wayuri 4 2015

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Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - FOIRN - São Gabriel da Cachoeira/Am. Wayuri edição Out - Dez de 2015. Com participação de 200 pessoas em média em cada oficina, foram realizados exercícios de diagnóstico sobre os principais problemas existentes, etnomapeamento, atualização de bases cartográficas, história de ocupação e territorialidades tradicionais, modos de governança, descrição de fauna e flora, censos e definição de temas prioritários para a elaboração dos PGTAs nos próximos dois anos. WAYURI Maloca da FOIRN, local de realização do seminário FOTO: RAY BENJAMIM/SETCOM-FOIRN Povos Indígenas do Rio Negro avançam na construção dos Planos de Gestão de seus territórios Nesta edição: Assembleias das associações de base 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista Oficinas

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Edição 4/2015 do Boletim Informativo Wayuri, referente aos últimos meses do ano. Boa leitura!

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Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - FOIRN - São Gabriel da Cachoeira/Am. Wayuri edição Out - Dez de 2015.

Com participação de 200 pessoas em média em cada oficina, foram realizados exercícios de diagnóstico sobre os principais problemas existentes, etnomapeamento, atualização de bases cartográficas, história de ocupação e territorialidades tradicionais, modos de governança, descrição de fauna e flora, censos e definição de temas prioritários para a elaboração dos PGTAs nos próximos dois anos.

WAYURI

Maloca da FOIRN, local de realização do seminário

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OIRN

Povos Indígenas do Rio Negro avançam na construção dos Planos de Gestão de seus territórios

Nesta edição:

Assembleias das associações de base

1ª Conferência Nacional de Política Indigenista

Oficinas

Editorial

Setores e departamentos da FOIRN

Ivo Fontoura/Coord1 e Edison Gomes/Coord2 (Depto Educação), Rosilda Cordeiro/Coord e Francinéia Fontes/Vice-Coord (Depto Mulheres), Adelina Sampaio (Depto Adolescentes e Jovens), Silvia Matos, Arlene Sandra e Leonéia Nogueira/Recepcionista (Secretaria), Heraldina Machado/Coord, Gicely Ambrósio e Rosivaldo Teles (Financeiro), Etevaldo Peixoto, Maria de Lourdes e Genésio Gonçalves

(Almoxarifado), Raimundo Benjamim/Coord e Nivaldo da Silva (Comunicação), Neiva de Souza/Gerente e Maria Edilene (Wariró), Marivaldo Almeida, Luiz Viana e Anderson dos Reis (Vigilantes).

Gestão 2013-2016

Almerinda Ramos de Lima (Tariana)- PresidenteIsaias Pereira Fontes (Baniwa) - Vice Presidente

Renato da Silva Matos (Tukano)Nildo José Miguel Fontes (Tukano)

Marivelton Rodriguês Barroso (Baré)

Coordenadores Regionais

Orlando José de Oliveira - CAIMBRNEvanildo Mendes - CAIARNX

Carlos de Jesus - CABCLeôncio Alba - COITUAOdimara Matos - COIDI

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Parentes,

Dessa vez, destacamos a principal ação que realizamos nos últimos três meses de 2015: A realização das oficinas de construção dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental de nossos territórios.

Não é um tema novo, discutimos e debatemos esse tema há várias anos. Mas, isso vem ganhando forças depois que foi lançado o Plano Nacional de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (PNGATI) pelo governo federal, um resultado da luta do movimento indígena brasileiro, da qual fazemos parte.

Com as primeiras oficinas realizadas demos o passo inicial de um trabalho que deverá continuar nos próximos anos, por isso, é de grande importância que todos participem e ajudem na construção desses planos.

Pois nesses planos, que escrevemos como queremos o nosso futuro, como queremos o futuro dos nossos filhos que ainda virão. Será um instrumento de uso e manejo de nossos territórios daqui pra frente.

