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1 MBA GESTÃO ESTRATÉGICA DE EMPRESAS E NEGÓCIOS EMPREENDEDORISMO Grupo 10 Egnaldo Sarmento Bruno Gobbi Flavia Miranda Aline Gallo Luiz Gonzaga Valmir Rodrigues Denise Ferreira Orlando Lucheta

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MBA – GESTÃO ESTRATÉGICA DE EMPRESAS E NEGÓCIOS

EMPREENDEDORISMO

Grupo 10 Egnaldo Sarmento

Bruno Gobbi

Flavia Miranda

Aline Gallo

Luiz Gonzaga

Valmir Rodrigues

Denise Ferreira

Orlando Lucheta

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Índice

1. Biografia – David Neeleman 3

2. Azul Linhas Aéreas Brasileiras 4

3. Empreendedorismo 9

4. Teorias do Empreendedorismo 14

5. Empreendedorismo no Brasil 16

6. Síndrome do Empregado 17

7. Razões do Empreendedorismo 18

8. Caminhos do Empreendedor 18

9. Características do Empreendedor 19

10. Conclusão 21

11. Referências 23

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1. Biografia – DAVID NEELEMAN

Nascido em São Paulo, David Neeleman é filho de

descendentes holandeses e morou no Brasil até

completar 05 anos de idade, quando retornou com sua

família para Salt Lake City nos Estados Unidos.

Ele freqüentou a Brighton High School em Cottonwood

Heights, Utah, e também a Universidade de Utah por

três anos até abandonar a universidade.

Começou sua vida profissional vendendo pacotes

turísticos para o Havaí entre seus colegas de

faculdade e devido ao sucesso logo foi convidado para

trabalhar na Morris Travel, uma agência de viagens

em Salt Lake.

Tempos depois, passou a operar aeronaves, fundando

sua primeira companhia aérea, a Morris Air –

comprada pela Southwest na seqüencia. Ainda nesta época, Neeleman e sua equipe

implantaram pela primeira vez o sistema de E-Tkts, uma idéia revolucionária para a

aviação.

David implementou a Live TV (empresa que produz e opera um sistema de TV ao vivo

especialmente desenhado para aviões) e teve participação direta na Open Skies (uma

companhia voltada para a administração de receita, recursos e reservas com base na

internet).

No Canadá, começou a desenvolver e aplicar suas idéias inovadoras na WestJet. Em

questão de anos, transformou a companhia em mais um caso de notável sucesso:

hoje a Westjet é a segunda maior empresa aérea do Canadá.

Em 1999, apresentou sua mais genial criação: a JetBlue, eleita desde 2001 a ―Melhor

Companhia Aérea em Vôos Domésticos‖ nos Estados Unidos.

David Neeleman usou toda a sua experiência e paixão pelo setor para fundamentar

uma empresa aérea brasileira de classe internacional, a Azul Linhas Aéreas

Brasileiras. No dia 22 de janeiro de 2010 foi anunciado que o Texas Pacific Group

(TPG), gestor norte-americano de fundos, da ordem de US$ 45 bilhões, comprou 10%

da Azul.

Até aquela data a Azul já havia investido US$ 235 milhões desde o seu lançamento.

O TPG não injetou dinheiro novo na empresa. A negociação foi fechada com dois

fundos de investimento que venderam suas participações para o gestor americano.

Além da Azul, o TPG tem investimentos em empresas como a Continental Airlines e a

Ryanair. David Neeleman anunciou, nos Estados Unidos, que a Azul transportou em

seu primeiro ano de atividades 2,2 milhões de passageiros. De acordo com o

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executivo a Azul é a primeira companhia aérea do mundo a alcançar essa marca em

seu primeiro ano de atividades.

2. Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A.

HISTÓRIA:

A promoção ―Você Escolhe‖ foi lançada em Março de 2008 com a intenção de

escolher o nome da mais nova empresa aérea do país. Contou com mais de 108 mil

cadastros e 157.528 votos, quando foram escolhidas 10 sugestões de nome. A

disputa ficou entre Samba (ligeiramente mais votado) e Azul. Ao final, o grupo de

executivos liderado por David Neeleman escolheu Azul – Linhas Aéreas Brasileiras

S.A.

A competição foi tão acirrada entre as opções Azul e Samba que a empresa decidiu

premiar com um passe vitalício tanto o internauta que enviou pela primeira vez o

nome ―Azul‖, quanto o que primeiro sugeriu ―Samba‖. Vitor Buzzone Varejão (Azul) e

João Souza Dias Garcia (Samba) viajarão de graça, com um acompanhante, pelo

resto de suas vidas, nos jatos da Azul. Além desses dois grandes vencedores, outros

2.000 internautas também foram premiados.

Assim foi selado o nome dessa nova companhia aérea brasileira. Oito meses mais

tarde um avião da Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. sobrevoou, na tarde do dia

05.11.2008, a sede da empresa em Alphaville, comemorando o fato de ser a primeira

aeronave da empresa pronta para começar a voar. O procedimento, realizado por

volta das 14h10, foi autorizado pelo Centro de Controle do DECEA (Departamento de

Controle do Espaço Aéreo).

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A aeronave Embraer 190, prefixo PR-AZL, comandada pelo diretor de operações da

empresa, Álvaro Neto, decolou de Gavião Peixoto, interior de São Paulo, onde fica a

fábrica, às 13h36, com destino a Campinas, Aeroporto de Viracopos, onde pousou às

14h35.

Já foram encomendadas 50

aeronaves Embraer com opção

de compra para outras 36.

Adicionalmente, para acelerar sua

entrada no mercado brasileiro,

arrendou duas aeronaves

Embraer 190 nos Estados Unidos,

da Jet Boi (da qual o proprietário

da Azul é presidente do Conselho

de Administração) que serviram

inicialmente para atividades de

treinamento e aperfeiçoamento de

pilotos e comissários de bordo. A entrega da primeira aeronave nova pela Embraer

aconteceu no final de dezembro de 2008 e a expectativa é receber uma por mês ao

longo de três anos, chegando a 42 aeronaves no final de 2012.

