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1 Departamento de Engenharia da Produo, Centro de Cincias Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de So Carlos UFSCar, Rod. Washington Luiz, Km 235, CP 676, CEP 13565-905, Sao Carlos, SP, Brasil, email: [email protected]; [email protected]
Recebido em 9/3/2011 Aceito em 30/9/2011Suporte financeiro: CAPES.
Abstract: In this study, a literature review (33 papers) on the comparison between the Theory of Constraints (TOC) and Lean Manufacturing is conducted. Comparisons between both approaches are rarely addressed in the literature of Production and Management, and there is not an extensive review on this topic. According to the literature review, a classification system is proposed based on four parameters: article source, research method, scope, and comparison results. After the articles classification using the classification system proposed, an analysis of the topic was performed, which indicated that the number of papers that address a broad comparison between the Theory of Constraints and Lean Manufacturing is predominant, as well as those that claim that a particular approach excels in a specific situation. It is worth noting that there are a number of articles that argue that the approaches and/or their tools are in fact complementary or are aimed at their integration. Finally, the literature review indicated that it is not possible to state that one of the approaches/tools is the best because despite the predominance of articles arguing that the TOC/Drum-Buffer-Rope stands out from the others, there are situations where Lean Manufacturing/Kanban is also prevalent. Therefore, is necessary a proper evaluation of each company and its environment to make it possible to carefully select a single or a hybrid approach in order to achieve the expected return.Keywords: Theory of constraints. Lean manufacturing. Review. Comparison.
Resumo: Neste trabalho, realizada uma reviso da literatura completa (33 artigos) a respeito da comparao entre a Teoria das Restries (TOC) e a Manufatura Enxuta.Comparaes entre ambas as abordagens um tema pouco abordado na literatura de Gesto e Produo, sendo que no existe uma extensa reviso sobre ele. A partir da reviso, proposto um sistema de classificao baseado em 4 parmetros: fonte do trabalho; mtodo de pesquisa; abrangncia; e resultados da comparao. Depois da classificao dos trabalhos, utilizando o sistema de classificao proposto, foi realizada a anlise do tema. Nesta anlise, foi observado que o nmero de trabalhos que realizam uma comparao ampla entre a Teoria das Restries e a Manufatura Enxuta predominante, assim como aqueles que afirmam que uma determinada abordagem se sobressai em alguma situao especfica. Vale ressaltar que existe um grande nmero de trabalhos que defendem que as abordagens e/ou ferramentas de cada uma so na verdade complementares ou que buscam integr-las. Por fim, foi observado ao longo dessa reviso que no possvel afirmar que um das abordagens/ferramentas seja melhor, pois, mesmo com a predominncia de trabalhos afirmando que a TOC/Drum-Buffer-Rope se sobressai, nota-se que h situaes em que a Manufatura Enxuta/Kanban tambm prevalece. Portanto, necessria uma correta avaliao da empresa e de seu ambiente, tornando possvel escolher adequadamente uma abordagem, ou um hbrido entre elas, de modo a obter os ganhos esperados.Palavras-chave: Teoria das restries. Manufatura enxuta. Reviso. Comparao.
A literatura a respeito da comparao entre a teoria das restries e a manufatura enxuta: reviso, classificao e anlise
Literature on the comparison between the theory of constraints and lean manufacturing: review, classification, and analysis
Marcel Heimar Ribeiro Utiyama1 Moacir Godinho Filho1
1IntroduoNos dias atuais, os gerentes de produo enfrentam
muitos desafios: aumentar as vendas, reduzir os custos, reduzir estoques, dentre outros.Muitas abordagens (tambm denominadas por muitos autores filosofias de gesto) tm sido utilizadas pelas empresas para sobreviver e prosperar diante de tais desafios,
dentre elas, destacam-se a Teoria das Restries (GOLDRATT; COX, 1984) e o Sistema Toyota de Produo (MONDEN, 1986).
O objetivo deste trabalho apresentar o que existe na literatura a respeito da comparao entre a Teoria das Restries (TOC) e a Manufatura Enxuta. A Teoria
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das Restries foi proposta primeiramente pelo Dr. Eliyahu Goldratt no livro A Meta (GOLDRATT; COX, 1984). Essa abordagem tem como objetivo fazer dinheiro agora como tambm no futuro (GOLDRATT; COX, 1984). A TOC enfatiza a importncia do foco nas restries, ou seja, fazer o que tem de ser feito e onde deve ser feito (GOLDRATT, 2010). J o Sistema Toyota de Produo (STP), chamado no ocidente de Manufatura Enxuta (WOMACK; JONES; ROOS, 1991) surgiu por volta de 1950, no Japo, na empresa Toyota (LIKER, 2005). A base do Sistema Toyotade Produo a absoluta eliminao dos desperdcios (OHNO, 1997), sendo que um dos pilares mais importantes de tal abordagem o chamado Just In Time (MONDEN, 1986). Para os objetivos do presente trabalho, entendemos que Sistema Toyota de Produo, Manufatura Enxuta e Just In Time (JIT) so termos que caracterizam a mesma abordagem de gesto. Dessa forma, trabalhos referentes s trs denominaes esto inclusos em nossa pesquisa.
Dentre as muitas ferramentas utilizadas por ambas as abordagens, sobressaem s tcnicas de planejamento e controle da produo: o Kanban utilizado na Manufatura Enxuta e o OPT (Optimized Production Technology) e/ou o DBR (drum-buffer-rope) na Teoria das restries. Para os propsitos deste trabalho, tanto comparaes entre ambas as abordagens quanto entre suas ferramentas de Planejamento e Controle da Produo (PCP) foram includas no estudo.
Para atingir seu objetivo, o presente trabalho realiza uma reviso da literatura que pretende ser completa a respeito da comparao entre as duas abordagens e suas ferramentas. Alm disso, um sistema de classificao proposto a fim de auxiliar na anlise do tema estudado. Tal anlise serve para fornecer maior conhecimento e perspectivas de trabalhos futuros na rea.
O presente trabalho foi estruturado da seguinte forma: na seo 2, apresentada a metodologia utilizada nesta pesquisa; na seo 3, apresentado o sistema de classificao proposto, com os cdigos utilizados; na seo 4, apresentada a reviso da literatura a respeito da comparao entre as abordagens TOC e Manufatura Enxuta, estruturada de acordo com a classificao proposta; na seo 5, feita uma anlise sobre o tema proposto; e finalmente, na seo 6, so apresentadas algumas consideraes finais.
2Metodologia de pesquisaFoi utilizada a metodologia terico-conceitual
para conduzir uma reviso da literatura a respeito da comparao entre a Teoria das Restries e a Manufatura Enxuta. A reviso foi baseada na estrutura metodolgica proposta por Godinho Filho e Fernandes (2003), mostrada na Figura 1.
A pesquisa foi realizada em diversas bases de dados, entre elas, o COMPENDEX, Google Acadmico,
Web Of Science, Portal de Peridicos da Capes entre outros. Depois de uma pesquisa inicial, foram encontrados 33 artigos. Em seguida, foi desenvolvido um sistema de classificao, detalhado na seo 3, que foi utilizado para classificar os artigos da reviso bibliogrfica de maneira mais conveniente (seo 4) e tambm realizar a anlise do tema (seo 5). Essa anlise possibilita melhor conhecimento do tema esugere perspectivas de trabalhos futuros.
Vale ressaltar que,apesar deste trabalho ter como propsito realizar uma reviso da literatura sobre a comparao entre JIT e TOC, outras abordagens permeiam essa reviso, pois alguns trabalhos fazem a comparao das duas abordagens de nosso interesse com outras abordagens/ferramentas, entre elas: MRP (MaterialsRequirement Planning), MRP II (Manufacturing Resource Planning), SCM (Supply Chain Management), CIM (Computer Integrated Manufacturing), TQM (Total Quality Management), CONWIP (Constant Work in Process). Devido aos propsitos deste trabalho, foi explicitada aqui principalmente a comparao entre o JIT e a TOC.
3Classificao da literatura a respeito da comparao entre a Teoria das Restries e a Manufatura EnxutaNesta seo, apresentado o sistema de classificao
aqui proposto, bem como a classificao dos trabalhos revisados.