Levamos também a vocês, notícias de eventos e oficinas que aconteceram nesse período, para compartilhar as dificuldades e desafios de nossos parentes em suas regiões.

E ainda, destacamos nessa página como andam os ataques aos nossos direitos constitucionais, que a cada dia fica ainda mais forte. Por isso, precisamos nos fortalecer e continuar a nossa luta. A nossa luta é pela nossa terra, pela nossa vida, pelo futuro das novas gerações de cada um dos 23 povos que vivem na região do Rio Negro. Boa leitura!

Editor

2 Você precisa saber!PEC 215 é aprovada em comissão da Câmara.

A Comissão Especial da Demarcação de Terras Indígenas aprovou no dia 27 de Outubro, por 21 a zero, o substitutivo que o relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas. O texto é encarado pelos diversos povos tradicionais brasileiros e ativistas como uma ameaça aos direitos indígenas.

Deputados de PT, PCdoB, PV, Psol e Rede se manifestaram contra a PEC e, em protesto, se retiraram da reunião antes da votação. Parlamentares do PSB ficaram divididos sobre o tema, mas acabaram votando contra a matéria. Os demais partidos com representação na comissão especial aprovaram o texto e comemoraram o resultado.

A PEC 215 é uma proposta elaborada na Câmara que propõe alterar a Constituição para transferir ao Congresso a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas, territórios quilombolas e unidades de conservação no Brasil. Atualmente, somente o Poder Executivo, munido de seus órgãos técnicos, pode decidir sobre essas demarcações.

Além disso, o substitutivo de Osmar Serraglio (PMDB-PR), aprovado nesta terça-feira 27, também proíbe as ampliações de terras indígenas já demarcadas.

A PEC 215 tramita há 15 anos na Câmara sem alcançar um acordo entre os parlamentares sobre seu conteúdo. Em 2014, outra Comissão Especial para tratar do texto foi arquivada. Este ano, porém, deputados da bancada ruralista, aliados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiram reativar e aprovar a análise da matéria na Comissão Especial.

Após ser aprovada na Comissão Especial, a proposta segue para a votação no Plenário da Câmara, onde tem de ser aprovada por três quintos dos deputados, em dois turnos. Ou seja, deve obter 308 votos em duas votações distintas.

Se aprovada pela Câmara, o texto segue para a votação em dois turnos no Senado, onde também precisa dos votos de 49 senadores por se tratar de uma proposta que altera a Constituição.

Fonte: http://zip.net/btsHXG

3PGTAs no Rio Negro

Entre setembro e outubro foram realizadas sete oficinas para a construção dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) dos territórios indígenas do Rio Negro

roduzidas em parceria pela Federação das Organizações Indígenas do Rio PNegro (Foirn), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Socioambiental e pesquisadores colaboradores, as oficinas tiveram como objetivo socializar com as comunidades, associações e lideranças indígenas do Rio Negro os eixos, as diretrizes e ferramentas da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI). Foram organizadas de acordo com as cinco sub-regiões do movimento indígena rionegrino, além de duas oficinas específicas para povos de recente contato, as oficinas propiciaram momentos de debates sobre a PNGATI e possibilitaram trabalhos focados em sua principal ferramenta, os PGTAs.

Com participação de 200 pessoas em média em cada oficina, foram realizados exercícios de diagnóstico sobre os principais problemas existentes, etnomapeamento, atualização de bases cartográficas, história de ocupação e territorialidades tradicionais, modos de governança, descrição de fauna e flora, censos e definição de temas prioritários para a elaboração dos PGTAs nos próximos dois anos.

As Terras Indígenas do Rio Negro são multiétnicas, plurilinguísticas, de ampla extensão geográfica, com histórias de contato variadas e ainda delimitadas pelas fronteiras nacionais (Brasil, Colômbia e Venezuela). Por isso a realização das oficinas em diferentes localidades e com ampla presença dos moradores das comunidades foi o meio encontrado para divulgar a política governamental (PNGATI), que é de 2012, e definir os passos necessários para a elaboração de PGTAs participativos e representativos.

