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Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade Folha 1 // 13 C.9 – Taxa de mortalidade por causas externas O indicador mede o número de óbitos por causas externas (conjunto de acidentes e violências) por 100.000 habitantes, estimando o risco de morrer por essas causas. É calculado pela relação Número de óbitos de residentes, por causas externas População total residente ajustada para o meio do ano x 10.000 Os óbitos por causas externas correspondem ao capitulo XX da CID-10 (códigos V01 a Y98) (em vigor de 1996 até o presente) e aos códigos E800 a E999 da Classificação Suplementar de Causas Externas da CID-9, que esteve vigente até 1995. As fontes de dados são as seguintes: No numerador óbitos por causas externas informados ao Sistema de Informação sobre Mortalidade No denominador população total residente, estimada pelo IBGE Apresenta as limitações inerentes a essas fontes, tais como: Cobertura do SIM: 88% em 2005 (com tendência à elevação) com importantes variações regionais (ver indicador F.11) e Qualidade: 8,3% de causas mal definidas em 2006 (com tendência à diminuição), também com importantes variações regionais (ver indicador C.5) BRASIL: análise da série histórica (Gráficos 9.1 a 9.6) Taxa em 1990, igual a 69,9 por cem mil habitantes, eleva-se até 1996 (75,9 por cem mil habitantes). A partir daí, declina até o ano 2000, voltando ao valor de 1998 e, a partir de 2003, mostrando ligeira tendência ao declínio. Taxas mais elevadas estão nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Análise no tempo mostra taxas decrescentes na região Sudeste, estáveis no Sul e crescentes no Centro-Oeste, em 2004, com valor elevado (82,0 por cem mil habitantes) Sugere-se calcular o indicador segundo sexo visto que a razão entre as taxas masculinas e femininas é bastante elevada Razão taxas M/F 4,5 (ver distribuição segundo sexo – indicador C.9)

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Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 1 // 13

C.9 – Taxa de mortalidade por causas externas

O indicador mede o número de óbitos por causas externas (conjunto de acidentes e violências) por 100.000 habitantes, estimando o risco de morrer por essas causas.

É calculado pela relação

Número de óbitos de residentes, por causas externas População total residente ajustada para o meio do ano

x 10.000

Os óbitos por causas externas correspondem ao capitulo XX da CID-10 (códigos V01 a Y98) (em vigor de 1996 até o presente) e aos códigos E800 a E999 da Classificação Suplementar de Causas Externas da CID-9, que esteve vigente até 1995.

As fontes de dados são as seguintes:

No numerador óbitos por causas externas informados ao Sistema de Informação sobre Mortalidade

No denominador população total residente, estimada pelo IBGE

Apresenta as limitações inerentes a essas fontes, tais como:

Cobertura do SIM: 88% em 2005 (com tendência à elevação) com importantes variações regionais (ver indicador F.11) e

Qualidade: 8,3% de causas mal definidas em 2006 (com tendência à diminuição), também com importantes variações regionais (ver indicador C.5)

BRASIL: análise da série histórica (Gráficos 9.1 a 9.6)

� Taxa em 1990, igual a 69,9 por cem mil habitantes, eleva-se até 1996 (75,9 por cem mil habitantes). A partir daí, declina até o ano 2000, voltando ao valor de 1998 e, a partir de 2003, mostrando ligeira tendência ao declínio.

� Taxas mais elevadas estão nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

� Análise no tempo mostra taxas decrescentes na região Sudeste, estáveis no Sul e crescentes no Centro-Oeste, em 2004, com valor elevado (82,0 por cem mil habitantes)

� Sugere-se calcular o indicador segundo sexo visto que a razão entre as taxas masculinas e femininas é bastante elevada

� Razão taxas M/F ≅ 4,5 (ver distribuição segundo sexo – indicador C.9)

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 2 // 13

NOTA IMPORTANTE

O indicador “Taxa de Mortalidade por Causas Externas” apresenta-se subdividido segundo os principais tipos de acidentes e violências: (Gráfico 9.7)

C.9.1 Taxa de Mortalidade por acidentes de transporte

C.9.2 Taxa de Mortalidade por Agressões e intervenções legais (homicídios)

C.9.3 Taxa de Mortalidade por lesões autoinfligidas (suicídios)

C.9.4 Taxa de Mortalidade por todas as demais causas externas

C.9.5 Taxa de Mortalidade por lesões em que se ignora se foram acidental ou intencionalmente infligidas

No Brasil, essa distribuição mostra predominância das causas intencionais (homicídios), seguidos dos acidentes de transporte. O peso das causas externas em que se ignora se foram acidentais ou intencionais é pequeno, graças a esforços levados a efeito pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, no sentido da melhoria da qualidade da informação (investigação de causas detalhadas junto aos laudos de necropsia nos Institutos de Medicina Legal).

Acidentes de transporte (incluem acidentes de transporte terrestre, aéreos e por água, sendo que os primeiros correspondem a cerca de 98% ao total): em 1990, a taxa foi de 20,2; eleva-se em 1995, 1996, 1997 declina até 2000, provavelmente em conseqüência à entrada em vigor do novo Código de Trânsito Brasileiro (com maior fiscalização, multas mais elevadas, perda de pontos em carteira e possibilidade da perda da própria Carteira de Habilitação) e torna a elevar-se mantendo-se em platô até 2006 (19,9 por cem mil habitantes).

