IMPLANTAÇÃO TEÓRICA DO
PROGRAMA 5S NO CENTRO DE
TRANSFORMAÇÃO DE MATERIAIS DA
UTFPR - CÂMPUS PONTA GROSSA
Fernanda Brekailo (UTFPR )
Michele Mugnaine (UTFPR )
ALAN WAGNER PEREIRA (UTFPR )
Bruno Hermannus Kugler (UTFPR )
Evandro Eduardo Broday (UTFPR )
O artigo apresenta implantação teórica do programa 5S no Centro de
Transformação de Materiais da UTFPR - Câmpus Ponta Grossa. A
partir do estudo do ambiente, perceberam-se problemas como grande
acúmulo de resíduos, armazenamento das ferrameentas de trabalho e
da matéria-prima inadequados e armazenamento de materiais e
equipamentos inúteis nos cantos do laboratório, acumulando sujeira e
dificultando a realização de atividades de limpeza. A partir destas
condições observadas foi proposta a implantação do programa 5S,
visando a organização, limpeza e conservação do laboratório. A
elaboração de um novo layout para o laboratório, a classificação dos
materiais em relação a sua frequência de uso e a proposta de atitudes
que eliminem resíduos e mantenham o laboratório limpo e adequado
para o uso foram algumas das medidas apresentadas buscando maior
produtividade e aproveitamento do ambiente do laboratório. Verificou-
se que a adoção do programa 5S pode trazer ganhos significativos
para o ambiente, tanto para o trabalhador como para a empresa.
Palavras-chaves: Programa 5S, Gestão da Qualidade, Melhoria no
Ambiente de Trabalho, Otimização de Processo, Processo de
Fundição.
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1. Introdução
Após a abertura do mercado brasileiro em 1990, diversas empresas tiveram que se adaptar aos
novos produtos que surgiam. Essa adaptação exigiu adequações tecnológicas sem precedentes
na história da indústria brasileira (BIZELLI [2002] apud GAVIOLI et al., 2009). Dessa forma,
surge uma nova forma de competitividade. Os níveis diferenciação dos produtos são mínimos
e cada empresa deve ter um diferencial, a fim de lucrar com seus produtos. Uma alternativa
para isso é a redução de custos.
Dessa forma faz-se necessário um estudo e posterior aplicação de algum método para alcançar
esta redução de custos de maneira eficaz, trazendo vantagem competitiva para a empresa
sobre a concorrência. (GAVIOLI et al., 2009).
Um método que se destaca atualmente nas organizações é o programa 5S, que demonstra ser
eficiente e de baixo custo. O programa 5S é extremamente relevante para as organizações
produtivas perante o cenário atual de competitividade, sendo constante a busca por melhorias
de desempenho e qualidade, redução de custos e ambiente de trabalho propício para a
realização das atividades de produção. A implantação do 5S resulta em melhorias de
qualidade, organização e otimização em qualquer empresa, independentemente do ramo ou
porte.
Sua utilidade surgiu logo após a 2ª Guerra Mundial, com a necessidade de combater a sujeira
das fábricas e desorganização estrutural sofrida pelo Japão. O país estava destruído, sem
recursos e com sua população em pânico. O fato de o Japão reerguer-se utilizando como base
o programa 5S mostra a força que essa ferramenta tem se for bem utilizada (BONAZZA,
2012).
O programa 5S tem como objetivo conscientizar a todos da importância da qualidade no
ambiente de trabalho. Trata-se de uma filosofia, de uma nova cultura, que necessita contar
com o comprometimento e participação das equipes de trabalho (ZANINI, 2009), sendo o
quinto senso (autodisciplina) determinante para o sucesso do programa (CORREIA et al,
2010).
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O presente artigo destina-se a apresentar a experiência da implantação do programa 5S no
Centro de Termo Transformação de Materiais, instalado no Câmpus Ponta Grossa da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que teve como objetivo a melhoria do ambiente
e do processo produtivo através da implantação do sistema 5S.
2. Referencial Teórico
Segundo sua origem, cinco palavras japonesas deram significado ao 5S: seiri, seiton, seiso,
seiketsu e shitsuke, que significam, respectivamente: senso de utilização, senso de ordenação,
senso de limpeza, senso de saúde/asseio e senso de autodisciplina (WERKEMA, [2006] apud
CORREIA et al., 2010).
