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    TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

    INTRODUO

    O Cristianismo, desde o seu incio, focalizou principalmente a pessoa de Cristo,antes que os seus ensinos. Essa pessoa sempre ocupou o primeiro plano, o que muitonatural, especialmente nas epstolas do apstolo Paulo, onde se encontram doutrinasto maravilhosas acerca da pessoa de Cristo. Isto, porm, em nada pode diminuir agrandeza do corpo de doutrinas que Cristo mesmo ensinou. Este exame ligeiro dasidias que constituem o mundo intelectual e religioso em que Jesus esteve,mostraram quo ingrata era a terra em que Ele havia de lanar as sementes doverdadeiro Reino de Deus. No de admirar, pois, o no ser compreendidas pelopovo.

    1.DEFINIOTeologia do Novo Testamento o ramo das disciplinas crists que seguem

    determinados temas atravs de todos os autores do NT, e que depois funde essesquadros individuais num s conjunto abrangente. Estuda, portanto, a revelaoprogressiva de Deus em termos da situao vivencial na ocasio da escrita, e depoisdelineia o fio subjacente que une todos os dados.

    2.A HISTRIA DA TEOLOGIA NO NOVO TESTAMENTOAnalisaremos o processo progressivo da Teologia do NT, no transcorrer da

    histria.

    2.1. A Idade Mdia. Durante a Idade Mdia, o estudo bblico esteve completamentesubordinado ao dogma eclesistico. A teologia Bblica foi usada apenas parareforar os ensinos dogmticos da Igreja, os quais eram fundamentados naBblia e na tradio da Igreja. A Bblia era interpretada pela tradio histrica e

    a Igreja a considerava como fonte da teologia dogmtica.

    2.2. A Reforma. Os reformadores reagiram contra o carter no Bblico da teologiadogmtica e insistiram em que a teologia deve estar fundamentada apenas naBblia. Berkhof1 diz que o lema dos reformadores era: "A Igreja no determinao que as Escrituras ensinam, mas as Escrituras determinam o que a Igreja deveensinar". O princpio fundamental era: "Scriptura Scripturae interpres, isto , aEscritura intrprete da Escritura".2

    2.3. Escolasticismo Ortodoxo. Os resultados obtidos pelos estudos histricos daBblia, realizados pelos reformadores, logo se perderam no perodo

    1Louis BERKHOF. Princpios de Interpretao Bblica. Ed. Cultura Crist. 2000., p. 24.

    2Idem.

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    imediatamente aps a reforma, e a Bblia foi mais uma vez utilizada sem umaperspectiva crtica e histrica, para servir de apoio doutrina ortodoxa. Ahistria foi completamente absorvida pelo dogma e a filologia tornou-se umramo da dogmtica.

    3.O ENSINO DE JESUS SEGUNDO OS EVAGELHOS SINTICOS3.1. A Atitude de Jesus para com o Judasmo

    J foi observado que Cristo baseou os seus ensinos no Antigo Testamento. Eleveio, no para principiar uma coisa nova, mas para continuar uma obra j bemadiantada. Cristo no trouxe o propsito de introduzir uma religio nova;considerando porm, que havia no judasmo duas correntes bem diversas, e que agrande maioria do povo acompanhava uma dessas correntes, a qual se ia desviandocada vez mais do eterno propsito de Deus.

    3.2. A religio judaica era provisria e preparatriaNa sua grande obra de salvao Deus sempre adaptou a sua ao s condies

    em que se achava o povo que queria salvar. Isto era necessrio porque a salvao sempre um ato moral, inteiramente ao alcance das pessoas a salvar. A religio

    judaica era por natureza provisria e preparatria, foi adaptada ao pvo daqueletempo, Mt 5.27-29,39,39.

    3.3. Jesus cumpriu a lei na sua vidaEm primeiro lugar, Jesus cumpriu perfeitamente a lei na sua vida pessoal. Tudo

    o que a lei exigia e tinha como alvo Ele satisfez e realizou plenamente na sua vida;seu carter satisfez o mais alto ideal da lei. Nunca transgrediu a lei porque nuncaviveu no baixo plano em que ela operava.

    3.4. A relao do Antigo para o NovoDiante disto perguntar algum: "Ento o Antigo Testamento perdeu o seu

    valor?" De modo nenhum. Ser que a flor nada tem com o fruto? Como que se hde compreender o fruto sem a flor? Como que se h de compreender o homem sem

    o presente sem o passado? A objeo no tem razo de ser. O plano de Deus ums. O princpio to necessrio como o fim para a compreenso do plano todo.

    4.O REINO DE DEUS4.1. Jesus apareceu anunciando o reino de Deus

    Jesus apareceu no meio do seu povo anunciando o evangelho do Reino de Deus,Mt 4.17. Esta frase uma das mais comuns usadas por Jesus. Sem dvida alguma,

    representa um dos seus ensinos mais fundamentais. De acordo com o evangelhosegundo Marcos, Jesus comeou a anunciar o seu evangelho, dizendo que o Reino de

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    Deus estava prximo, Mc 1.16. Indaguemos agora qual a verdadeira significaodesta frase "O Reino dos Cus".

    4.2. As duas frases "Reino de Deus" e "Reino dos CusO que significa, pois, "Reino de Deus"? A idia de um reino cujo rei Deus

    uma idia muito comum no Antigo Testamento, e tem uma histria longa. Vem elados primeiros tempos do povo judaico. Por isto precisamos em primeiro lugar estudara sua relao para com o Antigo Testamento, para com a histria do povo judeu.

    4.3. A concepo dos judeus a respeito do Reino de DeusO pensamento religioso do povo judaico estava saturado com a idia de um

    Reino de Deus. A idia de uma teocracia achava-se impregnada na vida da naojudaica, influenciando todo o povo, x 19.5,6. Apesar desta expresso, "o Reino de

    Deus" no ocorrer no Antigo Testamento, a idia verifica-se em toda a extenso daatividade proftica.4.3.1. H uma dupla nfase sobre a soberania real de Deus.4.3.2. Ele freqentemente referido como o Rei, tanto de Israel, x 15.19; Nm

    23.21; Dt 33.5; Is 43.15.4.3.3. Como o Rei de toda a terra, 2o Rs 19.15; Is 6.5; Jr 46.18; Sl 29.10;

    99.1-4.4.3.4. Isto leva concluso de que, embora Deus seja Rei, ele deve tambm

    tornar-se Rei, ou seja manifestar a sua soberania real no mundo dos homense das naes.

    O judasmo apocalptico tambm possua diversos tipos de esperana. Algunsescritores enfatizaram o aspecto terreno, histrico do Reino, ao passo que outrosenfatizaram os aspectos mais transcendentais. Entretanto a nfase sempreescatolgica.

    A comunidade de Qumran partilhava de uma esperana semelhante concernenteao Reino.

    A literatura rabnica desenvolveu uma escatologia semelhante, mas fez umpouco mais uso do termo "o reino dos cus". O Reino de Deus foi considerado como odomnio de Deus - o exerccio de sua soberania.

    4.4. O Reino dos CusA expresso "o reino dos cus", aparece em Mateus, onde mencionada cerca

    de trinta e quatro vezes. Vrias vezes em Mateus, e em vrios lugares no restante doNovo Testamento, a expresso "reino de Deus", usada. O reino dos cus", umaexpresso semtica, na qual o vocbulo "cus" um termo usado em substituio aonome "divino" - Lc 15.18. Na realidade, ambas as expresses "o reino de Deus" e "oreino dos cus", raramente foram usadas na literatura judaica antes dos dias deJesus.