3.1 O sistema de classificao propostoO sistema de classificao proposto baseia-se em
quatro categorias principais, indicadas por letras maisculas:
A. Fonte do trabalho; B. Mtodo de pesquisa utilizado; C. Abrangncia da comparao; D. Resultados da comparao.A categoria A foi dividida em duas subcategorias,
buscando diferenciar os artigos provenientes de peridicos (P) e de anais de congresso (C).
A categoria B foi organizada de acordo com os mtodos de pesquisa presentes nos trabalhos analisados. Foram observados trs tipos de mtodos de pesquisa, a saber: modelagem e simulao (MS), terico conceitual (TC) e survey (S).
Bertrand e Fransoo (2002) explicam que a modelagem baseia-se na hiptese de que modelos podem explicar o comportamento ou parte do comportamento dos processos reais ou ento capturar os problemas de tomada de decises enfrentados pelos gestores em operaes reais. A simulao tem por objetivo construir um modelo de um processo individual ou em grupo e experiment-lo por meio
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ferramentas so complementares (D2). Por fim, a ltima subcategoria identificou aqueles que no se enquadraram nas categorias anteriores, sendo chamados de outros (D3).
3.2 Classificao da reviso da literatura a respeito da comparao entre a Teoria das Restries e a Manufatura Enxuta
Depois da estrutura do sistema de classificao utilizada ter sido apresentada, foi possvel realizar a classificao propriamente dita. Os 33 artigos foram classificados de acordo com o sistema aqui proposto. Essa classificao quanto s quatro categorias apresentada no Quadro 1. Os artigos foram colocados em ordem cronolgica e alfabtica dentro do ano de publicao.
4A reviso da literaturaNesta seo, a reviso da literatura a respeito
da comparao entre a Teoria das Restries e a Manufatura Enxuta estruturada utilizando-se a classificao proposta na seo 3, mais especificamente as duas ltimas categorias: abrangncia e resultados da comparao. A reviso foi estruturada dividindo-se primeiramente os artigos de acordo com a abrangncia da comparao, ou seja, na seo 4.1, so apresentados os trabalhos que realizaram uma comparao geral entre as abordagens TOC e Manufatura Enxuta. Na seo 4.2, so apresentados os que realizaram uma comparao entre ferramentas especficas de ambas as abordagens. Por fim, a seo 4.3 representada pelos artigos que realizam uma comparao geral entre as abordagense tambm entre ferramentas especficas.
Dentro de cada seo, os artigos esto organizados de acordo com os resultados da comparao, ou seja, os trabalhos sero apresentados obedecendo categoria D do critrio do sistema de classificao proposto. Portanto, sero separados os trabalhos que apresentam como resultados que uma determinada abordagem/ferramenta se sobressaiem alguma situao
da replicao do processo pela manipulao das variveis e seus inter-relacionamentos dentro do modelo (BERENDS; ROMME, 1999).
A pesquisa do tipo terico conceitual pode ser definida como sendo um produto de reflexes a partir de um fenmeno observado ou relatado pela literatura (reviso bibliogrfica); compilao de ideias e opinies de diferentes autores ou ainda modelagem terica (BERTO; NAKANO, 2000).
A pesquisa survey envolve uma coleo de informaes sobre indivduos (por meio de questionrios, telefonemas, entrevistas pessoais, etc.) ou sobre a unidade social da qual eles fazem parte (FORZA, 2002). Para Rea e Parker (1992), o processo de amostragem do survey determina informaes sobre grandes populaes com um nvel de preciso conhecido. Segundo Miguel e Lee Ho (2010), neste tipo de pesquisa o pesquisador geralmente avalia uma amostra significativa de um problema a ser investigado a fim de extrair concluses acerca dessa amostra.
A categoria C foi dividida em 3 subcategorias. A primeira identifica os artigos que realizam uma comparao geral entre as abordagens TOC e Manufatura Enxuta (C1). Dentro da segunda, se enquadram os trabalhos que realizaram uma comparao entre ferramentas especficas de ambas as abordagens (C2), sendo que nessa classe houve um interesse em apresentar quais as ferramentas comparadas. J a terceira subcategoria representada pelos artigos que realizam uma comparao geral tanto entre as abordagens quanto entre as ferramentas especficas (C3).
A categoria D busca classificar os artigos de acordo com os resultados apresentados, subdividindo-se em 3 subcategorias. A primeira identifica os artigos que apresentam como resultado que uma determinada abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica (D1). Nesta subcategoria, houve um interesse em identificar qual foi essa situao especfica. Na segunda, se enquadraram os trabalhos que concluem que ambas as abordagens/
Figura 1. Estrutura metodolgica do trabalho. Fonte: Adaptado de Godinho Filho e Fernandes (2003).
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Quadro 1. Classificao dos trabalhos da reviso a respeito da comparao entre a Teoria das Restries e a Manufatura Enxuta.Artigo/ano de publicao Fonte do
trabalhoMtodo de pesquisa utilizado
Abrangncia da
comparao
Resultados da
comparaoAGGARWAL, C. S.; AGGARWAL, S. (1985) P TC C3 D2GELDERS, L. F; WASSENHOVE, L. N. V. (1985) P TC C1 D2PLENERT, G., BEST, T. D. (1986) P TC C3 D1FRY, T.D., BLACKSTONE, J. H. (1988) P TC C1 D3LAMBRECHT, M. R.; DECALUWE, L. (1988) P MS C1 D2GRUNWALD, H.; STRIEKWOLD, P. E. T.; WEEDA, P. J. (1989) P MS C3 D1LAMBRECHT, M.; SEGAERT, A. (1990) P MS C2 D1RAMSAY, S.; BROWN, S.; TABIBZADEH, K. (1990) P MS C2 D1PTAK, C. (1991) P TC C1 D2NEELY, A. D; BYRNE, M. D. (1992) P MS C1 D2COOK, D.P (1994) P MS C1 D1GARDINER, S. C.; BLACKSTONE, J. H.; GARDINER, L. R. (1994) P TC C2 D1CHAKRAVORTY, S. S; ATWATER, J. B (1996) P MS C1 D1MILTENBURG, J. (1997) P MS C1 D1HEIN, K. (1999) C TC C1 D2HURLEY, S. F; WHYBARK, D. C. (1999) P MS C1 D1MATSUURA, H.; KUROSU, S.; LEHTIMAKI, A. (1999) P TC C1 D3BOLANDER, S. F.; TAYLOR, S. G. (2000) P TC C1 D1DETTMER, H. W. (2001) P TC C3 D2FERGUSON, L. (2002) C TC C1 D2HUANG, H. H. (2002) P MS C1 D2NAVE, D. (2002) P TC C1 D3LEA, B. R; MIN, H. (2003) P MS C3 D1SALE, M. L; INMAN, R. A. (2003) P S C1 D1TAKAHASHI, K.; MORIKAWA, K.; CHEN, Y. C. (2007) P MS C2 D1VENKATESH. M. A.; WAKCHAURE, V.D.; KALLURKAR, S. P (2007) P S C1 D2JOLDBAUER, H.; HUBER, A. (2008) P MS C2 D1PATTI, A. WATSON, K. J.; BLACKSTONE JR., J.H. (2008) P MS C2 D1WATSON, K. J.; PATTI, A. (2008) P MS C2 D1YANYING, C.; BINBIN, J. (2008) C TC C1 D2GUPTA, M.; SNYDER, D. (2009) P TC C3 D3KIM, S.; COX, J. F.; MABIN, V. J. (2009) P TC C3 D3WANG, Y.; CAO, J.; KONG, L (2009) C MS C3 D2Significado das siglas. TC - Terico-conceitual. MS- Modelagem/Simulao. S - Survey. C1 - Comparao geral entre as abordagens Teoria das Restries e Manufatura Enxuta. C2 - Comparao entre ferramentas especficas de ambas as abordagens. C3 - Comparao geral tanto entre as abordagens quanto entre as ferramentas especficas. D1 - Artigos que apresentam como resultado que uma determinada abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica. D2 - Artigos que concluem que ambas as abordagens/ferramentas so complementares. D3 - Artigos que no se enquadraram nas categorias anteriores sendo chamados de outros.