Material de apoio resgatou 40 anos de história do movimento indígena

As apresentações sobre a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial foram feitas por lideranças indígenas, jovens cursistas de gestão territorial, técnicos da CRRN e assessores (saiba mais). O restante do trabalho foi organizado de acordo com grupos definidos pelos participantes, seguindo seus próprios critérios territoriais, étnicos e associativistas. Estes grupos de trabalho se debruçaram sobre questões focadas em terr i tor ial idade, diagnóstico das comunidades, governança, manejo ambiental e planejamento.

Como material de apoio cada oficina contou com cadernos previamente elaborados que reuniram documentos, pesquisas e propostas que os indígenas, com a colaboração de parceiros, construíram em 40 anos de movimento indígena. Ou seja, mesmo antes da PNGATI, o movimento indígena rionegrino e parceiros realizavam pesquisas e ações de gestão territorial e ambiental nas sub-regiões.

Você vai conhecer os destaques de cada uma das oficinas nesta matéria, cinco delas organizadas de acordo com as regiões de abrangência da Foirn – Alto Rio Negro e Xié; Içana e Afluentes; Baixo Uaupés e Tiquié; Médio e Baixo Rio Negro e; Médio e Alto Uaupés – e mais duas oficinas específicas realizadas com os povos Hupd’äh e Yuhupdeh, considerados de recente contato que também participaram das oficinas organizadas conforme as regionais da Foirn

Alto Rio Negro, Xié e afluentesRealizada na comunidade de Juruti, os momentos de apresentação foram traduzidos em nhengatu, língua indígena mais falada na região e os grupos de trabalho seguiram a divisão das associações indígenas existentes na região. São ao total sete associações que os indígenas esperam ver fortalecidas por meio de ações relacionadas à gestão territorial.Alguns temas sublinhados foram a BR-07 que corta a Terra Indígena do Balaio, a demarcação da Terra Indígena Cué Cué Marabitanas que aguarda a demarcação física, a falta de apoio à saúde e educação indígena, a regularização de suas associações, a geração de renda por meio de produtos da floresta, o cumprimento dos direitos indígenas e a autonomia e poder de decisão sobre o território pelos povos indígenas. As principais fontes de conflito mencionadas foram o desrespeito às áreas comunitárias para a retirada de bens como madeira, peixes e caça. Foram apontadas comunidades estratégicas para as próximas oficinas e foi reafirmada a importância da participação das associações indígenas da região.

Grupo de trabalho na oficina realizada em Juruti, alto Rio Negro.

Por Renato Martelli/ISA

4 PGTAs no Rio Negro

Médio e Alto Rio Uaupés, Rio Papuri e afluentesA oficina foi realizada em fins de outubro, no povoado de Iauaretê, Médio Uaupés, com a participação de mais de 200 pessoas provenientes de comunidades do Alto Uaupés, Médio Uaupés, Rio Papuri, Rio Japu e moradores do próprio povoado. Discutiram temas, problemas e demandas referentes aos diferentes contextos da região: desde os territórios ocupados por comunidades menores e dispersas pelos rios Uaupés e Papuri num modelo de ocupação mais tradicional e transfronteiriço; passando pelas especificidades do território hupd’äh; até as particularidades do povoado de Iauaretê, onde vivem mais de 2 500 pessoas de diferentes grupos étnicos.

A oficina contou ainda com a participação de lideranças indígenas colombianas da Asociación de Capitanes y Autoridades de Zona Unión Indígena del Papuri. Essas lideranças fizeram uma apresentação aprofundada do Plano de Vida do seu território, elaborado entre 2008 e 2010 e reconhecido pelo governo colombiano.

