empreendedor 217 - novembro de 2012

68
www.empreendedor.com.br ANO 19 N o 217 NOVEMBRO 2012 R$ 9,90 TURISMO DE EXPERIÊNCIA: ROTEIROS QUE MARCAM Cresce a procura por programas turísticos que proporcionam a vivência de sensações, emoções e práticas não habituais Odete Bettú Lazzari, do restaurante Osteria Della Colombina, em Garibaldi, na Serra Gaúcha ISSN 1414-0152 ENERGIA: USO DA BIOMASSA PARA GERAÇÃO ENERGÉTICA VALORIZA O APROVEITAMENTO DE SOBRAS 9 771414 015003 7 1 2 0 0 FRANQUIAS ABRA A SUA SEM SAIR DE CASA TI A VERDADEIRA MOBILIDADE ESTÁ NAS NUVENS ENTREVISTA FERNANDES DETALHA O MÉTODO DO PRESIDENTE Negócios criativos, inovadores e rentáveis 19 anos

Upload: editora-empreendedor

Post on 22-Mar-2016

226 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Edição n217 da Revista Empreendedor, novembro de 2012

TRANSCRIPT

Page 1: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

www.empreendedor.com.br

ANO 19 No 217 NOvembrO 2012 r$ 9,90

Turismo de experiência: roTeiros que marcam

Cresce a procura por programas turísticos que proporcionam a vivênciade sensações, emoções e práticas não habituaisOdete bettú Lazzari, do restaurante Osteria Della Colombina, em Garibaldi, na Serra Gaúcha

ISSN

141

4-01

52

energia: uso da biomassa para geração energéTica valoriza o aproveiTamenTo de sobras

9 771414 015003 71200

franquias AbrA A SuA Sem SAIr De CASA

Ti A verDADeIrA mObILIDADe eStá NAS NuveNS

enTrevisTa FerNANDeS DetALhA O métODO DO preSIDeNte

Negócios criativos, inovadores e rentáveis

19 anos

Page 2: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

Você acreditou que poderia tirar seu sustento da natureza. E, unindo forças, acreditou que podia fazer mais pelo seu negócio e pelo negócio de outros empreendedores. O Sebrae também acredita na importância dessa união. Por isso, comemoramos cada conquista, acreditamos na sua produção e oferecemos todas as ferramentas para você colher os melhores resultados. Acredite: juntos, nós podemos muito mais.

no meu negócio,na multiplicação,que hoje tem feira,que aqui é o celeiro do mundo.

Sebrae 40 anoS.o negócio é acreditar.

Guilherme Coelho, proprietário da Criação Artesanal de Peixes, Esperantina/PI.Acesse o QR code e assista ao vídeo.

Quem tem conhecimento vai pra frente | 0800 570 0800 | sebrae.com.brwww.onegocioeacreditar.com.br @sebrae facebook.com/sebrae 0800 570 0800

Page 3: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

Você acreditou que poderia tirar seu sustento da natureza. E, unindo forças, acreditou que podia fazer mais pelo seu negócio e pelo negócio de outros empreendedores. O Sebrae também acredita na importância dessa união. Por isso, comemoramos cada conquista, acreditamos na sua produção e oferecemos todas as ferramentas para você colher os melhores resultados. Acredite: juntos, nós podemos muito mais.

no meu negócio,na multiplicação,que hoje tem feira,que aqui é o celeiro do mundo.

Sebrae 40 anoS.o negócio é acreditar.

Guilherme Coelho, proprietário da Criação Artesanal de Peixes, Esperantina/PI.Acesse o QR code e assista ao vídeo.

Quem tem conhecimento vai pra frente | 0800 570 0800 | sebrae.com.brwww.onegocioeacreditar.com.br @sebrae facebook.com/sebrae 0800 570 0800

Page 4: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

REmp 216 D.indd 4 02/10/2012 12:08:56

Page 5: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

REmp 216 D.indd 5 02/10/2012 12:09:00

19 anos

Page 6: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

n e s Ta e d i ç ã o

20 | vivências marcanTesA chamada economia da experiência parte do princípio de que o mundo busca novos valores de mercado, onde o componente emocional se sobrepõe ao racional. O conceito é facilmente adaptado ao turismo, geralmente sem grandes investimentos, e é crescente o número de turistas que procuram fazer viagens que lhes tragam vivências marcantes, como protagonistas e não meros espectadores. Saiba mais sobre este nicho promissor de mercado e conheça alguns empreendimentos brasileiros que encantam turistas país afora.

30 | viTória régiaturismo de experiência exige a união de conhecimentos de todos os integrantes do trade em belém, dos empreendimentos visitados às agências

28 | vila luiz salvadorvisitantes do empreendimento de petrópolis (rJ) podem fazer suas próprias peças de cerâmica de forma artesanal, do mesmo jeito que são produzidas há 60 anos

26 | TaboaAlém de águas límpidas e cristalinas, bonito (mS) oferece uma aguardente única aos seus visitantes, que podem conhecer sua produção, mas não sua composição

Page 7: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

7

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

NÃO DURMA NO PONTOé a sutileza que faz a excelên-cia na liderança. e são os líde-res excelentes que constroem empresas também excelentes. Com ciência, é verdade, mas também com muita arte.

BANhO De lOjA todos nós conhecemos marcas fortes e algumas delas têm o poder de nos mobilizar para saber quais são suas últimas notícias ou quais são seus novos produtos.

eMPReeNDeDORisMOjá.cOMQuando construímos algo com paixão e amor, mantemos isso como situação a qual queremos ter e sentir para sempre. trata--se do bem-estar sustentável!

MegAfONeO mercado de comunicação vivencia um clima de que, com a chegada da Copa e das Olim-píadas, as agências precisam tornar seus negócios mais rentáveis. Isso é verdade?

PeNse gRANDeempresas que prosperam sem dominar a linguagem empre-sarial são exceções cujos donos têm um tino comercial excepcional, num mercado de crescimento acelerado e concorrência amadora.

ANálise ecONôMicA estamos terminando o ano de 2012 e muitas dúvidas aparecem neste período em relação ao comprometimento do governo com o controle inflacionário.

10

60

58

57

61

64

l e i a m a i s

12 | enTrevisTaJoel FernandesO analista do Sebrae, autor de “Os segredos do método do presidente – a maneira certa de você tocar sua empresa”, explica o que micro e pequenos empresários precisam fazer para que seus negócios prosperem e eles atinjam a riqueza – sem culpa.

32 | panoramaSobras valiosasA geração da energia a partir da biomassa (resíduos de produtos vegetais, dejetos de animais, até mesmo lixo urbano, entre outros) reduz a demanda por recursos naturais escassos, favorece a substituição dos derivados de petróleo e alivia a pressão sobre a geração e distribuição de energia comercial, além de agregar valor à cadeia produtiva rural e gerar renda e emprego nas cidades.

46 | TiNada nebulosoO uso das aplicações de negócios baseadas na computação em nuvem está cada vez mais difundido entre as empresas, até mesmo as micro e pequenas. em qualquer lugar e independente de qualquer plataforma, é possível o acesso a informações, arquivos e programas em um sistema único, sem a necessidade de instalação de qualquer programa ou aplicativo.

50 | perfilradamés martini

O sócio-fundador da Socialbase, start up que desenvolveu uma rede social corporativa

que facilita a colaboração, a socialização e ajuda a expor conhecimentos e disseminar

informações com rapidez, conta como surgiu a ideia e como o sistema foi desenvolvido.

Page 8: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

8

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

A revista empreendedor é uma publicação da editora empreendedor Diretor-editor: Acari Amorim [[email protected]]

Diretor de Comercialização e marketing: geraldo Nilson de Azevedo [[email protected]]

redação editor-executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – repórteres: Ana Paula Meurer, cléia schmitz, Mônica Pupo, Raquel Rezende – edição de Arte: isaias Pinto – projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fo-tografia: Arquivo empreendedor e shutterstock – Foto da capa: shutterstock – revisão: lu coelho

Sedes

Florianópolis Coordenador: Paulo henrique Martins [[email protected]] – rua padre Lourenço rodri-gues de Andrade, 496 – Santo Antônio de Lisboa – 88050-400 – Florianópolis – SC – Fone: (48) 3371-8666

Central de Comunicação – rua Anita Garibaldi, nº 79 – sala 601 – Centro – Florianópolis – SC – Fone (48) 3216-0600 [[email protected]]

escritórios regionais

rio de Janeiro triunvirato empresarial – Milla de souza [[email protected]] – Caixa postal nº 105.051 – 24230-970 – Niterói – rJ – Fones: (21) 2611-7996 / 9607-7910

brasília Ulysses comunicação ltda. [[email protected]] – Fones: (61) 3367-0180/9975-6660 – Condomí-nio ville de montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 71680-357 – brasília – Distrito Federal

paraná merconeti representação de veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – rua Dep. Atílio Almeida barbosa, 76 – conjunto 3 – boa vista – 82560-460 – Curitiba – pr – Fone: (41) 3079-4666

rio Grande do Sul Nenê Zimmermann [[email protected]] – Floresta – 90440-051 – porto Alegre – rS – Fone: (51) 3327-3700

pernambuco hm Consultoria em varejo Ltda – hamilton Marcondes [[email protected]] – rua ribeiro de brito, 1111 – conjunto 605 – boa viagem – 51021-310 – recife – pe – Fone: (81) 3327-3384

minas Gerais SbF representações – sérgio Bernardes de faria [[email protected]] – Av. Getúlio var-gas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – belo horizonte – mG – Fones: (31) 2125-2900 / 2125-2927

Departamento Financeiro Gerente: claudia c. c. do Prado [[email protected]] – Fone: (48) 3371-8666

Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [[email protected]] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de r$ 118,80 à vista. renovação de Assinatura r$ 112,86 à vista.

produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica editora cTP – Distribuição: Dinap – Distribuidora Na-cional de Publicações

empreendedor.com www.empreendedor.com.br – editora: carla Kempinski – Coordenadora Online: joana Amorim [[email protected]]

O comportamento do consu-midor de turismo vem mu-dando e, com isso, surgem novas motivações de viagens e expectativas que precisam

ser atendidas. cresce o grupo de pes-soas que buscam mais do que um cartão-postal, desejam algo marcante, diferente, único, que fuja da vida que levam no dia a dia. Mais do que ser um mero espectador, o turista quer vivenciar sensações, quer mergulhar na alma de um lugar e de seu povo.

essa mudança de comporta-mento está de acordo com a eco-nomia da experiência – conceito inspirado nos livros “A sociedade dos sonhos”, de Rolf jensen, e “economia da experiência”, de joseph Pine e james gilmore, ambos publicados em 1999 – que parte do princípio de que o mundo busca novos valores de mer-cado, de que o componente emocional se sobrepõe ao racional. No caso do turismo, significa não apenas receber bem o turista, mas envolvê-lo numa trama de vivências e emoções muito além de suas rotinas, transformando o imaginável em realidade. É preciso encantá-lo.

Baseado nesta tendência, o Ministério do Turismo (MTur) desenvolve desde 2006 o projeto economia da experiência. com a metodologia conclu-ída e aplicada com sucesso nos roteiros piloto, agora o sebrae e o instituto Marca Brasil estendem o programa para novos destinos. Uma pesquisa do MTur realizada com visitantes dos primeiros roteiros registrou um índice de satisfação de 80%. e a aplicação do conceito aumenta não só o número de turistas como a permanência deles na região – recomendada muitas vezes por quem já foi encantado.

Uma das vantagens de investir no conceito de vivência é que em muitos casos não são necessários investimentos altos. Aliás, é possível transformar uma dificuldade em oportunidade. Os roteiros costumam ainda envolver todo o trade turístico, inclusive empreendimentos que nunca imaginaram receber visitantes. em geral, valorizam as histórias e o estilo de vida dos moradores e transformam o patrimônio do território e das pessoas em pro-dutos que geram vivências memoráveis aos turistas. conquistam o turista por todos os seus sentidos. Despertam paixão.

O Brasil, país de natureza exuberante e povo hospitaleiro, de cultura rica e diversificada, tem muito a crescer no mercado de turismo, tanto voltado para o público interno quanto o externo. O governo tem como meta se tor-nar a terceira maior economia turística até 2022, quando o segmento deve representar 9,5% do PiB e empregar 9% da população. hoje, em um ranking elaborado pela Organização Mundial do Turismo, o Brasil não figura entre os 10 mais bem colocados. Temos muito a fazer, por isso a empreendedor tem como tema de capa da edição deste mês o crescimento do mercado de turismo no Brasil, com destaque para as ações que buscam conquistar e cativar o turista pela experiência, além da beleza.

Alexsandro vanin

www.empreendedor.com.br

ANO 19 No 217 NOvembrO 2012 r$ 9,90

Turismo de experiência: roTeiros que marcam

Cresce a procura por programas turísticos que proporcionam a vivênciade sensações, emoções e práticas não habituaisOdete bettú Lazzari, do restaurante Osteria Della Colombina, em Garibaldi, na Serra Gaúcha

ISSN

141

4-01

52

energia: uso da biomassa para geração energéTica valoriza o aproveiTamenTo de sobras

9 771414 015003 71200

franquias AbrA A SuA Sem SAIr De CASA

Ti A verDADeIrA mObILIDADe eStá NAS NuveNS

enTrevisTa FerNANDeS DetALhA O métODO DO preSIDeNte

Negócios criativos, inovadores e rentáveis

19 anos

e d i T o r i a l

Page 9: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

9

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

A conta é simples.Aceitou cartão, aumentou a clientela.

Confira mais dicas sobre como trabalhar melhor com o cartão no sitewww.abecs.org.br/dicas ou procure “dicas do cartão” na internet.

17787-44_ABESC REV. DIRIGENTE LOJISTA_A CONTA E SIMPLES_21x28 CM.indd 1 10/10/12 4:11 PM

Page 10: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 0

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

o Jogo das suTilezas

n ã o d u r m a n o p o n T o

é a sutileza que faz a excelência na liderança. e são os líderes excelentes que constroem empresas também excelentes. Com ciência, é verdade, mas também com muita arte

Assim como a liderança, as palavras também são sutis. Podem indicar uma coisa ou outra. isso depende, muitas vezes, de uma única letra. e aí muda o sentido do entendimento. Mais do que recorrer ao dicionário, é importante reconhecer o que cada termo ou palavra diz ao nosso próprio entendimento. Veja alguns a seguir.

Discriminação e discernimentoA qualidade da liderança tem relação

direta com o olhar do líder sobre seus lidera-dos. Pode ser discriminatório, portanto feito

de imagens preconcebidas. exemplo: se o líder enxerga seus liderados como pesso-as pouco inteligentes e criativas, dificil-mente levará em conta suas opiniões e ideias. então, tende a decidir tudo sozi-nho, enquanto seus liderados observam, indefesos e impotentes, os desdobra-

mentos dessas decisões. É claro que esse líder vai se sobressair muito em relação a seus liderados e, embora isso possa ser bom

para o seu ego, é ruim para os demais e para o negócio em que todos estão envolvidos.

essa prática de liderança vai fortalecer ainda mais as falsas imagens do líder sobre as demais pessoas. faz com que se sinta superior e distante. Assim, ele não conse-guirá discernir quem verdadeiramente são as pessoas nem tampouco admirar seus ta-lentos e inteligências.

Discernimento é a capacidade de com-preender e aceitar as pessoas, tanto no que elas têm de bom e contributivo (e todas têm) como no que têm de negativo (e to-das também têm). Tal atitude fará com que o líder aceite que elas são, sobretudo, seres humanos, capazes de sonhos e propósitos, munidos de conhecimentos e inteligências.

substituir a discriminação pelo discer-nimento faz parte da sutileza na liderança, que é feita de ciência e arte. Não pense que a distinção faz pouca diferença. As práticas e os resultados da liderança serão consis-tentemente diversos.

Liderança é o exercício das sutilezas. e entenda-se por sutil algo tênue, quase imperceptível, a não ser aos que têm apurada capacidade de percepção. Diferente de algo científico, cujos fundamentos são comprovados e, por isso, transformam-se em teorias e axiomas. A administração é uma dessas ciências. e, se apoia as boas práticas do gerenciamento, não é capaz de captar o sutil exercício da liderança.

Page 11: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 1

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

por roberto Adami tranjaneducador da cempre

conhecimento & educação empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

O líder deve conquistar o compromisso emocional

de seus liderados. O que, quando honrado, produz sentimentos de alegria

Acordo e compromisso“Ah, não havia entendido”, “não ficou

claro para mim”, “não sabia que era minha responsabilidade”. Muitas são as desculpas nesse rosário sem fim. Pois acordos todos fazem, mas poucos os cumprem. e não há contrato, formal ou informal, que garanta um acordo se o compromisso não for assu-mido de verdade.

fazer um acordo é diferente de honrar um compromisso. O acordo é regido por forças e circunstâncias externas. Algo pa-recido com o que acontece com os corre-ligionários políticos. Mas é muito distante do compromisso, algo regido por forças e valores internos.

O líder não deve buscar acordo com os seus liderados. Além de ser algo dispendio-so, costuma não funcionar. e, quando cum-prido, provoca apenas sentimentos de alívio. O líder deve conquistar o compromisso emocional de seus liderados. O que, quan-do honrado, produz sentimentos de alegria. Questão mais de arte do que de ciência.

Implacável e rigorosoimplacável é o líder que ordena o cor-

te de 20% na folha de pagamentos, sem se importar com quem será degolado. Tudo o que ele quer é a redução dos custos. Por ser implacável, há quem o admire e o conside-re um líder de ação. e que não costuma dei-xar pedra sobre pedra. e se vangloria disso.

Rigoroso é o líder que não é compla-cente diante da negligência e de quem não honra os compromissos assumidos. Assim, à primeira vista, um líder rigoroso pode parecer implacável aos olhos de quem o vê decidindo e agindo. Mas um líder rigo-roso sabe que decide e age com base nos valores, não nas emoções. A sutil diferença entre as duas palavras altera consideravel-mente a qualidade da liderança.

Conserto e concertoMuitos líderes são bons resolvedores de

problemas. e, assim como bons raquetei-ros, passam o dia rebatendo bolas, ou seja, problemas de toda a natureza e espécie. Para eles, a empresa é como uma oficina de reparos e compreendem seu papel como o de quem está ali apenas para consertar. conserta aqui, conserta ali, para deixar a casa

sempre cambaleante, exigindo mais e novos consertos, numa reforma sem fim.

consertar é diferente de concertar. Uma única letra, uma nova história. con-sertar é reparar, para deixar as coisas do mesmo jeito. concertar é buscar a harmo-nia das partes, a participação nas decisões, a consonância dos diversos pontos de vista. concertar é para o líder que compreende a empresa mais como uma usina de ideias do que uma oficina de reparos. A empresa é uma obra coletiva e, como obra, precisa ser construída, por todos.

Zona de conforto e campo de serenidadeA empresa atingiu relativo sucesso,

o negócio gera lucros e, com isso, o líder instala-se na zona de conforto. Mas a zona de conforto é a morte do líder e o fim da empresa. Pois nesse perigoso terreno se esvai todo o propósito, o mesmo que ou-trora fez com que a empresa entrasse no ciclo da prosperidade. Agora, ainda que o caixa seja superavitário, a empresa começa a perder a sua alma. sem alma, é como uma carcaça que caminha a esmo, desti-tuída de significado e motivação.

Quando o líder se dá conta de que está na zona de conforto (o que é uma sorte, pois poucos percebem ou mes-mo admitem isso), então resolve se mexer. coloca-se em movimento e põe todos os demais em movimento. Acredita que esse movimento, muitas vezes frenéti-co, é o jeito que encontrou para sair da zona de conforto. com isso, introduz a pressa na vida e nos negócios, como se tudo fosse uma questão de velocidade.

O desafio não está em sair da zona de conforto, apenas, mas em substituí-la por um campo de serenidade que, para alguns, pode parecer um espaço de calma e lentidão e até de letargia, mas o caso é outro. A pressa não é uma qualidade nem a velocidade, a solução. Pois o segredo não é correr o máximo possível nem o dobro dos outros, mas caminhar com constância numa rota cuidadosamente traçada. Ainda que com senso de urgência. e isso recebe o nome de serenidade.

É a sutileza que faz a excelência na lideran-ça. e são os líderes excelentes que constroem empresas também excelentes. com ciência, é verdade, mas também com muita arte.

Foto Shutterstock

Page 12: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 2

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

crescer é naTural

Joel Fernandes

e n T r e v i s Ta

Analista do Sebrae propõe método para que micro e pequenos empresários façam seus negócios prosperarem e atinjam a riqueza – sem culpa

por raquel [email protected]

O método do presidente de uma grande empresa pode perfeitamente ser aplicado em pequenas empresas para tor-ná-las prósperas e ricas. é totalmente pos-sível que uma microempresa familiar seja competitiva e lucrativa. essas afirmações podem ser encontradas no livro Os segredos do método do presidente – a maneira certa de você tocar sua empresa, de Joel Fernandes.

A obra, que também está sendo trans-formada em videoaulas de eAD, traz os dois lados de ser proprietário de um negócio. por um lado, ser dono absoluto e, por outro, estar com-pletamente vulnerável às pressões, faz com que o empresário acabe, voluntária ou involuntariamente, recorrendo ao caixa da empresa. e isso, segundo Fer-nandes, tem consequências danosas.

porém, existem passos que o dono de uma empresa familiar pode seguir para encarnar o papel de presidente de uma grande empresa e fazer seu negócio prosperar. para saber mais sobre isso, acompanhe a entrevista com o criador do “método do presidente” e autor do livro, Joel Fernandes.

