vercap4 didatica do ensino de langua portuguesa

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  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

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    DIDÁTICA DOENSINO DELINGUAPORTUGUESA

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    LETRAS |  225 

    DIDÁTICA DO ENSINO DE

    LÍNGUA PORTUGUESA

    REGINA CELI MENDES PEREIRA 

    Caros alunos, 

    Esta disciplina  vai  tratar  de questões  mais  diretamente  ligadas  à prática  docente.  A esta  altura  do 

    curso, em que vocês  já entraram em contato com diferentes áreas de estudos da língua portuguesa, tornase 

    necessário  refletir  e  receber  um  direcionamento  sobre  como  trabalhar  a  mobilização  dos  saberes  teóricos 

    visando à transposição didática desses saberes. 

    Farei, inicialmente, uma breve retrospectiva histórica da didática no cenário pedagógico, situando o 

    campo de alcance dessa disciplina e suas implicações no processo de ensinoaprendizagem. 

    Em seguida, focalizo os diferentes paradigmas de ensinoaprendizagem e sua relação específica com 

    o ensino de língua portuguesa, foco de nossas reflexões. Nesse momento, serão retomadas algumas noções  já 

    discutidas em outras disciplinas, só que, agora, mais direcionadas à prática docente. Tal enfoque nos conduzi

    rá, necessariamente,

     a considerar

     o espaço

     da

     sala

     de

     aula

     e as

     implicações

     do

     papel

     do

     professor

     e dos

     alunos

     

    nesse ambiente de aprendizagem. Serão abordados, portanto, os desafios e necessidades que estão associa

    dos à complexidade do agir do professor à frente de um evento tão importante como a condução de uma aula, 

    em especial, a de língua portuguesa. 

    Uma  das grandes dificuldades da  formação  inicial, e  também da continuada,  reside no  tratamento 

    dado à transposição didática de modo a fornecer as condições para uma efetiva articulação entre teoria e prá

    tica. Nesse sentido, procuro fornecer aos alunos parâmetros de atuação, usando como recurso a elaboração 

    de sequências didáticas voltadas para o ensino da leitura, da escrita e da análise linguística. 

    Concluirei nossas reflexões, apresentando a proposta integradora dos projetos interdisciplinares co

    mo forma de abordar os conteúdos previstos no currículo numa perspectiva de  letramento, que extrapole o 

    caráter transmissivo e mecânico das práticas pedagógicas tradicionais. 

    Dessa forma, espero contar com o envolvimento e contribuição de todos no sentido de construirmos 

    caminhos e alternativas para a nossa prática docente. 

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    UNIDADE I

    BREVÍSSIMO HISTÓRICO DA DIDÁTICA

    Ao longo de nossa existência, temos acesso a diferentes contextos formais e informais de educação. 

    Vivemos  em  sociedade,  e  desde  o  início  da  civilização,  ensinamos  uns  aos  outros,  aprendemos  uns  com  os 

    outros, numa troca extremamente produtiva para o desenvolvimento da coletividade e também de nossa indi

    vidualidade.  Os  processos  educativos  se  desenvolvem  em  duas  direções:  em  uma  perspectiva  mais  ampla, 

    temos a dimensão social que caracteriza a transmissão de saberes, conhecimentos, normas, costumes, valores 

    repassados de geração a geração, responsáveis pela construção sóciohistórica das diferentes sociedades; na 

    perspectiva individual, o processo educativo se caracteriza pelo desenvolvimento e transformação das capaci

    dades cognitivas e comportamentais do ser humano. Nas duas perspectivas, porém, o fator social está presen

    te porque

     também

     as

     transformações

     individuais

     são

     acionadas

     pela

     troca

     e pela

     interação

     social.

     

    Do ponto de vista da educação formal, a escola se apresenta como o espaço legítimo que vai propor

    cionar  a  construção  de  conhecimentos  e  promover  o  desenvolvimento  e  a  formação  dos  indivíduos.  Nesse 

    contexto educacional, as relações de ensino e aprendizagem passam a ser sistematizadas e, nessas condições, 

    requerem uma abordagem filosófica e científica. 

    Segundo Regina Haydt (2006, p.13), 

    A pedagogia é o estudo sistemático da educação. É a reflexão sobre as doutrinas e os sistemas 

    de educação. A Didática é uma seção ou ramo específico de Pedagogia e se refere aos conte

    údos do ensino e aos processos próprios para o conhecimento. Enquanto a Pedagogia pode 

    ser conceituada como a ciência e a arte da educação, a Didática é definida como a ciência e a 

    arte do ensino. 

    Observem que essa definição apresenta uma diferença entre Pedagogia e Didática: a primeira consi

    derada como arte da educação e a segunda, como arte do ensino. O que diferencia, então, a educação do en

    sino? Em outras palavras, entendese a Pedagogia como uma área mais ampla que contempla, inclusive, con

    textos não

     institucionais

     de

     educação,

     relacionados

     às

     condições

     de

     formação

     das

     pessoas

     (cf.

     BRONCKART,

     

    2008). A Didática, por outro  lado, como representativa do processo  formal de educação, referese às condi

    ções de transmissão dos conhecimentos. 

    Na dimensão do espaço escolar, em que o ensino formal se institucionaliza, o papel do professor ga

    nhou um destaque fundamental devido à função que ele exerce nesse contexto. É importante esclarecer que a 

    prática do professor em sala de aula se respalda em concepções teóricas de ensinoaprendizagem e, no nosso 

    caso, também de  língua e de  linguagem. Na verdade, toda e qualquer prática docente é reveladora de uma 

    determinada  opção  teóricometodológica.  Ou  seja, o  como  ensinar,  o como  fazer  é  sempre  antecedido  por 

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    LETRAS |  227 

    uma reflexão teórica mais complexa que  justifica e fundamenta as tomadas de decisão do professor. Por essa 

    razão, fazse necessário conhecer os modelos teóricos de ensinoaprendizagem para que possamos identificar 

    em nossa prática pedagógica nossas filiações teóricas. 

    De acordo com Regina Haydt (op. cit., p.14), podese dizer que desde a antiguidade até o  início do 

    século XIX predominou nas práticas escolares uma aprendizagem do tipo passivo e receptivo. Nesse tipo de 

    aprendizagem, a compreensão

     desempenhava

     um

     papel

     muito

     reduzido!.

     Em

     linhas

     gerais,

     essa

     concepção,

     

    na época defendida por Aristóteles, defendia que o ser humano podia ser modelado de acordo com as infor

    mações e os conhecimentos assimilados. Ainda na antiguidade clássica, outro filósofo, Sócrates, posicionouse 

    contra o princípio de que  o conhecimento é algo  transmitido, defendendo que o  ser humano,  quando bem 

    orientado e estimulado,  descobre que traz consigo um conhecimento interior que o habilita a compreender o 

    mundo que o cerca. 

    Séculos mais tarde, outro grande teórico da educação João Amos Comenius (15921670), deixounos 

    como  legado  sua  obra  Didática  Magna  (1632),  revolucionária  para a  época  e  que exerceu  grande  influência 

    sobre a prática docente. Segundo Haydt (2006, p.17), os procedimentos a serem adotados pelo professor na 

    visão de Comenius são: 

    1. Apresentar o objeto ou ideia diretamente, fazendo demonstração, pois o aluno aprende através dos sentidos, 

    principalmente vendo e tocando. 

    2. Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua aplicação na vida diária. 

    3. Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados, isto é, às suas causas. 

    4. Explicar primeiramente os princípios gerais e só depois os detalhes. 

    5. Passar 

    para 

    assunto 

    ou 

    tópico 

    seguinte 

    do 

    conteúdo 

    apenas 

    quando 

    aluno 

    tiver 

    compreendido 

    anterior. 

    Mais modernamente, no cenário brasileiro, o grande educador Paulo Freire (19211997), reconheci

    do mundialmente, notabilizouse pela valiosa contribuição aos estudos em alfabetização ao  lançar uma pro

    posta que  contrariava a  abordagem  tradicional  da  cartilha,  que  veio a  ser  reconhecida como  método  Paulo 

    Freire. A área de atuação/influência do educador extrapola, no entanto, os limites do processo inicial de aqui

    sição da escrita e passa a ter repercussão nas práticas educativas em sua dimensão filosófica, política e históri

    ca. Segundo Paulo Freire, todo ato de educação é um ato político, o que  justifica o seu interesse na educação e 

    conscientização de

      jovens

     e adultos

     operários,

     caracterizando

     um

     movimento

     conhecido

     como

     Pedagogia

     da

     

    Libertação. 

    Quando fazemos uma retrospectiva dos modelos de ensinoaprendizagem desenvolvidos nos séculos 

    passados, constatamos que os paradigmas científicos e filosóficos exerceram grande influência em várias áreas 

    de produção de conhecimento, a exemplo da Psicologia, Pedagogia, Linguística e que, inevitavelmente, passa

    ram a interferir nas relações entre professor e aluno e a condicionar a prática docente. 

