cordel poesia, tambor e viola
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Cordel em Homenagem ao Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado.TRANSCRIPT
Autor: Ricardo Evangelista
POESIA, TAMBOR E VIOLA
Capa: Lúcio LourençoMontagem gráfica: Marco Llobus2015 - 1ª Edição
Cordel Homenagem ao Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado
Vou contar neste cordelComo tudo começou É sobre a Lagoa do NadoNa história de BelôVoltamos nos setecentos Quando Ortiz aqui chegou.
Não falo por nostalgiaEu lembro é do passadoNesse Curral Del Rey De Sabará bem falado Os tropeiros do caminhoVão desenhar o povoado.
No lugar foi Criado Um pouso de tropeiroNa tal Serra de CongonhasLevantaram o CruzeiroA Fazenda do CercadoQue foi seu nome primeiro.
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Naquele tempo distanteSe vivia de agricultura Tudo ia no lombo das mulas Farinha, sal e aventuraCriar gado, filho e galinhaQue era a nossa cultura.
Lá pra virada do século Beagá passou a capitalAarão Reis e os engenheirosFizeram planta localNo centro ficou a ContornoCom os negros no rural
Formaram quadriculadoderam nome de centralNa periferia as fazendasQue alimentava o pessoal E a cidade foi crescendoFeito cururu no sal.
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Há muitos anos atrásNessa fazenda que estamosViveu uma família ricaEra dos Giannetti, italianosDo Prefeito que fez o parque E o Casarão de 80 anos.
Era um Casarão de férias Com piscina e lareiraPra tomar vinho e caldosNas noites de sexta feiraA mesa farta e alegriaPra grande família inteira.
Mas os Giannetti perderamterra que sumia de vistaAqui passou a ser de todosCom luta progressistaJuntaram o Verde IntegralPoetas e povo com artista.
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Nessa peleja tão belaRenovamos a esperançaO verde pintou a arteCom toda a perseverançaDeram abraços de união E fizeram nascer a Aliança
João das Neves, com o teatroNo canto Saulo LaranjeiraLor fazendo caricaturasDércio, verso na algibeira Marku Ribas de black powerPôs batuque na roqueira.
Marcos Vogel vem depoisShakespeare com fumaçaCarlinhos ritmo Ferreira Tambolelê com toda graçaCantou na costura da vida A vitória de uma raça.
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Associação na pelejaCumpriu o seu papel Junto da comunidadeFizeram muito escarcéu Conseguindo com labutaEsse pedaço de céu.
Em 2000, Saraus de PoesiaComandado pela WalE chegaram Seu RibeiroE Evandro Nunes teatralFabrini, Gibran, ThiagoMais Sônia sentimental.
Marco Lobo chegou uivandoTon-ton ficou nu totalMais Nara, Agnes e PerêZé Ênio e todo pessoalRogério bem SalgadoE poetas da capital.
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Em 2014 virou referência Da cultura popularQue trouxe uma exposição Pra mestres homenagearHoje o nosso Casarão Tem galeria pra apreciar.
Quem ajudou na tarefaFoi a Comissão Mineira Do folclore fez pesquisaNosso Professor Moreira Um grande ativista Da cultura brasileira.
Tradição e resistência O nome de nossa genteEm fotos tem o CongadoDos negros irreverentesLindas cores das foliasDos batuques diferentes.
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Catopés e moçambiquesFrei Chico, reza brandaCosme Ramos muito chiqueE as vestes do grupo AruandaOlegário traz o cordelQue Dona Isabel manda.
Tem também José LourençoConga mestre e sambistaCantando feito maioralE estilo de artistaDona Dalila FabriniBenzedeira de conquista.
Na sala de sombra e luzAs esculturas de LiraVem lá do JequitinhonhaO barro que ela retiraA beleza que aparece É que muito me admira.
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E da caverna sai o rosto Da antiga mulher LuziaTantos anos de históriaQue nossa gente faziaValorizando a memóriaCom pitadas de poesia.
De fora do CasarãoTem um Jardim de CabeçasInventado por ThibauUnindo arte com destrezaEntalhando na favela Magia, fé e fortaleza.
E pondo fim nesse cordelEu finalizo esta viagemRespeito neste chãoAos homens que nele agemSaudações aos meus irmãosDe bravura e coragem.
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www.sarautropeiro.blogspot.com.br
Que beleza de cordelSobre a lagoa do nadoFiquei muito admiradoPor tão belas redondilhasTodas elas nossas filhasCausa justa de ganharPara o povo admirarO gesto de cidadaniaDesta luta com alegriaEm frente da nossa vistaPois Ricardo EvangelistaÉ um artista popular.
(Mestre Gaio - Olegário Alfredo)