Em 12 de novembro de 2008 a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) emitiu o

Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (CHETA) para a Azul e

esta iniciou suas operações em 15 de dezembro do mesmo ano. As duas primeiras

rotas da companhia, com sede em Campinas (Aeroporto de Viracopos), foram

Campinas-Salvador e Campinas-Porto Alegre (ida e volta). O início das vendas de

passagens esteve sujeito a aprovação dos "horários de trânsito" aéreo (HOTRAN).

No dia 27 de novembro, a empresa assinou um contrato de conteúdo total, de longo

prazo, com a Sabre Travel Network, com o objetivo de oferecer alcance global e

otimizar seus recursos de distribuição por meio da disponibilização das tarifas e do

inventário aos viajantes, às corporações e às agências Sabre de todo o mundo,

através do Sistema de Distribuição Global (SDG).

Entre 02 e 05 de dezembro de 2008 a empresa promoveu uma série de roadshows

por oito cidades brasileiras (Brasília, Curitiba, Campinas, Rio de Janeiro, Vitória, Belo

Horizonte, Salvador e Porto Alegre). Em cada um dos destinos, os agentes de viagem

participaram de um sobrevôo de 45 minutos, em conjunto com representantes da

diretoria da empresa. No vôo, todos conheceram o serviço de bordo, os uniformes e

os diferenciais da companhia aérea, como poltronas em couro ecológico, dispostas

dois a dois, e o espaço interno.

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O primeiro avião, novo, recebido

diretamente da fábrica, Embraer,

modelo 195, foi entregue dia 11

de dezembro de 2008. No seu

primeiro dia de operação a

companhia obteve a taxa média

de ocupação de 62%. Na rota

Campinas-Salvador embarcaram

90 passageiros e no retorno, 59.

Na rota Campinas-Porto Alegre,

51 embarcaram e 64 retornaram.

Foram utilizadas aeronaves

Emb-190, arrendadas, com capacidade para 106 lugares (26 fileiras com 4 poltronas

e a última com 2 poltronas). Com esses números, a empresa superou a taxa

necessária para cobrir os custos de operação. No final de dezembro de 2008 haviam

oito freqüências diárias para Salvador e dez para Porto Alegre.

O jato escolhido para equipar a frota, o Embraer 195, não é apenas o mais confortável

ou o mais avançado avião na categoria. Na configuração escolhida pela Azul, é uma

das mais seguras aeronaves em operação em todo o mundo. Cada um deles será

equipado com dois dispositivos moderníssimos, os HUD – Head Up Displays – que

permitirão um significativo aumento na segurança operacional. Eles funcionam

projetando informações fundamentais sobre os vidros adiante dos pilotos. Desta

forma, eles podem trabalhar com mais segurança, sobretudo em condições de baixa

visibilidade. A Azul será a única no mundo a operar com HUDs duplos, para ambos os

pilotos, em 100% da frota.

Até 31 de dezembro de 2008 a empresa já contava com 900 funcionários (chamados

tripulantes, independentemente se de terra ou de ar) e cinco aeronaves (02 Emb-190

arrendados e 03 Emb-195 novos, vindos diretamente da Embraer). O programa de

fidelização da empresa se chama Tudo Azul onde para cada passagem acima de R$

100,00 haverá um bônus de 5%. A partir de R$ 25,00 acumulados o passageiro já

pode pedir a bonificação ao adquirir novos bilhetes. Em 11.10.2009 a companhia já

operava 12 aeronaves (07 EMB-190 para 106 passageiros e 05 EMB-195 para 118

passageiros e aguarda a entrega de mais dois EMB-190 até o final do ano), voando

para 14 cidades.

A partir de 14 de janeiro de 2009 duas novas rotas se integraram à companhia

(Campinas-Curitiba e Campinas-Vitória, ida e volta). A Azul contabilizou 200 milhões

de dólares para começar a operar no Brasil. Desta forma tornou-se a companhia mais

capitalizada (em sua fundação) da história da aviação mundial. Foram encomendadas

50 aeronaves e outras 36 em opção de compra, todas da Embraer - o valor total do

negócio ultrapassou a US$ 3 bilhões. Ainda em virtude de acelerar sua entrada no

mercado brasileiro, a Azul arrendou duas aeronaves Embraer 190 nos Estados

Unidos, utilizadas para treinamento e aperfeiçoamento de pilotos e comissários de

bordo.

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EMBRAER ERJ-190-100GW 190AR, PREFIXO PR-AZL, FOTOGRAFADO NO AEROPORTO SALGADO FILHO,

PORTO ALEGRE, EM 25 DE JULHO DE 2010 (FOTO/CRÉDITO: FERNANDO TOSCANO).

O planejamento de frota da companhia prevê a entrega de novas aeronaves ao longo

de três anos, chegando a 42 unidades no final de 2011 e 86 ao final de 2013. Em 18

de fevereiro de 2009 a Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. informou ao mercado que

contratou a BR Aviation para ser a fornecedora exclusiva de combustíveis pelos

próximos três anos. O acordo foi assinado após um período de negociações, iniciado

em março de 2008, e prevê o fornecimento de querosene de aviação (JET A-1), além

de prestações de serviço, tais como destanqueio de aeronaves e operação de

painéis. Também já iniciou seu web check-in (check-in de passageiros pela internet).

Proprietário - David Neeleman (brasileiro nascido em São Paulo e presidente do

Conselho de Administração da JetBlue).

Presidente - Pedro Janot (ex-diretor do Grupo Pão de Açúcar)

Vice-Presidente - Miguel Dau (ex-diretor da VARIG e ex-presidente da Flex;

comandante de aeronaves)

Vice-Presidente de Marketing - Trey Urbahn

Diretor de Marketing - Gianfranco Beting (ex-diretor da GOL)

Diretor de Operações - Álvaro Neto

Diretor de Tecnologia - Paulo Nascimento.

A Azul fechou 2008 (um mês de operações) com cinco aeronaves voando (03 EMB-

195AR e 02 EMB-190AR), realizando 236 vôos em 408 horas voadas, 272.020 km

voados a uma velocidade média de 667 km/h, 231.751 passageiros transportados e

40.801 toneladas quilômetros de carga transportada. Em 2009 a Azul foi à empresa

aérea brasileira que mais cresceu proporcionalmente, recebendo oito novas

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aeronaves da EMBRAER, totalizando 13 aviões (08 EMB-190AR e 05 EMB-195AR) e

mais duas EMB-190LR encomendadas. Além disso, assumiu a 4ª posição no

mercado brasileiro de passageiros atrás da TAM, GOL/VARIG e Web Jet. A taxa de

ocupação foi de 79,2% de taxa de ocupação - a maior entre as grandes empresas e a

participação no mercado interno foi de 3,71% - excelentes números para empresa

com um ano de atividades.

