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PATRÍCIA DA ROSA NUNES ASPECTOS DE CONDIÇÕES DE VIDA E PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES POSTURAIS DOS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL, CAMPUS TUBARÃO Tubarão, 2006

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PATRÍCIA DA ROSA NUNES

ASPECTOS DE CONDIÇÕES DE VIDA E PREVALÊNCIA DE ALTE RAÇÕES

POSTURAIS DOS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA DA UNIVERS IDADE DO

SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL, CAMPUS TUBARÃO

Tubarão, 2006

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PATRÍCIA DA ROSA NUNES

ASPECTOS DE CONDIÇÕES DE VIDA E PREVALÊNCIA DE ALTE RAÇÕES

POSTURAIS DOS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA DA UNIVERS IDADE DO

SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL, CAMPUS TUBARÃO

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador Prof°. Esp. Rodrigo da Rosa Iop

Tubarão, 2006

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu namorado Fabio Vitório

Alípio, e especialmente aos meus pais João Juarez

Gonçalves Nunes e Maria Ester da Rosa Nunes, pois eles

são a razão da minha existência.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, aos meus pais que

muitas vezes abriram a mão de suas vontades para me dar

o estudo, aos meus irmãos, Daniela e Fernando por me

incentivarem durante essa etapa na minha vida, ao meu

namorado Fabio pela ajuda e compreensão. Aos

acadêmicos de fisioterapia que dispuseram a participar do

meu trabalho. Agradeço os meus colegas Henrique e

Vanderlei por me ajudarem na minha coleta de dados. E

em especial ao meu orientador, Rodrigo da Rosa Iop pela

a paciência, compreensão, amizade durante a minha vida

acadêmica.

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“Muitas vezes estamos procurando alguma ou algumas respostas para o nosso coração entender alguns sinais, intuições ou até mesmo saudades de algumas palavras... Algum conselho esquecido no tempo, querendo ser lembrado... aquelas palavras mágicas que nos dá energia e nos abre um sorrisos de esperança. A lembrança de um ontem que sempre é hoje... lagrimas ainda não choradas, porque a esperança é mais forte. Saudades de um tempo que se foi... Ficou na lembrança do passado... Lembrança de um dia quase sem fim... uma resposta as nossas esperanças ... Um só desejo ... ser feliz, estar em paz amando a vidas e as pessoas.”

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RESUMO

Quando um aluno insere-se numa faculdade passa por diversas adaptações, que muitas vezes acabam influenciando no seu estado psicológico, emocional, que nos casos mais grave pode levar a depressão, e como conseqüência sua qualidade de vida vai estar abala. Os objetivos deste trabalho é analisar a qualidade de vida, o índice de depressão e associar as possíveis as possíveis alterações posturais dos acadêmicos do curso de fisioterapia da UNISUL, campus Tubarão. Fizeram parte da amostra os alunos do segundo e oitavo semestre que estavam matriculas no período de 2005B. Os materiais utilizados foram Inventário de Depressão de Beck, WHOQOL-bref, e uma ficha de avaliação postural. Os dados foram analisados estaticamente através do teste não paramétrico de Wilcoxon e uma análise percentual para depressão e alteração postural. As varáveis analisadas da qualidade de vida mostraram melhora significativa (p<0,05) no os escores de qualidade de vida, sendo que no Inventario de Depressão de Beck o maior índice encontrado foi o de depressão mínima ou sem depressão, onde o segundo semestre apresentou 75% e o oitavo semestre 71,43%, e na alteração postural os acadêmicos apresentaram características posturais como anteriorização de cabeça, ombro protuso, retificação de cervical, joelho varo e valgo, pé plano entre outros. Pode-se concluir que não houve relação entre as alterações posturais encontrados com o nível de qualidade de vida e índice de depressão dos acadêmicos. Palavras chaves: qualidade de vida; depressão; acadêmicos de fisioterapia; alterações postural.

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ABSTRACT

When a pupil inserts itself in a college passes for diverse adaptations, that many times finish influencing in its psychological state, emotional, that in the cases most serious he can take the depression, and as consequence its quality of life goes to be shakes. The objectives of this work are to analyze the quality of life, the index of depression and to associate possible the possible posturais alterations of the academics of the course of physiotherapy of the UNISUL, Tubarão campus. The pupils had been part of the sample of as and eighth semester that was you register the period of 2005B. The used materials had been Inventory of Depression of Beck, WHOQOL-bref, and a fiche of postural evaluation. The data had been analyzed static through the test distribution free of Wilcoxon and a percentile analysis for depression and postural alteration. You beached a ship them analyzed of the quality of life had shown significant improvement (p<0,05) in you prop up of quality of life, being that in Inventario de Depression de Beck the biggest joined index was of minimum depression or without depression, where as the semester presented 75% and eighth semester 71.43%, and in the postural alteration the academics had presented posturais characteristics as anteriorização of head, shoulder protuso, rectification of cervical, knee beach a ship and valgo, plain foot among others. He can yourself be concluded that he did not have relation enters the joined posturais alterations with the level of quality of life and index of depression of the academics. Words keys: quality of life; depression; physiotherapy academics; alterations postural.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - Cadeias musculares secundárias ............................................................................. 23

Figura 2 - Cadeia respiratória.................................................................................................. 23

Figura 3 - Cadeia posterior ...................................................................................................... 24

Figura 4 - Cadeia ântero – medial do quadril .......................................................................... 25

Figura 5 - Cadeia anterior do braço ........................................................................................ 26

Figura 6 - Cadeia ântero – medial do ombro........................................................................... 26

Figura 7 - Pé plano .................................................................................................................. 30

Figura 8 - Hiperestensão de joelho.......................................................................................... 34

Figura 9 - Joelho valgo ............................................................................................................ 35

Figura 10 - Joelho semifletido................................................................................................. 36

Figura 11 - Coluna vertebral.................................................................................................... 37

Figura 12 - Retificação da coluna vertebral ............................................................................ 45

Figura 13 – Escoliose .............................................................................................................. 46

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LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Índice de depressão encontrada............................................................................. 66

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Os efeitos da atividade muscular ........................................................................... 21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Índice das principais alterações encontradas.......................................................... 71

Tabela 2 - Escores obtidos no WHOQOL - Aspecto Físico.................................................... 79

Tabela 3 - Escores obtidos no WHOQOL - Aspecto Psicológico .......................................... 81

Tabela 4 - Escores obtidos no WHOQOL - Aspecto Relações Sociais .................................. 84

Tabela 5 - Escores obtidos no WHOQOL – Meio Ambiente ................................................. 85

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15

2 CONCEITO DE CADEIAS MUSCULARES , QUALIDADE DE VID A E

DEPRESSÃO ......................................................................................................................... 19

2.1 Cadeias musculares............................................................................................................. 19

2.1.1 Classificação das cadeias musculares ............................................................................. 22

2.1.1.2 Cadeia respiratória........................................................................................................ 23

2.1.1.3 Cadeia posterior............................................................................................................ 24

2.1.1.4 Cadeia ântero – medial do quadril................................................................................ 25

2.1.1.5 Cadeia anterior do braço............................................................................................... 25

2.1.1.6 Cadeia ântero – medial do ombro................................................................................. 26

2.1.2 Alinhamento postural ...................................................................................................... 27

2.1.2.1 Pé .................................................................................................................................. 27

2.1.2.2 Tornozelo...................................................................................................................... 31

2.1.2.3 Joelho............................................................................................................................ 33

2.1.2.4 coluna vertebral ........................................................................................................... 36

2.1.2.4.1 Estrutura das vértebras que compões a coluna vertebral........................................... 38

2.1.2.4.2 Vista lateral................................................................................................................ 42

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2.1.2.4.2.1 Hiperlordose lombar............................................................................................... 42

2.1.2.4.2.2 Hiperlordose cervical.............................................................................................. 43

2.1.2.4.2.3 Hipercifose ............................................................................................................. 44

2.1.2.4.2.4 Costa Plana ............................................................................................................. 44

2.1.2.2.4 Vista posterior ........................................................................................................... 45

2.2 Depressão........................................................................................................................... 47

2.2.1 Fisiopatologia da depressão............................................................................................. 48

2.2.1.1 Teorias biológicas......................................................................................................... 49

2.2.1.2 Neuroendocrinologia .................................................................................................... 50

2.2.1.2.1 Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA).................................................................. 50

2.2.1.2.2 Eixo hipotálamo-hipofise-tireóide............................................................................. 52

2.2.1.3 Teoria genética ............................................................................................................. 52

2.2.1.4 Fatores psicossociais .................................................................................................... 53

2.2.2 Classificação da depressão ............................................................................................. 53

2.2.2.1 Depressão leve.............................................................................................................. 53

2.2.2.2 Depressão moderada..................................................................................................... 54

2.2.2.3 Depressão grave............................................................................................................ 54

2.3 Qualidade de vida............................................................................................................. 54

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................................. 58

3.1 Caracterização da Pesquisa ............................................................................................ 58

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível .................................................................................... 58

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem............................................................................. 59

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados......................... 59

3.2 População e amostra ........................................................................................................ 59

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3.3 Instrumentos utilizados para coletas de dados ............................................................. 60

3.4 Procedimentos utilizados para coleta ............................................................................ 61

3.5 Procedimentos utilizados para análise dos dados ......................................................... 61

3.5.1 Protocolo de avaliação do questionário WHOQOL-bref ................................................ 61

3.5.2 Protocolo de avaliação do Inventário de Depressão de Beck.......................................... 63

3.5.3 Avaliação postural ........................................................................................................... 63

3.6 Limitação do estudo ........................................................................................................ 64

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ......................................................................... 65

4.1 Caracterização da amostra ............................................................................................. 65

4.1.1 Inventário de depressão de Beck ..................................................................................... 65

4.1.2 Alteração postural............................................................................................................ 69

4.1.3 Questionário de Qualidade de Vida ................................................................................ 78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 87

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 90

APÊNDICES ........................................................................................................................ 100

APÊNDICE A – Analise postural, vista anterior, lateral, posterior, flexão lateral e flexão

posterior ................................................................................................................................. 101

ANEXOS .............................................................................................................................. 103

ANEXO A – Termo de consentimento ................................................................................. 104

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ANEXO B – Questionário de Qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde

Abreviado (WHOQOL – bref) .............................................................................................. 106

ANEXO C – Inventário de Depressão de Beck ..................................................................... 112

ANEXO D – Ficha de avaliação postural............................................................................... 117

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1 INTRODUÇÃO

Com a evolução e a necessidade de utilizar as mãos os seres humanos assumiram

a postura ereta ou bípede. Trazendo a vantagem, de que as mãos ficam livres facilitando o

individuo a movimentar-se com mais facilidade ampliando assim o seu campo visual. A

desvantagem é que aumenta a sobrecarga na coluna vertebral e nos membros inferiores,

dificultando o transporte de sangue para o cérebro (MAGEE, 2002).

Com as mãos livres os seres humanos tiveram que se adaptar com as novas

situações, para a sua sobrevivência, trazendo assim mais funcionalidade para o seu corpo.

Os organismos respondem às mudanças ambientais desenvolvendo uma forma,

função ou comportamento adequado as novas circunstâncias (GOULD, 1993).

Bracccialli e Vilarta (2001) descrevem que o homem é um ser constantemente

influenciado por estímulos externos e internos, biológicos, sociais e ou culturais,

momentâneos ou definitivos, os quais desencadeiam constantes adaptações.

O autor acima ainda relata que por intermédio dos processos adaptativos, o

homem busca sua convivência harmoniosa com o meio, visando o seu bem estar.

Junto a essa evolução dos seres humanos veio, como conseqüência, a vida

moderna. Resultando não só o conforto em alguns aspectos com luz elétrica, facilidade em

locomover-se, facilitando as AVD`s e interferindo diretamente na qualidade de vida, pois com

essas comodidades as pessoas ficam mais sedentárias, permanecendo mais tempo sentado

numa mesma posição, levando assim a uma série de conseqüências como posturas

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inadequadas, falta de comunicação pelo fato que ficam cada vez mais envolvidas com o seu

trabalho faltando tempo para realizar algum tipo de atividade em grupo, e como

conseqüências as pessoas tornam-se menos comunicativas.

Sendo que os padrões culturais e o estilo de vida moderna impõem cada vez mais

atividades especializadas e limitadas levando a uma sobre carga estrutural e psicológica no

individuo.

Com o advento de grandes centros urbanos, estabeleceu um ritmo de vida

considerado alucinante, com excesso de horas de trabalho e uma pressão excessiva para serem

cada vez mais produtivas, ou seja, as pessoas têm que trabalhar cada vez mais para tornar-se

melhor, sempre trazendo novidades para não perder seu emprego. O lado profissional passou,

portanto, a ser a face predominante do ser humano, que se sentiu forçado a ser um super-

profissional ou se destacar entre seus colegas de faculdade.

A qualidade de vida acaba sendo alterada devido às situações de estresse que as

pessoas são submetidas diariamente, como por exemplo: um pai de família para manter seu

emprego num mercado de trabalho tão concorrido, ou um acadêmico sendo submetido a

provas, trabalhos e estágios, ou até mesmo as insegurança do mercado de trabalho quando

consegue ser formar, e com isso algumas pessoas encontram-se frustradas com esses

acontecimentos, pois nem sempre acontece como se espera.

O estresse ocupacional aparece em decorrência das tensões do trabalho e vida

profissional e pode ser gerado por fatores decorrentes do próprio individuo ou pertencentes às

condições e ao ambiente de trabalho.

O excesso de estresse pode acontecer também devido ao ambiente de trabalho não

é muito agradável ou o indivíduo não se identifica com os seus colegas tanto do lado

profissional quanto na faculdade, isso pode afetar a produção do indivíduo, trazendo como

conseqüência a diminuição da concentração e observação, aumenta o índice de erros, afeta a

organização e planejamentos de dados, elevando a tensão, trazendo prejuízos de ordem

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emocional, diminuído o auto-estima, provocando desinteresse pelo o estudo e o número de

falha aumenta podendo assim levar a uma desistência de suas atividades como, por exemplo,

um acadêmico acaba deixando de lado o curso que esta realizando.

Concomitantemente a essa sobre carga emocional negativa, baixa auto-estima se

propaga através de circuitos continuo ao corpo, tais como: uma postura curvada, fácies

entristecida, vozes baixa e monótona, lentificação do discurso, tendência a choro no subtipo

melancólico ou pode mostrar-se irritável, ansioso, inquieto.

Pessoas com o quadro depressivo reclamam freqüentemente de desânimo, cansaço

nas atividades habituais, dificuldade para se concentrar ou tomar decisões, dores corporais

acompanhadas de angústia, insônia fazendo queixas com mais freqüência. Expressões como:

dificuldade de levar a vida, acordar cansado, dificuldade no trabalho, geralmente essas

pessoas encontram-se com uma postura inadequada, sendo que isso é uma conseqüência de

uma má qualidade de vida, pois as grandes sobre carga que são expostas todos os dias acabam

levando os indivíduos a maus hábitos, levam eventualmente a alterações posturais, quadro de

depressão e uma qualidade de vida ruim.

O desgaste sofrido pelo corpo humano, devido às próprias atividades da vida

diária irregulares, e o estresse que são submetidas diariamente levam a uma adoção de

posturas inadequadas. A má postura é aquela em que existe uma falta de relacionamento das

várias partes corporais, a qual induz a um aumento de sobrecarga às estruturas de suporte, o

que pode resultar em dor (BARREIRA; 1994).

Os acadêmicos de uma faculdade são submetidos constantemente a trabalhos que

exigem muito do seu corpo e mente. E como conseqüência acabam deixando a suas atividades

de lado para conseguir um melhor resultado.

Ao deixar de fazer as atividades de lazer, como sair com os amigos, viajar, estar

com os familiares, acaba interferindo na sua qualidade de vida tornando-se mais sedentários e

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menos comunicativos devidos às preocupações podendo levar a crises depressivas e postura

inadequadas.

O interesse neste tema é devido ao grande número de aluno procurando

tratamento médico, psicológico e até mesmo as desistências que são cada vez mais freqüentes

da faculdade, devido ao estresse que são submetidos a cada dia.

O objetivo geral desse trabalho é de avaliar a qualidade de vida, depressão dos

acadêmicos que fazem parte da segunda e oitava fase do curso de fisioterapia da Universidade

do Sul de Santa Cataria-UNISUL, campus Tubarão no período de 2005B e associar as

possíveis alterações posturais. E os objetivos específicos são traçar o perfil postural, analisar a

qualidade de vida e o índice de depressão.

Esta pesquisa é de um caráter descritivo quanto ao nível, quanto à abordagem é

quali-quantitativa e ao procedimento é de levantamento.

No segundo capítulo deste trabalho está descrito as principais cadeias musculares,

as principais alterações posturais, relatar também sobre a depressão e sua classificação,

bioquímica, teorias e por último há uma descrição sobre qualidade de vida.

No terceiro capítulo encontra-se a metodologia realizada no trabalho, explicação

dos questionários e condutas realizada durante o trabalho. No quarto capitulo encontra-se a

discussão e dados encontrados na pesquisa, e no último capítulo está a conclusão do trabalho.

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2 CONCEITO DE CADEIAS MUSCULARES, QUALIDADE DE VIDA E

DEPRESSÃO

2.1 Cadeias musculares

O termo cadeias musculares e articulares refere-se a um método preventivo e

terapêutico através da organização do sistema locomotor em grupos musculares (MORAES,

2002).

Campignion (2003) descreve que as cadeias musculares tratam-se de um método

global de fisioterapia abordando a prevenção, tratamento e manutenção do sistema músculo

esquelético.