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JIT e TOC. Entretanto os autores utilizam como medida de desempenho apenas o throughput. Desta forma, o autor simula 3 diferentes linhas com padro de fluxo flow shop, representando cada uma das abordagens. Cada linha foi tambm simulada utilizando oito nveis de estoque para testar o efeito do estoque sobre o desempenho das trs linhas. Como resultados, o artigo identifica que a linha controlada pelo JIT tem o melhor desempenho quando a variabilidade no sistema baixa. Uma extenso deste fato que o JIT parece obter maior throughput quando h suficiente estoque. O artigo tambm indica que as linhas projetadas de acordo com os princpios da TOC so menos afetadas pela variabilidade dentro do sistema.
Miltenburg (1997) conduz uma modelagem/simulao de modo a comparar o MRP, JIT e TOC. O autor efetua a anlise de um modelo de produo, que consistiu em um ambiente flow shop com duas estaes de trabalho e um nico tipo de produto, examinando os tipos de melhorias feitas por cada abordagem e os efeitos delas no desempenho de cada linha. As medidas de desempenho utilizadas por este autor foram: throughput; nvel de faltas (shortage); nvel de estoques; e tempo de fluxo. Como resultados, o autor afirma que nenhuma das abordagens melhor em todas as medidas de desempenho. O MRP teve o pior desempenho. O JIT apresentou mnimos nveis de estoques e tempos de fluxo. A TOC alcanou mximo throughput e falta mnima. Baseado na simulao, o autor conclui que a abordagem tradicional (MRP) no deve ser utilizada quando os competidores esto usando o JIT ou a TOC. Ele tambm afirma que o as melhorias na TOC so focadas nas reas que mais afetam o nvel de throughput, enquanto que no JIT as melhorias no so to focadas como na TOC.
Hurley e Whybark (1999) realizam uma simulao para investigar diferentes formas de buffering contra incertezas (entre elas, estoque, capacidade excedente e reduo da variabilidade) em uma clula de manufatura controlada pelo JIT e outra pela TOC. O modelo de simulao consistiu de 5 estaes de trabalho, com padro de fluxo flow shop, com 3 modelos de um produto, considerando suprimento irrestrito e tempos de setup desprezveis nas duas primeiras estaes. Para o caso da clula controlada pela TOC, a quarta estao foi definida com recurso restritivo. Foram utilizadas como medidas de desempenho: throughput, tempo de fluxo e utilizao da capacidade. Os resultados da simulao indicam que, para as duas abordagens, o uso de programas de reduo da variabilidade ou de utilizao de capacidade excedente deve ser prefervel em relao utilizao de estoques, pois implicam em um aumento no throughput da clula. Para ambas asabordagens, h um aumento no throughput quando se utiliza a reduo da variabilidade, seguida pelo uso de capacidade excedente e, por ltimo, a utilizao de estoques. Outra constatao que, para os ambientes
especfica, aqueles que concluem que ambas as abordagens/ferramentas so complementares e, por fim, os que no se enquadraram nas categorias anteriores, sendo chamados de outros.
4.1 Trabalhos que realizaram uma comparao geral entre asabordagens Teoria das Restries e Manufatura Enxuta
De acordo com o sistema de classificao proposto, 18 trabalhos foram includos nessa categoria. Desses, 6 mostram que uma determinada abordagem se sobressai em alguma situao especfica, 9 mostram que as abordagens so complementares e 3 foram classificados como outros. A seguir, ser apresentado, de maneira sucinta, um pouco sobre cada um deles.
4.1.1 Trabalhos que mostram que uma determinada abordagem se sobressai em alguma situao especfica
Cook (1994) realiza uma modelagem/simulao com o objetivo de comparar as seguintes abordagens: manufatura tradicional (baseada no MRP), JIT e TOC. O ambiente simulado possui padro de fluxo flow shop, 5 estaes de trabalho e um nico tipo de produto. Foram utilizadas como medidas de desempenho: throughput (definido como a taxa de sada do sistema produtivo), mdia do tempo de fluxo, desvio padro do tempo de fluxo e estoque em processo (WIP-Work in Process) mdio. Os resultados mostram que a abordagem tradicional no fornece nenhuma vantagem sobre aTOC ou JIT. Alm disso, a TOC obteve maior throughput total e menor desvio padro do tempo de fluxo. J com relao mdia do tempo de fluxo e ao estoque mdio em processo, no houve diferenas significativas entre os trs sistemas, e, nesse trabalho, o autor identifica pontos contrastantes e similares entre a TOC e o JIT. Como pontos contrastantes ele afirma que o JIT defende linhas balanceadas e a TOC admite linhas no balanceadas. Outro ponto que o JIT elimina a dependncia entre as estaes por meio da eliminao de problemas randmicos e variaes no tempo de processamento em cada estao de trabalho. J a TOC busca reduzir variao apenas no recurso gargalo. Outra diferena em relao ao lote de transferncia e de processamento, pois o JIT pressupe que os dois sejam iguais e para aTOC eles devem ser diferentes. Como pontos similares, o autor afirma que ambos possuem um interesse comum na melhoria contnua, nfase na qualidade e na reduo do WIP.
Chakravorty e Atwater (1996) tambm realizam uma modelagem/simulao de forma a comparar linhas de produo controladas por diferentes abordagens, entre elas: manufatura tradicional (linha balanceada),
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suavizado, sendo puxado atravs do sistema com mnimo tempo de fluxo e pequeno WIP.
Lambrecht e Decaluwe (1988) apresentam os diversos problemas relacionados ao MRP e defendem que o JIT e a Teoria das restries podem lidar com esses problemas. Mais especificamente, o MRP pode ser usado como um sistema de planejamento e a TOC e o JIT em um nvel operacional. Os autores, por meio de um modelo de simulao, constatam que o JIT sensvel a mudanas no plano de produo, enquanto a teoria das restries consegue encontrar o gargalo antecipadamente, tornando possvel ao planejador ajustar o plano de produo.
Ptak (1991), por meio de uma pesquisa do tipo terico conceitual, discute como as abordagens de manufatura MRP/MRP II, JIT, OPT e CIM tm se desenvolvido em resposta s foras de mercado. Depois de analisar em detalhe cada uma das abordagens, o autor conclui que o sucesso futuro da manufatura no pode depender apenas de uma delas, e que a melhor opo realizar uma combinao entre todas elas.
Neely e Byrne (1992) defendem a ideia de que o JIT, a TOC e o MRP II so na verdade complementares e buscam propor uma estrutura que integre as trs abordagens. A estrutura proposta consiste em uma base de dados para promover a integrao (MRP II), uma estrutura organizacional que assegure a melhoria contnua (JIT) e um software que gere programaes detalhadas para maximizar a lucratividade (OPT). Adicionalmente, os autores examinam alguns aspectos da TOC, por meio de uma modelagem/simulao, com a inteno de examinar o elemento-chave desta abordagem: o gargalo. Mais especificamente, eles investigam como 6 algoritmos de sequenciamento se comportam quando utilizados para programar trabalho em um ambiente com um recurso gargalo. O ambiente simulado foi composto de 9 estaes de trabalho, com 20 produtos diferentes e com padro de fluxo flow shop. Foram utilizadas como medidas de desempenho: throughput, tamanho mdio de fila, despesa de operao (medida indiretamente pela mdia de utilizao das mquinas). Como resultados, 5 dos 6 algoritmos testados obtiveram maior desempenho quando levaram em considerao o recurso gargalo, logo, isto sugere que levar em conta o recurso gargalo no scheduling tem efeito positivo no desempenho. Por fim, os autores concluem que a programao do gargalo deve ser um dos primeiros passos no desenvolvimento de uma abordagem integrada de controle de materiais.
Hein (1999), por meio de uma pesquisa terica, incorpora a anlise focada da Teoria das Restries com as tcnicas e disciplinas da Manufatura Enxuta, de modo que a eficcia dos esforos de melhoria contnua aumente. Dessa maneira, o gerenciamento pode focar os esforos de melhoria nas reas que iro fornecer o maior retorno. O autor prope tambm
simulados, a TOC apresenta maior throughput, menor tempo de fluxo e maior utilizao do que o JIT.
