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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
RODRIGO LIMA DA CRUZ
PLANO DE POUPANÇA VOLTADO PARA APOSENTADORIA
NATAL/RN
2015
RODRIGO LIMA DA CRUZ
PLANO DE POUPANÇA VOLTADO PARA APOSENTADORIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do curso de graduação em Administração
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Administração.
Orientador: Prof. Msc. Ruan Rodrigo Araújo da
Costa.
NATAL/RN
2015
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Cruz, Rodrigo Lima da.
Plano de poupança voltado para aposentadoria / Rodrigo Lima da Cruz. –
Natal, RN, 2015.
79f.
Orientador: Prof. Me. Ruan Rodrigo Araújo da Costa.
Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento
de Ciências Administrativas.
1. Planejamento financeiro – Monografia. 2. Previdência social –
Monografia. 3. Orçamento pessoal - Monografia. 4. Plano de poupança -
Aposentadoria – Monografia. I. Costa, Ruan Rodrigo Araújo da. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 657:005.956.6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
PLANO DE POUPANÇA VOLTADO PARA APOSENTADORIA
RODRIGO LIMA DA CRUZ
Monografia apresentada e aprovada em ____/____/____ pela Banca Examinadora
composta pelos seguintes membros:
_______________________________________________
Prof.º Me. Ruan Rodrigo Araújo da Costa
Orientador – UFRN
_______________________________________________
Prof.º Me.Gabriel Martins de Araújo Filho
Examinador – UFRN
______________________________________________
Prof.º Esp. Fernando Roberto Cavalcante Bandeira do Amaral
Examinador - UFRN
NATAL/RN
2015
Dedico este trabalho aos meus pais Edna e Júnior,
e minha madrinha Catarina, por tudo que já
fizeram por mim e porque são os principais
responsáveis por eu estar vivenciando este
momento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a Deus pelo dom da vida, pela minha saúde e por me dar
discernimento para realizar todas as minhas ações diariamente. Agradeço ao meu pai Júnior e
minha mãe Edna por não medirem esforços para oferecer o necessário para minha formação,
sendo impulsionadores e apoiadores do meu estudo e desenvolvimento. Agradeço a Catarina
Aracelle, pelo companheirismo, paciência, cumplicidade, cuidado e por tudo que já realizou
por mim.
A todos os meus amigos, professores e familiares que participaram da construção
minha formação, instruindo valores éticos e morais desde minha infância.
A ADM Consult - Empresa Júnior do curso de Administração da UFRN e a RN Júnior
- Federação das Empresas Juniores do Rio Grande do Norte, por serem divisores de águas na
minha formação como profissional e por me proporcionarem amizades e parcerias
profissionais que levarei para toda vida.
Ao meu orientador, Ruan Rodrigo Araújo da Costa pela compreensão, paciência e
arguições utilizadas para direcionar este trabalho ao resultado final, desejo muito sucesso na
carreira docente. Assim como os professores Gabriel Martins e Fernando Amaral, pelos
conhecimentos transmitidos nas aulas que auxiliaram nesta pesquisa e por prontamente
aceitarem o convite para formação da banca.
A todos os professores do curso que me transmitiram o conhecimento e me formaram
profissionalmente e que de alguma forma contribuíram para este trabalho. A Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, pela acolhida e formação transmitida.
A Larissa, Onildo e Sandoval que pela amizade construída durante esses oito
semestres. Por fim, a todos que colaboraram diretamente ou indiretamente para que estre
trabalho fosse realizado.
“Sucesso é ter que se preocupar com cada
coisa no mundo, exceto dinheiro.”
Johnny Cash
RESUMO
O presente trabalho aborda a questão do planejamento financeiro pessoal como
ferramenta de controle que contribui para formação e complementação da aposentadoria. O
trabalho se faz oportuno pelas recentes mudanças de regras na aposentadoria, alterações na
Política econômica nacional que alteram e influenciam nas decisões de compra e uso do
capital. Este trabalho também objetiva apresentar um plano de aposentadoria desenvolvido
para um perfil genérico visando complementar sua renda quando chegar o momento no qual
não deseje ou precise mais trabalhar e possa viver dignamente e com tranquilidade. A
fundamentação teórica abordou conceitos gerais e básicos da educação financeira e
planejamento financeiro pessoal, explanou o funcionamento dos regimes de previdência
existentes no Brasil como também apresentou as principais opções de investimentos
existentes no mercado financeiro brasileiro envolvendo renda fixa e variável. O estudo foi de
natureza qualitativa e de caráter exploratório, foi utilizada pesquisa bibliográfica e
documental, onde foi aplicado foi um estudo de caso de um perfil genérico caracterizado
como João Silva, a metodologia baseou-se em levantamento de dados sobre o tema e a
utilização de simulações para projetar as diversas situações de renda possíveis na
aposentadoria. Os resultados do estudo mostraram que a partir das situações simuladas o
tempo e a taxa de juros possuem grande influencia nos resultados do plano, que é necessário
disciplina, regularidade e estudo para obter resultados satisfatórios no futuro. As simulações
apresentaram que não se faz necessário muito dinheiro para iniciar os investimentos e que
com estudo e escolha bem feita dos ativos é possível garantir um futuro financeiro tranquilo e
que não se pode negligenciar o imposto de renda, as taxas e principalmente a inflação, que é
um dos principais redutores da poupança formada. A pesquisa também tem o interesse e
destacar a importância pelo estudo das finanças pessoais e motivar para que mais pessoas se
atentem as necessidades que ocorrerão no futuro e possam realização seus sonhos e desejos,
sem passar necessidades ou dificuldades que muitas ocorrem por conta da falta de dinheiro.
Palavras-chave: Finanças Pessoais. Planejamento Financeiro. Aposentadoria. Controle
Financeiro.
ABSTRACT
This paper addresses the issue of personal financial planning as a control tool that
contributes to training and complementation of retirement. The work is done timely by recent
rule changes in retirement, changes in national economic policy that alter and influence on
purchasing decisions and use of capital. This also aims at presenting a retirement plan
developed for a generic profile to complement their income when the time in which you do
not want or need more work and can live in dignity and in peace. The theoretical foundation
approached general and basics of financial education and financial planning, expounded the
operation of existing pension schemes in Brazil and also presented the main options of
existing investments in the Brazilian financial market involving debt and equity. The study
was qualitative and exploratory, bibliographical and documentary research was used, which
was used was a case study of a generic profile characterized as João Silva, the methodology
was based on collecting data on the subject and use simulations to design the various
situations of possible retirement income. The results of the study showed that from simulated
situations time and the interest rate have great influence on plan results, it is necessary
discipline, regularity and study to obtain satisfactory results in the future. The simulations
showed that it is not necessary a lot of money to start investments and to study and Well-
chosen assets is possible to ensure a peaceful financial future and that one can not overlook
the income tax, fees and mainly inflation, which is a leading reducers formed savings.
Research also has the interest and highlight the importance for the study of personal finance
and motivate for more people to violate the needs that will occur in the future and can
accomplishment your dreams and desires without spending needs or difficulties that many are
due to the lack of cash.
Key words: Personal Finance. Financial Planning. Retirement. Financial Control.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Projeção da Taxa de Dependência do Brasil 17
Gráfico 2 – Investimentos das EFPC 28
Gráfico 3 – IPCA Antes da Implantação do Plano de Real 36
Gráfico 4 – IPCA Após da Implantação do Plano de Real 36
Gráfico 5 – IPCA – Maiores Altas desde o início do Plano Real até julho/2015. 37
Gráfico 6 – Risco x Retorno de um Investimento 48
Gráfico 7 – Evolução salarial do João 58
Gráfico 8 – Evolução poupança efetuada João 60
Gráfico 9 – Aplicação x Juros x Montante 62
Gráfico 10 – Saldo total investimentos João 65
Gráfico 11 – Renda Vitalícia de R$ 2.000,00 70
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Sistema Previdenciário no Brasil 20
Figura 2 – Previdência Complementar no Brasil 25
LISTA DE TABELAS E QUADRO
Tabela 1 – Expectativa de Sobrevida no Brasil 22
Tabela 2 – Fator Previdenciário por Idade e Tempo de Contribuição 23
Tabela 3 – Regra 85/95 Progressiva 24
Tabela 4 – Fator Previdenciário x Regra 85/95 Progressiva 24
Quadro 1 – Comparativo PGBL X VGBL 26
Tabela 5 – Quantidade de EPFC por tipo de patrocínio predominante 27
Tabela 6 – Relação das 10 maiores EFPC, segundo os seus ativos. (em milhões) 27
Tabela 7 – Investimento de R$ 50,00 à 10% a.a 40
Tabela 8 – Investimento de R$ 100,00 à 10% a.a 40
Tabela 9 – Aposentadoria com R$ 1.000,00 mensais. 42
Tabela 10 – Investimento mensal para atingir um milhão 43
Tabela 11 – Como chegar ao primeiro milhão 44
Tabela 12 – Resgate de R$ 1.000.000,00 em diferentes períodos 45
Tabela 13 – Rendimento da Poupança 49
Tabela 14 – Tabela regressiva de IR 54
Tabela 15 – Tabela progressiva de IR 55
Tabela 16 – Alíquota de IOF em Renda Fixa 55
Tabela 17 – Valor poupado de João 61
Tabela 18 – Valor acumulado investimentos 10% do salário 61
Tabela 19 – Resgate do valor acumulado 63
Tabela 20 – Aplicações para atingir R$ 7.000,00 mensais 63
Tabela 21 – Aporte único de R$ 30.000,00 64
Tabela 22 – Renda obtida com aporte único de R$ 30.000,00 64
Tabela 23 – Renda entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00 66
Tabela 24 – IPCA – Ultimos 20 anos 67
Tabela 25 – Conversão taxa mensal para anual 68
Tabela 26 – Conversão taxa anual para mensal 69
Tabela 27 – Rendas entre R$ 2.000 e R$ 5.000,00 com inflação 69
Tabela 28 – Rendas entre R$ 2.000 e R$ 5.000,00 com inflação e IR 71
Tabela 29 – Conversão taxa nominal para real 71
Tabela 30 – Conversão taxa real para nominal 72
Tabela 31 – Rendimento dos Investimentos out/15 73
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
ANFIP - Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
BCB - Banco Central do Brasil
CAP - Caixas de Aposentadorias e pensões
CDB - Certificado de Depósito Bancário
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
CVM - Comissão de Valores Mobiliários
EAPC - Entidade Aberta de Previdência Complementar
EFPC - Entidade Fechada de Previdência Complementar
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPS - Instituto Nacional de Previdência Social
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IR – Imposto de Renda
LCA - Letras de Crédito do Agronegócio
LCI - Letras de Crédito Imobiliário
LOPS - Lei Orgânica da Previdência Social
PGBL - Plano Gerador de Beneficio Livre
PIB - Produto Interno Bruto
PREVIC - Superintendência Nacional de Previdência Complementar
RGPS - Regime Geral de Previdência Social
RPPS - Regimes Próprios de Previdência Social
SELIC - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
SPC - Serviço de Proteção ao Crédito
SUSEP - Superintendência de Seguros Privados
TR - Taxa Referencial
VGBL - Vida Gerador Benefício Livre
SUMÁRIO
1 PARTE INTRODUTÓRIA ........................................................................... 14
1.1 Contextualização e problema ................................................................ 14
1.2 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 15
1.2.1 Geral ...................................................................................................... 16
1.2.2 Específicos ............................................................................................ 16
1.3 Justificativa ............................................................................................. 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 18
2.1 Previdência no Brasil ............................................................................. 18
2.1.1 Previdência Social ................................................................................. 20
2.1.2 Previdência Complementar ................................................................... 24
2.2 Planejamento financeiro pessoal ........................................................... 28
2.2.1 Orçamento pessoal ou familiar ............................................................. 29
2.2.2 Matemática financeira ........................................................................... 31
2.2.2.1 Os juros ............................................................................................. 32
2.2.2.2 Inflação .............................................................................................. 35
2.2.3 Planejamento para aposentadoria .......................................................... 38
2.2.3.1 Qual a renda que desejo? ................................................................... 40
2.2.3.2 Quando quero me aposentar? ............................................................ 42
2.2.3.3 Quanto tempo irei usufruir da minha renda? ..................................... 44
2.3 Poupança e investimento ........................................................................ 45
2.3.1 Considerações relevantes ...................................................................... 46
2.3.2 Risco e Retorno ..................................................................................... 46
2.4 Principais opções de investimento para pessoas físicas ....................... 48
2.4.1 Poupança ............................................................................................... 49
2.4.2 Certificado de Depósito Bancário (CDB) ............................................. 50
2.4.3 Títulos públicos ..................................................................................... 50
2.4.4 Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio ..... 51
2.4.5 Ações .................................................................................................... 52
2.4.6 Fundos de investimento ........................................................................ 53
2.4.7 Impostos ................................................................................................ 54
3 METODOLOGIA .......................................................................................... 56
3.1 Caracterização da pesquisa ................................................................... 56
3.2 Dados da pesquisa coleta de dados ........................................................ 57
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................. 58
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................... 74
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 76
14
1 PARTE INTRODUTÓRIA
1.1 Contextualização e problema
Temos controle sobre nossos recursos financeiros? Projetamos como será nossa
aposentadoria? Esses são questionamentos que podem gerar preocupação, promover reflexão
ou simplesmente ser ignorado por diversas pessoas. De fato, a educação financeira não é uma
matéria que é ofertada em nossa formação na educação básica e em poucos casos na superior,
entretanto, os fundamentos dela estão presentes no nosso cotidiano e nos acompanham desde
a infância nas mais diversas organizações, desde a familiar até em empresas.
De acordo com Gitman (2004) a definição de finanças pode ser entendida como um
conjunto de arte e ciência na administração do dinheiro. As organizações e os indivíduos
lidam com decisões financeiras quase que diariamente, sejam tomando decisões de compras,
de gastos ou de investimentos.
Enquanto o papel dos gestores financeiros das empresas é tomar decisões que
aumentem o valor corrente das ações e a riqueza de seus acionistas (BREALEY, MYERS E
ALLEN, 2013), as finanças pessoais possuem como objeto de pesquisa e análise as condições
de financiamento das aquisições de bens e serviços para a satisfação das necessidades e
desejos individuais de cada um de nós (PIRES, 2006).
E como decidir em quais tipos de ativos investir, como comprar e principalmente
como se planejar financeiramente para ter uma vida equilibrada e organizada? Um estudo
realizado em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgado em agosto de 2015 revelou
que quatro em cada dez (45%) brasileiros que estão inadimplentes não têm condições
financeiras de pagar suas dívidas atrasadas em um intervalo de até três meses.
A estabilidade da economia brasileira se comparada a outros países é muito recente, o
plano real que conseguiu controlar a hiperinflação que aqui existia possui apenas duas
décadas de implantação e essa estabilidade trouxe consigo um comportamento de consumo
que ainda se reflete em alguns hábitos observados nesta década, como o de efetuar compras
mensais em hipermercados, reflexo dos tempos de crise nos quais havia remarcações de
preços diariamente (PIRES, 2006).
Também veio com este equilíbrio econômico, a expansão do crédito, que aliada à
baixa ou nula educação financeira da população, formou indivíduos que não conseguem se
planejar para tomada de decisões que tragam resultados mais efetivos no médio e longo prazo.
15
Outro estudo realizado pelo SPC e CNDL divulgado em janeiro de 2014, revelou que 71%
dos brasileiros tem apenas conhecimento parcial de suas finanças e outros 10% têm baixo ou
nenhum conhecimento, o que acarreta oito em cada 10 consumidores brasileiros e somente
18% da população possui conhecimento total sobre o fluxo de receitas e despesas no
orçamento pessoal.
Aliado a este panorama, temos que a expectativa de vidada população brasileira
aumenta a cada ano. A tábua da mortalidade para o ano de 2014 pelo IBGE forneceu uma
expectativa de vida de 74,9 anos, em 2012 este índice era de 74,6 anos. No Rio Grande do
Norte o índice de 2013 foi de 79 anos para mulheres e 71 anos para homens, se compararmos
a década de 80 vemos que as mulheres possuíam expectativa de 61 anos contra 55,5 dos
homens. No intervalo de 33 anos observa-se um crescimento médio de 16,8 anos na
expectativa de vida da população potiguar (IBGE, 2014).
Quando somamos a falta de educação e planejamento financeiro da população e o
aumento da expectativa de vida, projetamos um cenário nada favorável e animador para as
futuras gerações, que já pode ser observado hoje quando os resultados da pesquisa realizada
em outubro de 2014 pelo SPC revelaram que 57% dos consumidores da terceira idade não
possuem nenhum investimento ou reserva financeira.
Além disso, a décima edição do estudo global “O Futuro da Aposentadoria - Um Ato
de Equilíbrio”, elaborado pelo banco HSBC, mostrou que 53% dos brasileiros não estão
economizando e nem pretendem começar a poupar exclusivamente para o período em que vão
deixar o mercado de trabalho.
Diante deste panorama, surge o seguinte questionamento central: Como utilizar o
planejamento financeiro para criação de uma renda que garanta conforto na
aposentadoria?
1.2 Objetivos da pesquisa
Serão apresentadas as finalidades para elaboração deste trabalho.
16
1.2.1 Geral
Demonstrar um modelo de plano de poupança com finalidade de complementação de
renda para aposentadoria.
