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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/240770534 Aerofotos convencionais e imagens orbitais TM/LANDSAT no mapeamento morfopedológico em Santa Bárbara D'Oeste (SP) Article in Scientia Agricola · December 1993 DOI: 10.1590/S0103-90161993000300009 CITATIONS 7 READS 29 3 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Pedomorfologia e mapeamento digital de solos do Distrito Federal View project The Free Brazilian Repository for Open Soil Data View project José Alexandre M. Demattê University of São Paulo 270 PUBLICATIONS 5,250 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by José Alexandre M. Demattê on 21 January 2014. The user has requested enhancement of the downloaded file.

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    Aerofotos convencionais e imagens orbitais TM/LANDSAT no mapeamento

    morfopedológico em Santa Bárbara D'Oeste (SP)

    Article  in  Scientia Agricola · December 1993

    DOI: 10.1590/S0103-90161993000300009

    CITATIONS

    7READS

    29

    3 authors, including:

    Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

    Pedomorfologia e mapeamento digital de solos do Distrito Federal View project

    The Free Brazilian Repository for Open Soil Data View project

    José Alexandre M. Demattê

    University of São Paulo

    270 PUBLICATIONS   5,250 CITATIONS   

    SEE PROFILE

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    https://www.researchgate.net/publication/240770534_Aerofotos_convencionais_e_imagens_orbitais_TMLANDSAT_no_mapeamento_morfopedologico_em_Santa_Barbara_D%27Oeste_SP?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/publication/240770534_Aerofotos_convencionais_e_imagens_orbitais_TMLANDSAT_no_mapeamento_morfopedologico_em_Santa_Barbara_D%27Oeste_SP?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/project/Pedomorfologia-e-mapeamento-digital-de-solos-do-Distrito-Federal?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/project/The-Free-Brazilian-Repository-for-Open-Soil-Data?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/profile/Jose-Alexandre-Dematte?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/profile/Jose-Alexandre-Dematte?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/institution/University-of-Sao-Paulo?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/profile/Jose-Alexandre-Dematte?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdfhttps://www.researchgate.net/profile/Jose-Alexandre-Dematte?enrichId=rgreq-2d2b926bb231a5571403342c3e3fd93b-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MDc3MDUzNDtBUzo5OTkxNjk3NDEzMzI1NUAxNDAwODMzNDcyNjM2&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf

  • AEROFOTOS CONVENCIONAIS E IMAGENS ORBITAISTM/LANDSAT NO MAPEAMENTO MORFOPEDOLÓGICO

    EM SANTA BÁRBARA D'OESTE (SP)

    J.A.M. DEMATTÊDepartamento de Ciência do Solo-ESALQ/USP, C.P. 9, CEP: 13418-900 - Piracicaba,SPM.H. BORGESDepartamento de Cartografia - FCT/UNESP, C.P. 957, CEP: 19060-900 - Presidente Prudente,SPR.M. PFEIFERInstituto Florestal de São Paulo, C.P. 1322, CEP: 01000-970 - São Paulo,SP

    RESUMO: Foram estudados, com o auxílio de fotografias aéreas, aspectos qualitativos e quantitativos do relevo eda rede de drenagem de solos de uma área de Santa Bárbara D'Oeste, SP. Esta região compreende 14.625 ha, ondeforam selecionadas bacias hidrográficas de 3a ordem de ramificação e amostras circulares de 5km2. As unidades demapeamento simples ou associações de solos são: Latossolo Vermelho Escuro, Podzólico, Litossolo + Podzólico,Terra Roxa Estruturada + Latossolo Roxo distrófico. Após a caracterização das feições fisiográficas, da área deocorrência desses solos, foram realizados dois mapas morfopedológicos. No primeiro utilizou-se fotografias aéreasverticais pancromáticas na escala 1: 35.000 (data de 25/6/78) e no segundo imagens orbitais do sensor "ThematicMapper" do LANDSAT-5, nas bandas 3, 4 e 5 e composição colorida 3/4/5 na escala 1: 100.000 (data de 12/9/91).As análises qualitativas e quantitativas do relevo (índice de declividade média) e rede de drenagem (densidade dedrenagem, freqüência de rios, razão de textura) mostraram-se eficientes na diferenciação das unidades de soloestudadas, tanto em bacias hidrográficas como em amostras circulares. A utilização de fotografias aéreas, permitiumaior riqueza de detalhes na precisão dos limites das unidades de mapeamento e no maior número de unidades demapeamento discriminadas em relação as imagens orbitais. A composição colorida 3/4/5 permitiu diferenciar osLatossolos argilosos dos Latossolos de textura média, assim como o Latossolo Húmico.Descritores: mapeamento de solos, fotografias aéreas, LANDSAT, caracterização fisiográfíca.