    Podemos, então, destacar três grandes paradigmas de ensinoaprendizagem, alguns dos quais se ori

    ginaram 

    na 

    antiguidade 

    clássica, 

    mas 

    se 

    desenvolveram 

    ao 

    longo 

    do 

    século 

    passado, 

    estendendo 

    seus 

    reflexos 

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    LETRAS | 228 

    até os dias atuais. São eles: o Behaviorismo, o Construtivismo e o Sociointeracionismo, os quais serão aborda

    dos  de  forma  abreviada  mais  adiante.  Esses  paradigmas  foram  decorrência  de  reflexões  desenvolvidas  nos 

    domínios comuns dos questionamentos em Filosofia e Psicologia, mas também, posteriormente, na Linguisti

    ca, que, em meados do século passado, acabara de se firmar como ciência. 

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    UNIDADE II

    PARADIGMAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM 

    Behaviorismo

    Burrhus Frederic Skinner 

    Behavior é uma palavra inglesa que significa comportamento. Esse vocábulo foi incorporado pela língua portuguesapor meio do sufixo ismo.

    O Behaviorismo pode ser melhor compreendido como uma análise experimental do comportamento 

    humano, na qual se controlam os efeitos do condicionamento nas ações e reações dos indivíduos. Os teóricos 

    mais  representativos  dessa  corrente  da  Psicologia  foram  os  norteamericanos  John  Broadus  Watson  (1878

    1958) e Burrhus Frederic Skinner (19041990), ambos norteamericanos. Uma das principais teses dos compor

    tamentalistas referese ao condicionamento que o estímulo exerce no comportamento do indivíduo, projetan

    do  uma  determinada  reação/resposta.  Ao  ser  deslocada  dos  laboratórios  de  Psicologia,  já  no  período  pós

    guerras (1945/1960), essa perspectiva teve uma forte acolhida no contexto educacional de uma sociedade que 

    se tornava mais e mais industrializada, na medida em que se apresentava como forte aliada na moldagem de 

    indivíduos 

    que 

    fossem 

    úteis 

    para 

    as 

    demandas 

    de 

    uma 

    nova 

    forma 

    de 

    organização 

    social. 

    Segundo 

    Silva 

    (2005), as  técnicas de ensino programado e de modificação de comportamento  foram as maiores contribui

    ções de Skinner. 

    Assim, essa corrente  influenciou diretamente o contexto educacional e as práticas pedagógicas de

    senvolvidas naquele período e nos anos que o sucederam. Em determinadas realidades, inclusive, essas influ

    ências ainda permanecem atuais e direcionam a prática de muitos educadores. Um exemplo disso são as ativi

    dades mecânicas, repetitivas, que visam ao alcance de objetivos de ensinoaprendizagem com base na trans

    missão de

     conteúdos

     pré

    fixados:

     memorização

     de

     datas,

     definições,

     terminologias,

     conceitos,

     fórmulas

     etc.

     

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    Alguns princípios do Behaviorismo mais diretamente relacionados ao ambiente escolar: 

    1. Definição rígida de papéis: o professor ensina e os alunos aprendem. 

    2. As aulas são essencialmente expositivas. 

    3. A posição dos alunos em relação à construção de conhecimentos é de passividade. O professor é quem defi

    ne os resultados esperados. 

    Construtivismo

    Jean Piaget

    Contrariamente  ao  Behaviorismo,  o  Construtivismo  defende  que  o  conhecimento,  como  o  próprio 

    nome indica, é construído e não apenas reproduzido. Nessa perspectiva, cujo representante, por excelência, é 

    o biólogo suíço Jean Piaget (18961980), a criança, em seu processo de desenvolvimento, vai construindo seus 

    próprios esquemas de aprendizagem por meio de um processo ativo de assimilação, acomodação e adaptação 

    da 

    realidade. 

    O Construtivismo apresentase como uma teoria do desenvolvimento cognitivo do ser humano que 

    procura  explicar  como evoluem  os processos  mentais que  vão caracterizar  a evolução do pensamento e do 

    raciocínio lógico. O pensamento passa por quatro fases (sensóriomotor; préoperatório; operárioconcreto e 

    operatórioformal) até chegar ao seu estágio pleno de maturação. Em sua origem, essa teoria não foi concebi

    da como um método educativo, nem tampouco a epistemologia piagetiana foi originalmente identificada por 

    construtivismo. Foi só posteriormente, que uma discípula de Piaget, a psicóloga argentina Emília Ferreiro, rela

    cionou  esses  princípios  teóricos  aos  estudos  desenvolvidos  com  crianças  em  fase  inicial  de  apropriação  da 

    leitura e da escrita, a partir daí, a proposta construtivista de ensinoaprendizagem foi se popularizando, mas 

    também não pretendia ser  identificada como um método. No entanto, contribuiu para a formulação de pro

    postas para a alfabetização. 

    Alguns princípios do Construtivismo mais diretamente relacionados ao ambiente escolar: 

    1. aluno no centro do processo educativo; 

    2. A autonomia do aprendiz; 

    3. O conhecimento não está pronto, mas é construído na interação entre o sujeitoaprendiz e o objeto do co

    nhecimento; 

    4. O professor não é transmissivo e respeita as fases de desenvolvimento do aluno. 

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    LETRAS |  231 

    Sociointeracionismo

    Lev S. Vygotsky

    O sociointeracionismo, assim como os dois paradigmas anteriormente apresentados, não se constitui 

    como 

    uma 

    metodologia, 

    sim 

    como 

    uma 

    teoria 

    explicativa 

    do 

    desenvolvimento 

    cognitivo 

    do 

    ser 

    humano. 

    Um 

    de seus mais expressivos idealizadores foi o bielorusso Lev S. Vygotsky (18961934) que, ao longo de sua curta 

    existência, morreu aos 38 anos de idade, desenvolveu uma carreira brilhante: professor de literatura, filólogo, 

    advogado, psicólogo e médico. Apesar de sua extensa produção acadêmica, as suas  ideias só passaram a ter 

    ampla divulgação aqui no Brasil a partir da década de oitenta. 

    Vygotsky foi contemporâneo de Piaget e, apesar de reconhecer a grande contribuição piagetiana aos 

    estudos sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças, discordava do biólogo suíço em alguns aspectos. A 

    principal discordância residia no enfoque dado ao caráter biológico do desenvolvimento, o qual, segundo Vy

    gotsky, negligenciava a  importância  fundamental do componente sóciohistórico no processo de desenvolvi

    mento  cognitivo  do  indivíduo.  Para  Vygostsky,  qualquer  abordagem  psicológica  que  considerasse  aspectos 

    mentais e biológicos, sem levar em conta o fator social que é responsável pelo processo de internalização das 

    representações  do  mundo  (linguagem,  valores,  normas),  tornase  reducionista  uma  vez  que  não  contempla 

    todos os aspectos constitutivos da formação humana. O desenvolvimento cognitivo do ser humano não é de

    corrente apenas da maturação de seus estágios de  inteligência,  independentemente do contexto e das rela

    ções partilhadas com outros indivíduos. Nesse processo, a alteridade é constitutiva do individual. 

    Outro ponto

     de

     discordância

     teórica

     entre

     os

     dois

     autores,

     que

     está

     mais

     relacionado

     às

     questões

     de

     

    caráter pedagógico, referese às implicações da aprendizagem no desenvolvimento da criança. Para Vygotsky, 

    o aprendizado se antecipa ao desenvolvimento, enquanto que para Piaget, é necessário que a criança atinja os 

    níveis  previstos  de  desenvolvimento  (estágios),  a  fim  de  que  ela  consiga  ativar  os  respectivos  esquemas  de 

    aprendizagem. 

    É nesse ponto que temos acesso a uma das mais significativas contribuições de Vygotsky para a área 

    educacional: a noção de zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Vygotsky (1984/1930) defende a existência 

    de  dois níveis de  desenvolvimento: o  real e  o potencial. O primeiro  (NDR)  é  indicativo das atividades que a 

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    LETRAS | 232 

    criança  pode  realizar  sozinha,  sem  a  ajuda  de  um  par  mais  experiente.  Temse,  nesse  caso,  uma  visão 

    retrospectiva do desenvolvimento em torno de um aprendizado  já adquirido. 

    O nível de desenvolvimento potencial (NDP), por sua vez, corresponde àquele em que a  criança só 

    realiza determinada atividade com a ajuda de um par mais experiente, o que  para o autor é mais indicativo do 

    seu desenvolvimento mental do que o  desenvolvimento real,  já que é considerado prospectivamente, ou seja, 

    voltado 

    para 

    que 

    ele 

    pode 

    vir 

    realizar. 

    finalmente, 

    distância 

    que 

    separa 

    esses 

    dois 

    níveis 

    de 

    desenvolvimento  é  chamada  de  zona  de  desenvolvimento  proximal.  O  aprendizado,  portanto,  é 

    responsável por ativar a ZDP. 