    4.5. O Reino Escatolgico

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    a vinda do Reino de Deus, Mt 6.10, ou seu aparecimento, Lc 19.11, queassinalar o fim da Era Presente e inaugurar a Era Vindoura.4.5.1. A vinda do reino de Deus significar a destruio total e final do diabo e seus

    anjos, Mt 25.41.4.5.2. A formao de uma sociedade redimida que no se mistura com o mal, Mt

    13.36-43.

    4.5.3. Comunho perfeita com Deus no banquete messinico, Lc 13.28,29.

    5.O FILHO DO HOMEM E O FILHO DE DEUSAcabamos de estudar a significao das frases: "Reino de Deus" e "Reino dos

    Cus"; temos agora para nossa considerao, duas outras expresses ainda maisdifceis de interpretar, a que so: "Filho do Homem" e "Filho de Deus".

    5.1.

    As referncias frase "FILHO DO HOMEM"Que significam essas duas frases em relao a Jesus Cristo? Tomemos

    primeiramente esta, como assunto de nossa considerao. Os evangelhos sinticos,tomando em apreo a sua relao para com o Antigo Testamento nos trs primeiroslivros, dividem-os em trs classes de referncias feitas a Jesus como Filho do homem:

    5.1.1. Em um grupo de passagens, onde se emprega esta expresso, faz-sereferncia vida de Jesus aqui na terra, Mc 2.10, 28; Mt 8.20; Lc 19.10.

    5.1.2. Noutro grupo, a referncia aos sofrimentos e morte de Jesus, Mc 8.31;9,31; Mt 14.21.

    5.1.3. E a ltima frase tem referncia Segunda vinda de Jesus, Mt 24.31; Mt25.31.

    Diante destes trs grupos de passagens, naturalmente levanta-se a questo daverdadeira significao da frase "Filho do homem".

    5.2. O Filho do Homem nos Evangelhos SinticosO uso da expresso filho do homem nos sinticos pode ser classificado em trs

    categorias distintas: o Filho do Homem servindo na terra; o Filho do Homem nosofrimento e morte; o Filho do Homem na glria escatolgica.

    5.2.1. O Filho do Homem TerrenoMt 9.6; Mc 2.10; Lc 5.24 Autoridade para perdoar pecados.Mc 2.27; Mt 12.8; Lc 6.5 O Senhor do Sbado.Mt 11.19=Lc 9.58 O filho do homem veio comendo e

    bebendo.Mt 8.20=Lc 9.58 O Filho do homem no tem onde

    reclinar sua cabea.

    5.2.2. O Filho do Homem SofredorMc 8.31; Lc 9.22 O Filho do Homem deve sofrer.

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    Mc 9.12; Mt 17.12 O Filho do Homem ir sofrer.Mc 10.45; Mt 20.28 O Filho do Homem veio para

    servir e dar a sua vida.Mc 14.41; Mt 26.45 O Filho do Homem entregue nas

    mos dos pecadores.

    5.2.3. O Filho do Homem ApocalpticoMc 8.38; Mt 16.27; Lc 9.26 Sua vinda na glria do seu Pai

    com os santos anjos.Mc 13.16; Mt 26.64; Lc 22.69 Vero o Filho do Homem vinda

    nas nuvens e com grande glria.Lc 12.40; Mt 24.44 O Filho do Homem vir numa hora

    em que ningum o espera.Lc 17.24; Mt 24.27 Como o relmpago cruza o cu,

    assim ser o Filho do Homem no

    seu dia.

    5.3. O FILHO DE DEUS

    A expresso messinica Filho de Deus, a mais importante no estudo daauto-revelao de Jesus. Na histria do pensamento teolgico, esta expresso conotaa divindade essencial de Jesus Cristo. Ele o Filho de Deus, ou seja, Deus o Filho, aSegunda pessoa da trindade divina.

    O ttulo mais comum pelo qual Jesus designado nos evangelhos sinticos o

    de "Filho do Homem". somente no evangelho de Joo, que encontramosfreqentemente o outro ttulo de "Filho de Deus".

    5.3.1. O Significado da frase "Filho de Deus"H pelo menos quatro modos diferentes:

    a. Uma criatura de Deus pode ser denominada o filho de Deus em virtude dedever sua existncia atividade criativa imediata de Deus - Lc 3.38; x4.22;

    b. Esta expresso pode ser usado para descrever a relao que os homenspodem manter com Deus como os objetos peculiares do seu cuidadoamoroso. x 4.22. em todo o Novo Testamento, este conceito carregadode um significado mais profundo, ao se fazer meno dos cristos em termosda filiao para com Deus, quer por nascimento, Jo 3.3; 1.2; ou pelaadoo, Rm 8.14,19; Gl 3.26; 4.5.

    c. Este terceiro significado messinico; o rei da linhagem de Davi designadode filho de Deus, 2o Sm 7.14.

    d. E o quarto teolgico. Esta expresso Filho de Deus na teologia crist, veio aTer um significado mais elevado; Jesus o Filho de Deus porque ele Deus eparticipa da natureza divina. Este o propsito do apstolo Joo ao escreverseu evangelho. Fazendo uma anlise mais consciente, vemos que Jesus,como o Filho de Deus, o Logos, era pessoalmente preexistente, ele era Deus,e encarnou-se com o propsito de revelar Deus aos homens.

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    6.A NATUREZA HUMANA E O PECADO

    6.1. Jesus Conhecia o HomemJesus nunca discutiu formalmente a origem e a natureza do homem, contudo as

    suas referncias ao homem so tantas e tais que podemos fundamentar nelas adoutrina do homem. Jesus conhecia o homem como nenhum outro o conheceu, Jo2.25.

    6.2.Jesus viu na humanidade uma mistura de bem e mal

    Sem dvida Jesus viu no homem ou na humanidade uma mistura de bem e domal; por isso que Ele sempre condenava o mal e procurava estimular o bem. Zaqueu

    era um publicano, homem indigno, sem valor. Porm, Jesus viu nele um homem demuito valor. - Lc 19.1-10.

    6.3. O homem imortal

    Jesus tambm ensinou que o homem era imortal, embora no falasse muito davida alm-tmulo. Porm, o que Ele disse o suficiente para estabelecer o fato daexistncia de uma vida alm desta. - Mc 12.18-27.

    Jesus corrige dois erros dos saduceus:a. refuta a idia de que a vida alm tmulo seja uma alongamento aqui na

    terra.b. Corrige sua falsa concepo dos mortos nos tempos passados - v. 27.

    6.4. O Pecado

    Vejamos agora o que Jesus diz acerca do pecado. Como no caso deo homem,Jesus no discute a origem ou a natureza do pecado; mas reconhece que o pecado problema muito srio.

    6.5. O Pecado Universal

    Jesus ensinou que o pecado universal. verdade que Ele fala de certaspessoas que no necessitam de arrependimento, mas essas pessoas eram justas saos seus prprios olhos, Lc 15.7; 11.4; Mt 7.11;

    6.6. O Pecado contra o Esprito Santo

    Note-se, portanto, que o nico pecado que no pode ser perdoado o pecadocontra o Esprito Santo, o qual consiste em negar ao Esprito Santo o poder de

    regenerar a alma do a homem. Aquele que negasse ao po o poder de matar a fome, gua o poder de matar a sede e, conseqentemente, no se utilizasse desses

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    elementos e no caso de outros no haver, morreria irremediavelmente de fome esede.

    7.A VERDADEIRA JUSTIA

    7.1. A lei a base antiga da justiaQuando Jesus veio ao mundo, prevalecia a idia de uma justia muito diferente

    daquela que Ele viera pregar e exemplificar na sua vida. A justia do fariseu era umajustia legalista, adquirida pelo indivduo mediante obedincia s exigncias da letrada lei. Era a justia prpria da pessoa que a possua.

