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VIROLOGIA GERAL JEAN RODRIGO DOS SANTOS
UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná Processos Infecciosos e Parasitários | Estágio Supervisionado | Embriologia
INTRODUÇÃO
O ESTUDO VIRAL Abordagem didática
A HISTÓRIA
DEFINIÇÃO Entidades infecciosas não celulares cujos
genomas são constituídos de DNA ou RNA
em quase a totalidade dos casos.
virus (latim)
veneno ou fluido
venenoso
A HISTÓRIA
Desenho ilustrando
um cão com raiva
(1500 a.C)
Múmia do faraó
Ramsés V (1196
a.C): lesões de
varíola na face
Entalhe, 18ª
dinastria egípcia
(370 a.C):
indivíduo com
paralisia
A HISTÓRIA
2º PASSO: 1892, Dimitri Ivanovski: estudo da
doença do mosaico do tabaco (etapa
fundamental na descoberta dos vírus)
Século 19: microscópio ótico confirmando
a teoria dos germes tornando obsoleta a
Teoria de geração espontânea
A descoberta dos vírus: a descoberta de
um novo mundo para a ciência
3º PASSO: 1899, Martinus Beijerinck:
diluição seriada da seiva – princípio
infeccioso VIVO mas FLUIDO –
Contagium vivum fluidum
1º PASSO: 1876, Adolf Meyer,
afirma que a doença do mosaico
do tabaco é contagiosa
A HISTÓRIA
Ivanovski : “A Doença do
Tabaco é causada por um agente
NÃO filtrável, não sei se é um
esporo ou uma toxina”
Beijerinck: “ O material filtrado
contém um veneno ou um agente
desconhecido tão pequeno que é
capaz de atravessar os poros de um
filtro que retém bactérias.”
Até o final da Primeira Guerra, novos vírus foram sendo identificados
... sem contudo terem sido VISTOS !
1939: Construção do Microscópio Eletrônico
DEFINIÇÃO
virus (latim)
veneno ou fluido
venenoso
Forma suprema de
sofisticação do
parasitismo
entidades infecciosas não
celulares cujos genomas são
constituídos de DNA ou RNA em
quase a totalidade dos casos
possuem um único tipo de ácido
nucleico.
DEFINIÇÃO •Parasita intracelular obrigatório;
•Replicação somente no interior de células vivas;
•Usando sistemas de produção de energia e biossíntese
do hospedeiro para sintetizar cópias e transferir seu
genoma para outras células
•ampla distribuição: parasita animais, plantas,
microrganismos e até outros vírus;
•Possui diferentes graus de dependência para
replicação;
DEFINIÇÃO
O GRANDE DEBATE!
...Afinal, por definição,
podemos considerá-los como SERES VIVOS?
• Não vivos: Os cientistas que defendem essa ideia dizem que organismos
vivos devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e
energia do ambiente, devem ter metabolismo, devem necessariamente ser
originados de seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres
semelhantes (descendência ou prole), etc.;
• Vivos: já os que defendem que os vírus são seres vivos, dizem que estes
reproduzem e evoluem em resposta ao ambiente,como qualquer ser vivo.
VIDA!
DEFINIÇÃO
”Em relação à natureza dos vírus, é óbvio
que uma nítida linha separando coisas
vivas e coisas não vivas não pode ser
traçada. Esse fato serve para aquecer a
velha discussão sobre a questão “o que é a
vida?” (Wendell Meredith Stanley -1904-1971)
Wendell Stanley isolou o vírus TMV
(Tabaco mosaic virus) em 1946 e declarou:
Stanley, Recebendo o Prêmio Nobel, em 1946
“Os vírus encontram-se no limite entre o não vivo, quando estão
fora das células: não se reproduzem de forma autônoma; e o
vivo, quando estão dentro das células: adquirem a capacidade de
multiplicação.”
TEORIA DAS ORIGENS
Teoria da evolução retrógrada Vírus é descendente de parasitas intracelulares que teriam perdido sua
autonomia metabólica durante o processo de evolução;
Teoria da origem celular Vírus seriam componentes celulares como plasmídios ou m-RNA, que por
recombinação teriam adquirida invólucro protéico e adquiriam
“independência”.
Classificação internacional de vírus (ICTV)
1973 (International Committee on Taxonomy of
Viruses)
As classificações se dão em níveis hierárquicos
Por subdivisões
Classificação internacional de vírus (ICTV)
1973 (International Committee on Taxonomy of
Viruses)
• Tipo de ácido nucleico e homologia
• Morfologia
• Presença de enzimas no vírion
• Susceptibilidade a agentes físicos e químicos
• Propriedades imunológicas
• Vias de transmissão
• Tropismo
• Patologia ao nível tecidual
• Sintomatologia
Classificação internacional de vírus (ICTV)
1973 (International Committee on Taxonomy of
Viruses)
TAXONOMIA
ORDEM _ virales Mononegavirales
FAMÍLIA _ viridae Paramyxoviridae
SUB-FAMÍLIA _ virinae Paramyxovirinae
GÊNERO _ virus Morbilivirus
ESPÉCIE _ vírus vírus do Sarampo
Inclui-se também na classificação a taxonomia
Por família, gênero, espécie, subespécie.
