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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN` SILVIA SCHMIDLIN KEIL CRESCIMENTO, NUTRI˙ˆO E COMPOSI˙ˆO DO LEO ESSENCIAL DE SASSAFR`S SUBMETIDO FERTILIZA˙ˆO E OMISSˆO DE NUTRIENTES CURITIBA 2007 pdfMachine Is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Produce quality PDF files in seconds and preserve the integrity of your original documents. Compatible across nearly all Windows platforms, if you can print from a windows application you can use pdfMachine. Get yours now!

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  • 1

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    SILVIA SCHMIDLIN KEIL

    CRESCIMENTO, NUTRIO E COMPOSIO DO LEO ESSENCIAL DE

    SASSAFRS SUBMETIDO FERTILIZAO E OMISSO DE NUTRIENTES

    CURITIBA

    2007

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  • 2

    SILVIA SCHMIDLIN KEIL

    CRESCIMENTO, NUTRIO E COMPOSIO DO LEO ESSENCIAL DE

    SASSAFRS SUBMETIDO FERTILIZAO E OMISSO DE NUTRIENTES

    Tese apresentada como requisito parcial obteno do grau de doutor em Engenharia

    Florestal, rea de Concentrao:Silvicultura do Setor de Cincias Agrrias da Universidade

    Federal do Paran.

    Orientador: Prof. Dr.Carlos Bruno Reissmann Co-orientador : Prof. Dr. Sylvio Pellico Neto

    CURITIBA

    2007

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    Agradecimento

    Ao Professor Dr. Carlos Bruno Reissmann, a quem devo este desafio, pela

    orientao, confiana, ateno e acima de tudo, pelo grande ser humano e amigo

    compreensivo nas horas mais difceis.

    Ao Professor Dr Sylvio Pllico Netto, Decano do Centro de Cincias

    Agrrias e Ambientais e coordenador do Projeto Sassafrs, que oportunizou este trabalho, a

    instalao do experimento, orientou e acreditou no meu trabalho.

    Pontifcia Universidade Catlica do Paran PUCPR, local onde exero

    minhas atividades profissionais, pela concesso da rea experimental e plantas necessrias

    para o estudo em casa de vegetao e aos professores do Curso de Biologia que foram mais do

    que companheiros de trabalho foram amigos em todos os momentos.

    Ao Professor Joo Oleynik, Vice-reitor da PUCPR, que com todas as suas

    responsabilidades teve tempo para dar o apoio e compreenso nos momentos de dificuldade.

    Aos amigos, Engo Madeireiro Erlon Cortizo Roehrig e Engo Agrnomo

    Mrcio Coelho, que incansavelmente auxiliaram em todos os momentos dos trabalhos de

    campo e laboratrio, meu eterno agradecimento, reconhecimento e amizade.

    UFPR, local onde cresci profissionalmente e aprendi a amar a natureza e

    aos professores pelo aprendizado.

    Ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia Florestal da UFPR, por me

    ter proporcionado esta oportunidade.

    coordenadora do Curso de Ps-graduao, Professora Dra.Graziela Ins

    Bolzon de Muniz pela compreenso perante as dificuldades, principalmente nos momentos

    delicados de sade e ao funcionrio Reinaldo Pinheiro por toda dedicao, ateno e

    responsabilidade.

    Ao professor Dr. Renato Marques que gentilmente permitiu e a realizao

    das anlises foliares necessrias e aos funcionrios e amigos do laboratrio de Nutrio de

    Plantas, Roberto e Aldair, pelo auxlio laboratorial.

    Aos professores Dr. Flvio Zaneti e Luiz Antonio Biasi que, mesmo

    desconhecendo o teor do projeto, disponibilizaram a casa de vegetao para o experimento.

    professora e amiga Slvia R. P. Gomes, companheira de trabalho e

    pesquisa, pelas sugestes e auxilio para a compreenso botnica e poda.

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    Aos ento estagirios, hoje amigos e profissionais Eduardo Girard, Eoroclito

    Tesseroli Neto e Raphael Stedile, que sempre dispostos e atenciosos, muito colaboraram nas

    fases experimentais, lembrarei todos os momentos com carinho e saudades.

    Aos funcionrios da Usina Piloto da PUCPR, que se tornaram amigos,

    Claudemir P. de Azevedo, Manoel S.de Souza, Valdivino Ferreira e Agostinho Honorato,

    sempre atenciosos e solcitos.

    bibliotecria Lucieli Ianino Silva, que no poupou esforos para a

    realizao da pesquisa bibliogrfica e correes, meu agradecimento e amizade.

    Meu eterno agradecimento, principalmente aos meus filhos, Rodrigo e

    Alexandre, que alm de estarem presentes em todas as etapas com o amor, carinho e

    compreenso, apoiaram, auxiliaram, incentivaram e confiaram, dando foras para chegar at

    aqui.

    Aos meus pais, exemplo de vida, que ensinaram a lutar, a no desanimar e a

    sonhar e ao meu esposo pela pacincia nos momentos de ausncia.

    A Deus, embora no possa ser visto ou tocado, sei que sem Sua mo

    protetora no teria percorrido este caminho.

    Meu muito obrigado a todos que indiretamente, mas no com menor

    importncia, contriburam para realizao deste trabalho, amigos, irms e cunhados.

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  • 5

    Sem o apoio e a presena constante daqueles que so a verdadeira razo para tudo que fao,com certeza no teria chegado at aqui.

    Aos meus filhos Rodrigo e Alexandre dedico este trabalho com muito carinho.

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    "O valor das coisas no est no tempo que elas

    duram, mas na intensidade com que acontecem.

    Por isso existem momentos inesquecveis, coisas

    inexplicveis e pessoas incomparveis"

    Fernando Pessoa

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  • 7

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Aspecto geral da rvore de O. odorifera, municpio de Fazenda Rio Grande, PR............................................................................................................................ 15

    Figura 2.1 - Ocotea odorifera aps 2 e 12 meses em casa de vegetao................................. 43

    Figura 2.2 - Poda em casa de vegetao................................................................................. 47

    Figura 2.3 - Ramo sem rebrota aps poda............................................................................... 47

    Figura 2.4 - Correlao entre altura e dimetro da Ocotea odorifera aps 24 meses em casa

    de vegetao.......................................................................................................... 49

    Figura 2.5 - Rebrota aps estresse........................................................................................... 50

    Figura 2.6 - Relao massa seca sistema radicular/ massa seca parte area (MSSR/ MSPA), com base no peso de matria seca em plantas de sassafrs submetidas a tratamentos com omisso de nutrientes................................................................ 51

    Figura 2.7 - Aspecto alongado e desuniforme das folhas de Ocotea odorifera quando o Zn foi omitido............................................................................................................. 53

    Figura 2.8 - Correlao entre massa seca da parte area (MSPA) e a relao N/P da Ocotea odorifera................................................................................................................ 54

    Figura 2.9 - Dano em folhas de Ocotea odorifera causado por mosca branca em casa de vegetao.............................................................................................................. 55

    Figura 2.10 - Trialeurodes vaporariorum................................................................................ 55

    Figura 2.11 - Correlao entre massa seca da parte area (MSPA) e a relao P/Zn da Ocotea odorifera.............................................................................................................. 56

    Figura 2.12 - Correlao entre MSPA (g) e Fe (mg/kg) para a Ocotea odorifera................... 57

    Figura 2.13 - Correlao entre MSPA (g) e Mn(mg/kg) para a Ocotea odorifera.................. 57

    Figura 3.1 - Localizao da rea experimental........................................................................ 62

    Figura 3.2 - Experimento em floresta natural.......................................................................... 63

    Figura 3.3 - Raiz de Ocotea odorifera em soluo com azul de metileno............................... 65

    Figura 3.4 - Poda no campo: tesoura de poda com cabo extensor........................................... 68

    Figura 3.5 - Extrao do leo essencial................................................................................... 70

    Figura 3.6 - leo essencial verde............................................................................................. 74

    Figura 3.7 - Cromatogramas das amostras da primavera: Controle, Adubao completa e Omisso de N da Ocotea odorifera....................................................................... 77

    Figura 3.8 - Cromatogramas das amostras da primavera: Omisso de P; Omisso de K e Omisso de Ca da Ocotea odorifera..................................................................... 78

    Figura 3.9 - Cromatogramas das amostras da primavera: Omisso de Mg; Omisso de S e Omisso de B da Ocotea odorifera....................................................................... 79

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  • 8

    Figura 3.10 - Cromatogramas das amostras da primavera: Omisso de Zn e Adubao orgnica da Ocotea odorifera............................................................................. 80

    Figura 3.11 - Espectros de massa do -pineno(1), canfeno (2), mirceno(3), -pineno (4) e - felandreno (5) do leo das folhas da primavera de Ocotea odorifera................. 81

