmente,.um.exercício.diplomático.de.conhecimento.de.cada.uma.das.situações.concretas.e.de.perceber,.com.os.nossos.parceiros,.quais.as.melhores.aplicações.alternativas.possíveis.para.os.recursos.que.devem.concretizar-se.até.ao.final.do.Programa.Onde.podemos.contribuir.para.que.as.candidaturas.se.concretizem.ou.onde.teremos.de.fechar.essas.expectativas.para.abrir.outras.
Que tipo de situações surge?
Ao.nível.regional,.um.dos.objectivos.é.a.revalorização.das.frentes.ribeirinhas,.o.que.tem.muito.de.intervenção.física.concreta..Outro.objectivo.primordial.é.o.apoio.à.renovação.do.parque.escolar,.que.é. o.que. tem.mais. taxa.de. realização.. Foi.um.desígnio.nacional.definido.pelo.Governo.e.aceite.unanimemente.Não.há.cidadão.que.não.perceba.a.utilidade.de.um.parque.escolar.renovado..Os.municípios.que.tiveram.essa.disponibilidade.aderiram.de.uma.forma.maciça,.ao.nível.do.ensino.básico.e.pré-escolar.
Os.problemas.surgem.na.concretização.de.intervenções.nas.can-didaturas.aos.programas.de.regeneração.urbana,.porque.na.rea-lidade. se. trata. de. uma. Área.Metropolitana.muito. assimétrica,.com.a.riqueza.e.o.desenvolvimento.que. lhe.são.reconhecidos.a.conviver.com.fenómenos.de.pobreza.e.de.exclusão.tremendos.e.dificílimos.de.resolver..Também.neste.eixo.foi.dada.aos.municípios.a.possibilidade.de.se.candidatarem.com.programas.de.regeneração.urbana.muito. focalizados. na. intervenção. em. bairros. sociais. e,.sendo.possível,.na.construção.de.novos.equipamentos,.reabilitação.do.espaço.urbano,.sempre.associado.com.necessidade.de.contra-tualização.com.parceiros.sociais.A. ideia. é. trabalhar. o. espaço. físico,. a. reabilitação. urbana,. mas.também.intervir.ao.nível.social,.directamente.com.as.pessoas.e.os.agentes.sociais.que.estão.no.terreno.num.trabalho.conjunto.E.temos.abertura.de.candidaturas.para.promoção.de.novas.for-mas.de.mobilidade..Este.programa.está.a.financiar.candidaturas.apresentadas.para.as.pistas.cicláveis.que.hoje.são.equipamentos.urbanos.não.só.para.os.ciclistas.mas.para.os.peões..Nas.nossas.cidades.estas.pistas.estão.muito.ocupadas.pelos.cidadãos,.porque.são.muito. fáceis. para. caminhar,.muito. lisinhas,. vencem.muito.bem.os.desníveis.
Mas isso é perigosíssimo para os ciclistas.
É.um.fenómeno.e.temos.de.olhar.para.ele:.os.peões.apropriaram-se.das.pistas.cicláveis..Os.municípios.perceberam.que.isto.contribuía.até.para.uma.sociabilização,.para.a.prática.do.exercício.do.final.do.dia..É.espantoso.ver.como.é.que.as.pessoas.ao.fim.do.dia.caminham.em.grupos..É.uma.forma.de.sociabilização.e.de.bem-estar.físico.Há.um.programa.interessante.dos.eco-bairros,.virados.para.novas.formas.de.gestão.mais.ecológicas.e.sustentáveis,.em.que.se.pede.a.uma.comunidade.que.encontre.soluções.de.poupança.de.energia,.de.valorização.de.resíduos,.de.envolvimento.de.uma.comunidade.por.forma.a.atingir.objectivos.de.economia.e.sustentabilidade.
Onde são esses eco-bairros?
Estão.dois.financiados.neste.momento,.um.deles.em.Lisboa,.o.bairro.da.Boavista,.em.Monsanto..É.uma.zona.muito.apta.a.poder.ter.uma.forma.de.gestão.de.comunidade.porque.é.isolada.do.resto.da.cidade.e.permite.uma.experimentação.de.novas.atitudes.relativamente.à.vivência.do.bairro,.com.uma.população.maioritariamente.carente.e.carenciada.de.apoios..A.tentativa.é.criar.uma.forma.de.gestão.em.que.as.pessoas.se.responsabilizem.para.atingir.objectivos.A.EDP.é.um.dos.parceiros,.associou-se.imediatamente.a.esta.iniciativa.para.a.poupança.de.energia..As.comunidades.escolares.trabalham.os.temas.e.os.mais.idosos.também.podem.contribuir.na.gestão.do.espaço.público..Com.a.valorização.de.resíduos,.pretende-se.que.as.pessoas.saibam.o.que.deitam.fora,.o.que.é.aproveitável,.o.que.pode.ser.recuperável,.parar.uma.maior.consciencialização.na.comunidade.sobre.o.desperdício..Vamos.ver.no.que.este.projecto.vai.resultar.ao.fim.de.três.anos.Vamos.ver.como.se.vai.desenvolver.a.execução.destes.dois.projectos,.o.impacto.que.terá.no.território.e.o.efeito.demonstrativo.que.possa.ser.daí.retirado..A.CCDR.irá.avaliar.este.investimento.e.perceber.a.sua.possibilidade. de. réplica. em. outros. territórios.. Acredito. que. num.futuro. Programa. Operacional. Regional,. pós. 2013,. haverá. segura-mente.fundos.estruturais.para.mais.iniciativas.desta.natureza.A.CCDR-LVT.tem.o.papel.de.acompanhar.a.execução.destes.projectos,.em.estreita.articulação.com.a.estrutura.de.monitorização.do.projecto.que.está.no.terreno..Esta.estrutura.é.obrigada.a.responder.a.um.
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certo.número.de.indicadores.que.irão.contribuir.para.alcançar.as.metas.que.foram.estipuladas..Este.concurso,.ao.contrário.dos.res-tantes.de.regeneração.urbana,.estabeleceu.metas.concretas.que.os.municípios.têm.de.cumprir..Esta.é.uma.condição.imposta.por.nós,.de.forma.a.garantir.resultados.de.sustentabilidade.e.de.efici-ência.energética.nestes.territórios.A.CCDR.quer.orgulhar-se.destes.projectos.e.fazer.deles.uma.«ban-deira.de.desenvolvimento.sustentável».para.a.região.e.para.o.país..É.importante.apoiar.estas.experiências.piloto.e.ver.como.podem.ser. introduzidas.no.planeamento. futuro..O.mais. interessante.é.podermos.analisar.como.é.possível.intervir.numa.óptica.ambien-tal.e.energeticamente.eficiente.em.territórios.consolidados.
É uma experiência de cidadania?
É..Aliás,.estas.candidaturas.estão.muito.associadas.a.essa.temática,.porque.temos.de.reflectir.sobre.o.que.foram.estes.anos,.desde.o.final.dos.anos.1980,.em.que.vivemos.apoiados.por.Quadros.Comu-nitários,.com.as.comunidades.a.serem.altamente.financiadas..Às.vezes.é.assustador.perceber.como.há.dinheiro.público.investido.em.determinadas.comunidades.e..como.se.perpetua.a.exclusão.Temos.de.ser.capazes.de.sair.deste.ciclo.e.o.assistencialismo.não.pode.continuar..As.pessoas.têm.de.ser.envolvidas.e.encontrar.formas.de. sair. do. ciclo. de. pobreza.. Estas. comunidades. já. estão. com.segundas.e.terceiras.gerações.de.pessoas.que.resolveram.o.pro-blema.habitacional,.que.era.a.sua.prioridade.Fui.vereadora.da.habitação.na.Câmara.de.Setúbal,.a.par.de.outras.responsabilidades.em.áreas.como.o.urbanismo.e.as.obras.muni-cipais.que,.aparentemente.seriam.atribuições.mais.pesadas,.mas.nunca.me.vi.tão.em.apuros.como.a.gerir.os.problemas.habitacionais..Atribuir.a.uma.família.só.uma.casa.não.é.solução,.mas.não.tenho.dúvidas. de. que. é. . prioritário. resolver. o. problema. habitacional.para.dar.dignidade.às.pessoas..Tínhamos.que.ter.consciência.de.que.o.trabalho.não.podia.acabar.aí.
Era preciso dar uma sequência?
Sim.. Estas. comunidades. resolveram. o. seu. primeiro. problema,. a.questão.de.acabar.com.as.barracas.na.Área.Metropolitana.foi.um.desafio. dos. anos. 1990..Mas. agora. estamos. a. falar. dos. jovens,. de.novas.gerações.que.querem.ter.perspectiva.de.futuro..Já.têm.casa..Mas.continuamos.a.falar.de.exclusão.e.temos.de.encontrar.formas.de.resolver.e.de.integrar.Em.Lisboa,.o.peso.da.habitação.social.é.muito.significativo..Um.terço.da.população.vive.em.bairros.sociais.
Os Polis estão a acabar. E depois?
Os. Polis. surgiram. a. seguir. ao. êxito. da. valorização. associada. à.Expo’98..Percebeu-se.que.era.possível.valorizar.uma.área.comple-tamente. degradada,. excluída,. . que. podia. ter. uma. reabilitação.profunda.e.cujo.resultado.ainda.é.exemplar.em.todo.o.mundo...O.Governo.resolveu.replicar.essa.ambição.em.muitas.outras.regiões.do.país..Houve.uma.primeira.decisão.de.atribuição.de.interven-ções. por. escolha. do. Governo,.mas. depois. houve. uma. segunda.fase. de. abertura. de. candidaturas. dos. municípios.. Durante. os..últimos.anos.muito. foi. feito.mas.nada.comparável.com.aquela.dimensão.Na.Região.de.Lisboa.e.Vale.do.Tejo.há.alguma.frustração.quanto.aos.resultados.e.à.capacidade.de.execução.e.de.concretização.das.sociedades.Polis.constituídas.
Os Polis surgiram a seguir ao êxito da valorização associada à Expo’98. Percebeu-se que era possível valorizar uma área completamente degradada, excluída, que nunca ninguém imaginaria que podia ter uma reabilitação àquela medida e que é exemplar em todo o mundo.
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Isso aconteceu por falta de dinheiro?
Não. sei. como.posso. caracterizar. o. que. ficou. aquém,.mas. acho.que.houve.algum.desajuste.entre.a.ambição.e.a.capacidade.de.concretização..Ainda.temos.o.Polis.da.Caparica.para.concretizar,.não.é.uma.situação.pacífica..As.pessoas.de.uma.forma.abstracta.desejam.a.requalificação.do.espaço.mas..no.concreto.não.querem.perder.regalias.pessoais.adquiridas..Ora.agora,.para.que.o.espaço.seja.de.todos,.muitos.têm.que.ser.deslocalizados..Havendo.con-testação,.estes.processos.foram-se.arrastando.e.há.alguma.amargura.na.prossecução.dos.desígnios.O.caso.do.prédio.do.Coutinho.em.Viana.do.Castelo.é.paradigmático..Qualquer. urbanista,. qualquer. cidadão,. qualquer. decisor. . diria.que.aquela.massa.construída.ali.não.era.a.melhor..Mas.para.os.seus.habitantes.era.o.melhor.que.havia..O.processo.de.demolição.arrastou-se.em.tribunal.O.prédio.ainda.lá.está..Houve.muitos.que.aceitaram.as.condições.que.lhes.foram.oferecidas,.e.já.saíram,.a.maioria,.mas.há.uns.que.resistem.e.continuam.a.habitar..O.resultado.ao.fim.destes.anos.todos.não.é.brilhante.
É uma questão de pessoas, como disse.
E.não.podemos.ignorar..Aquilo.que.lá.está.é.o.pior.de.tudo..Já.não.é.o.edifício.a.ser.vivido.na.sua.plenitude,.porque.muitos.já.saíram,.mas.não.se.fez.a.implosão.e.os.residentes.estão.angustiados.porque.não.sabem.bem.o.que.lhes.vai.acontecer..Estas.situações.têm.de.ser.muito.bem.dirimidas.para.que.não.se.chegue.a.estes.impasses..E.a.Caparica.tem.um.pouco.disto..Não.tem.o.prédio.do.Coutinho.mas.tem.também.este.fenómeno.de.deslocalização.associado.e.há.amargura.na.forma.de.fechar.o.processo.
Qual é o seu objectivo agora?
Agora. temos.as.questões.de.valorização.ambiental.a.assegurar..Nas.CCDR’s,.as..competências.associadas.às.questões.dos.depósi-tos.de.resíduos.estão.na.ordem.do.dia..Nas.questões.do.ordena-mento,.temos.planos.de.Ordenamento.a.acompanhar,.nomeada-mente.as.Revisões.dos.PDM’s,.critérios.a.estabelecer,.metodologias,.assunção.de.competências.e.vamos.estabilizar.o.relacionamento.com.os.nossos.principais.interlocutores.que.são.os.municípios.As.questões.ambientais.não.são.tão.fáceis.de.caracterizar,.porque.temos. realidades. tremendas..Temos. abandono. de. resíduos. um.pouco.por.toda.a.parte..Temos.uma.orla.costeira.com.problemas.de.erosão.e.de.derrocada.Há.que. intervir.na.estabilização.do. território.nestas.condições,.na.sua. valorização,. investindo. contra. situações. instaladas. e. práticas.habituais.que.têm.estado.impunes..Temos.que.ser.mais.musculados.a.reagir,.a.intervir.e.a.apontar.caminhos..São.desígnios.que.nós.temos.que.cumprir.neste.ano,.marcar.o.caminho.que.queremos.seguir. para. intervir. em. relação. a. . estas. questões. e. encontrar.recursos.para.evitar.situações.angustiantes.Por.vezes.há.medidas.que.não.se.concretizam.porque.há.todo.um.processo.jurídico.ou.social,.com.intervenção.da.comunicação.social.que.normalmente.se.põe.mais.do.lado.dos.infractores,.não.ajudando.num.processo.com.inevitáveis.conflitos.de.interesses,.mas.em.que.obrigatoriamente.o.interesse.público.tem.que.ser.vencedor.Todos.estes.processos.tem.uma.história.e.uma.justificação,.mas.a.nossa. responsabilidade. é. não. permitir. que. estas. situações. se.eternizem.nem.sejam. impunes..Para.agir,. temos.de.ser.sempre.muito.adequados.e.ponderados,.porque.se.exageramos..nos.nossos.propósitos.as.reacções.são.negativas.e.os.impasses.acabam.por.ser.quase.inultrapassáveis.
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Teresa Almeida
Serena.e.elegante,.Teresa.Almeida,.56.anos,.formou-se.em. Arquitectura. na. então. Escola. de. Belas. Artes. de.Lisboa.em.1977.e.tem-se.dedicado.principalmente.ao.urbanismo..No.gabinete,.com.uma.vista.ampla.sobre.Lisboa.e.o.Tejo,.tem.a.arrumação.funcional.de.quem.trabalha.com.método..Bem.à.vista,.um.livro.com.receitas.da.cozinha.tradicional.de.Lisboa,.que.consulta.quando.quer.fugir.às.comidas.banais.
