yyyyahari ore no seishun love come wa ... nossa mãe se arrastou para fora do seu quarto, xingando e...

20
1

Upload: dangtruc

Post on 10-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

2

YYYYahari Ore no Seishun Love Come wa Machigatteiruahari Ore no Seishun Love Come wa Machigatteiruahari Ore no Seishun Love Come wa Machigatteiruahari Ore no Seishun Love Come wa Machigatteiru

Volume 3Volume 3Volume 3Volume 3

Capítulo 3: Yukinoshita Yukino Realmente Gosta de Gatos

3-1

De todos os dias da semana, Sábado definitivamente é o mais poderoso. Você não treme

diante de sua superioridade esmagadora? É um dia de folga e o dia posterior também. É

praticamente uma queima de estoque Super Saiyajin.

Eu também amei o Sábado de todo meu coração, e eu queria viver todo dia como se fosse

Sábado quando eu crescesse. Domingos são depressivos pois você passa o dia inteiro pensando

consigo mesmo, "Começando amanhã eu tenho que trabalhar de novo..."

A primeira coisa que eu fiz na manhã foi ociosamente ler o jornal. Kobo the Li'l Rascal1 foi a

melhor parte do jornal, como sempre. Ou melhor, você poderia dizer que é a única parte que

eu realmente lia.

Quando eu terminei de ler o jornal– e por jornal eu quero dizer Kobo the Li'l Rascal– eu

chequei os bilhetes de desconto. Sempre que eu via algo barato eu circulava e entregava para

Komachi, que então anotava na sua lista de compras. Komachi e a mãe faziam as compras na

nossa família.

Então eu reparei uma notável fonte brilhante no meio dos bilhetes. A fonte era tão brilhante

que você poderia chamá-la de fóton. Eu estou falando sobre partículas de luz, não uma

pessoa2.

– K-Komachi! Olha isso!

Sem pensar, eu puxei seu braço com um entusiasmo descontrolado.

– Eles estão tendo a Exibição de Cães e Gatos de Tokyo esse ano também!

Era como uma cena do Rei Leão. Eu posso acabar soltando um grito de guerra também sem

nem perceber. U-Ra-Ra!! Esse não era o Bordão do Geronimo3?

– Meudeusdocéu! Você tá certo! Isso é incrível! Você tem bons olhos, Onii-chan!

– Hahaha! Me idolatre, plebeia!

– Uau, você é tão incrível! Meu Onii-chan é incrível!

– ...Quietos, vocês dois. Estão incomodando.

1 Uma tirinha popular publicada no Japão é Yomiuri Shinbun. Imagine um Garfield japonês. 2 A palavra japonesa para Fóton é 光子, que pode ser lido como um nome de garota. 3 Geronimo é um personagem de Kinnikuman, um quadrinho shonen popular.

3

Nossa mãe se arrastou para fora do seu quarto, xingando e parecendo muito com um

golem. Seu cabelo era o de alguém que acabou de acordar, seus óculos estavam tortos e ela

tinha olheiras nos olhos das quais não conseguia se livrar.

– D-Desculpa...

Eu pedi desculpas, para as quais minha mãe apenas balançou a cabeça secamente e recuou

para o quarto. Aparentemente ela planejava cochilar por um bom tempo.

...Definitivamente é difícil ser uma mulher trabalhadora. Eu tenho pena da mulher que se

casar comigo. Eu serei pior que aquele cara que depende do salário da mulher – Eu serei um

total desperdício dos recursos da sociedade.

Assim que pôs a mão na porta do quarto, minha mãe olhou por cima do ombro.

– Você– ela disse.

– Você pode sair, mas cuidado com os carros. Por estar úmido e os carros derraparem nesse

tempo, é fácil para um acidente acontecer. Não faça algo estúpido como levar a Komachi na

bicicleta com você.

– Sim, sim. Como se eu fosse deixar a Komachi fazer algo tão perigoso.

O amor dos meus pais pela minha irmã era profundo. Sim, é porque ela é uma garota, mas

ela fazia tarefas o tempo todo e ela era tão boa com tudo que tentava fazer, sem mencionar

que ela é tãããão adorável. Não é surpresa meus pais tratarem ela como vidro.

Mas pelo irmão mais velho, por outro lado, eu duvido que eles se sentiam do mesmo jeito.

Naquele mesmo momento, minha mãe estava suspirando profundamente enquanto olhava

meu rosto.

– Eu estou preocupada com você, idiota.

– ...huh?

Eu engasguei. E pensar que ela estava preocupada comigo esse tempo todo... Eu tinha

certeza de que eu não era amado pelo o fato de como ela nunca me acordou pela manhã,

como preferia me dar uma pequena moeda de 500 ienes em vez de um lanche caseiro e como

ocasionalmente comprava camisetas horríveis pra mim numa loja próxima. Sério, qual o

problema com o gosto horroroso dos meus pais por roupas? Era um azar terrível. Eu jurava que

eles me odiavam.

Mas... a relação entre uma mãe e um filho é linda. Meus olhos estavam ficando molhados.