2.1. SEIRI – Senso de Utilização
O senso de utilização consiste em classificar todos os itens e classificá-los de acordo com seu
grau de necessidade e frequência de uso. Os itens desnecessários para o processo devem ser
retirados do local. Também se deve observar se as quantidades dos materiais estão adequadas
às necessidades (GANDRA et al., 2006).
As vantagens da aplicação do seiri incluem a liberação de espaço físico, eliminação de
compras desnecessárias com itens duplicados, facilidade de locomoção, melhora no ambiente
de trabalho além de evitar acidentes (BENEMANN, 2012).
2.2. SEITON – Senso de Ordenação
O senso de ordenação propõe uma melhor localização dos materiais, equipamentos,
ferramentas, utensílios, informações e dados, buscando locais apropriados para estocar
guardar e dispor, facilitando e agilizando o processo produtivo.
Os resultados esperados a partir da implantação do senso de ordenação é o maior controle
sobre o laboratório e sobre o processo produtivo, uma melhor administração do tempo e
possibilitar que as pessoas encontrem com mais facilidade os materiais e as informações que
precisam (BENEMANN, 2012).
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2.3. SEISO – Senso de Limpeza
O seiso ou senso de limpeza consiste em eliminar a sujeira ou os objetos estranhos pra manter
todo o ambiente de trabalho limpo. Também engloba manter os dados e as informações
atualizadas para garantir a correta tomada de decisões e inspecionar as instalações máquinas e
equipamentos, para garantir que estejam nas melhores condições de uso possíveis.
A ação mais importante não consiste na limpeza do local, mas sim em não sujá-lo. Para isso
os focos de sujeira devem ser identificados e eliminados, bloqueados ou ao menos atenuados.
Sua aplicação é bastante simples e proporciona muitos benefícios, como melhoria da saúde
física e mental, melhoria da imagem interna e externa do local de trabalho, diminui a
necessidade de manutenção, pois ajuda na preservação dos equipamentos, os desperdícios são
eliminados ou reduzidos e o ambiente fica mais agradável e sadio, melhorando a satisfação
das pessoas que utilizam ou trabalham no ambiente.
2.4. SEIKETSU – Senso de Asseio
O senso de asseio ou de saúde consiste em criar e manter as condições de trabalho sempre
favoráveis à saúde física e mental. Consiste em eliminar fatores que possam atuar
negativamente sobre os funcionários no ambiente de trabalho (FUNCAMP, 2012).
Os resultados iniciais do senso de saúde, segundo Canto (2006), são: melhoria de criatividade,
moral e satisfação das pessoas ao realizarem suas tarefas, contribuindo para o bem-estar de
todos; e, melhoria significativa do clima organizacional, gerando uma participação mais
proativa no processo de solução de problemas.
O senso de asseio permite a melhoria na produtividade e na qualidade de vida, bem como
diminuição do absenteísmo. A saúde do ambiente traz satisfação e motivação pessoal, previne
e controla o stress, danos e acidentes (BENEMANN, 2012).
2.5. SHITSUKE – Senso de Autodisciplina
O senso de autodisciplina está vinculado à manutenção do programa 5S, pois consiste em
desenvolver o hábito de conservar as melhorias obtidas, visando sempre a novos desafios. Ter
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senso de autodisciplina é criar o hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos,
atender especificações, sejam elas escritas ou informais (BENEMANN, 2012).
Consiste em conscientizar as pessoas da necessidade de buscar o autodesenvolvimento e
consolidadas as melhorias alcançadas com a prática dos 4S anteriores (FUNCAMP, 2012). Ao
se atingir o quinto senso, considerado o mais importante de todos, pode-se constatar os
seguintes resultados positivos: altos níveis de qualidade pessoal e ambiental; manifestação
espontânea de criatividade em grupo ao realizar suas tarefas; diminuição dos acidentes;
redução do desperdício; conservação de energia física e mental; melhoria do clima
organizacional; e, satisfação coletiva (CANTO, 2006).
3. Descrição da empresa
O Centro de Termo Transformação de Materiais, comumente conhecido como Laboratório de
Fundição, é um dos laboratórios da UTFPR - Câmpus Ponta Grossa. O Centro de Termo
Transformação de Materiais possui uma área física de 382,29 m². Sua principal atividade é a
fundição de alumínio reciclado, oriundo principalmente de latinhas, que corresponde a
aproximadamente 90% de todo o material fundido.
