zero julho capa

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No último mês de junho, o Supremo T ribunal Federal (STF), por oito votos a um, decidiu que o diploma de jornalista não é mais necessário para exercer a profssão. A decisão irrevogável evidencia o desconhecimento dos magistrados sobre o tema. Entre os argumentos ques- tionados estava que a obriga- toriedade do diploma restringe a liberdade de expressão. Aí se esquece que os espaços desti- nados a artigos, colunas, entre outros, são eitos por colabora- dores que não precisam ter di- ploma de jornalistas. Esses são os espaços de opinião dentro dos jornais. Como já dizia Cláu- dio Abramo , não existe liberdade de imprensa e sim, de empresa.  A discussão de liberdade que o ministro propõe passa por outra esera: a de democratização da comunicação , em que se devem discutir, por exemplo, como a- cilitar a criação de rádios comu- nitárias ou a divisão do espectro magnético nas empresas de te- levisões e rádios.  A desregulamentação da profssão de jornalista também abre o debate sobre o papel da ormação acadêmica. Em qualquer profssão, não apenas no jornalismo, ter concluído um curso de graduação não é atestado de competência. No entanto, os quatro anos dedica- dos à ormação teórica e prática permitem um questionamento quase cotidiano da produção  jornalística. Os estudantes lidam não apenas com questões técni- cas e sim com questões huma- nísticas também. As pesquisas realizadas em Jornalismo, que crescem a cada ano, também ajudam a justifcar a necessida- de de ormação que não seja meramente prática para exercer a profssão.  A decisão do STF é um re- trocesso na educação brasileira. Desregulamentar a profssão não é o melhor caminho para a produção de um jornalismo com mais qualidade. O que deveria ser eito é aumentar a fscalização e avaliação dos cursos nas univer- sidades, com o intuito de melho- rá-los. Para que assim as escolas estejam cada vez mais aptas a ormarem profssionais que lutem pela liberdade de expressão, que é o dever de todo jornalista. FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2009 - CURSO DE JORNALISMO ANO XXVII, NÚMERO 3 Prefeitura conclui 12% das ações no Maciço Projeto Maciço do Morro da ruz, iniciado no inal de março e 2008, prevê obras de sane- mento básico, distribuição elé- trica, transporte e habitação. As outras ações incluem ainda a criação de um parque de con- servação ecológica e rentes de desenvolvimento social – como cursos de capacitação e mutirão de limpeza. página 8 e 9 Obras de inraestrutura urbana têm atraso de três meses  A empresa IFC já possui licença ambiental prévia, emitida pela Fatma, para explorar a jazida do minério na cidade. Enquanto os moradores apoiam o projeto, am- bientalistas denunciam os riscos da instalação da mina.  página 7 Exploração de fosfato ameaça Mata Atlântica de Anitápolis Meio Ambiente Saúde Publicidade de remédios deve obedecer novas regras da Anvisa Jornalista sem diploma, um retrocesso legalizado Lígia Lunardi Carlos Santos Economia  Agricultura orgânica e turismo rural mantém população no campo páginas 10 e 11 página 13 Divulgação GustavoBonfglioli

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Page 1: Zero Julho Capa

8/14/2019 Zero Julho Capa

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No último mês de junho, oSupremo Tribunal Federal (STF),por oito votos a um, decidiu queo diploma de jornalista não émais necessário para exercer aprofssão. A decisão irrevogávelevidencia o desconhecimentodos magistrados sobre o tema.

Entre os argumentos ques-tionados estava que a obriga-toriedade do diploma restringea liberdade de expressão. Aí se

esquece que os espaços desti-nados a artigos, colunas, entreoutros, são eitos por colabora-dores que não precisam ter di-ploma de jornalistas. Esses sãoos espaços de opinião dentrodos jornais. Como já dizia Cláu-dio Abramo, não existe liberdadede imprensa e sim, de empresa. A discussão de liberdade que oministro propõe passa por outraesera: a de democratização dacomunicação, em que se devemdiscutir, por exemplo, como a-cilitar a criação de rádios comu-

nitárias ou a divisão do espectromagnético nas empresas de te-levisões e rádios.

  A desregulamentação daprofssão de jornalista tambémabre o debate sobre o papel

da ormação acadêmica. Emqualquer profssão, não apenasno jornalismo, ter concluídoum curso de graduação não éatestado de competência. Noentanto, os quatro anos dedica-dos à ormação teórica e práticapermitem um questionamentoquase cotidiano da produção jornalística. Os estudantes lidamnão apenas com questões técni-cas e sim com questões huma-

nísticas também. As pesquisasrealizadas em Jornalismo, quecrescem a cada ano, tambémajudam a justifcar a necessida-de de ormação que não sejameramente prática para exercera profssão.

  A decisão do STF é um re-trocesso na educação brasileira.Desregulamentar a profssãonão é o melhor caminho para aprodução de um jornalismo commais qualidade. O que deveria sereito é aumentar a fscalização eavaliação dos cursos nas univer-

sidades, com o intuito de melho-rá-los. Para que assim as escolasestejam cada vez mais aptas aormarem profssionais que lutempela liberdade de expressão, queé o dever de todo jornalista.

FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2009 - CURSO DE JORNALISMO ANO XXVII, NÚMERO 3

refeitura conclui 12%as ações no Maciçoeto Maciço do Morro daniciado no inal de março08, prevê obras de sane-

básico, distribuição elé-

trica, transporte e habitação. Asoutras ações incluem ainda acriação de um parque de con-servação ecológica e rentes de

desenvolvimento social – comocursos de capacitação e mutirãode limpeza.

página 8 e 9

as de inraestrutura urbana têm atraso de três meses

 A empresa IFC já possui licença

ambiental prévia, emitida pela

Fatma, para explorar a jazida do

minério na cidade. Enquanto os

moradores apoiam o projeto, am-

bientalistas denunciam os riscos

da instalação da mina.

  página 7

Exploração de fosfato ameaçaMata Atlântica de Anitápolis

Meio Ambiente

Saúde

Publicidade de remédiosdeve obedecer novas

regras da Anvisa

Jornalista sem diploma,

um retrocesso legalizado

Lígia Lunardi

Carlos Santo

Economia

 Agricultura orgânica eturismo rural mantémpopulação no campopáginas 10 e 11página 13

o Gustavo Bonfglio