O ERJ-190 POUSANDO EM PORTO ALEGRE (PR-AZL) - 25.07.2010 (FOTO/CRÉDITO: FERNANDO

TOSCANO).

O Santander e a Azul Linhas Aéreas anunciaram no dia 30 de agosto de 2010 uma

transação em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento e Social (BNDES)

para a aquisição de seis aeronaves 195 da Embraer. A negociação - avaliada em US$

250 milhões - consiste na compra dos jatos por parte do banco, e posterior aluguel de

tais aviões para a companhia aérea.

Conforme comunicado oficial divulgado a negociação tem o aval do BNDES, que

financiará 100% das aeronaves, expandindo as operações da Azul no País. O

pagamento do aluguel das aeronaves será feito pela Azul de forma semestral ao

Santander, por 12 anos - prazo de amortização estipulado pelo BNDES, que

financiará 80% da transação de US$ 250 milhões. Ao final desse período, o banco

privado terá a opção de vender as aeronaves ou negociar com a Azul para continuar a

alugá-las.

A Azul é a única empresa aérea brasileira a operar seu próprio simulador de vôo

(simulador "nível D", adquirido em dezembro de 2009 por US$ 20 milhões). Além

disso a Azul mantem sempre uma aeronave parada, de reserva, pronta para uso e

abastecida, para caso de eventual necessidade, de forma a evitar atrasos. Em 28 de

julho de 2010 a empresa atingiu 4 milhões de passageiros transportados.

Frota (19.11.2010): EMB-195 (10); EMB-190 (13). Encomendadas: 03 EMB-195. Total

(com encomendas): 26 aeronaves, todas fabricadas pela Embraer. Além dessas

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foram adquiridas 21 novas aeronaves ATR-72-600 (ítalo-francesas), turbo-hélices, em

20.07.2010 (com opção para mais 20), num contrato de US$ 850 milhões. Elas

iniciarão as atividades na empresa a partir do final de 2011 para novas rotas onde o

jato ainda não se faz necessário ou para complementar rotas já servidas pelos aviões

da Embraer

3. Empreendedorismo

Empreendedorismo: designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.

Empreendedor: é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento.

É o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é utilizado – no cenário econômico – para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.

Origem: A palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter em 1950 como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1967 com Kenneth E. Knight e em 1970 com Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. E em 1985 com Gifford Pinchot foi introduzido o conceito de Intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora mas dentro de uma organização

Uma das definições mais aceitas hoje em dia é dada pelo estudioso de empreendedorismo, Robert Hirsch, em seu livro ―Empreendedorismo‖. Segundo ele, empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.

A satisfação econômica é resultado de um objetivo alcançado (um novo produto ou empresa, por exemplo) e não um fim em si mesma.

Definição: Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico e social de um país.

Análise histórica

A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir.

Entretanto, foi o economista francês Jean-Baptiste Say, que no início do século XIX conceituou o empreendedor como o indivíduo capaz de mover recursos econômicos

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de uma área de baixa para outra de maior produtividade e retorno. Mais tarde, o austríaco Joseph Schumpeter, um dos mais importantes economistas do século XX que definiria esse indivíduo como o que reforma ou revoluciona o processo ―criativo-destrutivo‖ do capitalismo, por meio do desenvolvimento de nova tecnologia ou do aprimoramento de uma antiga – o real papel da inovação. Esses indivíduos são os agentes de mudança na economia.

Posteriormente, Peter Ferdinand Drucker, considerado ―o pai da administração moderna‖, é que amplia a definição proposta por Jean-Baptiste Say, descrevendo os empreendedores como aqueles que aproveitam as oportunidades para criar as mudanças. Os empreendedores não devem se limitar aos seus próprios talentos pessoais e intelectuais para levar a cabo o ato de empreender, mas mobilizar recursos externos, valorizando a interdisciplinaridade do conhecimento e da experiência, para alcançar seus objetivos.

O conceito de empreendedorismo está também muito relacionado aos pioneiros da alta tecnologia do Vale do Silício, na Califórnia. Ainda nos EUA, o Babson College tornou-se um dos mais importantes pólos de dinamização do espírito empreendedor com enfoque no ensino de empreendedorismo na graduação e pós-graduação, com base na valorização da oportunidade e da superação de obstáculos, conectando teoria com a prática, introduzindo a educação para o empreendedorismo através do currículo e das atividades extracurriculares. É notória a atual ênfase dada ao empreendedorismo e a inovação como temas centrais nas melhores Universidades Norte-Americanas.

Século XVII

Os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos), do capitalista (aquele que fornecia o capital).

Século XVIII

Nesse século o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo, através da Revolução Industrial.

Século XIX e XX

No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundidos com os administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista.

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O perfil do empreendedor

Os estudos na área do empreendedorismo mostram que as características do empreeendedor ou do espírito empreendedor, da indústria ou da instituição, não é um traço de personalidade. Para Meredith, Nelson e Nech (apud UFSC/LED 2000 p. 51) ― Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos‖.

O empreendedor tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Valoriza suas experiências, valoriza seu valor, tomando decisões e decisões acertadas. Abre novas trilhas, explora novos conhecimentos, define objetivos e dá o primeiro passo. De acordo com Gerber (1996), o século XVIII foi marcado por grandes modificações nos processos industriais. A revolução industrial teve início no século XVII, se caracterizando pela mudança dos processos produtivos que eram feitos manualmente e passaram a ser feitos por máquinas. Essa época modificou ou transformou os meios de produção, as relações econômicas, as relações sociais e as relações culturais. Como conseqüência aconteceu a divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização. O homem passou a ser visto como uma máquina produtiva e não como gente (Leite, 2000).

Procurando cada vez mais a eficácia, surgiram os grandes pensadores aliados aos interesses dos empresários. Cenários com novas estratégias. Falase em marketing e relações humanas. As idéias de Taylor imperam, porém o consumidor se faz ouvir, surgindo a segmentação do mercado de Sloan: a diversidade, modelos específicos para usuários diferentes. Ela foi colocada em cheque com o mundo da informática, com a nova visão de mundo. Ouviu-se, então, Peter Drucker, considerado o pai da gestão. Colocou-se de lado o mecanicismo e surgiu a preocupação com o indivíduo. Descobriu-se que, para o bom desempenho, auto-estima é vital. Com as tecnologias de informação, o homem passa a ser o centro das atenções.

