1968 m boockchin paris

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  • 7/23/2019 1968 m Boockchin PARIS

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    PARIS, 1968 MURRAY BOOKCHINPosted on April 16, 2008by todoscontraum

    ARIS, 1968

    Confira a galeria de fotos sobre 68 em:http://moebr!"i#idot!com/maio$68

    MURRAY BOOKCHIN

    (

    Em O Anarquismo ps-escassez, 1974)

    A Qualidade da vida cotidianaA rebelio de maio-juno de !"#$ %oi um do& mai& im'ortante& acon-tecimento& (ue ocorreram na )ran*a de&de a Comuna de +ari& em!$,! .la no &/ &acudiu a& ba&e& da &ociedade bur0ue&a na )ran*a1como levantou 'roblema& e a're&entou &olu*2e& de umaim'ort3ncia &em 'recedente& 'ara a &ociedade indu&trial moderna1

    merecendo &er e&tudada e di&cutida em 'ro%undidade '4lo&revolucion5rio& de todo o mundoA rebelio de maio-juno aconteceu num 'a6& indu&triali7ado e

    http://contrun.noblogs.org/post/2008/04/16/paris-1968-murray-bookchin/http://contrun.noblogs.org/post/author/todoscontraum/http://contrun.noblogs.org/post/author/todoscontraum/http://contrun.noblogs.org/post/2008/04/16/paris-1968-murray-bookchin/
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    orientado 'ara o con&umo 8 meno& de&envolvido (ue o& .&tado&Unido&1 ma& 'ertencendo ba&icamente 9 me&ma cate0oriaecon:mica A revolta de&truiu o mito de (ue a ri(ue7a e o& recur&o&da moderna &ociedade indu&trial 'odem &er u&ado& 'ara neutrali7artoda& a& %orma& de o'o&i*o revolucion5ria O& acontecimento& de

    maio-juno demon&traram (ue a& contradi*2e& e anta0oni&mo& doca'itali&mo no &o eliminado& 'ela e&trati%ica*o e 'or %orma&avan*ada& de indu&triali&mo1 ma& a'ena& tran&%ormado& em %orma ecar5terO %ato de (ue a revolta 'e0ou a todo& de &ur're&a1 me&mo o& mai&&o%i&ticado& te/rico& do& movimento& mar;i&ta&1 &ituacioni&ta& eanar(ui&ta&1 re&&alta a im'ort3ncia do& acontecimento& de maio-juno e &u&cita a nece&&idade de e;aminar a& ori0en& da in(uieta*orevolucion5ria da &ociedade modernaA& in&cri*2e& (ue 'odiam &er lida& no& muro& de +ari& < =+oder 'araa ima0ina*o=1 => 'roibido 'roibir= =A vida &em tem'o& morto&=1

    =?rabalo1 nunca=8re're&entam uma an5li&e mai& 'ro%unda de&&a&ori0en& do (ue todo& o& volume& ceio& de teoria& erdada& do'a&&ado A revolu*o revelou (ue ce0amo& ao %im de uma era e aoin6cio de novo& tem'o& A& %or*a& (ue oje motivam a revolu*o 8'elo meno& no mundo indu&triali7ado 8 j5 no &o &im'le&mente ae&ca&&e7 e a nece&&idade material1 ma& tamb@m a (ualidade da vidacotidiana1 a nece&&idade de libera*o da e;'eri4ncia e a tentativa decontrolar o 'r/'rio de&tinoNo im'orta (ue a& in&cri*2e& do& muro& de +ari& tive&&em &ido%eita&1 no in6cio1 'or uma 'e(uena minoria +or tudo o (ue vi at@a0ora1 'arece claro (ue o& 0ra%%iti (ue oje encem v5rio& volume&

    incendiaram a ima0ina*o de muito& milare& em +ari& .le&con&e0uiram e;'or a cora0emnervo revolucion5rio da cidade