Além do alumínio, pequenas quantidades de cobre são fundidas ocasionalmente. O
laboratório, porém, possui capacidade para fundir quase todos os tipos de materiais, mas isso
não costuma ser feito devido ao custo mais elevado, à falta de matéria-prima para produção de
outros materiais, pela facilidade da fundição do alumínio em relação a outras ligas, e por
motivos de segurança, principalmente para os alunos.
3.1. Processo Produtivo
Os processos de produção realizados no Centro de Termo Transformação de Materiais são,
em principal, dois processos: fundição em areia verde e fundição por Shell molding.
O processo de Shell molding é pouco utilizado, sua aplicação é mais para a área de pesquisa
de professores e de alunos de iniciação científica. O Shell molding consiste na aplicação de
areia com resina sobre o modelo. O modelo é aquecido e a areia com a resina endurecem
formando uma “casca” que será o molde para a fundição (CEFET-SC, 2007). Entretanto, no
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laboratório o principal processo de fundição é o processo de fundição em areia verde,
realizado apenas para fins didáticos.
O processo de fundição em areia verde, segundo Chiavirini (1986), começa com o projeto,
onde há especificações de forma, medidas, material, tolerância e acabamento. A partir destas
informações, elabora-se o modelo, uma réplica do produto final em madeira ou isopor. Após a
fabricação do modelo, prepara-se a areia para a fabricação do molde. A areia é preparada com
a adição de argila, água e outros aditivos e então é compactada manualmente, dentro da caixa
de moldagem contendo o modelo, para a formação do molde.
Com o molde concluído, o metal é fundido e vazado no molde. Após o resfriamento, o molde
é destruído e a peça passa por uma limpeza grosseira, corte de canais, e pela uma limpeza
superficial.
3.2. Layout do laboratório
Durante a realização deste estudo, foi feito o levantamento dos materiais e equipamentos
presentes no laboratório, suas condições e disposição. No laboratório de fundição é visível a
presença de grande quantidade de sujeira. Poeira, areia, pedaços de madeira e restos de metais
e escoria estão espalhados pelo chão, nas mesas, nas estantes e nos equipamentos.
A areia não é armazenada de uma maneira que favoreça a limpeza, pois grande parte dela fica
amontoada em cima de lonas no chão, sendo facilmente espalhada para o restante do
laboratório pelo vento e pela passagem de pessoas. As caixas e moldes de areia também não
são manuseados com o devido cuidado, principalmente na desmontagem, com uma
quantidade considerável de areia sendo derrubada no chão e nas mesas.
Os materiais e equipamentos inúteis estão armazenados nos cantos do laboratório,
acumulando sujeira e dificultando a realização de atividades de limpeza. O layout do
laboratório antes da implantação do 5S pode ser visto no anexo A.
4. Implantação do programa 5S
4.1. Aplicação do senso de utilização
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No laboratório de fundição foi estudado o senso de utilização de acordo com a frequência e
necessidade de uso, classificando os objetos de acordo com o organograma abaixo:
Figura 1 – Organograma de frequência e necessidade de uso de objetos
Fonte: Adaptado de GANDRA et al., 2006
A partir da classificação pré-estabelecida pelo organograma, os objetos encontrados no
laboratório foram classificados, como mostra o quadro 1:
Quadro 1 – Classificação dos objetos do laboratório de acordo com a frequência de uso
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Fonte: Autoria própria
5.2. Aplicação do senso de ordenação
Pode-se considerar como principal ferramenta para este senso a utilização dos layouts. Layout
é a disposição física dos equipamentos, incluindo o espaço necessário para a movimentação
de material e de pessoas, armazenamento e todas as outras atividades dentro do processo
produtivos (BORGES, 2001).
Buscando a aplicação do senso de ordenação, foi elaborado o layout do estado atual do
laboratório de fundição (Anexo A). Ao analisar o layout atual, perceberam-se problemas de
disposição, organização e limpeza. Buscou-se resolver os problemas de disposição e limpeza
com a elaboração de um novo layout (Anexo B).
5.3. Aplicação do senso de limpeza
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A primeira etapa na aplicação do senso de limpeza é a analise das fontes de resíduos presentes
no laboratório e após, as causas de acúmulo destes resíduos.
