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What Do You Want? Jornal da exposição Audiovisual e Multimédia II FBAUL 2011

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WHAT DO YOU WANT?

Page 2: What Do You Want?

YOU SAY YOU WANT A

As ideias de Nelson tiveram grande consideração no seio da comunidade cientifica de computação, nomeadamente Douglas Engelbart, um dos pioneiros no design de interfaces destinado ao utilizador, colaborando com Nelson, no inicio da década de ’70, na Universidade de Brown, num sistema de hipertexto denominado FRESS.Para Ted Nelson o hipertexto, bem como outras formas de interacção através do computador, representam uma poderosa força de mudança social:

“AMANHÃ OS SISTEMAS DE HIPERTEXTO TERÃO IMENSAS RAMIFICAÇÕES POLÍTICAS” (Literary Machines, 1981)

Prevendo-se desde os seus primórdios uma “revolução”, é com algum descontentamento que Ted Nelson, após seis anos da “inauguração” do hipertexto, interroga-se acerca da sua circularidade, assumindo-se que o problema poderá não estar nas tecnologias, mas sim em nós, na incompreensão (e desconfinça) de uma história tecnológica, interrogando-nos:

“O que poderá significar «revolução»

num contexto pós-moderno?”

“DO--WE--REALLY--WANT--A--REVOLUTION?”

O que é que isto melhora ou intensifica? | O que é que torna obsoleto ou deslocado? | O que é que isto recupera que era anteriormente obsoleto? | O que é que isto produz ou se torna quando levado aos limites?

Assim considerando as vicissitudes da história do hipertexto,

Stuart Moulthrop coloca-nos algumas questões:

Poderemos de facto falar de uma “revolução”?

Será a “revolução” algo que a nossa cultura quer realmente?

O que é que nós queremos (what do we want)?

What do YOU want?

“The question remains: which heads do the changing, and which get the

change?”

(Moulthrop, 1991)

REVOLUTION?

” target=”_blank”></a>

O termo hipertexto fora cunhado por Theodor Holm Nelson , propondo-o em 1965, numa comunicação apresentada à Conferência Nacional da Association for Computing Machinery, nos Estados Unidos. Nelson mostrou planos para uma rede mundial de informações (worldwide network of information), coordenados através de um sistema de ligação e recuperação de informação que denominou de XANADU.

Projecto visionário de Vannevar Bush, MEMEX – Memory Extension (enun-

ciado no artigo As We May Think, 1945). Analisando o processo de funcionamen-

to cognitivo humano, através de associações, Bush idealizou uma máquina ca-

paz de armazenar informações ilimitadas, de forma fácil e de rápido aces-

so, tornando‐se um precursor do  hipertexto.  

Ted Nelson fundou o projecto Xanadu em 1960,

objectivando a criação de uma rede de computadores,

através de um interface simples, documentando os seus

principios nas suas obras Computer Lib Dream Machines,

1974 e Literary Machines, 1981.

Douglas Engelbart (n. 1925),

notabilizou-se por ter criado o

rato do computador, juntamente

com Bill English, bem como por

ter sido um dos percursores do

desenvolvimento do hipertexto

e dos seus interfaces gráficos, 

promovendo e optimizando a

interacção entre humanos e

computadores.

HYPERTEXT AND THE LAWS OF MEDIA

Stuart Moulthrop1991

Partindo do plano de quatro questões dos media de Marshall McLuhan, Stuart Moulthrop traça as qualidades de um novo formato de media, o hipertexto. De acordo com Moulthrop, hipertexto consiste numa tecnologia que possibilita a criação de documentos electrónicos, a partir dos quais os utilizadores podem aceder à informação sem quaisquer tipo de constrangimentos, como no caso dos livros, cuja organização obedece a princípios lineares e hierárquicos.Desta forma, o seu conceito subjacente, criação e promulgação de ligações entre os bits de informação armazenada, enunciado pela primeira vez em 1945 por Vannevar Bush, conselheiro científico do Presidente Roosevelt, que queria construir uma máquina chamada Memex para ajudar os pesquisadores a organizar as diferentes fontes de conhecimento, projecto que se mostrou impraticável para as tecnologias da época.

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Page 3: What Do You Want?

S/Z Roland Barthes 1980

No início de S/Z (1980), Barthes

descreve-nos um tipo de textuali-

dade que anuncia já aquilo a que

hoje se chama hipertexto, ou seja,

um texto ideal em que “as redes

são múltiplas e jogam entre si sem

que nenhuma delas possa encobrir as

outras; esse texto é uma galáxia de

significantes e não uma estrutura de

significados; não há um começo: ele

é reversível; acedemos ao texto por

várias entradas sem que nenhuma

delas seja considerada principal;

os códigos que mobiliza perfilam-se

a perder de ista, são indecidíveis

(…); os sistemas de sentido podem

apoderar-se desse texto inteira-

mente plural, mas o seu número

nunca é fechado, tendo por medida o

infinito da linguagem .”

