a importância do lúdico para as crianças na educação infantilpdf

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA AS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA REFLEXÃO Enedir Terezinha de Almeida Gomes Orientador: Ilso Fernandes do Carmo. ALTA FLORESTA/2012

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A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

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Page 1: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO.

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA AS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:

UMA REFLEXÃO

Enedir Terezinha de Almeida Gomes

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo.

ALTA FLORESTA/2012

Page 2: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO.

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA AS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:

UMA REFLEXÃO

Enedir Terezinha de Almeida Gomes

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo.

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Educação Infantil e Alfabetização.”

ALTA FLORESTA/2012

Page 3: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a Nossa Senhora a força para continuar,

Apesar do cansaço e sobrecarga de atividades.

Agradeço a todos os docentes, inclusive a minha amiga Clarice pelas

orientações.

Agradeço ao meu esposo Wilson pela paciência e compreensão.

Agradeço aos colegas de turma pelas horas divertidas que passamos

juntos.

Page 4: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

RESUMO

Optei pelo tema, “a importância do lúdico para as crianças na educação

infantil: uma reflexão” apenas para descobrir o quanto os jogos e as brincadeiras

ajudam no desenvolvimento, porque através dos estágios no tempo da faculdade

pude perceber que: os jogos e as brincadeiras às vezes são tratados como

atividades secundárias no contexto da Educação Infantil, por profissionais que não

entendem a importância na realização dessas atividades, pois, o sentido da

educação para as crianças, de modo geral, está voltado para a aprendizagem da

leitura e da escrita, num processo de exigências que extrapola o nível de

desenvolvimento proximal das crianças. Esta concepção de educação marca as

características de instituições de Educação Infantil, que tem como objetivo a

aceleração da aprendizagem e a antecipação de escolarização e do

desenvolvimento, pois nessa fase, o modo de aprendizagem ampara-se numa

perspectiva lúdica, que se dá pela vivência de papéis imitativos do adulto e

imaginação. . Por isso o presente trabalho tem como objetivo principal: realizar

pesquisa bibliográfica sobre os jogos pedagógicos: ludicidade e aprendizagem

significativa, conhecer algumas concepções sobre ludicidade no ensino, perceber a

importância dos jogos como ferramenta, verificando a importância dos jogos

pedagógicos e da ludicidade em uma aprendizagem significativa.

E através dessa pesquisa pude concluir que, as atividades lúdicas são

essenciais no ensino, pois elas constroem um rico aprendizado, envolvendo as

várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva com atividades física

e mental que mobiliza as funções e operações, e que as brincadeiras podem

contribuir significativamente para o processo de construção do conhecimento da

criança como mediador da aprendizagem.

Palavras-Chave: Ludicidade; lúdico; jogos; brincadeiras; brinquedo; professor;

criança;

Page 5: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 05

1 O papel do lúdico na aprendizagem. ------------------------------------------------- 07

2.0 A Educação Infantil na Legislação Brasileira. Lei de diretrizes e

bases------------------------------------------------------------------------------------------------

2.1 As diretrizes escolares para a educação infantil.-------------------------------

08

08

3.0 O desenvolvimento humano na concepção de Vygotsky e Piaget ------ 10

3.1 Os períodos do desenvolvimento humano--------------------------------------- 11

4.0 Inteligências Múltiplas na concepção de Haward Gardner------------------

4.1 O desenvolvimento da inteligência.-------------------------------------------------

14

14

5.0 O desenvolvimento da motricidade da linguagem e do pensamento---- 17

5.1 Desenvolvimento da motricidade---------------------------------------------------- 17

5.2 Desenvolvimento lingüístico---------------------------------------------------------- 18

6.0 A construção do pensamento--------------------------------------------------------- 20

7.0 Os jogos e suas características------------------------------------------------------ 22

7.1 Os jogos como recursos no desenvolvimento e aprendizagem da

criança.---------------------------------------------------------------------------------------------

25

7.2 O jogo o desenvolvimento psicomotor da criança----------------------------- 26

8.0 Lugar do corpo na aprendizagem---------------------------------------------------- 27

9.0 Brincar é coisa séria---------------------------------------------------------------------- 28

9.1 O brincar e o brinquedo----------------------------------------------------------------- 29

9.2 O brincar na Educação Infantil. ------------------------------------------------------ 32

9.3 O papel do brinquedo no desenvolvimento. ------------------------------------- 32

9.4 O lugar do brincar na aprendizagem.---------------------------------------------- 35

10. Separando a ação do significado---------------------------------------------------- 36

11 O papel da criatividade na infância. ------------------------------------------------- 37

12. Educação para a cidadania e o convívio com as diferença.................... 38

13 Referencial teórico conceitual.-------------------------------------------------------- 40

Conclusão.---------------------------------------------------------------------------------------- 44

Referências. ------------------------------------------------------------------------------------- 46

Page 6: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

INTRODUÇÃO

O lúdico tem sua origem na palavra latina ludus, que quer dizer “jogo”.

Entretanto, o termo deixou de significar apenas jogo e ultrapassou o fato de um

brincar espontâneo.

As atividades lúdicas são importantes para os indivíduos como instrumento

de prazer e de aprendizagem. Por intermédio dessas atividades podem ser

desenvolvidas habilidades e capacidades de explorar, refletir sobre a realidade, a

cultura, incorporar e questionar regras e papéis sociais. Sabemos que o lúdico é um

fator importante, ele é um elemento indispensável para o processo de ensino e

aprendizagem significativa.

Mas a educação incluindo a ludicidade no currículo escolar deve ser

preocupação básica de todos os professores. E precisam necessariamente possuir

conhecimentos, devem ser capazes de refletir sobre esses conhecimentos didáticos

avaliando suas próprias práticas. O lúdico aplicado a pratica pedagógica do

professor não apenas contribui para a aprendizagem como também possibilita aos

educadores a tornar suas aulas mais dinâmicas, prazerosas e criativas sendo que o

papel da escola e do professor neste contexto é de formar pessoas criticas e

criativas, que inventem, descubram e sejam capazes de construir e reconstruir

saberes, com prazer e também com competência. Por isso, o lúdico nas suas mais

variadas formas: devem ser usadas dentro de suas especificidades educativas.

E a pesquisa trata assuntos como: As leis de diretrizes percebendo que a

Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica e, portanto, a fase

primordial das crianças na escola, devendo ser levada em consideração que todas

as brincadeiras necessitam-se, ser aplicadas de forma educativa. Portanto a

pesquisa busca categorizar o lugar do brincar na aprendizagem, o desenvolvimento

das inteligências humanas onde falam de cada período e etapas para esse

desenvolvimento, destacando ainda a forma da construção do pensamento infantil,

os jogos e suas características, os recursos para que se desenvolva a aprendizagem

psicomotora da criança, e como ela aprende através dos movimentos com o seu

corpo brincando, porque afinal brincar é coisa séria, e que o brincar e o brinquedo é

um espaço privilegiado, proporciona à criança, como sujeito, a oportunidade de viver

entre o princípio do prazer e o princípio da realidade. Porque o papel do brinquedo é

Page 7: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

desenvolver várias habilidades como uma imaginação constante, proporcionando ao

lugar de brincar um ambiente onde haja interação, regras e métodos específicos de

forma que venham trazê-los emoções, realizações, razões e ralação com o meio.

Separando a ação do significado nos traz a idéia de que, ação é aquilo que a

criança faz e o significado é a forma que ela imagina. E por isso que se diz que a

criança é criativa. Neste sentido destacamos a importância da ludicidade como

necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como

uma diversão. Pois o jogo vai além da diversão, da interação humana, extrapola

esse campo de sentido e vivência humana para além desta condição, pois na prática

da ludicidade existe emoção, subjetividade além de emoção. Portanto, o aluno

constrói o seu desenvolvimento na interação com o meio em que vive depende das

condições desse meio, da vivência de objetos e situações, para ultrapassar

determinados estágios de desenvolvimento e ser capaz de estabelecer relações

cada vez mais complexas e abstratas. Os entendimentos dos alunos são

decorrentes do seu desenvolvimento próprio frente a umas e outras áreas de

conhecimento.

Educar para a cidadania envolve uma formação de atitudes, solidariedade e

de convívios com as diferenças culturais e religiosas com relação às ideias,

costumes, preferências sendo aceita em suas características físicas e morais.

Nos referenciais teóricos os autores expõem suas idéias sobre a importância

de se usar o lúdico como metodologia de ensino aprendizagem. Por isso o educador

deve considerar as múltiplas possibilidades educativas e compreender que o

surgimento e o desenvolvimento do jogo e das brincadeiras não são espontâneos.

Isto significa que o educador tem a responsabilidade de proporcionar momentos e

condições necessárias, contribuindo ao máximo para o aprendizado da criança. Ele

precisa conscientizar-se que brincando as crianças criam, recriam e estabilizam

aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, em uma

atividade interativa e imaginativa. As atividades na Educação Infantil devem oferecer

as condições necessárias para florescer o lúdico, pois o brincar é uma forma

adequada e que colabora para perceber a criança e estimular o que ela precisa

aprender e desenvolver.

06

Page 8: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

1 O PAPEL DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM.

Conforme KISHIMOTO (1994), psicólogos e pedagogos têm dado grande

atenção ao papel do lúdico na constituição das representações mentais e seus

efeitos no desenvolvimento da criança, especialmente na faixa etária de 0 (zero) a 6

(seis) anos de idade. O autor ainda afirma que enquanto brinca o ser humano vai

garantindo a integração social, além de exercitar seu equilíbrio emocional e a

atividade intelectual.