    Para o fariseu a lei era a pedra de toque de tudo. Quem estava bem com a lei eas suas exigncias, estava bem em tudo.

    7.2. Jesus mudou a baseQuando, porm, Jesus veio, substituiu essa relao para com a lei, isto , a

    relao pessoal que o homem tem para com Deus e para com a humanidade - Lc10.26,27. Em vez da lei ento, como base da justia, temos as duas grandesrelaes pessoais, uma com Deus e outra com a humanidade. Jesus estabeleceu,portanto, a justia em outras bases, em bases pessoais. Substituiu a relao legalistapela relao pessoal; a lei, por Deus e a humanidade.

    7.3. O amor a essncia da justiaNo transferir a questo da justia de uma relao legal para uma relao

    pessoal, Jesus afirmou que o corao a usina donde sai a fora que d cumprimentos exigncias das relaes pessoais, segundo Deus, que o amor. Lc 10.27; Mt5.23,24,48. Segundo a concepo de Cristo no s todo o mandamento, mas toda alei resumem-se no amor. - Mt 22.36-40.

    7.4. A verdadeira justia evidente destas consideraes que Jesus achava a verdadeira justia, no nos

    simples atos, mas nos mveis desses atos, na condio do corao do que executava. verdade que Cristo exige bom procedimento, porm, reconhece que o bom carter

    a base e exclusiva garantia de boa conduta. Quem no bom de corao no poderealmente praticar o bem, Mt 7.17,18.7.5. A lei cumprida

    fcil ver deste ponto de vista, a idia de Jesus quanto ao cumprimento da lei.J discutimos. verdade, este assunto, porm, bem oportuno lembrarmos-nos queo cumprimento da lei por Jesus, alcanou exatamente tudo quanto a lei visava. A lei,por exemplo, visava o estabelecimento de boas relaes entre os indivduos, ou ahumanidade em geral.

    7.6. A lei ritual

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    Era justamente essa lei ritual que mais pesava, e influenciava a vida judaica, notempo de Cristo. - Mt 23.4,24; 5.23,24. Ele veio para cumprir e no para destruir.Jesus visava sempre a condio do corao, que realmente servia de fundo a todas asquestes da lei. Jesus queria converter em realidade o ideal da lei.

    8.A SALVAO MESSINICAA idia de mais realce que nos aparece no Novo Testamento a da Salvao. -

    Lc 19.10. Esta salvao oferecida por Jesus Cristo debaixo de certas condies.A misso messinica de Jesus tinha como seu objetivo a preparao dos

    homens para o Reino de Deus futuro. Jesus constantemente lanou os seus olharespara a vinda do Reino escatolgico, quando o julgamento final ir efetivar umaseparao entre os homens, justos entrando para a vida e bno do Reino, e osmpois para o estado de punio. A igreja primitiva considerou a morte de Jesus comoum dos eventos mais essenciais realizao de sua misso. 1a Co 15.1-3.

    8.1. O evento da crucificao.Historicamente, a morte de Jesus foi uma tragdia relativa a um homem que foi

    apanhado pelos poderes da fora poltica. Jesus havia incorrido na hostilidade mortaldos escribas e fariseus por rejeitar a interpretao que faziam da lei, o que implicavana destruio do fundamento do judasmo rabnico como um todo.

    Como mestre religioso, ele foi uma ameaa religio farisaica e suapopularidade com o povo o tornou paulatinamente perigoso, Jo 11.47,48. Quando osindrio condenou Jesus sob acusao de blasfmia, Mc 14.64, estavam agindo deacordo com a compreenso que os seus membros possuam do Antigo Testamento.

    8.2. Predies da PaixoOs evangelhos representam Jesus como predizendo claramente a sua paixo. O

    registro do Evangelho faz da confisso e Pedro, em Cesaria de Filipe, um pontodivisrio em seu ministrio. Esta instruo sobre a sua morte iminente tornou-se umelemento importante no ensino dos dias subseqentes, Mc 9.12,31; 10.33; Mt17.12; 20.18,19; Lc 17.25.

    8.3. A morte de Jesus MessinicaEssa concluso parcialmente deduzida da evidncia j citada de que Jesus

    considerou a sua morte como elemento essencial em seu ministrio totalmente emparte da linguagem usada em suas predies a respeito dos seus sofrimentos, Mc8.31. A ddiva de sua vida o objetivo para o qual Jesus veio; a consumao e opropsito de sua misso messinica so incorporados no ato de entregar a sua vida,Mc 10.45.

    8.4. A morte de Jesus ExpiatriaO significado redentor da morte de Jesus pode ser observado na declaraosobre o seu carter expiatrio encontrado em, Mc 10.45. Aqui esto inserido dois

    conceitos:

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    a. a vida - o filho do homem dar a sua vida (psyche), por muitos;b. o resgate - e a idia de resgate (lutron), que envolvia o preo para redimir

    um escravo da servido. Este conceito era comum no mundo helenista.

    8.5. A morte de Jesus Substitutiva

    A morte de Jesus no somente redentora; a expiao realizada por meio dasubstituio. Um elemento substitutivo deve ser reconhecido tanto no conceito geralenvolvido como na linguagem particular empregada.

    8.6. A morte de Jesus SacrificialA morte de Cristo no apenas redime por meio da substituio; tambm uma

    morte sacrificial. A descrio do servo sofredor em Isaas 53, tem em vista o servode Deus derramando sua alma como uma oferta pelo pecado, Is 53.10.

    8.7.A morte de Jesus escatolgicaA morte de Jesus tem um significado escatolgico, Mc 14.25. Sua morte cria

    uma nova esfera de comunho, que ser completamente realizada apenas no Reinode Deus escatolgico. - 1 Co 11.26. A objeo de que este ensino sobre uma mortesacrificial e redentora dificilmente pode ser considerado como parte autntica doensino do Senhor, porque no tem consonncia com o corpo de seu ensino a respeitoda natureza de Deus e no pode ser afirmada e mantida de modo bem sucedido.

    8.8. A morte de Jesus uma VitriaAlgumas poucas declaraes encontradas em Joo suscitam um outro aspecto

    no que tange ao significado da morte de Jesus. J vimos que no mago da misso deJesus estava uma luta espiritual com os poderes do mal. A morte de Jesus significaque o dominador deste mundo "lanado para fora, ou expulso - Jo 12.31.

    9.A IGREJAEm nosso estudo sobre o reino de Deus aprendemos que o reino era - e ainda

    - um reino espiritual. Segundo a idia predileta de Jesus, o reino no est tanto sobre

    ns como em ns.

    9.1. Indicaes de que Jesus pretendia construir a igrejaMuito cedo no seu ministrio, Jesus revelou a sua inteno de formar ou fundar

    uma sociedade composta das pessoas dentro do reino de Deus; porque Ele sabia quea vida pujante e poderosa da comunho do homem com Deus, tinha necessidade depossuir um meio pelo qual pudesse manifestar-se clara e eficazmente ao mundo.

    A igreja o plano de Deus para unir toda a raa humana numa nova raa salva,

    por Jesus Cristo.

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    1. a primeira indicao de que Jesus tencionava fundar a igreja, achar-se nomodo dEle chamar alguns dos seus discpulos para O seguirem nas suasviagens evangelstica. - Mc 1.18-20.

    2. Essa inteno de fundar uma igreja tornou-se ainda mais clara quando Jesusescolheu doze homens para estarem constantemente com Ele. - Lc 6.12-16.

