esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DEFERNANDÓPOLIS ANA CRISTINA DA CRUZ GARCIA ELAINE FORTUNATO OLIVEIRA ZANINI DOS PASSOS JOSIANE NARA DOMINGUES MARIANO MARIA PAULA DE SANT’ANNA DO CARMO ESQUIZOFRENIA E OS ANTIPSICÓTICOS DISPENSADOS NA REDE PÚBLICA DE PARANAÍBA-MS FERNANDÓPOLIS 2011

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Page 1: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DEFERNANDÓPOLIS

ANA CRISTINA DA CRUZ GARCIA

ELAINE FORTUNATO OLIVEIRA ZANINI DOS PASSOS

JOSIANE NARA DOMINGUES MARIANO

MARIA PAULA DE SANT’ANNA DO CARMO

ESQUIZOFRENIA E OS ANTIPSICÓTICOS DISPENSADOS NA REDE

PÚBLICA DE PARANAÍBA-MS

FERNANDÓPOLIS 2011

Page 2: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

ANA CRISTINA DA CRUZ GARCIA

ELAINE FORTUNATO OLIVEIRA ZANINI DOS PASSOS

JOSIANE NARA DOMINGUES MARIANO

MARIA PAULA DE SANT’ANNA DO CARMO

ASPECTOS GERAIS SOBRE A ESQUIZOFRENIA E MEDICAMENTOS

DISPENSADOS NA REDE PÚBLICA DE PARANAÍBA.

FERNANDÓPOLIS 2011

Monografia apresentada ao curso de Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como parte das exigências para a conclusão do curso de graduação em Farmácia. Orientadora: Prof.Esp. Vanessa Maira Rizzato Silveira

Page 3: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

ANA CRISTINA DA CRUZ GARCIA

ELAINE FORTUNATO OLIVEIRA ZANINI DOS PASSOS

JOSIANE NARA DOMINGUES MARIANO

MARIA PAULA DE SANT’ANNA DO CARMO

ASPECTOS GERAIS SOBRE A ESQUIZOFRENIA E MEDICAMENTOS

DISPENSADOS NA REDE PÚBLICA DE PARANAÍBA.

Monografia apresentada ao curso de Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como parte das exigências para a conclusão do curso de graduação em Farmácia. Orientadora: Prof.Esp. Vanessa Maira Rizzato Silveira

Aprovada em 31 de Outubro de 2011

Examinadores: _____________________________________________ Prof. Esp. Rosana Matsumi Kagesawa Motta Curso: Farmácia _____________________________________________ Prof. MSc. Jeferson de Leandro de Paiva Curso: Farmácia _____________________________________________ Prof. Esp.Vanessa Maira Rizzato Silveira Curso: Farmácia

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Dedico essa minha vitória a meu esposo e minha querida mãe que me apoiaram a todo o momento, amo vocês. (Ana Cristina)

Dedico esse trabalho as pessoas que lutaram todos os dias ao meu lado, transmitindo amor, fé, alegria e muita prosperidade. Ao meu esposo Sanderson por ter tido paciência, compreensão e principalmente pelo carinho para comigo. E pelo amor de Deus presente em todos os momentos da minha vida. (Elaine Fortunato) Em primeiro lugar, quero dedicar este trabalho á Deus, por ter me dado forças e me capacitado para chegar até aqui. Em segundo lugar, quero dedicá-lo aos meus pais, que sempre me apoiaram e incentivaram a estudar, e que estão me deixando aquilo que é maior que muitas riquezas: o estudo. E por último quero dedicá-lo ao meu amado esposo Marcos, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos e não mediu esforços para me ajudar... Amo muito você meu querido. (Josiane Nara) Este trabalho é dedicado a todos os meus familiares e pessoas intimamente ligadas à minha vida, que no período de desenvolvimento deste trabalho me ajudaram com paciência, carinho e compreensão, demonstrando que a superação nos momentos difíceis vale à pena, por estarmos ao lado de quem realmente se importa com nosso sucesso. (Maria Paula)

Page 5: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ter me abençoado e me ajudado a chegar

até aqui. Agradeço a nossa querida professora Vanessa Maira Rizzato Silveira pela

orientação nesse trabalho. Quero agradecer também a meu amor Claudemir, meus

pais, minhas filhas e minha irmã pela força e por terem acreditado em mim. (Ana

Cristina)

Agradeço primeiramente a Deus, por mesmo eu tendo me afastado dele na maior

parte da faculdade Ele nunca me desamparou. Agradeço a toda minha família e

principalmente ao meu filho Junior que com seu lindo sorriso me fez tirar forças da

onde não tinha e me fez forte com o brilho dos seus olhos, me ajudando a vencer

todas as barreiras. Amo você. E á você, Sanderson, meu lindo esposo por ter me

ajudado em tudo. A professora Vanessa Maira Rizzato Silveira pelo tempo,

paciência, ensino e pela confiança na nossa equipe. E pelas orações da minha

querida Mamãe. E agradeço também as minhas companheiras do grupo desse

período da faculdade. (Elaine Fortunato)

Agradeço a professora Vanessa Maira Rizzato Silveira por seu companheirismo e

carinho durante o decorrer do nosso trabalho. Agradeço aos meus pais, que me

proporcionaram a oportunidade de estudar, sempre me incentivando e me apoiando

em tudo, fazendo o melhor que podiam para que eu pudesse completar o meu

curso. Se hoje eu cheguei até aqui, foi porque vocês me educaram e com a graça de

Deus vocês me ensinaram tudo o que sou hoje. Amo muito vocês. Agradeço

também ao meu amor, meu querido esposo Marcos, que sempre esteve ao meu

lado, me ajudando, me apoiando, em todos os momentos; pelo seu amor, carinho e

paciência durante todo este tempo de estudo... Amo muito você meu amor... E

encerrar agradecendo aos meus amigos, familiares e meus irmãos da minha amada

Segunda Igreja Batista, que sempre me apoiaram e oraram por mim, pedindo a

benção de Deus sobre a minha vida. A todos, meus sinceros agradecimentos.

(Josiane Nara)

Agradeço primeiramente a Deus, pela saúde, fé e perseverança que tem me dado. A

minha mãe e ao meu esposo, fiéis companheiros na hora da tribulação. Aos meus

irmãos, amigos e familiares pelo incentivo a busca de novos conhecimentos. A todos

os professores e professoras que muito contribuíram para a minha formação, em

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especial a professora Vanessa que nos orientou neste trabalho. Enfim agradeço a

todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e contribuíram, mesmo que

indiretamente, para a conclusão deste curso. (Maria Paula)

Page 7: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida, de quem me recearei? Salmos: 27.1

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RESUMO O presente trabalho teve como objetivo mostrar os principais medicamentos antipsicóticos para o tratamento da esquizofrenia distribuído na rede pública de Paranaíba-MS. Os dados foram coletados diretamente do CAPS-Centro de Atendimento Psicossocial, órgão filiado á prefeitura municipal de Paranaíba e secretaria municipal de saúde. Foi feito também uma revisão da literatura sobre a patologia, apresentada de maneira clara e sucinta com objetivo de conhecer mais sobre a doença. Os medicamentos antipsicóticos revelaram um grande avanço no tratamento da esquizofrenia. A psicoterapia passou a ser uma importante aliada na intervenção, auxiliando á adaptação do doente em seu ambiente, revertendo prejuízos sociais e interpessoais. Porém, erros de diagnósticos entre os profissionais da área são frequentes, por ser uma patologia de difícil diagnóstico e também a falta de atualização destes. Também existem dados conflitantes em estudos feitos sobre a melhor forma de tratamento medicamentoso, entre antipsicóticos típicos e atípicos, com um enfoque negativo na parte dos típicos relacionados aos efeitos extrapiramidais. Palavras-Chave: Esquizofrenia. Antipsicóticos. Rede pública.