PIAGET (1998), acredita que a atividades lúdicas são essenciais na vida da

criança. Esse teórico classifica as atividades de jogos em três categorias.

Primeiramente o jogo de exercício, no qual a criança repete situações que aprecia

por puro prazer. Depois por volta dos 2-3 (dois a três) e 5-6 (cinco a seis) anos,

percebe-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a necessidade da

criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar

representações. Apos esse período de jogos simbólicos aparecem os jogos de

regras, os quais são transmitidos socialmente de criança para criança e que, por

conseqüência, vão adquirindo mais importância de acordo com o progresso de

desenvolvimento social. Dessa forma, o jogo passa a ser uma espécie de condição

para o desenvolvimento infantil, uma vez que, ao jogarem as crianças conseguem

assimilar e transformar a realidade.

Page 9: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

2 A EDUCAÇÃO INFANTIL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: LEI DE DIRETRIZES

E BASES

Art. 29 – A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como

finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos

físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade.

Art. 30 – A educação infantil será oferecida em:

I – Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II-Pré-escolas para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31 – Na educação infantil a avaliação se fará mediante acompanhamento e

registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao

ensino fundamental.

2.1 AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO

INFANTIL.

Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais

para a Educação Infantil a serem observadas na organização de propostas

pedagógicas na Educação Infantil.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil

articulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e reúnem

princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara de Educação

Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas na

área e a elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas

e curriculares.

Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de

práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os

conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico

e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5

anos de idade.

Page 10: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar

que acriança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que,

nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade

pessoal ecoletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,

narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo

cultura.

§ 1º É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de

qualidade, sem requisito de seleção.

§ 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou

5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.

§ 3º As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser

matriculadas na Educação Infantil.

§ 4º A freqüência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no

Ensino Fundamental.

09

Page 11: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

3 O DESENVOLVIMENTO HUMANO NA CONCEPÇÃO DE VYGOTSKY E PIAGET

O desenvolvimento humano, o aprendizado e as relações entre eles são

temas centrais nos trabalho de VYGOTSKY. Ele busca compreender a origem e o

desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da história da espécie

humana e da história individual.

Para ele, desde o nascimento da criança, o aprendizado está relacionado ao

desenvolvimento e “é um aspecto necessário e universal do processo de

desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e

especificamente humanas.” (1984, p. 110) É o aprendizado que possibilita o

desperta de processos internos de desenvolvimento, que, se não fosse o contato do

indivíduo com certo ambiente cultural, não ocorreriam.

Normalmente, quando nos referimos ao desenvolvimento de uma criança, o

que buscamos compreender é “até onde a criança já chegou”, em termos de um

percurso que será percorrido por ela. Quando dizemos que a criança já sabe realizar

determinada tarefa, referimo-nos a sua capacidade de realizá-la sozinha.

VYGOTSKY (1984), determina essa capacidade de realizar tarefas de forma

independente de nível de desenvolvimento real. Para ele, este nível refere-se às

etapas já alcançadas, já conquistadas pela criança.

VYGOTSKY (1994), chama a atenção para o fato de que compreender

adequadamente o desenvolvimento deve considerar não apenas o nível de

desenvolvimento real da criança, mas também seu desenvolvimento potencial, isto

é, sua capacidade de realizar tarefas com a ajuda de professores ou de

companheiros mais capacitados. Essa possibilidade de alteração no

desenvolvimento de uma pessoa pela interferência de outra, é fundamental na teoria

de VYGOTSKY; isto porque representa um momento de desenvolvimento: não é

qualquer indivíduo que pode, a partir da ajuda de outro, realizar qualquer tarefa, isto

é, a capacidade de se beneficiar da colaboração de uma outra pessoa vai ocorrer

num certo nível de desenvolvimento, não antes. A idéia de nível de desenvolvimento

capta, assim, um momento do desenvolvimento que caracteriza não as etapas já

alcançadas, já consolidadas, mas etapas posteriores, nas quais a interferência de

outras pessoas afeta significativamente o resultado da ação individual.

Page 12: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

Segundo PIAGET, foi “o sujeito epistêmico”, isto é, o estudo dos processos

de pensamento presentes desde a infância inicial até a idade adulta. Piaget

apresentou uma visão interacionista. Mostrou a criança e o homem num processo

ativo de contínua interação, procurando entender quais os mecanismos mentais que

o sujeito usa nas diferentes etapas da vida para poder entender o mundo; para

PIAGET (1970), a adaptação à realidade externa depende basicamente do

conhecimento e procurou estudar cientificamente quais os processos que o indivíduo

usa para reconhecer a realidade. Considera que só o conhecimento possibilita ao

homem um estado de equilíbrio interno que o capacita a adaptar-se ao meio

ambiente. Assim, sua obra é de epistemologia genética e mostra como o

conhecimento se desenvolve, desde as rudimentares estruturas mentais do recém-

nascido até o pensamento lógico-formal do adolescente.

Através do método clínico, que eram entrevistas que fazia com as crianças,

segundo PIAGET (1970), aprofundava o conhecimento dos processos mentais das

crianças, chegou à formulação de inúmeros conceitos continuamente reavaliados

em função de novos dados; os conceitos são: hereditariedade, adaptação, esquema

e equilíbrio.

Em relação à hereditariedade, PIAGET (1970), diz que não herdamos a

inteligência; herdamos um organismo que vai amadurecer em contato com o meio

ambiente. Desta interação organismo-ambiente resultarão determinadas estruturas

cognitivas que vão funcionar de modo semelhante durante toda a vida do sujeito.

Este modo de funcionamento, que constitui para Piaget nossa herança biológica,

permanece essencialmente constante durante toda a vida.

Para PIAGET (1970), existe um desenvolvimento da moral que ocorre por

etapas de acordo com o desenvolvimento humano, se consiste num sistema de

regras e a essência de toda a moralidade deve ser procurada no respeito que o

indivíduo adquire por estas regras, porque para Piaget os jogos coletivos são

regidos por normas, sendo culturais podem ser modificados consensualmente,

respeitar essas regras implica a moral por envolver questões de justiça e

honestidade.

3.1 OS PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

11

Page 13: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

Para oferecer um processo educacional eficiente à opção por determinadas

metodologias, segundo PIAGET (1970), deve tomar por base a idade da criança,

suas possibilidades e limites, portanto PIAGET passou a observar o

desenvolvimento de seus próprios filhos, registrando suas reações desde os

primeiros dias de vida.

Assim, tomei por bem apresentar quais as fases do desenvolvimento

cognitivo, afetivo e social das crianças até os 12 anos: para melhor compreensão

dos leitores. Há que se conhecer suas características epistêmicas, para que as

situações-problema apresentadas possam ser individualizadas.

PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR (0-24 meses):

Representa segundo PIAGET (1970), a conquista através da percepção e

dos movimentos, de todo o Universo prático que cerca a criança. Isto é, a formação

dos esquemas sensoriais-motores irá permitir ao bebê a organização inicial dos

estímulos ambientais, permitindo que, ao final do período, ele tenha condições de

lidar, embora de modo rudimentar, com a maioria das situações que lhe são

apresentadas.

Neste período, a criança está trabalhando ativamente no sentido de formar

uma noção do eu.

PERÍODO PRÉ-OPERACIONAL (2-7 anos):

Ao se aproximar dos 24 meses, segundo PIAGET (1970), a criança estará

desenvolvendo ativamente a linguagem, o que lhe dará possibilidades de, além de

utilizar a inteligência prática decorrente dos esquemas sensoriais-motores formados

na fase anterior, iniciar a capacidade de representar uma coisa por outra, ou seja,

formar esquemas simbólicos.

Teremos, então, segundo PIAGET (1970), uma criança que a nível

comportamental atuará de modo lógico e coerente, em função dos esquemas

sensorial-motor adquiridos na fase anterior, e que ao nível de entendimento da

realidade estará desequilibrada, em função da ausência de esquemas conceituais.

12

Page 14: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

PERÍODO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS (7-11,12 anos):

Observa-se, segundo PIAGET (1970), um crescente incremento do

pensamento lógico. A realidade passará a ser estruturada pela razão e não mais

pela assimilação egocêntrica. Assim, a tendência lúdica do pensamento será

substituída por uma atitude crítica. A criança percebe-se como um indivíduo entre

outros, como elemento de um universo que pouco a pouco passa a se estruturar

pela razão.

PERÍODO DAS OPERAÇÕES FORMAIS (12 anos em diante):

Segundo PIAGET (1970), o sujeito será capaz de formar esquemas

conceituais abstratos como amor, justiça, democracia, etc.; e realizar com ele

operações mentais que seguem os princípios da lógica formal. Com isso adquire

capacidade para criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta.

Constrói seus valores morais, torna-se consciente do seu próprio pensamento.

Do ponto de vista piagetiano, portanto, ao adquirir estas capacidades o

indivíduo atingiu sua forma final de equilíbrio.

13

Page 15: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

4 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA MATEMÁTICA NA CONCEPÇÃO DE

HOWARD GARDNER

Howard Gardner (1995), psicólogo da Universidade de Harvard, questiona a

tradicional visão da inteligência, uma visão que enfatiza as habilidades lingüística e

lógico-matemética. Segundo GARDNER (1995), todos os indivíduos normais são

capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e, até certo ponto,

independentes áreas intelectuais. Ele sugere que não existem habilidades gerais,

duvida da possibilidade de se medir a inteligência através de testes de papel e lápis

e dá grande importância a diferentes atuações valorizadas em culturas diversas.