    Um movimento majorit5rio e&'ont3neoA revolta %oi um movimento majorit5rio no &entido de (ue %e7 umcorte lon0itudinal 'or toda& a& camada& da &ociedade %rance&a1envolvendo no a'ena& e&tudante& e o'er5rio&1 ma& t@cnico&1en0eneiro& e %uncion5rio& em (ua&e todo& o& n6vei& da burocraciae&tatal1 indu&trial e comercial Atin0iu 'ro%i&&ionai& liberai& etrabaladore&1 intelectuai& e jo0adore& de %utebol1 arti&ta& detelevi&o e o'er5rio& do metro Ce0ou a 'enetrar na %or*a 'olicial

    da cidade e @ (ua&e certo (ue a%etou tamb@m a 0rande ma&&a de&oldado& ali&tado& no e;@rcito %ranc4&A rebelio %oi iniciada ba&icamente '4lo& joven& .la come*ou entreo& e&tudante& univer&it5rio& e de'oi& %oi a'oiada '4lo& joven&o'er5rio& indu&triai&1 '4lo& joven& de&em're0ado& e '4lo& =ja(ueta&de couro= 8 a a&&im camada delin(D4ncia juvenil da& cidade&Eeve-&e &alientar e&'ecialmente a 'artici'a*o do& e&tudante& de&e0undo 0rau e do& adole&cente& (ue %re(uentemente demon&trarammai& cora0em e determina*o do (ue o& &eu& cole0a& univer&it5rio&Ma& a revolta a%etou o& mai& velo& tamb@mF %uncion5rio&burocr5tico&1 trabaladore& bra*ai&1 t@cnico& e 'ro%i&&ionai&.mbora tive&&e &ido catali7ada '4lo& revolucion5rio& con&ciente&1e&'ecialmente 'or 0ru'o& de a%inidade anar(ui&ta1 de cuja e;i&t4ncia

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    nin0u@m &u&'eitava nem me&mo va0amente1 o %lu;o1 o movimentode rebelio %oi e&'ont3neoNin0u@m incitou 9 revolta1 nin0u@m ce0ou a or0ani75-la e tamb@mnin0u@m con&e0uiu control5-laEurante a maior 'arte da(uele& dia& de maio e juno1 ouve uma

    atmo&%era de %e&ta1 um de&'ertar da &olidariedade1 um de&ejo deajudar-&e mutuamente1 de e;'re&&ar a 'r/'ria individualidade1 al0o(ue no era vi&to em +ari& de&de o& dia& da Comuna A& 'e&&oa&e&tavam literalmente rede&cobrirido 8 ou talve7 recon&truindo 8 a&i 'r/'ria& e ao& outro& .m muita& cidade& indu&triai&1 o& o'er5rio&entu'iam a& 'ra*a&1 a&teavam bandeira& vermela&1 liamavidamente e di&cutiam cada 'an%leto (ue le& ca6&&e na& mo&Milare& de 'e&&oa& %oram atacada& 'or uma %ebre de viver1 umrena&cer de &entimento& (ue nem &onavam 'o&&uir1 de uma ale0riae um entu&ia&mo (ue nunca 'en&aram 'oder &entir A& l6n0ua&%icaram mai& &olta&1 o& ouvido& e o& olo& ad(uiriram mai&

    acuidade Cantava-&e e muita& da& vela& can*2e& 0anaram nova&letra&1 mai& irreverente& O& '5tio& da& %5brica& &e tran&%ormavamem &al2e& de baileA& inibi*2e& &e;uai& (ue 'arali&avam a vida de tanto& joven&%rance&e& %oram de&tru6da& em 'ouco& dia& .&ta no era umarevolta &olene1 um 0ol'e de e&tado burocraticamente 'lanejado emani'ulado 'or um ='artido de van0uarda=1 ma& al0o e&'irituo&o1&at6rico1 criativo 8 e ju&tamente a6 e&tava a &ua %or*a1 a &uaca'acidade de mobili7ar e conta0iar a& 'e&&oa&Muito& con&e0uiram tran&cender a& e&treita& limita*2e& (ueob&tru6am &ua vi&o &ocial +ara milare& de e&tudante&1 a revolu*o

    veio de&mi&ti%icar o 'reten&io&o &entimento de cla&&e1 como &e o&e&tudante& con&titu6&&em uma ca&ta 'rivile0iada1 o (ue na Am@rica @e;'re&&o '4lo& e;ame& cla&&i%icat/rio& e 'elo em'olado &ociolo04&do& documento& anal6tico& Cada o'er5rio (ue &e inte0rava ao&comit4& de a*o em Cen&ier dei;ava de &er um o'er5rio1 como tal1'ara tornar-&e um revolucion5rio . era 'reci&amente com ba&ene&&a nova identidade (ue 'e&&oa& (ue tinam 'a&&ado a vida emuniver&idade&1 %5brica& e e&crit/rio& 'odiam encontrar-&elivremente1 trocar e;'eri4ncia& e en0ajar-&e em a*2e& comun& &em'reconceito& contra &eu meio &ocial ou &ua& ori0en&A revolta tina criado o 'onto de 'artida de &ua 'r/'ria &ociedade1

