ed. 6 - ano 1 - 07/2009

66
SEM MEDIDA | 1 Revista wr ters i Editora Comunicação Para quem não tem medo da fita métrica SEM MEDIDA Ano 1 - nº 1 - Julho de 2009 Gastronomia Um prato que vai esquentar seu inverno Moda Conheça as tendências para a estação Entrevista Eles são um casal eternamente apaixonado Uma top model sem medo da fita métrica Fluvia Lacerda

Upload: roberto-paes

Post on 23-Mar-2016

234 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Revista de variedades dirigida ao público plus size de lingua portuguesa

TRANSCRIPT

Page 1: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 1

Revista

wr tersiEditora ComunicaçãoPara quem não tem medo da fita métrica

SEMMEDIDAAno 1 - nº 1 - Julho de 2009

Gastronomia

Um prato que vai esquentar seu inverno

Moda

Conheça as tendências para a estação

Entrevista

Eles são umcasal eternamente apaixonado

Uma top model sem medo dafita métrica

FluviaLacerda

Page 2: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

2 |SEM MEDIDA

Page 3: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 3

a vida real nós temos os filhos. Eles crescem e depois seguem seu caminho. No mundo editorial não acontece de forma diferente. Em janeiro deste ano, a editora Writers criou um site de relacionamento

voltado para gordos, gordas e seus admiradores, o Large Lovers. Para incrementar o site, criamos a revista Large Lovers. Pois bem, de conteúdo acessório do site, com apenas 16 páginas, acabou se transformando na grande atração, cresceu em número de páginas e conquistou a atenção de mais e mais leitores.

Graças ao sucesso que ela atingiu, começamos a pensar que deveria ter vida própria, desvinculada do site de relacionamentos, e, por isso, nesta que seria a sexta edição da revista Large Lovers, decidimos reformulá-la completamente. A partir desta edição, ela passará a se chamar SEM MEDIDA, terá um novo projeto gráfico/visual e o número de sua edição retornará ao 1, a primeira desta nova jornada. Quanto à escolha deste nome, ele se deve ao fato do que queremos expressar em nossa linha editorial, ou seja, algo a mais que o mercado oferece a um público que nunca recebeu a devida atenção.

Continuaremos com nossa proposta de gerar pautas e assuntos que sejam interessantes para quem é plus size e está de bem com a vida, manteremos nossas entrevistas, agora com gente famosa e também com anônimos que sempre terão algo a nos ensinar. Continuaremos também a falar sobre assuntos gerais e incentivaremos o viver, sempre respeitando a saúde e o bem-estar das pessoas. O que estamos fazendo é apenas dar a individualidade que esta publicação fez por merecer e, ao mesmo tempo, estamos preparando para alçar vôos mais altos, quem sabe uma edição impressa, nas bancas de jornais.

SEM MEDIDA continua gratuita e a partir desta semana, estará disponível agora em seu prórprio endereço na web: www.semmedida.com.br.

O que posso garantir a todos vocês é que estamos felizes pelo sucesso que esta revista atingiu e ficamos orgulhosos em ver a receptividade que nossos leitores têm para com esta publicação. Só nos resta agradecer e reafirmar o nosso compromisso com vocês. Boa leitura.

Ano 1 - Nº 1 - Julho de 2009

A revista SEM MEDIDA é uma publicação eletrônica periódica editada pela Writers Editora e Comunicação Ltda., de acesso gratuito através do web site: www.semmedida.com.br. Os artigos publicados aqui não refletem, necessariamente, as posições ideológicas do projeto e da editora e são de inteira responsabilidade de seus autores.

EditoresRoberto Paes e Francisco [email protected]

Jornalista responsávelFrancisco Reis (MTb: 14.887)[email protected]

ComercializaçãoRoberto [email protected]

Writers Editora e Comunicação Ltda.Rua Prof. Guilherme B. Sabino, 1347 Cj 112 - Jd. Marajoara - São Paulo - SPCep: 04678-002Tel.: 55 (11) 3729-3534 ou 3628-4825Web site: www.writers.com.brE-mail: [email protected]

ela alcançou seu próprio espaço

ConquistasTexto: Roberto Paes

N

Revista

wr tersiEditora ComunicaçãoPara quem não tem medo da fita métrica

SEMMEDIDA

Page 4: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

18 Boa mesa Cognac 38

4 Carreira Vinhos 23Índice

Page 5: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

44 Turismo Concurso 54

31 Entrevista Moda 56

Page 6: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

6 |SEM MEDIDA

uma top model semmedo da fita métrica

Fluvia LacerdaTexto: da Redação | Imagens: Arquivo/Fluvia Lacerda

Page 7: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 7

Descoberta enquanto andava pelas ruas de Nova Iorque, Fluvia acabou ganhando as passarelas do mundo e abriu as portas da moda para quem jamais havia sonhado com isso.

Page 8: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

8 |SEM MEDIDA

Page 9: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 9

”ascida no Rio de Janeiro, mas mudando-se para Roraima ainda pequena, Fluvia sempre se adap-tou a novos lugares, até porque,

aos 12 anos mudou-se de novo, desta vez para Natal, no Rio Grande do Norte. Mas a grande mudança ocorreu seis anos mais tarde. Aos 18 anos, Fluvia decidiu ir para os Estados Unidos aprender inglês.

“A idéia era aprender inglês e outros idiomas, mas diante das dificuldades que a minha família enfrentava naquela época no Brasil, quando cheguei aqui, ao invés de estudar, decidi correr atrás de trabalhos que pudessem me ajudar a mandar dinhei-ro para minha casa. Não suportava a idéia de ter minha família passando necessida-des”, lembra Fluvia.

Para isso ela ralou bastante. Lavou chão de restaurante, foi babá e faxineira. Não

tinha dinheiro para nada, e sua comida pre-ferida passou a ser macarrão instantâneo. Ou seja, uma típica história de imigrante brasileira no exterior. “A pior época era o inverno, o frio era horrendo”, conta a top model. “Nós brasileiros não estamos acos-tumados ao frio, e era comum eu entrar em desespero e cair na choradeira”.

Nessas horas, a lembrança de sua mãe dizendo que o mundo podia ser dela se ela quisesse era um estímulo para que ela continuasse na batalha, por mais difícil que fosse. E como todo bom brasileiro, no final, Fluvia secava as lágrimas e acabava rindo dos próprios problemas e as “tragé-dias” se afastavam.

Aquela moça que se mudou para Nova Iorque, de manequim 48, nunca pensou em ser modelo, mas o destino lhe reserva-va dias melhores. “Um dia, estava dentro de um ônibus atravessando Manhattan, voltando do trabalho de babá, quando fui abordada por uma americana que me questionou sobre a possibilidade de tra-balhar como modelo�, conta sorrindo. �Na hora achei que era uma piada e cheguei até a procurar por uma câmera escondi-da, afinal, como eu, uma mulher acima do peso (no Brasil, meu manequim é 48), po-deria ser considerada ideal para o mundo da moda?�

O que Fluvia não sabia, era que aque-la mulher era editora de uma revista de moda, que lhe deu seu cartão e a direcio-nou para uma agência de modelos, dando uma explicação rápida de como funcionava esse mercado “plus size”, isto é, exclusivo para as gordas. Ela não fazia idéia de que existia algo assim e, principalmente, que se tratava de um negócio lucrativo e de grande sucesso.

Alguns dias depois, após longos deba-tes com a família, tomou coragem e foi co-nhecer a tal agência. O que tinha a perder? Saiu de lá com o contrato assinado e de-pois disso, sua vida mudou completamen-te. A carreira tem sido um conto de fadas. “Quem diria que uma gordinha poderia ser considerada linda e sexy?”, questiona a top model. “Eu mesma seria a primeira pessoa a não acreditar em tal idéia, espe-cialmente considerando os padrões de be-

N

Algo que está nos meus planos é abrir a marca

Fluvia Lacerda aí poder oferecer o que há de melhor

no mundo da moda para as brasileiras.

Page 10: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

10 |SEM MEDIDA

leza da minha terra natal, aliás, no Brasil, isso seria até cômico”.

Quando ela vem visitar os familiares e amigos, conta a eles sobre o seu trabalho, o sucesso, as viagens, a correria e todos a olham de forma estranha, parecendo não acreditar. Mas quando ela mostra o seu book, de repente percebe o ar de espanto dando espaço para a admiração. E todos ficam realizados ao verem que uma gordi-nha, de fato, pode ser fotografada de for-ma bonita e sexy.

No topo da moda

A primeira sessão de fotos foi para uma revista mostrando como mulheres com to-dos os tipos físicos poderiam se vestir. De-pois foram surgindo outros semelhantes e por fim as campanhas de roupas. “Adoro essa coisa de encarnar personagens. É algo mágico, um momento único”, diz Flu-via. “Quando o fotógrafo se posiciona, é como se uma outra Fluvia entrasse em ação, com caras e bocas. Mas um dia pen-so sim em expandir minha atividade para as passarelas”.

Há quatro anos como contratada da agência de modelos Elite, uma das maio-res e mais famosas do mundo, Fluvia não se lembra quanto foi seu primeiro cachê, apenas que era bem mais interessan-te que seu salário como babá. Mas para quem está no topo, a vida não é moleza.

Quando ela vai fotografar, normalmen-te acorda muito cedo. Se está em Nova Iorque, pode ir pedalando para o estúdio. Chegando ao local, passa pela maquiagem e cabeleireiro que demoram bastante, mais ou menos duas horas. E por fim as fotos. É um processo demorado e muitas vezes cansativo, mas na hora que o fotógrafo está pronto pra clicar, ela precisa oferecer o personagem requerido pelo cliente.

Mas essa agitação tem uma recompen-sa. “Fico muito feliz em ver que o meu tra-balho inspira outras meninas a tentar esta carreira” afirma Fluvia. “O mercado no Bra-sil, no entanto, é muito pequeno. Costumo dizer que ele praticamente não existe se comparado ao mercado europeu ou ame-ricano. Para haver agências de modelos

que contratem modelos plus size é preciso haver uma demanda do mercado de moda. Basicamente é uma questão de oferta e procura. Algumas meninas me escrevem pedindo ajuda ou conselhos quanto a se tornar modelo plus size. Infelizmente, o Bra-sil ainda não se encontra numa fase boa e produtiva de oferecer trabalhos suficien-tes pra que novas carreiras sejam criadas. Acredito que algumas modelos possam sim fazer um trabalho aqui e ali, mas não acredito que possam sobreviver apenas disso, como eu vivo aqui. Por enquanto, o caminho é fazer com que cresça essa demanda no mercado da moda e veículos da mídia, seja por meio de cartas para as revistas e para as marcas de sua prefe-rência, para que criem o espaço que real-mente falta para retratar a mulher real. É engraçado dizer, mas hoje, mesmo diante

O fato é que não se ‘aprende’ a ser modelo. Mesmo que todos digam que você é linda,

não significa que tem o que o mercado quer.