Finalmente, ele define inteligência lingüística, musical, lógico-matematico, espacial,

sinestésica, interpessoal e intrapessoal, como a habilidade para resolver problemas

ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais.

4.1 O DESENVOLVIMENTO DAS INTELIGÊNCIAS

Em síntese, para GARDNER (1995), existem sete inteligências, que podem

ser resumidas desse modo:

Inteligência lingüística - Os componentes centrais da inteligência lingüística são

uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma

especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a

linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Gardner indica

que é a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta

habilidade se manifesta através da capacidade para contar histórias originais ou

para relatar, com precisão, experiências vividas.

Inteligência musical - Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade

para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons,

habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e

timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena com

habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e,

freqüentemente, canta para si mesma.

Page 16: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

Inteligência lógico-matemática - Os componentes centrais desta inteligência são

descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e

sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através

da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é

a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e

resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e cientistas Gardner,

porém, explica que, embora o talento cientifico e o talento matemático possam estar

presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as ações dos cientistas e

dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos desejam criar um

mundo abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a natureza. A criança

com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer

cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.

Inteligência espacial - Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade

para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para

manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar

tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a

inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças

pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade

para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.

Inteligência sinestésica - Esta inteligência se refere à habilidade para resolver

problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a

habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou

plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com

destreza. A criança especialmente dotada na inteligência sinestésica se move com

graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande

habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.

Inteligência interpessoal - Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade

pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações

e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de

psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos. Na sua forma

mais primitiva, a inteligência interpessoal se manifesta em crianças pequenas como

a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais avançada, como a

habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir

15

Page 17: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças especialmente dotadas

demonstram muito cedo uma habilidade para liderar outras crianças, uma vez que

são extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos de outros.

Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência

interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e

idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É

o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprias, a

capacidade para formular uma imagem precisa de si própria e a habilidade para usar

essa imagem para funcionar de forma efetiva. Como esta inteligência é a mais

pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras

inteligências, ou seja, através de manifestações lingüísticas, musicais ou

sinestésicas.

16

Page 18: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

5 O DESENVOLVIMENTO DA MOTRICIDADE, DA LINGUAGEM E DO

PENSAMENTO.

OLIVEIRA (2002), especifica no desenvolvimento da inteligência as

dimensões da psicomotricidade, da linguagem, da cognição própria mente dita, a

saber:

5.1 O DESENVOLVIMENTO DA MOTRICIDADE

Desde o nascimento, graças à maturação do sistema nervoso e à realização

de tarefas variadas com diferentes parceiros em situações cotidianas, a criança,

segundo OLIVEIRA (2002), desenvolve seu corpo e os movimentos que com ele

pode realizar. Os mecanismos que usa para orientar o tronco e as mãos em relação

a um estímulo visual, por exemplo, são complexos e acionados à medida que ela

manipula e encaixa objetos, lança-os longe e os recupera, os empurra e puxa,

prende e solta. Locomove-se, assume posturas e se expressa por gestos, que são

cada vez mais ampliados.

De início o recém-nascido apenas pode diferenciar seu próprio corpo do

mundo que o rodeia. Depois toma a si mesmo como referência para perceber o

entorno. Ao movimentar o corpo no espaço, recebe informações próprio-perceptivas

(sinestesias, labirínticas) e externo-perceptivas (especialmente visuais) necessárias

para interpretar e organizar as relações entre os elementos, formulando uma

representação daquele espaço. (OLIVEIRA, 2002, p.148).

A motricidade, segundo OLIVEIRA (2002), também se desenvolve por meio

da manipulação de objetos de diferentes formas, cores, volumes, pesos e texturas.

Ao alterar sua colocação postural conforme lida com esses objetos, variando as

superfícies de contato com eles, a criança trabalha diversos segmentos corporais

com contrações musculares de diferentes intensidades. Nesse esforço, ela

desenvolve.

Se, até aproximadamente os seis anos, a criança tem uma perspectiva

egocêntrica na sua percepção das relações que estabelece com elementos do

espaço, proximidade e distância, ordem e inclusão, continuidade e ruptura etc., a

Page 19: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

partir daquela idade, segundo OLIVEIRA (2002), vai assumir cada vez mais pontos

de vistos externos a si mesmos para compreender o mundo.

A criança, por meio do brinquedo, segundo OLIVEIRA (2002), desenvolve

estruturas psicomotoras que vão desde a organização espaço temporal ao

desenvolvimento de habilidades motoras, seja por meio de um objeto manipulável,

ou de jogos de faz-de-conta: onde um cabo de vassoura vira um cavalo, e uma

boneca se transforma em uma filha.

O professor pode fazer uso da ginástica para explorar a imaginação das

crianças e trabalhar temas que a criança possa vivenciar por meio do ato motor.

O desenvolvimento das habilidades motoras vai além do físico. FREIRE

(1997, p. 56), relata que o desenvolvimento motor permite “[...] adquirir melhores

recursos para se relacionar com o mundo dos objetos e das pessoas.”

5.2 O DESENVOLVIMENTO LINGÜÍSTICO

Um trabalho de Educação Infantil que tem as manifestações infantis como

centro de sua proposta, segundo LOPES (1995), não pode deixar de considerar a

linguagem como eixo que perpassa todas as instâncias. Mas a linguagem entendida

enquanto enunciação, expressão e manifestação da subjetividade, o que significa

uma proposta que abre espaço para a voz da criança, suas narrativas, suas formas

de ver, sentir e conhecer o mundo, e para seus registros feitos com o corpo – nas

ações, dramatizações e brincadeiras –, com desenhos, pinturas, colagens,

modelagens e escritas. E que abre espaço também para a escuta de diferentes

vozes e manifestações culturais, ampliando o universo cultural dos seus atores.

As instituições de Educação Infantil – tanto as creches quanto as pré-

escolas – devem assumir o desafio de superar a função de guarda e preparo para o

Ensino Fundamental, entendendo aquele local como um espaço de formação

cultural.

As linguagens são espaços de troca, de relações por excelência.

Neste sentido, segundo LOPES (1995), os gestos, os balbucios, as

caricaturas, as mímicas, os movimentos com o corpo, enfim, as múltiplas linguagens,

são possibilidades de expressão de conhecimentos e pensamentos acerca do

18

Page 20: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

mundo, das culturas; logo, constituem processo importante na formação de

identidades, sendo, portanto, um eixo privilegiado de trabalho, o ato de brincar e as

brincadeiras representam para muitos autores a possibilidade de as crianças se

desenvolverem e por meio deles a criança aprende a se conhecer e a atuar no

mundo que a rodeia. Assim, as instituições voltadas para as crianças devem levar

em conta a maneira como a criança brinca suas preferências, pois estas indicam

uma produção de sentidos e ações. Neste contexto, é fundamental reconhecer as

diferenças e as especificidades das crianças, a importância da disposição do lugar e

do material, bem como a atitude dos profissionais que lidam com esse acervo.

19

Page 21: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

6- A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO INFANTIL

O processo de aprendizagem se desenvolve de forma elementar em funções

psicológica da relação entre os familiares, professores e colegas através das

interações ambientais vivido no cotidiano da criança.

De início, segundo OLIVEIRA (2002), pensamento e linguagem têm origens

diversas. Há o pensar sensório-motor e a linguagem não cognitiva, por exemplo, os

balbucios. No entanto, ambos os elementos convergem no desenvolvimento para a

formação do pensamento discursivo.

A habilidade da criança para refletir sobre a definição de uma palavra é,

segundo OLIVEIRA (2002), uma capacidade multifacetada e de lento

desenvolvimento, com precursores cognitivos e lingüísticos. Na fase inicial de

formação de conceito, a busca das qualidades plásticas da palavra - ritmos,

modulações, consonâncias - desempenha uma função importante, pois, para a

criança pequena, a palavra não tem ainda força para dirigir seu pensamento elas

ainda são incapazes de definir uma impressão, a criança simplesmente a exprime,

usando uma linguagem exclamativa. Incapaz de pensar um fenômeno, fixando suas

características essenciais e descartando as acessórias, ela verbaliza apenas seus

elementos mais notáveis.

A narrativa da criança pequena é, inicialmente, segundo OLIVEIRA (2002),

um relato enumerativo de origem perceptiva e motora, reunindo objetos segundo a

relação deles na atividade. O relato infantil de determinado caso ou evento não

busca o equilíbrio entre causas e efeitos, a proporcionalidade entre ação e resultado,

a coerência entre as partes. É formado pelo encadeamento de circunstâncias

organizado segundo locuções (então, depois), sendo a própria relação de tempo

simples coincidência de circunstâncias (OLIVEIRA, 2002, p. 153).

Para representar algo, a criança deve exteriorizá-lo como um objeto distinto,

por meio de imagens que eliminem os elementos subjetivos e acentuem os traços

mais estáveis e gerais. Contudo, essas imagens, das mais concretas às mais

abstratas, segundo OLIVEIRA (2002), acham-se combinadas com atos e situações

vividas. Isso faz com que a experiência da criança apareça mesclada com seus

desejos, lembranças e rotinas. Por isso, ao tentarem responder sobre significado de

Page 22: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

uma palavra que lhe é apresentada, as crianças muitas vezes reúnem elementos de

experiências anteriores e os ajustam a aspectos distintivos de cada situação. Para

superar essa barreira, devemos transformar as formas como as práticas educativas

são pensadas e considerar a interação social como elemento mais importante para

promover oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento.

