1-o conhecimento como caract de humanidade
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Sociologia da EducaçãoSociologia da Educação
O conhecimento como característica O conhecimento como característica da humanidadeda humanidade
Prof. Dra Maria Clara Lopes SaboyaProf. Dra Maria Clara Lopes Saboya
[email protected]@folha.com.br
““Ninguém nasce humano, mas torna-se Ninguém nasce humano, mas torna-se
humano em função do convívio social, humano em função do convívio social,
pela educação.” (Émile Durkheim)pela educação.” (Émile Durkheim)
As meninas-loboAs meninas-lobo “Na Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929.
Não tinham nada de humano e seu comportamento era exatamente semelhante àquele de seus ‘irmãos’ lobos. Elas caminhavam de quatro, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos.
Eram incapazes de permanecer em pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre. Comiam e bebiam como os animais, lançando a cabeça para a frente e lambendo os líquidos.
continuaçãocontinuação Na instituição onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra. Eram ativas e ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choravam ou riam.
Kamala viveu oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Necessitou de seis anos para aprender a andar e, pouco antes de morrer, tinha um vocabulário de apenas cinqüenta palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela bem como às outras com as quais conviveu. Sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se por gestos, inicialmente, e depois por palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples”.
B. REYMOND, B. Le developpment social de l’enfant et del’adolescent. Bruxelas: Dessart, 1965. p 12-14.)
NATUREZANATUREZA X X CULTURACULTURA AnimaisAnimais Seres humanosSeres humanos
Instinto (inato) Controlam os instintos reprimem sua natureza interdições = regras da cultura
O instinto é “cego” Consciência da própria ação
Animal não trabalha Trabalho: ação consciente, voltada para um fim
Inteligência concreta Inteligência abstrata
Insight Insight
Comunicação instintiva Comunicação simbólica
ExperiênciaPráxis
Permanece do estado de Transforma a natureza e a si natureza mesmo
Por mais inteligente que seja, o animal Por mais inteligente que seja, o animal está preso aos seus reflexos e instintosestá preso aos seus reflexos e instintos
• Não basta nascer humano. As características humanas não se desenvolvem automaticamente, espontaneamente. É necessário o convívio social dentro de um grupo humano para aprender a desenvolver-se como humano.
• A esse processo se chama humanização: tornar-se humano pela socialização. É aprender pela educação como comportar-se conforme os costumes de sua cultura, aprender a linguagem simbólica, comunicar-se. Aprender a se alimentar conforme as regras da cultura, interiorizar normas, conceitos e valores, desenvolver hábitos e atitudes (ver página 01 da apostila).
O existir humano não é apenas O existir humano não é apenas natural, mas sobretudo, culturalnatural, mas sobretudo, cultural.
CULTURA E SOCIALIZAÇÃOCULTURA E SOCIALIZAÇÃO
““PAU QUE NASCE TORTO, NÃO TEM PAU QUE NASCE TORTO, NÃO TEM JEITO, MORRE TORTO?”JEITO, MORRE TORTO?”
Ninguém nasce com uma essência humana Ninguém nasce com uma essência humana boa ou ruim.boa ou ruim.
As pessoas nascem com a condição As pessoas nascem com a condição humana de aprender.humana de aprender.
A condição humana resulta da assimilação A condição humana resulta da assimilação de modelos sociais: a humanização se de modelos sociais: a humanização se
realiza mediada pela culturarealiza mediada pela cultura
O conhecimento como característica O conhecimento como característica da humanidadeda humanidade
Nas várias espécies animais existentes sobre a Terra
encontramos formas estabelecidas de relacionamento que
nos fazem pensar na existência de regras que ordenam
sua vida comunitária. (1º §)
Percebemos facilmente que os diversos animais se
agrupam, convivem, se acasalam, sobrevivem e se
reproduzem de forma mais ou menos ordenada, em função
de suas potencialidades e do ambiente em que vivem. (1º §)
O Ser Humano, como uma dentre as várias espécies existentes, também desenvolveu todos os processos de convivência, reprodução, acasalamento e defesa observáveis nos demais seres vivos. Desse modo, o ser humano apresenta uma série de atividades “instintivas”, isto é, ações e reações inatas como respirar, engatinhar, sentir fome, medo, frio. (3º §)
Além disso, porém, quer por dificuldades impostas pelo ambiente, quer por particularidades da própria espécie, o homem desenvolveu capacidades que dependem de aprendizado. Assim, as crianças aprendem a comer, beber e dormir em horários regulares; aprendem a brincar e a obedecer; mais tarde, aprenderão a trabalhar, comercializar, administrar, governar. (3º §)
Humanização pela socialização Humanização pela socialização (página 02)(página 02)
• O homem se distingue das demais espécies existentes porque nem todo seu comportamento se desenvolve espontaneamente em sua relação com a natureza, nem se transmite aos descendentes pelos genes;
• Ele é um animal que necessita de aprendizado para adquirir e desenvolver diferentes formas de comportamento;
• Para se tornar efetivamente humano, o homem tem de aprender com seus semelhantes uma série de atitudes que lhe seriam impossíveis desenvolver no isolamento.
• O aprendizado é uma das formas que o homem desenvolveu para transmitir sua cultura de uma geração à outra
• Exemplo: Kaspar Hauser.