    3. Tambm as exigncias feitas por Jesus aos seus seguidores mostram que assuas intenes eram muito srias e severas. - Mt 8.19-22; 10.37-39.

    PARTE II

    A TEOLOGIA DE JOO

    INTRODUO

    Nos captulos a respeito da misso e ensino de Jesus fizemos uso primariamentedos Evangelhos Sinticos, com referncia somente ocasional ao Quarto Evangelho. Asdiferenas entre Joo e os Sinticos no devem ser encobertas. Tais diferenas nateologia so corolrios s diferenas relacionadas a problemas de introduo.

    Seu Ministrio Sinticos Galilia Joo JerusalmPscoa Sinticos 1 vez Joo 3 vezes =

    2.13; 6.4; 13.1.

    Omisso do 4o

    Evangelho:Joo:a. o nascimento de Jesus;b. o batismo;c. a transfigurao;d. a expulso de demnios;e. a agonia no Getsmane;f. a ltima ceia;g. o discurso no Monte das

    Oliveiras.

    Sinticos:Mt; Lc;

    O uso literrio, e estilo do grego, so pontos que revelam esta diferena entreos Sinticos e o 4o Evangelho.

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    Por outro lado, nfases Joaninas mais distintivas esto ausentes nos Sinticos.Talvez a expresso peculiar mais distintiva de Joo seja a declarao [ego eimi]: "Eusou o po da vida", 6.35; "a luz do mundo", 8.12; "a porta", 10.7; "o bom pastor",10.11; "a ressurreio e a vida", 14.6; "a videira verdadeira", 11.25; "antes queAbrao fosse, eu sou", 8.58.

    1.1. A diversidade e unidade da BbliaQuem tiver examinado, ainda que no muito profundamente, a Bblia, h de ter

    notado duas coisas: a sua diversidade e a sua unidade. Do ponto de vista da suadiversidade o Novo Testamento divide-se naturalmente em seis grandes divises:

    1. os Evangelhos;2. o 4o Evangelho e as cartas de Joo;3. os Atos dos Apstolos, as cartas de Pedro e Tiago;4. as cartas do apstolo Paulo;5. a carta aos Hebreus;6.

    o Apocalipse.

    tarefa da Teologia Bblica definir bem as peculiaridades de cada uma destasgrandes divises, explicando os diversos tipos de ensino e os pontos de vista que seencontram nas Escrituras Sagradas.

    1.2. A pessoa de Cristo, o centro de sua teologiaDestas peculiaridades a primeira que queremos notar, que para Joo a pessoa

    de Cristo o centro de tudo. Na realidade Cristo o centro de toda a teologia dasdiversas pores, ou livros, que compem a Bblia; h, porm, algumas diferenas noconceito.

    1. Na teologia de Paulo, a obra de Cristo, especialmente o sacrifcio da cruz, onde este v toda a glria de Deus - Gl 6.14;

    2. Mas a nfase de Joo na prpria pessoa de Cristo que se v realmente aface e a glria de Deus. "quem me v a mim v o Pai" - Jo 14.9b. a grandeimpresso que a prpria pessoa de Cristo fez em Joo, que domina toda asua teologia.

    2. O DUALISMO JOANINO

    Outra peculiaridade de Joo era a de pensar por antteses e contrastes. Umaespcie de dualismo caracteriza os seus escritos. bom notar, porm, que o seudualismo no um dualismo metafsico, mas um dualismo moral, que todo o mundopode observar na vida cotidiana e tambm na histria da raa humana, desde o seucomeo.

    2.1. Os dois Mundos

    O dualismo dos Evangelhos Sinticos horizontal: um contraste entre duas eras- a era presente e a era vindoura.

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    O dualismo de Joo vertical, um contrates entre dois mundos - o mundosuperior (de cima) e o mundo inferior (de baixo) - Jo 8.23. Os Sinticos contrastamesta era com a era vindoura, e sabemos, atravs do uso Paulino, que "este mundo",pode ser um equivalente expresso "esta era", em contraste com o mundo de cima."Este mundo", visto como mal, tendo o diabo como seu governante, 16.11. Jesusveio para ser a luz deste mundo, 11.9. A autoridade de sua misso no procede

    "deste mundo", mas do mundo de cima - de Deus, 18.36.Outras expresses dualsticas em Joo:1. Trevas e Luz - 1.5; 8.12; 9.5; 11.9; 12.35,36,46.

    2. Carne e Esprito - 1.13,14; 3.6,12; 4.24; 6.63.3. Kosmos - importante compreender o uso que ele faz da palavra "mundo",

    kosmoskosmos3 - "ordem criada", 17.5,24; e a "terra em particular", 11.9;16.21; 21.25.

    4. Por metonmia, kosmos pode designar no apenas o mundo, mas tambmaqueles que habitam o mundo: o gnero humano, 12.19; 18.20; 7.4;14.22. observe esta expresso: "o mundo inteiro vai aps ele", 12.19, significaque Jesus assegura uma grande resposta.

    2.2. Pecado Descrena

    Descrena em Cristo uma outra manifestao de uma averso bsica porDeus. A presena de Jesus entre os homens trouxe a averso deles por Deus a umacrise de tal forma que ela tornou-se claramente evidenciada como averso por Cristo,3.22-24; 8.24. Sendo assim, o pecado da descrena inflexvel, por si mesmacondena o homem a uma separao eterna de Deus. Por esta razo, o crer em Cristo(pisteuoeis ""), 20.31, recebe forte nfase.

    Em Joo a palavra encontrada treze vezes nas palavras de Jesus e vinte enove vezes na interpretao de Joo. Descrena essncia do pecado, 16.9; 3.36.

    2.3.A Concepo da Religio

    Resulta claro luz destas consideraes que Joo nos deu uma concepo

    puramente espiritual e tica da religio, e no uma concepo de formalidades ecerimnias. Como j notamos, o seu evangelho ensina que "Deus Esprito", equalquer um em qualquer tempo e lugar, pode ador-lo desde que o faa "em espritoe verdade". Quase nada Joo disse a respeito das instituies, nem da igreja. Nomencionou a instituio da Ceia, e as referncias que fez ao batismo estavam quasetodas relacionadas com o batismo de Joo.

    3 , , , 1) o universo, o mundo (a soma das coisas criadas); a terra habitadas; oshabitantes da terra toda; a raa humana; "a massa da humanidade mpia, alienada de Deus e hostil

    causa de Cristo" - Thayer; "afazeres mundanos, o agregado de bens, riquezas, vantagens, prazeres,etc., que embora ocos, vos e passageiros estimulam a cobia e constituem obstculo a Cristo" -Thayer; "o padro da vida pag" - Hort; "adorno". W.C.TAYLOR. Dicionrio do Novo TestamentoGrego. (doravante denominado de DNTG). Ed. JUERP. 1991., p. 121.

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    2.4. Dualismo Grego

    2.4.1. O dualismo de Joo deve ser discutido contra o fundo contextual dodualismo grego, incluindo o gnosticismo e o dualismo judaicorecentemente descoberto, conforme evidncias da literatura deQunran. De acordo com a pensamento filosfico de Plato, h dois

    versos nos quais se verifica a existncia - o fenomenal e o numeral: omundo mutvel, transitrio, visvel e o mundo invisvel, eterno, que aesfera de ao de Deus. "Salvao" para aqueles que dominam suaspaixes; e, por ocasio da morte, suas almas sero libertadas de suaescravido terrena, corprea, a fim de, libertas, desfrutarem umaimortalidade abenoada. Filo seguindo esta perspectiva, ensinou que alibertao da escravido terrena era resultado do conhecimento deDeus e do mundo; mas, ao passo que Plato atingia este conhecimentopor meio do raciocnio dialtico, Filo, em seu lugar, colocou a profecia,a revelao na Lei de Moiss.