– M-Mãe...

– Eu estou bem preocupada. Se você machucar sua irmã, seu pai te mata.

– O-O velhote...

Eu engasguei.

O velhote em questão estava atualmente na terra dos sonhos, apreciando o sono.

4

Honestamente, as coisas nunca eram boas com meu pai por perto. Ele gosta muito da

Komachi, mas, me olha com um olhar meio desconfiado, eu sei bem. Ele me dizia coisas que

eram irrelevantes, como para eu ter cuidado com aqueles chantagistas que querem arruinar

sua reputação, ou com aquelas mulheres que tentam te seduzir na rua e só querem seu

dinheiro, ou que investir em uma poupança é meio que um esquema fraudulento, ou que

trabalhar é perder. E o pior é que quase tudo vinha da própria experiência do meu pai, então

eu não podia ignorar.

Sempre que saía de casa, ele batia a porta com toda a força, perturbando meu cochilo.

– Não tem nada com o que se preocupar já que vamos de ônibus!

Komachi virou para sua mãe, rindo inocentemente.

– Ah, nós vamos precisar do dinheiro da passagem!

– Então tá– disse minha mãe.

– Quanto é o bilhete de ida e volta mesmo?

– Uhh...

Komachi começou a contar nos dedos. Huun, se um bilhete só de ida era 150 ienes, então

um de ida e volta era 300 ienes. Eu não entendi porque ela precisava usar os dedos para fazer

essa conta.

– É 300 ienes– eu respondi, antes que Komachi pudesse terminar seus cálculos.

Para isso, minha mãe respondeu com um "ok" enquanto pegava uma pequena moeda da

carteira.

– Aqui está, 300 ienes.

– Obrigada– disse Komachi.

– Com licença, mãe. Eu também vou, sabe...

Havia uma sensação meio rígida nas minhas palavras, como se eu fosse Masuo-san falando

com Fune4.

– Ah, você precisa de dinheiro também?

Minha mãe colocou a mão na carteira de novo, como se ela tivesse acabado de perceber

minha existência.

– E eu vou comer fora hoje, então eu preciso de dinheiro pro lanche tambéééém~~–

Komachi cantou.

– Ham? Acho que não tem o que fazer...

Minha mãe entregou duas notas devido ao pedido de Komachi (que estava transbordando

de oportunismo).

4 Masuo é um personagem de Sazae-san. Fune é sua sogra. Eles têm uma relação estranha e distante.

5

Wow, Komachi certamente é incrível. Digo isso, pois geralmente meu dinheiro para o lanche

era 500 ienes, então porque se tornou 1000 ienes quando minha irmã pediu? Está além da

minha compreensão. Por favor, me explique, mãe.

– Obrigada! Tá, vamos, onii-chan.

– Mm.

– Certo, divirtam-se.

Minha mãe acenou fracamente antes de desaparecer para o quarto novamente. Durma

bem, mãe.

Então, enquanto eu saía de casa, eu segurei a porta com todas as fibras do meu ser e fechei

ela com força.

Essa foi para você. Bom dia, pai!

3-2

Levou um total de quinze minutos para o ônibus chegar até o local da Exibição de Cães e

Gatos de Tokyo, o Centro de Convenções Makuhari. Mesmo que fosse a Exibição de Cães e

Gatos de Tokyo, eu fiquei surpreso que estava sendo feita em Chiba. Eu não teria o dinheiro

para poder ir se fosse no Tokyo Big Sight ou algo assim.

O lugar estava lotado de pessoas. Também haviam alguns que trouxeram seus bichinhos de

estimação.

Komachi e eu experimentalmente demos as mãos já que é o que supostamente devíamos

fazer. Não é como se fossem amigos em um encontro nem nada, mas fizemos isso tantas vezes

quando saíamos na infância que virou força do hábito. Komachi cantarolou uma música

enquanto balançava minha mão para a frente e para trás. Quase tive meu ombro deslocado.

Eu podia ver que Komachi estava radiante e mais alegre que o normal, talvez pelo que ela

vestia: uma regata combinando com um vestido rosa-claro de gola larga, junto com um shorts

que ia até as coxas, parecido com uma saia curta. Além disso, ela tinha um descuidado sorriso

de um milhão de dólares que ameaçava dividir seu rosto em dois. Quando essa minha

irmãzinha sorri assim, ela parece indefensavelmente orgulhosa de si. Não que ela sorria assim

em qualquer lugar.

De qualquer maneira, pode se chamar Exibição de Cães e Gatos de Tokyo, mas era

basicamente uma venda de animais com as commodities5 em exibição (e.g. os cães e gatos).

Por outro lado, eu estava bem animado para ver alguns animais raros em exibição. Não havia

5 Commodities significa Mercadorias. É usada para descrever produtos que sofrem poucos ou nenhum processo de alteração, como frutas, legumes, cereais e alguns metais.

6

nem taxa de entrada– era um evento a ser temido. Chiba realmente é a melhor.

Assim que entramos, Komachi começou a apontar animada para coisas.

