a arte de interpretar textos - form completa

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER 1 TEXTO 1 (ANALISTA TRECE) Atenção: As questões de números 01 a 02, referemse ao texto abaixo. O tempo, como o dinheiro, é um recurso escasso. Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, à aplicação do cálculo econômico visando o seu melhor proveito. O uso racional do tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia. Diante de cada opção de utilização do tempo, a pessoa delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a melhor relação entre custos e benefícios. Ocorre que a aplicação do cálculo econômico às decisões sobre o uso do tempo é neutra em relação aos fins, mas exigente no tocante aos meios. Ela cobra uma atenção alerta e um exercício constante de avaliação racional do valor do tempo gasto. O problema é que isso tende a minar uma certa disposição à entrega e ao abandono, os quais são essenciais nas atividades que envolvem de um modo mais pleno as faculdades humanas. A atenção consciente à passagem das horas e a preocupação com o seu uso racional estimulam a adoção de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo. Valéry investigou a realidade dessa questão nas condições da vida moderna: “O lazer aparente ainda permanece conosco e, de fato, está protegido e propagado por medidas legais e pelo progresso mecânico. O nosso ócio interno, todavia, algo muito diferente do lazer cronometrado, está desaparecendo. Estamos perdendo aquela vacuidade benéfica que traz a mente de volta à sua verdadeira liberdade. As demandas, a tensão, a pressa da existência moderna perturbam esse precioso repouso.” O paradoxo é claro. Quanto mais calculamos o benefício de uma hora “gasta” desta ou daquela maneira, mais nos afastamos de tudo aquilo que gostaríamos que ela fosse: um momento de entrega, abandono e plenitude na correnteza da vida. Na amizade e no amor; no trabalho criativo e na busca do saber; no esporte e na fruição do belo as horas mais felizes de nossas vidas são precisamente aquelas em que perdemos a noção da hora. (Adaptado de Eduardo Giannetti. O valor do amanhã. São Paulo, Cia. das Letras, 2005, p.206209) 01. O posicionamento crítico adotado pelo autor em relação ao emprego do cálculo econômico sobre a utilização do tempo está em: (A) O uso racional do tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia. (B) Diante de cada opção de utilização do tempo, a pessoa delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a melhor relação entre custos e benefícios. (C) A atenção consciente à passagem das horas e a preocupação com o seu uso racional estimulam a adoção de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo. (D) Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, à aplicação do cálculo econômico visando o seu melhor proveito. (E) O lazer aparente ainda permanece conosco e, de fato, está protegido e propagado por medidas legais e pelo progresso mecânico. 02. O paradoxo a que o autor se refere está corretamente resumido em: (A) O tempo despendido na busca de conhecimento é recompensado pelo saber. (B) Os momentos de relaxamento pleno advêm do bom planejamento do uso do tempo. (C) A criatividade confere maior qualidade ao tempo despendido com o trabalho. (D) O controle do uso do tempo compromete o seu aproveitamento prazeroso. (E) As horas de maior prazer são aquelas empregadas em atividades bem planejadas.

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Page 1: A Arte de Interpretar Textos - Form Completa

A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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TEXTO 1  

(ANALISTA TRE‐CE)  

Atenção: As questões de números 01 a 02, referem‐se ao texto abaixo.   

O tempo, como o dinheiro, é um recurso escasso. Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, à aplicação do cálculo econômico visando o seu melhor proveito. O uso racional do tempo seria aquele que maximiza  a  utilidade  de  cada  hora  do  dia. Diante  de  cada  opção  de  utilização  do  tempo,  a  pessoa delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a melhor relação entre custos e benefícios.  

Ocorre que a aplicação do cálculo econômico às decisões sobre o uso do tempo é neutra em relação aos fins, mas exigente no tocante aos meios. Ela cobra uma atenção alerta e um exercício constante de avaliação racional do valor do tempo gasto. O problema é que isso tende a minar uma certa disposição à entrega e ao abandono, os quais são essenciais nas atividades que envolvem de um modo mais pleno as faculdades humanas. A atenção consciente à passagem das horas e a preocupação com o seu uso racional estimulam a adoção de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo.  

Valéry investigou a realidade dessa questão nas condições da vida moderna: “O lazer aparente ainda permanece conosco e, de fato, está protegido e propagado por medidas legais e pelo progresso mecânico. O nosso ócio interno, todavia, algo muito diferente do lazer cronometrado, está desaparecendo. Estamos perdendo aquela vacuidade benéfica que traz a mente de volta à sua verdadeira liberdade. As demandas, a tensão, a pressa da existência moderna perturbam esse precioso repouso.”  

O paradoxo é claro. Quanto mais calculamos o benefício de uma hora “gasta” desta ou daquela maneira, mais nos afastamos de tudo aquilo que gostaríamos que ela fosse: um momento de entrega, abandono e plenitude na correnteza da vida. Na amizade e no amor; no trabalho criativo e na busca do saber; no esporte e na fruição do belo − as horas mais felizes de nossas vidas são precisamente aquelas em que perdemos a noção da hora.  

(Adaptado de Eduardo Giannetti. O valor do amanhã. São Paulo, Cia. das Letras, 2005, p.206‐209)  

  

01.  O posicionamento crítico adotado pelo autor em relação ao emprego do cálculo econômico sobre a utilização do tempo está em:  

(A)  O uso racional do tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia.  

(B)  Diante de cada opção de utilização do tempo, a pessoa delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a melhor relação entre custos e benefícios.  

(C)   A  atenção  consciente  à  passagem  das  horas  e  a  preocupação  com  o  seu  uso  racional estimulam a adoção de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo.  

(D)   Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, à aplicação do cálculo econômico visando o seu melhor proveito.  

(E)   O  lazer  aparente  ainda  permanece  conosco  e,  de  fato,  está  protegido  e  propagado  por medidas legais e pelo progresso mecânico.  

  

02.   O paradoxo a que o autor se refere está corretamente resumido em:  

  (A) O tempo despendido na busca de conhecimento é recompensado pelo saber.  

  (B) Os momentos de relaxamento pleno advêm do bom planejamento do uso do tempo.  

  (C) A criatividade confere maior qualidade ao tempo despendido com o trabalho.  

  (D) O controle do uso do tempo compromete o seu aproveitamento prazeroso.  

  (E) As horas de maior prazer são aquelas empregadas em atividades bem planejadas.  

 

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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A questão de número 03 refere‐se ao texto abaixo.  

 

Setembro de 2005  

Woody Allen acabou de montar  Scoop  − O grande  furo. Agora  vai  tentar elaborar  seu próximo filme, mas  não  sabe  onde  ele  será  feito.  Londres  foi  um  prazer  inesperado,  e  ele  pretendia  fazer  o terceiro  filme  seguido  lá,  mas  o  sucesso  crítico  e  financeiro  de  Match  Point  deu  origem  a  outras possibilidades.  

− Vou esperar até ver Scoop para perguntar mais, mas você gostaria de fazer alguma observação?  

− Tenho um papel no filme porque é uma comédia, automaticamente mais leve. Houve um tempo em que eu, mais jovem, estava ligado em comédia e pensava: Ah, isto é engraçado. Mas não sinto mais a mesma coisa. Foi divertido fazer Match Point e fiquei muito envolvido como espectador enquanto fazia o filme.  

Adorei o fato de não atuar nele, adorei o fato dele ser sério, e, quando foi  lançado, me deu uma sensação  boa,  fiquei  orgulhoso.  Já  por  uma  comédia,  em  especial  uma  comédia  em  que  atuo, dificilmente eu me interesso.  

 (Adaptado de Eric Lax. Conversas com Woody Allen. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo, Cosac Naify, 2009, p.69)  

  

03.   O livre comentário sobre o filme Match Point que foi redigido com clareza, correção e lógica está em:  

(A)  Com o grande sucesso de crítica e público alcançados quando foi exibido em Cannes, Match Point,  a  despeito  de  outros  projetos  realizados  pelo  cineasta,  à  medida  em  que  obteve considerável retorno financeiro, configura‐se, assim, como um dos filmes mais sombrios feito por Woody Allen.  

(B)  Match Point, um dos filmes mais sombrios de Woody Allen, cujo grande sucesso de crítica e público  foram  alcançados  quando  exibido  em  Cannes,  a  despeito  de  outros  projetos realizados pelo cineasta, obteve considerável retorno financeiro.  

(C)  Um dos filmes mais sombrios de Woody Allen, Match Point, cujo o grande sucesso de crítica e público seriam alcançados em sua exibição em Cannes, difere de outros projetos  realizados pelo cineasta, conquanto obteve considerável retorno financeiro.  

(D)  Match Point, um dos filmes mais sombrios de Woody Allen, alcançou grande sucesso de crítica e público quando  foi exibido em Cannes e, ao  contrário de outros projetos  realizados pelo cineasta, obteve considerável retorno financeiro.  

(E)   A despeito de ser um dos filmes mais sombrios feitos por Woody Allen, quando foi exibido em Cannes Match Point, diferentemente de outros projetos realizados pelo cineasta, que obteve considerável retorno financeiro, alcança grande sucesso de crítica e público.  

  

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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TEXTO 2  

(ANALISTA TJ PE)  

Atenção: Para responder às questões de números 01 a 03, considere o texto abaixo.  