Classificação internacional de vírus (ICTV)
1973 (International Committee on Taxonomy of
Viruses)
TAXONOMIA
Nomenclatura:
Primeira letra de família, subfamília, gênero e espécie
é maiúscula e nome em itálico.
Família Herpesviridae
Gênero Herpesvirus
Apenas 1 nome.
Pode ser usado como denominação comum: “O herpesvírus
humano”
Classificação internacional de vírus (ICTV)
1973 (International Committee on Taxonomy of
Viruses)
VIRUS DNA
FITA DUPLA
ENVELOPADOS
Herpesviridae Hepadnaviridae
NÃO ENVELOPADOS
LINEAR
Adenoviridae
CIRCULAR
Papillomaviridae
Polyomaviridae
FITA SIMPLES NÃO
ENVELOPADOS
Parvoviridae
ENVELOPAMENTO COMPLEXO
Poxviridae
Divisão esquemática
da classificação
Classificação internacional de vírus (ICTV)
1973 (International Committee on Taxonomy of
Viruses)
VIRUS RNA
FITA SIMPLES POSITIVO
ENVELOPADOS
ICOSAHEDRAL
Flaviviridae Togaviridae Retroviridae
HELICOIDAL
Coronaviridae
NÃO ENVELOPADOS
ICOSAHEDRAL
Picornaviridae Caliciviridae
FITA SIMPLES
NEGATIVO
ENVELOPADOS
HELICOIDAL
Orthomyxoviridae Paramyxoviridae Rhabdoviridae
Filoviridae Bunyaviridae Arenaviridae
FITA DUPLA
NÃO ENVELOPADOS
ICOSAHEDRAL
Reoviridae
Divisão
esquemática da
classificação
MORFOLOGIA BÁSICA
Vírus Ebola
MORFOLOGIA BÁSICA
TAMANHO (muito pequenos, medidos na ordem de grandeza
de nanômetros (20 -300 nm);
Tamanho relativo
de vírus e bactérias:
bactérias são
medidas em
micrômetros
(10-6 m)
e vírus em nanômetros
(10-9 m)
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES
• Ácido nucleico: genoma
(DNA ou RNA)
•Capsídeo: capa proteica que
envolve o genoma •Nucleocapsídeo = ácido nucleico +
capsídeo
•Envelope: presente em alguns
vírus, origem da membrana da
célula hospedeira
Partícula Vírion
=
“Partícula viral completa e
infecciosa que encontra-se
dispersa no ambiente”
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES
• Ácido nucleico: genoma (DNA ou RNA)
Fita simples
Fita Dupla
Linear
Polaridade
Positiva
ou
Negativa
Segmentado
ou
Não segmentado
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES COMPONENTES
•Capsídeo: capa proteica que
envolve o genoma
Proteínas virais
Capsômeros
Capsídeo
FORMAS:
• Icosaédrica
• Helicoidal
• Complexa
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES COMPONENTES
FORMA ICOSAÉDRICA
do capsídeo
Adenovirus
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES COMPONENTES
FORMA HELICOIDAL
do capsídeo
Vírus do mosaico do tabaco
(não envelopado)
Vírus da raiva
(envelopado)
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES COMPONENTES
FORMA COMPLEXA
do capsídeo
Poxvirus (vírus da varíola)
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES
• Envelope: presente em alguns
vírus, origem da membrana da
célula hospedeira
Constituição fosfolipídica
associada com proteínas
codificadas pelo vírus
Proteína matriz:
camada na
superfície interna
do envelope
Proteínas de
superfície:
glicoproteínas
que se projetam
na superfície do
envelope
Processo de envelopamento viral
MORFOLOGIA BÁSICA
COMPONENTES
• Outros componentes
• Enzimas polimerases
• Enzimas Transcriptase • (ex.: Transcriptase reversa)
Transcriptase reversa
A principal e fundamental na multiplicação viral dos
RETROVIRUS (ex.: HIV)
Ela é capaz de transcrever uma cadeia de DNA a
partir de um molde de RNA
CO-EVOLUÇÃO VÍRUS-HOSPEDEIRO
•Mas podem também, como acontece na maioria das vezes, nada causar
em seus hospedeiros;
•A maior parte dos vírus causa infecção assintomática ou permanece no
hospedeiro sem causar danos por longos períodos replicando-se em taxas
lentas e estáveis e escapando da resposta imunológica.