    Figura 3.12 - Espectros de massa do p-cimeno(1), o-cimeno (2),limoneno(3),-terpineol (4) e linalol (5) do leo das folhas da primavera de Ocotea odorifera..................... 82 Figura 3.13 - Espectros de massa da cnfora (1), safrol (2), germacreno (3), espatulenol (4) e globulol (5) do leo das folhas da primavera de Ocotea odorifera.................... 83 Figura 3.14 - Teor percentual de Safrol e Cnfora nas folhas de Ocotea odorifera................ 86

    Figura 3.15 - Correlao entre o teor de safrol (%) e o teor de Zn e B das folhas de Ocotea odorifera............................................................................................................... 87

    Figura 3.16 - Correlao entre o teor de safrol (%) e o teor de Cu......................................... .88

    Figura 3.17 - Correlao entre o teor de safrol (%) e a relao Fe/Mn das folhas de Ocotea odorifera.............................................................................................................. 89

    Figura 3.18 - Rebrota aps poda campo.................................................................................. 90

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1 - Resultados analticos do solo do viveiro de Tijucas do Sul utilizado nos vasos, antes da fertilizao.............................................................................................. 43

    Tabela 2.2 - Anlise qumica do solo para os tratamentos aps a aplicao dos tratamentos com a tcnica do nutriente faltante....................................................................... 44

    Tabela 2.3 - Quantidade utilizada de nutriente para cada tratamento em mg.kg-1de solo....... 44

    Tabela 2.4 - Altura, dimetro do colo (DC), relao altura (H)/dimetro do colo (DC), matria seca da parte area (MSPA) e massa seca do sistema radicular (MSSR), massa seca total(MST) e relao raiz/parte area (MSSR/MSPA) de mudas de Ocotea odorifera em funo da omisso de nutrientes, aps 24 meses em casa de vegetao.............................................................................................................. 48

    Tabela 2.5 - Composio mineral das folhas, da primavera, das plantas de Ocotea odorifera conduzidas em casa de vegetao........................................................................ 53

    Tabela 3.1 - Resultados analticos do solo da floresta da Fazenda Experimental Gralha Azul....................................................................................................................... 64

    Tabela 3.2 - Quantidade utilizada de nutriente para cada tratamento em mg.kg-1 de solo...... 66

    Tabela 3.3 - Composio mineral das folhas da primavera de Ocotea odorifera coletadas no municpio de Fazenda Rio Grande nos diferentes tratamentos avaliados............ 72

    Tabela 3.4 - Composio percentual do leo essencial das folhas da primavera da Ocotea odorifera, para os tratamentos: controle (solo natural), completo (macro e micro- nutrientes), omisso de N (-N), omisso de P (-P), omisso K (-K), omisso de Ca (-Ca), omisso de Mg (-Mg), omisso de S (-S), omisso de B (-B), omisso Zn (-Zn) e com adubao orgnica (esterco bovino curtido)................................. 76

    Tabela 3.5 - Composio mineral das folhas das plantas de Ocotea odorifera do tratamento controle, conduzidas em casa de (CV) e na floresta (F)...................................... 90

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Relaes biogenticas entre os alcalides da famlia Lauraceae.......................... 21

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  • 10

    LISTA DE ABREVIATURAS

    CCD - cromatografia em camada delgada

    DC - dimetro do colo

    GC/MS - cromatografia massa/ espectrometria de massa

    H - altura

    MSPA - massa seca parte area

    MSSR - massa seca do sistema radicular

    MST - massa seca total

    m/z - razo entre massa e carga

    Rf - fator de reteno

    RMN - ressonncia magntica nuclear

    p.a. - puro para anlise

    VIS - visvel

    UV- ultra violeta

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  • 11

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................05 LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................07 LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................07 LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................................08 RESUMO .................................................................................................................................13 ABSTRACT .............................................................................................................................14 CAPTULO 1 ...........................................................................................................................18 1.1 Consideraes gerais e distribuio geogrfica da Ocotea odorifera ...............................18 1.2 leo essencial.....................................................................................................................20 1.2.1 Importncia econmica do leo essencial da Ocotea odorfera ......................................20 1.2.2 Perfil qumico das Lauraceaes ........................................................................................22 1.2.2.1 Nitrofeniletano .............................................................................................................22 1.2.2.2 Alcalides .....................................................................................................................22 1.2.2.3 Arilpropanoides ............................................................................................................23 1.2.2.4 Benzoatos .....................................................................................................................23 1.2.2.5 Pironas ..........................................................................................................................23 1.2.2.6 Terpenoides ..................................................................................................................24 1.2.3 Composio do leo essencial das Lauraceaes...............................................................24 1.3 leo essencial e Adubao ...............................................................................................26 1.4 Fertilidade do solo e nutrio de espcies nativas ............................................................28 1.4.1 Fertilidade do solo ...........................................................................................................28 1.5 Funo dos minerais .........................................................................................................32 1.5.1 Nitrognio........................................................................................................................33 1.5.2 Fsforo ............................................................................................................................33 1.5.3 Potssio............................................................................................................................34 1.5.4 Clcio ..............................................................................................................................34 1.5.5 Magnsio .........................................................................................................................34 1.5.6 Enxofre ............................................................................................................................35 1.5.7 Boro .................................................................................................................................35 1.5.8 Ferro ................................................................................................................................36 1.5.9 Mangans ........................................................................................................................36 1.5.10 Zinco..............................................................................................................................36 1.5.11 Cobre .............................................................................................................................37 1.6 Literatura Citada ...............................................................................................................37 CAPTULO 2 ...........................................................................................................................43 2. 1 Introduo ......................................................................................................................43 2.2 Materiais e Mtodos .........................................................................................................44 2.2.1 Localizao do experimento............................................................................................44 2.2.2 Fertilizao ......................................................................................................................45 2.2.3 Anlise Foliar ..................................................................................................................48 2.2.4 Biomassa Vegetal ............................................................................................................49 2.2.5 Anlise Estatstica ...........................................................................................................49 2.3 Resultados e Discusso.....................................................................................................50 2.3.1 Desenvolvimento em altura, dimetro do colo e biomassa .............................................50 2.4 Consideraes finais .........................................................................................................60 2.5 Concluses........................................................................................................................60 2.6 Referncias citadas ...........................................................................................................61

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  • 12

    CAPTULO 3 ...........................................................................................................................63 3.1 Introduo .........................................................................................................................63 3.2 Materiais e Mtodos .........................................................................................................64 3.2.1 Localizao, Clima e Solo da rea Experimental...........................................................64 3.2.2 Fertilizao .....................................................................................................................66 3.2.3 Anlise Foliar ..................................................................................................................69 3.2.3.1 Anlise qumica foliar ..................................................................................................70 3.2.3.2 Anlise do leo essencial ............................................................................................71 3.2.3.2.1 Extrao do leo essencial .......................................................................................71 3.2.3.2.2 Anlise dos componentes do leo essencial.............................................................72 3.2.3.2.3 Cromatografia em camada delgada ...........................................................................72 3.2.3.2.4 Cromatografia capilar de alta resoluo acoplada a um detector de massas............73 3.2.4 Anlise Estatstica ...........................................................................................................73 3.3 Resultados e Discusso.....................................................................................................74 3.3.1 Composio mineral das folhas de Ocotea odorifera .....................................................74 3.3.2 leo essencial.................................................................................................................76 3.3.2.1 Colorao e densidade do leo essencial .....................................................................76 3.3.2.2 Constituintes do leo essencial ...................................................................................77 3.4 Consideraes finais .........................................................................................................93 3.5 Concluses........................................................................................................................93 3.6 Literatura citada................................................................................................................94

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  • 13

    RESUMO

    O presente trabalho teve por objetivo avaliar os aspectos nutricionais e o efeito da fertilizao e da omisso de nutrientes no desenvolvimento de plntulas de canela sassafrs (Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer) e na composio do leo essencial extrado das folhas da planta. O experimento foi conduzido em casa de vegetao e floresta natural durante 24 meses, constando de 11 tratamentos e cinco repeties, com coletas sazonais, sendo utilizado o material obtido na primavera para as anlises nutricionais e de leo essencial. Os tratamentos consistiram de controle (solo natural), adubao completa (N, P, K, Ca, Mg, S, Zn, B), adubao com omisso individual de nutrientes (-N, -P, -K, -Ca, -Mg, -S, -B, -Zn) e tratamento com adubao orgnica (esterco bovino curtido). Para o experimento em casa de vegetao foram utilizados vasos com solo de baixa fertilidade natural e plntulas de canela sassafrs oriundas de regenerao natural dispostos em delineamento estatstico inteiramente casualizado. Para o experimento em casa de vegetao foram avaliados desenvolvimento em altura, dimetro do colo e biomassa. O experimento em floresta foi conduzido na Fazenda Experimental da PUCPR, no municpio de Fazenda Rio Grande, sendo utilizadas 55 rvores adultas com DAP maior ou igual a 10 cm e idade aproximada entre 15 e 20 anos, sendo avaliada a composio do leo essencial extrado das folhas da canela sassafrs. Concluiu-se que para o crescimento em altura da canela sassafrs, o nutriente mais limitante foi o enxofre e para o dimetro do colo foi a fertilizao com macro e micronutrientes, embora no tenha havido diferena significativa entre os tratamentos. A massa seca radicular foi reduzida quando da fertilizao com macro e micronutrientes e a massa seca area quando se omitiu N e P. A adubao orgnica demonstrou ser eficiente, tanto para o incremento em altura, quanto para a produo de massa foliar. Os principais componentes do leo essencial extrado das folhas de Ocotea odorifera foram o safrol e a cnfora, com teores variando entre 28-74% e 1,13-33,81%, respectivamente. Para a composio do leo essencial, o K, Mg, B e Zn afetaram a produo de safrol. A omisso do Zn aumentou o teor de safrol, enquanto a do P reduziu a percentagem de cnfora, que foi ausente no tratamento que sofreu omisso de zinco.