– Olha, Onii-chan! Pinguins! Tantos pinguins andando por aí! Que adorável!

A abreviatura e.g. vem do latim "exempli gratia" e significa por exemplo.

– Ah, isso me lembrou uma coisa. Eu ouvi que a palavra pinguim deriva do Latim, 'gordura6'.

Quando você pensa sobre, eles são como executivos de baixo escalão obesos bamboleando

fora do escritório.

– Oh, uau. Subitamente, eu não consigo mais achar eles fofos...

Komachi abaixou o braço, abatida. Ela virou para mim e me encarou ressentida.

– Graças ao seu conhecimento inútil, eu sempre vou lembrar da palavra 'gordura' quando

eu olhar pra um pinguim, Onii-chan...

Ela murmurou em protesto, não que isso vá mudar alguma coisa. Culpe o cara que nomeou

os pinguins para começo de conversa.

– Sabe, Onii-chan, você não deveria dizer esse tipo de coisa num encontro. Se uma garota

diz, 'Que adorável!' você deve dizer, 'Sim, mas você é ainda mais.'

– ...que idiotice.

Mesmo os pinguins do Polo Sul ficariam gripados se fossem submetidos à uma conversa tão

fria7, na minha opinião.

– Não tem problema. Não é como se eu estivesse te falando para me dizer isso, sabe. Eu já

sei que eu sou adorável.

– Dizer isso você mesma arruína o efeito...

Mas que conversa brilhante para se ter enquanto cães, gatos e pinguins andam pelos

arredores.

– Obrigada pelo comentário inútil! De qualquer jeito, olha, olha! Vamos ali rapidinho–

Komachi disse enquanto começava a correr, puxando minha mão.

– Ei, calma, não corra. Você vai bater em alguma coisa.

De um jeito ou de outro, nós acabamos parando no que parecia ser a área das aves,

ocupada por araras de todas as formas e tamanhos. Um mundo de cores ricas se abriu sob

nossos olhos. Amarelo, vermelho, verde... todas as cores primárias estavam espalhadas por

aqui e elas eram tão vivas que meus olhos doíam só de olhar. Sempre que os pássaros abriam

as asas e voavam, luz reluzia em suas penas, mostrando seu brilho.

6 Pinguis é latim para "gordo, pesado". Alguns sugerem que essa palavra foi a origem de pinguim, já que eles armazenam calorias na forma de gordura. Outros pensam que possa vir do Galês pen gwin, "cabeça branca". 7 Hachiman faz um trocadilho com a palavra chilly, que pode significar "frio" ou "calmo, despreocupado".

7

Mas no meio daquela enchente de cores brilhantes, o que se destacava mesmo era uma

brilhante cabeça com cabelos pretos.

Toda vez que a dona daqueles cabelos pretos brilhantes enfiava o nariz no panfleto da

Exibição de Cães e Gatos de Tokyo que ela segurava em uma mão, suas marias-chiquinhas

balançavam.

– Aquela não é... Yukino-san?

8

9

Parece que a Komachi reconheceu ela também.

Sério, não havia ninguém que destacava tanto quanto ela. Ela estava chamando bastante

atenção. Vestida com um curto casaco de lã cor-de-creme e um vestido leve com um laço

amarrado um pouco abaixo do peito, ela dava uma impressão mais amigável que o normal.

Sempre que ela andava, suas sandálias produziam um som leve. Mas a garota em questão

parecia não prestar atenção aos olhares, observando os arredores impassível assim como fazia

no clube.

Yukinoshita checou o número do corredor e olhou o panfleto. Então ela olhou os arredores

e o panfleto novamente. Então ela soltou um suspiro de resignação.

O que ela tinha? Será que ela estava perdida?

Yukinoshita dobrou o panfleto como se ela tivesse se decidido sobre algo e saiu andando

confiante– em direção à uma parede.

– Ei, isso é um beco sem saída– Eu disse sem pensar, incapaz de continuar assistindo em

silêncio.

Aquilo induziu um olhar hostil da direção de Yukinoshita. Eita.

Mas assim que ela percebeu que fui em quem falou, um olhar enigmático tomou seu rosto

e ela veio até nós.

– O que temos aqui? Um animal incomum, entendo.

– Você poderia não me chamar de um Homo sapiens sapiens de passagem? Você está

negando minha humanidade.

– Eu estou incorreta?

– Você está correta, mas essa não é a questão...

A primeira coisa que ela fez quando abriu a boca foi me tratar como um hominídeo

primata. Apesar de ela estar absolutamente correta de um ponto de vista biológico, não é

possível receber um cumprimento muito pior que esse.

– Então, por que você estava indo na direção de uma parede?

– ...Eu me perdi.

Yukinoshita disse sombriamente com uma expressão que só podia ser descrita como...

derrota. Era como se ela estivesse prestes a cometer seppuku8. Seus olhos estavam cheios de

irritação enquanto ela abria o panfleto e lia-o mais uma vez.

– Uh, esse lugar não é grande o bastante para você se perder, sabe...