1.2.2 Específicos
Expor as principais opções de investimentos financeiros para pessoas físicas no Brasil;
Estabelecer relações entre poupança, tempo e aposentadoria;
Apresentar um projeto de planejamento financeiro pessoal para rendimentos na
aposentadoria.
1.3 Justificativa
O ano de 2015 está sendo marcado por diversas mudanças nas regras de aposentadoria
no Brasil. Os cálculos feitos pelo governo estimaram um rombo de R$ 88,9 bilhões nas contas
neste ano públicas, o que significou um aumento de 57% em relação ao ano de 2014, muito
acima da inflação do período. A projeção é que no ano de 2015 o déficit seja equivalente a
1,14% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2040, esse déficit chegará a 3,52% e em 2060, o
equivalente a 9,24% do PIB, estimado em R$ 78 trilhões. Ano após ano o rombo da
previdência aumenta e fica mais evidente a insustentabilidade do sistema previdenciário
brasileiro e o quão inexequível é sua sustentabilidade ao longo do tempo (VERSIANI, 2015).
Cerbasi (2014) nos apresenta que:
Em 2013, havia no Brasil 46 dependentes (jovens e aposentados sem
trabalhar) para cada 100 pessoas ativas. Essa relação é chamada de taxa de
dependência, que no caso do Brasil está em 46%. Segundo estimativa do
banco de investimentos JP Morgan, essa taxa cairá para 43% até 2022, e
então começará a se elevar até que, em 2041, o número de dependentes
supere o de pessoas ativas, com a taxa de dependência passando de 50%. No
mundo, a média da taxa de dependência de todos os países em 2013 era de
63,3%. (CERBASI, 2014, p. 12).
17
A taxa de dependência é um conceito utilizado pelo IBGE que calcula o peso da
população considerada inativa (0 a 14 anos e 65 anos e mais de idade) sobre a população
potencialmente ativa (15 a 64 anos de idade). Segundo o BCB "a razão de dependência
demográfica pressupõe que jovens e idosos de uma população são dependentes
economicamente dos demais”. O gráfico a seguir apresenta as projeções para os próximos
anos.
Gráfico 1 – Projeção da Taxa de Dependência do Brasil
Fonte: IBGE, 2013. Adaptado de CERBASI, 2014.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O embasamento utilizado para explicar o trabalho será descrito a seguir.
2.1 Previdência no Brasil
A definição nos diz que previdência é o ato de prever, precaver, faculdade de ver
antecipadamente (SANTIAGO-ALMEIDA, 2011). Quando se diz que alguém é previdente,
queremos dizer que esta pessoa se prepara com antecedência para os acontecimentos futuros.
Quando tratamos de dinheiro, a ideia continua a mesma, uma pessoa financeiramente
previdente é alguém que dispõe de algum empenho ou recurso prevendo que algum momento
poderá ter necessidades que precisam ser sanadas. Investir em previdência é contribuir
mensalmente com alguma quantia por certo período com o objetivo de construir um montante
para ser usufruído da maneira que quisermos. A ideia é formar uma reserva financeira que
possibilite a concretização de projetos, como é o projeto de nossa aposentadoria (PIRES,
2006).
O conceito de previdência surgiu pela primeira vez no Brasil no ano de 1923 quando
foi criada a Lei Elói Chaves que propunha a formação de uma reserva, um fundo específico
denominado CAP – Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados das empresas
ferroviárias dos pais. A industrialização do Brasil fez com que as garantias trabalhistas
ganhassem maior importância governo Vargas, que se estruturou o Sistema Previdenciário de
forma mais abrangente, incentivando a criação de inúmeros “Institutos de Aposentadoria e
Pensões” (IAPs), organizados por categorias profissionais (RANGEL, 2009).
Cada instituição – Institutos ou Caixas – tinha liberdade para estabelecer o seu pacote
de benefícios e suas alíquotas de contribuição. Houve várias tentativas para unificar o Sistema
Previdenciário que visava corrigir a diferenciação existente entre os institutos que só terminou
na década de 1960. A primeira medida implantada para diminuir a disparidade existente entre
as categorias profissionais foi a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) em agosto de
1960 que conseguiu uniformizar as contribuições e também as prestações de benefícios dos
diferentes institutos. Contudo, a unificação institucional só ocorreu durante o regime militar
em 1966 com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o embrião do
atual INSS – Instituto Nacional do Seguro Social (RANGEL, 2009).
A Previdência Social no Brasil tem como objetivo reconhecer os direitos e conceder os
benefícios aos seus segurados e respectivas famílias. O Governo busca levar a sociedade o
19
bem estar, garantindo tranquilidade no presente e segurança no futuro. Para ser elegível a
receber os benefícios oferecidos, é necessário que o cidadão contribua regulamente com o
regime da Previdência Social. No Brasil coexistem atualmente três grandes regimes
previdenciários que formam um sistema integrado: o Regime Geral de Previdência Social
(RGPS), os Regimes Próprios de Previdência dos Servidores Públicos (regimes especiais dos
servidores titulares de cargo efetivo) e o Regime de Previdência Complementar (BRASIL,
2011).
Os dois primeiros Regimes - Geral e Próprio - compõem a denominada Previdência
Pública. O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) é de filiação obrigatória para os
trabalhadores da iniciativa privada e é administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) também são de filiação
obrigatória para os servidores públicos de cargos efetivos da União, dos Estados e dos
Municípios. Nesses regimes o sistema de contribuição ocorre mensalmente e as contribuições
incidentes sobre as remunerações dos trabalhadores ativos é o que suporta o pagamento dos
benefícios dos que estão em inatividade, caracterizando o que se denomina Regime de
Repartição Simples. Quando os trabalhadores que hoje estão na ativa se aposentarem, os
novos empregados estarão contribuindo para arcar com o pagamento dos benefícios e assim
sucessivamente com uma geração contribuindo para outra. (BRASIL, 2011).
O Regime Geral, operado pelo INSS tem como categorias de trabalhadores
assegurados: assalariados urbanos, autônomos, domésticos e rurais. Para seus segurados há
um teto fixado para o recebimento do benefício definido por lei, atualmente no valor de R$
4.663,75 (BRASIL, 2015a).
Para compor o sistema, temos o terceiro regime que é o Regime de Previdência
Complementar. Nele o sistema de contribuição é facultativo e desvinculado da Previdência
Pública que visa proporcionar ao trabalhador uma proteção previdenciária, extra, adicional e
que preserve sua qualidade de vida na aposentadoria já que os regimes anteriores possuem
limites como o teto de benefício (BRASIL, 2015b).
Na Previdência Complementar é utilizado o chamado Regime de Capitalização onde
as contribuições são capitalizadas de modo a criarem uma reserva (poupança) que
futuramente, quando chegar à aposentadoria, será transformada em benefício. O benefício de
aposentadoria será pago com base nas reservas acumuladas ao longo dos anos. Esse tipo de
regime tem como característica principal a individualidade, cada trabalhador contribui e
forma uma poupança para o benefício próprio que será utilizado posteriormente (BRASIL,
2011).
20
Outro ponto a se destacar é que nesse regime os recursos devem ser obrigatoriamente
capitalizados ao longo do tempo para formação de reservas até a integralização do valor
necessário para pagamento do benefício contratado. A constituição das reservas é proveniente
da acumulação de contribuições dos participantes e também dos empregadores, além da
rentabilidade dos recursos investidos ao longo do tempo. Na Previdência Complementar, ao
contrário da Previdência Pública, o pagamento do benefício dos aposentados não se vincula
diretamente às contribuições pagas pelos trabalhadores ativos. Na imagem abaixo temos um
resumo esquemático do Sistema Previdenciário Brasileiro (BRASIL, 2011).
Figura 1 – Sistema Previdenciário no Brasil
Fonte: BRASIL (2008).
2.1.1 Previdência Social
A Previdência Social apresenta algumas formas de aposentadoria, entre elas estão: Por
Idade; Por Idade da Pessoa com Deficiência, Por Tempo de Contribuição; Por Tempo de
Contribuição da Pessoa com Deficiência; Por Tempo de Contribuição do Professor; Por
Invalidez além de Aposentadoria Especial por tempo de contribuição. Serão apresentadas as
principais modalidades que são por Idade e por Tempo de Contribuição.
Para se aposentar por Idade, o trabalhador terá que ter pelo menos 65 anos se homem
ou 60 anos se mulher, ou em caso de Segurado especial (como trabalhador rural, lavrador,
pescador artesanal, indígena etc) é diminuído cinco anos ficando 60 anos (homem) ou 55 anos
(mulher). Já a aposentadoria por tempo de contribuição não exige idade mínima, para o
21
homem o tempo mínimo é de 35 anos de contribuição e para mulher o tempo mínimo é de 30
anos. O cálculo do benefício para o segurando que irá se aposentar é o seguinte:
𝑺𝒃 = 𝑴 𝒙 𝒇
Onde,
Sb = salário de benefício (valor da aposentadoria);
M = média dos 80% maiores salários-de-contribuição do segurado, apurados
entre julho de 1994 e o momento da aposentadoria, corrigidos monetariamente;
f = fator previdenciário.
De acordo com a Fundação ANFIP de Estudos da Seguridade Social (2014) em 1998 o
Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional - EC nº 20, que alterou regras da
Previdência Pública, o objetivo na época era aprovar o estabelecimento de idade mínima para
concessão de aposentadorias, o governo foi derrotado. Em alternativa foi criado o Fator
Previdenciário que é um redutor do valor dos benefícios previdenciários que guarda relação
com a idade e com a expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria.
A função do Fator Previdenciário é reduzir ou aumentar o valor dos benefícios
previdenciários de maneira inversamente proporcional a idade de aposentadoria. Quanto
menor a idade do trabalhador no momento da aposentadoria, maior será a redução. A
Previdência Social define que a aplicação é obrigatória na aposentadoria por tempo de
contribuição e nas aposentadorias por idade, por idade do deficiente físico e tempo de
contribuição do deficiente físico, ela é opcional, ou seja, o fator previdenciário somente será
aplicado se for mais vantajoso para o cidadão (Fundação ANFIP de Estudos da Seguridade
Social, 2014).
Outros fatores que afetam o Fator Previdenciário são a expectativa de sobrevida no
momento da aposentadoria que regularmente é divulgado pelo IBGE, quanto maior a
expectativa maior será a redução do benefício. Outro elemento é o tempo de contribuição,
quanto maior o tempo menor o redutor aplicado. A obtenção do índice do fator previdenciário
se dará a partir da seguinte fórmula matemática:
𝑓 = 𝑇𝑐 × 𝑎
𝐸𝑠 × [1 + (
𝐼𝑑 + 𝑇𝑐 × 𝑎
100)]
Onde,
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
22
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria;
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31 (constante, que corresponde a 20%
das contribuições patronais e 11% das contribuições do empregado).
A tabela a seguir apresenta a expectativa de sobrevida divulgada pelo IBGE:
Tabela 1 – Expectativa de Sobrevida no Brasil
Idades Expectativa de
Vida
Expectativa de
Vida
Expectativa de
Vida
Expectativa de
Vida
Exatas à Idade X - E(X) à Idade X - E(X) à Idade X - E(X) à Idade X - E(X)
(X) 2010 2011 2012 2013
50 29,2 29,2 29,6 29,8
51 28,4 28,4 28,8 29,0
52 27,5 27,5 27,9 28,1
53 26,7 26,7 27,1 27,3
54 25,9 25,9 26,3 26,5
55 25,2 25,1 25,5 25,7
56 24,4 24,3 24,7 24,9
57 23,6 23,5 23,9 24,1
58 22,9 22,8 23,2 23,3
59 22,1 22,0 22,4 22,6
60 21,4 21,2 21,6 21,8
61 20,7 20,5 20,9 21,0
62 19,9 19,7 20,1 20,3
63 19,2 19,0 19,4 19,6
64 18,6 18,3 18,7 18,8
65 17,9 17,6 18,0 18,1
66 17,2 16,9 17,3 17,4
67 16,5 16,2 16,6 16,7
68 15,9 15,5 15,9 16,0
69 15,3 14,9 15,2 15,4
70 14,7 14,2 14,6 14,7
71 14,1 13,6 14,0 14,1
72 13,5 13,0 13,4 13,5
73 12,9 12,4 12,8 12,9
74 12,4 11,8 12,2 12,3
75 11,9 11,2 11,6 11,7
76 11,4 10,7 11,1 11,2
77 10,9 10,1 10,6 10,7
78 10,5 9,6 10,0 10,2
79 10,0 9,1 9,6 9,7
80 9,6 8,7 9,1 9,2
Fonte: IBGE (2013).
E também a tabela com o valor da aplicação do Fator Previdenciário. Como é possível
quanto menos tempo contribuir e/ou menor idade para aposentar, a redução aumenta
23
drasticamente. Contudo, se a aposentadoria for após a expectativa esperada, há o aumento que
irá acarretar em benefício maior.
Tabela 2 – Fator Previdenciário por Idade e Tempo de Contribuição
Fonte: BRASIL (2015d). Adaptador pelo autor
No ano de 2015 entrou em vigor novas regras para aposentadoria. A chamada regra
85/95 Progressiva, que levará em consideração os pontos alcançados para receber o benefício
integral sem dedução do fator previdenciário, os pontos são a soma do tempo de contribuição
mais idade. Até o dia 30 de dezembro 2018 para ter direito a se aposentar por tempo de
contribuição sem incidência do fator previdenciário o trabalhador terá de somar 85 pontos, se
mulher, e 95 pontos, se homem. A partir de 31 de dezembro de 2018, a soma da idade e do
60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
15 0,351 0,367 0,382 0,398 0,417 0,436 0,456 0,478 0,502 0,524 0,553
16 0,375 0,392 0,408 0,425 0,446 0,466 0,487 0,511 0,536 0,560 0,590
17 0,400 0,417 0,434 0,452 0,475 0,496 0,519 0,544 0,571 0,596 0,628
18 0,424 0,443 0,461 0,480 0,503 0,526 0,550 0,577 0,605 0,633 0,667
19 0,448 0,468 0,487 0,508 0,532 0,556 0,582 0,610 0,640 0,669 0,705
20 0,473 0,494 0,514 0,535 0,561 0,586 0,614 0,643 0,675 0,705 0,743
21 0,497 0,519 0,540 0,563 0,590 0,617 0,645 0,676 0,710 0,742 0,782
22 0,522 0,545 0,567 0,591 0,620 0,647 0,677 0,710 0,745 0,779 0,820
23 0,547 0,571 0,594 0,619 0,649 0,678 0,709 0,743 0,780 0,816 0,859
24 0,571 0,597 0,621 0,647 0,679 0,709 0,742 0,777 0,816 0,852 0,898
25 0,596 0,623 0,648 0,675 0,708 0,740 0,774 0,811 0,851 0,890 0,937
26 0,621 0,649 0,675 0,703 0,738 0,771 0,806 0,845 0,887 0,927 0,976
27 0,646 0,675 0,703 0,732 0,767 0,802 0,839 0,879 0,923 0,964 1,016
28 0,672 0,701 0,730 0,760 0,797 0,833 0,871 0,913 0,959 1,002 1,055
29 0,697 0,728 0,757 0,789 0,827 0,864 0,904 0,947 0,995 1,039 1,095
30 0,722 0,754 0,785 0,818 0,857 0,896 0,937 0,982 1,031 1,077 1,134
31 0,748 0,781 0,812 0,846 0,887 0,927 0,970 1,016 1,067 1,115 1,174
32 0,773 0,807 0,840 0,875 0,918 0,959 1,003 1,051 1,103 1,153 1,214
33 0,799 0,834 0,868 0,904 0,948 0,990 1,036 1,086 1,140 1,191 1,254
34 0,825 0,861 0,896 0,933 0,979 1,022 1,069 1,121 1,176 1,229 1,295
35 0,850 0,888 0,924 0,962 1,009 1,054 1,103 1,156 1,213 1,267 1,335
36 0,876 0,915 0,952 0,992 1,040 1,086 1,136 1,191 1,250 1,306 1,375
37 0,902 0,942 0,980 1,021 1,071 1,118 1,170 1,226 1,287 1,344 1,416
38 0,928 0,969 1,008 1,051 1,101 1,151 1,204 1,261 1,324 1,383 1,457
39 0,954 0,997 1,037 1,080 1,132 1,183 1,237 1,297 1,361 1,422 1,498
40 0,981 1,024 1,065 1,110 1,164 1,215 1,271 1,332 1,398 1,461 1,539
41 1,007 1,051 1,094 1,139 1,195 1,248 1,305 1,368 1,436 1,500 1,580
42 1,033 1,079 1,123 1,169 1,226 1,281 1,340 1,404 1,473 1,539 1,621
43 1,060 1,107 1,151 1,199 1,257 1,313 1,374 1,439 1,511 1,578 1,662
44 1,086 1,134 1,180 1,229 1,289 1,346 1,408 1,475 1,549 1,618 1,704
45 1,113 1,162 1,209 1,259 1,320 1,379 1,443 1,512 1,586 1,657 1,746
46 1,140 1,190 1,238 1,290 1,352 1,412 1,477 1,548 1,624 1,697 1,787
47 1,167 1,218 1,267 1,320 1,384 1,446 1,512 1,584 1,663 1,737 1,829
48 1,194 1,246 1,297 1,350 1,416 1,479 1,547 1,621 1,701 1,777 1,871
49 1,221 1,274 1,326 1,381 1,448 1,512 1,582 1,657 1,739 1,817 1,914
50 1,248 1,303 1,355 1,412 1,480 1,546 1,617 1,694 1,778 1,857 1,956
51 1,275 1,331 1,385 1,442 1,512 1,579 1,652 1,731 1,816 1,897 1,998
52 1,302 1,360 1,414 1,473 1,544 1,613 1,687 1,768 1,855 1,938 2,041
53 1,388 1,444 1,504 1,577 1,647 1,723 1,805 1,894 1,978 2,084
54 1,474 1,535 1,609 1,681 1,758 1,842 1,933 2,019 2,127
55 1,566 1,642 1,715 1,794 1,879 1,972 2,060 2,170
IDADE DA APOSENTADORIA
T
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P
O
D
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C
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B
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24
tempo de contribuição terá de ser 86, se mulher, e 96, se homem. A lei limita esse
escalonamento até 2026, quando a soma para as mulheres deverá ser de 90 pontos e para os
homens, 100. A Regra 85/95 não substitui as regras anteriores, é apenas uma opção para
afastar o fator previdenciário (BRASIL, 2015c). A tabela a seguir mostra como funcionará a
regra.