     

05      

10      

15  

 

20 

As  sociedades  modernas  da  Europa  ocidental,  ou  dos continentes  e  espaços  colonizados  ou  profundamente influenciados por ela, que hoje abrangem quase  todo o globo  terrestre,  podem  ser  descritas  sucintamente  por alguns  traços  gerais:  o  Estado‐nação,  o  capitalismo,  a forma  industrial  de  organização  da  produção;  a convivência  e  sociabilidade  urbanas;  e  os  valores jurídicos  constitucionais  de  liberdade  e  igualdade.  Tais traços,  por  si  sós,  entretanto,  não  eliminaram  seus contrários  –  solidariedades  étnicas,  formas  pré‐capitalistas  de  produção,  a  vida  rural  ou  as  hierarquias sociais.  A  novidade  moderna  consiste,  antes,  na rearticulação, em todos os planos, das formas e relações sociais antigas sob a égide desses novos traços.  Assim,  no  que  diz  respeito  à  organização  social,  as hierarquias,  os  privilégios,  as  deferências  e  os  outros modos  de  expressão  das  desigualdades  entre  os  seres humanos passaram, para  serem  aceitos,  a depender de outras  lógicas de construção e  justificação. Tornaram‐se, do mesmo modo,  fontes  permanentes  de  contestação, propiciadoras  de  lutas  libertárias  de  emancipação  e fermento de novas identidades sociais.  

(Antonio Sérgio Alfredo Guimarães. “Desigualdade e diversidade: os sentidos contrários da ação”. In Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 168)  

  

01. É INCORRETO afirmar:  

(A)  a  expressão  no  que  diz  respeito  à  organização  social  (linha  15)  traduz,  no  contexto,  uma circunstância, implicando um traço restritivo.  

(B)   a ideia de que hierarquias, privilégios e deferências (linha 16) expressam desigualdades entre os seres humanos está presente no texto, mas de modo subentendido.  

(C)   em sociedades modernas, europeias ou não, houve uma ampla reorganização da ordem social quando  formas de ação conservadoras conseguiram se sobrepujar aos modernos modos de articulação social, forma de produção e valores jurídicos.  

(D)  em aparente contradição, em quase todo o mundo, as desigualdades entre os seres humanos são  concomitantemente  admitidas  e  rejeitadas,  recusa  esta  que  instiga  alterações  na organização social.  

(E)   compreende‐se do  texto que grupos humanos buscam  legitimar as desigualdades  (linha 17) entre os  seus  componentes encadeando‐as  coerentemente nas  convenções da  sua peculiar organização social.  

  

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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Atenção: Para responder às questões de números 02 e 03, considere o texto que segue.    

     05      10      15  

 

O  destino  cruzou  o  caminho  de  D.  Pedro  em situação  de  desconforto  e  nenhuma  elegância.  Ao  se aproximar  do  riacho  do  Ipiranga,  às  16h30  de  7  de setembro de 1822, o príncipe regente, futuro imperador do Brasil e rei de Portugal, estava com dor de barriga. A causa dos distúrbios intestinais é desconhecida.  

Acredita‐  se  que  tenha  sido  algum  alimento  mal conservado ingerido no dia anterior em Santos, no litoral paulista, ou a água contaminada das bicas e chafarizes que  abasteciam  as  tropas  de  mula  na  serra  do Mar. Testemunha  dos  acontecimentos,  o  coronel  Manuel Marcondes de Oliveira Melo, subcomandante da guarda de honra e futuro barão de Pindamonhangaba, usou em suas memórias um eufemismo para descrever a situação do príncipe. Segundo ele, a intervalos regulares D. Pedro se via obrigado a apear do animal que o  transportava para  “prover‐se”  no  denso  matagal  que  cobria  as margens da estrada.  

(Laurentino Gomes, 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 29)  

  

02.   É correto afirmar sobre o excerto:  

(A)  Formas verbais empregadas, como, por exemplo, cruzou (linha 1) e estava (linha 5), denotam que o autor, nesse trecho, limita‐se a citar fatos passados concebidos por ele como contínuos.  

(B)  A presença concomitante de certas formas verbais, como, por exemplo, cruzou (linha 1) e é (linha 6), evidencia que o autor, nesse trecho, mescla segmentos narrativos com comentários a respeito dos fatos.  

(C)  Transformando  a oração  reduzida Ao  se  aproximar do  riacho do  Ipiranga  (linhas  2  e  3) em desenvolvida, obtém‐se “Aproximando‐se do riacho do Ipiranga”.  

(D) Transpondo a frase Testemunha dos acontecimentos, o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo [...] usou em suas memórias um eufemismo (linhas 11 a 14) para a voz passiva, obtém‐se a forma verbal “tinha usado”.  

(E) Considerado o  contexto, a  substituição do modo  subjuntivo pelo modo  indicativo em  tenha sido (linha 7) não interfere no sentido original, pois em nada fica alterada a atitude do falante em relação ao fato citado.  

  

03. A análise do texto legitima a seguinte afirmação:  

(A)  A  organização  da  frase  inicial  exige  que  se  considere  o  termo  subentendido  “sem”  (“sem nenhuma elegância”), única possibilidade de torná‐la sintaticamente adequada.  

(B)  Os segmentos futuro imperador do Brasil e rei de Portugal e o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo exercem a mesma função sintática nas frases em que estão inseridos.  

(C)   As aspas em “prover‐se” sinalizam o sentido pejorativo que o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo emprestou à expressão.  

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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(D)  Ainda que não tenha  impedido a compreensão, a ausência do plural no segundo substantivo da expressão tropa de mula só pode ser entendida como um deslize, pois não há possibilidade de o padrão culto acatar essa formulação.  

(E)   Considerando que futuro significa “que ainda está por vir”, nota‐se que, nos casos em que a palavra foi usada (linhas 4 e 13), se toma como “presente” do que está por vir o dia do fato a que o autor se refere.  

  

TEXTO 3  

(ANALISTA TRT‐11°)  

Atenção: As questões de números 01 a 04 referem‐se ao texto seguinte.  

  

Fotografias 

Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser verdade.  

Todavia,  existe  algo  que  descongela  essa  imagem:  nosso  olhar.  Em  francês,  imagem  e magia contêm as mesmas cinco  letras:  image e magie. Toda  imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico.  

Toda  fotografia  é uma espécie de espelho da Alice do País das Maravilhas,  e  cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo observador.  

Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões sonoras  inteiramente  insuspeitas para os  leigos. Da mesma  forma,  um  fotógrafo  profissional  lê  as  imagens  fotográficas  de modo  diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.  

(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010)  

  

01.   O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de uma foto é:  

  (A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo.  

  (B) a fotografia congela o tempo.  

  (C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado.  

  (D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo.  

  (E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.  

  

02.   No contexto do último parágrafo, a  referência aos vários níveis de percepção de uma  fotografia remete  

  (A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto.  

  (B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores.  

  (C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto.  

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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  (D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes.  

  (E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma.  

  

03.   Atente para as seguintes afirmações:  

I.   Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum.  

II.   No  segundo  parágrafo,  a menção  ao  ditado  sobre  o  albergue  espanhol  tem  por  finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto.  

III.   Um  fotógrafo profissional,  conforme  sugere o  terceiro parágrafo,  vê não apenas uma  foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela fixados.  

Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em  

(A)  I e II.   (B)   II e III.   (C)   I.   (D)   II.   (E)   III.  

 

04. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:  

(A)  Apesar  de  se  ombrearem  com  outras  artes  plásticas,  a  fotografia  nos  faz  desfrutar  viver experiências de natureza igualmente temporal. 

(B)  Na  superfície espacial de uma  fotografia, nem  se  imagine os  tempos a que  suscitarão essa imagem aparentemente congelada...  

(C)   Conquanto seja o  registro de um determinado espaço, uma  foto  leva‐nos a viver profundas experiências de caráter temporal.  

(D)  Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de uma fotografia podem se inocular em planos temporais.  

(E)   Nenhuma  imagem  fotográfica  é  congelada  suficientemente  para  abrir mão  de  implicâncias semânticas no plano temporal.  

  

Atenção: As questões de números 05 a 08 referem‐se ao texto seguinte.  

  

Discriminar ou discriminar? 

Os  dicionários  não  são  úteis  apenas  para  esclarecer  o  sentido  de  um  vocábulo;  ajudam,  com frequência, a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao  verbete discriminar,  e  lá  encontramos,  entre  outras,  estas  duas  acepções:  a) perceber  diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc.  

Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo  transpira  o  sentido  positivo  de  quem  reconhece  e  considera  o  estatuto  do  que  é  diferente. Discriminar  o  certo  do  errado  é  o  primeiro  passo  no  caminho  da  ética.  Já  na  segunda  acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o  juízo preconcebido. Discriminar alguém:  fazê‐lo objeto de nossa intolerância.  

Diz‐se  que  tratar  igualmente  os  desiguais  é  perpetuar  a  desigualdade.  Nesse  caso,  deixar  de discriminar (no sentido de discernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito).  

Estamos  vivendo uma  época  em que a bandeira da discriminação  se apresenta  em  seu  sentido mais  positivo:  trata‐se  de  aplicar  políticas  afirmativas  para  promover  aqueles  que  vêm  sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de discriminação...  

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É  o  caso  das  cotas  especiais  para  vagas  numa  universidade  ou  numa  empresa:  é  uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade.  

 (Aníbal Lucchesi, inédito)  

  

05.   A afirmação de que os dicionários podem ajudar a  incendiar debates confirma‐se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar  

(A)   padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários.  

(B)   apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é  reconhecido por todos.  

(C)   abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo.  

(D)   faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo.  

(E)   desdobra‐se em acepções contraditórias que correspondem a convicções incompatíveis.  

  

06.   Diz‐se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade.  

  Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:  

(A)  Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade.  

(B)   A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes.  

(C)   Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a desigualdade definitiva torna‐se aceitável.  

(D)  Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais.  

(E)   Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados são sempre os mesmos.  

  

07.   Considerando‐se o contexto, traduz‐se adequadamente o sentido de um segmento em:  

  (A) iluminar teses controvertidas (1o parágrafo) = amainar posições dubitativas.  

  (B) um preciso discernimento (2o parágrafo) = uma arraigada dissuasão.  

  (C) disseminar o juízo preconcebido (2o parágrafo) = dissuadir o julgamento predestinado.  

  (D) a forma mais censurável (3o parágrafo) = o modo mais repreensível.  

  (E) As acepções são inconciliáveis (3o parágrafo) = as versões são inatacáveis.  

