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EFEITO AGUDO DA LIBERAÇÃO MIOFASCIAL CERVICAL E DO ALONGAMENTO DA CADEIA POSTERIOR SOBRE A MOBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL:
ESTUDO RANDOMIZADOACUTE EFFECT OF CERVICAL MIOFASCIAL RELEASE AND POST-CHAIN
STRETCH ON MOBILITY OF THE VERTEBRAL COLUMN: RANDOMIZED STUDY
Flávia Zanferrari Pandolfi – [email protected] Parra Spagnuolo de Souza – [email protected]
Jessica Faustino –[email protected] em Fisioterapia – UniSALESIANO Lins
Prof. Me. Jonathan Daniel Telles – UniSALESIANO Lins – [email protected]
Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni – UniSALESIANO Lins – [email protected]
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi verificar o efeito agudo da liberação miofascial cervical e do alongamento ativo da cadeia posterior sobre a mobilidade da coluna vertebral, uma pesquisa experimental. Participaram da pesquisa 20 voluntárias do sexo feminino, estudantes do Unisalesiano de Lins, sedentárias, com IMC menor que 30. Foram executadas técnicas de alongamento da cadeia posterior, e de pompage global, avaliadas e reavaliadas pelo mesmo avaliador, o teste de avaliação utilizado foi o banco de Wells. Após isso, foram randomizadas em dois grupos: Grupo Liberação Miofascial e Grupo Alongamento. Foi utilizado o teste T de Student para análise intragrupo e intergrupo, bem como a diferença do valor pós em relação ao valor pré e a porcentagem de alteração, que foi descrita em tabelas. Após a análise estatística dos resultados obtidos, verificou-se que, tanto a técnica de pompage na região cervical, quanto o alongamento muscular da cadeia posterior inferior foram eficazes para melhorar a mobilidade, não se obtendo diferença estatística entre ambas técnicas.
Palavras-chave: Mobilidade da coluna vertebral. Cadeia posterior. Fáscia. Alongamento. Liberação miofascial.
ABSTRACTThe objective of the present study was to verify the acute effect of cervical myofascial release and active chain elongation on vertebral column mobility, an experimental study. Twenty female volunteers, students from the Unisalesiano de Lins, with a BMI of less than 30, participated in the study. The posterior chain stretching techniques and the overall evaluation were performed and evaluated and reassessed by the same evaluator. the Wells Bank. After that, they were randomized into two groups: Myofascial Release Group and Stretch Group. The Student's t test was used for intragroup and intergroup analysis, as well as the difference of the post-value in relation to the pre-value and the percentage of change, which was described in tables. After the statistical analysis of the obtained results, it was verified that both the pompad technique in the cervical region and the muscular stretching of the inferior posterior chain were effective to improve the mobility, not obtaining a statistical difference between both techniques.
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Keywords: Spinal mobility. Rear chain. Fascia. Stretching. Myofascial release.
INTRODUÇÃO
A coluna vertebral (CV) é composta por ligamentos, facetas articulares e
vértebras. São separadas por discos intervertebrais constituídos de material fibroso
e cartilaginoso, que desempenham a função de amortecedores e dão mobilidade à
execução dos movimentos do corpo humano como a flexão e a extensão do tronco,
além de realizar a rotação de ambos os lados (GARDNER; OSBURN, 1980).
Mobilidade é a capacidade de mover-se livremente; uma boa mobilidade
articular exige que os músculos ao redor da articulação se contraiam e se relaxem
efetivamente para permitir um movimento suave e fluido. A mobilidade da coluna
vertebral varia conforme a região. As regiões cervical e lombar possuem maior
mobilidade, já a torácica não apresenta muita mobilidade (WILLARDSON, 2017). A
perda na mobilidade pode acarretar diversas disfunções no sistema
musculoesquelético.
A cadeia muscular posterior constitui-se de feixes de músculos e fáscias,
com um poder de encurtamento e uma tendência para a retração sem paralelo no
sistema muscular tônico do corpo (FOX, 1983).