Hoje, fala-se do ―Capital Intelectual‖ que nada mais é do que: conhecimento, experiência, especialização. Ferramentas ou estratégias utilizadas para se ter sucesso e ser competitivo. A mão-de-obra passa a ser cabeça-de-obra. É o conhecimento e a capacidade gerando novas idéias. O foco está nas pessoas. Assim, o perfil do profissional de sucesso que lidera suas concepções e suas atitudes está em pessoas que conseguem harmonizar esforços individuais ou coletivos e que criam algo novo e criativo.

Segundo Leite(2000), nas qualidades pessoais de um empreendedor, entre muitas, destacam-se:

a) iniciativa; b) visão; c) coragem; d) firmeza; e) decisão; f) atitude de respeito humano; g) capacidade de organização e direção.

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Traçar metas, atualizar conhecimentos ser inteligente, do ponto de vista emocional, conhecer teorias de administração, de qualidade e gestão, são mudanças decorrentes da globalização e da revolução da informação. O empreendedor deve focalizar o aprendizado nos quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, e com isso, ser capaz de tomar a decisão certa frente à concorrência existente. Novas habilidades vêm sendo exigidas dos profissionais para poderem enfrentar a globalização com responsabilidade, competência e autonomia.

Buscam-se profissionais que desenvolveram novas habilidades e competências, com coragem de arriscar-se e de aceitar novos valores, descobrindo e transpondo seus limites. O futuro é cheio de incertezas, por isso, é preciso refletir sobre: habilidades pessoais e profissionais; criatividade; memória; comunicação; como enfrentar este século. Diferenciar-se dos demais, revalidar seu diploma pessoal e profissional, rever convicções, incorporar outros princípios, mudar paradigmas, sobrepor idéias antigas às novas verdades, este é o perfil do profissional que, trocando informações, dados e conhecimentos, poderá fazer parte do cenário das organizações que aprendem, das organizações do futuro. São mudanças socioculturais e tecnológicas que fazem repensar hábitos e atitudes frente às novas exigências do mercado.

Conquista-se a autonomia profissional quando se é perseverante, determinado, aprendiz, flexível e quando se tem:

Positividade Organização Criatividade Inovação Foco

Essas qualidades ajudam a vencer a competitividade dos tempos modernos. Pela experiência pode-se afirmar que a maioria das pessoas, se estimuladas, podem desenvolver habilidades empreendedoras. Ouve-se e fala-se que o empreendedor precisa ter visão. Visão pessoal. Uma visão que vem de dentro. A maioria das pessoas tem pouca noção da verdadeira visão, dos níveis de significado. Metas e objetivos não são visão. Ser visionário é imaginar cenários futuros, utilizando-se de imagens mentais. Ter visão é perceber possibilidades dentro do que parece ser impossível. É ser alguém que anda, caminha ou viaja para inspirar pensamentos inovadores.

Esse enfoque se volta à disposição de assumir riscos e nem todas as pessoas têm esta mesma disposição. Não foi feito para ser empreendedor quem precisa de uma vida regrada, horários certos, salário garantido no fim do mês. O empreendedor assume riscos e seu sucesso está na ―capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles‖ (Degen, 1989, p.11). Gerber (2004), apresenta algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis organizacionais, quais sejam:

a) o Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade excepcional, é visionário, sonhador; o fogo que alimenta o futuro; vive no futuro, nunca no passado e raramente no presente; nos negócios é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar nos novos mercados;

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b) o Administrador, que é pragmático, vive no passado, almeja ordem, cria esquemas extremamente organizados para tudo;

c) o Técnico, que é o executor, adora consertar coisas, vive no presente, fica satisfeito no controle do fluxo de trabalho e é um individualista determinado.

É importante destacar no pensamento de Gerber (2004) o fato dos três personagens estarem em eterno conflito, sendo que ao menor descuido o técnico toma conta, matando o visionário, o sonhador, o personagem criativo que está sempre lidando com o desconhecido. Os riscos fazem parte de qualquer atividade, sendo necessário aprender a administrá-los, pois eles são um dos fatores mais importantes que inibem o surgimento de novos empreendedores. Um outro fator inibidor é o‖ capital social‖ que são valores e idéias que sublimemente nos foram incutidos por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa formação intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas.

Dessa forma, um pai engenheiro desperta no filho o ideal de seguir a mesma carreira, militares, pilotos, esportistas, até pessoas que raramente vão vislumbrar ou ter interesse numa carreira de empreendedor exercem sua influência na formação das pessoas. É de se considerar, porém, que a avaliação mais objetiva do preparo para empreender é a percepção que a pessoa tem de si própria, refletindo na sua autoconfiança. Com o potencial empreendedor também isso acontece. O que se aprende na escola, nas pesquisas, nas observações, vai se acumulando. O preparar-se para ser empreendedor, portanto, inicia-se com o domínio que se tem sobre tarefas que se fazem necessárias, o próprio desenvolvimento da capacidade de gerenciamento. O que falta, na verdade, é motivação para uma tomada de decisão para se tornar um empreendedor.

Decisões tomadas no cotidiano são inúmeras. Os processos de decisão nem sempre são simples, objetivos e eficientes como deveriam ser pois, se a intuição está de um lado; a análise racional está do outro.

Descrevem-se aqui os oito estilos de decisão, relatados por Cohen,(2001):

Intuitivo: tenta projetar o futuro, com perspectiva ao médio e do longo prazo, imaginando o impacto dessa ação.

O planejador: situa-se onde está e para onde se deseja ir, com planejamento e tendo um processo de acompanhamento, adequando à realidade sempre que for necessário.

O perspicaz: diz que além da percepção é necessário conhecimento.

O objetivo: sabe qual o problema a ser resolvido.

O cobrador: tem certeza das informações, vê a importância de medir e corrigir quando o resultado não foi o decidido.

O Pró-ativo: envolve-se pessoal e diretamente, acredita em grupos para estudos multidisciplinares.