Pode-se observar que, no laboratório, as causas de formação e acúmulo de resíduos são
diversas, mas algumas se sobressaem. Primeiro, devido a uma questão de falta de
conscientização dos usuários; as pessoas chegam, encontram o laboratório sujo, utilizam-no e
deixam-no sujo porque ele estava assim anteriormente, então acreditam que não é sua
responsabilidade fazer a limpeza.
Outro problema detectado é a falta de uma melhor organização que permita a instalação de
recipientes mais adequados onde possam ser armazenados resíduos e outras formas de lixos
gerados, até que eles sejam descartados.
O processo da fundição também gera alguns resíduos, que nem sempre são adequadamente
descartados, contribuindo para o aumento da sujeira. Além disso, algumas das etapas após a
fundição são geradoras de resíduos, como a rebarbação (remoção de material excedente), o
jateamento e a limpeza com ar comprimido, que se não forem jogados em local adequado
contribuem bastante para o aumento da sujeira.
Para começar a resolver o problema é necessário, primeiramente, trabalhar em conjunto com
os outros sensos, principalmente os de utilização e de ordenação, que permitirão uma melhor
organização e facilitarão muito as atividades de limpeza iniciais.
Depois, é necessário informar e educar os usuários do laboratório, pois são eles os
responsáveis diretos pela maior parte da sujeira que é gerada. Para isso podem ser usadas
placas informativas sobre a importância da limpeza, e os professores devem ser informados
sobre sua importância e incentivados a manter essa limpeza, depois repassar essa ideia para
seus alunos e verificar se estão sendo cumpridas.
Todos os usuários devem ficar cientes de que devem limpar os equipamentos após seu uso,
contribuindo assim para a melhor conservação destes e deixando-os prontos para a próxima
pessoa que precisar utilizá-los. Isso pode ser feito junto com as placas informativas e com as
orientações dos professores para os alunos.
A compra de lixeiras para coleta seletiva de materiais menores, e de contêineres ou lixeiras de
tamanho grande também deve ser analisada, para que seja possível uma destinação e
armazenamento mais adequados para os resíduos e sobras gerados pelo laboratório.
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A areia deve ser retirada do chão e armazenada dentro dos tambores ou de outros recipientes
adequados. As latinhas de alumínio e outras matérias-primas também devem ficar
armazenadas dentro dos tambores.
Comprar vassouras, pincéis e outros equipamentos e produtos de limpeza, para que seja
possível a realização de uma limpeza adequada das máquinas e equipamentos.
Todos os usuários do laboratório devem ficar atentos aos sinais de que as máquinas estejam
com algum problema, como a presença de ruídos estranhos ou falhas, e informar os
responsáveis, para que possa ser realizada a manutenção o mais breve possível, antes que o
problema se agrave.
Algum painel ou estante deve ser instalado, onde fosse possível deixar disponíveis as
informações sobre o processo para consulta, principalmente as referentes à areia e ao processo
de fundição.
Estas ações, se aplicadas, poderiam trazer muitos benefícios para o laboratório,
principalmente com uma melhor conservação dos equipamentos, que falhar com bastante
frequência, facilitaria o processo e melhoraria o ambiente aumentando a satisfação daqueles
que o utilizam.
5.4. Aplicação do senso de asseio
O primeiro passo para que se possa aplicar o senso de asseio é a anterior aplicação e
consolidação dos três primeiros sensos: utilização, organização e limpeza.
A partir daí, o senso de saúde será cumprido quando tiverem sido criadas condições
favoráveis à saúde física e mental, garantindo um ambiente não agressivo e livre de agentes
poluentes de qualquer forma, abrangendo até a forma visual (GAVIOLI et al, 2009). Podem-
se propor os seguintes procedimentos comuns para isto:
Manter limpos, higienizados e organizados os locais de uso comum, visando a
aplicação dos três primeiros sensos;
Eliminar as condições inseguras, observando as práticas de segurança no trabalho e um
clima de respeito mútuo nas diversas relações;
Padronizar os procedimentos, segui-los e respeitá-los;
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Cuidar para que as informações e comunicados sejam claras, de fácil leitura e
compreensão;
Humanizar o local de trabalho, difundindo material educativo sobre saúde e higiene;
Evitar todas as formas de poluição, garantindo que o ambiente não seja agressivo e
esteja livre de agentes poluentes;
Zelar pela higiene pessoal e ter posicionamento ético, cultivando um clima de respeito
mútuo nas diversas relações como forma de manter boas condições nas áreas comuns.