Page 13: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 3

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Quais são os principais empecilhos ao cresci-mento de micro e pequenas empresas?

Joel Fernandes – há dez anos, num privilegiado posto de observação como ana-lista do sebrae, estudo a seguinte questão: por que a maioria das empresas do Brasil não se torna rica? isto não é difícil de cons-tatar. As estatísticas revelam que a imensa maioria das empresas que começam como micro não evolui para pequena empresa, nem as pequenas crescem o suficiente para se tornarem médias empresas. Minha pes-quisa mostrou que quando a pessoa abre a empresa sua intenção prévia é a sobrevivên-cia. isso é legítimo, no entanto, está excluída desta intenção a ambição de prosperar con-tinuamente até o limite da riqueza. isso tem

consequências muito práticas e de alto impacto no dia a dia da gestão em-

presarial. Por exemplo, quem tem a intenção prévia da prosperidade ao invés da sobrevivência, tem, necessariamente, que pensar grande. Tem que oferecer pro-dutos inovadores. Tem que atuar em mercados grandes e de crescimento acelerado. Tem que acumular reservas financeiras para reinvestir na expansão do negócio. Tem que profissionalizar a gestão empresarial. A maioria das empresas do Brasil não adota estas práticas empresariais.

Veja que os empecilhos de ordem prática ao cresci-mento da pequena em-presa são consequências

de sua forma de pensar ou de sua intenção prévia.

A maioria das empresas brasi-leiras é familiar. O que impede

a empresa familiar de crescer?Fernandes – O crescimento

das empresas está relacionado, en-tre muitos outros fatores, ao próprio

crescimento do mercado. As empre-sas familiares em seu início não adotam

boas práticas de gestão, como separa-ção de contas e procedimentos padro-

nizados. isto é até razoável, pois as atividades iniciais são bastante básicas. O problema ocorre quando elas crescem e as operações se tornam complexas, mas elas continuam com as mesmas práticas gerenciais confusas de seu nascedouro. Dito metaforicamente, mesmo anos após já ter ultrapassado os pri-meiros meses e anos de sobrevivência de seu negócio, o empresário continua “nadando” de maneira atabalhoada como se estivesse se afogando. Visando um crescimento conti-nuado, as empresas precisam evoluir de uma “natação” atabalhoada antiafogamento para uma “natação” eficiente, visando à prosperi-dade empresarial.

Como o método do presidente pode melhorar o desempenho de pequenos empreendedores?

Fernandes – O Método do Presiden-te mostra que não basta a pessoa que abre um negócio tão somente “empreender”; ela tem que evoluir para se tornar um “em-presário com espírito investidor”. Quando a empresa é vista na ótica do investidor e do investimento realizado é que faz sentido ado-tar as boas práticas de gestão, como planos estratégicos, planos comerciais, entre outros, pois o investidor tem como intenção prévia não perder o dinheiro investido; segundo, ter o dinheiro investido de volta; terceiro, ter o dinheiro de volta multiplicado; e, quarto, ter o dinheiro de volta, multiplicado, o mais rá-pido possível. O Método do Presidente é um método de gestão empresarial, que engloba uma nova educação empreendedora e uma nova prática empreendedora, cuja base da proposta é fazer com que o empresário simu-le o papel de presidente da própria empresa para recriá-la, como se houvesse investidores externos supervisionando a segurança de seu capital, pelo máximo retorno e por seu contí-nuo crescimento. Neste método, o empresá-rio descobre que, como presidente, ele tem uma única obrigação, da qual derivam todas as outras, que é saber montar e manter uma operação lucrativa.

O que é mais importante para construir uma empresa de sucesso: planejamento estratégico ou capacidade de tomar decisões? por quê?

Fernandes – Para o presidente de uma

grande empresa, o Método do Presidente já vem pronto: ele é obrigado a prestar contas para um conselho de acionistas à luz do lu-cro esperado pelo respectivo conselho. Por conta disso ele é obrigado a planejar, a ino-var e a expandir continuamente. É obrigado a adotar boas práticas de gestão, sempre. É obrigado a ter a intenção prévia da prospe-ridade até o limite da riqueza. Uma pesquisa do sebrae revela que 70% dos empresários por conta própria atribuem o êxito empresa-rial ao planejamento estratégico e apenas 8% à capacidade de tomar decisões. No entanto, presidentes de empresas são pagos por sua capacidade de tomar decisões. Mas, para que cada decisão tomada seja acertada, ela tem que ter um referencial. e o lucro é o referen-cial dos presidentes, pois, como já dissemos, a única obrigação de um presidente, da qual derivam todas as outras, é saber montar e manter uma operação lucrativa para os acio-nistas. O resultado disso é que o presidente de uma grande empresa normalmente anda em linha reta, rumo à prosperidade, ao passo que o dono da empresa por conta própria, normalmente, caminha como o andar do bêbado, de um lado para o outro, com mais erros que acertos. justo por isso trouxemos e adaptamos para o ambiente da pequena em-presa o conceito de governança corporativa, que funciona bem na grande empresa.

por que é tão importante para o crescimento dos negócios o fato de ter que prestar contas para alguém?

Fernandes – As pequenas empresas têm à sua disposição, em vários locais, como a internet e instituições de apoio, informa-ções, capacitações e ferramentas com as me-lhores práticas de gestão. A pergunta-chave é: por que a maioria das empresas não se utiliza destes recursos? empresa por conta própria se caracteriza por, normalmente, ser uma empresa familiar. Além desta ca-racterística, tem uma outra que, para nós, é mais fundamental, que é o fato do dono da empresa ser dono absoluto de sua empresa. Isso significa, em termos de gestão, que ele não tem que prestar contas para ninguém. ele funciona como um super-homem que resolve tudo sozinho. De um lado, ele não

visando um crescimento continuado, as empresas precisam evoluir de uma “natação” atabalhoada antiafogamento para uma “natação” eficiente,

visando à prosperidade empresarial

Page 14: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 4

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

e n T r e v i s Ta

é obrigado a fazer a separação de contas bancárias da pessoa física e da pessoa jurídi-ca. Não é obrigado a fechar o caixa todos os dias. Não é obrigado a fazer o demonstrati-vo de resultados todo mês. Menos ainda, é obrigado a fazer um planejamento. ele não é obrigado sequer a verificar se o seu negócio é lucrativo. Mas, por outro lado, ele não tem nenhuma blindagem ou proteção em rela-ção às pressões familiares por mais gastos, pressões sociais para mostrar sinais de pros-peridade, pressões para manter os parentes no negócio, independente de competências ou perfis inadequados. A combinação destes dois lados da moeda – ser dono absoluto e estar completamente vulnerável às pressões familiares e sociais – faz com que ele acabe metendo a mão no baleiro (no caixa da em-presa) e não adotando as melhores práticas de gestão. Por outro lado, um presidente de uma grande empresa, que não é dono abso-luto da empresa, tem que prestar contas de suas ações para um conselho de investidores. Por conta disso ele é obrigado a garantir o fechamento do caixa todos os dias, elaborar um demonstrativo de resultados todo mês, ter um excelente plano estratégico e acima de tudo é obrigado a mostrar lucros. caso contrário ele é demitido. exatamente por conta disso ele é obrigado a pensar grande, inovar e adotar as melhores práticas de ges-tão. O Método do Presidente é um método que oferece aos participantes a mesma lógica de um presidente de uma grande empresa, que tem que prestar conta de seus resultados para os acionistas. Por isso, e somente por isso, faz sentido ele buscar e adotar as melho-res práticas de gestão empresarial. ele adota as melhores práticas de gestão porque preci-sa alcançar os melhores resultados.

e o empreendedor também não precisa adotar as mesmas práticas? O que o impede de fazer?

Fernandes – O dono da empresa por conta própria não adota as melhores práticas de gestão, mesmo sabendo onde buscá-las, porque, em primeiro lugar, ele se identifica com o operacional da empresa e acredita que apenas trabalhando duro vai sobreviver. em segundo, a grande maioria não conhece a linguagem empresarial e suas ferramentas, e tampouco tem habilidades para usá-las. em terceiro lugar, não gosta desta parte do empreendimento. e em quarto – e mais im-

portante –, não precisa prestar contas para ninguém de sua gestão, logo para ele não faz sentido “perder” tempo fazendo registros de entradas e saídas e parar para analisar o DRe, planejamentos e fluxo de caixa, por exemplo. O segredo é encarnar o papel de presidente de uma grande empresa e se propor a prestar contas... para alguém. É exatamente isso que o Método do Presidente oferece.

Que passos o dono de uma empresa familiar deve seguir para encarnar o papel de presiden-te de uma grande empresa?

Fernandes – em primeiro lugar, adotar uma nova educação empreendedora procu-rando enxergar o seu empreendimento como um instrumento de criação e acumulação de riqueza. Depois, perceber com clareza os três papéis que lhe cabe como empreendedor empresarial, quais sejam o empreendedor em si, aquele que domina o aspecto técnico do empreendimento; o empresário, aquele que domina a linguagem empresarial; e o in-vestidor, aquele cuja expectativa é o retorno do investimento, multiplicado, o mais rápi-do possível. Metaforicamente, é como num clube de futebol, onde tem o craque bom de bola, o técnico e o presidente. O grande desafio é fazer o jogador, que ama jogar bola, se tornar o presidente do time. A maioria, so-zinha, não consegue e nem quer. Por isso o Método do Presidente traz uma nova prática empreendedora, qual seja a formação de um conselho de investidores, formada pelos só-cios da empresa, por seu contador e mais um consultor para criar uma força externa que ao mesmo tempo oriente o empreendedor e cobre resultados na ótica dos investimentos realizados. esta reeducação empreendedora e nova prática empreendedora não aconte-cem da noite para o dia, e para tal dispomos, além do livro Os segredos do Método do Presidente, de um curso a distância (www.metododopresidente.com.br) e de um Índi-ce de Desempenho do Presidente, no qual o empresário pode medir o desempenho de sua gestão empresarial, numa escala de +10 a -10, e verificar se sua empresa está na fase

azul maravilha ou na fase sangue vermelho e, a partir de um choque de realidade, poder sonhar o bom sonho da prosperidade.

é possível que o dono de uma empresa fami-liar consiga ser um empresário rico e feliz sem abalar as relações com a família?

Fernandes – excelente pergunta! ela nos remete à conhecida parábola “é mais fá-cil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no reino do céu”, ou seja, o que predomina em nossa cultura é a ideia da exclusividade. este assunto explo-rei em meu segundo livro Empresário rico também vai para o céu, no qual mostro que nas novelas das televisões brasileiras a lava-gem cerebral em favor da fé na pobreza é ab-solutamente colossal. Não tem comparação com a mais fervorosa das religiões que apre-goa o inferno para os ricos. entra novela, sai novela e o enredo é monotonamente mar-telado na cabeça de milhões de brasileiros que as assistem. É sempre assim, invariavel-mente: as pessoas pobres são calorosas, so-lidárias, de bom caráter e totalmente felizes. Os ricos são ricos, mas infelizes. Também são ricos não por virtudes empreendedoras, mas devido, claro, às falcatruas. e o incrível disso, e que dá mais poder à lavagem cere-bral em favor da fé na pobreza, é que isso é colocado não na forma de um discurso explí-cito, o qual carece de convencimento. Mas é apresentado de maneira implícita, ingênua, como se aquilo já fizesse parte da natureza humana, desde que existiu o primeiro ho-mem. O senso comum, ao ler isto, deve estar se perguntando: mas não é assim? O mesmo pano de fundo mental de exclusividade pre-domina em relação à riqueza e à felicidade. se sou rico, não posso ser feliz. se sou feliz, não posso ser rico. No entanto, não é difícil perceber que é mais fácil a família do empre-sário ser feliz com o empresário rico do que com o empresário atormentado por falta de recursos e a empresa endividada. Portanto, é desejável e possível se tornar um empre-sário rico e feliz, incluso naturalmente nessa riqueza a felicidade sua e da família.

O presidente da grande empresa anda em linha reta, rumo à prosperidade, ao passo que o dono da

empresa por conta própria caminha como um bêbado, de um lado para o outro, com mais erros que acertos

Page 15: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 5

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

FAT Turismo é a novalinha de crédito oferecidaexclusivamente peloBanco do Brasil para suaempresa aproveitar asoportunidades geradas pelos grandes eventos que vêm por aí. E você conta com prazo de até 84 meses e juros a partir de 0,82% ao mês. Bom para sua empresa, bom para o Brasil.

Crédito especialpara empreendimentos turísticos? Tá na mão.

Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 – SAC 0800 729 0722 Ouvidoria BB 0800 729 5678 – Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088 – bb.com.br/mpe

@bancodobrasil /bancodobrasil

Crédito sujeito a aprovação e atendimento dos requisitos da linha de crédito.Custo Efetivo Total de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) mais 5,54% ao ano.

Page 16: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 6

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

e m p r e e n d e d o r e s

rAbIxO – Carlos manssur e Diogo vernier

coisa de amigoReza a lenda que homens odeiam

comprar. Ainda mais quando os artigos em questão são cuecas, meias, camisetas, deso-dorantes, lâminas de barbear e camisinhas. foi pensando em resolver este problema do universo masculino que carlos Manssur e Diogo Vernier criaram o Rabixo, um site que vende assinatura de acessórios para ho-mens. Para comprar é só entrar no site, assi-nar o serviço, escolher os produtos e fazer o pagamento. O primeiro kit chega entre um

e dois dias úteis e os demais a cada três me-ses. O envio trimestral é feito sempre após a confirmação do pagamento.

A ideia do negócio surgiu depois que Manssur percebeu essa brecha no mercado. “Além de facilitar a vida masculina, quere-mos disseminar a modalidade de venda por assinatura no Brasil”, afirma o empreende-dor. Manssur se inspirou no site americano Manpacks e investiu R$ 50 mil num projeto similar junto com o sócio Diogo Vernier.

“estamos no ar desde abril deste ano e com resultados crescentes. Até já surgiram dois investidores interessados em nos apoiar”, acrescenta. O site trabalha com marcas como lupo, Mash, Zorba, cavalera, jontex, gillette, Adidas, Rexona e Dove.

No blog do Rabixo – cheio de dicas para os homens que têm dúvidas sobre qual cueca comprar – Manssur conta que ele próprio demorou um pouco para aceitar o serviço. Por isso, antes de criar uma em-

Page 17: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 7

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

presa de assinatura de cuecas, fez o teste para saber se seria algo sustentável a longo prazo. O resultado, claro, foi tão positivo que o empreendedor decidiu montar o ne-gócio. “Mais do que uma ideia divertida, é uma ideia que realmente ajuda você no dia a dia”, resume Manssur. Não é à toa que o logo da empresa é um cachorrinho e o slo-gan “Rabixo, o melhor amigo do homem”. www.rabixo.com.br

DreAbe – Djeison e John moreira

sonhadores solidáriosOs irmãos Djeison e john Moreira tinham um sonho: criar um negócio inovador que

transformasse o mundo. Assim nasceu o Dreabe, uma rede social que conecta pessoas para que elas possam realizar sonhos. Após o cadastro no Dreabe, o usuário preenche um perfil e detalha três sonhos. Os demais usuários poderão classificá-los como nobre, legal, criativo ou pesadelo. A cada avaliação como ‘nobre’, aumenta a popularidade e o sonho passa a ser visualizado por mais pessoas. No caso de ‘pesadelo’, ele naturalmente será deixado de lado – uma forma de excluir os desejos negativos.

É possível realizar sonhos de três formas: realização total (quando você identificou um sonho e pode torná-lo real sozinho); realização parcial (quando você pode ajudar, porém não completamente) e indicando alguém (eu sei quem pode ajudar). Nas três op-ções, é preciso escrever como a pessoa pretende realizar o sonho e enviar uma proposta para que o sonhador aceite. Após a aceitação já se pode realizar o sonho e mudar a vida da pessoa que o sonhou. Os sonhos são realizados de pessoa para pessoa, de empresas para pessoas e de pessoas para empresas.

Após quatro meses de testes, em agosto foi lançada a versão oficial da plataforma. A rede social já despertou o interesse de 17,7 mil dreabers. O primeiro balanço aponta 12 mil sonhos compartilhados, mais de 300 mil interações e 104 sonhos realizados, entre eles viagens, bolsas de estudo, livros, camisetas de time e empregos. Para Djeison, a rede tam-bém é uma oportunidade para empresas adquirirem, além de clientes, verdadeiros fãs. “Ao acessar a rede, os fãs poderão ver como empresas e marcas parceiras ajudam a mudar vidas de pessoas reais que estão a poucos cliques de distância”, aponta o empreendedor.

A nova versão do Dreabe permite ao usuário compartilhar seus sonhos e informar quais empresas ele acredita que possam realizá-los. As empresas parceiras recebem uma indicação automática de acordo com o sonho digitado. Os parceiros podem gerar ações para realizar sonhos coletivos, especiais e desafios dentro da plataforma para promover sua marca com o conceito de realizadora de sonhos. Outra novidade que deverá estar disponível em breve é uma web série que conta em vídeo os principais sonhos realizados.

A meta do Dreabe é alcançar 100 mil usuários até o final de 2012 e atingir 1 milhão de sonhos realizados. “Um sonho realizado muda tudo. Agora, imagine 1 milhão de sonhos realizados! O mundo inteiro será transformado, basta a gente acreditar e realizar os so-nhos”, finaliza Djeison. www.dreabe.com

Page 18: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 8

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

e m p r e e n d e d o r e s

mAxxImO FIDeLIDADe – Fabrício Luiz de Souza e Fábio Genovezi

fidelidade reconhecidalevanta a mão quem está satisfeito com os

programas de fidelidade oferecidos pelas em-presas brasileiras. A impressão é que temos que consumir muito para conseguir um desconto ir-risório ou trocar nossos pontos por um produto ou serviço atrativo. Para mudar essa concepção, os empreendedores fabrício luiz de souza e fábio genovezi criaram a Maxximo fidelidade, uma plataforma tecnológica na internet para programas de fidelidade. O portal começou a ser desenvolvido no início de 2011 e foi lançado ao mercado em setembro passado.

Para as empresas que participam, a Maxxi-mo promete ser uma ferramenta eficaz de atra-ção, fidelização e retenção de clientes. Já para os consumidores, a plataforma permite ganhos em dinheiro, promovendo uma compra inteli-gente, com processos fáceis e sem custos. “À medida que as pessoas começarem a enxergar os programas de fidelidade como uma opor-tunidade de fazer o seu dinheiro gerar novas possibilidades, seja de consumo ou poupança, eles passarão a fazer parte do cotidiano de todos nós”, afirma Genovezi, diretor de Tecnologia e Marketing da Maxximo.

segundo o empreendedor, a característi-ca mais marcante do programa é o resgate da recompensa em dinheiro. Os bônus acumu-lados são creditados em um cartão de débito Maxximo fidelidade, emitido com bandeira Visa. “Esse processo substitui o modelo de fi-delização fechado, em que o consumidor final demora a ganhar ou tem que solicitar transfe-rências ou trocas constantes de pontos. Além disso, ele não é obrigado a utilizar seus bônus dentro de um catálogo de prêmios. com o Max-ximo fidelidade, o consumidor pode utilizar os seus créditos para comprar em toda a Rede Visa, independente do estabelecimento fazer parte do portfólio de parceiros”, explica genovezi. www.maxximofidelidade.com.br

Page 19: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

1 9

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

ASterISCO – helena Fragomeni

deseJo solucionadoDesde os tempos de estagiária, hele-

na fragomeni sonhava em ter seu próprio negócio. Não demorou muito para que ela colocasse seu desejo em prática. Depois de quatro anos trabalhando com educa-ção a distância, helena não teve dúvidas do potencial desse segmento e, em 2004, criou sua própria empresa de eaD, a Aste-risco soluções educacionais. Os resultados mostram que suas expectativas estavam corretas. Nos últimos quatro anos, a média anual de crescimento da empresa foi de 130%, índice que deve se manter em 2012. No portfólio da Asterisco há clientes como Banco Bradesco, Bradesco seguros, caixa, Vale, Tim Brasil, senac-sP, furnas, ibmec--Rj, estácio de sá e cultura inglesa.

“Desde o início da empresa aposta-mos em inovação e investimos em equipa-mentos, treinamento de equipe e novos produtos. estamos sempre buscando au-mentar a eficiência dos treinamentos por meio de novas tecnologias”, afirma Hele-na. segundo a empresária, no momento o foco da Asterisco está nas publicações digitais para mídias móveis (celulares e tablets) e em produtos de tecnologia educacional como lousas interativas, câ-meras de documentos que permitem a manipulação de objetos em 3D e contro-les remotos onde é possível fazer provas em tempo real. As ferramentas permitem que os alunos tenham múltiplas formas de aprendizado e acessem o conteúdo a qualquer hora e lugar.