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O meticuloso: junta opiniões de amigos, especialistas, funcionários, tentando se convencer da solução a encontrar.

O estrategista: decide cumprir sua estratégia de crescimento, tendo percepção do que resolver. Diagnostica o problema para encontrar a solução e sua resolução com eficácia.

A decisão é de cada um. Interagir, refletir, deixar a cada um o momento de uma descoberta e desenvolvendo habilidades específicas para o sucesso da sua escolha é de responsabilidade única e exclusiva. As características comuns que se encontram no empreendedor que fez uma escolha, tanto nas universidades como na sociedade, são difíceis para listar com precisão, porém diferentes autores chegaram a algumas conclusões. Elas dizem respeito às necessidades, conhecimento, habilidades e valores.

As necessidades que se referem a conhecimentos, Lezana (1995, p.78) assim elenca:

aspectos técnicos relacionados a negócios experiência na área comercial escolaridade formação complementar experiência em organizações vivência com situações novas.

As necessidades que se referem aos valores, Empinotti (1994), argumenta que são os existenciais, estéticos, intelectuais, morais e religiosos. É preciso, no entanto, ser registrado que, no contexto empresarial, essas características podem se desenvolver e atuar de forma positiva ou negativa. É a personalidade do empreendedor que fará o impacto decisivo para o sucesso.

4. Teorias do Empreendedorismo

A teoria econômica, também conhecida como schumpeteriana, demonstra que os primeiros a perceberem a importância do empreendedorismo foram os economistas. Estes estavam primordialmente interessados em compreender o papel do empreendedor e o impacto da sua atuação na economia. Três nomes destacam-se nessa teoria: Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Schumpeter.

Cantillon era um banqueiro que hoje poderia ser descrito como um capitalista de risco, cujo seus escritos revelam um homem em busca de oportunidades de negócios, preocupado com o gerenciamento inteligente de negócios e a obtenção de rendimentos otimizados para o capital investido.

Say distinguiu entre empreendedores e capitalistas e os lucros de cada um. Say considerava o desenvolvimento econômico como resultado da criação de novos empreendimentos e ansiava pela expansão da Revolução Industrial inglesa na França. Cantillon e Say consideravam os empreendedores como pessoas que corriam riscos, basicamente porque investiam seu próprio dinheiro. Na visão de Cantillon, os empreendedores compravam matéria prima, por certo preço com o objetivo de processá-la e revendê-la por um preço ainda não definido. Os empreendedores eram, portanto, pessoas que aproveitavam as oportunidades com a perspectiva de obterem

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lucros, assumindo riscos inerentes. Say fazia distinção entre empreendedores e capitalistas e entre os lucros de cada um. Ao fazê-lo, associou os empreendedores à inovação e via-os como os agentes da mudança.

Porém, Schumpeter foi quem realmente lançou o campo do empreendedorismo, associando-o claramente à essência da inovação.

A essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios, sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles seja deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações. Uma das principais críticas destinadas a esses economistas é que eles não foram capazes de criar uma ciência comportamentalista.

A segunda teoria, dos comportamentalistas, refere-se a especialistas do comportamento humano: psicólogos, psicanalistas, sociólogos, entre outros. O objetivo desta abordagem do empreendedorismo foi de ampliar o conhecimento sobre motivação e o comportamento humano.

Um dos primeiros autores desse grupo a demonstrar interesse foi Max Weber (1930). Ele identificou o sistema de valores como um elemento fundamental para a explicação do comportamento empreendedor. Via os empreendedores como inovadores, pessoas independentes cujo papel de liderança nos negócios inferia uma fonte de autoridade formal. Toda via, o autor que realmente deu início à contribuição das ciências do comportamento foi David C. McClelland.

Nessa linha, McClelland (1972) foi um dos primeiros autores a estudar e destacar o papel dos homens de negócios na sociedade e suas contribuições para o desenvolvimento econômico. Esse autor concentra sua atenção sobre o desejo, como uma forca realizadora controlada pela razão. Para McClelland, um empreendedor é alguém que exerce controle sobre uma produção que não seja só para o seu consumo pessoal. De acordo com a sua definição, um executivo em uma unidade produtora de aço na União Soviética é um empreendedor.

De fato o trabalho de McClelland (1971) está concentrado em gerentes de grandes organizações e, apesar de estar fortemente ligado ao empreendedorismo, uma leitura cuidadosa de seus escritos mostra que ele nunca fez qualquer elo entre a necessidade de auto realização e a decisão de lançar, possuir ou até mesmo gerenciar um negócio.

Outros pesquisadores têm estudado a necessidade de realização, porém nenhum deles parece ter chegado a conclusões definitivas sobre qualquer tipo de conexão com o sucesso dos empreendedores. Alguns autores acham que a necessidade de realização é insuficiente para a explicação de novos empreendimentos; enquanto outros acham que ela não é suficiente o bastante para explicar o sucesso dos empreendedores.

É importante observar que os autores da teoria comportamentalista não se opuseram às teorias dos economistas, e sim ampliaram as características dos empreendedores.

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5. Empreendedorismo no Brasil

No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma condição importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que não conseguiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o país precisou mudar. Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para poder competir e voltar a crescer. O governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e ajustando a economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia voltou a crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos postos de trabalho. Investidores de outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram. Juntas essas empresas empregam cerca de 40 milhões de trabalhadores.

As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em 3 áreas:

Técnicas: Envolve saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe.

Gerenciais: Incluem as áreas envolvidas na criação e gerenciamento da empresa (marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, planejamento e controle).

Características pessoais: Ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ter ousadia, persistente, visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo que faz.

Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos mostram que o sucesso nos negócios depende principalmente de nossos próprios comportamentos, características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. No Brasil, apenas 14% dos empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possuem formação superior. Quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por oportunidade.

Definição da palavra

Robert Menezes - professor de Empreendedorismo da UFCG - comenta:"Empreendedorismo é aprendizado pessoal, que impulsionado pela motivação, criatividade e iniciativa, busca a descoberta vocacional, a percepção de oportunidades e a construção de um projeto de vida ideal." (MTC - Metodologia para Gestão do Processo de Formação Empreendedora em Universidades - Locus Científico, Vol I,IV, 2007. pp.72-78))

Eder Luiz Bolson disse que "empreendedorismo é um movimento educacional que visa desenvolver pessoas dotadas de atitudes empreendedoras e mentes planejadoras".