    De  forma  similar,  em  crianças  normais,  o  aprendizado  orientado  para  os  níveis  de 

    desenvolvimento  que   já  foram  adquiridos  é  ineficaz  do  ponto  de  vista  do  desenvolvimento  global  da 

    criança. Ele não  se  dirige  para  um  novo  estágio  do  processo  de  desenvolvimento,  mas,  ao  invés  disso, 

    vai  a  reboque  desse  processo.  Assim,  a  noção de zona de  desenvolvimento  proximal  capacitanos  a 

    propor  uma  nova  fórmula,  a  de  que  o  bom  aprendizado  é  somente  aquele  que  se  adianta  ao 

    desenvolvimento (VYGOTSKY, 1984/1930, p. 116117). 

    A  figura,  apresentada  a  seguir,  é  uma  tentativa  de  expor  visualmente  o  processo  de 

    deslocamento entre o nível de desenvolvimento real e o potencial 

    Níveis de desenvolvimentocognitivo

    • Resolução deproblemassem ajuda deoutro

    NDReal

    • Resolução deproblemascom a ajudade outro.

    ZDP • Indicativo doverdadeiropotencial doaluno

    NDPotencial

     

    Figura 1

    Essas noções ganham um destaque especial nas práticas pedagógicas por duas  razões: a primeira, 

    por  enfatizar  que  o  conhecimento  é  construído  nas  interações  sociais;  a  segunda,  por  salientar  o  papel  do 

    professor  como  mediador  nesse  processo  de  construção.  Tais  concepções,  desde  que  sejam  efetivamente 

    assimiladas, passam a  interferir diretamente na ação docente, no modo como ele conduzirá suas atividades 

    de 

    ensino 

    em 

    sala 

    de 

    aula, 

    ou 

    seja, 

    em 

    sua 

    didática. 

    Os 

    professores 

    que 

    adotam 

    uma 

    perspectiva 

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    11/48

    LETRAS |  233 

    sociointeracionista de ensinoaprendizagem procuram atuar sempre na ZDP do aluno, na medida em que, ao 

    oferecerlhes atividades desafiadoras, proporcionam também as condições para que possam interagir com os 

    outros   colegas e professores   na construção do conhecimento. 

    Alguns trabalhos mais recentes (cf. GÓES, 2001; ROJO, 2001) têm questionado o estatuto de harmo

    nia atribuído à ZDP na teoria vygotskiana. Para esses críticos, o conflito está presente na sala de aula e não foi 

    previsto nem

     elaborado

     por

     Vygotsky.

     Sabemos

     que

     as

     relações

     entre

     professor

    aluno

     são

     geralmente

     confli

    tantes, assim como o são quaisquer relações humanas. O conflito é constitutivo da natureza do ser humano, 

    por essa  razão  não  acreditamos que ele não  tenha  sido previsto  por  Vygotsky. A sua proposta aponta  mais 

    para a reflexão sobre a  importância da mediação humana no favorecimento do aprendizado, ou seja, da ne

    cessidade de o professor desenvolver estratégias interativas que proporcionem condições efetivas de constru

    ção de conhecimento, ainda que não sejam necessariamente harmônicas. 

    Góes (2001, p. 8687), ao investigar a dinâmica de interações na construção do conhecimento reali

    zadas em uma sala de aula da préescola, constatou que: 

    [...] a noção de ajuda do outro tem a força de  ilustração e é uma  referência generalizada à 

    mediação  social,  enquanto  a  idéia  central  seria  a  de  uma  necessária  participação,  de 

    qualquer  natureza, do outro, nas experiências de aprendizagem e no  desenvolvimento  do 

    indivíduo. Desse modo, a proposição de desenvolvimento proximal pode ser vista, sobretudo, 

    como tendo um valor heurístico para  a  investigação dos  processos  humanos, no esforço de 

    entendermos a constituição recíproca  dos  processos  individuais e sociais e, especificamente, 

    de avançarmos na  análise  sobre os  modos  pelos quais os conhecimentos são  construídos. 

    Assim, o  conceito será  menos útil se  for  tomado  como estritamente  ligado à prescrição  de 

    uma  prototípica  mediação  do  outro  ou  de  uma  mediação harmoniosa  com  um  caráter 

    pedagógico homogêneo. 

    Góes ainda acrescenta que toda a dinamicidade envolvida na ação do outro, voltada direta ou indire

    tamente para o desenvolvimento da criança, ainda que implique tensão, oposição, negação, contradição, não 

    deixa de ser uma ajuda. 

    Alguns princípios do sociointeracionismo mais diretamente relacionados ao ambiente escolar: 

    1. A interação professoraluno como princípio do processo educativo. 

    2. Importância dos trabalhos em grupo. 

    3. O papel do professor como mediador. 

    4. A rejeição ao aspecto da !prontidão" para a aprendizagem. 

    5. A ênfase na abordagem interdisciplinar. 

    A  breve  apresentação desses paradigmas procurou  evidenciar  como  as concepções  teóricas  interferem em 

    nossa prática. Daí  a  importância de uma formação sólida do professor para que ele possa escolher e avaliar 

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    12/48

     

    LETRAS | 234 

    bem  os  procedimentos  a  serem  adotados  em  sala  de  aula.  Retomaremos  alguns  aspectos  centrais  das  três 

    abordagens de ensinoaprendizagem expostos na tabela1 1. 

    TABELA 1

     ASPECTOS Behaviorismo Construtivismo Sociointeracionismo

    Ensino É a criação de situações,nas quais a repetição éessencial para que hajamaior memorização dosconteúdos.

    É a criação de situações,através das quais, o alunointeragindo com o ambientedesenvolve suas estruturas econstrói o seu conhecimento.

    É a promoção de situaçõesque possibilitem ao alunotransformar os conhecimentosdos quais ele se apropriouatravés de suas interações como meio histórico e cultural.

     Aprendizagem É a mudança de compor-tamento resultante de trei-nos.

    É o desenvolvimento da inte-ligência através da interaçãoentre o sujeito, o ambiente eo objeto do conhecimento.

    É a apropriação e transforma-ção de conhecimento histori-camente construídos e organi-zados culturalmente.

    Papel do professor Exerce o papel de centrali-

    zador e detentor do conhe-cimento.

    Possibilitador de situações

    em que o aluno faça as suasdescobertas e construa o seuconhecimento.

    Facilitador das interações entre

    o aluno e o objeto do conhe-cimento.

    Papel do aluno É o de receptor, moldado adesempenhar comporta-mento desejado pelo pro-fessor.

    Em contato com o ambiente,o aluno se torna um constru-tor do seu conhecimento.

    Transformador dos conheci-mentos que ele se apropriouatravés das suas interaçõescom o meio social.

     Atividade didática É realizada através da sele-ção de conteúdos a seremensinados partindo do maissimples para o mais com-

    plexo.

    Realiza-se através de planosde estudos que aperfeiçoeme desenvolvam as habilida-des cognitivas, ou seja, le-

    vem o aluno a resolver pro-blemas.

    Parte do conhecimento préviodo aluno, daí permite avançar,ampliar e reestruturar esseconhecimento. Promoção de

    situações que incentivem àcuriosidade e à troca de in-formações e permitam acessoà fontes de conhecimento.

    Clima na sala deaula

     Aluno passivo recebendoinformações do professor.

    É interativo, no qual o pro-fessor conduz o aluno àdescoberta do conhecimen-to.

    É de interação, no qual o pro-fessor é mediador entre alunoe o objeto do conhecimento.

     Avaliação É feita através de testes,nos quais o professor vaipriorizar a quantidade deconteúdos memorizados.

    Será feita através da obser-vação individual, ou seja,quando o aluno passa de umestado menor de conheci-mento para um maior.

    Será feita através da observa-ção dos grupos de alunos,como eles se relacionam comos diversos objetos de conhe-cimento; suas descobertas,dúvidas e dificuldades, a fimde ver se o aluno já interiori-zou e transformou os conhe-cimentos adquiridos.

    1 Esta tabela foi adaptada de um material didático elaborado por  Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante (UFPB) e distribuído com os 

    alunos. 

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    13/48

    LETRAS |  235 

    UNIDADE III

    OS PARADIGMAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM E SUARELAÇÃO COM AS ABORDAGENS DE ENSINO DE LÍNGUA

    PORTUGUESA

    Em algumas das disciplinas de nosso curso, vocês  já tiveram a oportunidade de refletir  sobre ques

    tões voltadas para o ensino de  língua portuguesa. Já tiveram conhecimento sobre os documentos  institucio

    nais, a exemplo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e do avanço que eles representaram para a reali

    dade escolar. Não faremos uma releitura do texto, mas a partir de agora, buscarei relacionar essas questões 

    didáticopedagógicas

     com

     aspectos

     específicos

     do

     ensino

    aprendizagem

     de

     língua

     portuguesa.