Page 11: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 11

Page 12: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

12 |SEM MEDIDA

Page 13: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 13

de todo meu sucesso aqui fora, renoma-das revistas de moda feminina dentro do Brasil quando apresentadas ao meu ma-terial pela assessoria de imprensa ainda dizem: ‘nem pensar’. O mercado ainda tem uma mentalidade fechada e negativa para o que é diferente, não existe uma visão de que uma mulher mais cheinha e com curvas possa ser retratada de forma bo-nita, como aqui vem sendo feito há anos por grandes revistas como Vogue e ELLE internacionais”.

E a top model mostra que conhece bem a realidade brasileira. “Afinal, convenhamos, a maioria de nós não veste tamanho 32, 34, e isso é fato, basta andar nas ruas do Brasil. Até haver essa conscientização, no entanto, infelizmente não haverá muito tra-balho no mercado brasileiro para absorver novas modelos e dar qualidade de vida e

retorno financeiro para as que já trabalham na área” lamenta Fluvia. “Quero aproveitar também para alertar as novatas, geralmen-te sonhadoras, que estão nessa busca de se tornar modelos plus size: tenham muita cautela com o mundo de promessas fal-sas. Nenhuma agência qualificada oferece cursos ou cobra para representar ou ‘tor-nar’ uma modelo profissional. Agência de modelos não é um empregador, ela apenas representa a modelo, buscando contratos com clientes e seu ganho é uma porcenta-gem daquilo que a modelo faz. Ser modelo é um negócio e deve ser tratado como tal. Existem muitas idéias fantasiosas quanto a esse ramo e muitas meninas caem nas armadilhas de malfeitores, que enchem os seus olhos de promessas apenas para tirar o seu dinheiro. Quando uma agência acredita no seu potencial, ela ‘desenvolve’, guia, aconselha e trabalha pra conseguir contratos para você. A idéia de ‘cursos de modelo’ é coisa bem do século passado. Hoje são poucos os mercados onde isso ainda acontece, pois a maioria das mo-delos já se deu conta de que os ‘cursos’ são desnecessários para inserir alguém no mercado da moda. Um bom agente de cara sabe se você tem potencial ou não e a resposta é imediata: sim ou não. Alguns agentes podem até justificar a resposta, mas na maioria dos casos nem isso. Ser modelo requer ‘pele grossa’, ou seja, não emocionais para não levar como ataque pessoal as várias críticas que podem rolar, muitas vezes bem negativas, quanto à sua beleza física ou seu potencial como mode-lo”.

Fluvia Lacerda ensina que é necessá-rio ter muita disciplina, abdicar de muitas coisas, malhar, afinal, mesmo dentro do mercado plus size é necessário estar com tudo em cima. É preciso ser muito inteli-gente e antenada para saber tudo sobre o que acontece no seu mercado de atu-ação, acompanhar de perto a negociação de cachês para não ser explorada, o que infelizmente ainda acontece muito, princi-palmente no Brasil, onde o setor plus size é muito novo e as normas ainda não es-tão muito claras. “Na minha experiência de modelo, esta profissão requer um conjunto

...Convenhamos, a maioria de

nós não veste tamanho 32, 34. Até haver essa

conscientização, não haverá

muito trabalho no mercado brasileiro...

Page 14: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

14 |SEM MEDIDA

de coisas, que você possui ou não” afirma Fluvia. “O fato é que não se ‘aprende’ a ser modelo. Mesmo que todos digam que você é linda, não significa que tem o que o mercado quer. Às vezes, o seu visual não é o que o mercado procura. Volto a dizer: para ser modelo é preciso mais do que ter um rosto bonito. É preciso ser fotogênica, saber se mover diante da câmera, saber trabalhar personagens diferentes diante daquilo que o cliente pede, ter medidas re-queridas, etc. De qualquer forma, espero que esse mercado se abra dentro do Brasil e se desenvolva tanto quanto aqui nos Es-tados Unidos e na Europa”.

Segundo Fluvia, nenhum mercado fun-ciona sem consumidor e acha que a consu-midora está aprendendo a verbalizar o que ela deseja e busca. “O meu trabalho é um grande reflexo disso. As mulheres estão exigindo que o mundo da moda em seus vários segmentos crie um mercado realis-ta, onde elas possam encontrar peças que não somente sirvam, mas que caiam bem, onde elas se sintam completa como mu-lheres e onde seu poder aquisitivo como consumidoras tenha importância e não seja mais ignorado”, explica Fluvia. “Por ou-tro lado, o mundo da moda está se dando conta de que a grande maioria das consu-midoras não se identifica com os tipos físi-cos expostos em revistas, campanhas de moda etc., e com isso, hoje o espaço para modelos de tamanhos mais reais está bem maior e em expansão. É uma questão de lógica. No Brasil, isso tudo ainda é muito novo, já aqui fora é um mercado maduro, com profissionais renomados e levado mui-tíssimo a sério, retratado de forma bem fei-ta e positiva, afinal, diante da perspectiva de negócios, se o consumidor se identifica com uma marca, se vê nela, as chances de sucesso são bem maiores”.

O reconhecimento

Fluvia tem sido reconhecida por muitos brasileiros. “Durante a minha última visita a Paris e a Barcelona, brasileiros me para-ram pedindo para tirar fotos e me parabe-nizaram pelo trabalho. Fico muito feliz de saber que as pessoas estão curtindo meu

trabalho e apoiando aquilo que faço”.Mas a carreira de modelo não é só gla-

mour, exige muito sacrifício e disciplina para aguentar longas sessões fotográfi-cas, onde às vezes é preciso acordar às 4 da manha pra começar. Muitas viagens so-litárias, que exigem maturidade para não “surtar”, muita disciplina e determinação.

Para ela, as coisas aconteceram “natu-ralmente”. Modesta, ela diz estar “na hora certa, no lugar certo”. “Tudo aconteceu na-turalmente para mim”, diz Fluvia. “Mesmo assim, o trabalho exige muita disciplina e determinação diária para manter a cabe-ça equilibrada e a carreira em progresso constante”.

O topo para ela será quando conseguir conquistar um espaço de trabalho dentro do Brasil, de poder fazer campanhas de moda, cosméticos, editorias para revistas

Quando o fotógrafo se

posiciona, é como se uma outra

Fluvia entrasse em ação. Mas um dia penso sim em expandir minha

atividade para as passarelas.

Page 15: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 15

Page 16: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

16 |SEM MEDIDA

Page 17: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 17

”etc e fotografar para a marca da Beth Dit-to, a vocalista da banda Gossip, que foi recém-lançada em Londres.

Mas enquanto isso não acontece, Flu-via vai fotografando em Paris, Milão e Nova Iorque e, no tempo livre, curte sua família. O marido, um australiano divertidíssimo, segundo ela, que apesar de trabalhar num mercado totalmente oposto (é engenheiro) a apóia muito quanto a sua carreira, curte muito esporte e é seu melhor amigo. Casa-dos há 9 anos, sentem-se completamen-te apaixonados e felizes. E esse amor e paixão resultou em uma linda menina, cha-mada Lua, hoje com 9 anos. E Fluvia não pensa em parar apenas nela. “Penso sim em ter outros filhos, acho que mais dois seria perfeito”, diz sorrindo.

A filha agora nota muito mais a ausên-cia da mãe em casa e o grande número de

viagens que ela faz. É complicado conciliar tudo, por isso, o pouco tempo que sobra fora dos estúdios Fluvia dedica totalmente à família e amigos.

Ela mantém sua casa bem distante do trabalho e não expõe a família ao assédio da mídia. Nada de programas de TV ou fotos em revistas. Ela preserva muito sua família, principalmente seu marido e sua fi-lha. Segundo ela, se não fizesse isso, acho que ficaria insuportável. Em suas folgas, sempre estão juntos, curtindo assuntos de casa, refeição com todos na mesa, onde o assunto trabalho é proibido.

Para se divertir, Fluvia, que adora plan-tas, tem um jardim cheio de flores, muito tomate e algumas frutas. Adora arte tam-bém, vai sempre ao Brooklyn admirar o tra-balho de novos artistas e quando está tra-balhando em outros países, busca conhe-cer a arte local, curte muito visitar museus. Anda muito de bicicleta, o que já faz parte do seu dia-a-dia. Gosta de ir a livrarias com a filha, comprar novos livros, ler juntas. Ela e o marido gostam de ir a concertos de rock, viajam muito juntos também, são do estilo bem aventureiro e amam visitar no-vos lugares, mas sem muito planejamento, arrumam as malas e vão.

Apesar de ser a única brasileira traba-lhando como modelo plus size com suces-so no exterior, Fluvia não se sente uma he-roína, apesar de ter muito orgulho do que faz. “Sou uma pessoa positiva, batalhado-ra, otimista e muito grata a Deus acima de tudo, por ter chegado onde muitas pessoas sonham e pouquíssimas conseguem”, diz a top model. “Adoro ser mãe e esposa, filha e amiga, gosto de cultivar plantas, musica é grande parte da minha vida. Quase não assisto TV. Adoro estudar outros idiomas e história de outros países. Não vivo sem malhar e hoje adoto a culinária 100% ve-getariana”.

Para o futuro, seu maior sonho é traba-lhar no Brasil. “Algo que também está nos meus planos é abrir a marca Fluvia Lacer-da aí poder oferecer o que há de melhor no mundo da moda para as brasileiras”, sonha a top model. “Adoro moda e ter uma marca que represente tudo aquilo que eu curto e acredito seria perfeito”.

A idéia era aprender inglês, mas diante das dificuldades que a minha família enfrentava, ao

invés de estudar, decidi correr atrás

de trabalhos.