  

08.   Está correto o emprego da expressão sublinhada em:  

(A)  Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma ambiguidade.  

(B)  O  texto  faz menção  ao  famoso  caso  das  cotas,  pelas  quais muitos  se  contrapuseram  por considerá‐las discriminatórias.  

(C)   Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com as quais tantos aderiram, instaurou‐se um caloroso debate público.  

(D)  Um  dicionário  pode  oferecer muitas  surpresas,  dessas  em  que  não  conta  quem  vê  cada palavra como a expressão de um único sentido.  

(E)   Esclarece‐nos  o  texto  as  acepções  da  palavra  discriminação,  pela  qual  se  expressam  ações inteiramente divergentes.  

  

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TEXTO 4  

(TÉCNICO TJ‐PE)  

Atenção: Para as questões de números 01 a 03, considere o texto que segue.    

     05      10       15      20      25      30 

A história das chamadas relações entre sociedade e  natureza  é,  em  todos  os  lugares  habitados,  a  da substituição  de  um  meio  natural,  dado  a  uma determinada  sociedade,  por  um  meio  cada  vez  mais artificializado, isto é, sucessivamente instrumentalizado por  essa  mesma  sociedade.  Em  cada  fração  da superfície da terra, o caminho que vai de uma situação a  outra  se  dá  de  maneira  particular;  e  a  parte  do “natural”  e  do  “artificial”  também  varia,  assim  como mudam as 10 modalidades do seu arranjo.  

Podemos admitir que a história do meio geográfico pode  ser  grosseiramente  dividida  em  três  etapas:  o meio natural, o meio técnico, o meio técnico‐científico‐informacional.  

Alguns  autores  preferirão  falar  de  meio  pré‐técnico em  lugar de meio natural. Mas a própria  ideia de meio geográfico é  inseparável da noção de  técnica. Para S. Moscivici (1968), as condições do trabalho estão em  relação  direta  com  um  modo  particular  de constituição da natureza, e a  inexistência de  artefatos mais complexos ou de máquinas não significa que uma dada  sociedade  não  disponha  de  técnicas.  Estamos, porém,  reservando  a  apelação de meio  técnico  à  fase posterior  à  invenção  e  ao  uso  das máquinas,  já  que estas, unidas ao  solo, dão uma  toda nova dimensão à respectiva geografia. Quanto ao meio técnico‐científico‐informacional  é  o  meio  geográfico  do  período  atual, onde  os  objetos mais  proeminentes  são  elaborados  a partir dos mandamentos da ciência e se servem de uma técnica  informacional  da  qual  lhes  vem  o  alto coeficiente  de  intencionalidade  com  que  servem  às diversas modalidades e às diversas etapas da produção.  

 (Milton Santos. A natureza do espaço: espaço e tempo; razão e emoção. 3 ed. São Paulo: Hucitec, 1999. p. 186 e 187)  

  

01.   No texto, o autor  

(A)  evidencia seu desacordo com os estudos da história das chamadas relações entre sociedade e natureza, por considerar esses dois polos naturalmente inconciliáveis.  

(B)   defende que o progresso de uma sociedade se mede pela interferência cada vez mais intensa de instrumentos no meio em que se vive.  

(C)   adverte para o caráter altamente singular tanto do modo como cada agrupamento humano está numa também singular natureza, como do modo como age sobre ela.  

(D)  reluta em acatar a clássica divisão da história do meio geográfico em  três estágios, porque, sendo essa tripartição pouco refinada, impede teorização aceitável.  

(E)   aponta as diversas modalidades de agrupamentos sociais como dificuldade relevante para a configuração de um meio menos natural, isto é, tecnicamente mais adequado.  

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02.   É correto afirmar:  

(A)  O futuro do presente simples preferirão (linha 15) foi empregado para exprimir, com valor de presente, uma probabilidade sobre o fato mencionado.  

(B)   Se o autor estivesse tratando de "meios", a forma da expressão teria de ser "meios pré‐técnico".  

(C)   A  conjunção Mas  (linha  16),  em  vez  de,  como  usualmente,  introduzir  oração  que  denota restrição ao que  foi dito anteriormente,  indica apenas que se vai passar para outro assunto diferente, como em “Corrupção é o tema do dia, mas vou falar de amizade”.  

(D)  Compreende‐se que o autor, em sua abordagem, não estabelece distinção entre “técnicas” e “artefatos”, sejam estes mais complexos ou menos complexos.  

(E)   O segmento a própria ideia de meio geográfico é inseparável da noção de técnica (linhas 16 e 17) equivale a “o apropriado conceito de meio geográfico prescinde da noção de técnica”. 

 

03.   Estamos, porém, reservando a apelação de meio técnico à fase posterior à invenção e ao uso das máquinas, já que estas, unidas ao solo, dão uma toda nova dimensão à respectiva geografia.  

  Considerada a frase acima, em seu contexto, afirma‐se com correção:  

(A)  O emprego de Estamos evidencia inquestionavelmente que o autor fala em nome do grupo de pesquisadores que adota a expressão meio técnico para designar a fase posterior à invenção e ao uso das máquinas.  

(B)   Substituindo  reservando a apelação por  “nomeando”, o  segmento manteria a  correção e o sentido originais com a formulação “nomeando de meio técnico à fase posterior à invenção e ao uso das máquinas".  

(C)  O pronome estas retoma a invenção e as máquinas.  

(D)  A  expressão  unidas  ao  solo  exprime  a  circunstância  que  determina  a  existência  da  nova dimensão citada.  

(E)   O termo respectiva sinaliza que se trata da geografia já citada no texto.  

  

TEXTO 5  

(TCE‐AP ANALISTA)  Atenção: As questões de números 01 a 04 referem‐se ao texto abaixo.   

     05      10      15   

Na  mídia  em  geral,  nos  discursos  políticos,  em mensagens  publicitárias,  na  fala  de  diferentes  atores sociais,  enfim,  nos  diversos  contextos  em  que  a comunicação  se  faz presente, deparamo‐nos  repetidas vezes com a palavra cidadania. Esse  largo uso, porém, não torna seu significado evidente. Ao contrário, o fato de  admitir  vários  empregos  deprecia  seu  valor conceitual,  isto  é,  sua  capacidade  de  nos  fazer compreender  certa ordem de eventos. Assim, pode‐se dizer  que,  contemporaneamente,  a  palavra  cidadania atende  bastante  bem  a  um  dos  usos  possíveis  da linguagem,  a  comunicação,  mas  caminha  em  sentido inverso quando  se  trata da  cognição, do uso  cognitivo da  linguagem.  Por  que,  então,  a  palavra  cidadania  é constantemente  evocada,  se  o  seu  significado  é  tão pouco esclarecido?  

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20      25      30 

Uma resposta possível a essa  indagação começaria por reconhecer  que  há  considerável  avanço  da  agenda igualitária no mundo e, decorrente disso, a valorização sem precedentes da  ideia de direitos. De  fato,  tornou‐se  impossível  conceber  formas  contemporâneas  de interação  entre  indivíduos  ou  grupos  sem  que  a referência  a  direitos  esteja  pressuposta  ou  mesmo vocalizada. Direitos, por isso, sustentam uma espécie de argumentação pública permanente, a partir da qual os atores  sociais  agenciam  suas  identidades  e  tentam ampliar  o  escopo  da  política  de modo  a  abarcar  suas questões.  Tais  atores  constroem‐se,  portanto,  em público,  pressionando  o  sistema  político  a  30 reconhecer  direitos  que  julgam  possuir  e  a  incorporá‐los à agenda governamental.  

(Maria Alice Rezende de Carvalho. “Cidadania e direitos”. In: Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 104)  

  

01.   No texto, a autora  

(A)   censura  a  mídia,  os  políticos  e  os  publicitários,  em  geral,  por  produzirem  mensagens redundantes e pouco precisas no que se refere ao emprego da palavra “cidadania”, com o que deturpam o conceito a que ela remete.  

(B)   comenta o uso pouco criterioso da palavra “cidadania”, fato que, por conta da impropriedade, prejudica a compreensão de mensagens formuladas no padrão culto da linguagem.  

(C)   aponta a diversidade de atores sociais como responsável pela alteração do sentido original da palavra “cidadania”, fato determinante de que, na contemporaneidade, se lhe atribua sentido oposto ao etimologicamente reconhecido.  

(D)  expressa  opinião  sobre  o  modo  de  ocorrência  da  palavra  “cidadania”,  oportunidade  de evidenciar que a alta frequência de uso de uma palavra não  implica que esteja assegurada a adequada percepção do fenômeno que ela nomeia.  

(E)   indaga  sobre o que ocorre  com  a palavra  “cidadania”,  tomando‐a  como  exemplo da  típica atitude  contemporânea  no  que  se  refere  à  linguagem  −  reprovável  descuido  quanto  aos distintos contextos de uso de vocábulos −, foco este de sua reflexão.  

  

02.   No segundo parágrafo do texto,  

(A)   levanta‐se  a  hipótese  de  a  agenda  igualitária  chegar  a  conquistar  avanços  expressivos  no mundo todo, quando, então, serão devidamente valorizados os direitos da cidadania.  

(B)   está sugerido que os direitos humanos são concedidos de modo diferenciado na dependência de se fazerem presentes de modo implícito ou explícito.  

(C)   elege‐se uma proposição que se toma como um princípio a partir do qual se pode deduzir um determinado conjunto de consequências, que explicariam o uso reiterado da palavra “cidadania”.  

(D)  argumenta‐se  a  favor  de  que  a  luta  pelos  direitos  deve  dar‐se  tanto  no  âmbito  individual, quanto  no  coletivo,  visto  que,  de  fato,  a  interação  humana  se  dá  tanto  entre  indivíduos, quanto entre grupos.  

(E)   detalha‐se, na tentativa de responder de modo consistente à pergunta proposta no parágrafo anterior, o modo equivocado como se dá a interação entre os atores sociais e o sistema político.  