Entrou.em.funções.como.presidente.da.CCDR-LVT.em.Fevereiro.último,.tendo.sido.anteriormente.Directora.Municipal. de. Planeamento. Urbano. da. Câmara.Municipal.de.Lisboa.
Foi. governadora. civil. de. Setúbal,. depois. de. ter. sido..vereadora.da.habitação,.urbanismo.e.obras.na.Câmara.de.Setúbal,.e.foi.ainda.assessora.do.Instituto.de.Estradas.de.Portugal.para.as.relações.com.as.autarquias.
A.geógrafa.Paula.Santana,.professora.catedrática.do.departamento.de.Geografia.da.Universidade.de.Coimbra.e.especialista.em.questões.de.gestão.da.Saúde,.é.uma.das.duas.vice-presidentes.da.CCDR..A.outra.é.a.jurista.Vanda. Nunes,. formada. na. Faculdade. de. Direito. da.Universidade.de.Coimbra,.e.que.foi.vereadora.e.presi-dente.da.Câmara.Municipal.de.Alpiarça.
«Somos.três.mulheres.mas.não.reparo.nisso.no.dia-a--dia»,. diz.Teresa.Almeida..Trata-se.de. caso.único. em.organismos.desta.natureza,.mas.a.presidente.defende.que.«não.andará.longe.o.tempo.em.que.encontraremos.executivos.municipais.que,.por.coincidência,.são.mais.femininos.do.que.masculinos».
«As.mulheres.entraram.no.mundo.do.conhecimento,.mais.do.que.no.mundo.do.trabalho,.nas.últimas.déca-das»..Esta.mudança.processa-se.hoje.com.naturalida-de.mas.para.se.chegar.aqui.houve.um.caminho:
«Senti.sempre.no.meu.percurso.profissional.que.tinha.que.mostrar.mais.competência.para.poder.progredir..Mas. foi.óptimo,.ainda.bem.que.me.foi.exigido.mais.e.que. eu. tive. que. dar. mais. também,. e. agarrar-me.àquilo.que.para.mim.era.fundamental..Foi.estimulante,.não.lamento.nada..Quando.se.passa.para.patamares.de.mais. responsabilidade,.as.mulheres. têm.que.dar.provas.de.que.não.vão.falhar.»
E.o.que.é.diferente.na.gestão.feita.por.mulheres?.
«Um.carácter.mais.humano,.mais.prático.até,.de.ade-quação.à.realidade..As.mulheres.transportam-no.em.si.porque.normalmente.têm.uma.vida.familiar.agre-gada,. estão. habituadas. a. fazer. muitas. coisas. ao.mesmo.tempo,.abrir.às.solicitações.»
Falou há pouco de uma acção diplomática para resolver os problemas do QREN. O que quer dizer com isso?
Quero. que. a.mão. esquerda. saiba. o. que. a.mão.direita. faz..Nós.temos.responsabilidades.nas.políticas.de.ordenamento.do.terri-tório,.no.assegurar.da.valorização.ambiental...Quando.em.simul-tâneo.temos.um.Quadro.Operacional.com.capacidade.de.opera-cionalizar.políticas.de. incentivos,. temos.que.saber.encontrar.as.melhores.soluções.para.o. território.que.gerimos..Verifica-se.em.muitas. situações.em.que.há.um. interesse. conjugado.para.que.seja.objecto.de.financiamento.uma.determinada.operação.mas.para.a.qual.seria.necessário.aprovar.um.plano.nesta.mesma.casa.e.que.essa.aprovação.se.eterniza.porque,.por.qualquer.razão,.ou.não.se.conseguiu.agilizar,.ou.por.este.ou.aquele.condicionalismo.o.processo.se.atrasa.e..no.fim.se.perde.o.financiamento.Temos.que.ter.a.capacidade.de.ser.muito.objectivos.e.muito.ope-rativos,.para.não.sermos,.nós.próprios,.na.mesma.casa,.a.criar.difi-culdades.a.quem.quer.concretizar.Consegui.resolver.aqui.o.apoio.a.uma.candidatura.de.um.município.que.queria.implementar.um.sistema.que.estamos.a.considerar.o.mais.adequado.no.âmbito.do.Planeamento,.mas.que.noutro.sector.deste.mesmo.organismo,.na.apreciação.concreta.da.candidatura.se.estava.a.questionar.a.sua.pertinência.Não.pode.ser..Temos.de.ser.exemplares.nisto..Se.temos.um.instru-mento.de. financiamento.em.simultâneo. com.um. instrumento.de. planeamento,. não. há. altura.melhor. para. se. dizer. «óptimo!.Vamos.apoiar.este.Projecto..e.torná-lo.exemplar»..Temos.de.assumir.o.papel.de.conselheiros.e.dizer.«concorram.àquele.programa.de.financiamento.porque.vão..ter.possibilidades.de.conseguir.logo.con-cretizar.esta.intenção»..Esta.dicotomia.entre.a.mão.esquerda.e.a.mão.direita.tem.que.ser.muito.facilitadora.
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Augusto Mateus explica o que é a inovação e os seus múltiplos efeitos na economia
global, na organização das empresas e na sociedade. Fala das transformações
que a crise financeira e económica que se vive vai trazer ao mercado de trabalho
e da urgência de o país saber construir sinergias para enfrentar os desafios
do desenvolvimento.
Augusto Mateus
A inovação é para todos
Inovação.|.Luís de CarvalhoFotografia.|.Luísa Ferreira
Há, muitas vezes, a tendência para se confundir inovação com invenção. O que é, de facto, a inovação ?
A. inovação. é,. em. termos.muito. simples,. o.melhor. processo. de.melhoria. do. ponto. de. vista. da. organização,. da. satisfação. das.necessidades.das.pessoas,.das.organizações,.das.empresas..Obvia-mente,.não.pode.haver.inovação.sem.conhecimento,.investigação,.experimentação.. É. por. isso. que,. do. ponto. de. vista. da. política.pública,.as.experiências.mais.interessantes.acabaram.por.se.situar.na. referência. I+D+i,. isto. é,. da. investigação,. desenvolvimento.e.inovação,.e.não.tanto.do.I&D..A.investigação.e.desenvolvimento.é.uma.condição.mas.não.uma.garantia.de.que.vamos.ter.inovação..Muito.do.que.nós. inovamos.num.determinado.país. foi. investi-gado.noutro.país;.uma.das.vantagens.da.globalização.é.conhecer-mos. trabalhos. de. investigação. que. foi. feita. à. escala. mundial,.noutras.regiões,.noutras.cidades,.noutros.países...Esta.é.a.primeira.ideia.–.a. inovação.acontece.do. lado.do.quotidiano,.acontece.no.mercado,.acontece.do.lado.das.coisas.simples..Mas.é.alimentada.e. catalisada. por. coisas.muito. complexas,.muito. difíceis,.muito.desiguais..Portanto,.ao.contrário.do.que.muitas.vezes.se.pensa,.convém.ter.a.noção.de.que.não.há.inovação.fora.do.mercado,.fora.das.empresas,.fora.das.organizações..E,.sobretudo,.que.a.inovação.é.tudo.menos.uma.coisa.pomposa..E.que.há.inovação.no.sector.privado,.e.não.no.sector.público,.que.não.há.inovação.no.sector.público.e.privado,.ou.no.sector.social..A.inovação.não.fica.à.porta.
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de.nenhuma.actividade.humana,.económica.e.social..É.por. isso.que.hoje.em.dia,.à.escala.global,.falamos.de.cidades.inovadoras,.regiões.inovadoras,.empresas.inovadoras..O.processo.de.inovação.não.é.um.processo. individual.. É.um.processo.sistémico.–.é.um.pouco.como.a.Primavera;.não.há.Primavera.sem.andorinhas,.mas.cem.andorinhas.não.fazem.uma.Primavera!.Portanto,.a.inovação.é.um.processo.cumulativo.que.tem.de.atingir.massa.crítica.para.uma. determinada. região,. uma. determinada. economia,. uma.determinada.sociedade.se.poderem.apresentar.a.si.próprias.como.inovadoras.
O Prof. António Câmara deu um dia o exemplo da Y-Dreams e das dificuldades que encontram em Portugal para a comercialização das sua inovações. No fundo, só lá fora é que conseguem comercializar e encontrar mercado. Quer comentar?
Mas.é.uma.boa.dificuldade..Nós,.em.Portugal,.como.noutros.pontos.do.mundo,.cometemos.uma.falta.de.apreciação.em.relação.aos.verdadeiros.problemas.e.oportunidades.da.globalização..A.globa-lização,.como.todos.os.processos.sociais,.comporta.riscos,.coisas.profundamente.positivas.e.negativas,.desafiantes..Mas.no.essencial.é.um.mundo.de.oportunidades.e.tem.um.saldo,.na.minha.opinião,.muito. favorável..Obriga. é. a.mudar. radicalmente.a.organização.da.economia,.do.poder.politico,.obriga.a.uma.maior.cooperação.internacional..Portanto,.obriga.a.fazer.um.conjunto.de.mudanças.que,. obviamente,. vão.na.boa.direcção..A.globalização.permitirá.aproveitar.as. suas.grandes.oportunidades. se. conseguirmos. ter.mais. paz,.mais. segurança,.maior. cooperação. à. escala.humana,.politica,.económica.e.social..Neste.processo.há.enormes.oportu-
nidades. porque. a. globalização. veio. trazer. uma. coisa. muito.importante,. que. é. o. prémio. à. diferença,. o. prémio. à. excelência.e.à.qualidade.Obviamente.que.para.um.pais. com.dez.milhões.de.habitantes,.para.uma.região.de.Lisboa.que.na.sua.grande.configuração,.num.espaço.onde.há.uma.polarização.de.um.conjunto.de.actividades.que. terá. 4.milhões. de. habitantes,. cerca. de. 40%. da. população..portuguesa,. e. para. uma. área.metropolitana. que. anda.na. casa.dos.dois.milhões.e.qualquer.coisa,.e.para.uma.cidade.central.que.já.extravasou.há.muito.o.concelho.de.Lisboa,.embora.uma.parte.do.concelho.de.Lisboa.não.seja.cidade.central,.para.algo.que.será.inexoravelmente.uma.cidade.em.torno.do.Tejo,.e.não.uma.cidade.a. Norte. do. Tejo,. para. esta. realidade. que. é. muito. importante..à.escala.europeia.–.nós.em.Portugal. temos.alguma.dificuldade.em.perceber.a.importância.de.Lisboa.no.contexto.europeu,.porque.Lisboa.é.uma.das.doze.grandes.aglomerações.urbanas.da.Europa,.e.por.isso.não.é.propriamente.uma.cidade.periférica.de.um.pais.periférico.–,.nesta.realidade.nós.não.temos.alternativa.a.não.ser.produzir.bens.e.serviços.para.o.mercado.mundial..Portanto.não.vale.a.pena.ter.ilusões.de.que.é.fácil.próximo.de.casa.e.é.difícil.longe.de.casa..Ou.é.fácil.em.qualquer.sítio.ou.não.será.fácil..Sobre-tudo.trabalhando.em.tecnologia.de.informação.e.comunicação,.isso.então.ainda.é.mais.óbvio.A.inovação.tem.de.ser.um.processo.que.permita.reforçar.a.interna-cionalização..Hoje.não.é.muito.relevante.onde.é.que.um.determi-nado.bem.ou.serviço.é.feito,.até.porque.não.há.hoje.nenhum.bem.ou. serviço. que. seja. basicamente. feito. num. único. sitio.. O. que.importa.saber.é.quem.distribui.esse.bem.ou.serviço,.quem.é.res-ponsável.pela.sua.chegada.ao.mercado..Nós.hoje.falamos.muito.
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de.produtos,.porquê?.Porque.há.uma.lógica.de.continuidade,.uma.lógica. de. serviço. pós-venda,. uma. lógica. de. acompanhamento.do.consumidor,. uma. lógica. da. capacidade. do. consumidor. em.definir.a.utilização.dos.produtos.que.vai.adquirindo..Desse.ponto.de.vista.a.inovação.não.é.tecnológica,.a.inovação.é.social..A.econó-mica,.a.organizacional,.é.tecnológica.obviamente..Eu.costumo.dar.um.exemplo:.inovar.é,.por.exemplo,.abrir.uma.biblioteca.quando.tem.procura.e.não.quando.não.tem..Portanto,.inovar.uma.biblio-teca.é,.digamos,.ter.horários.de.relacionamento.com.o.público.para.satisfazer.as.procuras.que.são,.como.se.sabe,.muito.mais.centra-das.no.princípio.da.vida.e.no.fim.da.vida..A.população.activa.usa.menos.a.biblioteca.do.que.a.população.que.está.no.princípio.da.sua.vida.ou.da.população.que.já.saiu.da.vida.activa.mas.que.tem.hoje,. felizmente,.um. longo.período.de.vida. ..Portanto,.as. inova-ções.são.coisas.deste.tipo..Obviamente,.o.equilíbrio.no.processo.da.inovação.é.fundamental..Por.exemplo.hoje,.na.educação,.temos.uma.moda.,.uma.espécie.de.surf,.sob.a.forma.de.inovação,.que.é.o.caminho.para.a.incorpo-ração.de.tecnologias,.uma.certa.escola.high-tech.,.mas.se.isso.for.mal. feito.a.escola.não.é.sustentável,.nem.é.high-tec.e.perde-se.a.relação. entre. o. professor. e. o. aluno,. e. que. é. a. capacidade. de.incorporar.cada.vez.mais.melhorias.no.processo.educativo..A.ino-vação.tem.estas.dimensões,.não.é.um.processo.tecnológico,.nem.estritamente.económico,. é.um.processo. simples,.não.pomposo,.complexo,. e.que.exige.um.conjunto.de. condições,.de.processos.e.uma.monitorização.permanente.dos.resultados.
Tendo em conta a sua experiência, e estando nós a viver uma crise global sem precedentes, acredita que há condições de sustentabilidade para os princípios que defende?