O equilíbrio é controlado pelo sistema motor extrapiramidal, com base em

informações recebidas essencialmente da visão, do sistema vestibular e do sistema

proprioceptivo que são os músculos e articulações (SOUCHARD; OLLIER, 2001).

O equilíbrio pode ser a resultante de desequilíbrios iguais e de sentidos contrários,

originando assim um mecanismo de defesa e de adaptação dos segmentos corporais

(SOUCHARD; OLLIER, 2001).

Para a manutenção do equilíbrio é necessário uma desorganização de um

segmento do corpo e uma nova adaptação dos outros segmentos. Como por exemplo, a cabeça

é colocada para frente às costas assumem a posição para trás e o ventre a frente em um

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deslocamento de massa de força e direção contraria a toda forma desequilibrante

(SOUCHARD, 1998).

Para que haja um alinhamento dos segmentos, ou seja, um empilhamento dos

mesmos uns sobre os outros, deve existir certa rigidez para que possa ficar em um constante

equilíbrio, garantindo assim a união das articulações. Porém, quando há um deslocamento de

massas é necessário uma reequilibração, ou quando os movimentos de pequenas dinâmicas,

como andar, ou de grande dinâmica como correr, cada uma das articulações deve apresentar

mobilidade em todos os seus eixos articulares (SOUCHARD, 1986 apud MORAES, 2002).

A cada instante, a ação da gravidade é enfrentada por finos reajustes, cujos

instrumentos são os músculos, sendo que importante observar que o equilíbrio não é tão

estático quanto parece, já que resulta de continuas repercussões de pequenos desequilíbrios. A

regulação do equilíbrio deve se compor com o desequilíbrio induzido pela pulsão

psicomportamental, além de compor-se com os efeitos da gravidade (CAMPIGNION, 2003).

Bertherat (apud MORAES, 2002) relata que não é somente o esforço para ficar

em equilíbrio que encurta o músculo e sim um conjunto de movimentos sejam de grande ou

pequena amplitude. Sendo que esses desequilíbrios são causados pelo o excesso de força e

não pela fraqueza muscular.

Souchard e Ollier (2001) descrevem que nossa musculatura é constituída de

músculos dinâmicos (fásicos) e de músculos estáticos (tônicos).

Os músculos dinâmicos não são indispensáveis à manutenção da posição ereta,

pois possuem pouco tônus e podem relaxar por sedentarismo, como por exemplo, os músculos

abdominais (SOUCHARD, 2003).

Os músculos estáticos são conhecidos como os músculos antigravitários (tríceps

sural, reto femoral, isquiotibiais pelvitrocantericos e os espinhais), sendo que seu papel é de

suspender em particular a cintura escapular e o tórax. Incluem-se então os escalenos, trapézio

superior, os intercostais e o sistema músculo fibroso mediastínico, que suspende o centro do

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nervo frênico e por seu intermediário, uma grande parte da massa visceral (SOUCHARD,

2003).

O autor acima relata que outra função desses músculos é a manutenção da postura

devido ao equilíbrio das tensões recíprocas dos músculos rotadores internos e externos,

adutores e abdutores permitindo assim manter nossos segmentos em um eixo correto.

No quadro 1 estão descritos os efeitos da atividade muscular nos músculos da

estática e da dinâmica.

Atividade muscular Papéis positivos Inconvenientes

Os músculos da estática contra a

gravidade

Ação indispensável e eficaz Há compressão das

articulações

Músculos da estática exercendo

seu tônus (função estática) em

relação aos mesmos estáticos

quando se contraem (função

dinâmica).

Permitem ao mesmo tempo

manter-se e mover-se. Esta

pluralidade de possibilidades

evita a necessidade de

músculos específicos para cada

função

Atividade constante

acarretando

encurtamento e rigidez

Músculos estáticos tracionando

num sentido e contra estáticos

tracionando no outro

Permitem manter o corpo em

equilíbrio, em boa posição.

Os mais rígidos puxam

para si, o corpo se

deforma, os movimentos

são freados.

Músculos estáticos contra os

músculos da dinâmica

Cada um com o seu papel

específico: eficácia, economia

de energia.

Com valor igual, os

estáticos levam vantagem

sobre os dinâmicos. A

respiração é bloqueada

Músculos da dinâmica

contraem-se para fazer o

movimento

Permitem os gestos

principalmente de grande

amplitude

Podem relaxar-se por

sedentarismo

Músculos da dinâmica

confrontados com a necessidade

de manter-se em pé

Efeito pouco significativo, já que eles só possuem um

pouco de tônus.

Quadro 1- Os efeitos da atividade muscular Fonte: Souchard e Ollier (2001).

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Busquet (2001) denomina os músculos da estática em músculos do reequilíbrio,

pois está em equilibro constante, mesmo quando em momento ou na estática. Esses músculos

do reequilíbrio não vão gerar e sim estarão gerenciando movimento para que ele se torne

global e coordenado, gerando assim uma posição confortável para o indivíduo.

Todo problema álgico modifica a estática, onde recruta músculos para criar uma

compensação antálgica, confortável, ou seja, a prioridade está no conforto do indivíduo, que

vai “pagar” pelo recrutamento do músculo, a fim de obter uma atitude antálgica menos

econômica, sendo que outros músculos vão ser requisitados para reequilíbrar o indivíduo na

sua globalidade (BUSQUET 2001).

O mesmo autor ressalta que as cadeias musculares representam circuitos em

continuidades de direção, de plano, através dos quais se propagam às forças organizadoras do

corpo e formam os esquemas de compensações.

2.1.1 Classificação das cadeias musculares

Souchard (1998) e Marques (2000) organizam os músculos em cadeias para

manter o equilíbrio do indivíduo, então classificou em cinco cadeias: cadeia reparatória,

posterior, ântero - medial do quadril, anterior do ombro.

Souchard (2003) descreve ainda mais uma classificação de cadeias que são as

secundárias, onde são formadas pelas cadeias: ântero interna do ombro, superior do ombro,

lateral do quadril, anterior do braço, cadeia inspiratória e ântero interna do quadril.

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Figura 1 - Cadeias musculares secundárias Fonte: Souchard e Ollier (2001). 2.1.1.2 Cadeia respiratória

Souchard (1998) descreve os seguintes músculos pertencentes a esse grupo:

escalenos, peitoral maior, intercostais, diafragma, e o seu tendão.

Marques (2002) relata que apesar de não ter citados em algumas referências o

músculo esternocleidomastóide tem uma grande importância nesta cadeia.

Figura 2- Cadeia respiratória Fonte: Souchard (1998)

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O autor acima relata que quando há um desequilibro dessa cadeia muscular podem

ocorrer algumas alterações posturais, tais como: protração de ombro, tórax inspirado,

protração de cabeça e aumento da lordose lombar.

2.1.1.3 Cadeia posterior

Já nesta cadeia muscular Souchard (1998) e Marques (2000) descrevem os

seguintes músculos: músculos espinhais, glúteo máximo, isquiotibiais, poplíteo, tríceps sural,

e os da planta do pé. Quando há um comprometimento dessa cadeia o autor descreve as

seguintes alterações: protração de cabeça, desequilíbrios das curvaturas vertebrais,

coxofemoral aberto, alterações do joelho e calcâneo (varo ou valgo), ângulo tibiotársico

aberto ou fechado (Figura 3).

Figura 3- Cadeia posterior Fonte Souchard (1998)

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2.1.1.4 Cadeia ântero – medial do quadril

Os músculos pertencentes a esta cadeia são: iliopsoas, adutores pubianos que são

pectíneo, adutor curto, adutor longo, grácil e porção anterior. E as alterações que ocorrem

neste grupo quando há alguma disfunção são: aumento da lordose lombar, flexão de quadril,

rotação medial e adução de quadril, joelhos valgo (SOUCHARD, 1998; MARQUES 2000).

Figura 4 - Cadeia ântero – medial do quadril Fonte: Souchard (1998) 2.1.1.5 Cadeia anterior do braço

A cadeia anterior do braço é constituída pelos os músculos: suspensores do braço,

do antebraço, da mão e dedos. Trapézio superior, deltóide médio, coracobraquial, bíceps,

braquial, pronador redondo, palmares, flexores dos dedos, músculos da região tenar e

hipotênar. E as possíveis alterações posturais são: elevação de ombro, flexão de cúbito,

pronação de antebraços e flexão de punho e dedos (SOUCHARD, 1998; MARQUES 2000).

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Figura 5 - Cadeia anterior do braço Fonte Souchard (1998) 2.1.1.6 Cadeia ântero – medial do ombro

Nesta cadeia Souchard (1998) e Marques (2000) descrevem os seguintes

músculos: subescapular, coracobraquial, e peitoral maior, prolongando-se pela cadeia anterior

do braço. Quando há perda da flexibilidade desta cadeia leva a uma adução e rotação de

braço, e o comprometimento na alteração postural seria a adução de ombros e rotação medial

de ombros.

Figura 6 - Cadeia ântero – medial do ombro Fonte: Souchard (1986)

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2.1.2 Alinhamento postural

A ação dos músculos que constituem as cadeias musculares é responsável pela

manutenção do alinhamento postural. O encurtamento destes músculos leva o individuo a

adotar “posturas incorretas” (MORAES, 2002).

Tanaka (1997) descreve que postura é o arranjo que os seguimentos do corpo

mantêm entre si em determinada posição, de forma a proporcionar conforto, harmonia

economia e sustentação ao corpo, onde prepara o indivíduo para a realização de um

movimento bem como promove a sustentação durante o movimento em si.

A postura correta é a posição na qual o mínimo de estresse é aplicado em cada

articulação. Com a cabeça mantida ereta, palmas das mãos voltadas para o corpo, cotovelos

levemente flexionados, os ombros estão no mesmo nível nos plano sagital e coronal as

escápulas estão de encontro com a caixa torácica, abdômen plano, coxa e pelve alinhada,

glúteos não proeminentes, o peso corporal é suportado uniformemente sobre ambos os pés e o

quadril está no mesmo nível, as pernas retas, arco longitudinal tem forma de hemicúpula, os

dedos dos pés devem estender-se para frente, se a postura mantiver-se nestas condições seria

necessário o mínimo de atividade muscular para manter a posição (MAGEE, 2002).

2.1.2.1 Pé

O pé, como extremidade do membro inferior, é uma estrutura tridimensional no

ser humano, já que é o único mamífero bípede em toda a natureza, (HENNING apud

TOKARS et al, 2003).

O peso corporal é distribuído em três arcos. O arco longitudinal medial é o mais

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longo e alto sendo composto dos ossos calcâneo, talo, navicular, cuneiforme medial, e

primeiro metarsiano. O arco longitudinal lateral é mais baixo e composto do calcâneo,

cubóiude e primeiro metarsiano. O arco transverso é côncavo de medial a lateral nas áreas

mediotarsal e tarsiometatarsiana, (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

Vários ligamentos e a fáscia plantar sustentam o arcos plantares. O ligamento

espiralado (ligamento calcâneo navicular plantar) é o sustentáculo primário do arco

longitudinal medial, estendendo-se desde o sustentáculo do talo (suporte do talo) até o

navicular inferior. O ligamento plantar longo proporciona maior parte do apoio para o arco

longitudinal lateral, com a ajuda do ligamento plantar curto. Espessas faixas fibrosas

interligadas de tecido conjuntivo conhecida como a fáscia plantar estende-se por sobre a

superfície plantar do pé, ajudando no apoio do arco longitudinal. Quando em tensão muscular,

os músculos do pé particularmente o tibial posterior, também proporcionam apoio aos arcos e

às articulações que cruzam, (HALL, 2001).

Hall (2001), descreve que durante a sustentação do peso corporal, a energia

mecânica é acumulada nos ligamentos distendidos, nos tendões e na fáscia plantar dos arcos

dos pés, bem como nos músculos que se encontra em contração excêntrica. Essa energia

acumulada é liberada para ajudar o pé a se afastar da superfície.

A fáscia plantar, é uma aponeurose plantar fibrosa que vai do calcâneo até a

articulação metatarsofalangiana. Suporta os dois arcos e protege os feixes neurovasculares

subjacentes, (HAMILL; KNUTZEM, 1999).

Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) relatam que a fáscia plantar é uma fixação para

músculos intrínsecos do pé como, por exemplo, o flexor curto do pé, e é a cobertura facial os

outros como abdutor do hálux.

A capacidade do pé de alterar-se de uma estrutura flexível para a rígida dentro de

um único passo é dependente da estrutura óssea dos três arcos do pé, de suporte estático

ligamento – facial e da contração muscular dinâmica, (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

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O arco longitudinal lateral tem o contorno relativamente achatado e mobilidade

limitada, como é mais baixo que o arco medial, pode fazer contato com o solo e apoiar parte

do peso na locomoção, exercendo um papel de suporte no pé, (HAMILL; KNUTZEM, 1999).

O arco longitudinal é mais flexível e móvel, ou seja, mais dinâmico. Tem o papel

de absorver o choque quando em contato com solo. Embora este arco seja muito flexível, ele

geralmente não faz contato com o solo, a menos que tenha um pé chato funcional, (HAMILL;

KNUTZEM, 1999).

O arco transverso é formado por uma cunha constituído dos tarsos e metatarsos.

Os ossos agem como viga para suportar o arco, sendo aplanadas durante a sustentação do

peso. O achatamento desse pé faz com que o antepé se espalhe por uma distância considerável

dentro do calçado, sendo importante haver espaço suficiente no calçado para essa

acomodação, (HAMILL; KNUTZEM, 1999).

Tokars et al (2003) classifica os arcos plantares de acordo com a sua altura, nos

seguintes tipos: normal, cavo ou arco medial elevado, plano ou pé chato.

Alterações de ação músculo-ligamentar podem elevar ou rebaixar os arcos

longitudinais do pé, constituindo o chamado pé cavo e o pé plano. Tais alterações modificam

a descarga e transmissão do peso corporal, diminuem a mobilidade do pé e comprometem

suas funções de absorção de impactos, (TANAKA; FARAH 1997).

Pé cavo durante o apoio estático ou dinâmico este arco não faz qualquer tipo de

contato com o meio do pé e ,geralmente, não apresenta a inversão ou eversão durante o apoio,

sendo assim não é eficiente na absorção do choque (TOKARS et al, 2003).

Um pé com arco elevado, o eixo da articulação subtalar fica mais vertical e é

maior que 45 graus. Isso tem o efeito de, para qualquer rotação interna da perna, ocorrer

menor rotação interna do pé, criando menos pronação para qualquer rotação de perna,

(HAMILL; KNUTZEM, 1999).

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Lima e Przysiezny (2004) afirmam que o pé cavo causa rotação externa da tíbia e

fêmur, deixando o joelho varo, verticalizando o sacro e diminuindo a lordose fisiológica.

Os autores acima descreve que os pés planos podem levar as seguintes alterações:

rotação medial de tíbia e fêmur, deixando os joelhos valgo, o sacro em extensão, gerando uma

hiperlordose lombar.

O pé plano flexível é uma entidade comum na prática clínica. Manifesta-se em

crianças após a bipedação pela queda do arco plantar longitudinal medial, cabeça do tálus

proeminente medial e plantarmente, valgismo do retropé e supinação do antepé, (BLAIR,

2003).

O pé plano é hipermóvel, faz contato da maior parte da sua superfície plantar, mas

enfraquece a face medial e faz pronação excessiva durante a fase de apoio na marcha,

(TOKARS et al, 2003).

Figura 7 - Pé plano Fonte: Andrade (2006)

Hamill e Knutzem (1999) descrevem que o pé plano apresenta mais pronação, já

que a rotação interna do pé é maior do que a da perna. Vale lembrar que a pronação continua

é a causa primária de desconforto e disfunção no pé e na perna, causando dor lateral no

quadril por uma inclinação anterior da pelve ou distensão dos músculos inversores.

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2.1.2.2 Tornozelo

A articulação do tornozelo é uma articulação de gínglimo ou dobradiça formada

pela articulação da tíbia e fíbula com o tálus. O eixo em torno do qual a movimentação ocorre

estende-se obliquamente da face póstero – lateral do maléolo fibular à face ântero – medial do

maléolo tibial, (KENDALL, 1995).

Tanaka e Farah (1997) afirmam que a articulação tibiotársica é uma juntura do

tipo monoaxial, com eixo látero-lateral, realizando os movimentos no plano sagital. A

alteração postural mais evidente é a diminuição ou o aumento do ângulo, no seu plano de

movimento. Clinicamente considera-se também o valgismo e o varismo de tornozelo.

Duas articulações com pouco movimento, não fazem parte da verdadeira

articulação do tornozelo, mas tem o papel pequeno na sua função particular. São as

articulações tibiofibulares. A articulação tibiofibular superior é a articulação entre a cabeça da

fíbula e o aspecto posterior lateral da tíbia proximal. Sendo uma articulação sinovial, tem uma

cápsula articular que é reforçada por ligamentos, e o movimento de deslizamento é pequeno.

A articulação tibiofibular inferior é uma sindesmose entre a parte distal da tíbia que é

côncava, e a parte distal da fíbula é conxeva. Muita da força da articulação do tornozelo

depende da forte união destas articulações, (LIPPERT, 1996).

O autor acima ainda relata que a verdadeira articulação do tornozelo é articulação

talocural e talotibial, sendo formada pela parte distal da tíbia assentada sobre o talo, com o

maléolo medial da tíbia se encaixando em baixo, em torno do aspecto medial do talo, fazendo

uma articulação de encaixe.

O tornozelo possui suporte ligamentar excelente nas partes medial e lateral. Esses

ligamentos ao redor do tornozelo limitam a flexão plantar, dorsiflexão no movimento anterior

e posterior do pé, inclinação do tálus e inversão e ervesão, (HAMILL; KNUTZEM, 1999).