Também os representantes Kootiria e Kubeo do Alto Uaupés apresentaram sua experiência na elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental para a área de abrangência de seus territórios, com apoio de um projeto financiado pelo Projetos Demonstrativos de Povos Indígenas - PDPI (saiba mais). Os demais dias de oficina foram dedicados às discussões e exercícios de etnomapeamento e diagnósticos de acordo com Grupos de Trabalho organizados conforme as micro-regiões: Rio Papuri, Alto Uaupés, Médio Uaupés, Rio Japu (povos Hupd’äh) e povoado de Iauaretê.

Rio Içana e afluentesCom o objetivo de pensar toda a região da Bacia do Rio Içana, o encontro de Tunuí Cachoeira organizou cinco GTs por microrregiões: Baixo Içana (território Dzawinai); Médio Içana I (território Dzawinai e Walipere), Médio Içana II (território Dzawinai e Walipere), Ayari (território Hohodene) e Alto Içana (território Coripaco).

A questão central dos grupos de trabalho “O que os Baniwa e Coripaco precisam para Viver e Estar bem no Mundo” é também o mote da série que vem sendo produzida em parceria de pesquisadores Baniwa e Coripaco com o ISA desde 2010. Os Baniwa e Coripaco realizaram o levantamento de desafios enfrentados e o mapeamento das territorialidades de cada comunidade.Os temas prioritários definidos no encontro foram: manejo de recursos florestais e pesqueiros; lixo e poluição; saúde; patrimônios culturais; transporte e meios de comunicação; economia indígena e geração de renda; proteção e promoção dos patrimônios culturais dos conhecimentos indígenas associados à biodiversidade e organização social e religiosa (saiba mais).

Oficinas Hupd’äh e Yuhupdëh

Realizadas em setembro, nas comunidades de Tat Dëh (Taracuá Igarapé) e Yuyudëh (Barreira Alta) na região do Rio Tiquié, e em outubro na região do igarapé Cunuri (São Felipe e São Martinho), e do igarapé Ira (Guadalupe), as oficinas destacaram o fortalecimento da gestão de seus próprios territórios com ações de etnomapeamento, etnozoneamento, controle social em saúde, manejo de recursos faunísticos, frutíferos, pesqueiros e de caça, melhorias no atendimento de saúde e das escolas especiais Hupd’äh e Yuhupdëh. Isso, como forma de conter um processo de migração para o centro urbano, indesejado por essas comunidades.É importante mencionar também que, conforme foi apontado, os Territórios Tradicionais dos Hupd’äh e Yuhupdëh vêm sendo questionados por outras etnias e são também alvo de projetos como a estrada Iauaretê-Pari Cachoeira, ou as especulações sobre a mineração em Terras Indígenas, por meio das quais lideranças de outras etnias e mineradoras vislumbram a possibilidade de explorar porções do território tradicional dos Hupd’äh e Yuhupdëh sem consultá-los previamente.

Grupo de trabalho na oficina realizada em Iauaretê

Grupo de trabalho na oficina realizada em Tunuí Cachoeira, Rio Içana

POLÍTICA INDIGENISTA 5Baixo e Médio Rio NegroEm Santa Isabel do Rio Negro os participantes definiram que os PGTAs deverão ser elaborados considerando a organização das comunidades, por meio de suas associações indígenas, respeitando suas especificidades e questões próprias. A agenda de trabalho prevê o aprofundamento dos temas ao nível das associações para depois consolidar um PGTA para as Terras Indígenas Médio Rio Negro I, Médio Rio Negro II e Téa.Alguns trabalhos conjuntos entre as associações já foram desenvolvidos, especialmente etnozoneamentos e planos de manejo, operantes ou não, que deverão ser revisados. As ações serão coordenadas pelas lideranças e realizadas com apoio de uma equipe de jovens pesquisadores indígenas que já estão realizando levantamentos preliminares em suas comunidades. As questões prioritárias definidas pela oficina foram: saúde, geração de renda, infraestrutura das comunidades, turismo, cultura, manejo dos recursos naturais, educação, fiscalização, e governança.

