iniciação e formação esportiva
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Trabalho de 2012-01TRANSCRIPT
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIÊNCIAS DO DESPORTO
INICIAÇÃO E FORMAÇÃO ESPORTIVA
Adriano Barbosa
Bernardo Prates
Diego Lucas
Eberson Rodrigues
Gabriela Schmals de Lima
RESENHA CRÍTICA REFERENTE À OBRA:
O BRINCAR/JOGAR COMO FENÔMENO TRANSICIONAL NA CONSTRUÇÃO DA
AUTONOMIA E DA IDENTIDADE DA CRIANÇA DE ZERO A SEIS ANOS
Porto Alegre
2012
1 REFERÊNCIAS DA OBRA
ANDRADE FILHO, Nelson Figueiredo de; SILVA, Renata Laudares; FIGUEIREDO,
Zenólia Christina Campos. O brincar/jogar como fenômeno transicional na
construção da autonomia e da identidade da criança de zero a seis anos. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 27, n. 2, p. 75-90, jan. 2006.
Disponível em: <http://cbce.tempsite.ws/revista/index.php/RBCE/article/view/89/96>.
Acesso em: 28 maio 2012.
2 DADOS BIBLIOGRÁFICOS RELEVANTES DOS AUTORES
A obra foi escrita por Nelson Figueiredo Filho que se formou em licenciatura
plena em Educação Física pela Universidade Federal da Paraíba (1986) com
especialização em educação infantil pela mesma. Possui mestrado em Educação
Física pela Universidade Gama Filho – RJ (2001) e doutorado em educação pela
UNICAMP – SP (2011). Participou da construção da obra, Renata L. Silva. Bacharel
em Educação Física pela Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)
(2000). Obtendo mestrado em Ciências da Motricidade pela mesma (2004). Também
teve autoria na obra referida, Zenólia Christina Campos Figueiredo que é formada
em licenciatura pela Universidade Federal do Espírito Santo (1991). Mestre em
Educação Física pela Universidade Gama Filho (1996) e Doutora em Educação:
Conhecimento e Inclusão Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004).
É Pós-doutorada pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade do Porto/Pt (2009). Além da formação acadêmica, é professora do
Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo,
coordenadora do Centro de Pesquisa de Formação Inicial e Continuada em
Educação Física (PRÁXIS) e é diretora do Centro de Educação Física e Desportos
(2010-2014).
3 RESUMO DA OBRA
A obra discorre sobre o brincar/jogar como fatores importantes na construção
da autonomia e da identidade da criança de zero a seis anos. Para tanto, organiza o
artigo em três partes: 1) analisa e questiona o Referencial Curricular Nacional para
Educação Infantil (RCNEI); 2) pensa o trabalho do professor de Educação Física
como mais amplo do que apenas a atividade motora de forma isolada e 3) avalia o
brinca/jogar como parte integrante do processo de desenvolvimento da criança.
4 CONCLUSÃO DOS AUTORES
O artigo pensa o brincar/jogar enquanto possibilidade de intervenção
pedagógica do professor de Educação Física, este que deve pensar ações em
diferentes perspectivas. Do ponto de vista pedagógico, este deve achar a melhor
forma de ensinar algum conhecimento a alguém, no caso crianças, e assim afirma
que o ideal seria uma polivalência do profissional físico educador onde este estaria
melhor inserido no “mercado” pedagógico.
5 CRÍTICA DOS RESENHISTAS
Quando pensamos na figura da criança é praticamente impossível não
visualizá-la em alguma atividade como uma corrida ou alguma brincadeira ao ar
livre. É nato da criança uma sede de descobrir o mundo a seu redor, de explorar
novas possibilidades, de se descobrir. Lleixà Arribas (2002) afirma que:
Meninos e meninas podem mover-se; o movimento faz parte de sua própria condição de seres vivos. E este movimento não é único e estável, evoluirá ao longo do crescimento e do desenvolvimento da pessoa, condicionado pelo grau de maturidade e pela própria experiência do movimento.
Crianças devem e precisam movimentar-se, e ao longo da vida adulta estas,
igualmente, deveriam fazê-lo.
É na infância que temos nosso primeiro contato com a educação, onde, pela
lei 9.394/96, as crianças de até três anos deverão ser iniciadas pedagogicamente
em creches e as entre quatro e seis anos na pré-escola. E é nessa etapa da vida
que entra o ensino direcionado aos indivíduos de zero a seis anos, o qual a lei
10.172/01 discorre:
Se a inteligência se forma a partir do nascimento e se há "janelas de oportunidade" na infância quando um determinado estímulo ou experiência exerce maior influência sobre a inteligência do que em qualquer outra época
da vida, descuidar desse período significa desperdiçar um imenso potencial humano. Ao contrário, atendê-la com profissionais especializados capazes de fazer a mediação entre o que a criança já conhece e o que pode conhecer significa investir no desenvolvimento humano de forma inusitada. Hoje se sabe que há períodos cruciais no desenvolvimento, durante os quais o ambiente pode influenciar a maneira como o cérebro é ativado para exercer funções em áreas como a matemática, a linguagem, a música. Se essas oportunidades forem perdidas, será muito mais difícil obter os mesmos resultados mais tarde.