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Hamill e Knutzem (1999) relatam que a estabilidade do tornozelo depende da

orientação dos ligamentos, do tipo de sobre carga. A parte lateral da articulação do tornozelo é

mais susceptível a lesões, responsável por 85 % das entorses de tornozelo.

Sacammarco e Hockenbury (2003) descrevem que a estabilidade da articulação do

tornozelo é determinada por congruência da “junta” e pela integridade dos ligamentos. A

estabilidade do tornozelo aumenta e depende da congruência da superfície durante a

sustentação de peso.

Do ponto de vista biomecânico de Tanaka e Farah (1997) o varismo e valgismo

não ocorrem ao nível da articulação do tornozelo devido a estabilidade da pinça bimaleolar,

mas principalmente a nível da articulação subtalar, que é de maior mobilidade.

A articulação subtalar consiste na articulação entre o tálus e o calcâneo,

denominado retropé. O calcâneo e o tálus são os ossos maiores e são chamados de pedra

fundamental, pois, a sua função primordial é absorver a rotação do membro inferior no apoio.

E a segunda é a absorção do choque, ocorrendo também na pronação na articulação subtalar,

(HAMILL; KNUTZEM, 1999).

As condições vara e valga podem ocorrer nas principais articulações dos

membros inferiores. Podem ser congênita ou resultar de um desequilíbrio muscular. No caso

do varismo ou valgismo do tornozelo acontece devido à desalinhamentos em eversão e

inversão na articulação subtalar, (HALL, 2001).

Hamill e Knutzem (1999) descrevam que o varo do retro pé acontece quando o

calcâneo fica invertido e o valgo é quando o calcâneo fica evertido. Podendo levar a um

valgismo e varismo da tíbia e subtalar, no qual a tíbia ou tálus se movem lateralmente ou

medialmente, respectivamente.

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2.1.2.3 Joelho

O joelho é uma articulação complexa com três ossos (patela, tíbia, fêmur), dois

graus de liberdade de movimento e três superfícies que se articulam: as articulações

tibiofemural medial, tibiofemural lateral e patelofemural, as quais estão encerradas dentro

de uma cápsula articular comum, (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997, grifo do autor).

Kendall (1995) descreve que a articulação do joelho é uma articulação ou

dobradiça modificada, formada pela a articulação dos côndilos do fêmur, com os côndilos da

tíbia e pela patela articulando-se com a superfície patelar do fêmur.

A articulação tibiofemural é formada pelos côndilos lateral e medial da tíbia e do

fêmur formando duas articulações condilóides lado a lado. Essas articulações são do tipo

dobradiça modificada, pois devido aos ligamentos restritivos, tornam possível alguns

movimentos rotacionais e laterais (HALL, 2001).

Os ligamentos cruzado e colateral são os dois conjuntos de ligamentos principais,

(LIPPERT, 1996).

O mesmo autor descreve que os ligamentos cruzados estão localizados no interior

da cápsula articular e, por isso, os ligamentos cruzam-se obliquamente e são nomeados por

sua fixação na superfície anterior da tíbia na área intercondilar em posição medial ao menisco

medial. O ligamento cruzado ocupa o joelho lateralmente ao ligamento cruzado posterior e

estende-se numa direção superior e posterior para fixar-se posteriormente no côndilo lateral

do fêmur. O ligamento cruzado posterior fixa-se na tíbia posterior na área intercondilar e se

estende numa direção superior e anterior sobre a parte medial do ligamento cruzado anterior.

Fixa-se no fêmur anterior sobe o côndilo medial.

Estes ligamentos têm a função de controle e estabilidade do joelho durante os

movimentos inteiros de flexão e extensão, (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

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Os ligamentos colaterais são: tibial e o fibular, denominados também como

medial e lateral devido as suas inserções. Eles impedem o movimento passivo do joelho no

plano frontal. O ligamento colateral medial evita a abdução da tíbia sobre o fêmur (joelho

valgo) e o ligamento lateral impede a adução da tíbia (joelho varo), (SMITH; WEISS;

LEHMKUHL, 1997).

Os músculos da articulação do joelho somam no total de doze classificados em

três grupos: jarrete (semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral), quadríceps (reto

femoral, vasto lateral, vasto intermédio e medial), não classificados (satório, grácil, plantar,

poplíteo e gatrocnêmio) (ARAGÃO; KIKUTE, 2002).

As alterações posturais do joelho podem ser no plano sagital, em semiflexão ou

em hiperestensão ou no plano transverso, as rotações. Como do ponto de vista biomecânico as

rotações são possíveis somente com o joelho em flexão, as alterações no plano transverso

sempre aparecem associados a uma hiperestensão ou semiflexão e clinicamente como joelho

varo ou valgo, (TANAKA; FARAH 1997).

Figura 8 - Hiperestensão de joelho

Joelho valgo ou geno valgo: é a projeção dos joelhos para dentro da linha média do

corpo, causada, geralmente, pela hipertrofia da musculatura lateral da coxa e/ou hipotonia da

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musculatura medial de coxa. As alterações que podem acontecer são: rotação lateral do fêmur e da

tíbia, hiperestensão dos joelhos e supinação dos pés, (MATTA, 2000).

O genu valgo é caracterizado pelo fato dos joelhos estarem muito juntos, ou para

dentro. Consiste em uma angulação medial do joelho e desvio para fora do eixo longitudinal

da tíbia e do fêmur, (ARAGÃO; KIKUTE, 2002).

Figura 9 - Joelho valgo

Joelho varo (ou geno varo): é a projeção dos joelhos para fora da linha média do

corpo, causada, geralmente , pela hipertrofia da musculatura medial da coxa e /ou a hipotonia

da musculatura lateral da coxa.As alterações encontradas são rotação medial do fêmur e da tíbia,

hiperestensão dos joelhos e pronação dos pés, (MATTA, 2000).

O varismo é a deformidade que se caracterizado pelo arqueamento dos membros

inferiores. Consiste numa angulação externa da articulação do joelho, com o eixo fêmur e

tíbia desviando-se medialmente, (ARAGÃO; KIKUTE, 2002).

Joelho hiperestendido (ou geno recurvato): é a projeção do joelho para trás, fazendo com

que a linha de gravidade passe bem à frente dos joelhos. É causado pela hipertrofia da

musculatura extensora dos joelhos (reto femoral, vasto medial, vasto intermédio, vasto

lateral). Neste caso acontecem as posturas compensatórias: báscula posterior de quadril e

hipercifose torácica, (MATTA, 2000).

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Figura 10- Joelho semifletido Fonte: Andrade (2006)

Joelho flexo (ou geno flexo): e a projeção dos joelhos pra a frente, fazendo com que a

linha de gravidade passe por cima ou por trás dos joelhos. É causado pela hipertrofia da

musculatura flexora dos joelhos (semitendinoso, semimembranoso, poplíteo, bíceps da coxa,

plantar delgado, reto interno, gatrocnêmio, satório), (MATTA, 2000).

2.1.2.4 Coluna vertebral

A coluna vertebral é ajustada em quatro curvas que facilitam o suporte da coluna

como se fosse uma mola, dando propriocepção e força para os movimentos, sendo que a

coluna vertebral é formada por vértebras com estruturas diferentes, porém com a mesma

função. Junto às vértebras existem as costelas e músculos que dão a sustentação para os

membros e os órgãos do corpo.

A coluna vertebral é formada por 33 vértebras que são classificadas

estruturalmente por cinco tipos: na região superior existem 7 vértebras cervicais, seguido de

12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais fundidas e 4 pequenas vértebras coccígeas e acoplada as

vértebras estão as costelas, e os tecidos moles, (HALL, 2001).

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Figura 11 - Coluna vertebral Fonte: Rocha, (2000)

As vértebras e as costelas têm múltiplas finalidades que frequentemente tem que ser desempenhada simultaneamente: proteger órgãos (medula espinhal e vísceras); promover funções vitais da respiração; suportar cabeça braços e tronco (CBT) contra a força da gravidade; transmitir forças entre as extremidades superiores e inferiores; e proporcionar estabilidade e mobilidade para a função da mão, locomoção e outras atividades. A porção anterior da coluna vertebral (corpos e discos) proporciona sustentação de peso, amortecimento de choque e mobilidade em todas as direções. A porção posterior da coluna proporciona proteção à medula espinhal, orientações e limitação dos movimentos, e processos alongados para aumentar a alavancagem dos músculos do tronco e extremidades, (LEHMKUHL; SMITH, 1997 p. 430).

O movimento dos membros superiores e inferiores em qualquer atividade levam

uma força tanto interna com externa à coluna de sustentação central do corpo, a coluna

vertebral. As forças dos membros superiores são transmitidas nas articulações

esternoclaviculares e costelas. As forças dos membros inferiores são transmitidas através das

articulações dos quadris para a pelve óssea antes atingir a coluna vertebral por meio da

articulação lombossacral, (VERONESI JUNIOR; AZATO, 2003).

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Hamill e Knutzem (1999) descrevem que a coluna vertebral age como uma haste

elástica modificada que ocasiona um suporte rígido e flexível. Sendo que 24 das vértebras que

compõe a coluna são móveis ajudando na movimentação do tronco.

A coluna vertebral é um segmento complexo e funcionalmente significativo do

corpo humano. Proporcionado o elo mecânico entre as extremidades superiores e inferiores, a

coluna vertebral torna possível o movimento em todos os três planos, porém ainda funciona

como protetor ósseo da delicada medula óssea, (HALL, 2001).

2.1.2.4.1 Estrutura das vértebras que compõe a coluna vertebral

A coluna vertebral é uma estrutura que se estende da base do crânio até a pelve

formada por uma série de ossos de forma irregular em que a sua estrutura aumenta de baixo

para cima.

A coluna vertebral é constituída por peças ósseas sobrepostas chamadas vértebras,

(LATARJET; LIARD, 1986).

As vértebras têm características semelhantes na região cervical, dorsal e lombar,

excluindo as atípicas da região sacral e coccígeana, (KNOPLICH, 1986).

Uma vértebra típica consiste em um corpo, um anel oco, conhecido como arco

neural, e vários processos ósseos. Estes arcos neurais e os lados posteriores e os discos

intervertebrais dos corpos vertebrais formam uma passagem que protegem a medula espinhal

e os vasos sanguíneos, onde é conhecida como canal vertebral. A partir das superfícies

exteriores de cada arco vertebral existem vários processos ósseos chamados processos

espinhosos e transversos, cuja função é aprimorar a vantagem mecânica dos músculos ali

inseridos, (HALL, 2001).

As vértebras cervicais que são em numero de sete, tem as duas primeiras, atlas e

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áxis, bem diferenciadas, mas as restantes são uniformes, (KNOPLICH, 1986).

O atlas não possui corpo vertebral, e nem processo espinhoso , tem forma de anel

com um arco anterior e um posterior com processo transversal largo e um forame transverso

pelo qual passa o suprimento sanguíneo. Além disso, esta vértebra proporciona um

receptáculo em forma de prato para que correspondam os côndilos do occipúcio do crânio,

(HAMILL; KNUTZEN, 1999).

A articulação do atlas com o crânio é chamada de atlantoccipital. Esta articulação

é extremamente estável, permitindo movimentos de flexão e extensão de aproximadamente de

10° a 15° sem praticamente nenhum outro movimento em outro plano, (HAMILL;

KNUTZEN, 1999).

O áxis tem um corpo modificado sem processos articulado sobre a parte superior do corpo e sem pedículos. Em vez disso, a articulação como o atlas ocorre por um pilar que se projeta de superfície superior do áxis e encaixa-se no atlas, travando o atlas em uma articulação tipo giratória ou pivô, (HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 293).

“A movimentação na articulação atlantoaxial é, em média, de aproximadamente

75° de rotação, 14° de extensão e 24° de flexão lateral” (HALL, 2001, p. 265).

Não há disco vertebral entre o atlas e o áxis , a espinha do áxis é bastante curta , e

sua ponta é dividida em ramos, (WATKINS, 2001).

Os corpos vertebrais das vértebras cervicais são pequenos, possuem pedículos

curtos, processos articulares volumosos e processos espinhosos bífidos e curtos. Os processos

transversos das vértebras cervicais têm um forame pelo qual passam as artérias sendo

encontrado exclusivamente na região cervical, (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

A sétima vertebral cervical, que apresenta o maior processo espinhoso na área

cervical, não é bífida, é denominada vértebra proeminente, mas geralmente não é o processo

espinhoso mais proeminente, (MC MINN, 1977 apud GOULDIII, 1993).

As vértebras torácicas são em número de 12, sendo que o tamanho das estruturas é

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intermediário entre os das cervical e lombar, com característica de terem processos

transversos maiores e duas semifacetas no corpo vertebral para a articulação das costelas,

(KNOPLICH, 1986).

As vértebras lombares são as mais volumosas da coluna vertebral, possuem corpo

em forma de rim (reniforme) com pedículos largos e os processos espinhosos são curtos

quadriláteros, (DANGELO; FATTINI, 1998).

O sacro está prensado entre os ossos de direito e esquerdo do quadril e assim,

fornece uma firme base para o resto da coluna vertebral, (WATKINS, 2001).

O cóccix deriva-se da fusão de 3 a 4 peças coccígeas, constituindo em um osso

irregular , afiliado, que representa o vestígio da cauda externo interior da coluna vertebral. Ele

articula-se com o sacro por meio de um disco intervertebral, (DANGELO; FATTINI, 1998).

De acordo com Hamill e Knutzem (1999) existem duas articulações sinoviais,

caracterizada articulações apofisárias formadas pelas as facetas articulares localizada na borda

superior e inferior da cada lamina. A coluna é sustentada por inúmeros ligamentos,

contribuindo para a estabilidade dos segmentos móveis, evitando que se desloquem quando

fazem algum movimento.

Os ligamentos são estruturas fibrosas não-contráteis que percorrem toda a coluna.

Apesar de possuírem um suprimento sanguíneo escasso possuem um bom suprimento

nervoso, (GOULD III, 1993).

Os ligamentos que são comuns a todas as áreas da coluna compreendem: o

ligamento longitudinal posterior e anterior, ligamento amarelo e os ligamentos interespinhoso

e supra espinhoso, (GOULD III, 1993).

Os poderosos ligamentos longitudinais anteriores e posteriores, mais fracos,

conectam os corpos vertebrais nas regiões cervical, torácica e lombar, (HALL, 2001).

O ligamento posterior desce pela superfície posterior dos corpos vertebrais dentro

do canal espinhal, conectando-se na margem dos corpos vertebrais e no centro do disco. É

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mais largo na região cervical e mais estreito na região lombar, sendo que esse ligamento

oferece mais resistência à flexão da coluna, (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

O ligamento longitudinal anterior suporta a face anterior da coluna vertebral

incluindo os discos vertebrais, (PALASTANGA; FIELD; SOAMES, 2000).

O ligamento referindo acima é muito denso e é potentemente inserido na parte

anterior do disco e nos corpos vertebrais de um segmento móvel. Esse ligamento limita a

hiperestensão da coluna e restringe o movimento para frente de uma vértebra sobre a outra,

(HAMILL; KNUTZEN, 1999).

Outro ligamento importante, o ligamento amarelo, conecta as laminas de vértebras adjacentes. Apesar de a maioria dos ligamentos vertebrais serem constituída principalmente por fibras colágenas que se estende muito pouco, o ligamento amarelo contem alta proporção de fibras elásticas, que se alongam quando distendidas durante a flexão vertebral e se encurtam durante a extensão vertebral. O ligamento amarelo fica sob tensão ate mesmo quando a coluna esta em posição anatômica, o que aprimora a estabilidade vertebral. Essa tensão cria uma ligeira compressão constante nos discos intervertebrais, que recebe a designação de pré-estresse, (HALL, 2005, p. 269).

Em cada intervalo intervertebral há dois ligamentos um direito e um esquerdo,

(PALASTANGA; FIELD; SOAMES, 2000).

Os ligamentos supra-espinhoso e interespinhoso ocorrem de um processo

espinhoso para outra resistência do atrito e ao derramamento da coluna para frente,

(HAMILL; KNUTZEN, 1999).

Separando os corpos vertebrais encontramos uma estrutura que une uma vértebra

a outra e, ao mesmo tempo, permite que ocorra movimentação entre as estruturas que são

chamadas de discos intervertebrais.

Existem 24 discos intervertebrais dispostos entre os corpos vertebrais: seis na

região cervical, 12 na torácica, cinco na lombar e uma entre o sacro e o cóccix,

(PALASTANGA; FIELD; SOAMES, 2000).

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O disco intervertebral é constituído por duas estruturas funcionais: um anel externo espesso, formado por cartilagem fibrosa denominada anel fibroso de anulo, circunda um material gelatinoso central, conhecido como pulposo ou núcleo, (HAMILL, 2005, p. 267).

2.1.2.4.2 Vista lateral

2.1.2.4.2.1 Hiperlordose lombar

A lordose é uma curvatura anterior e excessiva da coluna. Na sua patologia, ela é

o exagero das curvas normais encontradas nas curvas cervical e lombar. As causas de lordose

aumentada incluem: deformidade postural; músculos frouxos, especialmente os abdominais;

um abdômen pesado, resultante de excesso de peso ou gravidez; mecanismos compensadores

que resultam de outra deformidade, (MAGEE, 2002).

Hiperlordose é aumento da curva na região cervical ou na região lombar, ou seja,

acentuação da concavidade cervical e/ou lombar no plano sagital, (VERDERI, 2006).