Bolander e Taylor (2000), por meio de uma pesquisa terica conceitual, explicam a lgica de programao do MRP, JIT e TOC. Ao discutir aspectos como capacidade excedente, WIP e requerimentos de dados, os autores concluem que o JIT tende a funcionar melhor em ambientes de manufatura com fluxo estvel, enquanto o MRP tende a funcionar melhor em ambientes com padro de fluxo job shop. J a TOC funciona bem em ambos desde que exista um nico recurso restritivo no processo. Alm disso, os autores concluem que a TOC minimiza os requerimentos de dados e esforos em scheduling, requerendo preciso apenas no recurso restritivo e o JIT requer pouco ou nenhum dado.
Sale e Inman (2003) realizam um survey buscando comparar a evoluo no desempenho, em um perodo de 3 anos, em empresas que adotaram as abordagens TOC, ou JIT, ou ambas em conjunto (JIT/ TOC) ou nenhuma das duas (chamado de manufatura tradicional). Os dados deste survey foram obtidos por meio de questionrios enviados s empresas com o intuito de medir o grau que praticam a TOC, JIT ou ambos, e forneceram medidas financeiras e no financeiras a respeito do desempenho da empresa. Foi criado ento, um critrio nico de medio do desempenho baseado em 13 critrios de desempenho financeiros e no financeiros. O peso de cada critrio na elaborao deste critrio nico foi atribudo pelas 180 empresas respondentes. Embasados pela anlise dos dados, utilizando anlise de varincia (ANOVA), os autores concluem que a abordagem TOC apresentou o melhor desempenho e melhoria no desempenho, seguido por JIT/TOC, tradicional e JIT.
4.1.2 Trabalhos que mostram que ambas as abordagens so complementares
O artigo de Gelders e Wassenhove (1985) tem como objetivo analisar o quo bem as abordagens de manufatura MRP, JIT e OPT reagem em ambientes em que existem claras restries de capacidade. Para isso, realizam uma pesquisa do tipo terico conceitual, e concluem que, ao invs de responder a pergunta qual das trs a melhor, elas deveriam ser integradas formando uma abordagem hbrida. Primeiramente, o OPT planejaria cuidadosamente as restries no mdio prazo, isto , forneceria um bom programa mestre. O MRP geraria os requerimentos de materiais, funcionando como uma poderosa base de dados para controlar milhares de itens. Finalmente, no curto prazo e para a parte repetitiva da empresa, o JIT seria utilizado para maximizar o throughput, isto , para obter um alto carregamento de trabalho
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sistema de planejamento e controle da produo, que integra o MRP II, o JIT e a TOC, voltado para a rea de servios. Os autores afirmam que as abordagens acima citadas, de forma isolada, tm alguns defeitos inevitveis quando usadas por empresas de servios, poisno conseguem fornecer os requerimentos necessrios de flexibilidade e agilidade impostos pelo ambiente competitivo, mudanas constantes de demanda de mercado e as caractersticas dos servios em si.
4.1.3 OutrosFry e Blackstone (1988) propem um melhor
programa de produo, colocando de maneira otimizada tempos ociosos de modo a minimizar penalidades de atraso e adiantamento da produo. Os autores afirmam que o JIT em sua forma pura difcil de ser transferido para um ambiente de produo em lote intermitente, mas os princpios bsicos podem ser aplicados, isto , reduo dos tempos de setup e utilizao de tempos ociosos nas mquinas. Eles assinalam tambm que a TOC reconhece a necessidade de utilizao de ociosidade em algumas estaes (no gargalos), e seus procedimentos heursticos carregam trabalho de modo a utilizar toda a capacidade do gargalo. Por fim,os autores concluem que, medida que o nmero de trabalhos na fila aumenta, o tempo computacional para encontrar a soluo tima aumenta, portanto, procedimentos heursticos mais eficientes precisam ser pesquisados.
Matsuura, Kurosu e Lehtimaki (1999) comparam a forma como as abordagens JIT e OPT so utilizadas na Finlndia e no Japo. Para isso, os autores utilizam o mtodo de pesquisa terico conceitual de forma a identificar como as abordagens so interpretadas nesses pases. Com relao ao JIT, na Finlndia, ele amplamente visto como uma tcnica de produo e controle de estoques. J no Japo, o JIT entendido como um conceito maior, um paradigma. Referente ao OPT, no Japo, ele visto como uma tcnica que utiliza o software OPT para a programao em conjunto com uma programao finita, enquanto na Finlndia, entendido como um conceitoque encontra meios de enfrentar os gargalos. Os autores afirmam que existem diferenas nas prticas de controle e produo utilizadas em ambos os pases e concluem que isso se deve s diferentes interpretaes dadas a elas em cada pas.
Nave (2002) discute teoricamente aspectos bsicos do Seis Sigma, Manufatura Enxuta e TOC. O autor apresenta um modelo que ajuda a entender seus conceitos, efeitos, similaridades diferenas (Quadro 3-neste trabalho foi analisada apenas a comparao entre Manufatura Enxuta e TOC) e auxilia na escolha do mais adequado entre os trs. O modelo consiste em, primeiramente, entender qual a
utilizar o Gerenciamento Total da Qualidade (TQM) como uma linguagem que facilite a aceitao da Manufatura Enxuta e da TOC como algo maior que uma moda passageira.
Ferguson (2002) utiliza o mtodo de pesquisa terico conceitual para analisar os principais conceitos do JIT, os links entre seus elementos e discutir os efeitos indesejveis que podem ocorrer. Em seguida, o autor utiliza a TOC para analisar o JIT e melhorar a sua eficcia, ou seja, o autor busca discutir uma forma de modificar o JIT com o intuito de alcanar o objetivo de fazer mais dinheiro.
Huang (2002) tambm busca integrar aspectos do MRP, JIT e do OPT em um nico modelo. O sistema desenvolvido chamado de modelo integrado puxado-empurrado sobre o conceito da TOC e visa controlar a manufatura como um todo, por meio da distribuio de peas ou materiais para o sistema produtivo desde o incio, de acordo com o programa mestre de produo.Dessa forma, o desempenho do sistema melhorado, pois envia os materiais exatos para a planta de modo a fazer frente s programaes variadas e fornece os materiais que os recursos restries requerem utilizando a programao puxada. As operaes depois do recurso restrio e aqueles recursos no restritivos operam de acordo com a programao empurrada de modo a aumentar a taxa de produo e utilizao tanto quanto possvel. Para verificar a viabilidade desse sistema, foi realizada uma modelagem/simulao em um ambiente com padro de fluxo flow shop, com 4 estaes de trabalho e com 3 tipos de produtos. Foram utilizadas como medidas de desempenho o throughput, nvel de estoque em processo (WIP), taxa de utilizao dos recursos e taxa de utilizao do recurso gargalo. Os resultados mostram que o modelo integrado obteve maior throughput e utilizao nos recursos gargalo e no gargalo do que o JIT e o MRP separadamente, entretanto no consegue alcanar o JIT no que diz respeito a nveis de estoque em processo. O artigo fornece tambm um quadro comparativo entre o MRP, JIT e TOC/OPT e, para os propsitos deste trabalho, ser apresentada a comparao apenas entre os dois ltimos (Quadro 2).
Venkatesh, Wakchaure e Kallurkar (2007) observam que muitos pesquisadores discutem conceitualmente o valor de entender o efeito da implantao conjunta de abordagens de manufatura. Dessa forma, os autores investigam os relacionamentos entre o JIT, TOC, TPM, TQM e o SCMe descrevem os relacionamentos sinrgicos entre eles. Os autores realizaram um survey em 45 empresas da ndia e, como resultado, observam a necessidade de implementao conjunta das abordagens citadas acima de modo a melhorar o desempenho da manufatura.
Os autores Yanying e Binbin (2008) utilizaram o mtodo de pesquisa terico conceitual para propor um
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Quadro 2. Resultados da comparao entre as abordagens JIT e TOC.ndice/abordagem JIT TOC
Carregamento da produoPresume a existncia de recurso finito e controla a capacidade por meio da tcnica Kanban
Presume a existncia de recurso finito. Considera limitaes no gargalo e aquelas do MRP. Ele combina funes do MRP e do CRP para ser uma ferramenta de produo e planejamento
Capacidade balanceada Necessrio No necessrioBuffer Nenhum Posicionado em frente ao gargaloWIP Nenhum Baixo
Tamanho do lote Muito pequeno. O tempo de setup reduzido ao mnimo.