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ABSTRACT This study aimed to show the main antipsychotic drugs for the treatment of schizophrenia distributed in public Paranaíba-MS. The data were collected directly from CAPS, Psychosocial Care Center, an agency affiliated with the Municipality of Paranaíba and the municipal health department. It was also made a review of the literature on the pathology, presented clearly and succinctly in order to know more about the disease. Antipsychotic drugs have revealed a breakthrough in the treatment of schizophrenia. Psychotherapy has become an important ally in the intervention, helping the patient will adapt to your environment, changing social and interpersonal losses. However, errors in diagnoses among the professionals are frequent, as it is a difficult to diagnosis and also the lack of update. There are also conflicting data in studies on the best form of drug treatment, including typical and atypical antipsychotics, with a focus on the negative related to the typicalextrapyramidal effects. Keywords: Schizophrenia. Antipsychotics. Public network.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Vias dopaminérgicas centrais e suas ações ............................................. 20

Tabela 2: Critérios diagnósticos do DSM-IV-TR para esquizofrenia ......................... 25

Page 11: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

LISTA DE ABREVIATURAS

Antipsicótico de Primeira Geração- APG

Antagonistas da Serotonina-Dopamina - ASDs

Antipsicótico de Segunda Geração- ASG

Centro de Atendimento Psicossocial- CAPS

Classificação Internacional de Doenças- CID 10

Ácido desoxirribonucléico- DNA

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno- DSM-IV-TR

Organização Mundial da Saúde- OMS

Fenciclidina- PCP

Intervalo Corrigido pela Frequência Cardíaca- QTc

Sintomas Extrapiramidais- SEP

Sistema Único de Saúde- SUS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

2 OBJETIVO ............................................................................................................. 16

3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 17

3.1 ASPECTOS GERAIS .......................................................................................... 17

3.2 FISIOPATOLOGIA DA ESQUIZOFRENIA .......................................................... 18

3.3 TEORIAS ETIOLÓGICAS DA ESQUIZOFRENIA ............................................... 19

3.4 SINAIS E SINTOMAS.......................................................................................... 21

3.4.1 Sintomas Positivos e Negativos ................................................................... 23

3.5 SUBTIPOS DA ESQUIZOFRENIA ...................................................................... 23

3.6 FORMAS DE DIAGNÓSTICO ............................................................................. 24

3.7 FORMAS DE TRATAMENTO ............................................................................. 26

3.7.1 Tratamento Farmacológico ........................................................................... 27

3.7.1.1 Antipsicóticos Típicos ................................................................................ 29

3.7.1.2 Antipsicóticos Atípicos ............................................................................... 30

3.8 TRATAMENTO PSICOLÓGICO .......................................................................... 31

3.9 PRINCIPAIS FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS DISTRIBUÍDOS PARA

TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA USADO NA REDE PÚBLICA DE PARANAÍBA

.................................................................................................................................. 32

3.9.1 Haloperidol Comprimidos .............................................................................. 33

3.9.1.1 Interações Medicamentosas ....................................................................... 34

3.9.2 Haldol Decanoato Solução Injetável ............................................................. 35

3.9.3 Clorpromazina ................................................................................................ 36

3.9.3.1 Interações Medicamentosas ....................................................................... 37

3.9.3.2 Efeitos Colaterais ........................................................................................ 38

3.9.4 Risperidona ..................................................................................................... 38

Page 13: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 40

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44

Page 14: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

INTRODUÇÃO

Esquizofrenia é uma psicose crônica idiopática, apresentando-se como um

conjunto de diversas doenças com sintomas que se parecem e se justapõem. A

esquizofrenia é originada por vários fatores onde fatores genéticos e ambientais se

coligam ampliando o risco de aumentar a doença (SILVA, 2006).

A esquizofrenia atinge cerca de 1% da população e normalmente inicia antes

dos 25 anos de idade, persiste por toda a vida e afeta pessoas de todas as classes

sociais (SADOCK B.; SADOCK V, 2007).

A incidência mediana de esquizofrenia é de 15,2/100.000 pessoas, sendo que as estimativas podem variar até cinco vezes conforme a área geográfica, de 7,7 a 43,0/ 100.000. A esquizofrenia é mais frequente em homens, sendo a proporção homem: mulher de 1,4: 1 (KAYO, 2010).

A esquizofrenia é, mesmo hoje, a doença mental avaliada como a mais

incapacitante. Em 1896, foi proposta por Emil Kraepling como Demência Precoce.

Somente em 1911 sua característica principal de sintoma foi à desorganização do

pensamento. O termo esquizofrenia significa “mente partida” (TEIXEIRA, 2005).

Mesmo com a baixa incidência, sendo uma doença de longa duração,

acumula-se, ao longo dos anos, uma parcela de indivíduos com esse transtorno, em

graus diferentes de comprometimento e necessidades (GIACON; GALERA, 2006).

Conforme os autores citados acima a esquizofrenia é um transtorno

ocasionado por fatores biopsicossociais que interagem, criando circunstâncias,

favoráveis ou não ao aparecimento do transtorno. Os fatores biológicos são ligados

á genética ou aqueles devidos a uma lesão ou anormalidade nas estruturas

cerebrais e deficiência de neurotransmissores. Os fatores psicossociais são ligados

á pessoa, em vista para o psicológico e sua relação com o ambiente social, como

por exemplo: ansiedade intensa, estresse elevado, fobia social, causas sociais e

emocionais intensos. Pessoas com predisposição podem desenvolver a doença

quando estimulados por fatores biológicos, ambientais ou emocionais.

A esquizofrenia apresenta sintomas diferentes em múltiplos domínios, de

forma muito heterogênea em diferentes indivíduos e também variabilidade nos

mesmos indivíduos ao longo do tempo (FALKAI et al., 2006).

Page 15: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

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Em fase aguda, a esquizofrenia pode ser dividida em três grandes grupos:

positivos ou psicóticos (delírios e alucinações), negativos embotamento afetivo,

diminuição da volição e de desorganização (desorganização conceitual do

pensamento, comportamento bizarro). Fora estes três grupos de sintomas existem

também os sintomas cognitivos e de humor. É ocasionada na fase crônica da

esquizofrenia a perda da capacidade de iniciativa e deterioração cognitiva. Os

sintomas de humor e ansiedade apresentam-se especialmente em episódios de

transtornos de ansiedade e depressão, prevalecendo o suicídio (KAYO, 2010).

Atualmente a esquizofrenia é um dos problemas principais de saúde,

causando grandes investimentos no sistema de saúde. Quando há interferência no

primeiro episódio do transtorno é possível ter uma oportunidade exclusiva no

tratamento da doença, influenciando no seu andamento (GIACON; GALERA, 2006).

Dados do Ministério de Saúde advertem que de 0,7% a 1% da população

brasileira já passou por um surto de esquizofrenia. Os gastos por ano através do

Sistema Único de Saúde (SUS) como hospitalização e tratamento de 131 mil

pacientes com esquizofrenia consomem elevadas quantias á saúde pública

(LUKASOVA et al., 2007).

Por volta de 1% da renda nacional é usada no tratamento de doenças

mentais (eliminando os transtornos relacionados às substâncias), sendo que a

esquizofrenia resulta por 2,5% de todos os consumos com saúde. A grande parte

dos estudos relatou que mais de 75% dos pacientes com esquizofrenia fumam se

comparado com menos da metade dos indivíduos com problemas psiquiátricos em

geral. Por volta de 30 a 50% das pessoas com esquizofrenia atendem os critérios

diagnósticos para excesso ou dependência de álcool. Outras substâncias muito

usadas com freqüência são a maconha (cerca de 15 a 25%) e a cocaína (cerca de 5

a 10%). Pacientes dizem que fazem uso destas substâncias para terem mais prazer,

diminuindo a depressão e a ansiedade (SADOCK B.; SADOCK V, 2007).

Não existe um curso típico da esquizofrenia devido á grande sintomatologia

apresentada, que varia de indivíduo para indivíduo (GIACON; GALERA, 2006).

Novos episódios de esquizofrenia raramente acontecem antes da

adolescência e acima dos 50 anos. A primeira administração hospitalar para homens

é mais cedo (média de 25 anos) do que para as mulheres (média de 30 anos).

Portanto, para o subgrupo de doentes com história familiar positiva de

transtornos psicóticos em parentes de primeiro grau não existiu diferença entre os

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15

sexos quanto à idade de início, porém essas demonstraram um começo da doença

mais precoce do que outros sem antecedentes familiares (MARI; LEITÃO, 2000).

No final da adolescência e no início da vida adulta é uma fase bem

conturbada, pois envolve transformações físicas, emocionais, e novas

responsabilidades e papéis, do indivíduo, em seu ambiente social. O surgimento da

psicose neste período se dá, muitas vezes, pela pressão que o jovem sofre,

mediante a essas mudanças (GIACON; GALERA, 2006).

Tem-se conhecimento que o atraso em procurar o tratamento tem uma

grande influência no prognóstico do paciente, levando a ruptura dos níveis psíquico,

físico e da rede social do indivíduo. Consequentemente aumenta o tempo de

remissão do quadro agudo sucedendo os episódios psicóticos (GIACON; GALERA,

2006).

Diante do que foi apresentado, de uma patologia de grande complexidade,

tivemos o intuito de realizar um levantamento de quais medicamentos são utilizados

no tratamento da Esquizofrenia no município de Paranaíba-MS, abordando a

patologia como um todo e enfocando o tratamento farmacológico, pois representam

o fundamental tratamento para esta patologia.

Page 17: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

16

2 OBJETIVO

Objetivo geral:

O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento de dados sobre os

medicamentos que são dispensados para o tratamento da esquizofrenia na rede

pública do município de Paranaíba-MS e dar ênfase no impacto destes no controle

da doença.