A hiperlordose é a curvatura com a concavidade posterior, anormal pela a sua

intensidade, podendo ser causada por malformação óssea, posturas viciadas negligentes, a

falta de exercício físico, desgastes do tecido, mecanismo de compensação, reações de defesa

antálgica, rigidez e contratilidade, tais como dos músculos extensores por paralisia dos

espinhais lombares, insuficiência dos músculos flexores, particularmente dos retos

abdominais, insuficiência dos músculos do glúteo, retração do iliopsoas e peso das vísceras,

(CARNEIRO; HECTOR; MUNARO, 2005).

A hiperlordose lombar está associada a uma anteversão da pelve (báscula pélvica

anterior) que não deve exceder a 20º, pois angulações maiores que esta, já estará

caracterizando uma acentuação da lordose lombar e consequentemente um realinhamento de

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todas as outras curvas da coluna para uma compensação, (VERDERI, 2006).

Hamill e Knutzem (1999, p. 303) citam que:

A região lombar, que se curva anteriormente, e sujeita a forças que podem ser criadas por uma curvatura lombar exagerada, denominada lordose lombar ou hiperlordose. Esta posição de curvatura acentuada é criada pelo posicionamento anterior da pelve ou por abdominais fracos.

2.1.2.4.2.2 Hiperlordose cervical

A hiperlordose cervical é caracterizada pela proeminência da cabeça associada à

hipercifose, caracterizando um pescoço mais alongado à frente, (VERDERI, 2006).

Na região cervical, a curvatura é côncava anteriormente. Essa curvatura deve ser

pequena e ficar sobre a cintura escapular. A cabeça deve ficar em cima da cintura escapular.

Se a cabeça é mantida muito para frente, a curvatura cervical irá dobrar-se para frente em uma

curvatura acentuada, (HAMILL; KNUTZEM, 1999).

Na lordose cervical a tensão dos semi-espinhais da cabeça, que sempre estão

envolvidos, puxa o occipital e faz seus côndilos deslizarem para frente, em posição fletida.

Essa flexão leva o queixo e a linha do olhar para frente e para cima, (BIENFAIT, 1995).

O músculo obliquo superior da cabeça é o único que tem direção látero-medial,

portanto, sua ação unilateral promove a rotação contralateral, enquanto a dos demais, a

rotação homolateral da cabeça, (TANAKA; FARAH, 1997).

O autor acima relata que a combinação desses músculos com os demais superiores

do pescoço levam ao aumento da lordose cervical.

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2.1.2.4.2.3 Hipercifose Torácica A cifose é a presença de uma curvatura posterior da coluna excessiva. Na sua

patologia é um exagero da curvatura normal encontrado na coluna torácica, (MAGEE, 2002).

Cifose é o aumento exagerado da curvatura torácica nos limites fisiológicos.

Varias etiologias podem levar a um aumento da cifose vertebral como defeitos congênitos,

infecções e fraturas entre outras, (BLAIR, 2003).

Busquet (2001) descreve que as cifoses são feitas para proteger, não é lógico

pensar que uma cifose que aumenta protege mais os órgãos que lhe são confiados. Quando a

cifose estiver acentuada não é jamais um problema músculo-esqueletico; é um problema

interno ou anterior.

Hipercifose é aumento da curvatura da região dorsal, ou seja, é o aumento da

convexidade posterior no plano sagital, podendo ser flexível ou irredutível, (VERDERI,

2006).

A cifose se instala no início da adolescência, coincidência de até 8% na população

em geral e distribuição igual entre os sexos. Com freqüência, a cifose resulta da doença de

Scheuermann, na qual uma ou mais vértebras com formato de cunha surge em virtude

anormal da placa epifisária. A cifose se manifesta também em mulheres idosas com

osteoporose. Tantas as vértebras torácicas quanto os disco intervertebrais na região

desenvolvem um formato característico em cunha, (HALL, 2001).

2.1.2.4.2.4 Costa Plana

É um desequilíbrio que se caracteriza pela retificação das curvas

fisiológicas, ou seja, diminuição das angulações das lordoses lombar e cervical e das cifoses

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dorsal e sacral. Diante deste desequilíbrio, as curvaturas responsáveis pela dissipação das

forças proveniente da ação da gravidade são diminuídas, e consequentemente ocorrerá em

determinados pontos da coluna, um desequilíbrio postural geral como forma de compensação,

(VERDERI, 2006).

É caracterizada por uma diminuição da curva torácica, depressão escapular,

depressão clavicular e postura de achatamento cervical, (BIANOR, 2004).

Hamill e Knutzem (1999) descrevem que quando há uma rigidez na coluna

vertebral ou um mau posicionamento da pelve pode levar a uma retificação do segmento.

Figura 12 - Retificação da coluna vertebral Fonte: Souchard e Ollier, (2001).

2.1.2.2.4 Vista posterior

A escoliose caracteriza-se por uma torção generalizar da coluna vertebral e, sendo

assim, é um desvio tridimensional. Porém, antes de nos atermos à escoliose, faz-se necessário

diferenciar a escoliose propriamente dita da chamada atitude escoliótica, (ANDRADE et al,

2003).

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Na escoliose as curvas da coluna vertebral provocam uma mudança na

biomecânica corporal resultado em desequilíbrios de força muscular e flexibilidade.

Escoliose, as curvas tridimensional caracterizada, as vértebras inclinam-se no plano frontal,

giram no plano axial e colocam-se em postero-flexão no plano sagital, (SÁ; XAVIER, 2003).

Figura 13 - Escoliose Fonte: Richardson, (2004).

As escolioses são designadas por a sua convexidade. Uma escoliose torácica

direita/ lombar esquerda apresenta, assim, uma convexidade a direita, lombar a esquerda,

(SOUCHARD; OLLIER, 2001).

Hall (2001) descreve que a escoliose pode ter o aspecto de “C” ou “S” envolvendo

a coluna lombar e torácicas ou ambas.

O autor ainda descreve que deve ser feita a distinção entra a escoliose estrutural e

não-estrutural. A escoliose estrutural consiste em uma curvatura inflexível que persiste até

mesmo com a inclinação lateral da coluna vertebral. As curvas escolióticas não-estrutural são

flexíveis e corrigidas com a inclinação lateral.

Magee (2002) cita que a escoliose não-estrutural pode ser causada por problemas

posturais; histeria, irritação de raízes nervosas, inflamação ou compensação causada por

discrepância do comprimento de pernas ou contraturas.

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2.2 Depressão

A depressão é uma síndrome psiquiátrica que acomete a toda a população, estima-

se que cerca de 3% a 5% da mesma. Sendo que em populações clínicas ambulatórias esses

números são ainda maiores onde é encontrada em 5% a 10% dos pacientes ambulatórias, e 9%

a 16% em internados, (KATON, 2003).

Katon (2003) aponta a depressão como uma síndrome psiquiátrica com sintomas

emocionais, cognitivos, motivacionais e físicos associado a um surgimento de uma fase

depressiva, que pode estar relacionada a fatores genéticos, alterações de neurotransmissores

(deficiência de serotonina e noradrenalina na fenda sináptica), orgânicos, culturais,

interpessoais, econômicos e situacionais.

Sabe-se que ainda não existe um conceito definido de depressão, porém pode-se

dizer que é um distúrbio que sofre a influência de fatores biológicos e sociais, e que se

manifesta por meio de sintomas emocionais como desânimo, baixa auto-estima e desinteresse

em atividades prazerosas; de natureza cognitiva, como pessimismo e desesperança;

motivacionais, como apatia e aborrecimento; e ainda sintomas físicos tais como perda de

apetite e dificuldade para dormir e perda de energia, (COMPAS; EY; GRANT, 1993;

STEINBERG, 1999).

Lafer (1996) cita que:

O conceito de depressão engloba uma variedade de distúrbios psicopatológicos que diferem consideravelmente quanto à sintomatologia, gravidade, curso e prognostico. A depressão maior pode ter características clinicas diversa, e ainda não se sabe ao certo se este conceito representa várias doenças com certo grau de superposição ou um processo fisiopatológico único.

A síndrome depressiva é a companheira mais freqüente de quase todas as

patologias clínica crônica, levando assim a um prognóstico ruim, por pior aderência aos

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tratamentos, por pior qualidade de vida e maior morbimortalidade como um todo, (TENG et

al, 2006).

2.2.1 Fisiopatologia da depressão

Os transtornos afetivos são classificados como uma unidade nosológica pelo fato

de compartilharem, como um sintoma proeminente, de um humor patologicamente

polarizado. No entanto, o conceito de depressão engloba vários grupos heterogêneos de

manifestação clinica, não sendo claro se todas as depressões compartilham a mesma

fisiopatologia, (LAFER, 1996).

Quando o fluxo da neurotransmissão química esta normal leva ao crescimento,

desenvolvimento e implementação saudável de funções cerebrais normais, porém quando essa

transmissão estiver alterada, leva as anormalidades do comportamento e motor, podendo ser

vista nos pacientes que sofrem de transtornos psiquiátricos e neurológicos. Quando essa

transmissão que é feita pelos receptores e pelas enzimas for perturbada ocorrerão transtornos

cerebrais, ou seja, um funcionamento anormal da neurotransmissão, pois as vias se encontram

em locais diferentes podendo assim danificar a transmissão, (STAHL, 2002).

Kaplan, Sadock e Grebb (1997) relatam que a noradrenalina e a serotonina são os

neurotransmissores envolvidos na fisiopatologia da depressão.

O sistema monoaminérgicos origina-se em pequenos núcleos no tronco cerebral e

mesencéfalo e projetam-se difusamente pelo o córtex e o sistema límbico. Estes sistemas são

compostos pela a norepinefrina (NE), serotonina (5-HT) e dopamina (DA). Junto com a

aceticolina (ACh), eles exercem efeitos de modulação e integração sobre outras atividades

corticais e subcorticais, e estão relacionados na regularização da função psicomotora , apetite,

sono e provavelmente com o humor, (LAFER; VALLADA FILHO, 1999).

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2.2.1.1Teorias biológicas

A teoria biológica que teve uma maior evidencia sobre a etiologia biológica da

depressão devido à deficiência de neurotransmissores monoaminérgicos (noradrenalina,

serotonina). Existiam drogas que depletavam esses neurotransmissores podendo levar a

depressão sendo que os antidepressivos utilizados naquela época potencializavam esses

neurotransmissores. Portanto, essas idéias que a quantidade normal de monoaminérgicos

tornava-se depletada devido a um processo patológico ou a droga levando assim traços de

depressão, (STAHL, 2002).

A associação entre humor e as monoaminas (norepinefrina, serotonina, dopamina)

com estudos foi encontrada a isoniazina que altera o humor, pois afeta as concentrações de

monoaminas no cérebro. Quando há essa grande concentração de neurotransmissores nos

locais dos receptores pós - sinápticos, inibe a sua recaptação (para o neurônio pré-sináptico) a

partir da fenda sinaptica, levando assim a uma hipótese de que a deficiência de

neurotransmissores que leva depressão, (LOSEN et al, 2002).

O autor acima afirma que na década de 70, a ênfase que mudou os eventos pré-

sinápticos agudos para os eventos pós-sinápticos tardios mediados por receptores, pois o uso

dos antidepressivos em casos crônicos provoca um subsensibilidade no sistema da

adenilciclase acoplada ao receptor da norepinefrina no cérebro. Essa dessenbilização dos

sistemas de receptores de norepinefrina foi ligada à diminuição da densidade dos receptores β-

adrenérgicos.

Outra hipótese esta relacionada aos hormônios glicocorticóides que podem alterar

a sensibilidade dos receptores de norepinefrina do cérebro. O conjunto desses hormônios

forma a catecolaminas e as indiolaminas, o terceiro grupo dos reguladores mais importante do

sistema β-adrenérgicos ligado a adeniciclase do cérebro: sendo que essa hipótese da ligação

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da serotonina- norepinefrina- glicocorticóides é referente nas doenças afetivas. É possível que

o sistema de receptor β-adrenérgicos ligado a serotonina fica sensível aos glicocorticóides

possa amplificar ou ajustar, de uma forma mais geral, a aclopagem da transição do estimulo e

a regulagem da expressão específica do gene, (LOSEN et al, 2002).

2.2.1.2 Neuroendocrinologia:

O inicio da depressão geralmente é ocasionado por um trauma emocional, também

pode ocorrer por uma disfunção endócrina, podendo levar a uma alteração do humor e do

cognitivo. Quando as alterações endócrinas estão associadas com transtorno psicológico,

habitualmente não fica definido se as mudanças são precipitantes ou perpetuadoras ou efeitos

secundários, (LOSEN et al, 2002).

Existem dois eixos endócrinos estudados pela hipótese biológica que são: o eixo

hipotálamo –hipófise- adrenal e o eixo hipotálamo -hipófise- tireóide, (LAFER, 1996).

2.2.1.2.1 Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA):

Bear, Connors e Paradiso (2002) relatam que o córtex adrenal produz esteroides

denominado cortisol, que, quando liberado na corrente sangüínea , mobiliza as reservas de

energia que promove a imunossupressão, preparando-nos para prosseguir a frente aos vários

fatores estressantes. Quando o cortisol interage com os receptores específicos, levam a

inibição da liberação de corticotropina, garantindo assim que os níveis circulantes não se

tornem demasiadamente altos.

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A liberação do cortisol é regulada em pessoas normais e deprimidas. Os neurônios

do núcleo paraventricular liberam o hormônio liberador de corticotropina, que estimula a

liberação de hormônio adrenocorticotrópico da hipófise anterior. O feedback de cortisol

funciona através de dois mecanismos: rápido e lento . O rápido é sensível à taxa de aumento

da concentração de cortisol no hipocampo e resulta em uma liberação diminuída de

adrenocorticotrópico; e o lento é sensível a concentração constate de cortisol, supostamente

operando através da hipófise e receptores adrenais, (KAPLAN; SADOCK ; GREBB, 1997).

Este eixo tem como papel central no sistema neuroendócrino. O hormônio

liberador da corticotropina, e alem do seu papel no HPA, exerce uma função de

neurotransmissor. O corticotropina é considerado um mediador central na resposta do

estresse, fazendo uma interação recíproca entre corticotropina e as catecolaminas: a liberação

hipotalâmica de corticotropina esta sob controle serotonérgico, noradrenérgico e colinérgico e

é inibida pelo GABA. O corticotropina ativa o sistema simpático periférico a medula adernal

e estimula a liberação de noradrenalina de dopamina. Este hormônio atua sobre a adrenal

estimulando a hipersecreção de cortisol, (SHANSIS; GREVET, 2000).

Lafer (1996) descreve que a hipercortisolemia é um dos achados mais comuns em

pacientes deprimidos. Ela provavelmente reflete a complexa interação de catecolaminas,

esteroides produzidos na adrenal e neuropepitídeos. Resumidamente, a secreção de cortisol

pelo córtex adrenal é iniciada, no hipotálamo pelo fator de liberação de corticotropina, que

estimula a secreção, pela pituitária, do hormônio adrenocorticotrópico. Neurotransmissores

como a aceticolina norepinefrina e serotonina e GABA estão envolvidos na liberação de

corticotropina.

2.2.1.2.2 Eixo hipotálamo-hipofise-tireóide:

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Jackson e Asamoah apud Bhals e Carvalho (2004), observaram que o quadro de

depressão estava presente nos casos de hipotiroidismo, e quando havia essa correção deste

hormônio revertia o quadro de depressão. Então, esses autores chegaram à conclusão que esse

transtorno de humor esta ligado a doenças endócrinas.

Outra anormalidade neuroendócrino descrita nas depressões, mas também de

baixa especificidade, o é achatamento da respostas da tireóide após a injeção de tirotropina.

Essa anormalidade, ao contrario da dexametasona, parece não reverter após remissão da

depressão, (LAFER, 1996).

2.2.1.3 Teoria genética

Quando se pretende investigar o componente genético da depressão, uma das

dificuldades centrais é a caracterização precisa do fenótipo. Fenótipo são as características

observáveis num indíviduo que se pretende relacionar uma determinada constituição genética.

No caso da depressão, a confiabilidade do diagnóstico entre diferentes investigadores varia

bastante, dependendo do numero ocorrido de episódios de gravidade, (LAFER; VALLADA

FILHO, 1999).

A observação clínica da ocorrência dos transtornos em famílias aponta para a

existência de uma vulnerabilidade genética. Com uma carga genética maior nas formas

recorrentes, sobre tudo na forma bipolar é menos freqüente nas depressões chamadas

neuróticas, atípicas ou reativas. Estudos mostram que 65% a 75% dos distúrbios afetivos em

gêmeos monozigóticos e em gêmeos dizigóticos variam entre 14% e 19% ,(LAFER, 1996).

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2.2.1.4 Fatores psicossociais

Não há nenhuma dúvida de que fatores ambientais são etiologicamente importante

nos transtornos do humor. Atualmente acredita-se que todas as formas de depressão, haja

participação de fatores biológicos e psicológicos, (LAFER, 1996).

O autor acima ainda descreve que os pacientes deprimidos tendem a lembrar mais

de eventos estressantes ou perdas recentes. Os acontecimentos vitais mais implicados em

depressão são: a perda de um dos pais na infância, perda de cônjuge, ausência de relação

intima e de confiança com o conjugue ou qualquer pessoa próxima e desemprego.

2.2.2 Classificação da depressão

2.2.2.1 Depressão leve

É caracterizado por uma síndrome desagradável e incapacitante. Os sintomas que

estão com mais evidencia são: baixa de humor, falta de energia e prazer, sono ruim,

ansiedade, fobia e sintomas obsessivos podendo apresentar lentidão e dificuldade para

adormecer, (MAYOU; GEDDES, 2002).

Rodrigues (apud MOTTER, 2001) descreve depressão leve como as que duram

dois ou três dias, acarretando dificuldade na execução de atividades devido a baixa

concentração e cansaço excessivo.