8 Ritual suicida japonês reservado à classe guerreira, principalmente samurai, em que ocorre o suicídio por esventramento (execução com tortura que consiste em abrir o ventre e extrair seus órgãos internos). O seppuku foi utilizado como um método de demonstrar a coragem, o autocontrole e a forte determinação característicos de um samurai.

10

Ela não tinha senso de direção, huh... bom, eu acho que às vezes você se perde mesmo com

um mapa. Mapas não são muito úteis, principalmente em um lugar em que cada bloco parece

exatamente igual ao bloco anterior. Como a Comiket ou o andar subterrâneo da Estação de

Shinjuku. A Estação Umeda era tão horrível que você acabaria preso se não trouxesse papel

quadriculado e você mesmo desenhasse um mapa.

– Boa tarde, Yukino-san!

– Ah, então você também veio, Komachi-san. Boa tarde.

– Mas eu não esperava te ver aqui– eu disse.

– Você veio ver algo?

– ...bom, umas coisas aqui e ali, eu suponho.

Os gatos, basicamente. Ela desenhou um enorme círculo vermelho ao redor do canto dos

gatos...

Notando meu olhar, Yukinoshita calmamente dobrou o panfleto como se nada tivesse

acontecido.

– Hi-Hikya...

Ela tentou fingir que não era nada, mas ela se enrolou completamente com as palavras.

– Então, o que você está fazendo aqui, Hikigaya-kun?

Em relação a mim, eu também tentei agir como se eu não tivesse notado nada, ao mesmo

tempo em que eu tentava meu melhor para não caçoar dela. Afinal, se eu dissesse algo ela

provavelmente se vingaria uma cinco vezes pior...

– Eu venho aqui todo ano com a minha irmã.

– Foi aqui que a gente encontrou o nosso gato– Komachi afirmou.

Como Komachi disse, foi aqui que encontramos Kamakura, nosso gato, pela primeira vez.

Ele pode ter sido um malandro atrevido, mas ele era de raça. No momento que Komachi disse

que queria ele como bichinho, o acordo estava feito. Eu me senti mal pelo meu pai, que

apenas foi chamado para pagar a conta.

Yukinoshita olhou para mim e para Komachi, um sorriso óbvio no seu rosto. De novo não.

Eu já vi esse olhar antes.

– ...Vocês dois se dão muito bem como sempre, entendo.

– Na verdade não, é como um evento que dura o ano todo.

– Certo.

Houve uma pausa.

– Tchau, então.

– É, tchau.

Nós dois dissemos palavras de despedida, evitando futuro envolvimento.

11

– Espera um segundo, Yukino-san. Já que você veio até aqui, vamos todos juntos!

Komachi puxou a manga de Yukinoshita antes que ela pudesse partir.

– Meu irmão deixa todo mundo pra baixo sempre que ele abre a boca. Eu me divertiria

muito mais com você, Yukino-san.

– S-Sério?

Yukinoshita perguntou, tomando meio passo de distância de Komachi, que estava

pressionando-a incessantemente.

Komachi balançou a cabeça agitadamente em resposta.

– Sim sim– ela respondeu.

– Vamoooooos!

– Isso não atrapalhará? ...Hikigaya-kun, eu quero dizer.

Eu estava sendo marginalizado como se fosse a coisa mais natural do mundo.

– Espera, que merda você está falando? Eu me calo sempre que tem pessoas ao redor

então eu nunca atrapalho, entendeu?

– Em outras palavras, você se camufla nos arredores, eu entendo... olhando por esse lado,

você tem um talento incrível...

Yukinoshita não parecia nem surpresa nem encantada. Bom, na verdade, se você é parte de

um grupo e você fica em silêncio, todo mundo enche seu saco com perguntas desnecessárias.

– ...Muito bem, então vamos andar juntos– Yukinoshita disse.

– Tem algo que você queira ver? S-Se não tem nada em particular...

– Deixa eu pensar...

Komachi bateu na sua mão como se tivesse tido uma ideia brilhante.

– Já que viemos até aqui, vamos olhar as coisas que você geralmente não vê!

– ...Eu honestamente não sei dizer se você sabe ou não ler a atmosfera– eu disse.

– Huh? Quê?

Komachi ergueu a cabeça, confusa.

– ...Eu seguirei sua sugestão.

Yukinoshita suspirou em resignação.

Era difícil saber o que dizer. Eu mentalmente pedi desculpas pela minha irmãzinha.

Em relação à animais exóticos, não havia muito espaço para os animais maiores que você

esperaria. Dada a situação, a área dos pássaros tinha uma proporção bem parecida.

Provavelmente porque os pássaros exóticos não ocupavam muito espaço.

Após deixar o estande com pássaros espalhafatosos de países Sulistas para trás, fomos para

uma área com uma exibição ridiculamente incrível. Aquela área, que estava bloqueada por um

corrimão de aço reforçado, era a moradia de pássaros majestosos com afiados bicos, garras

12

afiadas e asas robustas.

– O-Olha isso, Komachi! Águias! Falcões! Ah cara, eu queria ter um desses.