Tabela 3 – Regra 85/95 Progressiva
Fonte: BRASIL (2015c)
Como comparação entre a Regra 85/95 e o uso do fator previdenciário, vamos ao
exemplo de uma mulher de 55 anos com 30 de contribuição (somando 85) e do homem de 60
anos com 35 de contribuição (somando 95). De acordo com a fórmula do fator previdenciário
vigente hoje para a aposentadoria por tempo de contribuição, a mulher de 55 anos com 30 de
contribuição teria direito a uma aposentadoria no valor de 70% do salário-de-contribuição,
enquanto o homem de 60 anos com 35 de contribuição teria direito a uma aposentadoria de
85%. A tabela abaixo exemplifica:
Tabela 4 – Fator Previdenciário x Regra 85/95 Progressiva
Idade Tempo
de Contribuição
Fator
Previdenciário
Fórmula
85/95
Mulher 55 30 70% 100%
Homem 60 35 85% 100%
Fonte: Adaptado de MENEGUIN, F. B.; NERY, P. F, 2015.
2.1.2 Previdência Complementar
O Ministério da Previdência Social define a previdência complementar como um
benefício opcional que proporciona ao trabalhador um seguro previdenciário extra, de forma
adicional, conforme sua necessidade e vontade. É uma aposentadoria contratada para garantir
uma renda extra ao trabalhador ou a seu beneficiário. Os valores dos benefícios são aplicados
pela entidade que gere o plano baseados em cálculos atuariais. O Regime de Previdência
Complementar é composto de dois segmentos: as Entidades Abertas de Previdência
Data Mulher Homem
Até 30 de dezembro de 2018 85 95
De 31 de dez/18 a 30 de dez/20 86 96
De 31 de dez/20 a 30 de dez/22 87 97
De 31 de dez/22 a 30 de dez/24 88 98
De 31 de dez/24 a 30 de dez/26 89 99
De 31 de dez/26 em diante 90 100
25
Complementar e as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, em ambas a adesão é
facultativa (BRASIL, 2008). A imagem abaixo apresenta o sistema de Previdência
Complementar no Brasil.
Figura 2 – Previdência Complementar no Brasil
Fonte: BRASIL (2008)
Nas Entidades Abertas de Previdência Complementar - EAPC os planos que possuem
fins lucrativos com atividades diversificadas e são comercializados através de bancos e
seguradoras e podem ser adquiridos por qualquer pessoa física ou jurídica. A SUSEP
(Superintendência de Seguros Privados) que é ligada ao Ministério da Fazenda é o órgão do
governo que fiscaliza e dita as regras dos planos de Previdência Privada e a atuação ocorre
sob a forma de sociedade anônima (BRASIL, 2008).
Os planos de previdência aberta são compostos por duas modalidades que o investidor
pode escolher no momento da contratação do plano e sua escolha é de primordial importância,
pois, define qual será o planejamento para objetivar o ganho financeiro em longo prazo, as
modalidades são o PGBL e o VGBL que serão explicadas a seguir.
O PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livre) é recomendado para quem declara o
Imposto de Renda de forma completa. Nesse tipo de plano as contribuições que são realizadas
no plano podem ser deduzidas da base do cálculo do Imposto de Renda que limita até 12% da
renda bruta durante o ano caso o cliente do plano também contribua para a Previdência
através do INSS ou regime próprio. No momento de resgate ou recebimento dos valores o
Imposto de Renda é tributado sobre o valor total do montante (capital aplicado mais os
rendimentos) (BURDA, 2011).
Já no VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre) no momento de resgate ou
recebimento dos valores o Imposto de Renda incide apenas sobre o valor dos rendimentos, em
26
compensação não há dedução na declaração feita anualmente, o plano é indicado para quem
declara o Imposto de Renda na forma simplificada ou quem já excedeu o limite das deduções
de 12% da renda bruta anual com contribuições a outros planos de previdência como exemplo
do PGBL (BURDA, 2011). O quadro a seguir resume o comparativo entre os planos.
Quadro 1 – Comparativo PGBL X VGBL
PGBL VGBL
Permite abater do IR os
aportes ao plano até um limite
máximo de 12% da renda bruta
tributável do investidor;
Não permite abater do IR os
aportes ao Plano
Indicados para quem opta por
fazer a declaração completa e que
realizem contribuições para a
Previdência Social ou Regime
Próprio
Indicado para quem usa a
declaração simplificada ou é isento
ou para quem já investe em um
PGBL, mas quer investir mais de
12%de sua renda bruta em
previdência privada
Haverá incidência do IR
sobre o valor total do resgate ou da
renda recebida quando eles
ocorrerem.
O IR incidirá apenas sobre os
rendimentos e não sobre o total
acumulado no Plano
Fonte: Brasilprev (2015)
Os fundos fechados de Previdência Complementar, também conhecidos como Fundos
de Pensão atuam sob a forma de fundações de sociedade civil ou direito privado e não
possuem fins lucrativos. O propósito dos fundos fechados é de gerir planos de benefícios
previdenciários criados por empresas também conhecido como patrocinadores do Fundo. Os
fundos são criados para os empregados (participantes) ou para pessoas jurídicas de caráter
profissional, classista ou setorial (instituidores) para seus associados (participantes) (BRASIL,
2014).
Os principais agentes de um fundo fechado são: o patrocinador, empregador que cria o
plano para disponibilizar para seus empregados e que será administrador por uma EFPC. O
patrocinador pode ser empresas, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Também há
a figura do Instituidor que é quem cria o plano de benefícios previdenciários para os membros
associados e podem ser os conselhos profissionais, sindicados, cooperativas e associações
profissionais; o participante, que é a pessoa física que adere o plano de forma facultativa
administrado por uma EFPC e o Assistido, participante ou beneficiário que gozam do
benefício, os planos das entidades fechadas só podem ser adquiridos por colaboradores da
organização (BRASIL, 2014).
27
Tabela 5 – Quantidade de EPFC por tipo de patrocínio predominante
Patrocínio Predominante Quantidade EFPC
Instituidor 20
Privada 205
Pública Estadual 47
Pública Federal 38
Pública Municipal 2
Total 312
Fonte: BRASIL (2015e)
Os dados mostram que primordialmente o patrocínio vem de instituições privadas. Os
dados da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) apresentam que
no Rio Grande do Norte há apenas duas EFPC e ambas são privadas. A seguir temos o quadro
com as 10 maiores EFPC do país.
Tabela 6 – Relação das 10 maiores EFPC, segundo os seus ativos. (em milhões)
Fonte: BRASIL (2015e)
E o gráfico a seguir, nos mostra onde são realizados os investimentos das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar.
28
Gráfico 2 – Investimentos das EFPC
Fonte: BRASIL (2015e)
2.2 Planejamento financeiro pessoal
O planejamento pode ser compreendido como a escolha de alternativas realizadas de
forma coordenada e consciente no presente que acarretem no aumento das possibilidades de
obtenção de resultados satisfatórios no futuro. O planejamento é uma função administrativa,
um processo no qual se estabelece objetivos e metas e se define as estratégias para alcançar
esse fim (EDUARDO, 2008).
Gitman (2004) afirma que o processo de planejamento financeiro começa com a
elaboração de planos financeiros estratégicos ou de longo prazo que por sua vez orientam
planos e orçamentos de curto prazo. Segundo o autor, os planos financeiros de longo prazo
estipulam as medidas financeiras planejadas e o impacto dessas medidas para períodos entre
dois e dez anos.
Para Brealey, Myers e Allen (2013) o planejamento não se traduz na limitação de apenas
antever acontecimentos, o ato de prever concentra esforços na visualização dos resultados
mais prováveis de ocorrer. Contudo, os planejadores financeiros se atentam tanto aos
resultados mais prováveis quanto aos eventos improváveis.
29
Se precaver com antecedência sobre os eventos que podem dar errado, minimiza as
possibilidades de ignorar os sinais de avisos e pode aumentar a agilidade na resolução dos
problemas. Quando falamos sobre planejamento financeiro pessoal devemos utilizar o
mesmo pensamento técnico de um gestor financeiro que atua no mercado. Utilizando-se das
mesmas estratégias, ferramentas e métodos empregados para controle financeiro das empresas
adaptando as nossas vidas e realidades que diferem dos problemas encontrados nas
organizações (PIRES, 2006).
Segundo Pires (2006) para alcançar ou chegar o mais perto possível de atingir o patamar
ideal das finanças pessoais ou para corrigir situações de desequilíbrio financeiro é necessário
planejar e controlar o uso do dinheiro e do crédito, além de definir objetivos e metas não só
financeiros, mas de vida, incluindo sonhos, desejos e realizações esperadas.
Para Macedo Junior (2013, p.42):
Com o planejamento, você passa a gastar de acordo com suas possibilidades
e pode começar a poupar também. É claro que ninguém gosta de controlar os
gastos, mas é importante saber que todas as pessoas têm gastos controlados –
senão é pela vontade, é pela impossibilidade de crédito.
Se o planejamento for efetuado sem definição de metas claras ou sem algum tipo de
ambição, ele servirá apenas para visualizar em quais meses haverá insuficiência ou não de
recursos financeiros. O planejamento deverá ser utilizado para que o acompanhamento seja
realizado de forma inteligente e que este controle sirva para tomar medidas corretivas e
preventivas no uso do capital (CERBASI, 2009).
2.2.1 Orçamento pessoal ou familiar
Você sabe exatamente quanto gastou ontem ou semana retrasada? Mês anterior ou ano
passado inteiro? É possível afirmar que poucos são capazes de saber com precisão apenas
uma ou nenhuma das perguntas anteriores, o planejamento financeiro (ou falta dele) é um
grande problema da sociedade brasileira que pode afetar inclusive a saúde (BUSATO, 2015).
Em pesquisa conduzida pelo SPC, os dados apresentaram que a falta de disciplina para
registrar todos os gastos é o principal empecilho para realização do planejamento financeiro,
assim como: falta de alternativas para unir todas as informações financeiras, recordar todos os
pagamentos que não constam no extrato bancário, falta de tempo e não saber calcular taxa de
juros também foram justificativas citadas pelos entrevistados.
30
A pesquisa também identificou uma sequencia de hábitos que reforçam a ideia da falta
de planejamento e controle financeiro por parte dos consumidores brasileiros, a exemplo
temos que mais de um terço ou 36% dos consumidores não sabem o valor exato das contas
que terão que pagar o mês seguinte o que acarretou também em 36% dos entrevistados
afirmando que já deixaram de pagar ou pagaram com atraso alguma conta devido a esta
deseducação. Já em relação aos gastos extras, a maioria (57%) também afirmou não saber
com precisão o quanto terão de desembolsar no mês subsequente, fato que dificulta o
planejamento e o controle financeiro do próprio orçamento.
O orçamento pessoal ou familiar pode ser entendido como uma ferramenta de
planejamento financeiro que contribui para a realização de sonhos e projetos. Deve ser
utilizado como um guia para ser seguido com o fim de se alcançar os mais diversos objetivos
pretendidos e sonhados, como comprar um imóvel, carro, investir na carreira profissional,
fazer um curso, viajar, montar um negócio próprio ou mesmo direcionar as atitudes. É um
processo que deve realizado de forma coordenada, utilizando os recursos disponíveis da forma
mais eficiente possível com objetivo de retirar o máximo de desempenho do planejado (Banco
Central do Brasil, 2013).
Cerbasi (2012) é taxativo e afirma que orçamento doméstico e consequentemente o
planejamento financeiro não terá eficiência se não houver um equilíbrio nas contas o que se
desdobra em ter gastos menores do que as receitas adquiridas e aplicar em investimentos essa
diferença regularmente. Os sonhos, projetos, desejos e vontades tem um custo monetário para
serem realizados e atingir o patamar do equilíbrio financeiro e mantê-lo mensalmente é de
suma importância para o alcance dos objetivos.
Para realizar um bom orçamento pessoal é necessário seguir alguns fundamentos que
auxiliam e orientam no processo de elaboração. O primeiro passo é o da organização, é
necessário buscar a estabilização das finanças. Se existe o hábito de consumir mais recursos
do que ganhamos, a situação se tornará caótica em médio e longo prazo, dividas se
acumularão e a famosa bola de neve da crise financeira estará formada. Mas se o fato de
gastar aquilo que recebe regularmente e que está disponível em sua conta bancária sem chegar
ao vermelho o faz pensar que está em equilíbrio financeiro - o que é um grande equivoco e
que muitos cometem - certamente também está em situação de desequilíbrio orçamentário,
pois está negligenciando o futuro, conduzindo a vida descuidadamente, perdendo tempo no
controle que não trará resultados (Cerbasi, 2009).
Seria óbvio pensar em equilíbrio financeiro o fato de equiparar as receitas e despesas?
Não. Mais importante que apenas empatar o que se ganha com o que se gasta, o recomendado
31
é fazer o balanceamento da distribuição de todos os pagamentos. Não devemos atentar apenas
para os gastos como dívidas, compras, seguros, mas também incluir dentro desses pagamentos
as reservas para investimentos rotineiros. Dessa forma, distribuindo com competência os
recursos desembolsados, o equilíbrio financeiro estará verdadeiramente formado (Silvestre,
2010).
E como poder se organizar para que alcancemos atingir este equilíbrio orçamentário?
A primeira conduta a ser adotada é o de refletir por quais canais o nosso dinheiro está
circulando, isto é, quais as entradas e saídas, de onde vem e para onde estão indo os nossos
salários, rendimentos e receitas. Saber de onde vem o dinheiro recebido geralmente é tarefa
mais simples, pode ser o salário recebido do trabalho, vendas de algum produto, pró-labore,
prestação de algum serviço, subsídios, dinheiro proveniente de rendimentos das aplicações
financeiras efetuadas, prêmios, sorteios entre outras fontes. A dificuldade deste exercício é
saber por onde escorre o dinheiro recebido, as pesquisas indicam que grande parte da
população não tem ideia de como gasta o seu dinheiro ou o quanto é gasto em cada grupo de
despesas como alimentação, moradia, educação ou saúde por exemplo. Segundo o SPC, em
pesquisa realizada, 42% dos entrevistados não sabiam quanto iriam receber no mês seguinte e
57% não sabiam os gastos extras para o mês, dificultando bastante o planejamento financeiro.
O que também nos conduz para criação de um bom orçamento é saber onde se quer
chegar, isto é, traçar uma visão de futuro pela expectativa de concretização do projeto
sonhado com objetivos e metas claros e bem definidos. Ter o projeto de comprar um carro de
R$ 45.000,00 é bastante vago, entretanto saber que se investindo R$ 840,00 mensais a uma
taxa de 1,00% a.m são necessários 43 meses para realização do sonho, torna-se muito mais
fácil e claro de concretizar os desejos (SILVESTRE, 2010).
Henry Ward Beecher pronunciou a seguinte frase “Ficar rico não é um objetivo de
vida, mas é um meio de viver bem”. Quando falamos sobre aposentadoria, o foco do nosso
projeto de vida é garantir uma renda extra que nos permita manter uma renda mesmo depois
de encerrada a vida laboral.
2.2.2 Matemática financeira
Para podermos entender o conceito de juros, por exemplo, que influencia diretamente
no nosso planejamento, temos que conhecer um pouco sobre a matemática financeira. Como
mostrou a pesquisa do SPC, muitos entrevistaram creditaram a não saber calcular taxas de
juros como um dos principais empecilhos para planejamento financeiro. Muitas pessoas
32
acreditam que sejam necessários conhecimentos aprofundados de matemática financeira para
entender a lógica dos juros ou do planejamento em finanças, decorrente disso não procuram
compreender conceitos básicos que auxiliam em todas de decisão financeiras diariamente.
Todos os dias lidamos com dinheiro, saber o mínimo de cálculos financeiros nos
auxilia para escolhermos melhores alternativas que acarretem em redução de custos ou maior
rentabilidade, para isso precisamos da matemática financeira. A matemática financeira é o
ramo da Matemática que explica a lógica do dinheiro e nos oferta instrumentos quantitativos
para realizar operações com ela. Entre outras operações podemos calcular juros, descontos,
variações de montantes, série de pagamento, regimes de capitalização entre outros assuntos.
Iremos abordar alguns conceitos básicos da matemática financeira para auxiliar no
planejamento financeiro com objetivo de acumulo de capital para aposentadoria (PIRES,
2006).