    MAPPING AND FISIOGRAPHIC CHARACTERIZATION OF SOILS USINGCONVENTIONAL AERIAL PHOTOGRAPHS AND ORBITAL IMAGES

    TM/LANDSAT-5 IN SANTA BÁRBARA D'OESTE (SP)

    ABSTRACT: Using aerial photographs quantitative and qualitative parameters of drainage patterns and landscapewere studied in an area located in Santa Barbara D'Oeste,SP. This area has 14,625 ha, represented by the followingsimple map units or associations: Dark Red Latosols; Red Yellow Podzoh'c associated with some Lithosols; DuskyLatosol associated with "Terra Roxa Estruturada" (a Rodudal). Sampling areas were selected according to thirdorder river ramification and circles of 5 km2. After físiographic characterization of these soils, two land system mapswere selected. The first using vertical pancromatic aerial photographs in the scale of 1:35,000 (25/6/78) and thesecond, using orbital images of "Thematic Mapper" of LANDSAT-5 sensor, on 3,4 and 5 bands and colorcomposition 3/4/5 in the scale of 1:100,000 (12/9/91). The landscape analysis (slope index) and drainage patterns(drainage density, river frequency and texture ratio) were efficient for identification of the soil mapping units in bothcases, watershed and circular sampling. Aerial photograph usage permited also greater detail in the definition ofmapping units, in relation to orbital images. The color composition 3/4/5 allowed the differentiation of clay Latosolsfrom medium texture Latosols and from Ilumic Latosols.Key Words: soil mapping, aerial photos, LANDSAT, físiographic characterization

    INTRODUÇÃO

    As fotografias aéreas constituem um impor-tante instrumento de apoio nos trabalhos de levanta-mentos de solos, que são fundamentais para o pla-nejamento do uso da terra. Além de servirem comosimples mapa-base de campo, podem ser mais

    utilizadas através das interpretações para finspedológicos (LUEDER, 1959; BURINGH, 1960).A técnica para esses fins, a fotopedologia, reduzsensivelmente o custo e o tempo de execução dolevantamento de solos, com a vantagem de oferecerinformações adicionais, como a geologia (VINK,1963).

  • O advento das imagens de satélites, entre1960 e 1972, trouxe consigo mais uma importanteferramenta no estudo em questão. Apesar deobterem menor riqueza de detalhes(GIMBARZEVSKY 1974), devido a pequenaescala, possuem características como a visãosinótica e multiespectral, que auxiliam nodelineamento dos tipos de solos, em níveistaxonômicos mais abrangentes. Apesar de teroutras limitações, como a impossibilidade deestereoscopia, seu uso no levantamento de recursosnaturais é grande, apesar de ser considerado comoauxiliar, não podendo substituir a utilidadeindiscutível das fotografias aéreas (YOUNG,1976).

    No Brasil, o uso de imagens orbitaisfornecidas pelo LANDSAT em levantamentos desolos, iniciaram-se em meados da década de 70com CARNEIRO (1973).

    A utilização maior das fotos aéreas, emlevantamentos de solos, está no levantamentomorfopedológico ainda pouco comum no Brasil,sendo mais utilizados em países como a Austráliae alguns da África, onde este método é denominado"land system" (LEPSCH, 1985).

    Este levantamento baseia-se naindividualização de unidades de mapeamento quesão aparentes no decurso da interpretação defotografias aéreas (CHRISTIAN & STEWART,1968).

