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ALEXANDRE DE ALMEIDA GUIMARES
ANLISE DA NORMA ISO11783 E SUA UTILIZAO NA IMPLEMENTAO DO BARRAMENTO DO IMPLEMENTO
DE UM MONITOR DE SEMEADORA
Dissertao apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do Ttulo de Mestre em Engenharia.
So Paulo 2003
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ALEXANDRE DE ALMEIDA GUIMARES
ANLISE DA NORMA ISO11783 E SUA UTILIZAO NA IMPLEMENTAO DO BARRAMENTO DO IMPLEMENTO
DE UM MONITOR DE SEMEADORA
Dissertao apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do Ttulo de Mestre em Engenharia. rea de Concentrao: Sistemas Digitais Orientador: Prof. Dr. Antnio Mauro Saraiva
So Paulo 2003
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FICHA CATALOGRFICA
Guimares, Alexandre de Almeida Anlise da norma ISO11783 e sua utilizao na implementao do
barramento do implemento de um monitor de semeadora / Alexandre de A. Guimares. -- So Paulo, 2003.
98 p. Dissertao (Mestrado) Escola Politcnica da Universidade de So
Paulo. Departamento de Engenharia de Computao e Sistemas Digitais. 1.ISO11783 2.Controller area network 3.Eletrnica embarcada
I.Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Engenharia de Computao e Sistemas Digitais II.t.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, o Prof. Dr. Antnio Mauro Saraiva, pela companhia, pacincia,
colaborao, esprito de inovao e dedicao Universidade de So Paulo e ao
Brasil.
Ao Prof. Dr. Carlos Eduardo Cugnasca, pela colaborao realizada em grande parte
das atividades.
Aos colegas Katia Mara Rabelo da Silva e Antnio Marcos Moreiras, que
participaram quase que diariamente das emoes vividas durante a implementao
do sistema e que muito me ajudaram nesta atividade.
Ao colega Cesar Strauss, que com seu gigantesco conhecimento me ajudou em
diversas atividades e, sem perceber, me inspirou a buscar serenidade no mundo da
tecnologia.
Ao colega Dr. Srgio Miranda Paz por concordar gentilmente em revisar o texto.
Aos demais colegas do LAA e da GMB, que me motivaram a produzir este trabalho
e os diversos artigos relacionados ao tema.
Aos meus pais Nivaldir e Anamaria e aos meus irmos Marcelo e Fbio, eternos
companheiros. Pessoas extremamente entusiasmadas com meus passos e que
valorizam minhas conquistas mais do que eu mesmo poderia.
minha esposa Tet, pela pacincia e pelo esprito de determinao que tem
demonstrado em sua prpria profisso, o que me inspira a tentar dar, cada vez mais,
o melhor de mim.
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RESUMO
A utilizao de eletrnica embarcada na agricultura tem crescido rapidamente,
tornando necessria a utilizao de diversos mdulos a bordo da mquina (trator e
implemento). Considerando-se os impactos relacionados a esta tendncia,
alternativas tecnolgicas devem ser geradas e devidamente exploradas,
especialmente sobre os sistemas de controle e o cabeamento requeridos. As
arquiteturas eletro-eletrnicas devem garantir o mnimo de custo de implementao e
tempo de manuteno. Os sistemas de controle devem operar maximizando a
disponibilidade das informaes, o que implica a necessidade de troca de dados entre
estes diversos sistemas de controle e, portanto, a existncia de um protocolo de
comunicao serial internacionalmente padronizado. Neste contexto, este trabalho
aborda os diversos protocolos de comunicao serial como o RS232, o RS485 e o
CAN (Controller Area Network) e as suas normas especficas, voltadas s
aplicaes agrcolas, como a ISO11783 e a DIN 9684, comparando-as. Dessa anlise
resulta a indicao da ISO11783, norma baseada no protocolo CAN, como a mais
interessante para as aplicaes agrcolas. Essa norma estudada em detalhes, o que
permite a criao de um roteiro de estudo e implementao do referido protocolo.
Finalmente, desenvolvida uma aplicao deste protocolo, considerando-se uma
rede de comunicao de dados de um Monitor de Semeadora, a fim de demonstrar
sua aplicao prtica.
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ABSTRACT
The use of on-board electronics in agriculture has grown quickly, requiring many
electronic modules on-board machines (tractor and implement). Considering the
trend related impacts, alternative technologies should be developed and used
properly, especially on control systems and on the required wiring harness. Electro-
electronic architectures should provide minimum implementation cost and
maintenance related time. Control systems should operate maximizing the
availability of information that implies on the necessity of data exchange among
these variety of control systems and also, on the existence of an international
standardized serial communication protocol. Considering that, this documentation
covers many serial communication protocols as RS232, RS485 and CAN
(Controller Area Network) and the agricultural applications related standards as
ISO11783 and DIN 9684, comparing them. This analysis results in the indication of
ISO11783, a CAN Bus based standard, as the most interesting to agricultural
applications. This standard is analyzed in details, making possible the development
of a protocol related study and implementation guideline. Finally, a protocol related
application is developed for a Planter Monitor implement bus network, looking
forward to demonstrating an ISO11783 real implementation.
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SUMRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
1. INTRODUO...................................................................................................... 1
1.1. Objetivos............................................................................................................ 1
1.2. Justificativas....................................................................................................... 1
1.3. Organizao da Dissertao............................................................................... 3
2. ELETRNICA EMBARCADA EM MQUINAS AGRCOLAS ................... 5
2.1. A Eletrnica Embarcada e a Agricultura de Preciso........................................ 5
2.2. Alternativas Tecnolgicas Arquitetura Eletro-Eletrnica............................... 7
2.3. Exemplos de Sistemas Existentes O Monitor de Semeadora ....................... 12
2.4. Problemas e Necessidades dos Sistemas Atuais .............................................. 15
3. PROTOCOLOS DE COMUNICAO SERIAL ............................................ 17
3.1. Introduo ........................................................................................................ 17
3.2. RS232............................................................................................................... 18
3.3. RS485............................................................................................................... 19
3.4. CAN Bus.......................................................................................................... 19
3.4.1 Conceituao Geral.................................................................................... 21
3.4.2 Formatos das Mensagens........................................................................... 24
3.4.3 Padres Existentes ..................................................................................... 25
3.4.4 Deteco de Falhas .................................................................................... 26
3.4.5 Aspectos de Implementao ...................................................................... 28
3.4.5.1 Dicionrio de Dados ......................................................................... 28
3.4.5.2 Exemplo de Rede.............................................................................. 29
3.4.5.3 Montagem da Rede........................................................................... 30
3.5. Consideraes Finais ....................................................................................... 31
4. O CAN BUS NA AGRICULTURA .................................................................... 32
4.1. Introduo ........................................................................................................ 32
4.2. SAE J1939 ....................................................................................................... 32
4.3. DIN9684 LBS............................................................................................... 33
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4.4. ISO11783 ......................................................................................................... 35
4.5. ISOBUS ........................................................................................................... 36
4.6. Comparao entre as Normas .......................................................................... 37
4.7. Consideraes Finais ....................................................................................... 39
5. ISO11783: O CAN BUS AGRCOLA................................................................ 41
5.1. Anlise da Norma Caractersticas Principais................................................ 41
5.2. Um Roteiro de Implementao do Protocolo em Aplicaes Agrcolas ......... 62
6. A ISO11783 NA MONITORAO DE SEMEADORA.................................. 66
6.1. Proposta de Arquitetura ................................................................................... 66
6.2. Dicionrio de Dados Mensagens Relacionadas ............................................ 68
6.3. Implementao da Rede CAN ......................................................................... 72
6.3.1 Desenvolvimento do Hardware ................................................................. 72
6.3.2 Desenvolvimento do Software................................................................... 74
6.4. Avaliao do Sistema....................................................................................... 76
6.5. Consideraes Finais ....................................................................................... 80
7. CONCLUSO ...................................................................................................... 81
7.1. A Norma ISO11783 e as Aplicaes Agrcolas............................................... 81
7.2. Contribuies do Trabalho............................................................................... 82
7.3. Perspectivas ..................................................................................................... 83
7.4. Consideraes Finais ....................................................................................... 84
LISTA DE REFERNCIAS ................................................................................... 87
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .................................................................... 94
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Os desafios tecnolgicos relacionados AP .............................................. 6
Figura 2 Fluxo dos dados na AP ............................................................................... 7
Figura 3 Representao em blocos da Arquitetura Centralizada .............................. 8
Figura 4 Representao em blocos da Arquitetura Distribuda ................................ 9
Figura 5 Relao de Complexidade: ECUs vs. Sistema Completo......................... 11
Figura 6 Monitor de Semeadora do LAA baseado em RS232............................. 13
Figura 7 Monitor de Semeadora do LAA baseado em RS485............................. 14
Figura 8 Monitor de Semeadora do LAA baseado em CAN Bus ........................ 15
Figura 9 Fsiveis e Cabos nos veculos Volvo ao longo dos anos.......................... 20
Figura 10 Ligao Ponto a Ponto de sistemas embarcados..................................... 20
Figura 11 Ligao via CAN de sistemas embarcados............................................. 21
Figura 12 Taxa de Transmisso vs. Comprimento da Rede.................................... 22
Figura 13 Nveis de Tenso no CAN (conforme ISO11898).................................. 23