Page 18: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

18 |SEM MEDIDA

salgado ou doce,a estrela do inverno

FondueTexto: da Redação | Imagens: Shuttlestock

Page 19: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 19

A fondue é uma invenção suíça e guarda origens humildes, porém, graças à sua internacionalização e ao glamour que alcançou, pode-se pagar caro para apreciar este prato em alguns restauantes.

fonduefon.due(fondü) (fr) sf* - Prato típico suíço,

consistindo em queijos fundidos com vinho branco, servidos numa panela aquecida num fogareiro. Pedaços de pão são espetados em longos garfos, e, em seguida, mergulhados nessa massa fervente; fondue de queijo...

*sf - Substantivo femininoFonte: Michaelis

Page 20: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

20 |SEM MEDIDA

rovavelmente o número de histó-rias sobre como surgiu a fondue só seja superado pelo número de receitas com as quais se pode

prepará-lo. No que todos concordam é que seu surgimento aconteceu nos alpes suíços e que seus pais eram camponeses humildes. Estamos falando, é claro, da fon-due de queijo. Aquele apreciado como so-bremesa será nosso alvo mais adiante.

Uma das histórias que corre por aí é a de que a fondue tenha nascido há cerca de setecentos anos, quando camponeses suíços decidiram derreter, ou melhor “fon-due”, que em francês significa derretido, o excedente de sua produção de queijo com algum tipo de bebida alcoólica, para conservá-lo por um período maior. O que se imagina, então, é que a pasta de queijo tenha ficado tão atraente que um dos in-ventores não resistiu a mergulhar nela uma fatia de pão, para saborear o resultado.

Ninguém se arrisca a afirmar que quei-jos foram colocados na panela e originaram o bisavô da fondue. A receita “tradicional” servida em restaurantes ou comprada em embalagens, nos supermercados, contém os queijos Emmenthal e o Gruyère, vinho branco seco, sal, pimenta do reino preta,

noz-moscada e um dente de alho. O alho é esfregado em toda a parte interna da pa-nela antes de se iniciar o aquecimento dos ingredientes.

Os historiadores desta iguaria de inver-no dizem que a fondue se popularizou em 1940, quando foi apresentada na World Fair (feira mundial), em Nova Iorque e se espalhou pelo mundo na década de 60, quando passou a fazer parte do cardápio de restaurantes e também passou a ser encontrada semipronta nas gôndolas de supermercados, juntamente com os ape-trechos necessários para o seu preparo doméstico.

Já no que diz respeito a fondue de cho-colate, contam que ela surgiu em 1950, criado pelo chef Conrad Egli, que na épo-ca trabalhava em Nova Iorque. Seus ingre-

Ingredientes

400 g de queijo emmenthal ralado grosso400 g de queijo gruyère ralado grosso1 dente de alho cortado ao meio1 xícara de vinho branco secoSal e pimenta-do-reino Noz-moscada em pó (opcional) 3 a 4 colheres (sopa) de conhaque2 pães italianos com a casca, cortados em cubos

Preparo

Esfregue o alho na parte interna de uma panela de fondue. Depois coloque o vinho e leve ao fogo até esquentar. Reduza o fogo, junte os queijos e mexa bem até começar a derreter. Continue me-xendo sem parar para o queijo não ficar em ponto de fio. Acrescente a pimenta e a noz-moscada e misture por mais dois minutos, ou até ficar cremoso. Depois acrescente o sal e a pimenta a gosto. Transfira a panela para o fogareiro e leve à mesa. Sirva com os pedaços de pão.

P

Fondue de queijo

Quem deixa o que está em seu garfo cair na panela, reza uma das tradições do prato, deve comprar uma garrafa de vinho para os convidados

Page 21: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 21

dientes são o chocolate amargo, manteiga, creme de leite, leite condensado e diver-sos tipos de frutas. A mais comum é o morango, mas podem ser usadas também banana, uvas, abacaxi, goiaba e biscoito tipo champagne.

As panelas e os garfos

Se você sair procurando por aí uma panela para o preparo da fondue, não se espante com a variedade que poderá en-contrar. Elas existem em ferro, cobre, cerâ-mica e em metal. Já é possível encontrar, até mesmo panelas elétricas, que dispen-sam o uso do fogareiro. No entanto, cada uma delas é indicada para se fazer um de-terminado tipo de fondue.

As panelas de ferro, cobre e as esmalta-das, são ideais para que se faça a fondue de carne e queijo. Elas devem ser acom-panhas de uma cobertura que evite que o óleo ou o líquido usado na fritura da carne espirre na mesa ou nos convidados. Já as mais adequadas para a fondue de chocola-te são as de cerâmica. Quando o assunto é uma panela elétrica, que dispõe de ter-mostato, estas diferenças desaparecem.

Os garfos para fondue são longos e

finos. A base onde apoiamos nossa mão pode ser feita de madeira ou qualquer ou-tro tipo de material decorativo. A haste e a ponta são de metal e na extremidade o garfo se bifurca em dois pequenos anzóis, usados para prender aquilo que queremos mergulhar na panela. Os fogareiros podem ser velas, bicos de gás ou mesmo potes onde se coloca álcool. No caso de panelas elétricas, estamos falando de resistências elétricas.

As receitas e a harmonização

Como já dissemos, a variedade de re-ceitas com as quais pode-se fazer uma fondue é muito grande. Existem a de quei-jo, preparada com o Emmenthal e o Gruyè-re, mas você pode dar uma pitada pessoal

Ingredientes

500 g de filet mignon cortado em cubos300 ml de vinho tinto secoalguns ramos de alecrimalguns ramos de manjericãoalguns ramos de salsinhaalguns ramos de cebolinhasal e pimenta do reino

Preparo

Coloque a panela em fogo baixo e acrescente o vinho. Assim que ele estiver quente, acrescente o ramo de ervas amarradas com um barbante para que não se soltem na panela. Selecione as ervas que você achar de seu agrado, como, por exemplo, alecrim, ou manjericão. Aguarde um pouco, até que o aroma das ervas comece a se desprender da panela e leve-a para a mesa. Em seguida, com garfos apropriados, espete a carne e deixe que ela cozinhe no vinho. Você pode também intercalar entre a carne algo a mais, como uma fatia de cebola ou de champignon fresco.

Fondue de carne

Além de combinar a fondue com vinhos também é possível degustar o prato acompanhado de uma cerveja, desde que ela tenha qualidade para isso

Page 22: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

22 |SEM MEDIDA

acrescentando, por exemplo, queijo tipo Gorgonzola. Ou então, acrescente algumas especiarias que além de conferirem aro-mas, adicionarão sabor à mistura.

Uma boa sugestão, mostrada pelo chef José Maria Meira, que promove aulas de gastronomia na Spicy e que foi entrevista-do em nosso último número, pode-se subs-tituir, no caso da fondue de carne, o óleo por vinho tinto seco acrescido de um buquê de ervas finas. Segundo ele, o vinho não causa o mal cheiro proveniente do óleo e o vinho com as ervas perfuma o ambiente e confere sabor à carne.

No caso da fondue doce, pode-se op-tar por usar outros tipos de chocolates, aromatizados, como, por exemplo, os com menta e também pode-se acrescentar uma pequena dose de conhaque ao chocolate e, além das frutas normalmente usadas, optar por algumas que agradem mais ao seu paladar.

Quanto ao que se deve beber ao degus-tar uma fondue, as opções são numero-sas, mas deve-se levar em consideração que o queijo, graças ao seu alto grau de gordura, acaba por sobrecarregar as papi-las gustativas e mascara o aroma e o sa-bor do que se está bebendo. Vinhos bran-

cos potentes e encorpados são uma boa sugestão. Cervejas especiais escuras tam-bém acompanham bem o prato e, no caso do chocolate, uma harmonização bastante complexa, o que pode dar certo são um vi-nho tinto encorpado, ou um fortificado, ou o conhaque.

O importante, seja qual for a fondue que você for fazer e degustar, é tomar cui-dado com a qualidade dos ingredientes. A boa gastronomia sempre acaba perdendo quando se tenta economizar na compra dos ingredientes da receita.

Ingredientes

200 g de chocolate meio amargo ralado300 g de creme de leite sem o soro100 g de leite condensado2 colheres de sopa de manteiga2 colheres de chá de conhaquefrutas (morango, banana, goiaba, abacaxi, entre outras)biscoito tipo champagne

Preparo

Coloque o creme de leite, a manteiga e o leite condensado na panela e deixe que eles se aque-çam. Em seguida, acrescente o chocolate e o conhaque e continue mexendo até que os ingredientes estejam totalmente misturados. Tome cuidado para que a temperatura não se eleve demais e quei-me os ingredientes. Em seguida, leve a panela para a mesa e sirva com as frutas que já deverão estar picadas. Não corte as frutas em cubos ou rodelas muito pequenas, isso dificulta o manuseio do prato para a panela e de lá para a boca.

Fondue de chocolate

Aula sobre fondues e harmonização de vinhos

No dia 8 de agosto, às 20h00, a Large Lo-vers e a Orbacco Espaço Gastronômico vão realizar uma aula sobre vinhos e sobre o pre-paro de fondues.

Durante a aula e o jantar que se seguirá às apresentações, os participantes aprecia-rão diversos vinhos e poderão saborear um fondue de queijo e um de chocolate.

Para maiores informações entre em con-tato com Adriana Santos pelo telefone (11) 3873-0098 e faça sua reserva.

Page 23: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 23

tradição e inovaçãoandam de mãos dadas

VinhosTexto: da Redação | Imagens: Divulgação/Pizzato

Page 24: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

24 |SEM MEDIDA

ançar uma revista que fala para gordos e gordas numa socieda-de voltada para o culto de corpos sarados e saudáveis, sem sugerir

ou incentivar a perda de peso é levantar uma bandeira contra o preconceito, a fa-vor daquilo, ou daqueles, que fogem dos padrões. Portanto, falar sobre o vinho bra-sileiro quando as prateleiras dos super-mercados estão amontoadas de vinhos im-portados e o consumidor nacional só tem olhos para o que vem de fora, não parece um contra-senso aqui na redação. É por isso que, a partir desta edição, para mos-trar aos nossos leitores que o que é feito em nosso País pode ter qualidade, vamos fazer uma série de reportagens sobre as vinícolas brasileiras.

A história da vinicultura brasileira está intimamente ligada à imigração italiana para o Brasil, quando famílias inteiras deci-diram se instalar no Rio Grande do Sul, na cidade de Bento Gonçalves, que hoje abri-ga o “Vale dos Vinhedos”, a primeira região de origem demarcada para a produção de vinhos no País. Foram estas famílias que trouxeram para cá, em suas malas, as pri-meiras mudas de parreira e, mais tarde, criaram as condições para que se elabo-rasse o vinho, da mesma maneira que se fazia em seu país de origem.