Objetivos específicos:

Aspectos gerais

Fisiopatologia da esquizofrenia

Teorias etiológicas da esquizofrenia

Sinais e sintomas

Formas de tratamento – Farmacológico e Psicológico

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 ASPECTOS GERAIS

A esquizofrenia é uma doença complicada de compreender, saber o que

afeta a mente do doente, pois estes doentes por ocasiões são visivelmente pessoas

normais, com uma mente confundida por períodos ou consecutivamente, em que

eles próprios padecem bastante, pois não se percebe ou têm consciência que

socialmente estão a errar e a perturbar o próximo ou os demais á sua volta

(LOURENÇO, 2007).

Os indivíduos portadores da esquizofrenia doença essa de longa duração,

sendo incapacitante, requer em quase todos os casos um acompanhamento familiar

sem interrupções, o que acarreta uma dedicação total ao paciente, sempre muito

exaustivo (TEIXEIRA, 2005).

Ainda segundo o autor citado acima, os doentes esquizofrênicos apresentam

recaídas freqüentes, portanto se cumprirem o tratamento tem grandes chances

retornarem a sua vida e integrar-se na sociedade, em outros casos contrários nunca

chegam a reintegrar-se socialmente.

Segundo Shirakawa (2000), “A esquizofrenia é um transtorno de evolução

crônica. Costuma comprometer a vida do paciente, torná-lo frágil diante de situações

estressantes e aumentar o risco de suicídio”.

Os pacientes com esquizofrenia apresentam maiores risco de

comportamento suicida. Por volta de um terço deles vai tentar o suicídio e cerca de

um em cada 10 vai se matar (HALES; YUDOFSKY, 2006).

Já para Ayres (2009), os transtornos psiquiátricos denominados psicose

funcional tem características como à perda de capacidade de julgar apropriadamente

a realidade em consequência de alterações no campo do pensamento, percepção,

emoção, movimento e comportamento.

De acordo com Teixeira (2005), a esquizofrenia pode aparecer de forma

brusca ou lentamente. Quando se inicia lentamente pode passar alguns meses até

que a família ou o próprio doente o perceba e procure um tratamento médico. O

paciente permanece mais isolado dos demais, fica desinteressado pelas coisas que

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18

gostava desmotivado para tudo, separa-se das pessoas. Quando seu início é

brusco, o doente pode apresentar perplexidade, ansiedade e a percepção. A

esquizofrenia afeta muito os setores da vida do paciente e têm-se conhecimento que

sua reintegração na sociedade, na família e nas atividades profissionais é muito

complicada.

3.2 FISIOPATOLOGIA DA ESQUIZOFRENIA

Segundo Neto, Bressan e Filho (2007), as dificuldades de metodologias

inseparáveis aos estudos neuropatológicos, os achados incoerentes e o surgimento

dos antipsicóticos na década de 1950, fizeram com que as pesquisas passassem a

enfocar os neurotransmissores como elementos centrais na gênese da

esquizofrenia.

A formulação mais simples da hipótese da dopamina na esquizofrenia

postula que o transtorno resulta do excesso de atividade dopaminérgica (SADOCK

B.; SADOCK V, 2007).

Ainda segundo o autor citado acima, ainda que a dopamina receba maior

atenção nas pesquisas sobre a esquizofrenia, outros neurotransmissores também

têm sido estudados os quais são:

Serotonina: O antagonismo no receptor 5 HT2 foi colocado como importante

em reduzir os sintomas psicóticos e abrandar o desenvolvimento de

transtornos de movimentos incluídos ao antagonismo de D2. A atividade da

serotonina foi indiciada no comportamento suicida e impulsivo que também

pode estar presente em pacientes com esquizofrenia.

Noradrenalina: Através de relatos de administração de fármacos

antipsicóticos em longo prazo, nota-se que diminuiu a atividade dos

neurônios noradrenérgicos e que os efeitos terapêuticos de alguns fármacos

envolvem atividades em receptores α1 e α2.

Gaba: O aminoácido neurotransmissor inibitório ácido ץ-aminobutírico

(GABA) foi inserido na fisiopatologia da esquizofrenia. Alguns doentes têm

perdas de neurônios GABAérgicos no hipocampo. Como conseqüência pode

levar á hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos e noradrenérgicos.

Page 20: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

19

Glutamato: Ao seu respeito, foi colocado como proposta a hiperatividade, a

hipoatividade e a neurotoxicidade induzidas por ele. Ele foi incluído porque a

ingestão de fenciclidina (PCP), um antagonista do glutamato, produz uma

síndrome aguda semelhante é esquizofrenia.

Neuropeptídeos: A colecistocinina e a neurotensina, encontram-se em várias

regiões cerebrais implicadas na esquizofrenia, e suas concentrações se

tornam alteradas nos estados psicóticos.

3.3 TEORIAS ETIOLÓGICAS DA ESQUIZOFRENIA

Nos dias de hoje, existe uma concordância entre muitos investigadores de

que o melhor conceito para a esquizofrenia é por ser uma doença de determinantes

múltiplos semelhante ao câncer. Os pacientes podem ter uma predisposição

genética, mas esse aspecto de vulnerabilidade não é “desencadeado” sem a

intervenção de outros fatores. Ainda que a maioria desses fatores seja considerada

de caráter ambiental, sendo que não estão codificados no ácido desoxirribonucléico

(DNA) e têm potencial para produzir mutações ou influenciar a expressão genética,

muito deles são biológicos, mais do que psicológicos e incluem características como

lesões no parto ou nutrição (HALES; YUDOFSKY, 2006).

A causa da esquizofrenia é desconhecida. Nos últimos dez anos, uma

quantidade crescente de pesquisas indicou um papel fiosipatológico para determinar

áreas do cérebro, incluindo o sistema límbico, o córtex frontal, o cerebelo e os

gânglios basais. Esta quatro áreas são interligadas, porém uma disfunção em uma

delas pode arrastar um processo patológico primário em outra (SADOCK B.;

SADOCK V, 2007).

Dentre os sistemas dopaminérgicos cerebrais nos quais os antipsicóticos

atuam, o mesocortical e o mesolímbico são os que mais prováveis se relacionam

com a fisiopatologia da esquizofrenia. O bloqueio de receptores dopaminérgicos do

sistema nigroestriatal é visto como responsável pelos efeitos extrapiramidais dos

neurolépticos, enquanto a ação no sistema túberoinfundibular parece ser

responsável pelos efeitos endocrinológicos (SILVA, 2006).

Page 21: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

20

Tabela 1 Vias dopaminérgicas centrais e suas ações

VIAS FUNÇÕES

Mesolímbica

Relacionada a comportamentos e emoções. Sua hiperatividade relaciona-se aos sintomas psicóticos positivos.

Mesocortical

O papel na mediação de sintomas psicóticos ainda é controverso, mas parece que seu bloqueio associa-se a piora de sintomas negativos.

Nigroestriada

Coordenação de movimentos voluntários. Seu bloqueio está associado a distúrbios motores com acatisia, distonia, tremores, rigidez e acinesia/bradicinesia e em longo prazo pode levar a discinesia tardia.

Tuberoinfundibular

Relacionada à inibição da secreção de prolactina. Seu bloqueio associa-se a aumento dos níveis desse hormônio.

Meduloperiventricular Relacionado com o comportamento

alimentar

Fonte: Silva, 2006

Ainda segundo o autor citado acima, estudos atuais implicam que os

cérebros de alguns pacientes esquizofrênicos são mais leves e menores em se

comparando a indivíduos normais. Além disso, as alterações cerebrais mais

localizadas têm sido identificadas. Áreas mais consistentemente implicadas são as

porções mediais dos lobos temporais, sobretudo hipocampo e giro para-hipocampal.

A Diminuição de volume em áreas frontais, tálamo, gânglios da base e corpo caloso

têm sido também indicadas (SILVA, 2006).

Page 22: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

21

3.4 SINAIS E SINTOMAS

Sobre os sinais e sintomas clínicos da esquizofrenia apresentam-se três

questões chaves: Em primeiro lugar, não existe um sinal ou sintoma certo, todos os

sinais ou sintomas vistos na esquizofrenia ocorrem em outros transtornos

psiquiátricos e neurológicos. No entanto, a história do paciente é essencial para

diagnosticar o transtorno, e sua existência não pode se confirmar a partir dos

resultados de um exame do estado mental, pois estes podem ter variações. Em

segundo lugar, os sintomas alteram-se com o passar do tempo. O paciente pode ter

alucinações que desaparece e reaparece, e competência variada no comportamento

adequado em situações sociais, ou sintomas de transtorno de humor podem ir e vir

durante a esquizofrenia. Em terceiro lugar, deve ser analisados o nível de

escolaridade do paciente, seu potencial intelectual e filiação cultural e subcultural.

Quando há pouca capacidade de se conhecer conceitos abstratos, pode indicar sua

escolaridade ou inteligência (SADOCK B.; SADOCK V, 2007).