Figura 14 Quadro de Mensagem CAN 2.0A........................................................ 24
Figura 15 Quadro de Mensagem CAN 2.0B........................................................ 25
Figura 16 Exemplo de rede CAN com Gateway e Terminadores........................... 29
Figura 17 Geometria de uma rede CAN ................................................................. 30
Figura 18 Rede de comunicao baseada na ISO11783 ......................................... 43
Figura 19 Nveis de Tenso no CAN (conforme ISO11783).................................. 45
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Figura 20 Rompimentos e Curtos em uma rede ISO11783 .................................... 46
Figura 21 Composio dos PDUs #1 e #2 .............................................................. 48
Figura 22 VT: Proposta de mscara de trabalho ..................................................... 56
Figura 23 VT: Proposta de mscara de verificao de falhas ................................. 56
Figura 24 Exemplo de Parmetro disponvel no D.D. ............................................ 62
Figura 25 Roteiro de anlise: Partes relacionadas ao Software .............................. 64
Figura 26 Arquitetura Proposta............................................................................... 67
Figura 27 Interligao Microcontrolador x Transceiver ......................................... 73
Figura 28 Prottipo desenvolvido para as ECUs .................................................... 74
Figura 29 Relao entre Hardware + Firmware e a Aplicao............................... 75
Figura 30 Curvas coletadas da rede CAN implementada ....................................... 78
Figura 31 Diagrama do Teste realizado com a interface CAN / USB .................... 79
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 DIN9684: Produtos e seus Fabricantes .................................................... 34
Tabela 2 Partes da DIN9684 (LBS) ........................................................................ 35
Tabela 3 Partes da ISO11783.................................................................................. 36
Tabela 4 ISOBUS: Produtos e seus Fabricantes ..................................................... 38
Tabela 5 Equivalncia entre as partes das Principais Normas ................................ 39
Tabela 6 Partes da ISO11783: Situao em Agosto de 2002.................................. 42
Tabela 7 Campos que compem o PDU ................................................................. 47
Tabela 8 Relao entre os bits dos PDUs ISO11783 e ISO11898.......................... 49
Tabela 9 Exemplos de PGNs................................................................................... 51
Tabela 10 Tipos de NIU vs. Funes principais executadas................................... 54
Tabela 11 Bits formadores do Nome das ECUs ..................................................... 55
Tabela 12 Faixas de Valores Transmitidos ............................................................. 57
Tabela 13 Valores de Parmetros Discretos Disponveis ....................................... 58
Tabela 14 Valores de Parmetros de Controle Disponveis.................................... 58
Tabela 15 Exemplo de Parmetro existente no Anexo A.8................................. 59
Tabela 16 Exemplo de Parmetro existente no Anexo A.9................................. 59
Tabela 17 Exemplo de Mensagem existente no Anexo B.3 ................................ 59
Tabela 18 Composio da Mensagem de Dados do Processo ................................ 62
Tabela 19 Mensagens Propostas ............................................................................. 68
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Tabela 20 Relao entre os bits do PDU e do Identificador (29 bits)..................... 70
Tabela 21 Mensagens Propostas Contedo dos Bytes de Dados ......................... 70
Tabela 22 Contedo da Mensagem #1.................................................................... 71
Tabela 23 Sistemtica envolvida no clculo da Velocidade ................................... 71
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LISTA DE ABREVIATURAS
ABS: Antilock Brake System (Sistema Anti-Travamento de Freios)
ACK: Acknowledge
A/C: Air Conditioning (Ar Condicionado)
AP: Agricultura de Preciso
CAN: Controller Area Network
CAN_BAT: CAN Battery (Alimentao ou Positivo da Bateria)
CAN_GND: CAN Ground (Referncia ou Terra)
CAN_H: CAN High
CAN_L: CAN Low
CI: Circuito Integrado
CRC: Cyclic Redundancy Check
CSMA: Carrier Sense, Multiple Access
CSMA/CD: Carrier Sense, Multiple Access with Collision Detection
DD: Data Dictionary (Dicionrio de Dados)
DF: Data Field
DID: Device Identifier
DIN: Deutsches Institut fr Normung (Instituto Alemo de Normatizao)
DLC: Data Length Code
DLL: Dynamic Link Library
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DP: Data Page
ECU: Electronic Control Unit
EOF: End of Frame
EPROM: Erasable and Programmable Memory
GE: Group Extension
GND: Ground
GPS: Global Positioning System
GIS: Geographical Information System
IDE: Identifier Extension
IFS: Interframe Space
IG: Industry Group
ISO: International Organization for Standardization
Kbps: Kilobits por segundo
LAA: Laboratrio de Automao Agrcola
LAV: Landtechnik Vereinigung (Associao de Fabricantes de Mquinas Agrcolas)
LBS: Landwirtschaftliches BUS-System (Sistema de rede mvel agrcola)
Mbps: Megabits por segundo
NDA: Non-Destructive Arbitration
NIU: Network Interconnect Unit
NMEA: National Marine Electronics Association
NRZ: Non Return to Zero
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OSI: Open Systems Interconnection
P: Prioridade
PC: Personal Computer (Computador Pessoal)
PDA: Portable Digital Assistant
PDU: Protocol Data Unit
PF: PDU Format
PG: Parameter Group
PGN: Parameter Group Number
PS: PDU Specific
R: Reservado
RAM: Random Access Memory
RTR: Request for Transmission
RX: Recepo
SA: Source Address
SAE: Society of Automotive Engineers
SDCC: Small Device C Compiler
SLIO: Serial Linked I/O Device
SO: Sensor de Operao da Semeadora
SOF: Start of Frame
SRR: Substitute Remote Request
SS: Sensor de Semente
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SV: Sensor de Velocidade da Mquina
TBC_PWR: Terminal Bias Connector_Power (ou VCC)
TBC_RTN: Terminal Bias Connector_Return (ou GND)
TX: Transmisso
UART: Universal Asynchronous Receiver Transmitter
USB: Universal Serial Bus
USP: Universidade de So Paulo
Vcc: Tenso Corrente Contnua
Vdiff: Tenso Diferencial
VT: Virtual Terminal (Terminal Virtual)
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Este captulo explica os objetivos e as justificativas desta dissertao, assim como a forma como ela est organizada.
1. INTRODUO
1.1. Objetivos
Os objetivos deste trabalho so analisar comparativamente os protocolos de
comunicao serial utilizados em aplicaes agrcolas, de modo a identificar o mais
adequado, e desenvolver uma aplicao desse protocolo tomando como caso um
Monitor de Semeadora.
1.2. Justificativas
Com o crescimento da utilizao da eletrnica embarcada1 em mquinas agrcolas,
faz-se necessrio analisar os diversos conceitos de arquiteturas eletro-eletrnicas
existentes e os vrios aspectos tecnolgicos a eles relacionados (ALLISON, 1994);
(ALVARENGA, 1999).
Percebe-se ainda que, cada vez mais, as arquiteturas tm sido desenvolvidas com
caractersticas de controle distribudo, o qual demanda a utilizao de protocolos de
comunicao na interligao dos diversos mdulos eletrnicos utilizados em sua
implementao.
Desta forma, este trabalho avalia os diversos protocolos de comunicao j utilizados
em aplicaes agrcolas comerciais e acadmicas. So considerados nesta avaliao
diversos estudos existentes sobre o tema e, baseando-se em experincias anteriores
de outros pesquisadores, procura-se indicar o melhor protocolo e norma para as
aplicaes agrcolas atuais e futuras, especialmente considerando-se a tendncia de
padronizao mundial.
Outro ponto recm levantado por boa parte dos fabricantes de dispositivos, e ainda
pouco explorado pelos pesquisadores da rea, a criao da norma ISOBUS. Ela
1: Aplicaes Embarcadas so aquelas montadas em equipamentos mveis, como veculos de passeio, caminhes, nibus, avies, navios e tratores.
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precisa ser analisada dentro do contexto formado por outros protocolos e normas
voltados s aplicaes agrcolas.
Alm disso, dentre os diversos estudos realizados at o momento sobre eletrnica
embarcada em aplicaes agrcolas, especialmente os poucos encontrados e
relacionados Monitorao de Semeadora, no se explorou a real implementao da
norma ISO11783 a esta aplicao. A Monitorao de Semeadora fundamental no
contexto criado pela Agricultura de Preciso (AP) e precisa ser melhor explorada
tecnologicamente.
Considerando os avanos alcanados at o momento com a criao do padro
internacional ISO11783, faz-se necessrio disponibilizar um roteiro de estudo e
implementao desta norma, facilitando futuros desenvolvimentos na rea.
Acrescenta-se ainda que atividades relacionadas ao entendimento e implementao
de uma norma demandam tempo e recursos intelectuais. Um roteiro de estudo e
implementao auxiliaria estas atividades.
Ainda sobre as anlises da norma e a sua utilizao em aplicaes agrcolas, sente-se
a necessidade de se disponibilizar uma infra-estrutura de hardware e software que
permita ensaios e testes de sistemas embarcados. Esta infra-estrutura dever
representar uma rede de comunicao de dados que represente um padro
internacional.
Selecionado um protocolo e norma, implementa-se um barramento do implemento,
com algumas mensagens relacionadas a esta norma, considerando-se a aplicao
Monitor de Semeadora. Esta implementao procura experimentar a escolha
realizada, assim como possibilitar a criao de um roteiro de estudo e de utilizao
do protocolo e norma indicados.
O desenvolvimento do hardware e software envolvidos nesta implementao
contribuem para a criao de uma infra-estrutura para estudos no protocolo e na
norma identificados como mais adequados para aplicaes agrcolas.
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1.3. Organizao da Dissertao
Esta dissertao de mestrado procura relacionar os tpicos envolvidos na anlise e
implantao de tecnologias eletrnicas em aplicaes agrcolas, especialmente na
Monitorao de Semeadora.
No captulo 2, Eletrnica Embarcada em Mquinas Agrcolas, so abordadas as
dificuldades associadas ao crescimento da eletrnica embarcada em aplicaes
agrcolas e ao desenvolvimento da Agricultura de Preciso; seus conceitos e desafios
envolvidos, assim como as alternativas tecnolgicas s arquiteturas eletro-eletrnicas
possveis. A aplicao Monitor de Semeadora tomada como exemplo em uma
anlise de diversas propostas de arquitetura para a sua rede de comunicao de
dados. So ainda destacadas as necessidades dos sistemas atuais em relao a
quantidade de informaes por eles tratadas.
No captulo 3, Protocolos de Comunicao Serial, relacionam-se as caractersticas
desejveis de um protocolo de comunicao embarcado e avaliam-se os j
considerados em aplicaes agrcolas.
No captulo 4, O CAN Bus na Agricultura, analisam-se, sucintamente, as normas
baseadas no protocolo CAN considerando-se o ponto de vista das aplicaes
agrcolas. realizada uma comparao tcnica e de mercado entre elas.
No captulo 5, ISO11783: O CAN Bus Agrcola, procura-se analisar a norma
ISO11783, parte a parte. Destaca-se tambm sua situao atual dentro dos trabalhos
do grupo ISO. Outro ponto abordado por este captulo a criao de um roteiro de
estudo e implementao da norma ISO, com o intuito de facilitar os
desenvolvimentos nela baseados.
No captulo 6, A ISO11783 na Monitorao de Semeadora, a aplicao da norma
ISO11783 em uma rede de comunicao de dados de um Monitor de Semeadora
apresentada, destacando-se a proposta de arquitetura e seu hardware e software
envolvidos.
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Finalmente, no captulo 7, Concluses, so apresentadas concluses e contribuies
deste trabalho e as perspectivas relacionadas ao tema.