Neste modelo o tempo de setup de um gargalo pode ser reduzido ao mnimo, maximizando o output.
Production disorderUtiliza o Kanban e uma srie de luzes amarelas e vermelhas para gerenciar a produo.
Utiliza uma programao rgida e buffers para se prevenir contra flutuaes na produo
Flexibilidade da produoTem a mxima flexibilidade, devido aos lotes de tamanho pequeno e ao baixo nvel de estoque.
Pretende programar um baixo nvel de estoque e um tamanho de lote mais flexvel.
Custo Barato Custo situado entre o alto custo do MRP e o baixo do JIT
Idia central Eliminar desperdcio Maximizar o throughput efetivo de recursos gargalos.Fonte: Adaptado de Huang (2002).
Quadro 3. Comparaes entre ambas as abordagens.Programa Manufatura Enxuta Teoria das restries
Teoria Remover desperdcio Gerenciar as restries
Linhas gerais de aplicao
1. Identificar valor 1. Identificar restrio2. Identificar fluxo de valor 2. Explorar restrio3. Fluxo 3. Subordinar o processo4. Puxe 4. Elevar restrio5. Perfeio 5. Repetir o ciclo
Foco Focada no fluxo Restries do sistema
Consideraes
Remoo do desperdcio ir melhorar o desempenho do negcio nfase na velocidade e volume
Defende a realizao de pequenas melhoriasUtiliza o sistema existenteInterdependncia entre os processos
Efeito primrio Reduz o tempo de fluxo Acelera o throughput
Efeitos secundrios
Menor variaoMenos desperdco/estoque
Menos estoquesThroughput uniformeNovo sistema contbil Contabilidade de ganhos
Fluxo - medida de desempenho para os gerentes Throughput - medida de desempenho do sistemaQualidade melhorada Qualidade melhorada
Critcas Anlise do sistema ou estatstica no avaliada Mnima entrada de trabalhadoresAnlise de dados no avaliada
Fonte: Adaptado de Nave (2002).
nfase fundamental de cada um dos trs. Em seguida, necessrio identificar os relacionamentos entre a teoria primria e o foco primrio das ferramentas e do modelo em questo. O ltimo passo consiste em
identificar os efeitos secundrios. Como concluso, o autor afirma que,depois de seguir essa sequncia de passos, possvel encontrar a abordagem quese encaixa melhor na cultura da organizao.
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A literatura a respeito da comparao entre a teoria das restries e a manufatura enxuta...
com padro de fluxo flow shop, que processa um nico tipo de produto. O custo total, composto pelo custo mdio da demanda no atendida e pelo nmero de itens estocados e em processo em cada estgio, foi considerado como medida de desempenho. O objetivo foi ento investigar a influncia da taxa de processamento e parmetros de custo no desempenho da medida utilizada. Os resultados obtidos mostram que o Kanban se torna superior ao DBR quando os itens estocados em buffers que precedem o gargalo so menos importantes. J o DBR superior quando os itens estocados no buffer do recurso gargalo so importantes e tambm em condies em que demandas rejeitadas so um fator importante.
Watson e Patti (2008) investigam se existe diferena no desempenho do JIT e da TOC quando enfrentam paradas no planejadas de mquinas. Com esse objetivo, os autores realizam uma modelagem/simulao de modo a comparar as ferramentas DBR e Kanban em um ambiente flow shop, com 5 estaes de trabalho, que processa um nico tipo de produto, com linha no balanceada e supondo paradas de mquina. As medidas de desempenho utilizadas foram: throughput, tempo de fluxo e nvel de estoque. As anlises dos resultados sugerem que o DBR obtm melhor desempenho do que o Kanban no que diz respeito aos trs indicadores. Alm disso, o DBR mais tolerante variabilidade do sistema e mostrou-se mais robusto do que o Kanban, pois foi capaz de manter os melhores valores relativos aos indicadores para diferentes nveis de estoque estudados.
Patti, Watson e Blackstone Junior (2008) buscam investigar se a forma como feita a utilizao de capacidade excedente, em linhas no balanceadas que enfrentam variabilidade devido a paradas de mquina no planejadas, tem efeito no desempenho do sistema. Para isso, eles desenvolveram uma modelagem/simulao em um ambiente com padro de fluxo flow shop com 6 estaes de trabalho, um nico produto e com lote de transferncia e processamento iguais a 1. A simulao permitiu comparar o desempenho de 3 configuraes de capacidade excedente, nas linhas controladas pelas duas abordagens, Kanban e DBR. As 3 configuraes de capacidade excedente (mantendo a mdia da capacidade excedente em todas elas) foram: balanceado, decrescente e crescente. No modelo balanceado, todos os recursos no restritivos possuem a mesma capacidade excedente. No modelo decrescente, o primeiro recurso restritivo possui a maior capacidade excedente, diminuindo de maneira sucessiva at a penltima estao. No modelo crescente, a primeira estao tem a menor capacidade excedente, aumentando sucessivamente at a penltima estao. O desempenho foi auferido pelo throughput e tempo de fluxo. Como resultados da simulao, o artigo mostra que o modelo balanceado apresenta melhores resultados que os modelos no balanceados. Outra constatao que as linhas controladas pelo
4.2 Trabalhos que realizaram uma comparao entre ferramentas especficas de ambas as abordagens
Nesta categoria, foram encontrados 7 trabalhos que comparam as ferramentas Kanban e DBR. Todos esses trabalhos mostram que uma determinada ferramenta se sobressai em alguma situao especfica. A seguir, sero apresentados os principais resultados/contribuies de cada um deles.
4.2.1 Trabalhos que mostram que uma determinada ferramenta se sobressai em alguma situao especfica
Lambrecht e Segaert (1990) realizam uma modelagem/simulao com o objetivo de comparar linhas controladas pelo Kanban e pelo DBR. O ambiente simulado consistiu em 6 estaes de trabalho, com padro de fluxo flow shop, tendo como medida de desempenho somente o throughput das linhas. Como resultado, os autores concluem que o DBR superior ao Kanban em um ambiente com um nvel de estoque de segurana igual em cada estao de trabalho e tambm em situaes em que, alm disso, houver pontos de reposio em todas as estaes de trabalho.
Ramsay, Brown e Tabibzadeh (1990) realizam uma modelagem/simulao para determinar os benefcios das abordagens empurrada (MRP), puxada (Kanban) e DBR. O ambiente simulado consistiu de quatro estaes de trabalho com mltiplos produtos, com variabilidade nos tempos de setup e na capacidade. Como resultados, os autores notaram que a tcnica empurrada suscetvel a falhas no reconhecimento de desvios na programao, enquanto o Kanban sensvel falta de priorizao de ordens. J o DBR o mais bem sucedido dentre os trs.
Gardiner, Blackstonee Gardiner (1994) utilizam o mtodo de pesquisa terico conceitual para discutir a evoluo da TOC e seus componentes DBR e gerenciamento de buffers, comparando-os com o Kanban. Os autores constataram que a programao no DBR permite dois buffers no recurso restrio, sendo o primeiro em frente e o segundo aps. O primeiro uma proteo contra problemas que possam ocorrer no sistema antes do recurso restrio e o segundo evita que o gargalo fique bloqueado. J o Kanban no autoriza a produo quando o buffer de sada est cheio. Os autores afirmam tambm que para ambientes com mltiplos produtos o DBR mais indicado do que o Kanban, pois ele no requer um buffer de material para cada pea em frente a cada recurso.