Ainda segundo o autor citado acima, a aparência de uma pessoa com

esquizofrenia pode variar desde um indivíduo completamente desleixado, aos gritos

e agitado ou até alguém obsessivamente arrumado, silencioso e imóvel.

Os sinais e sintomas iniciais da doença aparecem frequentemente no

período da adolescência ou no começo da idade adulta. Não obstante, pode

aparecer de forma abrupta, e o quadro mais repetido começa de modo astucioso.

Sintomas de aproximação da doença pouco característicos, compreendendo perda

de energia, iniciativa e interesses, humor depressivo, afastamento, comportamento

impróprio, relaxamento com a exterioridade e higiene, podem aparecer e continuar

por algumas semanas ou meses antes da manifestação de sinais mais

característicos da doença (SILVA, 2006).

Os sintomas psicóticos, alucinações e delírios podem ser capazes de afetar

a habilidade de trabalho e de relações interpessoais por toda a vida. Essas

condições se explicam, pois os pacientes psiquiátricos apresentam menor

variabilidade de desempenho diante de mudanças em situações sociais. A

esquizofrenia tem como traço fundamental o dano nas funções cognitivas, senso-

perceptivas e afetivas das populações afetadas (COSTA; CALAIS, 2010).

Page 23: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

22

As alucinações e os delírios são sempre observados em algum momento

durante o curso da esquizofrenia. As alucinações visuais incidem em 15%, as

auditivas em 50% e as táteis em 5% de todos os pacientes, e os delírios em mais de

90% deles. Aspectos mais característicos da Esquizofrenia são alucinações e

delírios, transtornos de pensamento e fala, perturbações das emoções e do afeto,

déficits cognitivos e avolição. Os distúrbios do comportamento na esquizofrenia

incluem comportamento grosseiramente desordenado e comportamento catatônico.

Define-se catatonia como um conjunto de movimentos, posturas e ações complexas

involuntárias. Fenômenos catatônicos compreendem estupor, catalepsia,

automatismo, maneirismo, esteriotipias, fazer posturas e caretas, negativismo e

ecopraxia. Entre 5 e 10% dos pacientes com esquizofrenia encontram-se fenômenos

catatônicos. No entanto, esses sintomas não são específicos para esquizofrenia,

podendo sobrevir mania (SILVA, 2006).

Ainda segundo o mesmo autor, a anedonia ou perda da habilidade de sentir

prazer foi colocada como característica central da esquizofrenia. A anedonia física

concentra na perda de sentir prazer como admirar a beleza do pôr-do-sol, comer,

beber, cantar, e receber uma massagem. A anedonia social envolve a perda de

prazeres como estar entra amigos e ficar ao lado de outras pessoas.

Pacientes esquizofrênicos se caracterizam pela perda de associações de

idéias, alucinações, afeto embotado, riso imotivado ou inapropriado, avolição, alogia,

delírios proeminentes, deterioração global do funcionamento, associações frouxas,

desorganização da sintaxe, pensamento ilógico e, especialmente, pobre em

acontecimentos (GIACON; GALERA, 2006).

Os doentes com esquizofrenia demonstraram um déficit cognitivo

generalizado, ou seja, eles tendem a desempenharem níveis mais baixos do que

controles normais em um grande número de testes cognitivos. Também apresentam

múltiplos déficits neuropsicológicos em testes de raciocínio conceitual, complexas

velocidade psicomotora, memória de aprendizagem nova e incidental e habilidades

motoras, sensoriais e percentuais (SILVA, 2006).

Page 24: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

23

3.4.1 Sintomas positivos e negativos

O conceito sobre os sintomas positivos e negativos foi formulado

originalmente pelo neurologista britânico John Hughlings Jackson (1931). Os

sintomas negativos, no entanto, simplesmente representavam uma “dissolução” ou

perda da função cerebral (HALES; YUDOFSKY, 2006).

Ainda segundo o mesmo autor, os sintomas positivos, incluindo alucinações,

delírios, transtorno acentuado e positivo do pensamento formal (manifestado por

incoerência acentuada, descarrilamento, tangencialidade ou ilogicidade) e

comportamento bizarro ou desorganizado, vêm mostrar distorção ou exagero de

funções que estão presentes normalmente. Como exemplo, as alucinações são a

distorção ou o exagero da função dos sistemas perceptivos do cérebro, fazendo com

que o indivíduo experimente a percepção na ausência de estímulo externo. Os

sintomas negativos nos mostram uma deficiência de função mental que

normalmente está presente. Um exemplo, é que alguns pacientes exibem alogia.

Outros mostram embotamento afetivo, anedonial associalidade, abulia/apatia e

comprometimento da atenção. Esses sintomas negativos ou deficitários não são

apenas difíceis de tratar como correspondem menos aos neurolépticos do que os

positivos como também são os mais devastadores, pois deixam o paciente inerte e

desmotivado. O paciente esquizofrênico com sintomas negativos acentuados pode

melhorar seu desempenho sob supervisão, mas não consegue mantê-lo quando ela

é removida.

3.5 SUBTIPOS DA ESQUIZOFRENIA

O DSM-IV-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)

reconhece cinco subtipos clássicos de esquizofrenia: 1) paranóide, 2)

desorganizada, 3) catatônica, 4) indiferenciada e 5) residual. Os objetivos principais

dessa divisão em subtipos são ajudar a validade preditiva, auxiliar o médico a

escolher o tratamento e fazer previsões de resultados. Os subtipos são:

Esquizofrenia Paranóide

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24

Têm como característica um ou mais delírios e alucinações auditivas

freqüentes. Fala e comportamento desorganizado, catatônico e afeto embotado ou

impróprio não são acentuados.

Esquizofrenia Desorganizada

Suas características são fala e comportamento desorganizados, afeto

embotado ou impróprio, porém não satisfaz os critérios para esquizofrenia

catatônica. No modo geral, se tiver delírios e alucinações eles são fragmentados, ao

contrário de delírios bem-sistematizados do esquizofrênico paranóide.

Esquizofrenia Catatônica

É definida como um tipo de esquizofrenia denominada pelos sintomas:

imobilidade motora, em evidência a catalepsia ou estupor, agitação e negativismo

extremos ou mutismo, peculiaridades dos movimentos voluntários como

estereotipias, maneirismos, trejeitos faciais, e ecolalia ou ecopraxia.

Esquizofrenia Indiferenciada

O subtipo indiferenciado que é uma categoria residual foi incluído para

pacientes que satisfazem os critérios para esquizofrenia, mas não se classifica em

subtipos paranóide, desorganizado ou catatônico. Esse subtipo é mais comum entre

os diagnósticos.

Esquizofrenia Residual

Este tipo de subtipo esquizofrênico é aplicado aos pacientes que não tem

mais sintomas psicóticos acentuados, mas que já satisfizeram os critérios da doença

e ainda têm evidências da patologia. Podem ser indicadas pelos sintomas negativos

ou de forma diminuída crenças bizarras, experiências perceptivas incomuns

(HALES; YUDOFSKY, 2006).

3.6 FORMAS DE DIAGNÓSTICOS

O diagnóstico de esquizofrenia depende de excluir a doença cerebral

orgânica e sua ocorrência de um conjunto de sintomas característicos, que devem

ser presentes na maior parte do tempo no último mês ou em um período menos se o

episódio foi tratado com sucesso, se acordo com a Classificação internacional de

Page 26: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

25

doenças (CID10), ou pelo menos seis meses, segundo os critérios do DSM-IV-TR

(FALKAY et al., 2006).

Segundo o DSM-IV-TR, a esquizofrenia consiste na apresentação de

sintomas positivos e negativos caracterizando pelo menos um mês de duração

(exceto quando tratados com sucesso), deterioração no trabalho, nas relações

interpessoais ou nos cuidados pessoais, sinais contínuos de perturbação por, pelo

menos, seis meses, exclusão de transtorno esquizoafetivo e do humor com

características psicóticas, determinando que a perturbação não é por uma condição

médica geral ou efeitos fisiológicos diretos de uma substância, e, enfim, se tiver um

transtorno autista ou outro global do desenvolvimento, alucinações e delírios

proeminentes, devem ser presentes por um período mínimo de um mês. A

esquizofrenia é classificada ainda segundo o curso da doença, como é mostrado na

tabela (HALES; YUDOFSKY, 2006).

Tabela 2 Critérios diagnósticos do DSM-IV-TR para esquizofrenia

A. Sintomas característicos: No mínimo dois dos seguintes quesitos, cada qual por uma porção significativa de tempo durante o período de um mês (ou menos, se tratado com sucesso):

(1) delírios

(2) alucinações

(3) fala desorganizada (p. ex., descarrilamento frequente ou incoerência)

(4) comportamento acentuadamente desorganizado ou catatônico

(5) sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo, alogia ou abulia

Nota: Apenas um sintoma do Critério A é necessário quando os delírios são bizarros ou as alucinações consistem em vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos do indivíduo, ou múltiplas vozes conversando entre si.