A Lista de Referncias apresentada em ordem alfabtica.
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Este captulo trata dos impactos e da relao entre aEletrnica Embarcada e a Agricultura de Preciso. Discutealternativas de Arquiteturas Eletro-Eletrnicas e apresentaalguns conceitos sobre a aplicao Monitor de Semeadora.Sobre as aplicaes eletro-eletrnicas em mquinas agrcolasem geral, relaciona seus problemas e necessidades atuais.
2. ELETRNICA EMBARCADA EM MQUINAS AGRCOLAS
2.1. A Eletrnica Embarcada e a Agricultura de Preciso
H muitos anos a agricultura tem feito uso de sistemas eletro-eletrnicos no controle
das vrias funes relacionadas aos mais diversos processos agrcolas. Observa-se
que boa parte destes sistemas foi desenvolvida de forma independente, cada qual
responsvel por um determinado tipo de controle ou funo da mquina (Trator e
Implemento). Esta multiplicidade de equipamentos, em grande parte das aplicaes,
acarreta custos elevados de instalao, manuteno e treinamento da mo-de-obra
que manusear os sistemas.
Por outro lado, a agricultura tem sido reestruturada, buscando-se cada vez mais a
reduo do consumo de insumos e o aumento da produtividade (SIGRIMIS, 2000).
Dentro deste contexto, um termo vem se caracterizando como bom representante
desta nova filosofia agrcola: Agricultura de Preciso (AP) (GUIMARES, 2001).
A AP, de forma geral, procura melhorar a eficincia dos processos agrcolas e a
qualidade dos produtos de cada atividade (SIGRIMIS, 2000), pressupondo-se a
aquisio e manipulao de uma quantidade muito maior de dados (para a tomada de
deciso), do que a agricultura tradicional (SARAIVA, 1998).
O domnio sobre os diversos dados disponveis conseguido atravs da utilizao de
vrios sistemas eletro-eletrnicos interligados entre si, cada qual responsvel por
uma parte da mquina. Estes sistemas realizam a coleta destas informaes
diretamente do processo. Por exemplo, durante a semeadura, realizada a medio
da velocidade da mquina, da quantidade de sementes depositadas, a identificao
das falhas observadas durante o percurso e a identificao da posio espacial do
equipamento, conseguida atravs de receptores GPS (Global Positioning System ou
Sistema de Posicionamento Global).
Percebe-se com isso, que a AP basicamente fundamentada na capacidade de se
coletar, armazenar e processar os dados do campo associados s coordenadas
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espaciais. O objetivo final realizar as operaes agrcolas de maneira localizada,
isto , agindo de acordo com as necessidades de cada ponto do sistema solo-planta.
Diante deste cenrio, tm-se em mos trs grandes desafios tecnolgicos,
representados na Figura 1 (GUIMARES; SARAIVA, 2001b):
Primeiramente, coletar os dados relativos a cada operao do maquinrio agrcola, como a velocidade do implemento e a quantidade de sementes
depositadas e de fertilizante aplicado sobre o solo entre outros. Para tanto,
alguns sensores esto disponveis atualmente no mercado, cobrindo
parcialmente as necessidades existentes.
Em seguida, identificar a posio espacial do maquinrio agrcola para que cada dado coletado possa ser relacionado a uma posio geogrfica do
terreno. Este desafio resolvido atravs da utilizao de equipamentos
disponveis no mercado os receptores GPS (CINTRA; FERREIRA, 1998).
O terceiro elo tecnolgico o que garante o cruzamento e o processamento dos dados coletados na mquina e suas coordenadas espaciais
correspondentes.
Figura 1 Os desafios tecnolgicos relacionados AP
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Desta forma, a aplicao da AP depende, dentre outras coisas, de sistemas
eletrnicos, utilizados, da coleta das informaes (sensores de campo e GPS) e do
seu conveniente processamento (SIGRIMIS, 2000). A Figura 2 mostra o fluxo dos
dados na AP, iniciando com a coleta das informaes do campo, passando pelo seu
devido processamento e finalizando com a aplicao dos insumos necessrios em
taxa varivel.
Fonte: Adaptado de CASE IH
Figura 2 Fluxo dos dados na AP
Em relao agricultura tradicional, a AP demanda mais eletrnica embarcada e
potencializa os problemas da eletrnica atualmente utilizada nas mquinas agrcolas.
2.2. Alternativas Tecnolgicas Arquitetura Eletro-Eletrnica
As formas como os diversos sistemas de medio e controle so implementados e
interconectados em uma dada aplicao embarcada so chamadas de Arquiteturas
Eletro-Eletrnicas (ou simplesmente Arquiteturas Eltricas) (POWERS; KIRSON;
ACTON, 1998); (MIESTERFELD, 1999). Esta nomenclatura utilizada pelo setor
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automotivo e, por similaridade dos seus diversos sistemas embarcados, pode ser
extendida tambm agricultura.
Considerando-se os diversos tipos de arquitetura existentes, pode-se destacar a
Centralizada e a Distribuda.
Arquitetura Centralizada: Em determinados casos, tem-se uma nica ECU2
(Unidade Eletrnica de Controle ou Mdulo Eletrnico de Controle) como
responsvel por receber todos os sinais de entrada (ex. sensores e chaves de
comando), process-los e comandar as respectivas sadas de controle do sistema (ex.
vlvulas e rels). O diagrama esquemtico que representa este conceito de arquitetura
representado pela Figura 3.
Figura 3 Representao em blocos da Arquitetura Centralizada
Como vantagens desta arquitetura pode-se destacar (GUIMARES, 2001):
Simplicidade do hardware utilizado, sendo constitudo basicamente pelos sensores e atuadores, uma ECU para gerenciamento do sistema e o
cabeamento que os conecta.
Todos os dados estaro disponveis ECU durante toda a operao do sistema, no sendo crtica a lgica de varredura e coleta dos dados de cada
sensor.
2: ECU o termo utilizado para representar uma Unidade Eletrnica de Controle ou um Mdulo Eletrnico de Controle.
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Como desvantagens pode-se destacar (STRAUSS; CUGNASCA; SARAIVA,
1998b):
Grande quantidade de cabeamento requerido para conectar os sensores ECU, o que dificulta a instalao e a manuteno da rede.
Limitao das possibilidades de expanso do sistema.
Arquitetura Distribuda: Existe a possibilidade de se utilizar vrias ECUs,
dividindo entre elas as diversas responsabilidades relacionadas ao sistema. O
diagrama esquemtico que representa este conceito de arquitetura representado pela
Figura 4.
Figura 4 Representao em blocos da Arquitetura Distribuda
Como vantagens desta arquitetura pode-se destacar:
Quantidade reduzida de cabeamento da rede, por instalar-se ECUs bem prximas aos sensores e atuadores e pelo nmero limitado de fios conectados
nas ECUs (FREDRIKSSON, 1999b).
Menor tempo de instalao do sistema (exatamente pela menor quantidade de cabeamento necessrio) (FREDRIKSSON, 1999b).
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Maior robustez do sistema, reduzindo o nmero de paradas para manuteno por quebra do cabeamento (FREDRIKSSON, 1999b).
Permite a ampliao do sistema com significativa facilidade (FREDRIKSSON, 1994).
Facilita a criao do software de aplicao, uma vez que possibilita a sua modularizao e distribuio de responsabilidades pelas vrias ECUs
(ZUBERI; SHIN, 1996).
Possibilita a modularizao do projeto do sistema e da execuo dos testes de validao, aumentando a confiabilidade e reduzindo os prazos envolvidos no
desenvolvimento (FREDRIKSSON, 1994).
Como desvantagens pode-se destacar:
Implica a existncia de um software de controle da rede, cuja dificuldade de desenvolvimento depende diretamente da escolha do protocolo de
comunicao entre as ECUs (ZUBERI; SHIN, 1996).
Difcil determinao da taxa de transmisso ideal para uma dada aplicao, o que impacta diretamente nos tempos internos do software de controle e na
escolha dos componentes eletrnicos a serem utilizados no projeto das ECUs
(HOFSTEE; GOENSE, 1999).
A deciso de escolha da arquitetura eltrica mais apropriada a uma dada aplicao
agrcola depende da ponderao entre diversos fatores. Dentre eles pode-se destacar:
A complexidade do sistema a ser controlado (quantidade de variveis de entrada e sada e o tamanho fsico do sistema).
A disponibilidade dos dispositivos eletrnicos requeridos ( montagem das ECUs e medio e atuao no sistema).
O tempo necessrio implantao da arquitetura (projeto, construo de prottipos, validao e instalao final).
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O custo desejado do sistema final (limitaes inerentes ao oramento).
O relacionamento entre os fatores anteriormente colocados, considerando-se uma
dada aplicao agrcola, que determinar o conceito de arquitetura mais apropriado
ao sistema a ser controlado. Tal desafio enfrentado por outros segmentos da
indstria, como por exemplo o setor automotivo.
Uma das maiores dificuldades da engenharia de produtos de uma empresa montadora
de veculos3 determinar a arquitetura eltrica de um novo modelo, garantindo o
mnimo de funes desejadas pelos futuros clientes, dentro dos limites de custo de
projeto e produto final determinados pela empresa.
Normalmente, os produtos tm seu desenvolvimento iniciado com trs ou quatro
anos de antecedncia ao seu lanamento, o que dificulta ainda mais a tomada de
deciso sobre qual seria a melhor soluo de engenharia para determinado projeto.
Tal trabalho precisa relacionar as vises de Engenharia Avanada (tecnologia),
Marketing Estratgico (mercado) e Poltico-Econnica (oramento) da regio a que
se destina o novo produto.
Na agricultura as dificuldades so muito similares, tornando a definio da
arquitetura eltrica um dos maiores desafios ao time de trabalho.
Figura 5 Relao de Complexidade: ECUs vs. Sistema Completo
3: O Mestrando Engenheiro de Produto na General Motors do Brasil e Lder do Time de Desenvolvimento da Engenharia Eletro-Eletrnica na plataforma de veculos compactos.
-
12
De todo modo, a Figura 5 ilustra a tendncia da relao entre a responsabilidade de
cada ECU de um determinado sistema de controle e a complexidade deste sistema
como um todo, nessas duas alternativas.
2.3. Exemplos de Sistemas Existentes O Monitor de Semeadora
Tendo em vista o objetivo desta dissertao de Mestrado a anlise e implementao
de um protocolo de comunicao em uma rede de comunicao de um Monitor de
Semeadora faz-se conveniente, como termo de comparao, a apresentao de um
sistema disponvel e a maneira com a qual ele foi concebido.