A Asterisco tem escritórios no Rio de janeiro e em são Paulo. Também é represen-tante da smart Technologies, empresa que atua no mercado de soluções tecnológicas para ensino. helena é graduada em Dese-nho industrial e pós-graduada em gestão de Negócios Tecnologia da informação pela fundação getulio Vargas do Rio de janeiro, e em gestão para o empreendedorismo inovador pela faculdade de economia, Ad-ministração e contabilidade da Universidade de são Paulo. www.asterisconline.com.br

Page 20: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 0

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

c a pa

a arTe de encanTar

Page 21: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 1

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

por Cléia [email protected]

Todos os anos, centenas de turistas visitam o res-taurante Osteria Della colombina, em garibaldi, na serra gaúcha. enquanto esperam a refeição,

os visitantes são convidados pela proprietária Odete Bettú lazzari, 62 anos, a fazer pãezinhos em forma de uma colombina (pombinha em italiano). Odete tam-bém faz questão de mostrar, em meio a muitas his-tórias, sua bela propriedade, onde frutas e hortaliças orgânicas são cultivadas para abastecer o estabeleci-mento. Após o banquete com pratos típicos dos imi-grantes italianos, os turistas recebem as colombinas já assadas para levar com eles.

A Osteria Della colombina foi uma das primeiras empresas a participar do projeto economia da expe-riência, iniciado em 2006 pelo Ministério do Turismo (MTur), em parceria com o sebrae e o sindicato de hotéis, Restaurantes, Bares e similares da Região Uva e Vinho (shRBs). hoje, são cerca de 200 pequenos empreendimentos turísticos certificados com o selo Tour da experiência – criado pelo projeto – em cinco destinos: Uva e Vinho (serra gaúcha), Bonito (Ms), Belém, costa do Descobrimento (BA) e, recentemen-te, serra carioca (Rj).

A chamada economia da experiência parte do princípio de que o mundo busca novos valores de mercado, onde o componente emocional se sobrepõe ao racional. O conceito se inspira nos livros A socieda-de dos sonhos, de Rolf jensen, e Economia da experi-ência, de joseph Pine e james gilmore, ambos publi-cados em 1999. Aplicado ao turismo, defende que há um número crescente de turistas que procuram fazer viagens que lhes tragam vivências marcantes, como protagonistas e não meros espectadores.

“O turista não quer mais ser só um observador, ele quer participar, vivenciar experiências novas, fazer o açaí, e não só comê-lo. É um processo de encantamen-to que o faz voltar para casa e recomendar o destino aos amigos ou mesmo desconhecidos na internet. Aplicar o conceito da economia da experiência nos empreendimentos turísticos, de fato, pode transfor-mar pequenas coisas em grandes negócios”, afirma Wilken souto, coordenador-geral de segmentação do turismo do MTur. ele destaca uma pesquisa que o mi-nistério fez com os visitantes dos roteiros, cujo grau de satisfação chegou a 80%.

transformar o imaginável em realidade, vivenciar algo muito além de suas rotinas, é uma característica cada vez mais procurada pelos turistas em suas viagens

Foto

Shu

tters

tock

Page 22: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 2

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

c a pa

Odete lazzari não tem dúvida de que os visitantes da Osteria Della colombina vão embora satisfeitos. Mui-tos voltam, e outros que chegam pela primeira vez re-ceberam a recomendação de amigos que conheceram o restaurante. em 2011, foram 3 mil visitantes e, em 2012, a perspectiva é fechar com 6 mil. “Tem muita gente que se emociona fazendo a colombina, lembrando-se de seu próprio passado. Outros dizem que viajaram o mundo inteiro, mas que nunca ficaram tão encantados como aqui, no meu restaurante”, afirma Odete, cheia de orgu-lho do trabalho que faz com a ajuda das quatro filhas.

Oferecer a colombina aos turistas foi ideia da pró-pria Odete. era uma tradição em sua família quando ela era criança. A lembrança veio certa vez em que o sebrae pediu para cada um dos empreendedores do roteiro levar algo para fotografar. “Minha responsabilidade era

o pão e decidi fazer a colombina. fez o maior sucesso, tanto que há dois anos fui convidada para ir ao salão de Turismo, em são Paulo. foi a primeira vez que viajei de avião. E no primeiro dia da feira fiquei rouca de tanto falar sobre a colombina”, conta Odete.

Presidente do shRBs, Márcia ferronato acompa-nhou todo o desenvolvimento do conceito de econo-mia da experiência na região da serra gaúcha. Para ela, o projeto valorizou as histórias e o estilo de vida dos moradores e transformou o patrimônio do território e das pessoas em produtos que geram vivências memo-ráveis aos turistas. Os empreendedores perceberam a importância da inovação na busca da competitividade. “há muito por fazer, mas tenho certeza de que planta-mos a semente para seguir evoluindo com a razão de ser do turismo: encantar”, afirma Márcia.

Uma das vantagens de investir no conceito de vi-vência é que em muitos casos não são necessários in-vestimentos altos. Aliás, é possível transformar uma di-ficuldade em oportunidade. É a história de Maria Nilza, proprietária de um restaurante na costa do Descobri-mento, na Bahia. sem água encanada, ela dava banhos de regador nos turistas. com o projeto economia da experi-ência, transformou esse momento em uma vivência – o banho da deusa. ervas aromáticas foram acrescentadas à água e o regador foi substituído por cuias feitas por um artesão local, que também vende as peças para quem quiser levar uma lembrança do banho.

Na Vinícola cristófoli, em Bento gonçalves, na Serra Gaúcha, o turista fica encantado com a ideia de fazer um piquenique sobre um edredom esticado sob o parreiral. No menu, vinhos, espumantes e comidas preparadas pela família cristófoli. “É a nossa forma de surpreender o visitante. Procuramos focar nosso produto mais no prazer de beber o vinho do que falar de especificações técnicas. Por isso, investimos numa mesa bem posta, com as taças corretas para a degusta-ção”, explica a enóloga Bruna Cristófoli, filha de um dos proprietários e diretora comercial da vinícola.

Bruna tem muitos planos para tornar a experiência dos turistas pela propriedade da família ainda mais me-morável. Um deles é transformar os arredores da vinícola num imenso jardim onde os visitantes poderão passear e apreciar os parreirais. No alto do terreno, a ideia é fazer um deque com divãs para desfrutar a bela vista da região com suas casas em estilo europeu. Um dos destaques da vinícola é o spazio del Vino, o porão da residência pater-na onde é feita a recepção dos visitadores e as refeições são servidas. feita com tijolinhos à vista, a construção chama a atenção de quem passa.

O projeto economia da experiência já foi conclu-ído pelo MTur. A proposta era criar uma metodolo-gia, que hoje está sendo aplicada em novos destinos por consultores do sebrae e do instituto Marca Brasil (iMB), gestor do programa. “Todos os empreendi-mentos passam por um processo de capacitação e adequação até serem certificados e poderem usar a marca Tour da experiência”, explica Daniela Biten-court, do iMB. segundo ela, o desenvolvimento dos roteiros aumenta não só o número de turistas como a permanência deles na região. “Promovemos uma si-nergia entre as vivências”, afirma Daniela.

“Aplicar o conceito da economia da experiência nos empreendimentos turísticos, de fato, pode transformar pequenas coisas em grandes negócios”, afirma Wilken Souto, do mtur

simples e criaTivo

Page 23: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 3

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

bruna Cristófoli (de colete branco), enóloga e diretora comercial da vinícola: “procuramos focar nosso

produto mais no prazer de beber o vinho do que falarde especificações técnicas”

roTeiro

COmO prOmOver vIvêNCIAS mArCANteS

� promover visitas ao local de produção; � vivenciar o modo de produção; � Criar e comercializar suvenires e brindes; � promover degustação; � expor os produtos em equipamentos

turísticos; � Fornecer os produtos para equipamentos

turísticos; � promover atividades afins ao produto; � Apresentar em mídia o processo produtivo

no local da produção; � vivenciar os preparativos da produção

cultural; � vivenciar a realização de uma

manifestação cultural; � Fortalecer a identidade do destino com

artistas ou grupos; � participar de feiras e eventos afins; � Desenvolver parcerias com

empreendedores do setor.

Fonte: www.tourdaexperiencia.com

Page 24: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 4

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

c a pa

No Paraná, um projeto semelhante desenvolveu a Rota do café na região de londrina. integram o roteiro 35 atrativos de 12 cidades, incluindo fazendas produtivas, restaurantes, cafeterias e museus. Desenvolvido pelo sebrae/PR, a rota é administrada pelos próprios empreendedores em reuniões mensais. “Quebramos paradigmas porque não tínhamos uma cultura de turismo na região, que se limitava ao turismo de negócios. Após um diag-nóstico, percebemos que o potencial para desenvolver um roteiro ligado ao café era mui-to grande”, conta sérgio Ozório, gestor do programa pelo sebrae/PR. No ano passado, a Rota do café recebeu o prêmio do MTur de melhor roteiro turístico do Brasil.

Proprietária da fazenda Palmeira, no município de santa Mariana, cornélia gamers-chlag admite que ficou um pouco ressabiada quando foi convidada a fazer parte da Rota do café. “Nós éramos focados apenas na produção de café, olhávamos só da porteira para dentro”, conta cornélia. com a proposta de apenas abrir a porteira para o turista espiar, ou seja, não mudar nada na estrutura da propriedade, ela decidiu entrar no projeto. e é justamente aí que está o grande diferencial da fazenda Palmeira. “O turista vem buscar aqui uma vivência original, autêntica, que de fato não foi feita para ele. Nós somos uma fazenda produtora de café”, ressalta cornélia.

Na Palmeira, os grupos de visitantes conhecem o dia a dia de uma fazenda cafeeira e até ajudam em algumas atividades no cafezal. A visita guiada dura de três a quatro horas e termina com a degustação de um café servido de acordo com a tradição dos antepas-sados da proprietária. Além de agregar valor ao negócio, gerar empregos e qualificar os empregados da fazenda, as visitas também trouxeram pontos positivos à gestão do em-preendimento. “hoje estamos com tudo sempre andando perfeitamente porque temos que estar prontos para receber os turistas. isso faz muito bem também para a produção de café”, afirma Cornélia.

Na cafeteria O Armazém café, a proprietária cristina Rodrigues Maulaz recebe grupos de turistas para diversas opções de degustação do café. Barista, ela considera a bebi-da como “o irmão mais moço do vinho” e trabalha para que os brasileiros aprendam a apreciar e deem valor a um bom café. “Trabalho com grãos especiais de várias regiões produtoras do Brasil. Procuro mostrar o valor de todo o processo da cafeicultura. Muitos roteiros começam aqui, na minha cafeteria, e seguem para as fazendas produtivas”, conta cristina. ela destaca os benefícios da cooperativa formada pela Rota do café. “sozinhos não conseguiríamos fazer o que fizemos.”

cristina se diz a propagandista número um da região e acredita que há muito ainda por fazer para desenvolver o turismo local. “Ainda estamos semeando, mas também já estamos colhendo frutos. fiquei muito contente outro dia, quando um grupo de turistas que já es-teve em minha cafeteria mudou a data da viagem porque no dia marcado já estávamos com um grupo agendado”, conta a empreendedora. Resultado de quem conseguiu aplicar com sucesso o principal preceito da economia da experiência: o encantamento.

o que é economia da experiência?

� O conceito se inspira nos livros A Sociedade dos sonhos, de rolf Jensen, e economia da experiência, de Joseph pine e James Gilmore, ambos publicados em 1999. Aplicada ao turismo, a teoria defende que o turista não quer mais ser um sujeito meramente contemplativo, mas sim o ator de sua própria experiência e, portanto, o protagonista de seus sonhos no destino que escolheu para sonhar.

roTeiro premiado

Na palmeira, os grupos de visitantes conhecem o dia a dia de uma fazenda cafeeira e até ajudam em algumas atividades no cafezal

Page 25: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 5

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Tour da experiência

rOteIrOS

� uva e vinho (Serra Gaúcha) � bonito (mato Grosso do Sul) � belém (pará) � Costa do Descobrimento (bahia) � Serra Carioca (petrópolis, teresópolis e

Nova Friburgo)

mais informações: www.tourdaexperiencia.com

Page 26: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 6

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

c a pa

poção mágica

por mônica [email protected]

No dicionário, ‘taboa’ refere-se a um tipo de planta que cresce à beira de brejos e manguezais. Mas, para moradores e visitantes de Bonito (Ms), o termo também é sinônimo do principal ponto de encontro e da bebida-símbolo da cidade. feita à base de cacha-ça, mel, canela, guaraná em pó e ervas naturais, a mistura – criada e elaborada artesanalmente até hoje – surgiu durante o inverno de 1998 pelas mãos da campo-grandense Andréa Braga fontoura. Disposta a oferecer um drinque que acalentasse os clientes de seu bar durante os dias de inverno, ela começou a produzir a bebida, que em pouco tempo caiu no gosto da clientela e transformou o estabelecimento numa atração turística à parte.

A história da cachaça teve início no bar de mesmo nome. Quan-do decidiu abrir as portas da casa, em 1996, o objetivo da empresá-ria estava mais para atender e brindar com os próprios amigos do que necessariamente fazer negócio. A ideia era funcionar apenas durante o carnaval e nos principais feriados. Até o dia em que, es-timulada pelo alto fluxo de visitantes que circulam pela região, ela decidiu manter a casa em funcionamento pelo restante do ano. foi aí – mais especificamente durante uma noite qualquer de julho – que surgiu a inspiração para criar a aguardente que ganharia fama como uma das mais autênticas e aromáticas do Brasil. “Tem gente que não imagina, mas também faz muito frio aqui no Pantanal du-rante o inverno, até porque a umidade é enorme”, informa Andréa.

Apaixonada por chás, ela não teve dúvidas: adicionou algumas das ervas que cultiva de forma orgânica à mistura de cachaça artesa-nal e especiarias. “Acabou dando uma liga. Quem já experimentou sabe: o sabor e o calor são garantidos!”, define Andréa. Nascia assim a cachaça que acabou se tornando a primeira bebida oficial de Mato grosso do sul. “somos a primeira e até hoje única bebida do estado a conseguir registro no Ministério da Agricultura”, comemora a em-presária. A linha de produtos inclui, além da tradicional Taboa, ou-tras cachaças aromatizadas, como as preparadas com guavira (fruto

típico da região) e café. As garrafas recebem tratamento especial, com revestimento em fibra de taboa, realizado com mão de obra terceirizada junto a instituições carentes. “Quase todos os nossos 32 colaboradores são de Bonito.”

A bebida fez tanto sucesso que, em pouco tempo, ganhou fama e passou a atrair cada vez mais apreciadores e curiosos, transfor-mando o local num verdadeiro ponto de encontro. Muito antes da popularização do conceito de turismo de experiência, Andréa já seguia intuitivamente esse rumo. há dois anos, para incrementar o movimento e oferecer uma opção turística diferenciada na região – famosa pelos rios, corredeiras e cachoeiras que atraem visitantes e praticantes de esportes radicais em geral –, a empreendedora decidiu criar um roteiro de visita guiada pelo alambique. O passeio, que dura cerca de duas horas e custa R$ 25 por pessoa, inclui de-gustação de 25 variedades de cachaças.

Além das águas límpidas e cristalinas, bonito (mS) oferece uma aguardente única aos seus visitantes, que podem conhecer sua produção mas não sua composição

A aguardente taboa teve origem no bar de mesmo nome para esquentar os clientes durante o inverno, mas acabou transformando o estabelecimento numa atração turística à parte

Page 27: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 7

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

doses de hisTóriaDurante o trajeto é possível acompanhar o processo de fabrica-

ção da cachaça, além de conhecer a loja de artesanato e a história do local, que foi a sede do primeiro banco e prefeitura de Bonito, inaugurada na década de 1940 por cândido luiz Braga, ex-prefeito da cidade – e avô de Andréa. “essa sempre foi uma demanda antiga dos turistas porque eles vinham para a cidade e não encontravam referências históricas”, explica a empresária. A infraestrutura conta ainda com loja de artesanato produzido no local e restaurante, que oferece cardápio variado, com opções de caldos, lanches, porções e refeições para até duas pessoas.

se no início o público-alvo era composto por pessoas mais jo-

vens e festeiras, hoje o estabelecimento abrange também outros ni-chos, como famílias, casais, grupos de amigos e idosos. A produção anual gira em torno de 30 mil litros da bebida, vendida no varejo a um preço médio de R$ 42 a garrafa de 750 ml.

Apesar das adaptações ocorridas no alambique após a regula-mentação – que exigiu a presença de um químico no local, entre ou-tros ajustes – Andréa faz questão de manter vivo o espírito da Taboa. espiritualista, ela faz questão de coordenar pessoalmente a produção da bebida, cuja fórmula completa só a empresária conhece. “com o aumento da produção, adaptamos diversos processos, mas toda a mistura e cultivo das ervas são feitos até hoje por mim.”

Page 28: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 8

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

viagem no Tempo

c a pa

por mônica [email protected]

são poucas as empresas que podem se dar ao luxo de parar no tempo. e a cerâmica luiz salvador é uma delas. De quando foi inaugurada há seis décadas até hoje, pouca coisa mudou no que diz respeito à produção das peças. Avessa às inovações tecnoló-gicas, a companhia mantém intacta a linha de produção 100% artesanal – e é justamente isso que tem ajudado a atrair visitan-tes de diferentes origens e nacionalidades. “Nossa produção é totalmente manual, uma raridade nos dias de hoje que desperta a curiosidade de pessoas de diferentes idades e perfis”, aponta o diretor josé Marcelino Albernaz.

Localizada no bucólico distrito de Itaipava, na serra fluminen-se, a cerâmica decidiu ingressar de vez no ramo do turismo de experiência para movimentar o negócio e recuperar os prejuízos causados pela enchente que assolou a região no início de 2011. fundada em 1952 pelo português luiz salvador, a fábrica arte-sanal, por si só, já justifica o passeio. Mas, para se enquadrar no perfil do turista contemporâneo, cada vez mais interessado em sensações e emoções, a empresa oferece diversos serviços extras, com destaque para um roteiro guiado com a proposta de fazer o turista colocar a mão na massa – ou melhor, na argila.

Pelo valor de R$ 70 é possível percorrer os bastidores da fábri-ca, que segue à risca as técnicas de modelagem e pintura típicas da cidade de Alcobaça, na região oeste de Portugal. Todas as tintas uti-lizadas, por exemplo, também são fabricadas artesanalmente pelo grupo. No trajeto, percorrido em cerca de duas horas, o visitante aprende que transformar barro em louças de extrema delicadeza é um processo que requer paciência e inclui diversas etapas, in-cluindo duas queimas de aproximadamente quatro horas cada, em fornos que atingem temperaturas acima de 1 mil graus.

Depois, a pessoa é convidada a modelar e decorar uma peça

ao seu gosto e escolha, experimentando a sensação única de ser um artesão à moda antiga. A obra de arte é então levada ao forno e, no dia seguinte, embalada e encaminhada para o endereço do visitante-artista. “Antes já abríamos a fábrica para visitação, mas o movimento tem melhorado muito depois que passamos a oferecer essa oportunidade de cada um confeccionar sua própria cerâmica”, conta Albernaz, que assumiu a direção da empresa em 1991.

instalada numa área de 6.500 metros quadrados, a companhia emprega 94 funcionários, incluindo 25 artistas que se dedicam ex-clusivamente à pintura e decoração das peças. Ao todo, são pro-duzidos 1,3 mil modelos de diferentes peças, somando mais de 40 variedades de padronagens à disposição, entre louças, jarros, vasos, azulejos decorativos e aparelhos de chá e jantar, entre outras. “Por mês, produzimos aproximadamente 30 mil peças”, contabiliza Albernaz. Destas, o empreendedor estima que 60% seja comercia-lizada diretamente no showroom anexo à fabrica, enquanto 40% seguem para venda em lojas especializadas em decoração, louças e presente espalhadas por todo o Brasil.

Além disso, a cerâmica faz parte de um complexo, chamado Vila luiz salvador, que inclui showroom, ateliê e restaurante. “Queremos ser uma opção completa de passeio em itaipava, um local onde as pessoas podem vir, conhecer nossa história, fazer compras, almoçar e, principalmente, se divertir e vivenciar bons momentos”, diz o empresário.

60% da produção da Cerâmica Luiz Salvador é comercializadadiretamente no showroom anexo à fabrica

visitantes da vila Luiz Salvador podem fazer suas próprias peças de cerâmica de forma artesanal, do mesmo jeito que são produzidas há 60 anos

Page 29: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

2 9

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

hisTória da cerâmica

� Natural de portugal, Luiz Salvador chegou ao brasil em 1950, aos 40 anos. Na época já possuía grande experiência adquirida em ateliês de arte. Ocupou, entre outros cargos, o posto de diretor de pintura da Cerâmica raul da bernarda, tradicional indústria localizada em Alcobaça, a oeste de portugal. Disposto a empreender, construiu uma pequena indústria em meio à paisagem montanhosa de Itaipava, distante 30 minutos de carro do Centro de petrópolis. Apesar das dificuldades iniciais, aos poucos ele se adaptou às condições e matérias-primas locais, sempre mantendo vivo o estilo lusitano que o caracteriza.

� A fábrica transformou-se numa verdadeira escola de ceramistas, que desde muito passaram a receber e propagar os ensinamentos de Luiz Salvador. Nos anos 1960, durante o governo de Juscelino Kubitschek, a cerâmica foi ampliada e modernizada, passando a produzir a níveis industriais. Com a morte do fundador, nos anos 1990, a cerâmica foi adquirida por um grupo de empresários cariocas que faz questão de manter vivas as tradições e técnicas do artista português, investindo no turismo de experiência para alavancar os negócios.