    O presente trabalho tem por objetivo aobtenção de mapas morfopedológicos utilizandoimagens orbitais TM/LANDSAT-5, nas bandas 3,4 e 5 e composição colorida 3/4/5 na escala1:100.000, e fotografias aéreas verticaispancromáticas, na escala aproximada 1:35.000, naregião de Santa Bárbara D'Oeste, estado de SãoPaulo.

    A escolha de Santa Bárbara D'Oestejustifica-se entre outras razões, no uso intensivodos solos e a existência de cartas de solossemidetalhado (OLIVEIRA et al., 1977)imprescindível num tipo de trabalho como este.

    A comparação desta metodologiapossibilitará destacar em cada um destes sensoressuas vantagens e desvantagens. É também objetodeste trabalho determinações qualitativas equantitativas do relevo e rede de drenagemutilizando fotografias aéreas, através de amostrascirculares e bacias hidrográficas, como apoio parao serviço de mapeamento e caracterização dasprincipais unidades de solos existentes na área deestudo.

    MATERIAL E MÉTODOS

    Características gerais da área

    A área de estudo situa-se entre os paralelos22°43' e 22°50' de Latitude Sul e os meridianos47°20' e 47°28' de Longitude W. Gr., com umasuperfície aproximada de 14.625 ha (Figura l emBORGES et al., 1993). A geologia (INSTITUTODE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 1981b), estárepresentada por rochas intrusivas básicas(diabásios) por material do Grupo Tubarão,compreendendo principalmente arenitos degranulação variada (siltitos e folhelhos), e porcoberturas Neo-Cenozóicas correlatas à FormaçãoRio Claro (arenitos finos e médios eargilitos).

    O clima é do tipo Cwa: mesotérmico deinverno seco em que a temperatura média do mêsmais frio é inferior a 18°C e do mês mais quenteultrapassa a 22°C. A vegetação original é do tipofloresta latifoliada tropical semi-decídua.

    Carta de solos

    Em trabalho com escala de publicação1:100.000, OLIVEIRA et al (1977) elaboraram oLevantamento Pedológico SemidetalhadoQuadrícula de Campinas, na qual está inserida aárea de estudo (Figura 2). Foram identificadas 13unidades de mapeamento distribuídas em 10unidades simples e em 4 associações de solos.

    Material fotográfico e cartográfico

    As fotografias aéreas utilizadas seapresentam na forma de cópias em papel, empreto e branco, na escala aproximada de 1:35.000,vôo realizado pela TERRAFOTO S/A em25/6/78.

    Os produtos fotográficos (imagens orbitais)do sensor "Thematic Mapper" estão sob a forma decópias em papel, preto-e-branco e composiçãocolorida, na escala 1:100.000, e de trêsdiferentes bandas: TM-3 (630 - 690 nm),correspondentes à faixa do vermelho; TM-4 (760 -900 nm), correspondente ao infravermelhopróximo; TM-5 (1.550 - 1.750 nm),correspondente ao infravermelho médio, de 12 desetembro de 1991.

    O material cartográfico utilizado foram ascartas de Americana e Limeira, do IBGE, na escala1:50.000, de 1972.

  • Elaboração dos mapas da rede de drenagem

    Inicialmente delimitou-se a área de estudotanto nas fotografias como nas imagens orbitais,com o auxílio das cartas topográficas, na escala1:50.000 e da carta de solos. Nas fotografias aéreasfoi delimitada a área útil pelo método dos paresalternados, conforme procedimento descrito porRABEEN et al. (1960).

    A seguir, a rede de drenagem foi traçada emuma folha de papel ultra-fan, tanto nas fotos aéreas(realizado com o auxílio de estereoscópio deespelhos) como nas imagens orbitais (com oauxílio de lupa). Foram traçados tanto oscanais permanentes como os temporários(STRAHLER, 1957; LUEDER, 1959; RAY,1963).

    Seleção das bacias hidrográficas

    Em virtude da pequena dimensão da área deestudo, selecionou-se uma bacia hidrográfica paracada um dos três solos: LE1, Lil + PV2 e TE +LRd. Foram escolhidas bacias de 3a ordem deramificação por serem eficientes no estudo de solose de formações superficiais (FRANÇA, 1968).

