antologia poética_planificada
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Antologia poética direccionada para o 8º ano dos Cursos de Educação e FormaçãoTRANSCRIPT
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TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
Amigo
Mal nos conhecemos Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso De boca em boca, Um olhar bem limpo, Uma casa, mesmo modesta, que se oferece, Um coração pronto a pulsar Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?) «Amigo» é o contrário de inimigo! «Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado, É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa, Um trabalho sem fim, Um espaço útil, um tempo fértil, «Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O’Neill (1924-1986)
LEITURA
1. Através de uma linguagem poética, Alexandre O´Neill mostra-nos neste
poema o valor da amizade.
1.1.Indica as expressões que definem a amizade como sinónimo de:
alegria___________________________________________________
sinceridade________________________________________________
generosidade_______________________________________________
sentimento________________________________________________
perdão___________________________________________________
verdade___________________________________________________
companhia________________________________________________
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1.2.Explica o sentido dos seguintes versos:
“«Amigo» é uma grande tarefa, Um trabalho sem fim”
______________________________________________________
“«Amigo» é…/ Um espaço útil, um tempo fértil,”
________________________________________________________________________
________________________________________
O poeta utiliza ao longo do poema uma figura de estilo chamada metáfora,
que consiste em atribuir, por semelhança, um significado diferente a
uma determinada palavra. Trata-se de uma comparação abreviada a
que falta a palavra “como”.
Exemplo: “amigo é um sorriso” = um amigo é como um sorriso
Copia para o teu caderno a definição de metáfora. Em seguida transcreve como exemplo outras metáforas que encontres no poema.
OFICINA DA ESCRITA
Escreve um texto em que dês a tua própria definição de “amigo”. Começa por :
“Amigo” é… _____________________________________________________
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ORALIDADE
1. Ouve atentamente o poema “Eu quero amar, amar perdidamente! “que a tua professora vai ler.
2. Indica a ideia principal do poema.
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TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
Amar
Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui... além... Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!... Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida, Pois se Deus nos deu voz, foi p´ra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada Que seja a minha noite uma alvorada, Que me saiba perder... p´ra me encontrar...
- Florbela Espanca(1894-1930)
LEITURA
A ideia principal deste poema é o amor.
1. Que desejo exprime o sujeito poético, isto é, o sujeito que fala no poema? Porquê?
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2. Sabendo que Florbela Espanca viveu nos princípios do século XX, transcreve dois versos que poderão ter chocado as pessoas dessa época.
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3. Transcreve do poema uma metáfora.
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4. Explica o significado da expressão “se um dia hei-de ser pó, cinza e nada”.
__________________________________________________________
Noções de versificação
Cada linha do poema designa-se de verso. Os versos dispõem-se em conjuntos a que damos o nome de estrofes. Consoante o número de versos de cada estrofe assim atribuímos uma designação específica.
Número de versos da estrofe
Designação da estrofe
1 verso monóstico2 versos dístico3 versos terceto4 versos quadra5 versos quintilha6 versos sextilha7 versos sétima8 versos oitava9 versos nona
10 versos décima11 ou mais versos Estrofe de … versos
Repara na forma do poema que interpretámos.
1. O poema tem ___ versos distribuídos por ___ estrofes.1.1.Preenche o quadro
Estrofe Número de versosDenominação da
estrofe1ª2ª quadra3ª 3 versos4ª
1.2.Transcreve a última palavra de cada verso e atribui uma letra do alfabeto a cada terminação nova. Se a terminação se mantiver, deves atribuir a mesma letra.
Ultima palavra de cada verso
Letra a atribuir PARA SABER
perdidamente a Chama-se rima à correspondência de sons no final dos versos. Ao conjunto de letras que corresponde à rima
além b
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do poema damos o nome de esquema rimático. Quando não existe rima dizemos que
A rima pode ser classificada em:
- emparelhada, se os versos rimam dois a dois ou três a três (aabb…);
- cruzada, quando os versos rimam alternadamente (abab);- ou interpolada, se entre dois versos que rimam existem dois com
os quais não rimam(abba ou abca).
Preenche o quadro:
EstrofesEsquema
rimáticoClassificação da rima
1ª quadra abab
2ª quadra…..……………e
………………….