Page 30: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 0

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

c a pa

por Ana paula [email protected]

Um passeio de barco por meio de pequenos cursos de águas denominados furos e igarapés. Depois, trilhas na floresta da ilha para conhecer espécies nativas, apresentação de mitos e lendas da região e um delicioso almoço em restaurante à beira do rio. O tentador roteiro, denominado “Mitos e lendas na flo-resta Amazônica”, pode ser usufruído por turistas que chegam a Belém dispostos a aproveitar lugares que vão além dos tradi-cionais pontos turísticos na cidade.

A agência Vitória Régia Turismo é uma das que trabalham com o tour “Das crenças, cheiros e sabores”, projeto desenvol-vido pelo sebrae em parceria com o Ministério do Turismo. em cada um dos seis roteiros oferecidos, que duram entre quatro e 10 horas, o visitante deixa de ser somente espectador e passa a vivenciar experiências de nativos da região. Assim, é possível, entre outras opções, assistir ao processo de fabricação de uma joia ou uma peça em cerâmica, fazer e degustar uma típica ta-pioca, “bater” o açaí, sentir a química de perfumes e cosméticos indígenas ou experimentar a dança do carimbó, considerada uma variação do batuque.

“O limite é apenas a participação. O mote maior é construir o turismo com a cara, o cheiro, o sabor e a voz da Amazônia”, define Socorro Graça, proprietária da agência. E assim acon-tece no destino “joias que encantam”, por exemplo. O turista visita uma joalheria e assiste ao processo de fabricação regional de uma joia, que agrega ouro e prata com materiais regionais descartados pela natureza, sementes e fibras. O projeto do Ministério do Turismo também engloba empreendimentos do segmento de gastronomia, hospedagem, agência de receptivo e produção associada ao turismo, como artesanato, grupos fol-clóricos e perfumaria.

com cerca de 1 milhão e 500 mil habitantes, a capital do Pará é famosa pelas belas paisagens naturais, culturais e comidas típi-cas, como tacacá, maniçoba e pato no tucupi. Outro atrativo é a grande diversidade de ecossistemas, com sua floresta, baías e ilhas com praias e mangues. Por todos esses diferenciais, as rotas oferecidas possuem características que aliam natureza, cultura, gastronomia local, crenças e lendas que encantam os visitantes.

e eles chegam de todo o Brasil e também do exterior. De acordo com socorro, 50% dos turistas que procuram por rotei-ros de experiência são de outras partes do País, principalmente

dos estados de são Paulo e Rio de janeiro. em torno de 30% são da própria região e o restante é do exterior, em sua maior parte dos países da europa. Produtos como artesanato, cerâmica e bombons regionais são os principais produtos adquiridos pelos turistas, que gastam, em média, R$ 400.

socorro avalia positivamente a iniciativa que o sistema se-brae teve ao implantar e desenvolver o turismo regional dentro de uma perspectiva diferente daquela já conhecida. “sabemos que o turismo, hoje, em todos os cantos do mundo, procura formas novas, inovadoras e diferentes de ‘encantar’ o cliente, fidelizando para desejos desconhecidos conscientemente, po-rém latentes e potenciais”, afirma.

Para ela, o projeto Tour da experiência traz esse propósi-to e leva os empresários de diversos setores da economia a se irmanarem em estratégias comuns e a se conscientizarem de que a parceria potencializa os resultados com melhores índices de produtividade. “É a prática do velho jargão: unidos seremos fortes. É um desafio que exige uma postura diferente do setor, empreendedora, enfim, um projeto de parceria”, opina. Entre os principais desafios, Socorro aponta a necessidade de desca-racterizar a visão de concorrente entre o trade turístico.

Para compor a parceira, o primeiro passo foi justamente so-lidificar esse trade, em que as experiências dos participantes fo-ram somadas, multiplicadas e aprimoradas. “O guia de turismo trouxe o conhecer do turista; o restaurante, a sutileza das nos-sas iguarias; o artesão, a beleza das nossas joias; o perfumista, a docilidade das nossas fragrâncias; o mateiro, a grandeza da nos-sa biodiversidade; o profissional da hotelaria, o do transporte, o da cerâmica. Enfim, a competência vivenciada de especialistas das mais diferentes áreas”, orgulha-se.

imersão amazônicaturismo de experiência exige a união de conhecimentos de todos os integrantes do trade, dos empreendimentos visitados às agências

� rota do Círio � mitos e Lendas na

Floresta Amazônica � Das Crenças,

Cheiros e Sabores � Joias que encantam � Arte em Cerâmica � heranças europeias

produTos monTados na

linha do Tour “das crenças, cheiros

e sabores”, oferecido pela viTória régia

Turismo:

Page 31: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 1

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Page 32: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 2

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

pa n o r a m a

sobra energia

há fartura de resíduos, mas ainda é preciso tornar mais eficientes os processos de aproveitamento energético da biomassa

planta da GeO energética produz 4mW de energia elétrica, injetada no sistema da Copel

Page 33: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 3

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

por Cléia [email protected]

Já dizia lavoisier: “Na natureza nada se perde, tudo se transforma”. Tanto melhor se a transformação reaprovei-

tar matérias orgânicas sem valor comer-cial para gerar energia e outras matérias--primas com alto valor agregado. estamos falando da biomassa, uma fonte de energia renovável cujo potencial de crescimento no Brasil é imenso. “somos um dos países mais ricos em biomassa. se usássemos o bagaço produzido em um ano pela indús-tria da cana-de-açúcar para gerar energia, teríamos o equivalente a uma Itaipu”, afir-ma gerhard ett, pesquisador do instituto de Pesquisas Tecnológicas (iPT), de são Paulo, referência no segmento.

O desafio é tornar mais eficiente os processos de transformação da biomassa, a ponto de viabilizar a produção em esca-

la comercial e, dessa forma, estimular o desenvolvimento de uma cadeia produtiva do segmento. Algumas iniciativas recentes mostram que essas barreiras já foram bem maiores. O próprio iPT anunciou em setem-bro passado avanços substanciais nas pes-quisas de gaseificação da biomassa. Trata-se de um processo de conversão de combus-tíveis sólidos em gasosos – por exemplo, gaseificar o bagaço da cana-de-açúcar para gerar energia elétrica e combustíveis, além de biopolímeros (plástico verde).

“Nosso objetivo principal não é gerar energia, mas gás de síntese, que pode ser convertido em uma quantidade infinita de produtos como diesel, polímeros, hidro-gênio e eletricidade. e ainda tem a vanta-gem de ser uma matéria-prima ecológica”, explica ett. O projeto de pesquisa e desen-volvimento do IPT para a gaseificação da biomassa existe há 30 anos e, atualmente, conta com o trabalho de 50 pesquisado-

res. O instituto anunciou que vai instalar em Piracicaba (sP) uma planta piloto com capacidade para processar 500 quilos de bagaço e de palha de cana-de-açúcar por hora. O Centro de Gaseificação deve en-trar em teste em 2016.

Os investimentos no projeto são de R$ 80 milhões. Para os pesquisadores do IPT, eles se justificam na medida em que hoje apenas um quarto da energia conti-da na cana é aproveitado. O bagaço e a palha ainda são subutilizados e, a partir de 2014, a lei de Resíduos sólidos não permitirá mais a prática de queimadas em lavouras de cana-de-açúcar, aumentando muito a quantidade de biomassa dispo-nível – questão que pode gerar um pro-blema para os produtores. A expectativa do IPT é que a tecnologia de gaseificação desenvolvida pelo instituto dobre a pro-dução energética atual sem a necessidade de aumentar a área cultivada.

Foto Shutterstock

Page 34: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 4

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

No Paraná, o aproveitamento da biomas-sa de lavouras de cana-de-açúcar já é reali-dade. Após dez anos de intensas pesquisas e investimentos de R$ 35 milhões, a geO energética desenvolveu um processo biotec-nológico para a produção de biogás a partir do reaproveitamento de resíduos da agroin-dústria. A primeira planta comercial da em-presa foi inaugurada no início deste ano no município de Paraíso do Norte, no noroeste do estado. O empreendimento é uma par-ceria com a coopcana, cooperativa forma-da por 127 produtores rurais que mantém uma usina de produção de açúcar e álcool no local. A planta produz 4 MW de energia elétrica, injetada no sistema da companhia Paranaense de energia elétrica (copel).

Mas esse é só o começo. A meta da geO é quadruplicar a produção até 2014, e já em 2013 produzir biometano, batizado de gNVerde, um substituto sustentável ao óleo diesel. A proposta é que parte desse gás seja utilizada nos veículos da própria cooperativa. “A receptividade do setor su-

croalcooleiro à nossa tecnologia tem sido muito grande. Devemos assinar ainda em 2012 parcerias para a instalação de três novas plantas de 25 a 30 MW cada”, afirma Alessandro gardemann, diretor-executivo da geO energética. A empresa aposta no interesse dos produtores em liberar as áreas atualmente usadas no tratamento de resíduos para o plantio agrícola.

segundo o executivo, o plano de ne-gócios da empresa projeta a construção de três novas plantas por ano nos próximos cinco anos. “Não vejo nenhuma dificuldade para alcançarmos essa meta porque acredi-tamos muito na tecnologia que desenvol-vemos, e só de cana-de-açúcar temos 400 usinas no Brasil”, argumenta gardemann. A solução da geO permite o aumento de escala na produção, um dos grandes desa-fios da biomassa. A vantagem para a agroin-dústria é atender às demandas decorrentes do crescimento da população mundial: a geração de energia limpa e o aumento da produção de alimentos.

pa n o r a m a

biogás

Gerhard ett, do Ipt: “Se usássemos todo o bagaço produzido em

um ano pela indústria da cana-de-açúcar para

gerar energia, teríamos o equivalente a uma Itaipu”

Page 35: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 5

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

A Senergen desenvolveuuma tecnologia que

transforma quaisquer resíduos orgânicos

e inorgânicos (como pneus, na foto acima) em energia limpa e insumos

químicos ecológicos

Divulgação/mpx

Page 36: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 6

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

pa n o r a m a

Mas não é só bagaço de cana que está sobrando por aí. em são Paulo, a senergen desenvolveu uma tecnologia que transfor-ma quaisquer resíduos orgânicos e inorgâ-nicos em energia limpa e insumos químicos ecológicos. A proposta da empresa é criar um novo ciclo de vida para materiais sem valor de mercado como pneus, lixo, deje-tos de animais e resíduos agrícolas. Por en-quanto, a senergen está concentrando suas atividades no processamento de pneus velhos. O processo resulta em matérias--primas nobres para diferentes cadeias produtivas: o negro de fumo, que confere a cor preta aos artigos de borracha, e o limo-neno, um óleo utilizado pela indústria de cosméticos e como aromatizantes.

“Nossa tecnologia não destrói nenhu-ma molécula. Todos os componentes quí-micos existentes no resíduo ficam intactos. É uma simulação perfeita da mãe Nature-za”, destaca Roberto Paschoali, presidente da senergen. Denominada solução ambien-tal cBT (conversão de Baixa Temperatura), a tecnologia já foi patenteada em 35 países e seu processo é livre de gás carbônico e, portanto, não contribui com o efeito estu-fa. A fábrica da senergen, inaugurada em lorena (sP) em setembro deste ano, tem

pneus carecas

Divu

lgaçã

o/In

stitu

to Id

eal

roberto paschoali, da Senergen: “é possível produzir energia limpa e

renovável, bem como produtos químicos ecológicos, de forma lucrativa preservando

a natureza e a vida no planeta”

Page 37: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 7

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

o que é biomassa?

� todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica que pode ser utilizada na produção de energia. podem ser de origem vegetal (madeira, bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz, etc.) ou animal (dejetos e gorduras de animais).

Fonte: Agência Nacional de energia elétrica (Aneel)

capacidade para processar 20 toneladas de biomassa por dia. A unidade recebeu inves-timentos de R$ 10 milhões.

O projeto da senergen prevê o proces-samento de 100 toneladas por dia até 2014 e 500 toneladas em 2017. “Temos um merca-do muito grande para explorar. A velocidade com que o mundo descarta pneus é enorme e a nossa tecnologia é a única que permite ao fabricante chamar seu produto de pneu verde”, afirma Paschoali. Ele adianta que a senergen está em negociação com vários parceiros, inclusive com uma empresa que recolhe pneus usados nos estados Unidos e tem interesse em montar uma fábrica naque-le país. Também está na prancheta um pro-jeto como uma grande siderúrgica brasileira para produzir carvão siderúrgico.

segundo Paschoali, o foco principal da senergen é transformar lixo em lucro. “es-tamos mostrando de forma prática e efeti-va que é possível produzir energia limpa e renovável, bem como produtos químicos ecológicos, de forma lucrativa, preservan-do a natureza e a vida no planeta.”

Alessandro Gardemann, da GeO energética: empresa aposta no interesse dos produtores em liberar as áreas atualmente usadas no tratamento de resíduos para o plantio agrícola

Page 38: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 8

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

f r a n q u i a

minha casa, meu negócio

Page 39: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

3 9

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

por Ana paula [email protected]

ao invés de sala comercial, a própria residência se transforma em um escritório. gastos com aluguel de

estabelecimentos, ponto de frequência, funcionários e horas perdidas no trânsito são algumas das outras rotinas que não fazem mais parte para um número de pes-soas que aposta em um modelo inovador de franquias. Trata-se do home based, cuja proposta promete aliar lucratividade, pou-cos custos fixos, implantação mais rápida e flexibilidade. Muito conhecido em países como os estados Unidos, aos poucos, esse modelo de trabalho em casa vem ganhando o mercado brasileiro de franchising.

“O proprietário precisa apenas de um computador, internet e telefone’’, resume David Pinto, fundador da Dr. Resolve. A franquia, especializada na prestação de ser-viços como pintura, reparos, jardinagem e alvenaria, oferece a opção de home based para cidades com até 30 mil habitantes. O custo é de R$ 25 mil, um pouco menos do que os R$ 38 mil para aderir à bandeira e inaugurar uma loja física. “No entanto, por não exigir um local específico, o franquea-do não terá despesas extras com aluguel, manutenção e reformas, economizando no capital de giro’’, destaca David.

Outra vantagem é que maioria das marcas home based é microfranquia, ou seja, possui investimentos iniciais de até R$ 50 mil. “A ten-dência é que, como o investimento é baixo, o retorno seja mais rápido, com previsão de seis a 12 meses’’, revela Reinaldo Zanon filho, da seguralta franchising. A rede, que atua no mercado de seguros, também oportuniza os formatos master franquia e standard, mas o empresário vê no home based um grande potencial para o sucesso aos profissionais independentes, que desejam consolidar sua carreira no ramo de seguro.

eQuILíbrIOSão, principalmente, os profissionais

mais jovens que demonstram habilidade de gerenciar seu tempo de forma a render

bem trabalhando em casa, na opinião do consultor luis henrique stockler, sócio--diretor da ba}stockler. Por estarem acos-tumados à rotina de sair de casa e ir para o escritório, os mais velhos podem sofrer um pouco mais com a adaptação. seja qual for a idade, torna-se importante equilibrar a disciplina do trabalho em casa com os momentos de lazer, garantindo que a vida pessoal não interfira na profissional – ainda que vividas no mesmo ambiente.

“Se o profissional está 24 horas dispo-nível, isso pode inclusive afetar sua produ-tividade, pois todos precisam também des-cansar. Mas é preciso ressaltar que, de vez em quando, será necessário um encontro pessoal ou uma reunião. Afinal, trabalhar em casa não significa trabalhar sozinho – os funcionários precisam saber que fazem parte de um time’’, comenta.

No caso da eRA (expense Reduction Analysts), esses encontros acontecem fre-quentemente. A franquia de origem inglesa oferece o serviço otimização de gastos para empresas em setores que não estão ligados à sua atividade principal.

fernando Macedo, master franqueado da eRA no Brasil, explica que o franqueado torna-se um consultor, podendo contar com a ajuda dos demais para, em conjunto, bus-car os melhores resultados para os clientes. “Dependendo do perfil profissional e pes-soal, os profissionais formam uma equipe integrada, reunindo suas diferentes especia-lidades e experiências para renegociar gastos junto a fornecedores. isso ajuda também a reduzir uma possível solidão”, detalha.

A qualidade de vida obtida por meio do home based é apontada por Macedo como a principal vantagem deste formato de negócio adotado pela eRA. De acordo com ele, muitos franqueados da rede eram funcionários de grandes corporações, que sonhavam em ter seu próprio negócio, mas não se identificavam com as franquias típi-cas do varejo, nas quais há a necessidade de altos investimentos para montagem da operação e compras de estoques.

essa tendência de negócio pode ajudar até mesmo o setor de franquias a crescer ain-

modelos de franquias home based permitem ao franqueado montar sua unidade na própria residência

Foto Shutterstock

Page 40: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 0

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Para o consultor luis henrique stock-ler, os franqueadores devem desenvolver uma relação de interdependência com seus franqueados, para que eles tenham interesse em uma parceria duradoura. “O desafio, nesses casos, é transferir o conhe-cimento e a técnica, sem que o franquea-do possa ser totalmente independente, já que isto faria com que a relação de negó-cio tivesse fim’’, ressalta.

Além disso, ele destaca que o franque-ador tem pela frente o grande desafio de transferir aos seus franqueados a cultura da marca. O que, a distância, é mais difícil de ser feito do que se todos passassem de seis a oito horas por dia no mesmo escritório, por exemplo. Na maioria das empresas, esse controle é facilmente feito por meio de softwares e processos internos.

f r a n q u i a

mais do que em formatos tradicionais,

o que determina o faturamento ou

crescimento é a dedicação do empresário

ofertas de dar água na boca seguindo as ações das redes concorrentes, o Burger King acaba

de lançar a campanha “Preços irresistíveis Burger King® – Oferta de verdade. sabor de verdade”. serão sete produtos, todos a pre-ços individuais de R$ 5. são eles: cinco sanduíches ( Whopper® jr. com queijo, BK calabresa™, BK Pepperoni™, cheeseburger com Bacon e BK™ chicken jr.), um acompanhamento (Batata suprema individual) e uma sobremesa (BK™ Mix M&M’s®).

“já tínhamos em nossos cardápios promoções e produtos para atender todos os bolsos. Agora lançamos dois produtos e colocamos em uma campanha nacional de ‘Oferta de verdade. sabor de verdade’. Nosso objetivo é convidar os consumidores a provarem a qualidade e o sabor diferenciado de produtos Burger King e mostrar que qualidade e sabor estão disponíveis para to-dos os bolsos”, afirma Ariel Grunkraut, diretor de Marketing da marca Burger King no Brasil.

Os sete produtos estarão disponíveis nos restaurantes partici-pantes até o final de novembro ou enquanto durarem os estoques. www.burgerking.com.br

da mais. De acordo com a ABf, o faturamen-to deste segmento cresceu 16,9% em 2011 e obteve um aumento de 9,5% em número de redes. A dificuldade para conseguir pontos comerciais devido ao alto valor dos imóveis é apontado como um dos fatores que impe-diram um cenário ainda mais positivo.

“O home based vem crescendo a cada ano, mas são negócios em que é possível poder crescer até certo tempo porque o empresário é a própria franquia. À medida que montar estruturas maiores, ele acaba saindo do modelo tradicional de não ter escritório, funcionários, definido por cada franqueadora. como são modelos que vêm

crescendo nos últimos anos, acredito que, quando isso acontecer, vão redesenhar o modelo para atender a um nível de expec-tativa diferente’’, avalia filomena garcia, sócia-diretora da franchise store.

CONtrOLeMais do que em formatos tradicionais,

o que determinará o faturamento da em-presa ou o seu potencial de crescimento é a dedicação do empresário. Trabalhar em casa, onde há muitas opções para dis-pensar a atenção, e sem a cobrança de um chefe do lado exige ainda mais disciplina e organização.

aproveiTamenTo ToTal

� Além das franquias que não exigem estabelecimento comercial próprio para implantação do negócio, há aquelas que sugerem aproveitar o espaço profissional já existente. é o caso da Super Cérebro, uma microfranquia educacional que desenvolveu uma metodologia própria no ramo da educação. “O sistema pode ser aplicado dentro de escolas – extracurricular –, em unidades externas (pode ser mesmo em casa), ou até mesmo dentro de empresas que tenham interesse em capacitar seus funcionários’’, explica ricardo Lama, diretor da rede. Dessa forma, ele ressalta que os professores podem ser também empresários sem abandonar o ramo da educação e aumentar a renda.

� O professor Júlio haluszczak, responsável pela nova franquia no Colégio Stella maris, em Curitiba, resolveu investir no negócio. “O retorno fica além das expectativas, pois em média a cada 15 alunos no Super Cérebro eu precisaria de cinco turmas com cinco aulas por semana, com uma hora/aula média de r$ 25 a r$ 30 – é só fazer as contas. esse sistema de franquias é uma excelente oportunidade para o professor conseguir abrir seu próprio negócio sem precisar sair da sala de aula.’’

Page 41: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 1

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Geração de novas receitas durante todo o ano | Equipe comercial dinâmica e ativa (Marketing de Acesso) | Baixo investimento inicial | Rápida capitalização | Cessão de uso de software exclusivo de gestão de negócio | Novos alunos a qualquer dia do ano (matrículas 365 dias) | Suporte contínuo de todas as empresas do UPTIME Group | Menor prazo de retorno do mercado: 9 meses | Método inovador baseado em conhecimentos de neurolinguística e mnemônica | Conselho Nacional de Franqueados | Isenção da Taxa de Publicidade e material didático próprio | Modelo operacional diferenciado: salas de 1 a 8 alunos, aulas em horários 100% fl exíveis e 100% de conversação.