Os músculos do nosso corpo são envolvidos por um tecido conjuntivo,
chamado fáscia, que pode apresentar tensões e começar a enrijecer
vagarosamente, levando o corpo à perda da sua capacidade adaptativa fisiológica.
Com o tempo, a rigidez se espalha, afetando a flexibilidade e a espontaneidade de
movimentos e acaba expondo o corpo a traumas, dores e limitações (HAMMER,
2003).
O alongamento muscular é, geralmente, utilizado com o objetivo de
tratamento de dores e espasmos, para corrigir (ou ao menos minimizar) alterações
posturais, também para prevenir deformidades em pacientes neurológicos e,
obviamente, tratar encurtamentos nos músculos. Pode ser definido como
manobra terapêutica utilizada para aumentar o comprimento de estruturas de tecidos
moles encurtados e, assim, aumentar a amplitude de movimento (KISNER; COLBY,
1998).
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A liberação miofascial, em contrapartida, é compreendida por técnicas
manuais em que a pressão é aplicada ao músculo e à fáscia muscular, com o
objetivo de ‘esticar’ a fáscia e facilitar as alterações de comprimento histológico, para
aliviar alguns dos sintomas de restrição fascial (BEHM apud CARVALHO et al,
2017). A aplicação apropriada de estresse ao tecido resulta em relaxamento, tanto
da fáscia quanto do músculo (GREENMAN, 2001). É considerada uma técnica
diferenciada do alongamento convencional, em função no nível do estiramento
muscular, onde é realizada passivamente e determinada pelo músculo e pela fáscia.
Ante a isso, Souza e Mejia (2010) afirmam que não se tem a confirmação que, ao
alongar o músculo, consequentemente, a fáscia é alongada, logo o alongamento
poderia ser mais eficiente com a utilização da técnica de liberação miofascial.
As técnicas de pompages são tipos de liberação miofascial sugeridas para
liberar as tensões musculares e fasciais, a fim de recuperar e regularizar a função
fisiológica e estruturar o tecido. (HEBERT et al., 2017) É um tipo de mobilização
miofascial que é utilizada com o objetivo de tratar e/ou minimizar as retrações
teciduais, que são responsáveis pelas dores permanentes ou semipermanentes, que
dificultam ou impedem uma melhor qualidade de vida (BIENFAIT, 1999).
O presente estudo é resultado de um projeto de pesquisa, elaborado para a
conclusão do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium. Foi desenvolvido para responder à seguinte questão: A técnica de
pompage realizada para a cadeia miofascial posterior na região cervical tem mais
êxito que o alongamento muscular tradicional da cadeia posterior da coxa?
E, analisar a hipótese, acreditando-se que ambas as técnicas produziriam
efeitos sobre a mobilidade da coluna vertebral, devido ao fato da liberação
miofascial, por envolver um componente de tensegridade, produzindo um efeito
superior ao alongamento através da mobilização das fascias.
1 DESENVOLVIMENTO
1.1 Anatomia da coluna vertebral
Conforme o conteúdo expresso por Bienfait (1995), a coluna vertebral é uma
haste flexível, ao mesmo tempo tutor do tronco e sua articulação, por suportar o
peso da cabeça, dos membros superiores e do tronco. Todos os eixos de movimento
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de uma vértebra passam por seu núcleo subjacente, que atua como rótula articular.
Para proteção do canal medular, os corpos vertebrais não têm nenhuma
possibilidade de deslizamento entre si, imperativo de proteção que é assegurado
devido ao sistema ligamentar anterior.