  

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03.   Afirma‐se com correção:  

(A)   (linhas 1 a 5) Os termos que compõem a sequência inicial do texto estão todos citados sob a mesma perspectiva, a da completa determinação.  

(B)   (linhas  5  e  6)  Se  a  frase  Esse  largo  uso,  porém,  não  torna  seu  significado  evidente  fosse organizada de maneira distinta, a formulação “Seu significado não se torna evidente, mas seu uso é amplo” preservaria a correção e o sentido originais, considerado o contexto.  

(C)   (linha  8)  O modo  como  o  segmento  que  sucede  a  isto  é  está  redigido  comprova  que  a expressão introduz um típico verbete de dicionário.  

(D)   (linhas 10 a 11) O segmento a palavra cidadania atende bastante bem a um dos usos possíveis da  linguagem  teria  seu  sentido  e  correção  preservados  em  “Da palavra  cidadania  pode‐se dizer que não é nada mal o seu atendimento a um dos usos possíveis da linguagem”.  

(E)   (linhas 13 a 15) Variante da redação da autora, a frase “Então, se o seu significado é tão pouco 

esclarecido,  a  palavra  “cidadania”  é  constantemente  evocada  por  quê?”,  está  em conformidade com o padrão culto escrito e preserva o sentido do enunciado original  

  

04. Considere as assertivas abaixo.  

I.   (linhas 10 e 11) O segmento a palavra cidadania atende bastante bem a um dos usos possíveis da  linguagem, a comunicação traz não só uma  informação explícita sobre a  linguagem, mas também uma subentendida.  

II.   (linhas 14 a 16) Em Por que, então, a palavra cidadania é constantemente evocada, se o seu significado é tão pouco esclarecido?, o segmento introduzido pelo se exprime uma condição.  

III.   (linhas  20  a  24)  Em  De  fato,  tornou‐se  impossível  conceber  formas  contemporâneas  de interação entre  indivíduos ou grupos  sem que a  referência a direitos esteja pressuposta ou mesmo  vocalizada,  o  segmento  destacado  em  negrito  exprime  uma  condicionante  do  ato indicado no segmento sublinhado.  

  O texto abona o que consta em  

  (A) I e II, apenas.  

  (B) II e III, apenas.  

  (C) I e III, apenas.  

  (D) III, apenas.  

  (E) I, II e III.  

  

Atenção: As questões de números 05 a 06 referem‐se ao texto que segue.  

 

     05      

10      

Convenhamos que não é fácil saber o que fazer com as  cinzas  de  um  parente  que  optou  por  ser  cremado. Apenas  quando  o  defunto  já  deixa  escolhido  o  local onde gostaria de se evaporar, a dificuldade é pouca e se resume a uma questão de logística. Afinal, nem sempre cenários da natureza espetacular como as Cataratas do Iguaçu,  o  Pico  do  Jaraguá,  a  Chapada  Diamantina,  o Cristo Redentor ou os braços de Iemanjá em mar aberto são acessíveis aos encarregados do luto.  

Chega  agora  dos  Estados  Unidos  uma  solução alternativa,  embora  essencialmente  voltada  para  o mercado americano: sua exportação mundo afora ainda é duvidosa. Os dois fundadores da empresa responsável pela  inovação,  com  sede  em  Stockton,  no  estado  do 

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15      20     

Alabama,  parecem  conhecer  o  consumidor  que procuram. “O mais frequente é uma urna com as cinzas do ente querido ficar zelosamente guardada na casa do pranteado por um bom tempo. Com o passar dos anos, porém,  a urna migra da  sala para o  sótão. E, quando, anos mais  tarde,  a  casa  é  vendida,  não  raro  alguém lembra, penalizado, que as cinzas  foram deixadas para trás”,  explica  Thad Holmes,  que  também  é  agente  de proteção ambiental.  

(Adaptado de “As almas vão rolar”, chegada. Piauí 62, novembro 11, p. 8)  

  

05.   Em seu texto, o autor  

(A)  busca  a  adesão  do  leitor  sugerindo  estrategicamente  que  todos  podem  estar  sujeitos  à mesma situação familiar aflitiva.  

(B)   anuncia a novidade e, apoiando‐se nas informações do responsável pela “solução alternativa”, a detalha rigorosamente para o leitor.  

(C)   trata com absoluta reverência o assunto da matéria, o que motiva o emprego de  linguagem formal, vocabulário técnico e comentários sem qualquer marca de subjetividade.  

(D)  descreve  a  complexidade  que  deriva  da morte  de  um  parente  e,  para  dar  a  entender  a dimensão dos problemas envolvidos, resume‐os na expressão uma questão de logística.  

(E)   insinua que a novidade americana não estar acessível à exportação é fato deplorável, dado que ela atende a situação comum a todos, entendimento seu evidenciado pelo uso de Convenhamos.  

  

06.   É legítimo afirmar que, na matéria que noticia a novidade,  

(A)   (linha 11) a palavra embora estabelece conexão entre duas orações de sentido dessemelhante, determinando que, a verificar‐se um dos fatos mencionados, o outro deixará de se cumprir.  

(B)   (linha 12) a observação da relação  lógica entre os segmentos da frase em que se encontram os dois pontos permite deduzir que esse sinal de pontuação está incorretamente empregado.  

(C)   (linha 14) o segmento com sede em Stockton equivale a “cuja a sede é em Stockton”.  

(D)   (linha 15) a expressão o consumidor remete obrigatoriamente ao  tipo de cliente desejado pela empresa: aquele que, cauteloso, deixa estabelecido todo o procedimento do seu próprio funeral.  

(E)   (linhas 12 a 15) o autor revela cautela ao avaliar o conhecimento dos dois fundadores da empresa responsável pela inovação, no que se refere aos consumidores que objetivam conquistar.  

 

Atenção: Para responder às questões de números 07 e 08, considere o texto abaixo.  

  “O mais frequente é uma urna com as cinzas do ente querido ficar zelosamente guardada na casa do pranteado por um bom tempo. Com o passar dos anos, porém, a urna migra da sala para o sótão. E, quando, anos mais tarde, a casa é vendida, não raro alguém  lembra, penalizado, que as cinzas  foram deixadas para trás”, explica Thad Holmes, que também é agente de proteção ambiental  

  

07.   Sobre o que se tem no excerto acima transcrito, a única afirmação INCORRETA é:  

(A) A  referida migração da  sala para o  sótão exprime que o  respeito  inicial pelas cinzas,  com o tempo, sofre um rebaixamento.  

(B) O emprego das  formas verbais no presente do  indicativo confirma que os estados ou ações referidos são considerados constantes, constituindo‐se como espécie de conduta regular.  

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(C) O segmento E, quando, anos mais tarde, a casa é vendida sugere que o destino da casa de um morto é bastante previsível.  

(D) O emprego de pranteado faz entender que o morto é pessoa de reconhecida ação social, que, por conta disso, recebeu algum título ou outra honraria.  

(E) O  fato  de  citar‐se  que  Thad Holmes  também  é  agente  de  proteção  ambiental  possibilita  a expectativa de que surja posteriormente algum comentário relacionado ao meio ambiente.  

  

08.   Se  alguém  quisesse  relatar,  com  discurso  próprio,  algo  do  que  Thad  Holmes  esclareceu  na passagem acima, estaria se expressando corretamente assim:  

(A)  Thad Holmes explica que, por ocasião de  a  casa  ser  vendida, passados  anos de  a urna  ter migrado da sala para o sótão, alguém certamente  lembrará, penalizado, que as cinzas foram deixadas para trás.  

(B)   Thad Holmes explica que: Com o passar dos anos, porém, a urna migra da sala para o sótão, para, anos mais tarde, ser vendida.  

(C)   Thad Holmes  explicou  que,  quando  anos mais  tarde,  a  casa  foi  vendida,  não  raro  alguém lembrou que as cinzas foram deixadas para trás.  

(D)  Explica  Thad Holmes  −  “O mais  frequente  é uma urna  com as  cinzas do  ente querido  ficar zelosamente guardada na casa do pranteado por um bom tempo”, e acrescenta que a urna, com o passar do tempo, migrou da sala para o sótão. 

(E)   Explica Thad Holmes que alguém sempre lembra, penalizado, que as cinzas são deixadas para trás,  isso quando a casa é vendida anos mais tarde, passando anos em que a urna migra da sala para o sótão.  

  

TEXTO 6  

(TÉCNICO TRE‐CE)  

Atenção: As questões de números 01 a 04 baseiam‐se no texto abaixo.    

Os  jogos preservam o aspecto mais sutil da cultura. Com as artes, técnicas, ciências, religiões, eles indicam  o  refinamento  ou  o  atraso  de  uma  sociedade,  com  frutos  políticos  imediatos.  É  impensável  a democracia ateniense sem as maneiras de exercitar o corpo e a mente praticadas pelos jovens guerreiros, depois cidadãos  soberanos. A ética, disciplina hoje confundida com um  sistema abstrato de valores, na Grécia começava no aprimoramento corporal. Para enfrentar os  inimigos, ou deles  fugir com honra, era necessário bem usar o  corpo. A postura  correta na batalha, que  se aprendia na  tenra  idade, decidia a vitória. Com o tempo, o que era somático foi traduzido (por metáfora) à mente. A pessoa que aprendeu a bem jogar com o corpo e a alma tem condições éticas de exercer a cidadania com maior vigor.  

Os  jogos  servem,  desde  longa  data,  para  pensar  fenômenos  complexos  como  a  guerra,  a economia, a política. No século XVII, em que a  razão de Estado se  firmou, Blaise Pascal  reconstruiu, a partir do jogo, a moralidade, a política, a teologia. Só Deus joga com absoluta certeza. E ganha sempre. No caso humano, tudo é  incerto, sobretudo no campo das  leis e da política. Tal antropologia, que hoje volta a ser assunto de interesse filosófico e político, é nuclear na história do pensamento moderno. Nela, importa  a  ideia  do  cálculo  como  elemento  básico  da  política,  plataforma  da  razão  de  Estado.  O governante que sabe calcular as suas oportunidades e as de seus inimigos tem condições de, pelo menos, desrespeitar sem muitos prejuízos as regras normais da diplomacia ou de política interna.  