    2.4.2. No gnosticismo plenamente desenvolvido, a matria ipso facto m, eo homem somente pode ser salvo mediante a recepo da gnosisconcedida por um redentor, que desceu ao mundo inferior,ascendendo, depois, ao mundo mais elevado.

    3. A RELAO DE JESUS PARA COM DEUS

    IntroduoO prprio evangelista declara o propsito de seu escrito: " Mas estes foram escritos

    para que vocs creiam que Jesus o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome". 20.31(NVI). Se o tempo presente foi adotado, o propsito de Joo confirmar os cristosem sua f em Jesus como o Messias e Filho de Deus face s interpretaes errneasque estavam surgindo na Igreja. A CRISTOLOGIA central ao livro, pois a vida eternadepende de um correto relacionamento com Jesus Cristo.

    3.1.A Doutrina do Verbo ou Logos4

    Uma das doutrinas mais distintivas do 4o Evangelho a doutrina do Logos, ou

    do Verbo - 1.1,14. O termo "Verbo", empregado por Joo para designar apreexistncia de Jesus, e porque ele no tomou tempo para explic-lo torna-seevidente que ele j era mais ou menos conhecido do povo naquele tempo.

    3.2.A frase "Filho de Deus" significa relao especial

    4A idia do Logos recua aos tempos do filsofo Herclito (VII sc. 500 a.C.). Ele ensinou que todas ascoisas estavam em um estado de fluxo constante, que nada permanece o mesmo. Para ele, logos podesignificar "discurso", "preleo didtica", i. , "ensino", e at mesmo "reputao". No mundo Gr.

    Secular, a palavra logos j assumiu uma significncia para o pensamento especulativo muito antes dasua terminologia ter sido definida com mais exatido. Colin BROWN. Dicionrio Internacional deTeologia do Novo Testamento. (doravante denominado de DITNT). Edies Vida Nova. 1989., p.392. Para uma anlise mais acurada desta palavra na terminologia filosfica.

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    O ttulo Filho de Deus, com suas modificaes, aplicado a Jesus cerca de trintavezes no evangelho de Joo, umas vinte nas suas epstola.

    Ningum pode ler o Evangelho de joo sem chegar concluso de que a relaoentre Jesus e o Pai toda especial, uma relao natural e metafsica, e nosimplesmente uma ralao moral ou tica. Os homens podem ser feitos filhos de

    Deus, mas Jesus foi, e ser sempre Filho de Deus. - 1.12; 10.30; 17.5,21;3.3. O Ttulo no messinico entre os judeus

    Este ttulo "filho de Deus", no era geralmente usado entre os judeus comreferncia ao Messias. Como sabemos, a idia do povo judaico a respeito do Messiasera bem outra. O povo esperava um homem guerreiro, como Davi.

    Como o Filho ideal de Deus, Jesus aplica a si mesmo este ttulo, a fim de revelara sua relao nica e toda especial com o Pai. "Cristo", um ttulo messinico, "Filho

    de Deus", uma designao pessoal e no oficial.

    4. A DOUTRINA DO ESPRITO SANTO

    IntroduoUma das diferenas mais destacadas entre os Sinticos e o Quarto Evangelho

    o lugar que Joo da ao Esprito Santo, especialmente no sermo do cenculo com seuensino singular a respeito do Parclito.

    4.1. Pneuma na religio Helenista

    H, certamente, grande variedade na religio helenista. Os gregos geralmentepensaram a respeito do elemento mais essencial do ser humanocomo psyche, no

    pneuma. No dualismo grego, psyche contrastado com o corpo da mesma formacomo o mundo noumenal contrastado com o mundo phenomenal.

    No pensamento gnstico, o poder era concebido como se fora uma substncia, epneuma incluia o conceito de substncia bsica da vida. Deus espiritual. No ato dacriao, parte de sua substncia espiritual unir-se com a matria; mas essa parteainda est por libertar-se. Redeno significa o reajuntamento de todas as partculas

    do pneuma.

    4.2. Os nomes dados ao Esprito Santo

    Vamos considerar em primeiro lugar os nomes pelos quais chamado o EspritoSanto. Alm da designao conhecida de Esprito Santo, h ainda o Parcleto, termoeste que na traduo de Almeida consolador, 14.16,26. O termo consolador(segundo a traduo de Almeida), vem de duas palavras latinas: com e fortis, iguala confortares. O termo significa aquele que fortalece, que conforta. Termo"parcleto", que o termo original, uma palavra grega que se encontra tambm

    aplicada a Jesus, e vertida por Almeida com a significao de "Advogado", em 1a

    Jo2.1.

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    4.3.A Misso do Esprito Santo

    Consideremos agora um pouco a questo da misso de Esprito Santo. Quanto aele mesmo, sabemos j uma pessoa distinta, embora intimamente relacionada comJesus. Qual, porm, a sua Misso?

    H trs pontos a considerar no estudo desta questo:1. qual a misso do Esprito Santo em relao ao trabalho de Cristo?2. Qual a misso do Esprito Santo em relao aos crentes?3. Qual a misso do Esprito Santo em relao ao mundo?

    1)Em relao ao trabalho de Cristo, o Esprito Santo enviando em nome de Jesus.Alm de ser enviado em nome de Jesus, o Esprito Santo tem ainda a misso derelembrar aos crentes tudo aquilo que Jesus havia dito.

    2)Em relao aos crentes foi mudar o fundamento ou base da sua f. Era, pois,necessrio que a f dos homens se transferisse do visvel para o invisvel, do

    material para o espiritual.3)Em relao com o mundo. Isto , claramente exposto em Jo 16.8-11. O termo"convencer", um termo legal. O trabalho do advogado de acusao fazer aacusao do ru, com as provas em mo.

    5. ESCATOLOGIA

    5.1.A Unio com Cristo, Acentuada

    Dos escritos sagrados, Joo o que mais acentua a unio ntima e viva docrente com Cristo, unio esta que desafia o tempo, por isso pouco se fala,comparativamente, no seu Evangelho, a vida vindoura. A vida eterna, por exemplo, nos apresentada como uma realidade acessvel enquanto estamos aqui na terra. Jo11.24,25; 6.39,40,54; 5.24-27.

    5.2.As passagens examinadas sobre a Segunda vinda de Jesus

    O termo parousia, que se emprega para designar a volta final de Jesus a estemundo, usa-se uma vez nos escritos de Joo, em 1a Jo 2.28. Esta uma refernciaclara a Segunda vinda de Jesus.

    Mas, alm desta passagem, h muitas outras aluses ao fim, fazendo supor queele se aproximava - 1a Jo 2.18; 3.2; 3. As passagens principais e ao mesmo tempoas mais difceis em relao vinda final de Jesus so os captulos 14 e 16 do seuevangelho.

    5.3.A Ressurreio

    O ensino da ressurreio no quarto evangelho envolve tanto um evento futuroobjetivo e escatolgico como uma realidade espiritual presente. 11.25,26. Arealidade da vida da ressurreio no presente expressa vividamente em 5.25,26.

    5.4. O Juzo Final

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    Vamos notar agora que este processo de julgar, e o ato final de julgar estointimamente ligados com a natureza do Evangelho e da verdade como coisas que porsua prpria natureza julgam o homem aprovado-o ou condenando-o. - 8.15,16,22;12.47; 5.30; 9.39; 3.19. O futuro juzo apenas a ltima crise no processo de

    julgar.