Seja um franqueado UPTIME(31) 3218-2600 | www.uptime.com.br

Franquia 5 estrelas intitulada pela revista Pequenas Empresas& Grandes Negócios

(2007 a 2010)

Revista Pequenas Empresas &

Grandes Negócios

Chancelada por 7 anos consecutivos

(2006 a 2012)

Seja um franqueado da marca que há 10 anos cumpre o que promete.

UPTIME – A inovação no ensino do Inglês

Geração de novas receitas durante todo o ano | Equipe comercial dinâmica e ativa (Marketing de Acesso) | Baixo investimento inicial | Rápida capitalização | Cessão de uso de software exclusivo de gestão de negócio | Novos alunos a qualquer dia do ano (matrículas 365 dias) | Suporte contínuo de todas as empresas do UPTIME Group | Menor prazo de retorno do mercado: 9 meses | Método inovador baseado em conhecimentos de neurolinguística e mnemônica | Conselho Nacional de Franqueados | Isenção da Taxa de Publicidade e material didático próprio | Modelo operacional diferenciado: salas de 1 a 8 alunos, aulas em horários 100% fl exíveis e 100% de conversação.

intitulada pela revista Pequenas Empresas& Grandes Negócios

Page 42: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 2

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

f r a n q u i a

sonho de croissant A croasonho inaugurou dia 17 de outubro, no

jundiaí shopping, sua terceira loja no estado de são Paulo. “conhecemos a marca e sentimos que ela era perfeita para a região de jundiaí. Os produ-tos são saborosos, artesanais, e com certeza farão muito sucesso”, afirma o empresário Sergio Anto-nio fernandes, que ao lado de Andrea Paula Del Vecchio cardoso vai comandar a franquia.

A marca nasceu há 13 anos, em caxias do sul (Rs), e é comandada por eduardo silva e gustavo susin. Os croissants são feitos em duas fábricas locali-zadas em caxias do sul e em Porto Alegre. A franque-adora entrega a massa do croissant crua e congelada. Na loja, ela é descongelada, assada e recheada.

Os croasonhos são responsáveis pela maior par-te das vendas, mas as lojas também oferecem sucos, milk-shakes, brownies, sanduíches, vinho espuman-te e sucos da casa Perini (vinícola da serra gaúcha).

Para abrir uma unidade da croasonho há dois modelos de negócio: loja de rua/shopping (mall e praças de alimentação), com unidades a partir de 45 metros quadrados (shopping) e 90 metros qua-drados (rua), e investimento estimado entre R$ 335 mil e R$ 465 mil; loja petit (universidade, hipermer-cados, aeroporto e shoppings), com lojas de 35 a 45 metros quadrados e investimento entre R$ 255 mil e R$ 295 mil. www.croasonho.com.br

cookies legítimos A Mr. cheney, especializada em cookies e doces

americanos, projeta a abertura de mais 90 lojas até o final de 2014. “Queremos conquistar o mercado para a copa do Mundo”, explica o diretor da fran-quia, lindolfo Paiva.

A rede acaba de inaugurar sua primeira unidade em Mato grosso, instalada no shopping Norte sul. O sucesso da Mr. cheney e os objetivos da rede ca-saram perfeitamente com os planos dos novos fran-queados, a nutricionista samara Nantes e seu marido, gilson Nantes, que optaram pela marca após expe-rimentar seus produtos. “A receita é deliciosa. Os cookies são mais saborosos do que os encontrados nos estados Unidos e a possibilidade de abrir uma franquia Mr. cheney foi irresistível”, ressalta samara.

A Mr. cheney surgiu quando o casal brasileiro lindolfo e elida Paiva, amigos do cookieman jay cheney, da califórnia, decidiram aprender os se-gredos do verdadeiro cookie americano para trazê--lo ao Brasil. em 2005 abriram a primeira loja, no bairro da casa Verde, em são Paulo e, com essa, já somam sete unidades, cinco delas em formato de franquia. www.mrcheney.com.br

Page 43: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 3

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

bem brasileira A carioca Dermage, rede de farmácia de manipulação especializada em der-

mocosméticos, está investindo na expansão do negócio para outros estados do Brasil. A meta é fechar dez contratos de franquia até dezembro próximo e outros 50 até o fim de 2013. O modelo de negócios é um lounge para shoppings especialmente criado para comercialização de dermocosméticos. A prioridade no momento é que os pontos sejam no estado de são Paulo. O investimento inicial é de R$ 127,5 mil com previsão de retorno a partir de 24 meses.

“Ao contrário dos cosméticos importados, os produtos Dermage são desen-volvidos para o clima brasileiro, específicos para nossa pele e cabelo. A empresa investe em alta tecnologia e conseguiu se consolidar num mercado bastante competitivo”, afirma Filomena Garcia, sócia da Franchise Store, empresa res-ponsável pelo projeto de expansão da Dermage. A rede tem hoje 37 lojas – 17 próprias e 20 franquias –, a maioria no Rio de janeiro. www.dermage.com.br

quiosque de luxo A contém1g Make-Up – uma das maiores redes

de lojas e quiosques de maquiagens do País – já inaugurou 17 quiosques da rede no novo conceito “luxo”. O modelo também está sendo implantado nas lojas e traz uma experiência de consumo única no segmento de maquiagem. “A maioria dos quios-ques limita o acesso dos consumidores aos produtos, pois são fechados. Nosso layout inovou esse conceito, fazendo com que as clientes entrem nos quiosques, experimentem os produtos e aprendam técnicas de automaquiagem”, explica joelma francisco, gerente sênior de expansão da contém1g Make-Up.

O novo conceito está sendo aplicado tanto nas novas franquias – lojas e quiosques, como nas já exis-tentes, que, aos poucos, também vão aderir ao layout Luxo. Em fase de implantação até o final do ano, serão mais 22 pontos de venda neste formato (11 lojas e 11 quiosques). “Além de proporcionar mais interatividade e experimentação dos produtos, o atual padrão dos quiosques é uma excelente oportunidade de negócio para quem quer abrir uma franquia da contém1g Make--Up em shoppings onde não há pontos disponíveis para uma loja”, complementa joelma.

O investimento para a abertura de um quiosque luxo da contém1g Make-Up é de R$ 167 mil, fora o ponto comercial, e de uma loja no conceito luxo é de R$ 343 mil, também fora o ponto. A rede já está presen-te em todas as capitais do País, com exceção de Tocan-tins, que deve ter seu primeiro ponto de venda ainda em 2012, e de Roraima e Piauí, onde a marca chega em 2013. Até o final deste ano, a Contém1g Make-Up deve somar 30 novas unidades à rede total, que é composta hoje por 97 lojas e 67 quiosques, além do e-commerce.

Na meta de expansão da empresa estão diversas cidades brasileiras potenciais para o mercado de cos-méticos, dentre elas Manaus, Natal, e as cidades ca-tarinenses joinville, Balneário camboriú e Blumenau. www.contem1g.com.br

Page 44: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 4

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

f r a n q u i a

expansão à vista Marca de calçados masculinos e femininos criada em

2001, a cearense Zarkha aderiu ao franchising para chegar às principais cidades do País. A meta é abrir seis unidades até o fim deste ano e chegar a 12 lojas franqueadas em 2013. Para alcançar o objetivo, a marca contratou a franchise store – líder mundial em venda de franquias multimarcas no mundo.

A Zarkha comercializa cerca de 1,2 mil pares de sapatos por mês nas duas lojas próprias em fortaleza. com a abertu-ra dos novos pontos, a expectativa é que esse número suba para 7 mil. O faturamento da Zarkha em 2011 foi de R$ 2,4 milhões – este ano deve chegar a R$ 2,7 milhões.

fundador da marca, carlos Vanley Melo atua há mais de 20 anos no ramo calçadista. Vanley foi franqueado de gran-des marcas e aposta que a experiência será muito útil agora, quando está do outro lado. “Além de conhecer as regras des-te mercado, vivi a relação franqueador-franqueado, sei como é importante o apoio e a orientação da rede para o sucesso do empreendedor. Tudo isso me preparou para liderar a ex-pansão da Zarkha”, garante o empresário.

O investimento mínimo em uma franquia Zarkha é de R$ 360 mil com retorno previsto entre 18 e 24 meses. O fatu-ramento por loja gira em torno de R$ 120 mil mensais, e o tíquete médio é de R$ 200. Os interessados em uma franquia da marca podem entrar em contato pelo e-mail [email protected]. www.zarkha.com.br

d’além-mar Em Portugal, a palavra ‘arranjos’ significa ‘pequenos re-

paros em roupas’. Por isso, a rede lusa especializada em con-sertos de vestuários é chamada de Arranjos express. As dife-renças culturais não atrapalham os planos da empresa para o mercado brasileiro. em parceria com a franchise store – líder latino-americana em vendas de franquias multimarcas –, a Arranjos prevê a venda de 30 franquias nas principais capitais do País até o fim de 2013.

O primeiro ponto da marca no Brasil foi inaugurado no dia 4 de outubro, no shopping Vila Olímpia, na capital pau-lista, e é próprio. Os demais seguirão o padrão de equipa-mentos de primeira linha, layout moderno e funcional para proporcionar rapidez e qualidade ao serviço prestado. com 10 anos de mercado, a rede conta com 30 lojas em Portugal. seu diferencial é o resgate da tradição das costureiras. Além dos reparos, a Arranjos express também pode personalizar a peça, atendendo a preferência do cliente.

“A proposta da Arranjos express vem ao encontro do novo consumidor brasileiro, cada vez mais exigente. Não te-nho dúvida do sucesso da marca por aqui”, afirma Filomena garcia, sócia da franchise store. investir em uma franquia Arranjos express custa entre R$ 90 mil e R$ 130 mil, com re-torno previsto a partir de 24 meses. A área mínima para ins-talação das lojas é de 30 metros quadrados. O faturamento mensal de cada ponto varia entre R$ 40 mil (em shopping) e R$ 60 mil (na rua). www.arranjosexpress.com.pt

Page 45: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 5

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

união de forçasAs franquias Via Verde e Toca do Biscoito se uniram em uma holding,

que passará a controlar as operações das duas empresas.A apresentação oficial do grupo para o mercado aconteceu na Rio Franchising Business, feira realizada em setembro.

O novo grupo já nasce com 41 lojas entre franqueadas e próprias em 13 cidades, distribuídas por três regiões: sudeste, Nordeste e sul. A operação visa ao fortalecimento das duas redes no mercado de fran-chising nacional e ao incremento dos negócios para ambas, através da ampliação de suas redes e chegada a outros estados. A meta é obter um crescimento de 50% no número de lojas nos próximos 12 meses com um faturamento global anual de aproximadamente R$ 45 milhões.

fundada há 14 anos, a Via Verde possui hoje 18 lojas franqueadas e duas próprias em seis estados (Rj, sP, Mg, sc, BA e Al). O concei-to da marca envolve qualidade de vida e bem-estar, proporcionando aos consumidores uma vida saudável, natural e em equilíbrio. A rede inaugura até o fim de novembro cinco unidades franqueadas: Rio de janeiro ( jacarepaguá), Belford Roxo (Rj), Niterói (Rj), Belo horizonte e campinas (sP). com a abertura dessas unidades, subirá para 25 o total de operações franqueadas da rede. A previsão é fechar 2012 com 35 lojas franqueadas e um faturamento próximo a R$ 20 milhões.

fundada em 2006, a Toca do Biscoito foi pioneira no País no ramo do varejo doceiro, comercializando biscoitos, chocolates, doces e be-bidas. Teve sua primeira loja aberta em Niterói (Rj) e hoje conta com 14 unidades espalhadas por todo o estado, sendo duas próprias e 12 franquias. A rede fechou 2011 com um faturamento de cerca de R$ 15 milhões, 30% superior ao de 2010. este ano, a previsão da marca é abrir seis lojas franqueadas. A ideia é encerrar 2012 com um fatu-ramento da ordem de R$ 18 milhões. www.viaverdenaturais.com.br / www.tocadobiscoito.com.br

diversão noturna A jump entretenimento está investindo R$ 6,5 milhões em Belo

horizonte na abertura de uma franquia da Provocateur, badalada casa noturna de Nova York. A Provocateur Belo horizonte terá ca-pacidade para 350 pessoas e está sendo construída com o mesmo conceito e estilo da matriz nova-iorquina em um empreendimento de três andares com 800 metros quadrados, localizado no Bairro santo Antônio. A previsão de abertura da casa é março de 2013. A jump, especializada em entretenimento de luxo, é administrada pe-los empresários mineiros Marcelo Diogo, Daniel henriques, Pedro henrique cruz e hugo Almeida.

O projeto da Provocateur Belo horizonte foi concebido em parce-ria com os sócios da matriz de Nova York e os sócios da Provocateur de são Paulo, inaugurada no mês de agosto deste ano, no Bairro itaim Bibi. A franquia de são Paulo está sob o comando de Marcos Buaiz, Rubens Zogbi, gutti camargo, Zhu Yang, Ruly Vieira, Paulo Velloso, junior lopes e Philipp Klein e recebeu investimentos de R$ 5 milhões. inaugurada há quatro anos, a Provocateur é um dos mais luxuosos nightclubs de Nova York. Reduto de celebridades, socialites e persona-lidades cool de diversos países. www.provocateurny.com

Page 46: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 6

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

nada nebuloso

T e c n o lo g i a d a i n f o r m a ç ã o

Page 47: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 7

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Fernando peixoto, ex-CeO da pixeon e atual

presidente do conselho e diretor de pesquisa e desenvolvimento da

nova empresa

por Ana paula meurer [email protected]

o uso das aplicações de negócios base-adas na computação em nuvem – ou cloud computing – deixou de ser uma

tendência para se consolidar como a novi-dade tecnológica do ano. Um estudo reali-zado em junho deste ano pela Associação Brasileira de ebusiness (ebusiness Brasil) ouviu gerentes e diretores de Ti e apontou que 56% das empresas brasileiras analisadas já são beneficiadas pelo uso do recurso, que possibilita uma série de vantagens para usu-ários e corporações.

“estar com o computador nas nuvens significa disponibilizar aplicações e dados em computadores sem a necessidade de instala-ção de qualquer programa ou aplicativo”, ex-plica o consultor de Ti, celso gubitoso. Bas-ta, apenas, ter conexão à internet. Assim, em qualquer lugar e independente de qualquer plataforma, é possível o acesso a informações, arquivos e programas em um sistema único.

Apesar de cada vez mais difundida, a de-finição ainda não é compreendida de forma exata pelos usuários. e não é só no Brasil. Re-lação com o clima, travesseiros, drogas e papel higiênico foram as respostas mais dadas a uma pesquisa feita com americanos quando ques-tionados a respeito do que é a nuvem. O levan-tamento da Wakefield Research, encomendada pela citrix, também revelou que aqueles que conhecem a tecnologia dizem que trabalhar de casa é a maior vantagem da nuvem.

“A computação em nuvem é utilizada atualmente para reduzir os custos operacio-nais e revertê-los em novos investimentos. As áreas de negócio podem tirar vantagem desta mudança na alocação de novos recur-sos da Ti para atividades de valor agregado que tragam benefícios para o negócio e ser-vir como base para inovação de negócios e redução de riscos potenciais’’, ressalta ed-neia Moura, diretora-executiva da Bysoft.

Computação em nuvem diminui custos com infraestrutura e facilita acesso a informações, arquivos e programas

Foto Shutterstock

Page 48: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 8

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

T e c n o lo g i a d a i n f o r m a ç ã o

expANSãOembora se imagine que no Brasil os resultados de uma pes-

quisa semelhante à realizada nos estados Unidos não seriam di-ferentes, o número de usuários que migram para esta tecnologia vem crescendo a cada ano. “cloud computing é uma realidade. Temos centenas de clientes corporativos conseguindo benefí-cios reais para problemas reais. Não estamos mais defendendo o futuro do mundo em cloud. Isto já é passado’’, afirma Maurício fernandes, presidente da Dedalus, empresa fornecedora de solu-ções para a computação em nuvem.

Maurício explica que a Dedalus optou por integrar as plataformas dos dois maiores players de cloud do mundo: a google, que tem mais de 5 milhões de clientes corporativos no mundo com google Apps, e a Amazon Web services, que tem mais de 55% do mercado de iaas (infraestrutura como um serviço), segundo o gartner.

“É um posicionamento muito diferente do restante do merca-do nacional, que invariavelmente tem criado ‘suas clouds’. Mas esta tecnologia precisa de volume, não acreditamos que reunir apenas 10 mil servidores interligados significa que você tenha uma cloud de verdade. são necessárias dimensões planetárias. Por isso usa-mos google e Amazon para levar ao mercado ofertas que entregam o poder de cloud computing de verdade’’, detalha.

Por proporcionar formatos mais ágeis, inovadores e eficientes de realizar negócio, as vantagens atraem um número maior de empresas brasileiras a cada ano. Utilizando a tecnologia nos seus negócios há três anos, a rede Bourbon hotéis & Resorts é uma delas. De acordo com Tiago Dutra, gerente de Ti que palestrou em evento da ebusi-ness Brasil, é possível notar benefícios significantes principalmente nos resultados operacionais. “com a estrutura corporativa nós conse-guimos dar vazão às demandas de todas as áreas, desde operacional, financeira, marketing, enfim, toda a corporação”, comenta.

Ainda assim, conforme o consultor celso gubitoso, muitas

empresas ainda resistem aos serviços da cloud computing. “Trata--se de uma questão financeira. Em muitas empresas ainda estão concluindo seus investimentos na infraestrutura da Tecnologia da informação’’, comenta.

Apesar da resistência, outro estudo do setor constatou que o número de empresas que migrarão suas infraestruturas de Ti para computação em nuvem dobrará até 2015. intitulada “O po-der da nuvem: inovação nos modelos de negócios”, a pesquisa foi conduzida em âmbito mundial com mais de 500 executivos pela divisão de consultoria da iBM em parceria com o instituto de pesquisa economist intelligence Unit.

CONSCIêNCIAPara josé luis spagnuolo, diretor de cloud computing da iBM

Brasil, o mercado está de fato começando a entender que cloud computing não gera apenas aumento de produtividade e redução de custo, mas também proporciona o tipo de inovação fundamen-tal que oferece diferenciação e valor de mercado.

Empresas da área da informática estão intensificando seus trabalhos para demonstrar o valor desse serviço. A Orange Bu-siness services, por exemplo, desenvolveu solução baseada em nuvem chamada flexible contact center. como esta solução é baseada em nuvem, a despesa de capital é mínima e as empresas pagam à medida que crescem, sem necessidade de investimento em manutenção.

“O flexible contact center fornece todos os benefícios de uma solução de contact center em nuvem. Nosso objetivo é apoiar a expansão das empresas, de médio porte a multinacionais, tanto no mercado nacional quanto no internacional, proporcionando a melhor experiência ao cliente de forma personalizada”, explica Béatrice felder, vice-presidente de soluções para contact center da Orange Business services.

vanTagens aponTadas pelos usuários*

exemplos de compuTação em nuvem

� DrOpbOx: serviço para armazenamento de arquivos � GOOGLe AppS: serviço de colaboração de documentos,

planilhas, calendários, intranet corporativa, entre outros � SALeS FOrCe: sistema de gestão de vendas via web � AmAZON: gama variada de serviços para as empresas, desde

aplicações até infraestrutura

� 62% apontaram a colaboração com parceiros externos como um objetivo-chave ao adotar a nuvem;

� 57% citaram vantagens competitivas de custo através da integração vertical como uma motivação importante;

� 56% indicaram a abertura de novos mercados e canais de implementação como motivador no uso de cloud computing.

(*) De acordo com o estudo mundial “O poder da nuvem: inovação nos modelos de negócios”, desenvolvido pela Ibm Cloud Computing

0

5

25

75

95

100

edneia moura, da bysoft: “A computação

em nuvem é utilizadaatualmente para

reduzir os custos operacionais e

revertê-los em novos investimentos”

Page 49: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

4 9

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

0

5

25

75

95

100

Page 50: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 0

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

p e r f i l

colaboradores inTerconecTados

João marcello Gomes pinto, da Sustentech

Foto Shutterstock

Page 51: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 1

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

por mônica [email protected]

enquanto algumas empresas apostam na diversificação da oferta de produtos e serviços, outras preferem focar to-

dos os seus esforços e força de trabalho no desenvolvimento de um único projeto. É o caso da socialBase, empresa de tecnologia de informação totalmente dedicada ao de-senvolvimento de uma rede social corpora-tiva que leva o mesmo nome da empresa. com sede em florianópolis, a companhia oferece consultoria na implantação da fer-ramenta, customização, integração com sis-temas já existentes, suporte e treinamento dos usuários. “somos uma empresa de um produto só, pois de nada adianta desenvol-ver diversos itens e não se especializar em

nenhum; queremos nos aprofundar e apri-morar ao máximo o nosso trabalho”, afir-ma Radamés Martini, um dos fundadores e diretor-executivo da socialBase.

espécie de “facebook corporativo”, a socialBase segue os princípios e identida-de visual da maior e mais famosa rede so-cial do mundo, incluindo todos os recur-sos como perfil de usuário, atualização de notícias em formato de linha do tempo, bate-papo, grupos e páginas temáticas, opções para curtir e compartilhar conteú-do, entre outros. “Adaptamos as principais funcionalidades do facebook visando à colaboração corporativa, o que pode in-cluir colaboradores, clientes, fornecedo-res e parceiros”, explica Radamés.