    Para cada bacia hidrográfica foram traçadossob estereoscópio os divisores de água quecircundam a bacia. A seguir, fez-se análisesqualitativas da rede de drenagem (LUEDER, 1959e tipo segundo PARVIS, 1950), do relevo eanálises quantitativas, onde foram calculadas adensidade de drenagem (RAY; FISHER, 1960),freqüência de rios (HORTON, 1945) e razão detextura (FRANÇA, 1968).

    A classe de textura topográfica foideterminada obedecendo-se a proposição deSMITH (1950) e adaptação de FRANÇA(1968).

    Seleção das amostras circulares

    Foram utilizadas amostras circulares de 5km2. Para cada um dos solos LE1, PV4 + PV5 eLil + PV2, foi selecionada uma amostra circular,localizada em área de maior ocorrência desses. Nasamostras circulares aplicou-se a mesma metodolo-gia, qualitativa e quantitativa, utilizada para asbacias hidrográficas, com a finalidade de comparara eficiência em relação à esses dois tipos deamostragens. Foram determinadas apenas o númerode segmentos de rios de primeira ordem e ocomprimento total da rede.

    Características quantitativas do relevo

    Os parâmetros do relevo foram selecionadosconforme CURTIS et al (1965). Assim, asamostras circulares de 5 km2, demarcadas sobre asfotografias aéreas na escala 1:35.000, foramtransferidas nas devidas proporções para as cartastopográficas (1:50.000), sobre as quais foi avaliadaquantitativamente a declividade média da amostra.Essa declividade média foi obtida segundo ométodo adaptado conforme KOFFLER (1982) paraamostragem circular.

    Mapeamento morfopedológico

    Nas fotos aéreas a delimitação das regiõesfisiográficas foi feita sob estereoscópio, utilizando-se da análise dos elementos de drenagem e relevoprincipalmente. O traçado dos limites das unidadesfoi realizado sobre o mapa da rede de drenagemobtido e orientada através da topossequência desolos da região. Após o traçado dos limites, aidentificação dos solos dominantes das regiõesfisiográficas foi realizada com o auxílio do mapa desolos.

    Também utilizou-se para orientação o mapamorfopedológico do Estado de São Paulo (IPT,1981a).

    Nas imagens orbitais, a delimitação dasregiões fisiográficas foi feita em função dosaspectos qualitativos (visuais), dos parâmetrostonalidade, rede de drenagem e aspectosassociados, principalmente.

    O mapa foi obtido através das informaçõesextraídas das imagens preto-e-brancas, bandas 3,4 e 5 e composição colorida 3/4/5 pelas quaisobteve-se uma chave de interpretação (TABELA3).

    A delimitação das unidades fisiográfícas,também foi traçada sobre um mapa de rede dedrenagem, auxiliado pelo mapa de solos. Emambos os mapas foram delimitadas as áreas urbanase rodovias principais.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Identificação das unidades morfopedológicasatravés dos padrões fotográficos

    De acordo com o mapa de solos, asunidades de maior ocorrência e contrastantes naárea de estudo, são os seguintes: LatossoloVermelho Escuro, textura argilosa; associação Lil

  • + PV2 o que corresponde ao Litossolo substratoarenito e o Podzólico Vermelho Amarelo abrupto,textura arenosa/média; e associação Terra RoxaEstruturada + Latossolo Roxo distrófico. Em taisunidades pedológicas foram obtidos os diversospadrões fotográficos, com o objetivo de auxiliar aobtenção do mapa morfopedológico realizado como auxilio de aero fotos convencionais e imagensTM/LANDSAT-5.