2.2.2.1 Os juros
Ao se falar sobre dinheiro e crédito, uma variável que está sempre presente é a
variável do tempo. Se perguntarmos para se você: Prefere receber R$ 500 hoje ou R$ 500
daqui a um ano? Provavelmente a resposta seria hoje, o dinheiro no presente poderia trazer a
realização de alguns desejos, receber os R$ 500,00 hoje é melhor do que receber em um ano,
o dinheiro tem valor no tempo e o seu Valor Presente se modifica no decorrer do tempo.
Os juros simplificadamente podem ser explicados como um "aluguel" pela utilização
do dinheiro de terceiros (HALFED, 2001). Quando alguém efetua uma compra a prazo, por
exemplo, há a antecipação do benefício (ter o produto) para poder efetuar o pagamento
posteriormente e é por isso que quase sempre está implícito o pagamento dos juros porque há
a utilização de algo pago com dinheiro que não possui no momento, da mesma forma quem
recebe os juros está sendo bonificado pelo recebimento do aluguel dos recursos financeiros
cedidos.
Segundo PUCCINI (2011) "juro é o valor da remuneração do capital acordado entre o
credor e o tomador em uma determinada operação financeira". Existem dois tipos básicos de
determinação dos juros, são eles: O regime de juros ou capitalização simples e o regime de
juros compostos. O sistema de juros simples tem pouca aplicação comercial, nesse tipo de
sistema a base de cálculo do juro não se altera ao longo do tempo, ou seja, a aplicação inicial
ou valor principal será remunerado igualmente independente do número de períodos. Os juros
33
gerados em cada um dos períodos são registrados, mas só serão pagos ao final da operação
financeira. A fórmula que determina os juros simples é dada por:
𝑱 = 𝒄 × 𝒊 × 𝒏
Onde,
J = Juros;
c = capital inicial,
i = taxa de juros
n = número de períodos.
No sistema de juros compostos, a base de cálculo do juro se altera período a período
pela capitalização do juro do período anterior, tem ampla utilização comercial e é conhecido
com “juros sobre juros”. Existe uma fórmula muito utilizada para capitalização dos juros
compostos, ela é dada por:
𝑽𝑭 = 𝑽𝑷 (𝟏 + 𝒏)𝒏.
Onde,
VF = Valor Futuro ou montante
VP = Valor Presente ou capitalização inicial
i = Taxa de juros. Vem do inglês interest rate
n = Número de períodos
Para exemplificar a diferença entre essas duas formas de capitalização, vamos pensar
no seguinte caso: Se precisássemos tomar emprestados R$1.000,00 qual seria a melhor forma
de negociação, juros simples ou compostos? Neste exemplo iremos utilizar uma taxa de juros
de 5% a.m durante seis meses.
Se utilizarmos os juros simples, ao final do período, a nossa dívida será de R$
1.300,00, ou seja, R$1.000,00 do capital inicial que foi tomado de empréstimo + R$ 50,00
(5% de R$1.000,00) por mês x 6 meses = R$ 1.000,00 + R$ 300,00.
Já utilizando os juros compostos, a nossa dívida ao final seria de R$1.340,10. O
cálculo utilizado é:
1º mês: R$1.000,00 (capital principal) + R$50,00 (5% de R$1.000,00) = R$1.050,00;
2º mês: R$1.050,00 (capital principal + juros) + R$52,50 (5% de R$1.050,00) = R$1.102,50;
3º mês: R$1.102,50 + R$55,13 (5% de R$1.102,50) = R$1.157,63;
34
4º mês: R$1.157,63 + R$57,88 (5% de R$1.157,63) = R$1.215,51;
5º mês: R$1.215,51 + R$60,77 (5% de R$1.215,51) = R$1.276,28;
6º mês: R$1.276,28 + R$63,82 (5% de R$1.276,28) = R$1.340,10.
Como podemos observar os juros compostos crescem exponencialmente o que implica
em dizer que o capital não irá crescer de forma linear e para quem empresta dinheiro os juros
compostos são muito mais proveitosos, contudo para quem paga por esses juros, eles são
muito mais onerosos se comparados aos juros simples. Este pequeno exemplo mostra como as
pessoas entram em verdadeiras bolas de neve de problemas financeiros e não tem ideia de
como a dívida que adquiriram aparentemente pequena, se transformou em um grandioso
problema a ser resolvido. Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de
crédito rotativo, por exemplo, ultrapassaram a barreira dos 400% e também houve aumento do
cheque especial atingindo 253,2% em setembro deste ano.
Outro exemplo que pode exemplificar o poder dos juros compostos na hora do
planejamento é na compra do imóvel, juntamente com o automóvel são os dois maiores
sonhos de consumo do brasileiro. Se hoje, por exemplo, você quisesse comprar um
apartamento pelo valor de R$ 350 mil e sabendo que daqui a 15 anos ele teria uma
valorização de 100% e estará valendo R$ 700 mil, mas pudesse ser comprado a vista com
desconto por R$ 650 mil daqui a 180 meses (ou 15 anos) que estratégia tomar?
Partindo do pressuposto que você está partindo do zero e obtendo investimentos em
torno de 1% líquido a.m para poder acumular R$ 650 mil serão necessários R$ 1.300,00 por
mês, fazendo as contas vimos que R$ 1.300,00 x 180 parcelas dará cerca de R$ 234 mil, os
outros R$ 416 mil serão provenientes dos juros da aplicação, quase dois terços do valor total
do imóvel.
Se você não possuir o valor para compra à vista hoje, mas quiser comprar o imóvel
sem ter que esperar os quinze anos terá que dar pelo menos 10% de entrada (R$ 35 mil) e se
conseguir financiar o valor restante com bons juros de 1,15% por exemplo, a.m irá ter que
desembolsar cerca de R$ 4.150,00 durante 180 meses, o que daria R$ 747 mil (180 parcelas x
R$ 4.150,00) mais R$ 35 mil de entrada = R$ 782 mil reais. Se comparado aos R$ 234 mil do
exemplo anterior a diferença chega a incríveis 334%, o que reforça a célebre frase de Einstein
que dizia que “os juros compostos são a força mais poderosa do universo e a maior invenção
da humanidade, porque permite uma confiável e sistemática acumulação de riqueza”.
35
2.2.2.2 Inflação
De maneira simplista podemos definir inflação como um aumento generalizado nos
preços de determinada economia em certo período, em uma situação que não ocorra inflação
ou que ela aconteça em níveis baixos, podemos avaliar como condição de estabilidade de
preços. Na definição de (VASCONCELLOS e GARCIA, 2014) só o fato de ocorrer aumento
de um bem ou serviço em particular não constitui inflação, que ocorre apenas quando há um
aumento generalizado da maioria dos bens e serviços.
Os fatores que possam ocasionar a inflação são variados. A inflação poderá vir do
aumento dos custos de matérias-primas como ocorreu nas crises do petróleo na década de
1970, aumento nos custos de transporte e energia; aumento das taxas de salários que sejam
superiores ao aumento da produtividade da mão de obra; O aumento do consumo pode
interferir na inflação, com o aumento de demanda poderá ocorrer aumento dos preços dos
produtos; a inflação também pode ser causada se determinado governo emitir uma excessiva
quantidade de moeda sem que ocorra crescimento da riqueza naquele país, fazendo o dinheiro
perder o valor (VASCONCELLOS e GARCIA, 2014).
Entre as décadas de 1970 e 1990 a economia brasileira viveu um período em que a
inflação alcançou patamares gigantescos, a chamada hiperinflação vivida aqui alterou o modo
de consumo das famílias, havia remarcação de preços diariamente e inúmeros planos foram
feitos para tentar sanar esse problema tupiniquim.
Lopes e Rosseti (2009, p.349) destacaram que:
Em uma das características marcantes da história econômica do Brasil é a ocorrência
de longos períodos de alta inflação. Foram raras e curtas, pelo menos até o advento
do real, as fases em que os preços permaneceram estáveis, com taxas anuais de um
dígito.
No Brasil, um dos principais índices que medem a inflação é o IPCA medido pelo
IBGE. O IPCA, também conhecido como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é
medido desde 1979 e é considerado pelo Banco Central do Brasil como o índice oficial da
inflação. O IPCA reflete o custo de vida para famílias com renda entre 1 e 40 salários
mínimos e a sua mensuração é feita em nove regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba,
incluindo também os municípios de Goiânia e Brasília (IBGE, 2015).
36
Gráfico 3 – IPCA Antes da Implantação do Plano de Real
Fonte: IBGE (2015a)
Este gráfico nos mostra a variação antes da implementação do plano real, o ano de
1993 alcançou o pico com 2477,15% e a moeda da época era Cruzeiro Real (CR$) e com o
cenário da hiperinflação, os brasileiros estavam com dificuldades de fazer qualquer
planejamento financeiro.
Gráfico 4 – IPCA Após da Implantação do Plano de Real
Fonte: IBGE (2015a)
37
O gráfico acima apresenta o cenário inflacionário do país após a implantação do Plano
Real em que ocorreu uma estabilização econômica da moeda e que apresentou uma grande
queda no cenário inflacionário se comparado ao período antes da implantação do Plano Real,
chegando a incríveis 1,65 em 1998. Compreender o conceito de inflação é de substancial
importância para a criação e implantação do planejamento financeiro, porque entre outros
aspectos influencia diretamente sobre o poder de compra.
Gráfico 5 – IPCA – Maiores Altas desde o início do Plano Real até julho/2015.
Fonte: Minhas Economias (2015)
Analisando o período inteiro do Plano Real, de julho de 1994 a julho de 2015, é
possível verificar que os combustíveis é o item que sofreu com a maior alta: 1008%. O
aluguel e taxas vêm em seguida com 937% e Transporte Público, com 764%. Já o IPCA do
período variou 406%, ou seja, em cerca de 21 anos, na média, um produto que custava R$
1,00 em julho de 1994, hoje está custando pouco mais de R$ 5,00. O pão, por exemplo,
custava em média no ano de 1994 R$ 1,04 por Kg, hoje é possível encontrar por cerca de R$
10,00, assim como a gasolina que no Rio Grande do Norte foi possível encontrar por R$
3,579 em outubro de 2015, já chegou a custar R$ 0,539 em 1994 segundo dados do O Estado
de São Paulo.
A inflação acarreta diretamente nos investimentos, ignorar os efeitos que ela causa
pode nos dar uma situação ilusória nos resultados do planejamento, quando relacionamos o
seu efeito nos investimentos.
38
Halfed (2004) exemplifica e explica os efeitos que ocorrem:
Imagine que você tenha investido em um título público, com dez anos de prazo, com
juros fixos de 8% ao ano. Se a inflação sofre um drástico aumento e atinge a casa de
20% ao ano, você estará perdendo seu poder de compra. (HALFED, 2004, p. 60).
2.2.3 Planejamento para aposentadoria
De onde vem o dinheiro que o aposentado recebe do governo através de pagamentos
da previdência social após o encerramento das atividades profissionais? Sabemos que os que
trabalham sobre regime de CLT, por exemplo, possuem uma parcela do salário mensal do
trabalho retida compulsoriamente pelo governo que é complementada por um recolhimento do
empregador, nada mais que uma poupança forçada. O problema desta poupança forçada é que
há uma limitação de valores que podem ser retirados do salário, o que acarreta em tetos
relativamente baixos pagos, fazendo necessário um planejamento financeiro para
complementar a renda para essa fase da vida (CERBASI, 2003).
O planejamento para aposentadoria tem como finalidade montar um plano que
complemente os valores que serão recebidos quando o chegar o fim da carreira e iniciar o
momento de aposentadoria. Este plano de complementar também é uma poupança regular mas
diferentemente de como é estabelecido pelo governo, essa poupança é voluntária, não
compulsória e esse valor poupado é aplicado no mercado financeiro (PIRES, 2006).
Este plano pode ser elaborado pessoalmente como é o objetivo deste trabalho ou é
possível aderir a planos já oferecidos por instituições financeiras. Caso você tenha
conhecimentos suficientes sobre os principais produtos oferecidos pelas instituições
financeiras, entender como funciona o mercado, possua disponibilidade de tempo e disposição
para criar o seu plano e administrar os seus recursos poupados, não se faz necessário a
contratação de planos e ou serviços de terceiros, que irão lhe cobrar para desempenhar essa
função (PIRES, 2006).
Os planos oferecidos pelas instituições financeiras geralmente compõe uma carteira de
aplicações que envolvem os mais diversificados produtos como: títulos da dívida pública,
ações, imóveis, dólar, ouro entre outros que irão ser abordados no próximo capítulo. Os
gestores desses fundos e carteiras buscam o melhor rendimento médio possível alinhando o
risco e o retorno pra que entregue resultados satisfatórios aos seus clientes. Os planos variam
para cada perfil, que envolvem entre outros aspectos o grau de aversão ao risco que cada um
de nós possuímos e o montante a ser poupado mensalmente, geralmente quanto maior este
valor melhores os produtos que são oferecidos. Caso não tenha conhecimento suficiente para
39
gerir seus próprios recursos, há possibilidades de se ter bons rendimentos contando com o
serviço de profissionais (PIRES, 2006).
O planejamento para aposentadoria visa atingirmos a independência financeira, e o
que seria isto? Para Cerbasi (2003) quando se trata de finanças pessoais, aposentadoria não é
deixar de trabalhar, aposentar nada mais é do que conseguir renda suficiente para pagar as
obrigações mensais sem que haja necessidade de trabalhar, mas para aqueles que gostam e
queiram se manter ativos, nada impede que isso aconteça. E quando não há mais a
necessidade de trabalhar para garantir o sustento, é possível trabalhar realmente naquilo que
gostamos ou ter o luxo de tirar um dia de folga na semana para ficar com a família por
exemplo. E nós podemos calcular o necessário para atingir esta independência financeira com
a seguinte fórmula:
Independência Financeira = Gasto médio mensal / Rentabilidade média líquida mensal
dos investimentos.
Por exemplo, se nós tivermos um gasto médio mensal na ordem de R$ 3.000,00 e um
rendimento liquido médio de 0,8% a.m, o valor que deveríamos ter para obter nossa
independência financeira seria:
R$ 3.000,00 / 0,08% = R$ 375.000,00
O que significa que se tivermos uma despesa média de R$3.000,00 ao mês ou de R$
36.000,00 por ano, será necessário obter rendimentos líquidos de pelo menos 0,8% a.m ou
10,033% a.a se tivermos um montante de R$ 375.000,00 poupados. Quanto maior o valor
poupado menor será as taxas de juros necessárias para se atingir o valor, como também
quanto menor o valor acumulado, maiores serão as taxas de juros necessárias para obtenção
do rendimento líquido mensal.
Mas como saber o valor que devemos depositar mensalmente para obter o montante
que almejamos ter e receber no futuro? Para responder esta pergunta é necessário que façamos
pelo menos outras três para poder direcionar as melhores ações e as perguntas são:
Qual a renda que deseja ter ao se aposentar?
Quando deseja se aposentar?
Durante quanto tempo pretende receber o valor da sua aposentadoria?
Essas perguntas são extremamente importantes e as respostas variam para cada pessoa,
o que é bom para mim pode não servir para você, familiar ou algum amigo.
40
2.2.3.1 Qual a renda que desejo?
Se hoje você descobrisse que iria ter um filho e pudesse investir 50 reais mensalmente
com um rendimento médio de 10% a.a para que ele decidisse o que fazer com o dinheiro
quando completasse 18 anos ou para uma finalidade específica como custear um intercâmbio
ou uma viagem para ele, sabe quanto teria? Seu filho ou filha teria cerca de R$ 28.850,00,
dinheiro suficiente para comprar um carro seminovo hoje em dia, por exemplo. Mas se você
não resolvesse mais depositar estes R$ 50,00 mensais e se ele não resolvesse gastar esse
dinheiro e obtivesse os mesmos 10% a.a de rentabilidade, quanto é que ele teria nos próximos
aniversários?
Tabela 7 – Investimento de R$ 50,00 à 10% a.a
Idade Montante
18 R$ 28.850,00
30 R$ 90.543,66
40 R$ 234.846,93
50 R$ 609.132,46
60 R$ 1.579.932,72
70 R$ 4.097.938,59
Fonte: Adaptado de CERBASI, 2003
Com este simples exemplo é possível mostrar o valor que podemos alcançar para
poder definir qual a renda que gostaríamos de receber. Se este valor fosse dobrado para R$
100,00 mensais, os rendimentos deste exemplo também dobrariam.
Tabela 8 – Investimento de R$ 100,00 à 10% a.a
Idade Montante
18 R$ 57.700,00
30 R$ 181.087,32
40 R$ 469.693,86
50 R$ 1.218.264,92
60 R$ 3.159.865,44
70 R$ 8.195.877,18
Fonte: Adaptado de CERBASI, 2003
41
E quanto você poderá guardar mensalmente? Neste exemplo de R$50,00, podemos
desdobrar em R$ 11,70 por semana ou R$ 1,70 por dia, já os R$ 100,00 seriam R$ 23,30 por
semana ou R$ 3,33 reais ao dia. Alguns especialistas recomendam poupar 10% da renda,
outros de 15% a 30%. Podemos também pensar no quanto queremos receber na
aposentadoria, baseado, por exemplo, nos valores que gastamos mensalmente com os custos
fixos de nossas realidades, o importante é ter objetivos bem definidos.