     

    Depois das  reflexões em  torno desses paradigmas, podemos associar a eles as respectivas aborda

    gens de ensino de língua. O primeiro deles, o behaviorista, está bem associado ao ensino tradicional de língua, 

    baseado essencialmente no estudo de conceitos, terminologias, memorização de regras de acentuação, conju

    gação verbal, ênfase em análise sintática e outros conhecimentos de estrutura da língua. Não queremos dizer 

    que esses conhecimentos sejam desnecessários, o que se torna problemático é privilegiar só eles. Nesse con

    texto, as práticas de leitura e de produção de textos, que se apresentam como os usos legítimos da linguagem, 

    perdem sua significação, uma vez que o tratamento didático dispensado a elas é, de certa forma, incompatível 

    com o ensino transmissivo e com uma avaliação que considere capacidades como memorização, identificação 

    e classificação de itens gramaticais. 

    A título de exemplificação, apresento os dados de uma pesquisa realizada por Maria Helena de Mou

    ra Neves (1990, p. 1214), em que ela registra as áreas do programa de Língua Portuguesa mais trabalhadas, 

    por ordem de frequência. Vejam na tabela 2 como os maiores percentuais se concentram no ensino de classes 

    de palavras e nos conteúdos de sintaxe e morfologia. Conforme indiquei anteriormente, as práticas de leitura 

    e de produção de textos apresentam baixos percentuais de ocorrência. 

    Observem que

     esses

     dados

     são

     relativos

     ao

     início

     da

     década

     de

     noventa,

     momento

     bem

     anterior

     à 

    publicação dos PCN (1997), entre o final da década de oitenta e  início da década de noventa, mas em que  já 

    estavam  em  pleno  desenvolvimento  reflexões e  discussões  sobre a  necessidade de  mudanças no  ensino  de 

    língua portuguesa. Contribuíram com essas discussões  ilustres  linguistas, dos quais citaremos apenas alguns 

    nomes como Carlos Franchi, Vanderlei Geraldi, Sírio Possenti, Maria Helena de Moura Neves, Ingedore Koch, 

    Angela Kleiman, dentre muitos outros que compõem uma numerosa lista. Mais adiante, vamos enfatizar como 

    essas discussões se materializaram com a publicação dos PCN e a repercussão disso para as práticas de ensino

    aprendizagem 

    de 

    língua 

    portuguesa. 

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    14/48

     

    cipalmente 

    ta baseado 

    pamentos s

    psicogenéti

    desenvolvi

    e planejam

    sos mentai

    leitura e d

    mais geral, 

    do educan

    usos da lín

    língua/ling

    alguns dos 

    nov e Mikh

    autores co

    desenvolvi

    sempenha

    LETRAS | 2

    segundo pa

    quando rel

    nos métod

    ilábicos sim

    ca da escrit

     na criança 

    ento das ati

    s de

     aprend

     escrita em 

    entendemo

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    Con

    Classe

    Sintax

    Morfol

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    Estilísti

    Níveis

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    radigma, o 

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    . Nessa áre

     processo 

    idades de e

    izagem nos

     

    níveis mais 

    que o con

    u a orienta

    adigma, o 

    e veio aco

    s cognitivis

    deram um 

    s mesmos 

    outro, um

    tro!  ganha 

    ocês  já eststudos lin

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    a específica

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    nsino. Essas

    alunos, ta

    avançados. 

    trutivismo 

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    ociointeraci

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    r reflexões 

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    e refere ao 

    influência u

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    ncias do greferindo a 

    equência

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    ,44 %

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    m significa

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    abordagens 

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    As contribui

    güísticos. É

    orteiam, po

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    utiva. 

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    iva nas séri

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    saram a en

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    íngua, em u

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    os ípios.

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     ensino

     

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    de

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    15/48

     

    T

    entidade a

    clara evolu

    social e ele

    política e  n

    p.95) afirm

     

    N

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     ideológicos

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    ras, coisas 

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     discutidas 

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    flexão sobr

    ase enquan

    al da própri

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    a verdadei

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    produção, 

    ou das enu

     

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    9/1979, p.1

    a substância 

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    ssa a ocupa

     gramatical 

    omunicativ

    9) 

    da  língua nã

    ciação  mon

    ômeno soci

    teração verb

     (1999),

     as

     f 

    cursos torn

    sse context

    omo repres

    eja dado u

    atamento di

     apresenta c

     já estudar. Talvez sej

    dência estr

    do indepen

    r considera

    endo um pa

    m evidencia

     pronunciam

     ou triviais, 

    o ou de um 

    ão, como o 

    s do  discur

    r o campo 

    formal, abs

     entre os  i

    o é constituí 

    lógica  e  isol

    l da interaçã

    l constitui as

    rases e os

     m

    mse as ún

    o que as dis

    entativas d

     novo dire

    dático difer

    omo um gra

    am a teoria bom reve

    turalista de 

    entemente 

    o pelos aut

    pel decisivo 

    da quando 

    os ou escuta

    gradáveis ou

    entido ideol

    aráter dialó

    so ganhara

    o discurso 

    rata e desc

    divíduos  si

    a por um sis

    da,  nem  pel

    o verbal, real

    sim a realida

    orfemas sã

    icas manife

    ciplinas ling

     um novo e

    ionamento 

    enciado. A 

    nde desafio 

    dos gênerr alguns co

    ETRAS |  23

    considerar 

    do contexto

    res como e

     na  formaç

    olochinov (

    mos, mas ver

     desagradáv

    gico ou vive

    gico da  ling

     um  lugar 

    o contexto 

    ntextualiza

    tuados  em 

    tema abstrat

    o  ato  psicofi

    izada através 

    e  fundamen

     apenas

     rec

    tações emp

    ísticas que 

    nfoque de  i

    ao ensino d

    ublicação d

    para o prof 

    os textuaisnceitos.

    texto com

    . Houve um

    ssencialmen

    o  sócio

    988/1977, 

    dades ou m

    is etc. A pal

    cial. 

    uagem, os c

    e destaque

    sóciohistór

    da)  passa a 

    contextos s

    o de formas 

    siológico  de 

    da  enuncia

    tal da língua.

    rtes abstra

    iricamente 

    tomam o te

    nvestigação 

    e língua por

    os PCN, ent

    ssor. 

    /discursivo

     

    te 

    nti

    vra 

    on

     na 

    ico. 

    ser 

    oci

    lin

    ua 

    ão 

    tos 

    b

    to 

    da 

    tu

    ão, 

    s

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    16/48

     

    N

    ainda exist

    uma grand

    se  aptos  a

    possível en

    enfatizand

    necessário 

    para  os  pr

    assim uma 

    nos PCN. 

    N

    pesquisas 

    competênc

    conteúdos 

    conteúdos 

    proposta s

     

    Os enfoqu

     

    É 

    epilinguisti

    didaticame

     

    Agorcovoc

    Agorcovoc

    LETRAS | 2

    os  dias  atua

     uma  lacun

     maioria d

      implement

    contrar prof 

     aqueles co

    que os curs

    prios  profe

    eficiente tr

    o  que  se  re

    e  de  publi

    ias.  No  ent

    gramaticais, 

    consiste e

    gerida nos 

    s meta e

    convenient

    o  no  ensin

    nte para a d

    VEsprd

    R

     é 

    CoEst

     é 

    is,  decorrid

    a em relaçã

    s profission

    ar  atividad

    essores qu

    nteúdos gra

    s de forma

    ssores,  faze

    nsposição 

    fere  à  leitu

    cações  sob

    nto,  consti

    uma vez q

     um

     enfoq

    CN. 

    pilinguisti

      rever  alg

      de  língua 

    limitação d

    cês  já tivertágio Supeodução de cente?

    tomem a l

    sultem a bibgio Supervi

    s  quase  do

    o à apreens

    ais das esco

    s  que  resp

     seguem as 

    maticais ap

    ão inicial e 

    ndo  com  q

    idática dos 

    ra  e  produ

    re  o  tema,

    tuise  ainda

    e a maior p

    e predomi

    o da análi

    ns  conceit

    portuguesa.

    essas instân

    am acesso visionado Itextos e an

    itura dos P

    liografia das ionado I.

    ze  anos  de 

    ão dos fund

    las brasileir

    aldem  tais 

    mesmas pr

    ntados por

    ontinuada 

    e  haja  uma

    princípios r

    ão  de  text

      abordand

      um  grand

    arte das ati

    antemente 

    se da língu

    s  sobre  as

      A  respeit

    cias de análi

    aos Parâm.  Lembramálise linguí 

    CN!