    PARTE III

    O PRIMITIVO ENSINO APOSTLICO

    A TEOLOGIA DOS "ATOS DOS APSTOLOS"

    INTRODUOO livro de Atos tem como propsito fornecer um esboo da histria da Igreja,

    comeando nos seus dias mais primitivos, em Jerusalm, at a chegada de seu maiorheri - Paulo - na principal cidade do Imprio Romano. O livro fornece um programado evangelho desde Jerusalm, na via Samaria e Antioquia, at a sia Menor, Grciae, finalmente, Itlia. Atos registra um nmero de sermes de Pedro, Estevo e Paulo,que nos fornecem as informaes para o estudo da f da igreja primitiva. Uma vezque tais sermes, particularmente os de Pedro, so, de modo ostensivo, a fonteprimria para as crenas da Igreja em Jerusalm.

    5.1. No princpio no havia separao completa entre o cristianismo e o judasmoOs primeiros discpulos ento continuaram judeus, praticando as cerimnias da

    religio dos seus pais. - At 16.3; 21.20-28.

    5.2.A Ressurreio deu-lhes mais CoragemOs discpulos de Jesus apegaram-se firmemente esperana do breve

    estabelecimento do Reino de Deus. Haviam argumentado sobre quem teria o statusmais elevado no reino, Mt 18.1. justamente, quando era maior o seu desnimo,correu a notcia de que Jesus ressuscitara, Lc 24.9-11. Parece que foi nesta

    passagem dos Atos dos Apstolos que os discpulos pela primeira vez procuraramentender a idia da necessidade da morte do Messias.

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    5.3. O Kerygma Escatolgico1. A era do cumprimento apareceu, At 2.16; 3.18,24;2. Este surgimento da era messinica aconteceu atravs do ministrio, morte, e

    ressurreio de Jesus, At 2123;

    3. Por causa da ressurreio, Jesus foi exaltado direita de Deus, como ocabea messinico do novo Israel, 2.33-36; 3.13;4. O Esprito Santo, na Igreja, sinal do presente poder e glria de Cristo,

    3.21.

    5.4. O Jesus HistricoO kerygma primitivo tem seu ponto final na morte e exaltao de Jesus. O

    kerygma da igreja proclamou o destino de um homem real, o Jesus de Nazar, At2.22. No dia de Pentecostes, Pedro falou de uma pessoa a quem ele e seus ouvintes

    conheceram com base na experincia e observao pessoal, 10.38,39.5.5.A Salvao

    Como Messias, Jesus o portador da salvao, 4.12. Esta salvao considerada tanto pessoal como nacional; inclui tanto o bem temporal como o bemespiritual, 2.38,39; 3.23.

    5.6. O princpio bsico da Organizao da Igreja bom notar nesta conexidade que o o princpio bsico da organizao da igreja

    primitiva foi a necessidade de cuidar do servio crescente. Havendo necessidade defazer certo servio a igreja podia, de acordo com este princpio, efetuar a organizaoque cuidasse de tal servio.

    1. A Vida da Igreja Primitiva - A experincia do Pentecoste no levou osprimeiros cristo a romper com o judasmo, 2.46,47; 5.13.

    2. Batismo - A ekklesia recebia, em sua comunho os que aceitassem aproclamao de Jesus como o Messias, se arrependessem e recebessem obatismo em gua, Jo 3.22; 4.1,2; At 2.38,41; 8.12,36,37; 10.47,48;9.18; 16.14,15.

    3. A Comunho Crist - Um dos elementos mais admirveis, na vida das igrejasprimitivas, era o sentido de comunho, 2.42,44,47; 5.4; 6.2;

    4. A Organizao da Ekklesia - Examinando a organizao da ekklesia,precisamos reconhecer o aparecimento de lderes da igreja alm do perodomais primitivo. A ekklesia no era como hoje: uma instituio organizada.Dos doze, trs - Pedro, Tiago e Joo - ocuparam um papel de proeminncia,como lderes sobre os outros nove, 1.13; 6.1,2,8ss; por ocasio do concliode Jerusalm, 15.2,22; 16.4;

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    A TEOLOGIA DA EPSTOLA DE TIAGO

    INTRODUO

    1. O Autor - Esta epstola foi escrita por Tiago, irmo carnal de Jesus Cristo, Gl1.19; Tg 1.1. A epstola veio preencher certas lacunas que o livro de Atosdos apstolos deixara, pois no h poro Bblica que exiba a relao entreos ensinos de Jesus e os dos seus primeiros discpulos melhor do que esta.

    2. A quem foi dirigida - evidente que os crentes a quem a epstola foi dirigidaeram pessoas pobres, 2.15. Tambm nota-se que estes dispersos estavamsendo oprimidos pelos seus senhores, 2.6. O evangelho pode revelar querico aquele que o para com Deus, e pobre aquele que s possui os bensda terra, 1.9-11.

    3. O propsito da carta - Consolar os oprimidos. Em geral, seu propsito prtico. Tiago vive na expectativa dos ltimos dias - um tempo, conclui, emque a acumulao de tesouros terrenos ser sem sentido. O retorno iminente(parousia) do Senhor ainda uma esperana viva, 5.7-9. Tais referncias depassagem deixam claro que a escatologia desempenha um importante papelno pensamento de Tiago.

    1.2.A idia da Lei

    Deus, sendo perfeitamente bom, exige bondade do homem, e essa exignciaest na sua lei. Esta lei para Tiago a lei mosaica, 2.11,12.

    1.3. A idia da JustiaEm Tiago temos a doutrina de justia, apresentada em termos do Antigo

    Testamento, porm, de pleno acordo com os ensinos espirituais de Jesus Cristo. Istonaturalmente procede do uso e da concepo que Tiago tem da lei divina, 4.12; 5.7.

    1.4. A idia de SalvaoEstas consideraes preparam o caminho para o estudo da idia de Tiago sobre

    a salvao. A base da salvao e a boa vontade, a prpria graa de Deus,1.18,22,23.

    1.5. Tiago e PauloO assunto que tem dado mais que falar em relao epstola de Tiago o da

    justificao. Pare existir na epstola de Tiago um conflito com os ensinos dePaulo.Tiago diz que intil afirmar que uma f que no se pode provar, ou uma fque no produz obra nenhuma possa salvar a alma. 2.20. Tiago em sua discussono est falando de obras de mrito, obras em relao lei, obras que precedem asalvao; mas est falando de obras motivadas pelo amor, obras que surgem ouaparecem em relaes pessoais, obras da pessoa j salva.

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    A TEOLOGIA DA PRIMEIRA EPSTOLA DE PEDRO

    INTRODUOA epstola de Pedro declara ter sido escrita pelo apstolo Pedro, 1.1, um

    ancio, que foi testemunha ocular dos sofrimentos de Cristo, 5.1. Ele tem um

    companheiro seu filho Marcos 5.13. Uma forte tradio atribui esta epstola aoapstolo Pedro que usou, como seu amanuense, ou secretrio, Silvano (Silas; 5.12).

    1.1. Dualismo PetrinoO eruditismo recente tem enfatizado a similaridade na comum diviso de Pedro

    e dos sermes em Atos. O presente, no entanto, a tenso escatolgica entre opresente e o futuro, que no meramente cronolgica, mas tambm soteriolgica,1.11. A morte de Cristo no foi um mero evento histrico, mas um eventopredestinado por Deus antes da fundao do mundo, 1.20. Atravs de sua morte,Cristo inaugurou o fim dos tempos, 1.20.