B. Disfunção social/ocupacional: Por uma porção significativa de tempo desde o início da perturbação, uma ou mais áreas importantes do funcionamento, tais como trabalho, relações interpessoais ou cuidados pessoais, estão acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou quando o início ocorre na infância ou adolescência, incapacidade de atingir o nível esperado de realização interpessoal, acadêmica ou profissional).

C. Duração: Sinais contínuos da perturbação persistem pelo período mínimo de seis meses, que deve incluir pelo menos um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que satisfazem o critério A e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durantes esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas relacionados no critério A presentes de forma acentuada (p. ex., crenças estranhas, experiências perceptivas incomuns).

D. Exclusão de transtorno esquizoafetivo e transtorno do humor. O transtorno esquizoafetivo e o do humor com características psicóticas foram descartados porque (1) nenhum episódio depressivo maior, maníaco ou misto ocorreu concomitantemente aos sintomas da fase ativa; ou (2) se os episódios do humor

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26

ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi breve com relação á dos períodos ativo e residual.

E. Exclusão de substância/condição médica: A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (p. ex., uma droga de abuso, um medicamento) ou uma condição médica geral.

F. Relação com um transtorno global do desenvolvimento: Se existe uma história de transtorno autista ou de outro transtorno global do desenvolvimento, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é feito apenas se delírios ou alucinações estiverem presentes pelo período mínimo de um mês (ou menos, se tratados com sucesso)

Fonte: Hales; Yudofsky, 2006

Ainda de acordo com ao autor citado acima, a esquizofrenia continua a ser

um diagnóstico clínico embasado em informações da anamnese e no exame

criterioso do estado mental, e não há anormalidades laboratoriais visíveis que sejam

possíveis diagnósticas do transtorno. O primeiro passo é obter uma anamnese

minuciosa e realizar o exame físico para excluir certas psicoses com causas

médicas conhecidas.

3.7 FORMAS DE TRATAMENTO

Segundo Falkai et al. (2006), o atendimento da maior parte dos pacientes

que sofrem desta doença envolve esforços múltiplos e a abordagem de uma equipe

multidisciplinar para minimizar a freqüência, a duração e a gravidade dos episódios;

diminuir a morbidade e a mortalidade globais este distúrbio, ajudar a melhorar a

função psicossocial, a independência e a qualidade de vida.

Ainda segundo o autor citado acima, as metas principais do tratamento se

devem a participação do paciente e de todos aqueles que estão juntos no processo

de tratamento, a colaboração dos familiares, a coordenação e a cooperação das

instituições de tratamento no caso de atendimento integrado e a inclusão de ajuda

não-profissional e de sistemas de auto-ajuda.

Page 28: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

27

3.7.1 Tratamento Farmacológico

Os antipsicóticos representam o fundamental tratamento para portadores de

esquizofrenia. O descobrimento dos antipsicóticos de primeira geração (APG), na

década de 1950, trouxe grande melhoramento para os doentes com esquizofrenia,

no conceito em que tais medicamentos indicaram eficácia no combate aos sintomas

psicóticos e, como resultado, probabilidade de tratamento em regime ambulatorial e

diminuição da permanência hospitalar, bem como do número de internações (ELKIS;

LOUZÃ, 2007).

Os antipsicóticos mais antigos, atualmente chamados de antipsicóticos

típicos ou de primeira geração tem suas características pelo forte bloqueio dos

receptores dopaminérgicos D2 e pelo maior risco de sintomas extrapiramidais (SEP),

quando se comparam aos antipsicóticos mais atuais, conhecidos como antipsicóticos

atípicos ou de segunda geração (ASG), que além dos receptores de dopamina D2,

apresentam atividade antagonista nos receptores de serotonina 5 HT2 (KAYO,

2010).

Ainda segundo o mesmo autor, não existe até o momento uma evidência

que seja favorável ao uso de associação de antipsicóticos no tratamento da

esquizofrenia. Assim, quando um paciente não responde ao tratamento com um

determinado antipsicótico, os algoritmos de tratamento mais conhecidos

recomendam a mudança do antipsicótico.

Num primeiro episódio psicótico, o tratamento farmacológico deve ser

introduzido com cautela pelo maior risco de desenvolvimento de sintomas

extrapiramidais. Recomenda-se a introdução da medicação antipsicótica em baixas

doses, seguida de ajuste gradual, sempre com cuidadosa explicação ao paciente

(FALKAI et al; 2011).

Ao que se refere ao paciente, diversos aspectos são observados, por

exemplo, as condições intrínsecas à própria psicopatologia (desorganização, idéias

delirantes – principalmente de cunho paranóide – hostilidade, déficit cognitivo, falta

de motivação e de iniciativa) e a gravidade da doença. A dificuldade em

compreender e distinguir os sintomas e a doença leva muitos pacientes a analisarem

que não necessitam de tratamento (BECHELLI, 2003).

Page 29: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

28

No momento, não existe precaução particular para a esquizofrenia. Assim, o

foco está no tratamento precoce e contínuo, e na reabilitação do paciente. Apesar de

não curativas, os fármacos neurolépticos, ou antipsicóticos se constituíram como o

tratamento principal para todos os estágios de evolução da doença (PÁDUA, et al

2005).

Os pacientes psiquiátricos submetidos ao tratamento com neurolépticos

apresentaram uma melhora da sintomatologia, o que permitiu maior interação entre

pacientes e profissionais de saúde (CARDOSO E GALERA, 2006).

É frequente a teoria de uma linha de sugestões do doente, sem que se leve

em conta a complicação dos processos, disposição de sua aplicação, valor e

prováveis reações adversas ao medicamento. Como conseqüência, é comum o

pequeno grau de aderência individualmente; quando se exigem processos de

tratamento ou uso contínuo de medicamento durante um longo período. Dessa

maneira, a taxa de aderência gira em torno de 50%. Essa porcentagem fica menor

ainda nas terapêuticas longas ou profiláticas, em condições clínicas discretas ou

assintomáticas e nas patologias cujas decorrências da interrupção demoram a

aparecer. Nos pacientes psiquiátricos á aderência pretende a ser menor (BECHELLI,

2003).

O impacto extraordinário do tratamento das doenças mentais com estes

medicamentos foi por só um momento. Contrariando as esperanças de benefícios

constantes e estáveis, logo se viu que as recaídas e conseqüentes internações

tornaram-se mais frequentes. Após a melhoria dos sintomas, os pacientes tomavam

seus medicamentos de forma irregular, chegando a interromper o tratamento,

demonstrando o uso descontínuo dos neurolépticos prescritos (CARDOSO;

GALERA, 2006).

Os antipsicóticos têm sido à base no tratamento da esquizofrenia nos

últimos cinqüenta anos. Em termos de estrutura química, os antipsicóticos,

conhecidos também como neurolépticos, são um grupo heterogêneo de drogas

psicoativas (como fenotiazina, tioxantina, butirofenona, difenilbutilpiperidina,

benzamida, benzisoxazol e dibenzepina) mais utilizado na fase aguda do tratamento,

na terapia de manutenção e na precaução da reincidente esquizofrenia em longo

prazo (FALKAI et al, 2006).

Altas doses de antipsicóticos convencionais podem ser necessárias para

alguns pacientes, porém estudos controlados não apresentaram vantagens nem nas

Page 30: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

29

doses de ataque rápido nem em dosagens altas sustentadas. Além disso, as doses

mais altas aumentam a possibilidade de efeitos colaterais adversos (HALES;

YUDOFSKY, 2006).

Nos dias de hoje, em benefício de suas vantagens farmacológicas,

especialmente na melhora dos sintomas negativos, qualidade de vida e

tolerabilidade, vários autores apreciam os antipsicóticos atípicos como primeira linha

no tratamento da esquizofrenia (OLIVEIRA et al, 2011)

Ainda segundo o mesmo autor, a adesão dos pacientes é algo

importantíssimo, entretanto, de algum modo, negligenciado nos regimes

terapêuticos. A adesão aos antipsicóticos é melhor em razão de terem menores

quantidades de efeitos colaterais. Em casos diferentes, de dificuldade no uso de

medicações orais,ou pela não aceitação do paciente, ou pela dificuldade do controle

familiar no uso regular as medicação, pode-se optar pelo uso de antipsicóticos na

forma de injetáveis de ação prolongada.

3.7.1.1 Antipsicóticos Típicos

Os antipsicóticos foram ao início chamado de neurolépticos, devido a sua

capacidade de induzir catalepsia em ratos. A atividade antipsicótica da

clorpromazina foi por acaso, e sua atividade era devido ao bloqueio do receptor

dopaminérgico D2. Desse modo, foram-se elucidados a hiperatividade dopaminérgica

da esquizofrenia, e vários outros antipsicóticos foram introduzidos, como o

haloperidol e a flufenazina. As doses de haloperidol e flufenazina eram menores

para bloquear o efeito D2 mais intenso, por isso chamados de neurolépticos de alta

potência, enquanto aqueles semelhantes a clorpromazina de baixa potência (KAYO,

2010).