    disciplinas L

    sua publica

    amentos pr

    s, visto que

    orientações

    ticas tradic

     Maria Hele

    roporcione

      junção per

    lativos ao 

    s,  temos  j

      metodolo

      desafio  o 

    idades des

    metalinguís

    a

    diferenças 

    do  tema, 

    se, as quais 

    tros Curric de como o

    tica repres

    itura e Prod

    ção,  a noss

    sentes nes

     nem todos 

    teóricom

    ionais de e

    na de Mou

     atividade

    eita entre 

    nsino de Lí 

      uma  vasta

    gias  de  en

    tratamento 

    nvolvidas e

    tico, o que

     

    entre  os 

    Luís Carlos 

    serão retom

    ulares Nac tratament

    nta uma 

    ução de Tex

      compreen

    e documen

    os professo

    todológicas.

    sino de  líng

    a Neves  (re

     de aprendi

    eoria e prá

    ngua Portug

      contribuiç

    sinoaprend

      dispensad

    m sala de a

    está em

     de

    nfoques  m

    ravaglia  (1

    adas a segui

    ionais na dio dispensa

    udança na 

    os I e II e 

    ão é  a de 

    o por parte

    res encontr

      Ainda  hoj

    ua portugu

    er tabela 2

    zagem volta

    tica,  realiza

    uesa prese

    o  em  nível 

    izagem  de

      ao  ensino 

    ula sobre es

    sacordo co

     

    talinguístic

    96)  contrib

    r: 

    sciplina 

    o à leitura

    prática 

    ue 

    de 

    m

    e  é 

    sa, 

    ). É 

    das 

    do 

    tes 

    de 

    sas 

    de 

    ses 

    uiu 

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    LETRAS | 240 

    utilidade  para  abordar  os  conteúdos  e  facilitar  a  comunicação  nas  atividades  de  reflexão 

    sobre a língua excluindose tudo o que for desnecessário e costuma confundir os alunos. 

      Atividades Epilinguisticas: São aquelas que suspendem o desenvolvimento do tópico discursivo (ou do tema ou 

    do assunto), para, no curso da interação comunicativa, tratar dos próprios recursos linguísticos que estão sendo 

    utilizados, ou de aspectos da interação. 

    Temos,  nessa  situação,  a  efetiva  reflexão  sobre  os  usos  da  linguagem,  que  pode  e  deve  ser 

    proporcionada pela escola e  intermediada pelo professor a fim de que, gradativamente, vá desenvolvendo a 

    autonomia  de  seus  alunos  no  que  tange  à  adequação  da  linguagem.  Obviamente,  estas  atividades  não  vão 

    prescindir  dos  conhecimentos  metalinguísticos,  mas  tampouco  vão  se  subjugar  a  eles.  A  título  de 

    exemplificação, tomemos uma situação de produção de textos, momento privilegiado para o aluno exercitar 

    seus  conhecimentos  epilinguísticos,  uma  vez  que  é  na  dinâmica  da  textualização  que  os  fundamentos  de 

    gramática  se  justificam.  Assim,  se  no  processo  de  elaboração,  o  aluno  utiliza  algum  verbo  que  não  está 

    adequado 

    ao 

    seu 

    contexto 

    semânticopragmático;

     nesse

     caso,

     não

     é 

    suficiente 

    recorrer 

    apenas 

    ao 

    conhecimento de suas categorias de tempo, modo, voz, predicação para fazêlo compreender a inadequação. 

    Tornase necessária a intervenção do professor, que lançará mão de estratégias de ensino que proporcionem 

    uma  reflexão  sobre  os  efeitos  de  sentido  provocados  pelo  uso  daquele  verbo  naquele  contexto  e  quais  as 

    opções para adequálo à situação comunicativa. 

    O  fragmento  abaixo,  retirado  do  livro Gramática Reflexiva  de  Cereja  e  Magalhães  (1999,  p.167), 

    exemplifica  o  que  acabei  de  comentar  sobre  os  diferentes  efeitos  de  sentido  que  os  verbos  assumem  nas 

    interações 

    verbais. 

    Uma 

    exposição 

    metalinguística 

    desses 

    enunciados 

    levaria 

    em 

    conta 

    apenas 

    os 

    paradigmas 

    formais  de  conjugação  do  imperfeito  do  subjuntivo,  tendo  em  vista  uma  orientação  mais  ampla  de  que  o 

    modo subjuntivo é empregado em situações em que o fato é considerado incerto, duvidoso ou impossível de 

    realizar! (BECHARA, 1999, p. 280). 

    Leia agora os dois textos seguintes e r esponda as questões propostas: 

    1) Num domingo de sol, à tarde, uma turma de meninos e meninas conversa animadamente na praça, sem decidir oque fazer. De repente, um deles diz:

    - E se fôssemos passear de bicicleta ou nadar no clube?

    2) Pai e filho discutiam sobre um problema qualquer. O filho, teimoso, falava sem parar. O pai já muito bravo echeio, diz:- E se você fechasse a boca e fosse para o seu quarto?

    a) Qual é a intenção do falante em cada uma das frases interrogativas nesses contextos?b) Substituindo o imperfeito do subjuntivo por outro tempo verbal, transforme as frases interrogativas dos dois

    textos em outras de sentido equivalente. 

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    A

    identificaçã

    perceberá 

    uma repre

     

     A articula

     

    T

    ensino líng

    de Evanildo

     

    Di

    referentes 

    exemplos, 

    uma ativid

    Ulisses (20

     

    cunho  beh

    aprendeu 

    ensinoapr

    linguagem 

    N

    que solicita

    Agorcovoc

      atividade 

    o, reflexão 

    ue no fluxo

    nsão/orde

    ão entre p

    ntarei ilustr

    a, em um n

     Bechara (1

    gamos  que 

    a cada circu

    onferem a 

    de solicitad

    0, p. 274) 

    paradigma 

    viorista,  on

    o  exercício 

    ndizagem 

    escrita nes

    o entanto, r

     a transpos

    Apclas

    Ntint(Ru

     é 

    epilinguísti

     elaboraçã

     dessas troc

     no texto 2. 

    radigmas

    ar a articula

    ível mais es

    99, p. 287): 

    É a expres

    modo, inte

    O  advérbi

    geralment

    advérbio (c

    o  profess

    stância (m

    efinição na 

    a. A

     ativida

    e ensinoa

    de  o  aluno 

    de avaliaçã

    o  professo

    a situação, 

    ecupero um

    ição da

     ling

    nte os advérsifiqueos:

     dia seguinteo; depois, nubem Braga) 

    a,  da  for

     de  formas

    as comunica

     

    de ensino

    ção entre os

    ecífico. Vej

     

    são modifica

    nsidade, con

      é  constituí 

     ao verbo, o

    omo intensifi

    r  tenha  ap

    do, tempo, 

    gramática o

    de abaixo

     f 

    rendizagem

    recebe  os 

    solicitado.

      terão  sido

    ratase excl

    a atividade 

    uagem visu

    bios e locuçõ

     almoçamos m bar fiquei a

    a  como  e

     alternativa

    tivas, existe

     atividade

     paradigma

    se o caso d

    dora que

     po

    ição, etc) e d

    do  por  pala

     ainda, dent

    cador), ou a 

    resentado 

    lugar, inten

    u no LD e, e

    i retirada

     

    adotado p

    onhecimen

     Caso apres

      atingidos. 

    usivamente 

    ue consta 

    l para

     a ve

    s adverbiais 

    um restaura alisar terna

    tá  encami

     de enunci

     a formulaç

    s de lingua

     de ensino, 

    e uma defin

     si

     só

     denot

    esempenha n

    ra  de  natur

    ro de um gru

    ma declaraç

    ssa  definiç

    sidade, dúvi

    m seguida, 

    a Gramátic

    lo professor

    tos  de  form

    ente uma b

    Observe  qu

    do enfoque 

    o livro de 

    rbal, tendo

     

    presentes no 

    te e tomamente a sua 

    hada  no  li

    dos adequa

    o de um co

    gem

    m sentido 

    ição de adv

    a uma

     circu

    a oração a fu

    eza  nominal 

    po nominal 

    o inteira [...].

    ão  em  sala

    da, condiçã

     professor 

    da Língua

     

    encaixase 

    a passiva  e 

    oa margem 

    e,  do  pont

    metalinguís

    ereja e Ma

    como refer

    trecho abaix

    s três garraf ão fina, de v

    ETRAS |  24

    vro,  permi

    dos à  inter

    nvite/suges

    mplo, e as 

    rbio retirad

    stância (de

     l

    nção de adju

    ou  pronom

    nitário, a um

     

    ,  ilustrado 

    etc); os al

    olicita que 

    Portuguesa,

    no modelo t

    precisa de

    de acerto, 

    de  vista  d

    tico. 

    alhães (199

    ncia o qua

     e 

    s de vinho ias azuis.! 

    e  ao  alun

    ção verbal. 