21

Page 23: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

7. O JOGO E SUAS CARACTERÍSTICAS

Os jogos, segundo VYGOTSKY (1998), oferecem o domínio das habilidades

de comunicação, nas suas várias formas, facilitando a auto-expressão. Encorajando

o desenvolvimento intelectual por meio do exercício da atenção, pelos usos

progressivos de processos mentais mais complexos, como a comparação e a

discriminação.

Outro fator estimulado pela utilização de atividades lúdicos em sala de aula

está relacionado à imaginação. Ao fazer uso do “faz-de-conta”, a criança torna

possíveis suas vontades e desejos, assumindo diferentes papeis sociais (pai, mãe,

professor, medico, entre outros)

A situação imaginaria de qualquer forma de brinquedo já contem regras de comportamento, embora possa não ser um jogo com regras formais estabelecidas a priori. A criança imagina-se como mãe da boneca e a boneca como criança e dessa forma, deve obedecer às regras do comportamento maternal. (VYGOTSKY, 1998, p. 124).

O jogo, em seu sentido integral, segundo VYGOTSKY (1998), é o mais

eficiente meio estimulador das inteligências. O espaço do jogo permite que a criança

(e até mesmo o adulto) realize tudo quanto deseja. Quando entretido em um jogo, o

indivíduo é quem quer ser, ordena o que quer ordenar, decide sem restrições.

Graças a ele, pode obter a satisfação simbólica do desejo de ser grande, do anseio

em ser livre. Socialmente, o jogo impõe o controle dos impulsos, a aceitação das

regras, mas sem que se aliene a elas, posto que são as mesmas estabelecidas

pelos que jogam e não impostas por qualquer estrutura alienante. Brincando com

sua especialidade, a criança se envolve na fantasia e constrói um atalho entre o

mundo inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde precisa conviver.

Para HUIZINGA, apud ANTUNES (1998), o jogo não é uma tarefa imposta, não se

liga a interesses materiais imediatos, mas absorve a criança, estabelece limites

próprios de tempo e de espaço, cria a ordem e equilibra ritmo com harmonia.

Ainda que não tenhamos separado os jogos por faixa etária, tendo em vista

razões que adiante serão expostas, existem expressivas diferenças entre os jogos

para crianças não alfabetizadas e crianças que se alfabetizaram. Para as primeiras,

os jogos devem ser vistos como leituras da realidade e como ferramenta de

compreensão de relações entre elementos significantes (palavras, fotos, desenhos,

Page 24: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

cores etc.) e seus significados (objetos). Nessas relações, PIAGET, apud ANTUNES

(1998), destaca quatro etapas que, em todos os jogos, podem ser claramente

delineadas: os índices, relações significantes estreitamente ligadas aos significados

(é o caso de uma pegada de um animal indicando sua passagem pelo local); as

sinas, relações indicadoras de etapas e marcações dos jogos (como é o caso do

apito ou dos sinais de início, término ou etapas), os símbolos, relações já mais

distantes entre os significante e o significado (fotos, desenhos, esquemas) e,

finalmente, os signos, elementos significantes inteiramente independentes dos

objetos (como as palavras e os números). Utilizando essas etapas, a seleção dos

jogos que eventualmente se empregará deverá evoluir de jogos estimuladores de

índices aos estimuladores de signos, e, desta forma, jogos que estimulam o tato, a

audição, o paladar (índices) devem preceder aos que estimulam ou se apóiam em

sinalizações e após estes tornam-se inteiramente válidos os que levam à descoberta

de símbolos (pesquisar revistas, recortar, colar, desenhar, dramatizar) e após, os

que exploram símbolos e que já pressupõem a compreensão de letras e desenhos

de objetos correspondentes às palavras.

Pensando em crianças, desde a vida pré-natal até a adolescência, convictos

de que o desenvolvimento da inteligência humana não termina nessa faixa etária, ao

contrário, cresce por toda vida, principalmente para as pessoas que acreditam no

poder de seu cérebro e sabem construir suas próprias motivações.

“O desenvolvimento das inteligências se processa de maneira mais

acentuada quando premiadas pela oportunidade de estímulos. Essa afirmação,

entretanto, precisa ser vista-nos limites da coerência”. (ANTUNES, 1998, p.17).

PIAGET (1997), diferencia três tipos de estruturas características do jogo

infantil: o exercício, o símbolo e a regra.

O jogo de exercício ocorre durante os primeiros 18 meses de vida. São

repetições de ações de seqüências de ações e manipulações estabelecidas; não há

intencionalidade por parte da criança, somente prazer.

A partir do segundo ano de vida, com o aparecimento da linguagem e da

representação, surgem os jogos simbólicos. Assim, a criança transpõe o prazer

manipulativo e assimila a realidade externa a si, fazendo distrações ou

transposições. O jogo simbólico constitui um caminho para que essa se aproprie da

23

Page 25: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

realidade. O faz-de-conta permite que a criança reveja a experiência passada,

satisfazendo seu ego, não significando, porem, que está submissa à realidade, mas

que a origem da representação está na imitação do real.

O jogo de regras ocorre na transição entre o individual e a socializada.

Surge a partir do quarto ano de vida e tem predominância entre o sétimo e o décimo

primeiro ano. A principal função das regras é a interação entre os pares, reguladora

e integradora do grupo social do qual o indivíduo faz parte. As regras podem vir de

fora ou serem construídas espontaneamente.

VIGOSTKY (1992), dedica seu livro A Formação Social da Mente, um

capitulo interior sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento. Ele afirma que o

brinquedo não é um aspecto predominante na infância, mas essencial para o

desenvolvimento da criança. Ressalta que, durante o ato de brincar. Há mudanças

significativas das situações imaginarias para a predominância das regras e, e

associado a essa significância, há as transformações internas que ocorre com as

crianças. A brincadeira é propulsora ao criar zona de desenvolvimento proximal

entre o imaginário, a liberdade, a iniciativa, o desejo de se expressar e a

internalização das regras sociais (nível de desenvolvimento potencial). O brinquedo

está acima do nível real da criança, portanto, ela projeta aquilo que necessita ser

apreendido, separando objeto e significado e internalizando o conhecimento

necessário.

VIGOSTKY (1992, p. 118), ressalta ainda que uma criança muito pequena

Brinca sem separar a situação imaginaria da situação real. Para uma criança em idade escolar, o brinquedo torna-se uma atividade mais limitada, predominantemente (...), que preenche um papel especifico em seu desenvolvimento, e que não tem o mesmo significado do brinquedo para uma criança em idade pré-escolar. Na idade escolar, o brinquedo não desaparece, mas permeia a atitude em relação à realidade. Ele tem sua própria continuação interior na instrução escolar e no trabalho (regra). A essência do brinquedo é a criação de nova relação entre o campo o significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais.

Para FREUD (1998), o brincar assume uma questão terapêutica e concerne

em uma forma da criança externalizar seus desejos íntimo, seja esses de raiva,

medo ou alegria. O referencial Curricular para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.

23) sintetiza, de forma coerente, toda a ação do brincar:

(...) é assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências previa das crianças e aquilo que os objetos manipulados

24

Page 26: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

sugerem ou provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os, e transformando-os por meio da criança de uma situação imaginaria nova. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das criança baseando no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também torna autoras de seus papeis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos (...) podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacional da realidade imediata.

7.1 O JOGO COMO O RECURSO O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA

CRIANÇA

BASSEDAS, HUGUET e SOLÉ (1999) ressaltam a importância dos jogos

para o desenvolvimento integral da criança. Dessa forma, o professor deve propor

atividades que envolvam os jogos a fim de despertar o interesse, a motivação e a

participação das crianças. Assim, o educador deve valorizar o jogo como

possibilidade de alcançar objetivos educativos e proporcionar à criança a superação

de obstáculos inesperados ao longo do jogo.

Do ponto de vista das autoras, no jogo com a finalidade educativa, o

educador pode apresentá-lo de maneira não planejada, com o objetivo das crianças

se divertirem e distraírem, em situações que às vezes são necessárias, como para

controlar um grupo na falta do responsável ou de forma improvisada para conter a

agitação das crianças. Nesse caso, prevalece o jogo livre com finalidade de

relaxamento, descontração, pois a criança movimenta-se, correndo de um lado para

o outro; por exemplo: a brincadeira de pique-pega, que deve ser observado por um

adulto devido ao risco de ocorrer acidentes com as crianças.

Nesta mesma percepção, de acordo com BASSEDAS, HUGUET e SOLÉ

(1999), o professor ao preparar uma atividade pedagógica envolvendo o jogo, ele

deve pensar no espaço e no tipo de jogo, pois cada jogo requer um lugar apropriado,

adequado. para estruturá-lo de forma didática, seja ele de construção, simbólico e

de regras. Visto que, cada tipo de jogo requer um material a ser utilizado e que

determina o ambiente propício ao seu desenvolvimento. Por exemplo: blocos

lógicos, quebra-cabeça e outros podem ser realizados em um cantinho da sala, no

chão ou sobre a mesa. Essa atividade faz com que a criança desenvolva o

25

Page 27: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

equilíbrio, movimentação, desenvolvendo a coordenação motora e melhor raciocínio

lógico.

Portanto, a cada etapa do desenvolvimento infantil os jogos e as

brincadeiras devem ser ressignificados, tornando-se recursos importantes para o

processo de ensinar e aprendizagem na Educação Infantil.