Já para Silva (2006) os antipsicóticos levam dias a semanas para

alcançarem seus efeitos terapêuticos máximos. Eles são divididos conforme as suas

potências: halperidol, flufenazina, trifluoperazina, tioxene) alta potência e

(clorpromazina, tioridazina) de baixa potência. Além dos efeitos terapêuticos, eles

causam efeitos colaterais típicos. A via dopaminérgica nigroestriatal participa da

Page 31: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

30

atividade motora. Devido ao bloqueio de receptores dopaminérgicos estriatais, esses

antipsicóticos podem produzir o aparecimento de efeitos adversos extrapiramidais.

3.7.1.2 Antipsicóticos Atípicos

Na década de 1970 foi descoberta a clozapina, um antipsicótico bastante

eficaz que praticamente não se desenvolvia efeitos adversos extrapiramidais.

Surgiram outros antipsicóticos diferentes dos convencionais que já existiam, não

causando os efeitos extrapiramidais, e por isso foram chamados de áticos (KAYO,

2010).

Os antipsicóticos atípicos são fármacos associados à menores

acontecimentos de sintomas extrapiramidais. Esses sintomas são os mais

perturbadores entre os efeitos colaterais dos antipsicóticos, e o advento desses

novos agentes constituiu um grande avanço na psicofarmacoterapia. (OLIVEIRA et

al., 2011)

Os esforços foram concentrados na busca de antipsicóticos com menos

efeitos extrapiramidais e que sejam eficazes também no tratamento dos sintomas

negativos da esquizofrenia, levaram aos denominados antipsicóticos atípicos, como

exemplo a clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e mais recente

o aripiprazol (SILVA, 2006).

Segundo Oliveira (2000), a risperidona ou a olanzapina são as drogas

recomendadas como primeira escolha da esquizofrenia, em decorrência dos ensaios

clínicos e da experiência clínica acumulada.

Ainda segundo o mesmo autor, os antipsicóticos convencionais ainda são de

primeira escolha quando se consideram as questões relativas ao custo do

tratamento. Isso ainda acontece em nosso meio.

Page 32: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

31

3.8 TRATAMENTO PSICOLÓGICO

As principais funções cognitivas são: percepção, atenção, memória,

linguagem e funções executivas. Partindo da relação entre essas funções que

entendemos a grande parte dos comportamentos, desde o mais simples até os

complexos, exigindo atividades cerebrais mais formadas (NEUROPSICOLOGIA...,

2006).

A intervenção psicossocial em famílias de indivíduos esquizofrênicos tem

dois objetivos principais: reduzir, prevenir, os sintomas da esquizofrenia e melhorar a

qualidade de vida de todos. Busca-se cooperar para que o paciente tenha o mínimo

de incapacidades ligadas á esquizofrenia e para que seus familiares compreendam

e lidem melhor com os problemas relacionados à doença do parente, e com

emoções ocasionadas por causa desse contato (SCAZUFCA, 2000).

Ainda segundo o autor citado acima, a esquizofrenia é uma doença que

tende a se manifestar em pessoas biologicamente vulneráveis, em que o ambiente

afetivo familiar pode colaborar para ocasionar a doença ou a ter recaídas. A família

não é responsável ou culpada pela doença. É necessário reconhecer as dificuldades

que a família passa com um de seus membros com grave incapacitação mental.

Os programas de intervenções possuem pontos que têm obtido sucesso

como: elementos de educação sobre a esquizofrenia, apoio dos terapeutas á família,

auxílio nos problemas atuais, negociando soluções e formas de lidar com os

problemas, e esclarecimento á família da importância da medicação no tratamento.

Componentes psicoeducacionais são utilizados como intervenção, técnicas

cognitivo-comportamentais, redução de tensões na família visando solução de

problemas e estratégias para situações difíceis. Os programas com familiares se

destinam as pessoas que convivem sempre perto do doente, em geral, pais, irmão,

cônjuges, e filhos (SCAZUFCA, 2000).

A psicoterapia passou a ser uma importante aliada na intervenção,

auxiliando á adaptação do doente em seu ambiente, revertendo prejuízos sociais e

interpessoais. Tais intervenções criam situações que proporcionam adequação nos

relacionamentos (COSTA; CALAIS, 2010).

Alguns dos sintomas mais típicos da esquizofrenia envolvendo os

relacionamentos interpessoais, são demonstrados por meio de encenações de

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32

papéis em terapia (ensaio comportamental) e tarefas de casa nas habilidades

sociais, demonstram o fraco contato visual, demora em responder, não tem

espontaneidade em situações sociais e não percebe coisas certas e as emoções de

outras pessoas (COSTA; CALAIS, 2010).

Essas intervenções psicossociais representam importante papel no cuidado

de esquizofrênicos, integrados á farmacoterapia, adequadas a cada paciente. A

adequação do doente vai depender dele, do curso da doença e como está a sua

vida. Como exemplo, doentes que moram com suas famílias podem ir à terapia

familiar, e os que vivem sós, tem a opção de estimulação social de programas de

hospital-dia e contato com enfermeiros em visitas em casa. Alguns pacientes têm

empregos e cuidam de si mesmos outros precisam de 24 horas de atendimento por

muitos dias de hospitalização. Esses pacientes precisam de algum tipo de

intervenção no início da doença e outras em estágios posteriores, quando houver

sintomas alterados. Os benefícios ao paciente são mais independência e

participação na vida social (HALES; YUDOFSKY, 2006).

As famílias em que o doente é casado ou tem filhos pequenos apresentam

problemas no relacionamento do casal e dificuldades dos filhos em entender a

doença. A família aprova estas intervenções, pois demonstram sua eficácia na

melhora de vida de todos (SCAZUFCA, 2000).

3.9 PRINCIPAIS ANTIPSICÓTICOS DISTRIBUÍDOS PARA TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA USADO NA REDE PÚBLICA DE PARANAÍBA.

Os medicamentos antipsicóticos, inseridos no início do ano de 1950,

revolucionaram o tratamento da esquizofrenia. Em número, a estimativas são de 2 a

4 vezes maior de pacientes que tem recaídas quando tratados com placebo,

comparado aqueles tratados com fármacos antipsicóticos. Estes medicamentos,

porém, se atêm aos sintomas da doença, mas não a curam. Os medicamentos

antipsicóticos dividem-se em duas classes principais: antagonistas do receptor da

dopamina (p. ex., clorpromazina e haloperidol e ASDs (p. ex., risperidona e

clozapina) (SADOCK B.; SADOCK V, 2007).

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33

Todos os antipsicóticos são elevados ao placebo no tratamento da

esquizofrenia. Estudos controlados não confirmaram o uso de um medicamento

específico para um subtipo apontado de esquizofrenia, e também não existem

melhoramentos em prescrever mais do que um antipsicótico por vez (HALES;

YUDOFSKY, 2006).

Ao começar o tratamento, o mais adequado é que os doentes estejam

controlados clinicamente com o medicamento de atuação curta, pois o tempo para

ser alcançado o nível plasmático estável é mais longo com os medicamentos

antipsicóticos de ação prolongada (BECHELLI, 2003).

Os medicamentos neurolépticos podem ser separados em dois grupos de

acordo com a sua potência. Sendo desta maneira, temos os antipsicóticos de alta

potência (como haloperidol, flufenazina, trifluoperazina, tioxene) e de baixa potência

ou sedativos (como a clorpromazina, tioridazina etc) (SILVA, 2006)

Na rede pública de Paranaíba são dispensados para o tratamento da

esquizofrenia: Haloperidol, Haldol decanoato, Clorpromazina e Risperidona

3.9.1 Haloperidol Comprimidos

A maioria dos pacientes esquizofrênicos com psicose aguda vai responder a

uma dose diária entre 10 e 15 mg de haloperidol (ou equivalente) dentro de alguns

dias ou semanas (HALES; YUDOFSKY,2006).

Haldol é um medicamento neuroléptico do grupo das butirofenonas. É um bloqueador potente dos receptores dopaminérgicos centrais, e classificado como um neuroléptico incisivo. Como resultado direto do bloqueio dopaminérgico, haldol apresenta uma ação incisiva sobre os delírios e alucinações(provavelmente a nível mesocortical e límbico) e uma ação sobre os gânglios da base (via Nigro-estriatal). Haldol causa sedação psicomotora eficiente, o que explica seus efeitos favoráveis na mania, agitação psicomotora e outras síndromes de agitação. A atividade em nível dos gânglios de base é provavelmente responsável pelos efeitos extrapiramidais (distonia, acatisia e parkinsonismo) (HALOPERIDOL, 2009).