Halfed (2004) destaca que:
Se você tem um salário mensal, procure poupar um valor fixo a cada mês, no dia de
seu pagamento. As pessoas que poupam apenas o que “sobra no fim do mês” correm
o risco de gastar demais. Pague primeiro a você, a seu conforto na velhice, antes de
pagar tudo o mais. Destine ao menos 10% de seus ganhos a investimentos como
objetivos de longo prazo. Somente depois comece a pagar suas prestações habituais
(Esse conselho só e válido para as pessoas sem dívidas.). (HALFED, 2004, p. 68).
Caso você deseje se aposentar com R$ 1.000,00 de renda é só visualizar nessa tabela o
valor que necessitará obter para atingir de acordo com o tempo necessário até chegar a
aposentadoria e a taxa médias dos juros dos investimentos.
Se você pretender se aposentar daqui a 20 anos e suas aplicações após o Imposto de
Renda e inflação, gere juros de 0,65% ao mês, o que precisa fazer para se obter uma renda de
R$1.000,00 na aposentadoria é aplicar mensalmente R$ 267,75 reais como está destacado na
tabela, corrigindo mês a mês esse valor pela inflação. Se desejar ter, por exemplo, R$
2.000,00 é só multiplicar por dois o que dará R$ 535,50 por mês. Se deseja ter 10 mil reais
mensais na aposentadoria, deverá aplicar todo mês cerca de 2.677,50 reais e se puder esperar
mais cinco anos esse valor cairia para R$ 1.671,00 reais, basta olhar a coluna e multiplicar
pelo valor e tempo pretendido.
42
Tabela 9 – Aposentadoria com R$ 1.000,00 mensais.
Fonte: CERBASI, (2003, p.147)
2.2.3.2 Quando quero me aposentar?
Tão importante quanto saber o quanto quer receber ou quanto pode poupar regularmente,
saber quando pretende se aposentar é essencial para definir que estratégias tomar para atingir
os objetivos financeiros. Geralmente homens e mulheres planejam a se aposentar entre 55 e
65 anos aqui no Brasil, as mudanças nas regras da previdência provavelmente ainda irão se
alterar significativamente no decorrer os anos. Hoje está em vigor a lei do cálculo progressivo
da fórmula 85/95 onde o tempo de contribuição mais idade deve ser de 85 para mulheres e 95
para homens desde que o tempo mínimo de contribuição para elas é de 30 anos e, para eles, de
35 anos (IBGE, 2015).
O estudo Aegon Retirement Readiness Report 2015, feito pelo Centro de Longevidade e
Aposentadoria da Aegon constatou que os brasileiros acreditam que 44% de sua
aposentadoria deve vir do INSS, enquanto outros 26% de planos de previdência e 30% de
poupança pessoal. Quando comparado a outros países temos por exemplo que na Espanha, a
população espera que 63% do benefício seja bancado pelo governo, ao passo que a Índia tem
43
a menor expectativa de que os recursos saiam da Previdência Social: apenas 24%. Os indianos
acreditam que quase metade (47%) dos recursos deve vir da poupança particular.
A tendência é que seja implantada leis que aumentem gradativamente a idade mínima para
aposentar como acontece em países europeus, na Alemanha a idade mínima para se aposentar
será gradualmente aumentada de 65 para 67 anos entre 2012 e 2029, na Grécia a idade limite
é de 67 anos e o período mínimo de trabalho é de 15 anos (4.500 dias), para os gregos
receberem o benefício integral, é preciso acumular 40 pontos (12 mil dias de trabalho) e ter 62
anos de idade. Desde 2013, a idade para se aposentar aumentará gradualmente de 65 para 66
anos até 2019 e para 67 anos até 2023 na Holanda e a partir de 2024, a idade para a
aposentadoria será calculada pela expectativa de vida (LAPORTA, 2015).
Uma pesquisa denominada “O Futuro da Aposentadoria” feita em todo o mundo pelo
Banco HSBC em 2013 apontou que os brasileiros gostariam de se aposentar em média aos 46
anos. Enquanto isso, em 14 outros países também estudados pelo banco, entre eles Estados
Unidos, Reino Unido, Austrália e França, a média declarada foi de 58 anos e também segundo
essa mesma pesquisa do HSBC, 25% dos entrevistados brasileiros não sabem qual será sua
principal fonte de renda na aposentadoria.
Quanto mais cedo se pretender aposentar, mais cedo terá que ser as contribuições para que
não seja necessário fazer aportes de valores mais altos que passem, por exemplo, dos 10% da
remuneração. Neste exemplo abaixo para se aposentar aos 65 anos com R$ 1.000.000,00 e
com um rendimento médio de 10% a.a, os valores a serem depositados mensalmente variam
de acordo com o tempo inicial de preparação para aposentadoria.
Tabela 10 – Investimento mensal para atingir um milhão
Idade Atual Contribuição Mensal
20 R$ 110,92
30 R$ 294,23
40 R$ 810,84
50 R$ 2.509,80
60 R$ 13.061,50
Fonte: O autor (2015)
Claramente é perceptível a importância de começar cedo o planejamento para
aposentadoria, começar o planejamento com 20 anos ou com 60 anos pode nos trazer uma
diferença de 11.675,60% no valor das aplicações mensais. Esta outra tabela abaixo contém os
44
valores necessários para atingir R$ 1.000.000,00 com diferentes taxas de juros e tempo de
aplicação.
Tabela 11 – Como chegar ao primeiro milhão
Fonte: Adaptado de Cerbasi, (2013, p.66)
Apesar de distante, atingir R$ 1.000.000,00 ou a quantia necessária para garantir a
renda necessária para sua aposentadoria é possível e de certa forma palpável, basta definir
bem os objetivos que quer alcançar e as estratégias para alcançar estes objetivos. Decidir que
idade pretende ser livre financeiramente é um norte que deve ser tomado para direcionar as
ações financeiras.
2.2.3.3 Quanto tempo irei usufruir da minha renda?
A expectativa de vida do brasileiro está aumentando ano após ano e isto implica
diretamente nas ações que as pessoas devem tomar para poder decidir quanto tempo irão
usufruir a renda acumulada ao longo da carreira. Dados do IBGE nos mostram que as pessoas
com mais de 65 anos correspondiam, em 2013, a 7,4% da população, e as estimativas
(também do IBGE) indicam que em 2030 serão 11,7% e em 2060, 26,7%.
É importante saber que a medicina está avançando e devemos viver cada vez mais, o que
acarreta em um planejamento para gastar o dinheiro acumulado que dure pelo menos até os 80
anos para que você não tenha que pedir dinheiro aos seus filhos ou depender do INSS, por
45
exemplo. No exemplo abaixo vamos supor que você tenha conseguido acumular R$
1.000.000,00 na idade que pretenda se aposentar e resolveu colocar todo o ativo em um
investimento que gere juros líquidos (livres de impostos e inflação) de 0,5% a.m, a tabela irá
mostrar quanto irá poder retirar mensalmente até que o saldo esteja zerado. Este pequeno
exemplo mostra como os valores podem variar substancialmente de acordo com o tempo de
resgate do investimento.
Tabela 12 – Resgate de R$ 1.000.000,00 em diferentes períodos
Tempo de resgate (anos) Valor Mensal
5 R$ 19.332,80
10 R$ 11.102,05
15 R$ 8.438,57
20 R$ 7.164,31
25 R$ 6.443,01
30 R$ 5.995,51
Vitalício R$ 5.000,00
Fonte: O autor (2015)
2.3 Poupança e investimento
Embora haja muitos que acham que os termos se referem à mesma coisa, poupança e
investimento são distintos e um não necessariamente faz parte do outro. A poupança nada
mais é que a diferença entre tudo que recebemos e tudo que gastos, é a sobra, o que restou
após realizarmos as obrigações. Já o investimento é a aplicação desse recurso que nós
poupamos com objetivo de obter uma remuneração por essa aplicação (SILVA, 2015).
Enquanto a poupança é uma sobra financeira, a caderneta de poupança em si é um tipo
investimento porque nos proporciona retorno sobre o capital investido e iremos tratar dela
logo mais..
Por que devemos poupar? Por que devemos guardar para depois o que se pode ser
consumido hoje? Ao poupar nós acumulamos valores financeiros no presente para serem
utilizados posteriormente no futuro. Os valores poupados hoje poderão fazer uma significativa
diferença na qualidade de vida de quem poupa, além disso, podemos listar outros benefícios
como: Precaver-se de situações inesperadas que envolvam utilização de dinheiro, realização
de sonhos como viagens ou compras de produtos específicos (MACEDO JUNIOR, 2013).
46
Para Macedo Junior (2013, p.61) poupar:
Permite que você acumule dinheiro para um consumo futuro sem pagar juros e que
faça reservas para eventuais emergências. Poupando, você terá economias para
educação dos filhos, aposentadoria, reforma da casa, compra do primeiro imóvel,
bem como para outros projetos.
Alguns autores afirmam que é necessário poupar cerca de três vezes o valor médio das
despesas mensais para garantir uma reserva de emergência, como uma demissão, por
exemplo, para que não seja necessário vender ativos ou se desfazer de bens. Outros indicam
que seis vezes esse valor que garante uma maior margem de segurança frente a esses
imprevistos e que este valor esteja aplicado em investimentos de alta liquidez, ou seja, que
possam ser transformado em dinheiro rapidamente, também há autores que recomendam
resguardar o valor necessário para cobrir despesas de um ano inteiro, o que possibilita até uma
mudança da carreira, caso o profissional esteja casando, desmotivado ou não queiram mais
trabalhar em determinada organização. A recomendação que é comum para todos os autores é
que se é necessário poupar mensalmente para atingir a independência financeira.
2.3.1 Considerações relevantes
Para poder citar os tipos de investimentos que podemos fazer para compor nossa
carteira visando a aposentadoria, são necessários alguns princípios básicos para entender
como funciona o mercado e a lógica da acumulação de capital.
O primeiro conceito a ser entendido é o conceito de dinheiro. Para Pires (2006) o
dinheiro nada mais é do que poder de comando sobre a riqueza e entende-se como riqueza um
conjunto de bens e serviços que satisfaçam as necessidades e desejos das pessoas. Ter poder
de escolha sobre o que decidir possuir como os bens e serviços como também ter o poder de
compra que é o próprio dinheiro é o que faz alguém devidamente rico e embora dinheiro não
seja a riqueza em si, quem o possui é rico. E esta lógica se confirma na media que existam
bens que possam ser comprados pelo dinheiro, caso não haja disponibilidade de produtos,
bens e serviços a serem adquiridos através do dinheiro, alguém com muito dinheiro poderia
ser considerado pobre. Outro conceito parecido e tão importante quanto o do dinheiro é o do
crédito, que pelo Banco Central do Brasil é definido como uma fonte extra de recursos que
são obtidos de terceiros e que possibilita a aquisição de bens e contratação de serviços.
2.3.2 Risco e Retorno
47
Imagine que você tem R$ 10.000,00 guardados, mas que não tem pretensões de gastar
com algum bem ou serviço específico e possui um amigo que está precisando justamente
destes R$ 10.000,00 reais para quitar algumas dívidas e outro amigo que também está
precisando de R$ 10.000,00 para ampliação do estoque de sua loja. O primeiro amigo sempre
teve problemas financeiros e já lhe pediu dinheiro algumas vezes, algumas vezes pagou e
outras vezes você perdoou a dívida, já este segundo amigo sempre foi bem controlado
financeiramente e você nunca o viu envolvido em problemas financeiros. O primeiro amigo
lhe prometeu pagar R$ 15.000,00 reais deste empréstimo daqui a um ano, já o segundo amigo
disse que lhe pagaria R$ 12.000,00 também daqui a 12 meses. A qual amigo você emprestaria
o seu dinheiro?
Certamente você avaliaria o histórico dos seus amigos, veria que um nunca lhe pediu
dinheiro, entretanto o outro já lhe deu alguns calotes. Contudo, um lhe pagaria R$ 5.000,00 de
juros já o outro apenas R$ 2.000,00 e isto poderia fazer você pensar se valeria correr o risco
para obter um retorno maior, o seu primeiro amigo poderia resolver suas dívidas e daqui a um
ano ter condições de pagar os R$ 15.000,00 sem problemas assim como o segundo amigo
poderia ter problemas na loja e acabar em falência. Assim como neste pequeno exemplo, os
investimentos recorrem em riscos e retornos diferentes.
Halfed (2004) destaca que:
Se você sempre recebe exatamente o que esperava de uma aplicação financeira, você
está trabalhando livre de risco. Entretanto todos os investimentos trazem surpresas
decorrentes de eventos inesperados. Risco é a parcela inesperada do retorno de um
investimento. (HALFED, 2004, p. 55).
A definição de Gitman (2004) para risco é que o risco é a possibilidade de perda
financeira, os ativos considerados mais ariscados são os que oferecem maiores possibilidades
de perda financeira. O risco é a incerteza de retorno sobre algo, a CVM (2014a) define risco
como sendo a possibilidade de não se atingir o retorno esperado do investimento. E segundo
BCB o risco pode ser definido como um evento incerto ou de data incerta, que independe da
vontade.
A CVM (2014a) define que existem três riscos principais que o investidor está
constantemente sujeito: o risco de mercado, o risco de crédito e o risco de liquidez. O risco de
mercado está atrelado as oscilações dos preços dos títulos que compõe a carteira do
investidor. O risco de crédito se refere à certeza sobre a liquidação do título na data do
vencimento, quando se está emprestando dinheiro a alguém ou aplicando sua quantia em
determinado empreendimento há o risco de que o tomador do dinheiro não honre com a
obrigação (como no nosso exemplo dos R$ 10.000,00 emprestados para algum dos amigos)
48
ou o empreendimento não renda o esperado. O risco de liquidez está relacionado com a
possibilidade de um ativo não ser liquidado com facilidade a um preço razoável.
Já o retorno é o ganho ou perda total sofrido por um investimento em determinado
período (GITMAN, 2004). A relação de risco e retorno costuma ser diretamente proporcional,
ou seja, quanto maior o risco maior tende a ser o retorno de um investimento.
Gráfico 6 – Risco x Retorno de um Investimento
Fonte: Adaptado de Cerbasi (2013, p.88).
O gráfico acima mostra algumas opções de investimentos relacionadas ao risco que
oferecem e o que podemos analisar e levar para elaboração do plano da aposentadoria é que
os riscos não devem ser evitados, mas sim administrados.
2.4 Principais opções de investimento para pessoas físicas
Investir não é apenas para manter o patrimônio já existente, investir é multiplicar. É
necessário utilizar o dinheiro poupado para originar mais dinheiro através de aplicações que
gerem jutos no decorrer do tempo. “Fazer sobrar possibilita que você realize investimentos
capazes de render juros – e lucros. É uma forma de fazer o dinheiro trabalhar para você, em
vez de o contrário” (Macedo Júnior, 2013 p.146). O mercado brasileiro oferece inúmeras
opções para investimentos, as principais serão apresentadas logo a seguir.
49
2.4.1 Poupança
A Caderneta de Poupança é o tipo de investimento considerado mais tradicional e
seguro devido a sua simplicidade. A poupança permite que investidores considerados mais
conservadores apliquem seus recursos sem correrem grandes riscos, embora ainda existam. A
poupança funciona como uma espécie de convênio entre os bancos e o Banco Central do
Brasil, que determina que todas as instituições sigam exatamente as mesmas regras e é por
isso que quase todos os bancos comerciais oferecem essa modalidade de investimento e não é
preciso ser correntista do banco para investir. Segundo Macedo Júnior (2013, p.152) a
poupança “surgiu quando Dom Pedro II criou a Caixa Econômica Federal, por meio do
Decreto no 2.723 de 1861 e, na sua esteira, também criou a caderneta de poupança.”
A remuneração da Caderneta de Poupança é bastante simplória. Ela rendia 0,5% ao
mês mais TR (Taxa Referencial). No entanto, desde 04/05/2012, o rendimento da poupança
sofreu algumas alterações. Em vez dos fixos 6,17% ao ano mais TR, sempre que a Selic
estiver em 8,5% ou menos a poupança remunera a 70% do valor da taxa Selic, mais TR. De
forma simples, o rendimento da Poupança é observado na tabela a seguir:
Tabela 13 – Rendimento da Poupança
Selic Rendimento (+ TR)
9,00% 6,17%
8,75% 6,17%
8,50% 5,95%
8,25% 5,78%
8,00% 5,60%
7,75% 5,43%
7,50% 5,25%
7,25% 5,08%
7,00% 4,90%
Fonte: Banco Central (2015)
A SELIC - Sigla do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia é a taxa que reflete
o custo do dinheiro para empréstimos bancários, com base na remuneração dos títulos
públicos (Macedo Júnior, 2013). A liquidez da poupança é diária, podendo retirar o dinheiro
aplicado a qualquer momento, tem como ponto positivo sua facilidade e isenção de imposto
de renda, como negativo pode-se destacar a baixa rentabilidade se comparada a outros
investimentos.
50
2.4.2 Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Segundo a CVM, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) é registrado desde 1986 e
é um dos investimentos mais conhecidos no Brasil e um dos instrumentos mais registrados na
integradora do mercado financeiro. O CDB é um título de renda fixa, transferível e negociável
e pode ser negociado tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.