Takahashi, Morikawa e Chen (2007) realizam uma modelagem/simulao para comparar o desempenho do Kanban com o DBR. O sistema de produo considerado consistiu de 3 estaes de trabalho,
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Utiyama et al.
abordagens MRP, JIT e OPT. Para isso, eles realizam uma comparao relativa a diversos aspectos: carregamento da produo, tamanho dos lotes, gargalos flutuantes, preciso dos dados, programao da produo, flexibilidade e custo. Referente ao carregamento da produo, o JIT e o OPT assumem capacidade finita. Com relao ao tamanho dos lotes, o OPT trabalha com tamanhos de lote variveis; j o JIT tenta reduzir o tempo de setup de forma a poder trabalhar com lotes menores. Com relao aos gargalos flutuantes, o OPT se previne dessa ocorrncia por meio da utilizao de uma programao realstica, com estoque de segurana; j no JIT eles no ocorrem, pois a programao da produo sincronizada pelo Kanban. Sobre a necessidade de preciso dos dados, para o OPT ela essencial somente nas restries e no JIT ela praticamente zero. A programao do OPT mais completa do que a do JIT, contudo a velocidade de fornecimento de programao no JIT maior. Com relao flexibilidade, o JIT mais flexvel que o OPT. Por fim, referente ao custo, o JIT mais barato que o OPT. Os autores concluem que ambas as abordagens apresentam vantagens em relao ao tradicional sistema MRP.
Grunwald, Striekwold e Weeda (1989) buscam propor uma forma quantitativa de comparar as abordagens MRP, JIT e OPT. A modelagem/simulao realizada teve como medidas de desempenho a eficincia, qualidade e flexibilidade. Os autores concluem que para situaes em que a incerteza e complexidade so pequenas, o Kanban o mais indicado. J em situaes em que a complexidade aumenta, o OPT o sistema mais indicado.
Lea e Min (2003) analisam o efeito da implementao do JIT e da TOC no desempenho de uma empresa. Para isso, os autores desenvolvem um modelo de simulao composto por 7 estaes de trabalho que processa 3 produtos diferentes para estoque (make-to-stock). O desempenho do sistema foi auferido por medidas financeiras (lucratividade de curto e longo prazo) e no financeiras (taxa de atendimento de ordens e WIP). Os autores constatam que o JIT supera a TOC com respeito lucratividade no longo e curto prazo, nvel de servio e estoque em processo (WIP), devido a diferenas nas polticas de buffer e regras de sequenciamento. Uma contribuio importante do artigo uma comparao entre as abordagens JIT e TOC, apresentada no Quadro 4.
4.3.2 Trabalhos que mostram que ambos as abordagens/ferramentas so complementares
Aggarwal e Aggarwal (1985) utilizam o mtodo de pesquisa terico conceitual para avaliar as abordagens de manufatura MRP, JIT e TOC. Os
Kanban comportam-se de maneira diferente das controladas pelo DBR quando enfrentam paradas no planejadas de mquina. A explicao para isso seria o fato de o Kanban restringir o fluxo de material entre as mquinas, ou seja, ser suscetvel a bloqueio e inbil em suavizar a demanda sobre a capacidade produtiva de uma mquina por meio da produo de WIP temporrio entre as mquinas. Adicionalmente, uma vez que os estoques de segurana estejam espalhados pelo sistema ao invs de concentrados apenas no gargalo, o Kanban mais suscetvel a permitir falta de materiais no gargalo. Deste modo, os autores concluem que o DBR mais robusto que o Kanban, quando o sistema produtivo apresenta paradas de mquina.
Joldbauer e Huber (2008) avaliam o MRP, Kanban, CONWIP (Constant Work in Process) e DBR por meio do nvel de servio e estoque em processo (WIP). Para isso, foi realizada uma modelagem/simulao com o objetivo de investigar questes relativas ao desempenho em nvel de servio, robustez e estabilidade (definida como sendo a sensibilidade da medida de desempenho com relao a mudanas em um nico parmetro do sistema de PCP). O ambiente simulado consistiu de 6 estaes de trabalho, com padro de fluxo flow shop, com 10 itens diferentes. Referente aos sistemas DBR e Kanban, o artigo constatou que, alterando a variabilidade e os nveis de WIP, o DBR se mostrou mais robusto do que o Kanban. A exceo detectada foi quando a variabilidade aumentou e havia baixos nveis de estoque em processo. Nessa situao, o Kanban superou o DBR. Referente ao nvel de servio, o DBR obteve desempenho superior ao Kanban. Relativo estabilidade, o Kanban se saiu melhor do que o DBR. Alm dessas concluses, os autores ressaltam que a maior vantagem do DBR sobre o Kanban que o DBR demanda um nmero baixo de parmetros a serem ajustados, o que no acontece com o Kanban.
4.3 Trabalhos que realizaram uma comparao geral entre as abordagens e tambm entre ferramentas especficas
Foram enquadrados 8 trabalhos nessa categoria. Desses, 3 mostram que uma determinada abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica, 3 mostram que as abordagens/ferramentas so complementares e dois foram classificados como outros. Os trabalhos sero brevemente apresentados a seguir.
4.3.1 Trabalhos que mostram que uma determinadaabordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica
Plenert e Best (1986) conduzem uma pesquisa do tipo terico conceitual a fim de comparar as
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A literatura a respeito da comparao entre a teoria das restries e a manufatura enxuta...
adquirida ao longo dos anos pode levar os gerentes a utilizarem mais de uma abordagem de gesto da manufatura em conjunto.
Dettmer (2001) tem como premissa bsica que uma abordagem hbrida TOC/Manufatura Enxuta potencialmente mais produtiva e mais fcil de implementar do que uma das duas separadamente. Para desenvolver o trabalho, o autor conduz uma reviso da literatura a respeito dos princpios e ferramentas das duas abordagens, apresentando os pontos similares e contrastantes entre ambas, apresentados no Quadro 5. Como resultados, o artigo prope um modelo conceitual (Quadro 6) que
autores concluem que, apesar dos bilhes de dlares gastos em softwares sofisticados, o real problema na implantao so as pessoas, ou seja, ter de motiv-las a constantemente atualizar o sistema e convenc-las a mudar seus mtodos de trabalho. Os autores afirmam que o JIT bem sucedido porque assume que os empregados esto dispostos a aceitar o desafio e responsabilidade, enquanto o MRP impe uma disciplina tremenda. J o OPT tolera distrbios e requer disciplina moderada. Para os autores, as trs abordagens so boas de certa forma e os problemas com as pessoas podem destruir sua eficcia. Eles afirmam ainda que a experincia
Quadro 4. Resumo das similaridades e diferenas entre JIT e TOC.JIT TOC
Metas Aumenta o lucro
Reduo do custo (reduz desperdcio) por meio do controle da qualidade, garantia da qualidade e respeito pelas pessoas.
Fazer dinheiro no presente e tambm no futuro
Requerimento de dados
Quantidade e acurcia de dados menor do que as abordagens tradicionais
Requer poucos dados detalhados.Dados mais detalhados para o gargalo e menos detalhados e precisos para no gargalos
Tecnologia para automao -
Automao e computao no necessrios
Automao e computao so requeridos para a implementao
Custo de implementao - Baixo
Alto, devido aos requerimentos de dados e automao
Tamanho do lote
Tamanho de lote menor, lote de transferncia no precisa ser igual ao lote de processamento
Lotes pequenos ao longo de todo o processo
Lotes grandes para o gargalo e pequenos para os no gargalos
Ferramenta de controle do cho de fbrica
Produo disparada por dispositivos de controle
Kanbans so utilizados para autorizar a produo na estao precedente
Drum- Buffer-Rope (DBR) utilizado para liberar a material para a produo
Processo de scheduling
So necessrios poucas e menos programaes detalhadas comparado com as abordagens tradicionais
Programao detalhada apenas para a montagem final, todas as outras operaes so autorizadas pela montagem final por meio do uso do Kanban
Programao detalhada para o gargalo e menos detalhada para os no gargalos
Melhoria contnua
Treinamento e educao so importantes
Processo Kaizen, no focado em uma rea especfica, mas todas as pessoas procuram um jeito de fazer o trabalho melhor.
Melhoria focada no gargalo
Estoque
Estoque precisa ser reduzido, menor que a abordagem tradicional (MRP)
Estoque zero a meta, buffer depende do nmero de Kanbans no sistema
Algum estoque necessrio para suavizar a produo, a meta minimizar o estoque. Os buffers so colocados em duas reas chave: (1) em frente ao gargalo; (2) na interseco do caminho dos no gargalos com o gargalo.
Planejamento da capacidade
Planejamento finito da capacidade
Capacidade planejada por meio do uso de um Kanban
Capacidade planejada por meio de simulaco computacional
Fonte: Lea e Min (2003).
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proposto apresenta melhor desempenho (menor WIP e maior taxa de sada) do que o CONWIP e o Kanban/CONWIP.