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2.2.2.2 Depressão moderada

Este transtorno, as características mais evidentes são humor diminuído, falta de

prazer, energia reduzida, pensamentos pessimista. A inquietação e incapacidade, a variação de

humor diurna, a irritabilidade e frustrações também são características importantes neste

estagio da depressão, (MAYOU; GEDDES, 2002).

Rodrigues (apud MOTTER, 2001) relata que a depressão moderada comum na

adolescência, de baixa intensidade se manifestando clinicamente.

2.2.2.3 Depressão grave

As características do transtorno grave são os mesmo que o moderado, porém

acontecem com mais intensidade, associado também a delírios e alucinações, (MAYOU;

GEDDES, 2002).

Rodrigues (apud MOTTER, 2001) descrevem que a depressão grave pode durar

até seis meses, com a possibilidade de cronificação, caracterizada por cansaço excessivo,

dificuldade de concentração e extremando o pessimismo.

2.3 Qualidade de vida

Desde os anos sessenta do século passado, a expressão qualidade de vida tem sido

referência de inúmeros discursos acadêmicos, políticos, ideológicos e outros, movidos

principalmente pelo interesse das Nações Unidas, ainda na década de 50, de mensurar os

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níveis de vida de diversas comunidades mundiais. Ainda hoje esse conceito tem uma

definição imprecisa, não existindo um consenso teórico a seu respeito. Uma boa parte dessas

investigações, inicialmente, associava a qualidade de vida a um conceito quantitativo, relativo

a recursos materiais disponíveis para determinado indivíduo ou sociedade. Observa-se,

entretanto, que os esforços atuais em defini-lo tendem para uma abordagem mais ampla e

integradora, (CORRÊA apud SOUZA; CARVALHO, 2003).

Uma boa ou excelente qualidade de vida é aquela que oferece o mínimo de

condições onde as pessoas possam desenvolver o máximo da sua capacidade, vivendo,

sentindo ou amando, trabalhando [...] ou simplesmente existindo, (SANTOS et al, 2002).

O Grupo de Qualidade de Vida da divisão de Saúde Mental da OMS definiu

qualidade de vida como "[...] a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da

cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,

padrões e preocupações”, (WHOQOL GROUP apud FLECK, 2003).

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada

ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria

estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os

elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo

abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de

indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias

diferentes, sendo, portanto uma construção social com a marca da relatividade cultural,

(MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).

O termo Qualidade de Vida tem recebido uma variedade de definições ao longo

dos anos. A QV pode se basear em três princípios fundamentais: capacidade funcional, nível

socioeconômico e satisfação. A QV também pode estar relacionada com os seguintes

componentes: capacidade física, estado emocional, interação social, atividade intelectual,

situação econômica e auto-proteção de saúde, (GONZÁLEZ; HORNQUIST apud SANTOS et

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al, 2002).

Para Lentz et al (2002) que a qualidade de vida é uma dimensão complexa para

ser definida e sua conceituação, ponderação e valorização vêm sofrendo uma evolução, que

por certo acompanha a dinâmica da humanidade, suas diferentes culturas, suas prioridades e

crenças.

Romano (1993) relata que qualidade de vida é mais que simplesmente a ausência

ou presença de saúde, abrangendo também educação, saneamento básico, acesso a serviços de

saúde, satisfação e condições de trabalho, além de outros aspectos.

O interesse na qualidade de vida e na desumanidade provocada pelo progresso

tecnológico foi desde o início partilhado por cientistas sociais, filósofos e políticos. Os

profissionais da saúde já haviam previsto a bastante tempo que o crescente desenvolvimento

tecnológico da medicina traria um efeito colateral importante, a sua progressiva

desumanidade, mas só mais recentemente começaram a preocupar-se com a qualidade de

vida. Passaram a considerá-la como um parâmetro mais amplo do que o controle dos sintomas

- em termos de eficácia e segurança -, a diminuição da mortalidade ou o aumento da

esperança de vida, nos protocolos de pesquisa, (HALBE, 1999).

Minayo (2000), para quem a qualidade de vida como um conceito pressupõe a

capacidade de unificar todos os elementos essenciais para o bem-estar e satisfação do

indivíduo em uma sociedade de acordo com sua cultura, crenças, valores e expectativas.

A busca pela qualidade de vida visa ampliar perspectivas para a igualdade social e

diversidade ecológica e cultural, redimensionando as categorias qualitativas e reavaliando o

estilo da vida e a qualidade do consumo do trabalho, da distribuição de riquezas e do acesso

aos bens e aos serviços, (BUENO, 2004).

O autor acima relata que a qualidade de vida interliga diversas abordagens e

problemáticas, tais como: os aspectos materiais que dizem respeito às necessidades humanas

básicas (condições de habitação, abastecimento de água e sistema de saúde). Outro aspecto

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esta relacionado com a situação econômica, pessoal e familiar. O terceiro âmbito seria a

diferença entre o aspecto objetivo da qualidade de vida, que são facilmente apreendidos por

meio de uma definição de indicadores de natureza quantitativa, e os aspectos subjetivos, que

requerem à percepção subjetiva que os indivíduos têm sobre a qualidade de vida, o que varia

conforme a pessoa e o estrato social.

Qualidade de vida é o resultado de interligações de fatores que constituem o

cotidiano do ser humano, numa somatória de acontecimentos, pessoas e situações na esfera

privada e publica, destacando-se a dimensão do trabalho como uma importante significância

na vida de muitas pessoas, (PATRICIO, 1999).

Pesquisadores afirmam estar claro que a qualidade de vida, bem como a

felicidade, depende das expectativas e do plano de vida de cada indivíduo (MARCHI apud

KAWAKAME; MIYADAHIRA, 2004). Dessa maneira, o que é uma vida de boa qualidade

para uma pessoa pode não ser para outra. Os autores ainda ressaltam que se confunde, com

certa freqüência, uma boa qualidade de vida com uma vida confortável do ponto de vista

material, (KAWAKAME; MIYADAHIRA, 2004).

A qualidade de vida não pode ser tomada como um conceito geral, mas entendida

dentro da experiência cotidiana e pessoal de cada um dos envolvidos. Prover ótimas

condições de sobrevivência não garante a elevação dos níveis de qualidade de vida, visto que

o que determina é a forma e a capacidade do indivíduo em perceber e se apropriar dessas

condições. De nada adiantam os recursos se o beneficiário não pode se favorecer deles. Além

disso, viver com qualidade é uma condição que satisfaz as exigências e demandas que

determinada situação inflige aos indivíduos, dentro de um dado contexto particular. Qualquer

fenômeno social deve ser considerado no âmbito de seu contexto histórico e entendido dentro

da conjuntura política, econômica e cultural na qual se processa inclusive a condição de

qualidade de vida, (SLIWIANY apud SOUZA; CARVALHO, 2003).

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

3.1 Tipo de pesquisa

Neste capitulo será apresentado à metodologia aplicada para a realização do

trabalho em estudo. Caracterizando assim quanto ao tipo de pesquisa, material utilizado,

sujeitos que fazem parte da pesquisa, instrumentos para a avaliação de qualidade de vida e

depressão, procedimentos para a análise e interpretação dos dados encontrados.

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível

Esta pesquisa tem característica de uma pesquisa descritiva, pois tem o interesse

de descrever o perfil postural, qualidade de vida e depressão de uma determinada população,

sendo utilizado questionários, avaliação postural.

A pesquisa descritiva está interessada em descobrir e observar fenômenos,

procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los, (RUDIO, 1978).

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3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem

Esta pesquisa tem como característica quali-quantitava, pois além de fazer coletas

um levantamento numérico das alterações existentes, foi aplicado um questionário para saber

a situação do indivíduo, como por exemplo, o bem estar, ou seja, a sua qualidade de vida.

Segundo Almeida e Ribes (2000, p. 99) “[...] existe a possibilidade de conjugar os

dois tipos de pesquisa, levantando as idéias sobre o universo, ao mesmo tempo em que

quantificam os resultados. É o que se pode chamar de pesquisa quali-quantitativa.”

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados

O procedimento usado nessa pesquisa é de forma de levantamento, pois vai

demonstrar as características do grupo de interesse, que neste caso são os acadêmicos

pertencentes a segunda fase e oitava fase do curso de fisioterapia da Universidade do Sul de

Santa Catarina – UNISUL, campus Tubarão no período de 2005B.

Segundo Gil (1996) num levantamento os objetivos gerais referem-se a conceitos

abstratos, os específicos às características que podem ser observadas e mensuradas em um

determinado grupo.

3.2 População/amostra

A população do presente estudo é constituída por estudantes curso de fisioterapia

da Universidade do Sul de Santa Catarina da cidade de Tubarão – SC no período de agosto a

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dezembro de 2005, e a minha amostra foram os alunos que estavam cursando a 2ª (segunda)

fase e 8ª (oitava) fase .

Caracterizando assim essa amostra como não probabilística acidental, pois todos

os estudantes têm a mesma chance de participarem do estudo e os que tiverem disponíveis ou

interessados em fazer parte da amostra.

Segundo Triola (1997) a amostra acidental utiliza-se dos resultados que já estão

disponíveis.

Levin (1987) refere-se que a amostra não probabilística acidental é quando todos

os participantes de uma determinada população que se têm o interesse em fazer o estudo

tenham a mesma oportunidade (probabilidade) em participar da amostra.

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Para a avaliação foi utilizado termo de consentimento, anexo A; Questionário de

Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL) – Abreviado (bref) que foi

utilizado para avaliação da qualidade de vida, anexo B; Inventário de Depressão de Beck para

avaliar a depressão, anexo C; e uma ficha de avaliação postural anexo E;

Para a avaliação foi utilizada:

• câmera fotográfica olimpus®,

• TNT preto (tecido não tecido),

• fita métrica de uso doméstico,

• tripé.

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3.4 Procedimentos utilizados para coleta de dados

Para a seleção da amostra foi realizada uma visita em sala de aula explicando o

trabalho a ser realizado e então os convidando a participarem da pesquisa, onde os alunos que

tivessem interesse assinavam uma lista que continha nome e telefone para contato.

Para a realização da coleta de dados foram realizadas nas dependências da clínica

escola de fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Cataria, campus Tubarão no período de

setembro a outubro de 2005, todas as terças e quartas feira, no horário das 18h30min às

20h30min.

3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados

Foram utilizados o software STATDISC e o teste de wilcoxon foi para o análise

dos dados do questionário de qualidade de vida, onde neste calculo foi considerado o nível de

confiança de 95% e 5% de significância.

Para a avaliação do inventário de depressão de Beck e a análise das alterações

posturais foi realizado um calculo percentual.

3.5.1 Protocolo de avaliação do questionário WHOQOL-bref

O questionário de qualidade de vida é formado de vinte e seis questões que

compõe a escala original WHOQOL-100, sendo que duas questões representam uma forma

geral à qualidade de vida e as outras vinte e quatro são facetas que fazem parte do

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questionário. Onde foram analisados quatro domínios, que são: físico, psicológico, relação

social e meio ambiente. O domínio físico, no questionário WHOQOL-bref corresponde as

seguintes questões três, dez, dezesseis, quinze, dezessete, quatro, dezoito, possuindo assim

sete facetas: dor e desconforto; energia e fadiga; sono e repouso; mobilidade; atividades da

vida cotidiana; dependência de medicação ou tratamento, capacidade de trabalho. Sendo que o

escore pode variar entre 07 (mínimo) e 35 (máximo).

O domínio psicológico é formado pelas questões seis, sete, dezenove, onze, vinte

e seis e cinco, fazendo parte desse domínio às seis facetas: sentimentos positivos, pensar,

aprender, memória e concentração; imagem corporal e aparência; sentimentos negativos;

espiritualidade religião e crenças pessoais. E o escore fica entre 06 (mínimo) e 30 (máximo)

pontos.

As relações sociais representam três facetas: relações pessoais, suporte social e

atividade sexual referente às questões vinte, vinte e dois e vinte e um. O escore deste domínio

pode variar entre 05 (mínimo) e 15 (máximo).

O quarto domínio refere-se ao meio ambiente que formado pelas facetas:

segurança física e proteção; ambiente no lar; recursos financeiros; cuidados de saúde e sociais

disponibilidade e qualidade; oportunidades de conseguir novas informações e habilidades,

participação e oportunidade de recreação e lazer; ambiente físico (poluição, ruído, transito e

clima) e transporte sendo as facetas correspondidas pelas questões: oito, vinte e três, doze,

vinte e quatro, treze, quatorze, nove e vinte e cinco. Onde poderemos encontrar valores entre

08 (mínimo) e 40 (máximo).

Ao analisar este questionário foi somada a pontuação de cada domínio e

comparado entre a segunda fase com a oitava fase.

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3.5.2 Protocolo de avaliação do Inventário de Depressão de Beck

O Inventário de Depressão de Beck consiste em vinte e um itens incluindo,

sintomas e atitudes, cuja sua intensidade varia de zero a três. Sendo que os itens referem-se à

tristeza, pessimismo, sensação de fracasso, falta de satisfação, sensação de culpa,

irritabilidade, retração social, indecisão, distorção de imagem corporal, inibição para o

trabalho, distúrbio do sono, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática,

diminuição de libido.

Para análise dos dados foi somado os pontos e classificado conforme a escala:

menor que 10 = sem depressão ou depressão mínima; de 10 a 19= depressão de leve a

moderada; de 19 a 29= depressão de moderada a grave; de 30 a 63 =depressão grave.

3.5.3 Avaliação postural

Para traçar o perfil postural foram realizadas cinco fotos uma de vista anterior,

posterior, flexão posterior para analisar a gibosidade, vista lateral, e flexão lateral para

observar o ângulo tibiotársico e coxofemoral (Apêndice A).

As fotos foram realizadas de uma distância de 3,30 m em relação à máquina.

Sendo que com o auxílio de um tripé a máquina encontrava-se numa distancia de 1,40cm do

solo.

Para a realização das fotos os participantes da pesquisa eram orientados, os

homens de calção, e as mulheres de top e bermuda para que fosse mais fácil à observação das

possíveis alterações posturais.

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3.6 Limitação do estudo

A preferência pela pesquisa descritiva quali-quantitativa de levantamento

justifica-se pelo único meio de pesquisa que descreve, levanta os dados e ao mesmo tempo

quantifica os resultados.

O presente estudo apresentou perda significativa da amostra em decorrência da

não participação efetiva dos acadêmicos na realização da pesquisa.

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4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

4.1 Análise e discussão dos dados

Neste capítulo estão descritos os resultados encontrados na avaliação postural e

nos questionários aplicados. Sendo que o interesse destes questionários é de demonstrar o

índice de qualidade de vida e depressão acadêmicas do curso de fisioterapia, sendo também

realizado uma avaliação postural dos mesmos. Estes resultados estão expostos em gráficos e

tabelas, para uma melhor observação dos resultados, e com auxilio da literatura descrever e

justificar os dados encontrados.

4.1.1 Análise do questionário Inventário de depressão de Beck

Como podemos observar no gráfico 1, estão presentes os resultados encontrados

no questionário, onde apresentaram os seguintes índices: no que se refere a depressão mínima

ou sem depressão os acadêmicos da segunda fase correspondem a 75% e a oitava apresentou

71,43%. Já na depressão leve a moderada apresentou 25% e 21,43% respectivamente. Os

resultados encontrados na depressão moderada a grave o segundo semestre apresentou 0% e o

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oitavo 7,43%. E o que diz respeito à depressão grave todas as fases não demonstrou alguma

alteração.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

2ª 8ª

depressão minima

depressão leve amoderada

depressão moderada agrave

depressão grave

Gráfico 1 - Índice de depressão encontrada.

O mundo do trabalho que se apresenta ao jovem em fase de escolha da profissão,

cada vez mais complexo, vem exigindo um investimento cada vez mais elevado em relação ao

tempo de preparo para o ingresso na atividade profissional. Quanto maior a responsabilidade

da profissão escolhida, mais longo e conflituoso tende a ser o período de preparação. A

escolha por uma carreira universitária insere-se neste contexto, exigindo preparação adequada

tanto para a opção por um curso quanto para o planejamento de carreira do futuro

profissional, (BUENO; LEMOS; TOMÉ, 2004).

Carvalho (1995) complementa descrevendo que a aquisição da identidade

profissional se constitui num processo de socialização, num desenvolver-se para assumir

papéis ocupacionais adultos, decorrentes de inúmeras participações grupais, informações,

assimilações de conceitos e valores, enfim, da vinculação com referenciais externos que

venham a ser assimilados pelo indivíduo.

A opção por um curso universitário, ainda que não seja o que se queira fazer, não

será o fim dos conflitos relacionados à identidade profissional, sendo que mais escolhas ainda

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terão de ser realizadas. Uvaldo (1995) relata que o jovem universitário se depara com

diferentes problemas no início, na metade e no final de seu curso.

O início da vida acadêmica caracteriza-se por uma fase de adaptação dos alunos

ao curso e à vida universitária. Não é uma fase fácil, considerando-se que de 30% a 40% das

desistências ocorrem nesse período, (SOARES-LUCCIARI, 1993). O autor ainda descreve

que o aluno em meio de curso começa sentir a responsabilidade social do papel profissional

que terá que desempenhar, sem que se sinta preparado para assumi-lo a essa altura. O terceiro

momento crítico ocorre com os alunos em final de curso, quando seus questionamentos

refletem o grande medo de sair da universidade, pois, deixam de ser apenas estudantes

tornando-se profissionais onde eles sentem-se assustados em relação à mudança e às

(im)possibilidades de inserção no mercado de trabalho.

Helmers (apud PORCU; FRITZEN; HELBER, 2001) relatou que há um aumento

da prevalência de sintomas depressivos na transição entre a ciência básica e o treinamento

clinico.