Não por acaso Raymond Aron compara o trato internacional à estrutura do football association. Em primeiro plano, é preciso ver quantos jogadores são necessários, quais meios lícitos são facultados. Depois vem o modo pelo qual eles se distribuem em campo, como unem esforços e desarticulam o adversário. Tais 

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pontos são primários. Ademais, temos o virtuosismo técnico e a qualidade moral dos  jogadores, que não raro decidem campeonatos. Finalmente, o árbitro interpreta as regras e aplica as penalidades.  

À  diferença  do  futebol,  diz  Aron,  as  relações  internacionais,  movidas  pelas  armas  e  pela diplomacia, não são determinadas com precisão. Sua complexidade aumenta no acúmulo de interesses e na  vontade  de  predomínio  que  nenhum  estado  pode  abandonar,  pois  ali  residem  a  segurança  e  a sobrevivência para seu povo. É nesse ponto que,  julgo, o grande pensador deixa de  lado um elemento vital  do  futebol  e  do  jogo  político.  Penso  na  torcida  e  nos  sócios  dos  clubes.  E  nos militantes  que asseguram a força das agremiações políticas. Sem torcedores não existe futebol. Sem militância, somem os coletivos dedicados à ordem pública.  

(Roberto Romano. O Estado de S. Paulo, A2, Espaço Aberto, 5 de março de 2011, com adaptações)  

  

01.   É correto afirmar:  

(A)  Os  dois  autores  citados  defendem  opiniões  divergentes  quanto  às  condições  em  que  se desenvolvem  as  relações  entre  governantes  na  defesa  dos  interesses  de  suas  nações, concordando apenas em que esses governantes possam apelar  tanto para a guerra quanto para a diplomacia.  

(B)  A  preparação,  essencial  para  a  disputa  esportiva,  torna‐se  dispensável,  por  vezes,  no  jogo diplomático,  devido  às  incertezas  que  cercam  as  relações  entre  os  países  na  tentativa  de auferir o maior número possível de vantagens.  

(C)   A  incerteza que  caracteriza habitualmente as ações humanas  leva a um  comprometimento das relações diplomáticas entre autoridades de diferentes nações, pois cada uma delas  tem seus próprios interesses, que devem ser defendidos a qualquer preço.  

(D)  O desenvolvimento do assunto se faz pela associação entre jogos e política, com seus recursos e técnicas, levando‐se ainda em conta o acaso que rege os múltiplos interesses dos envolvidos na situação a ser decidida.  

(E)   A  imprecisão  que  permeia  as  tensões  existentes  nas  relações  entre  países  e  os  interesses imediatos de seus governantes compromete a dinâmica do jogo político que, diferentemente do futebol, não se atém a regras predeterminadas.  

  

02.   Fica evidente uma opinião do próprio autor do texto ao  

(A)   considerar a relatividade das decisões obtidas pela diplomacia nas negociações entre países, devido às incertezas que cercam o comportamento humano.  

(B)   assinalar a importância do coletivo, representado pelos torcedores, no caso do futebol, e pela militância, no jogo político.  

(C)   constatar que as regras que norteiam o andamento de um  jogo de  futebol podem e devem ser aplicadas ao funcionamento do jogo político internacional.  

(D)  reconhecer  os  valores  da  democracia  ateniense  baseados  nos  embates  esportivos,  que exigiam preparo físico e mental dos jovens.  

(E)   aceitar as razões de alguns autores que veem íntima correlação entre as regras do futebol e as normas que regulam os acordos diplomáticos.  

  

03.   As duas últimas afirmativas do texto constituem  

  (A) síntese conclusiva das ideias expostas no parágrafo.  

  (B) realce das considerações sobre o valor dos jogos na Grécia antiga.  

  (C) retomada das ideias do autor citado no parágrafo.  

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  (D) apresentação de argumentos contrários ao contexto.  

  (E) constatação de que as regras esportivas se refletem no jogo político.  

  

04.   No 2º parágrafo defende‐se a seguinte ideia:  

(A)  Um governante não só pode, como deve,  lançar mão de todos os recursos à sua disposição, mesmo que tragam eventuais prejuízos às relações entre países com interesses mútuos.  

(B)  O pensamento moderno se apoia em uma concepção política de base religiosa, que pressupõe convicção na perfeição divina, e inevitavelmente toma as decisões sempre mais acertadas.  

(C)   A  presença  do  corpo  diplomático,  necessário  para  a  construção  de  um  jogo  político  com resultados  satisfatórios  para  as  nações  envolvidas,  tornou‐se  atualmente  elemento  básico para os governantes.  

(D)   Torna‐se necessária e aceitável, muitas vezes, a imposição de convicções com uso da força, no caso de não haver possibilidade de consenso entre os governantes envolvidos no jogo diplomático.  

(E)   O governante, movido por razões de Estado, deve estar preparado para calcular as melhores possibilidades de ganho para seu país ao tomar suas decisões políticas.  

  

Atenção: A questão de número 05 baseia‐se no texto abaixo.    

Numa  dessas  anotações  que  certamente  contribuíram  para  lhe  dar  a  reputação  de  grande fotógrafo da existência humana em sua época, Stendhal observou que a  Igreja Católica aprendeu bem depressa que o seu pior  inimigo eram os  livros. Não os reis, as guerras religiosas ou a competição com outras religiões; isso tudo podia atrapalhar, claro, mas o que realmente criava problemas sérios eram os livros. Neles as pessoas ficavam sabendo coisas que não sabiam, porque os padres não lhes contavam, e descobriam que podiam pensar por conta própria, em vez de aceitar que os padres pensassem por elas. Abria‐se para os indivíduos, nesse mesmo movimento, a possibilidade de discordar.  

Para quem manda, não pode haver coisa pior − como ficou comprovado no caso da Igreja, que foi perdendo sua força material sobre países e povos, e no caso de todas as ditaduras, de ontem, de hoje e de  amanhã.  Stendhal  estava  falando,  na  sua  França  de  200  anos  atrás,  de  algo  que  viria  a  evoluir, crescer e acabar recebendo o nome de "opinião pública". Os livros ou, mais exatamente, a possibilidade de reproduzir de forma ilimitada palavras e ideias foram a sua pedra fundamental.  

 (J.R.Guzzo. Veja, 3 de agosto de 2011, p. 142)  

  

05.   Segundo o texto,  

(A)  a  livre  e  ampla  divulgação  do  conhecimento  resulta  naquilo  que  se  entende  por  "opinião pública", reflexo do acesso à informação e do desenvolvimento do espírito crítico.  

(B)   Stendhal foi o criador do termo "opinião pública", para se referir à atuação da Igreja Católica na França quanto ao controle da divulgação do conhecimento, o que em sua época era feito pelos padres.  

(C)   a grande força da Igreja Católica, em todos os tempos e lugares, se deve à educação esmerada recebida pelos padres, única fonte do conhecimento transmitido aos fiéis.  

(D)   a  competição  pelo  poder  é marcada,  há  alguns  séculos,  pela  oposição  entre  valores  políticos, relativos aos reis, e religiosos, especialmente quanto à atuação da Igreja Católica em todo o mundo.  

(E)   escritores de todas as épocas, como Stendhal, aprofundaram‐ se na discussão de problemas da sociedade de seu  tempo e, por consequência, voltaramse para a análise do poder que a Igreja sempre manteve sobre os governantes.  

 

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TEXTO 7  

(TÉCNICO TRT 11°)  

Atenção: As questões de números 01 a 02 referem‐se ao texto seguinte.  

  

A Amazônia, dona de uma bacia hidrográfica com cerca de 60% do potencial hidrelétrico do país, tem a chance de emergir como uma região próspera, capaz de conciliar desenvolvimento, conservação e diversidade sociocultural. O progresso está diretamente ligado ao papel que a região exercerá em duas áreas estratégicas para o planeta: clima e energia. Não se trata de explorar a floresta e deixar para trás terra arrasada, mas de aproveitar o valor de seus ativos sem qualquer agressão ao meio ambiente. Para isso,  basta  que  o  Brasil  seja  capaz  de  colocar  em  prática  uma  ampla  e  bem‐sucedida  política socioambiental,  a  exemplo  do  que  faz  a  indústria  cosmética  nacional,  que  seduziu  o mundo  com  a biodiversidade brasileira. É marketing e é conservacionismo também.  

Segundo  o  pesquisador  Beto  Veríssimo,  fundador  do  Instituto  do Homem  e Meio  Ambiente  da Amazônia  (Imazon), a  floresta é  fundamental para a  redução global das emissões de gases de efeito estufa. "O Brasil depende da região para produzir mais energia e não sou contra a expansão da rede de usinas  aqui,  mas  é  preciso  cautela,  para  não  repetir  erros  do  passado,  quando  as  hidrelétricas catalisaram ocupação desordenada, conflitos sociais e desmatamentos. Enfrentar o desmatamento da Amazônia é crucial para o Brasil."  

 (Trecho de Diálogos capitais. CartaCapital, 7 de setembro de 2011, p. 46)  

  

01.   No último parágrafo, o pesquisador  

(A)   lamenta o fato de ser necessário desmatar a floresta para criar condições mais favoráveis para a Amazônia, especialmente quanto ao fornecimento de energia elétrica.  

(B)   aponta  para  as  dificuldades  que  surgirão  com  os  novos  projetos  de  construção  de  usinas hidrelétricas na região amazônica.  

(C)   defende a construção de novas usinas, por trazerem benefícios para toda a região, ainda que seja necessário desmatar grandes áreas de floresta.  

(D)  alerta para a necessidade de um planejamento de ações, para evitar, como já têm acontecido, fatos comprometedores do desenvolvimento sustentável da Amazônia.  