4.3.3 Outros
Gupta e Snyder (2009) apresentam uma reviso da literatura a respeito de trabalhos que comparam de forma integrada as abordagens TOC, MRP e JIT. Em cada seo so apresentados artigos importantes sobre o tema, com suas respectivas metodologias, contribuies e resultados, alm de tabelas que mostram o ano de publicao, metodologia utilizada, quais as abordagens analisadas e os principais fatores e caractersticas consideradas nos artigos, conjuntamente com um resumo das principais concordncias e discordncias. Os autores afirmam que, apesar da TOC competir efetivamente contra o MRP e JIT, os resultados so ainda inconclusivos devido maioria dos artigos falharem em um aspecto ou outro, entre eles: exemplos reais modelados, profundidade de caractersticas consideradas, rigor da metodologia
integra ambas as abordagens, de modo a combinar os benefcios e pontos fortes de cada uma, com o intuito de obter melhor desempenho. Para o autor, a TOC oferece uma estrutura para direcionar os esforos do pensamento enxuto aos pontos nos quais ele ter maior efeito.
Wang, Cao e Kong (2009) buscam propor um sistema de controle hbrido Kanban/Conwip baseado na teoria das restries (TOC), ou seja, tendo em mente que a TOC tem vantagens em lidar com problemas nos recursos restritivos. Ele foi incorporado ao sistema hbrido Kanban/Conwipde forma a obter um melhor desempenho. Para verificar a validade do sistema hbrido proposto, foi feita uma modelagem/simulao em uma linha de montagem composta por 12 estaes de trabalho, com padro de fluxo flowSshop que processa um nico tipo de produto. Foram utilizadas como medidas de desempenho: tempo mdio de espera das ordens, WIP e o throughput. Os resultados da simulao mostram que o sistema proposto capaz de resolver o problema do gargalo, melhorar a produtividade e reduzir o atraso. Alm disso, para o ambiente simulado, o sistema hbrido
Quadro 5. Similaridades e diferenas entre Manufatura Enxuta e TOC. Similaridades Diferenas
Manufatura Enxuta e TOC Manufatura Enxuta TOCUma metodologia que abrange todo o sistema
Reduo do custo (fixo e variveis) a melhor meio para lucratividade
Custos tem um ponto de diminuio dos retornos; Throughput ($) no tm.
Melhoria continua e qualidade so essnciais e a Participao do trabalhador chave para o sucesso.
No h limites para reduo do esforo, espao, custo e erros (Perfeio)
Reduo do custo secundrio a gerao do throughput.
Objetivo: aumentar o lucro Todas as instncias para reduo do desperdcio so celebradas
Somente reduo do desperdcio na restrio tem um efeito imediato
Valor definido pelo consumidor Recursos so tipicamente organizado ao redor de produtos especficos
Recursos so divididos ao longo das linhas de produtos ou cadeias de valor
O fluxo de valor (cadeia de suprimentos) se extende alm da planta de manufatura
No diferencia restries e no restries; todas mudanas so (mais ou menos) igualmente importantes
Tempo perdido em uma restrio representa throughput perdido no sistema; tempo salvo em uma no restrio no tem valor imediato
Minimiza o estoque Buffers so coisas fsicas Buffers de tempo, e no de coisas fsicasPequenos lotes de produo Enfatiza fluxo unitrio Reduzir a quantidade de fluxo tanto
quanto possvel sem comprometer o fluxo para a restrio
Fluxo contnuo (em vez de fila) No diferencia lote de processamento e transferncia
Lote de processamento diferente do de transferncia
Puxado (make-to-order, ao invs de mate-to-stock)
Procura eliminar toda a variabilidade; no visa lidar com incerteza externa (mercado)
Aceita variao ("Murphy") e incerteza externa (mercado) como um meio de vida, e se protege contra isso na medida do possvel
Liberam capacidade oculta Sem "rede de segurana"- tudo funciona ou nada funciona
Nada funciona sempre perfeitamente, ento se planeja para isso
Fonte: Adaptado de Dettmer (2001).
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A literatura a respeito da comparao entre a teoria das restries e a manufatura enxuta...
as causas da gerao de estoques desnecessrios e de problemas com quebras de mquinas.
5AnlisesNesta seo, ser apresentada uma anlise geral da
reviso da literatura realizada, sendo organizada em trs subsees: anlise geral dos trabalhos; anlise dos trabalhos que mostram que uma determinada abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica; e anlise dos trabalhos que mostram que as abordagens/ferramentas so complementares.
5.1 Anlise geralO trabalho foi estruturado de acordo com o
sistema de classificao proposto, baseado em quatro categorias, conforme apresentado na seo 3.1. Nas Tabelas 1-4, so mostrados os percentuais e nmeros de trabalhos enquadrados em cada categoria.
Referente categoria A, nota-se que o nmero de trabalhos provenientes de peridicos preponderante e que h poucos trabalhos em congressos abordando o tema. No que diz respeito ao mtodo de pesquisa utilizado, categoria B, vemos que a modelagem/
empregada e profundidade da anlise estatstica realizada.
Kim, Cox e Mabin (2009) relacionam as abordagens JIT e TOC e duas das principais formas pelas quais um sistema de produo tenta atenuar os efeitos negativos da variabilidade: (i) manter estoque de segurana, e/ou, (ii) manter capacidade ociosa nas mquinas. De acordo com os autores, um dos aspectos que diferencia ambas as abordagens que, enquanto o JIT foca a reduo do estoque em processo, tentando atenuar os efeitos da variabilidade por meio da manuteno de uma capacidade balanceada e ociosa (essa capacidade ociosa conseguida por meio da melhoria contnua), aTOC foca a manuteno de estoque de segurana a fim de maximizar a utilizao do gargalo; dessa forma essa abordagem trabalha com linhas no balanceadas. Depois de realizar uma simulao, os autores concluem que a questo importante no se o melhor a linha balanceada (JIT) ou a no balanceada (TOC), mas sim aceitar e utilizar nveis apropriados de estoque de segurana e de capacidade ociosa para proteger a linha dos efeitos nocivos da variabilidade e tambm gerenciar continuamente a linha de forma a identificar e melhorar
Quadro 6. Integrando a Manufatura Enxuta e a Teoria das Restries. 1. Idenfique a restrio do sistema (TOC) 2. Decida como explorar a restrio do sistema (TOC)Identifique a cadeia de valor (JIT) Dimensionamento do Kanban (JIT)Avaliao do produto/quantidade (JIT)Mapeamento do processo (JIT) Fluxo unitrio (JIT)Anlise de roteiros (JIT)Determinao da capacidade (TOC) Planejamento para trs (TOC)Projeto de layout celular (JIT) "Drum" (TOC)Trabalho padro (JIT) * SMED-CCR somente (JIT)Regras e responsabilidades (JIT) * Poka- Yoke -CCR somente (JIT)
* Kaizen - CCR somente (JIT)3. Subordine o restante a deciso no passo 2 (TOC) Instrues grficas de trabalho (JIT)Sinal puxado Kanban (JIT) "Rope" (TOC) 4. Eleve a restrio do sistema (TOC)"Buffer" (TOC)** 5S housekeeping - No CCR (JIT)** SMED - No CCR (JIT) 5. Volte ao passo 1, mas tenha cuidado com a inrcia (TOC).** Manuteno preventiva total - No CCR (JIT)** Kaizen - No CCR (JIT)** Treinamento (JIT, TOC)Atividades indicadas por um asterisco (*) so um esforo combinado entre engenharia e sistema de operao no recurso restrio de capacidade (CCR). Essas atividades so desempenhadas fora da programao normal da produo para minimizar o tempo parado do CCR. Estes so esforos de alta prioridade requeridos para maximizar a capacidade disponvel no CCR.Atividades indicadas por dois asteriscos (**) so operaes sistmicas amplas e esforos em recursos que no so restries de capacidade (ou seja, todo lugar exceto o CCR). Essas atividades so desempenhadas durantes os turnos normais, se possvel, durante o tempo ocioso entre as produes de trabalho. Estes esforos tem prioridade menor, ao menos que o no CCR esteja em risco de se tornar um CCR.Fonte: Adaptado de Dettmer (2001).