5.5. Aplicação do senso de autodisciplina
Para que o senso de autodisciplina seja aplicado é preciso praticar os sensos de utilização,
organização, limpeza e asseio, com consequente melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Deve-se fazer dessas práticas um hábito, transformando o 5S num modo de vida. A garantia
da autodisciplina virá através de uma mudança de hábitos e de comportamentos.
Podem-se utilizar os seguintes procedimentos comuns para pratica do 5º senso:
Treinamento, repetição, insistência e persistência;
Crítica construtiva;
Compartilhar visão e valores;
Educar para a criatividade;
Planejar com foco no processo;
Melhorar a comunicação em geral;
Treinar com empenho e persistência.
Um procedimento eficiente para manutenção do senso é a adoção de um processo de
avaliação ou auditoria em todas as áreas envolvidas com o laboratório. Por exemplo, realizar
mensalmente uma autoavaliação do departamento, que permite que os próprios usuários sejam
capazes de identificar possíveis problemas no ambiente do laboratório e tratá-los
adequadamente para manutenção do programa.
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O senso de autodisciplina só existirá realmente quando cada um exercer seu papel para a
melhoria do ambiente de trabalho, do desempenho e da saúde pessoal, sem que ninguém o
cobre por isso.
6. Resultados Obtidos
6.1. Layout proposto
O layout proposto apresenta uma disposição física do laboratório regida pela ordem do
processo produtivo. Os materiais, utensílios e equipamentos utilizados em uma etapa estão
concentrados. Isto torna o processo mais ágil, diminuindo perdas de tempo por deslocamento.
Os moldes e modelos já confeccionados devem ser recolhidos de todo o laboratório e
concentrados em um mesmo lugar. Os modelos em estantes e os moldes em pallets. A areia
que está no chão deve ser armazenada em tambores, evitando desperdícios e sujeira, assim
como a sucata de alumínio. Dessa maneira, o segundo layout foi elaborado, buscando
amenizar os desperdícios de tempo, material e, consequentemente, a maior eficiência do
processo. O layout proposto pode ser visto no anexo B.
6.2. O programa 5S e um ambiente de trabalho melhor
Em qualquer organização humana, o programa 5S prepara o ambiente para mudanças
profundas, por ser de simples compreensão, fácil aplicação e de resultados visíveis e
imediatos. Os benefícios deste programa são diversos, como por exemplo:
Processos otimizados e racionalizados, visando produtividade;
Ambiente que proporciona maior bem estar para os funcionários;
Melhoria nas relações interpessoais;
Eliminação de desperdícios, excessos, má administração do tempo, custos
desnecessários;
Reciclagem de recursos escassos;
Melhoria no fluxo de pessoas e materiais;
Maior qualidade em produtos e serviços;
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Maior segurança.
Quando aplicado com persistência e convencimento o programa 5S apresenta resultados
surpreendentes, criando um ambiente de trabalho melhor uma vez que o que vai mudar é a
mentalidade e o comportamento das pessoas envolvidas. Não é preciso mudar de trabalho,
mas sim o modo de trabalhar. O resultado é o melhor desempenho profissional e de serviços,
com reflexo direto na satisfação dos usuários e na produção (BASTOS, 2012).
Para se colocar todos os sensos em prática é necessária uma equipe onde cada integrante
exerça papel fundamental para o crescimento do programa, onde todas as pessoas estejam
engajadas no cumprimento dos objetivos propostos. Em um programa de qualidade como este
o que vale é o espírito de equipe, quando várias pessoas se unem com um objetivo em
comum, que, nesse caso, é exatamente alcançar os benefícios do programa (BONAZZA,
2012).
A questão mais importante é a valorização do ser humano. Os funcionários valorizam muito
as oportunidades que lhe são oferecidas e que permitem sua participação e iniciativa, a fim de
desenvolver suas potencialidades, e com isso podendo até avançar em termos de carreira
profissional.
O programa 5S visa mudar a maneira de pensar das pessoas, levando-as a um melhor
comportamento, tornando-se uma nova maneira de conduzir a empresa para otimização de
recursos, tendo como consequência ganhos financeiros efetivos (CAMPOS [1999] apud
GAVIOLI, 2009).