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Robert Menezes disse que "Empreendedorismo é a arte de fazer acontecer com motivação e criatividade."(Locus Científico, Vol I, IV, 2007. pp. 72-78))

Robert Menezes disse que "Ser empreendedor é preparar-se emocionalmente para o cultivo de atitudes positivas no planejamento da vida. É buscar o equilíbrio nas realizações considerando as possibilidades de erros como um processo de aprendizado e melhoramento. Ser empreendedor é criar ambientes mentais criativos, transformando sonhos em riqueza."

Louis Jacques Fillion disse que o empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões.

Jeffry Timmons disse que o empreendedor é alguém capaz de identificar, agarrar e aproveitar oportunidade, buscando e gerenciando recursos para transformar a oportunidade em negócio de sucesso.

Hélio Nascimento define o empreendedor como capaz de formar outro profissional melhor que ele.

Marcelo Benvenuto define o empreendedor como sendo aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados.

George Bernard Shaw disse que "Alguns homens vêem as coisas como são, e perguntam: Por quê?. Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto: "Por que não?".

6. Síndrome do Empregado

O termo síndrome do empregado nasceu com o personagem "Seu André" do livro O Segredo de Luísa do autor brasileiro Fernando Dolabela. "Seu André" preocupado em explicar a ineficácia de grande parte dos empregados da sua indústria, disse: "eles estão contaminados com a síndrome do empregado".

A síndrome do empregado designa um empregado:

Desajustado e infeliz, com visão limitada; Dificuldade para identificar oportunidades; É dependente, no sentido que necessita de alguém para se tornar produtivo; Sem criatividade; Sem habilidade para transformar conhecimento em riqueza, descuida de outros

conhecimentos que não sejam voltados à tecnologia do produto ou a sua especialidade;

Dificuldade de auto-aprendizagem, não é auto-suficiente, exige supervisão e espera que alguém lhe forneça o caminho;

Domina somente parte do processo, não busca conhecer o negócio como um todo: a cadeia produtiva, a dinâmica dos mercados, a evolução do setor;

Não se preocupa com o que não existe ou não é feito: tenta entender, especializar-se a melhorar somente no que já existe;

Mais faz do que aprende;

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Não se preocupa em formar sua rede de relações, estabelece baixo nível de comunicações;

Tem medo do erro, não trata como uma aprendizagem; Não se preocupa em transformar as necessidades dos clientes em

produtos/serviços; Não sabe ler o ambiente externo: ameaças; Não é pró-ativo (expressão que indica iniciativa, vontade própria e espírito

empreendedor).

7. Razões do empreendedorismo

O empreendedorismo busca a auto-realização que quem utiliza este método de trabalho, estimular o desenvolvimento como um todo e o desenvolvimento local, apoiando a pequena empresa, ampliando a base tecnológica, criar empregos, evitar armadilhas no mercado que está incindido.

Partes envolvidas

CARACTERÍSTICAS GERENTE EMPREENDEDOR INTRA-EMPREENDEDOR

Motivação Poder Liberdade de ação, Auto-motivação

Liberdade de ação e recompensa Organizacional

Atividades Delega a sua autoridade

Arregaça as mangas, Colabora com os outros

Delega mas colabora

Competência Administração, Política

Negócios, Gerência e Política

Empreendedor com mais habilidade Política

Interesses Acontecimentos internos da empresa

Tecnologia e mercado Dentro e fora da empresa, mercado

Erros Evitar erros Aprendizagem com erros Erros são evitados, mas aprende-se com eles

Decisões Interage do assunto para depois delegar

Visão e decisão própria, Acção versus Discussão

Fundamentação

Sistema Burocracia o satisfaz Se o sistema não o satisfaz, constrói o seu

Acomoda-se ou provoca curto-circuito

Relações Hierarquia Negociação Hierarquia "amiga"

8. Caminhos do empreendedor

Caminho 1 (Auto-conhecimento): Espaço de sí estreito (Teoria X) versus. Espaço de sí amplo (Teoria Y).

Caminho 2 (Perfil do empreendedor): Comparação das características do empreendedor e da pessoa.

Caminho 3 (Aumento da criatividade): Dominar os processos internos para gerar inovação e criatividade.

Caminho 4 (Processo visionário): Desenvolver uma visão e aprender a identificar oportunidades.

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Caminho 5 (Rede de relações): Estabelecer relações que possam servir de suporte ao desenvolvimento e aprimoramento da idéia do negócio e sua sustentação.

Caminho 6 (Avaliação das condições para iniciar um plano): Avaliar as suas condiçoes até então e separar o utilizável do descartável para inicializar seu plano.

Caminho 7 (Plano de negócio): Metas mensuráveis, flexibilidade no plano, indicadores de evolução, compromisso coletivo, revisão de metas, aprender com a experiência.

Caminho 8 (Capacidade de negociar e apresentar uma idéia): Cooperação entre pessoas, parceiros ou empresas para alcançar objetivos de tal forma que todos saiam ganhando.

9. Características do Empreendedor

Uma pessoa empreendedora precisa ter características diferenciadas como originalidade, ter flexibilidade e facilidade nas negociações, tolerar erros, ter iniciativa, ser otimista, ter auto-confiança e ter intuição e ser visionário para negócios futuros. Um empreendedor é um administrador, necessita ter conhecimentos administrativos, ter uma política para a empresa, ter diligência, prudência e comprometimento.

Abrir a primeira empresa é como ganhar asas!

Ser empreendedor é voar, quando uma pessoa se lança ao desafio de criar um negócio próprio ela está literalmente ganhando asas. A metáfora de voar pela primeira vez e abrir a primeira empresa foi descrita no livro "O Vôo do Camaleão" e ilustra os desafios pelos quais irão passar os empreendedores, bem como suas recompensas pelos riscos assumidos.

As coisas podem ficar melhores

Um empreendedor deve acreditar que o modelo atual pode ser melhorado. Ele compreende que não será nada fácil traduzir esta frase em resultados e por isso, é a primeira pessoa a aceitar o desafio de mudar. É a primeira pessoa a se responsabilizar caso algo falhe em toda a trajetória do empreendimento. Empreendedores gostam de mudanças.