1º e 2º
tercetos
…..……………e
………………….
O poema que acabámos de ler é um soneto. Trata-se de uma
composição poética constituída por ……… quadras e ……... tercetos.
Obedece geralmente ao esquema rimático abba/abba/cdc/dcd. Para o
soneto ser perfeito deve terminar com “chave d’ouro”, isto é, a
mensagem do poema deve estar contida no último terceto.
Foi introduzido em Portugal no século XVI por Sá de Miranda.
Grandes sonetistas portugueses foram, por exemplo, Luís de Camões,
Bocage e Florbela Espanca.
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TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
Os versos que te fiz
Deixa dizer-te os lindos versos raros Que a minha boca tem pra te dizer! São talhados em mármore de Paros Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros, São como sedas pálidas a arder... Deixa dizer-te os lindos versos raros Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda... Que a boca da mulher é sempre linda Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei... E nesse beijo, Amor, que eu te não dei Guardo os versos mais lindos que te fiz!
LEITURA
1. Copia do poema a expressão que identifica o destinatário dos versos.
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2. Que deseja o sujeito poético?
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___________________________________________________________
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___________________________________________________________
3. Transcreve os adjectivos que caracterizam os seus versos.
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
4. Explica porque motivo o sujeito poético acaba por não dizer os seus
versos.
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___________________________________________________________
5. A palavra “verso” é utilizada no poema em sentido metafórico, isto é, é
uma metáfora de _________________
6. Copia do poema uma comparação. ___________________________________
LABORATÓRIO DA LÍNGUA
1. Classifica os verbos que encontrares no poema
Verbo regular Verbo irregular
2. Preenche o quadro com o infinito dos verbos regulares de acordo com a conjugação a que pertencem.
1ª Conjugação 2ª Conjugação 3ª Conjugação
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DA PINTURA À POESIA
1. Observa com atenção estes quadros do pintor russo Marc Chagal.
Relaciona-os com uma hora do dia, uma estação do ano, um
sentimento, um sonho.
2. Atribui um título a cada um deles. Esse título será uma frase curta
que descreva ou apresente a pintura de acordo com o que ela te
sugere.
3. Depois iremos juntar as frases e tentaremos construir um poema
colectivo. O poema poder-se-á intitular Janela Azul.
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Quadras ao Gosto Popular
- Fernando Pessoa –
Completa os espaços em branco com as palavras do quadro.
olhos
Moreninha, moreninha,
Com ______ pretos a rir.
Sei que nunca serás minha,
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sorrir
dormi
dias
sente
boca
perna
sim
razão
coração
pensar
amar
pecaste
segredo
farta
casa
alta
falta
morares
acabar
bebedeira
estar
gosto
mim
Mas quero ver-te _________.
Eu bem sei que me desdenhas
Mas ______ que seja assim,
Que o desdém que por ____ tenhas
Sempre é pensares em mim.
Dias são dias, e noites
São noites e não ________...
Os _____ a não te ver
As noites pensando em ti.
A tua _______ de riso
Parece olhar para a gente
Com um olhar que é preciso
Para saber que se _______.
Tua boca me diz ______,
Teus olhos me dizem não.
Ai, se gostasses de mim
E sem saber a ______.
A tua saia, que é curta,
Deixa-te a _______ a mostrar:
Meu _________ já se furta
A sentir sem eu _________.
Baila em teu pulso delgado
Uma pulseira que herdaste...
Se ______ alguém é pecado,
És santa, nunca ______.
Tenho um ______ a dizer-te
Que não te posso dizer.
E com isto já to disse
Estavas _______ de o saber...
Entreguei-te o coração,
E que tratos tu lhe deste!
É talvez por ______ estragado
Que ainda não mo devolveste...
A tua janela é ______,
A tua ______ branquinha.
Nada lhe sobra ou lhe ____
Se não_________ sozinha.
E ao _______ estes versos
Feitos em modo menor
Cumpre prestar homenagem
À _________ do cantor.
TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
BEIJO
Beijo na face,Pede-se e dá-se:
Dá?Que custa um beijo?
Como ele é doce !Como ele trouxe,
Flor,Paz a meu seio !
Oh ! dois? piedade !Coisas tão boas...
Vês ?Quantas pessoas
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Não tenha pejo:Vá !