Naquela época, sem a ajuda da tecno-logia e de grandes investimentos, o vinho produzido era de baixa qualidade e pra-ticamente voltado para o consumo das próprias famílias. Atualmente, já em sua terceira ou até mesmo quarta gerações, algumas destas famílias investiram pesa-do na seleção de castas de uvas e na ins-

L

O Brasil é um país com enorme potencial para o

consumo de vinhos, mas a falta de conhecimento sobre a qualidade do vinho produzido aqui favorece o consumo de importados que nem sempre

são de boa qualidade.

Page 25: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 25

Page 26: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

26 |SEM MEDIDA

Page 27: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 27

talação de maquinários que garantem qua-lidade excepcional aos vinhos produzidos no Sul do Brasil. Uma destas iniciativas é a da família Pizzato, cujos produtos vem ganhando prêmios no Brasil e no exterior e a cada dia se solidifica como exemplo da qualidade do vinho brasileiro.

Tradição e tecnologia

A Pizzato Vinhas e Vinhos, dirigida atu-almente por Plínio Pizzato, neto de imigran-tes italianos, tem suas raízes em Antonio Pizzato, que viveu nos arredores da cidade de Vicenza, no Vêneto e se estabeleceu em Bento Gonçalves, na década de 1880.

Desde a sua chegada, a família cultivou uvas e elaborou vinhos em pequenas quan-tidades. Passado algum tempo, a família começou a produzir em maior quantidade e chegou a vender parte de sua produção para o hospital da cidade, por indicação do médico, o Dr. Valter Galassi, como auxiliar no tratamento da febre tifóide. Porém, a maior quantidade do produto era vendida para a Vinícola Brasileira, localizada onde encontra-se atualmente a Cooperativa Viní-cola Aurora. Os vinhos eram nesta época, elaborados a partir da uva Bonarda, uma variedade trazida da Itália pelos imigran-tes.

As atividades do imigrante Antonio fo-ram continuadas por um de seus filhos, Giovanni, que, além da atividade principal relacionada aos vinhedos, continuou pro-duzindo vinho, mas apenas para consumo da família. A maior parte da produção de uvas passou a ser comercializada para vi-nícolas da região.

A serra gaúcha é um local ideal para o plantio da Chardonnay, uma uva usada para a produção de vinhos brancos e também na criação de vinhos espumantes, uma categoria na qual o Brasil conquista prêmios todos os anos, inclusive na França.

Page 28: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

28 |SEM MEDIDA

Seguindo o caminho do avô, Plínio Pizza-to, desde cedo um apaixonado pela vitivini-cultura, vem produzindo uvas desde a ado-lescência. Inicialmente a produção se dava em conjunto com o pai, na propriedade lo-calizada em Monte Belo do Sul e, desde o final da década de 1960, na atual proprie-dade localizada no Vale dos Vinhedos. Ele continuou com a tradição iniciada pelo avô de produzir, com uma pequena parcela das uvas, vinhos para consumo próprio, ven-dendo a maior parte da produção de uvas para vinícolas da região.

Na década de 90, o antigo sonho da família, o de produzir vinhos finos para a comercialização, tornou-se realidade a par-tir de um projeto conjunto com os filhos Flavio, Flávia, Jane e Ivo (in memoriam). Na-quele ano, a Pizzato passou a existir.

Estabelecido o negócio e, a partir da produção de uvas de parreirais próprios, inicia-se a vinificação, em 1999, com a elaboração do Pizzato Merlot, com uma ti-ragem de pouco mais de 15 mil garrafas. O vinho chegou ao mercado em 2000 e con-tou com uma ótima aceitação do mercado. Neste mesmo ano, em degustação para o primeiro guia de vinhos brasileiros, organi-zado pela Academia do Vinho, de Belo Ho-rizonte, ele foi considerado o melhor vinho do seu painel.

Vinhedos Próprios

Atualmente, a Pizzato cultiva 42 hecta-res distribuídos em dois vinhedos distintos. Com as uvas do Vale dos Vinhedos são ela-borados os vinhos Chardonnay, os reserva Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat, Egio-

Os vinhos tintos nacionais têm melhorado muito sua

qualidade e rivalizam, de igual para igual, com muitos vinhos do novo mundo. Os produzidos pela Pizzato, assim como o de

outras vinícolas, merecem a atenção dos brasileiros.

Page 29: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 29

Na foto abaixo, a entrada da vinícola, no Valedos Vinhedos. Ao lado a família Pizzato.

Page 30: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

30 |SEM MEDIDA

dola e Alicante Bouschet. O Concentus, é uma mescla dos vinhos feitos com as uvas Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon e produz também os espumantes elabora-dos pelo método tradicional, Brut branco, com as uvas Chardonnay e Pinot Noir, além do Brut Rose, elaborado com uvas egiodo-la e merlot. O segundo vinhedo da Pizzato, fica em Dois Lajeados, também na Serra Gaúcha, e tem vinhedos cultivados desde 1985. De lá saem os varietais Fausto Mer-lot e Cabernet Sauvignon.

O vinho é elaborado a partir de uvas selecionadas e de vinhedos próprios, uti-lizando-se controles rígidos em todas as etapas do processo. Modernas técnicas e equipamentos são utilizados na elabora-ção dos vinhos, desde o processo de se-paração da uva do cacho e esmagamento, até a fermentação com controle de tempe-ratura e uso de leveduras selecionadas e maceração em tanques de aço inoxidável. Dependendo do estilo do vinho, utilizam-se também barris de carvalho francês e ame-ricano, com o objetivo de amadurecer o vinho e atingir maior complexidade de aro-mas, sendo então engarrafado e mantido em repouso até a mais adequada para a sua comercialização.

Atualmente, o interessado pelos vinhos da Pizzato podem contar com o Concentus, um vinho de corte elaborado com as uvas Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon, os espumantes champennoise Brut Branco e Brut Rose, a linha Reserva, com os vinhos

elaborados com as uvas Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat, Egiodola, e Alicante Bouschet. Nos brancos, a Pizzato conta com o Chardonnay. Todos provenientes do Vale dos Vinhedos. Do vinhedo de Dois La-jeados, a Pizzato oferece os tintos Faus-to Cabernet Sauvignon e Fausto Merlot, o rosé Fausto Merlot Rose e, em breve, o Es-pumante Fausto Brut.

Enoturismo

A Pizzato, assim como outras vinícolas do Vale dos Vinhedos, recebe visitantes in-teressados em conhecer o universo do vi-nho brasileiro. O enoturista pode optar por agendar suas próprias visitas ou então par-ticipar de um pacote turístico, que também oferecem este tipo de visita. Na Pizzato, os visitantes recebem noções básicas de viti-cultura e enologia através de um passeio agradável pelo vinhedo e instalações, além de degustar os vinhos.

As visitas podem ser marcadas de se-gunda a domingo, inclusive feriados, no pe-ríodo entre 10 e 17 horas. As visitas são realizadas por um guia com conhecimento de todo o processo de vinificação e, se a visita for agendada com a devida antece-dência, o visitante poderá ser acompanha-do por um membro da família. Para saber mais visite o site da Pizzato em www.pizza-to.net ou para pacotes de enoturismo visi-te o site da Terrabella Viagens e Turismo em www.terrabela.com.br.

Page 31: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 31

Texto: da Redação | Imagens: arquivo/entrevistados

Cleisi e Igor se conhecerame em apenas três meses estavam

casados. Loucura? Não. Apenas seguiram a intuição e o amor que os

mantém juntos há 20 anos.

um sentimento renovado a cada dia

Amor

Page 32: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

32 |SEM MEDIDA

que uniu o casal foi a descon-fiança. Não entre eles, mas a do ex-patrão de Cleisi, que, des-confiado de desvio em sua em-

presa, contratou uma firma especializada em auditoria. O funcionário enviado para certificar se havia ou não desvio, foi justa-mente Igor Galev.

Na época, com 29 anos, ao ver a secre-tária gordinha, com um conjuntinho justi-nho, logo pensou, “não vai dar certo”.

Cleisi por sua vez também notou no auditor, mas por dever da profissão, não podia falar com ele. “Eu sempre gostei de homens mais cheinhos”, confessa Cleisi. “O homem quando cuida muito do corpo é muito individualista. Parece que só pensa nele, só no corpo dele. Eu acho que o gor-dinho é uma pessoa simpática, uma pes-soa feliz, sorridente, a cabeça muito boa, porque ele não se preocupa em se fazer perfeito, com a barriga de tanquinho”.

Mas a auditoria ia sendo feita e os dois não conversavam. Até que um sanduíche uniu os dois. Galev saiu do serviço e foi co-mer um lanche em um supermercado próxi-mo do serviço. No mesmo supermercado, Cleisi estava fazendo algumas compras. O encontro foi mais que providencial.

Na conversa casual, Igor contou que es-tava à procura de um apartamento. Muito solícita, Cleisi logo se prontificou em ver no prédio onde morava se havia algum aparta-mento para alugar. Rápida no gatilho, em três dias arranjou três apartamentos para que o auditor visse.

E mais uma vez o destino deu um em-purrãozinho. Ele estava sem carro e ela se prontificou em levá-lo, mas tomando todos

os cuidados. “Quando a mulher mora sozi-nha, os homens já pensam que é mulher fácil e eu precisava manter a linha”, lembra sorrindo.

Os apartamentos eram horríveis, um pior que o outro. Como já era tarde, Cleisi convidou Galev para jantar e marcou mais um ponto com seu futuro marido. “Quando entrei no apartamento, parecia uma casi-nha de boneca”, lembra Galev. “Tudo arru-madinho, como eu gosto. Eu fiquei muito animado”.

Mas a animação virou fumaça. Cleisi co-locou um frango no forno e foi para a sala conversar com o auditor. Os dois ficaram conversando na sala até que o tempo foi passando e Galev começou a sentir um cheiro de queimado. “Olhei para a cozinha e vi uma fumaça e falei para ela, muito edu-cadamente, que achava que tinha alguma coisa queimando”, lembra rindo. “Ela veio com a travessa, e o frango parecia uma bola de futebol queimada. Pedimos uma pizza”. “Foi a única vez que ele comeu ape-nas um pedaço”, brinca Cleisi. “É, eu tinha que manter a posse”, confirma Galev.