A arte de ver mais longe e evoluir com erros

Através de mudanças, se obtém experiências e estas, traduzem-se em ciência, que por sua vez é utilizada para fins evolutivos. Logo não parece ser apenas um golpe de sorte, quando observamos elevado know-how de empreendedores em ambientes de negócios.

Quando há evolução, há melhora. Definitivamente, empreendedores são pessoas que não apreciam situações de normalidade ou mediocridade.

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Empreendedores são antes de tudo, pessoas que tem a capacidade de enxergar o invisível. A isso, aplica-se a máxima: Empreendedores possuem visão.

Empreendedores adoram não como resposta

Inovações em corporações e corporações com inovações, surgem em sua maioria das vezes, em momentos de necessidade. Momentos de necessidade demandam grandes soluções, que por sua vez, demandam grandes idealizadores. Para qualquer solução necessária, exigi-se riscos e tentativas. Riscos e tentativas costumam estar presentes em ambientes dinâmicos e hostis. Em resumo, alguém precisa ter "estrutura" profissional e emocional para ir em direção contrária do fluxo praticado. Em primeira estância e, em 99% das vezes, o primeiro feedback solicitado trará péssimos incentivos. "Não, isto não vai dar certo". Empreendedores adoram não como resposta, eles seguem adiante exaurindo possibilidades e visionando o por vir.

Características Empreendedoras

O termo empreendedor — do francês entrepreneur — significa aquele que assume riscos e começa algo novo. O empreendedor é a pessoa que consegue fazer os planos acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tem desenvoltura para a área financeira e além de uma capacidade de identificar as oportunidades. Com esse arsenal, transforma idéias em realidade não é dificil. Os empreendedores possuem uma criatividade aguçada e um alto nível de energia, estes demonstram imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente o habilitam a transformar uma idéia simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado.

Não existem o verdadeiro perfil empresarial, o que existe é empreendedores que provêem de experiêrcias profissionais, educacionais e situações familiares e vivendias profissionais variadas. Portanto, o empreendedor pode ser, médico, secretária, trabalhador da linha de montagem, representante comercial, gerente, engenheiro, professor, não há uma profissão que diga que este é o perfil do empreendedor. Apesar da literatura mostrar vários aspectos sobre as características empreendedoras, as mais fáceis de perceber são:

• Necessidade de reconhecimento; • Necessidade de poder e status; • Necessidade de segurança; • Necessidade de auto realização e inovação; • Capacidade de persuasão; • Auto-confiança; • Disposição ao risco; • Perseverança.

Empreendedor artesão: em um extremo do continuum, é básicamente que tem conhecimento técnico do trabalho, possui conhecimento basico de gestão de negócios e das habilidades técnicas. A formação educacional limita-se ao treinamneto técnico, portanto tem experiencia técnica do trabalho. Mas não tem capacidade intelectual para se comunicar bem, para avaliar o mercado, gerir os negócios. A tomada de decisões se caracteriza por ser tomada em curto espaço de tempo (orientação de tempo de curto prazo), não havendo planejamento para o futuro, crescimento ou mudança.

A abordagem quanto ao processo decisório é caracterizado por: • orientação de tempo de curto prazo, com pouco , com pouco planejamento para o futuro crescimento ou mudança; • ser partenalista (conduzir o negócios de forma como conduziria a própria família); • centralizador, não delegando autoridade • utilizar de

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uma ou mais fontes de capital para abrir a empresa; • definir a estratégia de marketing, finanças em termo do preço tracional, da qualidade e da reputação da empresa; • esforçar-se nas vendas por exclusivamente motivos pessoais;

O empreendedor artesão é em geral aquele profissional (mecânico, cabeleireira) que abre um négocio independente, para aproveitar a sua experiência profissional, ampliando horizontes. Se não puder crescer profissionalmente ou culturalmente e financeiramente sempre será um fonrcedor de mão-de-obra ou de trabalho especializado.

Empreendedor oportunista: compõe o outro extremo do continnum, é o empreendedor que possui educação técnica suplententada po estudo de assuntos mais amplos, como administração, econômia, legislação ou línguas. Busca estar sempre atualizado e procura estudar e aprender. Identifica-se por evitar o partenalismo na condução da equipe de trabalho, além de delegar autoridade às pessoas necessárias para o crescimento, foca estratégias de marketing e desenvolve os mais variados esforços de venda. Consegue capital original de mais de duas fontes de dinheiro, planeja e organiza o crescimento do empreendimento, além de utilizar software ou ferramentas para controle, e para o gerenciamento operacional. Ambos estilos de empreendedores compõem extremos de aboragem gerencial.

De um lado o artesão que conhece o produto e dá asas à imaginação, no outro o oportunista que possui boa instrução e se utiliza de procedimentos gerenciais sistemáticos. Um bom negócio é aquele que tem o seu feitio pessoal, a sua cara, o seu jeito. O negócio deve ajustar-se a você como se fosse feito sob medida. Mas você tem de conhecer suas medidas para saber se o negócio lhe cabe.

10. O Empreendedor David Neeleman - CONCLUSÃO

O empreendedor tem que pensar diferente, tem que ter ideias diferentes, tem que apresentar inovações para o mercado, focos e metas bem definidas, ter um caminho traçado para atingir um objetivo, por tudo em prática para conseguir almejar um resultado positivo. Estas características são bem observadas quando visto os discursos, as entrevistas e lida as reportagens de David Neeleman.

No começo de sua carreira, na época, o jovem Neeleman, verificou a oportunidade de negócios em vendas de pacotes aéreos para seus colegas de faculdade. Nesse momento já se verificava em sua personalidade posturas de um empreendedor: oportunidade – um mercado em potencial carente de um tipo de produto – criatividade – pacotes de turismos focados para jovens consumidores – objetivo: ganhar dinheiro para construir a sua empresa de turismo – e em, conexão a tudo isso, a iniciativa do trabalho.