As alterações no comportamento dos universitários podem causar influências

negativas, prejudicando o aprendizado e rendimento acadêmico, (BRAMNESS et al, 1991;

ROCHA; SOTO, 1995).

Para Hahn e Ferraz (1998), os fatores que desencadeiam situações de crise são a

procedência geográfica, as condições de habitação e os três primeiros meses do curso; nesses

casos, os universitários apresentaram quadros de depressão, de ansiedade e de reações de

ajustamento.

Moro, Vale e Lima (2005) realizaram um estudo com 140 acadêmicos de

medicina onde 27,85% dos estudantes de medicina apresentaram sintomas de depressão de

leve a moderado, 10,17% de depressão moderado a grave e 2,14% de depressão grave. O

mesmo ressalta que os primeiros contatos com os cursos da área da saúde evidenciam reações

de decepção nos estudantes, que ingressam na faculdade com expectativa e entusiasmo. Essa

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desilusão pode ser causada pela transição, vivenciada pelo aluno, de um sistema paternalista

de ensino para um sistema criado de acordo com as características e metodologias de cada

um.

O autor acima ressalta que o aluno passa há dispensar mais tempo aos estudos, a

ter menor disponibilidade para o lazer e a perceber que o ingresso na faculdade resulta em

perdas e ganhos. Essas variáveis podem responder pela prevalência de sintomas depressivos,

que varia, de 31% a 33,3% entre os estudantes do primeiro ao terceiro ano, sendo que a

maioria dos casos se refere os sintomas de depressão leve-moderada.

Segundo Kazdin e Marciano (apud BAHLS, 2002), mais de 80% dos jovens

deprimidos apresentam humor irritado e ainda perda de energia, apatia e desinteresse

importante, retardo psicomotor, sentimentos de desesperança e culpa perturbações do sono,

principalmente hipersonia, alterações de apetite e peso, isolamento e dificuldade de

concentração. Pesquisas realizadas com estudantes demonstram que esses sintomas são os

mais encontrados durante a fase acadêmica.

Um estudo multicêntrico mostrou que prevalência de transtorno depressivo na

população metropolitana de São Paulo, Brasília e Porto Alegre variou de 2,8% a 10,2%. Na

população americana, estes dados variam entre 7,8% e 15%, podendo chegar a 25% em

mulheres. Desta maneira a prevalência de sintomas depressivos nos estudantes da área da

saúde é de 49,2%, cerca de 4 vezes maior, do que a população em geral americana e mais do

que 7 vezes na população brasileira, (PORCU; FRITZEN; HELBER, 2001).

Assim é atribuído um novo papel ao jovem, um papel de “poder” e ao mesmo

tempo responsabilidade, que exige dele grande nível de maturidade para poder responder aos

desafios que lhe são postos no nível acadêmico sem se desviar daquilo que deve ser os seus

objetivos pessoais, (CLAUDINO, CORDEIRO, 2006).

Souza e Menezes (2005) descrevem que além da grande competividade nos cursos

da área da saúde há também os entusiasmados calouros tornam-se depressivos, tristes,

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assustados ou frustrados logo no inicio do curso, pois ingressam na faculdade ainda

adolescente e são submetidos a uma grande carga horária de estudo e cobrança pessoal de

professores e familiares, nesse ritmo, muitos vivem em depressão e pensam em desistir, além

de estarem constantemente ansiosos.

De acordo com O’Brien (2002), podemos entender perturbação de adaptação como

algo que se refere às situações em que o indivíduo desenvolve sintomas psicológicos

particulares, como resposta a stressores, ou como sendo uma inadaptação superficial a

situações difíceis ou a novos fatores ambientais experimentados, na ausência de defeitos

graves de personalidade subjacentes.

Num estudo realizado com estudantes de medicina por Porcu, Fritzen Helber

(2001), descreve que num estudo realizado por eles que o sintoma de depressão do primeiro

ano e segundo ano aumentou de 20% para 61,8%, do segundo para o terceiro o número de

casos graves salta de 4,8% para 19% em detrimento dos casos moderados do segundo ano. Do

terceiro para o quarto ano a uma nítida melhora acorrendo uma queda do nível grave de 19%

para 0% assim com a diminuição da taxa de prevalência de 66,6% para 47,4%, (isto pode ter

acontecido devido a melhor adaptação no treinamento clinico), do quarto para o quinto ano a

prevalência se estabiliza, mas há um novo aumento grave de 0% para 4,5%, em detrimento

dos moderados do quarto ano, do quinto para o sexto ano, há um grande aumento do grau

moderado de 13,6% para 33,3% e o desaparecimento do grau grave, sendo que este fato

poderia ser explicado pela expectativa de se formar e entrar no mercado de trabalho, ficando

responsáveis pelos os próprios atos, sem a retaguarda escolar.

4.1.2 Análise do perfil postural

Dentre os profissionais da área da saúde que apresentam distúrbios posturais,

estão os fisioterapeutas, cuja atividade profissional implica em exigências do sistema

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musculoesquelético, com movimentos repetitivos de membros superiores, manutenção de

posturas estáticas e dinâmicas por tempo prolongado e movimentos de sobrecarga para a

coluna vertebral. Os fisioterapeutas sofrem grande carga de trabalho estática durante suas

atividades de trabalho, porém são poucas as referências sobre as conseqüências de má postura

antifisiológicas durante a atividade desses profissionais, (PERES, 2004).

Ao analisar os resultados do perfil postural na Tabela - 1 que segue abaixo,

podemos observar que dentro das alterações posturais do segmento cabeça as principais

alterações encontradas nos semestres representados foram anteriorização e rotação á direita da

mesma. Sendo que o 2° (segundo) semestre apresentou 50% de anteriorização e 42,86% de

rotação á direita da cabeça; já o 8° (oitavo) semestre 71,42% e 21,42% respectivamente.

O músculo trapézio está relacionado com o posicionamento da cabeça, quando

esse músculo é submetido a uma contração continua e prolongada provoca falta de oxigênio,

acúmulo de metabólicos ácidos e diminuição do potássio intracelular, podendo assim levar a

um espasmo muscular, o qual leva a um ciclo vicioso. Pois, as contrações isométricas quando

mantida por longos períodos causam um processo inflamatório com fibrose, o que pode levar

a uma inibição do seu crescimento e diminuição da sua elasticidade, que neste caso pode levar

a uma rotação da cabeça, (BIENFAT, 1995; NORDIN, FRANKEL, 2001).

Nascimento (2005) avaliou alunos do ensino médio e identificou as seguintes

alterações posturais, 77,78% apresentaram cabeça anteriorizada, 61,12% ombros protusos,

50% com ombro elevado, 83,34% apresentavam hiperlordose lombar, 33,34% apresentaram

hipercifose torácica, 22,22% joelho valgo, 5,56% pé plano.

Tanaka e Farah (1997) descrevem que quando os músculos posteriores da coluna

cervical, especialmente os suboccipitais estiverem encurtados predominando sobre os

anteriores, comprometem a estabilidade desta curvatura, sendo que neste caso o músculo

esternocleidomastóideo promoverá uma anteriorização da cabeça.

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Bienfat (1995) relata que os músculos escalenos são responsáveis pela

anteriorização da cabeça, pois a sua inserção ocorre na primeira e segunda costela, e por

serem músculos tônicos e estão em constante contração, levando assim a um tracionamento

do gradil costal para uma posição elevada.

Kisner e Colby (1998) citam que a anteriorização da cabeça é caracterizada por

um aumento da flexão da região cervical baixa e torácica alta, aumento na extensão do

occipital sobre a primeira vértebra cervical e aumento na extensão das vértebras cervicais

superiores.

Devido a intima relação entre o pescoço, a coluna torácica, a cintura escapular e a

articulação temporomandibular, a coluna cervical consiste em colocar a cabeça no espaço para

as funções vistais da visão, audição e alimentação, sendo que os movimentos coordenados

permitidos pelas estruturas articulares envolvidas, ligamentos e da musculatura tônica e

dinâmica permitem à coluna cervical executar essa função, (KENNEDY, 2001).

Tabela 1 - Índice das principais alterações encontradas

Alterações posturais semestres Segmento Alterações

corporal posturais 2º 8º Anteriorizada 50% 71,42%

Cabeça Rotação à direita 42,86% 21,42%

Ombros Protusos 62,50% 78,58%

Direito elevado 71,15% 50%

Retificação cervical 37,50% 64,28%

Hipercifose torácica 50% 35,71%

Tronco Retificação torácica 37,50% 50%

Retificação lombar 50,00% 21,43%

Hiperlordose lombar 37,50% 21,43%

Escoliose 42,85% 14,28%

Membros Joelho varo 28,58% 57,14%

Inferiores Joelho valgo 57,14% 14,28%

Pé plano 71,42% 28,58%

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Como podemos perceber a protusão e a elevação do ombro direito foram as

principais alterações encontradas no segmento do ombro. Cerca de 62,50% dos alunos do

segundo semestre apresentaram ombros protusos e 71,15% elevação do ombro direito e oitavo

semestre 78,58% e 50% respectivamente.

Santos (1993) relata que quando existe um trabalho intenso de força muscular,

hipertrofia o grupo de músculos elevadores do ombro e da escápula (porção superior e média

do trapézio, rombóides maior e elevadores da escápula), o que gera um desequilíbrio nessa

musculatura acarretando a elevação do ombro.

Num estudo realizado por Rosa Neto (1991) avaliou 791 escolares de ambos os

sexos sendo 408 do sexo masculino e 383 do sexo feminino, onde o autor identificou as

seguintes alterações: inclinação lateral do ombro em 28 (3,4%) da população, e protusão de

ombro em 138 (19,4%) do grupo estudado.

Quando há uma protusão de ombro é sinal que o músculo peitoral menor, peitoral

maior, rotadores mediais, rotadores laterais, grande dorsal, adutores do ombro estão

encurtados, e o músculos que estão “fracos” são coracobraquial, bíceps braquial, redondo

maior, deltóide, trapézio superior, tríceps braquial, peitoral maior, peitoral menor, rotadores

mediais, rotadores laterais, serrátil anterior, grande dorsal, rombóides, trapézio médio,

trapézio inferior, supra escapular, (SOARES, 2003).

Em um estudo realizado na cidade de Tubarão, escolares de 7 a 10 anos e ambos

os sexos, Markwardt (2002), identificou numa primeira tiragem que 3,9% da população

apresentou protusão de ombro. Já na segunda triagem realizada, com 96 escolares, 43,7% do

sexo feminino e 56,2% masculino, 22,9% apresentavam ombro protuso e 7,3% atitude

escoliótica.

A protusão ou deslocamento do ombro é mecanicamente associado à abdução da

escapula, podendo estar associada à rotação lateral da mesma e rotação do braço do ponto de

vista muscular, a protusão é devido à ação predominante dos músculos peitoral maior sobre os

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rombóides e trapézio, (TANAKA; FARAH, 1997).

No segmento corporal tronco, várias alterações obtiveram destaque, entre elas

podemos citar a retificação cervical, retificação torácica, retificação lombar, hipercifose

torácica, hiperlordose lombar, e escoliose.

Com relação à retificação cervical o oitavo semestre apresentou maior índice

percentual 64,28%, o segundo semestre 37,5%. Já no seguimento torácico apresentaram

37,5% e 50% respectivamente, e no que se refere na retificação lombar 37,5 % e 21,43%

sucessivamente.

Santos (2001) descreve que a retificação na coluna cervical é devido à retração dos

músculos pré-vertebrais.

Oliveira (2005) realizou um estudo onde avaliou adolescentes de 14 anos onde

encontrou 16,6% hipercifose torácica, 83,3% hiperlordose lombar e 16,6% com retificação da

região lombar.

Segundo Corlett et al (apud FERST 2003) relata que o levantamento de peso

repetitivo conduz a uma maior retração comparada a uma carga estática e equivalente e

conclui-se que o levantamento de uma carga repetidamente durante certo tempo induziria à

retração equivalente a inteira perda de estatura diária.

A curvatura da região cervical apresenta muitas variações. Na idade entre 20-30

anos pode-se diferenciar três tipos: aquela usualmente apresentada como lordose típica e que é

a mais rara; uma lordose dupla, também denominada angulação de lordose, a mais freqüente e

considerada típica no adulto da terceira década. Finalmente a lordose pode estar quase

completamente ausente e fala-se então de uma coluna vertebral retificada, (KAHLE, 2000).

Segundo Verderi (2006) a retificação das curvas fisiológicas, ou seja, a diminuição

das angulações das lordoses lombar e cervical e das cifoses dorsal e sacral são formadas por

um desequilíbrio muscular, as curvaturas responsáveis pela dissipação das forças proveniente

da ação da gravidade são diminuídas, e consequentemente ocorrerá em determinados pontos

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da coluna, uma maior incidência de sobrecarga, ocasionando dores, perda da mobilidade e um

desequilíbrio postural geral como forma de compensação. Com a retificação das curvas surge

o dorso achatado com tendência a se tornar rígido e dores dorsais refratárias. Para este

desequilíbrio, necessitamos readquirir a mobilidade, promover alívio das dores e aumentar das

curvas fisiológicas.

A coluna vertebral, no segmento lombar, apresenta uma lordose fisiológica que é

preservada pelo formato de suas vértebras e discos, e pelos músculos. A descompensação

muscular pode causar hiperlordose ou retificação desta curvatura, sendo a retificação à

alteração mais grave devido o aumento do espaço intervertebral posterior facilitando a causa

de hérnia discal, (FIGUEIRÓ, 1993).

Segundo Souchard (2001) a retificação da região lombar é devido à retração dos

isquiotibiais e dos pelvitroncanterianos.

Pinto e Lopes (2001) descrevem que o dorso plano ocorre quando a inclinação da

pelve esta diminuída e consequentemente levará a uma diminuição das curvas da coluna

vertebral.

O segundo semestre apresentou 50% dos acadêmicos com hipercifose torácica e o

oitavo semestre 35,71%.

O aumento da cifose é caracterizado por uma curvatura torácica aumentada,

protração escapular e, geralmente acompanhado de uma protusão de cabeça. Há fatores que

leva a dor como sobrecarga no ligamento longitudinal posterior; fadiga nos músculos eretores

da espinha torácica e rombóides, síndromes posturais cervicais entre outras, (KISNER;

COLBY, 1998).

Segundo Dangelo e Fattini (1991) quando a cifose aumenta, os movimentos das

articulações intervertebrais diminuem e o desenvolvimento de rigidez é considerado como um

fator relevante nas desordens musculoesqueléticas em nível torácico.

Oliver e Middleditch (1998) ainda afirmam que as forças gravitacionais tendem a

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aumentar a cifose torácica, entretanto, sofrem oposição dos ligamentos posteriores do arco

neural e da atividade dos músculos dorsais paravertebrais. No plano transverso, as fibras dos

discos intravertebrais se opõem a translação e a deformação causada pelas forças de

cisalhamento. O deslocamento anterior do corpo vertebral é também impedido pelos planos

das articulações apofisárias. Tensões rotacionais no plano transverso são restringidas pelas

fibras do disco intervertebral e facetas articulares.

Podemos notar que a hiperlordose lombar está presente também nas principais

alterações encontradas sendo que o segundo semestre aparece com 37,5% e oitavo com

57,14%, ou seja, mais da metade do último semestre apresentou essa alteração.

De acordo com Peres, (2004) um estudo realizado com 128 fisioterapeutas de 46

estados americanos, entre 1943 e 1993, 80% demonstrou evidências e distúrbios

musculoesquelético com prevalência na região lombar (45%), punho e mão (29,6%), e região

da cervical (28,7%).

Uma retração da musculatura flexora do quadril contribui para a formação da

hiperlordose lombar, que acaba desencadeando uma retração da cadeia posterior e como

mecanismo compensatório, acarretando em cifose torácica e protusão da cabeça, (NETO

JÚNIOR; PASTRE; MONTEIRO, 2004).

Em relação à escoliose os dados encontrados foram que a segunda fase apresentou

um índice de 42,85 % e a oitava 14,28 %.

Ferrariani et al (2000) observarou as alterações posturais em 378 escolares na

faixa etária dos 6 aos 14 anos no município de Ribeirão Preto/SP, detectando ao exame físico

os seguintes casos suspeitos: 23,5% de escoliose, 3,2% de cifose e 1,1% de lordose.

Um estudo realizado por Elias e Teixeira (1992), em pesquisa realizada na

Unidade Clínica de Adolescentes do Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ, com a

finalidade de diagnosticar precocemente escoliose em adolescentes assintomáticos foram

avaliados um total de 4.750 adolescentes, destes 85 pacientes (1,78%) que apresentavam

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sinal(is) clínico(s) positivo(s), 54 foram submetidos à avaliação radiológica e 49 (1,03%)

tiveram o diagnóstico confirmado. As curvas encontradas variaram de cinco a 36 graus, com

maior freqüência entre 11 e 20 graus. O sexo feminino foi mais acometido, em uma proporção

de 02 para 01.

Veronesi e Azatto (2003) afirmam que 50% da população apresentam

discrepância entre os membros. Tal afecção leva à alteração da biomecânica esquelética, na

qual poderemos encontrar obliqüidade pélvica e escoliose.

Pires et al (1990) avaliaram a postura de 1007 adolescentes, constatando escoliose

em 11,91% da população, sendo que 48,33% sexo masculino e 51,66% do sexo feminino. Dos

120 adolescentes, 21,16% apresentaram escoliose do tipo C direita, 65,83% tipo esquerda e

5% do tipo S.

A escoliose esta associada a hábitos posturais irregulares, como o mau

posicionamento quando sentado ou o transporte de material escolar de um só lado do corpo,

resultado em assimetrias funcionais da musculatura da coluna vertebral, (PINTO; LÓPES,

2002).