Homicídios: em 1990, taxa de 22,2 por cem mil habitantes. Platô até 1993 (com leve tendência ao declínio) e, em seguida, elevação contínua de 1994 a 2003, quando atinge 29,1 por cem mil habitantes. Declínio para 26,9 em 2004 e certo equilíbrio, após. Os declínios podem ser atribuídos, provavelmente, à campanha do desarmamento, já que a maior parte dessas mortes foi devida à arma de fogo.

Suicídios: em 1990, taxa de 3,4 por cem mil habitantes, eleva-se até 4,34 em 1997, declina até 3,98 em 1998 e eleva-se novamente, mantendo-se em platô de 2001 a 2004 (4,4 por cem mil habitantes). É preciso lembrar que o número de óbitos por suicídio é habitualmente subenumerado (em todos os países do mundo), representando, portanto, essa taxa, um valor mínimo para a estimativa do risco de morrer por essas causas.

Causas Externas em que se ignora se foram acidentes ou intencionalmente infligidas: são definidas como os casos em que, apesar de

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 3 // 13

investigações, não foi possível chegar a uma causa definida, ou seja, é possível saber que a morte sobreveio em conseqüência a uma lesão, mas, desconhecem-se as circunstâncias do evento causa da lesão. Seu número, maior ou menor, vai influenciar, portanto, as taxas dos tipos bem definidos. Os números encontram-se, em declínio devido ao investimento em melhoria da qualidade da informação.

Gráfico 9.1 - Taxa de mortalidade por causas externas. Brasil e Grandes Regiões, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

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Gráfico 9.2 - Taxa de mortalidade por causas externas. Região Norte, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins

Gráfico 9.3 - Taxa de mortalidade por causas externas. Região Nordeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Maranhão Piauí Ceará

Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco

Alagoas Sergipe Bahia

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 5 // 13

Gráfico 9.4 - Taxa de mortalidade por causas externas. Região Sudeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo

Gráfico 9.5 - Taxa de mortalidade por causas externas. Região Sul, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 6 // 13

Gráfico 9.6- Taxa de mortalidade por causas externas. Região Centro-Oeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal

Gráfico 9.7- Taxa de mortalidade por causas externas, segundo tipos, Brasil. 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Acidentes de transporte Homicídios Suicídios

Causas Externas Intenção Indeterminada Demais causas

C.9.1 – Taxa de mortalidade por acidentes de transporte

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 7 // 13

O indicador mede a estimativa do risco de morrer por acidentes de transporte*, para cada 100.000 habitantes. Os acidentes de transporte, segundo definição internacional incluem acidentes de transporte terrestre, acidentes de transporte aéreo e acidentes de transporte por água

É calculado pela relação

Número de óbitos de residentes, por acidentes de

transporte* População total residente ajustada para o meio do ano

x 10.000

* Códigos V01 a V99 da CID-10, a partir de 1996

As fontes de dados são as mesmas já referidas para as causas externas em geral e, além das limitações citadas para o indicador “Taxa de Mortalidade por causas externas”, pode estar subestimado em razão do número de óbitos por causas externas em que se ignora se as lesões foram acidentais ou intencionais, já referido.

O indicador apresenta valores ao redor de 19 por cem mil habitantes (gráficos 9.8 a 9.13), com algumas oscilações: queda no início da década de 90; aumento na segunda metade da década; novo declínio em 1998 até 2000 (provável reflexo da entrada em vigor do Código de Trânsito Brasileiro) e manutenção em 19 por cem mil habitantes até 2006.

Os dados mais elevados estão nas Regiões Sul e Centro-Oeste, destacando-se os Estados de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

C.9.2 – Taxa de mortalidade por homicídios

O indicador engloba, no numerador, os óbitos por agressões acrescido daqueles motivos por intervenção legal. As taxas são as mais elevadas dentre todos os tipos de causas externas.

No país, excluídos os anos de 1990 e 1991, os valores apresentam-se em ascensão até 2003 (29,1 por cem mil habitantes), após o que declinam para o patamar 26/27 por cem mil. Esse declínio, talvez possa ser explicado em razão das Campanhas do Desarmamento, levadas a efeito, já que a maioria das mortes decorre do uso de arma de fogo. Os valores mais baixos ocorrem na Região Sul (Gráficos 9.14 a 9.19)

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 8 // 13

Gráfico 9.8 - Taxa de mortalidade por acidente de transporte. Brasil e Grandes Regiões, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

Grafico 9.9 - Taxa de mortalidade por acidente de transporte. Região Norte, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 9 // 13

Gráfico 9.10 - Taxa de mortalidade por acidente de transporte. Região Nordeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Maranhão Piauí Ceará

Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco

Alagoas Sergipe Bahia

Gráfico 9.11 - Taxa de mortalidade por acidente de transporte. Região Sudeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 10 // 13

Gráfico 9.12 - Taxa de mortalidade por acidente de transporte. Região Sul, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

Gráfico 9.13 - Taxa de mortalidade por acidente de transporte. Região Centro-Oeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 11 // 13

Gráfico 9.14 - Taxa de homicídios Brasil e grande Regiões, 1990-2006

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Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

Gráfico 9.15 - Taxa de Homicídios. Região Norte, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 12 // 13

Gráfico 9.16 - Taxa de Homicídios. Região Nordeste, 1990-2006

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Maranhão Piauí Ceará

Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco

Alagoas Sergipe Bahia

Gráfico 9.17 - Taxa de Homicídios. Região Sudeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo

Comentários sobre os Indicadores de Mortalidade

Folha 13 // 13

Gráfico 9.18 - Taxa de Homicídios. Região Sul, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

Gráfico 9.19 - Taxa de Homicídios. Região Centro-Oeste, 1990-2006

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal