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FAIXA 3 DO CD “ENCANTARIAS DO SUL”

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Page 1: FAIXA 3 DO CD “ENCANTARIAS DO SUL” Numa tribo guarani, no tempo das Missões, lá pelas bandas do belo salto do Pirapó, índio arisco se escondia pelos

FAIXA 3 DO CD“ENCANTARIAS DO SUL”

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Numa tribo guarani, no tempo das Missões,lá pelas bandas do belo salto do Pirapó,índio arisco se escondia pelos rincões,pois sua timidez exigia ficar só.

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Certo dia, um padre de sua missão cioso,quase à força, torna o índio cristãoe, no batismo, dá-lhe o nome de Generoso.E os modos do índio tomam outra direção.

Aquele índio, que ficara, por todos, admirado,sociável, amante de festas e da alegria,morre jovem, “antes do combinado”.Vaga sua alma, para seguir a vida tolhida.

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Se, numa festa ou cantoria,uma viola toca sem a mão do tocador,é Generoso procurando alegria.Se alguma jovem sentir no peito grande ardor,é ele atrás do que não teve em vida,para viver um, não vivido, grande amor.

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A seguir o texto “A Lenda do Angoéra” traz algumas considerações sobre o mesmo.

Caso interesse, é só utilizar o “ratinho”.

IMAGENS:dos sites:

agolp.piracicaba.blogspot.com;baixaki.com.br;

commons.wikimedia.org;coperfumado.blogspot.com;

culturanativa.no.comunidades.net;saomigueldasmissoescruzng360.com.br;

wp.clickrbscom.br; ewikipedia.org;

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ORIGEM E CENÁRIO

Apesar de tribo do povo mbyá-guarani já viver no noroeste do sul do Brasil junto à fronteira da Argentina, onde hoje se situa o município Roque Gonzales, Rio Grande do Sul, a Lenda do Angoéra tem origem nessa região, com esse povo, mas só depois da chegada dos jesuítas.

Nessa região, onde o Rio Uruguai faz fronteira fluvial com a Argentina, existia e, ainda, existe, região conhecida como Pirapó, que em língua tupi-guarani significa "salto do peixe".

Certamente, a região ficou conhecida como Pirapó, devido a abundância de peixes que havia e que saltavam as cachoeiras do Rio Ijuí.Esse cenário tornava-se mais belo na época das piracemas e tornou-se reduto predileto dos índios guaranis, o Salto do Pirapó.

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A LENDA

No tempo dos padres jesuítas, Nos sete povos das Missões, no Pirapó, vivia um índio muito triste, que se escondia de tudo e de todos pelos matos e pelos barrancos dos rios.

Era tão tímido, acanhado e arisco, que mais parecia um fantasma. Por isso era chamado de Angoéra, que na língua guarani significa fantasma. Além disso, fugia dos padres e dos ritos religiosos como o diabo foge da cruz. Entretanto, depois de algum tempo de insistirem com Angoéra, a paciência dos padres esgotou-se e o batizaram, praticamente, a força e deram-lhe o nome de Generoso.

Ninguém sabe ao certo explicar o que aconteceu. Mas, depois do batismo, quase à força, e de passarem a chamá-lo de Generoso, o comportamento do índio mudou da água para o vinho.

Angoéra, ou melhor, Generoso deixou de vagar pelos rincões para esconder-se.

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Tornou-se alegre, comunicativo, admirado tanto pelas índias da tribo como pelas jovens brancas do povoado. Mas do que tudo isso, não dispensava reuniões alegres e festivas.

Ninguém sabe a causa, mas Generoso morreu jovem, como diz o ditado popular, muito antes do combinado.

Entretanto, todos afirmam que a alma de generoso continuou no povoado e na região. Vaga pela região, como se quisesse continuar fazendo o que mais gostava, participar de festas.

Afirmam que, até hoje, Angoéra vive à procura de diversão. Onde tenha cantoria ou dança, podem ter certeza de que lá ronda a alma de Generoso. Se uma viola toca, sem ter ninguém por perto, podem ter certeza de que foram as mãos de Generoso. Se o silêncio da noite é cortado por risada solitária, ou se alguma moça é tomada de surpresa e de vergonha por ter sua saia levantada, podem ter certeza, foi ele, o Angoéra, o Generoso.

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Quando alguma coisa dessas acontecer numa festa, o sanfoneiro, ou o violeiro deve cantar em sua homenagem:"Eu me chamo Generoso, morador de Pirapó. Gosto muito de dançar com as moças, de paletó".

FONTES:radar-rs.com.br; e wikipedia.org