síndrome dolorosa miofascial

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Síndrome Dolorosa Miofascial Marcelo Benedet Tournier Médico fisiatra

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Apresentação sobre os conceitos principais relacionados à dor miofascial, seus mecanismos fisiopatológicos conhecidos e os principais músculos acometidos, assim como os pontos gatilho que devem ser tratados.

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Page 1: Síndrome Dolorosa Miofascial

Síndrome Dolorosa Miofascial

Marcelo Benedet Tournier

Médico fisiatra

Page 2: Síndrome Dolorosa Miofascial

Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) Síndrome caracterizada pela presença de

sintomas sensitivos / motores / autonômicos causados por pontos-gatilho (PG)

Page 3: Síndrome Dolorosa Miofascial

Pontos Gatilho (PG)

Ponto palpável hiper-irritável na musculatura esquelética caracterizado por um nódulo palpável doloroso à compressão, com dor e sensibilidade referida, podendo haver disfunções motoras e autonômicas associadas

Page 4: Síndrome Dolorosa Miofascial

Tipos de PGs

Ativo - Causador da queixa álgica/motora/autonômica

Latente - Causa disfunção motora (restrição de movimento articular)

Central - Ponto mais doloroso – podendo haver pontos satélites adjacentes

Satélites - Dolorosos em função do ponto central. Tornam-se inativados quando o ponto central é tratado

De inserção - Localizado nas ênteses

Page 5: Síndrome Dolorosa Miofascial

Prevalência

EXTREMAMENTE COMUM

Page 6: Síndrome Dolorosa Miofascial

Tabela 2.1 da pág 30

Page 7: Síndrome Dolorosa Miofascial

Faixa etária e sexo

31 a 50 anos H = M

Page 8: Síndrome Dolorosa Miofascial

Importância

400 músculos Qualquer um pode desenvolver PGs Importância descrita em várias especialidades da saúde

Espec. dor crônica Fisiatria Acupuntura Anestesiologia Neuro / NC Reumatologia Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais Massoterapeutas

Page 9: Síndrome Dolorosa Miofascial

Morbidade

DOR

IMOBILISMO

CONTRATURAS

ALTERAÇÃOFUNCIONAL

Page 10: Síndrome Dolorosa Miofascial

Intensidade da dor

Isquemia miocárdica Cólica Renal Fraturas ósseas

Page 11: Síndrome Dolorosa Miofascial

Pacientes Mau-diagnosticados

Erro de diagnóstico - SDM subestimada Cirurgias e procedimentos desnecessários

HÉRNIA DE DISCO – EXEMPLO CLÁSSICO

“Failed Back Spine Surgery Syndrome” 15 – 35%

Page 12: Síndrome Dolorosa Miofascial

DOR = CALVÁRIO?

“Pseudo-especialistas” em dor

Dor = histeria?

Colocar “o grito” aqui!!

Page 13: Síndrome Dolorosa Miofascial

Dor miofascial comumente mal-reconhecida

Diagnóstico inicial Dor miofascial

Angina atípica Peitoral maior

Apendicite Reto abdominal

Neuralgia facial atípica ECM, masseter, temporal, trapézio

Enxaqueca, Cef. Crôn. Diária ou tensional

ECM, temporal, cervical post., masseter, pterigoídeo, suboccipitais, trapézio

Sd Desfiladeiro torácico Escalenos

Dispareunia Reto abdominal, assoalho pélvico

Hérnia discal Piriforme, glúteos, quadrado lombar, tensor da fáscia lata

Disfunção da ATM Pterigoídeo medial

Page 14: Síndrome Dolorosa Miofascial

Dor miofascial associada a síndromes dolorosas crônicas Cefaléias cervicogênicas – praticamente

100% LER / DORT – 94,5% SCDR I – 82,1% SCDR II – 56%

76,3% melhoram quando tratados

Page 15: Síndrome Dolorosa Miofascial

Dor miofascial associada a síndromes dolorosas crônicas Dor pélvica – 54% (assoalho, glúteos,

lombar) Dor mielopática – 28% Neuralgia pós-herpética – 61,8% Dor oncológica – 36,5%

Page 16: Síndrome Dolorosa Miofascial

Etiologia

Microtraumas Sobrecargas Emocional / Estresse Frio Idiopática = ??