A escoliose envolve uma serie de modificações estruturais tais como as vértebras

e costelas fazendo uma rotação no plano transverso, desvio lateral no plano frontal e lordose

no plano sagital, tendo a possibilidade de progressão e sérios problemas futuros, (SALETE,

2003).

No que se refere a análise do joelho pode-se constatar que porcentagem

encontrada foi que o segundo semestre apresentou 28,58%, e o oitavo 57,14% no que diz a

respeito a varismo de joelho.

O encurtamento dos músculos posteriores mediais da coxa, (semimembranoso e

semitendinoso) são os responsáveis pelo varismo do joelho, (MARQUES, 2000).

O joelho varo faz aumentar as cargas no compartimento medial do joelho e

acarreta uma redução relativa dessas cargas no compartimento lateral. Sendo que esta

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condição esta associada com a coxa valga e, levando-se em conta que o contato do calcâneo

ocorre em uma posição de varismo calcaneano, haverá pronação excessiva para orientar o

calcâneo verticalmente, (HALL, BRODY, 2001).

No joelho varo acontece uma abdução do quadril e a diáfise do fêmur inclina-se

lateralmente fazendo assim uma abertura entre o ângulo do fêmur e pelve, (TANAKA;

FARAH, 1997).

O número encontrado na segunda fase com joelho valgo foram 57,14% e na oitava

14,28%.

O joelho valgo compreende um desvio no plano coronal com sobrecarga no

compartimento lateral, com conseqüente aumento no ângulo femorotibial de valgismo e uma

obliqüidade da interlinha articular medialmente. Esta sobrecarga provoca alterações

biomecânicas, acarretando perda progressiva de cartilagem, osso subcondral e posteriormente

artrose, com alongamento capsuloligamentar, (QUEIROZ; NAVARRO; KUBOTA, 1993).

O joelho valgo apresenta um valgismo fisiológico de 5º, pois no plano frontal há

um deslizamento entre as diáfises do fêmur e da tíbia, (TANAKA; FARAH, 1997).

O mesmo autor ainda ressalta que o joelho valgo é uma adução do quadril, visto

que no valgismo a diáfise do fêmur se inclina medialmente, fechando o ângulo entre o fêmur e

a pelve como ocorre na adição do quadril.

Quando avaliados os pés a alteração que mais se sobressaiu foi pé plano, onde o

segundo semestre teve 71,42% e o oitavo semestre apresentou 28,58%.

Num estudo realizado por Patanali, Rosa Neto e Caon (2005) o dados encontrados

foram que de 97 alunos estudados 44,3% não apresentavam alterações, porém dos 55,7% a

grande maioria apresentou pé plano.

Bricot (2001) descreve que o pé plano é o enfraquecimento, abaixamento e ás

vezes o desabamento do arco medial do pé, é a alteração mais freqüente que pode acontecer.

Bienfait (1995) descreve que os pés é a causa das deformações ascendentes, onde

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uma deformação do pé leva a uma má postura da pelve.

Tokars et al (2003) descreve que quando ocorrem alterações no pé, elemento

funcional e especializado, compromete também a sua biomecânica, modificando a função de

suporte do corpo durante a locomoção.

O mesmo autor ainda descreve que o pé plano apresenta mais pronação já que a

rotação interna do pé é maior do que a da perna, sendo que a pronação continua é causa

primaria de desconforto e disfunção no pé e perna, causando dor lateral no quadril por uma

inclinação anterior da pelve ou detenção dos músculos inversores. Esses movimentos de

pronação e supinação excessivo afetam o tornozelo e pé, por isso os músculos devem sempre

manter um equilíbrio para que o movimento seja funcional e uniforme.

4.1.3 Análise do questionário de qualidade de vida

Para a realização da avaliação deste questionário foi utilizado o teste de Wilcoxon

com 95% de confiança, para amostra independente, considerando 5% de significância.

No que se refere ao aspecto físico através do calculo revelou que existe diferença

entre a segunda e oitava fase.

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Tabela 2 - Escores obtidos no WHOQOL - Aspecto Físico

Aspecto físico

Segundo semestre Oitavo semestre

25 26

26 21

23 26

24 18

21 28

22 22

-- 26

-- 20

-- 21

-- 25

-- 26

-- 23

-- 23

-- 23

Este aspecto refere-se a dor e desconforto, atividades da vida cotidiana,

dependência de medicamento ou tratamento, capacidade de trabalho, fadiga, sono.

Como podemos observar na tabela 02, onde estão escores alcançados da segunda

fase e oitava fase, podemos perceber que a pontuação da segunda fase é superior que o oitavo

período.

Uma boa qualidade de vida é aquela que oferece um mínimo de condições para

que os indivíduos nela inseridos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, ou

seja, viverem com dignidade, (LEITE et al, 2000).

Saupe et al (2004) descreve num estudo realizado com acadêmicos do curso de

enfermagem de universidades da região sul apresentou 64% dos alunos refere satisfação com

sua qualidade de vida, mas 36% apresentam problemas significativos.

Anderson (apud ZABOT, 2005) explica que a saúde e a qualidade de vida, sofrem a influencia de

múltiplos fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais.

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À medida que as pessoas praticam menos atividades físicas, os músculos tornam-

se mais fracos levando a fadiga ou até mesmo a distúrbio do sono (insônia), como

conseqüência não consegue agüentar com disposição seus compromissos ao longo do dia,

(CIZESKI, 2000).

Segundo Reimão (apud ZABOT, 2005) a prática de ritmo sono-vigília irregular

(como levantar mais tarde que o usual e dormir na manhã seguinte) é um comportamento

comum que leva à insônia.

Os desequilíbrios posturais tem como conseqüência as síndromes dolorosas, que variam de

acordo com o modo de vida de cada indivíduo e também dependem da conscientização corporal que cada um

traz consigo, (VERDERI, 2006).

Limongi e Assis (1995) descrevem que a qualidade de vida é uma compreensão abrangente e

comprometida sobre as condições de vida no trabalho incluindo aspecto de bem-estar, garantia de saúde e bom

uso da energia pessoal.

Segundo Barbanti (2002), as pessoas fisicamente ativas, tendem a revelar atitudes

positivas perante o trabalho, têm melhor saúde, revelam maior capacidade em enfrentar o

estresse e tensão.

No aspecto psicológico os cálculos demonstraram que houve diferença entre a 2ª fase e 8ª fase.

Tabela 3 - Escores obtidos no WHOQOL - Aspecto Psicológico

Aspecto psicológico

Segundo semestre Oitavo semestre

27 24

25 17

23 24

23 14

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18 20

22 22

-- 26

-- 25

-- 19

-- 24

-- 23

-- 24

-- 24

-- 16

Neste domínio os pontos avaliados foram: sentimentos positivos e negativos,

pensar, aprender, memória e concentração, imagem corporal e aparência, espiritualidade

religião e crenças pessoais.

Ao observar a tabela 03 pode-se notar que os escores obtidos entre uma fase e

outra foram diferentes. Onde comparado com a pontuação mínima (06) e máxima (30) a

segunda fase se sobre saiu à oitava fase.

A preocupação do ser humano era tão somente suprir as suas necessidades básicas

como moradia, alimentação, segurança, transporte, saúde etc., sem se preocupar com os

outros aspectos hoje considerados importantes, como lazer, atividade física, convívio social,

satisfação pessoal, auto-realização etc., (LEITE et al, 2000).

De acordo com Berger (apud BARBANTI, 2002), corrobora que o exercício físico

esta associado ao aumento da alegria, da auto-estima, do auto-conceito, da auto eficácia, da

imagem corporal e da qualidade de vida.

Um outro estudo realizado com estudantes do curso de enfermagem mostrou que

as médias dos escores não são iguais para cada ano, sendo 26,16% para o 1º ano; 24,48 para o

2º ano; 25,46 para o 3º no e 25,23 para o 4º ano, refletindo que os estudantes do 1º ano

possuem melhor qualidade de vida, com queda do IQV do 1º para o 2º que apresentaram os

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piores índices de qualidade de vida, depois recuperados nos 3º e 4ºanos (KAWAKAME;

MIYADAHIRA, 2005).

Onde comparado com os acadêmicos em estudo pode-se dizer que quando em

contado com situações diferentes a uma alteração na sua qualidade de vida devido aos

problemas que pode ser encontrado no decorrer da faculdade.

Para Moraes e Kilimnik (1994) a qualidade de vida pode ser entendida como

conseqüência da combinação das dimensões básicas das tarefas, capazes de gerar estados

psicológicos que, por sua vez, ressaltam em diferentes níveis de motivação e satisfação e em

diferentes atitudes e comportamentos nos indivíduos.

Todos nós sabemos que a vida de um estudante dedicado é muito corrida,

normalmente por estar em plena competição, seja nos vestibulares, nos concursos ou provas

da faculdade, buscando uma melhor nota ou colocação. Mas em determinados fatos esquecem

de sua saúde e abusam dos limites psicológicos e físicos de seus corpos, na maioria dos casos

pelas cobranças externas dos pais ou de si próprio. O estresse no estudante não é muito

saudável e nem benéfico para o seu desenvolvimento, pois com o tempo ele poderá chegar ao

um nível tão alto de estresse que a assimilação do que esta sendo estudado será bem menor

e/ou quase inexistente, (DURANTE, 2006).

Quando um acadêmico se depara com novas situações, seu estado emocional pode

ser abalado seja ele por sentimentos bons ou ruins, que devido essa nova situação pode acabar

provocando um estresse emocional dificultando a sua capacidade de concentração.

Os lapsos ou falhos de memória, que fazem com que a pessoa esqueça tanto dos

fatos corriqueiros como de assuntos e compromissos importantes, pode ser um sintoma de

estresse. Além deste temos diversos outros tipos de problemas causados pelo estresse em que

o estudante pode adquirir por estar no limite, como a ansiedade, a depressão e distúrbios do

sono que pode trazer insônia e hiperinsonia, ou seja, a falta e o excesso de sono. O estudante

necessita de um momento para o lazer, seja de dia inteiro ou uma tarde no fim de semana ou

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de algumas horas na semana, fazendo-lhe descansar seu lado psicológico, que de fato o fará

render mais em seus estudos, (DURANTE, 2006).

Quando o quadro psicológico de uma pessoa está abalado um outro fator que pode

ter influencia é a capacidade de concentração e aprendizagem, causado frustração, pois não se

conseguem alcançar o que se deseja.

Saupe et al (2004) descreve que preocupações são antigas no que se diz a respeito

à qualidade de vida que estão relacionadas à aprendizagem, interesse, motivação, outras

preocupções começam a se expressar e dizem respeito à presença de sofrimento, que parece

ter origem tanto no processo do viver genérico, relacionado a problemas financeiros,

familiares, de saúde, quanto ao convívio com o cotidiano específico da futura profissão,

carregado de intimidade com a dor e a morte de um paciente.

Com a grande quantidade de compromissos as pessoas acabam deixando de lado

as atividades físicas o que pode levar a uma insatisfação da imagem corporal e aparência, pois

o exercício físico tem a função de manter a aparência física, imagem corporal e uma forma de

liberar suas energias acumuladas.

Diniz (2002) ressalta que o exercício físico oferece benefícios psicológicos,

porque unifica a mente e o corpo físico através de uma forma natural de expressão,

proporciona uma liberação da agressividade, depressão, sendo que serve como uma distração

sadia para compensar as preocupações do dia-a-dia.

No que se refere no aspecto relação social foram avaliados: relações pessoais,

suporte social e atividade sexual. Onde o teste de Wilcoxon nos revelou que existe diferença

entre as duas fases. Com significância de 5%.

Tabela 4 - Escores obtidos no WHOQOL - Aspecto Relações Sociais

Aspecto relações sociais

Segundo semestre Oitava semestre

15 14

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12 11

15 13

13 08

10 12

13 14

-- 15

-- 12

-- 11

-- 12

-- 13

-- 10

14 --

-- 13

Neste domínio podemos notar que através dos pontos descritos na tabela 04 o

oitavo semestre apresentou escores inferiores ao segundo semestre.

Daly et al. (apud LENTZ, 2002) escreve sobre a importância da família e dos

amigos como também do sentimento que envolve este tipo de relacionamento.

Os níveis de atenção à saúde são representados pela promoção, proteção e

recuperação da saúde, nos quais deve ser sempre priorizado o caráter preventivo. Trata-se de

um modelo de atenção centrado na qualidade de vida e na relação das equipes de saúde com a

comunidade, (SOUZA; CARVALHO, 2003).

Quando há um suporte social e familiar adequado fica muito mais fácil para um

bom relacionamento entre as pessoas, pois se tornam mais confiantes e seguros na suas

decisões.

O que pode ter levado a essa diferença entre as turmas é devido a grande carga

horária que é submetida diariamente, principalmente os acadêmicos do oitavo semestre, com

estágios profissionalizantes, trabalho de conclusão de curso, isso faz com que tenho menos

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tempo para cuidar de si mesmo. Sendo que essa vida agitada faz com que as pessoas

conversem relacionem menos, fazendo com que a sua vida social, e sua saúde seja abalada.

Tabela 5 - Escores obtidos no WHOQOL – Meio Ambiente

Aspecto meio ambiente

Segundo semestre Oitavo semestre

30 35

36 28

30 33

32 21

23 26

30 36

-- 34

-- 32

-- 24

-- 26

-- 32

-- 34

-- 36

-- 29

Ao realizar o teste de Wilcoxon demonstrou que não houve diferença entre o

segundo e oitavo semestre no que diz respeito ao aspecto meio ambiente.

Neste aspecto estão relacionados com segurança e proteção, ambiente no lar,

recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais disponibilidade e qualidade, oportunidade de

conseguir novas informações e habilidades, participação e oportunidade de recreação e lazer,

ambiente físico (poluição, ruído, transito e clima) e transporte.

Como podemos observar neste aspecto a pontuação entre as duas fases não foram

baixas e nem desiguais mantendo assim os mesmo níveis de pontuação.

Dela Coleta (1991), descreve que são fatores como a automação de processos com

utilização de máquinas cada vez mais complexas e eficientes, a especialização exagerada do

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trabalho, o grande aumento da produtividade, a elevada competitividade, os problemas de

trânsito, a poluição das cidades, o corre-corre do dia-a-dia etc,. têm contribuído para a queda

do nível de qualidade de vida do ser humano.

Para Moscovici (1993), o avanço tecnológico é assombroso, irreversível e de

grande valor para a sociedade. Entretanto, há um imenso e evidente descompasso deste com a

questão social em termos de qualidade de vida, uma vez que o primeiro cresce em ritmo

exponencial, enquanto o outro se arrasta penosamente, com retrocessos inexplicáveis (os

aspectos relacionados à questão da qualidade de vida não têm acompanhado a velocidade do

desenvolvimento tecnológico).

A motivação e satisfação de um aluno esta ligado diretamente com as condições de

onde mora ou estuda, as relações interpessoais, segurança, entre outros, (BAZTÁN, 1999).

Os fatores estressantes bioecológicos, como a poluição, condições inadequadas,

ruídos, somados aos fatores emocionais, podem diminuir a qualidade de vida, interferindo no

seu desempenho, (DINIZ, 2002).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O presente estudo teve como objetivo analisar a qualidade de vida, o índice de depressão e assim

associar as possíveis alterações posturais, dos acadêmicos que estavam matriculados na segunda e oitava fase

do curso de fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Tubarão no período de 2005B.

A partir dos resultados encontrados no presente trabalho pode-se concluir que os acadêmicos do

segundo semestre apresentaram características posturais especificas como anteriorização de cabeça, elevação

de ombro direito, retificação da lordose lombar, joelho valgo, pé plano e os acadêmicos do oitavo semestre

apresentaram protusão de ombros, retificação da lordose cervical.

Conclui-se também que o oitavo semestre apresentou um índice menor de alterações posturais

que o segundo semestre. Isto pode ter acontecido devido a maior percepção que a oitava fase tem sobre as

alterações posturais que podem ocorrer na sua vida acadêmica e com isso procuram tratamentos ou ate

mesmo ficam vigiando-se quando vão praticar alguma atividade que vai exigir mais do seu corpo. O trabalho de

conscientização corporal e das alterações posturais existentes nos acadêmicos de todos os semestres seria de

estrema importância, pois a diminuição da dor e desconforto dos alunos pode gerar uma melhor qualidade de

vida, e como conseqüência uma melhora nas suas atividades acadêmicas.

Através dos resultados encontrados referentes à depressão pode-se observar que a segunda fase

apresentou um maior índice de depressão mínima ou sem depressão e em depressão leve a modera, já o oitavo

semestre apresentou índices de depressão grave. Conclui-se que as duas fases tiveram alterações nos índices

de depressão.

Atualmente, o transtorno depressivo é reconhecido como um problema de saúde pública em

atendimento médico primário, por sua prevalência e por seu impacto no cotidiano de pacientes e familiares

envolvidos. Além de ser prevalente e subdiagnosticado a depressão tem um impacto considerável e amplo na

vida de paciente. Esse impacto não se restringe a sintomatologia da doença, mas também a diminuição da

produtividade no trabalho e prejuízo da qualidade de vida.

Essas alterações no índice de depressão, tanto no segundo quanto no oitavo semestre, pode estar

associado à fase de adaptação com uma nova realidade, com mais responsabilidades, ou até mesmo o mercado

de trabalho que é tão concorrido.

Esta mudança leva a uma necessidade de criação dos mecanismos de adaptação quer a nível

físico, social, emocional ou acadêmico. Sendo que as duas principais vertentes (social e acadêmica) encontram

dois pontos de referência, os diferentes níveis de exigência acadêmica e à integração social. Pois os

professores, familiares e pacientes que exigem dos acadêmicos o melhor si.