Que legal... Eu quase parei de andar e escalei o corrimão sem pensar. Se havia algum

sintoma de chuunibyou que eu contraí, foi a incapacidade de não ser afetado por uma visão

tão impressionante como essa. Provavelmente era assim que um soldado Americano ou um

chuuni completo enxergaria.

Mas Komachi, que parecia incapaz de entender o que era tão incrível sobre isso, bufou

indignada.

– Eh? Isso não é fofo. Isso cheira à chuuni.

– Ei, que bosta é essa que você tá falando? Não é fofo como ele vira o pescoço?

Eu virei, pretendendo persuadi-la, mas Komachi já tinha me deixado para trás. Que cruel.

– Não tem nada de fofo nisso.

Em vez da minha fria irmã, quem me respondeu foi Yukinoshita.

– Mas eu realmente acho majestoso e bonito– ela adicionou, surpreendentemente.

Ela parecia estar falando a verdade. Yukinoshita veio até o meu lado, agarrando o corrimão,

seu olhar focado unicamente nas aves de rapina.

– Whoa! Então você entende a grandiosidade! Você é uma chuuni de coração!

– ...Isso eu não entendo.

Deuses, essa dama não entende...

Oh, droga. Se eu continuar com isso eu vou parecer o Zaimokuza...

Amaldiçoado chuunibyou

Esta doença incurável

Uma doença do coração (sílabas demais)

Um haiku, escrito por Hachiman. A propósito, chuunibyou é a palavra que indica sobre qual

estação o poema fala. Chuunibyou é a primavera da juventude.

3-3

Nós nos esgueiramos para fora da área dos pássaros e para dentro da área de pequenos

animais. Essa era a área que agrupava bichinhos de estimação como hamsters, coelhos e

furões.

Komachi realmente se empolgou no Canto de Afago, evidenciado por todo os ooow e aaaw

que ela fez e como ela se recusava a se mover um centímetro sequer de onde ela estava.

Yukinoshita, por outro lado, ergueu a cabeça após uma curta tentativa de fazer carinho nos

animais. Parecia que o toque do seus pelos não era exatamente a sensação que ela procurava.

Ela estava mais preocupada com isso do que eu esperava...

13

A propósito, os animais fugiam sempre que eu me aproximava. Bom, droga. Não me diga

que eu era odiado até por animaizinhos.

– Komachi, vamos...

– Eeek, que fofo! Eu estava quase em cima dele! Oh, huh. Onii-chan, você pode ir na frente.

Eu vou ficar aqui mais um pouco.

– Então tá...

A razão para ela imaginar que eles fossem fofos não era nem um pouco fofa. Essa garota

estava bem?

Já que eu recebi a permissão da Komachi e tal, eu decidi continuar. Se eu me lembro bem, a

área dos cães é logo à frente e a dos gatos provavelmente é a próxima.

– Certo, Yukinoshita. A área depois da próxima é a dos gatos. Desculpa, mas você pode ficar

de olho na Komachi por mim?

– Eu não me importo, mas Komachi-san já é velha o bastante para cuidar de si mesma, creio

eu. Você não está sendo superprotetor?

– Não. Isso se chama ficar de olho nela para ela não pisar em animais.

– Eu não piso neles– Komachi interrompeu.

– Oh, Yukino-san, você sabe que você pode ir na frente e olhar os gatos também, certo?

– Oh, s-sério? B-Bom, já que viemos tão longe...

Yukinoshita disse, levantando-se apressadamente. O quanto ela queria ver os malditos

gatos?

– Bom, então vamos.

Então, ignorando minha existência completamente, ela corajosamente pôs os pés em águas

inexploradas.

Mas no momento que a frase "área de cães" surgiu, ela teve uma reação atrasada.

– Algum problema– Eu perguntei.

– Nenhum...

Yukinoshita desacelerou o passo, e então lentamente andou ao redor de mim para que

ficasse atrás, deixando-me para tomar a iniciativa. Droga, ela está atrás de mim! Eu estou

ferrado! Eu pensei, mas ao mesmo tempo eu não senti nenhuma intenção maligna vindo dela.

Ah certo, é por causa dos cachorros. Ela realmente não conseguia lidar com eles, huh.

– Eu tenho quase certeza que você já sabe disso, mas você tem noção de que são apenas

filhotes, né?

Já que esse evento funcionava como uma venda, os bichinhos de estimação mais comuns

em exibição – os cães e gatos – eram filhotes. É triste, mas são negócios.

Eu não tinha ideia se eu consegui convencê-la ou não, mas Yukinoshita desviou o olhar.

14

– Filhotes são ainda pio... E-Eu só digo isso para esclarecer, mas não é como se eu fosse

ruim com cães nem nada, você entendeu? Isso é... eles só não são exatamente o meu forte,

você poderia dizer.

– Sabe, na nossa sociedade isso significa o mesmo que ser ruim com cães.

– Está na margem de erro.

Sério...? Bom, se ela diz.

– Hikigaya-kun... você prefere cães?