HIPERTEXTO, LEITURA E ENSINO DA LITERATURACONCEITOS, PROBLEMAS E HIPÓTESES DE TRABALHO

_Carlos Reis2000O hipertexto só existe para o leitor depois de o computador o exibir e cada acto de leitura pode então funcionar como recriação (quer no sentido de criar de novo quer como divertimento) textual. Os criadores Michael Joyce e Stuart Moulthrop, por exemplo, utilizaram as infinitas potencialidades literárias e ficcionais do hipertexto com obras concebidas para computadores Macintosh, respectivamente, Afternoon: A Story (1990) e Victory Gardens (1990), onde o leitor pode navegar entre diferentes lexias, a designação de Barthes que mais se aproxima das unidades de informação que compõem o hipertexto. De notar também que o autor de um hipertexto não mais pode colocar-se numa posição de omnisciência sobre o texto, ao contrário do autor tradicional que controla (ou cria personagens que controlam) de alguma forma o sentido da leitura e os passos lineares do leitor. O autor de um hipertexto não pode começar nem acabar a sua obra, pois esses limites, pela sua natureza dinâmica, estão sempre entreabertos à criatividade literária do leitor e à sua competência tecnológica também. A omnisciência hipertextual é agora uma experiência colectiva e ilimitada, nunca se podendo fechar a si própria num único sentido. A este nível, e diluindo cada vez mais a relação entre leitor e autor, o hipertexto pode fazer uso da intertextualidade de uma forma que o texto impresso tradicionalmente não pode, o que nos permite prever uma progressiva libertação deste tipo de texto de um certo determinismo socio-histórico e aproximar a criação textual de um processo mais aberto de infinitas interligações.

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Poderemos considerar como sites de redes sociais, aqueles que oferecem serviços Web-based que possibilitam aos seus utilizadores (1) construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema limitado, (2) articular uma lista de outros utilizadores, com os quais possam partilhar uma conexão, e (3) visualizar e percorrer as suas listas de conexões, bem como aquelas feitas por outras pessoas dentro do mesmo sistema. Tendo que a natureza e nomenclatura dessas conexões possa variar de local para local. Desde a sua introdução, que as redes sociais , como o MySapce ou o Facebook , atraíram milhões de utilizadores, que integraram estes sites nas suas práticas diárias, comportando cada um várias capacidades tecnológicas, de modo a responder, de uma forma consistente, a uma vasta gama de interesses e práticas. O que torna os sites de redes sociais únicos, não é o facto de permitirem aos utilizadores conhecerem estranhos, mas sim o facto

de possibilitarem aos seus utilizadores articularem e tornarem visíveis as suas redes de contacto social, as suas conexões. O que poderá resultar em conexões entre indivíduos, que de outra forma não surgiriam. Geralmente os utilizadores não estão á procura de conhecer novas pessoas, em vez disso, procuram numa primeira instância, comunicar com as pessoas que já pertencem à sua rede social. Contrariamente aos seus antecessores, o Facebook foi concebido para suportar apenas redes sociais de faculdades, iniciando-se como um sistema exclusivo de Harvard, dado que para participar, o utilizador teria que possuir um endereço de e-mail harvard.edu. Começando a apoiar outras universidades, os utilizadores foram como que obrigados a possuir um enderece de e-mail associado à instituição que pertenciam, restringindo-se à comunidade universitária e tornando-se um rede que ligava uma comunidade especifica, de forma íntima e privada. Ao contrário de outras

redes sociais, os utilizadores do Facebook são incapazes de tornar públicos os seus perfis na totalidade a todos os utilizadores. Outra característica que diferencia o Facebook, é a capacidade de desenvolver Aplicações (por entidades externas) permitindo aos utilizadores personalizar os seus perfis e executar outras tarefas (e.g., quizzes, Farmville…). As redes sociais são estruturadas como pessoais (ou egocêntricas), com o indivíduo no centro da sua própria comunidade, o que espelha com maior precisão estruturas sociais não mediadas, onde “o mundo é composto por redes, e não por grupos”.As características de comunicação despoletadas pelas novas redes sociais permitiram uma nova organização estrutural das comunidades online, possibilitando um novo contexto e definição de interacção, associação e mobilização social .

(Haythornthwaite, 2005)

(Wellman, 1988).

REVOLUÇÃO

Social Network Sites: Definition, History, and ScholarshipDanah BoydNicole Ellison2007

Page 5: What Do You Want?