Passado-se algum tempo, já mais experiente, o empreendedor começa a enxergar oportunidades e, literalmente, voos maiores na vida de Neeleman. Vendo o mercado dos Estados Unidos da América com tarifas aéreas caras e com público alvo apenas no mercado A e B, o mesmo começa a operar voos arrendados com tarifas menores atingindo um público maior no mercado B e também alcançando o mercado C. Essas operações visavam translados internos no território americano e principalmente com focos turísticos, como o próprio diz e sua entrevista para o estadão online ―pessoas

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que nunca haviam imaginado conhecer o Havaí começaram a planejar férias da família no paraíso a Noroeste do território americano‖. Essa visão de negócio, a capacidade de realização, e todos os outros conceitos do empreendedor já destacados aqui neste trabalho levou David ao sucesso como empresário: Co-fundador da Morris Air (comprada pela Southwest), alavancou o sucesso da WestJet (hoje, segunda maior empresa aérea do Canadá), fundador da Jetblue (desde de 2001 a melhor companhia de voos domésticos dos EUA) e atualmente, fundador e diretor da Azul Linhas Aéreas Brasileiras (companhia que vem apresentando crescimento notório no Brasil).

Outro conceito importante a destacar acerca de inovação foi a revolucionária idéia implantada por David Neeleman e sua equipe, após a venda da Morris Air para a Southwest, dos E-tikets, um conceito novo para aviação: venda online de bilhetes de voos.

Voltando a discursar sobre o empreendedorismo na fundação da azul, foco central do trabalho, David, em entrevista para o Estadão online, Jô Soares, MSN TV, deixa claro pontos destacaveis de seu perfil empreendedor e o sucesso que a companhia vem alcançando no Brasil. Ele diz que não só o fato de ser brasileiro e querer voltar ao Brasil trouxe seu negócio ao país, ele analisou a situação econômica e as oportunidades em países da américa latina, entre eles Argentina, Chile, México e Brasil. Verificou que o mercado de operadoras de linhas aéreas no Brasil era dominado, 95%, por 2 empresas, as tarifas eram caras e voos domésticos eram escassos, isso resultava em poucas pessoas viajando e havia uma oportunidade de mudar e melhorar essa situação (a visão do empreendedor).

Outra característica destacavél é a inovação, nota-se nas entrevistas que a Azul tem como foco fazer diferente e fazer melhor que os concorrentes, esta vertente sempre é citada pelo seu diretor. Na prática isso resulta em preços com tarifas menores, excelentes aviões e de fabricação nacional (Embraer), maior espaçamento entre poltronas quando comparado aos concorrentes, serviço de bordo de qualidade, segurança nos voos com aplicação de tecnologia que permite melhor visibilidade aos 2 pilotos mesmo em condições adversas e isto em 100% da frota aérea e aplicação de tecnologia também para o conforto dos passageiros com entrentenimento individual por poltrona e com opções de programação diversificada.

Hoje a azul opera 50% do seu mercado em rotas sem concorrentes. A visão de negócio e estratégia impulsiona o crescimento da empresa. A mesma garante ainda a qualidade de seu serviço, sendo a empresa mais pontual de 2010, mantendo um avião abastecido e em stand by, pronto pra suprir qualquer adversidade. Como resultado a empresa conseguiu mais pessoas voando, seja a trabalho – com maior quantidade de voos domesticos entre as cidades anteriormente não atendidas – seja devido as tarifas que muitas vezes são inferiores a onibos se planejada a compra com antecedencia.

Antes de se instalar no Brasil a empresa analisou o mercado e se planejou de acordo com a economia do país. O Brasil vem com um crescimento sustentável, 250 milhões de pessoas viajavam de onibos a longa distancia, o PIB brasileiro foi utilizado como parâmetro para comparação com países na mesma situação no ponto de vista população x viajantes de avião e concluiu-se que o número de 50 milhões de passageiros de linhas aéreas por ano era um número muito baixo para o país, este número deveria ser 3 vezes maior. O mercado era grande e promissor. A empresa

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aposta no crescimento neste número de passageiros em 20% ao ano e planeja alcançar resultado com a entrada em mercados que antigamente não era atingidos: com voos domésticos ligando um maior número de cidades. 2010 o Brasil apresentou o crescimento conforme espectativas e o país já tem um volume anual de 70 milhões de passageiros.

Ainda analisando a personalidade de David Neeleman conseguimos identificar mais pontos importantes e que são citados como um perfil de um empreendedor. Segundo ele, são três os principais pilares para se construir uma empresa que saiba conquistar bolsos e corações. O primeiro deles é investir em capital humano. ―Empregados felizes são os melhores empregados. Todos os seus funcionários precisam pensar que sua empresa é o melhor lugar em que eles já trabalharam na vida‖. E quando o empresário diz todos, ele realmente quer dizer todos. ―Na Azul, quem limpa o banheiro tem a mesma importância de quem pilota os aviões‖, afirma. O segundo ponto crucial é ser impecável no atendimento ao consumidor. Tal preocupação faz com que Neeleman receba quatro vezes ao dia relatórios das atividades do call center da Azul. Faz também com que todos os funcionários da companhia aérea que tenham contato direto com os clientes da empresa não sejam terceirizados, mesmo em setores em que isso é comum, como o de call center. E se porventura algo sair errado e você não for impecável? Bom, o terceiro pilar é exatamente esse: saiba contornar a situação e satisfazer o seu cliente, porque a realidade é cruel. ―Um cliente chateado fala com dez, um cliente satisfeito com dois‖. Nessa linha, a Azul montou uma estratégia para lidar com atrasos superiores a uma hora nas partidas de seus voos. Quando isso acontece, os passageiros afetados pela demora ganham um crédito de R$ 50 para gastar no próximo voo que tomarem da companhia aérea. ―Com isso, você pode virar o jogo e ter um cliente mais fiel do que se não tivesse passado por problema algum‖. Essas dicas nada têm de simples, mas a história de vida de Neeleman nos aconselha a ouvi-lo com atenção.

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http://tv.estadao.com.br/videos,EMPREENDEDOR-TEM-DE-VER-ONDE-HA-A-

NECESSIDADE-DIZ-DAVID-NEELEMAN-DA-AZUL-1,132171,254,0.htm-

Acessado dia 09/05

http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Neeleman - Acessado dia 09/05

Entrevista no programa Jo Soares com David Neeleman - 29/04/2010

Mito do empreendedor - Revisitado (1996) - Saraiva - Gerber, Michael E.

Espirito empreendedor nas organizaçoes (2005) - Saraiva - Hashimoto, Marcos

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Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos

negócios (1999)- Revista de Administração, São Paulo v.34, nº2, p.05-28 Filion,

Louis Jacques

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1994.

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