Baixo Uaupés, Tiquié e afluentesA oficina foi realizada no povoado de Taracuá. Foram discutidos os principais eixos, diretrizes e perspectivas da PNGATI, com debates e perguntas dos participantes. Muitos nunca tinham ouvido falar da política e no que consiste um plano de gestão. Depois de esclarecimentos, os participantes se dividiram em grupos conforme suas dinâmicas territoriais e étnicas. Levantaram e revisaram informações importantes sobre cada região (dados populacionais, histórico de ocupação, recursos naturais, lugares sagrados), juntamente com exercícios de etnomapeamento e revisão de bases cartográficas. Um dos pontos ressaltados nos debates e discussões foi a necessidade de se respeitar as especificidades de cada micro-região.A decisão foi pela divisão em quatro territórios/componentes para o PGTA dessa região: Baixo Uaupés e Baixo Tiquié; Médio Tiquié; Alto Tiquié e territórios Hupd’äh Yuhupdeh. Ainda foi destacado o fato de existirem dois povoados maiores com cerca de 400 a 600 habitantes (Taracuá e Pari-Cachoeira, respectivamente), apresentando problemas e demandas próprios.

O marco legal das discussões e construção dos PGTAs no Rio Negro fundamenta-se na Política Nacional de Gestão Ambiental em Terra Indígena – PNGATI (Decreto 7.747/2012), que tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida e as condições plenas de reprodução física e cultural das atuais e futuras gerações dos povos indígenas, respeitando sua autonomia sociocultural.

Lideranças indígenas do Rio Negrona 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista

A 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista aconteceu entre 14 a 17 de dezembro, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília. O evento reuniu mais de 2 mil participantes, entre estes, lideranças indígenas de todas as etnias do Brasil.

Estiveram presentes nessa etapa Nacional, as lideranças indígenas do Rio Negro, indicados na etapa Regional que aconteceu no mês de agosto em São Gabriel da Cachoeira.

Durante o evento, os participantes participaram das discussões e debates por eixos temáticos (seis eixos). Todas as propostas das bases, elaboradas nas etapas locais e regionais estiveram na pauta por eixo para análise e discussão na etapa Nacional.

Durante a conferência foi realizado uma mobilização no Congresso Nacional com o grito #PEC2015! e #ForaCunha. (foto abaixo).

Ao final da conferência foram aprovadas 866 propostas, entre elas, 216 foram consideradas urgentes e que necessitam de atenção imediata.

Diretores da FOIRN, Almerinda Ramos de Lima e Nildo Fontes participaram da conferência.

FOIRN na web

www.foirn.wordpress.com

www.foirn.org.br

6 OFICINAS

Oficina de uso da motoplainadeira leva novas técnicas de construção no médio Uaupés.

Novas estações de radio fonia foram instaladas no segundo semestre de 2015A Rede de radio fonia indígena do Rio Negro continua crescendo. No final de 2015 foram instaladas 12 novas estações de radiofonia. Atualmente o número de estações espalhadas em todo o Rio Negro passam de 170. Mesmo assim, ainda há várias comunidades que ainda não tem esse meio de comunicação. A FOIRN que tem a ‘‘Comunicação’’ como uma de suas linhas de ações vem procurando atender as demandas vindo das bases através de seus projetos institucionais, entre estes, apoiado pela Horizont3000. ‘‘ É nosso sonho antigo ter uma rádio fonia aqui na nossa comunidade. Vai ajudar muito na comunicação. Agradecemos a FOIRN e parceiros por atender nossa reivindicação’’, comemorou uma das lideranças da comunidade Boa Esperança, no médio Uaupés.