Absorção e distribuição

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A maior parte dos fármacos antipsicóticos sofre uma rápida absorção, porém

incompleta. Mesmo assim, muitas dessas drogas são submetidas a um metabolismo

significativo de primeira passagem. Por imediato, as doses orais de clorpromazina e

tioridazina oferecem uma biodisponibilidade sistêmica de 25 a 35%, já o haloperidol,

que tende a ser menos metabolizado, tem sua disponibilidade sistêmica média de

65%. Os agentes antipsicóticos são, na sua maioria, altamente lipossolúveis e

ligados ás proteínas (92-99%). Podem vir a ter grandes volumes de distribuição

(habitualmente >7 L/Kg). De um modo geral, essas drogas têm uma duração de

ação clínica muito mais prolongada do que se poderia estimar pela sua meia-vida

plasmática, possivelmente pelo acontecimento de serem seqüestradas em

compartimentos lipídicos do corpo e apresentarem afinidade muito alta por

receptores selecionados de neurotransmissores. Isso é comparado á ocupação

prolongada dos receptores dopamínicos D2 no cérebro. Os metabólitos da

clorpromazina podem ser excretados na urina dentro de várias semanas após a

última dose de droga administrada em base crônica. De forma parecida, pode não

ocorrer reincidente completa até dentro de seis semanas ou mais após a suspensão

de muitas drogas antipsicóticas.

Metabolismo

Os medicamentos antipsicóticos são, em sua grande parte, quase totalmente

metabolizados por uma variedade de processos. Embora alguns metabólitos reterem

sua atividade, como, por exemplo, a 7-hidroxiclorpromazina e o haloperidol reduzido,

os metabólitos não são considerados tão importantes para a ação desses fármacos.

Excreção

Uma quantidade muito pequena dessas drogas é excretada na forma

inalterada, visto que são quase totalmente metabolizadas a substâncias mais

apolares (KATZUNG, 2005).

3.9.1.1 Interações Medicamentosas

Haloperidol/ Antiinflamatórios Não-Esteróides

Os antiinflamatórios como Ácido Mefenânico; Ácido Tiaprofêncio;

Celecoxibe; Cetoprofeno; Cetorolaco; Diclofenaco; Diflunisal; Etodolaco tendem a

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35

aumentar seu efeito adverso/tóxico do Haloperidol, especialmente a tontura e

confusão mental (BACHMANN et al, 2006 ).

Os estudos avaliaram o tratamento junto com Haloperidol (5 mg/dia) e

Indometacina (75 mg/dia) para tratar a dor relacionada á osteoartrite, e 6 dentre 11

pacientes apresentaram tontura, cansaço e confusão mental exacerbados

(BACHMANN et al, 2006 ).

Haloperidol/ Carbamazepina

A concentração sérica do Haloperidol diminuiu de 50 a 60% após a

administração de Carbamazepina, e sintomas relacionados á concentração

subterapêutica do Haloperidol foi notada durante o uso de carbamazepina

(BACHMANN et al, 2006 ).

Haloperidol/ Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina

Os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina como Citalopram;

Escitalopram; Fluoxetina; Fluvoxamina; Paroxetina; Sertralina tendem a diminuir

metabolismo do Haloperidol, através de isoenzimas CYP. Os efeitos vistos tem

possibilidade de serem devidos a inibição da CYP2D6 pelo Inibidor Seletivo da

Recaptação da Serotonina, da qual o haloperidol é um substrato (BACHMANN et al,

2006 ).

Haloperidol/ Quinidina

A Quinidina pode aumentar a concentração sérica do Haloperidol. O

mecanismo dessa interação é desconhecido (BACHMANN et al, 2006 ).

3.9.2 Haldol Decanoato Solução Injetável

Haldol decanoato é o éster do haloperidol com o ácido decanóico. Trata-se de um neuroléptico de ação prolongada, uma vez que o éster é gradativamente liberado do tecido muscular e, por meio de hidrólise enzimática, o haloperidol penetra na circulação sanguínea. Tal liberação se faz de forma progressiva, permitindo a obtenção de curvas plasmáticas uniformes sem ocorrência de picos irregulares. A administração de uma dose adequada produz efeito terapêutico estável, que permanece durante 4 semanas. Verificou-se que, com o tratamento por Haldol decanoato, a medicação anti-parkinsoniana associada ao tratamento com neurolépticos pode ser reduzida ou mesmo suspensas em certos casos. Em pacientes deprimidos

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36

foiobservado um efeito de ressocialização (HALDOL DECANOATO, 2009).

Através de sua administração por via intramuscular este medicamento

produz um bloqueio seletivo no sistema nervoso central, por causa de bloqueios

competitivos dos receptores dopaminérgicos pós-sinápticos, no sistema

dopaminérgico mesolímbico e um aumento no intercâmbio da dopamina no nível

cerebral para produzir ação antipsicótica. O haloperidol (Haldol) é um importante

sedativo, antipsicótico, causando: diminuição de iniciativa, redução em demonstrar

afeto, respostas lentas, sonolência, reduz comportamentos agressivos, impulsos e

agitação psicomotora (CARDOSO, 2006).

Para o início do tratamento em pacientes muito agitados ou agressivos, é

necessário o uso de antipsicóticos por via intramuscular (IM), por causa início de

ação mais rápido. Apenas alguns antipsicóticos tradicionais encontram-se

disponíveis na forma de apresentação injetável, como exemplo haloperidol,

clorpromazina, levomeprazina, dorperidol, zuclopentixol, risperidona, ziprasidona,

olanzapina (PÁDUA et al., 2005).

3.9.3 Clorpromazina

O emprego da clorpromazina revolucionou o tratamento dos pacientes

esquizofrênicos e já obteve uma melhora de 50-75% e quase 90% destes pacientes

apresentaram algum melhoramento clínico através do uso desse fármaco (SILVA,

2006).

Após observar os efeitos da clorpromazina em pacientes com esquizofrenia,

notou-se que eles ficavam em estados característicos, e passou a ser conhecido

como síndrome neuroléptica, com aspectos de indiferença emocional. Assim, a

clorpomazina foi administrada a pacientes internados de longo tempo, em hospitais

psiquiátricos. Muitos pacientes apresentaram melhora estimável, e puderam retornar

a sociedade. Os sintomas psicóticos mais destacados na esquizofrenia eram

suavizados após algum tempo de uso da droga (SILVA, 2006).

Page 38: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

37

A clorpromazina é um derivado alifático. As teorias baseadas na capacidade de antagonizar as ações da dopamina como neurotransmissor nos gânglios da base e nas regões límbicas do proencéfalo tornaram-se mais proeminentes e são apoiadas por inúmeras evidências. O antagonismo da neurotransmissão sináptica mediada por dopamina é uma ação importante dos neurolépticos. (CLORPROMAZINA, 2011).

Farmacocinética

A Clorpromazina é rapidamente absorvida por via oral e a sua

biodisponibilidade relativa em relação à via intramuscular é em média de 50%. A

clorpromazina apresenta boa passagem em todos os tecidos, ligando-se fortemente

às proteínas plasmáticas (90%). Possui meia-vida plasmática curta (algumas horas),

mas a eliminação é lenta e prolongada (4 semanas ou mais). Nota-se variações

individuais nas concentrações plasmáticas. A clorpromazina passa pelo efeito de

primeira passagem no trato gastrintestinal e intensa metabolização hepática,

formando metabólitos tanto ativos quanto inativos, com reciclagem êntero-hepática.

A excreção é feita pela urina e pelas fezes, onde aparece principalmente sob a

forma de metabólitos. (CLORPROMAZINA, 2011)

3.9.3.1 Interações Medicamentosas

Clorpromazina / Haloperidol

O haloperidol pode aumentar o efeito de prolongamento do QTc (intervalo

corrigido pela freqüência cardíaca) da Clorpromazina. A Clorpromazina é capaz de

diminuir o metabolismo do haloperidol, através de isoenzimas CYP. A concentração

sérica do Haloperidol aumentou 28,5% em um grupo de pacientes do sexo

masculino, quando administrado juntamente com a Clorpromazina. O Haloperidol e a

Clorpromazina são considerados inibidores fracos da CYP2D6 e ambos são

substratos da mesma isoenzima, julgando-se que os efeitos sobre essa isoenzima

colaboram para a interação (BACHMANN et al, 2006).

Page 39: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

38

3.9.3.2 Efeitos Colaterais

Além do efeito terapêutico do medicamento eles causam efeitos colaterais

típicos. Como já foi apresentado, à via dopaminérgica nigroestriatal participa da

regulação da atividade motora. Como conseqüência, ao bloquearem os receptores

dopaminérgicos estriatais, os antipsicóticos típicos tendem a causar o aparecimento

de efeitos adversos extrapiramidais. Incluem, portanto a síndrome de Parkinson,

reações distônicas agudas, acatisia, acinesia e síndrome neuroléptica maligna. A

estimativa desses efeitos é bem elevada, chegando até a 90% em alguns estudos, e

costuma acontecer nas primeiras semanas de tratamento.