    &em cla&&e& nem ierar(uia Gua tare%a b5&ica era e&tender o& &eu&dom6nio& a todo o 'a6&1 a cada recanto da &ociedade %rance&a e &/con&e0uiria %a74-lo &e o 'rinc6'io de auto-determina*o 'ude&&e &era'licado em toda& a& &ua& %orma& 8 a& a&&embl@ia& 0erai& e &eu&modelo& admini&trativo&1 o& comit4& de 0reve na& %5brica& 8 a toda&a& 5rea& da economia e da 'r/'ria vida Quem melor 'arece terentendido e&ta nece&&idade no %oram o& o'er5rio& da& ind&tria&mai& tradicionai&1 onde a& C?& controlada& '4lo& comuni&ta&e;erciam &ua 'odero&a in%lu4ncia1 ma& o& da& ind&tria& moderna&1de tecnolo0ia mai& avan*ada1 como a eletr:nicaEe&ejo &alientar(ue e&ta @ uma conclu&o 'uramente e&'eculativa a (ue ce0amo&de'oi& de ouvir uma &@rie de e'i&/dio& e&'ar&o&1 ma& ba&tante

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    &i0ni%icativo&1 relatado& 'or joven& militante& do& comit4& de a*ointe0rado& 'or e&tudante& e o'er5rio&

    Autoridade e ierar(uiaFUm do& a&'ecto& mai& im'ortante& da revolta de maio-juno %oi a lu7

    (ue ela lan*ou &obre a (ue&to da autoridade e da ierar(uiaA e&te re&'eito1 ela re're&entou um de&a%io no &/ ao& 'roce&&o&con&ciente& do& indiv6duo& ma& ao& &eu& mai& arrai0ado& 5bito&incon&ciente& e ao& condicionamento& im'o&to& 'ela &ociedade Nocreio (ue &eja 'reci&o di&cutir a(ui (ue tai& 5bito& &o in&tilado& noindiv6duo de&de o& 'rimeiro& ano& de vida 8 no ambiente %amiliar1na educa*o recebida no lar e na e&cola1 na or0ani7a*o do trabalo1do la7er e da vida cotidiana .&ta amolda0em da e&trutura docar5ter1 &e0undo norma& criada& a 'artir de ar(u@ti'o& deobedi4ncia e comando1 con&tituem a 'r/'ria e&&4ncia da(uilo a (uecamamo& de &ociali7a*o da juventude

    A m6&tica da or0ani7a*o burocr5tica1 de ierar(uia& e e&trutura&im'o&ta& e %ormai&1 im're0na o& movimento& mai& radicai& em'er6odo& no-revolucion5rio& A e;traordin5ria &u&cetibilidade dae&(uerda ao& im'ul&o& autorit5rio& e ier5r(uico& revela (ue omovimento radical e&t5 'ro%undamente enrai7ado na(uela me&ma&ociedade (ue a'arentemente de&eja de&truir Gob e&te a&'ecto1(ua&e toda& a& or0ani7a*2e& revolucion5ria& &o uma %onte 'otencialde contra-revolu*o e e&te 'otencial &/ 'ode &er redu7ido &e aor0ani7a*o revolucion5ria %or e&truturada de tal modo (ue &eumodelo e&'ele a& %orma& direta& e de&centrali7ada& de liberdade're0ada& 'ela revolu*o1 e &e a or0ani7a*o revolucion5ria