7.2 O JOGO NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA

Para ARRAIGADA (2002), a psicomotricidade oferece oportunidade de

propor uma dinâmica de trabalho psicopdagógico mais aberta e significativa, e por

meio dos jogos e da brincadeira propicia o trabalho cooperativo e a interação com

outros. Por meio do jogo, despertamos as nossas impressões sensoriais, visuais,

táteis, sinestésicas. O que se espera é defender a característica espontânea e

expressiva da criança e lhe permitir conviver com os outros espontaneamente, fator

essencial para o desenvolvimento de sua personalidade.

Quando a criança está se inteirando com o jogo, ela se auto-descobre, pode

se socializar e adquire noções de orientações espacial, afetivas e emocionais. A

idéia é proporcionar à criança situações-problema de forma lúdica e envolvente.

FONSECA (1996, p.336) afirma que “pelo jogo, o aspecto relacional atinge o

grau Maximo de maturação.”

[...] do ponto de vista da educação psicomotora, quando se busca o desenvolvimento de habilidades corporais, deve-se praticar uma ação pedagógica desinibidora, que propicie situações receptivas, seguras e gratificantes, sem o julgamento do certo ou errado, para permitir que a criatividade e cada um encontrem clima para fluir.

A idéia de se levar a educação psicomotora para a sala de aula é trabalhar

com que a criança tem de mais positivo, dando prioridade ao que ela sabe fazer. A

partir da brincadeira, ela pode projetar-se e depois fazer uso em suas ações e

criações de forma prazerosa. Também é impulsionada pelo prazer do movimento,

por meio dele descobre e reconhece o espaço onde se encontra, projeta-se nela e

constrói ma imagem do que gostaria de viver.

É por isso que os professores devem compreender como se aprende e como

se ensina, rumo a uma pratica transformadora que leve em consideração o

desenvolvimento pessoal e emocional do aluno.

26

Page 28: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

8. O LUGAR DO CORPO NA APRENDIZAGEM

O professor, ao trabalhar com brincadeira, deve dar tempo para que a

criança possa desenvolvê-lo. Deve também proporcionar ambiente para

determinadas brincadeiras, como:

* atividades corporais, musicais, dramáticas, plásticas, de linguagem oral e escrita;

* passeios em locais que proporcionem cultura e lazer.

Para RODRIGUES (2003), na Educação Física infantil, para alcançar a

produtividade, os professores devem observar três questões: o valor do corpo para o

(meio de comunicação e de expressão) o papel do jogo (proporcionar satisfação) e

os benefícios da atividade física ( que, se não for realizada desde a infância, é bem

possível que não se recupere o que foi perdido no desenvolvimento psicomotor da

criança). As brincadeiras de faz-de-conta e o mundo da fantasia se transformam em

realidade para a criança, relacionando a prática simbólica e a estrutura do corpo à

construção da leitura e da escrita que são elaboradas conjuntamente.

O movimento do corpo RODRIGUES (2003), é o ponto central, pois dentre os

diversos canais sensoriais, o movimento é o que move a ação que integra a

emoção, o sentimento e a razão. Assim, o profissional da educação deve promover

diferentes formas de estimular a prática pedagógica motriz com muita ludicidade,

grande o prazer em realizar as atividades seja por meios de jogos, da dança, do

esporte ou de outras manifestações corporais. A realização de jogos e brincadeiras

lúdicas auxilia no desenvolvimento integral, favorecendo a adoção de um estilo de

vida ativa e saudável.

Page 29: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

9. BRINCADEIRAS É COISA SÉRIA

A criança brinca com seu corpo descobrindo suas possibilidades e descobre

assim o tempo e o espaço, o bebê com os seus primeiros sons, a mãe brinca com

ele. Por que então brincar não é coisa séria?

Muitas são as concepções sobre o lugar e a importância da brincadeira na

prática pedagógica: "a criança vai à escola para aprender e não para se divertir".

Para essa visão, FRIEDMAM (1996), a brincadeira é pura diversão, e, portanto só

deve ser permitida na hora do recreio. Outra concepção "é preciso separar a

brincadeira de tarefa séria". O tempo ocupado pelas brincadeiras é determinado pela

idade das crianças e pelo andamento da programação pedagógica.

Existe, porém, segundo FRIEDMAM (1996), a concepção segundo o qual

"brincando a criança aprende" que pode ser traduzida em métodos educacionais que

valorizam a brincadeira e procuram evitar uma distinção rígida entre o jogo e tarefas

sérias, podendo o lúdico ser introduzido como importante recurso didático, ou

especialmente nas séries iniciais, todo o trabalho pedagógico baseado na

brincadeira FRIEDMAN afirma que:

O jogo não é somente um divertimento ou uma recreação. Não é necessário provar que os jogos em grupo são uma atividade natural e que satisfazem à atividade humana: o que é necessário é justificar seu uso dentro da sala de aula. As crianças muitas vezes aprende mais por meio dos jogos em grupo do que de lições de exercícios. (1996, p. 35).

Logo, a atividade lúdica é essencial para o desenvolvimento da criança

principalmente e essencialmente na Educação Infantil. Brincar é, sem dúvida, uma

forma de aprender, mas é muito mais que isso. Brincar é experimentar-se,

relacionar-se, expressar-se, ser.

Quando a brincadeira perde sua dimensão lúdica, sufocada por um só

didático que a restringe a seu papel técnico, a brincadeira esvazia-se: a criança

explora rapidamente o material, esgotando-se, isso se dá, quando, ao invés de

aprender brincando, a criança é levada a usar o brinquedo para aprender. O brincar

é uma ferramenta rica que o professor tem em mãos para estimular a atividade

construtiva das crianças. Porque as crianças têm necessidades e devem ter a

possibilidade de desenvolver diferentes atividades, como, segundo FRIENDEMAN

(1996)

Page 30: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

• Manipular materiais variados.

• Desenvolver seus músculos e sua imaginação.

• Estimular a criatividade, conviver com outras crianças.

• Ter uma observação mais avaliada ativando assim o conhecimento de objetos

que os cercam e despertando curiosidades.

O fato é que as brincadeiras e jogos infantis foram por muito tempo

considerado, no cotidiano da criança, como coisa sem importância. Entretanto,

brincar é um recurso de fundamental importância de que se valem as crianças para

lidar com o mundo fantástico; pois, segundo FREUD (1908), ao jogar, ela distingue

muito bem o mundo real do jogo, apesar da carga afetiva com que o satura, e do

gosto que tem por apoiar os objetos e circunstância que ela imagina em objetos

reais tangíveis do mundo real, sendo este apoio o aspecto que irá diferenciar o jogar

infantil do fantasiar. Dessa forma, de acordo com PIMENTA (1993), quanto a

fantasia, poderíamos pensar numa equivalência masturbatória, enquanto que a

criança e a brincadeira já contém algo da relação do objeto o vinculo que é

estabelecido é um conceito puramente instrumental, muito usado em psicologia

social, uma vez que se refere a situações de relação interpessoal.

9.1 O BRINCAR E O BRINQUEDO

Ao entrar em contato com um objeto, a criança lhe atribui um significado.

Entre 2 e 4 anos de idade, por meio do jogo simbólico, segundo KISHIMOTO 1996,

cada objeto passa a ter um significado do mudo do faz-de-conta e da imaginação.

Isso pode ser explorado pelo professor, que deve estimular as crianças a brincarem

por meio de jogos simbólicos, individual e coletivo, no qual juntas as crianças criam

suas simulações.

O brincar, segundo KISHIMOTO 1996, deve atender às necessidades da

criança. Uma atividade ou um brinquedo que interesse uma determinada faixa etária

pode não interessar outra. Isso dependerá do grau de maturação biológica e

psicológica de cada criança. O brincar implica uma relação cognitiva, sendo um

instrumento para o desenvolvimento infantil, para a construção do conhecimento e

29

Page 31: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

para a sua reconstrução, pois, por meio do brincar, a criança reorganiza suas

experiências, aprende a trabalhar as emoções, libera as tensões, constrói as suas

características pessoais.

Dessa forma, o professor precisa estar ciente das etapas do

desenvolvimento da criança, e de seus estágios e fases, para poder escolher

atividades que visem ao avanço desses estágios, ao aprimoramento motor.

Sensorial, afetivo e social de seus alunos, respeitando os limites e as características

de cada criança.

Vale a pena ressaltar que o professor necessitar também ter conhecimento

prévio do desenvolvimento da criança com necessidades especiais, conhecendo os

tipos de deficiência existente, para atender suas necessidades de forma inclusiva.

KISHMOTO (1996, p.19), relata que.

O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criando do objeto lúdico. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: para o pré-escolar de 3 anos, está carregado de animismo; de 5 a 6 anos, integra predominantemente elementos da realidade.

O brinquedo tem uma referência à infância e remete a representações. A

brincadeira já é a ação lúdica que a criança executa, relacionando o brinquedo e a

brincadeira que podem fazer parte do jogo. O jogo pode ter regras implícitas ou

explícitas e é contextualizada no tempo e no espaço. KISHMOTO (1996, p.19)

aponta que.

Se considerarmos que a criança pré-escola aprende de modo intuitivo, adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-lo. Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações mentais (cognição), a manipulação de objetos e o desempenho de ações sensóri-motoras (físico) e as trocas nas interações (sociais), o jogo completa varias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil.

Portanto, é necessário que a educação na infância e a educação física

integrem à proposta pedagógica da escola, permitam que a criança cumpra o

processo de construção do pensamento, que está ligado ao desenvolvimento das

linguagens expressivas.