Segundo Gardner e Osburn (1980), esqueleto axial forma-se de coluna
vertebral, crânio e esqueleto torácico. A coluna vertebral apresenta uma estrutura
curvada e flexível, apresentando cinco divisões principais, sendo: sete vértebras do
pescoço (C1 - C7), em seguida doze vértebras torácicas (T1 - T12) e as que dão
suporte à região inferior do dorso, cinco vértebras lombares (L1 - L5), cinco
vértebras sacrais fundidas em um osso chamado de sacro, que se articula com o
quadril, e, inferiormente a ele, há, geralmente, quatro vértebras coccígeas, que se
fundem em um único osso triangular chamado de cóccix.
1.2 Cinesiologia da coluna vertebral
A cinesiologia é a ciência que tem como enfoque a análise dos movimentos
do corpo humano. Se movimento é vida, desta forma, podemos entender,
hermeneuticamente, o estudo da vida através dos movimentos do corpo. (MYERS,
2012).
Deve-se enfatizar, então, a necessidade das pessoas manterem a postura
correta, pois os vícios posturais vêm desencadeando muitas patologias nas crianças
e em adultos, sendo de grande importancia mantê-la da forma adequada para se ter
uma melhor qualidade de vida (FOX, 1983).
1.3 Cadeia posterior
A cadeia muscular posterior constitui-se de feixes de músculos e fáscias, com
um poder de encurtamento e uma tendência para a retração sem paralelo no
sistema muscular tônico do corpo. Dentro dos paradigmas dos métodos Mézieres,
tudo parte do encurtamento da cadeia muscular posterior, ou seja, os encurtamentos
relativos a outras cadeias musculares, como o das cadeias cruzadas anteriores na
hipercifose dorsal, advêm da transmutação da contração da cadeia posterior para a
anterior, eventualmente mediada por meio da cadeia inspiratória (FOX, 1983).
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1.4 Alongamento
Quando falamos em alongamentos, estamos nos deparando com a
flexibilidade e a amplitude de movimento disponível em uma articulação ou grupo de
articulações (ALTER, 1999).
Os tecidos musculares são responsáveis pelos movimentos corporais; eles
são constituídos por células alongadas, que contêm grande quantidade de
filamentos citoplasmáticos, responsáveis pela contração (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
1999).
1.5 Liberação Miofascial
A LM é entendida como uma técnica de terapia manual em que a pressão é
aplicada ao músculo e à fáscia muscular. Tem como objetivo principal ‘esticar’ a
fáscia e facilitar as alterações de comprimento histológico, para aliviar alguns dos
sintomas de restrição fascial (BEHM apud CARVALHO et al. 2017). “Quando é
utilizada, a aplicação apropriada de estresse ao tecido resulta em relaxamento, tanto
da fáscia quanto do músculo” (GREENMAN, 2001, p. 148).
1.5.1 Pompage
A pompage é um tipo de liberação miofascial, que se baseia em técnicas que utiliza
o tensionamento e a educação respiratória, cujo objetivo é tratar e/ou minimizar as
retrações teciduais, que são responsáveis pelas dores permanentes ou
semipermanentes, que dificultam ou impedem uma melhor qualidade de vida
(BIENFAIT, 1999).
2 METODOLOGIA
2.1 Procedimentos Metodológicos
A pesquisa teve como objetivo foi verificar o efeito agudo da liberação
miofascial cervical e do alongamento ativo da cadeia posterior sobre a mobilidade da
coluna vertebral, de forma experimental, com abordagem quantitativa, sendo um
estudo randomizado.
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2.2 Condições Ambientais
A pesquisa foi realizada na clínica de Reabilitação Física Dom Bosco do
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, situado à Rua Nove de Julho, n°
1010, na cidade de Lins, Estado de São Paulo.
2.3 Casuística e Métodos
Para iniciar a pesquisa, selecionaram-se voluntárias do sexo feminino, que se
enquadraram na faixa etária de 18 a 30 anos, sendo estas graduandas do Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins.
Os critérios de inclusão foram: voluntárias, sedentárias por, no mínimo, 3
meses e que apresentassem déficit de mobilidade da CV avaliado através do Banco
de Wells (abaixo da média ou fraca, não ultrapassando 29 cm de amplitude no
teste), de acordo com os seus parâmetros.