O

“O homem quando cuida muito do corpo é muito

individualista. Parece que só pensa nele, só no corpo dele. Eu acho que

o gordinho é uma pessoa simpática, uma pessoa

feliz, sorridente, a cabeça muito boa, porque ele não

se preocupa em se fazer perfeito, com a barriga de

tanquinho”.

Page 33: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 33

Page 34: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

34 |SEM MEDIDA

Page 35: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 35

Na despedida, um aperto de mão for-te de Cleisi colocou mais uma pedrinha na construção de um amor que estava se ini-ciando. Galev foi para casa pensativo e já armando um jantar de agradecimento.

Com segundas intenções, Galev a le-vou a uma cantina pequena, muito acon-chegante. E Cleisi quase perde pontos. Ela não era acostumada a beber, mas vendo as menininhas bebendo, pediu um chopp. Quando o garçom chamou o casal para se dirigir à mesa, Cleisi levantou e caiu, esta-va tontinha.

O jantar transcorreu sem surpresas e ao deixar Cleisi na casa dela, o primeiro beijo, um selinho, mas que selou a união dos dois. “Dei um selinho, rapidinho e fui embora para o elevador. Nem olhei para trás. Se olhasse, eu voltava”, conta Galev como se ainda estivesse na porta do ele-vador.

E o namoro começou

Aquele selinho deu início ao namoro, que tinha que ser às escondidas. Ele ainda era o auditor da empresa na qual Cleisi tra-

balhava. “Era muito engraçado porque na empresa ninguém podia saber. A gente se encontrava no estacionamento do super-mercado e saia escondido”, conta Cleisi.

Começaram a namorar um dia antes do dia dos namorados. Cleisi deu uma caneta com o nome de Galev gravado. Ele, desa-tento, esqueceu, mas foi salvo por uma loja do Boticário onde comprou um perfume.

E como tudo na vida dos dois sempre foi tocado pela intuição, em uma visita ao pai de Galev, que estava no hospital, bem debilitado, aconteceu algo impressionante. “Meu pai tinha sofrido um derrame, esta-va se recuperando e não conseguia falar”, lembra Galev. “Ao ver a Cleisi, ele começou a cantarolar a marcha nupcial”.

Poucos dias depois, Galev diz para Clei-si: “pô, a gente podia casar”, e ela respon-deu: “é, podia”.

Foram à igreja de Santo Agostinho, onde Galev havia estudado e pediram uma data onde só houvesse o casamento deles. A secretária marcou dia 29 de setembro e o casal foi embora. Ao chegarem na casa da Cleisi, um olhou para o outro e disse: acho que a mulher marcou nossa data de casamento. “Liguei para a igreja, pois está-vamos no final de julho, e a mulher confir-mou, iríamos nos casar em menos de dois meses”, conta rindo Galev.

A vida dos dois sempre foi assim, usan-do a intuição. Galev afirma que o ser hu-mano tem que aprender a usar a intuição

“Às vezes eu dou uma pisada na bola e ela começa a bronquear. Aí eu falo para ela: ‘bem, você me ama?’ Ela dá uma risada, dá uma quebrada no clima e a gente descobre que estávamos brigando por uma coisa boba. Aí a gente ri, conversa, relaxa, toma uma cerveja e tudo certo”.

Page 36: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

36 |SEM MEDIDA

e eles sempre a seguiram. “Fizemos o con-vite com a frase o casal se despede na igreja, mas os primos da Cleisi se juntaram e deram a festa, a irmã deu o bouquet e a filmagem. Ela pediu a conta, e no mês se-guinte começou a trabalhar na Alpargatas, onde o chefe quis dar um mês de férias para ela que tinha dois meses de traba-lho”.

Muito diálogo

Cleisi e Galev concordam na “receita” para um casamento dar certo por 20 anos: gostar da pessoa com quem se está e muito diálogo. “A gente conversa muito, a gente discute é claro, isso é de todo casal, mas a gente conversa muito e tem que sa-ber ceder. Os dois tem que ceder, se não, a relação acaba”, diz Galev. “É preciso mui-ta sinceridade, em todas as situações”, completa Cleisi.

O casal é muito alegre e vê nisso, mais um motivo de união. “Nós somos muito alegres, a gente sempre dá risada, sempre brincando um com outro”, diz Galev falan-do que Cleisi vai na onda também e isso faz o casamento ficar alegre, mesmo nas horas difíceis.

“Às vezes eu dou uma pisada na bola e ela começa a bronquear”, explica Galev. “Aí eu falo para ela ‘bem, você me ama?’ Ela dá uma risada, dá uma quebrada no clima e a gente descobre que estávamos brigando por uma coisa boba. Aí a gente ri, conver-sa, relaxa, toma uma cerveja e tudo certo”. Gostar das mesmas coisas também é muito importante. Quando Galev pensou em comprar uma moto, sentou com Cleisi, conversaram, ponderaram todas as possi-bilidades e acabaram comprando. Ela tam-bém adora moto, adora o barulho, e viajar.

Compraram uma quitinete em Santos e todo sábado, domingo, feriado, com sol, com chuva estavam na praia. Da quitinete passaram para um belo apartamento, pró-ximo ao endereço anterior e estão muito felizes.

Agora Galev está estudando para se tornar corretor imobiliário, uma nova fase em sua vida. Cleisi se aposentou e agora cuida do marido, do apartamento, do Toby, um poddle toy e do Tico, uma chinchila.

O casal pretende fazer caminhadas na praia quando Galev acabar seu curso. Por enquanto, vai vivendo feliz em seu apar-tamento com vista para o mar, com seus animais, e um amor mais forte a cada dia, contruído com muita paixão e sinceridade.

Quanto ao peso, Galev que chegou a pesar 130 quilos é categórico: eu nunca gostei de mulher magra. Sempre gostei de garotas de pernas grossas, mulheres mais baixas, mulheres com um pouco mais de idade que eu, mulher como a Cleisi.

Cleisi também tem a mesma opinião. “Ele é o meu gordinho, é assim que eu o quero. Não quero ele fino. Quero pegar e apertar. Os gordinhos são mais simpáti-cos, mais gostosos”.

Ah, os apartamentos que o Galev foi ver continuaram vazios. “Encontrei um apar-tamento que vinha com a esposa dentro”, brinca o futuro corretor de imóveis.

“A gente conversa muito, a gente discute é claro,

isso é de todo casal, mas a gente conversa muito e tem que saber ceder. Os

dois tem que ceder, se não, a relação acaba. É

preciso muita sinceridade, em todas as situações”.

Page 37: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 37

Page 38: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

38 |SEM MEDIDA

não era para ser,mas acabouvirando

Cognac

Texto: da Redação | Imagens: Divulgação/Hennessy

Muitas das invenções que facilitam nossa vida ou que simplesmente nos dão uma boa dose de prazer foram descobertas ao acaso. Uma delas deu origem ao conhaque. Sorte a nossa poder contar com o acaso.

Page 39: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 39

iz a história, e essa não é uma história de pesca-dor, apesar de se passar no mar, que foram os comerciantes de vinhos holandeses que inven-taram o conhaque. Por volta do século XVI, eles

transportavam vinhos da região de Bordeaux, na França, para a Inglaterra e, graças à precariedade no armazena-mento da bebida e à demora para transpor a distância entre os dois países, o vinho muitas vezes acabava se estragando.

A solução que os holandeses encontraram para resol-ver o problema e ao mesmo tempo ganhar espaço útil nas embarcações foi o de destilar o vinho antes de transportá-lo. Mais tarde, no local da entrega, eles acrescentariam água ao produto e fariam com que ele voltasse ao seu estado natural. Entretanto, o que os holandeses não es-peravam é que a bebida originada da destilação do vinho acabaria por se tornar um produto muito apreciado e que, mais tarde, passou a ser conhecido como Brandy, uma corruptela da palavra holandesa brandewijn, que significa vinho queimado.

D

Page 40: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

40 |SEM MEDIDA

Com a devida ajuda do acaso e a natural vontade dos holandeses e dos franceses de ganharem dinheiro, em pouco tempo, além dos vinhos, o brandy passou a ser produzido em grande escala na França e exportado para a Inglaterra e outros países da Europa. O sucesso foi tanto que uma região específica da França, Cognac, onde era produzida a bebida, passou a ser deno-minada como “apelação de origem contro-lada” e o brandy produzido ali passou a ser chamado de conhaque.

Mais tarde, outros países da Europa e do novo mundo, inclusive o Brasil, passa-ram a produzir este destilado de vinho, ou melhor, destilado de uvas, que por restri-ções legais só pode ser chamado de co-nhaque se ele tiver sido produzido segun-do a regulamentação do governo francês e na região de Cognac, neste mesmo país. Portanto, para que você não seja apanha-do falando bobagens sobre esta ou aquela bebida, saiba que ao pedir um conhaque você estará solicitando um autêntico bran-dy francês. Caso contrário, você estará to-mando uma bebida feita em qualquer parte do mundo, menos a França.

Estirpes diferentes

O brandy acabou ganhando o nome de conhaque, ou melhor cognac, como uma homenagem concedida à região onde eram plantadas as uvas que entravam na com-posição do vinho que mais tarde seria des-tilado. Porém, ao reconhecer a região como uma Apelação de Origem Controlada, o go-verno francês, com a intenção de garantir a qualidade da bebida produzida, inseriu uma série de restrições à sua produção. Algo que ninguém deve se queixar, afinal, a

qualidade atingida pelos vinhos franceses também está fundamentada nas mesmas restrições de origem, o que só contribuiu para o aumento da qualidade do produto.

Desta forma, para que o brandy possa receber o nome de Cognac, deve ser produ-zido apenas com as uvas cultivadas nesta região, reconhecida e delimitada em 1909, que fica a cerca de 120 quilômetros ao norte da cidade de Bordeaux. As principais cidades que fazem parte desta apelação são Cognac, Jonzac e Segonzac. A principal uva utilizada na preparação do vinho base usado na destilação é a Ugni Blanc, uma espécie que amadurece devagar, é bastan-te resistente a doenças e possui alto grau de acidez. Além delas, podem ser usadas, em pequenas proporções, também, a Co-lombard e a Folle Blanche.

As uvas são colhidas no mês de outu-bro, em seguida são prensadas e o suco obtido é fermentado durante duas ou três semanas e, depois, o vinho obtido é leva-do para a destilação. As regras da apela-ção exigem que o vinho seja destilado até o dia 31 de março do ano seguinte ao da safra da uva. Os vinhos devem ser destila-dos duas vezes, num alambique especial chamado Charentais e o volume de vinho usado em cada destilação não deve ser su-perior a três mil litros.