Seguramente,.ainda.mais..Esta.crise.económica.e.financeira.que.estamos. a. viver. é. uma. crise. profunda,. e. como. todas. as. crises,.é.uma.crise.que.ela.própria.vai.eliminar.um.conjunto.de.realida-des.que.tinham.ficado.obsoletas,.e.vai.alterar.–.e.não.há.saída.da.crise.enquanto.não.se.fizer.essa.alteração.–,.os.próprios.mecanis-mos.de.regulação.da.economia.e.da.sociedade..Há.crises.que.por.si.só.são.apenas.crises.reguladoras.,.na.medida.em.que.funciona.um.pouco.como.alguém.que.depois.de.ter.comido.de.mais.tem.de.fazer.dieta,.sentiu-se.mal,.enfim,.o.excesso.alimentar.é.corri-gido. com.uma.excessiva.poupança.alimentar.e.as. coisas. ficam.resolvidas.. Temos. tido. regularmente. crises. desse. tipo.. Isto. é,.mesmo. quando. há. boas. políticas. públicas. e. boas. práticas. de.regulação.o.mercado.é.algo.que.tende.a.desequilibrar,.os.agentes.económicos.tomam.decisões.sem.se.consultarem.uns.aos.outros;.em.Portugal. tomam-se.milhões.de.decisões.por.dia.e.ninguém.telefonou.previamente.a.ninguém.a.perguntar.se.aquilo.ia.fazer.sentido.. Há. coisas. que. fazem.muito. sentido. e. coisas. que. não.fazem.tanto.sentido..Os.saldos.começam.com.x.por.cento.e.aca-bam. com. y. por. cento,. se. não. correm.muito. bem,. ou. começam.com.x.e.acabam.com.z.se.correm.muito.bem,.enfim,.a.economia.funciona.assim..Felizmente.vive.de.incertezas,.de.expectativas,.e.esse.é.um.dos.mecanismos.que.conduz.à.perda.da.regulação.por-que.,.de.um.modo.geral,.os.agentes.económicos.tendem.a.sentir-se.bem.demais.quando.as.coisas.estão.bem,.e.mal.demais.quando.as.coisas.estão.mal..Os.seus.comportamentos.produzem.excessi-vas.euforias.ou.excessivos.pessimismos.Esta.é.também.uma.crise.em.que.vamos.alterar.necessariamente.os.mecanismos.de.regulação,.porque.os.que.entraram.em.crise.precisam. de. ser. alterados.. Não. é. uma. revolução,. mas. é. uma.mudança.significativa..É.um.pouco.como.não.poder.regressar.ao.
sítio.de.onde.se.partiu..A.economia.mundial,.a.europeia,.a.portu-guesa.não.vão.poder.regressar.a.2005,.2006..Vão.ter.que.regressar.a.uma.coisa.um.pouco.diferente..Já.temos.um.desenho.claro.de.um.desafio.enorme,.que.é;.as.boas.notícias.económicas.não.são.boas.notícias.em.emprego..Estamos.a.sair.desta.crise.ganhando.algum.dinamismo.económico,.mas.com.muito.pouco.conteúdo.de.emprego..O.que.significa.que,.continuando.a.aumentar.o.peso.do.trabalho.indirecto.nas.actividades.económicas.e.sociais.,.aumen-tamos.a.qualificação.e.as.competências.das.várias.pessoas.que.tra-balham.nas.diferentes.organizações;.nós.estamos.a.ter.que.inovar.no.nosso.modelo.de.produção.e.no.nosso.modelo.de.consumo.para.podermos.ter.um.nível.de.emprego.relativamente.elevado.O.século xxi vai.ser,.provavelmente,.um.século.onde.não.vamos.ter.pleno.emprego,.mas.vamos.ter.trabalho.para.todos..Esse.é.um.terreno.decisivo.de.inovação..Eu.diria.que.nunca.foi.tão.necessá-rio.inovar..Inovar.do.ponto.de.vista.de.aceleração.do.processo.de.sermos.capazes.de.criar.mais.riqueza..Uma.das.razões.desta.crise,.na.Europa,.em.Portugal,.no.mundo.mais.avançado,.foi.a.quebra.de.capacidade.de. fazer. aumentar. aquilo. que. os. economistas. cha-mam.produto.potencial,.isto.é,.nós.há.cerca.de.quinze.anos.temos.sofrido.no.mundo.mais.desenvolvido.a.incapacidade.de.aumen-tar.o.ritmo.a.que.fazemos.crescer.a.riqueza,.e.não.baixámos.as.expectativas,.aquilo.que.as.populações.querem.e.felizmente.bem,.mas.temos.aqui.uma.contradição..E.resolvemos.temporariamente.este.processo.com.o.aumento.do.endividamento..Ora,.o.aumento.do.endividamento.não.é.sustentável..Esse.aumento. foi.possível.porque.o.mundo.emergente.começou.a.crescer.muito,.a.poupar.muito,. e. essas. poupanças. foram. recicladas. através. do. sistema.financeiro.para.o.mundo.mais.desenvolvido,.mas.este.não.é.um.processo.que.possa. continuar.desta.maneira.. Esta. crise. tem.aí,.aliás,.uma.das.suas.razões..Portanto,.nós.vamos.ter.que.inovar.do.ponto.de.vista.de.darmos.um.sentido.útil.às.nossas.grandes.rea-lizações. da. segunda. metade. do. século xx.. Para. além. de. um.ambiente.com.muito.mais.paz,.nós.aumentamos.drasticamente.a.produtividade.,.o.conhecimento.e.o.nosso.tempo.de.vida..Tudo.isto. são. factores.muito.positivos..Mas. isto.para. ser. sustentável.exige.um.enorme.esforço.de.inovação.que.mude.a.maneira.como.vivemos,.que.mude.a.maneira. como.consumimos,.que.mude.a.forma.como.gerimos.as.cidades.(.temos.aí.um.enorme.desperdí-cio,. um. enorme. custo. em. termos. de. recursos. não. renováveis,.associados.aos.sistemas.energéticos.ou.à.água,.por.exemplo),.e.teremos.de.gerir.bastante.melhor.certos.recursos.escassos..O.con-gestionamento. é. um. problema. decisivo,. que. precisa. de.muita.inovação,.precisamos.de.ter.sistemas.de.mobilidade.a.sério,.por.exemplo.. Há. inúmeros. terrenos. onde. a. inovação. é. pão. para. a.boca,.do.ponto.de.vista.económico.e.social.
As sociedades necessitam destas reformas de modo urgente. Acha que as populações estão conscientes destas transformações tão prementes, nomeadamente os agentes económicos ?
As.transformações.fazem-se.sempre.por.uma.mistura,.uma.espé-cie.de.salada.que.tem.de.ser.bem.temperada.entre.inteligência.e.necessidade.. Nós. mudamos. não. apenas. pela. inteligência;. nós.não.mudamos.apenas.porque.nos.convencemos.por.esforço.inte-lectual. ou.por. informação.que.devemos.mudar..Nós.mudamos.sempre.sob.o.empurrão.da.necessidade..Os.problemas.humanos.e.sociais.dos.nossos.dias.são.suficientemente.fortes.para.haver.uma.pressão.de.necessidade.muito. forte..Nós.necessitamos.de.um.conjunto.de.mudanças..Por.outro.lado,.temos.os.meios.para.
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fazer. essas. mudanças.. Obviamente,. temos. uma. resistência. à.mudança,.uma.resistência.politica,.ao.nível.do.poder,.para.além.do.poder.politico,.há.o.poder.económico,.o.poder.social..A.mudança.que.é.preciso.fazer.altera.a.relação.entre.gerações,.altera.a.relação.entre.homens.e.mulheres,.altera.a.relação.entre.as.normas.e.as.diferenças,. cria. novas. convenções. sociais,. altera. os. contratos.sociais..Nós.temos.vindo.a.ter.uma.alteração.de.um.dos.contratos.sociais.fundadores.da.democracia.e.das.economias.em.que.vive-mos.de.uma.forma.muito.casuística,.que.é.o.contrato.social.que.liga.as.gerações.aos.sistemas.de.pensões.e.reformas..Esses.contra-tos.vão.todos.mudar..Eu.creio.que.vai.ser.alterado.o.contrato.que.nasceu.com.a.Segunda.Guerra.Mundial.e.com.o.keynesianismo,.que. é. o. contrato. de. obrigar. os. governos. a. garantir. o. pleno.emprego..Isso.já.não.se.passa,.embora.esteja.nas.Constituições.e.nos. objectivos. de. todos. os. governos,. que. não. têm. capacidade.para.garantir.o.pleno.emprego.Muito.provavelmente.a.sociedade.civil.vai.assumir.uma.parte.da.responsabilidade.que,.a.meio.do.século.xx,.passou.para.os.gover-nos.. Nessa. altura,. havia. condições. para. essa. lógica. do. pleno.emprego..Havia.uma.demografia.mais.dinâmica,.havia.uma.esta-bilidade.do. ciclo.de. vida.dos.produtos. e.das. tecnologias.muito.mais. forte,. ciclos.de. vida.muito.mais. longos,.muito.maior.ade-quação. entre. o. nível. da. formulação. das. politicas. nacional. e. a.dimensão.do.mercados.nacional.–.hoje.os.mercados.são.globais.e.as.politicas.muitas.vezes.formulam-se.à.escala.nacional.,.apenas,.e,.portanto,.aquilo.que.eu.digo.é.que.há.realmente.uma.resistên-cia,.mas.que.será.ultrapassada.na.medida.em.que.a.inovação.seja.completa,.na.medida.em.que.não.se.pode.ser.ingénuo.ou.parcial.nos.processos.de. inovação..Na.minha.opinião,. para.quem.quer.promover.a.inovação,.tem.de.ter.a.sabedoria.de.criar.as.chamadas.armadilhas.da.inovação,.porque.se.criaram.algumas.armadilhas.da.qualidade..Uma.empresa.que.se.certifica.como.empresa.que.preenche.normas.de.qualidade.,.seja.ao.nível.do.produto,.dos.pro-cessos,.seja.ao.nível.do.ambiente,.seja.ao.nível.dos.recursos.huma-nos,.etc,.é.uma.empresa.que.entra.numa.armadilha..A.partir.do.momento.em.que.se.certificou,.nunca.mais.pode.deixar.de.pres-tar. atenção. à. qualidade.. E. esse. processo. é. cada. vez. mais. exi-gente..Nós.temos.uma.leitura.errada.da.inovação.em.dois.contextos.–.lemos. a. inovação. como. uma. coisa. pomposa,. uma. coisa. para.génios,.para.um.mundo. restrito.de.pessoas.e.a. inovação.não.é.isso..Isso.são.as.condições.da.inovação..A.descoberta.científica.não.é.para.todos..Mas.a.inovação.é.para.todos..A.inovação.é.democrá-tica,.a.invenção.não.é..A.inovação.pode-se.difundir.por.todas.as.pessoas,.organizações.ou.empresas..A.descoberta.científica,.não..Portanto,.as.condições.da.inovação.precisam.de.ser.cuidadas.por.politica. públicas,. por. apostas. colectivas.. Assim. como. todas. as.sociedades.que.apostaram.na.educação,.não.do.ponto.vista.pom-poso. ou. propagandístico,. ou. meramente. declarativo,. mas. que.cuidaram. a. sério. da. educação.. O. Norte. da. Europa. entrou. no.século.xx. sem.analfabetos.e.ainda.hoje.colhe.dividendos.disso..O.sul.da.Europa.entrou.no.século.xx com.uma.esmagadora.maio-ria.da.população.analfabeta.,.ainda.hoje.tem.alguns.analfabetos.e.paga.o.preço.disso..Na.inovação.a.mesma.coisa..Temos.de.fazer.algumas.ousadas.afectações.de.recursos.às.condições.da.inova-ção..Mas.sem.nenhuma.ilusão,.pois.isso.não.vai.dar.um.resultado.por.si.só..Apenas.cria.um.ambiente.mais.favorável..Depois.é.preciso,.ao.nível.das.políticas.públicas,.dos.agentes.eco-nómicos,.dos.professores,.dos.estudantes,.investigadores,.comer-ciantes,.clientes,.de.toda.a.gente,.vai.ser.necessário.um.esforço.no.dia.a.dia..De.alguma.maneira,.voltamos.a.coisas.que.têm.milha-
res.de.anos:.devo.eu.apostar.no.progresso.ou.na.melhoria?.Se.eu.apostar.na.melhoria,. estou.centrado.nos. resultados;. se.apostar.no.progresso,.estou.centrado.nas.condições..Não.posso.ter.melho-ria.sem.progresso,.mas.nem.todo.o.progresso.produz.melhoria,.e.toda.a.melhoria.é.suportada.em.progresso..Se.eu.for.às.políticas.públicas,.aos.fundos.estruturais,.ao.sistema.fiscal,.e.der.os.sinais.correctos. para. premiar. a. inovação. e. não. estar. disponível. para.premiar.a.não.inovação,.se.a.inovação.que.é.premiada.for.supor-tada.por.resultados.e.baseada.num.equilíbrio.entre.a.oferta.e.a.procura,.porque.o.grande.potencial.que.temos.na.situação.actual.é.o.de.uma.economia.cujo.dinamismo.principal.está.na.procura,.então.vale.a.pena..Por.isso,.temos.desafios.suficientes.do.lado.da.procura.–.sociais,.económicos,.que.pedem.inovação,.que.querem.bens.e.serviços.com.mais.qualidade.e.a.mais.baixo.custo..É.um.desafio.colossal.que.permite.organizar.as.empresas,.a.adminis-tração.pública..A.inovação,.para.além.de.poupar.muito.dinheiro,.muitas.vezes.faz-se.sem.custos..Não.tem.nenhum.custo.estabili-zar. o. quadro.de. decisão.dos. agentes. económicos.. Por. exemplo,.uma.coisa.que.é.decisiva.nos.próximos.tempos,.que.é.a.reabilita-ção. e. a. regeneração. urbana,. que. é. estabilizar. as. condições. de.colaboração. entre. os. investidores. privados. e. os. responsáveis.públicos...Isto.não.custa.um.euro..Uma.resposta.rápida.aos.pro-jectos.apresentados.em.termos.de.«faz.sentido.-.não.faz.sentido»,.«não.pode.fazer.–.faça-se».,.poder.reduzir.em.2.,.3,.4.anos.os.perí-odos.em.que.se.faz.regeneração.e.reabilitação.urbana,.perceber.que. reabilitação.urbana.não. é. apenas. reabilitação.de. edifícios,.mas.de.habitat.e.revitalização.do.tecido.económico,.e.que.isto.se.faz.de.modo.integrado,.são.coisas.que.não.custam.um.euro.e.são.inovadoras..É.pela.inovação,.numa.altura.de.crise,.que.nós.vamos.construir.uma.resposta.que.nos.possa.satisfazer.em.matéria.de.oportunidade. e. equidade.. Para. mim,. o. século. xxi. vai. ser. um.século.com.menos.assalariados.e.com.mais.trabalhadores.inde-pendentes..Claro.que.o.trabalho.não.assalariado.responsabiliza-nos.mais,.nos.torna.mais.donos.do.nosso.destino,.do.nosso.nível.de.vida,.da.nossa.qualidade.de.vida..Claro.que.tem.muitos.mais.riscos,.mas. também.permite. acelerar. os.processos.de. inovação.e.torná-los.cumulativos.
Qual é o balanço que faz da aplicação dos fundos estruturais na área da inovação, no âmbito do QREN, na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 20 projectos aprovados e investimentos que rondam os 35 milhões de euros ?