    ão no texto 

    bordagens 

    a da gramát

    ugar, de

     te

    to adverbial 

    inal  e  se  re

     adjetivo e a 

    com  exem

    nos anota

    les respond

     de

     Pasqual

     

    ransmissivo,

    onstrar o 

    s objetivos

    a  atividade 

    9, p. 171, 1

    ro de

     Fran

      a 

    Ele 

    1 e 

    ica 

    po, 

    [...] 

    ere 

    um 

    los 

    os 

    am 

    e e 

    de 

    ue 

    de 

    de 

    2), 

    ois 

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    LETRAS |  243 

    imprimir ao texto, proporcionando, dessa forma, uma reflexão mais produtiva sobre questões gramaticais. O 

    advérbio vai sendo deslocado, em função do que se quer enfatizar. Vêse, então que, nesse caso, os elementos 

    que condicionam o uso e a posição do advérbio estão fora do enunciado2. 

      Provavelmente o João

     doou

     os

      jornais

     para

     a biblioteca

     (não

     a Maria)

     

      O João provavelmente doou os  jornais para a biblioteca (não vendeu) 

      O João doou provavelmente os  jornais para a biblioteca (não as revistas) 

      O João doou os  jornais provavelmente para a biblioteca (não para o bar) 

    O que pretendi mostrar é que existe uma articulação entre os paradigmas de ensinoaprendizagem 

    adotados  e  as  concepções  de  língua,  linguagem  e  gramática  nas  quais  o  professor  fundamenta  sua  prática 

    docente.  Por  outro  lado,  sem  ser  contraditória,  reconheço  que  há  determinados  conteúdos  que  requerem 

    uma abordagem de ensino mais transmissiva. Não se pode também acreditar que tudo pode ser aprendido 

    naturalmente, sem que seja oferecida ao aluno uma sistematização de ensino. Prova disso é a tradicional pe

    dagogia da temática, em que se acredita que para o aluno produzir um texto, basta lhe apresentar um tema e 

    deixálo exercer sua criatividade de escritor, como se o aluno  já detivesse todos os conhecimentos necessários 

    à escritura de um texto. Esse aspecto,  inclusive, não restrito apenas a atividades de produção de textos, foi 

    apontado como uma restrição ao paradigma construtivista de ensinoaprendizagem, por permitir um relativo 

    apagamento do papel do professor no processo de construção do conhecimento a ser oferecido ao aluno. A 

    esse respeito,

     Paulo

     Coimbra

     Guedes

     (2007,

     p.

     19)

     avalia

     que

     

    As pedagogias permissivas de base psicologizantes, que proliferaram concomitantemente à 

    massificação,  fundamentaram  ideologicamente  essa  desalunização,  transformando  indiví 

    duos em abstratos feixes de características relativas à faixa etária, classe social, perfil psico

    lógico, capacidade de realizar tal ou tal operação mental etc. [...]. 

    Não se pode perder de vista, ainda segundo Guedes, que o professor se viu envolvido muito rapida

    mente por sistemas de avaliação com os quais ele não estava familiarizado, nem tampouco tinha tempo de se 

    aprofundar neles. Em minha avaliação, percebo que, de certa forma, são impostos ao professor determinados 

    paradigmas de ensinoaprendizagem desacompanhados de uma fundamentação teóricoepistemológica, cujo 

    desconhecimento tem favorecido determinados equívocos de ordem didáticopedagógica. Isso pode se repe

    tir também em uma abordagem sociointeracionista, na medida em que não seja devidamente compreendida. 

    Roxane Rojo, em um relato sobre sua participação em um curso de formação de professores realizado em São 

    Paulo, no período compreendido entre 1999 e 2001, com professores de diferentes disciplinas, constatou que: 

    2 Esses exemplos foram retirados do livro Manual de Sintaxe de autoria de  Carlos Mioto, Maria Cristina Figueiredo Silva e  Ruth Elisabe

    th Vasconcellos

     Lopes

     (2000).

     

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    22/48

     

    LETRAS | 244 

    O que mais surpreende, no planejamento elaborado, é a visível ausência de ensino; a hiper

    valorização da alimentação temática; a crença de que a discussão oral da temática pode ser 

    responsável por bons  textos; e o passe de mágica! existente entre estas providências e a 

    produção de artigos de opinião, além da pobreza do material didático oferecido (ROJO, 2008, 

    p.330). 

    As palavras da autora ratificam o que tenho defendido nesta seção. A sistematização de atividades 

    de ensino não deve ser entendida como perda e/ou coerção da autonomia reflexiva do aluno. É por meio da 

    sistematização  dessas  atividades,  as  quais  requerem  planejamento  criterioso,  que  o  professor  alcança  seus 

    objetivos de aprendizagem. 

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    LETRAS |  245 

    UNIDADE IV

     A ATUAÇÃO DOCENTE EM SALA DE AULA: O SABER TEÓRICOE A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA

    A  sala  de  aula  constituise  em  um  locus  de  atuação  extremamente  complexo.  Existe  nela  uma  tal 

    diversidade  de  fatores  (internos  e  externos,  cognitivos  e  afetivos,  humanos  e  materiais)  a  interferir  em  sua 

    prática,  que  exigem  do  professor  uma  constante  reflexão  acerca  de  sua  prática  pedagógica,  para  que  seja 

    avaliada sua adequação aos objetivos de ensinoaprendizagem por ele pretendidos. A esse respeito, retomo 

    aqui as palavras de Magalhães e Liberali (2004, p.93). 

    No contexto de formação de educadores, segundo Newman e Holzman (2002), podemos con

    siderar que cada ação dos participantes poderá ser vista como uma base para as ações futu

    ras. No entanto, se essas ações são rotinizadas e automatizadas (não refletidas), os educado

    res perdem a chance de percebêlas. Passam a agir em  função do  fim  imediato   ensinar o 

    conteúdo determinado  , perdendo a oportunidade de rever seu querer sobre a ação de en

    sinaraprender. Sua ação passa a compor um quadro de alienação que  tira dela o poder de 

    transformar  a  prática.  O  agir  será  mais  uma  ação  para  um  fim.  Não  mais  atuará  como  um 

    meio de propiciar mudanças históricas no significado de ensinaraprender. Assim, as formas 

    de agir no contexto escolar se perpetuam sem transformação, pois os agentes estão alienados 

    de ações, impedidos de reconstruíremse internamente e de transformarem externamente. 

    A avaliação das autoras expõe de modo contundente a responsabilidade do professor por sua prática 

    em sala de aula. O agir do professor não pode se basear, digamos, na didática do improviso: toda ação peda

    gógica demanda uma reflexão prévia no sentido de pavimentar essa mesma ação. Infelizmente, nem sempre 

    as práticas educativas, em geral, têm se pautado nessa ordem lógica. A rotina estafante da vida do professor o 

    tem afastado tanto de seu papel de estudioso e de pesquisador, quanto de uma ação planejadora, aqui enten

    dida em sua acepção didáticopedagógica mais ampla.  Isso  leva ao sentido de rotinização e mecanização, a 

    que as autoras se referem acima, e que é  incompatível com a ação educativa. Elas sugerem que tais práticas 

    devem ser acompanhadas de eventuais questionamentos que proporcionem ao professor manterse sempre 

    consciente de

     suas

     ações.

     Nesse

     sentido,

     questões

     como:

     

    1   O que faço? 

    2   Qual a fundamentação teórica para a minha ação? 

    3   Como me tornei assim? 

    4   Quero ser assim? 

    5   O que significa ser assim? 

    6   Como posso agir de forma diferente? 

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    24/48

     

    A

    caráter  teó

    caso espec

    deve atend

    pa primord

    Is

    gar para o i

    isso ocorra,

    car as razõ

    convenient

    seus alunos

    mudanças 

    língua/ling

    de embasa

    nhas  expec

    minha práti

    ca? 

    O

    seu lugar

     p

    personage

    cena: diret

    E

    ráter organ

    processo fo

     

    LETRAS | 2

    ontam par

    ricopedagó

    fico, o plan

    er, na maior

    ial que ante

    so não

     signi

    nesperado 

    ele deve sa

    s que o lev

    e  ao mome

    , enfim com

    aí  sim, dian

    odem propi

    que signific

    agem funda

    mento para 

    tativas  com

    ca? Já me q

    bservem qu

    rivilegiado 

    único no c

    mente com 

    ses questio

    izacional de

    rmal de ela

    duas direç

    gico;  outra 

     jamento d

    ia das vezes

    ede a entra

    ica dizer

     qu

    m sala de a

    ber o que f 

    ram a assu

    nto sóciohi

     tudo e com 

    te das resp

    ciar. 

    a ser um p

    mentam a 

    essa  forma

    o  professor 

    uestionei se 

    todas essa

    as relações

    enário escol

    os alunos e,

    amentos s

     uma aula. 

    oração de 

    As difeoutras importpergun

    ões: uma qu

    que  se  rela

    ve ser ente

    , burocratic

    da do profe

    e todas

     as

     a

    ula o que, d

    z, conhecer 

    mir uma de

    stórico em 

    todos que o

    stas, caso s

    ofessor  (a) 

    inha prátic

    ão? O que 

    (a)  de  língu

    os alunos e

    s questões 

    de ensino

    ar, uma vez 

    indiretame

    rvem como 

    partir daq

    ma aula,  e

    rentes codisciplinaante retotas. 