O Laboratrio de Automao Agrcola da EPUSP (LAA) vem desenvolvendo desde
1990, diversas pesquisas sobre o projeto de um Monitor de Semeadora (SARAIVA,
1992); (SARAIVA; CUGNASCA; MASSOLA, 1993); (SARAIVA; PAZ;
CUGNASCA, 1997). Este monitor foi idealizado para o acompanhamento de
algumas variveis do processo de semeadura, destacando-se (GUIMARES;
SARAIVA, 2001a):
A apresentao ao operador de informaes do processo. Dentre elas: a taxa e a densidade de sementes depositadas sobre o solo, a rea de terreno semeada
e a velocidade da mquina;
O aviso ao operador sobre as condies indevidas de trabalho, como taxa de semeadura ou velocidade fora da faixa, e posio do implemento em relao
ao modo operacional do sistema;
O armazenamento de estatsticas da operao e sua transferncia a um computador pessoal (PC) para posterior anlise.
-
13
O diagrama esquemtico desse Monitor de Semeadura pode ser visto na Figura 6.
Fonte: SARAIVA; PAZ; CUGNASCA, 1997
Figura 6 Monitor de Semeadora do LAA baseado em RS232
Percebe-se pelo arranjo mostrado que a arquitetura utilizada neste monitor tem
caractersticas de controle semi-distribudo, uma vez que duas ECUs so
responsveis pela coleta das informaes e o acionamento das respectivas sadas.
Pode-se afirmar que, caso apenas uma das ECUs fosse utilizada no controle, o
sistema estaria estritamente baseado no conceito centralizado. Da mesma forma, se
fossem utilizadas vrias ECUs, cada qual responsvel pela coleta e tratamento de
parte das entradas e sadas, o sistema estaria fortemente baseado no conceito
distribudo.
Outro ponto importante a ser destacado a linha de comunicao estabelecida entre
as unidades Remota e Central, respectivamente Mdulo da Semeadora e Mdulo
do Trator. Trata-se de um canal serial baseado no padro EIA RS232 (AXELSON,
1998), o qual ser comentado no captulo 3 desta dissertao.
Desenvolvido e analisado o Monitor de Semeadora baseado em RS232, visando seu
aprimoramento, outros protocolos de comunicao passaram a ser estudados e
considerados como possveis nesta aplicao. Foi o caso do padro RS485, o qual
-
14
permitiria um certo grau de expanso ao sistema mas com algumas limitaes
tcnicas (STRAUSS et al., 1998) que sero abordadas tambm no captulo 3.
O diagrama esquemtico proposto para um Monitor de Semeadora baseado em
RS485 pode ser visto na Figura 7.
Fonte: STRAUSS et al., 1998
Figura 7 Monitor de Semeadora do LAA baseado em RS485
Como terceira alternativa tecnolgica ao Monitor de Semeadora, props-se o
protocolo CAN Bus (Controller Area Network Bus ou Barramento CAN), o qual
apresenta uma srie de vantagens, a serem descritas adiante, tambm no captulo 3.
-
15
O diagrama esquemtico proposto para o
pode ser visto na Figura 8.
Figura 8 Monitor de Semeadora
Percebe-se claramente a busca da melh
eltrica da aplicao Monitor de Semea
conceitos mencionados so tecnicamen
desvantagens citadas ao longo desta dissert
2.4. Problemas e Necessidades dos Sistem
No apenas em um Monitor de Semead
agrcolas, alguns requisitos mnimos dev
determinar e, em seguida, implementar,
(GUIMARES, 2001):
Monitor de Semeadora baseado em CAN
Fonte: STRAUSS et al., 1998
do LAA baseado em CAN Bus
or alternativa tecnolgica arquitetura
dora. De qualquer forma, cada um dos
te avaliados, tendo suas vantagens e
ao.
as Atuais
ora mas em grande parte das aplicaes
em ser observados no momento de se
sua arquitetura eltrica. Pode-se destacar
-
16
Estar preparada para trabalhar em ambientes mveis, sendo resistente especialmente elevada vibrao dos equipamentos (STRAUSS;
CUGNASCA; SARAIVA, 1998b).
Ser resistente a situaes extremamente nocivas, como as condies climticas adversas (exposio aos raios solares e chuva) e exposio aos
produtos qumicos provenientes do prprio trabalho (STRAUSS;
CUGNASCA; SARAIVA, 1998b).
Ter cabeamento reduzido entre trator e implemento para facilitar a instalao e remoo dos equipamentos e reduzir os problemas com manuteno
(STRAUSS et al., 1999).
Ser capaz de realizar diferentes funes pelo simples acoplamento de diferentes mdulos de atuao e controle dependendo do implemento.
Ser imune s interferncias eletro-magnticas (STRAUSS; CUGNASCA; SARAIVA, 1998b).
Alm de requerer robustez mecnica e eltrica, o sistema de controle deve permitir
sua fcil remoo de um trator e implemento e, em seguida, sua rpida instalao em
outras mquinas. Da mesma forma, desejvel que partes do sistema sejam
substituveis por peas de fornecedores distintos, facilitando e, eventualmente,
barateando as atividades de manuteno do sistema e proporcionando algo
independente dos fabricantes.
Considerando-se estes pontos, os conceitos de arquitetura mais apropriados s
aplicaes agrcolas so o semi-distribudo e o distribudo. Em ambos os casos, a
comunicao entre as ECUs do sistema requerida, implicando a necessidade de se
utilizar um protocolo de comunicao.
-
17
Este captulo relaciona as caractersticas desejveis em um protocolo para aplicaes embarcadas e destaca as caractersticas principais dos protocolos mais conhecidos. O CAN Bus explicado detalhadamente.
3. PROTOCOLOS DE COMUNICAO SERIAL
3.1. Introduo
Dentre as caractersticas desejveis em um protocolo para aplicaes embarcadas,
pode-se destacar (BRAGAZZA, 2000):
Possibilitar o cabeamento total da rede reduzido.
Ser capaz de transmitir altas taxas de informao, uma vez que os sistemas operam com informaes em tempo-real.
Boa flexibilidade das linhas de comunicao para facilitar a instalao do chicote no veculo.
Capacidade de interligar diversos ns, garantindo futuras expanses do sistema.
Trabalhar dentro do conceito multi-mestre, eliminando a existncia de um mdulo principal responsvel pelo gerenciamento da rede.
Robustez suficiente para garantir seu funcionamento em ambientes mveis e nocivos.
Capacidade para detectar e tratar eventuais falhas geradas por problemas em hardware e software ou interferncias externas, como as eletro-magnticas.
Analisando-se as aplicaes agrcolas existentes, consegue-se identificar os
protocolos que foram utilizados no desenvolvimento de algumas redes embarcadas.
Dentre eles destacam-se o RS232, o RS485 e o CAN Bus.
-
18
3.2. RS232
Pode ser considerado (GUIMARES, 2001) um dos protocolos mais populares de
todos os tempos, existindo em praticamente todos os computadores pessoais e de
grande porte. Foi concebido para a comunicao bidirecional de dados entre dois
dispositivos, a uma distncia mxima variando de 150m a 300m, dependendo da taxa
de transmisso e do tipo de cabo utilizado. caracterizado por utilizar linhas
desbalanceadas, onde o sinal aplicado a um dos fios e referenciado ao outro,
conectado ao terra comum do sistema (AXELSON, 1998).
Como vantagens de se utilizar o RS232 em aplicaes agrcolas, pode-se destacar
(STRAUSS; CUGNASCA; SARAIVA, 1998b):
Compatvel com a grande maioria dos micro-controladores existentes.
Protocolo simples de se implementar.
Sobre as desvantagens deste protocolo, pode-se destacar (STRAUSS; CUGNASCA;
SARAIVA, 1998b):
Dificuldade de expanso e restries implementao de um controle distribudo, especialmente por se trabalhar com duas ECUs (vrias ECUs
poderiam ser utilizadas caso fosse aplicado um sistema multiserial).
Grande quantidade de cabeamento, principalmente pela dificuldade de instalao de vrias ECUs (passa a ser necessrio levar os sinais dos sensores
a um dos dois ns existentes, nem sempre localizados em suas proximidades).
Problemas com interferncias eletro-magnticas devido a no ser uma rede de linhas balanceadas ou diferenciais.
Analisando as diversas particularidades do RS232, percebe-se que apesar de simples
e extremamente difundido, ele no atende grande parte das caractersticas desejveis
a um protocolo agrcola.
-
19
3.3. RS485
Este protocolo (GUIMARES, 2001) possibilita a troca de dados entre uma
quantidade maior de ns e a uma distncia maior entre eles se comparado com o
RS232. A quantidade de pontos conectados rede, dependendo do comprimento da
mesma e da taxa de transmisso, pode chegar a 256 (AXELSON, 1998). Apesar
disso, existe somente um n capaz de conversar com todos os demais, sendo
conhecido como mestre (STRAUSS; CUGNASCA; SARAIVA, 1998b).
Como vantagens do RS485, os autores destacam:
Possibilidade de expanso da rede a at 256 ns.
Protocolo simples de se implementar.
Menor comprimento total dos cabos, uma vez que os ns podem ser melhor distribudos na rede e aproximados dos sensores.
Maior imunidade a rudos eltricos, uma vez que adota par tranado e loop de corrente em sua linha de comunicao.
Sobre as desvantagens, pode-se destacar o fato de no ser um controle
verdadeiramente distribudo, caracterizando na verdade uma comunicao mestre-
escravo (STRAUSS; CUGNASCA; SARAIVA, 1998a).
Do ponto de vista de uma aplicao agrcola, a baixa eficincia desta rede devido
comunicao ser efetuada dentro do conceito mestre-escravo, dificulta a sua
utilizao em aplicaes que necessitem de um controle completamente distribudo,
onde os mdulos troquem, de forma rpida e direta, as informaes necessrias ao
seu processamento interno.
3.4. CAN Bus
Com o passar dos anos, as exigncias troca de informaes entre os diversos
mdulos eletrnicos nos veculos na indstria automotiva cresceram de tal forma que
-
20
o cabeamento requerido para tais conexes chegou a atingir vrios quilmetros de
comprimento (BRAGAZZA, 2000).
A Figura 9 mostra um estudo realizado pela KVASER (2000) sobre o crescimento
exponencial dos sistemas eletrnicos embarcados nos veculos de passeio da marca
Volvo. apresentado um grfico com o nmero de fusveis incorporados ao longo
dos anos, assim como o aumento do comprimento do chicote.