    Palavras-chave: Ocotea odorifera, safrol, omisso de nutriente.

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  • 14

    ABSTRACT

    The present paper has as objective the evaluation of the nutritional aspects, fertilization effect and omission of nutrients in the plants grow of canela sassafras (Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer) and in the composition of essential oil extract of the plant leaves. The experiment was conducted in a vegetation house and in a natural forest for 24 months, consisting of 11 treatments and five repetitions, with seasonal collections, using the springer material to nutrition and essential oil analyses. The treatments consisted of control (natural soil), complete fertilization (N, P, K, Ca, Mg, S, Zn and B), fertilization with individual nutrients omission (-N, -P, -K, -Ca, -Mg, -S, -B, -Zn) and organic fertilization (bovine manure). For the experiment in the vegetation house, natural fertility soil and plants of cinnamon sassafras originally from natural regeneration dispossess in causality statistical delineation were utilized. For the vegetation house experiment, plants height, diameter length and biomass were evaluated. The experiment in forest took place in the experimental farm of PUCPR, located in the municipal district of Fazenda Rio Grande-PR, using 55 trees with greater or equal to the 10cm of the DAP and age between 15 and 20 years old, evaluating the oil composition extracted of cinnamon sassafras leaves. It was concluded that, to the development in height of the cinnamon sassafras, the more limited nutrient were sulphur and to the diameter length was the fertilization with macro and micronutrients, but there was no significant difference between the treatments. The roots dry mass reduced when used macro and micronutrients fertilization, and the dry mass of the aerial part with the omission of N and P. The organic fertilization demonstrated to be efficient, so much for the increment in height, as for the production of foliar mass. The main components of essential oil extract of the Ocotea odorifera leaves were safrole and camphor, with tenors varying between 28-74% and 1,13-33,81%, respectively. For the composition of the essential oil the K, Mg, B and Zn affected production of safrole. The omission of Zn increased the safrole content, while the one of P reduced the camphor percentage, which was absent in the treatment that suffered omission of zinc.

    Word-key: Ocotea odorifera, safrol, nutrient omission.

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  • 15

    Introduo geral

    Durante muitos anos a exuberncia das florestas e a amplitude territorial do

    Brasil, levavam a supor que o potencial de recursos florestais era ilimitado, entretanto a

    explorao sistemtica, ou mesmo a sua substituio por outras culturas, aliado ao processo de

    colonizao do Brasil, revelou um quadro de desmatamento indiscriminado.

    At o incio da dcada de 90, o Brasil era o principal produtor de safrol

    (leo essencial) extrado da canela sassafrs no sul do pas, tendo ampla disperso no Estado

    do Paran, ocorrendo na Floresta Atlntica, nas florestas com Araucria e nas formaes

    tropicais do norte do Estado. Entretanto, a explorao extrativista da canela sassafrs, sem um

    manejo adequado, fez com que a espcie fosse includa na lista oficial de espcies brasileiras

    ameaadas de extino, fato que motivou os rgos ambientais a proibir sua explorao

    (BRASIL, 1992).

    A Ocotea odorifera (Figura 1), conhecida popularmente como canela

    sassafrs, possui fatores de produo e disperso que segundo Auer e Graa (1995) dificultam

    a sua regenerao natural como: a produo irregular e baixo vigor de sementes, predao dos

    frutos e sementes por pssaros e insetos e apodrecimento das sementes por fungos, portanto, o

    uso sustentado fundamental para a preservao da espcie.

    A dificuldade para um manejo sustentado, de forma adequada, da canela

    sassafrs, bem como para as florestas naturais, de um modo geral, devido ao fato de no ter

    seus mecanismos de sustentao totalmente conhecidos, motivo pelo qual os trabalhos

    levantados so de diversas espcies nativas e no especificamente nutrio da O. odorifera,

    uma vez que no temos estudos para essa espcie.

    O manejo de florestas voltado no s para a indstria madeireira, mas

    tambm para a extrao de leo essencial de forma sustentvel, vem de encontro com as

    necessidades econmicas e sociais do pas. Uma vez que as indstrias de papel e celulose,

    carvo vegetal, madeira serrada, chapas, aglomerados, resinas e leos essenciais constituem

    os setores florestais brasileiro, responsveis por dois milhes de empregos diretos e indiretos

    (SILVEIRA; GAVA, 2003).

    Segundo IBGE (2007), a produo primria florestal do Pas, em 2005,

    somou pouco mais de 10 bilhes de reais, dos quais 66,4% provieram da silvicultura e 33,6%

    do extrativismo vegetal. O destaque de incremento de produo entre os anos de 2004 e 2005

    foi a produo de folhas de eucalipto para a extrao de leo essencial, que passou de 33.572

    toneladas para 889.138 toneladas. Entretanto, madeiras nobres no mercado e mesmo nas

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  • 16

    florestas so escassas. A expanso do mercado consumidor de leo de madeira de sassafrs

    (safrol) e a proibio do corte das rvores nativas remanescentes, aliada a grande importncia

    ambiental, demonstram a relevncia da conservao da canela sassafrs no contexto da

    biodiversidade brasileira e asseguram a necessidade de desenvolvimento de pesquisas com

    espcies florestais nativas que busquem a reverso do quadro atual, mediante reflorestamentos

    e alternativas de manejo sustentvel, que permitam a extrao do leo essencial sem o corte

    da rvore, ou seja, extrao do leo da rea foliar.

    O presente trabalho teve como objetivo estudar a influncia da omisso de

    nutrientes e fertilizao na composio do leo extrado de plantas adultas de Ocotea

    odorifera do Municpio de Fazenda Rio Grande, e sobre o crescimento e produo de

    biomassa de plntulas conduzidas em casa de vegetao, tendo como substrato solo de baixa

    disponibilidade nutricional.

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  • 17

    Figura 1 - Aspecto geral da rvore de O. odorifera, municpio de Fazenda Rio Grande, PR

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  • 18

    CAPTULO 1

    CANELA SASSAFRAS - POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS NUTRICIONAIS DE

    ESPCIES FLORESTAIS NATIVAS

    1.1 Consideraes gerais e distribuio geogrfica da Ocotea odorifera

    A famlia Lauraceae tem grande importncia no ecossistema florestal, sendo

    encontrada tanto nas regies tropicais, quanto subtropicais.

    Marques (2001), estudando a importncia das Lauraceas, levantou 52

    espcies que apresentam uma grande diversidade de usos, com destaque as que possuem

    utilizao medicinal e na indstria, sendo que os gneros Aniba, Nectandra e Ocotea

    apresentaram o maior nmero de espcies de interesse econmico.

    O autor menciona que O. odorifera (Nees), identificada em Santa Catarina

    em 1939, ficou sendo conhecida como canela-sassafrs, devido ao leo extrado dela ser

    semelhante ao da espcie Sassafras albidum Nutt, tpica da Amrica do Norte que tem como

    componente principal o safrol.

    Segundo Rizzini (1971), o gnero Ocotea, detm cerca de 300 espcies que

    ocorrem principalmente na Amrica tropical. As duas espcies brasileiras de maior

    importncia econmica so Ocotea porosa (imbua), que ocorre em Minas Gerais, Rio de

    Janeiro, So Paulo, Paran e Santa Catarina e Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer, conhecida

    popularmente por sassafrs brasileiro no Paran e Santa Catarina (VATTIMO, 1980).

    Segundo Carvalho (1994), a Ocotea odorifera conhecida popularmente

    por Canela-sassafrs (PR, SC), Canela-cheirosa, Canela-funcho (SP), Canela-parda, Sassafrs

    brasileiro e Louro cheiroso.