Comunidade que receberam estações de rádio fonia em 2015 por calhas de rio: Baixo Uaupés e Tiquié (Trovão e Uriri), Alto Rio Negro e Xié (Cumati - Rio Xié e Teidi - Rio Negro), Médio e Baixo Rio Negro (Alesbão - Rio Aracá, Acucáia - Padauari, Mafi - Rio Negro e Mangueira - Rio Preto), Rio Içana e Afluentes (Jerusalém - Alto Içana e São José - Rio Ayarí), Médio, Alto Uaupés e Rio Papuri (Nova Esperança e Urubuquara).

ntre 17 a 31 de novembro de 2015, Eaconteceu em Nova Esperança, m é d i o U a u p é s , a O f i c i n a d e motoplanadeira, que reuniu participantes de 13 comunidades.

Realizado pela FOIRN em parceria com a COIDI - Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê, a oficina teve como objetivo levar até as bases, conhecimentos de construção e manuseio da motop la inade i ra (motosser ra adaptada) aprendidas na oficina que r e u n i u r e p r e s e n t a n t e s d a s coordenadorias da FOIRN com os professores vindos da Áustria, que aconteceu em São Gabriel da Cachoeira, em março.

Um dos participantes da oficina realizada em São Gabriel da Cachoeira, foi o Ivo Joaquim, da região da COIDI, que foi instrutor na oficina realizada em Nova Esperança.

Em 15 dias de oficina foram construídas duas casas de 8mx4m. As duas casas serão usadas pelas comunidades como casa de apoio para hospedar participantes de eventos que normalmente acontecem na comunidade, assembleias entre outros. A outra será usada como escola para alunos e professores, por falta de prédio escolar na comunidade.

Como começouEm 2014, diretores Almerinda Ramos e Marivelton Barroso foram à Áustria para participar de intercâmbio junto aos

financiadores de alguns projetos da FOIRN, onde entre outras atividades, foi a visita de experiências desenvolvidas lá.

‘‘Quando fomos lá conhecemos várias experiências, entre estes, tecnologias e técnicas de construção. Algumas delas, achamos que podem ser adaptadas e usadas aqui no Rio Negro’’, disse Almerinda Ramos, Diretora-Presidente da FOIRN.

Após esse intercâmbio na Áustria, foi programado e realizado pela FOIRN aqui no Rio Negro em março de 2015 em parceria com a Aliança Pelo Clima, junto com alguns professores de uma escola técnica Hedelhof da Áustria.

Mais oficinas no Rio NegroDe acordo com a Almerinda Ramos, mais oficinas serão realizados no Rio Negro, para que mais pessoas também tenham

oportunidade de conhecer essas técnias e saibam usar as tecnologias usadas nesse tipo de construção. Para isso, cada coordenadoria, irá buscar meios e recursos para realizar essas oficinas na região.

Em Nova Esperança a experiência foi um sucesso, os participaram em suas avaliações, afirmaram que gostaram muito da oficina.

Participantes da oficina realizado em março

Comunidade Nova Esperança, médio Uaupés

7ASSOCIAÇÕES DE BASE

Associações indígenas do Rio Papuri, debatem principais problemas e elegem diretorias para próximos 4 anos.

o mês de Outubro, duas associações Nde base da região do médio e alto Papuri realizaram suas assembleias. A primeira foi realizada entre 26 a 27 na c o m u n i d a d e U i r a p i x o n a , p e l a Organização das Nações Indígenas do Alto Rio Papuri (ONIARP). A segunda aconteceu em São Gabriel do Papuri, pela Organizações das Nações Indígenas do Médio Rio Papuri (ONIMRP).

Durante os dois dias de assembleia, a ONIARP reuniu participantes de 9 comunidades, e foi feito um diagnóstico dos problemas enfrentados na região, como a precariedade e ausência das políticas básicas como na educação e na saúde.

‘Não recebemos visita de representantes das instituições presentes no nosso município há muito tempo. Aqui tem muitas pessoas que não possuem a documentação básica. A equipe de saúde não chega, a merenda escolar só chega as vezes, e chega muito atrasado, as vezes incompleto’’, disse Miguel Andrade, liderança e participante da assembleia.

A ONIMRP reuniu participantes de 8 comunidades que representa na região do médio Papuri. Como na assembleia realizada no alto Papuri, os problemas também são os mesmos.