Para concluir, é importante reafirmar que o brinquedo, a brincadeira, o jogo,

possuem relevância para a vida das crianças, devendo ser utilizados como recurso

pedagógico, com objetivos educacionais claros, desenvolvendo habilidades motoras

30

Page 32: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

e perspectivas, bem como, em algumas situações, inserindo a formação do

pensamento lógico, de forma que a criança tome consciência do seu corpo, de suas

ações, de seus limites e possibilidades corporais. É importante reafirmar que o

brinquedo, a brincadeira, o jogo possuem relevância para a vida das crianças,

devendo ser utilizadas como recursos pedagógicos. De acordo com GALHARDO e

outros (1998, p. 56),

Uma observação das formas de representação e de interiorização do mundo pela criança mostra que, nos dois primeiros anos de vida, as atividades motoras e sensoriais desempenham papel fundamental na formação da auto-imagem e na definição da própria identidade psicossexual da criança. Nos anos seguintes, as formas de representação são mediadas, sobretudo, pela palavra e pela dimensão simbólica. A partir de 4/5 anos de idade, tais representações começam a ser codificadas nas atividades de leitura e escrita propriamente ditas.

Dentre as várias atividades criativas que podem ser desenvolvidas junto às

crianças, GALHARDO e outros (1998), diz que o jogo destaca-se em importância,

proporcionando a criança situações de equilíbrio, ordenação e resistência. O brincar

e o brinquedo sempre estiveram presentes no cotidiano das pessoas,

independentemente de classe social, raça, gêneros e cultura. Isso mostra a grande

riqueza do brincar e do brinquedo para o desenvolvimento humano.

A brincadeira, é um espaço de aprendizagem onde a criança atua além do

seu comportamento cotidiano e das de sua idade. Para a criança a brincadeira é a

melhor maneira de se comunicar, é um meio para perguntar e explicar. È um

instrumento que ela tem para se relacionar com outras crianças.

Segundo VYGOTSKY, apud ANTUNES (2001, p.28):

As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro torna-se ao seu nível básico de ações real e na moralidade... é no brinquedo que a criança aprende agir numa esfera cognitiva.

Segundo o autor a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas

atividades de vida real, tanto pela vivencia de uma situação imaginária quanto pela

capacidade de subordinação as regras.

Brincar, jogar, são atividades fundamentais na vida da criança, isto é ela faz

na rua em casa, enfim, em seu cotidiano. Nas escolas, a brincadeira e o lúdico não

podem ser encarados de forma diferente, pois são estímulos importantes ao

desenvolvimento e a aprendizagem da criança.

31

Page 33: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

9.2- O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O brincar, segundo apostila de Pedagogia 4º período (2008, p.492), pode ser

compreendido nos aspectos filosófico, sociológico, pedagógico e psicológico.

No aspecto filosófico, pode-se dizer que brincar tende a superar a

racionalidade que imperou por tanto tempo na história humana. O brincar humaniza

o individuo, servindo para que ele se torne pleno e equilibrado, por meio da emoção

que a brincadeira favorece.

No aspecto sociológico, o brincar insere o indivíduo socialmente, fazendo-

o refletir sobre a sua ação, a ação do outro, a influencia de suas ações sobre o outro

e do outro em si. Ele se apropria da sua cultura brincando.

No aspecto pedagógico, o brincar é uma excelente estratégia de ensino.

Froebel foi o primeiro educador a utilizar a brincadeira com enfoque pedagógico,

atribuindo a ela a responsabilidade pelo desenvolvimento físico, moral e cognitivo da

criança.

Quanto ao aspecto psicológico, o brincar liga-se ao desenvolvimento da

criança, inferindo sobre seu comportamento, constituindo sua personalidade e sua

ação social, além de ser um recurso terapêutico. Assim sendo, os maiores

educadores ou investigadores do comportamento humano apresentam

considerações relevantes quanto ao ato de brincar da criança.

Para PIAGET (1974), o brincar colabora para que a criança forme esquemas

para agir em diferentes situações por intermédio de experiências e fantasias.

Segundo o autor, o jogo contribui para que o indivíduo assimile e incorpore o objeto

(real) ao eu, ou seja, o ato de jogar colabora para que o equilíbrio entre a

assimilação e a acomodação ocorra de maneira que o indivíduo desenvolva sua

inteligência (esquema).

9.3 O PAPEL DO BRINQUEDO NO DESENVOLVIMENTO

VYGOTSKY (1998), acentua o papel ao ato de brincar na constituição do

pensamento infantil, pois é brincando, jogando, que a criança revela seu estado

cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma

relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. Ainda

podemos dizer que o ato de brincar acontece em determinados momentos do

32

Page 34: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

cotidiano infantil, neste contexto, Oliveira (2000) aponta o ato de brincar, como

sendo um processo de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a

brincadeira de forma efetiva, criando vínculos mais duradouros. Assim, as crianças

desenvolvem sua capacidade de raciocinar, de julgar, de argumentar, de como

chegar a um consenso, reconhecendo o quanto isto é importante para dar início à

atividade em si.

Para VYGOTSKY, citado por BAQUERO (1998), a brincadeira, o jogo são

atividades específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando

sistemas simbólicos, sendo uma atividade com contexto cultural e social. O autor

relata sobre a zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível

atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver,

independentemente, um problema, e o nível de desenvolvimento potencial,

determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto,

ou de um companheiro mais capaz.

Na visão de VYGOTSKY (1998) o jogo simbólico é como uma atividade

típica da infância e essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da

aquisição da representação simbólica, impulsionada pela imitação. Desta maneira, o

jogo pode ser considerado uma atividade muito importante, pois através dele a

criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não

amadureceram, mas que se encontra em processo de maturação, ou seja, o que a

criança irá alcançar em um futuro próximo. Aprendizado e desenvolvimento estão

inter-relacionados desde o primeiro dia de vida, é fácil concluir que o aprendizado da

criança começa muito antes de ela freqüentar a escola. Todas as situações de

aprendizado que são interpretadas pelas crianças na escola já têm uma história

prévia, isto é, a criança já se deparou com algo relacionado do qual pode tirar

experiências.

VYGOTSKY (1998), ao discutir o papel do brinquedo, refere-se

especificamente à brincadeira de faz-de-conta, como brincar de casinha, brincar de

escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. Faz

referência a outros tipos de brinquedo, mas a brincadeira faz-de-conta é privilegiada

em sua discussão sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento. No brinquedo, a

criança sempre se comporta além do comportamento habitual, o mesmo contém

33

Page 35: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo

uma grande fonte de desenvolvimento.

A criança se torna menos dependente da sua percepção e da situação que a

afeta de imediato, passando a dirigir seu comportamento também por meio do

significado dessa situação, VYGOTSKY (1998, p. 127) relata que

No brinquedo, no entanto, os objetos perdem sua força determinadora. A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a criança começa a agir independentemente daquilo que vê.

No brincar, a criança consegue separar pensamento, ou seja, significado de

uma palavra de objetos, e a ação surge das idéias, não das coisas.

Segundo CRAIDY e KAERCHER (2001), VYGOTSKY relata novamente que

quando uma criança coloca várias cadeiras uma através da outra e diz que é um

trem, percebe-se que ela já é capaz de simbolizar, esta capacidade representa um

passo importante para o desenvolvimento do pensamento da criança. Brincando, a

criança exercita suas potencialidades e se desenvolve, pois há todo um desafio,

contido nas situações lúdicas, que provoca o pensamento e leva as crianças a

alcançarem níveis de desenvolvimento que só às ações por motivações essenciais

conseguem. Elas passam a agir e esforça-se sem sentir cansaço, não ficam

estressadas porque estão livres de cobranças, avançam, ousam, descobrem,

realizam com alegria, sentindo-se mais capazes e, portanto, mais confiantes em si

mesmas e dispostas a aprender.

Assim, seguindo este estudo os processos de desenvolvimento infantil

apontam que o brincar é um importante processo psicológico, fonte de

desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com VYGOTSKY (1998), um dos

principais representantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora,

na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de

construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos. Tal concepção

se afasta da visão predominante da brincadeira como atividade restrita à assimilação

de códigos e papéis sociais e culturais, cuja função principal seria facilitar o

processo de socialização da criança e a sua integração à sociedade. Vygotsky deixa

claro que o tema brincar na educação infantil tem sua origem naquilo que à criança

vive no seu dia a dia, nas relações com seus pares e principalmente, nas relações

34

Page 36: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

com adultos. É uma situação imaginária, um faz de conta criada pela criança, mas

que só pode ser criada por ela graças ao material abstraído nas interações.

O brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar,

relacionando seus desejos a um eu fictício, ao seu papel no jogo e suas regras.

Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no

brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se, seu nível básico de ação real e

moralidade. (VYGOTSKY, 1988).

9.4 O LUGAR DO BRINCAR NA APRENDIZAGEM

O professor, ao trabalhar com brincadeiras, deve dar tempo para que a

criança possa desenvolvê-las. Deve também proporcionar ambientes para

determinadas brincadeiras que são atividades que podem partir da criança, do

grupo, do professor ou da escola. Pode-se contar uma história, manipular fantoche,

desenhos, enfim, utilizar métodos que auxiliem o crescimento e desenvolvimento

individual de cada criança.

Brincar é vital, primordial e essencial, pois, esta é a maneira que o sujeito

humano, na saúde, utiliza para se estruturar como sujeito da emoção, da razão e da

relação.

Este trabalho tem o objetivo de discutir os motivos que levam as crianças a

dedicarem grandes parte de seu tempo aos jogos, aos brinquedos e brincadeiras

lúdicas. Por esse motivo, pesquisei sobre como é importante a criança aprender

brincando através do lúdico.