    Na floresta a canela sassafrs, atinge 25 m de altura e 120 cm de dimetro

    altura do peito (DAP), mas normalmente no ultrapassa de 8-16 m de altura e 30-50 cm de

    DAP no descampado, inclusive, no cerrado assume hbito particular: tronco curto e copa

    baixa, esfrica e fechada, no ultrapassando 10 m de altura (RIZZINI, 1971). Ocorre na

    Floresta Ombrfila Densa (Floresta Atlntica), do sul da Bahia (15oS) ao Rio Grande do Sul

    (29o50S). Observada com relativa freqncia nos campos de altitude da serra da Mantiqueira

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  • 19

    em Minas Gerais e So Paulo e nas matas de pinhais do Paran, Santa Catarina e Rio Grande

    do Sul (LORENZI, 1992).

    A ocorrncia da canela sassafrs se d em diferentes faixas de altitude, entre

    10 e 1200 m, portanto sujeita a diferentes regimes pluviomtricos, que vo de 1200 a 2000

    mm de mdia anual e temperatura mdia anual entre 12 e 23oC. Segundo a classificao

    climtica de Koeppen enquadra-se como tropical (Af e Aw); subtropical mido (Cfa);

    temperado mido (Cfb) e subtropical de altitude (Cwa e Cwb) (CARVALHO, 1994). A

    disperso da Ocotea odorifera irregular e descontnua, constituindo densos povoamentos em

    algumas reas e em outras rara (CARVALHO, 1994). Para Kageyama et al. (2003) a ampla

    disperso geogrfica um indicativo de que a espcie possa apresentar altos nveis de

    diversidade gentica entre as populaes em comparao mdia das espcies arbreas

    tropicais o que lhe pode conferir a capacidade de ocupar diferentes habitats. Pllico Neto e

    Weber (2004) avaliando o comportamento da regenerao natural do sassafrs no municpio

    de Fazenda Rio Grande, Paran, regio metropolitana de Curitiba, observaram uma

    mortalidade acentuada medida que aumenta a competio com outras espcies e concluram

    que embora exista uma grande quantidade de plantas no incio da regenerao natural, apenas

    uma atingir a idade adulta para cada matriz produtora de semente.

    A canela sassafrs floresce em diferentes pocas do ano, predominando nos

    meses de agosto a setembro e a maturao dos frutos tambm varivel, mas com maior

    intensidade nos meses de abril a junho (LORENZI, 1992).

    Quinet e Andreata (2002) mencionam que no Rio de Janeiro o florescimento

    ocorre nos meses de fevereiro, outubro e dezembro e a frutificao em maio e novembro.

    A Ocotea odorifera uma planta adaptada a crescimento no interior da mata

    mida e sombria, tendo desenvolvimento relativamente lento, principalmente nos primeiros

    anos, ou seja, exige de baixa a mdia intensidade de sombreamento quando jovem,

    demonstrando crescimento, forma e sobrevivncia satisfatrios quando em plantio misto, em

    pleno sol e em solo frtil (CARVALHO, 1994, 2003).

    Cetnarski Filho (2003), em estudos realizados no Municpio de Tijucas do

    Sul - PR, concluiu que plantas de regenerao natural conduzidas em viveiro por 120 dias so

    uma alternativa vivel para o plantio de sassafrs, uma vez que apresentaram maiores ndices

    de sobrevivncia quando submetidas a tratamentos com sombreamento.

    Segundo Lorenzi (2002), o sassafrs prefere o alto das encostas de solos

    rasos e de rpida drenagem. Nas formaes campestres de altitude seu tronco curto e a

    planta mais baixa (10 m), com a copa bem arredondada (CARVALHO, 1994).

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  • 20

    O crescimento da canela-sassafrs muito lento. Em Campo Mouro, PR a

    produo volumtrica obtida por valores individuais com casca foi de 2,45 m3.ha-1.ano-1,

    portanto considerada problemtica para a indstria madeireira (EMBRAPA, 2005).

    A produo das primeiras sementes varivel entre plantas matrizes e entre

    regies, contudo, o incio do perodo reprodutivo ocorre em mdia entre os 25 e 40 anos, o

    que significa na prtica dificuldade para obteno de mudas que possam garantir a

    manuteno da espcie (SILVA et al., 2001). Carvalho (2003) menciona que sua frutificao

    irregular ocorrendo possivelmente em anos alternados. Em plantios experimentais, no

    centro-oeste do Paran, a frutificao em solo de fertilidade qumica elevada, teve incio 11

    anos aps o plantio.

    Devido ao interesse econmico e a espcie estar ameaada de extino,

    mtodos de propagao esto sendo testados para auxiliar a conservao e preservao

    gentica da espcie, embora sua reproduo em viveiro seja considerada problemtica

    (EMBRAPA, 2005).

    1.2 leo essencial

    1.2.1 Importncia econmica do leo essencial da Ocotea odorfera

    Documentos da China de 2800 a.C j mencionavam o uso do leo de

    Cinnamomum camphora (L.) J. Presl. e de outras espcies do gnero na medicina,

    demonstrando o potencial econmico das espcies dessa famlia (MARQUES, 2001).

    A Ocotea odorifera de maneira geral, possui leo essencial de interesse

    industrial como substituto do leo de sassafrs americano extrado da planta Sassafras

    officinalis T. Ness & C.H. Ebern. O principal leo essencial encontrado na espcie brasileira,

    praticamente em todas as regies de ocorrncia, o metileugenol, exceto no Sul do Brasil

    onde o leo essencial contm safrol (RIZZINI, 1971).

    O safrol (1,2-metileno dioxi 4 alil-benzeno) um derivado alilbenznico

    oxigenado que pode ser considerado um dos mais abundantes componentes qumicos dos

    leos essenciais brasileiros (YUNES; CALIXTO, 2001). Com frmula molecular C10H10O2 , e

    peso molecular de 162,18, um ter fenlico do grupo dos anilpropanides com ponto de

    ebulio de 232C - 235C. um lquido levemente amarelo de odor caracterstico, insolvel

    em gua e solvel em solventes orgnicos, tais como etanol, clorofrmio e ter etlico.

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  • 21

    O safrol, principal componente do leo de sassafrs, largamente utilizado

    por vrios segmentos da indstria e tem alcanado altas cotaes no mercado. Trata-se de um

    componente qumico aromtico que ocorre naturalmente, sendo empregado pela indstria

    qumica como matria-prima na manufatura de heliotropina, importante fixador das

    fragrncias e de butxido de piperonila (PBO), usado como agente sinergtico nos inseticidas

    naturais, como o piretrum (FAO, 1995).

    A matria prima para obteno industrial do leo essencial de sassafrs at

    1991, era obtida da madeira das rvores derrubadas, quando o IBAMA (Instituto Brasileiro do

    Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis) proibiu a explorao das rvores nativas

    remanescentes, dessa forma cessando, pelo menos temporariamente, a produo brasileira de

    leo essencial de sassafrs.

    Em 1992 o Governo Brasileiro, atravs da Secretaria do Meio Ambiente

    IBAMA, decretou a Portaria No 06 N de 15 de janeiro de 1992, que incluiu o sassafrs na

    Lista Oficial de Espcies da Flora Brasileira Ameaadas de Extino, inserindo-o na

    categoria: em perigo. Porm, a partir de 1996, a Portaria inter-institucional No 01, de 04 de

    junho de 1996, editada pelo IBAMA, Governo do Estado de Santa Catarina e da Fundao do

    Meio Ambiente (FATMA) de 30 de junho de 1996, no Art.1o, legalizou a explorao de

    florestas nativas, nas reas cobertas por vegetao primria ou secundria nos estgios

    avanado e mdio de regenerao no Estado de Santa Catarina. A referida portaria viabilizou

    a explorao da madeira de sassafrs sob a forma de corte seletivo mediante manejo florestal

    sustentvel (OLTRAMARI et al., 2002).

    A proibio do governo brasileiro de explorar o sassafrs em matas

    primrias da Floresta Atlntica forou o Brasil a importar o leo essencial (safrol) da China e

    do Vietn, no entanto, vale lembrar que a produo desses pases no atende demanda

    internacional. Em 1986 o Brasil exportou 1582 toneladas reduzindo para 280 toneladas em

    1990 (FAO, 1995).

    A demanda por safrol crescente e a oferta cada vez mais reduzida. O

    consumo atual da ordem de 3 mil toneladas/ano e a produo de piperonal e butxido de

    piperonila concorrem com 75% deste consumo. O Brasil j foi o maior produtor mundial de

    safrol e o preo no mercado internacional US$ 15,00 o quilo (AMARAL; MATOS, 2007).

    Atualmente, o piperonal fabricado principalmente no Japo, na China, no

    Vietn e na Espanha. A Itlia e o Japo so os principais produtores de butxido de

    piperonila, sendo os Estados Unidos o maior mercado para outros produtos derivados do

    safrol.