    Comparando-se os dados descritivos dasbacias estudadas (Figura 1), nota-se diferençaquanto ao tipo ou modelo da bacia (segundoPARVIS, 1950), onde os Latossolos apresentam otipo subparalelo, enquanto que as demais unidadesé tipo dendrítico. De maneira geral, ascaracterísticas descritivas observadas das redes dedrenagem de bacias ou de amostras circulares sãosemelhantes não havendo disparidade entre osdados, a não ser no que se refere ao grau decontrole e a angularidade na amostragem dasassociações de solos Lil + PV2 que deu baixopara a bacia hidrográfica e médio para a amostracircular. Isto se deve ao fato das amostrascirculares terem sido escolhidas em área queressaltam essas características ou devido à umamelhor visualização da disposição dos canais dedrenagem nessas amostras, por apresentarem maiorárea em relação às bacias.

    Por outro lado, tanto por um sistema deamostragem como outro, é possível identificar astrês associações de solos estudados, utilizando-se osparâmetros densidade e orientação. Nas associaçõesLi + PV a densidade é alta, sendo média naassociação TE + LRd e baixa no LE1. Taisdiferenças tanto nas densidades como nasorientações, se devem ao tipo de solo e a naturezado respectivo substrato geológico de solos comhorizonte B textural e substrato de rochasedimentar, que possuem maior densidade do queos solos com B textural, porém originados de rochabásica.

    Um outro atributo muito útil nadiferenciação dos solos ou grupo de solos é orelevo.

    Os elementos de relevo analisados (Tabela1), são suficientes para separar as associações desolos estudados. Também neste caso, os solos comB textural e material de origem sedimentar (Lil +PV2 e PV4 + PV5) condicionam uma forteinfluência da drenagem interna do solo, que é maisrestrita em comparação com as demais associações,intermediária nos solos desenvolvidos de basalto emelhor nos Latossolos.

    Na Tabela l, também estão relacionados osresultados quantitativos do relevo, onde o índice dedeclividade média mostrou-se eficiente nadiscriminação de solos pouco desenvolvidos (Li)com valor Dm de 22,5, dos mais desenvolvidos(LE) com Dm 8,2, tendo os PV um Dm de 8,2intermediário.

    Pela análise quantitativa das baciashidrográficas (Tabela 2), observa-se valores maisaltos de Dd e Fr nos Litossolos, que são maisdissecados. A área das bacias reflete as diferençasentre os solos, preconizado por HORTON (1945),STRAHLER (1957) e FRANÇA (1968). No casodo LE textura média, a estrutura granular comaspecto maciço poroso dos horizontes permite ainfiltração de águas pluviais, tornando-seresponsáveis pela formação dos vales. Assim, hádiferença nas dimensões das áreas das bacias, ondeos Latossolos possuem bacias maiores (24,17 km2)e menos dissecadas que a bacia hidrográfica doLitossolo + Podzólico (0,55 km2), tendo a TerraRoxa + Latossolo Roxo distrófico (0,85 km2)tamanho intermediário.

    Em relação ao comprimento de rios deterceira ordem, observa-se que na área ocupada, ostrês solos têm seus valores maiores que os rios de2a ordem, contrariando portanto, a lei deHORTON (1945), onde esses valores deveriam teruma série geométrica inversa àquela do número daordem. Esses resultados, levam a crer que oscanais de 3a ordem estão sofrendo um controleestrutural do substrato rochoso, concordando comPARVIS (1950), LUEDER (1959) e DEMATTÊ(1992).

    A Dd e Fr nos LE foram de 0,54 e 0,5respectivamente, baixas em relação aos Litossolosque obtiveram 6,64 e 25,45 por serem maisdissecados. A TE + LRd mostrou resultadosintermediários.

    A classe de textura topográfica, nãodiferenciou em bacias hidrográficas, as unidadesTE + LRd do LE, classificadas como grosseiras.Isso porque na TE + LRd, também ocorre certaporcentagem de Latossolos, quase sempreclassificados como grosseira. Já as amostrascirculares, proporcionaram a separação das trêsunidades de mapeamento (Li + PV2, PV4 + PV5e LE1). Repare que para uma mesma associação desolos Lil + PV2, foi classificada como média nabacia e fina na amostra circular. Entretanto, a áreaamostrada pela amostra circular foi de 5 km2, bemmaior que a área da bacia de 0.55 km2, e portantomais significativa.

  • A razão de textura topográfica foi consisten-te, pois diferenciou em amostras circulares, asunidades de mapeamento, concordando comFRANÇA (1968) e SOUZA (1975).