A síndrome de Parkinson tem como características a lentidão dos

movimentos (bradicinesia), tremor variável das extremidades aumentando com a

movimentação e não está presente no sono, imobilidade da expressão facial,

alteração de passo e postura rígida. Reações distônicas agudas também podem

ocasionar como espasmos dos músculos da face, pescoço e língua. A acatisia indica

o estado de desconforto intenso nos membro inferiores, acompanhado de

incapacidade de ficar com as pernas paradas. Porém, o efeito adverso motor mais

temido dos neurolépticos é a discinesia tardia. Ela se mostra através de movimentos

esteriotipados involuntários, principalmente da face, como a sucção com os lábios,

movimentos laterais da mandíbula e movimentos anormais da língua. Outros efeitos

adversos também de origem central são aqueles que comprometem o sistema

neuroendócrino causando ginecomastia, galactorréia e amenorréia (SILVA, 2006).

3.9.4 Risperidona

A risperidona é um derivado dos benzisoxazoles, diferente da estrutura

química de outros antipsicóticos. Sua potência se caracteriza por bloquear os

receptores serotonérgicos, que podem estar envolvidos nos sintomas negativos da

esquizofrenia. Bloqueia os receptores tipo D2 em menor grau do que o haloperidol. O

bloqueio de D2, é de preferência na via mesolímbica, sendo menor que o bloqueio 5

HT2 (OLIVEIRA et al, 2011).

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É um antipsicótico eficaz com leve apresentação de efeitos adversos. Nas

doses habituais, não está associada a sintomas extrapiramidais, comparando-se

com os antagonistas do receptor de dopamina. As evidências confirmam seu papel

como fármaco de primeira linha para pacientes com doença leve a moderada em

seu primeiro episódio (SADOCK B.; SADOCK V, 2007).

A risperidona mostrou uma resposta significativamente elevada nos

sintomas negativos que o haloperidol e o placebo apenas com a dose de 6 mg/dia.

No tratamento de manutenção, em relação ao haloperidol, os efeitos foram

favoráveis sobre risperidona sobre a sintomatologia negativa. Observou-se que a

risperidona ocasionou uma melhora significativa superior dos sintomas negativos

(FALKAI et al, 2006).

Efeitos colaterais

Alguns outros efeitos colaterais comuns à risperidona são insônia, agitação,

sedação, tontura, rinite, hipotensão, ganho de peso e distúrbios menstruais.

galactorréia pode estar presente (OLIVEIRA, 2000).

Farmacocinética

A Risperidona é facilmente absorvida. A biodisponibilidade máxima oral da

Risperidona é de 70% e a biodisponibilidade respectiva de um comprimido deste

fármaco é de 94%. A Risperidona, quando absorvida, é rapidamente distribuída. O

volume da distribuição é 1-2 L/kg. A Risperidona é metabolizada no fígado. A

principal via metabólica é a hidroxilação da Risperidona a 9-hidroxi-risperidona pela

enzima CYP 2D6. A Risperidona e seus metabólitos são eliminados praticamente

todos pela urina e em pequena extensão pelas fezes (U. PORTO, 2007).

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foi feito um levantamento sobre quais os antipsicóticos utilizados no

tratamento da esquizofrenia são distribuídos pela rede pública de Paranaíba-MS,

onde os dados coletados foram direto do CAPS- Centro de Atendimento

Psicossocial. Este órgão é filiado á Prefeitura Municipal de Paranaíba e Secretaria

Municipal de Saúde, situado na Av. Três Lagoas n° 1491 Centro CEP: 79500-000.

Através da entrevista com a farmacêutica responsável pelo controle e distribuição

dos medicamentos, foi relatado que os medicamentos disponíveis para esquizofrenia

eram somente Haloperidol, Haldol decanoato (injetável), Clorpromazina e

Risperidona.

Page 42: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

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5 RESULTADOS

Os resultados apresentados na pesquisa feita sobre os medicamentos da

rede pública de Paranaíba deixam claro que existem poucos medicamentos porém

suficientes usados para o tratamento da esquizofrenia. Os medicamentos

dispensados na rede pública de Paranaíba- MS para o tratamento da esquizofrenia

pertencem à classe dos antipsicóticos típicos e atípicos.

Como antipsicóticos típicos são dispensados no tratamento da esquizofrenia

os seguintes medicamentos: Clorpromazina e Haloperidol (comprimido e injetável).

Como antipsicóticos atípicos é dispensado no tratamento da esquizofrenia somente

a risperidona que é considerado um medicamento especializado ou de alto custo.

Como vimos em artigos recentes, os antipsicóticos atípicos, principalmente a

risperidona ou também a olanzapina são as drogas recomendadas como primeira

escolha no tratamento da esquizofrenia, em decorrência dos ensaios clínicos e da

experiência clínica. Porém são dois medicamentos de alto custo.

No entanto, encontramos dados conflitantes, pois alguns autores dizem que

os antipsicóticos atípicos são mais eficazes que os antipsicóticos típicos, e outras

pesquisas, no entanto demonstram que se houver uma adequação correta da dose

seriam tão eficazes quanto os antipsicóticos atípicos. O que podemos concluir é que

os pacientes esquizofrênicos da rede pública de Paranaíba-MS dispõem de

medicamentos para o tratamento da esquizofrenia (tanto os antipsicóticos típicos

como os atípicos), e que são suficientes para o controle e tratamento dos diversos

subtipos da esquizofrenia, uma vez que diversos estudos correlacionam a eficácia

da associação dos antipsicóticos como uma maneira de controlar os surtos.

Page 43: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os medicamentos antipsicóticos embora não curem, foram estabelecidos

como primeiro tratamento para todo o curso da doença. O uso prolongado em doses

adequadas individualmente permite uma redução no tempo de hospitalização e a

permanência dos doentes por mais tempo em seus lares (PÁDUA et al., 2005).

Os antipsicóticos utilizados na esquizofrenia na rede pública de Paranaíba

são bastante eficazes, atuando predominantemente nos sintomas positivos

(alucinações e delírios) e em grau neutro menor, nos sintomas negativos (apatia,

embotamento e desinteresse).

Diante da diversidade e complexidade que é a patologia em si; e também

dos dados das pesquisas que são conflitantes e da necessidade de pesquisas que

trouxessem dados mais conclusivos, uma vez que o índice de erros no diagnóstico

também é alto devido ao grande número de sintomas e da dificuldade em alguns

casos de enquadrar o esquizofrênico em um protocolo correto de medicamento,

podemos dizer que o tratamento da esquizofrenia no município de Paranaíba-MS,

pode ser eficaz com os medicamentos disponibilizados; porém temos que levar em

consideração que existem outras drogas como clozapina, olanzapina, quetiapina,

ziprasidona e mais recente o aripiprazol que também poderiam estar sendo

utilizadas.

O uso de outros antipsicóticos com ação prolongada seria um exemplo a ser

dado, mas acreditamos que o entrave disso se deve ao fato que a maioria pertence

a classe de medicamentos de alto custo, o que estaria gerando um custo elevado

para o estado.

Podemos então dizer que os antipsicóticos típicos apesar da difícil adesão

dos pacientes ao tratamento devido aos efeitos extrapiramidais, ainda permanecem

como primeira escolha quando se consideram estritamente questões relativas ao

custo do tratamento.

Ainda podemos salientar que a saúde mental no sistema único de saúde,

muitas vezes são negligenciados pelos profissionais uma vez que se tratando de

uma patologia incurável e de difícil tratamento, que na maioria das vezes depende

da adesão e colaboração da família no seu controle.

Page 44: Esquizofrenia e os antipsicóticos dispensados na rede pública de paranaíba ms

43

Fica claro então, que o entrave burocrático também afeta o sucesso do

tratamento. Ainda podemos dizer que existem drogas novas, potentes e de ação

prolongada que poderia controlar de forma mais eficiente os diversos quadros da

esquizofrenia que fazem parte da lista de medicamentos de alto custo, portanto

disponível no SUS, mas que são negligenciados ou pela questão do custo, ou ainda,

infelizmente, pela falta de conhecimento, atualização e imprudência de muitos

psiquiatras.

E por último, não menos importante, as intervenções psicossociais têm sido

utilizadas como uma alternativa usada para o tratamento de pacientes

esquizofrênicos, integrados a farmacoterapia. Essas intervenções têm obtido grande

sucesso, levando elementos da educação sobre a esquizofrenia, apoio a família por

parte dos terapeutas, auxilio em problemas cotidianos, dando suporte a aqueles que

lidam diretamente com o paciente.

Sua reintegração na sociedade e sua vida “normal” também são trabalhadas

dentro das intervenções, que procura restabelecer ao máximo sua independência e

além de melhorar sua qualidade de vida.

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