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  • 22

    A produo de leo de safrol da China obtida pela destilao da madeira

    de espcies Cinnamomen (Lauraceas) de corte de rvores nativas, enquanto que no Vietn so

    utilizados troncos e razes de rvores mortas. Em ambos os casos, existem o risco de extino

    da espcie (AMARAL; MATOS, 2007).

    Na busca de uma soluo para a crise econmica do leo de sassafrs, a

    PUCPR com o apoio do PROBIO (Projeto de Conservao e Utilizao Sustentvel da

    Diversidade Biolgica), pesquisou a extrao do leo das folhas e ramos obtidos com a poda

    das rvores, constatando que so necessrias dez rvores para a mesma quantia de leo de

    uma rvore cortada. Entretanto, tem-se a vantagem de que as rvores podadas continuam na

    mata e dentro de um plano de manejo sustentado e podero produzir biomassa vegetal nos

    prximos anos (GAZETA DO POVO, 2005).

    O valor econmico do safrol pode ser medido com base em dois de seus

    derivados, a heliotropina, substncia utilizada para fixar o aroma desejado em perfumes,

    xampus, batons, loes de barbear, amaciantes de roupa, detergentes lquidos e tantos outros

    produtos que possuem essncia e o butxico de piperonila, elemento essencial na produo de

    inseticidas biodegradveis (FAO, 1995).

    1.2.2 Perfil qumico das Lauraceaes

    1.2.2.1 Nitrofeniletano

    nico nitro-derivado odorfero natural que se conhece o componente

    qumico da canela sul-americana (GOTLLIEB, 1972).

    1.2.2.2 Alcalides

    Na clula viva o nitrofeniletano sintetizado a partir da fenilalamina,

    aminocido responsvel tambm pela biossntese de outras classes de substncias naturais,

    como alcalides, arilpropanides e benzoatos. Nas Lauraceaes formam-se inicialmente

    benziltetrahidro-isoquinolinas (I), que por acoplamento oxidativo, originam a bis-

    benziltetrahidro-isoquinolinas (II) e aporfinas (III), que so responsveis pela sntese de

    dehidro-aporfinas (IV) e de fenantrenos (V). Por outro lado, o acoplamento oxidativo em

    benziltetrahidro-isoquinolinas pode dar-se ainda no sentido do fornecimento de

    dibenzopirrocolinas (VI) e de benzilisoquinolinas (VII) e at de pavinas (VIII), (Quadro 1.1).

    Portanto as benziltetrahidro-isoquinolinas precursoras so capazes de dar lugar a alcalides

    biossinteticamente cada vez mais complexos (GOTLLIEB, 1972).

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  • 23

    Quadro 1.1 - Relaes biogenticas entre os alcalides da Famlia Lauraceae. (Fonte: Gotllieb, 1972)

    Quando o autor correlacionou os diferentes tipos de alcalides com as

    subtribos de Lauraceae, constatou que h espcies capazes de produzir apenas alcalides

    biossinteticamente mais simples, enquanto espcies de outras subtribos so capazes de

    sintetizar alcalides de grande variedade estrutural e outras de complexidade intermediria.

    1.2.2.3 Arilpropanoides

    Gotllieb (1972) ao propor a qumiosistemtica sugeriu que a disparidade da

    distribuio desses produtos seja devido a oxidabilidade diferencial. Na famlia Lauraceae so

    as subtribos Cinnamomeae e Anibineae que contm geralmente arilpropanoides. Entre estes se

    destacam principalmente os alilbenzenos, tais como o eugenol e o safrol. O safrol, no entanto,

    tem uma ocorrncia restrita e no so todas as plantas que so capazes de transformarem

    eugenol em safrol.

    1.2.2.4 Benzoatos

    steres de cidos benzicos, tais como benzoato de benzila, benzoato de

    feniletila, e salicilato de benzila so substncias que em laurceas derivam da fenilalanina.

    (GOTLLIEB, 1972).

    1.2.2.5 Pironas

    Para Gotllieb (1972) no h dificuldades para distinguir uma espcie do

    gnero Aniba de uma Ocotea, uma vez que todas as espcies de Aniba at hoje trabalhadas

    contm pironas de dois tipos, uma com funo oxigenada no tomo de carbono-4 do

    heterociclo e outro tipo isenta desta funo.

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  • 24

    1.2.2.6 Terpenoides

    Em contato com cido o linalol se transforma em terpineol e em eucaliptol.

    Essas reaes, que indubitavelmente ocorrem na planta, so as causas do acmulo desses

    constituintes secundrios, em proporo progressivamente maior com a idade de cada um dos

    componentes da planta. Este conhecimento de fundamental importncia, pois permite

    planejar a obteno de leos de determinadas caractersticas (GOTLLIEB, 1972). O autor

    observou que arilpropanoides e benzoatos so aparentemente restritos s espcies de nosso

    continente americano, enquanto que sesquiterpenoides furnicos seriam restritos s espcies

    asiticas.

    1.2.3 Composio do leo essencial das Lauraceaes

    O estudo da composio qumica dos leos essenciais das folhas e galhos de

    Ocotea puberula (Lauraceae) levou identificao de trs monoterpenos: -tujeno, -pineno

    e mirceno e dez sesquiterpenos: isoledeno, -elemeno, -cariofileno, -humuleno, -

    curcumeno, germacreno-D, biciclogermocreno, -cadineno, longifoleno e germacreno-A e

    mostrou certa variabilidade qumica nos seus constituintes com relao ao teor de seus

    principais componentes nos diferentes rgos analisados (ARAUJO; LORDELLO; MAIA,

    2001).

    Chaverri e Cicci (2005) identificaram 64 compostos qumicos no leo das

    folhas da Ocotea brenesii tendo como constituinte principal 53,4% de sesquiterpenos como -

    copaeno (21,1%), -cadineno (9,2%) e -cariofileno (5.2%) e 29,9% de sesquiterpenos

    oxigenados sendo espatulenol (7,3%) e globulol (5,6%). Na madeira identificaram 57

    compostos entre eles -copaene (6,6%), xido de cariofileno (6,3%), -cariofileno (6,1%),

    globulol (5,0%) e epxido de humeleno II (4,6%) e concluram que o leo de natureza

    terpnica e no apresentou compostos do tipo fenilpropanoide ou benzenide que so

    constituintes caractersticos da maioria dos leos do gnero Ocotea estudados anteriormente.

    As principais caractersticas fisicoqumicas do leo essencial de Ocotea

    odorifera da regio de Itaporanga (Santa Catarina), estudadas por Mollan (1961a),

    demonstraram que o contedo de leo menor nas rvores velhas e que o teor das cascas das

    razes e das cascas dos caules so maiores do que na madeira, mas com baixo teor de safrol e

    pequenas quantidades de cineol e cnfora no leo das cascas. O leo obtido das folhas separa-

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  • 25

    se em duas fraes, a frao mais densa do que a gua tem contedo maior, e a menos densa

    contm pouco safrol.

    Ao estudar o leo essencial da Ocotea odorifera no horto florestal da

    Cantareira em So Paulo, Mollan (1961b) constatou que o leo contido nas diferentes partes

    da rvore detinha quantidades pequenas de safrol comparado com o obtido em Santa Catarina.

    Uma abordagem dinmica para a classificao das plantas, uma vez que at

    mesmo dentro de uma mesma espcie produzem diferentes substncias de acordo com os

    estgios de sua vida ou das condies ambientais, foi o proposto por Gotllieb (1999), quando

    correlacionou as caractersticas externas das plantas com as moleculares. Mencionou que a

    Ocotea odorifera, conhecida como canela-sassafrs ou sassafrs, encontrada em vastas reas

    do Brasil, Colmbia e Paraguai, tem composio qumica diferente de acordo com a regio.

    No clima frio do Vale do Itaja em Santa Catarina, produz safrol, leo essencial de valor

    comercial, j no ambiente tropical de Rio de Janeiro, a principal substncia produzida o

    nitrofeniletano, que confere espcie o cheiro de canela, e metileugenol. Esta variedade

    fisiolgica de Ocotea odorifera tem distribuio geogrfica bastante restrita, em oposio

    distribuio da variedade portadora de leo de sassafrs que ocorre no sul do Brasil e,

    segundo Gottlieb (1972), encontrada tambm no estado da Bahia.

    Toledo (2000) em estudo botnico e fitoqumico da Ocotea odorifera nos

    municpios de Colombo e Araucria no Paran, observou que o contedo de safrol presente no

    leo de sassafrs procedente do municpio de Araucria varia entre 62-80% nas folhas e 57-

    65% nos ramos, enquanto que para o leo oriundo do municpio de Colombo o teor de safrol e

    cnfora nas folhas encontram-se respectivamente entre 25-40% e 20-28%. Constatou que a

    produo de safrol mais elevada na primavera, sugerindo ento esta estao para a coleta de

    ramos e folhas de Ocotea odorifera nos municpios estudados.