    1.2. A Ressurreio de CristoPartilha deste carter escatolgico, pois o Cristo ressuscitado foi para o cu, Ef

    1.22. Isto significa que Cristo j assumiu sua lei messinica mo direita de Deus,onde ele tem que reinar, 1a Co 15.25. A ressurreio de Cristo no simplesmenteum evento do passado; um evento em virtude do qual todo aquele que cr pode,em tempo subseqente, entrar em novidade de vida, atravs da proclamao dasboas-novas, 1.23.

    1.3. Escatologia

    Assim, a escatologia desempenha um grande papel na epstola. Pedro no usa apalavra (parousia), mas fala, vrias vezes, da revelao (apokalypsis), de Cristo,1.7,13; 4.13; 5.4. O contraste entre o mundo mau e o cu particularmente forte edesempenha um papel essencial no pensamento petrino, 1.14,15,18,20; 5.9; 4.3;2.5,9,11; 3.1; 2.18.

    1.4. DeusO conceito de Deus por parte de Pedro contm a matria-prima da teologia

    trinitria, mas sua expresso , em geral, prtica, e no terica. Sua introduocontm referncia a Deus, o Pai, ao Esprito Santo e a Jesus Cristo, 1.2.

    1.5. CristologiaPedro mantm, claramente, uma alta Cristologia, embora ele no fale de Cristo

    como o Filho, a par com o Pai. 1.20. Os crentes tambm foram predestinados,1.2,25; 3.12.

    1.6. A Vida CristH duas nfase notveis, em Pedro, quanto vida crist. A primeira a firmeza

    no sofrimento. Sofrer a experincia normal do crente, porque o mundo, para ele, uma terra estranha, 4.13. A Segunda a do bom comportamento (o verboagathopoieo, fazer o bem, ocorre quatro vezes em Pedro 2.15,20; 3.6,17 mas em nenhum lugar em Pedro).

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    A TEOLOGIA DAS EPSTOLAS: JUDAS ESEGUNDA DE PEDRO

    INTRODUODevido ntima relao entre a epstola de Judas e a 2a de Pedro, vamos

    estud-las em conjunto. Ambas tratam de certos erros e abusos que surgiram, devidoa uma perverso do evangelho. Naturalmente no devemos esperar encontrar muitadiscusso doutrinria, como por exemplo nas cartas do apstolo Paulo, porque o fimdestas epstolas , no tanto ensinar como corrigir. Por esta razo no h tambmuma ordem formal ou lgica na discusso. Portanto, vamos estud-las do princpio aofim, sem tentar organizar a matria ao redor de temas especficos, de modo

    sistematizado como em geral acontece com os escritos sagrados.

    1.JUDAS1.1 O Autor

    Judas chama-se servo de Jesus Cristo e irmo de Tiago, 1.1. Sendo ele irmode Tiago e Tiago irmo de Jesus, logo ele era tambm irmo de Cristo. Judasescreveu aos chamados e santificados. O assunto de que ele trata a salvao quetanto ele como os chamados esto gozando. O fim da epstola exortar oschamados para que os frutos da salvao no sejam perdidos, 1.3.

    1.2. Exortaofalsos mestres chegam Igreja, que negam o nosso nico Soberano e Senhor,

    Jesus Cristo, v.4; que rejeitaram toda autoridade e ultrajaram os anjos, v. 8; queso escarnecedores, v.18;

    Os dois itens de interesse teolgico so:1. a referncia de Judas aos anjos que no guardaram o seu principado, v.6;

    ver 2a Pe 2.4;2. e o seu uso da literatura apcrifa, v. 14.

    2. A Segunda Epstola de Pedro

    2.1.AutorDeclara vir do punho do apstolo Simo Pedro, 1.1, que foi testemunha ocular

    da majestade de Jesus, em sua transfigurao, 1.16-18, pouco antes de sua morte(de Pedro), 1.14.

    Comea com uma descrio da salvao, em que o cristianismo consideradocomo o cumprimento da profecia.

    O termo chave nesta epstola no esperana, como na primeira carta dePedro, mas conhecimento, 1.13. A redeno por meio de Cristo Jesus mencionadauma s vez nesta carta, e assim mesmo em mera aluso, 2.1. O autor escreve aos

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    crentes novos, isto , os que aceitaram Cristo pela pregao que, devido aperseguio, saram de Jerusalm, At 8.4.

    2.2. Virtudes CristsNos versos 5.7 do primeiro captulo temos uma lista das virtudes que deviam

    adornar o carter do crente. Os que cultivam estas virtudes tero em abundncia este

    conhecimento to precioso e to desejvel, 1.8. Os que no tem estas virtudesperdero o discernimento espiritual e voltaro vida velha, 1.9.

    2.3. Uma ExortaoEm vista deste fato, o autor exorta os crente a seguirem uma vida pura e santa,

    3.14,15. A epstola conclui com mais uma exortao, 3.17-18.

    A TEOLOGIA DE PAULO

    INTRODUOA teologia de Paulo no pode ser bem compreendida parte de sua

    personalidade e histria. Mas do que a de qualquer outro apstolo, a sua histria eexperincia religiosa influram na formao da sua teologia. A primeira coisa queprecisamos fazer, pois, dar em ligeiros traos a sua biografia.

    1.2. Origem e CaractersticasDesde a sua mocidade Paulo manifestou um esprito religioso arrebatado at o

    fanatismo. Expunha francamente as suas convices, e sinceramente vivia segundoaquilo que cria. Paulo nascera dentro da religio judaica, Fp 3.5,6. Foi educadodentro dessa religio; considerava as doutrinas do cristianismo falsas e perigosas. Omessias do cristianismo, Jesus Cristo, era para Paulo um impostor, e de forma algumacorrespondia s esperanas e concepes do povo judaico. Ter f neste Messias eraatraioar o culto do judasmo, desprezar as leis de Moiss, e desprezas as maisbrilhantes esperanas do judasmo.

    Homem de grande zelo e ardor, dedicava-se de todo o corao a qualquer idiaque abraasse. No ficava jamais em meios termos, era ardente ou frio; mornonunca.

    1.2. Paulo como Judeu e a LeiEsta hiptese de uma ascendncia judaica nasce das pressuposies teolgicas

    subjacentes de Paulo. Ele era um monotesta inflexvel, Gl 3.20; Rm 3.30; erejeitava severamente a religio pag, Cl 2.8; a idolatria, 1a Co 10.14,21; e a

    imoralidade, Rm 1.26ss. Ele menciona o Antigo Testamento como a SagradaEscritura, Rm 1.2; 4.3; a Palavra de Deus divinamente inspirada, 2a Tm 3.16.

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    Como rabino judeu, Paulo partilhava inquestionavelmente da f judia nacentralidade da Lei. Mesmo quando cristo, ele afirmou que a Lei espiritual, Rm7.14, santa e boa, Rm 7.12. A Lei, para um fariseu, era tanto a Lei escrita de Moisscomo as tradies orais dos pais, Gl 1.14. O judasmo tinha perdido o sentido darevelao de Deus e a sua fala atravs da voz viva da profecia. A doutrina judaica darevelao centralizava todo o conhecimento de Deus e sua vontade na Lei.

    Como rabino judeu, zeloso pela Lei, Saulo estava igualmente entusiasmado emexterminar este novo movimento religioso que exaltava a memria de Jesus deNazar. O livro de Atos localiza Paulo em Jerusalm de algum modo participando namorte de Estevo, At 7.58.

    1.3. A Sua TeologiaA sua teologia no a teologia acanhada dos judeus da Palestina. Devido s

    suas experincias com o povo grego, era mais liberal, menos preso pelo nacionalismodos judeus da Palestina. Como j observamos, tinha a religiosidade do judeu, o

    discernimento do grego e a energia do romano. E por isso que notamos nele, umgrande fervor religioso, uma grande penetrao nas doutrinas e no esprito docristianismo, e uma energia nunca vista nos anais de qualquer religio.