Então, o líquido proveniente da segunda destilação irá para os barris de carvalho para ser envelhecido por um período míni-mo de dois anos. Estes barris são produzi-dos com madeira da floresta de Limousin e Tronçais, com capacidade para armaze-nar 270 ou 450 litros de cognac. Mas, o conhaque que chega ao nosso copo ainda não está pronto. Antes de ser engarrafado, um profissional seleciona entre conhaques

O conhaque não é uma bebida para

acompanhar refeições mas é um ótimo amigo

dos charutos

Page 41: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 41

Page 42: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

42 |SEM MEDIDA

Page 43: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 43

de diversos anos de maturação e cria um blend, que só então é engarrafado e pode ser comercializado.

É graças a isso que encontramos nos rótulos de conhaque as letras VS, VSOP ou XO. Cada uma delas representa a idade do brandy mais jovem usado na mistura feita antes do engarrafamento. O conhaque VS possui como parte do blend um conhaque envelhecido por dois anos. O VSOP um de quatro anos e o XO mais de seis anos. Se levarmos em consideração que o estágio em barris torna o conhaque uma bebida mais equilibrada, é possível imaginar que uma dose de XO seja muito mais suave e prazerosa do que uma de um conhaque VS. Mas cuidado porque toda esta sutileza estará expressa em seu preço.

O brandy em outros países

Mesmo não tendo nascido na região de Cognac, alguns brandies, graças ao seu alto grau de qualidade, atingiram um sta-tus semelhante ao de seu primo francês. É o caso, por exemplo, dos produzidos na Espanha. Lá, como na França, a produção é controlada por leis governamentais e o brandy espanhol só pode ser produzido nas regiões de Jerez de La Frontera e de Penedès, regiões de denominação de ori-gem.

O vinho base é produzido com a uva branca Airén, plantada e cultivada nas re-giões de La Mancha e extremadura. A des-tilação é feita pelos prórprios produtores ou por cooperativas e um tipo específico de alambique é utilizado por todos. Alguns brandies de alta qualidade, ao exemplo da França, passam por uma dupla destilação. Depois de destilado, o brandy é levado

para a região de Jerez de La Frontera, para barris de carvalho americano e então ele envelhece num sistema muito curioso, co-nhecido pelo nome de Solera, através do qual os brandies mais novos são mistura-dos aos mais velhos.

Cria-se uma pilha de quatro barris. No topo da pilha o brandy mais novo e no quar-to barril o brandy mais antigo. De tempos em tempos o líquido do quarto barril e re-tirado para o engarrafamento, mas o barril nunca é esvaziado totalmente. Em seguida, passa-se o líquido do quarto para o tercei-ro, do terceiro para o segundo e deste para o primeiro até que o nível de brandy deste esteja normalizado. Os espanhóis usam três distinções para determinar a qualida-de de seu brandy. O de solera, mais sim-ples, passa até seis meses em barricas, o solera reserva é envelhecido por no míni-mo um ano e o solera gran reserva estagia por no mínimo três anos.

No Brasil, algumas vinícolas também produzem o brandy a partir da destilação de vinhos brancos produzidos no país. A Serra Gaúcha possui um clima muito ade-quado para a produção de uvas brancas com um alto grau de acidez e baixo teor alcoólico. A Cooperativa Vinícola Aurora lançou no mercado, há pouco mais de um ano, o seu brandy, que passou nada me-nos do que doze anos envelhecendo em barris de carvalho.

Agora que você sabe um pouco a respei-to deste bebida, diante de tamanho esme-ro em sua produção e aproveitando o frio intenso que tem feito no Sul e no Sudeste do Brasil, nada melhor do que degustar um legítimo conhaque francês e seus não me-nos nobres primos vindos da Espanha ou produzidos aqui no Brasil.

O conhaque é uma boa pedida para o inverno e também pode ser tomado para finalizar uma boa refeição.

Page 44: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

44 |SEM MEDIDA

as facetas que anovela não mostra

ÍndiaTexto: da Redação | Imagens: WikimediaCommons

Quem assiste a atual novela das oito, na rede Globo, tem a possibilidade de ver uma Índia e os idianos de uma forma caricata, preocupados comuma vida cotidiana fútil echeios de trejeitos. No entanto, há outra Índia a ser mostrada.

Page 45: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 45

WikimediaCommons/YashiWong

Page 46: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

46 |SEM MEDIDA

sta Índia que a novela não mostra, nasceu em 950 antes de Cristo, foi a sede da dinastia dos Chan-delas, adoradores do culto tântri-

co, e o local onde foram erguidos mais de 80 templos. Seu nome é Khajuraro. Atual-mente, dos inúmeros templos existentes, restam apenas 22 e sua arquitetura mos-tra, além do raro sentido arquitetônico da-quele povo, lindas esculturas notadamente entregues à satisfação da sexualidade.

A cidade de Khajuraro fica a 620 qui-lômetros de Nova Deli, a capital da Índia, e possui pouco mais de 7 mil habitantes. Seu nome significa “tamareira” e atual-mente ela se tornou um dos destinos turís-ticos mais apreciados da Índia graças ao seu conjunto de templos medievais e as esculturas eróticas que neles foram cons-truídas.

Algumas esculturas retratam a vida coti-diana de forma criativa, com homens e mu-lheres caçando, festejando, envolvidos em música e dança. Outras apresentam outra parte da vida, que até a pouco tempo era considerada tabu para as mentes ociden-tais, o erotismo e a sexualidade. Nelas, os artistas de Khajuraho representaram sem falsa modéstia e muito menos pudor, lin-dos homens e voluptuosas mulheres nas mais íntimas posturas sexuais.

Essas figuras levam quem as obser-va a imaginar o porquê da construção de prédios tão belos e de esculturas tão dife-rentes das normalmente usadas para se retratar a vida cotidiana e a religiosidade. Uma das razões é que entre os séculos 10 e 12, quando a dinastia Chandela co-mandava a região, a Índia era um verda-deiro Eldorado asiático. A terra era fértil e se produzia muita comida. O império pro-movia a paz e a estabilidade. O islamismo ainda não havia chegado na região, e as

E

O tantra, a base religiosa que originou a construção

destes templos, e de suas imagens eróticas

está fundamentanda na ausência da repressão.

Page 47: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 47

WikimediaCommons/YashiWong

Page 48: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

48 |SEM MEDIDA

WikimediaCommons/YashiWong

Page 49: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 49

mulheres eram livres para fazer o que qui-sessem e tinham o mesmo status dos ho-mens. Elas se vestiam de forma simples, usavam muitos adornos e tomavam parte na caça, nos festejos e na organização das feiras e festivais.

Outro motivo que justifica o erotismo rei-nante em Khajuraro é a orientação religio-sa e filosófica de seu povo, que cultuava o tantra. A palavra é formada por duas raízes acústicas. “Tan” que significa expansão e “Tra” que significa libertação. Tantra é uma filosofia hindu muito antiga e de natureza notadamente matriarcal, na qual a cultura não era centrada na guerra, e a mulher era fortemente exaltada e até mesmo endeu-sada, na medida em que dava vida. Basea-do quase inteiramente no culto de Shiva e Shakti, o tantra visualiza o Brahman defini-tivo como Param Shiva, manifesto através da união de Shiva e Shakti.

No tantra, ao contrário da maioria das filosofias espiritualistas, se vê o corpo não como um obstáculo, mas como um meio para o conhecimento, para seus seguido-res, todo o complexo humano é vivo e pos-sui consciência independente da consciên-cia central e por isso mesmo é merecedor de atenção, respeito e reconhecimento.

Diz a lenda local que Hemwati, uma jovem viúva de um sacerdote real, foi se banhar em um lago coberto de lótus numa noite de lua cheia. A lua se encantou tan-to com sua beleza extraordinária que se uniu a ela em amor. Dessa união nasceu um filho, que ela levou para Khajuraho de acordo com o aconselhamento da lua, e deu a criança o nome de Chandra Varman. O menino passou seus anos construindo a cidade de Khajuraho e seus templos de acordo com o desejo do pai celestial para expurgar o pecado da mãe. Daí teria sur-gido a cidade de Khajuraho e o império

Naquela época, a Índia vivia tempos de prosperidade e de paz e sua sociedade tinha uma orientação social bastante voltada para o matriarcado.

Page 50: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

50 |SEM MEDIDA

Chandella, os descendentes da lua. Mas, assim como os bárbaros destruí-

ram Roma, Mahmud de Ghaz invadiu a Índia e começou a guerra contra os adoradores de ídolos. No século 13, o reino Chandella foi totalmente destruído juntamente com seus templos. Mas alguns deles sobrevive-ram até os dias de hoje e foram tombados pela Unesco como patrimônio da humani-dade.

Os templos de Khajuraho não são ape-nas uma idéia criativa de alguns artistas. A construção dos templos seguia uma base filosófica. Assim que se aproxima dos tem-plos, eles aparecem como uma série de picos montanhosos. Os templos de Khaju-raho, fazem do mesmo modo que as igre-jas católicas, apontam para o céu. O topo ascendente leva ao céu. As esculturas que relatam as alegrias diárias do corpo e saú-de estão ao nível dos olhos. Conforme os olhos movem-se para cima, há sinais do despertar espiritual. Os símbolos carnais dão lugar aos meditativos. As imagens pas-sam a ser de elementos em elevação espi-ritual, como yogis meditando e orando.

A representação de fantasias eróticas está provavelmente ligada com a filosofia tântrica, uma antítese do asceticismo. Se-gundo a crença tântrica, o princípio femini-no de atividade voluptuosa é a força motriz que sustenta o universo, porque sem ela o princípio estático masculino, potencialmen-te transcendental, permaneceria em uma passividade inerte. Essa linha tântrica de pensamento tornou-se muito forte no sé-culo V, e ensina que os sentidos não são menos importantes que o espírito. E que a indulgência criativa também pode levar a Deus, um tema que dá a Khajuraho uma reputação dúbia.

As figuras eróticas vistas nos templos, chamado de casal “Mithuna”, estão espa-

Na cultura ocidental, mesmo sem referências

diretas ao tantra, Sigmund Freud, o pai da Psicanálise,

apontou os males da repressão sexual.

Page 51: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 51

Page 52: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

52 |SEM MEDIDA

WikimediaCommons/Aotearoa

Page 53: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 53

lhadas nas paredes e aparecem em posi-ções de amor e luxúria, mas outras figuras similares mostram a ternura e tranqüilida-de de um amor completo.