Lisboa.esteve.em.2000.e.em.2006.numa.situação.de. transição.por. duas. razões:. tornou-se. numa. região.mais. desenvolvida. no.contexto.europeu.que.outras.e.tem.neste.QREN.2007-2013.uma.situação.muito. particular. –. é. uma. região. completamente. fora.das.prioridades.dos.fundos.estruturais.e,.portanto,.na.prática.tem.meios.muito.limitados.de.acesso.aos.fundos.estruturais..Os.mon-tantes.para.a.região.de.Lisboa.são.quase.insignificantes..O.papel.que.os.fundos.estruturais.tiveram.na.região.de.Lisboa.é.comple-tamente.diferente...A.Santa.Casa.da.Misericórdia,.em.termos.de.acção.social,.tem.mais.meios.por.ano.que.os.fundos.estruturais.para.todo.o.período.de.programação..Nesse.ponto.de.vista,.esta-mos.a.falar.de.um.número.limitadíssimo.de.projectos.que.devem.valer. pela. sua. qualidade.. A. região. já. deu. saltos. significativos,.revela.uma.capacidade.de.atrair.empresas.altamente.qualifica-das..Na. região. de. Lisboa,. o. peso. do. ensino. superior. é. sensivel-mente. o. dobro. do. pais;. por. outro. lado,. as. actividades. de.especialização.das.empresas.que.estão.em.Lisboa.estão.centra-das.na.escala,.na.diferenciação,.na.I&D,.o.que.permite.que.o.tecido.
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empresarial. seja. um. tecido.mais. preparado. para. o. desenvolvi-mento.I+D+i.,.que.é.fundamental...Eu.diria.que.o.papel.actual.dos.fundos.estruturais.nesta.região,.é.um.papel.de.reforço.da.exce-lência,.é.um.papel.de.concentração.em.poucos.projectos.que.pos-sam.fazer.a.diferença.em.relação.a.algumas.oportunidades.que.ainda.não.estejam.agarradas.ou.que.possam.a.vir.ser.reforçadas...É.esse.o.balanço.que.tem.de.ser.feito..Por.outro.lado,.penso.que.a.própria.região,.e.esse.é.um.desafio.muito.grande.para.a.CCDR.e.para. a. gestão. dos. fundos. estruturais,. tem. de. estabelecer. uma.nova.relação.com.o.país..A.Estratégia.de.Lisboa,.que.está.definida.nos.sucessivos.programas.em.que.eu.colaborei,.é.uma.estratégia.que. visa. criar. uma. Lisboa.mais. forte. à. escala. internacional,. e.menos.pesada.à.escala.interna..Creio.que.tem.feito.falta.e.espero.bem.que.sejam.tomadas.iniciativas.no.sentido.de.um.novo.diá-logo.entre.a.região.de.Lisboa.e.o.resto.do.país,.particularmente.com.a.região.Centro,.com.a.região.Alentejo.que.têm.um.conjunto.de. actividades. que. são. polarizadas. por. Lisboa.. É. fundamental.para.o.país,.e.para.Lisboa,.que.os.efeitos.multiplicadores.do.que.se.faz.em.Lisboa.se.difundam.pelo.país..Há.uma. segunda.dimensão.que.não.pode. ser. esquecida.que.é.saber.em.que.medida.o.que.o. resto.do.país. faz. com.os. fundos.estruturais,.é.apoiado.por.Lisboa.ou.cria.oportunidades.para.Lis-boa.. Porque. esta. é. uma. questão. chave,. uma. vez. que. há. uma.grande.concentração.de.recursos.nas.chamadas.regiões.de.con-vergência.–.o.Norte,.o.Centro.e.Alentejo,.e.essa.concentração.de.recursos,.que.é.feita.à.custa.de.Lisboa,.e.bem,.porque.precisam.de.ganhar.um.outro.dinamismo.e.de.recuperar.o.seu.nível.de.vida.em.relação.à.média.comunitária,.mas.o.sucesso.dessas. regiões.
deve.ser.não.à.custa.de.Lisboa,.mas.com.Lisboa,.e.com.o.reforço.das.relações.entre.uns.e.outros,.na.medida.em.que.o.bom.apro-veitamento.dos.fundos.estruturais.precisa.de.usar.as.competên-cias,.nomeadamente.em.matéria.científica.e. técnica,.mas. tam-bém.em.prestação.de.serviços,.que.estão.concentrados.em.Lisboa..Estas.actividades.precisam.de.procura,.para.poderem.continuar.a.desenvolver-se..Por.exemplo,.quando.com.os.fundos.estruturais.viabilizámos.a.Auto.Europa,.estivemos.ao.mesmo.tempo.a.desen-volver.a.Península.de.Setúbal,.mas.também.estivemos.a.desen-volver. a. Alemanha.. . A. Alemanha,. como. grande. contribuinte.líquido.para.os.fundos.estruturais,.tira.resultados.positivos,.por-que.a.utilização.desses.fundos.estruturais.na.Península.de.Setú-bal.criou.procura.para.empresas.alemãs.que.vieram.investir.aqui..De.alguma.maneira.são.essas.sinergias.com.que.nós.devemos.ver.aquilo.que.é.a.novidade.no.quadro.2007-2013..Agora,. pela. primeira. vez,. Lisboa. é. uma. região. desenvolvida. no.contexto. europeu. faz. papel. de.uma.Alemanha.na. comparação.com. Portugal,. e. as. regiões. de. convergência. em. Portugal. têm.desafios.muito. grandes. de. desenvolvimento. e. de. convergência.nos.seus.ritmos.de.crescimento..O.que.se.podia.fazer.está.feito,.isto.é,.concentrar.em.poucos.pro-jectos.que.façam.sentido.do.ponto.de.vista.dos.desafios.da.inova-ção.sem.esquecer.esta.nova.relação,.sem.a.qual.nem.Lisboa,.nem.o.resto.do.país.conseguem.consolidar.as.suas.posições.à.escala.das.centenas.de.regiões.europeias.com.as.quais.se.mede.o.ritmo.de.inovação,.de.crescimento,.e.o.desempenho.em.relação.à.com-petitividade.e.à.coesão..
É pela inovação, numa altura de crise, que nós vamos construir uma resposta que nos possa satisfazer em matéria de oportunidade e equidade.Para mim, o século xxi
vai ser um século com
menos assalariados
e com mais trabalhadores
independentes.
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Fotografia.|.Flávio Andrade
Realizou-se no passado dia 28 de Maio, no auditório da Administração do
Porto de Lisboa – Rocha do Conde de Óbidos, o II Encontro Transnacional de
Demonstração Tecnológica da Indústria Auxiliar do Naval.
Desenvolver a Inovação e a Competitividade
da Indústria Naval
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OEncontro insere-se no conjunto de actividades a.desenvolver.no.âmbito.do.Projecto.Aux-Navalia,.que. tem. como. parceiros. entidades. do. Reino.Unido,. Espanha. e. Portugal,. sendo. a. AI. Navais.o.representante.nacional.
Estes.Encontros.destinam-se.a.divulgar.os.conhecimentos.e.com-petências.dos.centros.tecnológicos.e.dos.grupos.de.investigação.de. cada. um. dos. países. integrantes. do. Projecto,. a. descrever. os.principais.serviços.e.projectos.I+D+i.que.realizaram.nos.últimos.anos,.especialmente.os.focalizados.na.indústria.auxiliar.do.naval,.e.decorrentemente.a.estimular.a.adopção.de.uma.generalizada.cultura.de.inovação.e.competitividade.junto.das.empresas,.pro-curando.o.fomento.de.parcerias.
A.forma.como.decorreu.o.Encontro,.com.destaque.para.a.qualida-de. técnica. das. comunicações,. o. interesse. suscitado. pelas.mes-mas,.a.diversidade.e.número.de.assistentes,.culminando.com.a.presença.e.discurso.proferido.pelo.Secretário.de.Estado.da.Defesa.
Nacional.e.dos.Assuntos.do.Mar,.Dr..Marcos.Perestrello,.permiti-ram.que. os. objectivos. e. responsabilidades,. que. como. entidade.organizadora.cabiam.à.AI.Navais,.fossem.claramente.superados.
Também. as. expectativas. que. ao. longo. do. tempo. foram. sendo.criadas.sobre.o.número.e.diversidade.da.assistência,.foram.igual-mente.excedidas,.tendo.em.conta.os.assistentes.efectivos.(autori-dades.civis,.militares,.embaixadas,.câmaras.de.comércio,.estabele-cimentos. de. ensino,. empresas. e. diversas. outras. entidades),.sobretudo.num.encontro.de.natureza.tão.específica.e.técnica.
A.Associação.das.Indústrias.Navais,.não.só.excedeu.o.que.lhe.era.exigível.no.âmbito.do.Projecto.Aux-Navália,.como.deu.uma.clara.demonstração.da. capacidade.de. organização.de.uma. entidade.portuguesa,. o. que,. aliás,. foi. reconhecido.pela. generalidade.dos.participantes.e,.em.particular,.pelo.líder.do.Projecto,.contribuindo.colateralmente.para.prestigiar.o.nosso.país.perante.os.parceiros.estrangeiros.e.as.entidades.a.quem.os.mesmos.têm.de.reportar,.quanto.à.realização.do.Projecto.
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O mundo de “uma pintora de histórias” revela-se por entre cedros de formas
caprichosas. Mais de cem mil pessoas já passaram pela Casa das Histórias
Paula Rego, um projecto sonhado há alguns anos pela própria artista, singular
quanto baste para não ser chamado de “museu”. Concretizado pelo Município
de Cascais, teve como cúmplice o arquitecto Eduardo Souto de Moura. É um
bom exemplo de como as artes podem estar ao alcance de todos e contribuir
para a expansão do turismo cultural.
Era uma vez uma casa de histórias
Reportagem.|.Património.|.Carla Maia de Almeida..Fotografia.|..Guto Ferreira
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DDesde a sua inauguração, em Setembro de 2009,.um.público.ecléctico.chega.diariamente.ao.insólito. edifício. avermelhado.. Vista. de. longe,. a.porta.de.vidro.automática,.sensível.à.aproxima-ção. do. visitante,. mais. parece. a. boca. de. uma.
caverna.escura,.para.lá.da.qual.é.impossível.ver.com.clareza..Por.ali. entram. crianças. agrupadas. aos. pares,. estudantes. de. artes.visuais.ligeiramente.barulhentos,.turistas.equipados.com.óculos.de.sol.e.bermudas,.excursionistas.que.aproveitam.os.descontos.da.idade.sénior,.senhoras.que.compram.religiosamente.a.Caras,.homens.de.meia.idade.e.colarinho.desabotoado,.famílias.inteiras.que.chegam.armadas.de.carrinho.de.bebé,.saco.de.fraldas.e.leitu-ras.de.fim-de-semana..
Como.se.reflectisse.a.diversidade.humana.da.obra.de.Paula.Rego,.também. este. espaço. parece. ter. o. dom. de. atrair. públicos. para.quem. a. fruição. cultural. faz. parte. das. mais. descomplexadas.modalidades.de.lazer..Não.há.aqui.lugar.para.uma.visão.elitista.e.sacralizada.da.arte,. o.que,.na.opinião.de.Helena.de. Freitas,. «só.pode. ser. positivo».. A. segunda. directora. da. Casa. das. Histórias.Paula.Rego,.que.em.Fevereiro.substituiu.Dalila.Rodrigues.e.assu-miu.os.destinos.da.instituição.durante.dois.anos,.é.assertiva.ao.fazer.o.balanço.dos.primeiros. três.meses.de. trabalho:.«O.senti-mento.prevalecente.é.de.entusiasmo..Trabalhar.aqui.é.uma.coisa.viva,. sentimos.muitas.emoções..O.próprio.espaço.é.um.desafio..Sob.o.ponto.de.vista.da.programação,.também.é.muito.estimu-lante.pensar.nos.artistas.que.podemos.cá.trazer.».
Observadora.do.público.que.tem.acorrido.em.força.ao.novo.equi-pamento. cultural. de. Cascais,. Helena. de. Freitas. afirma:. «É. um.museu.que.tem.um.público.contínuo.e.regular.bastante.forte..Há.quem.goste.muito.e.há.quem.não.goste.nada.e.se.mostre.inco-
modado,.mas.maior.parte.das.pessoas.reage.de.uma.forma.muito.positiva..O.público.infantil.é.extremamente.sensível.ao.trabalho.plástico.da.Paula.Rego..As.pessoas.mais.velhas. têm.outra. reac-ção.”.E.conclui:.“O.que.é.facto.é.que.ela.não.deixa.ninguém.indife-rente,.e.isso.é.sinal.de.uma.obra.poderosa.»
Licenciada. em.História. e.mestre. em.História. da.Arte,.Helena.de.Freitas.revê-se.como.uma.daquelas.pessoas.que.teve.«a.felicidade.de. ser. conduzida. pela. vida. até. aos. sítios. certos».. Hesitou. entre.Letras.e.Ciências,.chegou.a.querer.ir.para.Agronomia,.considerou.Arqueologia,. mas. a. disciplina. de. História. da. Arte. no. curso. da.Universidade.Nova.de.Lisboa.fê-la.perceber.que.«era.por.ali»..Em.meados.dos.anos.1980.começou.a.colaborar.em.projectos.de.inves-tigação.para. a. Fundação.Calouste.Gulbenkian. (onde.Paula.Rego.teve.direito.à.sua.primeira.exposição.retrospectiva,.em.1988)..Aí.se.manteve.como.curadora.até.aceitar.este.desafio..Para.quem.con-fessa.só.saber.«trabalhar.em.equipa»,.a.necessidade.de.criar.uma.nova.estrutura.e.firmar.as.raízes.do.projecto.museológico.foi.um.factor.estimulante:.«O.que.me.seduziu.foi.a.possibilidade.de.poder.experimentar.uma.zona.de.trabalho.não.propriamente.nova,.mas.com.meios.diferentes.daqueles.a.que.eu.estava.habituada..Era.um.grande.desafio.pensar.como.poderia.trabalhar.com.outra.estrutu-ra.e.transportar.a.minha.experiência.para.este.espaço.»
Sobre.a.sua.antecessora,.afastada.do.cargo.por.alegada.falta.de.consenso,.num.processo.não.isento.de.polémica,.Helena.de.Freitas.prefere.não.tecer.comentários,.atitude.que.assumiu.desde.o.iní-cio.e.mantém.até.agora..Afirma.ter.partido.«do.zero».no.que.toca.ao.plano.museológico:.«O.que.encontrei.aqui.foi.uma.exposição.bastante. bem. construída. sobre. a. Paula. Rego. e. uma. equipa.incompleta,.que.estou.a.reconstruir.para.que.fique.coesa,.dinâmi-ca.e.polivalente.».A.falta.de.gabinetes.para.a.equipa.técnica.de.