Definido por Cerbasi (2013), o CDB é como um empréstimo concedido a uma
instituição financeira por seus clientes. Os bancos necessitam captar recursos para poderem
operar suas ações de empréstimos ou financiamentos por exemplo. Quanto maior a
credibilidade de um banco, maior tende a serem os depósitos efetuados pelos seus clientes e
mais dinheiro ele consegue emprestar, mais ele lucra, fortalece e cresce. O CDB é um
empréstimo ao banco no qual ele paga uma determinada taxa de juros para você e utiliza esse
dinheiro para emprestar dinheiro a outras pessoas cobrando delas uma taxa de juros maior. As
taxas de juros dos CDBs podem ser pré ou pós-fixada e os Certificados podem ser emitido por
bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento e de investimento.
No CDB prefixado, os investidores sabem antecipadamente qual taxa de juros irá
receber no vencimento desse papel. São títulos com prazo mínimo de 30, 60 ou 90 dias, por
exemplo. Já os pós-fixados, só se sabe o rendimento ao final de todo período. As taxas de
juros têm como referência os juros praticados entre os bancos, nos Certificados de Depósitos
Interbancários (CDI), que é uma taxa calculada nas quais os bancos usam para emprestar
dinheiro uns para os outros. A remuneração do CDB pós-fixado costuma ser de 80% até mais
de 100% do CDI, variando de acordo com o porte do banco e com o relacionamento do
cliente.
O risco ocorre no CDB assim como nos demais investimentos, caso o banco quebre
não há garantia de recebimento. Como ponto positivo, destaca-se que quando ocorre
rendimento próximo de 100% do CDI, o CDB torna-se uma aplicação com risco x retorno
interessante, o que pesa contra é que no CDB pré-fixado, não ocorre o acompanhamento do
equilíbrio do mercado e as taxas podem não acompanhar outros indicadores como a inflação
(CERBASI, 2003).
2.4.3 Títulos públicos
Na definição de Cerbasi (2013) os títulos são instrumentos de dívida e que
diferentemente da contratação de dívida através do mercado bancário por meio de
51
empréstimos e financiamento, por exemplo, quem emite um título está adquirindo uma dívida
via mercado de capitais. Ao comprar títulos privados como os CDBs, o investidor está
emprestando dinheiro a uma empresa, entretanto ao comprar títulos públicos, seu empréstimo
é para uma entidade governamental.
Esses títulos chamados títulos da dívida pública são emitidos pelos governos federal,
estaduais e também os municipais com o intuito de captar recursos e financiar as diversas
atividades do orçamento público como a saúde e educação. Nos últimos anos o governo
brasileiro praticamente eliminou sua dívida externa, entretanto, o governo brasileiro passou a
deter apenas uma dívida interna, que é formada principalmente dos recursos devidos a quem
investiu em títulos públicos. Aqui no Brasil, qualquer pessoa residente pode comprar títulos
públicos através do Tesouro Direto que nada mais é que um programa do Ministério da
Fazenda que permite a negociação de títulos da dívida pública federal sem a necessidade de
terceiros intermediando, podendo o investidor comprar diretamente, pela internet, Títulos
Públicos Federais do Tesouro Nacional (CERBASI, 2013).
Antes de implantar o sistema em 2002 as pessoas físicas que desejassem comprar os
títulos públicos só poderiam fazer indiretamente, através da aquisição de cotas de fundos de
investimento. Somente as instituições financeiras podiam comprar os títulos do governo. Já
hoje existe essa opção de investimento podendo o investidor gerir diretamente os seus
recursos sem intermediação de um gestor profissional, precisando apenas ter uma conta em
um banco ou corretora de valores, também chamados de agente de custódia pelo tesouro, para
autorizar as transações, existe uma lista dessas instituições no site www.tesourodireto.gov.br.
Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com características próprias em termos
de prazos (vencimentos) e rentabilidade que diferem entre si (MACEDO JUNIOR,2013).
2.4.4 Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio
(LCAs) são títulos de funcionamento similar ao dos CDBs, com prazos de vencimento
variados e rentabilidades geralmente vinculadas ao desempenho do CDI/Selic ou a uma
margem sobre algum índice de inflação.
As LCIs, segundo a CVM são emitidas por instituições financeiras e lastreadas em
financiamentos habitacionais ou empréstimos garantidos por hipoteca ou alienação imobiliária
de bens imóveis e podem ser remuneradas por taxa pré ou pós-fixada. Os títulos de LCI não
podem ser resgatados a qualquer momento. O prazo mínimo de vencimento varia de acordo
52
com o indexador que possui, sendo 36 meses quando o título for atualizado mensalmente por
índice de preços, 12 meses caso atualizado anualmente por esse indexador ou de 60 dias se
não utilizar índice de preços. A LCA é um título emitido por instituições financeiras, utilizado
para captar recursos para o agronegócio e foi criada em 2004.
O diferencial desse tipo de investimento não está na rentabilidade, mas sim no fato de
os rendimentos serem totalmente isentos de Imposto de Renda para pessoa física assim como
acontece na Caderneta de Poupança, destaca Cerbasi (2013). Isso corre devido ao incentivo
fiscal do Governo que estimula a construção de moradias, empreendimentos e expansão da
atividade agrícola. Hoje é possível investir a partir de R$ 5mil reais em grandes bancos.
O estoque de LCAs emitidas subiu 48,63% em um ano (até janeiro), atingindo R$ 43,4
bilhões. No caso das LCIs, o avanço foi de 55,4%, alcançando R$ 159,6 bilhões. Outro ponto
a se destacar das LCIs e LCAs é que a aplicação nesses títulos pode ser considerada segura,
pois conta com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil,
para o mesmo CPF na mesma instituição (CAMPOS, 2015).
2.4.5 Ações
Para a CVM uma ação é “a menor parcela do capital social das companhias ou
sociedades por ações. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus
titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações
possuídas”, em outras palavras, uma ação é um pedaço da empresa.
O investimento em ações pode ser considerado o mais conhecido ou mais comum dos
investimentos em renda variável, é o que mais atrai pessoas e o que também mais gera
dúvidas entre a maioria das pessoas. Quando investimentos em renda fixa, o lucro é retornado
dentro do prazo no qual o produto se dispôs a pagar, a exemplo de um título público ou CDB,
após certo período, você irá receber os juros acordados quando comprou o título, já nos
investimentos realizados em renda variável o lucro é determinado pela diferença existente
entre o preço da venda mais os possíveis benefícios que possam existir (aluguel no caso de
imóveis ou dividendos quando falamos sobre ações) e o preço da compra, é justamente desta
lógica de funcionamento que surge o termo de renda variável, porque os ganhos ou perdas
variam com o tempo e decorrem da incerteza em relação ao retorno futuro deste investimento.
Quando se compra ações, compra-se o direito de participar do sucesso ou fracasso de
empresas que demonstraram o interesse de abrir seu capital a investidores anônimos.
Geralmente as empresas para crescerem abrem o capital por meio da venda de ações com
53
objetivo de fazer com que a empresa consiga mais dinheiro e consiga mais sócios para
investirem nela. Quanto melhor for o desempenho dessas empresas no mercado, maior a
valorização das ações daquela empresa, o que reflete em maior participação nos lucros que
são divididos entre os acionistas, como também caso a empresa tenha um ano ruim e seu
desempenho no mercado não seja satisfatório, suas ações tendem a cair de preço e os
dividendos distribuídos tendem a serem menores (MACEDO JÚNIOR, 2013).
As ações podem ser classificadas em: Ações Ordinárias (ON) ou Ações Preferenciais
(PN). As Ações Ordinárias são aquelas em que os acionistas possuem o poder de voto nas
assembleias deliberativas que são realizadas pelas companhias, já as ações preferenciais,
como o próprio nome já fiz, concedem aos acionistas, preferência na distribuição dos
resultados. Geralmente se compra ações para participar dos lucros da empresa ou para se
vender por um preço maior do que comprou (CERBASI, 2013).
2.4.6 Fundos de investimento
Os fundos funcionam seguindo uma lógica baseada na união de esforços. Imagine que
você possua R$ 5mil reais para investimento, enquanto seu amigo possui R$ 50 mil e outro
R$ 500 mil, qual montante você acredita que terá melhores produtos para investir quando
procurar instituições financeiras? É mais comum que investidores que possuam maior capital
possuam também as melhores opções existentes no mercado, isto é, as que ofereçam melhores
rentabilidades e menores taxas de administração. A ideia dos fundos de investimento é
aglutinar pequenos, médios e grandes investidores que compartilhe da comunhão de recursos
com objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em uma carteira de títulos ou
valores mobiliários.
No Brasil existem milhares de fundos de investimento. Dados da CVM indicam que os
fundos no Brasil possuem um volume de investimento com mais de dois trilhões de reais
distribuídos em um total de mais de 14.000 fundos de investimentos, cada um possuindo
políticas de investimento e composição diversificadas entre si.
Um fundo é fracionado por cotas que possuem valor calculado diariamente por meio
da divisão do patrimônio liquido do fundo pelo número de cotas existentes. A cota é a fração
de um fundo e a soma de todas as cotas de todos os investidores é o que contempla o valor do
patrimônio de um fundo de investimento. Apesar do valor da cota se alterar diariamente, a
quantidade não muda a menos que você compre, venda ou que o Imposto de Renda seja
54
recolhido, o chamado sistema “come-cotas”. Quando um novo cotista entra no fundo ocorre a
criação de novas cotas e o aumento do patrimônio do fundo. (CVM, 2014)
2.4.7 Impostos
De nada adianta ter traçado uma boa estratégia e ter feito uma boa escolha nos
investimentos, se descuidar de analisar os aspectos tributários. Independentemente do valor a
ser investido, uma má escolha na data de resgate do montante ou má escolha entre as
alternativas de investimento pode ocasionar uma perda bastante significativa nos resultados.
(CERBASI, 2013).
Para iniciar será apresentada a tributação dos regimes de Previdência Complementar.
Na previdência privada, é possível escolher entre duas formas de tributação do Imposto de
Renda: pela tabela regressiva ou pela tabela progressiva. A tabela regressiva é vinculada ao
tempo da aplicação. Quanto mais tempo permanecer no plano ou quanto maior for o prazo de
acumulação, menor o imposto de renda no momento de resgate ou recebimento de renda. A
tabela a seguir exemplifica.
Tabela 14 – Tabela regressiva de IR
Prazo Alíquota de IR
Até 2 anos 35%
2 a 4 anos 30%
4 a 6 anos 25%
6 a 8 anos 20%
8 a 10 anos 15%
Acima de 10 anos 10% Fonte: Brasilprev (2015)
Já a tabela progressiva é vinculada à alíquota de imposto de renda sobre o salário. O
que irá determinar a alíquota sobre o plano de previdência é o valor a ser resgatado ou
transformado em renda. A tabela a seguir apresenta os dados referentes a partir de abril do ano
de 2015.
55
Tabela 15 – Tabela progressiva de IR
Base de cálculo (em R$) renda mensal Alíquota do imposto (em %)
Até 1.903,98 isento
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5
De 2.826,66 até 3.751,05 15
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5
Acima de 4.664,68 27,5 Fonte: Receita Federal do Brasil (2015)
No Brasil, a exceção da Caderneta de Poupança e dos títulos que lastreiam
financiamentos imobiliários e do agronegócio, a regra de tributação para os produtos de renda
fixa é igual. Os impostos que impactam sobre o investimento são o Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) e Imposto de Renda (IR). O IOF incide apenas sobre o lucro das aplicações
que tiverem resgate dentro do prazo inferior a 30 dias após a contratação do investimento
(CERBASI, 2013). A tabela a seguir exemplifica.
Tabela 16 – Alíquota de IOF em Renda Fixa
Nº DIAS ALÍQUOTA Nº DIAS ALÍQUOTA Nº DIAS ALÍQUOTA
1 96% 11 63% 21 30%
2 93% 12 60% 22 26%
3 90% 13 56% 23 23%
4 86% 14 53% 24 20%
5 83% 15 50% 25 16%
6 80% 16 46% 26 13%
7 76% 17 43% 27 10%
8 73% 18 40% 28 6%
9 70% 19 36% 29 3%
10 66% 20 33% 30 0% Fonte: ANBIMA (2015)
Com relação ao Imposto de Renda, para os investimentos em ações, a alíquota
incidente sobre o lucro na venda de ações é de 15%, ou de 20% nas operações de day-trade
(compra e venda no mesmo dia). Já nos produtos de renda fixa a alíquota é cobrada sobre os
juros e ela dependerá do prazo de permanência nos investimentos. Quanto mais tempo seu
dinheiro ficar investido, menos imposto pagará (BM&FBOVESPA, 2015):
22,5% do lucro em aplicações com prazo de até 180 dias;
20% do lucro em aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
17,5% do lucro em aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
15% do lucro em aplicações com prazo acima de 720 dias.
56
3 METODOLOGIA
O método vem do grego e pode ser entendido como um processo organizado, lógico e
sistemático de pesquisa, instrução, investigação etc. Para Lakatos & Marconi (2003) o método
é o conjunto de atividades realizadas de forma sistemática e racional que, com economia e
maior segurança, permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando
erros e auxiliando as decisões do cientista.
A metodologia irá indicar a natureza da pesquisa, apresentando os principais aspectos que
foram utilizados para servir de base para realização desse estudo. Será apresentado nessa
seção o procedimento utilizado para se chegar ao resultado final, iniciando com a
apresentação da caracterização da pesquisa.
3.1 Caracterização da pesquisa
O presente trabalho visa verificar como se preparar financeiramente para
aposentadoria de forma a complementar a renda. Assim sendo, a pesquisa se caracteriza de
acordo com o seu objetivo de natureza qualitativa como descritiva, com base bibliográfica e
documental.
Usa-se esse tipo de análise para trabalhos onde há poucos estudos realizados na
academia. Para Gil (2002), as pesquisas descritivas são aquelas que visam descobrir a
existência de associações entre variáveis, algumas vão além, e pretendem determinar a
natureza da relação. E há também pesquisas que acabam servindo para proporcionar uma
nova visão do problema, o que a aproxima da pesquisa exploratória.
A pesquisa bibliográfica se caracteriza por ser desenvolvida com base em material já
produzido, principalmente constituído por livros e artigos científicos. Boa parte dos estudos
podem ser definidos como pesquisas bibliográficas. A pesquisa documental por sua vez é
bastante semelhante à pesquisa bibliográfica, elas se diferem quanto a natureza das fontes.
Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza primordialmente das contribuições dos diversos
autores sobre um determinado assunto, a pesquisa documental é constituída principalmente de
materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados (GIL, 2002).
Quanto aos meios de investigação utilizando, a pesquisa procurou reunir uma
fundamentação teórica abrangente sobre o tema através de revisões bibliográficas, verificando
materiais como livros, artigos, pesquisas, monografias, revistas e documentos oficiais
57
(normas, leis, resoluções) e sites relacionados com o tema pesquisado. O intuito foi de
procurar entender detalhadamente sobre o assunto abordado.
3.2 Dados da pesquisa coleta de dados
Após a análise bibliográfica onde se buscou compreender a temática em questão e
ampliar o conhecido sobre o tema pesquisado, foi realizado um estudo de caso de um perfil
fictício que representasse um modelo comum e que pudesse ser adaptado para diversas
realidades. Segundo Yin (2003) o estudo de caso representa a estratégia preferida quando se
abordam questões do tipo "como" e "por que", e quando o pesquisador tem pouco controle
sobre os eventos e também quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos
inseridos em algum contexto da vida real.
A análise dos dados e construção do plano se realizou entre outubro e novembro de
2015, a análise bibliográfica teve início em abril e foi até novembro de 2015. Foram utilizados
instrumentos como quadros, figuras, tabelas e gráficos para melhor entendimento e
compreensão do tema abordado.
58
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentadas as simulações de investimento baseadas em um
perfil genérico utilizado como exemplo, as planilhas e tabelas poderão ser adaptadas as
diferentes necessidades e realidades.
João da Silva possui 25 anos, é formado em Administração e acaba de ser efetivado no
seu primeiro emprego em uma empresa privada que atua no ramo de Construção Civil, firmou
um compromisso consigo mesmo de guardar 10% do que recebe mensalmente, que hoje está
na faixa dos R$ 2.500,00 para sua aposentadoria e pretende se aposentar aos 65 anos de idade.
Com as atuais regras da Previdência poderia se aposentar antes sem o redutor do Fator
Previdenciário com 63 anos somando 101 pontos (tempo de idade + contribuição), mas
resolveu que iria esperar mais dois anos até se desligar do trabalho.
Considerando que irá ascender profissionalmente, foi estimada uma evolução
salarial em termos reais (desconsiderando a inflação) como demonstra o gráfico abaixo:
Gráfico 7 – Evolução salarial do João
Fonte: O autor (2015)
Dessa forma o salário ao se aposentar será cerca de cinco vezes maior do que é hoje,
chegando aos R$ 12.500,00, em termos reais (desconsiderando a inflação). Para calcular o
valor do benefício recebido pelo INSS utilizaremos a fórmula abaixo.
-
2.000,00
4.000,00
6.000,00
8.000,00
10.000,00
12.000,00
14.000,00
25 35 45 55 65
Evolução Salarial (em R$)
Salário Idade
59
SB = M x ƒ
SB = Salário de Benefício.