Fonte: FREDRIKSSON, 1999a
Figura 9 Fsiveis e Cabos nos veculos Volvo ao longo dos anos
Esta condio acarretou problemas crescentes relativos ao custo de material, tempo
de produo dos veculos e at mesmo em relao confiabilidade dos sistemas de
controle.
Na Figura 10 pode-se ter uma noo das conexes requeridas em um sistema
automotivo simples, cujas ECUs estejam conectadas ponto a ponto.
Fonte: Baseado em BRAGAZZA, 2000
Figura 10 Ligao Ponto a Ponto de sistemas embarcados
-
21
A soluo para este problema a troca da
devendo-se considerar um protocolo que g
desta dissertao.
O protocolo que cobre todos estes requisi
pela compania alem Robert Bosch para
buscava basicamente a comunicao efe
embarcadas de modo geral (SCHOFIELD,
A Figura 11 ilustra como o sistema embar
arquitetura do veculo fosse baseada em CA
Figura 11 Ligao via CA
3.4.1 Conceituao Geral
O CAN (ISO, 1993) um protocolo de co
entre os mdulos conectados a rede feit
lanada ao barramento (evento que ocor
regulares).
Trabalha baseado no conceito multi-mestr
mestre em determinado momento e escravo
enviadas em regime multicast, caracter
mensagem para todos os mdulos existente
forma de comunicao entre estas ECUs,
aranta os fatores mencionados no item 3.1
tos o CAN; desenvolvido originalmente
utilizao na indstria automotiva, a qual
tiva e de custos reduzidos s aplicaes
1999).
cado mostrado na Figura 10 ficaria, caso a
N.
Fonte: Baseado em BRAGAZZA, 2000
N de sistemas embarcados
municao serial sncrono. O sincronismo
o em relao ao incio de cada mensagem
re em intervalos de tempo conhecidos e
e, onde todos os mdulos podem se tornar
em outro, alm de suas mensagens serem
izado pelo envio de toda e qualquer
s na rede.
-
22
Outro ponto forte deste protocolo o fato de ser fundamentado no conceito
CSMA/CD with NDA (Carrier Sense Multiple Access / Collision Detection with
Non-Destructive Arbitration). Isto significa que todos os mdulos verificam o estado
do barramento, analisando se outro mdulo est ou no enviando mensagens com
maior prioridade. Caso isto seja percebido, o mdulo cuja mensagem tiver menor
prioridade cessar sua transmisso e o de maior prioridade continuar enviando sua
mensagem deste ponto, sem ter que reinici-la.
Outro conceito bastante interessante o NRZ (Non Return to Zero), onde cada bit (0
ou 1) transmitido por um valor de tenso especfico e constante.
A velocidade de transmisso dos dados inversamente proporcional ao comprimento
do barramento. A maior taxa de transmisso especificada de 1Mbps considerando-
se um barramento de 40 metros. A Figura 12 representa a relao entre o
comprimento da rede (barramento) e a taxa de transmisso dos dados.
Fonte: Baseado em ISO, 1993
Figura 12 Taxa de Transmisso vs. Comprimento da Rede
Considerando-se fios eltricos como o meio de transmisso dos dados, existem trs
formas de se constituir um barramento CAN, dependentes diretamente da quantidade
de fios utilizada. Existem redes baseadas em 1, 2 e 4 fios. As redes com 2 e 4 fios
trabalham com os sinais de dados CAN_H (CAN High) e CAN_L (CAN Low). No
-
23
caso dos barramentos com 4 fios, alm dos sinais de dados, um fio com o VCC
(alimentao) e outro com o GND (referncia) fazem parte do barramento, levando a
alimentao s duas terminaes4 ativas da rede. As redes com apenas 1 fio tm este,
o fio de dados, chamado exclusivamente de linha CAN.
Considerando o CAN fundamentado em 2 e 4 fios, seus condutores eltricos devem
ser tranados e no blindados. Os dados enviados atravs da rede devem ser
interpretados pela anlise da diferena de potencial entre os fios CAN_H e CAN_L.
Por isso, o barramento CAN classificado como Par Tranado Diferencial. Este
conceito atenua fortemente os efeitos causados por interferncias eletro-magnticas,
uma vez que qualquer ao sobre um dos fios ser sentida tambm pelo outro,
causando flutuao nos sinais de ambos para o mesmo sentido e com a mesma
intensidade. Como o que vale para os mdulos que recebem as mensagens a
diferena de potencial entre os condutores CAN_H e CAN_L (e esta permanecer
inalterada), a comunicao no prejudicada.
No CAN, os dados no so representados por bits em nvel 0 ou nvel 1. So
representados por bits Dominantes e bits Recessivos, criados em funo da condio
presente nos fios CAN_H e CAN_L. A Figura 13 ilustra os nveis de tenso em uma
rede CAN, assim como os bits Dominantes e Recessivos.
Fonte: Baseado em ISO, 1993
Figura 13 Nveis de Tenso no CAN (conforme ISO11898)
4: O conceito de Terminao est relacionado com a impedncia da rede e a forma como se deseja compatibiliz-la com as ECUs a ela conectadas.
-
24
Como mencionado no incio deste item, todos os mdulos podem ser mestre e enviar
suas mensagens. Para tanto, o protocolo suficientemente robusto para evitar a
coliso entre mensagens, utilizando-se de uma arbitragem bit a bit no destrutiva.
Pode-se exemplificar esta situao analisando o comportamento de dois mdulos
enviando, ao mesmo tempo, mensagens diferentes. Aps enviar um bit, cada mdulo
analisa o barramento e verifica se outro mdulo na rede o sobrescreveu (vale
acrescentar que um bit Dominante sobrescreve eletricamente um Recessivo). Um
mdulo interromper imediatamente sua transmisso, caso perceba que existe outro
mdulo transmitindo uma mensagem com prioridade maior (quando seu bit recessivo
sobrescrito por um dominante). Este mdulo, com maior prioridade, continuar
normalmente sua transmisso.
3.4.2 Formatos das Mensagens
Existem dois formatos de mensagens no protocolo CAN (ISO, 1993):
CAN 2.0A: Mensagens com identificador de 11 bits. possvel ter at 2048
mensagens em uma rede constituda sob este formato, o que pode caracterizar uma
limitao em determinadas aplicaes. A Figura 14 apresenta o quadro de mensagem
do CAN 2.0A.
Fonte: ISO,1993
Figura 14 Quadro de Mensagem CAN 2.0A
CAN 2.0B: Mensagens com identificador de 29 bits. possvel ter aproximadamente
537 milhes de mensagens em uma rede constituda sob este formato. Percebe-se que
a limitao em virtude da quantidade de mensagens no mais existe. Por outro lado,
o que pode ser observado em alguns casos que, os 18 bits adicionais no
identificador aumentam o tempo de transmisso de cada mensagem, o que pode
caracterizar um problema em determinadas aplicaes que trabalhem em tempo-real
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25
(problema conhecido como overhead5).
mensagem do formato CAN 2.0B.
Figura 15 Quadro de
3.4.3 Padres Existentes
Os fundamentos do CAN so especificado
a ISO11898 e a ISO11519-2. A primeira,
uma rede trabalhando com alta velocidade
1Mbps). A segunda, ISO11519-2, dete
trabalhando com baixa velocidade (de 10K
Ambos os padres especificam as camada
se considerado o padro de comunicao
camadas, da 3 7, so especificadas por ou
aplicao especfica.
Existem diversos padres fundamentados n
NMEA 2000: Baseado no CAN areas.
SAE J1939: Baseado no CAN 2.0especialmente nibus e caminhes.
DIN 9684 LBS: Baseado no CAN
ISO 11783: Baseado no CAN 2agrcolas.
5: Overhead o tempo de processamento requerido para A Figura 15 apresenta o quadro de
Fonte: ISO,1993
Mensagem CAN 2.0B
s por duas normas (GUIMARES, 2001):
ISO11898, determina as caractersticas de
de transmisso de dados (de 125Kbps a
rmina as caractersticas de uma rede
bps a 125Kbps).
s fsica e de dados, respectivamente 1 e 2
OSI de 7 camadas (ISO7498). As demais
tros padres, cada qual relacionado a uma
o CAN, dentre os quais pode-se destacar:
2.0B e utilizado em aplicaes navais e
B e utilizado em aplicaes automotivas,
2.0A e utilizado em aplicaes agrcolas.
.0B e tambm utilizado em aplicaes
a verificao de erros e o controle da transmisso.
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26
Os padres supracitados especificam o equivalente s camadas de Rede (3),
Transporte (4), Sesso (5), Apresentao (6) e Aplicao (7), do padro OSI,
incluindo-se as mensagens pertinentes ao dicionrio de dados de cada aplicao em
especial.
Por diversas vezes, quando se analisa um protocolo de comunicao (BRAGAZZA,
2000), este pode ser associado a uma determinada classe, que poder ser A, B ou
C (conforme glossrio de termos tcnicos da norma SAE J1213). A Classe A
abrange os protocolos que trabalham em baixa velocidade (at 10Kbps). A Classe
B abrange os protocolos que trabalham em mdia velocidade (de 10Kbps a
125Kbps). A Classe C, por fim, abrange os protocolos que trabalham em alta
velocidade (de 125Kbps a 1Mbps). O CAN est classificado dentro das classes B e
C, dependendo diretamente da aplicao analisada.
3.4.4 Deteco de Falhas
Algumas das maiores vantagens do CAN a sua robustez e a capacidade de se
adaptar s condies de falha (ISO, 1993); (BRAGAZZA, 2000), temporrias e/ou
permanentes. Pode-se classificar as falhas em uma rede CAN em trs categorias ou
nveis: Nvel de Bit, Nvel de Mensagem e Nvel Fsico.
Nvel de Bit: Possui dois tipos de erro possveis:
Bit Monitoring: Aps a escrita de um bit dominante, o mdulo transmissor verifica o estado do barramento. Se o bit lido for recessivo, significar que
existe um erro no barramento.
Bit Stuffing: Apenas cinco bits consecutivos podem ter o mesmo valor (dominante ou recessivo). Caso seja necessrio transmitir seqencialmente
seis ou mais bits de mesmo valor, o mdulo transmissor inserir,
imediatamente aps cada grupo de cinco bits consecutivos iguais, um bit de
valor contrrio. O mdulo receptor ficar encarregado de, durante a leitura,
retirar este bit, chamado de Stuff Bit. Caso uma mensagem seja recebida com
pelo menos seis bits consecutivos iguais, algo de errado ter ocorrido no
barramento.