Com os resultados encontrados na qualidade de vida dos acadêmicos pode chegar à conclusão

que o segundo semestre apresentou uma melhor qualidade de vida que o oitavo semestre. Isso pode estar

associado ao nível de estresse que os acadêmicos do oitavo semestre estão sendo submetidos diariamente,

com estágios, trabalho de conclusão de curso, preocupação com os pacientes e principalmente com o mercado

de trabalho.

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Esta grande carga horária pode ter como conseqüência sono ruim, dificuldade de em se relacionar

com as pessoas, seu estado psicológico acaba sendo afetado, dificuldade de concentração, falta de vontade de

praticar alguma atividade que lhe de prazer.

As investigações sobre as condições que permitem uma boa qualidade de vida revestem a grande

importância cientifica e social. Tentar responder a aparente contradição ou mesmo a associação entre a relação

entre alteração postural, qualidade de vida e depressão nas duas fases estudadas poderá contribuir para o

desenvolvimento do ser humano. Além, disso possibilitará a criação de alternativas de intervenção visando o

bem estar dos acadêmicos.

Os fatores que influenciam a qualidade de vida se expressam de maneira a interagir

corporalmente com os indicadores econômicos, sociais e até nos mecanismos de propriocepção, de imagem

corporal e de relação intersubjetiva.

Neste estudo pode-se constatar que não houve relação entre alteração postural, qualidade de

vida e depressão nas duas fases estudadas, mas nada impede que novos trabalhos instiguem a relação com as

demais fases do curso de fisioterapia. Em decorrência a não aderência e desistência dos acadêmicos de fazerem

parte da pesquisa a amostra teve que se reduzida estritamente à segunda fase e oitava fase.

Dentro dessa realidade é necessário haver estudos específicos com os acadêmicos por parte de

profissionais da saúde, pois durante a coleta de dados foi observado que os acadêmicos em geral relataram

estar muito cansados, estressados, com desconforto corporal, e tinham muita dificuldade de concentração e

houve relatos em que os alunos pensavam em desistir do curso. Acredito que seria interessante novos

trabalhos relacionado a este tema com uma amostra maior, assim o resultados seriam mais satisfatórios.

Sugere-se a realização de trabalho interdisciplinar junto ao curso de psicologia com alunos que

apresentaram maior índice de depressão e uma qualidade de vida que não seja satisfatória, pois quando o lado

emocional e psicológico do aluno estiver equilibrado passam a ter melhores resultados nas suas atividades

acadêmicas, assim irão relacionar-se com mais facilidade como pacientes, familiares, professores, e colegas.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Analise postural, vista anterior, lateral, posterior, flexão lateral e flexão posterior

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ANEXOS

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ANEXO A

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104

Termo de consentimento

UNIVERSIDADE DO SUL DA SANTA CATARINA – UNISUL

CURSO DE FISIOTERAPIA

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu,

_____________________________________________________________,

célula de identidade

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105

n°____________________________________________________, declaro

que concordo plenamente com os termos da pesquisa fornecidas pelo

professor

__________________________________________________________.

Informo, outrossim, que estou ciente dos procedimentos, eventuais

incômodos e benefícios decorrentes da tratamento. E, que posso abandonar,

por livre e espontânea vontade, a referido tratamento a qualquer tempo,

mas que, nesta condição, me torno responsável por possíveis prejuízos.

Tubarão (SC),____/____/____.

Assinatura

___________________________________________________________

Nome por extenso do paciente voluntário

Assinatura______________________________________________________

Nome por extenso do professor / pesquisador

Assinatura______________________________________________________

Nome por extenso do acadêmico / auxiliar de pesquisa

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ANEXO B

Questionário de Qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde Abreviado

(WHOQOL – bref)

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WHOQOL – ABREVIADO

Versão em Português

Instruções

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e

outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza

sobre o que resposta dar em a questão, por favor, escolha entre as alternativas que lhe parece

mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos

perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas ultimas

semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:

nada muito

pouco médio muito

completam

ente

Você recebe dos outros o

apoio de que necessita? 1 2 3 4 5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o

apoio de que necessita nestas duas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o

número 4 se você recebeu “muito” apoio como abaixo,

nada muito

pouco médio muito

completam

ente

Você recebe dos outros o

apoio de que necessita? 1 2 3 4 5

Você deve circular o número 1 se não recebeu “nada” de apoio.

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Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule o número e lhe parece

melhor resposta.

muito ruim ruim médio

nem ruim

nem boa Boa

1 Como você avaliaria

sua qualidade de vida? 1 2 3 4 5

muito

insatisfeito

insatisfei

to

nem

satisfeito

nem

insatisfeito

satisfeito muito

satisfeito

2 Quão satisfeito(a) você

está com sua saúde? 1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas

semanas

nada

muito

pouco

mais ou

menos bastante

extremam

ente

3

Em que medida você

acha que sua dor (física)

impede você de fazer o

que você precisa?

1 2 3 4 5

4

O quanto você precisa de

um tratamento médico

para levar sua vida

diária?

1 2 3 4 5

5 O quanto você aproveita 1 2 3 4 5

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a vida?

6

Em que medida você

acha que sua vida tem

sentido?

1 2 3 4 5

7 O quanto você consegue

se concentra? 1 2 3 4 5

8 Quão seguro (a) você se

sente em sua vida diária? 1 2 3 4 5

9

Quão saudável é o seu

ambiente físico (clima,

barulho, poluição,

atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de

fazer certas coisas nestas última duas semanas

nada

muito

pouco médio muito

completa

mente

10 Você tem energia

suficiente para seu dia-a-

dia?

1 2 3 4 5

11 Você é capaz de aceitar sua

aparência física? 1 2 3 4 5

12 Você tem dinheiro

suficiente para satisfazer

suas necessidades?

1 2 3 4 5

13 Quão disponíveis para você

estão as informações que

precisa no seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

14 Quão disponíveis para você

tem oportunidades de

atividade de lazer?

1 2 3 4 5

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As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de

vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas

muito ruim ruim

nem ruim

nem boa bom muito bom

15 Quão bem você é capaz

de se locomover? 1 2 3 4 5

muito

insatisfeit

o

insatisfeit

o

nem

satisfeito

nem

insatisfeit

o

satisfeito muito

satisfeito

16 Quão satisfeito(a) você está

com seu sono? 1 2 3 4 5

17

Quão satisfeito(a) você está

com sua capacidade de

desempenhar as atividades do

seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

18

Quão satisfeito(a) você está

com sua capacidade para

trabalho?

1 2 3 4 5

19 Quão satisfeito(a) você está

consigo mesmo? 1 2 3 4 5

20

Quão satisfeito(a) você está

com suas relações pessoais

(amigos, parentes, conhecidos,

colegas)?

1 2 3 4 5

21 Quão satisfeito(a) você está

com sua vida sexual? 1 2 3 4 5

22 Quão satisfeito(a) você está

com o apoio que você recebe de 1 2 3 4 5

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seus amigos?

23

Quão satisfeito(a) você está

com as condições do local onde

mora?

1 2 3 4 5

24

Quão satisfeito(a) você está

com os seu acesso aos serviços

de saúde?

1 2 3 4 5

25 Quão satisfeito(a) você está

com seu meio de transporte? 1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimento certas

coisas nas últimas duas semanas.

nunca algumas

vezes

freqüente

mente

muito

freqüente

mente

sempre

26

Com que freqüência você

tem sentimentos

negativos tais como mau

humor, desespero,

ansiedade, depressão?

1 2 3 4 5

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?

.............................................................................................

Quanto tempo você levou para preencher este questionário?

...............................................................................

Você tem algum comentário?

OBRIGADA PELA SUA COLABORAÇÃO

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ANEXO C

Inventário de Depressão de Beck

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Inventário de depressão de Beck

1. 0. Não me sinto triste.

1. eu me sinto triste.

2. Estou sempre triste e não consigo sair disso.

3. estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar.

2. 0. Não estou especialmente desanimado quanto ao futuro.

1. Eu me sinto desanimado quanto ao futuro.

2. Acho que nada tenho a esperar.

3. Acho o futuro sem esperança e tenho a impressão de que as coisas não podem melhorar.

3. 0. Não me sinto um fracasso.

1. acho que fracassei mais do que uma pessoa comum.

2. Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que posso ver é um monte de fracassos.

3. Acho que, como pessoa, sou um completo fracasso.

4. 0. Tenho tanto prazer em tudo como antes.

1. Não sinto mais prazer nas coisas como antes.

2. Não encontro um prazer real em mais nada.

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3. Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo.

5. 0. Não me sinto especialmente culpado.

1. Eu me sinto culpado às vezes.

2. Eu me sinto culpado na maior parte do tempo.

3. Eu me sinto sempre culpado.

6. 0. Não acho que esteja sendo punido.

1. acho que posso ser punido.

2. Creio que vou ser punido.

3. Acho que estou sendo punido.

7. 0. Não me sinto decepcionado comigo mesmo.

1. Estou decepcionado comigo mesmo.

2. Estou enojado de mim.

3. Eu me odeio.

8. 0. Não me sinto de qualquer modo pior que os outros.

1. Sou crítico em relação a mim devido a minhas fraquezas ou meus erros.

2. Eu me culpo sempre por minhas falhas.

3. Eu me culpo por tudo de mal que acontece.

9. 0. Não tenho quaisquer idéias de me matar;

1. Tenho idéias de me matar, mas não as executaria.

2. Gostaria de me matar.

3. Eu me mataria se tivesse oportunidade;

10. 0. Não choro mais que o habitual.

1. Agora choro mais do que costumava.

2. Agora, choro o tempo todo.

3. Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mesmo que o queira.

11. 0. Não sou mais irritado mais facilmente do que costumava.

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1. Fico molestado ou irritado mais facilmente do que costumava.

2. atualmente me sinto irritado o tempo todo.

3. absolutamente não me irrito com as coisas que costumavam irritar-me.

12. 0. Não perdi o interesse nas outras pessoas.

1. Interesso-me menos do que costumava pelas outras pessoas.

2. Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas.

3. Perdi todo o meu interesse nas outras pessoas.

13. 0. Tomo decisões mis ou menos tão bem como em outra época.

1. Adio minhas decisões mais do que costumava.

2. Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes.

3. Não consigo mais tomar decisões.

14. 0. Não sinto que minha aparência seja pior do que costumava ser.

1. Preocupo-me por estar parecendo velho ou sem atrativos.

2. Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me fazem parecer sem

atrativos.

3. Considero-me feio.

15. 0. Posso trabalhar mais ou menos tão bem quanto antes.

1. Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa.

2. tenho de me esforçar muito até fazer qualquer coisa.

3. Não consigo fazer nenhum trabalho.

16. 0. Durmo tão bem quanto de hábito.

1. Não durmo tão bem quanto costumava.

2. Acordo uma ou duas horas mais cedo do que de hábito e tenho dificuldades para voltar

a dormir.

3. Acordo várias horas mais cedo do que costumava e tenho dificuldade para voltar a

dormir.

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17. 0. Não fico mais cansado que de hábito.

1. Fico cansado com mais facilidade do que costumava.

2. Sinto-me cansado ao fazer qualquer coisa.

3. Estou cansado demais para fazer qualquer coisa.

18. 0. Meu apetite não está pior do que o de hábito.

1. Meu apetite não é tão bom como costumava ser.

2. Meu apetite está muito pior agora.

3. Não tenho mais apetite.

19. 0. Não perdi muito peso, se é que perdi algum ultimamente.

1. Perdi mais de 2,5 Kg.

2. Perdi mais de 5,0 Kg.

3. Perdi mais de 7,5 Kg

Estou deliberadamente tentando perder peso, comendo menos: SIM ( ) Não ( ).

20. 0. Não me preocupo mais que o de hábito com minha saúde.

1. Preocupo-me com problemas físicos como dores aflições ou perturbações no estômago

ou prisão de ventre.

2. Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa que

não isso.

3. Estou tão preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa.

21. 0. Não tenho observado qualquer mudança recente em meu interesse sexual.

1. Estou menos interessado por sexo que costumava.

2. Estou bem menos interessado em sexo atualmente.

3. Perdi completamente o interesse por sexo.

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ANEXO D

Ficha de avaliação postural

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Ficha de avaliação postural

Vista Lateral

Articulações dos tornozelos:

1) Ângulo tíbio-társico

( ) Preservado;

( ) Aumentado D ( )E;

( ) Diminuído D ( )E.

2) Articulações dos joelhos:

( ) Alinhados;

( ) Fletidos D ( ) E;

( ) Hiperestendidos D ( ) E.

3) Articulações dos quadris:

( ) Alinhada;

( ) Fletida

( ) Estendida

4) Pelve:

( ) Alinhada;

( ) Com anteversão;

( ) Com antepulsão;

( ) Com retroversão;

( ) Com retropulsão.

5) Alinhamento do Tronco:

( ) Alinhado;

( ) Rot. de cintura escapular D ( ) E ;

( ) Rot. de cintura pélvica D ( ) E;

( ) Rot de cintura escapular e pélvica D( ) E.

6) Coluna Lombar:

( ) Curvatura normal;

( ) Aumento da lordose;

( ) Retificação da lordose;

( ) Aumento da lordose torácolombar.

7) Coluna Torácica:

( ) Curvatura normal;

( ) Aumento da cifose;

( ) Retificação da cifose.

8) Articulação do cotovelo:

( ) Alinhada;

( ) Aumento da flexão D ( ) E;

( )D ( ) E Ângulo de carregamento

( ) Com hiperextensão D ( ) E.

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9) Articulações dos ombros:

( ) Alinhados;

( ) Com protração D ( ) E;

( ) Com retração D ( )E;

( ) Com rotação medial D ( ) E;

( ) Com rotação lateral D ( ) E.

10) Coluna Cervical:

( ) Curvatura normal;

( ) Aumento da lordose;

( ) Retificação da lordose.

11) Cabeça:

( ) Alinhada;

( ) Com protração;

( ) Com retração.

Vista Posterior

1) Articulações dos tornozelos:

( ) Alinhadas;

( ) Com varo D ( ) E;

( ) Com valgo D ( )E.

2) Retropé: (Tendão de Aquiles)

( ) Alinhado;

( ) Desalinhado.

3) Apoio do retropé:

( ) Apoio homogêneo no bordo medial e

lateral;

( ) Maior apoio em bordo medial D ( )

E;

( ) Maior apoio em bordo lateral D ( ) E.

4) Articulações dos joelhos:

( ) Alinhadas;

( ) Com valgo D ( ) E;

( ) Com varo D ( ) E.

5) Espinhas ilíacas póstero-superiores

(EIPS):

( ) Alinhadas;

( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E;

6) Altura das cristas ilíacas:

( ) Alinhadas;

( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E.

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7) Coluna Lombar:

( ) Alinhada;

( ) Convexidade D ( ) E.

8) Coluna Torácica:

( ) Alinhada;

( ) Convexidade D ( ) E.

9) Ângulos inferiores da escápula:

( ) Alinhados;

( ) Desalinhados mais alto D ( ) E.

10) Posição das escápulas:

( ) Alinhadas;

( ) Alada (s) D ( ) E;

( ) Abduzida D ( ) E;

( ) Aduzida D ( ) E;

11) Triângulo de Tales:

( ) Simétrico;

( ) Maior D ( ) E;

12) Articulações dos ombros:

( ) Alinhados;

( ) Ombro mais alto D ( ) E ;

13) Coluna Cervical:

( ) Alinhada;

( ) Convexidade D ( ) E.

14) Cabeça:

( ) Alinhada;

( ) Inclinação lateral D ( ) E;

( ) Rotação D ( )E;

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Vista Anterior:

1) Hálux:

( ) Alinhado;

( ) Valgo D ( ) E;

2) Antepé:

( ) Alinhado;

( ) Abduzido D ( ) E,

( ) Aduzido D ( ) E.

3) Arco longitudinal medial:

( ) Plano D ( ) E;

( ) Cavo D ( ) E;

4. Apoio do antepé:

( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral;

( ) Maior apoio em bordo medial D ( ) E;

5) Articulações dos joelhos:

( ) Alinhada;

( ) Valgo D ( ) E

( ) Varo D ( ) E

6) Patelas:

( ) Alinhadas;

( ) Patela mais alta D ( ) E;

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( ) Patela rodada lateralmente ( rotação lateral do fêmur);

( ) Patela rodada medialmente ( rotação medial do fêmur).

7) Espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS):

( ) Alinhadas;

( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E;

8) Alturas das cristas ilíacas:

( ) Alinhadas;

( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E;

9) Alinhamento do Tronco:

( ) Alinhado;

( ) Rotação de cintura escapular D ( ) E ;

( ) Rotação de cintura pélvica D ( ) E;

( ) Rotação de cintura escapular e pélvica D ( ) E.

( ) Inclinação lateral D ( )E.

10) Tórax:

( ) Simétrico;

( ) Assimétrico.

11) Articulações dos ombros:

( ) Alinhados;

( ) Ombro mais alto D ( ) E ;

( ) Rotação medial D ( )E;

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( ) Rotação lateral D ( ) E.

12) Cotovelos:

( ) Alinhados;

( ) Aumento da flexão D ( ) E;

( ) Hiperextensão D ( ) E.

13) Clavículas:

( ) Simétricas;

( ) Clavícula mais horizontalizada D ( )E;

( ) Clavícula mais verticalizada D ( )E.

14) Fossas Supraclaviculares:

( ) Simétricas;

( ) Assimétricas - aumentada D ( ) E;

15) Cabeça:

( ) Alinhada;

( ) Inclinação lateral D ( ) E;

( ) Rotação D ( ) E.