M = média de 80% dos maiores salários de contribuição ao INSS desde julho de 1994,
corrigidos monetariamente;
ƒ = Fator Previdenciário
Neste caso, como ele irá contribuir por 40 anos (480 meses) e o valor dos seus salários
serão crescentes no decorrer dos anos, será utilizada a média dos últimos 384 meses, ou seja, a
partir do 9º ano de contribuição do João. Baseando-se neste exemplo que quando não houve
promoção salarial, a empresa do João apenas corrigiu o seu salário pelo IPCA, mantendo-se
até o 10º ano de empresa ganhando em valores corrigidos anualmente pela inflação o mesmo
poder de compra mensal de R$ 2.500,00 do seu primeiro mês de emprego e que quando
ocorreu sua primeira promoção e passou a receber acima do teto da previdência, que ocorreu a
partir do 121º mês de contribuição, foi considerado o teto para contribuição do INSS. O valor
médio encontrado na média das maiores contribuições de João em valores reais, isto é,
considerando a correção da inflação que mantem o poder de compra foi de R$ 4.528,52, um
pouco abaixo do teto. Isto porque como o INSS considera a média dos 80% maiores salários-
de-contribuição e o João ainda recebeu por dois anos salários abaixo do teto
O Fator Previdenciário seguirá o seguinte cálculo.
𝑓 = 𝑇𝑐 × 𝑎
𝐸𝑠 × [1 + (
𝐼𝑑 + 𝑇𝑐 × 𝑎
100)]
Onde,
ƒ = Fator Previdenciário
Tc = Tempo de contribuição ao INSS. No caso do João é de 40 anos.
a = 0,31 (constante, que corresponde a 20% das contribuições patronais e 11% das
contribuições do empregado)
Es = Expectativa de sobrevida no momento de aposentadoria. Hoje os dados do IBGE
apontam que para 65 anos de idade, a expectativa de sobrevida é de 18,1 anos.
Id = Idade de aposentadoria, que para João será de 65 anos.
ƒ = 40 ×0,31
18,1 × [1 +
(65 + 40 × 0,31)
100 ƒ = 1,2153
60
O valor do Fator Previdenciário também poderá ser consultado na tabela 2. Neste caso
o valor do benefício de João, se dará por:
SB = M x ƒ
SB = R$ 4.528,52 x 1,2153 = R$ 5503,51
Considerando que ao fim de sua carreira como profissional, João possuía um salário de
R$ 12.500,00, o valor deficitário em relação ao benefício do INSS seria de R$ 6.996,48 que
deveria ser ao menos alcançado com investimentos visando complementar sua renda.
João irá resguardar apenas 10% dos salários que receber para aposentadoria, o 13º
salário e outras bonificações serão utilizados para outros fins, que não constarão na análise de
seu plano. Considerando apenas os aportes realizados por João durante esses 40 meses o
gráfico abaixo irá demonstrar a evolução dos investimentos realizados por João, sem
considerar os juros.
Gráfico 8 – Evolução poupança efetuada João
Fonte: O autor (2015)
É percebido que ao final dos 480 meses (40 anos), João terá poupado dos seus salários
R$ 315.000,00, se o aporte fosse realizado igualmente entre os meses sem considerar os 10%
da evolução salarial, João teria que guardar mensalmente R$ 656,25 para atingir esse
montante. No inicio de sua carreira, ganhando R$ 2.500,00 o valor poupado era de R$ 250,00,
já no fim do 480º mês o valor aplicado era de R$ 1.250,00 correspondentes aos 10% do
Mês; 480
Montante; 315.000,00
R$-
R$25.000,00
R$50.000,00
R$75.000,00
R$100.000,00
R$125.000,00
R$150.000,00
R$175.000,00
R$200.000,00
R$225.000,00
R$250.000,00
R$275.000,00
R$300.000,00
R$325.000,00
R$350.000,00
1
21
41
61
81
101
121
141
161
181
201
221
241
261
281
301
321
341
361
381
401
421
441
461
Ca
pit
al
Ap
lica
do
Aportes Mensais
61
salário de R$ 12.500,00. A tabela abaixo apresenta o valor acumulado que João poupou até
atingir seus 65 anos.
Tabela 17 – Valor poupado de João
Idade de João Total Poupado
30 R$ 15.000,00
40 R$ 60.000,00
50 R$ 135.000,00
60 R$ 240.000,00
65 R$ 315.000,00
Fonte: O autor (2015)
Apesar da distância entre as idades serem iguais, o crescimento do valor
poupado não é proporcional devido e evolução salarial que João teve durante sua carreira. Por
exemplo, para atingir os primeiros R$ 100 mil poupados foram necessários 254 meses ou
21,16 anos, já para atingir R$ 200 mil foram exatos 380 meses (31,66 anos) e R$ 300 mil
foram alcançados com 468 meses (39 anos). Esses dados são importantes para entender
quando forem efetuadas as simulações dos investimentos de João.
Com os dados da poupança do João, serão realizadas algumas simulações que visam
projetar o saldo futuro para aposentadoria após os 480 meses de investimento e com
diferentes taxas de juros mensais.
Tabela 18 – Valor acumulado investimentos 10% do salário
Taxa de Juros
(% a.m) Juros Montante (Investimento + Juros)
0,5 R$ 565.517,96 R$ 880.517,96
0,6 R$ 1.662.082,19 R$ 1.135.772,19
0,7 R$ 1.172.724,27 R$ 1.487.724,27
0,8 R$ 1.662.082,19 R$ 1.977.082,19
0,9 R$ 2.347.692,67 R$ 2.662.692,67
1 R$ 3.314.903,52 R$ 3.629.903,52
Fonte: O autor (2015)
Observa-se que o João terá poupado dos seus rendimentos após 480 meses o valor
total de R$ 315.000,00, mas a taxa mensal de juros irá influenciar e alterar bastante o valor do
saldo final de suas finanças, caso o João conseguisse uma taxa constante mensal de 1% a.m o
valor dos juros somariam R$ 3.314.903,52. O gráfico abaixo apresenta os valores que
constam na tabela demonstrando visualmente o quanto as taxas de juros influenciam nos
resultados.
62
Gráfico 9 – Aplicação x Juros x Montante
Fonte: O autor (2015)
Não está sendo considerando o valor da inflação nessas simulações, visto que sua
estimativa depende de inúmeros fatores econômicos, políticos e sociais. Portanto, o valor do
montante está apresentado em valores nominais, para contornar este problema e obter os
valores reais, o João deveria adicionar a cada mês o valor correspondente à inflação do
período que é divulgado pelo IBGE, desta forma, o valor inicial que no caso do João foi de R$
250,00 será atualizado pela inflação a cada aporte. Outra solução é utilizar investimentos
indexados a inflação mesmo que possuam taxas menores de rentabilidade, contudo, os valores
refletirão o verdadeiro poder de compra. Como o João não irá sacar este dinheiro todo de uma
vez e irá utilizar para complementar seu benefício recebido pelo INSS, também foram feitas
simulações de resgate para esses valores em diferentes prazos de resgate.
63
Tabela 19 – Resgate do valor acumulado
TAXA DE
JUROS 0,50% 0,60% 0,70% 0,80% 0,90% 1,00%
ANOS VALOR
(R$)
VALOR
(R$)
VALOR
(R$)
VALOR
(R$)
VALOR
(R$)
VALOR
(R$)
5
17.022,88
22.596,98
30.451,29
41.619,09
57.628,16
80.745,20
10
9.775,55
13.304,65
18.366,18
25.691,33
36.377,80
52.078,57
15
7.430,31
10.336,06
14.563,13
20.764,65
29.930,52
43.564,94
20
6.308,30
8.942,49
12.816,81
18.558,30
27.122,51
39.968,36
25
5.673,19
8.172,89
11.879,47
17.411,33
25.713,31
38.231,02
30
5.279,15
7.709,49
11.334,04
16.768,82
24.955,87
37.337,64
Renda Vitalícia
4.402,59
6.814,63
10.414,07
15.816,66
23.964,23
36.299,04
Fonte: O autor (2015)
A tabela exibe qual o valor mensal disponível para o João retirar em cada um das
situações anteriores de rendimento com diferentes taxas de juros. Por exemplo, caso o João
consiga um rendimento médio de 0,5% ao mês e ao completar 65 anos planeje gastar todo o
valor acumulado em cinco anos, ele poderá retirar R$ 17.022,88 por mês que demorará 60
meses para gastar todo o valor, mantendo o valor restante rendendo nas aplicações, retirando
apenas o rendimento mensal. Caso ele queira utilizar o valor acumulado e retirar apenas o
rendimento, ele poderá retirar R$ 4.402,59 mensalmente que o valor total acumulado
permanecerá intacto, contudo, João terá que observar que a cada mês a inflação irá corroer o
seu poder de compra.
O benefício que João irá receber pelo INSS é de R$ 5.503,51, como ao fim de sua
carreira João estava recebendo R$ 12.500,00, teria que repor o valor de R$ 6.996,48 para
manter o mesmo padrão financeiro durante a aposentadoria. Pensando neste valor, foram
efetuadas simulações com diferentes taxas de juros para se chegar ao valor de retirada mensal
de R$ 7.000,00 mensais.
Tabela 20 – Aplicações para atingir R$ 7.000,00 mensais
TAXA DE JUROS Aplicação Valor Poupado Poupança + Juros
0,50% R$ 702,99 R$ 337.435,20 R$ 1.400.000,00
0,60% R$ 420,13 R$ 201.662,40 R$ 1.166.666,67
0,70% R$ 254,97 R$ 122.385,60 R$ 1.000.000,00
0,80% R$ 156,18 R$ 74.966,40 R$ 875.000,00
0,90% R$ 96,22 R$ 46.185,60 R$ 777.777,78
1,00% R$ 59,50 R$ 28.560,00 R$ 700.000,00
Fonte: O autor (2015)
64
Como se pode observar, o tempo e as taxas de juros fazem toda diferença no
planejamento financeiro. Poupando apenas R$ 59,50 durante 40 anos é possível conseguir
uma renda vitalícia de R$ 7 mil reais e o valor poupado não chega nem a R$ 30 mil, preço de
um carro popular hoje em dia e muito menor do que os R$ 315.000 que o João teria poupado
caso tivesse resguardado 10% do seu salário mensalmente, claro que o rendimento também
seria bem menor neste caso. E caso o João tivesse os R$ 30 mil para investir, seria possível
conseguir um montante razoável que desse para complementar o benefício recebido? A
simulação a seguir irá responder este questionamento.
Tabela 21 – Aporte único de R$ 30.000,00
TAXA DE JUROS 0,50% 0,60% 0,70% 0,80% 0,90% 1,00%
Tempo de aplicação Total (R$) Total (R$) Total (R$) Total (R$) Total (R$) Total (R$)
10 anos 54.593,31 61.486,71 69.281,16 78.024,75 87.907,00 98.989,62
20 anos 99.347,65 96.020,51 159.995,96 202.928,72 257.588,03 326.631,47
30 anos 180.790,57 258.286,22 369.490,18 527.782,08 754.793,06 1.077.770,78
40 anos 328.723,61 529.848,86 853.624,99 1.374.601,04 2.212.488,63 3.559.431,75
Fonte: O autor (2015)
Os dados apresentam que, dependendo da taxa de juros e do tempo que ela ficará
rendendo, uma aplicação única de R$ 30 mil é capaz de gerar milhares e até milhões de reais e
garantir a realização de um desejo como um bom complemento de renda para aposentadoria.
Considerando esta mesma simulação, é possível verificar qual seria o rendimento mensal que
essa aplicação única de R$ 30 mil iria gerar nas diferentes taxas de juros.
Tabela 22 – Renda obtida com aporte único de R$ 30.000,00
TAXA DE
JUROS 0,50% 0,60% 0,70% 0,80% 0,90% 1,00%
Montante
acumulado (R$) 328.723,61 529.848,86 853.624,99 1.374.601,04 2.212.488,63 3.559.431,75
Renda Vitalícia
(R$) 1.643,62 3.179,09 5.975,37 10.996,81 19.912,40 35.594,32
Fonte: O autor (2015)
Com apenas um aporte único de R$ 30.000,00 é capaz de se obter uma renda vitalícia
de R$ 35.594,32, caso se consiga um rendimento mensal dos investimentos de 1% a.m. O
tempo tem papel fundamental na construção dessas realizações, o gráfico abaixo irá
apresentar o crescimento do saldo de aplicação única de R$ 30 mil com rentabilidade de 1%
mensal.
65
Gráfico 10 – Saldo total investimentos João
Fonte: O autor (2015)
O gráfico mostra o crescimento do saldo do investimento inicial aplicação a taxa de
juros mensais de 1%. Observa-se que com 25% do prazo total do planejamento dos 480
meses, ou seja, 10 anos (120 meses) o saldo da aplicação juntamente com os juros estava na
casa dos R$ 99.011,61. Quando se estava na metade do plano, com 20 anos de aplicação, o
saldo encontrava-se em R$ 326.776,61, ao fim de 30 anos o saldo estava em R$ 1.078.489,24
e 120 meses depois, ao fim dos 40 anos de aplicação, o saldo mais que triplicou passando para
R$ 3.559.431,75, por isso a importância de se começar cedo o planejamento para essa fase da
vida.
Se o João quiser determinar logo no início do seu planejamento quanto quer receber na
aposentadoria, independente da porcentagem do seu salário que será poupado é possível
simular quanto teria que guardar mensalmente para atingir determinados valores em
determinadas taxas de juros. A tabela abaixo apresenta os valores necessários para se obter
uma renda vitalícia entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00 com diferentes taxas de juros.
R$ 0,00
R$ 250.000,00
R$ 500.000,00
R$ 750.000,00
R$ 1.000.000,00
R$ 1.250.000,00
R$ 1.500.000,00
R$ 1.750.000,00
R$ 2.000.000,00
R$ 2.250.000,00
R$ 2.500.000,00
R$ 2.750.000,00
R$ 3.000.000,00
R$ 3.250.000,00
R$ 3.500.000,00
R$ 3.750.000,00
R$ 4.000.000,001
13
25
37
49
61
73
85
97
109
121
133
145
157
169
181
193
205
217
229
241
253
265
277
289
301
313
325
337
349
361
373
385
397
409
421
433
445
457
469
Montante
Saldo (Aplicação + Juros)
66
Tabela 23 – Renda entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00
TAXA DE
JUROS 0,50% 0,60% 0,70% 0,80% 0,90% 1,00%
Renda
Pretendida (R$)
Total
(R$)
Total
(R$)
Total
(R$)
Total
(R$)
Total
(R$)
Total
(R$)
2.000,00 200,85 120,04 72,85 44,62 27,49 17,00
3.000,00 301,58 180,05 109,27 66,93 41,24 25,50
4.000,00 401,70 240,08 145,70 89,24 54,98 34,00
5.000,00 502,43 300,09 182,12 111,55 68,73 42,50
Fonte: O autor (2015)
Os valores necessários para atingir a renda vitalícia pretendida variam
substancialmente, mesmo se aplicados a mesma quantidade de meses, tudo pela influencia e
papel que os juros exercem no decorrer do tempo.
Até o momento, o planejamento de João apresenta alguns resultados até fáceis de
serem alcançados com planejamento e regularidade. Contudo, as simulações foram para
demonstrar o quanto João poderia conseguir caso não houvesse a ocorrência de impostos e
principalmente da inflação, que para Macedo Júnior (2013) é “um dos principais agentes de
corrosão do patrimônio”.
Para Cerbasi (2003) um dos pontos de maior fragilidade de um planejamento
financeiro está na inflação. A tabela a seguir irá apresentar os índices mensais e anuais
acumulados da inflação após o Plano Real até outubro de 2015.
67
Tabela 24 – IPCA – Ultimos 20 anos
Ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ACUM.
1995 1,7 1,02 1,55 2,43 2,67 2,26 2,36 0,99 0,99 1,41 1,47 1,56 22,41%
1996 1,34 1,03 0,35 1,26 1,22 1,19 1,11 0,44 0,15 0,3 0,32 0,47 9,56%
1997 1,18 0,5 0,51 0,88 0,41 0,54 0,22 -0,02 0,06 0,23 0,17 0,43 5,22%
1998 0,71 0,46 0,34 0,24 0,5 0,02 -0,12 -0,51 -0,22 0,02 -0,12 0,33 1,66%
1999 0,7 1,05 1,1 0,56 0,3 0,19 1,09 0,56 0,31 1,19 0,95 0,6 8,94%
2000 0,62 0,13 0,22 0,42 0,01 0,23 1,61 1,31 0,23 0,14 0,32 0,59 5,97%
2001 0,57 0,46 0,38 0,58 0,41 0,52 1,33 0,7 0,28 0,83 0,71 0,65 7,67%
2002 0,52 0,36 0,6 0,8 0,21 0,42 1,19 0,65 0,72 1,31 3,02 2,1 12,53%
2003 2,25 1,57 1,23 0,97 0,61 -0,15 0,2 0,34 0,78 0,29 0,34 0,52 9,30%
2004 0,76 0,61 0,47 0,37 0,51 0,71 0,91 0,69 0,33 0,44 0,69 0,86 7,60%
2005 0,58 0,59 0,61 0,87 0,49 -0,02 0,25 0,17 0,35 0,75 0,55 0,36 5,69%
2006 0,59 0,41 0,43 0,21 0,1 -0,21 0,19 0,05 0,21 0,33 0,31 0,48 3,14%
2007 0,44 0,44 0,37 0,25 0,28 0,28 0,24 0,47 0,18 0,3 0,38 0,74 4,45%
2008 0,54 0,49 0,48 0,55 0,79 0,74 0,53 0,28 0,26 0,45 0,36 0,28 5,90%
2009 0,48 0,55 0,2 0,48 0,47 0,36 0,24 0,15 0,24 0,28 0,41 0,37 4,31%
2010 0,75 0,78 0,52 0,57 0,43 0 0,01 0,04 0,45 0,75 0,83 0,63 5,90%
2011 0,83 0,8 0,79 0,77 0,47 0,15 0,16 0,37 0,53 0,43 0,52 0,5 6,50%
2012 0,56 0,45 0,21 0,64 0,36 0,08 0,43 0,41 0,57 0,59 0,6 0,79 5,84%
2013 0,86 0,6 0,47 0,55 0,37 0,26 0,03 0,24 0,35 0,57 0,54 0,92 5,91%
2014 0,55 0,69 0,92 0,67 0,46 0,4 0,01 0,25 0,57 0,42 0,51 0,78 6,41%
2015 1,24 1,22 1,32 0,71 0,74 0,79 0,62 0,22 0,54 0,82
8,52%
Fonte: IBGE
Os índices apresentados podem não parecer altos se comparados aos índices antes da
implantação do Plano Real e época da hiperinflação, contanto, para entender como a inflação
é nociva aos resultados dos investimentos, o que pudesse ser adquirido em 01/01/1995 com
R$ 100,00, se fazia necessário desembolsar R$ 404,37 em 01/01/2015 para ter o mesmo poder
de compra, um valor quatro vezes maior em um intervalo de 20 anos. Por isso para o
planejamento em longo prazo como o da aposentadoria, não podemos negligenciar os efeitos
que a inflação traz. Para Cerbasi (2003) “a inflação funciona exatamente como uma aplicação
que rende juros negativos. Se você não mexer no seu dinheiro, no mês que vem será como se
tivesse menos”.