Nas duas assembleias foram também feitas avaliações da trajetória da associação, suas conquistas, dificuldades e desafios.

Um dos principais desafios atuais é o

fortalecimento institucional delas, que as próprias comunidades reconheceram e se comprometeram se esforçar para ajudar nesse processo de fortalecimento.

As assembleias também foram fundamentais para a troca de informações e experiências, bem como para eleger novas diretores. Pois, fazia mais de 10 anos que essas associações não realizava assembleias.

Associação do Alto Uaupés realiza assembleia em Caruru Cachoeira

A União das Nações Indígenas do Alto Rio Vaupés (UNIARVA) também realizou assembleia no mês de outubro.

Como na região do Rio Papuri, as comunidades do Alto Uaupés, também debateram e elaboraram propostas e metas por quais irão lutar nos próximos anos.

A diretora presidente Almerinda Ramos participou dessas assembleias, e falou das atividades realizadas pela FOIRN e suas principais ações atualmente, entre elas, a luta e defesa pelos direitos indígenas, a sua principal missão institucional.

A realização das assembleias na região do Rio Papuri e Alto Uaupés, contou com apoio dos projetos institucionais da FOIRN apoiados pela Rainforest e Embaixada Real da Noruega.

Para a Presidente da FOIRN, as assembleias são espaços importantes para a discussão e debates dos problemas enfrentados nas bases, como também para renovar forças e esperanças para continuar a luta pelos direitos e fazer o controle social das políticas públicas.

Diretoria eleita - ONIARP

João de Jesus F. Dias - PresidenteAntônio Oribe Dias - Vice Presidente

Batista Duque Dias - SecretárioElvalene Rodriguês - Tesoureira

Diretoria eleita - ONIMRP

Eladio Braga - PresidenteReinaldo Goés Ferreira - Vice

PresidenteIsmael Sampaio - Secretário

Reginaldo Restrepo - Tesoureiro

Participantes da assembleia da UNIARVA realizado em Caruru Cachoeira

AMIDI realiza oficina sobre confeccção e aperfeiçoamento de artesantos de tucum em Iauaretê

A oficina aconteceu entre 23 a 17 de novembro em Iauaretê, sede da Associação das Mulheres Indígenas do Distrito de Iauaretê - AMIDI. O evento reuniu 150 participantes, entre estes homens, mulheres, jovens e crianças.

Teve troca de conhecimentos e experiências entre as artesãs mais jovens e as artesãs mais experientes. A oficina proporcionou o mais importante em todo o processo de aprendizado, o repasse dos conhecimentos para as novas gerações.

Ao final da oficina que resultou várias peças de artesanatos produzidos, os participantes avaliaram que a oficina foi produtivo e rico em trocas de conhecimentos, e que a FOIRN busque mais recursos e parcerias para realizar mais oficinas. A diretora Almerinda Ramos participou da oficina.

Participantes da Oficina

Expediente

Gestão 2013-2016Almerinda Ramos de Lima Tariana-PresidenteIsaias Pereira Fontes Baniwa - Vice PresidenteRenato da Silva Matos TukanoNildo José Miguel Fontes TukanoMarivelton Rodriguês Barroso Baré

Wayuri 4/2015Edição: Raimundo M. Benjamim/SETCOM

Colaborador: Renato Martelli/ISAImagens: Acervo FOIRN

Contato: [email protected](97) 3471-1632

Parceria Apoio institucional

CASA DE PRODUTOS INDÍGENAS DO RIO NEGRO - WARIRÓ

Comprando os produtos da Wariró você contribui na preservação e manutenção dos saberes milenares dos povos indígenas do Rio Negro, pois, continuarão a produzir os artesanatos e nesse processo

acontece a transmissão dos conhecimentos para as futuras gerações.

Faça parte, venha visitar a Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro.

Contatos: (97) 3471-140 e-mail: [email protected]