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de maneira geral a TOC e a Manufatura Enxuta preponderante, assim como os trabalhos que afirmam que uma determinada abordagem se sobressai em alguma situao especfica. Vale ressaltar o nmero alto de trabalhos que buscam integrar as abordagens/ferramentas. A seguir, discutiremos com mais detalhes os trabalhos, explorando suas concluses, ou seja, dividiremos a discusso em trabalhos que afirmaram que alguma abordagem e/ou ferramenta se sobressaiu em alguma situao especfica e os artigos que defenderam que uma abordagem e/ou ferramenta so complementares.
5.1.1 Anlise dos trabalhos que mostram que uma determinadaabordagem/ferramentase sobressai em alguma situao especfica
Dos trabalhos analisados, 16 afirmaram que uma abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica. Eles so apresentados no Quadro 7, mostrando o mtodo de pesquisa utilizado, qual abordagem se sobressaiu e em quais variveis, alm
simulao e a pesquisa terico-conceitual foram mais amplamente empregadas. Ainda sobre o mtodo de pesquisa, foi observada uma relao entre o mtodo e a concluso do trabalho. Analisando as Tabelas 5, 6, possvel perceber que 75% dos trabalhos que mostram que uma determinada abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica utilizaram o mtodo modelagem e simulao. J entre aos trabalhos que mostram que as abordagens/ferramentas so complementares, o mtodo mais utilizado foi o terico conceitual (58,33%). Essa constatao pode sugerir que, quando o intuito comparar as abordagens/ferramentas, os autores buscam se basear em dados quantitativos oriundos da modelagem e simulao e que quando a inteno mostrar que ambas as abordagens/ferramentas so complementares, os autores preferem tratar o assunto de maneira conceitual. Dessa forma, parece haver espao na literatura sobre o tema para simular e/ou estudar quantitativamente a utilizao conjunta das duas abordagens, bem como de suas ferramentas para o PCP.
possvel observar tambm que, referente s categorias C, D, o nmero de trabalhos que comparam
Tabela 1. Nmero e percentual de trabalhos na categoria A.Categoria A - Fonte do trabalho Nmero de artigos Porcentagem
(%)IP - Peridico internacional 30 90,91IC - Congresso internacional 3 9,09
Tabela 2. Nmero e percentual de trabalhos na categoria B.Categoria B - Mtodo de pesquisa utilizado Nmero de artigos Porcentagem
(%) MS - Modelagem/SimulaoT - Terico-conceitualS - Survey
16 48,4815 45,452 6,06
Tabela 3. Nmero e percentual de trabalhos na categoria C.Categoria C - Abrangncia da comparao Nmero de artigos Porcentagem
(%)C1 - Comparao geral entre as abordagens TOC e Manufatura Enxuta. 18 54,55C2 - Comparao entre ferramentas especficas de ambas as abordagens. 7 21,21C3 - Comparao tanto entre as abordagens quanto entre suas ferramentas 8 24,24
Tabela 4. Nmero e percentual de trabalhos na categoria D.Categoria D - Resultados da comparao Nmero de artigos Porcentagem
(%)D1 - Determinado abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especficaD2 - Abordagens/ferramentas so complementaresD3 - Outros
16 48,48
12 36,365 15,15
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por Lambrecht e Segaert (1990), o DBR alcana maior throughput que o Kanban em um ambiente com nvel de buffer igual em cada estao de trabalho e, tambm em situaes em que existem pontos de reposio em cada estgio produtivo. Gardiner, Blackstone e Gardiner (1994) observam que o DBR atinge o mesmo throughput que o Kanban em um ambiente com mltiplos produtos, utilizando menos estoque. Na simulao realizada por Watson e Patti (2008), o DBR atingiu maiores nveis de desempenho, medido pelo throughput e tempo de fluxo ao mesmo tempo em que reduziu os requerimentos de estoque relativo ao Kanban. Alm disso, eles afirmam que o DBR mais tolerante variabilidade do sistema e mais robusto quando enfrenta paradas no planejadas de mquina. As simulaes de Patti, Watson e Blackstone Junior (2008) e Joldbauer e Huber (2008) chegaram ao resultado de que o DBR mais robusto que o Kanban quando enfrenta parada de mquinas. A exceo para isso apontada pelo segundo, pois, quando a variabilidade aumenta e o nvel de estoque baixo, o Kanban supera o DBR. Este trabalho ainda aponta que o Kanban apresenta maior estabilidade e o DBR alcana melhor nvel de servio. Takashi, Morikawa e Chen (2007) abordam a questo do custo total e, na simulao por eles realizada, o Kanban obteve menor custo total em situaes em que os itens estocados em buffers que precedem o recurso gargalo so menos importantes, padro de fluxo flow shop, 3 estaes de trabalho e um nico tipo de produto. J para todas as outras situaes, ou seja, quando os itens estocados no buffer do recurso gargalo so importantes e sob condies em que importante diminuir o nmero mdio de demandas rejeitadas, o DBR obteve menor custo total.
Na simulao realizada por Lea e Min (2003), o JIT superou a TOC com respeito lucratividade no longo e curto prazos, nvel de servio e estoque em processo, devido a diferenas em regras e polticas de sequenciamento. Entretanto, para Plenert e Best (1986), o OPT mais completo que o JIT.
Por fim, analisando os trabalhos que afirmam que uma abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica possvel perceber que a maioria dos artigos analisados (56,25%) afirma que a TOC/DBR prevalece. Isso mostrado na Tabela 7.
da situao/ambiente em que isso foi observado e a abrangncia da comparao.
No Quadro 7 possvel observar que os autores chegaram a resultados similares em alguns trabalhos. Bolander e Taylor (2000) e Chakravorty e Atwater (1996) chegam mesma concluso de que o JIT funciona melhor em ambientes com menor variabilidade e complexidade, enquanto que para o oposto a TOC mais indicada. Isso parece se aplicar s suas respectivas ferramentas, pois, de acordo com Grunwald, Striekwold e Weeda (1989), em situaes com baixa incerteza e complexidade do sistema o Kanban indicado, e medida que a complexidade aumenta, o OPT/DBR mais indicado. Watson e Patti (2008) reforam este ponto ao afirmar que o DBR mais tolerante variabilidade no sistema do que o Kanban.
Cook (1994) e Miltenburg (1997) observam tambm que para um padro de fluxo flow shop e um nico tipo de produto, a TOC alcana maior throughput que o JIT. Entretanto, embasado pelos resultados de sua modelagem/simulao, o segundo afirma que o JIT apresentou mnimos nveis de estoques e tempos de fluxo e a TOC alcanou mximo throughput e falta mnima e, alm disso, os esforos da TOC so direcionados para as reas que mais afetam o throughput, enquanto as melhorias do JIT no so to focadas. Hurley e Whybark (1999) chegam concluso de que aTOC tambm supera o JIT em relao ao throughput, utilizao e tempo de ciclo, para um ambiente composto por 5 estaes de trabalho, com 3 modelos de um produto, considerando suprimento perfeito e tempos de setup desprezveis nas duas primeiras estaes.
Diversos autores apontam as vantagens da ferramenta DBR sobre o Kanban. Ramsay, Brown e Tabizadeh (1990) apontam que o DBR possui um melhor scheduling, pois o Kanban particularmente sensvel falta de priorizao. Na simulao realizada
Tabela 5. Mtodo de pesquisa utilizado nos trabalhos que mostram que uma determinada abordagem/ferramenta se sobressai em alguma situao especfica.
Mtodo de pesquisa
Nmero de trabalhos
Porcentagem(%)
MS 12 75,00TC 3 18,75S 1 6,25
Tabela 6. Mtodo de pesquisa utilizado nos trabalhos que mostram que as abordagens/ferramentas so complementares.
Mtodo de pesquisa
Nmero de trabalhos
Porcentagem(%)
TC 7 58,33MS 4 33,33S 1 8,33
Tabela 7. Nmero e percentual de trabalhos que mostram que alguma abordagem/ferramenta prevaleceu em relao outra.
Abordagem e/ou ferramenta prevalece
Nmero de trabalhos
Porcentagem(%)
TOC 9 56,25JIT 1 6,25Cada um se sobressai em uma situao ou aspecto especfico
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