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dez.pessoas,.operando.em.áreas.tão.diversas.como.a.conservação,.a.produção,.a.gestão.do.edifício.ou.o.serviço.educativo,.tem.sido.um. dos. poucos. obstáculos. a. contornar:. «No. geral,. tem. corrido.tudo.bem..Talvez.os.tempos.em.que.as.coisas.se.processam.sejam.um.pouco.mais.lentos.do.que.eu.estava.habituada..Enquanto.a.Gulbenkian. tinha. uma.máquina. já.montada. há.muito. tempo,.aqui.não..Depois,.estou.ainda.a.sentir.a.necessidade.de.me.adap-tar.ao.próprio.edifício..Acho.que.ainda.não.tem.tudo.o.que.é.pre-ciso.para.funcionar.como.museu.».
A.falta.de.um.espaço.próprio.para.acolher.as.oficinas.e.ateliers.do.serviço.educativo,.uma.das.frentes.de.actuação.imprescindíveis,.é.uma.das.ausências.percepcionadas.pela.nova.directora:.«Também.sinto.a.falta.de.um.centro.de.documentação..Sempre.vivi.rodeada.de.livros.e.a.primeira.coisa.que.fiz.foi.trazer.uma.grande.parte.da.minha. biblioteca. para. aqui.. Vai. ser. necessário. construir. esse.espaço,. que. será. extremamente. útil. ao. público. investigador. e.universitário:.um.centro.de.estudos.bibliográfico,.visual.e.multi-média.à.volta.da.obra.de.Paula.Rego..Neste.momento.estamos.a.fazer.o.levantamento.das.obras.da.artista.em.colecções.particula-res.e.públicas.»
Indissociável.do.fascínio.que.os.seus.interiores.guardam,.a.arqui-tectura.da.Casa.das.Histórias.Paula.Rego.também.não.deixa.nin-guém.indiferente..A.pintora.pediu.a.Eduardo.Souto.de.Moura.que.criasse.um.lugar.«de.histórias.e.desenhos,.divertido,.despretensio-so,. vivo,. cheio. de. alegrias. e. de.muitas.maldades»,. como. recorda.Nuno. Grande. num. texto. sugestivamente. intitulado. «O. Palácio.Escarlate».*. Localizada. no. terreno. adjacente. ao. Museu. do. Mar,.aproveitando. os. relvados. e. a. esplanada. dos. courts. de. ténis. em.desuso,. a. proposta. arquitectónica. caracteriza-se. pelo. impacto.visual.decorrente.do.uso.de.betão.pigmentado.a.vermelho.–.cor.que.empresta.ao.edifício.uma.aura.de.fantasia,.a.lembrar.a.casa.de.doces.do.célebre.conto.dos.Irmãos.Grimm,.Hansel.e.Gretel..A.com-binação.de.várias. volumetrias,. com.um.núcleo. central.mais.alto.destinado.às.exposições.temporárias,.à.volta.do.qual.se.articulam.as. salas. de. exposição. permanente,. faz. destacar. de. imediato. as.duas.torres.piramidais.que.concorrem.para.acentuar.a.estranheza.do.lugar..A.explicação.para.estas.opções.encontra-se.bem.próxima,.na.região.de.Cascais-Sintra.e.na.marca.que.aí.deixou.um.dos.mais.distinguidos.arquitectos.do.século.xx:.Raul.Lino..
A.Casa.de.Santa.Maria.e.a.Casa.dos.Penedos,.duas.obras.de.Raul.Lino,.são.referências.assumidas.na.Casa.das.Histórias.Paula.Rego.(na.opinião.de.Nuno.Grande,.“a.mais. icónica.obra.de. Souto.de.Moura. desde. o. Estádio. Municipal. de. Braga”).. A. nomeação. do.arquitecto.teve.origem.numa.escolha.pessoal.da.própria.artista,.quando,.em.Novembro.de.2004,.o.convidou.a.visitar.o.seu.atelier.em. Londres. e. uma. exposição. organizada. pela. Tate. Britain.. Na.altura,. Paula. Rego. confessou. o. seu. fascínio. pelos. quadros. de.Francis.Bacon,.que,.no.enquadramento.da.sala.onde.se.encontra-vam,.provocavam.uma.explosão.cromática.de.tons.laranja.e.arro-xeados..O.episódio.terá.tido.influência.em.Souto.de.Moura,.quan-do.mais.tarde.desenhou.o.seu.“palácio.escarlate”..Não.se.trata,.de.resto,.da.única.alusão.ao.mundo.das.artes.visuais..Também.a.pin-tura.de.Paula.Rego.tem.acolhido.aquilo.que.Nuno.Grande.define.como. “imaginários. partilhados”,. citando. Bacon,. mas. também.Velázquez,. Goya,. Dubuffet,. Ernst,. Balthus,. Picabia. e. De. Chirico..“Há,. na. verdade,. uma. profundidade. espacial. de. chirichiana. na.obra.de.Paula.Rego.que.não.passa.despercebida.aos.arquitectos”,.conclui..
O que se pode ver no palácio escarlate.A.colecção.compreende.um.conjunto.de.obras.de.pintura,. desenho. e. gravura. assinados. por. Paula.Rego.e.concebidos.para.distintos.suportes.e.técni-cas,.abrangendo.um.período.cronológico.de.cerca.de.cinco.décadas..Este.acervo.constituiu-se.a.par-tir.da.doação.da.artista,.que.cedeu.ao.município.a.totalidade. da. sua. obra. gravada,. bem. como. um.conjunto.praticamente.inédito.de.desenhos,.num.total. de. 535. exemplares.. O. empréstimo,. por. um.período.mínimo.de.dez.anos,.de.52.das.suas.mais.emblemáticas.pinturas,.desde.Life.Painting.(1954).até. à. actualidade,. a. que. se. junta. uma. colecção.composta.por.duas.centenas.de.desenhos.e.estu-dos.preparatórios,.e.ainda.uma.série.de.trabalhos.de.Victor.Willing,.dão.força.a.este.projecto.muse-ológico.que.partiu.da.vontade.da.própria.artista.e.se. materializou. em. Cascais,. na. mesma. região.onde.Paula.Rego.construiu.o.núcleo.essencial.do.seu.vasto.imaginário.
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O.cruzamento.de.todos.esses.elementos.artísticos.e.criativos,.não.apenas.ligados.à.pintura.e.às.artes.visuais,.pretende.ser.uma.das.marcas.de.actuação.da.Casa.das.Histórias.Paula.Rego,.correspon-dendo.ao.imaginário.fértil.e.pluralista.da.sua.mentora..A.loja.do.museu.é.um.bom.exemplo.da.multiplicidade.de.fontes,.eruditas.e.populares,.que.encontram.eco.na.trajectória.artística.de.Paula.Rego..Desde.as.faianças.de.Rafael.Bordalo.Pinheiro.aos.sabonetes.Ach.Brito,.passando.pelos. lápis.de.cor.Viarco.e. terminando.nos.brinquedos.de. lata,.cada.objecto.pode.ser.um.ponto.de.partida.para.conhecer.a.artista.que.é.também.uma.“pintora.de.histórias”,.para. usar. a. expressão. feliz. de.Dalila. Rodrigues*.. Além. do.mer-chandising,.a.loja.engloba.também.uma.secção.de.livraria,.pensa-da.com.critério.e.criatividade,.na.qual.se.inclui.o.próprio.plano.de.edições. da. Casa. das. Histórias. Paula. Rego.. Álbuns. de. arte,.mas.também.obra.ensaística.à.volta.do.pensamento.filosófico.e.sim-bólico,.bem.como.uma.selecção.cuidadosa.de.literatura.(de.Jean.Rhys.às.Irmãs.Brontë,.passando.pelos.contos.populares.portugue-ses.recolhidos.por.Adolfo.Coelho).fazem.deste.espaço.um.local.de.visita.obrigatória.e.independente.do.museu.
Em.termos.de.programação,.a.ideia.é.manter.a.presença.artística.de.Paula.Rego.–.que,.recorde-se,.doou.ao.município.a.totalidade.da.sua.obra.gravada.e.centenas.de.desenhos.–,.articulando-a.com.exposições.temporárias.de.artistas.com.ela.relacionados.de.algu-ma. forma..Neste. âmbito,. terão. algum.destaque.artistas.portu-gueses.que.estudaram.ou.mantiveram.residências.em.Londres,.e.vice-versa..Promover.a.colecção.da.artista.no.estrangeiro.e.apre-sentar,.sempre.que.possível,.peças.novas.–.como.acontecerá.com.o.oratório.de.quase.três.metros.que.está.em.exposição.em.Londres.–.também.faz.parte.do.projecto.traçado.pela.directora..Sem.que-rer.desvendar.muito.do.que.ainda.está.em.preparação,.Helena.de.Freitas.sintetiza.a.estratégia.da.sua.direcção:.
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Casa das Histórias Paula RegoAv..da.República,.300.–.Cascais.(a.200.metros.da.Cidadela.de.Cascais).Aberto.todos.os.dias,.das.10h00.às.20h00..Entrada.gratuita.Tel..214826970www.casadashistoriaspaularego.com
“Este.é.um.trabalho.que.se.desenvolve.em.várias.frentes..Por.um.lado,.a.Casa.das.Histórias.Paula.Rego.tem.de.se.constituir.como.museu;.por.outro,.tem.de.ter.uma.dinâmica.expositiva..«Insere-se,.aqui,.a.necessidade.de.«honrar.os.compromissos».estabeleci-dos.anteriormente,.o.que.será.já.visível.em.Julho,.com.a.exposição.dedicada.a.Victor.Willing,.o.marido.de.Paula.Rego,.que.com.ela.partilhou.a.vida.desde.o.encontro.na.Slade.School.of.Art,.nos.anos.1950,.até.ao.seu.falecimento.em.1988..«É.uma.retrospectiva.que.incide.sobretudo.no.final.dos.anos.1970.e.80,.um.trabalho.muito.pouco.conhecido.em.Portugal.e.que.eu.acho.que.vai.ser.surpreen-dente..Em.Setembro,.no.primeiro.aniversário.da.casa,.vamos.tam-bém.editar.um.livro.com.textos.dele,.porque.foi.um.teórico.e.um.crítico.de.arte.importantíssimo.»
Abrir.o.museu.à.arte.contemporânea,.portuguesa.e.estrangeira,.é.a. prioridade. natural. de. alguém. que,. em. termos. de. produção.artística,.afirma.gostar.muito.do.tempo.em.que.vive:.«Gosto.de.acompanhar.o.percurso.dos.artistas.contemporâneos..Acho.fasci-nante. a. pluralidade. de. acções. que. desenvolvem,. sempre. com.aquela.capacidade.de.se.anteciparem.ao.seu.tempo..Depois,.é.um.território.multidisciplinar,. em. que. há.muitos. suportes,.muitos.cruzamentos.com.o.cinema,.a.fotografia.ou.a.literatura..Os.artis-tas,.actualmente,.têm.uma.liberdade.de.acção.e.de.pensamento.extraordinária..Como.sou.de.História,.gosto.de.compreender.isso.observando.também.o.que.se.passa.à.minha.volta.e.sabendo.o.que.aconteceu.no.passado.»
Ao.longo.da.sua.trajectória,.Paula.Rego.tem.adoptado.diferentes.estilos,.«passando.de.um.naturalismo.com.características.naïves,.nos.anos.1950,.às.ferozes.e.semiabstractas.pinturas-colagens.dos.anos. de. 1960,. e. das. improvisações. figurativas. semelhantes. a.banda.desenhada,.dos.anos.1980,.às.grandiosas.pinturas.de.figu-
ra,. à.maneira.dos.Grandes.Mestres,. obras.da. sua.maturidade.».Marco.Livingstone.sintetiza,.num.dos.textos.do.catálogo.dedica-do.à.colecção,.as.principais.etapas.criativas.da.artista.que.conti-nua. a. habitar. Portugal. por. dentro,. depois. de. ter. transportado.para.Londres. todas.as.suas.memórias.de.criança.e.adolescente,.quando.vivia.na.casa.de.família.do.Estoril..Etapas.de.um.percurso.que,.não.sendo.linear,.se.mantém.sempre.reconhecível..Ou.não?.A.palavra.final.a.Helena.de.Freitas,.uma.admiradora.óbvia.de.Paula.Rego,.mulher.e.artista:.
«Sim,. ela. tem. um. percurso. reconhecível. porque. também. tem.uma.identidade.autoral.fortíssima..Mas.sempre.com.a.capacida-de.de.nos.surpreender..Ela.é.uma.experimentadora,.alguém.que.chega.a.um.ponto.em.que.reconhece.que.esgotou.determinadas.experiências.e.resolve.partir.para.outras,.mantendo.uma.curiosi-dade.fascinante..Acho.que.é.um.privilégio.trabalhar.num.museu.que.gira.em.torno.desta.vivacidade.e.desta.atenção.ao.mundo.e.às.questões.deste. tempo.em.que. vivemos..Acho.que.é.possível.trazer.a.este.museu.sinais.disso,.através.da.Paula.Rego.e.de.outros.artistas..Era.essa.marca.que.eu.gostava.de.deixar.aqui.».
Acho que é um privilégio trabalhar num museu que gira em torno desta vivacidade e desta atenção ao mundo e às questões deste tempo em que vivemos. […] Era essa marca que eu gostava de deixar aqui.”
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INDUSCRIAUma Plataforma para as Indústrias Criativas
Vista parcial da exposição Daniel Blaufuks, “A Terra é Azul como uma Laranja”, 1992, Foto-vídeo instalação © Cortesia Galeria Luís Serpa Projectos, Lisboa
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As Indústrias Criativas são um
motor para o desenvolvimento da
Nova Economia da Cultura, razão
pela qual acaba de ser criada uma
Plataforma para apoiar Talentos
Emergentes e Projectos Inovadores.
Destaque.|.Luís Serpa.
Estes Centros Geradores de Negócios Criativos. (clus-ters),. compatibilizando.Arte,.Tecnologia. e. Empreen-dedorismo,.pretendem.contribuir.para.a.revitalização.e. desenvolvimentos. da(s). Cidade(s),. através. de. pro-jectos. inovadores. e. cosmopolitas,. (re)qualificando.
espaços. urbanos;. potenciar. uma.maior. participação. no. quoti-diano.das.populações.promovendo.a.coesão.e.a.inclusão.sociais,.a.integração.e.a.igualdade.de.oportunidades.das.diferentes.comu-nidades.que.constituem.a(s).cidade(s),.nomeadamente.universi-tárias,.de.modo.a.angariar.novos.públicos;.desenvolver.projectos.capazes. de. se. assumirem. com. pertinência. comercial. de.modo.a.concorrerem.no.mercado.único.global,.estimulando.a.revitaliza-ção.sócio-económica;.«articular.e.apoiar.estratégias.para.expor-tação.de.bens.e.serviços.culturais.com.aplicação.de.novas.tecno-logias,.incentivando.projectos.de.criação.ou.expansão.de.produtos.transaccionáveis.»;.permitir.o.desenvolvimento.de.competências.mais.criativas.e.inovadoras.com.constante.controlo.de.resultados.e.de.graus.de.eficácia,.inovando.nas.soluções.adoptadas;.reforçar.a.atractividade.das.cidades.através.da.preservação.e.valorização.de. espaços. de. excelência. urbana,. inscrevendo. este. projecto. no.âmbito. das. parcerias. para. a. regeneração. urbana. e. do. Plano.Tecnológico,.através.de.parcerias.público/privado.e.reforçar.a.par-ticipação.dos.agentes,.equipamentos.e.eventos.culturais,.inovan-do.nas.formas.de.governação.urbana.através.da.cooperação.com.os.diversos.actores.urbanos;
Quais são as Indústrias Criativas?