Através de postagens e comentários nos perfis e grupos, as discussões esti-

mulam a colaboração de funcionários de todas as áreas da empresa, gerando am-biente propício para o fomento de novos projetos. “Muitos colaboradores, inclusi-ve, acabam tendo acesso a informações que jamais teriam conhecimento, assim como também podem expor capacidades e ideias desconhecidas, às vezes muito valiosas para a empresa como um todo”, completa o empreendedor. A plataforma permite ainda que os funcionários intera-jam de forma mais intensa, conhecendo melhor seus colegas, tanto pelo perfil como por meio dos conteúdos comparti-lhados e das discussões que a ferramenta possibilita. “com isso é possível aumentar a produtividade e melhorar o clima orga-nizacional, além de unir equipes geografi-camente distantes.”

Start up desenvolve rede social corporativa que facilita e estimula a colaboração entre funcionários e parceiros

radamés martini (segundo, da esquerda para a direita) e

equipe da Socialbase

Page 52: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 2

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

p e r f i l

fundada em janeiro de 2011, a empre-sa surgiu graças a um “insight” de Radamés dois anos antes, em 2009. formado em Administração de empresas, o catarinense cursava finanças nos estados Unidos quan-do, durante uma palestra com o ceO da Batavo, lhe ocorreu a ideia de desenvolver uma rede social exclusivamente corporati-va. “O executivo da Batavo falava sobre os desafios de integrar os mais de 13 mil fun-cionários da empresa na época e percebi aí uma oportunidade de negócio”, relembra.

De volta a florianópolis, Radamés lan-çou a ideia para o engenheiro mecânico André Ribas, parceiro desde os tempos em que estudavam na Universidade fede-ral de santa catarina (Ufsc). O próximo a se unir ao grupo foi Paulo Ross, profissio-nal do ramo de tecnologia da informação e desenvolvedor de sistemas sênior. jun-tos, eles criaram um protótipo da rede so-cial, incluindo as funcionalidades básicas

que julgavam essenciais ao produto. Para desenvolver essa primeira versão, contra-taram uma empresa de Ti localizada na Índia. “eles foram os únicos dispostos a executar nosso projeto com a verba e o

prazo que tínhamos”, conta Radamés.Para testar a ferramenta in loco, os

empresários contaram com a parceria de companhias de são Paulo e florianópolis, com quem mantinham relacionamento,

martini: semelhança com o Facebook não é mera coincidência. A taxa de adesão é muito maior no caso de um layout mais conhecido e amigável do que se tiver que

aprender do zero

Page 53: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 3

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

jando por motivo de trabalho, então o socialBase auxilia no acompanhamento e apoio a distância dessas pessoas”, diz Radamés.

A semelhança com o facebook não é mera coincidência. Ao tornar a interface mais “familiar”, a socialBase pretende fa-cilitar a adaptação dos usuários. “A taxa de adesão é muito maior no caso de um layout mais conhecido e amigável do que se tiver que aprender do zero”, diz o empresário, referindo-se a outros sites de inovação co-laborativa, como o Zoho, e os sistemas de intranet. “intranet é algo que se tornou pra-ticamente obsoleto, a maioria dos funcio-nários sequer acessa, ou só utiliza quando precisa checar o contracheque”, compara.

Além disso, a socialBase segue o prin-cípio da “consumerização”, termo utiliza-do para designar o uso de dispositivos pessoais no ambiente de trabalho, como tablets, netbooks e smartphones que a cada dia são mais utilizados nas empre-sas por colaboradores que os levam para o ambiente de trabalho. “esses gadgets podem e devem ser utilizados para au-mentar a produtividade dos profissio-nais”, afirma Radamés, que contabiliza a criação de aproximadamente dez novas redes sociais por dia, com a expectativa de chegar a 150 em 2013.

Para dar conta dos planos de expan-são, no ano que vem a empresa também pretende inaugurar escritórios em são Paulo, Rio de janeiro e Brasília, onde está localizada a maioria dos clientes. “esta-tísticas indicam que o mercado de social business deve movimentar mais de Us$ 6 bilhões em 2016, e é neste mercado que pretendemos nos firmar.”

que passaram a utilizar a rede para pro-mover a interação e colaboração entre suas equipes. “como o feedback foi muito positivo, iniciamos o desenvolvimento da primeira versão, dessa vez por conta própria, sob a coordenação de Paulo Ross, processo que levou um ano e meio para ser concluído”, relata Radamés.

lançada em maio de 2012, a platafor-ma já conta com mais de 1,3 mil compa-nhias de todo o Brasil que criaram suas redes sociais corporativas. Os usuários, que já somam acima de 20 mil profissio-nais de diversos cargos e áreas de atua-ção, podem interagir apenas com mem-bros da rede onde estão cadastrados ou que forem autorizados a ingressar. “essa, na verdade, é a única diferença que te-mos em relação às redes sociais comuns, pois garantimos total privacidade, já que o acesso só é permitido a e-mails que te-nham o mesmo domínio e apenas o ad-

ministrador da empresa pode convidar e incluir outras pessoas de fora”, detalha o empreendedor. entre as empresas que aderiram à ferramenta estão companhias como Portobello e Associação catarinen-se de Tecnologia (Acate).

Quem recentemente ingressou na rede foi o escritório Menezes Niehbur Advogados Associados, com sede na ca-pital catarinense. O objetivo é substituir o uso do e-mail e potencializar a troca de informações. estima-se que, mesmo sem ter sido feita qualquer ação específica de apresentação e incentivo ao uso do sof-tware, 55 dos 64 profissionais atuantes no escritório já possuíam um perfil no socialBase logo após sua criação. O gru-po utiliza a rede para discutir processos e questões de interesse coletivo na área jurí-dica. “Apesar da sede do escritório abrigar todos os colaboradores em florianópolis, frequentemente muitos deles estão via-

socialbaseSóCIOS: radamés martini, André ribas, paulo rossFuNDAçãO: 2011NúmerO De FuNCIONárIOS: 10SeDe: FlorianópolisáreA De AtuAçãO: desenvolvimento de rede social corporativawww.socialbase.com.br

linha do Tempo

2009 Durante uma aula num curso de finanças nos euA, o administrador radamés martini tem a ideia de criar uma rede social corporativa

2010 Desenvolvimento do protótipo da Socialbase

2011 Inauguração oficial da empresa, com sede em Florianópolis

2012 Lançamento da rede social corporativa, que em seis meses reuniu mais de 1,3 mil empresas e 20 mil usuários

Page 54: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 4

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

p r o d u T o s e s e r v i ç o s

loja virtualO UOl relançou a loja virtual, que agora passa a oferecer uma solução simples

e intuitiva para a criação e administração do seu negócio virtual. A nova plataforma é uma proposta inovadora no mercado brasileiro, permitindo que novas empresas passem a vender pela internet com facilidade e rapidez. Alguns diferenciais da nova solução de loja virtual são: � Solução de pagamento integrada: as novas lojas já são integradas com o

Pagseguro, oferecendo mais de 20 meios de pagamento, incluindo cartões de crédito, débito e boleto.

� Curso sobre e-commerce gratuito: ao contratar a loja virtual do UOl host, o empresário – ou microempresário – ganha um curso do ecommerce scho-ol (http://www.ecommerceschool.com.br), centro de cursos de e-commerce e de redes sociais.

� Integração automática com os Correios: a loja já vem integrada aos cor-reios, com cálculo de frete disponível e envio por sedex, sedex 10 e PAc.

� Suporte: 24 horas por dia, sete dias da semana por telefone, chat ou e-mail.O valor inicial da loja virtual do UOl host é de R$ 49 por mês. com isso, o pe-

queno e o médio empresário contam com um domínio próprio para personalizar seu negócio. O UOl host (www.uolhost.com.br) possui outras soluções para pe-quenas e médias empresas como e-mail marketing, Microsoft Office 365 e soluções em cloud computing. www.uolhost.com.br/loja-virtual.html

apps acessíveisA Dainet comunicação full Digital, primeira agência

digital do Brasil, se uniu à WebPlanet, especializada em desenvolvimento mobile, e à simple App, focada em app para celular, para criar a Appito Aplicativos, empresa fo-cada na concepção e produção de aplicativos para smar-tphones, tablets, redes sociais e smartTvs. com o slogan “faça barulho sem gastar muito”, ela oferece serviço de qualidade a um custo abaixo do praticado pelo mercado.

A Appito acredita que aplicativos e suas funcionali-dades são ferramentas essenciais no contato e interação com o consumidor, seja qual for o segmento. Por isso conta com equipe de profissionais preparados para criar produtos sob medida, em tempo hábil. com expertise tecnológico, esses produtos são desenvolvidos a fim de agregar todo o conteúdo essencial para a divulgação de negócios ou até mesmo de promoção pessoal. Além disso, seguem a linha de interface simples, praticidade na interação e layout personalizado para todos os siste-mas – iOs (iPhone), Android e hTMl5 (sites mobile). A Appito também desenvolve aplicativos sob medida, como vídeos, playlists, localizadores, jogos, interativida-de, entretenimento, sistemas empresariais, entre outros. www.appito.com.br

ferramenta para o dia a diaA Tramontina apresentou sua mais nova ferramenta para

utilização nas áreas industrial e mecânica. O produto, denomi-nado moto esmeril, é ideal para desbaste e afiação de peças. com carcaça em ferro fundido e base em alumínio, é bivolt 127/220V por chave seletora, com rotação de 3.580 RPM e po-tência de 368 W (1/2 cV ), possui eixo com diâmetro de ½ po-legada e robolo de 6 polegadas de diâmetro. O moto esmeril possui proteção para os rebolos em aço em ambos os lados e um protetor ocular contra faíscas com regulagem de altura que auxilia na proteção do operador. www.tramontina.com.br/produtos/22789-moto-esmeril

Page 55: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 5

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

fim dos malotesO desafio, atualmente, é lidar com uma multiplicidade

de negócios com fornecedores sem perder documentos e prazos de pagamento. se algo der errado o prejuízo pode acarretar juros, multas ou até mesmo a perda de parceiros. Para resolver esse problema, de uma maneira bem simples, as empresas podem digitalizar as notas fiscais físicas e armaze-nar tudo em um sistema inteligente.

Atenta a essa demanda de mercado, a simpress, líder em outsourcing de impressão e em gestão de documentos, acaba de lançar uma solução que captura e digitaliza documentos, o Docscan. Por meio de uma impressora multifuncional a solu-ção ajuda a evitar o tráfego dessas informações por malotes, a perda de documentos dentro da instituição, troca de notas fiscais e o vazamento de informações. Além disso, aumenta a segurança, já que o documento passa a ser rastreado.

A novidade ajuda também a economizar tempo, pois na hora da digitalização o usuário pode fazer suas consi-derações diretamente no arquivo. Ou seja, por meio do equipamento multifuncional é possível inserir informações relevantes para cada cliente como o vencimento da nota ou o cNPj da empresa. www.simpress.com.br

com sede em campinas (sP), a empresa Vg-BIO, criada no início de 2012, fabrica biolubrifi-cantes que chegam às grandes indústrias nacio-nais trazendo benefícios ao meio ambiente. com capacidade produtiva de 170 mil litros de biolu-brificantes e 7 mil quilos de graxa por mês, à base de óleos vegetais de soja, nabo forrageiro, ma-mona e pinhão manso, entre outros, a empresa abastece as gigantes embraer, Vale, ThyssenKru-pp elevadores, Quip engenharia, Máquinas san-martin, América latina logística (All), Polimetal, camargo correa e geosol.

essa biotecnologia está inserida no restrito rol das patentes verdes do instituto Nacional de Propriedade industrial (inpi). Das 500 patentes verdes que deverão ser concedidas pelo inpi em todo o Brasil, quatro são da VgBiO.

“Conseguimos produzir biolubrificantes e graxas que, além de apresentarem maior rendi-mento do que os lubrificantes minerais e sintéti-cos em diversas aplicações, não agridem o meio ambiente, pois a sua degradabilidade varia entre 28 e 40 dias. Outras vantagens são a economia em função do aumento do ciclo de vida do produto e a redução do descarte de resíduos, o fim das multas ambientais e todos os transtornos cau-sados pelos produtos que agridem a saúde e a natureza”, explica o diretor-executivo da VgBiO, Roberto Uyvari jr. www.vgbio.com.br

Tecnologia verde

Page 56: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 6

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

p r o d u T o s e s e r v i ç o s

especialista no desenvolvimento de soluções para docu-mentação fiscal eletrônica, a G2KA desenvolveu uma solução inovadora para receber, guardar e também validar os documen-tos fiscais recebidos, proporcionando agilidade e segurança no armazenamento das informações. Um diferencial da ferramenta é a capacidade de gerenciar três tipos de documentos: Nota fis-cal eletrônica (Nf-e), Nota fiscal de serviços eletrônica (Nfs-e) e conhecimento de Transporte eletrônico (cT-e). esse processo garante que a empresa está guardando e lançando no sistema de

gestão um documento realmente válido.A partir da correta gestão de documentos recebidos as em-

presas podem contar com organização e padronização nos pro-cessos. O sistema elimina problemas como arquivos espalhados em diferentes lugares, e-mails, pen drives ou CDs, que dificultam o acesso aos dados. Diminui radicalmente o tempo empregado em atividades de conferência, elimina a probabilidade de erros na digitação manual e aumenta a segurança no armazenamento das informações, entre outros benefícios. www.g2ka.com.br

Gestão fiscal

solução para hotéis Para inovar e oferecer produtos ao mercado ho-

teleiro, a Realgem’s Amenities lançou recentemente uma linha de acessórios universal pronta entrega para combinar com todas as linhas de cosméticos dos hotéis. entre alguns dos produtos oferecidos estão lenço de papel, touca de banho, algodão, coto-nete, pente, lixa de unha, kit costura, pasta e escova de dente, fio dental, saco higiênico, kit barba, lustra--sapatos e muitas outras opções.

Além da variedade de produtos, outro diferencial da nova linha é o conceito e o design moderno das embalagens, que foram desenvolvidas uma a uma para harmonizar com a funcionalidade de cada aces-sório. há mais de 20 anos no mercado, a Realgem’s é considerada a maior e mais moderna indústria do setor em todo o País. www.realgems.com.br

Page 57: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 7

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

nós esperamos que a Apple gere outras re-voluções no futuro.

Não pretendo aqui discutir o processo de construção de marcas, pois para isso ne-cessitaríamos de várias páginas para discorrer sobre produtos, serviços, aspectos de posicio-namento emocionais e filosóficos. Tampouco pretendo discorrer sobre a biografia de Jobs. Na verdade, quero falar sobre a importância de uma marca tornar-se “a marca”.

gosto de fazer um paralelo entre as marcas e as pessoas. Quantas pessoas você conheceu até hoje? De quantas delas você se lembra? Marcas, quantas conhecemos? Quantas passaram por nós e nem notamos? Quais são as primeiras que vêm à sua cabeça?

cada pessoa ou cada marca que veio à sua cabeça conseguiu um pedacinho da sua memória (e do seu coração). Talvez seja esta a nossa maior missão: fazer a diferença na vida das pessoas. imagine-se trazendo este raciocínio para o seu segmento de atuação e pense na marca da sua empresa. Pense no que ela pode agregar de valor na vida das pessoas e como transmitir isso a elas.

Quando estiver a serviço de uma marca pense que você é o embaixador dela, e qual-quer decisão que você tomar deve refletir a verdade geral, a coerência daquela marca, não importa a escala da decisão, desde o uni-forme de um funcionário até a decisão de um novo ponto de venda ou o planejamento

talvez seja esta nossa maior missão: fazer a diferença na vida das pessoas. traga este raciocínio para o seu segmento de atuação e pense no que a marca da sua empresa pode agregar de valor na vida das pessoas e como transmitir isso a elas

marcas e pessoasTodos nós conhecemos marcas fortes e

algumas delas têm o poder de nos mobili-zar para saber quais são suas últimas notí-cias ou quais são seus novos produtos.

Uma companhia que, nesse momento, exemplifica bem o parágrafo acima é a Ap-ple. Apesar das especulações de como será a Apple pós-steve jobs, a empresa ainda conta com a força da marca construída na era dele. O recente lançamento do iPhone 5 ocupou um bom espaço na mídia e nas conversas entre amigos até mesmo no Bra-sil, onde vários recursos do novo modelo não estarão disponíveis. Mais interessante ainda é entender o grau de importância da Apple ao se tornar a companhia mais valio-sa da história, avaliada em Us$ 650 bilhões, segundo dados da revista Veja.

A história da companhia permeada de altos e baixos confunde-se com a his-tória de seu cofundador, jobs, um gênio criativo que soube revolucionar a maneira como ouvimos música, recebemos notí-cias e nos comunicamos.

Talvez aí esteja um ponto crucial que o lançamento do novo aparelho trouxe à tona: o modelo é apenas uma evolução do anterior, mas não revolucionou o mercado. Os olhares de preocupação nesse momen-to são sobre a capacidade de inventividade de marca. As expectativas de todos são al-tíssimas – somente evoluções não bastarão,

por Kátia belloKátia Bello é arquiteta especialista em comunicação estratégica de varejo e

sócia-diretora da Opus Design ([email protected])

b a n h o d e lo J a

estratégico para os próximos anos.A tarefa de ser embaixador de uma mar-

ca é facilitada quando os princípios dela são os mesmos da pessoa que a representa. É o caso de jobs. Alguns traços de personalidade dele viraram personalidade da marca. seus conceitos de design amigável, clean e obje-tivo que podem ser percebidos nas roupas que usava, na pouca mobília de sua casa, no design dos produtos ou nas lojas da Apple.

Marcas ou pessoas fortes são aquelas que têm algo a dizer, são aquelas que fazem a diferença nas nossas vidas!

Foto

Shu

tters

tock

A história da Apple confunde-se com a de seu cofundador,

Jobs, um gênio criativo

Page 58: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 8

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Quando se passa por situações onde existem reais perdas, começamos a en-xergar as conquistas com outros olhares e sabores. A cada novo passo, num processo de recuperação, compreendemos tudo à nossa volta com uma ótica mais valorizada. A dor da perda cria pontes para um melhor entendimento sobre as relações, sejam elas pessoais ou materiais.

em um desses dias, passados muitos anos, reparei o quanto sou apaixonado por tudo o que está à minha volta, o quanto protejo e cuido para que tudo e todos te-nham de mim o meu melhor em atenção, carinho, respeito, cuidados e proteção.

entre vários defeitos que tenho, um dos mais fortes é a dispersão, que acaba por ser contraditório às minhas ações. Acho que isso ocorre pela minha plena consciência diante dos meus graves de-feitos. Acordo diariamente observando e pensando nas consequências deixadas no caminho por esses defeitos e, de alguma maneira, me esforço para repará-las.

Minha mente borbulha, quando não encontro caminhos para extravasar minhas energias. O tempo passa e a não-utilização correta dele me consome, às vezes me sin-to preso em minhas conexões, que não deflagram a atitude na velocidade que gostaria.

apaixone-se para sempre por tudo o que existe à sua volta

sou motivado por ações concretas, de-terminação e idealismos criativos, inusita-dos, novos principalmente. em tudo o que me cerca procuro deixar impecável, termi-nado, executado, pronto. O futuro está me cobrando ações e avanços, e sei que este caminho não é linear, sequer traçado, não quero acompanhar nada nem ninguém, quero achar e desbravar o novo, novamen-te, assim como fiz em toda a minha vida.

O marasmo me irrita, o comodismo me cansa, quero encontrar novos caminhos ja-mais trilhados. só assim acredito estar pos-sibilitando a criação de novas paixões tão platônicas como as que tenho hoje. Pode-mos, sim, amar tudo e todos de forma har-mônica, equilibrada, separada e intensa.

Quando construímos algo com paixão e amor, mantemos isso como situação a qual queremos ter e sentir para sempre. Trata-se do bem-estar sustentável! Pergun-te-se: quem não quer viver com o que ou quem gosta para sempre? Quem não quer ficar ao lado das pessoas que amam para sempre? Muitas vezes lutamos para con-quistar e poucas vezes lutamos para man-ter o que um dia foi busca platônica.

Depois das conquistas vejo muitas pessoas se acomodarem com o êxito,

relaxam no trato, no cuida-do, esquecem que a

perda será dolorosa e que muitas vezes po-derão não retornar mais ao estado sublime. Tenho por costume todos os dias olhar para trás, avaliar onde estive, com quem e em que situação. Assim crio referências para dar o verdadeiro valor ao momento vivido ou resgatar algo que perdi no caminho.

Procure sempre dar um passo adiante, mas também procure sempre usá-lo como referência para suas buscas. somos inclina-dos a seguir à frente, queremos mais e me-lhor a todo momento. Todos os dias penso que neste instante tenho todo o tempo, energia e recursos para conquistar o que desejo e assim preciso correr, muito, para que esta oportunidade seja aproveitada, e que se torne mais uma entre tantas que desfrutam do sentimento amor.

e m p r e e n d e d o r i s m o J á . c o m pa i x ã o

por marcelo ponzoniPublicitário e diretor-executivo da

agência Rae,MP, que atua há 24 anos no mercado; e Autor do livro “eu só queria

uma mesa”, da editora saraiva. (11) 5070-1294 - [email protected]

www.raemp.com.br

Quando construímos algo com paixão e amor, mantemos isso

como situação a qual queremos ter e sentir para sempre.

trata-se do bem-estar sustentável!