    'romover a ado*o de uma 'er&onalidade e um modo de vidarealmente livre& G/ a&&im o movimento revolucion5rio &er5 ca'a7de inte0rar-&e na revolu*o1 &endo ab&orvido 'elo novo modelo&ocial democr5tico a&&im como a lina cirr0ica acabade&a'arecendo1 ab&orvida 'ela %enda (ue cicatri7aA a*o revolucion5ria de&tr/i todo& o& la*o& (ue mant4m autoridadee ierar(uia unida& na ordem &ocial e;i&tente A 'artici'a*o diretado 'ovo na arena &ocial @ a 'r/'ria e&&4ncia da revolu*o1 %ormamai& avan*ada de a*o &ocial1 a&&im como a a*o direta em @'oca&=normai&= @ uma 're'ara*o indi&'en&5vel 'ara a a*orevolucion5ria .m ambo& o& ca&o&1 o (ue ocorre @ uma &ub&titui*o

    da a*o &ocial1 a 'artir da& camada& mai& bai;a&1 'ela a*o 'ol6ticadentro da e&trutura ier5r(uica j5 e&tabelecida .m ambo& o& ca&o&15 uma tran&%orma*o molecular de =ma&&a&=1 cla&&e& e n6vei&&ociai&1 (ue 'a&&am a &er a'ena& indiv6duo& revolucion5rio& >nece&&5rio (ue e&ta nova condi*o &e torne 'ermanente 'ara (ue arevolu*o 'o&&a &er bem &ucedida 8 do contr5rio ela &etran&%ormar5 a'ena& numa contra-revolu*o ma&carada deideolo0ia revolucion5ria Cada %/rmula1 cada or0ani7a*o1 cada'ro0rama =te&tado e a'rovado= deve dar lu0ar 9& e;i04ncia& darevolu*o No 5 nenuma teoria1 'ro0rama ou 'artido (ue 'o&&avaler mai& do (ue a 'r/'ria revolu*o .ntre o& mai& &@rio&ob&t5culo& ao &uce&&o da revolta de maio-juno e&tavam no a'ena&Ee aulle e a 'ol6cia ma& a& r60ida& or0ani7a*2e& de e&(uerda 8 o

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    +artido Comuni&ta1 (ue &u%ocou (ual(uer e&'@cie de iniciativa emmuita& %5brica& e o& 0ru'o& trot&J&ta& (ue con&e0uiram criar um'@&&imo clima durante a a&&embl@ia 0eral na Gorbonne No mere%iro a(ui ao& inmero& indiv6duo& (ue &e identi%icavamromanticamente com Ce1 Mao1 L4nin ou ?rot&J e muita& ve7e&

    com todo& ele& a um &/ tem'o1 ma& da(uele& (ue 'erdiamtotalmente a identidade1 a iniciativa e a vontade 'r/'ria1entre0ando-&e a or0ani7a*2e& ier5r(uica& &ubmetida& a umari0oro&a di&ci'lina +or mai& bem intencionada& (ue %o&&em e&&a&'e&&oa&1 &ua tare%a era =di&ci'linar= a revolta1 ou mai& 'reci&amente1retirar dela &eu& a&'ecto& revolucion5rio&1 introdu7indo 5bito& deobedi4ncia e autoridade (ue &ua& or0ani7a*2e& aviam a&&imiladoda ordem e&tabelecida .&te& 5bito&1 e&timulado& 'ela 'artici'a*oem or0ani7a*2e& muito bem e&truturada& 8 or0ani7a*2e&modelada&1 na verdade1 na(uela me&ma &ociedade (ue o&revolucion5rio& a%irmam (uerer de&truir 8 levavam ao

    a'arecimento de e&trat@0ia& 'arlamentare&1 ='anelina&= &ecreta&1 etentativa& de controlar a& %orma& revolucion5ria& de liberdadecriada& 'ela revolu*o I&to tudo %e7 com (ue &ur0i&&e1 durante aa&&embl@ia da Gorbonne1 um &ono veneno&o de mani'ula*oMuito& do& e&tudante& com (ue %alei e&tavam ab&olutamenteconvencido& de (ue e&te& 0ru'o& e&tariam di&'o&to& a de&truir aa&&embl@ia &e no 'ude&&em =control5-la= .&te& 0ru'o& no e&tavam'reocu'ado& com a vitalidade da& nova& %orma& criada& 'elarevolu*o ma& a'ena& com o cre&cimento de &ua& 'r/'ria&or0ani7a*2e& ?endo criado %orma& aut4ntica& de liberdade na& (uai&todo& 'odiam e;'re&&ar livremente o& &eu& 'onto& de vi&ta1 a