-
27
Nvel de Mensagem: So trs os tipos de erro possveis:
CRC ou Cyclic Redundancy Check: Funciona como um checksum. O mdulo transmissor calcula um valor em funo dos bits da mensagem e o transmite
juntamente com ela. Os mdulos receptores recalculam este CRC e verificam
se este igual ao transmitido com a mensagem.
Frame Check: Os mdulos receptores analisam o contedo de alguns bits da mensagem recebida. Estes bits (seus valores) no mudam de mensagem para
mensagem e so determinados pelo padro CAN.
Acknowledgment Error Check: Os mdulos receptores respondem a cada mensagem ntegra recebida, escrevendo um bit dominante no campo ACK de
uma mensagem resposta que enviada ao mdulo transmissor. Caso esta
mensagem resposta no seja recebida (pelo transmissor original da
mensagem), significar que, ou a mensagem de dados transmitida estava
corrompida, ou nenhum mdulo a recebeu.
Toda e qualquer falha acima mencionada, quando detectada por um ou mais mdulos
receptores, far com que estes coloquem uma mensagem de erro no barramento,
avisando toda a rede de que aquela mensagem continha um erro e que o transmissor
dever reenvi-la.
Alm disso, a cada mensagem erroneamente transmitida ou recebida, um contador de
erros incrementado em uma unidade nos mdulos receptores, e em oito unidades no
transmissor. Mdulos com estes contadores iguais a zero so considerados Normais.
Para os casos em que os contadores contm valores entre 1 e 127, os mdulos so
considerados Error Active. Contadores contendo valores entre 128 e 255 colocam os
mdulos em condio de Error Passive. Finalmente, para contadores contendo
valores superiores a 255, os mdulos sero considerados em Bus Off e passaro a no
mais atuar no barramento. Estes contadores tambm so decrementados a medida
que mensagens corretas so recebidas, o que reduz o grau de incerteza em relao a
atividade dos mdulos ora com contadores contendo valores diferentes de zero e
possibilita novamente a plena participao deles no barramento.
-
28
Nvel Fsico: Para os barramentos com 2 e 4 fios, caso algo de errado venha a ocorrer
com os fios de dados CAN_H e CAN_L, a rede continuar operando sob uma
espcie de modo de segurana. Seguem abaixo algumas das condies de falha nas
linhas de comunicao que permitem a continuidade das atividades da rede:
Curto do CAN_H (ou CAN_L) para GND (ou VCC);
Curto entre os fios de dados CAN_H e CAN_L;
Ruptura do CAN_H (ou CAN_L);
3.4.5 Aspectos de Implementao
3.4.5.1 Dicionrio de Dados
a parte mais dedicada aplicao quando se trabalha com um protocolo como o
CAN. O Dicionrio de Dados (ou Data Dictionary) o conjunto de mensagens que
podem ser transmitidas naquela determinada rede (GMB, 2001).
A forma mais interessante de se organizar um dicionrio de dados criando uma
matriz com todos os mdulos da rede. Esta matriz mostrar cada mensagem sob a
responsabilidade de cada mdulo, relacionando quem a transmite e quem a recebe.
Outros dados importantes nesta matriz so: o tempo de atualizao dos valores da
mensagem, o intervalo de transmisso da mesma e o valor relativo ao seu
identificador. Alm desta matriz, a documentao referente ao Dicionrio de Dados
dever conter uma descrio detalhada de cada mensagem, bit a bit.
O Dicionrio de Dados implementado numa rede CAN via software e dever ser o
mesmo (ter a mesma verso de atualizao, inclusive) em todos os mdulos
conectados rede. Isto garantir total compatibilidade entre os participantes do
barramento.
-
29
3.4.5.2 Exemplo de Rede
Uma rede CAN (ISO, 1993), dependendo da sua aplicao, poder ter at centenas
de mdulos conectados. O valor mximo para a conexo de mdulos em um
barramento depende da norma que se utiliza na dada aplicao.
Toda rede CAN possui dois Terminadores. Estes terminadores nada mais so que
resistores com valores entre 120 e 124 ohms, conectados rede para garantir a
perfeita propagao dos sinais eltricos pelos fios da mesma. Estes resistores, um em
cada ponta da rede, garantem a reflexo dos sinais no barramento e o correto
funcionamento da rede CAN.
Outra caracterstica de determinadas aplicaes fundamentadas no CAN que estas
podero ter duas ou mais sub-redes trabalhando, cada qual, em uma velocidade
diferente. Os dados so transferidos de uma sub-rede para a outra atravs de mdulos
que atuam nas duas sub-redes. Estes mdulos so chamados de Gateways (a serem
explicados no captulo 5).
A Figura 16 ilustra a rede CAN anteriormente apresentada para um sistema
automotivo, com duas sub-redes e os dois terminadores ilustrados. O Gateway desta
aplicao o Painel de Instrumentos.
Fonte: Baseado em ISO, 1993
Figura 16 Exemplo de rede CAN com Gateway e Terminadores
-
30
3.4.5.3 Montagem da Rede
Barramento o termo tcnico que representa os condutores eltricos das linhas de
comunicao e a forma como eles so montados. Apesar de parecer simples, o ato de
interligar os mdulos requer bastante ateno.
Sobre o cabeamento necessrio (ISO, 1993), considerando-se uma aplicao CAN de
dois fios, deve-se utilizar par tranado onde a seco transversal de cada um dos fios
deve ser de no mnimo 0,35mm.
As duas terminaes (resistores de aproximadamente 120 ohms), do ponto de vista
terico, podem ser instaladas nas extremidades do chicote, diretamente nos fios de
dados CAN_H e CAN_L. Do ponto de vista prtico isto extremamente complexo.
O que deve ser feito adicionar as terminaes nas duas ECUs conectadas aos
extremos da rede. Se as ECUs forem montadas dependendo dos opcionais da
mquina, deve-se procurar instalar as terminaes nas ECUs que sempre estaro
presentes nela. As terminaes so mandatrias numa rede CAN.
Fonte: AGRITHECNICA, 1999
Figura 17 Geometria de uma rede CAN
-
31
No momento de se projetar o roteamento do barramento (AGRITHECNICA, 1999),
algumas regras em relao ao comprimento dos chicotes devem ser observadas. O
sincronismo das operaes das ECUs no CAN fundamentado no tempo de
propagao fsica das mensagens no barramento. Assim, a relao do comprimento
de determinados intervalos do chicote no barramento so fundamentais ao bom
funcionamento da rede.
A Figura 17 mostra um diagrama que ilustra as medidas que devem ser observadas
no desenvolvimento do chicote.
Destaca-se que, aps o barramento ser montado, caso seja necessrio qualquer
retrabalho no mesmo, aconselhvel a troca do chicote eltrico danificado. Emendas
podero alterar a impedncia caracterstica da rede e com isso afetar o seu
funcionamento.
3.5. Consideraes Finais
Neste captulo, atravs da avaliao dos trs protocolos acima descritos (RS232,
RS485 e CAN Bus), pode-se concluir que o CAN possui caractersticas que o
qualificam para o desenvolvimento de aplicaes embarcadas - Veiculares ou
Agrcolas (GUIMARES, 2001).
-
32
Este captulo trata das normas baseadas no protocolo CAN e j consideradas, de alguma forma, em aplicaes agrcolas. Ao final do captulo feita uma comparao entre os padres e sugerido um deles como o melhor para aplicaes agrcolas futuras.
4. O CAN BUS NA AGRICULTURA
4.1. Introduo
Como citado anteriormente, existem vrios padres fundamentados no CAN - padro
ISO11898 para redes de alta velocidade e ISO11519-2 para redes de baixa
velocidade. Alguns deles j foram considerados em estudos e no desenvolvimento de
algumas aplicaes agrcolas. Destacam-se os seguintes:
SAE J1939: Originalmente desenvolvida para nibus e caminhes;
DIN9684 LBS: Desenvolvida especificamente para aplicaes agrcolas;
ISO11783: Padro em desenvolvimento a ser utilizado em aplicaes agrcolas;
ISOBUS: Reunio de algumas informaes da ISO11783, j liberadas (em avanado) pela ISO com o intuito de orientar determinados desenvolvimentos
agrcolas.
4.2. SAE J1939
Este padro define todos os nveis necessrios a um protocolo, para que o mesmo
possa ser efetivamente utilizado em aplicaes completas (KVASER, 2000a),
especialmente as relacionadas a nibus e caminhes, segmentos para os quais a
J1939 foi desenvolvida.
Baseada no CAN 2.0B, a J1939 foi considerada como ponto de partida dos trabalhos
que buscam a criao de um padro agrcola internacional ISO (STONE; ZACHOS,
2000); (STONE, 2000). Partes do padro internacional (em desenvolvimento) foram
baseadas na J1939. Por outro lado, partes da J1939 foram modificadas, recebendo
informaes e requisitos destinados s aplicaes agrcolas (STONE; ZACHOS,
2000).
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Trabalha com velocidade de transmisso de 250Kbps, comportando at 30 ns
conectados a cada segmento do barramento.
O cabeamento utilizado possui 4 fios tranados, um para a linha CAN_H, outro para
a linha CAN_L e os demais para a alimentao das terminaes (Alimentao ou
Bateria e Referncia ou Terra).
Comparando-se as partes da J1939 com as correspondentes ISO, percebe-se
claramente que o esperado padro internacional procura tirar da norma SAE,
especificaes j implementadas e validadas em outras aplicaes (STONE, 2000).
Destaca-se a Camada de Enlace (Data Link Layer) onde dois PDUs (Protocol Data
Units) so utilizados. Estes PDUs sero melhor descritos no captulo 5. De qualquer
forma, vale adiantar que possvel transmitir at 8672 mensagens diferentes, 480 sob
o PDU #1 e 8192 sob o PDU #2 e a quantidade de bytes de dados a serem
transmitidos pode variar de 8 a 1785 (STEPPER, 1999).
4.3. DIN9684 LBS
A LBS (Landwirtschaftliches Bus System ou Agricultural Bus System)
(GUIMARES, 2001), como chamada no meio agrcola, foi desenvolvida com
base no CAN 2.0A, especificamente para as aplicaes agrcolas. O grupo
responsvel por sua criao foi formado pela LAV (Associao dos Fabricantes de
Mquinas Agrcolas), empresas e instituies alems. Finalizado em 1993 (LAV,
1998); (LAV, 2000a); (LAV, 2000b), a principal motivao para sua criao foi o
crescimento acelerado da disponibilidade de equipamentos eletrnicos para
aplicaes agrcolas (SPECKMANN; JAHNS, 1999).