Foto Shutterstock

Page 59: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

5 9

l e i T u r a

Militares e policiais, especialmente agen-tes dos serviços de inteligência, precisam sa-ber convencer as pessoas, coordenar ações e melhorar o desempenho de suas equipes. No mundo corporativo não é diferente: seja du-rante o fechamento de um contrato, a venda de uma nova ideia ou a análise de um novo mercado, essas habilidades sempre garantem vantagens ao negociador que as domina.

Para auxiliar nesse processo, a obra propi-cia a identificação de diferentes perfis e ensina a interpretar comportamentos e obter experti-se da forma mais rápida possível para que se consiga sair bem em qualquer situação, seja ela uma negociação, uma reunião de negócios ou qualquer outra “missão” que lhe for incumbida. De forma simples e direta, os autores ensinam ainda a identificar comportamentos hostis e reagir a eles e como separar concorrentes de aliados potenciais, criando a abordagem certa para lidar com cada um deles.

treChOS: “...Os seres humanos têm um instin-to de autopreservação e alguns tendem a ser mais competitivos em relação a isso do que outros. Nessas condições, o desejo de vencer e de se autopromover é minha forma de definir o egoísta. Como já disse, nós nos encaixamos em algum lugar no continuum, então a maio-ria está mais alinhada com o ego ou com o altruísmo, não estando em seus extremos.Ao contrário do altruísta, a pessoa egoísta está mais concentrada nos seus resultados individuais ou em sua própria coletividade. Sua ação está focada em resultados que pos-sam ser significativos para si mesma ou para a empresa em que trabalha. Talvez seus passos prejudiquem outras pessoas, mas é geralmen-te das consequências negativas para os outros que afloram ações positivas para o ego.De forma saudável, uma pessoa egoísta está preocupada com promoções, oportunidades de crescimento e em ser vista como mais...”

vale tudo?

missão dada é missão cumpridaGregory hartley e maryann Karinch editora Saraiva – r$ 34,90

Obra ajuda a identificar comportamentos hostis e como reagir a eles, separando concorrentes de aliados potenciais

A obra apresenta as mudanças sociais, econômicas e culturais que moldam o am-biente organizacional. Apresenta também os conceitos de ciclo da liderança em Ação, coaching, níveis de comunicação, feedback, delegação, motivação de pessoas e de equi-pes, conflitos, tomada de decisão, resolução de problemas com criatividade e utilização do tempo. Além disso, aborda os diferentes esti-los de liderança, comparando-os com teorias

anteriores e incorporando-as na evolução da liderança. Dentro das variáveis, considerando pessoas e resultados, o autor explica como trabalhar com equipes, desenvolvendo matu-ridade, sinergia e como otimizar os resultados aplicando técnicas e metodologias.

liderando equipes para otimizar resultados

Muito mais do que apenas charme, sim-patia ou presença, o carisma lhe permite ins-pirar os outros e influenciá-los para aceitarem seu modo de pensar e agir. Mas como fazer isso? Afinal, no que consiste essa caracterís-tica? O que torna uma pessoa carismática? essas não são perguntas fáceis de responder, mas é incontestável que, a despeito de todas as qualificações técnicas, o carisma continua

sendo uma das principais chaves que abrirá as portas do sucesso em vários aspectos da vida, do material ao afetivo. Partindo desse ponto de vista, a obra analisa os quatro elementos básicos dessa poderosa e frequentemente malcompreendida, além de apresentar as ca-racterísticas e atributos associados ao carisma que podem ser apreendidos, desenvolvidos e aperfeiçoados.

as leis do carisma

Kurt W. mortensen Grupo editorial record – r$ 39,90

Antônio de Jesus Limão ervilha editora Saraiva – r$ 49

Page 60: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 0

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

6 1

empr

eend

edor

| ou

tubr

o 201

2

pre tem que vir até você. Lei antinatural do encantamento do outro (agrade, agrade e agrade aos clientes): Sempre agrade aos clientes fazendo com que o uso dos produtos, serviços e atendimento exceda as expectativas gerando encantamento. Supere a “tendência natural” de você querer receber agrados. Lei antinatural da razão do cliente (o cliente sem-pre tem razão): No fundo, no fundo, quando se diz que o cliente sempre tem razão, o que se quer dizer é “eu não posso perder esse cliente”. Portanto, supere a verdade de que nem sempre o cliente tem razão, mas trate-o como se de fato a tivesse.

Estas são as sete leis antinaturais de marketing. Você como dono absoluto de seu negócio pode continuar agindo como um trabalhador, ou um técnico, que ama o que faz em seu empreendimento. Isto pode torná-lo feliz e garantir a sua sobrevivên-cia por um tempo, mas não o tornará um empresário rico e feliz nem garantirá a sua longevidade empresarial. Para isso recomen-damos você olhar sua empresa na ótica do investidor e assumir o papel de presidente de seu próprio empreendimento. É isso aí. Pense como presidente. Aja como presiden-te. Torne-se o homem de marketing de sua empresa e torne uma prática usual as sete leis antinaturais de marketing.

Você, que tem acompanhado nossos ar-tigos, sabe que o empreendedor típico bra-sileiro é aquele que olha só para um lado da rua, ou seja, para o empreendimento em si, para a parte técnica, para aquilo que ele mais gosta da fazer. Sabe que a intenção prévia de quem abre um negócio é a sobrevivência, o que é legítimo. No entanto, está excluída desta intenção, na maioria dos casos, a am-bição de prosperar continuamente até o li-mite da riqueza. Sabe que isto significa que o empreendedor olha sua empresa na ótica do trabalhador.

Nós temos mostrado que para o em-preendedor levar sua empresa muito além da sobrevivência precisa enxergar seu empreendimento na ótica do empresário com espírito investidor e assumir o papel de presidente de sua própria empresa. E é exatamente o investidor, com o investimen-to realizado e a necessidade do retorno do investimento, que sempre busca resultados desproporcionais aos esforços. Se ele in-vestiu R$ 1, ele espera de retorno não 10% a mais, mas duas ou três vezes mais do que investiu, às vezes até dez vezes mais. Isto for-ça o empresário a agir como agem presiden-tes de grandes empresas, ou seja, a prestar atenção em clientes lucrativos, mercados em crescimento acelerado e produtos e serviços inovadores. Presidentes conhecem a relação direta entre cliente e lucro. Entre mercado, atendimento, vendas, marketing, pessoas qualificadas e os resultados da empresa. Por isso eles se tornam o homem forte de ma-rketing em suas organizações.

Para ajudar você a encarnar o papel de presidente de sua empresa, vamos apresen-tar a seguir sete leis de marketing, que por não serem usadas naturalmente são chama-das de as sete leis antinaturais de marketing.

As sete leis antinaturais de marketing

Vamos a elas: Lei antinatural do ouvir (fale menos e ouça mais): Ouça o cliente. Pesquise o mercado. Pesqui-se as tendências. Ouça os empregados. Ouça a concorrência. E acabe com essa “tendência natural” de achar que sabe tudo. Lei antinatural da necessidade do outro (faça o que os outros querem, não o que você gosta): A chave do sucesso em negócios está em iden-tificar e resolver a necessidade dos outros. Sem consumidores em números crescentes, não há mágica de vocação, experiência ou habilidade que possa manter a empresa viva. Ser o melhor em algo que o público não de-seja não fará a empresa decolar. Logo, supere a “tendência natural” de seguir tão somente a sua vocação ou o seu gosto. Lei antinatural do segmento ou nicho (venda so-mente a uns poucos, não a todo mundo): Não dis-perse suas energias tentando agradar a todo mundo. Nem Jesus Cristo conseguiu. Esco-lha o segmento de clientes mais desejáveis e centre o foco de seu negócio neles. Evite a “tendência natural” de querer vender para todo mundo. Lei antinatural da produção esgotada (invista em marketing, antes que você precise): Os negócios, assim como a vida, são regidos por ciclos. Ora está bom, ora está ruim. Na fase do ciclo com a produção esgotada e recursos abundantes é o momento oportuno de se investir para conquistar a fidelidade de clientes. Portanto, supere a “tendência natural” de achar que vai ter sempre filas de clientes à sua porta. Lei antinatural da caça ao cliente (saia de trás do balcão e vá atrás de clientes): Não pense que o mundo precisa de você. É óbvio que é você quem precisa do mundo. Então não fique parado esperando o próximo cliente entrar. Mexa-se. Vá pegar o cliente onde ele estiver. Supere a visão de que o cliente é quem sem-

Por Joel FernandesAutor dos livros Eu quero ser empresário rico!, Empresário rico também vai para

o céu e Sua pequena empresa: muito além da sobrevivência! e do site

www.euqueroserempresariorico.com.br

P E N S E G R A N D EE M P R E S Á R I O R I C O E F E L I Z

Olhe sua empresa na ótica do investidor e assuma o papel de presidente de seu próprio empreendimento

REmp 216 D.indd 61 02/10/2012 12:11:13

m e g a f o n e

O mercado de comunicação vivencia um clima de que, com a chegada da copa e das Olimpíadas, as agências precisam tornar seus negócios mais rentáveis. isso é verda-de? Minha opinião é que estamos vivendo uma falsa bolha de oportunidades. estes grandes eventos estão agitando o financeiro das empresas prestadoras de serviços para a construção civil, que vive uma alta pressão pela entrega das arenas e reformulações de algumas infraestruturas locais. empresas nos setores de alimento, material de segurança, construção e tratores, por exemplo, estão vi-vendo um excelente momento com o aque-cimento financeiro.

Atualmente, com relação ao mercado de marketing e comunicação, as ações ainda são pequenas e pontuais. estamos, ainda, na fase da escolha do nome da bola e do mascote da copa! Algumas empresas começam a idea-lizar ações referentes ao tema Olimpíadas apoiando federações e usando a marca do evento em seus comerciais on-line e off-line. Não sou uma pessoa pessimista, pelo contrá-rio, sempre penso no melhor, mas preciso ser realista que esta bolha em torno destes temas precisa acabar. As oportunidades para o mercado de marketing são superpontuais e centralizadas em algumas empresas. haverá uma agitação dos serviços de concierge em torno dos eventos, tais como serviços de traslado terrestre, telecomunicações e rádios, contratações de promotoras, colaboradores de limpeza, serviços de bebidas e alimentos. A cadeia de eventos sim terá uma excelente oportunidade relacionada à geração de negó-cios, mas com toda certeza deverá participar de concorrências por serviços nas arenas e lo-cais esportivos. Neste sentido, temos que ser realistas em perceber que as oportunidades serão excelentes para companhias que te-nham porte para atender às altas demandas

por rodrigo Geammalfundador e Diretor executivo da

elos cross Marketing - agência brasileira pioneira no marketing de resultados de

vendas, que tem o esporte e o entre-tenimento como conteúdo estratégico. [email protected]

www.eloscrossmarketing.com.br (11) 3432-2028

4 5

empr

eend

edor

| ou

tubr

o 201

2

M E G A F O N E

Caro leitor, gostaria de dividir esta re-flexão esportiva com objetivo de despertar novas oportunidades de relacionamento e incentivo no seu dia a dia corporativo. O futebol na Europa é um esporte bem administrado por federações e clubes. To-dos os jogos têm um excelente público e as fontes de receitas dos clubes são muito bem exploradas. Destaco aqui que os de-partamentos de marketing desenvolvem diversas ações corporativas que podem ser adquiridas pelas empresas locais para o de-senvolvimento de ações de relacionamento e de incentivo. Além disso, as campanhas de mídia são muito criativas.

No Brasil, vivemos uma miopia neste sentido pela falta de organização das fe-derações e pelos clubes. Os diretores de marketing dos clubes são figuras recentes e ainda acreditam que sua função é apenas descobrir um anunciante para estampar no peito da camisa do seu time. Engano! Existe muita oportunidade para gerar negócios e criar ações diferenciadas para o mercado corporativo. O tema futebol tem muito a ver com o dia a dia de uma empresa: situa-ções de pressão, necessidade de integração de equipe, a comunicação do líder e as di-ficuldades causadas pelos fatores incontro-láveis. Já pensou na possibilidade do clube oferecer palestras da sua comissão técnica para equipes de vendedores abordando temas como superar os seus limites? Esta seria uma grande iniciativa. Ou ainda: lança-mento de camisas históricas assinadas por importantes ídolos para serem utilizadas como prêmios para alguns consumidores? Marcas que não têm verba para expor os seus produtos na camisa do time poderiam ser convidadas para patrocinar espaços do clube que podem ser visitados por consu-

por Rodrigo GeammalFundador e diretor-executivo da Elos Cross Marketing – agência brasileira

pioneira no marketing de resultados de vendas, que tem o esporte e o entreteni-

mento como conteúdo estratégico. [email protected]

www.eloscrossmarketing.com.br (11) 3432-2028

O futebol como estratégia corporativa entre colaboradores e clientes

Os clubes precisam investir não apenas em jogadores. Sabemos que isso é importante! Entretanto, para ter receita

para comprar talentos eles precisam gerar receitas e para isso precisam oferecer credibilidade para o mercado corporativo

midores. Esta última ideia se torna uma ex-celente opção de geração de receita para o clube como para exposição de marca para o anunciante. Realmente falta muito para o Brasil aproveitar as oportunidades que o esporte mais admirado tem para ser explo-rado. Além disso, ações de relacionamento em camarotes em estádios são aplicadas nos principais mercados do Rio de Janeiro e São Paulo, mas muito pode ser feito em outras cidades do Brasil consideradas gran-des potências. O que falta para colocar em prática? Credibilidade.

Os clubes precisam investir não apenas em jogadores. Sabemos que isso é impor-tante! Entretanto, para ter receita para com-prar talentos eles precisam gerar receitas e para isso precisam oferecer credibilidade para o mercado corporativo. As empresas têm regras e não aceitam amadorismo! Elas exigem cumplicidade em todas as cláusulas combinadas. Hoje ainda vivemos situações que os clubes têm desgastes com anun-ciantes e acabam não só prejudicando eles mesmos, mas acima de tudo o mercado que tanto precisa de investimento. Um dos maiores clubes do Brasil, o Flamengo, não tem um patrocinador master. Com certeza isso é consequência da falta de planeja-mento de marketing elaborado por profis-sionais do mercado. Costumo dizer que se por caso uma empresa de escova de dente lançar a escova de dente ‘rubro-negro’ ofi-cial com o preço de R$ 2, deste valor R$ 1

seria destinado ao clube. Por mês se 70% da torcida participasse da ação, o clube arreca-daria alguns milhões. Bom para a empresa, bom para o clube.

Chegou a hora de criar um fórum de negócios no esporte a fim de dividir informações importantes tanto para os clubes quanto para os anunciantes. Não adianta ficar criticando apenas os carto-las, precisamos fazer a nossa parte como executivos criativos do mercado que so-mos. Apoio esta ideia, e se você que leu este artigo estiver disposto podemos co-meçar uma nova era entre o futebol e os anunciantes. Vamos nessa!

REmp 216 D.indd 45 02/10/2012 12:10:26

preparação para 2014

O brasil será invadido por cidadãos do mundo inteiro e a diversificação cultural é maravilhosa para o desenho de

estratégias personalizadas

e qualidade de serviço de entrega. sabemos que o mercado brasileiro ainda precisa de-senvolver muito a qualidade, principalmente das empresas de serviços e que são poucas que têm real chance de conquistar este espa-ço de exclusividade.

com relação às ações que envolvem de-mandas de criação, acredito muito em boas oportunidades para as agências que têm contratos, principalmente com as marcas patrocinadoras dos eventos, como também para as empresas que deverão desfrutar ape-nas dos camarotes na execução de estraté-gias de relacionamento. hoje, já podemos idealizar campanhas de endomarketing e de relacionamento para os formadores de opi-nião das empresas no intuito de motivar atra-vés das ações de incentivo às vendas, como também levar seus principais clientes para vivenciar essas experiências no universo do futebol. Nesse sentido, torna-se fundamen-tal desenhar estratégias de longo prazo até chegar à realização dos eventos. Demandas de site, brindes, e-mails e ações virais já po-dem aquecer as relações entre anunciantes e agências. Aqui está, de verdade, a grande chance de pequenas agências terem algum resultado positivo diante dos eventos espor-tivos sediados no Brasil.

Acredito também que os organizadores dos eventos poderiam convidar os principais executivos de marketing para explanar de forma didática, e clara, quais são as oportu-nidades para o mercado de patrocinadores, empresas de serviço, veículos de comuni-cação e toda a cadeia complementar. com certeza, o tempo está passando e falta muita

informação! Tenho o maior orgulho da capa-cidade criativa das nossas agências, mas falta informação para explorar melhor os even-tos e lucrar diante das oportunidades. Um exemplo simples é que o Brasil será invadido por cidadãos do mundo inteiro e a diversifi-cação cultural é maravilhosa para o desenho de estratégias personalizadas. surge aqui mais um nicho enorme, mas poucos sabem como explorar e executar. É preciso acordar e parar de criticar!

Precisamos de fato acreditar que o Brasil será nos próximos anos a maior vitrine internacional e a hora de apresen-tarmos o que temos de melhor para este mundo que ainda não conhece este país maravilhoso é agora!

Como estão os planejamentos e estratégias das agências do brasil para os dois grandiosos eventos: Copa e Olimpíadas

Page 61: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 1

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

qualquer cliente ou empregado. Por exem-plo, se você é dono de um restaurante tem que pagar por suas refeições. Donos de lojas ou supermercados não podem pegar das prateleiras produtos para dar de presente nas festas de aniversários dos amigos.

Percebeu a importância de ir muito além do cinema novo? como aconteceu com o cinema brasileiro, é hora de sua em-presa também se modernizar e profissiona-lizar sua gestão empresarial. Para se tornar um empresário rico e feliz é necessário ter sucesso na bilheteria e saber administrar o retorno do sucesso com profissionalismo. É isso aí. Agora é com você. Pense grande e haja como presidente.

Deixe-me lhe perguntar: alguém pode tocar uma empresa durante anos, sem ano-tar praticamente nada, nem receitas nem despesas, não usar nenhuma ferramenta da administração e ainda assim prosperar até o limite da riqueza? Vou lhe responder: pode sim, e eu já vi isso acontecer algumas vezes. se isso é possível, então por que você deve gastar seu tempo fazendo registros?

Vou lhe explicar. Minha experiência como consultor e minhas pesquisas como autor mostram que as empresas que pros-peram sem dominar a linguagem empresa-rial são exceções cujos donos têm um tino comercial excepcional, encontram um ni-cho de mercado de crescimento acelerado e cuja concorrência é tão amadora quanto elas. Metaforicamente é uma situação se-melhante à época do cinema novo, onde era muito conhecida a expressão que para se fazer cinema bastava ter uma ideia na ca-beça e uma câmera na mão.

hoje, tanto o cinema quanto as empre-sas estão muito profissionalizados e fica cada vez mais difícil, quase impossível, prosperar sem planejamentos e sem controles. e você? como se comporta em sua empresa? Regis-tra todas as operações de seu negócio ou ainda trabalha com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão? Vamos supor que você não anota suas entradas nem suas saídas e nem faz mensalmente um demonstrativo de resultados, também conhecido por DRe. A pergunta-chave é: por que você precisa pre-encher um DRe todo mês?

Preencher um DRe só é necessário se você quiser saber com precisão e correta-mente se o seu negócio é lucrativo! Mas, afinal, por que você deve apurar o lucro corretamente se você pode facilmente veri-ficar se está sobrando dinheiro no caixa no final do mês? Por uma razão muito simples:

cinema novoem primeiro lugar, você pode descobrir por que está trabalhando feito louco e não está vendo a cor do dinheiro e então tomar de-cisões acertadas para corrigir esta situação! em segundo, você tem uma referência para acompanhar a evolução do seu negócio – se está crescendo, estagnado ou em declínio. em terceiro lugar, você está preparado para mostrar o desempenho de seu negócio para um investidor ou para buscar crédito em um banco, se for necessário. e então? faz senti-do agora você registrar as operações de seu negócio? e o que mais você deve registrar?

há duas coisas que fazem uma empre-sa quebrar ou prosperar: o lucro e a reserva financeira. Então não basta a empresa ser lucrativa. ela tem que acumular reservas para reinvestimentos, para fazer frente aos imprevistos e para retornar o dinheiro para o investidor, que é você próprio. já vimos empresas quebrar por receber cheques sem fundo. já vimos também empresário traba-lhar por quase 30 anos e não ter nenhuma reserva financeira para vislumbrar sua apo-sentadoria. e não estou falando de empre-sários não esclarecidos. Ao contrário, isso acontece com empresários bem informados que, no entanto, não estavam sensibilizados para o que estamos escrevendo, ou seja, a importância de acumular reservas financei-ras. Por isso, fazer um balanço financeiro todo mês faz sentido, pois você poderá mo-nitorar a saúde financeira de sua empresa, muito além de seu achismo.

Você, que está habituado a ler nossa co-luna, sabe que temos o estimulado a deixar de ser dono absoluto de sua empresa e se tornar o presidente-executivo da mesma. Isso tem consequências: significa que se você ou alguém de sua família consumir algum produto ou serviço de sua empresa terá que pagar e registrar esta venda, como

por Joel FernandesAutor, entre outros, do livro

“Os segredos do Método do Presidente” e do site www.metododopresidente.com.br

6 1

empr

eend

edor

| ou

tubr

o 201

2

pre tem que vir até você. Lei antinatural do encantamento do outro (agrade, agrade e agrade aos clientes): Sempre agrade aos clientes fazendo com que o uso dos produtos, serviços e atendimento exceda as expectativas gerando encantamento. Supere a “tendência natural” de você querer receber agrados. Lei antinatural da razão do cliente (o cliente sem-pre tem razão): No fundo, no fundo, quando se diz que o cliente sempre tem razão, o que se quer dizer é “eu não posso perder esse cliente”. Portanto, supere a verdade de que nem sempre o cliente tem razão, mas trate-o como se de fato a tivesse.