(E)   constata que, apesar da abundância de recursos hídricos na região amazônica, é  inaceitável seu aproveitamento com a construção de novas usinas hidrelétricas.  

  

02.   É marketing e é conservacionismo também. (final do 1o parágrafo)  

  O exemplo referente à indústria de cosméticos retoma em linhas gerais a ideia contida em:  

(A)  O  progresso  está  diretamente  ligado  ao  papel  que  a  região  exercerá  em  duas  áreas estratégicas para o planeta: clima e energia.  

(B)   ... mas de aproveitar o valor de seus ativos sem qualquer agressão ao meio ambiente.  

(C)  O Brasil depende da região para produzir mais energia ...  

(D)  ...  quando  as  hidrelétricas  catalisaram  ocupação  desordenada,  conflitos  sociais  e desmatamentos.  

(E)   Enfrentar o desmatamento da Amazônia é crucial para o Brasil.  

  

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Atenção: As questões de números 03 a 06 referem‐se ao texto seguinte.  

  

Na  reunião  em  que  foi  eleito  diretor‐geral  da Organização  para  a Alimentação  e  a Agricultura (FAO) da ONU, o ex‐ministro brasileiro José Graziano da Silva assegurou − com sua experiência de gestor do programa de combate à fome entre nós − que esta será sua prioridade: enfrentar esse problema no mundo, para que até 2015 o número de carentes de alimentos no planeta, hoje em torno de 1 bilhão, se reduza à metade. "É o desafio do nosso  tempo", disse na ocasião o ex‐secretário da ONU, Kofi Anan, lembrando que um dos  complicadores dessa questão,  "o protecionismo dos  ricos" à  sua produção de alimentos,  só  tem  aumentado.  E  isso  quando  a  própria  FAO  alerta  que  os  preços  desses  produtos continuarão  a  subir  nos  próximos  dez  anos.  E  que  a  produção  precisará  crescer  70%  até  2050,  para alimentar os 9,2 bilhões de pessoas que estarão no mundo nessa época. Ele alertou  também para os crescentes compra e arrendamento de terras em outros países, por especuladores de fundos de alto risco de países industrializados.  

Tudo acontece num cenário paradoxal. Um  relatório da própria FAO assegura que um  terço dos alimentos produzidos no mundo, cerca de 1,3 bilhão de toneladas anuais, se perde ou é desperdiçado. Os consumidores  ricos  desperdiçam  222 milhões  de  toneladas  de  frutas  e  hortaliças  −  tanto  quanto  a produção de alimentos na África.  

E  assim  vamos  no mundo  dos  paradoxos.  A  produção  de  alimentos  cresce,  sobem  os  preços, "commodities" transformam‐se em garantia para investimentos, juntamente com a compra de terras em países mais pobres. Mas não se consegue sair de perto do número terrível de 1 bilhão de  famintos no planeta, 40% da humanidade, vivendo abaixo da linha de pobreza.  

(Trecho com adaptações do artigo de Washington Novaes. O Estado de S. Paulo, A2, Espaço Aberto, 1 de julho de 2011)  

  

03.   A ideia central do texto está explicitada em:  

(A)  O  aumento  do  número  de  famintos  nas  regiões  pobres  do  planeta  exige  atitudes  de autoridades em relação ao comércio mundial de alimentos.  

(B)  A especulação econômica em torno de terras nos países em desenvolvimento põe em risco a produção de alimentos.  

(C)   A  ação  prioritária  da  FAO,  órgão  da  ONU,  estará  voltada  para  a  redução  do  número  de pessoas que passam fome em todo o mundo.  

(D)  O aumento dos preços de alimentos decorrente da busca de  lucros pelos países mais  ricos agrava a fome em todo o planeta.  

(E)   O desperdício de alimentos, principalmente nos países ricos, é a razão primeira do aumento de preços em países mais pobres.  

  

04.   O cenário paradoxal a que o autor alude no 2o parágrafo se estabelece entre  

(A)  o desperdício de alimentos nos países mais ricos e o  incremento do comércio mundial, para atender a toda a população no planeta.  

(B)   a proteção dos países ricos aos seus estoques de alimentos e o aumento da produção em todo o mundo, alavancada por altos investimentos no setor agrícola dos países mais pobres.  

(C)   a  especulação  em  torno  da  posse  de  terras  para  a  agricultura  nos  países mais  pobres  e  o protecionismo  dos  ricos  à  produção  de  alimentos,  para  controlar  a  alta  dos  preços  no mercado internacional.  

(D)   a produção de alimentos nos países mais ricos que só cresce, em razão dos enormes investimentos no setor, e a luta dos países mais pobres para superar a falta de tecnologia na agricultura.  

(E)   o crescimento econômico e até mesmo o da produção de alimentos e os efeitos da fome que atinge grande parte da população mundial, que vive em extrema pobreza.  

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05.   O comentário colocado entre os travessões no 1o parágrafo destaca a  

(A)   informação que perde validade diante da constatação pela FAO do número de  famintos no planeta.  

(B)   importância das diversas funções dos especialistas ligados às atividades da FAO.  

(C)   escolha de um novo diretor‐geral para a FAO, em razão da crise de alimentos no mundo.  

(D)  qualificação de quem traça a meta a ser perseguida pela FAO.  

  (E)   repetição de dados para realçar a amplitude de ações da FAO.  

  

06.   E  isso  quando  a  própria  FAO  alerta  que  os  preços  desses  produtos  continuarão  a  subir  nos próximos dez anos. E que a produção precisará crescer 70% até 2050, para alimentar os 9,2 bilhões de pessoas que estarão no mundo nessa época. (1o parágrafo)  

Considerando‐se a maneira  como o autor  inicia o  segmento  transcrito acima, é  correto deduzir que se trata de  

(A)   crítica ao posicionamento dos países  ricos, que vem dificultando  tanto a oferta mundial de alimentos quanto sua aquisição por preços mais baixos.  

(B)   observação  que  se  justifica  pela  busca  de menores  preços  em  um mercado  de  alimentos sempre sujeito à concorrência entre países produtores e países importadores.  

(C)   certeza de que a atuação da FAO vem sendo determinante para manter o equilíbrio da oferta no mercado de alimentos, apesar do constante e progressivo aumento de preços.  

(D)  conclusão de que a procura por  terras destinadas à produção de alimentos nos países mais pobres poderá ajudar a reduzir o número de famintos no mundo.  

(E)   constatação de que o desafio existente em  torno do necessário aumento da produtividade agrícola no mundo todo será de difícil resolução para a FAO.  

  

Atenção: As questões de números 07 a 08 referem‐se ao texto seguinte.  

 

Ainda que existam estudos modernos levantando a hipótese de que a tragédia grega teria tido sua origem em rituais fúnebres, danças mímicas de atores mascarados em homenagem a heróis mortos, a tese geralmente aceita  é a de que nasceu dos  cultos a Dionísios, deus do  vinho  e da  fertilidade, das fontes da vida e do sexo.  

Duas figuras merecem atenção na fase primitiva do teatro grego: um tirano, Pisístrato, e um ator, Téspis.  

O  primeiro  oficializou  o  culto  a  Dionísios,  mandou  organizar  as  festas  dionisíacas  urbanas  e chamou Téspis para promovê‐las anualmente. De forma competitiva, passaram a ser realizadas durante seis  dias  na  primavera.  Para  muitos,  Téspis  foi  o  primeiro  ator.  E  também  o  responsável  por transformações decisivas na libertação da dramaturgia das amarras da poesia.  

Aristóteles  deixou‐nos  o  primeiro  documento  básico  de  teoria  teatral:  Poética,  dissecando  a estrutura  da  tragédia  e  da  comédia,  caracterizando  os  gêneros  e  suas  diferenças,  explicando  suas origens  e  analisando  seus  elementos.  Estudando  a  poesia  dramática  em  relação  à  lírica  e  à  épica, acentua seu significado estético, cívico e moral. Para Aristóteles a arte é imitação da natureza; o drama é a imitação de ações, tendo por objetivo provocar compaixão e terror. A identificação do público com os personagens coloca o primeiro em estado de êxtase e assim poderá atingir a purgação dessas emoções.  

(Fragmento adaptado de Fernando Peixoto. O que é teatro, 4.ed., S.Paulo: Brasiliense, 1981, p.67 e 68)  

 

  

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07.   Segundo o autor, o surgimento da tragédia grega,  

(A)  que se pensava estar ligado a Dionísios, passou a ser creditado a Aristóteles, autor da Poética, em que expõe a sua teoria teatral.  

(B)   não obstante a recuperação de nomes como os de Pisístrato e Téspis, permanece ainda uma verdadeira incógnita.  

(C)   em consenso finalmente obtido entre os estudiosos, relaciona‐se aos cultos ao deus do vinho e das fontes da vida, Dionísios.  

(D)  em que pese a importância de Dionísios, tem sido com maior frequência vinculado aos rituais e encenações fúnebres em honra dos heróis.  

(E)   a  despeito  de  divergência  mais  ou  menos  recente,  costuma  ser  associado  aos  cultos  a Dionísios, o deus do vinho e das fontes da vida.  

  

08.   O segmento cujo sentido está corretamente expresso em outras palavras é:  

  (A) dissecando a estrutura = aglutinando os elementos estruturais  

  (B) libertação da dramaturgia = extroversão dramática  

  (C) purgação dessas emoções = emancipação desses sentimentos  

  (D) compaixão e terror = piedade e pavor  

  (E) levantando a hipótese = auferindo a convicção  

  

Atenção: A questão de número 09 refere‐se ao texto seguinte.  

 

A  ideia de uma dimensão humana da arte  repousa numa concepção de humanidade que sofreu modificações ao longo do tempo. Não há muito, apenas o heroico, o mítico e o religioso eram admitidos na grande arte. A dignidade de um trabalho se media em parte pela importância de seu tema.  