Os critérios de não inclusão foram: voluntárias submetidas a cirurgias na
coluna ou que apresentassem estenose do canal medular, fratura vertebral,
espondilolistese, neoplasias, infecções agudas, doenças hemorrágicas, tuberculose
ativa, trombose venosa profunda recente, osteoporose, ou qualquer lesão
musculoesquelética que as impedisse de participar da pesquisa, alterações de
sensibilidade cutânea, utilização de marca-passo, mulheres no período menstrual e
gestantes, ingestão de analgésicos ou anti-inflamatórios nas últimas 48 horas.
Durante a pesquisa, o critério de exclusão foi o de voluntárias que
apresentaram desconforto ou aversão às técnicas aplicadas, bem como durante a
avaliação através do Banco de Wells.
Foram recrutadas 28 voluntárias estudantes do Unisalesiano de Lins-SP,
através de divulgações orais pelas pesquisadoras em salas de aula. Coletaram-se
os dados inerentes à idade, altura e peso, para verificação do Índice de Massa
Corporal (IMC); logo após, executou-se uma avaliação com o banco de Wells, na
qual foram excluídas 8 voluntárias, sendo 4 por apresentarem hiperflexibilidade da
coluna vertebral, 1 por luxação patelar, 2 por quadro álgico na lombar durante a
execução do movimento e 1 por obesidade, de acordo com o IMC.
O Banco de Wells consiste num banco retangular de madeira, com um
prolongamento que possui uma régua graduada em centímetros, em que a sua
superfície corresponde ao ponto zero, e os níveis acima e abaixo correspondem a
valores negativos e positivos, respectivamente. Para a mensuração, as voluntárias
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permaneceram sentadas, com os pés unidos, apoiados sobre o banco, sendo
solicitada a flexão máxima do tronco de forma lenta, mantendo as pernas em
extensão, até atingir a amplitude máxima. As mãos das voluntárias permaneceram
sobrepostas, para evitar eventuais rotações de tronco, e foram orientadas em
direção à régua mantendo a cervical neutra. Foram realizadas três tentativas, no
qual o avaliador observou qual ponto da régua cada voluntária alcançou com os
dedos médios, e anotou o maior valor, em centímetros, como utilizaram Zatarin e
Bortolazzo (2012).
Após a realização do teste, as voluntárias foram divididas em dois grupos
aleatoriamente, através de um sorteio com um envelope, dentro do qual constava o
grupo de destino. As voluntárias e o avaliador não receberam informações sobre o
grupo ao qual pertenceriam.
2.4 Protocolo
Iniciou-se com o teste do Banco de Wells, em que cada voluntária fez 3
repetições. A seguir, foram encaminhadas para o procedimento por elas sorteado,
ou seja, alongamento ou pompage, ambas as técnicas realizadas com a duração de
1 minuto, com reavaliação em sequência.
O Grupo Alongamento (GA) foi composto de 10 voluntárias, com média de
idade de 20,2 ± 1,8 e média de IMC 23,3 ± 3,3. As participantes que permaneceram
nesse grupo receberam o alongamento estático da cadeia posterior inferior.
A postura escolhida para a aplicação do alongamento foi a chamada de
"sentar e alcançar", considerada eficiente para o alongamento dos músculos
isquiotibiais (DAVIS; ASHBY, apud GREGO NETO; MANFFRA, 2009).
O alongamento foi realizado da seguinte forma: a voluntária se posicionou
sentada na maca, com os membros inferiores unidos e esticados, e os membros
superiores paralelos aos inferiores de forma ereta, com a palma da mão girada para
o solo, ambos não podendo ser flexionados em momento algum durante o
procedimento; em seguida, os braços foram levados em direção aos pés até seu
limite, realizando, assim, uma flexão máxima do tronco. O terapeuta deu o apoio na
região posterior da voluntária, de modo que não retornasse à posição normal,
garantindo, assim, um melhor efeito da técnica. A posição foi mantida por 60
segundos.