    a&&embl@ia e&taria 'lenamente ju&ti%icada &e tive&&e decidido banirdo &eu meio todo& o& 0ru'o& or0ani7ado& de %orma burocr5ticaUm do& 0rande& %eito& do Movimento de Mar*o @ o %ato de (uecon&e0uiu inte0rar-&e de tal %orma 9& a&&embl@ia& revolucion5ria&(ue acabou 'or de&a'arecer (ua&e totalmente como or0ani7a*oinde'endente1 con&ervando a'ena& o nome Na& &ua& 'r/'ria&a&&embl@ia&1 o& inte0rante& do de Mar*o ba&eavam toda& a& &ua&deci&2e& no con&en&o un3nime1 (ue 'ermitia a livre e;'re&&o detoda& a& tend4ncia& (ue o movimento abri0ava1 'ara te&tar na'r5tica a &ua validade ?al toler3ncia no 'rejudicou em nada a &ua=e%ic5cia= e&te movimento an5r(uico %e7 mai& 'ara catali7ar a

    revolta do (ue (ual(uer outro 0ru'o1 &e0undo ob&erva*2e& %eita& 'or(ua&e todo& o& (ue ob&ervaram a &ua atua*o O (ue di&tin0ue oMovimento de Mar*o e outro& 0ru'o&1 tai& como o& anar(ui&ta& eo& &ituacioni&ta&1 de todo& o& outro& 0ru'o& @ o %ato de (ue ele& notrabalavam 'ara tomar o 'oder ma& &im 'ara de&tru6-lo

    A Dialtica da Revoluo Moderna

    Os aconteciento de aio e !un"o na #rana revela de aneira viva e

    dra$tica a e%traordin$ria dialtica da revoluo& A isria cotidiana

    de ua sociedade acentuada 'ela 'ossiilidade de oteno da

    lierdade& ) *uanto aior +or esta 'ossiilidade, ais intoler$vel se

    tornar$ a isria cotidiana& or esta rao, o +ato de *ue a sociedade

    +rancesa se!a "o!e ais a+luente do *ue e *ual*uer outra 'oca de

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    sua "ist-ria no uito i'ortante 'ois a+lu.ncia, e sua +ora

    ur/uesa e%treaente distorcida, indica si'lesente *ue !$ "$

    condi0es ateriais 'ara a lierdade e *ue as 'ossiilidades tcnicas

    'ara ua nova vida, ais livre, atin/ira a 'lena aturidade&

    ) evidente *ue estas 'ossiilidades vin"a rondando !$ "$ uito te'o

    a sociedade +rancesa, ainda *ue no +osse 'erceidas 'ela aioria

    das 'essoas& Os /r$+icos *ue revela o cresciento rutal do consuo

    so u indcio da tenso e%istente entre a realidade edocre da

    sociedade +rancesa e as 'ossiilidades lieradoras de ua revoluo,

    do eso odo *ue ua dieta deasiado +arta e ua oesidade

    e%cessiva revela a tenso *ue e%iste dentro de u indivduo& 2"e/a

    +inalente u oento e *ue a dieta, 'or el"or *ue se!a, 'erde

    todo o encanto, u oento e *ue a oesidade social se torna

    intoler$vel& 3in/u 'ode 'rever o e%ato oento e *ue isto

    acontece& 3o caso da #rana, este oento c"e/ou co as arricadas

    do dia 14 de aio, u dia *ue sacudiu a consci.ncia de todo o 'as e

    +e co *ue os o'er$rios se 'er/untasse5 Mas a+inal, se os

    estudantes, a*ueles 7+il"os da ur/uesia, 'ode +aer isso, 'or *ue n-s

    no 'odeos

    A #rana 'assava 'or u 'rocesso olecular, co'letaente invisvel

    eso 'ara os revolucion$rios ais conscientes, u 'rocesso *ue

    culinou nua ao revolucion$ria 'reci'itada 'elas arricadas&

    De'ois do dia 14 de aio, a tenso entre a ediocridade da vida

    cotidiana e o 'otencial de ua sociedade lierada e%'lodiu,

    'rovocando a aior /reve /eral da "ist-ria&

    A e%tenso da /reve deonstra *ue *uase todas as caadas da

    sociedade +rancesa estava 'ro+undaente descontentes e *ue a

    revoluo no era a'oiada a'enas 'or ua deterinada classe as 'or

    todos a*ueles *ue se sentia esul"ados, re'udiados e lo/rados no

    seu direito a ua vida el"or& O i'ulso revolucion$rio 'artiu de ua

    classe *ue, ais do *ue *ual*uer outra, deveria ter se ada'tado :

    orde estaelecida ; os !ovens& ois era !ustaente os !ovens *ue

    tin"a sido alientados co a 'a'a da civiliao /aullista, *ue no

    tin"a sentido na 'ele o contraste entre as caractersticas

    relativaente atraentes da civiliao anterior : /uerra e a

    ediocridade da nova civiliao& Mas a 'a'a no +uncionou& Sua

    ca'acidade 'ara coo'tar e atrair , na verdade, e enor do *ue

    sus'eitava a aioria dos crticos da sociedade +rancesa& A sociedade

    alientada co tal 'a'a no teve condi0es de o'ornico +ato ; a revolta dos !ovens ; a ais terrvel