– Eu sou neutro. Eu decidi não participar de nenhum grupo ou facção.

Verdadeiros guerreiros não se unem a grupos. Solitários sempre vão se opor ao mundo

todo. Todo esse "Eu contra o mundo" é como algo de um filme do Steven Seagal. Eu pensava

como o Steven Seagal, então eu sou como ele.

Mas não tinha um vislumbre sequer de aprovação no rosto de Yukinoshita.

– Eu vou entender isso como um ninguém te quer.

– Basicamente. Mas tanto faz, vamos.

Ela realmente estava praticamente certa, então eu não fiz objeções. Disputar verbalmente

com Yukinoshita não me traria nada além de dor e desgraça, então eu decidi diminuir as

perdas e seguir em frente.

– Eu tinha certeza que você preferia cães– Yukinoshita murmurou desocupadamente

enquanto começava a andar atrás de mim.

– Huh? Por quê?

Eu perguntei, olhando por cima do meu ombro.

Mas a resposta de Yukinoshita não foi uma boa dica.

– É porque você é desesperado a esse ponto.

Teve alguma vez que Yukinoshita me viu desesperado com algo? Apenas uma coisa me veio

à cabeça. Provavelmente foi aquela vez.

A partida de tênis do Totsuka.

É, eu estava bem desesperado aquela vez. Eu lutei firmemente pelo bem do Totsuka. Quero

dizer, ele é tão fofo e tal. Naquela vez, Totsuka foi todo refinado, como um Chihuahua, então

eu me consideraria uma pessoa que prefere cães, de fato.

Nesse caso, provavelmente é correto dizer que eu prefiro Totsukas. Eu acho que eu amava

Totsuka demais.

Enquanto eu coçava minha cabeça, pensando "Ah, entendi", Yukinoshita tocou meu ombro

repetidamente.

– Podemos por favor continuar logo?

– Ah, certo.

15

Apressado pela Yukinoshita, eu passei por um portão barato com as palavras "Zona Au Au"

escritas nele. Uma enorme massa de potenciais compradores estava aglomerada no canto da

loja de animais, misturando-se. Parecia que muitos clientes estavam ali– os cães chamavam

muita atenção. As raças populares de pequeno porte como Chihuahuas, Dachshunds, Shiba

Inus e os Corgis eram os primeiros da lista, seguidas pelas raças padrão como Labradores,

Golden Retrievers, Beagles, Bulldogs e por aí vai. O criador explicando essas coisas falava com

tanta autoridade que ele mesmo parecia ser de raça, o que há com esses títulos difíceis de

entender que ele usou, como GRANDE CAMPEÃO e CANDIDATO DE FESTIVAL e SELEÇÃO

MUNDIAL e BOM DESIGN.

No instante que entramos na área dos cães, Yukinoshita se recusou a abrir a boca. Ela

estava tão quieta que eu quase presumi que ela tivesse parado de respirar. Tudo que precisava

para me deixar incomodado era uma pessoa em um silêncio profundo em um ambiente

ruidoso. Sério, era barulhento demais por aqui. Especialmente com todas aquelas garotas

soltando gritinhos e tirando fotos.

...Eh, espera, aquela era a Hiratsuka-sensei logo ali. Vamos apenas fingir que eu não a vi.

Sensei... Por favor vá em um encontro ou algo assim no seu dia de folga.

Meh, quando saímos daqui podemos nos apressar e irmos até o canto dos gatos, eu pensei,

mas naquele momento Yukinoshita arfou surpresa.

Na nossa frente tinha uma seção com "Canto de Aparar" escrito nela.

– Hm, que foi? – Eu perguntei.

– Eles processam fotos?

– Não. Eles aparam os cachorros, penteando seu pelo e expondo o brilho em sua pelugem.

É amplamente conhecido como Grooming9.

– Grooming... Up Jaja Uma? Esse é mangá superfamoso.

Enquanto eu pensava sobre as quatro irmãs do Rancho Watarai, Yukinoshita continuou.

– Para pôr em termos leigos, é um salão de beleza – ela disse com um ar de superioridade.

– Ah, é mesmo? Que extravagante. Eu tenho certeza que o Quinto Shogun aprovaria10.

– Eles não só fazem isso como também dão aulas para prática da obediência. Talvez você

devesse tentar?

9 Groom pode ser traduzido como cuidar da pelugem de um animal, esfregando-a e limpando-a. Hachiman muda a ordem do título de Jaja Uma Grooming Up! Um mangá sobre um estudante do colegial indeciso sobre seu futuro que acaba parando no rancho Watarai, aprendendo sobre cavalos e sobre os animados habitantes do rancho. 10 O Quinto Shogun, Tokugawa Tsunayoshi, foi um shogun notório conhecido por ser excêntrico e um tirano. Ele também gostava de cachorros, que foi o motivo dele também ser chamado de Imperador Cão.

16

Ela casualmente me pôs no mesmo nível de um cachorro num piscar de olhos. Eu estava

acostumado, então tanto faz.