Para isto, as contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon, apud UVA (2005)

entre outros pensadores da Educação apresentam experiências concretas na

realidade brasileira que permitem uma perspectiva em que se prioriza na Educação

Infantil as bases primeiras da formação para cidadania, percebendo-se a criança

como ser humano pleno.

Para atuar na Educação Infantil é necessário conhecer as crianças, suas

características e seus direitos, conhecer a metodologia própria para atuar como

mediador, bem como a legislação que possibilite a formação de um cidadão na

atualidade e que respalde um verdadeiro trabalho pedagógico na Educação Infantil.

35

Page 37: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

10. SEPARANDO AÇÃO E SIGNIFICADO

No jogo para criança em idade escolar, inicialmente, a ação predomina

sobre o significado e não é completamente compreendida. A criança é capaz de

fazer mais do que ela pode compreender. Mas é nessa idade, segundo VYGOTSKY,

(1988), que surge pela primeira vez uma estrutura de ação na qual o significado é o

determinante, embora a influência do significado sobre o comportamento da criança

deva se dar dentro dos limites fornecidos pelos aspectos estruturais da ação. Têm-

se mostrado que crianças, ao brincar de comer, realizam com suas mãos ações

semiconscientes do comer real, sendo impossível agir em situações que não

representem o comer. Assim, mostrou-se não ser possível, por exemplo, colocar-se

as mãos para trás ao invés de estendê-las em direção ao prato, uma vez que tal

ação teria um efeito destrutivo sobre o jogo. A criança, ao querer, realiza seus

desejos. Ao pensar, ela age. As ações internas e externas são inseparáveis a

imaginação, a interpretação e a vontade são processos internos conduzidos pela

ação externa.

Ao operar com o significado de coisas leva ao pensamento abstrato,

observamos que o desenvolvimento da vontade, a capacidade de fazer escolhas

conscientes, ocorre quando a criança opera com o significado de ações.

Surge o campo do significado, mas a ação dentro dele ocorre assim como

na realidade. (VYGOTSKY, 1988).

Page 38: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

11- O PAPEL DA CRIATIVIDADE NA INFÂNCIA.

De acordo com WINNICOTT (1989), oferece-nos uma ótima descrição desse

processo, ao afirmar que:

...A criatividade é própria do estar vivo, de tal forma que, a não ser que a pessoa esteja em estado de repouso, ele está sempre tentando, de algum modo, alcançar algo, se houver um objeto no caminho, pode haver um relacionamento. Mas isso é apenas uma parte da historia. A outra parte se refere à idéia de que alcançar, física ou mentalmente, não tem o menor significado, exceto para um ser que esteja lá para ser. Um bebê que tenha nascido quase sem cérebro pode alcançar um objeto e usa-lo, mas sem experiência de um viver criativo. O bebê normal, da mesma forma, precisa crescer em complexidade e torna-se um existente estabelecido, para que possa experimentar a procura e o encontro de um objeto como um ato criativo. E então eu volto à máxima. Ser antes de fazer. O ser tem que se desenvolver antes de fazer. (p. 33)

É importante ressaltar a concepção de que o pensamento criativo tem, na

primeira infância, seus elementos delimitadores por meio das primeiras relações

objetais, uma vez que repousa na adaptação da criança à realidade. Essa

adaptação, segundo KNELLER (1978), é o substrato para o processo de integração,

o qual possibilita o exercício da capacidade criativa, ao mesmo tempo em que é

estruturado de seu mundo interno e externo e é por ele estruturado e significado.

E, ainda, segundo WINNICOTT (1989, p. 32): A criatividade é, portanto, a

manutenção através da vida de algo que pertence à experiência infantil: a

capacidade de criar o mundo.

O comportamento criador, segundo a psicanálise, é visto como um substituto

e continuação das brincadeiras e jogos infantis, que servirão de substrato para o

comportamento adulto e, conseqüentemente, da própria criatividade; ou seja, da

mesma forma que a criança elabora resolve seus problemas por meio das

brincadeiras, jogos ou dramatizações, o adulto, também resolveria seus conflitos por

meio da produção criativa. KNELLER (1978), dá-nos uma boa descrição desse

processo:

Como a criança se exprime em jogos e fantasias, o adulto criativo o faz escrevendo ou, conforme o

caso, pintando. Além disso, muito do material de que ele se vale para resolver seus conflitos

inconsciente, material que se torna substancia de sua produção criadora, tende a ser obtida das

experiências da infância (...) A relação da criatividade com o folguedo infantil atinge máxima clareza,

talvez, no prazer que a pessoa criativa manifesta em jogar com idéias, livremente, em seus hábitos

de explorar idéias e situações pela simples alegria de ver aonde podem levar. (p. 42-3)

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12- EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA E PARA O CONVÍVIO COM AS

DIFERENÇAS

Educar para cidadania, segundo OLIVEIRA (2002, p. 52), envolve a

formação de atitudes de solidariedade para com os outros, e isso já deve ser

iniciado a partir dos primeiros anos escolar da criança particularmente com aqueles

em dificuldade de superação de atitudes egoístas; implica fazer gestos de cortesia,

preservar o coletivo, responsabilizar-se pelas próprias ações e discutir aspectos

éticos envolvidos em determinada situação. Inclui, para cada criança, poder ser,

expressar e respeitar a expressão do outro em relação a sentimentos, idéias,

costumes, preferências, ser aceita em suas características físicas e morais, receber

demonstração de interesse. A situação educativa torna-se com isso o ambiente ideal

para o cultivo da tolerância, do combate a preconceitos, do aprendizado com base

nas diferenças. Para tanto, uma educação para cidadania pode promover a

realização de assembléias em que as crianças escolhem e depois avaliem seus

projetos de trabalho, que podem, por sua vez, incluir atividades de preservação

ambiental e muitos outros projetos que a escola promove a população entre outras.

Sendo assim, a criança pode se desenvolve a partir das oportunidades que lhe são

oferecidas tanto na vida social como na vida escolar, uma vez que ninguém nasce

sabendo, ela precisa de estímulos para se desenvolver, assim a escola e a família

são os principais responsáveis por sua formação e autonomia, lembrando que

autonomia não significa liberdade total, mas capacidade de fazer as escolhas certas.

As crianças estão na escola convivendo com outras crianças, culturas, idéias e

desejos. Elas se relacionam, interagem e aprendem a conviver em um espaço

coletivo. Esse aprendizado coletivo gera o respeito mútuo, a obediência às regras e

garante o diálogo e a busca pela solução de problemas. A participação da família na

vida escolar dos alunos é de fundamental importância para o bom desempenho do

educando, pois é papel da família dar aparato a professora, pois sem este apoio fica

mais difícil obter êxito em seu trabalho.

O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que

aprende junto ao outro o que seu grupo social produz, portanto a escola deve estar

inserida no contexto da sociedade brasileira, marcada pelas desigualdades do

Page 40: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

sistema capitalista. Compreender as relações entre esta escola e o contexto político,

econômico e social é de fundamental importância; porque ela é um lugar de

transformações que se manifestam através de pequenas atitudes, envolvendo as

questões de valores possibilitando o desenvolvimento das capacidades necessárias

à participação social e efetiva sabendo-se que as crianças na idade de educação

infantil vivenciam experiências lúdicas sociais e não-sociais. Um estudo feito por

PARTEN (1932), citado por PAPALIA (2000), revela que no brincar das crianças

pequenas, podemos identificar seis tipos de atividades lúdicas sociais e não-sociais:

* Comportamento desocupado•

*Comportamento observador•

* Atividade independente (solitária)•

*Atividade paralela•

*Atividade associativa•

*Atividade cooperativa ou organizada suplementar•

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Page 41: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

13 REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITUAL

Novos tempos, novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender Será?

Diante dessa realidade vi a necessidade de realizar um trabalho bibliográfico

com o intuito que aprofundar meus conhecimentos acerca dessa discussão que se

torna tão importante no fazer pedagógico do professor da educação infantil.

A brincadeira é um espaço de aprendizagem onde a criança atua além do

seu comportamento cotidiano e das de sua idade. Para a criança a brincadeira é a

melhor maneira de se comunicar, é um meio para perguntar e explicar. È um

instrumento que ela tem para se relacionar com outras crianças.

Segundo VYGOTSKY, apud ANTUNES (2001, p.28):

As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro torna-se ao seu nível básico de ações real e na moralidade... É no brinquedo que a criança aprende agir numa esfera cognitiva. (p.28).

Segundo o autor a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas

atividades de vida real, tanto pela vivencia de uma situação imaginária quanto pela

capacidade de subordinação as regras.

Brincar, jogar, são atividades fundamentais na vida da criança, isto é ela faz

na rua em casa, enfim, em seu cotidiano. Nas escolas, a brincadeira e o lúdico não

podem ser encarados de forma diferente, pois são estímulos importantes ao

desenvolvimento e a aprendizagem da criança.

Segundo Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p.48),

Por meio de jogos as crianças não apenas vivenciam situações e repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogias (jogos simbólicos) os significados das coisas passam a ser imaginados por elas. Ao criarem essas analogias tornam-se produtoras de linguagem, criadoras de convenções, capacitando-se para submeter a regras e dar explicações.

Ao dar importância aos saberes dos jogos e brincadeiras a escola pode

contribuir para a superação do medo que algumas crianças revelam ao se deparar

com certas disciplinas.

KISHIMOTO (1999), ressalta a importância do jogo na Educação Infantil.

Em suas pesquisas, procura discutir o significado atual do jogo na educação, sua

Page 42: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

função lúdica e pedagógica. Ele ressalta que os jogos foram transmitidos de geração

em geração por meio de sua prática, permanecendo na memória infantil.