O templo Kandariya Mahadera, o maior deles e o mais perfeito artística e arqui-teturalmente, foi originalmente erguido em cinco partes, embora hoje só reste a parte central. São 226 estátuas esculpidas inter-namente e 646 estátuas externas, muitas com mais com um metro de altura, deco-rando os quase 11 metros de altura do templo. As estátuas estão esculpidas ao redor do templo em três andares e incluem deuses, deusas, músicos, dançarinos e mulheres mostrando seus corpos nas fa-mosas posições “mithuna”. As imagens eróticas são bastante evidentes e podem chocar os visitantes mais conservadores.

Um outro templo, o Deri Jagdanha, um pouco mais antigo e menos conservado é considerado de todos o mais erótico. Rela-tivamente simples na construção, é divido em três partes somente e foi sucessiva-mente dedicado a Vishnu, Parvati e Kali.

A melhor época para visitar os templos de Khajuraho é entre agosto e novembro, quando as monções já acabaram e o calor não é tão tórrido.

Para os interessados em ter essa expe-riência única, está sendo organizada uma viagem com início dia 06 de setembro, in-cluindo os principais pontos da Índia: Nova Deli, Jaipur, Fatehpur Sikri, Agra, Orcha, Khajuraho e Varanasi. Serão 12 dias em que o misticismo, o exotismo, as cores e sabores do Índia poderão ser vivenciados e deleitados. O contato pode ser feito atra-vés do telefone 11 3062-8398 com Rena-ta Galvão ou através do e-mail [email protected]. Visite também o site da agência de turismo através do endereço eletrônico www.geomade.com.br.

Uma viagem para esta Índia, torna possível o contato com um povo e uma cultura diferente daquele mostrado nos capítulos da novela.

Page 54: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

54 |SEM MEDIDA

primeiro concurso Plus Size Models Guide, promovido pela Writers Editora e Comunicação Ltda., encerrou suas inscrições

no dia 20 de julho com um total de 374 inscritos. Todos estão concorrendo a um convite para figurar no catálogo digital e eletrônico que estará disponível na internet a partir da primeira semana de setembro deste ano. Além dos que serão convida-dos, a editora reservou aos dois primeiros vencedores em cada categoria uma ses-são de fotos gratuita com Antonio Larghi, o fotógrafo oficial do catálogo.

Para Roberto Paes, sócio-diretor da Wri-ters e um dos editores da revista Large Lovers, se comparados o número de inscri-ções Plus Size Models Guide com um con-curso para selecionar “modelos conven-cionais”, a diferença seria gritante, afinal, num concurso destes podem ocorrer mais de quinhentas inscrições em um único dia. Entretanto, continua Roberto, por se tratar de um concurso voltado para pessoas plus

No dia 20 de julho a Writers Editora e Comunicação

encerrou as inscrições para o concurso que vai eleger os modelos que farão parte da

primeira edição do Plus Size Models Guide.

size, que jamais se imaginaram diante da possibilidade de desfilar em uma passare-la, a quantidade de inscrições foi fabulo-sa.

“Parte desse sucesso aconteceu gra-ças à internet e à iniciativas de divulgação como a que conseguimos através do site Gordinhas Lindas (http://www.gordinhas-lindas.com). Através deles chegamos a re-ceber mais de 20 inscrições diárias. Além disso, durante o mês de junho, a televisão decidiu mostrar, em praticamente todos os seus programas, entrevistas com modelos plus size, como, por exemplo, a Fluvia La-cerda, que por coincidência é a capa des-ta edição de SEM MEDIDA. Além da TV, a

o PSMGsupera aexpectativa

Concurso

Texto: da Redação

O

Page 55: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 55

revista Veja também

abriu espaço para elas e publicou uma entrevista com

Andréa Boschim”.Roberto acredita que esta exposição

facilitou a aceitação da proposta do Plus Size Models Guide, que vai colocar em seu catálogo modelos profissionais e amado-res. Para ele, este é um universo que está em franco desenvolvimento e existe lugar para um grande número de modelos ainda se projetarem. A idéia do catálogo é mos-trar rostos novos e incentivar aqueles que agradarem ao mercado publicitário e de moda a seguirem com suas carreiras, fa-zendo cursos e se especializando na área.

“Nós recebemos inscrições de pessoas que me confidenciaram que jamais haviam pensado em participar de um catálogo des-te tipo. São pessoas lindas, mas que no mundo dos manequins pequenos, jamais teriam uma chance de desfilar. Mas agora, com a explosão da moda plus size, tenho certeza de que em pouco tempo muitos

deles estarão com suas imagens estam-padas em catálogos e revistas de moda”, afirma Roberto.

Com a fase de inscrições encerrada, a Writers pretende fazer a seleção dos mo-delos convidados entre os dias 21 e 1º de agosto. No dia 2, todos os participantes re-ceberão uma mensagem anunciando o re-sultado do concurso e no dia seguinte, os convidados a participar do catálogo rece-berão mensagens específicas orientado-os sobre como suas participações serão oficializadas. Segundo Roberto, entre assinaturas de contratos, sessões de foto e a preparação do web site que mostrará o catálogo, deverão ser gastos mais 20 dias e, na primeira semana de setembro o projeto es-tará no ar.

“Nossa intenção é colocar o Plus Size Models Guide no ar no dia 5 de setembro. Ao mes-mo tempo, começaremos uma campanha de divulgação, in-formando a todas as agências

de propaganda do País a existên-cia do catálogo e a disponibilidade de mo-delos. Também colocaremos à disposição do catálogo nossa assessoria de impren-sa e enviaremos informações a todos os jornais e revistas especializadas”, afirma Roberto.

Segundo Roberto Paes, das 374 inscri-ções, recebidas entre os dias 14 de maio e 20 de julho, 24 pessoas estão na faixa entre os 12 e 18 anos (6,4%), 153 estão entre os 19 e 25 anos (40,9%), 185 en-tre 26 e 45 anos (49,4%), 6 pessoas com mais de 45 anos (1,6%) e 6 inscritos não informaram sua idade no formulário de ins-crição.

Outro fator que não surpreendeu aos organizadores foi o número reduzido de inscrições masculinas. Elas não passaram de 21 (5,6%) enquanto o número de mu-lheres inscritas chegou a 94,3%, ou seja, 353 inscrições.

Segundo os organizadores, isso é uma pena porque a necessidade de modelos plus size masculinos atualmente é maior do que a de modelos femininos. Tendência que deve se manter por muito tempo.

Page 56: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

56 |SEM MEDIDA

fique aquecida e bemvestida nesta estação

InvernoTexto: da Redação | Imagens: WikimediaCommons Divulgação/Lepoque

É isso que a Lepoque oferece a suas clientes, com muito charme, tecidos modernos e cortes com caimento perfeito no corpo.

Page 57: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 57

Lepoque é uma indústria têxtil que há seis anos trabalha exclu-sivamente pensando na moda feminina em tamanhos grandes.

E isso não foi por acaso. Há seis anos, Itamar Muller, proprietário da empresa, observou que havia falta desse tipo de moda no mercado e comparou com o au-mento significativo da população desse perfil. Diante disso algumas pesquisas de mercado foram feitas e o desafio foi en-carado. “Criar uma moda contemporânea para as pessoas gordas realmente não é tão simples como para as magras”, explica

A

WikimediaCommons/EyeOne

Page 58: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

58 |SEM MEDIDA

Page 59: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 59

Jonathan Muller, gerente Comercial da em-presa, com pós-graduação em Negócios da moda. “Requer muito cuidado, que é to-mado desde as pesquisas de tendências para o desenvolvimento da coleção até o acabamento final da peça. Na criação, não basta elaborar um modelo pequeno e sim-plesmente ampliá-lo. Os cuidados com a modelagem e caimento são muito impor-tantes, bem como o cuidado para não ri-dicularizar a pessoa que a usa, como por exemplo, na escolha das estampas”.

A Lepoque tem como grande preocu-pação para o desenvolvimento de suas coleções o conforto, através das modela-gens diferenciadas e a modernidade, afinal quem usa tamanhos grandes também quer estar na moda.

E ao longo desses seis anos de ativi-dade vem demonstrando que é possível agregar sensualidade à moda dirigida para

gordas. Basta que a mulher aceite o cor-po da forma que ele é. Modelos decotados são muito indicados para as gordinhas, justamente para valorizar o colo que pos-suem. Peças justas também é uma ótima dica, que modela o corpo. Aquelas peças que parecem “saco com buraco no meio” está totalmente fora de moda. As gordas precisam ousar mais na forma de se vestir, sem vulgarizar, claro e aceitar as formas que o corpo tem. “Não é porque o corpo não parece com o da Gisele Bündchen que você não é atraente ou não pode usar uma roupa mais ousada. Chega de caretice e use toda a sua sensualidade e seja feliz”.

Como nasce uma peça

Tudo se inicia com pesquisas interna-cionais, não específicas para tamanhos grandes, mas em sites de moda em geral. Até porque sites especializados em moda grande que apresente tendências para a coleção seguinte é muito difícil. É um tra-balho de adequação de moda, ou seja, identificar o que está sendo usado em questão de modelos e cores pelas grandes grifes mundiais e também a moda urbana e levar essas informações para o tamanho grande. Tendo isso em mãos, defini-se a quantidade de modelos a serem lançados, normalmente em torno de 50 e se iniciam a confecção das peças-piloto. Peça-piloto é o protótipo daquilo que foi desenhado. Será feito num determinado tamanho para que seja provado e fazer a conferência das medidas. Tendo isso sido feito e estando tudo certo, a peça é aprovada e monta-se toda a grade de tamanhos. Isso é feito com todos os modelos.

Coleção desenvolvida e aprovada, agora vai para a produção dos mostruários. Cor-te, costura, estamparia, todos os proces-sos até que a peça esteja completa para distribuir aos representantes, que estão praticamente em todos os estados do País fazendo as vendas diretamente aos lojis-tas. O pedido vem para a fábrica, é feita a produção e enviamos diretamente para o cliente.

A Lepoque é a pioneira em fabricar mo-delos até o número 64 de forma contem-

A gola e as mangas em tecido branco, juntamente com as pedrarias de strass fazem uma composição perfeita com o tecido azul.