    e  implica a 

    iona  direta

    ndido não c

    mente. Os 

    sor em sala 

    ções são

     pr

    e certa for

    os princípio

    erminada o

    ue se inser

     cercam. 

    eja necessá

    de  língua  p

    ? Como se 

    aprendi efe

    a  portugue

    stão satisfei

    ó podem se

    prendizage

    que a sua a

    te, com os 

    ponto de p

    ui, quero di

     particular, 

    cepções estão clálas pa

    dimensão c

    mente  com 

    omo uma c

    momentos 

    de aula. 

    vistas e det

    a, deve ser 

    s teóricos e

    pção e, ao r

    , com a rea

    io, assumir 

    rtuguesa n

    deu essa for

    tivamente c

    a?  Estou  sa

    os com ela

    r respondid

    m, mas

     que

    uação se in

    demais seto

    rtida para o

    scutir sobre 

    a aula de lí 

    de línguaras para 

    ra que vo

    íticoreflexi

    o  planejam

    brança  inst

    e planejam

    erminadas, 

    previsto pel

    m que se ba

    efletir sobre

    lidade educ

    os riscos, d

     sociedade 

    mação teóri

    om eles? Es

    tisfeito  (a) 

    Há condiçõ

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     por

     outro

     

    errelaciona 

    res da comu

    s aspectos 

    alguns pon

    gua portug

    linguageocês?  Cês possa

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    ento  de  sua

    itucional a 

    nto repres

    até porque

     

    o professor.

    seiam essas

     ela, analisa

    cional, co

    safios e co

    atual? Que 

    ca? Quais te

    sa  formaçã

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    es de muda

    essor, daí  a 

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     o

     

    com a de o

    nidade esco

    ais relacion

    tos que são 

    esa. 

    discutiso não e respon

    cente, em 

    s  ações.  N

    ue o profe

    ntam uma 

    á sempre

     o

     Mas, para 

    ações, iden

    r se ela ain

     a realidade

    quistas qu

    concepções

    óricos servi

     atende às 

    volvimento

     a minha pr

    explicação p

    colocam co

    tros atores 

    lar. 

    ados com o 

    necessários

    as em tejam, é er essas 

    seu 

    sse 

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    ta

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    de 

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    LETRAS |  247 

    O processo didático de elaboração de uma aula: entre os conhecimentos teóricos e operacionais.

    Vou  iniciar  esta  seção  fazendo  uma  analogia  com  outras  situações  de  atividade  humana.  O  enge

    nheiro civil, ao ser encarregado de construir uma casa, por exemplo, precisa desenvolver um plano de ação no 

    qual possa mobilizar  todos  os  saberes  teóricos e práticos  necessários à  execução da  obra.  O mesmo ocorre 

    com qualquer

     outra

     atividade

     humana,

     independentemente

     do

     caráter

     científico

     com

     que

     se

     reveste

     a ativi

    dade. Até mesmo a preparação de um bolo requer um planejamento inicial. O quer dizer, então, da prepara

    ção de uma aula? Façamos uma relação dos saberes e competências necessários ao profissional da educação 

    no exercício da docência, sim, porque somos ou devemos ser, antes de tudo, profissionais, mesmo que o senso 

    comum advogue em favor de uma irrestrita vocação para a prática pedagógica. É certo que a inclinação voca

    cional tem o seu peso na escolha de qualquer profissão, a afinidade pessoal com a área de atuação e gostar do 

    que se faz são elementos decisivos para o bom desempenho de nossas funções, mas é certo também que as

    sociada à vocação, impõese a exigência de uma boa formação docente. Por essa razão, são necessários: 

    1. Conhecimento teórico do objeto de ensinoaprendizagem. A respeito disso, é bom deixar claro que todo profes

    sor de língua portuguesa deve, necessariamente, ser proficiente em  leitura e escrita, saber ler/interpretar dife

    rentes textos, identificar os sentidos implícitos nos enunciados, saber avaliar criticamente a natureza de uma da

    da obra, discutir sobre um texto acadêmico, enfim, exercer os seus diferentes papéis de  leitor. O mesmo deve 

    ser dito em relação às práticas de escrita. Não podemos conceber alguém que esteja à frente de orientar, desen

    volver e analisar a produção de textos de alunos e não domine as práticas sociais de escrita. 

    2. Conhecimento didático que  implica o domínio de uma metodologia que o permita desenvolver eficientemente 

    suas atividades de ensino. 

    3. O desenvolvimento de metodologias requer planejamento sistemático, decorrente dos conteúdos trabalhados, 

    dos objetivos elencados e do conhecimento das capacidades de aprendizagem dos alunos. 

    4. Sistematização das atividades de planejamento: plano de curso, plano de aula, elaboração de projetos nas quais 

    a pesquisa ocupa um lugar central. 

    5. Definição de critérios de avaliação tendo em vista os diferentes conteúdos do programa. 

    6. Diversificação de atividades e procedimentos, em conformidade com as diferentes competências  e conteúdos 

    explorados. 

    7. Conhecimento da dinâmica das relações interpessoais presentes em sala de aula. 

    Observem que a maior parte dos requisitos citados acima está relacionada ao domínio de conheci

    mentos teóricos ou ao desenvolvimento de atividades cuja viabilidade é decorrente do saber teórico. Chegase 

    à conclusão, portanto, de que teoriaprática é um binômio indissociável, que se sobrepõem e que se influenci

    am mutuamente: uma não prescinde da outra. 

    Do  ponto  de  vista  operacional,  é  aconselhável  que  o  professor,  na  execução  da  aula,  proporcione 

    condições para

     que

     os

     alunos

     participem,

     façam

     perguntas,

     exponham

     seus

     conhecimentos

     prévios,

     contes

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    currículos 

    projeto ed

    do profess

    quadamen

    melhor. 

    A

    vista e fun

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    3 O texto e a 

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    , conseque

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    ionalista) vi

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    lidade e esc

    eriais didáti

    das nos PCN

    envolvidas 

    m base ne

    ntamos: d

    esenvolver 

    xto? 

    a tentativa 

    tarei um tex

     

    tividade fora

    temente, a 

    da escola. 

    , acrescent

    ar todos os 

    rtilhament

    urso, vocês 

    culadas às 

    hecer  os  fu

    ita, gênero

    cos, dentre 

    , servindo c

    m sala de a

    ses conheci

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    ua prática 

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    to e as que

     

    retirados do l

    ocê  já

     ente

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    sua  implem

    o ainda mai

    conhecimen

     desses sab

    á tiveram c

    áreas de inv

    ndamentos 

    textuais/di

    outros. Alé

    mo base te

    ula. 

    mentos, vo

    esses aport

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    ar planos d

    tões sugeri

    ivro Muito alé

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     fa

    e esse conc

    entação em

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    tos adquiri

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     disso, pu

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    ? Como se 

    vamos parti

    tunes, publica

    osição didát

    ETRAS |  24

     por uma a

     diretamen

    der lançar 

    . Procuremo

    ricas (estru

    logia, morfo

      linguagem,

    e produção 

    mas das te

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    ai desenvol

     de sua aul

    ará a trans

    r para uma 

    do em 2007, p

    ica? Iremos

    uação ativa

    e à capacid

    ão deles, a

    s entender i

    uralista, ger

    logia e sint

      de  gramát

    de textos, a

    rias discuti

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    a? Já é poss

    osição didá

     

    atividade pr

    la editora Par

     no 

    de 

    de

    sso 

    ati

    xe. 

    ica, 

    das 

    esa 

    ica. 

    ível 

    tica 

    áti

    bo

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    28/48

     

    Texto 1: 

    Comunhão (

     

    Eu quero pa

    Quero fartur

    Quero  justiç

    Quero a cas

    Quero a rua 

    Quero a chu

    Quero o sol 

    Quero a vida

     

    Atividade su

     

    1. Quantos v

    2. Escreva os

    3. Destaque

     

    de que o su

    4. Marque X 

    comum ( ) c

    5. Responda

    a. Que subst

    b. Apresent

    6. Produza d

    7. Com base 

    texto com o 

    Não à guerr

     

    A

    mo encami

    interpretaç

    aprendizag

    consideraddade com a

     

    LETRAS | 2

    Milton Nasci

    , eu não que

    a, eu não qu

    , eu

     não

     que

     de um bom 

    de gente boa 

    a na minha r

    a minha cab

    , não quero 

    gerida para o

    ersos e estro

     substantivos

    todos os

     sub

    stantivo é u

    na alternativ

    mposto ( ) pr

    antivo comp

     um substant

    uas frases qu

    no debate tr

    título abaixo. 

    reflexões d

    nhamento d

    ão de texto 

    m de língu

    s os

     níveis

     

    s orientaçõ

    l

    ento e Fern

    o guerra 

    ro fome 

    ro ódio

     ijolo 

    oça 

    eça 

    orte não. 