Enquanto tínhamos nossa inútil discussão, parecia que um cachorro tinha acabado de ser

aparado. Um Dachshund com um casaco saiu trotando, sua boca bocejando bem aberta.

Então, uh, o que aconteceu com o dono?

– E-Espera, Sable! Menino mal, você não está na coleira!

O Dachshund solto virou a cabeça com a ordem, apenas para alegremente ignorá-la. Então

ele disparou em direção à saída como uma bala – em outras palavras, na nossa direção.

Mesmo que seja apenas um cachorro.

– H-Hikigaya-kun. Es-esse cachorro é...

Yukinoshita estava em pânico, sem saber o que fazer. Ela olhou os arredores

descontroladamente e suas mãos se moviam desenfreadas.

...Era raro ver ela reagir assim. Era meio que uma mudança prazerosa, sério, eu estava

tentado deixar ela continuar, mas o barulho que ela estava fazendo era extremamente

incômodo.

– Aqui – eu disse, segurando o cachorro pela nuca. Eu não segurei nosso gato sempre que

ele se irritava comigo e tentava fugir todo dia para nada. Pegar animais com as mãos era um

dos meus talentos especiais.

O cachorro estava me olhando com um olhar abatido, mas uma vez que ele superou a

surpresa, ele levantou o nariz e cheirou antes de lamber os meus dedos entusiasmados.

Assustado, eu soltei o cachorro sem pensar.

– Oops, eu deixei escapar...

– Ugh, seu imbecil – Yukinoshita disse com desprezo.

– Você soltou ele...

Mas em vez de correr, o cão brincou ao redor do meu pé e ociosamente rolou. Ele me

mostrou a barriga, sua língua abanando.

O que esse cachorro tem...? Ele certamente gosta excessivamente de mim.

– Esse cachorro...

Yukinoshita espiou o cachorro atentamente de detrás de mim. Hum, não que ele seja uma

forma de vida tão assustadora, na minha opinião...

– S-Sable! Me desculpe!

A dona, que veio correndo, segurou o cachorro em seus braços e abaixou a cabeça se

desculpando profusamente. Seu penteado, preso em uma bola, balançou com o movimento.

– Peço desculpas pelo que o Sable–

– Oh veja, se não é a Yuigahama-san – Yukinoshita declarou, incitando a dona a olhar para

17

cima com uma clara expressão confusa no rosto.

Aquele cabelo, aquela voz, aquela atitude – não tinha erro. Era a Yuigahama.

3-4

– Huh? Y-Yukinon?

Ela então virou para mim mecanicamente.

– Oh. Oh. Huh? Hikki? Você tá com a Yukinon?

Yuigahama olhou para Yukinoshita e para mim em turnos, dizendo palavras de puro

espanto.

– É – eu disse.

– Oh. C-Certo...

Um silêncio extremamente constrangedor reinou entre nós. Droga, isso é difícil...

O silêncio foi quebrado quando o cão que Yuigahama estava segurando soltou um latido.

Yukinoshita, que esteve meramente se escondendo na minha sombra todo esse tempo, reagiu

recuando e diminuindo a distância entre eu e ela. Parecia que sua resposta padrão em

situações de risco era me usar de escudo.

– ...Oh, uuuuh. Um...

Enquanto Yuigahama gentilmente acariciou seu cachorro na cabeça, seu olhar vagueou

pelo espaço entre Yukinoshita e eu. Eu podia detectar um senso de distância nessa ação.

– Eu não esperava te ver aqui – Yukinoshita disse à Yuigahama, fazendo ela recuar e tremer

um pouco em resposta.

– É-É. Por que você e o... Hikki estão juntos, Yukinon? Quero dizer, é raro ver vocês dois

juntos... – Yuigahama disse para Yukinoshita bem travada, como se elas não tivessem se visto

por dias. Ela apertou seu bichinho de estimação contra o peito firmemente, sem fazer contato

com os olhos de Yukinoshita.

Ela pode ter perguntado porque estávamos juntos, mas não tem nenhum motivo já que

nosso encontro foi uma total coincidência. Yukinoshita e eu trocamos olhares antes de abrir

nossas bocas ao mesmo tempo.

– Então, é o seguinte–

Yuigahama nos interrompeu.

– Ah, não se importem com isso! Sem problemas, eu to bem. Não precisam me contar... é

óbvio que vocês saíram juntos em um feriado, certo? É... eu nunca sequer notei, como eu sou

lerda. E eu aqui pensando que a única coisa em que eu era boa era ler a atmosfera – ela disse

com um sorriso constrangido.

Enquanto ela fechava os olhos, uma risada tensa saiu de sua boca. Eu imagino se houve

18

algum tipo de estranho mal-entendido. Será mesmo que para ela parecia que Yukinoshita e eu

estávamos num encontro? Bom, ela provavelmente se daria conta logo de cara se ela parasse

e pensasse um pouco, e além disso, dizer algo tão óbvio como "Nós não estamos num

encontro" parecia, bom, estúpido. Eu sou autoconsciente demais para fazer algo assim.