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2.5 Alongamento tradicional
O Grupo Liberação Miofascial (GLM) foi composto por 10 voluntárias, com
média de idade de 22,8 ± 3,8 e IMC de 22,5 ± 2,4. As participantes que
permaneceram neste grupo receberam a liberação miofascial, que foi executada
através da técnica pompage global. Esta manobra, independentemente de qualquer
mobilização global da fáscia, relaxa todas as tensões à distância. Uma técnica muito
agradável, relaxante, que prepara o paciente, tanto física quanto moralmente,
tornando-o mais confiante (BIENFAIT, 1997).
O paciente posiciona-se em decúbito dorsal, com os membros inferiores
alongados, mas não cruzados. Seus braços ao longo do corpo relaxados, palmas
das mãos giradas para o teto. O terapeuta senta-se confortavelmente à cabeceira do
cliente, os antebraços apoiados sobre a mesa. Escorrega suas duas mãos sob a
cabeça do paciente, com o occipital repousado em suas palmas. Os polegares
devem apoiar-se contra as têmporas, os indicadores sobre as apófises mastoides, a
extremidade dos outros dedos levemente fletidas ao longo da linha curva occipital
superior. A pompage é efetuada através de uma tensão suave e simétrica das mãos.
A posição foi mantida por 60 segundos.
2.6 Pompage global
Fonte: autores, 2017
2.7 Análise estatística
Foi utilizado o teste T de Student para as análises intragrupo e intergrupo, bem
como a diferença do valor pós em relação ao valor pré, sendo que a porcentagem de
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alteração foi mensurada através do Microsoft Office Excel 2007.
2.8 Resultados
Tabela 1: Resultado do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção do
grupo pompage. *Nível de significância de 5% (p<0,05) em relação ao valor pré.
Teste Pré (cm)
Média (DP)
Pós (cm)
Média (DP)
Valor p
Banco de Wells 25,4 ± 5,8 29,5 ± 4,8 0,0011*
Fonte: autores, 2017
Na tabela 1, são apresentados os valores da média e desvio-padrão (DP) dos
resultados do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção das participantes do
grupo pompage. Foi observada diferença estatisticamente significante (p ≤ 0,05) do
teste Banco de Wells (p=0,0011) do valor pós quando comparado ao pré.
Tabela 2: Valores da diferença pós em relação ao pré (cm) e porcentagem de
alteração (%) para o teste de Banco de Wells do grupo pompage.
Testes Diferença pós/pré
(cm)
Porcentagem de alteração
(%)
Banco de Wells 4,1 14
Fonte: autores, 2017
Na tabela 2, são apresentados os valores da diferença pós em relação ao pré
(cm) e porcentagem de alteração (%) para o teste de Banco de Wells das
participantes do grupo pompage. Foi observada diferença de 3,7 centímetros (cm)
do pós em relação ao pré, representando 14% de melhora em relação à mobilidade.
Tabela 3: Resultado do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção do grupo
alongamento. *Nível de significância de 5% (p<0,05) em relação ao valor pré.
Teste Pré (cm)
Média (DP)
Pós (cm)
Média (DP)
Valor p
Banco de Wells 26,4 ± 5,2 30,2 ± 4,7 0,0001*
Fonte: autores, 2017
Na tabela 3, são apresentados os valores da média e desvio-padrão (DP) dos
resultados do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção das participantes do
9
grupo alongamento. Foi observada diferença estatisticamente significante (p ≤ 0,05)
do teste Banco de Wells (p=0,0001) do valor pós quando comparado ao pré.
Tabela 4: Valores da diferença pós em relação ao pré (cm) e porcentagem de
alteração (%) para o teste de Banco de Wells do grupo pompage.