Kaspar HauserKaspar Hauser
O filme mostra como um
jovem criado no isolamento,
longe do convívio social, é
incapaz de se humanizar,
desenvolvendo apenas
características instintivas e
animais. (Ver página 02 da
apostila - 3º §)
Tarzan, aquele que, mesmo abandonado na selva sem a
companhia de outros homens, pôde desenvolver todas as
suas características humanas, na verdade não passa de
uma lenda (Ver p. 02 da apostila).
Aprender a simbolizarAprender a simbolizar• Para que um bebê humano se transforme em um ser humano
propriamente dito, capaz de agir, sentir, viver e se reproduzir como tal é necessário um longo aprendizado com as gerações mais velhas que ensinam às mais novas suas experiências e conhecimentos. (p.2 - 4º §);
• Essa característica só é possível porque o ser humano é o único animal capaz de criar sistemas simbólicos, como a linguagem, por meio da qual consegue dar sentido às experiências vividas e transmiti-las aos seus semelhantes, interpretar a realidade, localizar sua ação no tempo, lembrar do passado e projetar o futuro;
• É capaz de recriar situações e emoções, atribuir significado às coisas, comparar, distinguir, ordenar, separar, agrupar, classificar o mundo que o cerca...
As culturas humanas como processosAs culturas humanas como processos (p. 3, 4 e 5)
• A elaboração simbólica da experiência permitiu que os homens adequassem o ambiente às suas necessidades.
• A necessidade estimulou o desenvolvimento de métodos e técnicas, de instrumentos, de conhecimentos e de formas específicas de sociabilidade.
• É por isso de encontramos formas de existência, crenças e pensamentos tão diversos.
Foi dessa capacidade de pensar o mundo, Foi dessa capacidade de pensar o mundo, de atribuir sentido à realidade, que o de atribuir sentido à realidade, que o
homem criou o conhecimento (final p. 3)homem criou o conhecimento (final p. 3)
Como cada cultura tem raízes, significados e características próprias, todas
elas revelam, como processos cognitivos, a mesma complexidade. Como
culturas, todas são igualmente simbólicas, frutos da capacidade criadora do
homem e adaptações de uma vida comum situada em tempo e espaço
determinados. Resultam de um incessante recriar, compartilhar e transmitir da
experiência vivida e aprendida (p. 3, penúltimo §).
Essa ideia da relação existente entre as culturas humanas e as condições de
vida de cada agrupamento mostra que as diferenças entre elas não são de
qualidade nem de nível: as diferenças culturais devem-se às circunstâncias
que as cercam: necessidades e obstáculos a serem ultrapassados e de
tradições herdadas do passado. Os diferentes hábitos alimentares, a presença
ou não da escrita ou o desenvolvimento tecnológico são aspectos da cultura
que só se explicam em função de sua história e das necessidades
enfrentadas. Ver último parágrafo p. 4Ver último parágrafo p. 4
• O conhecimento mítico (pré-história) – tudo ocorre pela vontade dos “deuses”ou do destino...
• O renascimento grego ou “milagre grego”: a ruptura com o mito, o aparecimento da filosofia e o pensamento racional questionador (século VIII a. C. – século IV a.C.);
• Idade Média: teocentrismo (476-1453) - A Igreja é instituição hegemônica; heresia era punida com a morte. Acumulação = heresia. (Ler p. 7, final do 1º §);(Ler p. 7, final do 1º §);
• O Renascimento (1300, 1400,1500): antropocentrismo nas letras, nas artes, imprensa... Capitalismo comercial, grandes navegações;
• Iluminismo (século XVIII): a razão a serviço do indivíduo e da sociedade – Revolução Científica de Galileu;
• Século XIX – aparecimento da Sociologia: quais as regras que organizam a vida social? Busca de regularidade nos fenômenos sociais – “Prever para prover”.
A progressão do conhecimento humanoA progressão do conhecimento humanoA ciência como ramo do conhecimento (p. 5)A ciência como ramo do conhecimento (p. 5)
Palavras e expressões usadas no cotidiano (contexto social, classes sociais, conflito social, movimentos sociais etc), bem como diferentes pesquisas de opinião, expressam a importância da Sociologia no nosso cotidiano.
A Sociologia: um conhecimento de todosA Sociologia: um conhecimento de todos
Estudos sociológicos existem para: lançar um produto,
abrir uma loja, construção de prédios, campanhas políticas
– os especialistas procuram dados sobre o
comportamento da população (p. 10 – último § e (p. 10 – último § e
segtes);segtes);
Toda ação consciente e programada exige pesquisa,
planejamento e método;
A Sociologia faz parte de todos os cursos do ensino médio
ao universitário.
O uso cotidiano da sociologiaO uso cotidiano da sociologia
Desafios da Sociologia hojeDesafios da Sociologia hojeO mundo atual complexo exige estudos mais profundos do universo social globalizado, por isso a sociologia é imprescindível.
Reestruturação do capitalismo? Terceira via?
Sistemas produtivos robotizados X desemprego
Tecnologias da informação X excluídos digitais
Trabalho X lazer e consumo
Desenvolvimento econômico X desenvolvimento social X preservação ambiental
EDUCAÇÃO: é por meio da educação que se constrói o ser social, para exercer o seu papel como membro da sociedade em que vive... Como vai a educação no Brasil e no mundo?
Responder as questões das páginas 12 e 13.Responder as questões das páginas 12 e 13.
Correção na próxima aula.Correção na próxima aula.
Mosaico bizantino de autor desconhecido.
Giotto Michelangelo
Século XIV Século XVI
• Pietá (de Verugino)
Luis de Morales, 16th century
Pietro Perugino
BibliografiaBibliografia
• COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 2009.