Mal-entendidos eram interpretações erradas dos fatos. Eles não eram verdade. Nesse caso,

era melhor guardar para mim mesmo. Eu não me importo com o que os outros pensam de

mim. Espera, quanto mais você confunde as coisas, maiores as chances de você acabar no

caminho errado. Tanto faz, eu desisto.

O cachorro nos braços de Yuigahama olhou para cara da sua dona e choramingou.

Yuigahama afagou a cabeça do Sable, dizendo palavras tranquilizantes. Seu rosto estava

desanimado.

– En-Então é melhor eu ir.

Ela começou a andar, olhando para os seus pés. Ela foi parada subitamente quando

Yukinoshita chamou seu nome.

– Yuigahama-san.

A voz de Yukinoshita ressoou claramente no meio da barulheira. Apenas sua voz chegou aos

meus ouvidos, como se todo o ruído ao fundo tivesse sumido. Yuigahama, cujos olhos estavam

desanimados um instante atrás, instintivamente olhou na direção de Yukinoshita.

– Tem algo que eu preciso te contar sobre nós, então você poderia por favor vir até a sala

do clube na Segunda?

– ...Oh, ahaha... Talvez eu não queira ouvir... Tipo, não tem sentido em me dizer agora,

quando não é da minha conta – Yuigahama disse suavemente. Apesar de que havia um sorriso

incomodado em seu rosto, suas palavras carregavam uma recusa definitiva.

Yukinoshita abaixou os olhos levemente, afligida pela atitude de Yuigahama. O barulho do

ambiente aumentou um pouco – ou talvez eu me enganei para pensar isso. Inundada por todo

o barulho ao redor, Yukinoshita buscou por palavras.

– ...Eu fui incapaz de te dizer isso pelo jeito que eu sou.

Ela parou, procurando pela coisa certa a se dizer.

– Mas eu quero ser honesta com você.

Por um longo momento, Yuigahama não disse nada, até finalmente soltar um

desinteressado "mmm" como resposta. Não era nem aceitação nem rejeição. Um olhar

desconfiado tomou seus olhos enquanto ela espiou Yukinoshita de canto de olho, apesar de

que ela rapidamente desviou o olhar. Então ela se virou e começou a se afastar. Yukinoshita e

eu olhamos silenciosamente sua figura se retirando.

Foi só quando as pequenas e curvadas costas de Yuigahama desapareceram na multidão

19

que eu perguntei pra Yukinoshita, que estava em pé ao meu lado.

– Ei. Sobre o que você queria falar com a Yuigahama?

– 18 de Junho. Você sabe que dia é esse?

Yukinoshita perguntou, olhando meu rosto de baixo.

O rosto de Yukinoshita estava tão perto que eu reflexivamente recuei um passo.

– Bom, não é um feriado nacional, isso é certeza – eu disse tardiamente.

Satisfeita com o fato de eu não ter nem ideia, Yukinoshita estufou o peito.

– É o aniversário da Yuigahama – ela anunciou orgulhosa.

– Eu acho – ela continuou.

– Sério? ...e espera. Você acha?

– Sim, o e-mail dela tem um 0618 nele, é por isso.

– Então você nunca perguntou diretamente...

Eis os poderes comunicativos da Yukinoshita.

– É por isso que eu quero celebrar o aniversário da Yuigahama-san. Mesmo que ela nunca

volte ao Clube de Serviços... Eu gostaria de agradecer ela apropriadamente por tudo que ela

fez – Yukinoshita disse corando, seus olhos baixaram furtivamente.

– Entendi...

Não havia dúvida que para Yukinoshita, cuja personalidade deixava muito a desejar e cujas

características ininterruptamente inspiravam chamas de inveja todos os dias, Yuigahama foi a

primeira amiga que ela fez. Eu duvido que seu desejo de agradecer Yuigahama seja falso.

Muitas de suas palavras estavam revestidas de derrota pessoal, ela provavelmente estava

desesperada em não perder essa amizade.

...Ohhhh. Então tudo isso aconteceu pelo que eu disse à Yuigahama?

Sentindo-me levemente culpado, eu olhei de lado para Yukinoshita, que recuou por

desconforto, notando que eu estava olhando para ela. Ahh, ela provavelmente ia me dizer

para não olhar para ela porque eu era um nojento detestável de novo. Com isso em mente, eu

desviei meu olhar rapidamente antes que ela pudesse dizer alguma coisa. Eu tossi, minhas

bochechas enrubesceram de alguma forma.

– Ei, Hikigaya-kun...

– Ahm?

Yukinoshita se virou, suas mãos próximas do seu próprio peito. Ela fez um barulho

estranho, como se ela estivesse nervosa ou algo assim. Em uma tentativa de esconder suas

bochechas coradas, ela me olhou com seus úmidos olhos.

Agora eu também estava ficando nervoso, não graças a olhar ela nos olhos.

As próximas palavras de Yukinoshita saíram em um pequeno sussurro, como se ela tivesse

20

algo preso na garganta.

– Er, é... v-você sairia comigo?

– ...Huh?