    Zoghbi et al. (2007) analisaram os componentes qumicos volteis de

    algumas espcies de laurceas na Floresta Nacional da Caxiuan, PA e comprovaram a

    existncia de variao na composio e concentrao dos constituintes entre as espcies. Os

    compostos identificados nos leos essenciais de Clinostemon mahuba Aubl., Licaria rigida

    H.B.K. e Ocotea cymbarum Aubl., do ponto de vista biossinttico, so predominantemente os

    pertencentes classe dos terpenides. Os principais constituintes identificados no leo

    essencial da casca O. cymbarum foram -selineno (25,8%), -cadineno (18,6%) e 4-terpineol

    (9,0%). O leo essencial das folhas de C. mahuba constitudo principalmente por -

    cariofileno (31,3%), -selineno (17,9%) e -cadineno (10,6%). No leo essencial das folhas

    de L. rigida os principais constituintes so -cariofileno (59,4%), xido de cariofileno

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  • 26

    (12,1%) e -humuleno (7,8%), na Ocotea longifolia H.B.K safrol (1,7%), dilapiol (15,2%) e

    -cadineno (20,0%) e na Aniba citrifolia (Nees) Mez os constituintes principais so: safrol

    (16,7%), -pineno(10,6%), -pineno (11,2%) e benzoato de benzila (1,1%), embora estes

    sejam representados por baixa concentrao.

    Castellani (2006) constatou variabilidade sazonal na produo de leo

    essencial para a canela e guaatonga, verificou a existncia de interao entre a poca de

    colheita e partes vegetais para as duas espcies. Para a canela a colheita de folhas e galhos

    deve ser na primavera e de cascas no vero quando detm respectivamente 0,86%, 0,83% e

    1,37% de leo essencial.

    1.3 leo essencial e Adubao

    Estudos realizados com canela (Cinnamomum zeylanicum), no municpio de

    Morretes - PR, no ressaltam diferenas na composio ou nos teores dos componentes de

    leo essencial em funo do tipo de adubao (KOKETSU et al., 1997). O mesmo no foi

    observado por Toledo (2000), que em estudo botnico e fitoqumico de Ocotea odorifera na

    regio metropolitana de Curitiba, constatou diferenas significativas nas constantes fsicas

    entre as amostras de leo essencial dos municpios de Araucria e Colombo, composio

    qumica do leo essencial e maior percentual de safrol. Observou o safrol principalmente nas

    fraes mais pesadas nas amostras do municpio de Araucria, regio onde se encontram solos

    remanescentes da formao Guabirotuba, com elevados teores de montmorilonita, Ca e Mg,

    demonstrando a importncia do efeito nutricional do vegetal no leo produzido, enquanto os

    solos de Colombo so retrabalhados e de baixa fertilidade.

    O chamb (Justicia pectoralis var. stenophylla) que uma erva medicinal

    usada no Norte e Nordeste do Brasil para o tratamento de asma, tosse e bronquite, foi objeto

    dos estudos de Bezerra et al. (2006) visando a adubao e produo de leo essencial. Os

    resultados evidenciaram que as adubaes orgnicas e minerais no influenciaram o

    crescimento da planta, produo de biomassa e teores de P e K da parte area do vegetal, no

    entanto, o rendimento de leo essencial apresentou uma tendncia de decrscimo com o

    incremento nas doses de esterco bovino em cada uma das formulaes N-P2O5-K2O.

    O efeito de concentraes de P e pocas de coleta sobre o crescimento,

    nutrio mineral e teor de leo essencial da menta (Mentha piperita L.) foram avaliados por

    Rodrigues et al. (2004), os quais constataram que as concentraes de P na soluo

    influenciaram o crescimento vegetal e a produo de leo essencial pela menta. A exigncia

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  • 27

    nutricional aos 95 dias de cultivo estava relacionada ao teor mximo de leo essencial e

    seguiu a seqncia: N > K > Ca > P > Mg > S > Fe > Mn > B > Zn > Cu. Valmorbida et al.

    (2006) observaram variao da composio do leo na menta devido concentrao de

    potssio, embora o rendimento no tenha sido afetado. Foram encontrados 10 componentes

    qumicos no leo essencial, sendo os seis majoritrios o mentol, a mentona, o mento-furano, o

    1,8 cineol, a pulegona e o acetato de metila. O teor de mentona no foi afetado pelo nvel de

    potssio e pela poca de colheita, enquanto que o teor de mentol no leo essencial foi afetado,

    tanto pela concentrao de potssio, quanto pela poca de colheita.

    Ming (1992), ao estudar a influncia da adubao orgnica na produo de

    biomassa e teor de leos essenciais de Lipia Alba (Mill.), constatou que o teor de leo

    essencial diminuiu com o aumento da quantidade de matria orgnica incorporada ao solo.

    Explicou que esta aparente contradio est apoiada em pesquisas, onde foi observado, que

    em ambientes favorveis a energia concentrada para atividades do crescimento e

    desenvolvimento (metabolismo primrio). Enquanto que em ambientes menos favorveis,

    uma das funes do leo essencial na planta a de defesa, uma vez que a via modificada,

    havendo menor atividade primria, com maior gasto de energia no metabolismo secundrio e

    maior produo de leo essencial. Ressalta ainda, que mesmo as pesquisas no sendo

    conclusivas, uma vez que foram observadas reaes diferentes em diferentes plantas, h uma

    maior indicao deste mecanismo metablico para plantas herbceas e arbustivas. No entanto,

    o trabalho de Carvalho et al. (2005) demonstrou no haver diferena significativa no

    rendimento do leo de capim-santo, embora os resultados tenham sido distintos em relao

    produtividade, entre os tratamentos com adubao convencional e orgnica.

    A omisso de N e B comprometeu a produo de folhas de Eucaliptus

    corymbia, resultando numa menor produtividade de leo por planta, em experimento com

    omisso de macronutrientes e boro, realizado por Maffeis, Silveira e Brito (2000).

    Constataram tambm que, independente do tratamento, o teor de citronelal sofreu influncia

    da concentrao de K, relao K/Ca e K/Mg nas folhas e que na ausncia de potssio e boro, o

    teor de citronelal no leo no atingiu valores superiores a 70%.

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  • 28

    1.4 Fertilidade do solo e nutrio de espcies nativas

    1.4.1 Fertilidade do solo

    A fertilidade qumica natural dos solos uma reserva no renovvel e que

    inevitavelmente diminui em solos afetados por eroso e nos explorados intensamente, sendo o

    balano (equilbrio) entre entrada e sada de nutrientes um indicador da variao da fertilidade

    e sustentabilidade florestal. O conhecimento sobre os ecossistemas naturais e sobre a ciclagem

    de nutrientes em florestas naturais e plantaes florestais com espcies nativas escasso no

    Brasil. necessrio se conhecer as caractersticas do solo, principalmente de sua fertilidade,

    seu efeito sobre a germinao, o crescimento de mudas de essncias florestais, o crescimento

    da parte area e radicular e a anatomia da madeira, para se poder evitar ou minimizar os

    efeitos antrpicos sobre o ecossistema (RANGER; TURPAULT, 1999).

    A explorao florestal, sem o devido manejo por espcie, que tm elevada

    capacidade de extrao de nutrientes, geram grande impacto sobre as pequenas

    disponibilidades e reservas minerais dos solos, resultando em quedas de qualidade dos stios

    quando no so devidamente manejados (GONALVES; BENEDETTI, 2000).

    A estrutura multinea das florestas naturais e povoamentos implantados

    reflete, entre outros fatores, na sada e ciclagem de nutrientes nos diversos stios, sendo que a

    compreenso sobre os ciclos dos nutrientes nas florestas naturais bem mais complexa que

    em povoamentos implantados.

    Independentemente do tipo de floresta, se natural ou implantada, nos

    estgios iniciais de crescimento a maior parte dos nutrientes est nas folhas, devido a uma

    redistribuio de determinados nutrientes de rgos senescentes para regies de crescimento

    das rvores (HAAG, 1985).

    O potencial produtivo das espcies florestais influenciado pelos fatores do

    meio e aspectos nutricionais das plantas. As caractersticas morfolgicas do perfil do solo a

    campo e fatores topogrficos podem explicar a variao da produtividade das diferentes

    espcies florestais, entretanto informaes sobre as exigncias nutricionais de espcies

    florestais, em especial essncias nativas, so escassas. Contudo, tem sido observada grande

    variao entre espcies florestais nativas, quanto aos requerimentos nutricionais

    (CARPANEZZI et al., 1976).

    A maioria das espcies florestais ocorrentes na Mata Atlntica apresenta

    mdia a alta demanda nutricional, exigindo, para seu estabelecimento, solos de mdia

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  • 29

    fertilidade e com boas condies hdricas, sem longos perodos de estiagem. A grande

    diversidade de espcies e, por conseqncia, exigncias nutricionais diferentes, dificulta

    recomendaes de adubao especficas para cada espcie, assim, busca-se suprir as

    necessidades das espcies mais exigentes, de maneira que as demais tenham suas demandas

    atendidas (GONALVES, 1995).