    'rova da inca'acidade do sistea 'ara anter

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    decad.ncia uito anterior : revolta, assuiu +oras *ue no se

    a!usta a nen"ua das +-rulas tradicionais de revoluo, se're

    voltadas 'ara os as'ectos econ=icos da *uesto& Muita coisa !$ +oi

    escrita sore o ?consuiso@ da sociedade +rancesa, no sentido de *ue

    ele seria ua +ora 'oluidora de oiliao social& O +ato de *ue

    o!etos, ercadorias, estivesse toando o lu/ar das lealdades

    tradicionais, +avorecidas 'ela I/re!a, escola, +alia e '.los eios de

    counicao deveria ser visto coo ua 'rova de *ue a desinte/rao

    social era uito aior do *ue se sus'eitava& O +ato de *ue a tradicional

    consci.ncia de classe do o'erariado estivesse en+ra*uecendo deveria

    ser ua 'rova de *ue se estava criando condi0es 'ro'cias 'ara ua

    /rande revoluo social e no ua si'les revoluo entre classes

    inorit$rias& O +ato de *ue os valores lu'en viesse sendo adorados

    'ela !uventude +rancesa na aneira de vestir, na >sica, na arte e no

    estilo de vida deveria ser u indcio de *ue, 'or tr$s da +ac"ada de

    'rotesto 'oltico convencional, aadurecia o 'otencial 'ara a

    desorde e a ao direta&

    or u e%traordin$rio /iro de ironia dialtica, o 'rocesso de

    desaur/uesaento acontecia e%ataente no oento e *ue a

    #rana tin"a atin/ido nveis nunca antes re/istrados de a+lu.ncia

    aterial& #osse *ual +osse a 'o'ularidade 'essoal de De aulle, ocorria

    na #rana u 'rocesso de desinstitucionaliao 'recisaente

    *uando o ca'italiso estatal 'arecia ais entrinc"eirado na estrutura

    social do *ue e *ual*uer outra 'oca recente& A tenso resultante do

    con+ronto entre a realidade es*uin"a e as 'ossiilidades de

    liertao auentava no oento e *ue a sociedade +rancesa

    'arecia ais inerte do *ue e *ual*uer outro 'erodo desde a dcada

    de B4& O 'rocesso de alienao acontecia no e%ato instante e *ue as

    verdades da sociedade ur/uesa 'arecia ais se/uras do *ue e

    *ual*uer outro oento na "ist-ria da re'>lica&

    O *ue i'orta *ue as *uest0es *ue contriua 'ara a ocorr.ncia de

    in*uieta0es sociais tin"a udado *ualitativaente& Os 'roleas !$

    no estava li/ados : soreviv.ncia, : 'en>ria e : ren>ncia, as :

    vida, : aundCncia e ao dese!o& al coo acontecera ao son"o

    aericano, o son"o +ranc.s rua e se desisti+icava& A sociedade

    ur/uesa tin"a dado tudo o *ue era ca'a de dar nos >nicos teros e

    *ue 'oderia dar al/ua coisa ; ua *uantidade e%cessiva de ens

    ateriais de valor discutvel, ad*uiridos /raas a u traal"o

    eotante e se sentido& #oi a 'r-'ria e%'eri.ncia e no os 'artidos

    de van/uarda ou os 'ro/raas testados e a'rovados *ue se

    trans+orou no a/ente oiliador e na +onte de criatividade da

    reelio de aio

    natural *ue ela se desenvolva es'ontaneaente&

    Isto no si/ni+ica *ue os /ru'os revolucion$rios deva 'eranecer

    silenciosos diante dos acontecientos& Se tivera idias ou su/est0es,

    sua res'onsailidade ser$ a'resent$

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    a/ir secretaente 'elas costas da revoluo, no con+iar nela e tentar

    sustitu