REVOLUÇÃO

[s.f. acto ou efeito de

revolver. Insurreição

destinada a modificar

as políticas ou as

instituições de um

Estado. Transformação

profunda. Motim,

sublevação (…)]

redes sociais, moultrop, Egipto, geração a rasca

PODE TER VÁRIAS CLASSIFICAÇÕES DESDE A

REVOLUÇÃO PALACIANA, EM QUE UMA FACÇÃO DO GRUPO

DOMINANTE SUBSTITUI A OUTRA, ATÉ À REVOLUÇÃO SOCIAL, QUE IMPLICA UMA VIOLENTA E PROFUNDA MODIFICAÇÃO

DA ORGANIZAÇÃO SOCIAL, A DESTRUIÇÃO DA ANTIGA CLASSE

DOMINANTE E A SUBIDA AO PODER DE UM NOVO GRUPO

EXPLORADO ATÉ ENTÃO.

A revolução contrasta com a evolução; esta implica uma mudança através da continuidade; aquela, uma ruptura da continuidade. A derrocada de um governo implica uma ruptura na continuidade legal; a revolução social constitui, além do mais, uma ruptura na continuidade da evolução histórica. E isso, ainda que a revolução social mantenha a direcção geral do desenvolvimento histórico; a sua função é acelerar o processo, mediante a violência, e os seus efeitos produzem uma distorção considerável no curso da história. Em troca, uma contra-revolução constitui uma intenção de deter ou inverter a direcção do desenvolvimento social. A revolução social só pode ter êxito, quando a ordem social existente tiver alcançado uma fase adiantada e desintegração; é, pois, não a causa da desintegração, mas uma consequência dela, um incidente perante o colapso final. As condições que pressagiam esta desintegração são: uma classe dominante parasitária aferrada aos seus previlégios, mas, iludindo as suas responsabilidades; uma classe social no auge, enérgica e ambiciosa, mas explorada e sem poder politico, obedecido mais pelo temor, que pela lealdade. (…)

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ENTER

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EGIPTO: A REVOLUÇÃO DO FUTURO Paulo Moura2011Chamaram-lhe a revolução da internet, a revolução dos jovens do Facebook. Uma revolução pacífica, sem lideres e sem ideologia, que ninguém previu, mas que em 18 dias derrubou uma das mais sólidas ditaduras do Médio Oriente. SERÁ A REVOLUÇÃO DO FUTURO?

Que força é esta, que começou na Tunísia, triunfou no Egipto e ameaça tomar o mundo?

Nunca uma revolução que parecia tão sem perspectivas ganhou ímpeto tão rapidamente e tão inesperadamente. A Revolução no Egipto , começou a 25 de Janeiro, careceu de liderança e teve pouca organização. Porém, os seus eventos decisivos, dia 28 de Janeiro, ocorreram num dia quando todas comunicações, incluindo todos os telefones e a internet , foram bloqueadas. A revolução aconteceu num grande país conhecido por uma vida política sedada, um legado muito longo de autoritarismo contínuo, e um aparato repressor impressionante, com mais de dois milhões de membros. as nesse dia, o regime de Hosni Mubarak , encastelado há 30 anos e que parecia eterno, o único regime que a vasta maioria dos manifestantes conhecia, evaporou num dia. Das massas, entre tantos, emergiu Wael Honim , que na sua página do Facebook e Twitter oferecia diariamente incentivo aos manifestantes, reconhecendo-se que foram as suas mensagens que esencadearam os protestos, intitulando a sua página do Facebook com “We Are all Khaled Said” – recordando um empresário egípcio espancado até à morte pela polícia por ameaçar denunciá-los de corrupção. A página de Wael Ghonim convocava para os protestos de 25 de Janeiro,

que ficou conhecido como o “Dia da Ira”, saindo milhares para as ruas. Ghonim foi detido pelas autoridades Egipcias a 28 de Janeiro, e libertado 12 dias depois. Ao longo de 18 dias, a praça de Tahrir foi o vértice de uma pirâmide que há anos se construía em salas e aula, mensagens na Internet e na consciência de milhares de jovens. O Facebook e o Twitter foram as ferramentas que juntaram uma sociedade egípcia na luta pela liberdade. Bassem Samir não duvida de que a evolução e vai estender aos outros países árabes. «A onda vai atingir todos, isso tenho a certeza. Nos países árabes, porque falamos a mesma língua, estamos todos ligados. O objectivo é o mesmo. É tão simples: ser livre.» Em 2008, Ahmed Maher criou uma página no Facebook para convocar uma greve da indústria têxtil para 6 de Abril, na cidade de elMahalla el-Kubra. A greve foi um fracasso, mas estava lançado o Movimento 6 de Abril. Independente de todos os outros grupos e partidos, o Movimento 6 de Abril passou a actuar principalmente na Internet. Meses depois da sua criação, na sequência de uma greve na cidade tunisina de Hawdel-Mongamy, um grupo de jovens fundou em Tunes o Progressive Youth of Tunisia, também baseado no Facebook.