    A Ocotea odorifera exigente em solos, sendo considerada espcie

    indicadora de alta fertilidade qumica. Em plantios experimentais, tem crescido melhor em

    solos com propriedades fsicas adequadas, como frteis, profundos, com drenagem boa e

    textura argilosa (CARVALHO, 2003). No entanto, os solos caractersticos para a espcie,

    mencionados por Semente Sul (2005), so os Argissolos , Cambissolos , Latossolos ,

    Neossolos quartzarnicos e Ni tossolos .

    La Bastide e Van Goor (1970) confirmaram que o crescimento da A.

    angustifolia e Pinus elliottii depende consideravelmente da fertilidade do solo e que a

    araucria necessita cerca de duas vezes as quantidades de nutrientes exigidos pelo Pinus.

    Correlacionaram o crescimento das espcies citadas, com o P2O5 total em relao aos valores

    de saturao de alumnio do solo. Quando o teor de alumnio elevado, as duas espcies

    reagem favoravelmente ao fosfato; quando baixo, a correlao desaparece devido a

    influncia do Al no suprimento e demanda de Ca e Mg., sendo que a carncia em primeiro

    lugar do fsforo e em segundo a de nitrognio, limitantes ao crescimento da Araucaria

    angustifolia. Em experimento adicionando Al+++ em doses crescentes e soluo nutritiva foi

    observado que a araucria tolerante at doses de 1,00 e.mg de Al+++ e que os teores de 3,00 e

    4,00 e.mg de Al+++ na soluo nutritiva restringiram significativamente o crescimento em

    dimetro das plantas (SIMES; COUTO, 1973; SIMES; COUTO; KAJYA, 1973).

    A intolerncia ao alumnio mencionada para a araucria, tambm foi

    observada para outras espcies arbreas como cssia verrugosa, cedro, ip mirim, angico-do-

    cerrado que tambm tiveram seu desenvolvimento limitado pelo elemento mencionado,

    enquanto a calagem favoreceu o crescimento em altura, dimetro e produo de biomassa

    (FURTINI NETO et al., 1999).

    Braga et al. (1995), em experimento com nutriente faltante em solo de baixa

    fertilidade, concluram que a quaresmeira (Tibouchina granulosa), demonstrou maior

    necessidade nutricional, respondendo a adubao com todos os macro e micronutrientes,

    enquanto que a Acacia mangium respondeu apenas ao P, N e S e a peroba rosa (Aspidosperma

    polyneurom) respondeu ao P, K e S.

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  • 30

    Para a embaba (Cecrpia sp), ip-mirim (Stenolobium stans), fedegoso

    (Senna macranthera), cssia (Senna multijuga) e angico amarelo (Peltophorum dubium) em

    pesquisa de adubao desenvolvida em campo, Carniel et al. (1993) observaram que o

    crescimento foi afetado pela falta de K, com exceo do ip-mirim. O angico amarelo e

    fedegoso demonstraram restries no crescimento quando da omisso de N, sendo que todas

    espcies mostraram um baixo requerimento de K e Mg e elevado para S. A omisso de Ca no

    afetou os teores foliares podendo indicar uma baixa demanda. Corroborando com o autor

    acima, Souza, Venturin e Macedo, (2006) confirmaram para o ip-roxo (Tabebuia

    impetiginosa), que os nutrientes P e N so prioritrios na fertilizao e a seqncia de

    exigncia nutricional apresentada pelas mudas da referida espcie em relao ao tratamento

    completo, considerando a produo de matria seca da parte area em ordem decrescente foi:

    P > N > S > B > Zn > Mg > Ca > K. Mendona et al. (1999) complementaram que o enxofre

    para a aroeira do serto (Myracrodun urundeuva Fr. All), no causou prejuzos ao

    desenvolvimento vegetal como os demais nutrientes.

    Venturin et al. (1996) em trabalho de fertilizao de plntulas de Copaifera

    langsdorffii Desf (leo de copaba), concluram que o N, P, Ca e S mostraram-se limitantes ao

    crescimento em solo com pequena disponibilidade e demonstraram pequeno requerimento

    para o Mg, K, B e Zn e que a absoro de S pelas plantas foi afetada devido omisso de K,

    Ca e Mg.

    Para a espcie arbrea nativa do Brasil, Eremanthus erythropappus (DC.)

    McLeish, popularmente conhecida como candeia, pertencente famlia Asteraceae,

    fornecedora de matria-prima de grande qualidade para a produo de leo essencial,

    Venturin et al. (2005) observaram que a ausncia de P e N no permitiu o desenvolvimento

    das plantas, descrevendo a limitao na seguinte ordem decrescente: P > N > S > Mg = B >

    Ca > K > Zn.

    Em experimento com a omisso de nutrientes, Ren et al. (1993) concluram

    que para o crescimento em altura do cedro (Cedrella fissillis); do jacar (Piptadenia

    gonoacantha); do pau-ferro (Caesalpinea frrea) e da canafistula (Senna multijuga), o P, S e

    N foram altamente limitantes. Entretanto, o comportamento para o Ca e Mg e micronutrientes

    foi diferenciado. Os micronutrientes mostraram-se limitantes ao crescimento da canafistula e

    do pau-ferro, enquanto o K no se mostrou limitante a nenhuma delas, evidenciando um baixo

    requerimento para este nutriente.

    Em experimento com o objetivo de avaliar as necessidades nutricionais do

    jatob (Hymenaea courbaril L. var. stilbocarpa (Hayne) Lee et Lang), Duboc et al. (1996),

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  • 31

    obtiveram resultados semelhantes aos dos autores acima, ou seja, concluram que o jatob,

    com relao aos macronutrientes, apresenta baixo requerimento principalmente para o K e

    muito baixo requerimento nutricional para B e Zn, inclusive com alta susceptibilidade

    fitotoxidez com a aplicao dos mesmos.

    Segundo Venturin et al. (1999) para a candiva (Trema micrantha L.

    Blumes) o N foi o elemento mais limitante para o desenvolvimento em altura, enquanto que

    para o dimetro e matria seca da rea foliar e radicular, foram o N, P e B.

    Marques et al. (2006) relataram que mudas de jacarand-da-bahia

    responderam significativamente adio de N-mineral, principalmente nos argissolos e dentre

    as fontes nitrogenadas testadas, o sulfato de amnio foi a que apresentou resultados positivos

    e significativos sobre a altura da parte area, dimetro do colo, relao altura da parte area

    /dimetro do coleto, peso de matria seca da parte area, peso de matria seca das razes, peso

    de matria seca total.

    A grpia (Apuleia leiocarpa Vog. Macbride), espcie de grande interesse

    madeireiro que se encontra atualmente bastante dizimada, motivou os estudos de Missio et al.

    (2004) para determinar os nveis ideais de adubao com fsforo e enxofre no

    desenvolvimento da espcie citada. Os autores constataram que a produo de matria seca

    total das plantas jovens de grpia, respondeu positivamente adubao conjunta de P e S,

    com dose de mxima eficincia tcnica estimada de 204 mg.kg-1 e 16 mg.kg-1 de solo

    respectivamente. A adubao fosfatada na dose igual ou acima de 120mg kg-1 de solo induziu

    o aparecimento de clorose foliar tpica da deficincia de Fe. A alta disponibilidade de P no

    solo favoreceu o crescimento da parte area em detrimento das razes.

    O comportamento de espcies florestais nativas em rea degradada com

    aplicao de adubao mineral e orgnica (esterco bovino) foi estudado por Faria, Davide e

    Botelho (1997). Dentre as caractersticas avaliadas ressaltam que os maiores aumentos

    relativos em funo da adio do esterco foram constatados na rea da copa, demonstrando

    que a adubao orgnica no plantio teve efeito positivo sobre o crescimento das plantas a

    partir dos dois meses, permanecendo at os 36 meses em intensidades diferentes.

    Resultados promissores foram obtidos por Lima et al. (2001), quando da

    produo de mudas de cajueiro-ano-precoce, tendo constatado que a aplicao de doses

    combinadas de matria orgnica e fertilizante mineral promoveu acrscimos significativos

    sobre a altura da planta, peso da matria seca da parte area e nmero de folhas.

    As concentraes de P, Fe, Mn, Cu, B, Zn e Al nas folhas de erva mate

    sofreram interferncia em funo do manejo, idade da planta, segundo Reissmann, Radomski

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  • 32

    e Quadros (1999), sendo observada concentrao muito baixa de P nas rvores de regenerao

    natural.