Page 60: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

60 |SEM MEDIDA

porânea, ou seja, na criação de modelos joviais, modernos e com cores alegres. “E esse é e sempre será o posicionamento da Lepoque, em atender e satisfazer cada vez mais nosso público”, afirma Jonathan Muller.

Hoje a Lepoque atende desde o tama-nho 46 até o 64, com todos os seus mo-delos.

E pensando em ampliar sua linha, este ano lançou outra marca dentro do grupo, a YELLAS. Uma moda destinada ao público jovem feminino entre os 15 e 25 anos, pú-blico esse que nasceu na era da informáti-ca, que vive antenado e está em constante mudança, conhecido como Geração Y.

A linha de produtos da Lepoque con-tém blusas, vestidos, casacos, calças, legging`s, saias e bermudas. A concentra-ção de modelos está nas blusas. Nas co-leções é utilizado muito a viscose, porém, oferece também o charme do tecido plano, que deixa a peça mais chique e diferencia-da. São modelos que vão do casual ao so-cial, um mix interessante para deixar seu guarda-roupa completo e com qualidade.

O carro-chefe da empresa são as blu-sas com sobreposição de tecidos. “Há al-gumas coleções, temos observado que as peças com malha e tecido plano no mes-mo modelo tem agradado bastante nossas consumidoras”, analisa Jonathan Muller. “Então, a cada coleção temos que neces-sariamente fazer modelos com esse aca-bamento, e tem sido um sucesso”.

O diretor da confecção explica o suces-so da empresa. “Seriedade e profissiona-lismo de todos da empresa”, afirma Muller. “A busca insistente pelo melhor modelo e nosso pensamento sempre no consumidor final faz com que nosso trabalho seja sem-pre bem realizado e reconhecido. A Lepo-que, passo-a-passo vai se firmando cada vez mais no mercado e estamos sempre correndo atrás de novidades para atender sempre da melhor forma nosso público exi-gente”.

E esse público exigente está dividido na sua maioria proveniente da classe B, devi-do a um novo posicionamento da empresa que atendia à classe C, e hoje consegue atender também a classe A. Isso porque

As estampas do topo desta peça, feitos em

proá e com botões forrados dão um toque de sofisticação ao que seria

uma peça básica.

buscou sempre um diferencial, pois segun-do seu diretor, o básico todos fazem. Por isso a Lepoque tem bem definido seu posi-cionamento no mercado, para conhecer o público que irá atingir e consegue realizar um trabalho com mais eficiência.

Opções para o inverno

A Lepoque traz o que há de mais moder-no nas suas modelagens, matéria prima, insumos e acabamentos, em modelagens sensuais, valorizando ombros, pescoço e colo para acabar com aquele ditado que diz: “ombros à mostra é coisa de magra”.

Estampados em Poás e Xadrez estarão em evidência na coleção de inverno. Falan-do também em insumos e aviamentos, to-dos estes elementos são escolhidos com base em dados de pesquisas de tendência

Page 61: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 61

Page 62: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

62 |SEM MEDIDA

Page 63: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 63

rada, sem dúvida é o moletom. Ele apare-ce em modelagens renovadas, repleto de detalhes elaborados e agora, além das ati-vidades físicas, ele também está presente em eventos mais sofisticados.

Na gama de cores, o grafite vem mais forte do que nunca, na realidade, ele se tor-nou um ícone, assim como preto e branco. Os tons de berinjela e uva também estão presentes e se tornam a cor de destaque da coleção. O rosa, que lembra a delicade-za, também marca esta estação, que deixa de ser uma estação de cores neutras, para se tornar um inverno colorido.

Opções para o verão

Para Primavera/Verão, a tendência, se-gundo Muller, é sem dúvida os estampados que estarão em evidência, devido à forte influência dos temas étnicos. As estampas em bichos estarão mais presentes do que nunca nesta estação. Tecidos leves e so-fisticados como o Tafetá, também marcam presença.

Acabamentos com zíperes foram desta-ques em desfiles de grandes marcas. Ba-bado em decotes e barra de batas trazem toda a delicadeza para os dias atuais.

O composê em tecido deixa as peças em malhas mais ricas. Na cartela de cores os tons berinjela, lilás, laranja, pink, mar-cam com grande estilo.

A Lepoque vende somente para lojistas. Para saber onde fica a loja mais próxima da sua casa, basta entrar no site www.lepoque.com.br que encontrará todas as informações.

Jonathan Muller, gerente Comercial da Lepoque, diz que independente de estar acima ou não do peso, a pessoa deve estar feliz da forma que é, e com saúde. “A mídia cria muito a ideia de que para ter saúde e ser feliz deve ser magra. Somos total-mente contra essa ideia. Essa informação equivocada leva mulheres a doenças como bulimia e anorexia”, afirma Muller. “Somos a favor da felicidade! Seja feliz da forma que você é, e explore as formas do seu corpo, sem preconceito. Viva com saúde e se aceite, e verá que sua autoestima au-mentará e será uma pessoa muito feliz”.

Os detalhes e a estampa brilhante dão um ar jovial e descontraído à peça, que foge das tradicionais cores neutras que são muito usadas no inverno.

e novidades de fornecedores.A coleção de Inverno da Lepoque aten-

de a todos os gostos, passando por mode-los mais básicos, até aqueles, ideais para eventos mais formais.

“No que diz respeito à moda para gor-das, realmente as informações de tendên-cias são muito vagas e pobres”, lamenta Jonathan Muller. “Com base nisto, adapta-mos as tendências da moda feminina, para a Moda Grande. Por exemplo, o Xadrez está fortíssimo nesta estação e de forma sutil, ele está presente, como em acabamentos de batas, forro de capuz, estampas”.

As golas estão mais fortes do que nun-ca, aquecendo na medida certa e valori-zando a parte superior da peça. Botões metalizados, meia bola e forrados se tor-nam ótimos valorizadores das peças.

Falando um pouco das malhas e teci-dos, um dos mais versáteis desta tempo-

Page 64: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

64 |SEM MEDIDA

ajudará a criar a refeição ideal. É simples: escolha a entrada, o prato principal e a so-bremesa, visualize o cardápio escolhido e obtenha a combinação perfeita. Monte mi-lhares de menus utilizando a combinação de diversas receitas. Fácil visualização de entrada, prato principal e sobremesa ao mesmo tempo; Modo de preparo simples e objetivo.

Doçaria PopularPortuguesaAntonio Silva1ª edição, 2004Texto Editores160 págs.,capa duraR$ 89,90

Portugal tem uma do-çaria rica, diversificada e muito apreciada por

todos aqueles que já a experimentaram. Esta obra reúne as mais diversas recei-tas, desde as mais simples, como “Arroz Doce”, às mais elaboradas, como “Pastéis de Nata”. Neste livro você encontrará ainda receitas típicas das várias regiões do País, acompanhadas de sugestivas fotografias de dar água na boca.

dicas para quemquer aprender

LivrosTexto: da Redação | Imagens: Divulgação Jefte Livros

Sabores Além-MarAntonio Silva1ª edição, 2002Texto Editores160 págs., capa duraR$ 89,90

Sabores Além-Mar é um livro de receitas ori un das dos antigos terri tórios portugueses, selecionadas e elabo-

radas pelo chef Silva. Em complemento, apresenta-se uma panorâmica histórica dos aspectos culturais e tradicionais que marcaram a identidade de cada país ou região. Nas mais variadas especialidades de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Brasil, Goa, Damão e Diu, Macau e Timor-Leste po-demos descobrir sabores singulares que tanto dizem a quem já aí viveu. Receitas ilustradas por atraentes fotografias des-pertam o interesse pela gastronomia algo exótica dos diversos continentes onde se fala português.

Um Milhão de Cardá-pios - Combine várias receitas e montemenus sob medidaOctopus 1ª edição, 2006Manole303 págs., capa duraR$ 88,00

Se você quer sugestões para uma ocasião es-pecial ou apenas algu-

ma idéia para um almoço rápido, este livro

Economize com nossos convênios

Os leitores de Large Lovers poderão adquirir os livros com um desconto promocional de 15%, oferecido pela Jefte Livros, como parte de um convênio firmado entre as duas empresas. Para comprar, visite o web site www.jeftelivros.com.br e identifique-se como leitor da revista.

Page 65: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

SEM MEDIDA | 65

Chef Carlos Ribeiro

Rua Haddock Lobo 955 - Jardins - S.Paulo - Tel.: (11) 3063-5374 / 3063-5377 - http://blognacozinha.zip.net

nacozinhacentro de gastronomia

Restaurante de cozinha variada com inspiração brasileira

Salada de folhase flores

Bolinho de arrozcom queijo

Acarajé e abarácom vatapá

MoquecaParaense

Filé-mignon combaião-de-dois

Rabanada ao Portocom sorvete

Compotas de frutascom queijos

Risoto de rabadadesfiada com agrião

Pastel aberto compernil desfiado

Cupim de panela compurê e aipim frito

Lombo de peixe compurê de inhame

Bobó fritode camarão

Cursos para iniciantes e profissionais • Espaço para eventos

Localizado na

Haddock Lobo,

955, próximo à

av. Paulista

Faça seuevento conosco.Espaço ideal

para pequenosgrupos

Page 66: Ed. 6 - Ano 1 - 07/2009

.

A Sociedade da Mesa tem umpresente especial para você

leitor da revista LARGE LOVERS.

A Sociedade da Mesa leva com exclusividade a seus associados asmelhores seleções de vinhos, cursos, viagens e acessórios, e mais do que isso,

uma oportunidade única para entrar no mundo do vinho.

Todos os meses o sócio recebe uma caixa de vinho de 4ou 6 garrafas juntamente com o informativo.

No informativo encontrará uma descrição do vinho queo acompanha com a indicação de qual será o vinho domês seguinte e seu preço.

Em caso de não querer receber o próximo vinho, o sócio pode suspender seurecebimento avisando por e-mail ([email protected])ou telefone. No mês seguinte, receberá somente o informativo pelo correio.

O sócio pode suspender o recebimento do vinho quantas vezes quiser.

O preço por garrafa poucas vezes superará os R$ 35,00

Não há quota de associação ao clube.

Como funciona a Sociedade da Mesa

na Sociedade da Mesae receba juntamentecom sua primeiraremessa de vinhosuma exclusiva bolsade presente para

Inscreva-se já

Entre em contato pelo site ou pelo telefone e não esqueça de mencionarque você é um leitor da Revista LARGE LOVERS.

0800-774-0303www.sociedadedamesa.com.br

uma garrafa de vinho.