    Mapas morfopedológicos obtidos utilizando-seaerofotos convencionais e imagensTM/LANDSAT-5

    Os critérios utilizados na análise de imagensLANDSAT e aerofotos, no mapeamento realizado,foram os mesmos com algumas adaptações(MONTOYA, 1983). O Mapa Morfopedológico Iutilizando fotos aéreas (Figura 3), apresentou ummaior número de detalhes quanto a rede de

    drenagem, áreas urbanas e rodovias, do que oMorfopedológico II que utilizou imagens orbitais(Figura 4). Isto se deve a diferença de escala dasimagens utilizadas (1: 35.000 para 1: 100.000).

    Houve aumento da área urbana do Mapa Ipara o Mapa II, devido a data da imagem orbital(1991) ser mais recente que a da fotografía aérea(1978). No Mapa I, a delimitação das unidadesfisiográficas através dos elementos defotointerpretação, como rede de drenagem erelevo, foram facilitadas pela maior escala eestereoscopia, proporcionadas pelas fotos aéreas.Por essa razão, pôde-se mapear um maior númerode unidades com maior precisão dos limitesfisiográficos.

  • A topossequência principal dos solos da área(Reta A-B na Figura 3), auxiliou nos traçados doslimites das unidades de mapeamento.

    Apesar da perda de detalhes na utilizaçãodas imagens orbitais, observa-se no mapa II aseparação das unidades onde domina o LE1(textura argilosa) tonalidade mais escura, e LE3(textura média) tonalidade mais clara, devido às

    diferenças de umidade captadas pela composiçãocolorida 3/4/5.

    Essa diferenciação não foi possível com ouso de fotografias aéreas (Mapa I), que consideroutoda área como unidade LE3. Foi obtida uma chavede interpretação (TABELA 3) para auxiliar adiferenciação dos objetos nas diferentes imagensorbitais.

  • Correlacionando-se as Figuras 2, 3 e 4,observa-se um maior número de unidades demapeamento na carta elaborada por OLIVEIRA etal. (1977), devido às observações de campo, porémcom um traçado dos limites de solos menosrecortados, ratificando que as técnicas desensoriamente remoto aplicadas a levantamentos desolos, não elimina a necessidade de trabalhos decampo, concordando com BOMBERGER & DILLJUNIOR (1960), mas que porém, promovem ummelhor traçado dos limites (BURINGH, 1960).

    A unidade de solo LH (Latossolo Húmico),obtida por OLIVEIRA et al. (1977), não foiobservada no Mapa I (extraído das aero fotos),porém no Mapa II (extraído das imagens orbitais)seus limites foram evidenciados pela composiçãocolorida, devido à maior retenção de umidade eteor de matéria orgânica.

    CONCLUSÕES

    Os parâmetros qualitativos e quantitativasanalisados mostraram-se encientes na diferenciaçãodas unidades fisiográficas que têm correspondênciacom os solos, tanto em amostras circulares quantoem bacias hidrográficas. A classe de texturatopográfica, apresentou melhores resultados emamostras circulares.

    A utilização de fotografias aéreas, naconfecção do mapa morfopedológico, permitiu umamaior riqueza de detalhes no traçado da rede dedrenagem, precisão dos limites do mapeamento,delimitação da área urbana e no maior número deunidades de mapeamento.

    A utilização de imagens orbitaisproporcionou um mapeamento menos detalhado,porém, no caso da composição colorida 3/4/5, foi

  • possível a separação de solos de diferentes texturas(Latossolos argilosos de Latossolos de textura média) e adiscriminação do Latossolo Húmico.

    A imagemTM/LANDS AT-5 preto-e-brancabanda3 e composição colorida 3/4/5, foram as melhores nadelimitação da rede de drenagem, bem como nomapeamento das unidades de solos.

    Nos mapeamentos morfopedológicos ao nívelsemidetalhado, há perda de detalhamento nos limites dossolos, quando não se utilizam as fotografias aéreas comoauxílio.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    Enviado para publicação em 10.03.93Aceito para publicação em 28.04.93

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