Infelizmente a lei não coloca em suma importância o fator motor como
também crucial na formação da criança. Fato congruente com a idéia de achar que
são crianças muito pequenas e que nessa faixa etária a atividade física administrada
por um profissional da área seria dispensável, uma vez que o pedagogo a abordaria
de forma satisfatória.
Ao contrário do que muitas vezes é pensando, mais do que apenas o jogo em
si, o educador físico é o profissional que desenvolve aspectos iniciais cognitivos,
motores e afetivos na criança. Ele é, como diz Apolo (2007: 65), o mediador entre o
esporte e o aluno, tendo que assim, levar o brincar da forma mais adequada para a
faixa etária. Logicamente, o professor não ensinaria as crianças desta faixa etária o
modo certo de dar um saque ou de chutar uma bola, mas caberia a este introduzi-la
de forma lúdica a estas e outras vivências motoras, uma vez que bem ministradas
“qualquer espécie de proposta motora, desde que lúdica e significativa faz sucesso
entre as crianças” (MATTOS e NEIRA).
Enquanto o profissional de Pedagogia é considerado apto para o ensino desta
faixa etária, o profissional de Educação Física é visto apenas como o professor
responsável pela diversão e/ou recreação. Porém, como é possível observar na
grade curricular da faculdade de Pedagogia e na de Educação Física da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), apenas o profissional físico-
educador tem uma preparação para a vivência motora de criança. Ou seja, o
profissional físico educador sim está preparado para introduzir a criança no brincar/
jogar da perspectiva motora e cognitiva.
Uma vez que esta atividade física para a criança é lúdica, acaba inserindo-a
em determinados assuntos de uma forma mais agradável e fácil. Como escreve
Santos (2011) "[...] desta forma existe uma relação muito próxima entre jogo lúdico e
educação de criança para favorecer o ensino de conteúdos escolares como recurso
para motivação no ensino às necessidades do educando".
Na visão da criança, o brincar é encarado como diversão, porém mais do que
isso, é em atividades recreativas, por exemplo, que o profissional de Educação
Física pode, desde cedo, avaliar e observar o desenvolvimento da criança. Este sim
está preparado para diagnosticar e contribuir na solução de uma possível deficiência
motora infantil, enquanto qualquer outro profissional ligado a área de ensino, não
teria, como já mencionado, esta pré-disposição curricular.
Para exemplificar a diferença da visão de um profissional pedagogo e de um
físico educador, imagine uma criança de seis anos que na pré-escola, em uma
brincadeira na hora do recreio tem que andar em linha reta. Caso não consiga fazê-
lo, o pedagogo pode apenas achar que a criança, por alguma razão aleatória não o
fez. Porém o educador físico teria a base para, analisar e avaliar esta criança onde,
segundo Rosa Neto, esta deveria estar apta a fazê-lo.
Ainda parece haver uma diminuição da importância da atividade física no
ensino. Porém como afirma Lleixà Arribas (2002), “O corpo já não é, na educação, o
suporte estático de uma mente receptiva, mas adquire importância em uma
concepção unitária da pessoa.” Assim, o aluno deparado com a atividade física só
tende a ganhar, pois terá a base intelectual através de atividades iniciais de
aprendizado das letras do alfabeto, por exemplo, e motora pela vivência do
brincar/jogar nessa idade.
Quando não se é deixada de lado face motora do ser, e sim estimulada da
forma certa, através do movimento e da compreensão deste, o indivíduo só tende só
a ganhar nos vários âmbitos da compreensão de sim mesmo e do espaço a seu
redor.
6 REFERÊNCIAS
APOLO, Alexandre. A criança e o adolescente no esporte: como deveria ser. - São
Paulo: Phorte, 2007.
BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei das Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília.
BRASIL. Lei nº 10.172/01, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de
Educação e dá outras providências. Brasília.
LLEIXÀ ARRIBAS, Teresa. A Educação Física de 3 a 8 Anos. 7. ed. - Porto Alegre:
Artmed, 2002.
MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação física infantil:
construindo o movimento na escola. – Guarulhos, SP : Phorte, 1999.
PUCRS, Faculdade de Educação. Disponível em:
<http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/faceduni/faceduniCapa/facedunigrad/
facedunigradoutros/facedunipedcurriculo>. Acesso em: 27 maio 2012.
PUCRS, Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto. Disponível em:
<http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/fefiduni/fefidCapa/fefiduniGradua/
fefiduniGraduaLic/fefiduniGraduaLicCurriculo>. Acesso em: 27 maio 2012.
ROSA NETO, Francisco. Manual de Avaliação Motora. – Porto Alegre: Artmed, 2002
SANTOS, Élia Amaral do Carmo. O lúdico no processo ensino-aprendizegem.
Disponível em: <http://need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf >. Acesso em: 27
maio 2012.