    Drumond et al. (1997) constataram que a biomassa dos diferentes

    componentes arbreos das espcies da mata natural, na regio do Mdio Rio Doce, foi

    distribuda na seguinte ordem: lenho > galhos > casca > folhas; que, de maneira geral, as

    espcies em condies de mata natural tendem a apresentar menor eficincia na utilizao dos

    nutrientes em relao s espcies em plantios homogneos; que a demanda nutricional mdia

    das espcies estudadas obedece seguinte ordem: N > Ca > K > Mg > P e que h grande

    diferena entre as espcies quanto demanda nutricional. Caldeira (2003), em estudo similar

    em Floresta Ombrfila Mista concluiu que as espcies que apresentaram alta eficincia na

    utilizao de macronutrientes na produo de biomassa apresentaram tambm alta eficincia

    na utilizao de micronutrientes. O contedo total de macronutrientes na biomassa das rvores

    com DAP 10,0 cm foi em ordem decrescente, K > N > Ca > Mg > P > S; para rvores com

    DAP 10,0 cm a seqncia foi N > K > Ca > S > Mg > P e para as razes e serapilheira

    acumulada o resultado foi C > N > K > Ca > S > Mg > P. Com relao aos micronutrientes, a

    floresta em estudo apresentou na biomassa das rvores com DAP 10,0 cm, a seguinte

    seqncia decrescente: Mn > Fe > Zn > B > Cu, enquanto que para biomassa das rvores com

    DAP 10,0 cm, razes e serapilheira acumulada, a seqncia foi Fe > Mn > Zn > B > Cu.

    1.5 Funo dos minerais

    Poggiani e Schumacher (2000) ao discorrer sobre a produo de mudas de

    espcies nativas mencionaram que o potencial de crescimento bastante varivel entre as

    espcies florestais, sendo que as dos estgios iniciais da sucesso, pioneiras e secundrias

    iniciais apresentam taxas de crescimento muito superior s secundrias tardias e clmax.

    De acordo com Poggiani e Schumacher (2000), quanto maior for a taxa de

    crescimento, maior ser a demanda, a capacidade de absoro e a taxa de acumulao de

    nutrientes em tecidos vegetais, assim, as recomendaes de fertilizao para espcies

    pioneiras e secundrias iniciais devem ser mais rigorosas. Portanto, a no observncia dessas

    necessidades pode prejudicar o crescimento da espcie ou acarretar em um desequilbrio de

    nutrientes de maneira mais acentuada do que nas demais classes.

    Os autores destacam que h excees, visto que as maiores taxas de

    crescimento inicial de espcies secundrias tardias e clmax podem estar relacionadas com as

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  • 33

    reservas de nutrientes e fotoassimilados de suas sementes. Salisbury (1992) complementa que

    diferentes espcies vegetais absorvem solutos em diferentes quantidades, principalmente

    quando em diferentes solos e que a maioria dos elementos presentes no solo esto na forma

    insolvel, sendo que a taxa de absoro selecionada pelas razes.

    1.5.1 Nitrognio

    o quarto elemento mais abundante nas plantas e o que mais

    freqentemente limita o crescimento vegetal, sendo essencial nas diversas fases de

    desenvolvimento. constituinte de compostos vitais, como: aminocidos, protenas, cidos

    nuclicos, coenzimas, fosfatdeos, alcalides, enzimas, hormnios e vitaminas, alm de

    participar na formao da clorofila (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).

    Marques et al. (2004), em estudos com paric (Schizolobium amazonicum

    Herb.), espcie arbrea que ocorre em mata primria e secundria na Amaznia, observaram

    que a deficincia de nitrognio acarretou em menor desenvolvimento das plantas com menor

    nmero de folhas, as quais apresentaram reduo na sntese de clorofila nas folhas mais

    velhas, evidenciada pela colorao verde-clara, a qual progrediu para um amarelo uniforme

    intenso, devido a translocao do N para as partes mais novas da planta. O sistema radicular

    foi menos desenvolvido e de colorao escura.

    1.5.2 Fsforo

    o segundo elemento que mais freqentemente limita o crescimento

    vegetal. Faz parte da estrutura de molculas orgnicas como os nucleotdeos, os cidos

    nuclicos e os fosfolipdios, e ativa muitas molculas, sendo importante na transferncia de

    energia, pois participa ativamente no metabolismo de gordura e essencial para a formao

    das sementes. constituinte de vrios compostos vitalmente importantes, tais como as fitinas,

    lecitina e nucleotdeos e est presente na maioria das enzimas conhecidas. Ocorre, tanto na

    forma orgnica, quanto inorgnica e rapidamente translocado na planta (MALAVOLTA;

    VITTI; OLIVEIRA, 1997).

    Marques et al. (2004) em estudos com Schizolobium amazonicum (paric),

    observaram que a deficincia de fsforo levou a um crescimento reduzido da planta, menor

    nmero de folhas e a raiz principal mais longa com poucas razes laterais.

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  • 34

    1.5.3 Potssio

    Malavolta, Vitti e Oliveira (1997) mencionam que o K atua em processos

    osmticos, na sntese de protenas e na manuteno de sua estabilidade, na abertura e

    fechamento dos estmatos, na permeabilidade das membranas, no controle do pH, embora no

    se tenha conhecimento com clareza de como ocorrem todos estes processos. O potssio

    altamente mvel na planta e no caso de deficincia translocado das folhas mais velhas para

    os tecidos meristemticos novos.

    Em experimento realizado com omisso de nutrientes por Marques et al.

    (2004) com plantas de paric, observaram que a carncia de potssio afetou o

    desenvolvimento das plantas que se apresentaram menores e com menor nmero de folhas.

    1.5.4 Clcio

    Segundo Epstein e Bloom (2006) o clcio protege a membrana plasmtica

    dos efeitos deletrios dos ons hidrognio que prejudicam as funes da membrana, tem papel

    importante na converso dos sinais vindos do ambiente, tanto bitico quanto abitico. Quase

    sem exceo, o estresse causa aumento na concentrao do clcio.

    Marques et al. (2004) em estudos realizados com Schizolobium amazonicum

    (paric), as razes mostraram-se menos desenvolvidas e mais espessas com poucas razes

    laterais e de colorao escura, devido a deficincia de clcio.

    1.5.5 Magnsio

    O magnsio faz parte da estrutura da clorofila e de muitas metaloenzimas,

    ou seja, as enzimas que possuem um metal em sua estrutura e estabelece uma ponte entre

    enzimas e as molculas de ATP. absorvido pela planta na forma inica, neutralizando

    nions e regulando o pH e a atividade de enzimas. Estimula a fotossntese, mantm a

    conformao dos cidos nuclicos e agrega os ribossomos, preparando-os para a sntese de

    protenas. Desempenha um papel mais regulatrio que estrutural. Parece estar relacionado

    com o metabolismo do P e considerado especfico na ativao de diversos sistemas

    enzimticos das plantas. Est relacionado com a sntese de leos e, quando aplicado com S,

    produz significantes aumentos no contedo de leo de vrias plantas cultivadas (CAMARGO,

    1970).

    Entre os elementos avaliados no experimento com Schizolobium

    amazonicum (paric), realizado por Marques et al. (2004), o magnsio foi o ltimo a

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  • 35

    apresentar os sintomas de deficincia, que se manifestaram primeiro nas folhas mais velhas,

    como clorose internerval.

    1.5.6 Enxofre

    O enxofre participa como um ligante em muitas enzimas e metaloprotenas.

    Tem vrias funes especficas e essenciais na fisiologia das plantas. O S entra na sntese dos

    aminocidos sulfurados, cistina, cistena e metionina, e na sntese de protenas; ativador de

    certas enzimas proteolticas, como a papana, bromelina e ficina; constituinte de certas

    vitaminas, coenzima A e glutationa; est presente no leo vegetal das crucferas e liliceas;

    aumenta o contedo de leo de plantas cultivadas, como soja e linho; e as ligaes

    dissulfuradas, -S-S- tem sido associadas com a estrutura do protoplasma e a quantidade de

    grupos sulfidrilo com o.aumento da resistncia ao frio (CAMARGO, 1970).

    As plantas com deficincia de enxofre, em experimento com paric

    (Schizolobium amazonicum) apresentaram sistema radicular mostrou abundante, porm de

    colorao escura (Marques et al., 2004).

    1.5.7 Boro

    O boro normalmente absorvido na forma de cido brico e reage com

    grupos hidroxila presentes em molculas orgnicas. Acredita-se que facilita o transporte de

    aucares atravs das membranas na forma do complexo acar-borato, que transportado

    mais rapidamente, ou que agindo na membrana celular torna-se mais permevel aos aucares.

    importante para os processos de diviso e alongamento celular e, juntamente com o clcio,

    responsvel pela estrutura da parede celular (CAMARGO, 1970; MALAVOLTA; VITTI;

    OLIVEIRA, 1997).

    Com o objetivo de avaliar os efeitos do boro sobre o crescimento, teores e

    contedo de macro e micronutrientes na parte area e raiz do paric, Lima et al. (2003)

    conduziram experimento com diferentes doses de boro e