Com o tempo tornou‐se claro que uma cena da vida cotidiana, uma paisagem ou natureza morta poderiam constituir uma grande pintura tanto quanto uma imagem da história ou do mito. Descobriu‐se também que havia alguns valores profundos na  representação de um motivo que não enfocasse o ser humano. Não me refiro apenas à beleza criada pelo domínio de forma e cor de que dispunha o pintor. A paisagem  e  a  natureza  morta  também  incorporavam  a  percepção  emotiva  do  artista  para  com  a natureza e as coisas, ou seja, a sua visão no sentido mais amplo. A dimensão humana da arte não está, portanto, confinada à imagem do ser humano. O homem também se mostra na relação com aquilo que o  rodeia,  nos  seus  artefatos  e  no  caráter  expressivo  de  todos  os  signos  e marcas  que  produz.  Esses podem ser nobres ou ignóbeis, alegres ou trágicos, passionais ou serenos. Podem ainda suscitar estados de espírito inomináveis, e mesmo assim, portadores de uma enorme força.  

(Fragmento de Meyer Schapiro, A dimensão humana da pintura abstrata. Trad. Betina Bischot, S.Paulo: Cosac & Naify, 2001, p. 7 e 8)  

  

09.   Segundo o autor, ao longo do tempo a pintura passou a incorporar temas que  

(A)  não se relacionam de modo algum com o homem e com a figura humana, como se dá com as naturezas mortas e as paisagens.  

(B)   envolvem a história, a  religião e o mito, mesmo que não estejam diretamente  relacionados com o homem e com a figura humana. 

(C)   não  tratam  diretamente  do  homem  ou  de  suas  grandes  questões, muito  embora  acabem sempre por revelar algo do que é propriamente humano.  

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(D)  trazem  para  o  quadro  cenas  da  vida  cotidiana  e  paisagens  naturais,  a  despeito  de  não propiciarem a realização de grandes obras de arte.  

(E)   sugerem  a presença  da  figura  humana  no  quadro  tão  somente  pelo  domínio  que  o  pintor demonstra ao trabalhar com a forma e com a cor.  

  

TEXTO 8  

(INSS‐ TÉCNICO)  

Atenção: A questão de número 01 baseia‐se no texto seguinte.    

Em vida, Gustav Mahler (1860‐1911), tanto por sua personalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incompreensão estética e o preconceito antissemita também o acompanhariam postumamente e foram raros os maestros que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenharam na apresentação de suas obras. Durante os anos 60, porém, uma virada totalmente  inesperada  levou a obra de Mahler ao  início de uma era de sucessos sem precedentes, que  perdura  até  hoje.  Intérpretes  conhecidos  e  pesquisadores  descobriram  o  compositor,  enquanto gravações discográficas divulgavam uma obra até então desconhecida do grande público.  

Há uma série de fatores envolvidos na transformação de Mahler em figura central da história da música do século XX. A visão de mundo de uma geração mais jovem certamente teve influência central aqui: o dilaceramento  interior de Mahler,  seu  interesse pelos problemas  fundamentais da existência humana, seu pacifismo, seu engajamento contra a opressão social e seu posicionamento em  favor do respeito à integridade da natureza – tudo isso se tornou, subitamente, muito atual para a geração que nasceu no pós‐guerra.  

O amor incondicional de Mahler pela natureza sempre esteve presente em sua obra. O compositor dedicava inteiramente à criação musical os meses de verão, recolhendose em pequenas cabanas na paz dos Alpes  austríacos.  Em  Steinbach, Mahler  empreendia  longas  caminhadas que  lhe proporcionaram inspiração para sinfonias.  

Comparar a simplicidade espartana dessas casinhas com a enorme complexidade das obras ali criadas diz muito sobre a genialidade do compositor – e, sobretudo, sobre a real origem de sua musicalidade.  

Totalmente abandonadas e esquecidas na Áustria no pós‐guerra, essas casinhas de Mahler hoje se transformaram  em memoriais,  graças  à  ação  da  Sociedade  Internacional  Gustav Mahler.  O mundo onírico dos Alpes do  início do século XX certamente voltará à memória de quem,  tendo uma  imagem desses despojados retiros musicais de Mahler, voltar a ouvir sua música grandiosa.  

(Adaptado: Klaus Billand. Gustav Mahler: a criação de um ícone. Revista 18. Ano IV, n. 15, março/abril/ maio de 2006, p. 52‐53. Disponível em: <http.//www.cebrap.org.br/v1/upload/biblioteca_virtual/GIANNOTTI_Tolerancia%20maxima.pdf> Acesso 

em: 22 dez. 2011)  

  

01.   Segundo o autor, o reconhecimento da grandeza artística de Mahler ao longo dos anos 60 deve‐se, em larga medida,  

(A)  à beleza única de suas obras, para a qual contribuíram  largamente o amor  incondicional do compositor pelos sons e pela musicalidade da natureza.  

(B)   à  harmonia  do  conjunto  de  sua  obra,  que,  por  sua  simplicidade  intrínseca,  pôde  ser amplamente compreendida pelas gerações seguintes.  

(C)   ao advento de uma geração cujos valores, apesar da distância temporal, correspondiam aos defendidos pelo compositor.  

(D)  ao reconhecimento, ainda que tardio, de sua originalidade por maestros e grandes intérpretes da música clássica com quem o compositor convivera.  

(E)   à ação de organizações culturais que se dispuseram a divulgar a obra do compositor, mesmo correndo o risco de sofrer represálias por parte do público.  

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TEXTO 9  

(TCE‐SP)  

Atenção: As questões de números 01 a 03 baseiam‐se no texto seguinte.  

  

Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60%  do  potencial  elétrico  do  país  ainda  por  aproveitar  se  localiza  nessa  área,  pode‐se  intuir  as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil. De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.  

As questões que se contrapõem são basicamente duas:  

1)   Pode  o  país  abrir  mão  de  preservar  a  Amazônia,  de  cuidar  soberanamente  das  suas fragilidades e de  toda a  riqueza de  sua biodiversidade, e de deixar um  legado de  interesse para toda a humanidade?;  

2)   Pode  o  país  abrir  mão  de  uma  vantagem  competitiva  relevante  representada  pela hidreletricidade,  sendo  esta  uma  opção  energética  limpa,  renovável,  barata  e  de  elevado conteúdo  nacional,  o  que  significa  baixa  emissão  de  carbono,  geração  de  empregos  e dinamismo econômico doméstico?  

Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica  ultrapassada,  na  qual  projetos  hidrelétricos  provocam  necessariamente  impactos  ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo objetivo é  inatingível. Mas  isso não tem de ser  assim.  Projetos  hidrelétricos,  quando  instalados  em  áreas  habitadas,  podem  constituir‐  se  em vetores do desenvolvimento regional. Quando  instalados em áreas não habitadas podem constituir‐se em vetores de preservação dos ambientes naturais.  

Por  óbvio,  qualquer  projeto  hidrelétrico  deve  cuidar  para  que  os  impactos  ambientais  sejam mitigados  e  compensados.  Conciliar  as  duas  questões  básicas  é  possível.  Demanda  inovação,  novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,  identificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da sociedade ‐ são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu potencial elétrico.  

Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo  de  energia  dos  brasileiros  será  atendida  por  outras  fontes,  não  necessariamente  mais competitivas ou de menor impacto ambiental.  

(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)  

  

01.   Percebe‐se no texto  

(A)   concordância  com  a  noção  de  que  é  necessário  encontrar  novas  fontes  energéticas  na Amazônia, além das hidrelétricas, para atender à expansão do consumo.  

(B)   crítica a uma corrente que desconsidera a preservação do ambiente natural, o que, por sua vez, deveria tornar‐se meta prioritária, apesar da necessária geração de energia elétrica.  

(C)   defesa da construção de hidrelétricas na região amazônica, desde que sejam feitos estudos e tomadas medidas adequadas de preservação ambiental.  

(D)  preocupação em  torno da eventual  instalação de usinas hidrelétricas na  região  amazônica, que poderão comprometer a riqueza de sua biodiversidade.  

(E)   proposta de importantes medidas de preservação ambiental na Amazônia, com a substituição das hidrelétricas por outras fontes energéticas.  

  

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02.   Mas isso não tem de ser assim. (3° parágrafo) O pronome grifado acima refere‐se, considerado o contexto,  

  (A) às dificuldades que impedem a expansão da hidreletricidade no Brasil.  

  (B) aos múltiplos interesses contrários à manutenção da biodiversidade da região amazônica.  

  (C) aos vetores de desenvolvimento regional, com geração de empregos.  

  (D) à impossibilidade de aliar construção de hidrelétricas e preservação da Amazônia.  

  (E) a uma possível preferência por fontes alternativas de geração de eletricidade.  

  

03.   O sentido do último parágrafo se contrapõe, em linhas gerais, ao que foi afirmado em:  

(A)   ...60% do potencial elétrico do país ainda por aproveitar se localiza nessa área ...  

(B)   ...constitui a  fronteira hidrelétrica, ainda que nem  todo o potencial  lá existente venha a ser desenvolvido.  

(C)   ...sendo  esta  uma  opção  energética  limpa,  renovável,  barata  e  de  elevado  conteúdo nacional...  

(D)   ...projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis  

(E)   a uma possível preferência por fontes alternativas de geração de eletricidade.  

  

Atenção: As questões de números 04 e 05 baseiam‐se no texto seguinte.  

 

Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra  forças desconhecidas que anulam  tudo aquilo que  trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando‐nos desarmados e atônitos frente à emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não  temos  recursos. O acaso  deixa  à mostra  a  assustadora  falta  de  sentido  que  jaz  no  fundo  das  coisas  e  que  tentamos camuflar,  revestindo‐a  com  nossas  certezas  e  objetivos,  com  nossa  apreensão  lógica  do  mundo. Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza.  

Alguns, sem negar sua existência, planejam suas vidas,  torcendo para que ela não  interfira de  forma excessiva  em  seus  projetos.  Outros, mais  infantis  e  supersticiosos,  tentam  esconjurá‐la,  usando  fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois crêem que tudo o que acontece em suas  vidas  decorre  diretamente  da  vontade  de  um  deus.  Aquilo  que  alguns  considerariam  como  a manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar‐lhes sua fé e obediência.  