Um beijo é culpa,Que se desculpa:
Dá?A borboleta
Beija a violeta:Vá !
Um beijo é graça,Que a mais não passa:
Dá?Teme que a tente?
É inocente...Vá !
Guardo segredo,Não tenha medo:
Vê?Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,Dê !
Saciar-me veio,Amor !
Saciar-me? Louco...Um é tão pouco,
Flor !Deixa, concede
Que eu mate a sede,Amor !
Talvez te leveO vento em breve,
Flor !A vida foge,
A vida é hoje,Amor !
Guardo segredo,Não tenhas medo
Pois !Um mais na face,
E a mais não passe !Dois...
Tem a Trindade?Três !
Três é a contaCertinha e justa...
Vês?E que te custa?
Não sejas tonta !Três !
Três, sim: não cuidesQue te desgraças:
Vês?Três são as Graças,
Três as Virtudes;Três.
As folhas santasQue o lírio fecham,
Vês?E não o deixam
Manchar, são... quantas?Três !
João de Deus(1830-1896)
LEITURA EXPRESSIVA
1. Faz a leitura silenciosa do poema.
2. De seguida vamos tentar fazer uma leitura em coro. Uma parte da turma irá ler os versos mais longos e os outros os versos mais curtos
TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
Urgentemente
É urgente o amor. É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
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ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria, multiplicar os beijos, as searas, é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz impura, até doer. É urgente o amor, é urgente permanecer.
- Eugénio de Andrade (1923-2006)
Oficina de escrita
1. Preenche o quadro:
É urgente destruir É urgente construir
2. Vamos experimentar em conjunto construir um poema à semelhança de “Urgentemente”. Para isso irás pensar em realidades a que gostarias de pôr fim e realidades que consideres importantes para a felicidade de todos.
É urgente destruir É urgente construir
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TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
OFICINA DE ESCRITA
1. Lê o poema que se segue:
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Ó lua antiga, ergue-te no alto! Ilumina a escuridão. Barco do céu prateado,Em cima do meu telhado.
Ó lua antiga, conta-me histórias!Enquanto o sono me invade.Barco do céu prateado, Em cima do meu telhado.
Ó lua antiga, como o mar!Adormece junto a mim.Barco do céu prateado,Em cima do meu telhado.
1. Constrói um poema idêntico:
- com estrofes curtas (tercetos ou quadras),
- iniciando todas as estrofes com a mesma apóstrofe ou
invocação a algum elemento da natureza, por exemplo, : o Sol,
as estrelas, o mar, as flores, o vento, a Primavera ou qualquer
outra estação do ano
- e terminando-as com o mesmo refrão.
TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
O Menino Grande
Também eu, também eu.joguei às escondidas, fiz baloiços,tive bolas, berlindes, papagaios,automóveis de corda, cavalinhos...
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Depois cresci,tornei-me do tamanho que hoje tenho;os brinquedos perdi-os, os meus bibesdeixaram de servir-me.Mas nem tudo se foi:ficou-me,dos tempos de meninoesta alegria ingénuaperante as coisas novase esta vontade de brincar.
Vida!,não me venhas roubar o meu tesoiro:não te importes que eu ria,que eu salte como dantes.E se eu riscar os murosou quebrar algum vidroralha, ralha comigo, mas de manso...
(Eu tinha um bibe azul...Tinha berlindes,tinha bolas, cavalos, papagaios...A minha Mãe ralhava assim como quem beija...E quantas vezes eu, só pra ouvi-laralhar, parti os vidros da janelae desenhei bonecos na parede...)
Vida!, ralha também,ralha, se eu te fizer maldades, mas de manso,como se fosse ainda a minha Mãe...
- Sebastião da Gama (1924-1952)
LEITURA
1. A que momento da sua vida se refere o sujeito poético?
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2. O que fazia ele nesse período?
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3. Que modificações sofreu à medida que o tempo passou?
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4. Apesar de ter crescido, houve algo que ficou desse tempo. O quê?
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5. Na terceira estrofe, o poeta dirige-se á Vida utilizando assim uma figura de estilo denominada Apóstrofe ou Invocação. O que pretende?
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6. Repara no verso “A minha Mãe ralhava assim como quem beija...”
6.1.Indica a figura de estilo presente.