Estas são as sete leis antinaturais de marketing. Você como dono absoluto de seu negócio pode continuar agindo como um trabalhador, ou um técnico, que ama o que faz em seu empreendimento. Isto pode torná-lo feliz e garantir a sua sobrevivên-cia por um tempo, mas não o tornará um empresário rico e feliz nem garantirá a sua longevidade empresarial. Para isso recomen-damos você olhar sua empresa na ótica do investidor e assumir o papel de presidente de seu próprio empreendimento. É isso aí. Pense como presidente. Aja como presiden-te. Torne-se o homem de marketing de sua empresa e torne uma prática usual as sete leis antinaturais de marketing.

Você, que tem acompanhado nossos ar-tigos, sabe que o empreendedor típico bra-sileiro é aquele que olha só para um lado da rua, ou seja, para o empreendimento em si, para a parte técnica, para aquilo que ele mais gosta da fazer. Sabe que a intenção prévia de quem abre um negócio é a sobrevivência, o que é legítimo. No entanto, está excluída desta intenção, na maioria dos casos, a am-bição de prosperar continuamente até o li-mite da riqueza. Sabe que isto significa que o empreendedor olha sua empresa na ótica do trabalhador.

Nós temos mostrado que para o em-preendedor levar sua empresa muito além da sobrevivência precisa enxergar seu empreendimento na ótica do empresário com espírito investidor e assumir o papel de presidente de sua própria empresa. E é exatamente o investidor, com o investimen-to realizado e a necessidade do retorno do investimento, que sempre busca resultados desproporcionais aos esforços. Se ele in-vestiu R$ 1, ele espera de retorno não 10% a mais, mas duas ou três vezes mais do que investiu, às vezes até dez vezes mais. Isto for-ça o empresário a agir como agem presiden-tes de grandes empresas, ou seja, a prestar atenção em clientes lucrativos, mercados em crescimento acelerado e produtos e serviços inovadores. Presidentes conhecem a relação direta entre cliente e lucro. Entre mercado, atendimento, vendas, marketing, pessoas qualificadas e os resultados da empresa. Por isso eles se tornam o homem forte de ma-rketing em suas organizações.

Para ajudar você a encarnar o papel de presidente de sua empresa, vamos apresen-tar a seguir sete leis de marketing, que por não serem usadas naturalmente são chama-das de as sete leis antinaturais de marketing.

As sete leis antinaturais de marketing

Vamos a elas: Lei antinatural do ouvir (fale menos e ouça mais): Ouça o cliente. Pesquise o mercado. Pesqui-se as tendências. Ouça os empregados. Ouça a concorrência. E acabe com essa “tendência natural” de achar que sabe tudo. Lei antinatural da necessidade do outro (faça o que os outros querem, não o que você gosta): A chave do sucesso em negócios está em iden-tificar e resolver a necessidade dos outros. Sem consumidores em números crescentes, não há mágica de vocação, experiência ou habilidade que possa manter a empresa viva. Ser o melhor em algo que o público não de-seja não fará a empresa decolar. Logo, supere a “tendência natural” de seguir tão somente a sua vocação ou o seu gosto. Lei antinatural do segmento ou nicho (venda so-mente a uns poucos, não a todo mundo): Não dis-perse suas energias tentando agradar a todo mundo. Nem Jesus Cristo conseguiu. Esco-lha o segmento de clientes mais desejáveis e centre o foco de seu negócio neles. Evite a “tendência natural” de querer vender para todo mundo. Lei antinatural da produção esgotada (invista em marketing, antes que você precise): Os negócios, assim como a vida, são regidos por ciclos. Ora está bom, ora está ruim. Na fase do ciclo com a produção esgotada e recursos abundantes é o momento oportuno de se investir para conquistar a fidelidade de clientes. Portanto, supere a “tendência natural” de achar que vai ter sempre filas de clientes à sua porta. Lei antinatural da caça ao cliente (saia de trás do balcão e vá atrás de clientes): Não pense que o mundo precisa de você. É óbvio que é você quem precisa do mundo. Então não fique parado esperando o próximo cliente entrar. Mexa-se. Vá pegar o cliente onde ele estiver. Supere a visão de que o cliente é quem sem-

Por Joel FernandesAutor dos livros Eu quero ser empresário rico!, Empresário rico também vai para

o céu e Sua pequena empresa: muito além da sobrevivência! e do site

www.euqueroserempresariorico.com.br

P E N S E G R A N D EE M P R E S Á R I O R I C O E F E L I Z

Olhe sua empresa na ótica do investidor e assuma o papel de presidente de seu próprio empreendimento

REmp 216 D.indd 61 02/10/2012 12:11:13

As empresas que prosperam sem dominar a linguagem empresarial são exceções cujos donos têm um tino comercial excepcional, encontram um nicho de mercado de crescimento

acelerado e cuja concorrência é tão amadora quanto elas Foto Shutterstock

Page 62: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 2

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

p r ê m i o s

o mês de aniversário de 19 anos da Revista empreendedor recém-terminou, mas é agora em novembro que temos muito a comemorar: duas reportagens da jornalista cléia

schmitz foram agraciadas em premiações de jornalismo. “iden-tidade única”, publicada na edição de abril deste ano, foi classifi-cada em primeiro lugar no Prêmio Automação, categoria jornalis-mo, promovido pela gs1 Brasil. e “Ponto crítico”, publicada em setembro último, venceu o Prêmio sistema fiesc de jornalismo.

É o reconhecimento do trabalho da equipe de jornalistas da empreendedor, que procura sempre levar a seus leitores infor-mações de qualidade em um texto de leitura agradável. Prova dis-so é que, apenas nos últimos sete anos, a revista já recebeu oito prêmios (seis deles como primeiro lugar e dois como menção honrosa), além de outras 15 participações como finalista.

prêmIO SIStemA FIeSC De JOrNALISmOO Prêmio sistema fiesc de jornalismo foi criado em 1985 para

reconhecer o trabalho dos profissionais de comunicação social na pesquisa, divulgação de dados e reportagens enfocando a indús-tria catarinense e a contribuição do setor produtivo ao desenvol-vimento do estado e do País. A edição deste ano contou com 79 inscrições nas três categorias – Texto, Audiovisual e Acadêmico.

A comissão julgadora do Prêmio sistema fiesc de jornalismo definiu a reportagem “Ponto crítico”, inscrita por Cléia Schmitz,

da Revista empreendedor, de florianópolis, como trabalho ven-cedor da categoria Texto. esta é a terceira vez que a jornalista se destaca nesta premiação: em 2008, o artigo “energia no horizon-te” foi classificado em primeiro lugar, e em 2010 “Você geração s/A” recebeu menção honrosa.

A reportagem laureada de cléia schmitz trata de um grave problema – entre tantos – enfrentado pela economia brasileira: a falta de mão de obra qualificada. A raiz deste problema está na falta de qualidade no ensino básico, mas avança pela falta de ofer-ta de cursos técnicos e profissionalizantes e de graduações de curta duração, chegando a universidades desconectadas com o mercado atual de trabalho. Para ler este trabalho, acesse o Portal empreendedor e digite o título da matéria na área de busca.

prêmIO AutOmAçãO GS1 brASIL em sua 15ª edição, o Prêmio Automação, promovido pela

gs1 Brasil – Associação Brasileira de Automação, teve como novidade a inclusão da categoria imprensa. e a Revista empre-endedor foi logo arrebatando o primeiro lugar. A comissão jul-gadora do prêmio definiu a reportagem “Identidade única”, de cléia schmitz, publicada na edição de abril, como vencedora na subcategoria jornalismo impresso por revelar soluções globais de tecnologia, padronização de processos e códigos de produ-tos, identificação de uma forma geral e seus benefícios para a cadeia de abastecimento.

“estamos realizados com essa primeira versão da categoria imprensa no Prêmio Automação. Tivemos inúmeras inscrições, o que confirma o valor que o jornalismo confere ao desenvolvi-mento tecnológico e ao trabalho de disseminação das melhores práticas com o uso do sistema gs1. Agradecemos a todos os par-ticipantes e parabenizamos os jornalistas premiados”, afirma João carlos de Oliveira, presidente da gs1 Brasil.

A reportagem premiada apresenta as tecnologias de iden-tificação, como código de barras linear, QR Code e RFID, e os inúmeros benefícios que elas trazem às empresas, como redução de custos e erros, agregação de valor e acesso a novos mercados. Para ler este trabalho, acesse o Portal empreendedor e digite o título da matéria na área de busca.

louros da dedicação

revista empreendedor recebe em novembro dois prêmios de jornalismo, mérito da repórter Cléia Schmitz

Page 63: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 3

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

2a Feira Internacional de Edificações & Obras de InfraestruturaServiços, Materiais e Equipamentos.

www.constructionexpo.com.br

Construction Expo 2013 - De 5 a 8 de Junho de 2013 Centro de Exposições Imigrantes | São Paulo | Brasil

A IntEgrAção DA CADEIA DA ConStrução

Realização: local:

A Construction Expo 2013 é apoiada pelas principais entidades, construtoras e fornecedores do setor, por reunir, em um único local, serviços, materiais e equipamentos para obras e o Sobratema Congresso – Edificações e Infraestrutura.Se a sua empresa faz ou quer fazer negócios no mercado brasileiro da construção, esta é a oportunidade. Participe da Construction Expo 2013.

Informações e reservas de áreas: [email protected] | 11 3662-4159

final_anuncio_construction_2013.indd 1 21/07/12 16:00

Page 64: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 4

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

a n á l i s e e c o n ô m i c a

No ano de 2011 vimos a inflação tocar no teto da meta de 6,50%, ameaçando a estabilidade do mercado. Porém, com a pio-ra das economias mundiais, principalmente na espanha e grécia, houve um movimento desinflacionário este ano que permitirá que a inflação fique perto de 5,50% (bem acima do centro da meta de 4,50%), mas longe de causar o desconforto de 2011. Po-rém, o que vem preocupando todos é a trajetória da inflação para o ano que vem. Vamos passar de um crescimento da economia de aproximadamente 1,50% em 2012 para algo entre 3% e 4% em 2013, partindo de uma base muito baixa em 2012, e vemos o governo constantemente injetando recursos pontuais em apenas determinados setores, sem dar ênfase no investimento de longo prazo. O lado fiscal começa a piorar também, sendo praticamente impossível o cumprimento da meta de 3,10% de superávit para 2012. caso o desempenho das economias mundiais (princi-palmente estados Unidos e europa) não for tão ruim quanto o esperado, e consequentemente o crescimento do PiB brasileiro acelerar, muito provavelmente veremos as projeções de inflação encostarem novamente no teto da meta.

A projeção do índice de inflação oficial (IPCA) para o ano que vem na pesquisa semanal focus, do Banco central junto

ao mercado, está perto de 5,50%. Porém, se pegarmos a taxa de juros negociada para um ano e descontarmos o cupom de juros da NTN-B (título público indexado ao iPcA), sobram apro-ximadamente 6,3% de inflação projetada para 2013, ou seja, os operadores do mercado já veem a inflação ano que vem bem próxima do teto da meta.

O que podemos perceber é uma grande diferença entre o Banco central do governo lula e o Banco central do governo Dilma. sem sombra de dúvidas o primeiro dava total autonomia ao ex-presidente do Bc henrique Meirelles, que sofria pouca pressão do Ministério da Fazenda, e hoje podemos afirmar que o que ocorre é o inverso.

Acreditamos no fundo que o Banco central suba os juros ano que vem para combater a inflação, mas nosso medo é que isso ocorra tardiamente, podendo acabar acarretando numa alta maior que o previamente esperado pelo mercado, comprometendo as-sim a recuperação da economia no médio prazo.

a ameaça da inflaçãoestamos terminando o ano de 2012 e muitas dúvidas aparecem neste período em relação ao comprometimento do governo com o controle inflacionário

paulo petrassi – leme investimentos

percebemos uma grande diferença entre o banco Central do governo Lula e o banco Central do governo Dilma. Sem sombra de dúvidas o primeiro dava total autonomia ao ex-presidente do bC henrique meirelles, que sofria pouca pressão do ministério da Fazenda,

e hoje podemos afirmar que o que ocorre é o inverso

Wilso

n Di

as/A

br

Page 65: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 5

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Juros/aplicação (%)

CDI 0,61 7,25Selic 0,61 7,30Poupança 0,50 5,40Ouro BM&F -2,76 18,64

íNDICe 31 De OutubrO ANO

indicador imobiliário (%)

TR 0,00

íNDICe 31 De OutubrO

câmbio

Dólar Comercial Ptax R$ 2,0313Euro US$ 1,2971Iene (US$ 1,00) $ 79,8100

Até 31 De OutubrO COtAçãO

carteira Teórica ibovespa

Vale PNA 11,956 AçãoPetrobras PN 8,517 AçãoItauUnibanco PN 4,015 AçãoBMF Bovespa ON 3,902 AçãoOGX Petroleo ON 3,773 AçãoBradesco PN 3,130 AçãoVale ON 2,925 AçãoPDG Realt ON 2,745 AçãoBrasil ON 2,726 AçãoGerdau PN 2,574 AçãoUsiminas PNA 2,462 AçãoSid Nacional ON 2,359 AçãoItausa PN 2,315 AçãoPetrobras ON 2,206 AçãoCyrela Realty ON 1,866 AçãoGafisa ON 1,648 AçãoCielo ON 1,539 AçãoFibria ON 1,498 AçãoMMX Miner ON 1,440 AçãoBRF Foods ON 1,341 AçãoEcodiesel ON 1,311 AçãoRedecard ON 1,283 AçãoMRV ON 1,233 AçãoGol PN 1,211 AçãoLojas Americ PN 1,207 AçãoRossi Resid ON 1,163 AçãoCemig PN 1,134 AçãoAll Amer Lat ON 1,104 AçãoLojas Renner ON 1,098 AçãoSantander BR UNT N2 1,097 AçãoTam S/A PN 1,041 AçãoBradespar PN 0,993 AçãoAmbev PN 0,979 AçãoJBS ON 0,934 Ação

Telemar PN 0,923 AçãoLlx Log ON 0,914 AçãoEletrobras ON 0,890 AçãoNatura ON 0,845 AçãoTim Part S/A PN 0,840 AçãoP.Acucar-CDB PNA 0,808 AçãoCCR Rodovias ON 0,802 AçãoVivo PN 0,793 AçãoCosan ON 0,784 AçãoEmbraer ON 0,755 AçãoEletrobras PNB 0,743 AçãoB2W Varejo ON 0,701 AçãoCesp PNB 0,685 AçãoGerdau Met PN 0,660 AçãoBrookfield ON 0,622 AçãoCopel PNB 0,598 AçãoBraskem PNA 0,596 AçãoUsiminas ON 0,592 AçãoDuratex ON 0,589 AçãoMarfrig ON 0,546 AçãoLight S/A ON 0,541 AçãoEletropaulo PNB 0,530 AçãoUltrapar PN 0,486 AçãoSouza Cruz ON 0,443 AçãoCPFL Energia ON 0,441 AçãoKlabin S/A PN 0,404 AçãoBrasil Telec PN 0,390 AçãoSabesp ON 0,352 AçãoTelemar ON 0,268 AçãoTran Paulist PN 0,229 AçãoTelemar N L PNA 0,225 AçãoTelesp PN 0,155 AçãoTim Part S/A ON 0,125 AçãoTim Part S/A ON 0,170 9

NOme DA AçãO CLASSe pArtICIpAçãO tIpO De

bOveSpA AtIvO NOme DA AçãO CLASSe pArtICIpAçãO tIpO De

bOveSpA AtIvO

Até 31 De OutubrOIbOveSpA 100,000 AçãO

indicadores econômicos

Inflação (%)

IGP-M 0,02 7,11IGP-DI -0,02* 7,45IPCA 0,57* 4,36IPC - Fipe 0,55* 3,34

íNDICe 31 De OutubrO ANO

(*) Os índices do IGP-M, IGP-DI, IPCA e IPC-Fipe do mês de Setembro de 2012 foram obtidos através de estimativas do Banco Central do Brasil, disponíveis na página oficial da instituição.

Juros crédito (%)

Desconto 1,48 1,48Factoring 3,58 3,59Hot Money 3,04 3,04Giro Pré (taxa mês) 1,69 1,69

íNDICe 31 De OutubrO 27 De SetembrO

mercados futuros

Dólar R$ 2,031 R$ 2,050Juros DI 7,10% 7,11%Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro: 57.300

Até 31 De OutubrO DeZembrO JANeIrO/2013

Page 66: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 6

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

da consultoria de campo e como fazer sua gestão de maneira eficaz. entre os temas trabalhados estarão: tendências, processos, benchmarks, visitas com foco mais efetivo, perfil do consultor e relacionamento com o franqueado. O treinamento será ministrado por Amé-rico josé, sócio-diretor da ATcO Treina-mento & consultoria, graduado em co-municação social, com especialização em Propaganda e Marketing.

dia 28/11/2012 marketing para franquiashotel Golden tuliprio de Janeiro – [email protected]

Voltado a gestores e gerentes de redes de franquias, o programa apresenta técni-cas de estruturação e de gestão de fundo de marketing. O curso mostra como en-volver toda a rede em ações de marketing e comunicação, alavancando o desem-penho dos franqueados e alcançando melhores resultados. O treinamento será ministrado por filomena garcia, sócia--diretora da franchise store, primeira loja de venda de franquias do mundo, e por Denis santini, sócio-diretor da MD comu-nicação, primeira agência especializada em franquias e redes.

de 28/11/2012 a 29/11/20121º simpósio brasileiro de políticas públicas para comércio e serviçosCentro de Convenções brasil xxIbrasília – [email protected]

O simbracs pretende se firmar como referência no debate sobre comércio, logística e serviços, além de ajudar a disseminar, no Brasil, o conhecimento sobre o setor. Trata-se de um evento co-ordenado pela secretaria de comércio e serviços (scs) do MDic e realizado em parceria com a Agência Brasileira de De-senvolvimento industrial (ABDi) e com o sebrae. Além de reuniões oficiais e debates, serão apresentados novos ins-trumentos de melhoria do ambiente de negócios e de fortalecimento do setor produtivo brasileiro.

de 4/12/2012 a 5/12/2012curso “como estruturar e gerir uma consultoria de campo”hotel mercureSão paulo – [email protected]

Destinado a gestores, de redes de franquias e negócios, e consultores de campo, o programa abordará os papéis das partes, franqueador e franqueado, o passo a passo para a estruturação

de 15/11/2012 a 18/11/2012exponáutica 2012marina píer 33biguaçu – SCwww.exponauticapier33.com.br

com expositores de todo o País, a exponáutica 2012 vai aumentar sua estru-tura, ampliando a área coberta e trazendo as mais modernas embarcações, além de acessórios e serviços específicos aos pro-prietários dos veículos, bem como aos estaleiros presentes. santa catarina é hoje o terceiro estado brasileiro com o maior número de estaleiros. O evento movimen-tou mais de R$ 25 milhões na edição do ano passado e vai aquecer novamente o mercado e as marcas do setor náutico bra-sileiro e internacional.

de 20/11/2012 a 23/11/2012feira brasil: petróleo, gás, biocombustívelCentro de ConvençõesSalvador – bAwww.feirabrasilpetroleogas.com.br

O evento reúne fornecedores destes segmentos e das áreas de química, side-rurgia, papel e celulose e usinagem. O pro-pósito é reunir empresas âncoras e redes relacionadas com petróleo, gás e APl de tecnologia existentes no País, apoiadas pela Petrobras, com o objetivo de trocar experi-ências e gerar rodada de negócios.

de 22/11/2012 a 25/11/2012salão internacional de veículos antigosAnhembi parqueSão paulo – Spwww.salaodeantigos.com.br

O evento reunirá os maiores colecio-nadores de automóveis e motocicletas clássicas, além de barcos e aviões, que trarão para exibição verdadeiras preciosi-dades. O público terá a oportunidade de ver de perto máquinas raríssimas, conhe-cer a história por trás de cada um deles e ainda viajar no tempo. Através de apre-sentações artísticas com músicas de época e figurinos impecáveis, o evento vai revi-ver cada década, retratar as mudanças de comportamento, de estilos e de estéticas, mas sem esquecer daqueles que serão os grandes homenageados.

a g e n d a

vesTindo o fuTuro

de 25/11/2012 a 28/11/201240ª feira internacional do setor infanto-Juvenil/ Teen/bebêexpo Center Norte pavilhão vermelho – São paulo – Spwww.fit016.com.br

A fiT 0/16 é destinada exclusi-vamente para profissionais do setor (lojistas de shoppings, redes de varejo e butiques), vindos de todos os esta-dos brasileiros e do exterior. O evento potencializa o mercado durante todo o ano, permitindo que o comprador possa efetuar aquisições mais constan-tes e menos dispendiosas. Além disso, otimiza o tempo do comprador reu-nindo em um só espaço os principais fabricantes e importadores do setor.

Foto Shutterstock

Page 67: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 7

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

Page 68: Empreendedor 217 - Novembro de 2012

6 8

empr

eend

edor

| n

ovem

bro 2

012

0

5

25

75

95

100