Para entender como se calcular a inflação e também o imposto de renda, vamos ao
seguinte exemplo. Um título como o CDB está com rendimento de 1,26% a.m e deverá ser
ajustado para obter a rentabilidade real com inflação de 0,6% a.m. O cálculo segue a estrutura
abaixo:
68
Rendimento nominal do CDB = 1,6% ao mês
(-) Imposto de Renda de 20% = 0,20 x 1,6% = 0,32%
= Renda Líquida antes da inflação = 1,28% ao mês
Os 1,28% representam a taxa real que recebemos do título antes de calcular os efeitos
da inflação de 0,6%. Para saber como a inflação funciona, se obtivermos em janeiro de algum
ano 10% de inflação, no mês de fevereiro o dinheiro estará valendo 10% a menos se
comparado ao mês anterior, pois, os preços aumentaram 10%. Para fazer a correção do poder
de compra utiliza-se um fator de correção de inflação (CERBASI, 2003).
Fator de correção da inflação = (1- taxa de inflação)
No nosso exemplo de 0,6% de inflação ao mês, o cálculo será feito da seguinte forma:
Fator de valorização antes da inflação = (1+ 0,0128)
X Fator de correção da inflação = (1 - 0,006)
= Fator de ganho real = 1, 006723
Esse cálculo apresenta que após um mês o aumento real da riqueza é de 1,006723 ou
0,6723%, essa taxa de juros equivale a ganhos reais de 8,37% ao ano, que pode ser calculada
utilizando as fórmulas abaixo
Taxa de inflação mensal = (1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙)1/12 -1
Taxa de inflação anual = (1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙)12 -1
A tabela abaixo apresenta a conversão das taxas mensais para anuais utilizadas em
nossos exemplos.
Tabela 25 – Conversão taxa mensal para anual
Taxa Mensal Taxa Anual
0,50% 6,17%
0,60% 7,44%
0,70% 8,73%
0,80% 10,03%
0,90% 11,35%
1,00% 12,68%
Fonte: O autor (2015)
69
A tabela abaixo converte as taxas de juros anuais para mensais. Para efetuar
simulações que apresentem rendimentos anuais e se faça necessário obter os rendimentos
mensais, é só utilizá-la para visualizar os valores.
Tabela 26 – Conversão taxa anual para mensal
Taxa Anual Taxa Mensal
1% 0,0830%
2% 0,1652%
3% 0,2466%
4% 0,3274%
5% 0,4074%
6% 0,4868%
7% 0,5654%
8% 0,6434%
9% 0,7207%
10% 0,7974%
11% 0,8735%
12% 0,9489%
13% 1,0237%
14% 1,0979%
15% 1,1715% Fonte: O autor (2015)
Utilizando exemplos anteriores, para que João possa ter uma renda vitalícia mensal de
R$ 2.000,00 e adotando uma inflação mensal de 0,6% a.m, uma média considerando os
valores da tabela anterior do IPCA após o plano real, será analisado quanto realmente João
terá que poupar para obter ganhos reais. Para que João possa ter ganhos reais, os valores
nominais das taxas terão que ser acima da inflação que neste caso é de 0,6%.
Tabela 27 – Rendas entre R$ 2.000 e R$ 5.000,00 com inflação
TAXA DE
JUROS 0,70% 0,80% 0,90% 1,00% 1,25% 1,50%
Renda
Pretendida (R$) Total (R$) Total (R$) Total (R$) Total (R$) Total (R$) Total (R$)
2.000,00 3.272,93 1.254,45 629,78 349,78 95,20 28,21
3.000,00 4.909,40 1.881,67 944,67 524,68 142,80 45,32
4.000,00 6.545,86 2.508,90 1.259,56 699,57 190,40 56,43
5.000,00 8.182,33 3.136,12 1.574,45 874,46 238,00 73,53
Fonte: O autor (2015)
70
Observa-se que os valores são bastante diferentes quando incluímos o peso da inflação
sobre os investimentos. O gráfico abaixo apresenta a diferença entre quanto João teria que
poupar comparando os efeitos da inflação média de 0,6% a.m e os aportes mensais sem
considerar o seu efeito para uma renda vitalícia de R$ 2.000,00, como os rendimentos de
0,5% e 0,6% não conseguem vencer a inflação não foram considerados.
Gráfico 11 – Renda Vitalícia de R$ 2.000,00
Fonte: O autor (2015)
Considerando os efeitos de uma inflação média de 0,6% a.m a taxa real é de apenas
0,0994% ao mês quando os investimentos renderem 0,70% a.m e de 0,3976% a.m quando
tivermos rentabilidades nominais de 1% mensais. Como se pode observar, para vencer a
inflação os investimentos terão que ter aportes mensais maiores, independente da taxa de
juros dos rendimentos. Este exemplo considerou apenas a inflação, caso todos os
investimentos também incidência do imposto de renda de 15%, os valores dos aportes
mensais seriam maiores. A tabela a seguir exemplifica isso.
R$-
R$1.000,00
R$2.000,00
R$3.000,00
R$4.000,00
Seminflação
(R$)
Cominflação
(R$)
Seminflação
(R$)
Cominflação
(R$)
Seminflação
(R$)
Cominflação
(R$)
Seminflação
(R$)
Cominflação
(R$)
0,70% 0,70% 0,80% 0,80% 0,90% 0,90% 1,00% 1,00%
72,85
R$3.272,93
44,62
R$1.254,45
27,49 R$629,78
17,00 R$349,78
Renda Vitalícia de R$ 2.000,00
71
Tabela 28 – Rendas entre R$ 2.000 e R$ 5.000,00 com inflação e IR
TAXA DE
JUROS
Renda Pretendida
(R$) 2.000,00 3.000,00 4.000,00 5.000,00
0,80% Com IR (R$) 4.305,11 6.457,66 8.610,22 10.762,77
Sem IR (R$) 1.254,45 1.881,67 2.508,90 3.136,12
0,90% Com IR (R$) 1.672,26 2.508,39 3.344,52 4.180,65
Sem IR (R$) 629,78 944,67 1.259,56 1.574,45
1,00% Com IR (R$) 872,77 1.309,15 1.745,54 2.181,92
Sem IR (R$) 349,78 524,68 699,56 874,46
1,25% Com IR (R$) 248,74 373,12 497,48 621,86
Sem IR (R$) 95,20 142,80 190,40 238,00
1,50% Com IR (R$) 84,11 126,17 168,22 210,28
Sem IR (R$) 142,80 42,32 285,60 185,12 Fonte: O autor (2015)
Os rendimentos mensais de 0,70% conseguem vencer a inflação com uma taxa real de
0,0994% a.m, contudo, se consideramos o Imposto de Renda de 15% sobre os investimentos,
o rendimento real é de -0,0022% a.m, ou seja, o João estaria perdendo dinheiro se os seus
investimentos rendessem 0,70% ou menos por mês.
Para verificar quais taxas nominais seriam necessárias para obter os rendimentos reais
das simulações anteriores, a tabela abaixo apresenta quanto os investimentos deveriam render
para que João ganhasse da inflação, sempre considerando a inflação como 0,6% a.m e
incluindo o IR em 15%.
Tabela 29 – Conversão taxa nominal para real
Taxa nominal
mensal
Taxa
nominal
anual
Taxa Real
mensal
Taxa Real
anual
0,50% 6,17% -0,1775% -2,11%
0,60% 7,44% -0,0931% -1,11%
0,70% 8,73% -0,0086% -0,10%
0,80% 10,03% 0,0759% 0,91%
0,90% 11,35% 0,1604% 1,94%
1,00% 12,68% 0,2449% 2,98%
1,10% 14,03% 0,3294% 4,03%
1,20% 15,39% 0,4139% 5,08%
1,30% 16,77% 0,4984% 6,15%
1,40% 18,16% 0,5829% 7,22%
1,50% 19,56% 0,6674% 8,31%
1,60% 20,98% 0,7518% 9,40%
1,70% 22,42% 0,8363% 10,51%
1,80% 23,87% 0,9208% 11,63%
1,90% 25,34% 1,0053% 12,75%
2,00% 26,82% 1,0898% 13,89% Fonte: O autor (2015)
72
E para simulações anteriores é só observar as taxas dessa tabela para saber quanto
seria necessário para obter os valores das simulações de João.
Tabela 30 – Conversão taxa real para nominal
Taxa Real
mensal Taxa Real anual
Taxa nominal
mensal
Taxa nominal
anual
0,50% 6,17% 1,3020% 16,79%
0,60% 7,44% 1,4203% 18,44%
0,70% 8,73% 1,5387% 20,11%
0,80% 10,03% 1,6570% 21,80%
0,90% 11,35% 1,7754% 23,51%
1,00% 12,68% 1,8938% 25,25%
1,10% 14,03% 2,0121% 27,01%
1,20% 15,39% 2,1305% 28,78%
1,30% 16,77% 2,2488% 30,59%
1,40% 18,16% 2,3672% 32,41%
1,50% 19,56% 2,4856% 34,26%
1,60% 20,98% 2,6039% 36,13%
1,70% 22,42% 2,7223% 38,03%
1,80% 23,87% 2,8406% 39,95%
1,90% 25,34% 2,9590% 41,90%
2,00% 26,82% 3,0774% 43,87% Fonte: O autor (2015)
A leitura da tabela é bastante simples, para obter um rendimento de ganho real de
0,50% a.m é necessário que o investimento tenha valor nominal de 1,30%, que após a
incidência do IR (15%) e inflação de 0,6% a.m, o valor real do ganho está na casa de 0,50%
a.m. E como atingir essas rentabilidades apresenta em todas essas simulações e
investimentos? A tabela a seguir apresenta a rentabilidade de alguns dos principais
investimentos encontrados no mercado brasileiro com base no mês de outubro de 2015.
73
Tabela 31 – Rendimento dos Investimentos out/15
Fonte: Minhas Economias (2015)
Os dados apresentados acima mostram investimentos tanto em renda fixa
quanto em renda variável, a LCI/LCA é um bom exemplo de como o João poderia
aplicar o seu dinheiro, rendendo pouco mais de 1% a.m é um investimento simples que
não possui maiores complicações para ser posto em prática, assim como os títulos
públicos do tesouro direto e que rendem melhor que a poupança. Vale salientar que a
melhor estratégia é a diversificação e alocação dos ativos em diferentes investimentos
para minimizar os riscos e garantir melhor rentabilidade. Cerbasi (2013) indica que até
o investidor acumular R$ 50 mil não se faça diversificação em mais de dois
investimentos diferentes. Acima disso, ele recomenda ter pelo menos dois
investimentos distintos como títulos públicos e a ações ou ações e imóveis, ou ainda
ter ativos diferentes dentro de uma mesma natureza (ter ações de cinco empresas que
atuem em setores de negócios diferentes). Quando se formar um valor acima de R$
100 mil, a diversificação passaria a ser uma regra até atingir um valor razoável como
R$ 500 mil, no qual seria mais prudente, segundo ele, adotar um grau de
conservadorismo nos investimentos diversificando entre pelo menos três tipos
diferentes de investimentos.
74
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Em tempos que o uso do crédito está cada vez mais descontrolado, com juros batendo
recordes e os índices de endividamento aumentando significativamente, planejar-se
financeiramente para o presente é tarefa essencial para obter saúde financeira. As lacunas
deixadas pelo sistema público brasileiro de previdência devem ser sanadas de alguma forma e
quem não se preparar para a aposentadoria poderá pagar um preço grave no futuro.
Aliado a este cenário as projeções para os próximos anos não são nada animadoras
quando falamos sobre aposentadoria. As contas da Previdência além de não fecharem,
anualmente aumentam o rombo já existe do atual sistema com projeções da casa dos quase R$
90 bilhões para 2015. A população está envelhecendo ano após ano com expectativa que já
para 2030, chegue próximo de quase 80 anos de idade e com taxa de natalidade e o número
dos trabalhadores ativos (que arcam com os custos dos inativos) caindo consideravelmente
nas próximas décadas também temos forte instabilidade politica e econômica, alta nas taxas
de juros que influenciam diretamente no orçamento das famílias e decisões de compras. Em
um Brasil instável no presente, contar com a sorte no futuro é bastante arriscado e no mínimo
insensato. Diante disto, as torna-se necessário e até inevitável o planejamento financeiro em
longo prazo visando à aposentadoria, para garantir uma vida tranquila futuramente.
A aposentadoria no Brasil funciona com três diferentes regimes, o Regime Geral
(INSS), Regime próprio e o da Previdência Complementar. Apenas o último é facultativo e
para os regimes próprios, também conhecidos como a Previdência Pública o teto é atualmente
é de R$ 4.663,75 o que equivale a 5,91 salários mínimos hoje, em comparação a 2005 o teto
da previdência equivalia a 8,89 salários mínimos. O trabalhador que receber acima disso terá
que complementar sua renda de alguma forma caso queira manter o padrão de vida e consumo
após deixar de trabalhar.
Para solicitar aposentadoria em situações que não envolvam casos especiais, o
trabalhador terá que optar pela aposentadoria por tempo de contribuição ou idade ou ainda
sobre a nova fórmula 85/95 progressiva aprovada neste ano de 2015. Caso queira ter uma
renda extra antes desse período deverá elaborar um plano que contemple seu desejo.
Foi visto que o planejamento é uma função administrativa, é utilizado para programar
corretamente as etapas para o alcance de um determinado objetivo, como o de renda
complementar para aposentadoria. O presente trabalho foi desenvolvido a partir de um estudo
de caso do João da Silva, um trabalhador brasileiro que está planejando sua aposentadoria que
irá ocorrer daqui a 40 anos.
75
Após efetuar as diversas simulações que visassem projetar o quanto João teria no
futuro observou-se que devemos nos atentar ao tempo, quanto mais cedo iniciar nosso
planejamento melhor. Iremos viver mais e muito provavelmente trabalhar mais também para
tentar equilibrar as contas da previdência.
A partir das situações simuladas é possível constatar que não se faz necessário grandes
fortunas para poder projetar um futuro melhor. Contudo, a inflação, impostos e taxas não
podem ser negligenciados, principalmente a inflação, é uma dos principais redutoras das
finanças. Cerbasi (2013) recomenda que se atualize no máximo a cada seis meses os valores
dos aportes investido pela inflação do período.
Um bom controle orçamentário no presente se faz necessário para poder efetuar o
planejamento do futuro. No estudo apresentado, João decidiu resguardar 10% de tudo que
recebe mensalmente pensando em longo prazo usufruir com liberdade esse regime financeiro
que fez durante sua vida. Para o planejamento não há segredo, ou se ganha mais ou se gasta
menos ou concomitante se faz pratica as duas situações. Uma vida mais regrada hoje pode ser
a chave da liberdade amanhã, uma vida mais educada financeiramente é saudável em todos os
aspectos.
Como o João fez, o objetivo de se planejar financeiramente para o futuro deve ser um
dos objetivos de vida para todos para assim não cair nas estatísticas como a que oito em cada
10 brasileiros não sabem como controlar as próprias despesas ou a que apresentou que mais
da metade da população de idosos brasileiros não possuem nenhuma reserva financeira. Logo,
se faz necessário utilizar a educação para resolver esses problemas encontrados atualmente na
população brasileira para que ocorra uma maior conscientização da sociedade para
importância de controlar suas finanças pessoais e pensar no futuro.
O propósito deste trabalho também foi despertar o interesse e destacar a importância
pelo estudo das finanças pessoais e motivar para que mais pessoas se preocupem com o futuro
e possam realização seus sonhos e desejos que muitas vezes não são alcançados por falta de
dinheiro. Como sugestão, recomendo para pesquisas futuras a busca de como difundir a
educação financeira no país e conscientizar a população da importância de se realizar um
planejamento.
76
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