Podem ser fatais:
raiva, AIDS, febre
hemorrágicas,
encefalites
Podem causar câncer:
papilomavírus, vírus da
hepatite B, vírus Epstain-
Barr
Podem afetar
grandes populações:
diarréias virais, gripe,
resfriados
Podem causar
infecções congênitas:
rubéola, citomegalovírus,
HIV, vírus da hepatite B
Podem causar grande
desconforto:
cachumba, infecções
por herpesvírus
CO-EVOLUÇÃO VÍRUS-HOSPEDEIRO
Moldar características da célula
para favorecer sua replicação
Resultante: prejuízo de
funções celulares normais
Pressão seletiva
sobre o hospedeiro
Doença = Alteração de função
ou característica celular/tecidual,
ou morte celular, gerada pela
infecção
Contra-adaptação do hospedeiro
(em detrimento do virus)
Pressão seletiva sobre o vírus
Contra-contra-adaptação
do virus
Contra-contra-contra-adaptação
do hospedeiro
CO-EVOLUÇÃO VÍRUS-HOSPEDEIRO
Tendência ao equilíbrio
Diminuição das pressões seletivas
Doenças graves representam
desequilíbrio Vírus/Hospedeiro
Manutenção das viroses
(controle da letalidade)
Doenças emergentes
Virulência: medida empírica da quantidade de
dano que um determinado virus causa ao hospedeiro
CO-EVOLUÇÃO VÍRUS HOSPEDEIRO
• Conceito errado: adaptação virus/hospedeiro e equilíbrio não
implicam, necessariamente, em ausência de doença
O vírus não “importa” se ele vai causar ou não dano ao hospedeiro – adaptação significa apenas que ele
deve adquirir nível de virulência suficiente que permita sua replicação e transmissão ANTES da falência do
hospedeiro
Vírus do trato respiratório
superior – Gripe Transmissão aérea
Tosse, escorrimento
nasal, espirro
Favorecimento da
transmissão Vírus entérico – Rotavírus
Transmissão por
fezes contaminadas Diarréia
Vírus causadoes de DST
Poxvírus (varíola) Transmissão por contato Lesões externas
Arbovírus - Dengue) Transmissão por vetor
artrópode
Prostração do hospedeiro
Os vírus também pode ser importantes vetores de
cura ou prevenção de doenças!
• Terapia gênica: vírus como vetores de informações
genéticas levando mensagens a células específicas;
•Terapia oncológica: capacidade que alguns vírus
têm de destruir preferencialmente células cancerosas
e de poupar células normais.
Uso de adenovírus geneticamente modificado para atacar
células tumorais.
Replicação exclusiva nestas células
VÍRUS ENDÓGENOS
Diferentes retrovírus que se integraram
a cromossomas humanos e de animais
tornando-se parte deles
Retrovírus placentário humano:
detectado em tecido placentário –
ativado durante a gravidez: poderiam
facilitar a função placentária e
proporcionar a imunossupressão
durante a gravidez
• Receptores virais estão diretamente relacionados com Tropismo
celular/tecidual e a especificidade de hospedeiro
HIV
ESPECIFICIDADE VIRAL
ESPECIFICIDADE VIRAL
Adsorção viral à célula hospedeira União específica entre receptores presentes na
superfície da partícula viral e da célula
hospedeira.
ESPECIFICIDADE VIRAL
CICLOS DE
REPLICAÇÃO
LÍTICO
CICLOS DE
REPLICAÇÃO
LISOGÊNICO (Retrovírus)
MATURIDADE DA CIÊNCIA eventos importantes
1962, uso dos primeiros antivirais;
1981, primeiros casos de AIDS nos EUA;
1965, descoberta do vírus da hepatite B;
1977, erradicação da varíola; A partir do final da década de 70: rápido progresso da biologia molecular
possibilitando a amplificação e o sequenciamento do genoma viral e a
identificação de novos vírus;
Dec. 90: rápido progresso da biologia molecular possibilitando a amplificação e o
sequenciamento do genoma viral e a identificação de novos vírus;
Na conferência de AIDS in Park City, Utah em 1984, 150 cientistas foram
surpreendidos com apresentação do grupo francês de Luc Montagnier que
anunciou a descoberta do vírus HIV.
SÍNTESE
• Considerados os organismos mais
abundantes do Planeta;
• Amostras de ambientes aquáticos revelaram
que os genes virais constituem a maior parte
da genosfera;
• Desempenharam provavelmente um papel
fundamental na evolução da vida: origem do
DNA e do núcleo celular.
SÍNTESE
REFERÊNCIAS
MICROBIOLOGIA 5. EDIÇÃO (2008), ATHENEU.
LUIZ R. TRABULSI E F. ALTERTHUM
INTRODUÇÃO À VIROLOGIA HUMANA 2ª EDIÇÃO – ED. GUANABARA KOOGAN -
NORMA SUELY DE OLIVEIRA SANTOS & MARIA TERESA VILLELA ROMANOS &
MARCIA DUTRA WIGG
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
HTTP://WWW3.ICB.USP.BR/
FLINT ET AL. PRINCIPLES OF VIROLOGY, MOLECULAR BIOLOGY,
PATHOGENESIS AND CONTROL. 2000, ASM PRESS, WASHINGTON DC
WWW.MICROBELIBRARY.ORG
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
HTTP://WWW.PROAC.UFF.BR/VIROLOGIA/
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
CENTRO DE ESTUDOS DA SAÚDE
HTTP://WWW.CEUNES.UFES.BR/