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6.2.Explica por palavras tuas o sentido do verso
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_________________________________________________________
7. Explica o título do poema.___________________________________________________________
___________________________________________________________
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LABORATÓRIO DA LÍNGUA
1. Preenche o quadro com as formas verbais que encontrares no poema:
Passado Presente Futuro
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2. O verbo além de variar em pessoa, número e tempo, varia também em modo. Agrupa agora as formas de acordo com os Modos Verbais a que pertencem:
Indicativo
(a acção é apresentada
como real, como algo
que acontece,
aconteceu ou
acontecerá na
realidade)
Conjuntivo
(a acção é apresentada
como uma
possibilidade, um
desejo, uma hipótese
ou como uma dúvida)
Imperativo
(traduz uma ordem, um
conselho ou um pedido)
POESIA E ARTES VISUAIS
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1. Observa os poemas. Por que motivo se encontrarão assim dispostos na página?
2. Experimenta fazer tu também um poema visual (por exemplo, com a
forma de uma gota de água, o mar, o sol, uma nuvem, um caracol,
um gato)
3. Poderás também ilustrar este poema.
Foi um sonho que eu tive:Era uma grande estrela de papel,Um cordelE um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrelaCom ar de quem semeia uma ilusão;E a estrela ia subindo, azul e amarela,Presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto subiuQue deixou de ser estrela de papel,E o menino, ao vê-la assim, sorriuE cortou-lhe o cordel.
Miguel Torga, Diário (1941)
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TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
Poema da minha esperança
Que bom ter o relógio adiantado!... A gente assim, por saber que tem sempre tempo a mais, não se rala nem se apressa.
O meu sorriso de troça, amigos!,quando vejo o meu relógio com três quartos de hora a mais...
Tic-tac... Tic-tac... (Lá pensa ele que é já o fim dos meus dias.)
Tic-tac... (Como eu rio, cá p'ra dentro, de esta coisa divertida: ele a julgar que é já o resto e eu a saber que tenho sempre mais três quartos de hora de vida.)
- Sebastião da Gama (1924-1952)
LEITURA
1. A quem se dirige o sujeito poético?
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2. Que atitude revela ao dirigir-se ao seu destinatário? Porquê?
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3. Que razão terá levado o autor a colocar alguns versos entre parênteses.
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LABORATÓRIO DA LÍNGUA
Para reproduzir o som que o relógio faz, o poeta utiliza a onomatopeia ______________. As onomatopeias reproduzem também as vozes dos animais.
1. Completa os espaços em branco com verbos ou nomes que traduzam o grito específico de cada animal. Não te esqueças de respeitar as concordâncias.
Palram pega e papagaio E ……………. a galinha,Os ternos pombos arrulham,Geme a rola inocentinha.
……….. a vaca, berra o touroGrasna a rã, …….. o leão,O gato …….., …………. o loboTambém uiva e …………. o cão.
……………. o nobre cavaloOs elefantes dão urros,A tímida ovelha bala,………………. é próprio dos burros.
Regouga a sagaz raposa,Brutinho muito matreiro;Nos ramos ……………….as aves;Mas ……… o mocho agoureiro.
Sabem as aves ligeirasO canto seu variar:Fazem ……………. às vezes,Às vezes põem-se a ………………..
O negro corvo crucita,……………o mosquito enfadonho,A serpente no desertoSolta ……………. medonho.
Chia a lebre, …………… o pato,Ouvem-se os porcos ………………….,Libando o suco das flores,Costuma a abelha ………………….
Bramam os tigres, as onças,Pia, pia o pintainho,Cucurica e ……….. o galo,Late e gane o cachorrinho.
A vitelinha dá berros,O cordeirinho ………………,O macaquinho dá ………………,A criancinha vagidos.
A ………….. foi dada ao homem,Rei dos outros animais:Nos versos lidos acimaSe encontram em pobre rimaAs vozes dos principais
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O pardal, daninho aos campos,Não aprendeu a cantar; Como os ratos e as doninhas,Apenas sabe ……………..
-Pedro Dinis
TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
A poesia é uma arte muito antiga. A poesia é um jogo de palavras. A poesia brinca com o seu sentido das palavras. A poesia brinca com os sons das palavras, pois a poesia é música.