O jogo é considerado uma grande família, com semelhanças e diferenças,

dependendo do significado que se quer atribuir dentro do contexto em que são

utilizados. O jogo apresenta características comuns, que permitem identificar e

compreender sua natureza.

KISHIMOTO (1999), aponta que o brinquedo será sempre entendido como

objeto, suporte de brincadeira. A brincadeira como a descrição de uma conduta

estruturada, com regras. O jogo infantil serve para designar tanto o objeto quanto as

regras do jogo da criança.

Essa definição incorpora não só os brinquedos criados pelo mundo adulto,

como os que a criança produz a partir de qualquer material ou que investe de

sentido lúdico.

Na interação do pessoal com o social, o brincar tem um papel fundamental,

uma vez que contribui decisivamente na construção da autonomia e da convivência

autêntica. Para VYGOTSKY, apud ROJAS (2007), é o social que vai decodificando a

realidade para a criança, denotando-a e conotando-a segundo sua história de vida e

sua cultura e desta maneira, as decisões e atribuições de valor da criança pequena

dependem muito do que ela observa ao seu redor.

O brincar faz parte do processo evolutivo neuropsicológico saudável da

criança. Manifesta a forma como a criança está organizando sua realidade e lidando

com suas possibilidades, limitações e conflitos. Também introduz a criança de forma

gradativa, prazerosa e eficiente no universo histórico – cultural. Através de

representações simbólicas, a criança aprende a expressar a forma como ela vê sua

realidade, e também como imagina que esta é ou como poderia ser.

É na brincadeira que a criança se humaniza. No brincar casam-se

espontaneidade a criatividade com a aceitação das regras sociais e morais.

As atividades lúdicas são essenciais no ensino aprendizagem, elas

constroem um rico aprendizado, envolvendo as várias dimensões da personalidade:

afetiva, motora e cognitiva com atividades físicas e mental que mobiliza as funções e

operações, a ludicidade aciona as esteiras motora e cognitiva e a medida que gera

envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva.

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Page 43: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

As brincadeiras podem contribuir significativamente para o processo de

construção do conhecimento d criança como mediador da aprendizagem. Sabemos

que a criança vive um intenso processo de desenvolvimento.

O lúdico é um fator didático importante e indispensável no processo de

ensino aprendizagem, o mesmo tem como objetivo, motivar os alunos.

[...] Os desafios contidos nas situações lúdicas estimula o pensamento e desenvolve a inteligência, fazendo com que a criança alcance níveis de desempenho que só o interesse pode provocar... brincando a criança está nutrindo sua vida interior, atendendo suas necessidades emocionais, e descobrindo a vocação que poderá dar sentido a sua vida. (PASTORAL, 2005, p. 04)

As brincadeiras devem ser utilizadas como proposta pedagógica, com a

intenção explicita de promover uma aprendizagem significativa, desenvolver

habilidades em toda e qualquer área do conhecimento, possibilitando a

compreensão e a intervenção do aluno nos fenômenos sociais e culturais. De acordo

com a autora KISHIMOTO (1999), definir o jogo não é tarefa fácil, pois a palavra

pode ser entendida de vários modos. Pode-se estar falando de jogos políticos,

amarelinha, xadrez, adivinhas, contar infinidade de outros. Embora os jogos

recebam a mesma dominação, cada um tem a sua especificidade, como por

exemplo, no Faz-de-conta é necessário o uso da imaginação, no uso do xadrez,

regras padronizadas; brincar na areia requer a satisfação da manipulação dos

objetos, outros requerem a habilidade manual de operacionalização. PIAGET (1976),

diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da

criança. Estas não são apenas umas formas de desafogo ou entretenimento para

gastar energia das crianças, mas meios que contribuem em enriquecimento e

desenvolvimento intelectual. Ele afirma:

O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de exercícios sensório-motor e de simbolismo, uma atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça as crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecessem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976, p.10)

Sabemos que os jogos é um fator importante, ele é um elemento

indispensável para o processo de ensino e aprendizagem significativa. Mas a

educação pelo jogo deve ser preocupação básica de todos os professores. O

professor precisa necessariamente, possuir conhecimentos, deve ser capaz de

refletir sobre esses conhecimentos didáticos avaliando suas próprias práticas.

42

Page 44: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

É preciso enfatizar igualmente a multiplicidade de fatores que estão

presentes nessas relações exigindo um olhar multidisciplinar que se expresse nas

suas ações pedagógicas, que se diferenciam da escola básica, que envolve,

sobretudo, além da dimensão cognitiva, as dimensões lúdica, criativa e afetiva,

numa perspectiva da autonomia e da liberdade. Cabe sempre ressaltar a

importância de perceber, na escola de Educação Infantil, não apenas caráter

propedêutico, assistencialista ou compensatório, mas sua finalidade própria de

cuidar e educar, de formar a base para a construção da cidadania.

Portanto, a formulação de um projeto pedagógico destinado à formação de

professores para a educação infantil resultou de uma ampla reflexão teórica tendo

como preocupação básica a própria criança e o seu processo de constituição como

ser humano em diferentes contextos sociais, a sua cultura e as capacidades

intelectuais, criativas, estéticas e emocionais.

A formação de qualidade permite maior eficácia nós resultados da educação

diretamente no desenvolvimento da vida do educando.

Os pressupostos indicados no projeto da UVA (2005), baseados em autores

valorizados pela comunidade mundial da Educação Infantil ditam os procedimentos

necessários para desenvolvimento pleno de cidadãos.

43

Page 45: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

CONCLUSÃO

A educação infantil tem como objetivo o desenvolvimento integral da criança,

através do educar com brincadeiras e cuidados, proporcionando sua socialização. A

partir das brincadeiras a criança adquire idéia de espaço, limite e respeito ao

próximo, brincando a criança aprende a aceitar as derrotas e a se superar, buscando

novas alternativas nas brincadeiras as quais estimulam a imaginação da criança.

Cuidar de uma criança não compreende apenas em cuidados físicos, mas também

psicológicos, devendo estimular a autonomia da criança, não somente cuidando,

mas ensinando-as a se cuidar. E um dos momentos mais rico da infância é sem

duvida alguma o brincar, porque é pelo lúdico que a criança aprende a expressar

idéias, gestos, emoções, tomar decisões, interagir e viver com seus pares, conhecer-

se e elaborar imagens culturais e sociais e, em decorrência, desenvolve-se como ser

humano. Na brincadeira a criança passa do mundo real e objetivo para o mundo

subjetivo, faz leituras simbólicas dos diversos contextos, das diferentes realidades.

São instante que podem significar momentos eternos, parafraseado de Carlos

Drumont de Andrade: “Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos, mas

com tamanha intensidade, que nenhuma força jamais o resgata.”

A transformação dos objetos e das relações acontece no brincar porque a

criança se permite adentrar o mundo imaginário. Nosso olhar de adulto no geral é

tão fixo que impede de irmos mais além, não nos permite sonhar. E sonho é

premissa de possibilidades, mudanças criações e conquistas.

O espaço-real e fantasia-em que transmitam os pequenos não tem um único

ponto de partida. Nem sempre as crianças pegam os objetos e os transformam em

sua imaginação. O movimento pode ser inicial do subjetivo, em símbolo, para

construir o mundo objetivo. E quanto mais ampliamos essa experiência, mais

ampliamos a visão do mundo. E é nesse mundo ilusório, de situações imaginárias

onde objetos são usados como substitutos de outros, conforme a criança os

emprega com gestos e falas adequadas. Contudo a organização de atividades mais

dirigidas pelo educador é tarefa importante, embora difícil. A adequação de cada

atividade ao nível de desenvolvimento da criança é fundamental. Brincar é vital,

primordial e essencial, pois, esta é a maneira que o sujeito humano, na saúde, utiliza

para se estruturar como sujeito da emoção, da razão e da relação.

Page 46: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

A criança, ao fazer tal conquista, entra para um espaço social e cultural

extremamente valorizado nas culturas letradas e tal fato não passa despercebido

pelos que cuidam dela, às vezes, por ter um ritmo diferente, os adultos acabam

deixando de valorizar o processo de conquista e querem logo o resultado, o produto.

Este trabalho teve o objetivo de descobrir os motivos que levam as crianças

a dedicarem grandes parte de seu tempo aos jogos e brincadeira, portanto é

necessário conhecer as crianças, suas características e seus direitos, conhecer a

metodologia própria para atuar como mediador, bem como a legislação que

possibilite a formação de um cidadão na atualidade e que respalde um verdadeiro

trabalho pedagógico. Portanto, as brincadeiras devem ser utilizadas como proposta

pedagógica, com a intenção explicita de promover uma aprendizagem significativa,

desenvolver habilidades em toda e qualquer área do conhecimento, possibilitando a

compreensão e a intervenção do aluno nos fenômenos sociais e culturais.

As atividades lúdicas são essencial no ensino aprendizagem, elas constroem

um rico aprendizado, envolvendo as várias dimensões da personalidade: afetiva,

motora e cognitiva com atividades físicas e mental que mobiliza as funções e

operações, a ludicidade aciona as esteiras motora e cognitiva e a medida que gera

envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva.

As brincadeiras podem contribuir significativamente para o processo de

construção do conhecimento da criança como mediador da aprendizagem. Sabemos

que a criança vive um intenso processo de desenvolvimento.

O lúdico é um fator didático importante e indispensável no processo de

ensino aprendizagem, o mesmo tem como objetivo, motivar os alunos.

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Page 47: A Importância Do Lúdico Para as Crianças Na Educação Infantilpdf

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