Arquitectura,. artes. visuais/antiguidades,. televisão/rádio,. artes.performativas/entretenimento,. cinema/vídeo,. design,. escrita/edição,. moda,. música,. software. educacional/lazer,. publicidade.e.gastronomia.
Associação INDUSCRIA Plataforma Para as Indústrias CriativasSede.Social:.Rua.Tenente.Raul.Cascais,.1-B.(a.S..Mamede),.1250-268.Lisboa,.Portugal.Tel.:.[+351].213.941.050.|.Telm.:.[+351].967.924.724Fax:.[+351].213.970.251.|.E-mail:[email protected]
Rui Sanches, “Corpos (e) Móveis II”, 1993
Lidija Kolovrat, “Instinizam”, 2001, Desfile de moda & instalação vídeo © Cortesia - Casa Museu João da Silva, Cortesia Galeria Luís Serpa Projectos, Lisboa
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O Teatro Instável, fundado em 2004, é uma micro-empresa cultural sediada
em Lisboa. Dedica-se à produção de espectáculos teatrais, mas também
à investigação e formação nesta área. Paralelamente, procura contribuir para
a animação cultural através da dinamização do Espaço Instável, através da
realização de exposições de artes plásticas, pequenas palestras e conferências,
e acções de formação que tenham uma relação directa com o seu objecto:
dança, voz, expressão corporal, etc.
Comunidade.Urbana.|.André Gago.
O Teatro Instável vive do mercado.. Isto.significa.que,.estando.aberto.a.parcerias.públicas.e.priva-das,. não. faz. depender. a. sua. existência. de. um.apoio. de. qualquer. espécie.. Isto,. naturalmente,.tem.consequências.ao.nível.da.sua.capacidade.
de.realizar.projectos,.pois.limita.as.suas.possibilidades.de.existir.de.forma.sustentada,.ou.sequer.de.manter.um.corpo.mínimo.de.funcionários,.mas.tem.sido.o.suficiente.para.pagar.o.aluguer.do.Espaço.Instável,.oferecer.a.um.núcleo.de.colaboradores.o.trabalho.intermitente. característico. do. sector. e.manter. uma. actividade.renovada.que,.como.se.verá,.é.profícua.
A.compra.de.espectáculos,.mormente.por.parte.das.autarquias.ou.instituições.públicas,.como.as.bibliotecas,.é.o.único.garante.da.viabilidade.das.produções.do.Instável..Essa.compra.é,.por.nature-za,. irregular:.depende.do.momento.financeiro.dos.municípios.e.demais. instituições,. da.maior. ou.menor. consistência. das. suas.políticas.culturais.e.da.oferta.com.que.são.confrontados,.que.terá.de.se.coadunar.com.os.objectivos.por.si.próprios.definidos..
O.Teatro.Instável,.embora.estando.em.Lisboa,.depende.essencial-mente.das.vendas.que.realiza.noutros.distritos,.em.particular.do.norte.do.país.e.no.Algarve..A.oferta.centralizada.de.pacotes.cultu-rais. na. área.metropolitana. de. Lisboa,. nos. quais. os.municípios.delegam.em.grande.parte.a.sua.programação.cultural,.poderá.ser.uma.explicação.para.o.facto.de.o.Teatro.Instável.ter.uma.presença.pouco.mais.que.episódica.nos.concelhos.limítrofes,.sobretudo.a.norte.do.Tejo.
«Um.pouco.mais.de.sol.e.era.brasa»,.como.escreveu.Sá-Carneiro:.evidentemente,. com.melhores. condições.de. sustentabilidade,. o.Teatro.Instável.realizaria.os.seus.projectos.com.mais.desenvoltu-ra.e.impacto..No.entanto,.uma.apreciação.do.que.tem.sido.a.sua.produção.revelará,.cremos,.uma.consistência.e.uma.implementa-ção.nacional.dignas.de.registo.
Teatro Instável
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Máscaras Portuguesas
Em. 1986,. passei. o. primeiro. Inverno. em. Trás-os-Montes. para.conhecer. a. tradição. mascarada. das. festas. dos. Rapazes,. dos.Caretos,.do.Chocalheiro.e.de.Stº..Estevão..Desde.então.fui.reunin-do.um.acervo.de.máscaras.representativo.de.toda.a.região.tras-montana,.que.tenho.tido.a.preocupação.de.dar.a.ver,.sob.a.forma.de.uma.exposição,. .que. tem.crescido.em. importância.ao. longo.dos.anos..O.Teatro.Instável.organiza.agora.estes.materiais,.a.que.se.juntaram.novas.aquisições.e.um.aparelho.expositivo.(suportes.concebidos.pelo.pintor.António.Viana).realizado.para.a.apresen-tação.na.Galeria.S..Jorge,.no.castelo.da.capital..Esta.exposição.iti-nerante.tem.tido.uma.visibilidade.apreciável.no.distrito:.Cascais,.Lisboa,.Pinhal.Novo,. Loures,.Samora.Correia,.Barreiro,.Odivelas.e.Alcochete. já.a.receberam,. tal.como.o.Porto,.Beja.ou.Vila.Real.de.Santo.António..Da.colecção,.foi.feita.uma.edição.de.9.postais.
Hamlet
É.até.à.data.a.única.colaboração.com.outra.entidade.(neste.caso.a.Fundação. Inatel). para. a. produção. de. um. projecto. de. grande.envergadura,.com.um.elenco.de.doze.actores.e.outros.tantos.cola-boradores.envolvidos.na.montagem.deste.clássico.de.Shakespeare..Depois.de.Sintra.e.Lisboa,.o.Teatro.Instável.desenvolveu.todos.os.esforços.para.rentabilizar.a.produção,.tendo.conseguido.mostrá-la.no.Montijo,.em.Leiria.e.em.Faro..A.fragilidade.financeira,.que.impede. a. fidelização. atempada. de. elencos,. e. a. dificuldade. em.contratualizar. em. tempo. útil. não. permitiram. que. a. produção.fosse.apresentada.em.mais.localidades..O.Instável.editou,.em.CD,.a.banda.sonora.original.do.espectáculo.
A Gargalhada de Yorick
É.a.primeira.produção.do.Instável,.e.mantém-se.em.cartaz.desde.a.sua.estreia,.em.2004..Trata-se.de.uma.abordagem.original.do.Hamlet.de.W..Shakespeare.por.dois.actores.(Joaquim.Nicolau,.um.actor.muito.querido.do.grande.público,. em.parte.devido.à. sua.popularidade. na. televisão,. e. André. Gago).. Num. registo. a. um.tempo.cómico.e.didáctico,.a.peça.conquista.audiências.de.todas.as.idades.e.estratos.sociais,.conseguindo.divertir,.comover,.e.inspi-rar.o.gosto.pela.singular.genialidade.de.Shakespeare..Nestes.seis.anos. em. repertório,. percorreu. o. país,. de. Norte. a. Sul,. apresen-tando-se.nos.mais.variados.espaços.e.perante.os.mais.variados.auditórios.
«Noite Antiquíssima», «Hamlet, Heterónimos, Pessoa» e «Poemas Cruzados»
A.palavra.poética.tem.ocupado.um.lugar.crescente.no.universo.das.propostas.do.Instável..Os.duetos.com.músicos.improvisado-res.de.primeira. linha,.como.o.contrabaixista.Carlos.Barretto.e.o.pianista.Nicholas.McNair,.têm.sido.uma.fonte.de.inspiração.para.a.criação.de.espectáculos.singulares..Mais.do.que.a.simples.decla-mação.acompanhada.por.um.músico,.quer.«Noite.Antiquíssima»,.com.a.poesia.de.Álvaro.de.Campos,.quer.«Hamlet,.Heterónimos,.Pessoa»,.com.a.poesia.portuguesa.influenciada.por.Shakespeare,.constituem.momentos.de.fusão.de.formas,.construindo.espectá-culos.contínuos,.em.que.o.todo.resulta.maior.do.que.a.soma.das.partes..Com.«Poemas.Cruzados»,.em.que.participa.a.actriz.Helena.Faria,.é.um.olhar.imparcial.sobre.uma.realidade.dura.(o.conflito.israelo-árabe),.através.das.palavras.de.poetas.dos.dois. lados.da.
A palavra poética tem
ocupado um lugar crescente
no universo das propostas
do Instável. Os duetos com
músicos improvisadores
de primeira linha,
como o contrabaixista
Carlos Barretto e o pianista
Nicholas McNair, têm sido
uma fonte de inspiração
para a criação de
espectáculos singulares.
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fronteira,. que. resulta. num. recital. que. interpela. directamente.o.espectador.para.uma. realidade,.difícil. e.próxima,.dos. tempos.que.vivemos.
Atrás das Máscaras
Gosto.de.conversar.com.o.público:.por.isso.concebi.esta.espécie.de. conferência,. a. que. prefiro. chamar. conversa. encenada,. para.falar.desta.paixão.pelas.máscaras,.durante.a.qual.faço.algumas.demonstrações. com. algumas. das. máscaras. da. Commedia.dell’Arte,. constituída. principalmente. por. máscaras. do. escultor.italiano.Renzo.Antonnelo.e.do.actor.Nuno.Pino.Custódio.
Espaço Instável
Palco.de.inúmeras.actividades,.sede.do.Instável,.espaço.de.produ-ção.e.ensaios,.o.Espaço.Instável.está.agora.apostado.numa.pro-gramação. regular. de. exposições. de. artes. plásticas.. Em. Março.inaugurou,.a.título.experimental,.a.exposição.«Ramais.do.Douro.Desactivados»,.do.fotógrafo.Carlos.Cardoso..Em.Setembro.será.a.vez.de.outro. fotógrafo,.António.Leal,.apresentar.uma.exposição.dos.seus.trabalhos.em.câmaras.estenopeicas,.dando.início.a.uma.programação.regular.de.exposições.de.escultura.e.pintura,.com.um.calendário.já.preenchido.até.ao.final.do.ano.
Teatro InstávelCç..de.Santana,.168,.r/c.f1150-306.Lisboa218861875teatroinstavel@sapo.ptwww.newopenart.com/teatroinstavelwww.bloginstavel,blogspot.comwww.youtube.com/user/teatroinstavel
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Cozinha do presenteCozinha do futuro
Roteiro.|.Virgílio GomesFotografia.|.ca, produções fotográficas
A velocidade do nosso tempo prega-nos surpresas ao ponto de nunca sabermos se estamos actualizados.Hoje alguém define a cozinha de fusão, alguns minutos depois, todo o mundo pode saber a sua definição... mas executá-la será diferente.
www.virgiliogomes.comFotografias.realizadas.no.restaurante.Bica.do.Sapato,.Lisboa
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Queremos melhor exemplo de cozinha de fusão do que a comida Baiana?..No.séc.xvi.já.os.por-tugueses.descobridores,.com.os.escravos.africa-nos.transportados,.e.no.encontro.com.os.indíge-nas,.juntaram,.no.seu.quotidiano,.os.seus.saberes.
com.os.produtos.novos.
Temos.assistido.ao.crescimento.de.espaços.de.refeições.rápidas,.e.baratas,.que.criaram.facilidades.no.ritmo.acelerado.da.vida.actual.
Desenvolveu-se.a.entrega.de.refeições,.ou.parte.delas,.ao.domicí-lio.com.uma.simples.chamada.telefónica.
A.multiplicidade.de.locais.e.opções.culinárias.ajudaram.também.a.desenvolver.cuidados.com.a.saúde.e.sobretudo.com.a.higiene.alimentar.
Mas.quais.são.as.tendências.deste.sector?.Que.preocupações.adi-cionais.deverão.ter.os.empresários.com.estes.progressos?
Não.vamos.criar.sintomas.de.culpas.como.Vatel,.no.tempo.do.Rei.Luís.XIV,.nem.angustias.das.referências.de.Grimod.de.la.Reynière.no.seu.Almanaque,. séc..xix,. verdadeiramente.o.primeiro.crítico.gastronómico,. e. nem. chegar. ao. desespero. do. Chefe. Bernard.Loiseau.cujo.suicídio.se.julga.associado.à.possibilidade.de.perder.uma.estrela.no.Guia.Michelin.
Discute-se.muito. a. criatividade. e. o. progresso. (ou. evolução). na.Arte.Culinária..Por.outro.lado,.os.elementos.moda,.e.nas.andanças.
de.copiar.(e.tantas.vezes.mal),.destroem-se.verdadeiros.progres-sos.da.cozinha.
Então.o.que.é. fundamental.para.o.sucesso.de.um.restaurante?.Começamos.pelo. investidor..Ou. sabe. da.Arte. ou. tem.a. arte. de.encontrar.alguém.que.saiba.gerir.uma.cozinha,.hoje.em.dia,.não.chega.pensar.que.se.sabe.comer.bem..É.preciso.saber.executar.com.qualidade,.satisfação.dos.clientes.e.rentabilidade.do.capital.investido.
Todos.sabemos.que.para.uma.boa.cozinha.precisamos.de.bons.produtos,.dar-lhes.cozeduras.exactas,.combiná-los.com.elemen-tos.compatíveis.e.que.ressaltem.o.seu.gosto,.e.por.fim.a.apresen-tação.
As. vontades. dos. consumidores. vão-se. modificando.. A. melhor.habilidade.do.restaurador.será.a.de.se.antecipar.ao.consumidor.
Fala-se.muito.na.Cozinha.de.Autor..Será.necessário.para.a.perso-nalidade,.alma,.do.restaurante.ter.essa.cozinha?.Parece-me.que.o.mais.importante.é.saber.da.regularidade.em.relação.à.qualidade.de.cada.casa.
Escreveu-se.muito.e.discutiu-se.sobre.a.Nouvelle.Cuisine,.tantas.vezes.mal. aceite.. Mas. quantos. se. preocuparam. realmente. em.evoluir.na.Nouvelle.Cuisine?.Se.analisarmos.atentamente.os.seus.principais. objectivos. facilmente. vemos. onde. se. falhou.. Quais.foram.as. linhas. orientadoras.desta.Nova.Cozinha?.Comecemos.pelos.produtos..De.primeira.qualidade.e.utilizados.de.acordo.com.