Page 17: Síndrome Dolorosa Miofascial

Fisiopatologia

Hipótese integrada (Simons)

Rotura fibramuscular

Liberação Caret. Sarcoplasmático

Ca

+

ATP da fibramuscular

DeslizamentoActina - miosina

ENCURTAMENTODA FIBRA

MUSCULAR

Page 18: Síndrome Dolorosa Miofascial

Fisiopatologia

AUMENTO DAAT. CONTRÁTIL

CRISEENERGÉTICA

Aum. Consumo

Local de energia

Regiões isquêmicasno músculo

PONTO GATILHOMIOFASCIAL

Acúmulo de subs.Algiogênicas (IL, BCN, SP)

Page 19: Síndrome Dolorosa Miofascial

Fisiopatologia

Estímulos nociceptivos

Fibras III (A-Delta) – Disestesia / dor espontânea

Fibras IV (C) – Dor à compressão / movimento

Corno posterior daMedula espinhal

Projeção para os tratosRostrais ao córtex

somestésico

Cronificação do

estímulo

SENSIBILIZAÇÃOCENTRAL

SENSIBILIZAÇÃOSEGMENTAR

Aum. Área e intens.da dor

Alt. da percepçãoDolorosa

(ALODÍNEA)

Page 20: Síndrome Dolorosa Miofascial

Fisiopatologia

Feedback Sensitivo: Inibição dos motoneurônios gama fusais

pelas aferências sensitivasAumento do tônus muscular – “Twitch”Necessidade de aumentar recrutamento

nervoso na unidade motora >> Fraqueza

Page 21: Síndrome Dolorosa Miofascial

Fisiopatologia

Alterações autonômicas secundáriasFocais = hipersensibilidade ao toque,

alterações de cor e temperaturaGlobais = sensação de mal-estar, sudorese,

“tontura”

Page 22: Síndrome Dolorosa Miofascial

Quadro clínico

DORPGs e Bandas tensas

2KGf/cm2

Posturas antálgicas Contraturas Deformidades

Page 23: Síndrome Dolorosa Miofascial

Exames complementares

NORMAIS! ENMG

Atividade insersional aumentadaRuídos de repouso na placa aumentados

Teletermografia = ?

Page 24: Síndrome Dolorosa Miofascial

Critérios diagnósticos

Muito discutidos

Page 25: Síndrome Dolorosa Miofascial

Diagnóstico diferencial

FIBROMIALGIA Grande equívoco diagnóstico

Page 26: Síndrome Dolorosa Miofascial

Diagnóstico diferencial

Articular – artrose zigapofisária, OA Inflamatórias – Polimiosite, AR, polimialgia reumática Neurológicas – Radiculopatias, miopatias / neuropatias, síndrome

compartimental Partes moles – Bursites, tendinites, entesites Discogênica – Degeneração discal, protusão / herniação Visceral – TGI, renal, cardíaca Nutricional – Deficiências do complexo B (B1 e B12), ácido fólico,

mio/neuropatia por álcool/drogas, hipotireoidismo, def. Fe/Ca/Mg Infecções – Viral (rubéola), hepatites, miosites virais/bacterianas Psicológicas – Depressão, ansiedade, distúrbios do sono (apnéia)

Page 27: Síndrome Dolorosa Miofascial

TRATAMENTO

Equipe multiprofissional Modificação de estilo de vida

Alongamentos e atividades físicas Modificações ergonômicas

Farmacoterapia Tratamento direto dos PGs

Injeção/Agulhamento dos PG Spray gelado

Page 28: Síndrome Dolorosa Miofascial

Síndrome Dolorosa Miofascial

CABEÇA, PESCOÇO E MEMBRO SUPERIOR

Page 29: Síndrome Dolorosa Miofascial

TRAPÉZIO

Forma de diamante Superior Médio Inferior

Inervação N. acessório C2 a C4

Função Sup – Posterioriza

clavícula Med – Aduz escápula

Page 30: Síndrome Dolorosa Miofascial

TRAPÉZIO

Ativação/Perpetuação Altura da mesa Bolsa feminina Sutiã

Page 31: Síndrome Dolorosa Miofascial

TRAPÉZIO Correções

Postura sentado “Contrái-relaxa” Mãos nos bolsos

Page 32: Síndrome Dolorosa Miofascial

Sintomatologia complexa Cefaléia frontal/temporal/occipital Dor facial atípica Lacrimejamento Vertigem