São  defesas  necessárias  para  continuarmos  a  viver.  Se  a  ideia  de  que  estamos  à  mercê  de acontecimentos  incontroláveis  que  podem  transformar  nossas  vidas  de modo  radical  e  irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.  

Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao  invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando‐o em suas apostas, numa tentativa de dominá‐lo, de curválo, de vencê‐lo. E também de aprisioná‐lo. É como se, paradoxalmente, o  jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais recantos da vida, que  pretendesse  prendê‐lo,  restringi‐lo,  confiná‐lo  à  cena  do  jogo,  acreditando  que  dessa  forma  o controla e anula seu poder.  

(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)  

 

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04.   O 1º parágrafo do texto salienta a  

  (A) importância da racionalidade como diretriz para as ações humanas.  

  (B) fragilidade do ser humano diante das contingências fortuitas da vida.  

  (C) irracionalidade com que muitas pessoas procuram viver seu dia a dia.  

  (D) incompreensão geral em relação aos fatos mais comuns da vida humana.  

  (E) supremacia de atitudes lógicas diante de certos acontecimentos cotidianos.  

  

05.   O comportamento paradoxal do jogador, referido no último parágrafo, está no fato de  

(A)   ser ele um tipo de pessoa que age de modo inesperado diante do acaso.  

(B)   conviver com jogos de azar, mas desconsiderar todas as implicações trazidas pelo acaso.  

(C)   ser dominado pela expectativa de bons resultados advindos dos jogos de azar.  

(D)  temer  excessivamente  o  acaso,  porém  buscar  continuamente  o  convívio  com  sua imprevisibilidade.  

(E)   desafiar constantemente as surpresas do acaso, sem se dar conta de que se trata de um vício.  

 

Atenção: As questões de números 06 a 08 baseiam‐se no texto seguinte.  

  

A biosfera, o nome que a ciência dá à vida, parece algo enorme, que se espalha por toda parte, que  nos  cerca  por  cima,  por  baixo,  pelos  lados,  andando,  voando  e  nadando.  Pois  toda  essa  única maravilha se espreme por sobre uma camada ínfima do planeta. Quão ínfima? Toda a vida da Terra está contida em 0,5% de sua massa superficial. Metade de 1%. O restante é rocha estéril recobrindo o núcleo de ferro incandescente.  

Imagine uma metrópole do tamanho de São Paulo ou de Nova York totalmente deserta, quente demais ou fria demais para manter formas de vida, exceto por um único quarteirão.  

A vida, ou a biosfera, torna‐se uma reserva ainda mais enclausurada e única, quando se sabe que nenhuma forma de vida, mesmo a mais primitiva, jamais foi detectada fora dos limites da Terra. Se toda a biosfera terrestre se mantém em uma parte  ínfima do planeta, este por sua vez é um grão de areia. Sem contar o Sol, a Terra responde por apenas 1/500 da massa total do sistema solar. Essa bolhinha azul e frágil que vaga pelo infinito recebe agora seu habitante número 7 bilhões, reavivando a imorredoura questão sobre até quando a população mundial poderá crescer sem produzir um colapso nos recursos naturais do planeta.  

A questão  se  impõe porque o  crescimento no uso desses  recursos  forma uma  curva estatística impressionante.  A  estimativa  é  de  que,  em  2030,  será  necessário  o  equivalente  a  duas  Terras  para garantir o padrão de vida da humanidade. As perspectivas mais sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não  levam em conta a extraordinária capacidade de recuperação da natureza − e a do próprio ser humano − para superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes extinções em massa e a vida  sempre  voltou  ainda  com mais  força.  Enquanto  se  procuram  soluções  para  o  equilíbrio  entre crescimento populacional e preservação de recursos, a natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.  

(Filipe Vilicic, com reportagem de Alexandre Salvador. Veja, 2 de novembro de 2011. p.130‐132, com adaptações)  

  

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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06.   A afirmativa que resume corretamente o assunto do texto é:  

(A)  Apesar do crescimento no consumo dos recursos naturais da Terra, eles garantem a vida de seus 7 bilhões de habitantes, permanecendo a dúvida  sobre até que ponto a população do planeta poderá aumentar sem que esses recursos entrem em colapso.  

(B)   Estudos científicos se voltam para a possível existência de vida fora da Terra, como alternativa para  a  sobrevivência do homem, em  razão do  crescimento do número de habitantes  e do consequente esgotamento dos recursos naturais do planeta.  

(C)  O crescimento populacional deverá permitir maior conscientização a respeito da exploração sustentável dos  recursos naturais do planeta, ainda que ocorra um  inevitável aumento, em nível mundial, do consumo desses recursos.  

(D)  As grandes extinções por que a Terra  já passou  levam à  conclusão de que, mesmo  com os impactos causados pelo crescimento populacional, o planeta ainda se manterá em condições favoráveis à sobrevivência da espécie humana.  

(E)   A  presença  de  7  bilhões  de  habitantes  espalhados  por  todo  o  globo  terrestre  mostra  a vitalidade  de  um  planeta  que  oferece  recursos  inesgotáveis  à  sua  população,  mesmo admitindo que eles não sejam explorados de forma consciente.  

  

07.   A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.  

  A conclusão do texto permite depreender corretamente que:  

(A) a natureza sempre consegue se recuperar do excesso de consumo decorrente da presença humana no planeta.  

(B) deve sempre haver a esperança de sobrevivência na Terra, apesar de condições desfavoráveis que possam vir a ocorrer.  

(C) estabelecer  limites para a exploração dos  recursos naturais do planeta pode  colocar em perigo a sobrevivência da humanidade.  

(D)  defender  a  sustentabilidade  do  planeta  nem  sempre  leva  a  soluções  viáveis  para  os  problemas relativos à exploração de suas reservas naturais.  

(E) há razões para a preocupação com a sustentabilidade do planeta no sentido de evitar o esgotamento de suas reservas naturais.  

 

08. Quão ínfima? (1o parágrafo)  

  Em relação à questão colocada acima, a afirmativa correta é:  

(A)  Até mesmo os  cientistas  são  incapazes de  respondê‐la, pois não  conseguem  comprovar  as teorias sobre a origem da vida na Terra.  

(B)  A  resposta  está  contida  em  alguns  dados  e  na  comparação  com  um  único  quarteirão  das cidades citadas, relativamente à sua extensão.  

(C)   A  referência  às  grandes  cidades  contém  a  explicação mais  plausível  para  a  dificuldade  em definir cientificamente a extensão da biosfera.  

(D)  Percebe‐se  que  somente  a massa  superficial  do  planeta  pode  justificar  as  teorias  sobre  o surgimento da vida na Terra.  

(E)   A  falta  de  dados  conclusivos  a  respeito  das  condições  de  vida  fora  da  Terra  torna  difícil  a obtenção de uma resposta definitiva.  

  

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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(COMPLEMENTO DE INTERPRETAÇÃO) PALAVRAS DE DIFÍCIL GRAFIA 

  Espero que ele venha, mas, se não vier, pouco poderei fazer.  

Se não gostar, pode devolver o produto.  

     Alguns são não só cínicos, senão desonestos.  Silvinha  não  é  garota  de  ficar  em diversões, senão de levar a sério os estudos.      

Em vez de ou ao invés de?  

A expressão em vez de significa em lugar de.  

A expressão ao invés de significa ao contrário de.    Ele  havia  feito  perguntas  em  sala  ontem  e,  ___________o  professor  responder,  passou  para  outro assunto.   Alguns alunos, ao chegarem ao curso, irão sair de sala ___________ de entrar.   A  cerca  de  100  anos,  acentua‐se  ainda mais  as  diferenças  sociais  em  nosso  país.  Os  conceitos  de distribuição de renda tem de ser revistos para que se alcance a tão almejada igualdade. Até o momento, no entanto, isto não passa de uma utopia, um sonho distante que poucos acreditam.  Infligir a  lei em nosso país não  implica em punição necessariamente.   O  conceito de  justiça no Brasil torna‐se a cada dia que passa mais relativo enquanto a impunidade, a qual se alia a corrupção, acende vertiginosamente.  A anos não se presenciava tantas agressões ao meio ambiente. O governo até o momento não interviu de forma significativa nesse problema.  A anos não se presenciava tantas agressões ao meio ambiente. O governo até o momento não interviu de forma significativa nesse problema.   

FALTA DE PARALELISMO  Alguns alunos assistiram e gostaram da aula.  Alguns alunos viram e entenderam a aula.  Eles assistiram à aula e gostaram dela. 

O aluno é ______ _______o professor.  Os alunos são_______ _______o professor.  Os alunos são_______ _______os professores.  O aluno é_______ ________os professores. 

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A ARTE DE INTERPRETAR TEXTOS - DAVID XAVIER

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GABARITO 

 

TEXTO 1  

1‐C         

2‐D        

3‐D        

  

 

TEXTO 2  

1‐C         

2‐B        

3‐E        

  

 

TEXTO 3  

1‐C         

2‐B        

3‐E        

4‐C       

5‐E  

6‐B         

7‐D        

8‐E        

TEXTO 4  

1‐C         

2‐A        

3‐D        

  

 

TEXTO 5  

1‐D         

2‐C        

3‐C       

4‐C      

5‐A  

6‐E         

7‐D        

8‐A  

 

 

TEXTO 6  

1‐D         

2‐B        

3‐A       

4‐E       

5‐A  

TEXTO 7  

1‐D         

2‐B        

3‐C      

4‐E       

5‐D  

6‐A         

7‐E        

8‐D       

9‐C             

 

 

TEXTO 8  

1‐C          

 

 

TEXTO 9  

1‐C         

2‐D        

3‐D       

4‐B        

5‐D     

6‐A        

7‐E        

8‐D