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o.mercado. (época. dos.melhores. sabores),. o. que. implica. visitas.regulares.aos.locais.de.abastecimento..Depois.as.técnicas.de.coze-dura,. geralmente. reduzindo. o. seu. tempo,.mas. assumirem.que.cada.produto.tem.o.seu.tempo.de.cozedura..Evitar.acompanha-mentos.desnecessários.e.evitar.molhos.pesados..Valorizar.as.cozi-nhas.regionais.e.aí.obter.inspiração.
Nos. cardápios. reduzir. o. número.de.pratos.. A. grande. solução. é.sempre.ter.menos.mas.melhores.
Outros. elementos. passaram. a. fazer. reflexões. para. as. listas..Preocupação.com.o.valor.alimentar.tendo.em.conta.a.componen-te. dietética.. E. também. acompanhar. o. aparecimento. de. novas.técnicas,. inovando. constantemente,. mas. com. segurança.. Quer.dizer,.inovação.com.consistência.e.saber.o.que.se.está.a.fazer.
Hoje.em.dia.existem.cada.vez.mais.restaurantes.onde.se.vai.por.saber.quem.é.o.Chefe.de.Cozinha..Ou.porque.se.sabe.da.atribui-ção.de.mais.uma.estrela.do.Guia.Michelin..Nem.sempre.tem.sido.
justa.a.apreciação.dos.restaurantes.em.Portugal..Mas.a.sua.visibi-lidade.é.seguramente.maior.e.o.restaurante.vai.querer.orgulho-samente.aumentar.o.número.de.estrelas.
E.o.recrutamento.de.mão-de-obra?.O.que.se.tem.feito.em.Portugal.na.formação?.Parece-me.que.estamos.na.altura.de.reflectir.sobre.os.programas.de.ensino.de.cozinha..Parece-me.que.nas.escolas.devem.incidir.mais.nos.produtos.e.nas.técnicas.culinárias.do.que.na.aprendizagem.de.receituário.
E.questionando.ainda.em.Portugal?.Que.futuro.para.a.Comissão.Nacional. de. Gastronomia?. Reconheçamos. o.mérito. a. algumas.Estruturas.de.Turismo.e.algumas.Confrarias.
Por.que.não.lançar.nesta.revista.um.espaço.permanente.de.dis-cussão.sobre.a.evolução.da.Cozinha.Portuguesa.perante.os.novos.desafios?.Não.será.decerto.obrigatório.aprenderem.as.espumas.e.as. gelatinas. quentes.. Mas. é. cada. vez. mais. obrigatório. fazer.melhor,.acompanhando.os.tempos.
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artemredeNa sequência do investimento realizado em conjunto
com as autarquias na construção, recuperação, modi-
ficação de cineteatros e outros equipamentos culturais
congéneres destinados à apresentação de espectáculos,
maioritariamente financiado através dos fundos estru-
turais europeus, decidiu a CCDR-LVT – Comissão de Coor-
denação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale
do Tejo promover a realização de um estudo que identi-
ficasse os meios e instrumentos mais adequados à dina-
mização, qualificação e criação de condições de sustenta-
bilidade desses equipamentos.
A realização do referido estudo incluiu um trabalho de
inventariação dos teatros e cineteatros e de análise das
dinâmicas culturais da Região, bem como uma ampla
discussão e troca de ideias com as autarquias, ao nível,
quer dos seus responsáveis políticos, quer de responsá-
veis dos departamentos culturais ou dos próprios teatros.
Este processo culminou com a proposta de criação de uma
rede formal que integrasse os teatros e equipamentos
culturais congéneres da região, entendida como a melhor
solução para dar resposta às necessidades de qualificação,
assistência técnica e desenvolvimento que as autarquias
sentem neste domínio. A criação da Rede foi consubstan-
ciada através da constituição de uma associação cultural
privada sem fins lucrativos «Artemrede – Teatros Asso-
ciados», integrando, presentemente, o projecto 16 autar-
quias: Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Almada, Almeirim,
Barreiro, Caldas da Rainha, Cartaxo, Entroncamento,
Moita, Montijo, Palmela, Santarém, Sesimbra, Sobral
de Monte Agraço e Torres Vedras, e o Externato Coopera-
tivo da Benedita.
Patr
ícia
Poç
ão
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Rimo-nos..Os.sons.contam.histórias.que.não.precisam.de.palavras.nem.de.tradução..Levam-nos.a.sítios..Dentro.de.nós..Onde.nunca.antes.estivemos..Não.entendemos.tudo..Não.precisamos.de.entender.tudo..Pressentimos.uma.harmonia..E.partilhamos.esse.espaço.de.convergência..Encontramo-nos.neste.sítio.que.se.chama.agora..E.talvez.nunca.nos.voltemos.a.cruzar..Temos.isto.de.comum..O.estar.
Motofonia.é.um.espectáculo.musical.e.visual.para.todas.as.idades,.de.aproximadamente.45.minutos,.que.utiliza.elementos.naturais.e.objectos.do.quotidiano.como.material.de.uma.partitura.sonora.e.gestual.
Como.todas.as.brincadeiras,.o.carácter.da.performance.é.ritualista.
Uma.celebração.do.engenho.e.da.ingenuidade.da.infância.
Lúdica,.porque.procura.o.prazer.e.o.formigueiro.dos.sentidos.
Na.fina.linha.que.separa.(ou.une?).o.humor.da.poesia,.constroem-se.momentos.e.percursos.na.descoberta.dos.elementos.e.dos.seus.sons,.da.comichão.que.as.ideias.nos.fazem.no.instante.em.que.emergem.do.seu.oceano.
Entre.os.materiais.utilizados.estão.a.água,.o.ar,.a.terra,.areia,.folhas.e.ramos.de.árvores,.canas.e.objectos.como.mangueiras,.copos,.garrafas,.chaleiras,.regadores.e.bacias.de.metal,.vasos,.cabaças.e.outros.recipientes.
Dispostos.pela.sala.como.um.jardim.de.tesouros.roubados.ao.mundo.dos.crescidos,.as.suas.funções.originais.são.esquecidas..Servem.agora.de.pretextos.para.brincar..Sugerem-nos.melodias,.espaços,.ritmos,.vozes.
Gira-discos.antigos.transformam-se.em.autómatos.tocadores.de.cordas.e.ventoínhas.criam.vento.para.cortinas.de.vidro...
Temos.ferramentas.que.nos.dão.para.a.mão..E.dizem-nos:.“O.lápis.serve.para.desenhar.”.E.se.servisse.para.escavar.um.buraco.na.terra.e.enterrar.um.relógio,.eternizando.este.segundo?.Se.cantarmos.como.os.pássaros,.conseguimos.voar...?.Não.temos.respostas..Por.isso.fazemos.perguntas.
A MÚSICA E A PERCURSSÃO Metropolitana Percurssão [Portugal]Domingo, 17 Outubro | 17h00Sesimbra | Cineteatro Municipal João Mota
Sexta, 19 Novembro | 10h30Abrantes | Cineteatro São Pedro
Direcção Artística: Marco Fernandes | Interpretação: André Camacho, Miguel Filipe, Tiago Loureiro, Tiago Ramos e Tomás Moital | Comentários: Rui Campos Leitão Duração Espectáculo: 60min. [s/ int.] | Público-Alvo: Escolar e Familiar Faixa Etária: m/6 anos
Os.instrumentos.de.percussão.constituem.um.universo.privilegiado.para.a.sensibilização.à.Música..Pela.sua.natureza,.proporcionam.simultaneamente.uma.aproximação.intensa.e.informal.aos.mais.variados.tipos.de.repertório..Prendem.a.atenção.de.quem.escuta,.parecendo.que.cada.instrumento,.ao.ser.percutido,.irradia.um.fascínio.essencial.que.todos.buscamos..Por.outro.lado,.proporcionam.a.quem.toca.o.exercício.de.competências.emocionais.e.motoras.de.grande.importância.para.o.seu.desenvolvimento,.enquanto.indivíduo..Assim,.a.música.com.instrumentos.percussão,.para.além.de.si.mesma,.tem.cumprido.funções.muito.particulares.ao.longo.do.último.século:.tem.aproximado.as.expressões.artísticas.popular.e.erudita;.tem-se.revelado.como.uma.singular.ferramenta.de.aprendizagem.e.um.meio.muito.especial.para.dialogar.com.o.mundo.
Os.alunos.de.percussão.das.escolas.da.Metropolitana.apresentam-se.com.regularidade.ao.vivo,.em.concertos.sempre.marcados.pelo.trabalho.metódico,.rigoroso,.e.pela.boa.disposição..Concilia-se.desta.forma.os.propósitos.artísticos.e.pedagógicos.numa.junção.por.vezes.indistinta,.mas.que.torna.o.projecto.da.Metropolitana.singular..São.concertos.em.que.se.exercita.a.aprendizagem,.mas.sempre.direccionados.para.a.audiência..Assim,.o.objectivo.desta.intervenção.artístico-pedagógica,.em.formato.de.concerto.comentado.e.participado.pela.audiência,.é.criar.uma.espaço.criativo.de.inspiração,.experimentação.e.reflexão,.quer.para.quem.sobe.ao.palco.quer.para.quem.fica.fora.dele.
MÚSICAMotofoniaFernando Mota[Portugal]Sábado, 2 Outubro | 22h00Cartaxo | Centro Cultural Município do Cartaxo
Sábado, 9 Outubro Alcobaça | Cine-Teatro de Alcobaça
Domingo, 17 Outubro | 16h00Sobral de Monte Agraço | Cine-Teatro do Sobral de Monte Agraço
Sábado, 4 Dezembro | 10h30Abrantes | Cine-Teatro São Pedro
Direcção Artística: Fernando Mota Duração Espectáculo: 45min. [s/ int.] | Público-Alvo: Geral | Faixa Etária: m/6 anos
…uma.sinfonia.de.berlindes?
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Brun
o Si
mão
DANÇAHIP-HOP DANZA URBANACompañia Brodas[Espanha]Sábado, 25 Setembro | 21h30Montijo | Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida
Segunda, 27 Setembro | 11h50Benedita | Centro Cultural Gonçalves Sapinho
Quinta, 30 Setembro | 16h00Barreiro | Auditório Municipal Augusto Cabrita
Sexta, 1 Outubro | 21h30Torres Vedras | Teatro-Cine de Torres Vedras
Sábado, 2 Outubro | 21h30Palmela | Cine-Teatro São João
Domingo, 3 Outubro | 11h00Oeiras | Auditório Municipal Ruy de Carvalho
Quinta, 7 Outubro | 21h30Almada | Casa Municipal da Juventude – Ponto de Encontro/Cacilhas
Sexta, 8 Outubro | 10h30Abrantes | Cine-Teatro S. Pedro
Sábado, 9 Outubro | 21h30Alcanena | Cine-Teatro São Pedro
Direcção Artística: Pol e Lluc Fruitos | Coreografia: Cia. Brodas | Interpretação: Berta Pons, Clara Pons, Lluc Fruitos, Pol Fruitos, Bboy Plastik [Quim Marin], Bboy Kadoer [Angel Patiño] e Bboy Gravity [Albert Mendoza] | Figurinos: Clara e Berta Pons Duração Espectáculo: 50min. [s/ int.] | Público-Alvo: 0 aos 16 anos | Faixa Etária: m/10 anos
HIP-HOP.DANZA.URBANA.é.um.espectáculo.lúdico.e.didáctico.que.conta.a.história.e.evolução.do.hip.hop.como.cultura,.persistindo.sobretudo.na.dança.
Através.de.explicações,.coreografias.e.momentos.humorísticos,.os.diferentes.bailarinos.mostram.as.diferenças.entre.estilos.como.o.popping,.o.locking,.o.freestyle.e.o.bboying.[breakdance].
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TEATROO GINJAL A partir de Anton TchékhovCasa ConvenienteComédia em Quatro Actos [Portugal]Sexta, 30 Julho | 21h30Almada | Auditório Fernando Lopes Graça
Direcção Artística: Mónica Calle | Elenco: Amândio Pinheiro, Ana Ribeiro, David Pereira Bastos, Hugo Bettencourt, José Miguel Vitorino, Luís Fonseca, Miguel Moreira, Mónica Calle, Mónica Garnel, Rita Só, Rute Cardoso, Tiago Barbosa e Tiago Vieira Músicos: Gonçalo Lopes, João Madeira e Rini Luyks | Concepção do Espaço Cénico: Francisco Rocha | Desenho Luz José: Álvaro Correia | Montagem e Operação Luz: José Miguel Chã | Construção Cenográfica: Grande Palco Lda. | Consultoria Cenográfica: Luís Monteiro | Styling de Figurinos: Fernanda Pereira/GDE – Galeria de Exclusivos Execução de Adereços: Cristiano Câmara | Patines: Carine Demoustier | Filme Documental: Patrícia Saramago | Fotografia: Bruno Simão | Assistência de Encenação: Joana Estrela | Produção: Alexandra Gaspar e Catarina dos Santos | Tradução: Nina e Filipe Guerra (“O Ginjal”, de Anton Tchékov/Relógio d’Água Editores) Duração Espectáculo: 90min. [s/ int.] | Público-Alvo: Geral | Faixa Etária: m/12 anos
Desde.1992,.a.Casa.Conveniente.desenvolve.um.trabalho.artístico.que.procura.uma.interacção.privilegiada.com.a.palavra,.visitando.autores.como.Bernhard,.Beckett,.Handke.e.Tchékhov.
O.Ginjal.ou.O.Sonho.das.Cerejas.é.a.continuação.do.trabalho.iniciado.há.três.anos.em.A.Última.Ceia.ou.sobre.«O.Cerejal»,.onde.cinco.actrizes.e.o.público.partilhavam.o.texto,.à.volta.da.mesa.de.jantar.
O.sonho.das.cerejas..Contar.histórias.e.rir.enquanto.a.casa.é.destruída..E.continuar.a.viver.
Sabem.uma.coisa?.Eu.levanto-me.às.quatro.da.manhã..Às.vezes.quando.não.consigo.dormir,.penso:.meu.Deus,.deste-nos.florestas.enormes,.campos.infinitos,.horizontes.sem.fim,.e.por.isso.tudo,.nós,.vivendo.aqui,.devíamos.ser.autênticos.gigantes...
Em.Março,.a.Casa.Conveniente.foi.distinguida.pela.Associação.Portuguesa.de.Críticos.de.Teatro,.«pela.persistência.com.que.abraça.um.teatro.que.alia.músculo.verbal.e.exigência.interpretativa.raros.a.um.impreterível,.generoso.desígnio.de.repensar.formas.e.práticas».