Este protocolo define todos os componentes necessrios a um barramento de
comunicao agrcola, tendo como caractersticas principais (SPECKMANN;
JAHNS, 1999) a capacidade de trabalhar com at 2048 mensagens diferentes e
interligando o mximo de 20 ns em uma rede de 40 metros e taxa de transmisso de
125 Kbps.
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Diversos equipamentos, desenvolvidos sob ela, j so comercializados. Como
exemplo, pode-se citar o sistema Fieldstar (FIELDSTAR, 2000), hoje
comercializado como opcional dos tratores da empresa Massey Ferguson ou AGCO.
Trata-se de um terminal de operao responsvel por receber todos os dados
disponveis no trator e implementos, calcular a partir deles uma srie de informaes
e orientar o operador do sistema realizao de determinadas aes requeridas boa
continuidade das atividades. A Tabela 1 mostra alguns equipamentos disponveis,
desenvolvidos considerando-se a LBS.
Fabricante Equipamento em Comercializao
Hardi Controlador de Pulverizao
LH-Agro Interface Adaptadora (Sinais Discretos X LBS)
AGCO-Fieldstar Terminal Virtual
John Deere Terminal Virtual
Muller / AgroCom Terminal Virtual
Kverneland Terminal Virtual
WTK Terminal Virtual
Tabela 1 DIN9684: Produtos e seus Fabricantes
Entretanto, analisando-se as vrias literaturas disponveis (SPECKMANN; JAHNS,
1999); (SIGRIMIS, 2000); (SPECKMANN, 2000), percebe-se que mesmo sendo
aplicado a equipamentos j em comercializao, a LBS no a melhor soluo para
todas as aplicaes agrcolas, especialmente as futuras. Um padro com uma maior
quantidade de pontos disponveis na rede, maior taxa de transmisso e maior
quantidade de mensagens, o que aumentaria a flexibilidade do sistema, realmente
necessrio. De qualquer forma, todos os trabalhos realizados sobre a LBS tm sido
utilizados como referncia s atividades da Comisso ISO que trata da criao da
ISO11783.
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A Tabela 2 relaciona as partes existentes da norma LBS (SPECKMANN; JAHNS,
1999).
Parte Descrio em Portugus (Descrio Oficial em Ingls)
Parte 1 Conexo Ponto a Ponto (Point to Point Connection)
Parte 2 Barramento Serial de Dados (Serial Data Bus)
Parte 3 Funes do sistema, Identificador (System Functions, Identifier)
Parte 4 Estao do Usurio (User Station)
Parte 5 Troca de Dados com o Sistema de Gerenciamento de Informaes. Controlador de Tarefa #1 (Data Exchange with the Management Information System, Task Controller #1)
Tabela 2 Partes da DIN9684 (LBS)
4.4. ISO11783
O ISO11783 um padro de comunicao agrcola baseado no CAN 2.0B. Est em
desenvolvimento pelo grupo de trabalho ISO TC23/SC19/WG1, que procura reunir
os diversos requerimentos dos sistemas agrcolas atuais e predizer o que seria
interessante em um protocolo de comunicao, para que o mesmo seja flexvel e
possa suportar as diversas aplicaes futuras (SIGRIMIS, 2000).
Esta norma, assim como a DIN9684 LBS, define todos os componentes necessrios
a um barramento agrcola. Tem como caractersticas principais (HOFSTEE;
GOENSE, 1999); (STONE, 2000) a capacidade de trabalhar com at 8672
mensagens diferentes (condio adquirida da SAE J1939) e interligando o mximo
de 256 ns em uma rede de 40 metros e taxa de transmisso de 250 Kbps. Adiante,
no captulo 5 desta dissertao, a norma ISO11783 ter seus conceitos principais
explicados.
Como dito anteriormente (SPECKMANN; JAHNS, 1999); (SIGRIMIS, 2000);
(SPECKMANN, 2000), grande parte dos resultados obtidos com os demais
protocolos de comunicao em aplicaes agrcolas tm sido direcionados aos
trabalhos de criao da ISO11783. Este fator garante a abrangncia desta norma a
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todas as aplicaes agrcolas existentes (as atuais que operam sob a DIN9684) e s
futuras.
A Tabela 3 relaciona as partes existentes da norma ISO11783 (SPECKMANN;
JAHNS, 1999). Vale mencionar que se optou pela separao da norma em onze
partes, nomeando-as da forma apresentada a seguir, com o intuito de facilitar a
relao da ISO11783 ao padro de comunicao OSI de 7 camadas (ISO7498).
Parte Descrio em Portugus (Descrio Oficial em Ingls)
Parte 1 Padro Geral para Comunicao Mvel de Dados (General Standard for Mobile Data Communication)
Parte 2 Camada Fsica (Physical Layer)
Parte 3 Camada de Enlace (Data Link Layer)
Parte 4 Camada de Rede (Network Layer)
Parte 5 Camada de Gerenciamento (Network Management)
Parte 6 Terminal Virtual (Virtual Terminal)
Parte 7 Camada de Aplicao de Mensagens do Implemento (Implement Messages Applications Layer)
Parte 8 Mensagens do Motor e Transmisso (Powertrain Messages)
Parte 9 ECU do Trator (Tractor ECU)
Parte 10 Controlador de Tarefa & Interface do Computador de Gerenciamento (Task controller & Management Computer Interface)
Parte 11 Dicionrio de Dados (Data Dictionary)
Tabela 3 Partes da ISO11783
4.5. ISOBUS
A ISOBUS assim chamada pois rene algumas informaes de determinadas partes
da norma ISO11783. O objetivo desta recomendao ISOBUS permitir que
alguns segmentos da indstria de equipamentos agrcolas, especialmente os ligados
ao desenvolvimento de Monitores de Operao ou Terminais Virtuais, iniciem suas
atividades fundamentados em documentos com contedo oficial, internacional e,
especialmente, padronizado.
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O que se espera com a liberao do chamado Conjunto Mnimo do Padro6 que
parte dos desenvolvimentos atualmente em andamento, j considerem os conceitos
da ISO11783 em seus projetos (FELLMETH, 2002).
O trecho abaixo, retirado do documento oficial da ISOBUS (ISO, 2002), descreve o
sentimento do grupo responsvel por sua liberao:
ISOBUS a especificao comum dos fabricantes participantes da aplicao
uniforme do padro internacional de Controle Serial e Rede de Comunicao de
Dados ISO11783. Como o padro ISO muito extenso e muito complexo para
aplicao direta, uma especificao orientada aplicao foi dele derivado:
ISOBUS.
De acordo com membros participantes do grupo ISO, a ISOBUS ser atualizada no
incio de 2003; quando ocorrero mudanas nas especificaes relacionadas aos
Terminais Virtuais e, conseqentemente, nos projetos relacionados a tais sistemas
(FELLMETH, 2002).
Iniciativas como esta, de liberar um conjunto mnimo de especificaes relacionadas
a um padro completo, mostram a preocupao das instituies e empresas
relacionadas agricultura em dar subsdios tecnolgicos ao desenvolvimento de
sistemas de controle modernos e, acima de tudo, internacionalmente padronizados.
4.6. Comparao entre as Normas
Pode-se avaliar cada um dos padres citados anteriormente de duas formas: Tcnica
e de Mercado (GUIMARES, 2001).
Do ponto de vista tcnico, os padres SAE J1939 e ISO11783 so similares, posio
reforada pelo fato de eles terem partes de suas normas em comum. Sendo
fundamentados no CAN 2.0B e com taxa de transmisso de 250Kbps, torna-se
possvel atravs deles a implementao de sistemas flexveis e com boa capacidade
de expanso.
6: O Minimum Standard Set (ou Conjunto Mnimo do Padro) o nome do documento que representa o ISOBUS.
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J o DIN9684 LBS, especialmente por ter sido fundamentado no CAN 2.0A, por
agregar no mais que 20 ns e trabalhar com taxa de transmisso mxima de
125Kbps, no suportaria determinadas necessidades de controle embarcado
(SPECKMANN; JAHNS, 1999); (SIGRIMIS, 2000); (STONE, 2000).
Do ponto de vista de mercado, se analisados os mesmos trs padres, percebe-se que
o nico com sistemas efetivamente implementados e comercializados o DIN9684
LBS, sendo em sua grande maioria Monitores de Operao e Terminais Virtuais
(HOFSTEE; GOENSE, 1999); (STONE; ZACHOS, 2000); (FIELDSTAR, 2000).
Por outro lado, a ISOBUS tem sido referncia a diversos fabricantes e ferramentas de
trabalho no desenvolvimento de vrios sistemas, especialmente Receptores GPS,
Terminais Virtuais e Unidades de Controle de Trator e Implemento, que devero
estar disponveis a partir de 2003 (FELLMETH, 2002).
A Tabela 4 relaciona alguns fabricantes e seus dispositivos cujo desenvolvimento
tem sido fundamentado na ISOBUS (FELLMETH, 2002).
Fabricante Dispositivo ou Equipamento em Desenvolvimento
Beeline Technologies Receptor GPS
Caterpillar / AGCO ECU de Trator
CNH Global Terminal Virtual
John Deere Terminal Virtual ECU de Implemento
Kverneland Terminal Virtual ECU de Implemento
Satloc Receptor GPS
Technical University of Muenchen
ECU Controladora de Tarefas Indicador de Implemento (espcie de Terminal Virtual)
Trimble Receptor GPS
Vector Informatik Ferramenta de Anlise CANoe 4.0
Tabela 4 ISOBUS: Produtos e seus Fabricantes
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Finalmente, considerando-se as partes de cada uma das normas como similares entre
si em vrios aspectos, a anlise de suas documentaes resulta em uma tabela de
equivalncia entre elas.
A Tabela 5 relaciona as partes das normas SAE J1939, DIN9684 LBS e ISO11783
(GUIMARES, 2001).