Cesto de peixes no chão.Cheio de peixes, o mar.Cheiro de peixes pelo ar.E peixes no chão.
Chora a espuma pela areia,na maré cheia.
As mãos do mar vêm e vão,as mãos do mar pela areiaonde os peixes estão.
As mãos do mar vêm e vão,em vão.Não chegarãoaos peixes no chão.
Por isso chora, na areia,a espuma da maré cheia.
- Cecília Meireles (1901-1964)
LEITURA
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1. Em que realidade o poema se inspira?
___________________________________________________________
2. Ao longo do poema, vários sons se vão repetindo.
2.1. Sublinha o som/ch/, na primeira estrofe.
2.2. Identifica 5 sons que mais se repetem na terceira estrofe.
___________________________________________________________
2.2.1 O que sugere a repetição desses sons?
___________________________________________________________
3. «As mãos do mar vêm e vão» (est. 3, v. 1).
3.1. De acordo com o contexto, substitui a palavra sublinhada por outra.
_________________________________________________________
Ao substituir a palavra____________ por ________ o sujeito poético
utilizou uma figura de estilo denominada _______________
3.2. Faz uma comparação a partir da frase transcrita.
_________________________________________________________
Como podes verificar a ___________________ é uma comparação abreviada a que falta a que falta a conjunção comparativa como o primeiro termo da comparação: _________________
4. Na 3ª estrofe, os 1 ° e 2° versos repetem-se na sua parte inicial. Que pretenderá o poeta sugerir?
_________________________________________________________
A repetição de sons é um recurso de estilo que se designa de aliteração.
5. Atenta nos dois últimos versos do poema: «Por isso chora, na areia, /a espuma da maré cheia.»
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5.1. Identifica o sentido da expressão sublinhada.
_________________________________________________________
5.2. Por que motivo terá sido colocada na última estrofe do poema?
_________________________________________________________
5.3. Explica o motivo por que chora a maré cheia.
_________________________________________________________
5.4. Identifica o recurso expressivo presente nos últimos dois versos.
_________________________________________________________
6. Agora que já respondeste às questões anteriores, completa o texto
que se segue, mostrando assim que compreendeste o sentido do
poema:
Era uma vez um ____________ de ____________ . Alguns
______________ tinham caído na areia. As ondas do mar __________
e _____________areia acima, areia abaixo, a tentar apanhá-los,
____________ sem sucesso.
_____________, a espuma da _______________ ____________ pôs- se a
___________ na areia da praia.
7. Completa:
A primeira estrofe tem _____________ versos, por isso denomina-se de __________, enquanto a segunda é um ________, pois tem apenas _____ versos.
A primeira estrofe apresenta rima ______________ e ______________, e a segunda rima ___________. O esquema rimático é: _________/____
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LABORATÓRIO DA LÍNGUA
Ao interpretar este poema verificaste que várias palavras se relacionam com a mesma realidade – o mar. Assim podemos dizer que o poema se constrói a partir do campo lexical de mar.
Campo lexical é um conjunto de palavras que designam uma mesma realidade.
Ex: quadro, mesa, cadeira, giz, professor, aluno, etc., pertencem ao campo lexical de escola
1. Retira, do texto, as palavras que pertencem ao campo lexical de mar.
___________________________________________________________
TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
A Poesia também pode ser uma forma de denunciar os males do mundo em que vivemos.
Cidade, rumor e vaivém
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar c as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo.
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes e não vejo
Nem o crescer do mar nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
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A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
- Sophia de Mello Breyner Andresen, Antologia
LEITURA
1. Preenche o quadro com nomes e adjectivos retirados do texto e que caracterizem a cidade e o tipo de vida que aí se vive.
Nomes Adjectivos
1.1. O que sente o sujeito poético ao viver na cidade?
______________________________________________________
2. O poema também faz referência a um outro espaço. Identifica-o.
______________________________________________________
3. Indica os elementos que o constituem.
______________________________________________________
4. Em que espaço preferia o sujeito poético viver? Porquê?
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
4. Faz o esquema rimático do poema e classifica os seus tipos de rima.
______________________________________________________
______________________________________________________
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______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
OFICINA DE ESCRITA
E tu, gostas de viver na cidade ou preferias viver no campo?Num texto de 15 linhas no mínimo responde à questão e explica as razões da tua preferência.
TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
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do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão (1906-1997)LEITURA
A Poesia também pode ser uma forma de denunciar os males do mundo em que vivemos, como é o caso do poema Cidade de Sophia que leste na aula passada. Também António Gedeão, autor de “Lágrima de Preta” pretende criticar um preconceito que ainda domina a mentalidade dos nossos dias.
1. Que preconceito pretende o poeta denunciar?
______________________________________________________
2. Como deves ter reparado, o poeta utiliza palavras do campo lexical da Química. Transcreve-as.
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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TEXTOS EXPRESSIVOS E TEXTOS POÉTICOS
Poema XVII
("Depois de fortemente bombardeada, a cidade X foi ocupada pelas nossas tropas.")
O general entrou na cidade ao som de cornetas e tambores ...
Mas por que não há "vivas" nem flores?
Onde está a multidão para o aplaudir, em filas na rua?
E este silêncio Caiu de alguma cidade da Lua?
Só mortos por toda a parte.
Mortos nas árvores e nas telhas,
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nas pedras e nas grades, nos muros e nos canos ...
Mortos a enfeitarem as varandas de colchas sangrentas com franjas de mãos ...
Mortos nas goteiras. Mortos nas nuvens. Mortos no Sol.
E prédios cobertos de mortos. E o céu forrado de pele de mortos. E o universo todo a desabar cadáveres.
Mortos, mortos, mortos, mortos ...
Eh! levantai-vos das sarjetas e vinde aplaudir o general que entrou agora mesmo na cidade, ao som de tambores e de cornetas!
Levantai-vos!
É preciso continuar a fingir vida, E, para multidão, para dar palmas, até os mortos servem, sem o peso das almas.
- José Gomes Ferreira (1900-1985)
LEITURA
1. Como se apresenta o general ao entrar na cidade?
_________________________________________________
2. A imagem que o general tem de si não corresponde afinal à
realidade que o cerca. Faz o levantamento dos elementos que
demonstram o desfasamento entre o que seria desejável (o
sonho) e a realidade.
O sonho A Realidade
3. O que constitui motivo de “espanto” para o poeta?
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_________________________________________________
4. Explica a repetição da palavra mortos ao longo do texto.
_________________________________________________
5. Mostra que a própria natureza também sofreu com os actos dos
homens.
_________________________________________________
6. Qual é o apelo que o poeta faz aos mortos?
_________________________________________________
_________________________________________________
7. Como explicas que o poeta dirija esse pedido aos mortos?
_________________________________________________
_________________________________________________
8. Poderá a explicação residir no facto dos mortos já não terem “o
peso de almas”? O que significará a expressão “ sem o peso de
almas”?
_________________________________________________
_________________________________________________
9. Qual foi o objectivo do poeta ao elaborar este poema?
_________________________________________________
10. Segundo a tua opinião, qual é a imagem que melhor
transmite essa intenção?
_________________________________________________
11. A poesia também vive da musicalidade das palavras.
Transcreve um verso (ou versos), em que se note que houve da
parte do poeta uma preocupação com a escolha dos sons que o(s)
compõem. Que sentimentos/ ideias procurará transmitir com essa
selecção?
_________________________________________________
LABORATÓRIO DA LÍNGUA
31
Os nomes colectivos designam um conjunto de pessoas, animais ou
objectos
Ex. Multidão é um nome......................., pois designa um conjunto
de ....................
Procura emparelhar cada um dos substantivos colectivos com o
número correspondente.
1. aviões de guerra A. antologia
2. foguetes que rebentam em série B. armada
3. navios de guerra C. auditório
4. deputados D. carrilhão
5. ladrões ou salteadores E. código
6. chaves F. companha
7. excertos de textos literários G. elenco
8. obras musicais H. esquadrilha
9. vozes I. girândola
10. sinos J. mediateca
11. filhos K. molho
12. ouvintes L. orfeão
13. dançarinos, cantores e tocadores
de folclore
M. parlamento
14. pescadores de um barco N. prole
15. 500 folhas de papel O. quadrilha
16. material audiovisual P. rancho
17. actores de um filme Q. repertório
18. leis e normas R. resma