    1.4. Paulo, O ApstoloO senso de autoridade de Paulo no particularmente seu, mas foi-lhe

    conferido, como apstolo, pelo Senhor. como apstolo que Paulo reivindica uma altaautoridade. Sua experincia no caminho de Damasco no apenas o fez reconhecerJesus como Messias ressuscitado e glorificado, At 9.15,16; 22.15; 26.17,18. Comoapstolo, Paulo no mantinha uma autoridade exclusiva, mas uma autoridade quedividia com os outros apstolos. Em sua lista de lideres na igreja, Paulo citouapstolos em primeiro lugar, 1

    a

    Co 12.28; Ef 4.11. As qualidades primrias de umapstolo eram que ele fosse testemunha ocular da ressurreio, At 1.22; 1a Co 9.1,e que recebesse um chamado distinto e incumbncia do Senhor.

    2.O Homem Sem CristoA opinio de Paulo sobre o homem e o mundo ilustra sua viso escatolgica

    bsica. Ele sempre foi interpretado contra o pano de fundo do dualismo helenstico,que envolvia um dualismo cosmolgico e bastante associado a um dualismoantropolgico.

    1. o dualismo cosmolgico contrastava dois nveis de existncia: o terreno eo divino;

    2. o dualismo antropolgico contrastava duas partes do homem: seu corpo esua alma.

    2.1. O mundo kosmos uma palavra grega que no tem equivalentes nemem hebraico nem em aramaico, 1a Co 1.20; 3.19; 2.6.

    2.2. Poderes Espirituais Paulo no se refere apenas a anjos bons e maus, aSatans e aos demnios; ele usa um outro grupo de palavras, paradesignar as fileiras de espritos anglicos. A terminologia que se segue:

    a. potestades ou domnio (arche), 1a Co 15.24; Ef 1.21; Cl 2.10;b. potestades (archai); RSV, principados, Ef 3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.15;Rm 8.38.

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    c. dominaes (kyriotes), Cl 6.2.2.3. Conscincia

    No apenas tem os homens a responsabilidade de cultuar a Deus, tam tambma responsabilidade de fazer o bem, por causa da conscincia., Rm 2.14,15.

    2.4. PecadoA natureza do pecado pode ser vista a partir de um estudo de diversas palavrasusadas por Paulo, mas a palavra mais profendamente teolgica para pecado asebia, traduzida como impiedade em Rm 1.18.

    2.5. LeiPaulo no considera a Lei meramente como padro divino para a conduta

    humana, nem como parte da Sagrada Escritura, embora a Lei tenha origem divina e,portanto, sendo boa.2.5. Carne

    Um dos inimigos finais do homem fora de Cristo, que apenas precisa sermencionado aqui, o carne. Como veremos em captulos posteriores, carne, emPaulo, tem um uso distinto; designa o homem em sua queda, sua pecabilidade e suarebelio. Gl 5.17; 6.8.

    3. A Pessoa de Cristo

    3.1. Cristo, O Messias. 9.5; 10.6; 1a Co10.4; 15.22; 2a Co 4.4; 5.10.3.2. O Messias Jesus 1a Co 11.23; Rm 1.3; Gl 1.19; Rm 15.8; Fl 2.7ss.3.3. Jesus, O Senhor Rm 10.9; 1a Co 12.3; 2a Co 4.5; Mt 7.21.3.4. Jesus como o Filho de Deus Rm 1.3,4; 8.3; Gl 4.5; Cl 1.13;3.5. Cristo, O ltimo Ado Rm 5.12; 1a Co 15.45-47; Fp 2.6;

    4. A Obra de Cristo: Expiao

    4.1. O Amor de Deus Embora tanto o Novo Testamento como o Antigo, temcomo base para a obra reconciliadora de Cristo, a ira de Deus, isto notem que, de modo algum, ser interpretado como a transformao da irade Deus em amor, 2a Co 5.19; Rm 3.21; 8.3,32;

    4.2. Expiatria Rm 3.25; 8.3; 1a Co 5.7; Ef 5.2;4.3. Vicria Mc 10.45; Rm 5.8; 1a Tss 5.10; Ef 5.2; Gl 3.13;4.4. Substitutiva 2a Co 5.14,21; Gl 2.20; 1a Tm 2.6; Ef 2.8,9;4.5. Propiciatria Rm 1.18,32; 3.20,24,25; 6.23; 1a Tss 5.9; Hb 9.5; x25.17-20.

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    4.6. Redentora Mc 10.45; 1a Tm 2.6; 1a Co 7.22,23; Gl 3.13; Ef 1.7; Tt2.14;

    5. A Obra de Cristo: Justificao e Reconciliao

    5.1. A Importncia da Doutrina Rm 4.7; Cl 1.14; 2.13; Ef 4.32;

    5.2. O Embasamento da Justificao Gl 2.21. Basicamente, justia, um conceitode relacionamento. justo quem cumprir as exigncias colocadas sobre si pelorelacionamento em que se encontra.

    5.3. A Justificao Escatolgica Rm 2.13; 5.1,9; 8.1; Gl 5.5; Mt 12.36,37; 1aCo 6.11;

    5.4. Imputao Rm 4.5,8; 2

    a

    Co 5.21;

    5.5. ReconciliaoReconciliao uma doutrina estreitamente aliada da justificao. A

    justificao absolvio, do pecador, de todo pecado; a reconciliao e a restauraodo homem justificado ao relacionamento com Deus.

    5.6. Reconciliao Objetiva Rm 5.8,10,11;

    5.7. A Necessidade de Reconciliao Cl 1.21; Rm 5.10;

    5.8. O Carter da Reconciliao 2a Co 5.19;

    5.9. Os Resultados da reconciliao traz paz com Deus, Rm 5.1; esta livre da irade Deus, Ef 2.14-16.

    A TEOLOGIA DO APOCALIPSE

    INTRODUOO livro do Apocalipse pretende ser uma revelao dos eventos que ocorrero no

    fim do sculo e do estabelecimento do Reino de Deus. A teologia bsica do livro tememergido. A abordagem mais fcil do apocalipse seguir sua prpria tradioparticular, como a opinio verdadeira, e ignorar as outras; mas o intrpreteinteligente tem que se familiarizar com os vrios mtodos de interpretao, para quepossa criticar e purificar sua prpria opinio.

    1.2. O contedo do apocalipsea. a primeira viso 1.9-3.22b. Cristo visto em p, em meio a sete candeeiros, 1,12;

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    c. Segunda viso 4.1-16.21d. Retrata o trono celestial com um livro selado com sete selos na mo de Deus.e. Terceira viso 17.1-21.8f. a grande prostituta, Babilnia.1.2. Mtodo de Interpretao

    a. interpretao preterista;b. o mtodo histrico;c. o mtodo simblico ou idealista;d. interpretao futurista extrema: O dispensacionalismo;e. o ponto de vista futurista moderado;

    1.3. O Problema do malO Apocalipse prev um curto perodo de terrvel mal na histria no fim dos

    tempos. Como Mateus 24.15ss e 2a Tessalonicenses 2.3ss, ele fala de umpersonagem maligno.

    1.4. O Reino Vindouroa. sua vinda mostrada como destruio do mal 19.11-16;b. h um reino temporrio, de mil anos - 20.4;c. a primeira ressurreio 20.5;d. a Segunda ressurreio 20.11-15;e. o julgamento duplo: obras e o livro da vida Rm 2.6-11.

    BIBLIOGRAFIA

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