7. Considerações Finais
O programa 5S, como pode-se perceber ao longo da realização deste estudo, melhora a
produtividade dos funcionários, evitando desperdícios de todos os tipos. Permite aperfeiçoar
aspectos como organização, limpeza e padronização. Se a empresa busca acompanhar as
mudanças da economia mundial, ela precisa buscar também o aumento de produtividade e
redução de custos através de uma manufatura enxuta e ambiente adequado de trabalho
(ZANINI, 2009).
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A aplicação do programa no laboratório de fundição do Câmpus Ponta Grossa da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná mostra como esta filosofia pode melhorar o
ambiente e o processo produtivo.
Trazer os cinco sensos para a realidade da empresa pode dar um virada muito positiva na
eficiência do trabalho e potencializar os resultados evitando problemas e riscos (PEREIRA,
2011). Porém, para conseguir atingir todos estes benefícios, é preciso muito mais que
implantá-lo; é preciso manter sempre a chama acesa. Além de implantar é muito importante a
manutenção do programa (BONAZZA, 2012).
Aliado a manutenção, para que o programa alcance sucesso,é necessário a dedicação de todos
da empresa. Mas só há dedicação e afinco quando as pessoas se comprometem com aquilo
que estão fazendo, e só há comprometimento quando há participação. Para aplicação do 5S é
necessária uma modificação do comportamento dos colaboradores, do contrário, não poderá
ser concluído. O programa 5S não é somente um evento episódico de limpeza, mas uma nova
maneira de conduzir a empresa com ganhos efetivos de produtividade (FALCONI, 2004).
Somente quando os integrantes se sentirem orgulhosos por terem construído um local de
trabalho digno e se dispuserem a melhorá-lo continuamente será compreendida a verdadeira
essência do 5S.
REFERÊNCIAS
BASTOS, Rogério de Melo. 5: o Ambiente da Qualidade. Disponível em:
<http://www.rstrainingrural.com.br/artigos/5s_qualidade.pdf>. Acesso em: out. 2012.
BENEMANN, Raphael Roveda. Considerações sobre a utilização do Programa 5S.
Disponível em: <http://www.cyber7.com.br/index.php/artigos/18-consideracoes-sobre-a-
utilizacao-do-programa-5s>. Acesso em: out. 2012.
BONAZZA, Hudson. Programa 5S. Disponível em: <http://hudsonbonazza.files.wordpress.
com/2012/06/apostila5s.pdf>. Acesso em: out. 2012.
BORGES, Fabrício Quadros. Layout. Publicado em: Lato & Senso, Belém, v.2, n. 2, p. 5,
dez, 2001. Disponível em: <http://www.uff.br/sta/textos/ar022.pdf> Acesso em: out. 2012.
CANTO, Liliam Caroline Cardoso. et al. Implantação do sistema 5S no setor de
armazenagem de uma empresa de pequeno porte do sul de Santa Catarina. In: XXVI
Encontro Nacional De Engenharia De Produção, 2006.
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CHIAVIRINI, Vicente. Tecnologia Mecânica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hilll, 1986.
CORREIA, Balbina Raquel de Brito. et al. Implantação do Programa 5s em um Setor de
Injeção Termoplástica sob Aspectos da Melhoria Contínua. In: XXX Encontro Nacional
De Engenharia De Produção, 2010.
FALCONI, Vicente. TQC – Controle Total da Qualidade. 2.ed. Minas Gerais: INDG, 2004.
256 p.
GANDRA, Marco Aurélio et al. Programa 5S na Fábrica. CEFET-MG. BELO
HORIZONTE – MG, 2006. Disponível em: <http://www.leadempresarial.com.br/
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GAVIOLI, Giovana. et al. Aplicação do Programa 5s em um Sistema de Gestão de
Estoques de uma Indústria de Eletrodomésticos e seus Impactos na Racionalização de
Recursos. Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2009/artigos/E2009
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FUNCAMP. Manual Programa 5S Disponível em: <http://www.funcamp.unica
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PEREIRA, Magali. A importância do 5S dentro da sua empresa. Disponível em: <http://w
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ZANINI, Edinilson. A Importância do 5S para as Empresas. Disponível em:
<http://www.edigital.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=113:a-
importancia-do-5s-para-as-empresas&catid=31:gestao&Itemid=46>. Acesso em: out. 2012
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ANEXO A - Layout Inicial
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ANEXO B - Layout Proposto