Testes Diferença pós/pré
(cm)
Porcentagem de alteração
(%)
Banco de Wells 3,8 14
Fonte: autores, 2017
Na tabela 4, são apresentados os valores da diferença pós em relação ao pré
(cm) e porcentagem de alteração (%) para o teste de Banco de Wells das
participantes do grupo alongamento. Foi observada diferença de 3,8 centímetros
(cm) do pós em relação ao pré, representando 14% de melhora em relação à
mobilidade.
Tabela 5: Média da diferença do valor pós em relação ao pré do GP e do GA, bem
como o valor p intergrupo.
Teste Diferença
pós/pré do GP
Diferença pós/pré
do GA
Valor p
Banco de Wells 4,1 3,8 0,8752
Fonte: autores, 2017
Na tabela 5, são mostrados os valores da média da diferença do valor pós em
relação ao pré (cm) do GP e do GA e o valor p (0,8752), onde se pode observar que
não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos.
2.9 Discussão
No presente estudo, pode-se observar que, após o emprego das técnicas, os
resultados indicaram que ambos os grupos, dentro das suas condições, obtiveram
efeitos positivos para a mobilidade e a flexibilidade da coluna vertebral. Esta
resposta pode ser explicada pela diminuição na tensão e rigidez teciduais
10
alcançadas através da pompage, e pelo aumento do comprimento das estruturas
encurtadas, obtidas por meio do alongamento.
Bondy e Iron (apud ALMEIDA, 2009) realizaram uma pesquisa na qual
comparam os efeitos do alongamento de 15, 30 e 60 segundos a longo prazo (6
semanas), mostrando que tanto o de 30 segundos, quanto o de 60 segundos foram
eficazes, concluindo que 30 segundos é tempo suficiente para se obter ganho de
ADM em adultos jovens.
A seguinte pesquisa utilizou o tempo de 60 segundos para duração de ambas
as técnicas, pois em diversas pesquisas pôde-se comprovar a eficácia do
alongamento, se for superior a 30 segundos e, com a intenção de manter ambas as
técnicas homogêneas, foi escolhido o mesmo tempo para a sustentação da técnica
de pompage.
Um estudo feito em 2009 por Almeida et al. assegura que 30 segundos de
alongamento muscular realizados uma vez por dia são suficientes para promover
ganhos na extensibilidade muscular de adultos jovens, e não há diferenças em
relação a tempos de manutenção superiores a 30 segundos. Diferente do presente
estudo, no qual foi utilizado o tempo de 60 segundos, porém, obteve também
resultados de melhoria no ganho de flexibilidade.
Souza e Mejia (2010) realizaram um estudo comparativo entre as técnicas de
alongamento ativo e liberação miofascial, baseado somente em temas bibliográficos,
objetivando verificar a utilidade e os benefícios de ambas as técnicas e comprovou-
se, através da bibliografia, que as duas técnicas possuem praticamente a mesma
finalidade, podendo ser usadas, tanto para ganho de amplitude com a técnica de
alongamento, quanto com a técnica de liberação miofascial. Assemelhando-se ao
presente estudo, que foi realizado com a aplicação das mesmas técnicas e com
resultados sólidos: as duas técnicas proporcionaram resultados positivos sob a
mobilidade e flexibilidade da coluna vertebral.
CONCLUSÃO
Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que, tanto a técnica de
pompage realizada para a cadeia miofascial posterior na região cervical, quanto o
alongamento muscular da cadeia posterior, foram eficazes para melhorar a
mobilidade verificada através do banco de Wells, porém, não foi verificada diferença
11
entre os grupos. O estudo teve como limitações o número de participantes, não ter
sido incluído um grupo controle ou placebo e não ter sido realizado o follow-up para
verificar por quanto tempo essa melhora se manteria. Fica em aberto o estudo a
novas pesquisas para comparar os efeitos do alongamento em relação aos diversos
tipos de liberação miofascial, utilizando um maior número de participantes e
incluindo o grupo controle, além da realização do follow-up.
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