    alunos: 

    e (s) tem ess

     abstratos do

    stantivos exi

    a palavra qu

     correta. A p

    imitivo ( ) de

    sto podemos

    ivo derivado 

    e contenham 

    vado sobre a

    Escreva à vo

    esenvolvida

    e sua anális

    ou de reflex

     portugues

    de análise

     

    s e princípi

    UGESTÃO 

    epois de faivro Muito 

    132.

    ndo Brant, Â

    e poema? 

    terceiro e do

    tentes no

     te

    e dá nome ao

    alavra roça é:

    ivado 

    formar com 

    para a palavr

    substantivos 

    guerra entre

    tade. 

    s até agora 

    e, consider

    ão gramatic

     mostrams

    etalinguístis sugeridos 

    E LEITURA:

    zer sua prólém da gra

    nima, Ariola, 

    último verso

    to e escreva

    s seres, açõe

     

    o substantivo

     chuva. 

    coletivos. Gri

     Estados Uni

    á permite

     os seguint

    al? Quais co

    e enfatizada

    co e 

    epilinnos PCN? 

    ria análise, iática, de Ir

    1982) 

    os

     ao

     lado

     d

    , sentimento

     chuva? 

    fe os coletivo

    os e Iraque 

    que vocês 

    s question

    ncepções d

    s nela? Na a

    uístico? Tai

    ndico a leitandé Antun

    e cada

     verso

    s, qualidade, 

    s utilizados. 

    nesse texto, 

    açam uma 

    mentos: Tr

     linguagem

    presentaçã

     práticas

     a

    ra do capíts (2007),  p

    . Lembre

    se

     

    sensações. 

    escreva um 

    nálise dess

    tase de u

     de gramáti

     do conteú

    resentams

    lo 11 do áginas 125 

    atividade. 

    a atividade

    ca e de ensi

    o, estão se

     em

     confor

     

    Co

     de 

    no

    do 

    mi

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    29/48

     

    E

    conhecime

    trabalhado 

    apresentaç

    Observe ab

     

    CONTEÚD

    Morfologia

    Classificaçã

    substantivo

    É 

    fessor. Ten

    que você a

    ta  e  da  an

    atividade b

    organize u

    timos sobr

    atividade. 

    CONTEÚD

     

    Agorcovoc

      linhas ger

    tos  dos  alu

    em  sala.  C

    o desse co

    aixo como p

    DO  

    do

    Ge

    Co

    tipo

    Esp

    Ide

    Cla

    Ela

    rent

    nesse ponto

    o em vista 

    rescenta a 

    lise  linguíst

    em prática. 

    a proposta 

    atividades 

    esquise e p

    DO  

    LEv

     é 

    ais, vemos 

    nos sobre 

    so  você  dis

    teúdo. Qua

    ode ser rep

    OBJETIVO

    GERAL  E ESPE

    al:

    hecer os dif 

    s de substant

    ecíficos:

    tificar os su

    ssificar os su

    orar frases

    es tipos de s

     que pode

    os conheci

    sse plano d

    ica  vão  pavi

    Com base n

    a ser execu

    meta e epili

    ocure enriq

    OBJETIVO

    GERAL  E ESPE

    mbremse dtágio Supercês mesmo

    ue o profe

    m  conteúd

    corde  da  na

    l seria, em s

    esentada, e

    OS : 

    CÍFICO  

    rentes

    ivo.

    stantivos;

    stantivos;

    om dife-

    bstantivo.

    os avaliar c

    entos teóri

    e aula? Os c

    mentar  as  s

    esse model

    tada por vo

    nguísticas; 

    uecer sua a

    OS : 

    ECÍFICO 

    e que vocês isionado I . vão elabora

    sor escolhe 

    de  morfol

    tureza  das 

    a opinião, 

    termos d

    METODOLOGIA

    . Aula expos

    . Quadro d

    texto.

    mo se efeti

    os e operac

    nheciment

    uas  opções 

    de plano 

    ê em sala d

    os exercício

    la. 

    METODOLOG

     

    á analisaragora, tendo 

    r as questõe

    um texto e 

    gia,  classifi

    atividades, 

    m tratamen

     exposição 

    A RECURSOS 

    itiva

    giz e

    va a transp

    ionais discu

    s adquirido

    didáticope

    e aula pad

    e aula. Na el

    s sugeridos

     

    GIA RECURSOS 

    algumas aticomo ponto 

    que servirã

    que a parti

    cação  dos  s

    uais  sugest

    to didático

    e plano, a a

    AV

    Identificaçã

    tipos de sub

    Elaboração

    exemplo dos

    tivos

    sição didáti

    idos anterio

    s sobre con

    agógicas. 

    ão, escolha 

    aboração d

    na avaliaçã

    AV

     

    idades do lide partida a como parâ

    ETRAS |  25

    r desse text

    ubstantivos, 

    ões  você  a

    pedagógico 

    ula desse pr

    VALIAÇÃO 

    em um text

    tantivos;

    de frases co

     tipos de sub

    ca viabilizad

    rmente, qu

    epções de l

    assemos,  e

    um conteú

     plano, rev

    , recorra

     ao

    VALIAÇÃO  

    ro didático discussões  jetro de ava

    o vai avalia

    anteriorme

    resenta  par

    alternativo?

    ofessor: 

    DURA

     dos

    stan-

    50

    a por cada 

    is as sugest

    eitura, de es

    tão,  para  u

    o gramatic

     ja o que di

    s dois

     níveis

    DURAÇ

     

    a disciplina á realizadas,liação.

     os 

    nte 

    a  a 

    AÇÃO 

    ro

    ões 

    cri

    ma 

    l e 

    cu

     de

     

    ÇÃO  

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    LETRAS | 252 

    UNIDADE V

    O PROCESSO DE DIDATIZAÇÃO DA LEITURA, DA ESCRITA EDA ANÁLISE LINGUÍSTICA

    A nossa reflexão agora será conduzida pela contribuição teórica de um grupo de pesquisadores que 

    iniciou seus estudos e pesquisas em Genebra e que foi consolidando essa tendência de  investigação teórico

    metodológica  hoje  reconhecida  como  Interacionismo  Sociodiscursivo.  Seus  representantes  mais  expressivos 

    são JeanPaul Bronckart, Bernard Schneuwly e Joaquin Dolz, mas o grupo tem contado com a colaboração de 

    inúmeros pesquisadores aqui no Brasil e também em outros países. 

    Entre  os  pesquisadores  brasileiros  destacamse  Anna  Rachel  Machado,  Roxane  Rojo,  Maria  de 

    Lourdes  Meirelles  Matencio,  Glaís  Sales  Cordeiro,  por  desenvolverem  pesquisas  mais  alinhadas  com  essa 

    perspectiva teórica

     e pela

     grande

     contribuição

     que

     têm

     prestado

     na

     tradução

     para

     o português

     das

     obras

     

    desses autores. 

    O  grupo  tem  dedicado  uma  atenção  especial  ao  processo  de  didatização  de  língua  materna.  As 

    pesquisas  desenvolvidas  para  o  ensino  de  francês  como  língua  materna,  na  Suiça  francófona,  foram  bem 

    acolhidas aqui no Brasil e passaram a ser usadas como referência para as nossas práticas didáticopedagógicas. 

    A  proposta  de  elaboração  de  sequências  didáticas  (SD)  voltadas  para  o  trabalho  com  os  gêneros  orais  e 

    escritos na escola teve uma grande repercussão na nossa realidade por duas razões: em primeiro lugar, por ter 

    conseguido 

    posicionar 

    os 

    gêneros 

    textuais 

    como 

    elemento 

    norteador 

    das 

    práticas 

    de 

    linguagem 

    em 

    sua 

    dimensão linguística, cognitiva e sociodiscursiva; em segundo lugar, por ter firmado a natureza processual das 

    atividades de elaboração de textos orais e escritos. É precisamente nos domínios das atividades de leitura e de 

    produção  de  textos  em  que  os  alunos  serão  mais  cobrados  a  corresponder  aos  objetivos  de  aprendizagem 

    previstos para os diferentes ciclos. Retomo o esquema da SD a fim de proporcionar uma maior visualização. 

    Lembrando a definição de sequência didática: !um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneirasistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito" (SCHNEUWLY e DOLZ, p.79).

    Figura 3: ESQUEMA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA (SCHNEUWLY E DOLZ, 2004, p. 98).

    Módulo 

    1

    Módulo

     2 

    Módulo 

    PRODUÇÃO FINAL 

    PRODUÇÃO INICIAL 

    Apresentação da situação 

  • 8/16/2019 VerCap4 Didatica Do Ensino de Langua Portuguesa

    31/48

     

    S

    pedagógica

     

    1) Escolhas p

     

    2 Escolhas ps

     

    3

    Escolhas

     li

     

    4 Finalidade

     

    leitura  e  d

    linguagem 

    relativas à 

    das  sequê

    identificará 

    hneuwly e 

    s,