CAFUNDÓONDE O VENTO FAZ A CURVACompanhia d’artes do Brasil Comédia [Brasil]Sexta, 10 Setembro | 21h30Abrantes | Cine-Teatro S. Pedro
Autoria, Encenação e Interpretação: Amauri Tangará | Operação Técnica: Tati Mendes Duração Espectáculo: 80min. [s/ int.] | Público-Alvo: Geral | Faixa Etária: m/7 anos
Este.espectáculo.é.um.painel.da.cultura.cabocla.brasileira,.fruto.de.mais.de.vinte.anos.de.andanças.e.investigações.sertão.adentro..Lendas,.causis,.crendices.populares,.rituais.indígenas,.festanças.religiosas,.apresentados.numa.verdadeira.«roda.de.prosa»,.dessas.que.acontecem.entre.uma.talagada.e.outra.de.boa.cachaça..Isso.tudo.alinhavado.e.entremeado.com.gostosas.e.autênticas.canções.caboclas.e.pontilhado.de.viola.de.nunca.mais.se.esquecer,.levam.o.espectador.aos.terreiros.da.casa-da-roça,.para.o.meio.das.matas.Amazônicas,.para.a.beira.de.rios,.para.as.farras.poéticas.e.gostosas.das.sabenças.caipiras...
CAFUNDÓ.é.uma.comédia.cabocla,.cuja.a.participação.do.público.e.a.multiplicidade.de.personagens.apresentada.torna-a.vibrante,.colorida,.divertidíssima,.mágica!....É.a.brasilidade.do.teatro.caboclo,.na.cor,.no.gesto,.no.cheiro.e.no.gosto!!!
A VELHAde Daniil Harms Miguel BorgesTragicomédia [Portugal]Sábado, 18 Setembro | 21h30Palmela | Auditório Municipal do Pinhal Novo
Sábado, 25 Setembro | 22h00Moita | Fórum Cultural José Manuel Figueiredo
Sábado, 16 Outubro | 21h30Torres Vedras | Teatro-Cine de Torres Vedras
Sábado, 23 Outubro | 21h30Cartaxo | Centro Município do Cartaxo
Texto: Daniil Harms | Tradução: Nina Guerra e Filipe Guerra | Assistência: Paulo João Fotografia e Grafismo: Miguel Nicolau | Produção Executiva: Marta Vieira | Apoio Técnico e montagem: Ana Rosa Abreu e Daniel Coimbra | Produção: João Garcia Miguel Duração Espectáculo: 50min. [s/ int.] | Público-Alvo: Geral | Faixa Etária: m/12 anos
Um.escritor.sem.inspiração.pergunta.as.horas.a.uma.velha,.que.lhe.responde.de.forma.irreal..Horas.depois.a.Velha.visita-o.e.morre.em.sua.casa,.no.seu.cadeirão.favorito..O.que.fazer?.Como.se.livrar.do.corpo.da.Velha?.Como.continuar.em.busca.da.sua.inspiração?.Pelo.meio.cruza-se.com.uma.“mulherzinha.simpática”.e.com.o.seu.amigo.Sakkerdon.Mickaelovik..Como.se.desfaz.da.Velha.é.uma.pergunta.para.a.qual.ironicamente.haverá.uma.resposta.
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ARTES DE RUAHUMANUN FATUMPIATeatro Físico [Portugal]
Sábado, 3 Julho | 21h30 Moita | Praça da República
Sábado, 24 Julho | 21h30 Alcobaça | Junto ao Mosteiro de Alcobaça
Autoria, Direcção Artística e Concepção Plástica: Pedro Leal | Encenação e Direcção de Actor: Sylvain Peker | Criação e Interpretação: Helena Oliveira, Pedro Leal, Ricardo Mondim e Sylvain Peker | Direcção Técnica: Pedro Leal | Direcção de Produção e Audiovisuais: Helena Oliveira | Cenografia: Pedro Leal e Ricardo Mondim Figurinos: Maria João Domingues, Olinda Cordas e Filomena Godinho Iluminotécnica: João Nunes | Sonoplastia: Álvaro Presumido Duração Espectáculo: 60min. [s/ int.] | Público-Alvo: Geral | Faixa Etária: m/6 anos
Uma.viagem.por.entre.memórias.de.uma.terra,.que.encontra.a.sua.identidade.com.a.chegada.da.máquina.a.vapor....Lugar.onde.os.homens.outrora.puxavam.costumes.e.tradições,.amassavam.o.corpo.e.pisavam.o.sangue.que.a.terra.lhes.oferecia..Agora.é.o.mastigar.dos.mecanismos.da.máquina.de.produção,.que.marcam.o.tempo,.rumo.a.um.futuro.ignoto….Remeter.a.Máquina.ao.Homem.ou.degradar.o.Homem.à.Máquina?
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ARTES CIRCENSESMERCI BIENMumusic CircusAcrobacia | Equilibrismo | Clown [Espanha]Sábado, 3 Julho | 11h00Torres Vedras | Teatro-Cine de Torres Vedras
Sábado, 3 Julho | 21h30Oeiras | Palácio Ribamar
Domingo, 4 Julho | 17h00Alcanena | Cine-Teatro São Pedro
Sexta, 9 Julho | 16h00Sobral de Monte Agraço | Cine-Teatro do Sobral de Monte Agraço
Sábado, 10 Julho | 17h00Oeiras | Porto Recreio
Sábado, 10 Julho | 21h30Palmela | Cine-Teatro São João
Domingo, 11 Julho | 16h00Cartaxo | Centro Cultural Município do Cartaxo
Direcção: Thibaut du Premorel | Interpretação: Dalmau Boada e Marçal Calvet Figurinos: Alex de Ponzoña | Assistente Cenografia: Clara Poch | Estruturas: Javier Godoy Vídeo: Mikel Tejada | Fotografia: Gerard Riera e Jordi Perdigó | Som: Joan Marín Duração Espectáculo: 60min. [s/ int.] | Público-Alvo: Geral | Faixa Etária: m/6 anos
Senhoras.e.senhores,.as.portas.estão.abertas..A.casa.é.vossa.
Esta.dupla.apresenta:
Um.espectáculo.fresco.e.divertido,.quente.e.generoso,.onde.se.mistura.acrobacia,.mastro.chinês,.as.verticais.mais.ousadas,.música.ao.vivo.e.muitas.mais.surpresas.
Sentem-se.e.desfrutem.das.formas.excêntricas.propostas.por.estas.personagens..Observem.como.se.resolvem.problemas.que.nunca.o.chegaram.a.ser.
E.os.convidados.especiais.do.dia.poderão.desfrutar.da.mesa.de.honra,.provar.um.mundo.da.contrariedade.e.participar.na.grande.orquestra.final.
Um.espectáculo.efervescente.em.que.a.palavra.é.música.
CRIANÇAS E JOVENSA CASAAldara BizarroDanca Contemporânea [Portugal]Sábado, 10 Julho | 21h30 Montijo | Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida
Terça, 17 Agosto | 18h00 Almada | Praça da Liberdade
Sexta, 3 Agosto | 21h30 Palmela | Castelo de Palmela
Domingo, 1 Agosto Alcobaça | Cine-Teatro de Alcobaça
Terça, 21 Setembro | 21h30 Sobral de Monte Agraço | Cine-Teatro do Sobral de Monte Agraço
Domingo, 3 Outubro | 16h30 Caldas da Rainha | Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha
Domingo, 17 Outubro | 11h00 Alcanena | Cine-Teatro de São Pedro
Domingo, 7 Novembro | 10h00 Moita | Fórum Cultural José Manuel Figueiredo
Sexta, 19 Novembro | 11h00 e 14h00 Sesimbra | Cineteatro Municipal João Mota
Sábado, 20 Novembro | 16h00 Cartaxo | Centro Cultural Município do Cartaxo
Sábado, 4 Dezembro | 16h30 Montijo | Cinema-Teatro Joaquim D’Almeida
Um Projecto de Aldara Bizarro | Interpretação: Constaza Givone e Alban Hall Vídeo: João Pinto | Música: Paulo Curado | Fotografia: António Rebolo Produção Executiva: Andrea Sozzi e Rita Vieira | Produção: Jangada de Pedra Co-produção Teatro Maria Matos, Artemrede e A Oficina/Centro Cultural Vila Flor
A.CASA.é.um.espectáculo.de.dança.que.gira.em.torno.da.casa.ideal.de.cada.um.
Com.base.num.conjunto.de.entrevistas.recolhidas.entre.2009.e.2010,.tentamos.construir.a.casa,.a.partir.de.um.projecto.elaborado.com.a.arquitectura.das.vontades.das.muitas.pessoas.entrevistadas.
Pensada.tanto.para.uma.apresentação.ao.ar.livre.como.no.interior,.A.CASA.convida-nos.a..revisitar.os.diferentes.espaços.que.construímos.e.nos.constroem,.transportando-nos.simultaneamente.para.os.lotes.de.terreno.da.utopia:.«Na.minha.casa.ideal.eu.posso.escolher.a.vista.que.eu.quiser»;.«No.meu.bairro,.a.cozinha.é.de.todos,.um.enorme.comedouro.popular».
«A.minha.casa.ideal.tem.rodas,.é.o.meu.ponto.cardeal»..«Na.minha.casa.ideal,.a.cozinha.tem.braços.automático.»
«No.meu.bairro.todas.as.pessoas.se.mexem.»
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PERSONAGENS DE ÁGUAJangada de PedraDança Contemporânea [Portugal]
Sábado, 11 Setembro | 15h30 Oeiras | Biblioteca Municipal de Algés
Sábado, 16 Outubro | 15h30 Oeiras | Biblioteca Municipal de Carnaxide
Sábado, 13 Novembro | 15h30 Palmela | Centro Cultural de Poceirão
Sábado, 20 Novembro | 15h30 Palmela | Mercado Municipal do Pinhal Novo
Concepção, Direcção e Coreografia: Aldara Bizarro | Interpretação e Co-criação: Maria Radich e Tânia Matos | Concepção Musical: Antony Wheeldon Produção Executiva: Andrea Sozzi | Co-produção: Comédias do Minho e Jangada de Pedra Duração Espectáculo: 60min. [s/ int.] | Lotação Máxima: 30 espectadores [Escolar] + 25 crianças e 25 adultos [Familiar] | Público-Alvo: 6 aos 11 anos | Faixa Etária: m/6 anos
A.água.dissolve,.a.água.transporta,.a.água.limpa,.a.água.gasta,.a.água.é.um.espelho,.a.água.renasce,.a.água.é.forte,.a.água.é.um.espelho,.a.água.entorna-se,.a.água.engana.
Este.espectáculo,.sobre.as.qualidades.da.água,.propõe.tarefas.que.serão.executadas.durante.o.espectáculo,.levando.as.crianças.a.recriarem.situações.da.vida.real.e.a.experimentar,.de.outra.forma,.as.propriedades.da.água.
Como.se.a.água.pudesse.ser,.através.das.suas.características.mais.importantes,.uma.metáfora.da.vida.
TI-TÓ-TISDANÇA E MÚSICA PARA BEBÉSDançarte/Ária da MúsicaDanca Música [Portugal]
Quinta, 23 Setembro | 10h30 Almada | Biblioteca Municipal José Saramago - Feijó
Sábado, 13 Novembro | 10h30 e 11h30 Abrantes | Cine-Teatro S. Pedro
Coreografia: Sofia Belchior | Composição Musical: António Machado | Cenografia: Ricardo Mondim, Sofia Belchior e António Machado Boneco, Gato e Relógio Ricardo Mondim | Desenho de Luz: António Machado e Sofia Belchior | Figurinos: Sofia Belchior e Mariana Santos | Interpretação: DançArte – Companhia residente no Teatro S. João, Palmela e Ária da Música, António Machado, Rita Cardoso, Ricardo Mondim, Sérgio Oliveira e Sofia Crispim | Apresentação: Sofia Belchior e Joana Machado Duração Espectáculo: 40min. [s/ int.] | Lotação Máxima: 17 bebés + 17 acompanhantes Público-Alvo: dos 0 aos 36 meses | Faixa Etária: m/0 anos
Criámos.um.baú.de.brinquedos...
Um.baú.mágico.onde.a.imaginação.não.tem.limites.e.onde.todos.nos.sentimos.bem.
Um.baú.habitado.por.um.mundo.de.fantasia,.por.bebés.meninas.e.bebés.meninos,.mas.também.por.mamãs.e.papás.babados.
O.ti-tó-tis.dá.horas,.mas.horas.especiais,.num.mundo.de.brincar,.de.ilusão,.num.mundo.fantástico;.o.gato,.a.boneca,.o.soldadinho.e.o.comboio.são.alguns.dos.amigos.que.perdem.a.timidez.e.convidam.os.bebés.para.brincar.
Por.entre.notas.de.música.e.movimentos.de.dança,.ouvem-se.risos.e.gargalhadas.e.trocam-se.mimos.
Num.contexto.singular,.pensado.ao.pormenor,.partilham-se.instrumentos,.passos.de.dança.e.novos.amigos..E.quando.o.baú.se.volta.fechar.fica.a.memória.de.um.dia.muito.especial
DEBAIXO DA MESAActa – Compagnie Agnès DesfossesTeatro de Objectos [França/Portugal]
Domingo, 17 Outubro | 11h00 Alcanena | Cine-Teatro São Pedro
Domingo, 7 Novembro | 10h00 Moita | Fórum Cultural José Manuel Figueiredo
Sexta, 19 Novembro | 11h00 e 14h00 Sesimbra | Cineteatro Municipal João Mota
Sábado, 20 Novembro | 16h00 Cartaxo | Centro Cultural Município do Cartaxo
Sábado, 4 Dezembro | 16h30 Montijo | Cinema-Teatro Joaquim D’Almeida
Concepção e Encenação: Agnès Desfosses | Cenografia: Patricia Lacoulonche Criação Musical: Ivan Khaladji | Participação: Vocal Odile Dhenain | Palavras: Yves Nilly Interpretação: Ana Cloe e Miguel Fragata | Figurinos: Maria João Castelo Maquilhagem: Michelle Bernet | Criação Luz: François Martineau | Instalação Som: Pierre-Jean Horville | Produção e Técnica: Teresa Miguel Duração Espectáculo: 45min. [s/ int.] | Lotação Máxima: 40 crianças + 10 adultos Público-Alvo: dos 18 meses aos 4 anos | Faixa Etária: m/18 meses
Uma.mesa,.uma.toalha.imensa.e.bancos.à.volta..O.público.é.convidado.a.sentar-se.e.assim.fazer.parte.do.cenário..Um.sereio.e.uma.sereia.vivem.debaixo.da.mesa..A.toalha.é.tecto.do.oceano,.e.o.público.é.levado.ao.fundo.do.mar..Teatro.de.proximidade.que.reúne.numa.mesma.acção,.actores.e.público..Interactivo,.pois.é.preciso.trepar,.escavar,.tocar,.ouvir,.rastejar,.olhar.e.dançar.
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