Normas e Partes
Descrio da Parte ISO 11783 SAE
J1939 DIN 9684
Padro Geral para Comunicao Mvel de dados #1 #2 No Disponvel
Camada Fsica #2 #12 #2
Camada de Enlace #3 #21 #3
Camada de Rede #4 #31 #2 e #3
Camada de Gerenciamento #5 #81 #3
Terminal Virtual #6 #72 #4
Camada de Aplicao de Mensagens do Implemento #7 No Disponvel #3
Mensagens do Motor e Transmisso #8 No Disponvel No
Disponvel
ECU do Trator #9 #71 No Disponvel
Controlador de Tarefa & Interface do Computador de Gerenciamento #10 No Disponvel #5
Dicionrio de Dados #11 No Disponvel #3
Tabela 5 Equivalncia entre as partes das Principais Normas
4.7. Consideraes Finais
Neste captulo mencionou-se que grande parte das atividades executadas at o
momento, no s com a LBS, mas tambm com a SAE J1939, buscaram e
contriburam para o aumento das experincias com os protocolos de comunicao
serial nas aplicaes agrcolas e auxiliaram o desenvolvimento do padro ISO11783.
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Por observaes como esta, reforada ainda pela liberao de um padro ISO
simplificado, o ISOBUS, que se acredita ser a ISO11783 a melhor norma para as
aplicaes agrcolas atuais e futuras (GUIMARES, 2001).
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Este captulo analisa a norma ISO11783 parte a parte e sugere um roteiro de
5. ISO11783: O CAN BUS AGRCOLA
Considerando-se as atividades envolvidas
aplicao, deve-se considerar como uma d
do protocolo a ser utilizado. Este trabalho
complexo e demorado, demandando recur
nisso, este captulo prope um roteiro de an
5.1. Anlise da Norma Caractersticas
A norma ISO11783 tem sido desenvolvida
TC23/SC19/WG17, com o intuito de e
comunicao s aplicaes agrcolas. com
esto finalizadas e publicadas como padr
sido objeto de estudos e atualizaes por p
Durante o desenvolvimento desta pesquisa
contatos nacionais e internacionais, dos q
canal de comunicao direto com o gru
Vector Informatik GmbH (FELLMETH,
com esta empresa, destaca-se o que relacio
situao em Agosto de 2002, ltima reun
estas informaes (FELLMETH, 2002).
O grupo ISO tem como plano de trabalh
anuais para discusses gerais da norma, s
estudo e desenvolvimento das partes 6
(FELLMETH, 2002).
7: TC23/SC19/WG1 significa Technical Committee 23 (TrCommittee 19 (Agricultural Electronics) / Working Group 1estudo e implementao da norma, que facilitar o desenvolvimento de aplicaes futuras.
no desenvolvimento de uma determinada
as etapas do processo a anlise da norma
de avaliao de uma norma , geralmente,
sos nem sempre disponveis. Baseando-se
lise e implementao da ISO11783.
Principais
desde 1991 pelo grupo internacional ISO
stabelecer um padro internacional de
posta por onze partes, das quais quatro j
o internacional, enquanto as demais tm
arte desse grupo de trabalho.
de mestrado, foram estabelecidos vrios
uais pode-se destacar, a abertura de um
po ISO, conseguido atravs da empresa
2002). Dentre os vrios e-mails trocados
na cada uma das partes da norma e a sua
io do grupo ISO. A Tabela 6 relaciona
o a realizao de trs a quatro reunies
endo atualmente o foco das atividades o
(Terminal Virtual) e 9 (ECU do Trator)
actors and machinery for agriculture and forestry) / Sub- (Mobile equipment) [www.iso.org].
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42
A finalizao das atividades sobre esta norma, assim como sua publicao final, no
possui data estabelecida (FELLMETH, 2002). Entretanto, percebe-se forte presso
por parte das empresas e instituies agrcolas no sentido de se finalizar este padro
durante o ano de 2003.
Parte Descrio em Portugus (Descrio Oficial em Ingls) Situao em Agosto 2002
Parte 1 Padro Geral para Comunicao Mvel de dados (General Standard for Mobile Data Communication) Rascunho de Trabalho
(Working Draft)
Parte 2 Camada Fsica (Physical Layer) Padro Internacional
(International Standard)
Parte 3 Camada de Enlace (Data Link layer) Padro Internacional
(International Standard)
Parte 4 Camada de Rede (Network Layer) Padro Internacional
(International Standard)
Parte 5 Camada de Gerenciamento (Network Management) Padro Internacional
(International Standard)
Parte 6 Terminal Virtual (Virtual Terminal) Rascunho Final
(Final Draft)
Parte 7 Camada de Aplicao de Mensagens do Implemento (Implement Messages Applications Layer) Rascunho Final
(Final Draft)
Parte 8 Mensagens do Motor e Transmisso (Powertrain Messages) Rascunho de Trabalho
(Working Draft)
Parte 9 ECU do Trator (Tractor ECU) Rascunho Final
(Final Draft)
Parte 10 Controlador de Tarefa & Interface do Computador de Gerenciamento (Task controller & Management Computer Interface) Rascunho de Trabalho
(Working Draft)
Parte 11 Dicionrio de Dados (Data Dictionary) Rascunho de Trabalho
(Working Draft)
Tabela 6 Partes da ISO11783: Situao em Agosto de 2002
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43
A Figura 18 ilustra uma rede de comunicao de dados baseada na ISO11783. Cada
componente desta rede ser abordado adiante.
Fonte: Adaptado de SOUSA, 2002
Figura 18 Rede de comunicao baseada na ISO11783
Os pargrafos seguintes descrevem as caractersticas principais de cada parte da
norma:
Parte 1 Padro Geral para Comunicao Mvel de dados (General Standard for
Mobile Data Communication) (ISO, 1994a):
Esta parte uma espcie de introduo s demais. Menciona os documentos ISO que
servem de referncia criao da ISO11783, assim como uma Lista de Definies e
uma Lista de Abreviaes utilizadas pelas demais partes.
O modelo OSI de 7 camadas (ISO7498) sucintamente explicado, assim como cada
uma das demais partes da ISO11783 (da 2 11).
Em seus anexos, podem ser encontradas tabelas que relacionam os valores possveis
dos seguintes componentes do protocolo:
PDUs #1 e #2 Protocol Data Unit (Unidade de Dados do Protocolo),
PG Parameter Group (Grupo de Parmetros),
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44
IG Industry Group (Grupo de Indstria),
SA Source Address (Endereo-Fonte) e
DID Device Identifier (Identificador de Dispositivo).
Alm destas tabelas, alguns formulrios para solicitao de alterao da norma esto
disponveis. Eles podem ser utilizados por qualquer pessoa, empresa ou entidade que
tenha alguma sugesto s partes da norma.
Parte 2 Camada Fsica (Physical Layer) (ISO, 1994b):
Esta parte estabelece as caractersticas fsicas do protocolo que devem ser
consideradas por aplicaes baseadas na ISO11783.
A quantidade mxima de ECUs permitida por segmento em uma dada aplicao de
30 unidades. O cabeamento deve ser constitudo por um conjunto no blindado de
quatro fios tranados, cujas denominaes so:
CAN_H CAN High
CAN_L CAN Low
CAN_BAT CAN Battery
CAN_GND CAN Ground
Assim como descrito na ISO11898 (Figura 13), existem dois nveis de tenso em um
barramento baseado na ISO11783 (referentes aos bits dominante e recessivo). Por
outro lado, diferentemente do especificado pela ISO11898, a ISO11783 estabelece
que um bit recessivo representado por uma tenso diferencial Vdiff de 1 volt,
enquanto que um bit dominante representado por uma tenso diferencial Vdiff de
+1 volt.
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A curva que representa tal comportamento pode ser vista na Figura 19.
Fonte: ISO, 1994b
Figura 19 Nveis de Tenso no CAN (conforme ISO11783)
A taxa de transmisso indicada pelo padro de 250 Kbps e o comprimento mximo
da rede de 40 metros.
A norma tambm trata dos requisitos relacionados aos tempos internos s ECUs e
rede (como o tempo interno de atraso e a sua propagao), e as formas de
sincronizao das ECUs conectadas rede.
Outro ponto tratado pela parte 2 da ISO11783 o conceito de terminao. Deve-se
considerar terminaes ativas, as quais tm seus conceitos eletrnicos descritos nos
anexos da parte em questo. Vale mencionar que a norma ISO11898 especifica
terminaes passivas, implementadas por dois resistores de 120 ohms cada (ambos
conectados em qualquer parte da rede, entre as linhas CAN_H e CAN_L).
Sobre a topologia da rede, especificado que ela deve seguir uma estrutura linear
com o intuito de evitar ressonncias no cabeamento. O diagrama anteriormente
mostrado na Figura 17 mostra as medidas recomendadas pelo padro.
Outros componentes especificados pela ISO11783 so os conectores utilizados na
montagem da rede. Seus formatos, tamanhos e disposio dos pinos e funes so
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relacionados com o intuito de assegurar a intercambiabilidade entre sistemas de
diferentes fabricantes.
Diversos testes de conformidade so descritos procurando-se garantir que as
caractersticas eltricas da rede satisfaam a norma. Alm disso, uma srie de
condies de rompimento e curto-circuito dos quatro fios envolvidos na
comunicao e alimentao so descritas e seus efeitos explicados. A Figura 20
mostra cada uma das condies consideradas pela norma.
Fonte: STRAUSS, 2001
Figura 20 Rompimentos e Curtos em uma rede ISO11783
Parte 3 Camada de Enlace (Data Link Layer) (ISO, 1997):
Esta parte da norma responsvel por descrever o mtodo e o formato da
transferncia dos dados entre os vrios componentes do sistema. De acordo com a
descrio desta parte, o controle de fluxo dos dados em uma dada transmisso
conseguido atravs de um formato de quadro de mensagem consistente. No caso da
ISO11783, o formato das mensagens baseado na especificao CAN 2.0B, onde os
identificadores das mensagens so formados por 29 bits. De qualquer forma, uma
rede desenvolvida sob os conceitos desta norma ISO dever ser capaz de trabalhar
com ambos os formatos, CAN 2.0B e CAN 2.0A, sendo este ltimo caso utilizado
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por mensagens proprietrias. As Figuras 14 e 15, mostradas anteriormente, ilustram
os dois formatos possveis de mensagens.
Um conceito importante, que deve ser entendido quando se analisa a norma
ISO11783, o relacionado ao termo PDU. Um PDU determina qual tipo de
informao ser agrupada (e como), para que uma dada mensagem seja criada e
transmitida. A parte 3 da ISO estabelece que o PDU deve ser formado por sete
campos pr-determinados, conforme mostrado na Tabela 7.
Representao Descrio em Portugus (Descrio Oficial em Ingls)
P Prioridade (Priority)
R Reserva (Reserved)
DP Pgina de Dados (Data Page