Anatomia Origem – Processo mastóide Ins – Região posterior da clavícula e

sobre o Esterno Função

Girar a face e fletir o pescoço Auxiliar na inspiração

Inervação N. Acessório

ESTERNOCLEIDOMASTOÍDEO

Page 33: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESTERNOCLEIDOMASTOÍDEO Ativação/Perpetuação

Postura inadequada Uso do telefone

Correções Postura ao dormir/ler na cama Corrigir anteriorização cervical Dismetria dos membros inferiores

Page 34: Síndrome Dolorosa Miofascial
Page 35: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Anterior, médio e posterior Causa ignorada de

Síndrome do Desfiladeiro Torácico

Anatomia Origem – Processos

transversos cervicais Ins – Ant/med – 1ª costela;

post – 2ª costela Inervação: raízes de C2 a

C7 Função

Estab. Rotação cervical Auxiliar a inspiração

Page 36: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Dor referida – pode ser irradiada Post – Borda da

escápula Ant – Região

peitoral Lat – Irradia para o

braço até o polegar (confunde com STC)

Page 37: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

SintomasDor miofascial – porção radial do membro

superiorDesf. Torácico – porção ulnar do membro

superior

Page 38: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Ativação/PerpetuaçãoElevação de peso acima dos

ombrosTosseDismetria

Page 39: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Exame do paciente Evitar cirurgia Adison – presente em

apenas 15%Teste da cãibra do

escaleno

Page 40: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Exame do pacienteTeste do alívio do escaleno

Page 41: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Exame do pacienteTeste da flexão dos dedos

Page 42: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Ações corretivasAlongamentosRespiração

coordenada ao invés da paradoxal

Page 43: Síndrome Dolorosa Miofascial

ESCALENOS

Ações corretivas Cama e travesseiro Evitar esforços com

MMSS elevados Alterar óculos e local

de estudo/leitura Travesseiro

Ver travesseiro do paciente!

Decúbito lateral

Page 44: Síndrome Dolorosa Miofascial

Síndrome Dolorosa Miofascial

COLUNA LOMBOSSACRA E MEMBROS INFERIORES

Page 45: Síndrome Dolorosa Miofascial

QUADRADO LOMBAR

Dor sacroilíaca e lombar baixa

Ativado quase sempre Anatomia

Fibras iliocostais 12ª costela – crista

ilíaca Fibras iliolombares

Processos transversos lombares – crista ilíaca

Fibras lombocostais 12ª costela – 2ª/4ª/5ª

vértebras lombares

Page 46: Síndrome Dolorosa Miofascial

QUADRADO LOMBAR

Inervação – nn toracolombares

Função Estabilizar coluna lombar Elevar pelve

Sintomas Dor lombar baixa Não consegue virar na cama /

ficar de pé / andar Pode ter dor ao tossir e ao

evacuar FACILMENTE CONFUNDIDA!

Page 47: Síndrome Dolorosa Miofascial

QUADRADO LOMBAR

Ativação/Perpetuação Má postura

Levantar-se Torção da coluna Ao dormir (sem trav. Entre

as pernas)

OA quadril Dismetria

Page 48: Síndrome Dolorosa Miofascial

QUADRADO LOMBAR

Exame do paciente

Page 49: Síndrome Dolorosa Miofascial

QUADRADO LOMBAR

Correção Dismetria Cama/Trav Levantar-se da

cadeira Auto-Alongamento

Page 50: Síndrome Dolorosa Miofascial

PIRIFORME

Síndrome do piriforme Dor miofascial Compressão do n. isquiático “Pseudo-radiculopatia”

Anatomia Origem – Região interna do

sacro Ins – Trocânter maior do fêmur

Inervação – raízes S1 e S2 Função

Rotador externo curto do quadril

Estabiliza membro na marcha

Page 51: Síndrome Dolorosa Miofascial

PIRIFORME

Sintomas Dor

Claudicação Região lombar/nádega/post.

Coxa Piora ao sentar/andar/ficar de

Encarceramento do nervo Forame isquiático maior

Page 52: Síndrome Dolorosa Miofascial

PIRIFORME

Ativação: Sobrecarga aguda Quedas Limitação da rotação dos

MMII (corrida) Alteração da sacroilíaca Sensibilização do músculo

(radiculop. Leve)

Page 53: Síndrome Dolorosa Miofascial

PIRIFORME

CorreçãoTravesseiro entre as pernasAuto-alongamentos

Page 54: Síndrome Dolorosa Miofascial

OBRIGADO!

Até a próxima...