ADMINISTRADOR DO MÉDIO ORIENTE E NORTE DE ÁFRICA DA GOOGLE.

A colaboração entre os grupos passou a ser estreita e em breve se alargou a outras paragens. No Irão, após as eleições de Junho de 2009, nasceu um grupo de jovens contestatários, o Movimento Verde (Green Movement), que abalou o país numa onda de protestos. Maher e o Movimento 6 de Abril pensaram que podiam fazer o mesmo no Egipto, após as eleições de Novembro de 2010. E começaram a organizar-se para isso. A página do Facebook tinha já mais de 70 mil membros. “Foi nessa altura que este movimento realmente começou a funcionar, nos moldes em que opera hoje”, diz Rami Raoof. “Foi uma primeira fase do nosso trabalho com as ferramentas online. Usávamos o Facebook, o Twitter e as sms dos telemóveis para convocar manifestações, informar das horas e dos locais. E também para espalhar informações sobre a repressão, as detenções, os abusos da polícia.” Durante os protestos de 2010, Raoof desenvolveu um sistema de contactos rápidos através de mensagens sms

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para o Facebook, que permitia recolher informação sobre as detenções de militantes e espalhá-la imediatamente. Outra das especialidades de Raoof era encontrar formas de usar a net e os telemóveis mesmo quando o regime suspendia os serviços no país. Estas técnicas foram particularmente úteis agora, quando, mal começaram as manifestações na praça Tahrir, o Governo cortou a Internet e as redes de telemóveis. O segredo era usar números estrangeiros, para publicar mensagens no Facebook através de sms.

“O OBJECTIVO DE TODAS ESTAS TECNOLOGIAS ERA DIVULGAR INFORMAÇÃO, PARA QUE TODOS SOUBESSEM O QUE SE PASSAVA, AQUI E NO ESTRANGEIRO, COM A REPRESSÃO POLICIAL, OS ABUSOS, OS ATROPELOS AOS DIREITOS HUMANOS. ESSA INFORMAÇÃO FOI CRUCIAL, MAS SEMPRE SOUBEMOS QUE NÃO SERIA SUFICIENTE PARA FAZER CAIR O REGIME. A CERTA ALTURA, SERIA PRECISO OUTRO TIPO DE ACÇÃO.”

UMA VOZ MARCOU O INICIO DE UMA REVOLUÇÃO SOCIAL NO EGIPTO – ONDE A ARMA MAIS PODEROSA – FORAM AS REDES SOCIAIS .

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PORTUGAL: GERAÇÃO À RASCAPaulo Moura2011

Movimento português que surgiu com quatro amigos e se expandiu no Facebook. Define-se como um movimento de protesto, “apartidário, laico e pacífico”, pretende reivindicar o direito ao emprego, o fim da precariedade, a melhoria das condições de trabalho e o reconhecimento das qualificações. Como primeira mostra da sua influência e disseminação, foi marcado para dia 12 de Março de 2010 , pelas 15h, em 11 cidades do país uma manifestação , cuja confirmação de presenças no Facebook rondou os 200 mil participantes. Apesar das dúvidas quanto à adesão dos portugueses, os factos demonstram e calam os mais cépticos, “o protesto geração à rasca juntou entre 160 a 280 mil pessoas só em Lisboa e Porto”.

“O protesto encheu a Avenida e os murais do Facebook. O Facebook foi a rede social escolhida para passar a mensagem de uma geração à rasca. As mensagens de apoio [dos que não puderam ir] não pararam de chegar à página do protesto «geração á rasca»”

“Milhares de pessoas saíram ontem às ruas em várias cidades do país e transformaram o Protesto Geração à Rasca numa manifestação de todas as idades, todos os grupos, todas as palavras de ordem. A organização fala em 200 mil pessoas em Lisboa e 80 mil no Porto. A PSP admite 100 mil e 60 mil”

“O protesto convocado através do Facebook mobilizou, segundo os organizadores, cerca de 300 mil pessoas em vários pontos do País. Só em Lisboa terão sido 200 mil, mais 80 mil no Porto. Uma adesão heterogénea contra a precariedade e o desemprego que uniu no mesmo grito desde activistas gay a grupos nacionalistas neonazis.”

Público, 19 de Fevereiro 2011

Diário de Notícias

JORNAL

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AUDIOVISUAL E MULTIMÉDIA IIAna Borges.Ana Nunes.Joana Rosa.Ricardo Franco

exit?

WHAT DO YOU WANT?

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WHAT DO YOU WANT?23.03.20114.15_FBAUL

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